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Resumo N1 Ortopedia e Traumatologia TE por Dr. L’u Cabral - Izabelly Julia OSTEOPOROSE Diminuição da massa óssea mineral e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo orgânico, levando à fragilidade mecânica e consequente predisposição a fraturas. Osteoporose primária - idiopática 1) Osteoporose pós-menopausa ou tipo I; 2) Osteoporose senil relacionada com a idade ou tipo II. Osteoporose secundária - relacionada a condições clínicas Hiperparatireoidismo, diabetes mellitus, ingestão de corticoesteróides, menopausa pós-cirúrgica, tumores da medula óssea e mieloma múltiplo. ≠ Osteoporose estabelecida - osteopenia com fratura de baixo impacto; ≠ Osteopenia - qualidade diminuída do osso, mas não é osteoporose. Epidemiologia Perfil do paciente ● Mulheres ≥ 65 anos pós menopausa; ● Homens entre 50 a 69 anos; ● Pessoas magras > obesas. Local mais comum de fratura - sustentação de peso ● Fratura mais comum - coluna vertebral; ● Fratura mais grave - colo do fêmur; ● Terço distal de rádio puteal colis - a + comum em mulheres pré-menopausa e menopausadas. Fatores de risco ● Genéticos - histórico familiar, caucasianos, escoliose, osteogênese imperfeita, osteomalácia, menopausa precoce; ● Comportamentais - alcoolismo, tabagismo, sedentarismo, desnutrição, baixa ingestão de cálcio, amenorreia induzida por exercício; Resumo N1 Ortopedia e Traumatologia TE por Dr. L’u Cabral - Izabelly Julia ● Risco de fratura - idade, fratura osteoporótica prévia, baixo peso ou IMC, perda de peso, uso de corticóides; ● Risco de uma 2° fratura - quedas prévias, déficit cognitivo, longo período de internação, doença de Parkinson, deficiência de mobilidade, tontura, conceito negativo da própria saúde. Fisiopatologia RELEMBRANDO: tipos de células ósseas… - Células osteogênicas / osteoprogenitoras: se juntam para evoluir em osteoblastos - Osteoblastos: produzem de matriz óssea, remodelação / regeneração óssea. - Osteoclastos: reabsorção, decomposição da matriz óssea; - Osteócitos: mantimento e monitoramento do tecido ósseo. FISIOLOGIA - Deposição osteoblástica (produção de matriz óssea para regeneração óssea) e absorção nos locais de atividade osteoclástica (destruição da matriz óssea). 1. Na osteoporose há a desproporção entre atividade osteoblástica e osteoclástica, com predomínio da última; - Aumento da reabsorção óssea dentro de uma unidade de remodelação; - Diminuição da formação óssea dentro de uma unidade de remodelação (acoplamento incompleto). 2. SALDO NEGATIVO - perda líquida do osso e aumento do risco de fraturas que resulta em deformidades e dor nociceptiva, considerada crônica se presente a pelo menos 3 meses. Resumo N1 Ortopedia e Traumatologia TE por Dr. L’u Cabral - Izabelly Julia Manifestações clínicas ● Doença insidiosa e assintomática exceto em caso de fratura; ● Dor dorsolombar que piora com movimentação em fraturas por compressão do corpo vertebral com queixas de diminuição de altura e cifose; ● Microfraturas podem causar dor sem alteração de mobilidade; ● As demais fraturas apresentaram quadro clínico de emergência característico; Diagnóstico ● Investigar a história - operações realizadas, uso de medicações (corticóides, anticonvulsivantes, medicações para tireóide) e doenças concomitantes; ● Dosagem de: hormônio paratireoidiano, metabólitos da vitamina D, eletroforese de proteínas, testosterona (no homem) dentre outros; ● Deve-se investigar herança de fraturas da coluna, bacia ou de extremidade distal do rádio; ● Nos mais velhos: perda significativa de altura e cifose torácica (corcunda de viúva). Radiografia ● Mais comum é não conseguir identificar alterações na ausência de fratura; ● Perda mineral < 30% sem fratura (MUITO DIFÍCIL IDENTIFICAR). PO - Densitometria óssea ● Avaliação da densidade mineral óssea por radiografia de baixa densidade; ● Locais de realização (menor variação) - coluna lombar, colo do fêmur e rádio distal. Indicações ● Mulheres com deficiência de estrogênios e com fatores de risco para a osteoporose; ● Indivíduos com terapêutica prolongada com glicocorticóides; ● Indivíduos com anormalidades na coluna vertebral; ● Indivíduos com hiperparatiroidismo primário; ● Controle de tratamento da osteoporose. T-score para velhos e pós-menopausa Normal é até -1,0; Osteopenia é entre -1,0 a -2,5; Osteoporose é de -2,5 para baixo. Resumo N1 Ortopedia e Traumatologia TE por Dr. L’u Cabral - Izabelly Julia Z-score para crianças, uso crônico de corticóides, SF pré-menopausa e SM < 50 anos Dentro do esperado para a idade > -2,0; Abaixo do esperado para a idade ≤ -2,0. Tratamento Se osteoporose for secundária, deve-se tratar a causa base em especialista, antes da osteoporose. Prevenção ● Deve ser realizado principalmente em pessoas com fatores de risco, osteopenia; ● A prioridade é prevenir durante o pico de massa óssea; ● Nutrição adequada; ● Prática constante de exercício físico; ● Ingestão de 100 a 1500 mg / dia de cálcio; ● Triângulo terapêutico - exercício físico para formação de osso novo, boa nutrição para melhorar a mineralização e concentração adequada de estrogênio. Medicamentos ● Agentes antirreabsorção que inibem a atividade osteoclástica ❖ Calcitonina - formação de osteoclasto, alivia dor óssea e redução de fraturas; ❖ Terapia hormonal com estrogênio - bloqueia osteoclasto, risco de TVP; ❖ Bisfosfonatos (+ usado): potentes, diminuem atividade osteoclástica reduzindo vida útil. ● Agentes estimuladores da formação óssea ❖ PTH - hormônio da paratireóide, efeito anabólico, estimula a reabsorção e a formação do tecido ósseo, atuando no mecanismo de acoplamento da remodelação óssea, promovendo, assim, grande ganho de massa óssea. Evitar quedas - fortalecimento muscular e adaptações na casa. Resumo N1 Ortopedia e Traumatologia TE por Dr. L’u Cabral - Izabelly Julia FRATURA POR ESTRESSE Fadiga ou insuficiência do osso acometido mecanicamente após formação e acúmulo de microfraturas nas trabéculas ósseas, geralmente em ossos com baixa densidade mineral óssea. Epidemiologia ● Todos os ossos estão suscetíveis a depender da prática diária do atleta, com maior incidência em membros inferiores devido a sobrecarga de sustentação do peso corporal; ❖ Respectivamente mais comuns em tíbia, metatarsos (2° e 3° principalmente) e fíbula. ● Atletas corredores, militares e dançarinos. Fatores de risco Extrínsecos - gestos esportivos, hábitos nutricionais, equipamentos usados e tipo de solo ● Aumento abrupto na intensidade e no volume de treinamento; ● Calçados de baixa absorção de impacto, desgastados (> 6 meses de uso) ou que não se adaptam ao pé do atleta; ● Qualidade da pista de treinamento - desniveladas, irregulares ou muito rígidas; ● Despreparo do atleta no gesto esportivo ou da técnica funcional - MAIS LENTO. Intrínsecos - variações anatômicas, condições musculares, estado hormonal, gênero, etnia e idade ● Sexo feminino; ● Alterações hormonais; ● Alterações nutricionais; ● Problemas biomecânicos; ● Problemas anatômicos com baixo nível de condicionamento físico e muscular - pé cavo rígido, discrepância dos MMII, tíbia breve, genu valgo, ângulo Q aumentado, IMC < 21 Km/m² e baixa estatura. Resumo N1 Ortopedia e Traumatologia TE por Dr. L’u Cabral - Izabelly Julia Fisiopatologia ● Após 6-8 semanas de aumento súbito na intensidade da atividade física; ● Sobrecarga cíclica e repetitiva pode resultar em microfraturas; ● Tecido ósseo não tem tempo para remodelaçãoe adaptação; ● Carga insuficiente para fratura aguda, mas lesão crônica; ● Deformação elástica (volta ao normal ao retirar o estressor que é carga, muleta sem pé no chão) - microfraturas que pode evoluir para deformidade plástica (uma vez feita não volta ao normal) - fratura completa - não há remodelação e readaptação; ● Processo de reparo ósseo exclusivamente por remodelação óssea; ● Reabsorção de células lesadas e substituição por novo tecido ósseo. Manifestações clínicas ● Dor de início tardio que tem piora com atividade física e melhora ao repouso; ● Fortes dores com palpação local; ● Queda do rendimento esportivo, desgaste acumulado; ● Treinos intensos sem período de descanso; ● Falta de fortalecimento muscular, flexibilidade, calçados inadequados; ● Piso inadequado, déficit nutricional e alterações hormonais; Diagnóstico Exame físico sensível, mas pouco específico - aumento de sensibilidade local, dor e edema após aumento abrupto e / ou repetitivo da atividade física sem intervalos suficientes de recuperação tecidual. Inicialmente a dor é aliviada com repouso e permite a atividade física sem prejuízo, mas com a manutenção do gesto agressor há progressão da lesão que resulta em dor intermitente e limitação da prática. Uso de ultrassom terapêutico e de diapasões são úteis na investigação, que quando usados no local podem gerar piora da dor. Teste da corda - pular no local apenas com o membro investigado, se desencadear dor forte ou incapacitante o teste é POSITIVO. Exames laboratoriais - níveis séricos de cálcio, fósforo, creatinina e 25(OH)D3, marcadores nutricionais a anorexia e pesquisas de níveis hormonais (FSH e estradiol) a dismenorreia. Resumo N1 Ortopedia e Traumatologia TE por Dr. L’u Cabral - Izabelly Julia Radiografia ● Exame de imagem inicial devido a fácil acesso e baixo custo; ● Falsos negativos, pois detecta melhor lesões tardias - 2 a 4 semanas de início da dor; ● Área radioluscente fraca e sútil, esclerose, espessamento periosteal, mudanças corticais e aparecimento de delicada linha de fratura; ● Calo ósseo - sinal mais comum em casos de maior evolução. Tomografia computadorizada ● Quando existir contraindicação para RNM; ● Lesões crônicas e quiescentes são mais evidentes; ● Particularmente útil no diagnóstico que envolve coluna dorsal. Tecnécio-99 / cintilografia de tripla fase ● Alta sensibilidade à remodelações ósseas; ● Alterações de imagem 3 a 5 dias após início dos sintomas; ● Radiofármaco se concentra nas regiões afetadas detectando áreas de remodelação óssea, microfraturas do osso trabecular, reação periosteal e formação de calo ósseo. PO - Ressonância nuclear magnética ● Alta sensibilidade e especificidade; ● Deve ser realizado na ausência de alterações radiográficas; ● Anormalidades podem ser identificadas de 1 a 2 dias após o início dos sintomas; ● Edema no tecido ósseo e áreas adjacentes; ● Permite a diferenciação do dano medular do cortical, endosteal, periosteal; ❖ Edema intramedular endosteal é um dos primeiros sinais de remodelação óssea e pode permanecer até 6 meses após diagnóstico e tratamento da fratura - maturação e remodelamento cortical. ● O estresse ósseo também pode estar presente em assintomáticos fisicamente ativos. Resumo N1 Ortopedia e Traumatologia TE por Dr. L’u Cabral - Izabelly Julia Tratamento - identificação dos fatores de risco Prevenção de novos episódios ● Modificação das atividades e correção do gesto esportivo; ● Troca de equipamentos esportivos e do local de treinamento; ● Mudança dos hábitos nutricionais; ● Reconhecimento de alterações hormonais, anatômicas e de força muscular; ● Baixo condicionamento cardiovascular. Recuperação da área lesada (4 a 12 semanas) ● Diminuição da sobrecarga no local acometido; ● Controle da dor - analgésicos, anti-inflamatórios; ● Reabilitação fisioterápica. Complicações - retardo de consolidação, necrose avascular, pseudoartrose (fratura não consolidou, calo plástico vagabundo que faz articulação falsa). BIFOSFONATO a longo prazo pode promover fragilização de regiões ósseas, predisposição a fraturas e teratogenicidade em gestantes. OLHAR DENSITOMETRIA ÓSSEA!!! Resumo N1 Ortopedia e Traumatologia TE por Dr. L’u Cabral - Izabelly Julia ATLS Advanced Trauma Life Support ou Suporte Avançado de Vida no Trauma ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 1. Segurança de cena 2. Verificação da cinemática do acidente 3. Acionamento da equipe de emergência 4. XABCDE. X - Exsanguinação ● Controle de hemorragias externas graves; ● Tipos de hemorragias - arterial, venosa e capilar. A - Vias aéreas e Coluna Cervical ● Verificar a perviedade das vias aéreas; ● Jaw thrust (anteriorização da mandíbula) e Chin lift (elevação do mento); ● Estabilização da coluna cervical com as mãos até se ter disponível um colar plástico e prancha rígida, que deve ser retirada ao momento da radiografia; ● Como é seu nome? voz alterada, estridor, roncos e esforços respiratórios. B - Respiração ● Inspeção, palpação, percussão e ausculta; ● Variação de apnéia a taquipnéia; ● Preocupação com hipoxemia, acidose metabólica, tórax instável, pneumotórax aberto ou hipertensivo, hemotórax. C - Circulação ● Perfusão periférica ≤ 2 seg, pulso, temperatura e coloração da pele; ● Perfusão e hemorragia interna; ● CHOQUE HIPOVOLÊMICO; ● Fazer 2 acessos calibrosos, sendo que PO é soro RINGER LACTATO pela concentração plasmática ser muito parecida com a do sangue; ● Investigar abuso de drogas e hipoglicemia. Resumo N1 Ortopedia e Traumatologia TE por Dr. L’u Cabral - Izabelly Julia D - Estado neurológico ● Avaliação da função cerebral investigando hipóxia ou TCE; ● Escala de Coma de Glasgow (o normal é 15, se estiver ≤ 8 já pode realizar IOT). E - Exposição ● Despir o paciente em busca de lesões; ● Evitar hipotermia cobrindo-o e cuidando da temperatura ambiente. ATENDIMENTO HOSPITALAR PRIMÁRIO ● Planejamento para chegada do paciente; ● Triagem - vítima única, múltiplas vítimas, vítimas em massa; ● Avaliação primária - XABCDE novamente. ATENDIMENTO HOSPITALAR SECUNDÁRIO ● Exame clínico e físico minucioso; ● Exame complementar detalhado (radiografia de crânio, cervical, coluna torácica, coluna lombossacra e bacia em AP e perfil); ● História AMPLA - alergias, medicamentos de uso habitual, passado médico / prenhez, líquidos e alimentos ingeridos recentemente e ambientes e eventos relacionados ao trauma; ● Reavaliação ● Transferência segura, se necessário.
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