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Reeducação Funcional - Unid. II

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87
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
Unidade II
5 TÉCNICAS ESPECÍFICAS DE REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL, ESTABILIZAÇÃO 
SEGMENTAR DA COLUNA VERTEBRAL E PILATES
Daremos continuidade às técnicas específicas de tratamento da coluna. Falaremos sobre RPG, 
estabilização segmentar da coluna e pilates, técnicas bem atuais e muito utilizadas como ferramentas 
de reabilitação nas mais diversas disfunções.
5.1 Reeducação postural global (RPG)
No início da década de 1950, a terapeuta corporal francesa Françoise Mézières elaborou, por meio 
de uma observação cuidadosa, uma proposta de atuação que revolucionava a forma de trabalhar o 
corpo. A inovação proposta por Mézières baseou-se na seguinte observação: cada vez que se tentava 
tornar menos acentuada a curva de um segmento da coluna vertebral, ela se deslocava para outro 
segmento. Com isso, era necessário considerar o corpo como um todo e cuidar dele como tal. Philippe 
Emmanuel Souchard ensinou o método Mézières durante dez anos no Centro Mézières, no sul da França. 
Fundamentou essa forma de trabalho em seu profundo conhecimento de anatomia, biomecânica, 
cinesiologia e osteopatia. Todo esse conhecimento permitiu-lhe embasar o método hoje conhecido 
como reeducação postural global (RPG) (TEODORI et al., 2011).
A RPG é um método que nasceu após a publicação da obra Campo fechado, de Philippe Emmanuel 
Souchard em 1981, na França. Souchard viaja pelo mundo todo ensinando sua técnica para milhares de 
fisioterapeutas. A RPG consiste em ajustamentos na postura, permitindo a reorganização e o reequilíbrio 
dos músculos que firmam essa postura, identificando e alongando os músculos considerados responsáveis 
pela alteração postural.
 Saiba mais
Para saber mais sobre o curso de formação em RPG, acesse o site:
http://www.rpgsouchard.com.br/
A técnica da RPG se fundamenta em três princípios:
• Individualidade: todo ser é único e indivisível; cada um manifestará sua patologia de forma pessoal.
http://www.rpgsouchard.com.br/
http://www.rpgsouchard.com.br/
88
Unidade II
• Causalidade: a verdadeira causa do problema pode estar distante do seu sintoma; portanto, não 
devemos tratar somente o local da dor.
• Globalidade: devemos trabalhar o indivíduo globalmente, com todo o corpo ao mesmo tempo, 
na mesma sessão, realizando um trabalho corporal ativo, levando em consideração as oito 
posições que colocam o corpo todo em estreitamento, para que sejam verificadas quais tensões 
se relacionam.
5.1.1 Cadeias musculares
As cadeias musculares são um conjunto de músculos que trabalham na mesma direção e sentido, 
como se fossem um só músculo. As cadeias musculares são descritas como: cadeia inspiratória, cadeia 
mestra anterior, cadeia mestra posterior, cadeia anterointerna do quadril, cadeia superior da cintura 
escapular, cadeia anterointerna do ombro, cadeia anterior do membro superior e cadeia lateral do 
membro inferior.
Cadeia inspiratória
O conjunto de músculos que participam da inspiração pode ser qualificado como cadeia inspiratória. 
Esta compreende os escalenos, o esternocleidomastóideo, o peitoral menor, os intercostais e o diafragma. 
Com o encurtamento dessa cadeia, não conseguiremos alongar a região da nuca, soltar os ombros ou 
corrigir a lordose lombar sem acarretar um bloqueio inspiratório (SOUCHARD, 2001b).
Figura 90 – Cadeia inspiratória
89
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
Cadeia mestra anterior
A cadeia mestra anterior é composta pelo sistema suspensor do diafragma e das vísceras, pelo 
esternocleidomastóideo, pelo longo do pescoço, pelos escalenos, pelo diafragma, pelo iliopsoas, 
pelo tensor da fáscia lata, pelos adutores e pelo tibial anterior.
Figura 91 – Cadeia mestra anterior
90
Unidade II
Cadeia mestra posterior
A cadeia mestra posterior compreende os músculos paravertebrais, o glúteo máximo, os isquiotibiais, 
o poplíteo, o tríceps sural (em particular o sóleo) e os músculos da planta do pé (em particular o flexor 
curto dos dedos). O encurtamento dos músculos paravertebrais altera a harmonia das curvas vertebrais: 
anteriorização da cabeça, ausência de cifose torácica ou hiperlordose tóraco-lombar. O encurtamento 
dos músculos estáticos dos membros inferiores impede o bom posicionamento de diferentes segmentos: 
joelho varo ou valgo, calcâneo varo ou valgo, de acordo com a predominância da rigidez dos músculos 
posteriores da coxa, da perna ou da planta do pé (SOUCHARD, 2001b).
Figura 92 – Cadeia mestra posterior
91
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
Cadeia anterointerna do quadril
Esta cadeia compreende o músculo iliopsoas, o adutor longo, o adutor curto, a porção anterior do 
adutor magno e o reto femural pectíneo. O encurtamento dessa cadeia acarreta uma adução, uma 
rotação interna dos fêmures e uma hiperlordose lombar.
Figura 93 – Cadeia anterointerna do quadril
Cadeia superior da cintura escapular
A cadeia superior da cintura escapular ou do ombro é formada pelo feixe superior do trapézio, pelo 
feixe médio do deltoide e pelo supraespinal.
Figura 94 – Cadeia superior da cintura escapular
92
Unidade II
Cadeia anterointerna do ombro
A cadeia anterointerna do ombro é formada pelo músculo subescapular, pelo coracobraquial e pelo 
peitoral maior. Sua perda de flexibilidade acarreta na adução e rotação medial do ombro (SOUCHARD, 2001b).
Figura 95 – Cadeia anterointerna do ombro
Cadeia anterior do membro superior
A cadeia anterior do membro superior é formada pelo músculo coracobraquial, pelo bíceps braquial, 
pelo braquiorradial, pelo pronador redondo e por todos os músculos da região anterior do antebraço e 
da região tenar e hipotenar.
Figura 96 – Cadeia anterior do membro superior
93
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
Cadeia lateral do membro inferior
A cadeia lateral do membro inferior é formada pelo músculo tensor da fáscia lata, prolongado pelos 
músculos fibulares. É importante para o equilíbrio lateral dos membros inferiores (SOUCHARD, 2011b).
Figura 97 – Cadeia lateral do membro inferior
5.1.2 Posturas de tratamento
A expressão posturas de tratamento ou posições de tratamento enfatiza o caráter muito progressivo 
das trações manuais e a lentidão da progressão angular dos segmentos. As correções posturais não 
podem ser impostas rapidamente, já que a tensão global não pode ser obtida de forma acelerada e 
alguns pacientes apresentam um quadro muito doloroso e são muito frágeis.
No nosso dia a dia, diferentes grupos sinérgicos são ativados. Diversas cadeias de coordenação 
neuromuscular podem, portanto, ser afetadas de formas variadas. As posturas de tratamento devem 
levar isso em consideração e cobrir todo o espectro das conexões que elas podem estabelecer entre si. 
Assim, é possível agrupar as posturas de tratamento em quatro famílias.
A primeira família trabalha a abertura de coxofemoral, braços aduzidos, podendo ser realizada 
em decúbito dorsal, de pé contra a parede e de pé no centro. A segunda família trabalha a abertura 
coxofemoral, braços abduzidos, sendo realizada somente na postura de decúbito dorsal. A terceira família 
trabalha o fechamento coxofemoral, braços aduzidos, e pode ser trabalhada em decúbito dorsal, posição 
sentada e de pé inclinada para frente. Por fim, a quarta família trabalha o fechamento coxofemoral, 
braços abduzidos, somente em decúbito dorsal. Cada uma dessas famílias permite associar várias cadeias 
musculares, como podemos observar no quadro a seguir.
94
Unidade II
Quadro 3 – Família de posturas
Famílias de posturas Cadeias musculares alongadas
1 – Abertura de ângulo coxofemoral (braços aduzidos)
Inspiratória
Cadeia mestra anterior
Anterointerna do quadril
Superior da cintura escapular
Anterior do braço
Lateral de quadril
2 – Abertura de ângulo coxofemoral (braços abduzidos)
Inspiratória
Cadeia mestra anterior
Anterointerna do quadril
Anterointerna do ombro
Anterior do braço
Lateral de quadril
3 – Fechamento de ângulo coxofemoral (braços aduzidos)
Inspiratória
Cadeia mestra posterior
Superior da cintura escapular
Anterior do braço
Lateral de quadril
4 – Fechamentode ângulo coxofemoral (braços abduzidos)
Inspiratória
Cadeia mestra posterior
Anterointerna do ombro
Anterior do braço
Lateral de quadril
Fonte: Souchard (2011b, p. 140).
5.1.3 Escolha das posturas
A escolha das posturas depende da anamnese, do estudo dos exames apresentados, de um exame 
aprofundado da morfologia, de testes de mobilidade articular e de ADM e de um bom exame de palpação.
As posturas de tratamento em decúbito são indicadas em casos de patologias articulares e em 
função da fragilidade, idade ou intensidade da dor do paciente. As posturas com carga são mais ativas 
e exigentes, e as posturas de abdução dos braços são destinadas a alongar a cadeia anterointerna de 
ombro; não são realizáveis em posição sentada ou de pé, pois é impossível nesse caso evitar a contração 
concêntrica dos músculos da cintura escapular. São praticadas exclusivamente em decúbito dorsal.
O princípio de causalidade vai impor a escolha da(s) postura(s). Por exemplo, se uma dor lombar 
surge em posição sentada, ela deverá ser tratada em fechamento do ângulo coxofemoral. Para uma 
limitação da articulação escápulo-umeral nos movimentos de abdução do ombro, devemos realizar a 
postura de abertura dos braços.
95
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A posição no início da sessão, qualquer que seja a postura de tratamento escolhida, só pode ser 
aquela que o paciente pode aceitar sem esforço e sem dor. Vejamos, agora, as principais posturas 
utilizadas na RPG.
Postura de abertura do ângulo coxofemoral, braços aduzidos, em decúbito dorsal (primeira família)
Trata-se da postura mais generalista da primeira família. A abertura progressiva do ângulo coxofemoral 
pode permitir alongar, em função das necessidades, os músculos adutores do quadril e anteriores da 
perna, o iliopsoas e o reto femoral. Permite também todas as correções dos membros superiores. Ela é 
utilizada para trabalhar a cadeia mestra anterior.
Essa postura possibilita ao fisioterapeuta insistir particularmente sobre: a nuca; o tórax e a respiração; 
a coluna dorsal; a cintura escapular; os ombros; os cotovelos; os punhos; as mãos; os dedos; a pelve e a 
região lombar; os joelhos; os pés e os dedos dos pés.
A) B) 
C) 
Figura 98 – Progressão da postura de abertura do ângulo coxofemoral, 
braços aduzidos, em decúbito dorsal: início (A), meio (B) e final (C)
Postura de abertura do ângulo coxofemoral, de pé contra a parede (primeira família)
Essa postura faz parte da primeira família e é a grande postura dos problemas morfológicos da 
cintura escapular (elevação, protração e fixação dos braços em abdução) e das deformações dos membros 
inferiores quando são de tipo anterior (valgo dos joelhos e pés em pronação). Ela não é utilizada em caso 
de dor.
Essa postura permite ao fisioterapeuta insistir particularmente sobre a cintura escapular; os ombros; 
os quadris; os joelhos e os pés.
96
Unidade II
A) B) C) 
Figura 99 – Progressão da postura de abertura do ângulo coxofemoral, 
de pé contra a parede: início (A), meio (B) e final (C)
Postura de abertura do ângulo coxofemoral, de pé no centro (primeira família)
Essa também é uma postura da primeira família e é destinada aos desvios complexos da coluna 
vertebral. Permite colocar em relação sua correção com a manutenção do equilíbrio e não é praticada 
em caso de dor.
Essa postura permite ao fisioterapeuta insistir particularmente sobre a coluna vertebral; a pelve; os 
joelhos; os pés e o equilíbrio.
A) B) C)
Figura 100 – Postura de abertura do ângulo coxofemoral, de pé no centro: início (A), meio (B) e final (C)
97
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
Postura de abertura do ângulo coxofemoral, braços abduzidos (segunda família)
Essa é a única postura da segunda família. É utilizada nas patologias da escápulo-umeral e do 
membro superior. Do mesmo modo que a postura de abertura do ângulo coxofemoral, braços aduzidos, 
em decúbito dorsal, ela permite todas as correções articulares. É muito utilizada nas deformações 
torácicas e nos bloqueios inspiratórios.
Particularmente, é eficaz sobre: a nuca; o tórax e a respiração; a coluna dorsal; os ombros; os cotovelos; 
os punhos; as mãos; os dedos; a pelve e a região lombar; os quadris; os joelhos; os pés e os dedos dos pés.
A) B) 
C) 
Figura 101 – Progressão da postura de abertura do ângulo coxofemoral, braços abduzidos: início (A), meio (B) e final (C)
Postura de fechamento do ângulo coxofemoral, braços aduzidos, em decúbito dorsal 
(terceira família)
Essa é a mais completa postura da terceira família, pois permite ao fisioterapeuta intervir sobre 
todos os segmentos corporais. Ela convém a todas as dores e lesões articulares. É utilizada para trabalhar 
a cadeia mestra posterior.
Essa postura possibilita ao fisioterapeuta insistir particularmente sobre: a nuca; o tórax e a respiração; 
a coluna dorsal; a cintura escapular; os ombros; os cotovelos; os punhos; as mãos; os dedos; a pelve e a 
região lombar; os quadris; os joelhos; os pés e os dedos dos pés.
98
Unidade II
A) B) 
C) 
Figura 102 – Progressão da postura de fechamento do ângulo coxofemoral, 
braços aduzidos, em decúbito dorsal: início (A), meio (B) e final (C)
Postura sentada (terceira família)
Essa é uma postura da terceira família. É ótima para trabalhar a escoliose, pela importância das 
trações que ela exerce sobre os músculos paravertebrais e pelo fato de que o fisioterapeuta permanece 
apto, a cada instante, a controlar visualmente sua ação. Também trabalha o equilíbrio na posição sentada.
Essa postura permite ao fisioterapeuta insistir sobre: a coluna vertebral; os quadris e o equilíbrio de 
apoio sobre os ísquios.
99
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) 
C) 
Figura 103 – Progressão da postura sentada: início (A), meio (B) e final (C)
Postura de pé inclinada para frente (terceira família)
Postura da terceira família, foi desde o início destinada principalmente ao alongamento dos músculos 
posteriores dos membros inferiores. Esse é ainda seu papel, mas a possibilidade de iniciar a postura com 
o apoio das mãos na mesa de tratamento libera a coluna lombar de toda a compressão, permitindo ao 
fisioterapeuta trabalhar com precisão nessa região.
Essa postura possibilita ao fisioterapeuta insistir sobre: as vértebras lombares; as articulações 
sacroilíacas; a pelve; os joelhos e os pés.
100
Unidade II
A) B) 
C) 
Figura 104 – Progressão da postura de pé inclinada para frente: início (A), meio (B) e final (C)
Postura de fechamento do ângulo coxofemoral, braços abduzidos (quarta família)
Única postura da quarta família, é tão completa quanto a postura de abertura do coxofemoral com 
os braços abduzidos. Permite combinar a abdução dos braços com a flexão coxofemoral.
Particularmente, essa postura é eficaz sobre: a nuca; o tórax e a respiração; a coluna dorsal; os 
ombros; os cotovelos e a pronação; os punhos; as mãos; os dedos; a pelve e a região lombar; os quadris; 
os joelhos; os pés e os dedos dos pés.
101
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) 
C) 
Figura 105 – Progressão da postura de fechamento do ângulo coxofemoral, braços abduzidos: início (A), meio (B) e final (C)
 Observação
As posturas de abertura e fechamento do ângulo coxofemoral podem 
ser encontradas, respectivamente, como rã no chão e rã no ar; e a postura 
de pé inclinada para frente, como bailarina.
A RPG é indicada para: problemas morfológicos, como escoliose, joelho varo, joelho valgo, pés 
planos, pés cavos etc.; problemas articulares, como cervicalgia e lombalgia acompanhadas ou não de 
discopatias, que são as patologias mais frequentemente encontradas; problemas pós-traumáticos, pois 
esse tipo de lesão é acompanhado de retrações musculares e limitação de ADM; pacientes neurológicos 
espásticos e patologias respiratórias.
102
Unidade II
As sessões de RPG são individuais. Sua duração, em média, é de 1 hora, compreendendo duas 
posturas. Uma postura de tratamento dura cerca de 30 minutos, entrecortada, é claro, por períodos 
de repouso. A periodicidade é, em geral, uma vez por semana, mas podepassar, sem inconveniente, 
a duas ou três sessões por semana em caso de problemas dolorosos ou de risco evolutivo rápido 
da patologia.
Segundo Souchard (2011b), a alta da terapia deve ocorrer logo que o quadro clínico esteja 
corrigido, a morfologia melhorada e estabilizada. Uma boa terapia deve não somente ser eficaz, 
mas igualmente, na medida do possível, rápida e definitiva. Se esse não é o caso, ela deve ser 
modificada ou substituída.
Portanto, a duração total do tratamento depende da patologia. Por exemplo, um problema de 
dor na coluna vertebral pode ser resolvido em poucas sessões; já para uma escoliose evolutiva de um 
adolescente ou um problema neurológico, pode ser necessário um tempo maior de tratamento.
5.2 Estabilização segmentar da coluna
O termo estabilização nos remete a algo sólido, firme, consolidado, seguro. É exatamente isso o que 
buscamos para que, durante as nossas mais diversas atividades diárias de movimento e funcionalidade, 
não causemos disfunções em nossa coluna.
Alguns autores descrevem a sobreposição das vértebras na coluna como uma pilha de ossos. 
No entanto, para essa pilha permanecer alinhada, móvel, funcional e estável, precisamos de estruturas 
que nos deem solidez, com mobilidade e controle seguro dos movimentos.
Outra importante característica da coluna vertebral são as curvaturas fisiológicas mantidas pelo 
nosso sistema musculoesquelético, que auxiliam na absorção de carga e na realização dos movimentos.
Segundo Panjabi (1992), o sistema estabilizador da coluna vertebral consiste em três subsistemas: o 
subsistema passivo, o subsistema ativo e o subsistema neural.
O subsistema passivo é composto pelas estruturas não contráteis, como as vértebras, os discos 
intervertebrais, as cápsulas e os ligamentos, que mantêm a solidez da estrutura.
Os músculos e seus tendões, adjunto com as forças geradas por eles, formam o subsistema ativo. 
São considerados motores dos movimentos que realizamos.
Completando, temos o subsistema neural, composto por toda a parte sensorial, pela percepção 
e coordenação dos movimentos. Está presente nas estruturas passivas, captando informações sobre 
posicionamento, tensão e compressão, e também nas estruturas ativas, organizando a resposta necessária 
para que tenhamos a adequação dos movimentos.
103
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
Esses subsistemas são interdependentes, ou seja, são didaticamente separados, mas suas funções são 
interligadas e, ao mesmo tempo, dependentes umas das outras. Por exemplo, uma falha na percepção 
(subsistema neural) do posicionamento articular inadequado (subsistema passivo) pode levar a uma 
tensão muscular exagerada (subsistema ativo), gerando dor, desconforto e dificuldade no movimento.
Considerando que necessitaremos estimular ou treinar nosso corpo para termos uma estabilização 
adequada da nossa coluna, nossa atenção se voltará ao subsistema ativo, pois precisaremos desenvolver 
força, resistência e reeducação sensório-motora. Para isso, precisamos entender o papel dos músculos 
estabilizadores do tronco.
Os músculos profundos do tronco têm como função primária a estabilização do tronco, diferentemente 
dos músculos superficiais, que são responsáveis pelos movimentos maiores e mais potentes. Ambos 
trabalham em sinergismo, controlando o movimento, coordenando suas ações e, ao mesmo tempo, 
protegendo a coluna. Quando algum dente dessa complexa engrenagem se quebra, aparecem as 
disfunções, as dores e as lesões.
No treinamento, é necessário começarmos estimulando a reeducação sensório-motora, literalmente 
de dentro para fora, ou seja, pelas camadas musculares mais profundas, para depois estimular as 
superficiais – princípios do core training.
Os músculos do core (também chamado de centro por alguns autores) que farão a estabilização 
local são o transverso abdominal, os multífidos, o diafragma e o assoalho pélvico. Eles formam um 
quadrilátero tridimensional de forças em nosso tronco, sendo a parte superior composta pelo diafragma 
e a inferior pelos músculos do assoalho pélvico. Na parte anterior, circundando o tronco, temos os 
abdominais, e fechando a parte posterior, os paravertebrais, os glúteos e os multífidos. Todos juntos 
fazem a chamada estabilização global.
Lembre-se que precisamos começar pela camada mais profunda dos músculos, que são os 
estabilizadores locais. Alguns comandos básicos são importantes para estimulá-los:
• Diafragma: manter a respiração constante (não realizar apneia/valsalva) durante o exercício. 
No momento de força do exercício, realizar a expiração.
• Assoalho pélvico: no momento de força do exercício, contrair essa região baixa da pelve, como 
se fosse fechar uma porta de elevador.
• Transverso abdominal: no momento de força do exercício, realizada na expiração, murchar a 
barriga, como se fosse levar o umbigo para dentro, em direção à coluna vertebral.
104
Unidade II
A) B) 
Figura 106 – Realização da inspiração (A) e ativação do músculo transverso abdominal durante a expiração (B)
• Multífidos: no momento de força do exercício, realizar um autocrescimento, como se houvesse 
uma força externa tracionando nossa cabeça superiormente. Nesse momento, alinhar a postura e 
ficar mais ereto.
A) B) 
Figura 107 – Ativação dos músculos multífidos
Na ativação dos músculos multífidos, como mostra a figura anterior, devemos manter uma posição 
relaxada e melhorar a postura durante a ativação do músculo. Sabemos da dificuldade de entender o 
que realmente é uma contração dos músculos profundos do tronco, como no transverso abdominal. 
Portanto, é necessário mostrar ao paciente como e onde sentir a contração desse músculo através da 
palpação e praticar somente as respectivas ativações.
105
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) 
Figura 108 – Palpação do músculo transverso abdominal
Na palpação do músculo transverso abdominal, como mostra a figura anterior, devemos deitar 
em decúbito dorsal, colocar as mãos sobre o abdome e estimular a expiração, murchando a barriga. 
Utilizando nosso segundo e terceiro dedos, localizamos a espinha ilíaca anterossuperior, deslizamos 
os dedos descendo cerca de 3 a 4 centímetros inferiormente e mais 3 a 4 centímetros medialmente. 
Notaremos que estará lateralmente ao músculo reto do abdome. Durante a expiração, murchando 
bem a barriga, a região palpada ficará tensa, dando uma sensação de firmeza à palpação – essa é 
a contração do transverso abdominal.
Iniciaremos, agora, com exercícios mais simples, em cadeia cinética fechada, com o paciente em 
decúbito dorsal, flexão dos membros inferiores e os braços ao longo do tronco. Em estágios posteriores, 
mais avançados, evoluiremos para a cadeia cinética aberta, superfícies instáveis, exercícios unilaterais e 
com carga.
Devemos lembrar ao paciente que, no início, a sincronia das contrações dos músculos profundos 
associada aos exercícios ainda simples será sua maior dificuldade. A execução incorreta e não coordenada 
dessas contrações inviabiliza a progressão para exercícios mais complexos, evitando o risco de lesão e/
ou o aumento da dor.
Mostraremos, a seguir, algumas sugestões de exercícios para estabilização segmentar do tronco ou 
de estímulos ao core. Para que tenhamos a estabilização, são necessárias as contrações dos músculos 
profundos do tronco, como citado, simultaneamente à realização dos exercícios. Esses poderão ser 
realizados em contrações isométricas no início e posteriormente de forma isotônica.
Nas imagens a seguir, o modelo está usando uma meia com solado antiderrapante, mas os exercícios 
podem ser realizados descalço ou de tênis.
106
Unidade II
A) 
B) 
Figura 109 – Exercício da prancha: apoio proximal ou nos joelhos (A), 
mais fácil; apoio distal ou nos pés (B), mais difícil
A) 
B) 
Figura 110 – Exercício da prancha com apoio lateral (direita e esquerda)
107
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) 
B) 
Figura 111 – Exercício de extensão do tronco: com membros inferiores apoiados (A); 
sem apoio dos membros inferiores (B)
A) 
B) 
Figura112 – Exercício de ponte: extensão dos quadris com os pés apoiados no tablado (A); extensão dos 
quadris com um pé apoiado e outro membro em elevação e extensão do joelho ou ponte unilateral (B)
108
Unidade II
Figura 113 – Exercício abdominal com flexão bilateral dos quadris e extensão dos joelhos
A) 
B) 
C) 
Figura 114 – Exercício abdominal com os braços estendidos à frente
109
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) 
B) 
Figura 115 – Exercício abdominal com os braços cruzados no peito
A) 
B) 
Figura 116 – Exercício de extensão unilateral do quadril e do joelho, partindo de quatro apoios
110
Unidade II
A) 
B) 
Figura 117 – Exercício de flexão unilateral do ombro, partindo de quatro apoios
5.3 Pilates
Neste tópico, tentaremos oferecer uma noção geral do método pilates, seus princípios e conceitos, 
motivo pelo qual o torna mais uma ferramenta de tratamento ou cuidado com a coluna e o coloca no 
grupo de técnicas listadas neste livro-texto.
Atualmente, as pessoas buscam cada vez mais cuidados com a saúde, sendo a atividade física um 
dos pilares mais importantes e necessários. O método pilates vai além de uma técnica de exercícios para 
a coluna; é um trabalho de condicionamento global com alguns conceitos e princípios fundamentais 
para a prática dos exercícios, os quais o diferenciam de outros métodos.
Desenvolvido pelo alemão Joseph Hubertus Pilates (1880-1967), o método pilates foi chamado 
inicialmente de contrologia, devido ao tão enfatizado controle durante os seus exercícios, combinando 
tradições orientais e ocidentais.
Joseph Pilates foi uma criança com muitos problemas de saúde, sofria de raquitismo e asma e teve 
febre reumática. Devido a esse histórico, sempre realizou atividade física. Além de praticar natação, 
mergulho, ginástica olímpica e esqui, foi artista de circo, até chegar ao boxe.
Já na Inglaterra, Joseph Pilates se tornou lutador oficial de boxe e professor de artes marciais de 
autodefesa. Com o estouro da Primeira Guerra Mundial, sua nacionalidade alemã fez com que ele fosse 
considerado um inimigo estrangeiro (termo usado na época), e foi preso.
111
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
Confinado, Joseph Pilates dedicou boa parte do tempo trabalhando como auxiliar em um hospital, 
cuidando de pessoas enfermas, debilitadas e/ou mutiladas pela guerra.
Graças aos conhecimentos adquiridos com as atividades físicas que já havia realizado, Joseph Pilates, 
que sofria então com a escassez de materiais, começou a improvisar para ajudar seus pacientes a fazerem 
alguns exercícios. Um dos materiais utilizados eram as molas dos colchões velhos, que ganharam nova 
utilidade, passando a se tornar resistência para a realização dos exercícios.
Joseph começou a perceber que as pessoas que realizavam suas séries de exercícios se recuperavam 
de forma mais rápida e melhor que as outras que não realizavam. Assim, percebeu que algo muito 
interessante acontecia ali. Mal sabia ele que, de uma forma totalmente empírica, nascia um método que 
ganharia notoriedade no mundo todo.
Com o final da Guerra, Joseph foi pioneiro nos trabalhos de condicionamento físico, o que chamou a 
atenção do governo alemão. Para rejeitar o convite para treinar no exército de seu país, Joseph mudou-se 
para os Estados Unidos, casou-se com uma enfermeira e começou a desenvolver o método em Nova York.
Inicialmente, o método era voltado para bailarinos, com o cuidado e a reabilitação de profissionais 
de grandes escolas de dança. Posteriormente, ganhou espaço em toda a sociedade.
Joseph defende a tese do controle e harmonia da mente, do corpo e do espírito. Nesse método, 
o praticante aprende a observar, sentir e conhecer o próprio corpo. O método pilates se destaca e 
diferencia-se dos outros pelos princípios e conceitos criados por Joseph. Entre esses princípios, estão a 
respiração, o controle, a precisão, a fluidez, o alinhamento, a concentração, a calma e a centralização 
(centro de força ou power house).
A respiração, que em outros métodos, muitas vezes, não é lembrada, no pilates exige muita atenção e 
coordenação para que seja realizada de maneira precisa. Deve ser feita de forma tridimensional: o tórax 
expande nas três direções. O paciente ou aluno de pilates, como é comumente chamado, terá que ser 
treinado e estimulado a coordenar todos os princípios do método na execução dos exercícios. Deverá, 
portanto, realizar uma respiração calma e contínua, enfatizando o tempo de expiração, pois é nessa fase 
que são realizados os movimentos sincronizados com a ativação do restante do power house.
O chamado power house (casa de força), ou simplesmente centro ou core, nada mais é que o 
quadrilátero tridimensional de músculos da região central do nosso corpo, formado pelo diafragma 
(teto da casa), pelo assoalho pélvico (assoalho da casa), pelos multífidos (parede posterior da casa) e pelo 
transverso do abdome (parede anterior e transversalmente lateral da casa).
 Lembrete
Os músculos do core (ou centro) que fazem a estabilização local são 
o transverso abdominal, os multífidos, o diafragma e o assoalho pélvico. 
Juntos, formam um quadrilátero tridimensional de forças em nosso tronco.
112
Unidade II
O músculo transverso do abdome é, sem dúvida, de suma importância no controle do aumento da 
pressão intra-abdominal. Sua ativação durante os exercícios requer muita atenção, uma vez que ele 
não realiza nenhum movimento visível. Para que o paciente ou aluno se familiarize com esse músculo, 
é necessário mostrá-lo, palpá-lo e entender seu funcionamento em conjunto com a respiração e os 
exercícios posteriormente.
Os exercícios deverão ser realizados de maneira calma e precisa, sincronizando todos os princípios do 
método com os movimentos do exercício que será realizado.
Então, começaremos com o paciente em decúbito dorsal, com flexão dos quadris e joelhos, os 
braços ao longo do corpo e relaxados. Observaremos o padrão respiratório do paciente, lembrando que 
devemos estimular o padrão respiratório misto, o mais equilibrado entre o padrão apical ou torácico e 
o diafragmático. Assim que os princípios estiverem treinados e sincronizados, realizaremos os exercícios 
educativos para o método.
Deve-se lembrar ao paciente que o esforço do exercício será realizado no momento da sua expiração; 
portanto, ele será estimulado para que aumente esse tempo expiratório, sincronizando com a contração 
de todo o power house.
Nas figuras a seguir, o paciente está usando uma meia com solado antiderrapante, também chamada 
de sapatilha de pilates, indicada para a prática desse método.
A) 
B) 
Figura 118 – Exercício educativo para membros inferiores, com flexão do quadril e flexão do joelho
No exercício educativo para membros inferiores com flexão do quadril e do joelho, como mostra 
a figura anterior, o paciente inicia parado, sem movimento, e realiza a inspiração tridimensional com 
calma. Durante a realização da flexão do quadril, que é o momento de força do exercício, ele realiza a 
113
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
expiração simultaneamente com as outras contrações do power house. Portanto, durante todo o arco 
de movimento de flexão do quadril, é necessário expirar e ativar o power house. Repetimos o ciclo no 
retorno do movimento.
A) 
B) 
Figura 119 – Exercício educativo para membros superiores, com flexão de ombro com cotovelo em extensão
No exercício educativo para membros superiores com flexão de ombro com cotovelo em extensão, 
como mostra a figura anterior, o paciente também inicia sem movimento, realizando a inspiração 
tridimensional com calma. Durante a realização da flexão do ombro, que é o momento de força do 
exercício, ele realiza a expiração simultaneamente com as outras contrações do power house. Portanto, 
durante todo o arco de movimento de flexão do ombro, é necessário expirar e ativar o power house.
Agora que o paciente ou aluno de pilates consegue associar a respiração com as contrações dos 
músculos do centro, ele está apto a realizar o método e usufruir de todos os seus benefícios.O método pilates divide seus exercícios em solo, ou mat pilates, e pilates em estúdio, ou com 
aparelhos. Ambos seguem os mesmos conceitos e princípios de seu criador, sendo realizados de forma 
lenta e precisa. A respiração é realizada constantemente, e o esforço é feito durante a expiração, 
simultaneamente com as contrações do power house.
5.3.1 Mat pilates ou pilates solo
O mat pilates é mais popular devido ao seu custo inferior e à praticidade em realizá-lo. Com alguns 
equipamentos simples, como um colchonete, uma bola e uma banda elástica, já é possível praticá-lo. 
O uso da bola no pilates, também chamada de bola suíça ou bola bobath, faz com que os exercícios se 
tornem mais instáveis. Por isso, o controle e a precisão são muito importantes.
A resistência nos exercícios do mat pilates é o próprio peso corporal contra a ação da gravidade, a 
banda elástica ou outro equipamento, quando utilizado. Toda essa praticidade fez com que esse tipo de 
pilates ganhasse muito espaço no mundo fitness, sendo realizado em aulas com alguns alunos e apenas 
um professor ou instrutor.
114
Unidade II
A) B) 
C) 
Figura 120 – Equipamentos para mat pilates ou pilates solo: colchonete ou tapete de EVA, 
bola suíça, banda elástica, aro flexível e rolo de espuma rígida
Mostraremos, a seguir, algumas sugestões de exercícios do mat pilates ou pilates solo.
115
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) 
Figura 121 – Exercício de abdução do ombro em diagonal
A) B) 
Figura 122 – Exercício abdominal com flexão e extensão alternadas dos membros inferiores
116
Unidade II
A) B) 
Figura 123 – Exercício abdominal no rolo rígido com auxílio do membro superior
A) B) 
C) 
Figura 124 – Exercício abdominal inferior, com flexão e extensão dos quadris 
e joelhos e adutores dos quadris com o uso da bola suíça
117
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) 
Figura 125 – Alongamento de cadeia posterior do membro inferior com auxílio 
da banda elástica e fortalecimento dos extensores do joelho contralateral
Figura 126 – Exercício de ponte unilateral com membro inferior em extensão na bola suíça
118
Unidade II
5.3.2 Pilates em estúdio ou pilates com aparelhos
O pilates com aparelhos ou em estúdio é composto por quatro grandes aparelhos: cadillac, reformer, 
chair ou cadeira e ladder barrel. Cada um deles vem acompanhado de alguns equipamentos específicos, 
como kit de molas, caixas para serem acopladas ao aparelho, cintos, alças e pegadores. Além disso, 
normalmente se mantém um espaço no estúdio para a realização de exercícios de mat pilates. Essa 
estrutura comporta até um aluno por aparelho, ou seja, no máximo quatro alunos com um professor ou 
instrutor por aula.
A) 
B) C) 
Figura 127 – Cadillac e seus acessórios (trapézio, alças, caixa e molas longas e curtas)
119
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) 
B) 
C) 
Figura 128 – Reformer e seus acessórios (caixa, molas longas e curtas)
120
Unidade II
A) B) 
Figura 129 – Chair ou cadeira e seus acessórios (barras de apoio lateral e molas)
A) B) 
Figura 130 – Barrel ou ladder barrel
121
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
O uso dos aparelhos diversifica a terapia com muito mais opções de exercícios. As molas normalmente 
geram a resistência para os exercícios, as quais apresentam tamanhos e tensões diferentes. Em alguns 
casos, a força da mola auxilia na execução do movimento, tracionando o aluno ou facilitando o controle 
do movimento.
Agora, mostraremos algumas opções de exercícios no método pilates com aparelhos ou em estúdio. 
Lembre-se de que a sincronia dos movimentos, associada com a respiração e a contração do power 
house, acontece da mesma maneira nos dois tipos de pilates.
A) B) 
Figura 131 – Cadillac: exercício de ponte com apoio bilateral no trapézio (instabilidade)
A) B) 
Figura 132 – Cadillac: exercício de ponte com apoio unilateral no trapézio (instabilidade)
122
Unidade II
A) B) 
Figura 133 – Cadillac: exercício de fortalecimento dos membros superiores 
 contra a resistência das molas, sem apoio dos membros inferiores
A) B) 
Figura 134 – Cadillac: exercício aéreo de fortalecimento dos membros superiores, 
com apoio dos membros inferiores nas alças
A) B) 
Figura 135 – Cadillac: exercício de alongamento do tronco e da 
cadeia posterior na barra fixa, com auxílio do rolo rígido
123
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) 
Figura 136 – Cadillac: exercício de fortalecimento dos 
membros inferiores contra a resistência das molas na barra fixa
A) B) 
Figura 137 – Cadillac: exercício de fortalecimento abdominal e 
dos membros inferiores, com auxílio dos membros superiores na barra fixa
A) B) 
Figura 138 – Reformer: exercício de fortalecimento dos 
membros inferiores contra a resistência das molas
124
Unidade II
A) B) 
Figura 139 – Reformer: exercício de fortalecimento dos membros superiores, 
com auxílio das alças nas cordas, contra a resistência das molas
A) B) 
Figura 140 – Reformer: exercício de fortalecimento abdominal, 
com auxílio dos membros superiores, contra a resistência das molas
A) B) 
Figura 141 – Reformer: exercício de pé, de alongamento 
dos membros inferiores, com auxílio das molas
125
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) 
C) D) 
Figura 142 – Chair ou cadeira: exercício de fortalecimento dos 
membros inferiores, com apoios das mãos nas barras laterais (vista anterior e vista lateral)
126
Unidade II
A) B) 
Figura 143 – Chair ou cadeira: alongamento lateral do tronco, 
com apoio da mão no pedal e com auxílio das molas
A) B) 
127
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
C) D) 
Figura 144 – Chair ou cadeira: fortalecimento dos membros inferiores, com e sem auxílio dos membros 
superiores na barra lateral (neste exercício, as molas auxiliam a subida na cadeira, impulsionando o aluno)
A) B) 
Figura 145 – Ladder barrel: fortalecimento abdominal, com apoio dos pés nos degraus
128
Unidade II
A) B) 
Figura 146 – Ladder barrel: fortalecimento dos adutores do quadril, impulsionando o tronco, 
até que se forme um vão entre o aluno e o barrel, com auxílio dos membros superiores
Figura 147 – Ladder barrel: alongamento dos 
extensores do tronco, sem apoio dos membros
129
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
6 EXERCÍCIOS COM BOLA SUÍÇA: VARIAÇÕES DE EXERCÍCIOS DE MOBILIZAÇÃO, 
ALONGAMENTO E FORTALECIMENTO
A bola é, sem dúvida, um dos brinquedos mais antigos e populares do mundo. Os primeiros relatos 
dizem que ela era de bambu e surgiu há mais de 6500 anos no Japão.
Esse instrumento fascina todas as idades, trazendo lembranças agradáveis da infância, assim como 
brincadeiras, jogos e esportes.
Não se sabe ao certo quem foi o precursor da utilização da bola suíça em tratamentos de reabilitação. 
Desde meados de 1950, a bola vem sendo usada na fisioterapia, e foi introduzida por Berta e Karel 
Bobath na fisioterapia neurológica. A partir daí, passou a ser chamada de bola bobath.
Em meados de 1960, surgiu o conceito de cinética funcional com o uso de bolas por Susanne 
Klein-Vogelbach, dando mais notoriedade ao instrumento. Após seu livro ter sido traduzido para o inglês 
em 1990 – inicialmente publicado na Alemanha, em 1981 –, ganhou popularidade no mundo todo.
Hoje, a bola suíça é utilizada na fisioterapia, na educação física e em diversas áreas e técnicas. Muita 
conhecida e popular, a bola oferece inúmeras possibilidades de exercícios.
Os exercícios na bola suíça são desafiadores e estimulam o paciente. É utilizada, na maioria das 
vezes, para gerar instabilidade no movimento durante a realização de algum exercício. Porém, também 
pode ser usada como apoio para o paciente e para o terapeuta, dividindo a tarefa.
Devemos ter alguns cuidados na utilização da bola, como ter um solo firme, antiderrapante e limpo 
para que não escorregue. Cabelos longos devem ser presos, evitando que entrem por baixo da bola e 
gerem algum acidente. É necessário estar perto do paciente, caso precise do nosso suporte.
O contato da bola com o solo, somado aos pontos corporais do paciente também em contato com o 
solo, formaa base de suporte para os exercícios com bola. Uma forma de facilitar o exercício é aumentar 
a base de suporte. Também para dificultar, podemos diminuir essa base.
Sua utilização com uma calibragem menor, ou seja, murcha, aumenta a área de contato com o 
solo maior, o que também facilita o exercício. Já com a calibragem maior, mais cheia, diminui a área de 
contato com o solo, dificultando o exercício.
Alguns pacientes com lesões neurológicas, crianças, idosos e pessoas com dor, limitações de 
movimentos ou déficit de equilíbrio podem ter medo de ficar na bola. Nesses casos, são usados calços, 
diminuindo assim sua mobilidade e facilitando a realização do exercício. Em casos mais graves, podemos 
usar o fisio roll ou bola feijão, uma bola ovalizada que diminui a instabilidade para um dos lados, 
gerando uma base de suporte maior e facilitando, portanto, o exercício.
130
Unidade II
Figura 148 – Fisio roll ou feijão aumenta a estabilidade laterolateral para os exercícios
As bolas são encontradas no mercado com diversos tamanhos, variando de 45 a 85 centímetros de 
diâmetro, sendo as mais utilizadas as de 55 a 75 centímetros. As cores variam de marca para marca, 
seguindo uma lógica de tamanho.
São raros os acidentes com as bolas, uma vez que suportam mais de 200 quilos. Porém, situações 
como guardar a bola murcha podem vincar e danificar a borracha, assim como produtos abrasivos 
podem danificá-la na limpeza ao longo do tempo. Seu bico de plástico rígido também pode ressecar ao 
longo do tempo e terá que ser substituído. Deve-se tomar cuidado para que o bico não fique em contato 
direto com o paciente, pois pode causar algum desconforto com a pressão e até mesmo lesão na pele.
Boa parte das bolas tem, ao longo da sua circunferência, algumas estrias. Estas servem para dar 
direção ao movimento. Portanto, sempre devemos utilizar as estrias na direção que a bola vai rolar.
A) B) 
Figura 149 – Fisio roll, estrias no sentido do rolamento da bola (A); estrias e bico de plástico rígido (B)
131
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
Atualmente, a bola suíça vem sendo utilizada em praticamente todas as áreas da fisioterapia, 
dependendo apenas das condições do paciente para o seu uso. Por isso, vamos mostrar aqui algumas 
possibilidades e variações de exercícios.
6.1 Exercícios de mobilização
A seguir, apresentaremos algumas sugestões de exercícios de mobilização utilizando a bola suíça.
A) B) 
C) D) 
Figura 150 – Mobilizações em inclinação lateral do tronco (bilateral)
132
Unidade II
A) B) 
Figura 151 – Mobilização em flexão do tronco, rolando a bola
A) B) 
Figura 152 – Mobilização em flexão do ombro e do tronco, rolando a bola
133
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) 
C) 
Figura 153 – Mobilizações em rotações do tronco (bilateral), com auxílio do bastão
6.2 Exercícios de alongamento
Agora, mostraremos algumas sugestões de exercícios de alongamento utilizando a bola suíça.
134
Unidade II
A) B) 
Figura 154 – Alongamento dos flexores do tronco com braços estendidos, rolando a bola
A) B) 
Figura 155 – Alongamento dos flexores laterais do tronco com braços estendidos, rolando a bola
135
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) 
Figura 156 – Alongamento dos extensores do tronco, com apoio dos membros, rolando a bola
6.3 Exercícios de fortalecimento
Mostraremos, por fim, algumas sugestões de exercícios de fortalecimento utilizando a bola suíça.
A) B) 
Figura 157 – Fortalecimento abdominal deitando na bola
136
Unidade II
A) 
B) 
Figura 158 – Fortalecimento dos oblíquos abdominais, com apoio dos membros inferiores na bola
137
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) 
C) 
Figura 159 – Fortalecimento abdominal deitando e rolando a bola 
com os membros inferiores, com o quadril em elevação
A) B) 
Figura 160 – Fortalecimento dos extensores do tronco e dos quadris, com apoio das mãos
138
Unidade II
A) B) 
C) 
Figura 161 – Fortalecimento dos extensores e rotadores do tronco, 
extensores e flexores dos quadris (bilateral), com apoio das mãos
139
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) 
Figura 162 – Exercício de ponte com os membros inferiores estendidos
A) B) 
Figura 163 – Exercício de ponte com flexão dos joelhos
A) B) 
Figura 164 – Exercício de ponte com apoio unilateral, com os joelhos estendidos
140
Unidade II
A) B) 
C) 
Figura 165 – Fortalecimento dos membros inferiores com agachamento
141
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) 
Figura 166 – Fortalecimento dos extensores dos joelhos e flexores dos quadris
A) B) 
Figura 167 – Fortalecimento peitoral com flexão de braços, com apoio das mãos no chão e joelhos estendidos
A) B) 
Figura 168 – Fortalecimento peitoral com flexão de braços, com apoio das mãos na bola e apoio dos pés no chão
142
Unidade II
A) B) 
C) 
Figura 169 – Fortalecimento dos flexores do ombro com cotovelos estendidos
 Lembrete
São necessários alguns cuidados na utilização da bola suíça, como: 
garantir que o solo seja firme, antiderrapante e limpo para que não 
escorregue; manter os cabelos presos, se forem longos, evitando que entrem 
por baixo da bola e gerem algum acidente; e estar perto do paciente, pois 
ele pode precisar de suporte.
7 EXERCÍCIOS AERÓBICOS
Os exercícios considerados aeróbicos são aqueles que aumentam a frequência cardíaca e o 
consumo de oxigênio através de contrações repetidas de grandes grupos musculares, mantidas por 
um tempo prolongado.
Kenneth Cooper é considerado, por muitos autores, como o pai dos exercícios aeróbicos. Cooper 
(1982) já dizia que esses exercícios melhoram ou aumentam o preparo físico, ou condicionamento físico, 
ou resistência à fadiga, ou, ainda, o condicionamento cardiorrespiratório.
Portanto, são considerados exercícios aeróbicos atividades como caminhar, correr, pedalar, nadar, 
dançar, patinar ou mesmo atividades com pesos, desde que consigamos atingir grandes grupos 
musculares por um tempo prolongado. Graduaremos adiante o tempo de duração do exercício.
143
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
 A) B) 
Figura 170 – Correndo na esteira (A); pedalando na bicicleta ergométrica (B)
Independentemente da nomenclatura utilizada, os exercícios aeróbios vão melhorar essas funções 
devido à melhoria da eficiência cardiovascular, fazendo com que a médio ou longo prazo seja desenvolvida 
uma maior capacidade de suportar o exercício.
 Saiba mais
O Professor Kenneth H. Cooper, mais conhecido como Dr. Cooper, foi 
um dos precursores dos exercícios aeróbicos, trabalhando com treinamento 
para astronautas nos Estados Unidos. Leia sua obra traduzida:
COOPER, K. H. O programa aeróbico para bem-estar total. 4. ed. Rio de 
Janeiro: Nórdica, 1982.
A grosso modo, para que tenhamos energia para suportar esses exercícios, utilizaremos glicogênio, 
gorduras, proteínas, além da adenosina trifosfato (ATP) como sistemas energéticos.
Com a prática do exercício, teremos um aumento rápido no consumo de energia, e serão necessários 
rápidos ajustes circulatórios para dar conta da demanda de oxigênio e nutrientes, assim como para 
retirar produtos finais do metabolismo, como CO2 e ácido lático, e dissipar o excesso de calor.
Com isso, acontecerão algumas respostas fisiológicas no organismo, que podem ser consideradas 
como benefícios desse tipo de exercício. No sistema cardiovascular, ocorrem o aumento da frequência cardíaca, 
do débito cardíaco e, inicialmente ainda descondicionado, o aumento da pressão arterial, que, com a 
melhora do condicionamento, tende a estabilizar e, posteriormente, diminuir.
144
Unidade II
No sistema respiratório, ocorre o aumento da frequência respiratória, de seus volumes e suas capacidades.
Já no sistema musculoesquelético, são aumentadas a resistência, a força e a capacidade de 
contratilidade muscular, além do ganho secundário de massa óssea.
O sistema nervoso responde com o aumento da condução e velocidade dos impulsos nervosos e a 
melhora da sensibilidade dos receptores nervosos, além dos efeitos psicológico na melhora da atenção e 
do controle mental, motivos pelos quais osexercícios aeróbicos vêm sendo muito indicados na geriatria 
no tratamento de demências como o Alzheimer.
Ainda temos os benefícios metabólicos, como o aumento da produção de energia e de enzimas e na 
produção hormonal, causando sensação de prazer e bem-estar após o término do exercício.
7.1 Princípios do treinamento aeróbico
Para enfim chegarmos ao treino aeróbico efetivo e seguro, que realmente melhore nossa função 
cardiovascular e resistência à fadiga, precisamos observar alguns princípios fundamentais para o sucesso 
do treinamento: intensidade, duração, frequência, modalidade e reversibilidade.
A intensidade talvez seja um dos critérios mais importantes no treinamento, para que não tenhamos 
a impressão de que estamos treinando abaixo do necessário para gerar um estímulo de sobrecarga ou 
acima do que suportamos, o que geraria risco ao paciente.
Sobrecarga nada mais é que um estímulo maior do que o indivíduo já está habituado a ter para 
realizar suas atividades do dia a dia, incluindo um treinamento já existente, porém não efetivo. Com a 
sobrecarga, vamos gerar uma cascata de efeitos benéficos, citados anteriormente, e que, ao ser mantida 
por cerca de duas semanas, faz com que o organismo gere uma adaptação a esse novo e maior estímulo, 
a sobrecarga. Assim que essa adaptação acontece, novamente reprogramamos o treinamento para gerar 
uma nova sobrecarga, para que em aproximadamente duas semanas aconteça uma nova adaptação e, 
assim, possamos progredir com a melhora do condicionamento físico.
Uma referência do nível de esforço que o paciente está fazendo será a frequência cardíaca. 
Essa também será uma base para calcularmos e mensurarmos a intensidade do exercício.
7.2 Determinação da frequência cardíaca máxima e da frequência cardíaca do 
exercício (fórmula de Karvonen)
Inicialmente, calcularemos a frequência cardíaca máxima (FCentímetrosáx), que é bem simples e 
já serve como base para chegarmos à intensidade adequada. Subtrairemos a idade do indivíduo de 
um número base e fixo, que é 220. Porém, levar em consideração apenas a idade como diferencial 
para calcular a intensidade do treino não parece seguro nem efetivo. Alguns indivíduos mais velhos 
apresentam um condicionamento físico melhor que outros mais jovens, o que já nos deixa a dúvida 
quanto a usarmos apenas essa referência.
145
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
Calcularemos, então, a frequência cardíaca de reserva (FCres), que é a diferença da frequência cardíaca 
máxima e a frequência cardíaca de repouso (FC máxima - FC repouso). Essa frequência cardíaca de 
reserva será também utilizada na fórmula de Karvonen, na qual calcularemos a frequência cardíaca 
de treinamento (FCt).
Para montar a fórmula de Karvonen ou calcular a frequência cardíaca de treinamento, usaremos um 
percentual da frequência cardíaca máxima e da frequência em repouso do indivíduo, o que nos dará 
um resultado mais confiável e seguro para o nosso treinamento.
O percentual que usaremos varia de acordo com o nível de aptidão física do indivíduo, a 
idade, o histórico clínico ou exames previamente realizados, como o teste ergométrico ou, ainda, 
ergoespirométrico. Esses são testes de sobrecarga realizados por cardiologistas, nos quais o indivíduo 
é levado ao máximo de esforço que suporta, sendo monitorado constantemente, a fim de comprovar 
objetivamente qual a sua frequência cárdica máxima no esforço e, a partir daí, extrair um percentual 
seguro para o seu treinamento.
Esse percentual é considerado para alguns autores como uma margem de segurança, uma vez que 
usaremos uma fração ou parte da frequência cardíaca máxima do paciente, fazendo com que o nosso 
cálculo seja mais efetivo e, ao mesmo tempo, seguro.
Muitos autores convergem para a utilização de um percentual da frequência cardíaca máxima, 
sendo em torno de 40% a 60% para indivíduos com alguma alteração cardiorrespiratória, 50% a 70% 
para idosos saudáveis, 70% a 85% para adultos jovens saudáveis e 85% a 95% para atletas. Em média, 
usamos em torno de 60% a 70% para iniciarmos o programa com pessoas saudáveis.
Vamos descrever a fórmula:
Frequência cardíaca de treinamento = FC repouso + % (FC reserva)
FCt = FCrep + % (FCentímetrosáx - FCrep)
No exemplo de aplicação a seguir, simularemos o cálculo num caso clínico para praticar.
Exemplo de aplicação
O paciente L. C. C., do sexo masculino, 30 anos, praticante de atividade física três vezes por semana, sem 
histórico de patologia cardíaca nem histórico familiar, possui frequência cardíaca de repouso de 60 bpm. 
Calcule a sua frequência cardíaca de treinamento.
Dados
Idade = 30 anos
Frequência cardíaca em repouso: 60 bpm
146
Unidade II
FC máxima: FC máx = (220 - idade); 220 - 30 = 190 bpm
FC reserva: FCres: (FCentímetrosáx - FCrep); 190 - 60 = 130 bpm
% FC máxima: 70%
Montagem da fórmula
Frequência cardíaca de treinamento = FC repouso + % (FC reserva)
FCt = FCrep + % (FCentímetrosáx - FCrep)
FCt = 60 bpm + 70% (190 bpm - 60 bpm)
FCt = 60 + 0,7 (190 - 60)
FCt = 60 + 0,7 (130)
FCt = 60 + 91
FCt = 151 bpm
Conclusão: para o paciente L. C. C., sua frequência cardíaca de treinamento será de 151 bpm.
Esse número que encontramos no exemplo com o cálculo do Karvonen nos mostra qual é a frequência 
de treinamento ideal. No entanto, durante o treinamento, a frequência pode ficar abaixo desse nível, 
sendo necessário aumentar a dificuldade do exercício utilizando qualquer recurso que faça a frequência 
cardíaca subir – como aumentar a velocidade da caminhada ou corrida, aumentar a inclinação da 
esteira, adicionar movimentos secundários com os membros superiores ou adicionar carga.
Outra situação que pode acontecer é a de ultrapassar o limite calculado, ou seja, o exercício requer 
mais esforço do paciente do que consideramos seguro para esse momento. A conduta ideal nessa situação 
é baixar a intensidade do exercício. Podemos simplesmente diminuir a velocidade da caminhada ou 
corrida, diminuir a inclinação da esteira, diminuir a carga ou adotar qualquer outra medida que facilite 
o exercício.
 Observação
O paciente L. C. C. iniciará suas atividades com a frequência cardíaca de 
treinamento calculada anteriormente com 70% FCentímetrosáx. Porém, com 
a adaptação e a melhora do seu condicionamento, poderemos aumentar o 
percentual para um novo cálculo e progredir com o seu treinamento.
147
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
Além da intensidade, outros princípios importantes para definirmos são a duração e a frequência do 
exercício. É recomendado realizar exercícios aeróbicos por ao menos 30 minutos por dia, durante cinco 
vezes na semana. Alguns autores já comentam que devem ser seis dias na semana para um melhor 
condicionamento.
Outro princípio é a modalidade escolhida, sendo fundamental o cumprimento dos critérios citados 
anteriormente para que seja considerado exercício aeróbico. O gosto e a preferência do paciente devem 
ser levados em consideração para que tenhamos uma melhor adesão ao programa de treinamento.
Para finalizar, destacamos o princípio da reversibilidade, ou perdas com a interrupção do 
treinamento. Especialistas dizem que uma pausa maior que uma semana na atividade já provoca perdas 
no condicionamento.
Exemplo de aplicação
Calcule sua frequência cardíaca de treinamento para ser mais efetivo no seu próprio treinamento 
aeróbico. Afira sua frequência cardíaca em repouso, logo que acordar e ainda deitado; use sua idade e 
as informações passadas no livro-texto e calcule.
7.3 Organização de um programa de condicionamento aeróbico: aquecimento, 
condicionamento e resfriamento
Um bom programa de condicionamento aeróbico deve conter três etapas: aquecimento, 
condicionamento e resfriamento.
Na primeira etapa, é necessário aquecer os músculos e as articulações para a atividade que será 
realizada. Além disso, esse período serve para que já comecemos a aumentar a frequência cardíaca, 
preparando nossa bomba cardíaca para a próxima etapa, na qual será bem exigida.
Os exercícios de aquecimento devem seguir uma ordemlógica, em que a intensidade não pode ser 
maior que a da próxima etapa, que é o condicionamento. Usaremos uma pequena parte do tempo, 
aproximadamente os primeiros minutos. Serão realizadas caminhadas ou corridas lentas, mobilizações 
ou movimentos corporais ativos livres, alongamentos dinâmicos, entre outros.
O período do condicionamento deve compor a maior parte do tempo da atividade. Considerando 
que o período total dessa atividade será de 30 minutos, realizaremos esse período por aproximadamente 
20 minutos, restando outros 5 minutos para o resfriamento.
É no período do condicionamento que devemos atingir a nossa frequência cardíaca de treinamento – 
calculada anteriormente – e treinar o mais próximo dela possível. Será o momento de maior dificuldade 
da atividade. Estimularemos ao máximo para manter o ritmo e a frequência adequada. Serão realizadas 
caminhadas ou corridas mais intensas, treinos contínuos ou intervalados, ou, ainda, circuitos intervalados.
148
Unidade II
Já no período final de resfriamento ou relaxamento, devemos diminuir a intensidade da atividade e 
voltar a realizar exercícios mais fáceis, que nos estimulem menos, mantendo nossa frequência cardíaca 
com menores valores. Isso vai durar em torno de 5 minutos, como citado. Serão realizados movimentos 
corporais mais lentos, caminhadas lentas, alongamentos estáticos e exercícios de relaxamento.
8 EXERCÍCIOS NAS DISFUNÇÕES VASCULARES
O sistema circulatório é um sistema tubular fechado onde circula o sangue; começa e termina com 
uma bomba muscular formada por quatro câmaras – o coração. Esse sistema também é chamado de 
sistema de suprimento. Graças a ele, todas as células do nosso corpo recebem oxigênio, nutrientes e 
metabólicos, através de um sistema arterial, venoso e linfático.
O sistema vascular periférico nada mais é que um labirinto muito organizado de artérias e veias 
que se espalha por todo o nosso corpo, levando e trazendo sangue para a bomba cardíaca. Esse sistema 
se divide em arterial e venoso. Alguns autores incluem um terceiro sistema, o linfático. Este auxilia o 
venoso na captação e condução de metabólicos dos tecidos, excesso de fluido extracelular, além de ter 
a função de defesa contra agentes patogênicos.
Com o passar dos anos, maus hábitos de vida, predisposições genéticas e patologias podem levar a 
algum comprometimento de alguma dessas estruturas e prejudicar o fluxo normal do sangue.
8.1 Doenças arteriais
Nas patologias de sistema arterial periférico, a preocupação é com a chegada insuficiente do 
sangue, pela diminuição da luz da artéria ou, ainda pior, pela formação de trombos. Ambos impedirão 
ou diminuirão a passagem do sangue, causando danos e até a morte dos tecidos que estiverem à frente 
da lesão.
Alguns fatores de risco estão associados à insuficiência arterial, como o tabagismo, a diabetes, a 
hipercolesterolemia e a hipertensão arterial sistêmica, que podem predispor a patologias do sistema 
circulatório e devem ser combatidos e controlados ao máximo.
Doença arterial oclusiva aguda
A doença arterial oclusiva aguda é normalmente gerada por uma trombose arterial ou embolismo. 
É a mais comum das doenças arteriais oclusivas. O motivo da oclusão é um trombo ou êmbolo que 
migrou de uma região mais proximal.
Seu início é abrupto, com sintomas como dor, palidez e falta de pulso. Se a isquemia progredir, 
podem aparecer parestesia, perda de sensibilidade e até comprometimento da função motora, paralisia 
e gangrena.
É uma patologia considerada de urgência médica, muitas vezes requerendo intervenção cirúrgica ou 
administração de heparina intravenosa imediata, evitando o aumento do trombo.
149
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
O tratamento fisioterapêutico é contraindicado devido ao risco de provocar a soltura do trombo ou 
acelerar o processo de hipóxia tecidual de áreas à frente da lesão.
Insuficiência arterial crônica
A maior parte dos casos de insuficiência arterial crônica acontece por um fenômeno de deposição 
de placas de gordura na parede da artéria, diminuindo a luz do vaso e dificultando a passagem do 
fluxo sanguíneo. Esse fenômeno é denominado de aterosclerose e, em casos mais graves, pode até 
interromper a passagem do sangue.
Outra alteração muito comum que pode levar à insuficiência arterial é a arteriosclerose obliterante. 
Esta já é caracterizada pela esclerose ou degeneração do vaso, gerando um certo enrijecimento desse 
vaso, que, com o aumento da pressão interna, pode causar um colapso e uma ruptura.
O paciente pode apresentar claudicação intermitente no membro afetado devido à dor provocada por 
atividades musculares com baixo fluxo sanguíneo, podendo gerar câimbras na região afetada. Outro sintoma é 
a dor em repouso, causada pelo baixo fluxo sanguíneo basal, sendo pior no período noturno, ligado ao repouso.
Estão presentes dores intensas, palidez, diminuição da temperatura no local, colapso da pele e, 
consequentemente, feridas. Atrofias musculares por desuso, fraqueza e limitação na ADM também 
podem estar presentes em casos mais graves, assim como a necessidade de amputação do membro.
O tratamento se iniciará pelo controle e pela modificação dos fatores de risco citados, pelas mudanças 
no estilo de vida e orientações para cuidados com a pele e os pés.
A fisioterapia será de suma importância na orientação e supervisão em programas de exercícios 
ativos livres e de deambulação, melhorando o fluxo sanguíneo na região afetada. Estudos mostram 
que a prática dessas atividades melhora o bem-estar do paciente, suas funções, e diminui o risco de 
complicações com a insuficiência arterial.
8.2 Doenças venosas
As alterações no sistema venoso são muito mais comuns que no arterial. Nas patologias do sistema 
venoso periférico, a preocupação é com o retorno ineficiente, que ainda não é bem explicado. Sabe-se 
que o mais importante fator de risco é a história familiar.
Doença venosa aguda
Na doença venosa aguda, acontece um acúmulo de sangue coagulado, denominado trombo, o qual 
gera uma obstrução no fluxo sanguíneo. Esse fenômeno é chamado de trombose venosa.
A trombose venosa se divide de acordo com a profundidade do vaso obstruído, sendo ela superficial 
(flebite verdadeira – TVS) ou profunda. A trombose venosa profunda (TVP) é a mais prevalente e 
preocupante das duas.
150
Unidade II
Também é uma patologia tratada como urgência médica, para a qual a fisioterapia é contraindicada. 
É necessária a administração de heparina intravenosa imediata, evitando o aumento do trombo.
Há um risco iminente de tromboembolismo, em que pedaços do trombo ou o próprio se solta e 
cai na circulação sanguínea, indo parar em vasos menores. O mais comum é acontecer nos membros 
inferiores. Os pulmões e o cérebro são locais onde o trombo pode se alojar, causando patologias com 
alto risco de mortalidade, como tromboembolia pulmonar (TEP) e acidente vascular encefálico (AVE).
Os sintomas clínicos da TVP são clássicos, identificados com os sinais de Homan, que são: edema, 
aumento do volume do membro (unilateral), dor ao estiramento passivo da musculatura ou à palpação 
e aumento de temperatura no local.
Veias varicosas
As chamadas veias varicosas são causadas pela incompetência das válvulas dentro do vaso. 
Externamente, aparecem dilatações e bolhosas no trajeto do vaso, abaixo da pele.
O fator de risco mais importante é a história familiar, seguido de profissões nas quais a pessoa 
necessite ficar muito tempo em pé ou parada na mesma posição. A gestação e a obesidade também 
podem predispor esse tipo de alteração.
O tratamento é basicamente a mudança de hábitos de vida, o posicionamento adequado do 
membro, o cumprimento de orientações domésticas, como o uso de meias compressivas, e o estímulo à 
atividade física supervisionada. Caso a varicosidade apareça no decorrer da fisioterapia, o tratamento 
deve ser interrompido.
Doença venosa crônica
A doença venosa crônica normalmente afeta os membros inferiores e unilateralmente. É causada 
por incompetência valvular, levandoa um fechamento incompleto da válvula. Em maior proporção, 
acaba gerando uma condição conhecida como refluxo venoso.
A musculatura da panturrilha – o tríceps sural – tem um papel fundamental no retorno venoso. 
Chamado de bomba muscular ou de retorno, o tríceps sural auxilia na volta do sangue venoso ao 
coração à medida que contraímos e relaxamos essa musculatura.
Nessas condições, somadas à insuficiência venosa descrita, a pressão dentro do vaso fica mais alta, 
gerando congestão no membro. Pode também haver eritema, dermatite com pigmentação tipicamente 
escura, normalmente na região medial da perna afetada.
Com a cronificação dessa cascata de problemas, essa mancha escurecida, associada ao edema no 
local, pode vir a romper a pele e gerar uma ferida próxima ao maléolo medial do tornozelo.
151
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A sintomatologia do paciente será basicamente edema no membro inferior, sensação de peso e 
cansaço nos membros inferiores. Nos casos em que já houver ulceração, também será acompanhada de 
dor na região.
O tratamento será basicamente o controle e a modificação dos fatores de risco citados, as mudanças 
no estilo de vida e o cumprimento das orientações para cuidados com a pele e os pés.
A fisioterapia será de suma importância no tratamento conservador dessa condição. Será necessário 
agir diretamente na redução do edema, com posicionamento adequado do membro, seguir orientações 
domésticas, como a elevação do membro acima do nível cardíaco (30 a 45 graus), usar meias compressivas 
e, se houver ferida, ter cuidados específicos, como utilizar a eletroterapia.
Figura 171 – Posicionamento em elevação dos membros inferiores acima do nível cardíaco
Será necessário um bom programa de atividade física com exercícios ativos livres, resistidos e 
caminhada. Além disso, é fundamental a orientação adequada para que o paciente realize constantemente 
os movimentos de dorsiflexão e flexão plantar, estimulando a bomba de retorno. Associar tal prática 
com a elevação do membro auxilia ainda mais no retorno venoso.
A) B) 
Figura 172 – Movimentos de bombeamento que auxiliam no retorno venoso: dorsiflexão e flexão plantar
152
Unidade II
8.3 Doenças linfáticas
O sistema linfático é um sistema aberto que auxilia o venoso na captação e condução de metabólicos 
dos tecidos, trazendo o excesso de fluidos extracelulares para dentro da circulação vascular através da 
linfa. Ainda desempenha importante função de defesa contra agentes patogênicos que podem entrar 
em nosso corpo.
Linfedema
O linfedema é uma condição crônica do sistema linfático, causado por alterações ou lesões nesse 
sistema, gerando um aumento e acúmulo da linfa e resultando no aumento do volume do membro 
afetado. Os membros inferiores são os mais acometidos, e a funcionalidade e independência também 
ficam alteradas.
Pode ser classificado como linfedema primário, proveniente de alterações da própria estrutura do 
sistema linfático, e secundário, proveniente de alguma lesão, trauma, infecção, patologia ou cirurgias 
(como tratamento de câncer).
A sintomatologia do paciente será dor e sensação de cansaço devido ao aumento do volume 
do membro. Muitos relatam também dor, infecções e diminuição da ADM do membro em questão. 
Além de alteração da imagem corporal, o linfedema traz alterações psicossociais, profissionais e na 
qualidade de vida.
O tratamento fisioterapêutico será muito importante no controle do edema, no aumento do tamanho 
do membro, nos distúrbios sensitivos, na limitação da ADM e na baixa resistência a infecções, quebrando 
essa cascata de alterações negativas. Outra importante ferramenta no tratamento fisioterapêutico é a 
drenagem linfática manual, que auxiliará no controle e na redução do edema.
Além do tratamento do linfedema, o fisioterapeuta deverá estar atento à relação do linfedema com 
as doenças de base do paciente, assim como às limitações que serão impostas de acordo com cada 
distúrbio e com a clínica do paciente.
A elevação do membro acima do nível cardíaco auxiliará no retorno da linfa (30 a 45 graus), além 
de facilitar o retorno venoso. Exercícios isométricos e isotônicos de bombeamento nos músculos ditais 
(tornozelo e pé para membros inferiores; punho e mão para membros superiores) também facilitarão o 
retorno da linfa. O mesmo raciocínio é válido para membros inferiores e superiores.
153
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
A) B) 
Figura 173 – Elevação do membro superior acima do nível cardíaco, associada a movimentos de bombeamento que auxiliam no 
retorno linfático e venoso: movimento de flexão de punho e dedos (A); extensão de punho e dedos (B)
A) 
B) 
Figura 174 – Elevação dos membros inferiores acima do nível cardíaco, associada a movimentos de bombeamento que auxiliam no 
retorno linfático e venoso: movimentos de dorsiflexão (A) e flexão plantar (B) alternadamente entre os membros
Alguns cuidados com o membro afetado, que não fazem parte do conteúdo deste livro-texto, como 
o uso de luvas (membro superior) ou meias (membro inferior) compressivas e o enfaixamento compressivo, 
auxiliam no controle do edema. Deve-se evitar posições estáticas, assim como posições pendentes, 
uso prolongado dos músculos (mesmo em atividades leves) e aplicação de calor no membro, pois isso 
também auxilia no controle do edema.
154
Unidade II
 Resumo
Conhecemos as três técnicas específicas de tratamento da coluna: 
RPG, estabilização segmentar e pilates. Percebemos que muitos dos 
conceitos se misturam entre as técnicas, mas que alguns de seus principais 
objetivos terapêuticos as diferenciam, como a correção postural na RPG, a 
estabilização, como o próprio nome diz, através do core e o condicionamento 
com o pilates, também estimulando o core, mas agora como power house.
Em seguida, estudamos o uso da bola suíça na reabilitação. É um recurso 
lúdico, fascinante e, ao mesmo tempo, simples. Atualmente, é bem vista e 
usada em praticamente todas as áreas da fisioterapia e no mundo fitness, 
sendo possível realizarmos mobilizações, alongamentos, fortalecimentos, 
além do equilíbrio, que sempre é estimulado durante seu uso.
Por fim, vimos os exercícios em condições especiais, nas disfunções 
aeróbicas e vasculares. Considerando os exercícios aeróbicos, é importante 
pensarmos na atuação da fisioterapia estimulando o condicionamento 
físico, a melhora da resistência, ou aumentando a resistência à fadiga.
Já nas disfunções vasculares, a atuação da fisioterapia é, muitas vezes, 
restrita a uma boa orientação para cuidados domiciliares ou para a busca 
de atendimento médico, o que acontece nos casos das disfunções agudas. 
Nas disfunções crônicas, já temos uma atuação maior, com as orientações, 
o posicionamento e os exercícios metabólicos. A situação é parecida nas 
disfunções do sistema linfático.
 Exercícios
Questão 1. (Enade 2013) As doenças cardiovasculares (DCV) estão associadas às condições patológicas 
e comportamentais. A maioria dos indivíduos com potencial para desenvolver DCV exibe múltiplos 
fatores de risco, que se acumulam e tornam a probabilidade de ocorrência ainda maior. Por exemplo: 
um homem de 65 anos de idade, com colesterol total acima de 240 mg/dL e HDL abaixo de 35 mg/dL, 
IMC de 27,8 kg/m2, pressão arterial de 140 x 90 mmHg, histórico familiar de hiperglicemia e sedentário, 
apresentou um evento cardíaco que culminou em infarto agudo do miocárdio e hospitalização.
Considerando a reabilitação desse paciente, avalie as afirmativas a seguir.
I – A fase II da reabilitação estabelece o treinamento aeróbico com intensidade constante por um 
período de treino de até 20 minutos, e, caso ocorra queda da frequência cardíaca de 5 bpm, o exercício 
deve ser suspenso.
155
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
II – A prescrição de atividade física faz parte dos programas de reabilitação nas fases II e III, por 
contribuir para a redução dos fatores de risco apresentados.
III – Na fase de internação hospitalar, a fisioterapia é fundamental, com ênfase na prescrição de 
exercícios de membrossuperiores.
IV – As condições patológicas e comportamentais apontadas demandam uma atuação 
multiprofissional que pode ser desenvolvida nas fases I, II e III da reabilitação cardíaca.
É correto o que se afirma em:
A) I e II, apenas.
B) I e III, apenas.
C) II e IV, apenas.
D) III e IV, apenas.
E) I, II, III e IV.
Resposta correta: alternativa C.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa incorreta.
Justificativa: na fase II, a prescrição da intensidade dos exercícios deve ser criteriosamente determinada 
com base na frequência cardíaca (FC) equivalente ao VO2máx obtido ou a FC alcançada no ponto do 
limiar de anaerobiose durante o teste ergométrico, levando ainda em consideração a estratificação de 
risco do paciente. Em geral, estipula-se a duração de 45-60 minutos, com frequência de três vezes na 
semana, incluindo momentos de aquecimento, condicionamento e alongamento. No entanto, estudos 
têm demonstrado que períodos de até 30-45 minutos, com frequência de duas vezes na semana, podem 
produzir os mesmos benefícios aeróbicos almejados (DRESSENDORFER et al., 1995). Esses conceitos tornam, 
portanto, a afirmação incorreta, em função do tempo descrito de treinamento (20 min), além da utilização 
da FC como única variável de controle. Cabe lembrar que pacientes com síndromes coronarianas agudas 
frequentemente fazem uso de betabloqueadores e que a prescrição de exercício vinculada à FC pode 
induzir a erros grosseiros de indicação e controle dessa variável de treinamento. 
II – Afirmativa correta.
Justificativa: os objetivos da reabilitação cardíaca do paciente infartado devem ser traçados de 
acordo com o momento em que ele se encontra, a qual, basicamente, pode ser dividida em três fases: 
fase I (aguda), que compreende o período de internação hospitalar; fase II, após alta hospitalar até 
156
Unidade II
três meses após o evento coronariano; e fase III, após terceiro mês. A afirmativa é correta por incluir a 
atividade física dentro do processo terapêutico nas fases II e III da reabilitação cardíaca e por associar 
à redução de fatores de risco, como já descrito anteriormente.
III – Afirmativa incorreta.
Justificativa: a afirmativa descreve a ênfase da reabilitação cardíaca na fase I em exercícios de 
MsSs. Como já descrito, as atividades englobam exercícios ventilatórios e mobilizações passivas e 
ativas de MsSs e MsIs. No entanto, os exercícios de MsSs e os isométricos, por envolverem uma 
maior demanda de O2 pelo miocárdio, requerem uma maior atenção em relação às respostas clínicas 
apresentadas durante a sua execução.
IV – Afirmativa correta.
Justificativa: a reabilitação do cardiopata é resultante de esforços multiprofissionais nas diferentes 
fases do processo, o que tem demonstrado incremento de qualidade de vida e benefícios em curto, 
médio e longo prazos.
Questão 2. (Enade 2013) Uma paciente de 68 anos de idade apresenta linfedema de membro 
superior direito, após mastectomia radical, e linfadenectomia axilar direita. Considerando a drenagem 
linfática terapêutica, avalie as seguintes afirmativas.
I – A drenagem linfática tem aplicação terapêutica sobre a remoção de líquidos e proteínas dos 
espaços intersticiais, a qual só é possível através da membrana capilar linfática, que é mais permeável 
que a membrana capilar sanguínea.
II – A drenagem linfática deve ser realizada em pacientes que desenvolvem linfedema do membro 
superior após remoção dos linfonodos axilares, a fim de evacuar as vias linfáticas, com o objetivo de 
receber um maior volume de líquido da região edemaciada.
III – A captação, manobra realizada com o objetivo de estimular a reabsorção do líquido acumulado 
no interstício, deve ser realizada em sentido centrífugo, visto que o direcionamento do fluxo linfático 
ocorre após a liberação das vias linfáticas.
IV – Na insuficiência do sistema linfático, a drenagem linfática pode ser realizada com uma pressão de 
moderada a forte, para que as proteínas dos espaços intersticiais sejam removidas pela drenagem venosa.
V – Após a dissecção de um grupo de linfonodos, o sistema linfático pode compensar o fluxo linfático 
com a formação de anastomoses linfolinfáticas e linfovenosas, proporcionando uma alternativa para a 
drenagem linfática.
É correto apenas o que se afirma em:
A) I, II e III.
157
REEDUCAÇÃO FUNCIONAL
B) I, II e V.
C) I, III e IV.
D) II, IV e V.
E) III, IV e V.
Resposta correta: alternativa B.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: o líquido coletado pelos vasos e órgãos linfoides recolhe, na intimidade dos tecidos, 
o líquido intersticial, reconduzindo-o ao sistema circulatório, e as paredes dos vasos linfáticos são 
formadas por células endoteliais sobrepostas em escamas, permeáveis à entrada de macromoléculas de 
proteínas e minerais que não conseguem ser absorvidos pelo sistema venoso. Dessa forma, a drenagem 
linfática ajuda na absorção de macromoléculas do meio intersticial.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: a circulação linfática é produzida por meio de contrações do sistema muscular ou 
de pulsações de artérias próximas aos vasos linfáticos. A drenagem linfática aumenta a absorção da 
linfa e impulsiona o líquido excedente do espaço intersticial para dentro dos capilares linfáticos, sendo, 
portanto, a drenagem linfática indicada para pacientes com linfedema após mastectomia radical.
III – Afirmativa incorreta.
Justificativa: a drenagem linfática manual deve obedecer ao sentido do fluxo, pois, se for realizada 
em sentido contrário, pode forçar a linfa contra as válvulas localizadas no interior dos vasos linfáticos, 
podendo danificá-las. Essa é a primeira orientação preconizada para a realização da drenagem linfática.
IV – Afirmativa incorreta.
Justificativa: no conhecimento da hidrodinâmica do sistema, verifica-se que a maneira mais simples 
de drenar um conduto é deslocando o fluido no mesmo sentido do fluxo, exercendo a pressão no seu 
trajeto. Na drenagem linfática manual, além da mobilização do líquido intersticial, ocorre também a 
ativação do linfângion, que aumenta a motricidade dos vasos linfáticos. O objetivo é drenar o excesso de 
fluido acumulado no interstício. A pressão a ser exercida da drenagem linfática manual deve superar a 
pressão interna fisiológica, a qual pode chegar a 25-40 mmHg nos grandes vasos linfáticos. Portanto, 
uma pressão acima de 40 mmHg já é suficiente para bloquear a linfa superficial. A drenagem manual deve 
ser realizada de forma lenta e suave, para que não ocorra lesão dos vasos linfáticos durante a manobra.
158
Unidade II
V – Afirmativa correta.
Justificativa: o edema linfático tem características diferentes de edemas que acompanham outras 
patologias, órgãos ou sistemas. No linfedema, há presença de proteínas no espaço extravascular, 
ocasionando processo inflamatório crônico e fibrose com graves repercussões funcionais para o paciente. 
Inúmeras técnicas já foram estudadas para o tratamento do linfedema, como drenagem linfática 
manual, compressão pneumática e bandagem compressiva, sendo que todas apresentaram resultados 
satisfatórios se aplicadas isoladamente ou em conjunto.
159
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 10
O’SULLIVAN, S. B.; SCHMITZ, T. J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 5. ed. São Paulo: Manole, 2010. p. 590.
Figura 15
O’SULLIVAN, S. B.; SCHMITZ, T. J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 5. ed. São Paulo: Manole, 2010. p. 593.
Figura 17
O’SULLIVAN, S. B.; SCHMITZ, T. J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 5. ed. São Paulo: Manole, 2010. p. 593.
Figura 19
O’SULLIVAN, S. B.; SCHMITZ, T. J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 5. ed. São Paulo: Manole, 2010. p. 594.
Figura 21
O’SULLIVAN, S. B.; SCHMITZ, T. J. Fisioterapia: avaliação e tratamento. 5. ed. São Paulo: Manole, 2010. p. 594.
Figura 33
FREITAS, E. V.; PY, L. Tratado de geriatria e gerontologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2017. p. 1309-1310.
Figura 34
CRAVEN, R. F.; HIRNLE, C. J. Fundamentos de enfermagem: saúde e função humanas.

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