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T E O R I A E H I S T Ó R I A D O P A T R I M Ô N I O C U L T U R A L J A D E D E L M A S E N A R A R O G G I N I BEM PATRIMONIAL NÃO PROTEGIDO F L Á V I A G A I O D A T A : 0 6 . 1 2 . 2 3 A CONSTRUTORA PANTALEONE ARCURI Fundada em 1895 por Pantaleone Arcuri e Pedro Timponi. Era referência em JF, destacando por suas oficinas onde eram produzidas telhas de amianto, janelas, portas e ladrilhos hidráulicos, entre outros materiais. Os projetos da companhia, de autoria do próprio Pantaleone ou de seus filhos Raffaele e Artur Arcuri, demonstravam a confluência de vários estilos arquitetônicos, do eclético ao modernismo, Entre as obras da Pantaleone Arcuri em Juiz de Fora, estão: ESCOLA NORMAL CASA D’ITÁLIA COLÉGIO SANTA CATARINA INSTITUTO GRANBERY IGREJA SÃO SEBASTIÃO BANCO DE CRÉDITO REAL CINE TEATRO CENTRAL Filho de Pantaleone Arcuri, imigrante italiano Iniciou os estudos em Engenharia em Belo Horizonte, mas retornou ao Rio de Janeiro, se formando em 1937 pela Escola Politécnica. Após isso, fez dois anos de especialização em Cálculo e Concreto ARTHUR ARCURI A influência principalmente do pai, fez com que Arthur tomasse gosto por construção e decidisse seguir carreira na área Foi professor de composição em um curso de fotografia, onde ensinava regras geométricas e matemáticas. que influenciou muito no seu trabalho. Desenvolvido como engenheiro com alma de arquiteto COMPOSIÇÃO ARQUITETÔNICA DE ARTHUR ARCURI 1 2 3 LINHAS SUPERFÍCIES CORES E VALORES INCLINADA calma, tranquilidade, repouso elevação, espiritualidade insegurança, queda HORIZONTAL VERTICAL agitação movimento, melodia glorificação QUEBRADA CURVA RADIAIS CO M PO SIÇÃO ARQ U ITETÔ N ICA 1 LINHAS estabilidade, peso, poder, majestade indefinição, harmonia graciosidade TRIANGULAR CIRCULAR ELÍPTICA movimento, dinamismo, arbitrariedade IRREGULAR CO M PO SIÇÃO ARQ U ITETÔ N ICA 2 SUPERFÍCIES vida (aproximam) monotonia (afastam) drama, tristeza QUENTES FRIAS DENSAS alegria, juventude CLARAS CO M PO SIÇÃO ARQ U ITETÔ N ICA 3 CORES E VALORES 1941 1947 1948 1950 1952 1957 1965 Inicio dos estudos da Santa Casa Começa a trabalhar no SPHAN, onde conheceu e se relacionou com Oscar Niemeyer, Burle Marx e Lúcio Costa Inicia o projeto para a residência de João Villaça Projeta o Marco do Centenário de Juiz de Fora - Mural Modernista Projeta a residência de Luiz Stheling Projeta a residência de Geraldo Magela Convidado a elaborar o plano urbanístico e projetar alguns edifícios para a UFJF E N G E N H E I R O A R T H U R A R C U R I RESIDÊNCIA JOÃO VILLAÇA Projetada em 1948, mas somente construída entre os anos de 1952 e 1954 LOCALIZADA À RUA GILBERTO DE ALENCAR, E SITUADA AOS FUNDOS DA IGREJA SÃO SEBASTIÃO. COTA ELEVADA DA RUA PERMITE UMA VISTA PRIVILEGIADA DO CENTRO DA CIDADE L O C A L I Z A Ç Ã O A conformação linear do terreno, o declive e sua orientação leste- oeste foram determinantes na implantação da casa ao longo de seu eixo longitudinal perpendicular à via. A construção se desenvolve em três planos A=850 M² I M P L A N T Ç Ã O PLANTA BAIXA 1º PAVIMENTO área de estar, a área de serviço e a varanda Estes três limitam um grande pátio interno que contém jardins, lago e viveiro de pássaros, para o qual voltam-se os quartos e sala de estar da residência. Varanda Jardim Sala de jantar Sala de estar Viveiro de pássaro Lago Circulação de serviço Um pano de vidro de 20 metros separa sala de estar da pátio interno PLANTA BAIXA 1º PAVIMENTO Todo o ambiente de estar e jantar sob os pilotis, permitindo uma total integração entre o jardim e a área social Varanda Jardim Sala de jantar Sala de estar Viveiro de pássaro Lago Circulação de serviço Um pano de vidro de 20 metros separa sala de estar da pátio interno Para controlar a exposição excessiva ao sol durante os meses mais quentes do ano, há um sistema de toldos que descem de aberturas da laje de teto, e protegem o interior destes ambientes. PRIMEIRO PAVIMENTO P E S P E C T I V A PLANTA BAIXA2º PAVIMENTO 4. Quarto 3. Terraço jardim 2. Escritório 1. Hall 6. Banheiro 7. Jardim O pavimento superior se divide em duas zonas distintas: 1 2 Localiza os quartos com banheiros, além de um hall, que funciona como estar íntimo ao redor de um oratório. Reservada ao escritório, lavabo e um grande terraço jardim PLANTA BAIXA2º PAVIMENTO 4. Quarto 3. Terraço jardim 2. Escritório 1. Hall 6. Banheiro 7. Jardim Estes dois setores unem-se através de um grande eixo de circulação Os quartos têm suas esquadrias de guilhotina com contrapeso, protegidas por persianas de madeira de enrolar, formando uma sequência de 25 metros de comprimento. No nível dos quartos e aos fundos do terreno encontram-se ainda a piscina, uma quadra de vôlei e um pomar. SEGUNDO PAVIMENTO P E S P E C T I V A Pontos que determinam o limite do jardim e dos acessos à residência. Eixos Principais do 1º pavimento. Alinhamento do pano de vidro e escada no centro do retângulo JHKL. Proporção 1:√2 do retângulo que contêm a casa. Linhas que demonstram o alinhamento das escadas Sucessão de quadrados áureos que determinam as proporções da construção. Traçados reguladores do 2º pavimento Pontos eqüidistantes dos centros X e Y Alinhamento das paredes no 2º pavimento O projeto contou com a participação decisiva de Oscar Niemeyer, que sugeriu deixar o volume curvo da escada aparente na fachada da casa. Com isso Arcuri precisou inclinar a parede de vidro que divide a varanda. Outra característica marcante desta residência é a expressividade das linhas horizontais, tanto na fachada do jardim, quanto na fachada voltada para a rua, que apresentam, no segundo pavimento, figuras geométricas alongadas e suspensas sobre planos de vidro recuados. Contraste entre planos e linhas coloridas, como evidenciado na fachada frontal, com as treliças da janela pintadas em amarelo limão e os pilares revestidos em mosaico rosa. Nesta mesma face nota-se, ainda, o uso de linhas reguladoras entre o quadro que contêm as janelas e a parede, formando retângulos que mantêm uma relação de proporcionalidade entre si CONTRASTE Perspectiva mostrando a casa com as cores originais. MODERNISMO PAINÉIS E MURAIS Outro ponto explorado por Arcuri, seria a incorporação de painéis e murais a essa estrutura e a importância dada a tais elementos. Essa vontade de promover uma síntese das artes era partilhada por vários arquitetos brasileiros neste momento Viveiro de pássaro com o mural Sala de estar com a lareira ao fundo Vista do mural do viveiro Jardim visto a partir do terraço com os toldos de proteção solar A proteção da casa tem grande importância, foi planejado para evitar contra os olhares externos. Dando privacidade de seus moradores seja no limite público, privado e o serviço A casa contra o meio urbano, protegendo a família como um todo, a de seus membros em relação aos outros, a dos empregados e as atividades a eles destinadas das áreas sociais e finalmente do local de trabalho em relação ao cotidiano doméstico. PRIVACIDADE Para os trabalhos nesta residência, Arcuri recorreu à ajuda de dois profissionais importantes dentro da história da arquitetura moderna brasileira O engenheiro Joaquim Cardozo (1897-1978), fato de ter chamado demonstra aclaramente a vontade de se aventurar na arquitetura, e não nas engenharias. Outra curiosidade é, que este engenheiro era colaborador de Niemeyer. Marceneiro Joaquim Tenreiro (1906-1992) ENGENHARIA 08 IM PO RT Â N C IA Logo esta residência teve uma importância muito grande na carreira de Arcuri, não só por trazer grandes nomes da construção civil do país, para Juiz de Fora. Como também, o tornou o embaixador dos cinco pontos da nova arquitetura de Le Corbusier na cidade. Segundo o próprio autor este foi um de seus projetos mais importantes SITUAÇÃO ATUAL 2023 25 MIL
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