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Aula - A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo

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A contemporaneidade na arquitetura e no 
urbanismo
Apresentação
A arquitetura contemporânea manifesta-se de maneira plural, adotando conceitos de dispersão, 
fragmentação, dobras e diagramas, entre outros. Trata-se de termos relativamente novos, e, 
portanto, o acesso à literatura de referência é fundamental para que se possa interpretá-los. As 
referências teóricas delimitam – sem precisão rigorosa – algumas importantes tendências da 
arquitetura na contemporaneidade. As mais representativas são o agenciamento das tecnologias 
digitais e as preocupações com o ecossistema do planeta.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você trabalhará com a interpretação das tendências – nacionais e 
internacionais – da arquitetura contemporânea sob a perspectiva das novas tecnologias e da 
importância de ações ecológicas sistêmicas em todo o processo de concepção do objeto 
arquitetônico. Com isso, seu olhar será direcionado para iniciativas recentes, inovadoras e 
comprometidas com a linguagem do momento histórico e com as questões ambientais.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever as tendências da arquitetura contemporânea.•
Reconhecer o desafio da sustentabilidade na Arquitetura e no Urbanismo atuais.•
Identificar as principais obras contemporâneas no Brasil e no mundo.•
Desafio
Intervenções contemporâneas em edificações preexistentes têm sido realizadas no mundo inteiro, 
notadamente nos centros históricos das cidades globais, agenciando programas de reabilitação 
urbana e reutilização do patrimônio histórico. Frequentemente os programas institucionais (como 
centros de cultura e museus) predominam nessas propostas, que são emblemáticas da arquitetura 
contemporânea.
Você foi contratado para realizar monitoria a um grupo de estudantes de Arquitetura de um país 
vizinho em uma visita técnica pelo centro histórico de uma cidade brasileira. Em determinado ponto 
do trajeto, o grupo se encontra em frente à Praça das Artes:
Você precisa interpretar e explicar ao grupo as características da arquitetura contemporânea 
brasileira por meio dessa intervenção em uma edificação preexistente com valor histórico. Você 
também deve apontar a relação estabelecida com o entorno, justificar a escolha dos materiais da 
nova intervenção e o diálogo com a arquitetura histórica preexistente.
Infográfico
A arquitetura contemporânea apresenta-se de forma plural. Contrariando a universalidade 
moderna, as manifestações mais significativas – legitimadas pela teoria – compõem um cenário no 
qual coexistem linguagens distintas. A proximidade histórica não permite classificar rigorosamente 
os repertórios formais e conceituais, interpretando-os de forma decisiva. Contudo, os teóricos 
consideram que a multiplicidade de temas sobrepostos se dirige, na atualidade, 
predominantemente para duas direções.
Neste Infográfico, veja dois pontos específicos que caracterizam o debate arquitetônico desde a 
década de 1990, com suas características associadas às obras referenciais. A partir da interpretação 
do fenômeno da contemporaneidade, é possível identificar algumas tendências da arquitetura e do 
urbanismo produzidos nos dias atuais. 
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
Conteúdo do livro
A diversidade de linguagens e orientações da arquitetura contemporânea vem sendo o mote dos 
debates acadêmicos e da crítica especializada. Nesse empenho, outras áreas do conhecimento 
agenciam as interpretações teóricas, contribuindo para a elucidação de determinados conceitos 
presentes nas obras dos arquitetos e/ou escritórios que atuam no mundo contemporâneo 
globalizado.
O capítulo A contemporaneidade na Arquitetura e no Urbanismo, da obra História da Arquitetura e 
Urbanismo VI (pós-modernismo e contemporaneidade), não pretende esgotar as análises e 
interpretações do fenômeno atual. Ao contrário: objetiva trazer à luz as mais recentes e 
consolidadas teorias da área, combinadas com práticas referenciais da Arquitetura e do Urbanismo. 
Você verá dois aspectos constitutivos do século XXI que norteiam as interpretações e as 
abordagens teóricas: a emergência das tecnologias digitais e as inquietações ante o desequilíbrio 
ambiental. 
Boa leitura.
HISTÓRIA DA 
ARQUITETURA E 
URBANISMO VI (PÓS- 
MODERNISMO E 
CONTEMPORANEIDADE)
Dulce América de Souza
A contemporaneidade na 
arquitetura e no urbanismo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever as tendências da arquitetura contemporânea.
  Reconhecer o desafio da sustentabilidade na arquitetura e no urba-
nismo atuais.
  Identificar principais obras contemporâneas no Brasil e no mundo.
Introdução
Na contemporaneidade, diversas questões têm disputado a atenção dos 
estudiosos da área da arquitetura e do urbanismo. Dentro desse plura-
lismo, as correntes teóricas buscam analisar a relação da arquitetura com 
o seu usuário — e com a sociedade de modo geral — sob perspectivas 
oriundas de outras áreas do conhecimento, como a filosofia, a sociologia e 
a psicologia. Pela proximidade histórica dos fenômenos recentes, a teoria 
e a crítica estão se debruçando sobre a diversidade, sem, no entanto, 
erguer postulados rígidos ou definitivos.
Neste capítulo, você estudará as principais tendências da arquitetura 
contemporânea orientadas pelas perspectivas teóricas que serão aplicadas 
em leituras de projetos referenciais. Os temas destacados não representam 
a totalidade da produção arquitetônica, mas revelam as iniciativas que são 
consideradas significativas para uma direção futura. Dois fundamentos têm 
sido consensuais para abordar a arquitetura contemporânea: os avanços 
tecnológicos que impulsionaram as tecnologias digitais e a emergência das 
preocupações ambientais em todas as sociedades contemporâneas. Sobre 
esses dois alicerces, o texto apresenta projetos recentes com o objetivo de 
compreender o papel da arquitetura no mundo globalizado.
Interpretando a arquitetura contemporânea
Ainda que a datação não seja fortemente recomendada ou defendida pelos 
historiadores, costumamos estabelecer marcos históricos para identifi car 
pontos signifi cativos de cada civilização. Nem sempre os marcos temporais 
são consensuais, mas há episódios recorrentes nas datações, devido ao impacto 
que causam nas nossas vidas.
As inovações tecnológicas são frequentemente consideradas como os princi-
pais marcos definidores da história recente. Esses e outros momentos decisivos 
da história permitem a interpretação sobre o fenômeno da contemporaneidade. 
Salientamos que há sempre um impasse na interpretação do presente, porque 
não há um distanciamento confortável. A proximidade temporal dos fatos 
oferece riscos que qualquer teoria deve correr (LINARDI, 2017).
Os estudiosos da contemporaneidade identificam dois momentos de maior 
relevância: o período pós-segunda guerra mundial, que culminou com a as-
censão dos Estados Unidos a caminho de uma hegemonia global, por volta de 
1970; e o fato simbólico da queda do muro de Berlim, em 1989, que assinalou 
a desarticulação da União Soviética, em 1991. As mudanças operadas pelos 
dois fenômenos envolvem os sistemas técnico e político, os quais, em conjunto, 
revelam as interações sociais do momento atual. Segundo Santos (2014, p. 42), 
esse momento “[...] se caracteriza por ser da grande indústria e do capitalismo 
das grandes corporações, servidas por meios de comunicação extremamente 
difundidos e rápidos”.
Desse modo, a articulação desses sistemas possibilita a interpretação 
da nossa conjuntura: o neoliberalismo é o principal sistema econômico; a 
pós-modernidade se coloca como o sistema cultural; o fenômeno da globa-
lização se consolida como sistema político que interfere nos outros sistemas 
e os organiza (LINARDI, 2017). Em consonância com a conjuntura global, 
as teorias da arte, da arquitetura e do urbanismo têm a missão de continuar 
construindonovas interpretações, como você verá ao longo deste capítulo.
Montaner (2009) esclarece que, por trás dos repertórios formais contempo-
râneos, há implicações éticas, sociais e políticas, confirmando que a atuação 
e a interpretação da arquitetura são conjunturais. Existem relações entre as 
formas e as ideologias, sendo que cada orientação formal corresponde a uma 
visão de mundo, do tempo, do sujeito e do objeto. O autor prossegue: 
[...] os métodos de interpretação devem ser cada vez mais complexos. Para tanto, 
devemos aprender a ver a arquitetura e o urbanismo a partir de uma síntese 
que, sendo contemporânea, saiba conciliar o poder da crítica ideológica com 
a capacidade de análise do formalismo analítico (MONTANER, 2009, p. 9).
A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo2
Para interpretar a atualidade arquitetônica, então, é necessário buscar 
literaturas que expliquem a arquitetura, o urbanismo e a paisagem sob a 
perspectiva da sociedade e da política — decifrando os interesses das classes 
sociais e, simultaneamente, analisando a fundo a complexidade formal e 
estrutural das obras. Portanto, vivemos um momento na arquitetura que não 
permite a redução do universo criativo estritamente às condições econômicas 
e ideológicas. Da mesma forma, não é satisfatório ler os fenômenos arquitetô-
nicos exclusivamente por meio dos seus aspectos formais. Nesse sentido, são 
incorporados às interpretações clássicas outros aportes importantes (como 
as revistas internacionais especializadas em arquitetura), mesmo que estes 
ainda sejam muito recentes. 
O pano de fundo da contemporaneidade apresenta muitos temas sobrepostos 
no campo arquitetônico. Há, porém, alguns pontos específicos que têm ocupado 
o primeiro plano desde a década de 1990. Trata-se dos avanços tecnológicos, 
que têm apresentado para a arquitetura uma série de oportunidades e desafios, 
com implicação em todos os aspectos da disciplina arquitetônica. Conforme 
afirma Sykes (2013, p. 18): 
Em particular, a expansão do domínio digital criou inúmeras possibilidades 
para a arquitetura, inclusive o surgimento de novos modos de projetar (empre-
gando programas e aplicativos de computador), fabricar (gerando componentes 
e materiais de construção personalizados) e representar (criando maquetes 
eletrônicas e simulando passeios virtuais).
Outro ponto específico no qual se desencadeia o debate arquitetônico atual 
se refere ao ambiente e ao papel que a arquitetura pode desempenhar para 
deter — e talvez corrigir — os danos ecológicos infligidos pela sociedade 
moderna. Sykes destaca (2013, p. 19): “Na década passada, devido às alterações 
climáticas do planeta, ao escasseamento dos recursos naturais e à poluição em 
geral, o imperativo de criar uma arquitetura ecológica e sustentável mostrou-se 
muito evidente”. Esse aspecto da contemporaneidade, incorporado ao debate 
sobre a prática arquitetônica, está tornando habitual a adoção de estratégias 
ambientais nos projetos, utilizando energia local, renovável, eficiente, além 
de materiais recicláveis e outros recursos.
Nas discussões atuais, vale destacar as análises e críticas aos conhecidos 
“edifícios icônicos”, que vêm dominando a cena internacional desde as úl-
timas décadas do século XX, em geral, associados aos grandes projetos de 
requalificação urbana ocorridos nas cidades globais. Consequentemente, há 
um assentamento das expectativas da pós-modernidade quanto a algumas 
3A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo
práticas de importantes escritórios de arquitetura (as quais não se estendem 
a todas as suas obras) que visavam a produzir “arquiteturas do espetáculo”. 
Esse aspecto cenográfico da arquitetura, embora não seja recente ou ex-
clusivo da contemporaneidade, tem produzido edifícios que funcionam como 
logomarcas, na opinião de Jencks (2005). O crítico, arquiteto e escritor iden-
tifica que essas arquiteturas anunciam as próprias instituições que abrigam, 
bem como as cidades onde são implantadas. Em Londres o Swiss Re Tower, 
projetado pela equipe de Norman Foster é um exemplo, veja na Figura 1. 
Figura 1. Swiss Re Tower (2004), em Londres.
Fonte: Celso Diniz/Shutterstock.com.
As críticas identificam que esses “edifícios icônicos” são “[...] deliberada-
mente cúmplices dos sistemas capitalistas, visto que empregam a forma e a 
visibilidade como técnicas de marketing” (SYKES, 2013, p. 20). Combinado 
aos ícones arquitetônicos, vivenciamos o fenômeno correlato do starchitect 
(arquiteto-celebridade). Esse profissional atua no mercado de ideias globalizado 
e passa a ser influenciador para além dos limites da arquitetura: aparece em 
programas de televisão e agencia empresas multinacionais na consolidação 
A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo4
das suas marcas. Na sociedade contemporânea, o capital cultural gerado pelo 
starchitect é tão (ou até mais) valorizado quanto o mencionado “edifício-
-icônico” que ele projetou. 
Trata-se do conhecido “efeito Bilbao” (the Bilbao effect), relatado por 
Rybczynski (2002). Na esteira do sucesso do Museu Guggenheim de Bilbao 
(1997), na Espanha, projetado por Frank Gehry, os museus e as prefeituras 
passaram a recorrer cada vez mais a arquitetos renomados — como Gehry, 
Steven Holl, Daniel Libeskind e Santiago Calatrava — para criar “edifícios 
de marca”. Frequentemente derivados de importantes concursos de projeto, 
segundo o autor, eles promovem mais a ostentação do que a reflexão cuidadosa, 
e favorecem o superficial e óbvio em detrimento do sutil. 
A partir da primeira década do século XXI, aparentemente a tendência 
dos edifícios icônicos declinou, associada às crises financeiras que afetaram 
a economia mundial. O arquiteto e crítico Robert Campbell (2009) sugere, 
inclusive, que chegamos ao fim de uma era por ele intitulada de “década Bil-
bao”, a qual corresponde ao período entre a inauguração do museu e o atual 
declínio econômico que tem afetado todos os aspectos da vida contemporânea.
Sykes (2013) afirma que, nas décadas iniciais do século XXI, independente-
mente da recessão econômica mundial, importantes representantes da arquitetura 
contemporânea vêm repensando e até ampliando a arena arquitetônica. No cenário 
atual confirmam-se as fronteiras indistintas entre arquitetura, arte, engenharia 
e outras disciplinas, por meio da interconexão ocorrida em anos recentes. Um 
exemplo desse campo ampliado é o Office for Metropolitan Architecture (OMA), 
liderado pelo arquiteto e teórico Rem Koolhaas, que tem desenvolvido pesqui-
sas e operado em áreas que extrapolam o limite convencional da arquitetura, 
incluindo sociologia, tecnologia, meios de comunicação e política.
A contemporaneidade é condicionada por uma infinidade de forças ex-
ternas (históricas, culturais, políticas e econômicas), e a arquitetura não é 
isenta do impacto dos fatos. Como disciplina, ela tem reagido a todos os 
acontecimentos mundiais de forma a contribuir com a nossa época de grande 
potencial e entusiasmo, temperada com incertezas. Não obstante a teoria não 
nos forneça nenhuma resposta objetiva, as análises de práticas e pensamentos 
contemporâneos indicam diversas trajetórias positivas, que se expressam em 
todos os lugares do planeta.
Tendências da arquitetura contemporânea
Na publicação O novo paradigma na arquitetura, Charles Jencks (2002) amplia 
o debate realizado na sua consagrada obra A linguagem do pós-modernismo 
5A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo
(The language of post-modernism). O novo paradigma, para o autor, centra-se 
nas ciências da complexidade, por meio das quais a arquitetura trabalha entre 
os interstícios da ciência, em várias áreas.
A complexidade a que Jencks (2002) se refere contempla a produção e 
interpretação da arquitetura e do urbanismo contemporâneos em paralelo ao 
desenvolvimento das ciências. Essas manifestações caracterizam-se por uma 
série de projetos complexos, auxiliados pelo computador, ecoando metáforas 
advindas das ciências. O autor identificaque essa nova arquitetura adota 
formas curvas e fractais, direcionando-se mais ao convívio que propõe aos 
seus usuários. Nessa nova edição, o principal ponto é a identificação de sete 
tendências ou sete métodos de arquitetura contemporânea que se apropriam 
das ciências. 
Segundo Jencks (2002), os precursores das sete tendências arquitetônicas 
contemporâneas são os arquitetos Frank Gehry, Daniel Libeskind e Peter 
Eisenman. Note que todos permanecem em atividade, produzindo trabalhos 
conectados com a complexidade científica citada pelo autor. As sete direções 
(que às vezes se sobrepõem) são classificadas da seguinte forma (JENCKS, 
2002; BALTAZAR, 2002): 
1. Arquitetura fractal: projetos que utilizam fractais na geração das 
formas (planta, fachada, volumetria e padronização de revestimentos). 
São representantes dessa tendência propostas de Daniel Libeskind e 
Peter Eisenman e também estudos (ainda não implantados) de plane-
jamentos de expansão urbana. 
2. Organitech, ecotech ou green architecture (arquitetura ecológica ou 
sustentável): projetos de alta performance tecnológica com preocupação 
ambiental, cujo precursor é o arquiteto, ecologista e planejador urbano 
Ken Yeang (1948), nascido na Malásia. Nessa tendência, podemos citar 
também a obra recente da equipe do arquiteto inglês Norman Foster. 
3. Computer science (arquitetura digital): projetos que se apropriam 
da computação para gerenciar dados com o objetivo de agregar maior 
diversidade de fatores. Rem Koolhaas, MVRDV e Ben van Berkel são 
exemplos contemporâneos dessa tendência.
4. Blob (dobra e blob): projetos que se apoiam na filosofia do francês 
Gilles Deleuze, cujo maior expoente é o arquiteto norte-americano Greg 
Lynn (1964), e outros trabalhos referenciais, como o desenvolvido pelo 
arquiteto britânico Will Alsop (1947–2018).
5. Landforms, waves (arquitetura de relevos): projetos voltados para a 
complexidade de ondulações no piso como estratégias de tratamento 
A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo6
topográfico. São exemplos a obra paisagística do próprio Charles Jencks; 
a atuação do arquiteto catalão Enric Miralles (1955–2000), que cria 
uma série de seções consecutivas em substituição às curvas de nível; 
e a obra do escritório Foreign Office Architects (FOA).
6. New cosmogenic (arquitetura cosmogânica): projetos que se baseiam 
na aplicação de modelos de investigação do universo. São representan-
tes dessa vertente o arquiteto norte-americano Neil Denari (1957) e o 
próprio Charles Jencks.
7. New form monumental building (nova arquitetura monumental): 
nessa categoria, Jencks (2002) destaca a permanência das grandes 
requalificações urbanas agenciadas pelos equipamentos arquitetôni-
cos de grande expressividade, como museus, salas de música, centros 
culturais, etc. 
Considerando que as tendências apontadas são delimitações imprecisas, 
cujos julgamentos são provisórios e sujeitos a correções com o tempo (uma vez 
que são experiências singulares muito próximas), podemos destacar algumas 
delas como ampliação do repertório arquitetônico. Vale destacar que algumas 
tendências compartilham princípios das demais, e há algumas importantes 
arquiteturas sendo produzidas na contemporaneidade que não estão incluídas 
na lista de Jencks (2002). 
A publicação da obra Sistemas arquitetônicos contemporâneos (2009), 
do arquiteto e teórico espanhol Josep Maria Montaner, traz uma abordagem 
ampliada no que se refere à arquitetura contemporânea. O autor entende que:
[...] um sistema é um conjunto de elementos heterogêneos (materiais ou não), em 
distintas escalas, relacionados entre si, com uma organização interna que tenta 
estrategicamente adaptar-se à complexidade do contexto, constituindo um todo 
que não é explicável pela mera soma de suas partes (MONTANER, 2009, p. 11). 
Assim, ele destaca que a teoria da arquitetura e do urbanismo veio se 
enriquecendo, e atualmente podemos identificar as ideias de complexidade, 
diversidade e sistema nas distintas manifestações arquitetônicas.
Segundo Montaner (2009), três grandes grupos contêm as mais expressivas 
manifestações arquitetônicas da contemporaneidade: dispersão e fragmentação; 
fractais, dobras e rizomas; e diagramas de energia. Em relação à dispersão 
e fragmentação, o autor analisa que a fragmentação é a forma mais genuína 
da condição dispersa da pós-modernidade. Assim, quando se toma essa con-
dição como ponto de partida (a colagem, a sobreposição e a montagem, por 
7A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo
exemplo), potencializa-se a complexidade do objeto arquitetônico. Montaner 
(2009, p. 148) adverte, no entanto: “O perigo está em aceitar e potencializar 
uma realidade desintegrada, feita de fragmentos sem relação”. Essa categoria 
corresponde à tendência da arquitetura fractal, sugerida por Jencks (2002), 
cujas origens estão nos experimentos desconstrutivistas.
Projetar a partir de fragmentos pode tender a dois extremos: por um lado, 
pode articular as peças em um novo resultado coerente, baseado na sobre-
posição e interação; por outro, corre-se o perigo de conceber uma dispersão 
irrecuperável dos fragmentos em peças autônomas e desconexas. Os melhores 
exemplares dessa tendência (dispersão e fragmentação) apresentam resultados 
em que a fragmentação produz interação, em oposição àquelas que produzem 
segregação (MONTANER, 2009). Um exemplo referencial desse sistema é 
o projeto do Memorial dos Judeus Assassinados na Europa (1998–2005), em 
Berlim, de Peter Eisenman (Figura 2).
Figura 2. Memorial dos Judeus Assassinados na Europa (1998–2005), em Berlim.
Fonte: Eisenman Architects (2005, documento on-line).
A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo8
A obra de Peter Eisenman é exemplar no processo de conduzir a arquitetura 
até os limites conceituais da dispersão e fragmentação. Esse projeto implicou 
vários aspectos: a rememoração das vítimas; o horror ante o genocídio, mas 
sem recorrer à nostalgia; a elevação da arquitetura ao silêncio. A experiência 
proposta é a de conduzir os indivíduos a percorrerem os interstícios da malha 
composta por 2.711 metáforas de lápides em concreto cinza, com medidas 
iguais em sua base e distintas em altura (até 4 metros). O piso possui leves 
inclinações sobre uma sala de exposições dedicada ao Holocausto, no subsolo 
de uma das extremidades, que explica o grande campo de lápides ondulantes, 
ilustrado na Figura 3 (MONTANER, 2009).
Conceitualmente, o Memorial dos Judeus Assassinados na Europa pode 
se inserir também na classificação de arquitetura de relevos proposta por 
Jencks (2002), pois realiza a sobreposição de uma dupla topografia (a do piso 
da praça e a do plano superior do campo de lápides).
Figura 3. Dupla topografia: campo de lápides ondulantes.
Fonte: Eisenman Architects (2005, documento on-line).
Os conceitos de dobra e rizoma provêm da filosofia contemporânea de 
Gilles Deleuze. Vinculados à estética, eles se referem à concepção de uma 
matéria contínua e expansiva, como reivindicou a arte barroca. 
Segundo Deleuze, adiante da frieza da razão cartesiana, que confundiu a 
distinção entre as partes com a possibilidade de uma real capacidade de 
separação, as teorias de Leibniz e as formas do barroco conseguiram apro-
ximar-se da ubiquidade do vivo, da sintonia entre a máquina e o organismo 
(MONTANER, 2009, p. 176).
9A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo
Uma série de exemplos contemporâneos tem explorado o exemplo da dobra. 
Destacamos duas intervenções com programas distintos para exemplificar o 
conceito aplicado à arquitetura e ao urbanismo. O primeiro deles é a ampliação 
do Museu Judaico (1988–1999), em Berlim, do arquiteto Daniel Libeskind. 
Nessa obra, recortada e retorcida como uma contundente forma autônoma, a 
dobra expressa a acumulação de uma tensão interior, comprimida a ponto de 
se abrir. De fato, as formas violentadas do Museu Judaico remetem à extrusão 
da estrela de Davi (STUDIO LIBESKIND, 2001; MONTANER, 2009). Veja 
umaimagem aérea da obra na Figura 4.
Figura 4. Museu Judaico (1988–1999), em Berlim.
Fonte: Studio Libeskind (2001, documento on-line).
O segundo exemplo de dobra é orgânico, inspirado na visão da natureza. 
O Passeio Marítimo de Poniente (2003–2008), em Benidorm, na Espanha, é de 
autoria do arquiteto Carlos Ferrater, em colaboração com Xavier Martí. A Figura 
5 ilustra essa obra que “se dobra” sobre a forma orgânica da trança. As ondas, 
rochas da costa, dunas e a linha curva que a água desenha na areia são remissões 
formais do projeto, criando formas de cordas que atam as massas onduladas, 
escalonadas e recortadas do passeio (OAB, 2019). Nesse aspecto, também podemos 
relacionar esse projeto à sugestão de arquitetura de relevos de Jencks (2002), 
pois ele define um sistema formal e construtivo agenciador de novas topografias. 
A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo10
Figura 5. Passeio Marítimo de Poniente (2003–2008), em Benidorm.
Fonte: Adaptada de OAB (2019, documento on-line).
Aos diagramas de energia, Montaner (2009) associa a variante da arquite-
tura concebida como condensador de energia. São as “arquiteturas ambientais”, 
constituídas por:
[...] edifícios conformados com o entorno, que se desmaterializam, fundindo-
-se efetivamente com a vitalidade do espaço público e com a generosidade da 
paisagem, que interagem com o meio social, que assumem com autenticidade 
a vitalidade da natureza (MONTANER, 2009, p. 204). 
Frequentemente essas arquiteturas se manifestam por meio de formas 
translúcidas e leves, viabilizadas por novas tecnologias e novos materiais, e 
se baseiam em potencializar as experiências no ambiente.
Um exemplo dessa classificação de Montaner (2009) é o Museu Paul Klee 
(1999–2005), em Berna, na Suíça. Veja o projeto do arquiteto Renzo Piano 
apresentado na Figura 6. A obra é baseada em modelação das coberturas que 
cria uma nova relação com o quadro paisagístico. As ondulações do teto cor-
respondem a diversas salas nas quais são expostas as frágeis obras do artista 
suíço Paul Klee. “A iluminação entra por três arcadas marginais, de modo que 
a cobertura pode ser quase inteiramente revestida de hera e confundir-se com 
as colinas ao redor, acima das quais aparece a vista dos alpes” (BENEVOLO, 
2007, p. 184).
11A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo
Figura 6. Museu Paul Klee (1999–2005), na Suíça.
Fonte: Alexandre Zveiger/Shutterstock.com.
Nas chamadas “arquiteturas ambientais”, cada conjunto arquitetônico 
define uma atmosfera própria para os espaços internos dotados de conforto 
ambiental, concebidos para a existência humana; os espaços externos, por sua 
vez, potencializam as relações de simbiose com o contexto. Também conhecida 
como “arquitetura sustentável”, “arquitetura verde”, “arquitetura bioclimática”, 
entre outras denominações, essa corrente arquitetônica representa o desejo de 
construir uma espécie de biosfera, gerindo com eficiência os recursos energéti-
cos. A relação da arquitetura com o lugar e as suas condicionantes ambientais 
ocupa grande parte das discussões contemporâneas sobre sustentabilidade.
O desafio da sustentabilidade na arquitetura 
contemporânea
A institucionalização das ações ecológicas no campo da arquitetura é rela-
tivamente recente. Somente a partir da década de 1990 essa preocupação 
foi incorporada ao discurso de escolas de arquitetura e demais instituições 
governamentais e não governamentais. Podemos afi rmar, sem dúvida, que 
o enfrentamento das questões ambientais é uma característica de todas as 
sociedades contemporâneas; consequentemente, a arquitetura se vê impelida 
a refl etir sobre os seus impactos no meio ambiente. 
A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo12
Cabe então propor uma revisão dos critérios, das práticas e variáveis dos 
projetos e das suas construções. Hoje sabemos que os edifícios competem com 
os automóveis e com a indústria na geração de danos ambientais, com contri-
buição substancial para o desmatamento, o uso indiscriminado e excessivo 
de água e, inclusive, a chuva ácida. Segundo Fontoura (2007), a construção 
civil absorve anualmente cerca de 100 milhões de toneladas de material, o 
que significa a metade do influxo anual do total de materiais apropriados 
pela sociedade. Ainda:
A produção de materiais de construção, a construção e a operação dos edifícios 
consomem, em conjunto, 16% da água disponível anualmente para consumo 
humano. Calcula-se também que cerca de 13% do lixo sólido produzido mun-
dialmente correspondem a entulhos de construção e demolição (FONTOURA, 
2007, documento on-line). 
Em relação ao consumo energético, os edifícios são responsáveis indireta-
mente por 50% e diretamente por 30% do consumo mundial de energia, sendo 
que ao seu consumo direto de energia estão associadas 15% das emissões 
globais de gases de efeito estufa, conforme Fontoura (2007). Aos aspectos 
mencionados acrescentam-se o transporte de matérias-primas e os processos 
industriais que envolvem a construção civil, os quais contribuem para a geração 
de impactos negativos sobre os ecossistemas locais.
Presenciamos um volume crescente de pesquisas científicas e produções 
acadêmicas sobre o tema — incluindo a inserção da sustentabilidade ambiental 
nos currículos dos cursos de arquitetura e urbanismo. No entanto, o conjunto da 
vasta literatura produzida, especialmente no Brasil, trata com certa liberdade 
as variáveis que envolvem a relação da arquitetura e do urbanismo com o meio 
ambiente, conforme constata Fontoura (2007, documento on-line): 
Embora eventualmente abordado pela mídia, e objeto de um volume crescente 
de trabalho acadêmico e científico, o tema da sustentabilidade ambiental na 
arquitetura parece completamente ausente das políticas públicas, e pratica-
mente ausente da formação de arquitetos e urbanistas.
Existem propostas e agendas distintas designadas pelos termos “arqui-
tetura sustentável”, “arquitetura ecológica” e demais termos equivalentes. 
Considerado em conjunto, o volume crescente da literatura disponível ainda 
associa a “arquitetura sustentável” com práticas marginais. É fundamental 
13A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo
demonstrar um diálogo entre os preceitos (no domínio das ciências naturais) 
e o legado histórico da arquitetura “[...] enquanto fenômeno cultural, e com as 
estruturas econômicas, políticas, ideológicas e tecnológicas que conformam a 
produção concreta, cotidiana, do ambiente construído” (FONTOURA, 2007, 
documento on-line).
O escopo da arquitetura sustentável é constituído de elementos de par-
ticularidade e universalidade, em que as particularidades dizem respeito às 
condicionantes geográficas, econômicas, políticas, históricas e sociais locais; 
já os aspectos universais estão relacionados com o objetivo de reduzir os 
impactos ambientais decorrentes do consumo inadequado de energia, água e 
materiais. Não são sustentáveis, por exemplo, as práticas que visam a promover 
qualquer transformação radical nos valores locais e/ou exijam mobilização de 
recursos e tecnologias inviáveis naquele cotidiano. Reconhecem-se de forma 
resumida as variáveis energia–água–materiais como cerne da arquitetura 
sustentável, ou seja, a relação com os sistemas naturais e a possibilidade de 
otimização dos recursos disponíveis.
A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA) publicou, em 2012, o Guia 
Sustentabilidade na Arquitetura: Diretrizes de escopo para projetistas e contratantes, que 
destaca a importância do planejamento e do projeto e orienta os profissionais por meio 
de ferramentas para a redução de impactos socioambientais negativos na fabricação 
dos materiais de construção. Leia o documento na íntegra acessando o link a seguir.
https://qrgo.page.link/YMkVK
Com a emergência dos temas ambientais, para grande parte dos arquite-
tos, a natureza tem sido entendida como intermediária entre as pessoas e a 
arquitetura. Há ainda algumas manifestações em que a natureza é trabalhada 
comoprincípio, meio e fim da arquitetura. É o caso do arquiteto, designer e 
escritor norte-americano William McDonough (1951). McDonough (2006, p. 
431) assume a natureza como um ente completo que produz todo material vital 
necessário para a arquitetura: “[...] as pedras, o barro, a madeira, a água, o ar”. 
Atualmente algumas iniciativas arquitetônicas combinam a poética de 
McDonough à prática da natureza enquanto essência da sustentabilidade. 
O arquiteto italiano Renzo Piano (1937) tem um trabalho referencial para 
A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo14
os requisitos sustentáveis em arquitetura, estabelecendo uma síntese entre 
as qualidades ambientais do local e os elementos culturais que ligam emo-
cional, cultural e psicologicamente os homens aos sítios de implantação 
dos seus projetos. 
No projeto do Centro Jean-Marie Tjibaou (1992–1998), na cidade de Nouméa, 
na ilha de Nova Caledônia (Oceania), Piano concebeu um complexo destinado 
à conservação e exposição da cultura tradicional do povo Kanak (melanésios 
da Nova Caledônia). Os dez edifícios de uso múltiplo foram propostos após o 
arquiteto debruçar-se em estudos profundos sobre a cultura local, capturando 
elementos que conectassem as novas edificações às tradições daquele povo. 
A implantação do conjunto remonta à organização espacial característica dos 
assentamentos Karnak, com as suas cabanas de palha trançada e o desenho 
circular, locadas longitudinalmente às margens d’água ou de encostas, conforme 
apresenta a Figura 7 (BENEVOLO, 2007).
Figura 7. Centro Cultural Jean-Marie Tjibaou (1992–1998), na Nova Caledônia.
Fonte: Adaptada de Staff (2011).
As edificações evocam a cestaria inacabada que vai sendo concluída 
com o tempo, com vedação externa de pele dupla composta internamente 
por vidros fixados em estrutura de alumínio, e externamente por peças de 
madeira local que funcionam como brise-soleils, protegendo da incidência 
direta do sol (PIANO, 1999). Os elementos de madeira movimentam-se 
na horizontal para regular a entrada dos ventos, que amenizam as tempe-
raturas internas.
Além disso, as coberturas (Figura 8) com alturas diferenciadas promovem 
um sistema de troca de ar com o exterior (por meio da pressão externa do ar 
quente). A relação das edificações com o entorno se dá pelo respeito com a 
topografia e com a altura da vegetação circundante, oferecendo vistas privi-
legiadas da lagoa e dos relevos que as envolvem.
15A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo
Figura 8. Coberturas e sistema estrutural do Centro Cultural Jean-Marie Tjibaou.
Fonte: Adaptado de Staff (2011). 
A arquitetura que adota o viés da sustentabilidade não deve se ater apenas 
às tecnologias que vêm sendo amplamente divulgadas, mas a uma nova sensibi-
lidade que se expressa desde o partido do projeto. A interpretação cultural que 
é feita a partir do contexto de implantação é primordial para o lançamento das 
primeiras ideias — como a prática de Renzo Piano, uma referência fundamental 
para arquiteturas sustentáveis. Por meio do seu desenho elegante, da sensibi-
lidade com o entorno e do profundo conhecimento das condicionantes locais, 
o arquiteto une alta tecnologia às soluções de caráter tradicional e vernacular, 
constituindo-se com um fecundo campo de pesquisa para todos os arquitetos.
Direções da arquitetura contemporânea
O panorama arquitetônico holandês constitui-se como um momento-chave 
para a arquitetura contemporânea. A nova etapa teve início a partir das pes-
quisas de Rem Koolhaas e de sua equipe (o OMA). São importantes pesquisas 
e metodologias que infl uenciam a contemporaneidade arquitetônica por sua 
originalidade e contundência na utilização das tecnologias digitais para a con-
cepção dos projetos. Podemos inserir essas iniciativas na tendência computer 
science, como você pode ver nos trabalhos dos escritórios MVRDV e UNstudio.
Entre os grupos que se inspiram na experimentação formal do OMA, 
destaca-se o MVRDV, fundado em 1991, cuja sigla é formada pelas primeiras 
letras dos sobrenomes dos seus três membros fundadores: Winy Maas (1959), 
Jacob van Rijs (1964) e Nathalie de Vries (1965). 
Os três provêm da Escola de Arquitetura de Delft; Maas e van Rijs trabalha-
ram com o OMA; Maas e de Vries, no escritório de van Berkel (UNstudio). 
O grupo tem a sua excelente design philosophy devidamente descrita no site 
(BENEVOLO, 2007, p. 245).
A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo16
O grupo MVRDV caracteriza-se por uma ousada pesquisa formal, levando 
ao extremo a fragmentação e a disjunção e explorando sem barreiras todos 
os tipos de mecanismo. Segundo Van Toorn (2005, p. 230), a abordagem pre-
dileta do MVRDV é a “[...] mise-en-scène projetiva, onde o usuário se torna 
um ator convidado a participar do teatro coreografado pelos arquitetos”. Nas 
suas práticas projetivas, os projetos não são concebidos apenas para serem 
admirados, mas adiantam a realidade com apoio de cenários inspirados nos 
programas teatrais compostos pelo grupo, baseados nos dados que encontram 
na realidade externa contemporânea.
Em relação ao seu processo compositivo, a soma e a sobreposição de 
fragmentos no espaço é uma estratégia dos seus experimentos, combinados 
à adoção de iconografias simples em programas complexos. Conforme revela 
Montaner (2009, p. 164), isso significa “[...] dispor volumes prismáticos sobre 
a malha do terreno, elevar formas no ar, desarticular planos horizontais e 
inclinados, e semienterrar edifícios em topografias artificiais”.
Um exemplo referencial desse mecanismo de somar módulos em três 
dimensões é o projeto Silodam (1995–2002), em Amsterdam, mostrado na 
Figura 9. Trata-se de um grande edifício sobre palafitas apoiado sobre uma 
plataforma de containers transformada em garagem. Esse projeto é um dos 
trabalhos que estudam novas relações entre a arquitetura e a água, um interesse 
especial do MVRDV (BENEVOLO, 2007).
Figura 9. Silodam (2002), em Amsterdam.
Fonte: Adaptada de MVRDV (2003, documento on-line).
O Silodam é uma releitura contemporânea da Unité d’Habitation (1945–
1952), de Le Corbusier: o que era uma única rua-corredor interna que se 
repetia muitas vezes se converteu em um labirinto de elevadores, escadas 
17A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo
e corredores. A Unité se baseava na repetição de dois modelos de unidades 
duplex, já o “Silodam” propõe unidades de vizinhanças menores e agrupa 
diferentes tipos de apartamentos que são evidenciados nas fachadas por meio 
do uso de materiais diferentes.
O edifício é dividido em quatro partes, cada uma com sistema comum 
de conexão. A diversidade dos tipos de habitação oferecidos partiu de um 
estudo das necessidades e preferências dos usuários: são lofts, estúdios com 
pátio, casas com jardim, maisonettes, triplex e duplex (Figura 10). Os espaços 
coletivos de cada uma das partes também expressam essa individualidade 
(MONTANER, 2009).
Figura 10. Espaços internos do Silodam.
Fonte: Adaptado de MVRDV (2003).
A metáfora do transatlântico corbuseana se transforma num navio de 
carga com containers empilhados, realmente situado sobre a água, revelando 
que os fragmentos foram recompostos em um megaobjeto. A experiência do 
MVRDV é imprescindível por suas obras construídas e pela quantidade de 
experimentos realizada, como avalia Montaner (2009, p. 167): 
Em síntese, o MVRDV conseguiu fundir duas tradições contemporâneas 
essenciais, que caminhavam por vias diferentes: de um lado, os estudos 
sistemáticos, quantitativos e diagramáticos que se efetua, em programas 
de computador, e, de outro, a experimentação como livre jogo formal, a 
ênfase no projeto.
Ben van Berkel (1957) e Caroline Bos (1959), membros do UNstudio, 
assim como Koolhaas, começaram — por meio de uma série de experiências 
teóricas e programáticas — a desenvolver a ideia das formas líquidas, da 
A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo18
fusão, da interpenetração, dos limites difusos, ou daquilo que Montaner (2009, 
p.194) denomina “formas mutantes”. Consideradas como uma arquitetura 
de hibridação, as suas raízes estão nas formas dos fluxos, nas esculturas de 
malhas geométricas e na desintegração do sólido.
Há alguns termos que amparam as tendências teóricas do UNstudio: a 
colagem de partes em um movimento recíproco, a mediação entre múltiplas 
e variadas forças, um planejamento profundo para confrontar escolhas con-
comitantes, e o uso do diagrama elaborado por programas informáticos. Em 
algumas das suas obras, os arquitetos partem de uma análise por diagramas 
e mapas de atividades, respondendo-a com formas líquidas, dinâmicas e 
contínuas. Esse é o caso do masterplan para a região central de Arnhem, na 
Holanda, cujo elemento principal é a Estação Central de Arnhem (1996–2015). 
Veja esse projeto na Figura 11.
Figura 11. Estação Central de Arnhem (1996–2015), na Holanda: diagrama conceitual e 
perspectiva.
Fonte: Adaptada de Unstudio (2015).
A Arnhem Central (Figura 12) é um projeto de intervenção urbana que 
consiste em diversos programas centralizados pela Estação de Arnhem. O 
UNstudio incorporou uma combinação de programas que garante a diversidade 
de usos (revitalizadores do recorte urbano), incluindo lojas, escritórios, cinema 
e moradias, além do sistema integrado de transportes. Foram os arquitetos 
que realizaram todo o projeto, cuja sobreposição de programas permitiu o uso 
triplo do solo. Com ênfase no transporte intermodal (seis modos diferentes: 
tráfego a pé, bicicleta, carro, ônibus, bonde e trem), há um terminal central 
de transferências configurado por uma grande coluna helicoidal que recebe 
vasta iluminação natural (UNSTUDIO, 2015).
19A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo
Figura 12. Formas dinâmicas e sinuosas da Estação Central de Arnhem.
Fonte: Adaptada de Unstudio (2015).
É frequente no trabalho do UNstudio a utilização de formas dinâmicas 
e sinuosas que definem planos inclinados em todos os sentidos, “[...] como 
uma gigantesca resina que se esparrama” (MONTANER, 2009, p. 195). Os 
novos protótipos do grupo são referenciados em diversas outras arquiteturas 
contemporâneas que também se utilizam dos recursos digitais. A respeito da 
obra dos holandeses do MVRDV e UNstudio, Vidler (2005, p. 248) observa: 
Considerando a evolução precoce do gênero da pintura paisagística na Holanda 
e a experiência dos Países Baixos com a engenharia de sua paisagem, talvez 
seja relevante que muitos arquitetos holandeses, inclusive Ben van Berkel e 
Caroline Bos do UNstudio e Winy Maas do MVRDV, tenham encontrado 
inspiração na ideia da paisagem, usando-a para construir modelos digitais 
de novas cidades e planos regionais a partir de fluxos de dados e, em escala 
menor, novas formas topológicas para a paisagem interior das residências.
A escola holandesa contemporânea é referência para a nova geração de 
arquitetos despontando na atualidade, e a sua maior contribuição reside no 
dispositivo do “diagrama”. Trata-se de uma maneira de trabalhar e ao mesmo 
tempo uma tentativa de superar conceitos binários, agrupando a forma e a 
função dentro de uma mesma matriz de informação e projetação.
No Brasil, a arquitetura contemporânea mantém as suas fontes no passado 
recente da arquitetura moderna, cujo ânimo e originalidade são incontestáveis. 
A tradição no uso do concreto armado e a difusão das conquistas modernistas, 
como os grandes vãos, são observadas nas obras referenciais dos arquitetos 
brasileiros em atuação. Observamos que a arquitetura contemporânea brasileira 
olha tanto para trás quanto para frente (LUCCAS, 2008), especialmente no 
que diz respeito às relações que procura estabelecer com os seus usuários e 
as preocupações com o conforto ambiental das edificações. 
A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo20
A produção contemporânea do escritório Brasil Arquitetura — representado 
pelos arquitetos Francisco Fanucci e Marcelo Carvalho Ferraz — é símbolo 
da qualidade da arquitetura e do urbanismo concebidos com excelência do 
projeto arquitetônico. Especializado em intervenções em edificações pre-
existentes e com programas institucionais (museus e complexos culturais, 
por exemplo), o escritório tem recebido prêmios nacionais e internacionais, 
sempre fundamentados na integridade da linguagem e na finalidade social 
da arquitetura (GUERRA, 2016).
Alguns dos seus projetos são de fundamental importância para o debate 
teórico e prático sobre o restauro e a preservação do patrimônio arquitetônico, 
a exemplo do projeto do Museu Rodin (2002), em Salvador (Figura 13). Além de 
atender aos requisitos técnicos para acolher e expor as obras, a restauração de 
um palacete centenário recebeu novos anexos e infraestrutura para atender ao 
programa do espaço que contempla áreas de exposição, ações educativas, reserva 
técnica e serviços como café-restaurante (BRASIL ARQUITETURA, 2019).
Figura 13. Museu Rodin (2002), em Salvador.
Fonte: Adaptada de Brasil Arquitetura (2019).
Os momentos históricos arquitetônicos se revelam na manutenção da 
identidade do palacete, agora associado ao novo volume de concreto e a um 
anexo que recebe as atividades do café-restaurante e a reserva técnica. Entre 
eles, uma passarela de concreto protendido funciona como um braço que se 
estende e vincula as duas edificações. Os edifícios dialogam por meio do 
jardim, que expõe algumas obras de Rodin, configurando-se como um espaço 
de estar e ponto de encontro ao ar livre.
21A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo
Outra obra importante é o Museu Cais do Sertão, em Recife, um projeto 
edificado numa área considerada patrimônio histórico nacional. A edificação 
está situada à beira-mar, junto ao Marco Zero, onde nasceu a cidade de Recife. 
Um dos antigos galpões do porto foi mantido, e a ele os arquitetos adiciona-
ram uma nova edificação para atender ao programa do museu, reforçando a 
composição linear do conjunto. Veja essa obra na Figura 14.
Figura 14. Museu Cais do Sertão (2018), em Recife.
Fonte: Adaptada de Brasil Arquitetura (2019).
O projeto agencia uma importante requalificação urbana do centro histórico 
da cidade, tanto pela relevância da sua localização quanto pelo programa 
sociocultural. As áreas livres sob o imenso volume permitem permeabili-
dade visual e reforçam os laços da cidade com as suas águas (canais, rios 
e mar) — além de acolher uma infinidade de usos públicos, como feiras e 
festas. O programa do museu revigora a difusão do conhecimento do vasto 
universo do sertão nordestino: paisagem, clima, biodiversidade, ocupação 
humana, tradições, artes, crenças, migrações e sua potente música (BRASIL 
ARQUITETURA, 2019).
Os arquitetos revelam que trabalharam, juntamente com demais profis-
sionais, a fusão entre arquitetura e museografia, criando as identidades do 
tema: o sertão, representado pelo concreto pigmentado de amarelo ocre, que 
remete à cor do solo do agreste. Contudo, o elemento arquitetônico mais sig-
nificativo é o cobogó gigante, que pode ser visto na Figura 15, especialmente 
desenhado para o projeto. Recife é a cidade que originou o cobogó, e nessa 
obra ele foi utilizado com o objetivo de filtrar a luz e intermediar a relação 
interior/exterior sob as formas exclusivas dos “galhos” da vegetação do sertão. 
Segundo os arquitetos: 
A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo22
Nosso cobogó executado em concreto geopolimérico deverá funcionar como 
uma grande renda branca bem alva sobre o concreto estrutural amarelo, 
como uma espécie de galhada da caatinga, ou rachaduras de solo. Este forte 
elemento é a logomarca do cais do sertão (BRASIL ARQUITETURA, 2018, 
documento on-line).
Figura 15. Cobogó gigante.
Fonte: Adaptada Brasil Arquitetura (2019).
As iniciativas contemporâneas do escritório Brasil Arquitetura sintetizam 
o encontro da técnica com a poética, tão características da tradição do nosso 
modernismo recente (vale lembrar a contribuição de Lina Bo Bardi e Paulo 
Mendes da Rocha, por exemplo), em que o rico conteúdocombina-se com o 
gozo estético dos espaços voltados ao convívio. A produção desses arquitetos 
influencia o ideário da arquitetura contemporânea nacional, devido à cobertura 
tanto midiática quanto acadêmica das suas intervenções repletas de significados 
e fundamentadas em princípios de participação social.
Destacamos um aspecto relevante a respeito da produção editorial da área 
de arquitetura e urbanismo: a condição hegemônica da cultura arquitetônica 
contemporânea fornece uma excessiva promoção da “alta arquitetura”, extre-
mamente elitista e excludente para a imensa maioria dos profissionais. Em 
contraste com todo o aparato midiático, vemos um gradativo (embora ainda 
tímido) retorno da arquitetura social, representada pelos projetos de habitação 
coletiva com possibilidades de experimentação e caráter humanista revigorado, 
apontando para um caminho futuro.
Em geral, percebemos a emergência de debates a respeito dos impactos 
do desenvolvimento sobre o meio ambiente. Expande-se assim o significado 
de “desenvolvimento”, que se volta para a melhoria do ambiente humano, 
agenciado pela arquitetura e pelo urbanismo. Nas propostas referenciais de in-
tervenções arquitetônicas contemporâneas apresentadas ao longo deste capítulo, 
você pôde constatar o empenho dos arquitetos em atuação na construção de 
23A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo
formas e conteúdo e na conexão dos usuários com o seu meio. Nesse sentido, 
vale destacar que a construção de lugares na contemporaneidade implica 
também a constituição de significados simbólicos e práticos, a adequação 
histórico-cultural das edificações e a preocupação com os aspectos ambientais.
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VIDLER, A. O campo ampliado da arquitetura. In: SYKES, A. K. (org.). O campo ampliado 
da arquitetura: antologia teórica 1993-2009. São Paulo: Cosac Naify, 2013.
Leitura recomendada
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA. Guia sustentabilidade 
na arquitetura: diretrizes de escopo para projetistas e contratantes. São Paulo: Prata 
Design, 2012. Disponível em: https://www.caubr.gov.br/wp-content/uploads/2017/05/
asbea-sustentabilidade.pdf. Acesso em: 9 out. 2019.
25A contemporaneidade na arquitetura e no urbanismo
Dica do professor
Vencido o período de êxtase provocado pelo pós-modernismo na Arquitetura, o século XXI 
presencia um assentamento das ideias arquitetônicas no caminho de promover o "lugar". Envolvida 
nesse comprometimento, a arquitetura produzida na atualidade enseja a conexão com o usuário, 
considerando a melhor fruição aquela que legitima o projeto: quando a comunidade se apropria e 
realiza a transformação do espaço em um "lugar".
Nesta Dica do Professor, veja um projeto de pequenas dimensões – embora com alto grau de 
complexidade – cujo objetivo é unir, conectar, convocar ao uso. Trata-se de um equipamento 
urbano instalado sobre o leito de um rio na cidade de Graz, na Áustria, de autoria do arquiteto Vito 
Acconci. Tipicamente contemporâneo, o objeto arquitetônico pode ser uma referência e inspiração 
para intervenções nas cidades.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
 
Exercícios
1) A literatura que se propõe a interpretar a contemporaneidade investiga a arquitetura, o 
urbanismo e a paisagem contemplando aspectos sociais, culturais e políticos, porque eles 
revelam os interesses das classes sociais, para as quais os espaços são produzidos. A 
pluralidade de manifestações e posturas é característica da sociedade contemporânea, e a 
arquitetura, consequentemente, reflete seus anseios. Há, contudo, dois pontos específicos 
que protagonizam o debate arquitetônico contemporâneo. Indique a alternativa que 
apresenta quais questões são verdadeiras (V) e quais são falsas (F) para os pontos 
primordiais da produção arquitetônica contemporânea, segundo seus teóricos:( ) O sistema cultural contemporâneo representado pelo pensamento pós-moderno é o 
núcleo do debate arquitetônico.
( ) Os avanços tecnológicos têm sido primordiais no debate arquitetônico contemporâneo.
( ) As questões ambientais ocupam papel decisivo na análise e na produção da arquitetura e 
do urbanismo contemporâneos.
( ) O neoliberalismo como o principal sistema econômico tem sido o cerne das teorias 
arquitetônicas contemporâneas.
A) V-F-V-V.
B) F-V-F-V.
C) F-V-V-F.
D) V-V-F-F.
E) V-F-V-F.
2) Superado o período de euforia da pós-modernidade arquitetônica, há um aspecto, em 
especial, que vem promovendo uma série de análises críticas nas publicações 
contemporâneas de Arquitetura e Urbanismo. Em geral associado às obras de requalificação 
urbana das cidades globais, o fenômeno conhecido como “efeito Bilbao” (the Bilbao effect) 
tem ocupado espaço na mídia e rendido publicações em revistas especializadas, envolvendo 
importantes teóricos da área. Das afirmativas a seguir, escolha a que representa 
pontualmente o teor das críticas produzidas.
A) O fenômeno conhecido como “efeito Bilbao” diz respeito à produção indiscriminada de 
"edifícios desconstrutivistas", considerados como arquiteturas em que os aspectos formais 
predominam sobre os programas e os significados dos projetos.
B) O fenômeno conhecido como “efeito Bilbao” diz respeito à produção indiscriminada de 
"edifícios high-tech", considerados como arquiteturas extremamente voltadas aos aspectos 
tecnológicos, desconsiderando os entornos que as envolvem.
C) O fenômeno conhecido como “efeito Bilbao” diz respeito à produção indiscriminada de 
"edifícios culturais", considerados como arquiteturas voltadas exclusivamente para programas 
culturais, desprezando programas mais funcionais.
D) O fenômeno conhecido como “efeito Bilbao” diz respeito à produção indiscriminada de 
"projetos em pré-existências", considerados como arquiteturas desconectadas do patrimônio 
histórico no qual se inserem.
E) O fenômeno conhecido como “efeito Bilbao” diz respeito à produção indiscriminada de 
"edifícios icônicos", considerados como arquiteturas do espetáculo, predominantemente 
cenográficas.
3) A proximidade histórica com os fenômenos da contemporaneidade arquitetônica não 
permite que se tenha contornos exatos e precisos para delimitar as tendências da 
arquitetura contemporânea sem correr o risco de cometer equívocos. Entretanto, o 
arquiteto e teórico Charles Jencks (2002) amplia o debate já realizado sobre os paradigmas 
da linguagem da pós-modernidade e acrescenta o paradigma intitulado "ciências da 
complexidade" para caracterizar as tendências da arquitetura contemporânea. Nesse 
panorama, o autor classifica sete tendências, ou sete métodos de arquitetura 
contemporânea, que se apropriam das ciências, as quais podem ser identificadas nos grupos:
I) arquitetura fractal e arquitetura ecológica ou sustentável;
II) arquitetura pós-moderna e arquitetura do espetáculo;
III) arquitetura digital, dobra e blob, arquitetura de relevos;
IV) arquitetura cosmogânica e nova arquitetura monumental.
Quais alternativas estão corretas?
A) I, III e IV.
B) I e IV.
C) II, III e IV.
D) II e III.
E) I e III.
4) Os aspectos relacionados à tríade "energia-água-materiais" podem ser considerados como o 
núcleo da arquitetura sustentável. Entretanto, a relação com os sistemas naturais e a 
otimização de recursos disponíveis também envolve outras circunstâncias, visando a garantir 
uma arquitetura ecologicamente sustentável. Selecione a alternativa que corresponde aos 
aspectos adicionais que contribuem com a geração de impactos negativos sobre o meio 
ambiente:
A) As condicionantes geográficas e os requisitos legais são aspectos que contribuem para a 
geração de impactos negativos sobre os ecossistemas locais.
B) O transporte de matérias-primas e os processos industriais são aspectos adicionais que 
contribuem para a geração de impactos negativos sobre os ecossistemas locais.
C) As estruturas econômicas e as demandas locais são aspectos adicionais que contribuem para 
a geração de impactos negativos sobre os ecossistemas locais.
D) As tradições históricas e as conformações culturais são aspectos adicionais que contribuem 
para a geração de impactos negativos sobre os ecossistemas locais.
E) As configurações sociais e as estruturas comportamentais são aspectos adicionais que 
contribuem para a geração de impactos negativos sobre os ecossistemas locais.
5) A arquitetura contemporânea no Brasil vem inaugurando uma série de intervenções em pré-
existências, revigorando o patrimônio histórico por meio da reutilização ou revitalização dos 
espaços, mediante, principalmente, programas culturais. Esses programas têm rendido 
prêmios nacionais e internacionais e gerado um importante debate nos círculos acadêmicos 
e nas publicações especializadas, a exemplo da obra referencial do escritório Brasil 
Arquitetura. Nossa identidade arquitetônica guarda particularidades que se expressam em 
grande parte dos projetos contemporâneos. Selecione a afirmativa que melhor corresponde 
à arquitetura contemporânea brasileira:
A) A arquitetura contemporânea brasileira rompe com a forte tradição da arquitetura moderna.
B) A arquitetura contemporânea brasileira é fortemente influenciada pelos dispositivos do 
diagrama.
C) A arquitetura contemporânea brasileira se traduz em formas líquidas, dinâmicas e contínuas 
advindas das tecnologias digitais.
D) A arquitetura contemporânea brasileira mantém fortes vínculos com o passado recente da 
arquitetura moderna.
E) A arquitetura contemporânea brasileira busca suas fontes nas arquiteturas europeias 
recentes.
Na prática
As teorias arquitetônicas são fundamentais para construir significados sobre as práticas 
contemporâneas. Elas fundamentam as narrativas e as gramáticas das diferentes manifestações 
e auxiliam na compreensão e na leitura dos projetos. Na contemporaneidade, a crítica e a teoria da 
arquitetura se apoiam em outras disciplinas para interpretar os novos fenômenos, a exemplo da 
filosofia e das ciências que investigam a vida e o universo.
Veja, Na Prática, um estudo de caso de uma arquitetura da paisagem de um projeto desenvolvido 
pelo arquiteto e teórico da arquitetura Charles Jencks, na Escócia. A intervenção é extremamente 
original e complexa, pois apoia-se na "complexidade das ciências" – expressão adotada pelo próprio 
Charles Jencks –, revelando o domínio dos conceitos e sua materialização no espaço. Trata-se de 
um padrão de paisagem projetado para conectar as pessoas com a natureza por meio de metáforas 
científicas.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Drauzio Entrevista: Isay Weinfeld
Neste vídeo, você poderá acompanhar a entrevista do arquiteto contemporâneo brasileiro Isay 
Weinfeld ao Dr. Drauzio Varella. Nesta conversa, são abordados diversos pontos sobre a carreira 
do arquiteto e sua experiência no cinema, desafios enfrentados, identidade arquitetônica, além de 
serem apresentadas cidades-referência.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Arquitetura contemporânea e patrimônio no Brasil: contornos e 
contextos
Leia, nesta dissertação, uma discussão sobre a preservação e a transformação do patrimônio 
edificado urbano, tendo como fio condutor as intervenções da arquitetura contemporânea.
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A história da arquitetura mundial
A leitura indicada é a do Capítulo 16: Os modernismos de meados e do fim do século XX e além. 
Nele você conhecerá o modernismo em sua fase de contestação, relatando e apresentando 
graficamente os projetos referenciais do momento histórico.
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