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1 ASPECTOS CLÍNICOS DAS PRINCIPAIS PATOLOGIAS NEUROLÓGICAS DO ADULTO E IDOSO E INTERVENÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Sumário ASPECTOS CLÍNICOS DAS PRINCIPAIS PATOLOGIAS NEUROLÓGICAS DO ADULTO E IDOSO E INTERVENÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL ................................................................................................. 1 NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 5 EQUILIBRIO E CONTROLE POSTURAL ................................................ 7 INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL NO CONTROLE POSTURAL .................................................................................................. 16 BANDAGEM ELÁSTICA ................................................................. 18 TERAPIA OCUPACIONAL, NEURO-OCUPAÇÃO E PSICOTERAPIA – ASPECTOS TEÓRICOS, PRÁTICA CLÍNICA E RELAÇÃO MULTIPROFISSIONAL. ................................................................................... 27 LESÃO MEDULAR ................................................................................ 35 INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL ............................ 41 ÓRTESES ...................................................................................... 42 ADAPTAÇÕES ............................................................................... 43 ORIENTAÇÕES ............................................................................. 46 TCE – TRAUMATISMO CRANIO ENCEFALICO .................................. 50 O CUIDADO E O PROCESSO DE REABILITAÇÃO ......................... 52 O CUIDADO E O PROCESSO DE REABILITAÇÃO DA PESSOA COM TCE: ORIENTAÇÕES PRÁTICAS ................................................................ 58 REABILITAÇÃO NEUROCOGNITIVA E COMPORTAMENTAL ........ 60 TECNOLOGIA ASSISTIVA ............................................................ 67 ESCLEROSE MÚLTIPLA ...................................................................... 69 INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL NA ESCLEROSE MÚLTIPLA .................................................................................................... 71 ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (ELA) .................................... 74 INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL ................................ 76 file:///C:/Users/EDUARDO/Documents/FACUMINAS/TERAPIA%20OCUPACIONAL%20EM%20NEUROLOGIA/ASPECTOS%20CLÍNICOS%20DAS%20PRINCIPAIS%20PATOLOGIAS%20NEUROLÓGICAS%20DO%20ADULTO%20E%20IDOSO%20E%20INTERVENÇÕES%20DA%20TERAPIA%20OCUPACIONAL/ASPECTOS%20CLÍNICOS%20DAS%20PRINCIPAIS%20PATOLOGIAS%20NEUROLÓGICAS%20DO%20ADU.docx%23_Toc63623308 file:///C:/Users/EDUARDO/Documents/FACUMINAS/TERAPIA%20OCUPACIONAL%20EM%20NEUROLOGIA/ASPECTOS%20CLÍNICOS%20DAS%20PRINCIPAIS%20PATOLOGIAS%20NEUROLÓGICAS%20DO%20ADULTO%20E%20IDOSO%20E%20INTERVENÇÕES%20DA%20TERAPIA%20OCUPACIONAL/ASPECTOS%20CLÍNICOS%20DAS%20PRINCIPAIS%20PATOLOGIAS%20NEUROLÓGICAS%20DO%20ADU.docx%23_Toc63623308 file:///C:/Users/EDUARDO/Documents/FACUMINAS/TERAPIA%20OCUPACIONAL%20EM%20NEUROLOGIA/ASPECTOS%20CLÍNICOS%20DAS%20PRINCIPAIS%20PATOLOGIAS%20NEUROLÓGICAS%20DO%20ADULTO%20E%20IDOSO%20E%20INTERVENÇÕES%20DA%20TERAPIA%20OCUPACIONAL/ASPECTOS%20CLÍNICOS%20DAS%20PRINCIPAIS%20PATOLOGIAS%20NEUROLÓGICAS%20DO%20ADU.docx%23_Toc63623308 4 AVE - ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO ...................................... 79 TERAPIA OCUPACIONAL NO TRATAMENTO DO AVC ...................... 85 MIASTENIA GRAVIS ............................................................................. 92 TERAPÊUTICA .................................................................................. 98 PARALISIA FACIAL............................................................................... 99 DOENÇA DE PARKINSON ................................................................. 104 TERAPIA OCUPACIONAL E DOENÇA DE PARKINSON ............... 106 TERAPIA COM ANIMAIS ............................................................. 108 A DOENÇA DE HUNTINGTON (DH) ................................................... 109 INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL .............................. 113 DISTONIA ............................................................................................ 115 IMPLICAÇÕES DA ESPASTICIDADE PARA O TRATAMENTO DE TO .................................................................................................................... 118 TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL CONTROLE DA ESPASTICIDADE ....................................................................................... 119 TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL DA RIGIDEZ ..... 119 TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL ........................... 120 TRATAMENTO TERAPÊUTICO OCUPACIONAL FLACIDEZ ......... 120 SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ (SGB) .......................................... 121 RECURSOS TERAPÊUTICOS E INTERVENÇÕES DA TERAPIA OCUPACIONAL .......................................................................................... 130 A TERAPIA OCUPACIONAL EM PACIENTES COM SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ ...................................................................................... 132 DOENÇA DE ALZHEIMER .................................................................. 133 O PAPEL DA TERAPIA OCUPACIONAL NA DOENÇA DE ALZHEIMER OU OUTRA DEMÊNCIA ............................................................................. 136 REFERÊNCIAS ................................................................................... 138 5 INTRODUÇÃO O sistema nervoso é o que sente, pensa, e controla nosso organismo, sendo formado pelo encéfalo, pela medula espinal e pelo sistema nervoso periférico. No encéfalo são armazenadas as memórias, são elaborados os pensamentos, e são geradas outras funções. A medula espinal conduz vias nervosas que vão para o cérebro, e integra coordenação de muitas atividades neurais. O sistema nervoso periférico é formado por rede ramificada de nervos em todo o corpo. A maior parte é constituída por nervos cranianos e demais nervos espinais. As doenças neurológicas acometem o sistema nervoso central e periférico, envolvem desordens a nível cerebral, medular e nervos periféricos. Estas doenças podem levar o portador a distúrbios mentais, e a perder as habilidades motoras, de aprendizagem e de fala. Estima-se que no Brasil, 14,5% da população é portadora de alguma doença neurológica. Para o tratamento, é necessária a atuação de equipes multidisciplinares, como: fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo e psicólogo. Apresentamos nesta apostila alguns tipos de doenças, suas causas e seus respectivos diagnósticos, sintomase tratamentos, além de especificar a importância do acompanhamento psicológico aos pacientes portadores destas doenças. Apresentar as afecções neurológicas mais frequentes e o seu impacto na função motora, sensorial, percepto-cognitiva, emocional e social dos pacientes, para discutir as bases teóricas das abordagens e métodos de tratamento e aplicar os recursos e as técnicas de um plano de avaliação e tratamento terapêutico ocupacional. 6 O Sistema Nervoso Periférico (SNP) é a parte do sistema nervoso que se encontra fora do sistema nervoso central (SNC), é constituído pelos gânglios nervosos (aglomerados de corpos celulares de neurônios localizados fora do sistema nervoso central) e pelos nervos (feixes de fibras nervosas envoltas por uma capa de tecido conjuntivo). As fibras que constituem os nervos são em geral mielínicas com neurilema. Divisão Funcional do SNP O sistema nervoso periférico pode ser dividido funcionalmente em dois grupos de nervos: SNP Somático ou Voluntário e SNP Autônomo, Involuntário ou Visceral: SNP Somático ou Voluntário – possui ações voluntária ou dependente de nossa vontade, tem por função reagir a estímulos provenientes do ambiente externo. Ele é constituído por fibras motoras que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos esqueléticos (porém ele também possui fibras que controlam os reflexos. Exemplo, puxar o pé ao pisar em um prego é um reflexo controlado pelo SNS, mas que ocorre automaticamente antes que se tenha consciência do estimulo). 7 SNP Autônomo, Involuntário ou Visceral – comandam atividades involuntárias e tem por função regular o ambiente interno do corpo, controlando atividades do sistema digestivo, cardiovascular, excretor e endócrino. Ele contém fibras nervosas que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos lisos das vísceras e à musculatura do coração. EQUILIBRIO E CONTROLE POSTURAL Dentre os componentes do comportamento motor que são mais estudados está o controle postural com pesquisas que abrangem desde a primeira infância até a velhice. O controle postural é parte integrante do sistema de controle motor humano, produzindo estabilidade e condições para o movimento, definido por Cupss (1997), como a habilidade de assumir e manter a posição corporal desejada durante uma atividade seja ela estática ou dinâmica. Bankoff (1996), observa que a postura corporal envolve equilíbrio, coordenação neuromuscular e adaptação que representa um determinado movimento corporal, e as respostas posturais automáticas são dependentes do contexto, ou seja, são ajustadas para ir ao encontro das necessidades de interação entre os sistemas de organização postural (equilíbrio, neuromuscular e adaptação) e o meio ambiente. Sobre o sistema de controle postural, Frank e Earl (1990), afirmam que os ajustes para manter a postura ereta dependem de feedback sensorial (vestibular, visual, proprioceptivo e cutâneo) e estratégias associadas com movimentos voluntários. Isso acontece porque as informações sensoriais serão a base para a produção das contrações musculares apropriadas e necessárias para garantir a posição corporal desejada. Duarte (2000), afirma que o sistema visual fornece informações ao cérebro quanto à posição e movimentação de um objeto no espaço, e a posição e movimentação dos membros ao ambiente e ao resto do corpo. Para o autor, dentre os sistemas envolvidos no controle postural, a visão é o sistema sensorial que o corpo mais confia nas tarefas de manutenção da postura e do movimento. Os sistemas proprioceptivos e cutâneos, denominados de sistema somatossensorial, são responsáveis por fornecer informações sobre a posição do corpo no espaço relativo à superfície de suporte, informações da posição e 8 velocidade relativa entre os segmentos do corpo e informações sobre as pressões agindo na interface segmento/base de suporte, sendo este o mais efetivo para perturbações rápidas. O sistema vestibular fornece informações sobre a posição e movimento da cabeça em relação à força da gravidade e forças de inércia. Barela et. al. (2002), comentam que embora estudos tenham investigado o controle postural, é necessário mais informações a respeito, pois pesquisas têm resultados contraditórios. Os autores examinam possíveis mudanças desenvolvimentais no controle postural em crianças com e sem o uso da visão, no qual concluiu que informação visual não pode ser considerada como fonte predominante de informação sensorial para o controle postural. Em recente estudo, Barela et. al. (2009), observaram que os participantes de ambos os grupos testados, foram influenciados pelo estímulo visual e que a solicitação para resistir às influências visuais diminuíram a oscilação corporal, concluindo que a intenção da pessoa pode ter um papel nos estímulos que influenciam a oscilação corporal, porém é um estimulo dependente. Para Teixeira et. al. (2007), mesmo com o sistema de controle postural já desenvolvido em adultos quando a informação visual é retirada tanto crianças quanto adultos apresentam aumentos na oscilação corporal, concluindo que a visão é uma informação importante mesmo para indivíduos jovens e normais praticantes de atividades físicas regulares. Considerando que o estudo do controle postural é importante não só para se saber como esse se desenvolve e é controlado, mas também para encontrar soluções e estratégias para a prevenção de quedas e outras enfermidades relacionadas aos idosos, (REBELATTO et al., 2008; RUWER et al., 2005), e para a melhora no desempenho físico (ALVES et al., 2008; BARCELLOS e IMBIRIBA, 2002) esse estudo realizou uma revisão sobre o controle postural com o objetivo de verificar o direcionamento das atuais pesquisas. Para tanto o tema foi desenvolvido a partir dos seguintes tópicos: controle postural; orientação postural e equilíbrio (estático e dinâmico); avaliação e análise do equilíbrio e do controle postural. 9 CONTROLE POSTURAL O início do controle postural, visando a posição vertical, se dá por volta do primeiro ano de vida quando a criança descobre que pode ficar em pé independentemente de apoio. As primeiras tentativas são realizadas com movimentos simples e ainda desorganizados, mas que irão se aperfeiçoar no decorrer da vida (BARELA et al. 2000; FEITOSA et al. 2008). Calve e Castro (2005), acrescentam que em cada fase da vida, diferentes mecanismos são utilizados na obtenção das informações contidas no ambiente para auxiliar no controle postural e locomotor. YI et al. (2008), comentam que a partir do momento que a criança inicia a utilizar a posição bípede até aproximadamente o quinto e o sexto ano de vida, ocorrem adaptações posturais para a manutenção do equilíbrio frente à ação da gravidade, e essa manutenção leva as crianças adotarem preferências de recrutamento de um determinado sistema que dependerá da idade da criança e da natureza do desafio postural (HADDERS-ALGRA et al. 1996; VAN DER FITZ et al. 1999; HEDBERG et al. (2005). Um adequado controle postural é pré- requisito para um apropriado desenvolvimento dos movimentos voluntários, comunicação e interação social. (VAN DER FITZ et al. 1999). Para Graaff-Peters et al. (2007), existe uma transição de três meses, após a idade de desenvolvimento neural principal, na capacidade para adaptar-se a atividade postural aos constrangimentos ambientais emergentes. Somente próximo à adolescência as adaptações semelhantes aos adultos irão ocorrer. Durante a infância o que ocorre é um aprimoramento dos padrões de controle postural, para a realização das atividades da vida diária. Nesse sentido, concordam Gallahue e Ozmun (2003), que indicam que a maturação dos sistemas controladores da postura atinge o estagio final por volta de oito a 12 anos de idade. Gobbiet al. (2007), acrescentam que para a manutenção da posição em pé são necessários ajustes corporais constantes e coerentes com objetivo de manter os segmentos corporais alinhados e orientados apropriadamente. Sendo que os adultos mantêm a posição bípede com desenvoltura e naturalidade, as crianças realizam um esforço considerável para solucionar a complexa tarefa de manter o corpo na posição vertical. 10 Estudo realizado por Figura et al. (1991), analisou o equilíbrio postural em crianças, de ambos os gêneros, de 6 a 10 anos e adultos, também de ambos os gêneros de 22 a 28 anos, através dos testes de Romberg, Tandem e monopodal e verificaram que houve diferença significativa entre as idades (não entre os sexos), ao realizar equilíbrio postural. Os autores sugerem que há um relacionamento não linear entre a idade e a capacidade de equilíbrio. O desempenho postural durante os testes melhorou significativamente das crianças de 6 anos para as de 8 anos, diminuindo entre crianças de 8 anos para as de 10 anos. Esta diminuição pode ser explicada pelo fato de que por volta dos 8 anos de idade a capacidade de equilíbrio já tenha sido adquirida, e que aos 6 anos esta capacidade ainda esteja em desenvolvimento. Consideram que os parâmetros posturais em cada nível etário dependem de vários fatores, e que a idade e o gênero podem não ser os mais importantes. Investigação sobre o efeito da visão no equilíbrio corporal em crianças, também entre 6 e 10 anos de idade, foi realizada por Zernicke et al. (1992), em cinco condições experimentais diferentes: posição normal em pé; posição com os pés juntos e com olhar fixo em um alvo estático; posição com os pés juntos sem alvo; posição monopodal com olhar fixo em um alvo estático; posição monopodal sem alvo. Os autores encontraram diferenças entre as idades com relação ao movimento anteroposterior quando a criança se mantém na posição em pé estática e com os olhos fixos num ponto específico, sendo que as crianças, tanto as de 6 anos de idade como as de 10 anos não utilizaram efetivamente um alvo estático para melhorar a oscilação corporal na direção anteroposterior, tanto na posição bipodal como monopodal. Figueiredo e Iwabe (2007) consideram a visão como fator importante no controle de equilíbrio de crianças pequenas, entretanto, na ausência de referência visual, os demais sistemas responsáveis pelo equilíbrio (somatossensorial e vestibular) irão melhorar sua capacidade de respostas de modo a auxiliar no controle do equilíbrio. Lee & Lishman (1975), citam que os adultos são capazes de reduzir a oscilação anteroposterior do tronco, mantendo os olhos fixos em um objeto estático. Aproximadamente por volta dos 7 anos ocorre um período de transição, onde, de acordo com Shumway-Cook & Woollacott, Debú & Mowatt (1987), o sistema de controle postural deixa de ser estritamente dependente da visão e 11 passa a integrar as informações provenientes dos demais sistemas sensoriais para o controle da postura, assumindo, então, uma estratégia semelhante à verificada no funcionamento do sistema de controle postural em adultos. Riach & Starkes (1993), verificaram que os principais fatores determinantes para o controle postural em crianças são os fatores físicos como o peso corporal e o tamanho dos pés e não a presença ou não da visão. Assim, os pés menores da criança dão uma base menor de suporte e ainda uma oscilação postural muito maior do que os adultos, resultando numa estabilidade postural menos eficiente. Verificaram, ainda, que adultos e crianças usam apenas uma porção da superfície dos pés para se manterem em pé. As crianças com menos de 7 anos utilizam 44 a 53% da base de suporte, já as crianças acima de 7 anos utilizam 70%, porcentagem semelhante a dos adultos. Figura er al. (1991); Cama et al. (1991); Riach & Starkes (1993), verificaram que com o aumento da idade a variabilidade da oscilação do centro de pressão ou do centro de massa diminui, indicando correspondente diminuição da oscilação do centro de pressão. Isto se revela um indicador de desenvolvimento do controle postural, refletindo numa melhora na manutenção da posição ereta. Soames & Atha (1982), verificaram que a oscilação corporal em adultos varia numa frequência entre 0,25 e 0,45 Hz, para ambas as direções, anteroposterior e médiolateral, e Riach e Hayes (1987), observaram que as crianças mais jovens oscilavam numa frequência entre 0,8 e 1,0 Hz e crianças mais velhas com frequências entre 01, e 0,8 Hz. Indicando que tanto a frequência de oscilação quanto a variabilidade muda desenvolvimentalmente e os adultos oscilam com frequências mais baixas que as crianças. Barela (1997), discorre que mudanças desenvolvimentais no controle postural estariam diretamente relacionadas ao uso da informação sensorial para a produção de atividade motora suficiente para manter uma determinada posição corporal. Ou seja, mudanças desenvolvimentais no controle postural seriam decorrentes da aquisição de uma coordenação coerente e estável entre informação sensorial e ação motora. Décadas de estudo, revelaram e concluíram principalmente que a postura ereta estática, não é tão estática como se acreditava e que apesar de permanecer “imóvel o corpo continua oscilando. As oscilações corporais sofrem influência de vários fatores entre os quais os mais importantes estão a visão, 12 sistema vestibular e propriocepção, sendo que aproximadamente aos 7 anos de idade a criança já possui um padrão de controle semelhante ao de um adulto. Essas conclusões permitiram formar a base do conhecimento sobre o controle postural e permitiram a continuidade dos estudos explorando outras variáveis associadas e situações mais próximas da realidade e das condições cotidianas. Ao revisar o que a literatura apresenta sobre o controle postural e as pesquisas relacionadas em verificar como esse se da na criança, no jovem e no adulto, através dos textos estudados onde os autores citam referencias de vinte, trinta anos ou mais no passado, verifica-se que o interesse inicial era de entender quando o controle postural se inicia e quando determinado comportamento se manifesta e se desenvolve ao longo da vida. Interessante observar, o que Duarte (2000), também fez, que apesar de passados mais de um século dos estudos de Romberg e a criação de seu teste para avaliar a habilidade de que ainda irão ser tema de muitos estudos futuros. Os estudos apresentaram a importância do controle postural não só para a manutenção da postura ereta como sua associação com as demais habilidades motoras necessárias para atender as demandas da vida cotidiana. Um aspecto, que pode ser visto tanto como positivo como negativo, é o grande número de pesquisas. Positivo porque explora ao máximo o assunto e dá uma base ampla e sustentável para várias hipóteses e teorias. Por outro lado ao que se observa, como no caso da análise da base de apoio em situação bipodal com os pés juntos e afastados e unipodal relacionando-as com a situação olhos abertos e olhos fechados, são diversamente diferentes na metodologia empregada ora apresentando resultados semelhantes ora diferentes o que pode dificultar o processo de se determinar a metodologia de pesquisa a ser adotada, para um estudo, e se os resultados que serão encontrados terão validade e aceitação pela comunidade cientifica. Apesar dessa consideração acredito que esse processo foi necessário principalmente para formação da vasta base teórica destacada anteriormente como aspecto positivo nos anos de estudo relacionados á investigação do desenvolvimento do controle postural. 13 ORIENTAÇÃO POSTURAL E EQUILÍBRIO Carvalho e Almeida (2008); citam dois componentes comportamentais do sistema de controle postural; orientação e equilíbrio postural. A orientação postural é o posicionamentorelativo do corpo aos demais segmentos e o meio ambiente. Para os humanos, durante a manutenção da postura ereta, isso significa: orientar o corpo para a manutenção vertical (perpendicular a terra) e alinhar os segmentos em relação aos demais segmentos para manutenção da posição ereta. Já o equilíbrio postural é referente à habilidade de manter a posição do corpo (do centro de massa) dentro dos limites de estabilidade através da inter- relação das várias forças que atuam sobre o corpo, incluindo a força da gravidade, dos músculos e inércia. Em resumo pode-se considerar como tarefa básica do equilíbrio a manutenção da estabilidade corporal tanto em condição estática quanto dinâmica. Gallahue e Ozmun (2003), conceituam equilíbrio estático como a capacidade de manter o próprio equilíbrio enquanto o centro de gravidade permanece estacionário, e, definem equilíbrio dinâmico como a capacidade de manter o próprio equilíbrio conforme o centro da gravidade se desloca. Manter o equilíbrio postural é uma habilidade que esta relacionada tanto ao desenvolvimento das habilidades motoras como ao controle motor voluntario. O desenvolvimento da capacidade de manter o equilíbrio corporal é fundamental para o ser humano, pois sem seria impossível realizar tarefas cotidianas como correr, chutar, saltar, arremessar, etc., e, ajustamentos posturais adequados são mecanismos necessários para a realização destas atividades. Ervilha et al. (1997), comenta que o corpo humano é fisicamente um complexo sistema de segmentos articulados em equilíbrio estático e dinâmico. Movimentos do corpo são causados por forças internas atuando fora do eixo articular, provocando deslocamentos angulares dos segmentos, e por forças externas ao corpo. Para tanto, o sistema de controle postural precisa atuar para manter ou alcançar uma posição corporal desejada. A postura bípede humana é relativamente instável, porque a estabilidade na postura é uma função que envolve vários fatores devido a sua base de suporte ser pequena e o centro de massa ser alto (no nível do quadril). A postura 14 quadrúpede possui a base de suporte maior e o centro de massa mais próximo da superfície de apoio. Quanto maior for a base de suporte, maior será a área que o centro de massa poderá se movimentar sem perda do equilíbrio, (ALMEIDA, 2007). As informações sobre a posição relativa dos segmentos corporais e sobre as forças internas e externas, que estão atuando nestes segmentos são fornecidas pelos sistemas sensoriais, oriundos de quadros de referencias, dependendo da tarefa e do ambiente. O quadro de referencia pode ser visual, baseado nas dicas externas do ambiente ao redor; somatossensorial, baseado na informação do contato com objetos externos e segmentos corporais; ou vestibular, baseado nas forças gravitacionais, (FREITAS e BARELA, 2006). Ajustamentos nos sistemas sensoriais são necessários para manter o centro de gravidade do corpo de acordo com as mudanças na base de sustentação. Portanto, a função do sistema nervoso é emitir impulsos nervosos para as fibras musculares, estimulando contrações que complementam e coordenam todas as outras forças que atuam sobre o corpo fazendo que aposição do centro de massa seja controlada eficientemente mantendo o equilíbrio (WOOLLACOTT et al, 1998). Uma das variáveis mais importantes é a orientação do tronco, uma vez que irá determinar o posicionamento dos membros com relação aos objetos com os quais podemos interagir. Os ajustes posturais que contribuem para um eficiente desempenho nas tarefas motoras ocorrem primeiramente nos músculos da cabeça, tronco e dos membros envolvendo complexas excitações e inibições musculares. (VAN DER FITZ et al. 1999). A posição combinada do pescoço e do tronco determina a posição da cabeça no espaço, que é importante para a interpretação da informação sensorial a partir dos sensores baseados na cabeça. O controle da posição e da velocidade do tronco no espaço, como na orientação postural pode ser a meta principal do sistema de equilíbrio postural, uma vez que a maior parte da massa corporal esta localizada no tronco (HORLINGS et al. 2009; VAN DER FITZ et al. 1999). Portanto, as informações sensoriais e a atividade motora trabalham de forma coordenada com o objetivo de atingir ou manter o equilíbrio e a orientação postural. 15 As forças que atuam no corpo, durante a posição ereta incluem forças resultantes da gravidade, da fricção e forças externas relacionadas à superfície de apoio. O ponto no qual toda a massa corporal é equilibrada é conhecido como centro de gravidade corporal, e também o ponto resultante das forças externas agindo sobre o corpo, (VUILERM et al. 2007). Uma segunda força atuando no centro de gravidade que é igual ou oposta à força de gravidade fazendo com que o corpo encontre seu equilíbrio na posição ereta é representada pela força de reação do solo com os pés. Quando o corpo é segmentado, a posição do centro de massa pode mudar bruscamente, devido à mudança de configuração corporal (a posição relativa dos segmentos) então, o centro de massa pode ser localizado fora do corpo, dependendo da orientação postural (GALLAHUE e OZMUN, 2003; BRENIERE e BRILL, 1998). Barela (2000), descreve situações em que ocorre uma dependência mutua entre a percepção e a ação de modo continuo, denominada pelo autor como ciclo percepção-ação. Esse evento ocorre na manutenção da posição ereta, durante um período de tempo, onde o relacionamento entre informação sensorial e atividade motora ocorre de forma continua, ou seja, a informação sensorial estimula a realização das ações motoras relacionadas ao controle postural e, simultaneamente, a realização destas ações motoras estimula a obtenção de informação sensorial. Como por exemplo, durante a manutenção da posição ereta, uma oscilação para frente é detectada pelos sistemas sensoriais resultando numa contração dos músculos posteriores afim de que esta oscilação seja corrigida. Porém, assim que a oscilação é corrigida, agora para trás, uma nova informação faz-se disponível, indicando a nova direção da oscilação, resultando numa nova contração, agora dos músculos anteriores e assim sucessivamente (LIPSHITS e KAZENNIKOV, 2008). As conclusões apresentadas acima são encontradas principalmente em estudos posteriores aos que investigavam o “quando” surgiam os comportamentos de controle postural, e iniciaram estudos em “como” se dava o processo de controle. As metodologias empregadas utilizaram principalmente a eletromiografia para verificar quais músculos eram solicitados a contraírem-se e principalmente a dinâmica da relação inter muscular nos membros inferiores e desses com o tronco. Verificou-se que o equilíbrio é conseguido por múltiplas 16 contrações musculares, desses segmentos estimulados por solicitações dos sistemas sensoriais (visuais, vestibulares e proprioceptivos).(TEIXEIRA, 2010) INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL NO CONTROLE POSTURAL Segundo a teoria do Criacionismo, somos a mais perfeita criatura, mas mesmo assim somos sujeitos a qualquer momento caímos em decorrência de alguma enfermidade ou acidentes que nos pode ser fatal ou apenas causar danos leves ou graves. Os mecanismos sensoriais de manutenção e controle postural, assim como qualquer outro órgão ou tecido do corpo humano, podem sofrer algum tipo de alteração que impeça a locomoção ou a execução de movimentos mais precisos. As dificuldades ou impedimentos de se manter em estado ereto são decorrentes de neuropatias que prejudicam a integração dos mecanismos sensoriais situados em diversas partes do corpo ou a comunicação deste com o SNC, “a manutenção de uma determinada orientação postural é obtida a partir do complexo relacionamento entre informações sensoriais e ação motor- muscular” (Kleiner, 2009). A TerapiaOcupacional trabalha com a recuperação da coordenação motora, fina e grossa a força, amplitude de movimentos, o tônus, a sensibilidade, as atividades de vida diária e o treinamento voltado para a recuperação dos padrões normais de movimento.(PESSÔA, [s.d.]) Para uma recuperação mais rápida do membro invalido, as sequências de exercícios são escolhidas durante a terapia devem ser similares aos movimentos utilizados nas atividades de vida diária, pois dessa maneira, pode ser construída uma ponte entre o tratamento e o uso funcional. Existem dois métodos amplamente usados por fisioterapeutas para o tratamento de membros: compensação e facilitação. De maneira simples a compensação refere-se ao treinamento do membro não afetado, de modo a compensar as funções do membro comprometido. 17 Desenvolvido pelo médico Herbert Kabat e a terapeuta ocupacional Dorothy Rosemberg em 1950, o método Kabat ou Facilitação Proprioceptiva Neuromuscular, procura o uso repetitivo do membro afetado, com o objetivo de fornecer aprendizagem motora através de técnicas de reforço. Outro método que mostrou resultados bastante satisfatórios foi o método de Estimulação sensorial, que por meio de ativação ou inibição dos mecanismos sensoriais incentiva o musculo paralisado a aprender os movimentos na sequencia correta. Estudos recentes sugerem que a organização funcional dos córtices sensorial e motor não são estáticos, ou seja, pode mudar dinamicamente à medida que haja uma intervenção ou demandas de tarefa. Corrêa (2008) aproveita os avanços da Terapeuta ocupacional para dizer que “a rede de neurônios somatossensorial altamente interconectados permite o aprendizado de tarefas sensório-motoras e o reaprendizado da função após o dano”, permitindo o membro afetado recuperar sua funcionalidade. A Terapia Ocupacional tem como objetivos diferenciados dirigir a participação do ser humano, promovendo sua adaptação, restaurando, reforçando e facilitando a aprendizagem de habilidades essenciais para a vida diária. Quando um terapeuta ocupacional sabe que um paciente quer reaprender a dirigir, vestir-se de maneira independente, comer em restaurante ou continuar a trabalhar como um mecânico de automóveis deve ser capaz de organizar as tarefas terapêuticas que auxiliam o paciente na realização destas atividades. A motivação é ferramenta básica em qualquer processo terapêutico e, na integração sensorial é primordial para que ocorram processos e vivências relevantes. Na intervenção da terapêutica ocupacional, o papel do profissional que se utiliza dos procedimentos de integração sensorial não é o daquele que vem com uma lista de atividades e que convida o paciente a executá-la. “As atividades são escolhidas de acordo com as necessidades específicas do paciente” (CARVALHO, 2001, p. 26). Watanabe (2002) se vale das indicações de CARVALHO (2001) para indicar como o terapeuta deve prosseguir em tratamentos de reabilitação com crianças. Segundo o autor, terapia geralmente é muito divertida para a criança, 18 pois o ambiente clínico inclui diversos brinquedos e equipamentos que atraem a atenção da criança. Nesse ambiente de brincadeira, o terapeuta ocupacional ajuda a criança a alcançar sucesso em atividades que provavelmente não ocorreriam no brincar não orientado. Segundo Ayres apud (MAGALHÃES, 2001, p. 84), o terapeuta assiste o comportamento da criança, interpreta a adaptabilidade de suas ações, e antecipa o evento seguinte, ajudando a criança sempre que necessário. Em suma, a intervenção terapêutica favorece o processamento adequado das informações sensoriais, adotando a premissa de que estes são componentes essenciais para a formação de uma base sólida, sob a qual se estruturam habilidades como potência postural, integração bilateral, sequenciamento e práxis, ou seja, através da Terapia de Integração sensorial e dos estímulos proporcionados, visa-se que os déficits da integração sensorial já descritos e discutidos no decorrer do trabalho, sejam minimizados. BANDAGEM ELÁSTICA História da bandagem elástica Segundo Morini (2014), não é de hoje que as bandagens são empregadas para tratamento. Em 460 a 377 a.C, Hipócrates empregava bandagem para manter o posicionamento após manipulação para corrigir pé torto congênito. No ano de 1575, Ambroise Paré também realizava seus tratamentos de correção articulares com bandagem após manipulação e, em 1743, Nicolas Andry se aproveitava de bandagens umedecidas para tratar ligamentos articulares. Para Morini (2014), no Egito antigo utilizavam-se as bandagens de outra maneira, a conservação de corpos após a morte, nos processos de mumificação. Pode-se considerar bandagem todo material flexível utilizado como auxílio externo ao corpo humano. As bandagens podem ser classificadas como rígidas ou inelásticas (deformam plasticamente) e elásticas. São exemplos de bandagem rígida: esparadrapo, micropore, faixa crepe de gesso. Já as bandagens elásticas são as que possuem a capacidade de se esticar e voltar ao seu estado de repouso (deformação elástica) (MORINI, 2014, p.2). 19 De acordo com Morini (2014), muitas pessoas desconhecem que, para fazer o uso da aplicação da bandagem (rígida ou elástica), necessita-se ter conhecimento aprofundado de anatomia e biomecânica. Nas aplicações para tratamentos ortopédicos ou neurológicos, a técnica não deve ser realizada por pessoas que não sejam profissionais da área da saúde, e mesmo estes devem possuir qualificação adequada e o entendimento das propriedades físicas da bandagem, e também noções dos critérios de utilização. Para Morini (2014), uma grande maioria dos terapeutas faz o uso da bandagem elástica visando tratar condições ortopédicas, como traumas, lesões e principalmente algias. E a utilização em pacientes com comprometimento neurológico tem aumentado de forma considerável. Segundo Kase, Lemos e Dias (2013), em 1973 Dr. Kenzo Kase desenvolveu uma técnica de bandagem elástica com o intuito de propor ao paciente um recurso terapêutico onde auxiliasse o corpo a busca da homeostase entre as sessões de quiropraxia. Dr. Kenzo entendeu que os tecidos contráteis e outros tecidos moles, como fáscias, ligamentos e tendões, quando submetidos a estímulos gerados por um suporte externo, consequentemente buscavam suas funções de normalidade. A partir deste fato, Dr. Kenzo desenvolveu mais de vinte tipos de bandagens, chegando à bandagem atual, a qual apresenta elasticidade semelhante à pele (KASE, LEMOS e DIAS 2013). De acordo com Kase, Lemos e Dias (2013), a utilização da bandagem elástica cresceu rapidamente devido a sua grande aceitação entre os profissionais da saúde, além de evidenciar, após a sua aplicação, vantagens que a fez tornar o padrão ouro das bandagens para as intervenções em paciente atualmente. São empregados nos diversos níveis de assistência, seja primário (prevenção de lesões), secundário (tratamento agudos e subagudos) ou terciário (situações crônicas de incapacidades funcionais), com resultados resguardados e com mínimos de efeitos colaterais. 20 Características da bandagem elástica Para Kase, Lemos e Dias (2013), a bandagem elástica apesar de ser um adesivo hipoalergênico, é a prova d'água, não possui qualquer substância medicamentosa aderida e é composta de 100% algodão com adesivo 100% acrílico termoativo. Ela foi desenvolvida para permitir uma elasticidade longitudinal com cerca de 40% a 60% de alongamento do seu comprimento em repouso, tendo espessura e textura similares às da pele. Não apresenta elasticidade no sentido transversal. Contêm linhas que representam a distribuição da cola adesiva à imagem de impressões digitais, a fim de similar os diversos sentidos da elasticidade da pele humana. (KASE, LEMOS e DIAS, 2013, p.15).Princípios básicos da bandagem elástica Segundo Kase, Lemos e Dias (2013), a bandagem elástica pode agir na musculatura, nas articulações, na circulação linfática, nas fáscias, na derme, em tendões e ligamentos. Deste modo, é primordial o diagnóstico do componente específico envolvido na causa da disfunção, que pode ser de origem neurológica, muscular, articular, fascial ou aponeurótica, dérmica, circulatória e linfática. O sucesso da aplicação está diretamente relacionado com esses conhecimentos semiológicos e da aplicação correta da bandagem. 21 De acordo com Kase, Lemos e Dias (2013), a bandagem é constituída por âncoras ou pontos fixos, nos quais devem ser aplicadas a zero% de tensão, que, em geral, estão localizadas nas extremidades da bandagem. Entre elas, localiza- se a zona terapêutica, local que recebe a tensão de tratamento para o tecido alvo. Recomenda-se não ser econômico nas ancoragens, pois âncoras pequenas tracionam as extremidades da bandagem sobre a pele, podendo causar irritações, microlesões, aumento do edema e até mesmo de hemorragias. Geralmente, indicam-se âncoras de 2,5 a 5 cm nas aplicações abaixo de 40% de tensão. Acima de 50% de tensão, são necessárias âncoras maiores. Além da tensão empregada, outro fator que determina ou o tamanho da âncora é o comprimento da zona terapêutica. Portanto quanto maior a zona terapêutica, maior a ancoragem. Toda ancoragem, inicial ou distal sempre deve possuir 0% de tensão (KASE, LEMOS e DIAS, 2013, p.18). Funções da bandagem elástica Segundo Morini (2014), o objetivo na utilização da bandagem elástica, será proporcionar um desenvolvimento neuropsicomotor e buscar a integração sensorial corporal para melhor adaptação dos pacientes ao ambiente. Função dérmica Para Kase, Lemos e Dias (2013), a bandagem elástica, possui uma função dérmica de analgesia do resultado da ação sensorial da bandagem sobre mecanoreceptores através das pressões, tensões, elevações, descompressões e trações da pele. Função muscular De acordo com Kase, Lemos e Dias (2013), a função muscular desencadeia efeitos diretamente sobre a musculatura, estimulando e ativando o músculo durante o movimento, onde será possível melhorar a contração sinérgica de um músculo enfraquecido, inibido, hipotônico e desequilibrado, diminuindo episódios de fadiga, contraturas, espasmos e lesões musculares. Por outro lado, também podem ser observados em condições em que os músculos se encontram hiperativos, hipertônicos e excessivamente fortes. A bandagem agirá de forma inibitória, diminuindo as atividades musculares que estão em excesso. 22 Função linfática Segundo Kase, Lemos e Dias (2013), a propriedade elástica da bandagem proporciona a elevação da pele por meio das circunvoluções e beneficia a massagem suave da região por meio das trações e tensões superficiais, gerando uma drenagem dos fluidos corporais, assim com os movimentos corporais promove trocas de pressão entre a primeira camada superficial da epiderme e derme, a hipoderme e a fáscia superficial. Levando à abertura e ao fechamento dos vasos linfáticos e sanguíneos devido aos seus diversos filamentos aderidos às suas camadas superficiais da pele. Função articular Para Kase, Lemos e Dias (2013), a bandagem age na função articular melhorando o desalinhamento biomecânico e instabilidade das estruturas osteomusculares, desenvolvidos frequentemente por disfunções de movimentos, em que, estão envolvidas a uma atividade constante e repetitiva, a manutenção elástica e a desequilíbrios musculares como: encurtamento, fraqueza, tensão, perda da rigidez, distonias, entre outras condições. A bandagem atua diretamente sobre o alinhamento articular, promovendo o equilíbrio entre os músculos agonistas, antagonista e sinergistas, permitindo o controle dos movimentos patológicos e a reeducação motora. Efeitos fisiológicos da bandagem elástica Para Kase, Lemos e Dias (2013), a bandagem elástica proporciona efeitos relacionados de acordo com as suas funções e os objetivos com a aplicação da mesma seriam: a) Aliviar a dor e as sensações anormais da pele e músculos; b) Harmonizar o equilíbrio e suporte aos músculos durante os movimentos; c) Deslocar edemas linfáticos e sanguíneos; d) Corrigir os desalinhamentos articulares e biomecânicos; e) Criar mais espaços nos níveis epidérmicos, dérmicos e hipodérmicos. 23 Contraindicações e precauções da bandagem elástica De acordo com Kase, Lemos e Dias (2013), é contraindicado realizar a aplicação da bandagem elástica em regiões com atividade malignas ativas, trombose venosa profunda ativa, sobre celulites, feridas abertas, infecções ativas de pele e em pacientes que possuam alergias à bandagem. As precauções ou as situações que necessitam de um cuidado maior são: diabetes, doenças renais, sensibilidade apresentada por outras bandagens, insuficiência cardíaca congestiva, pele frágil ou em processo de cicatrização, e condições em que não foi detectada uma causa clara da disfunção em questão (KASE, LEMOS E DIAS, 2013, p. 28). APLICAÇÃO DA BANDAGEM ELÁSTICA Antes da aplicação da bandagem elástica é realizada a assepsia da região com álcool 70% e aplicação do spray de cabelos para aumentar a adesão à pele. Posicionar o paciente sentado com a cervical em flexão-lateral. Durante o procedimento é importante que a área estiver desnuda, devendo avaliar a integridade da pele antes da aplicação da bandagem elástica e aplicada o spray de cabelo sobre a pele para aumentar adesão da bandagem. 24 Técnica da bandagem elástica A técnica para aplicação da bandagem nas fotos anteriores foi de acordo com a facilidade do movimento da fáscia cervical. A aplicação consiste em um corte de 25 cm de bandagem em forma de I, aplicada durante três semanas consecutivas, sendo que a cada aplicação a permanência da bandagem sobre a pele foi de 5 dias e depois um intervalo de descanso de 2 dias entre cada aplicação. Após a última aplicação foi realizado o teste com o flexímetro 07 dias após a retirada da bandagem. Neste trabalho foi utilizado o Flexímetro, que é um equipamento simples que dispensa calibrações, apresenta baixo custo operacional e facilidade no seu manuseio, informando uma medida direta em graus de amplitude de movimento (ADM) na flexão-lateral da cervical. 25 De acordo com as pesquisas de Florêncio et al. (2010), que compararam o Flexímetro com o Cervical Range of Motion (CROM), para analisar ADM cervical, chegaram aos mesmos valores obtidos na avaliação e concluíram que ambas as ferramentas apresentam confiabilidades aceitáveis para a prática clínica. Baseando-se nos princípios de que o movimento e a atividade muscular são indispensáveis para a manutenção de um estado saudável, a utilização da bandagem elástica segue esse princípio não restringindo ou limitando seus movimentos (VIEGAS apud VILLAR et al., 2011). Na área desportiva, a sua utilização é muito bem vista pelos atletas pelo fato de não restringir o movimento e pela sua aderência à pele. Apesar da popularidade e da crescente utilização na prática clínica, principalmente na área do desporto, a evidência que tem por base a sua utilização é escassa e de qualidade metodológica questionável (VIEGAS apud NAKAJIMA e BALDRIDGE, 2013). De acordo com Lemos et al. (2014), no caso de retração fascial, tensões fasciais ocorrem juntamente com variações anormais de mobilidade do tecido e flexibilidade, o que consequentemente leva à degradação do movimento. Sendo que a terapia feita com Kinesio Taping, utilizando a correção fascial descrita por Kenzo Kase visa criar e direcionar o movimento fascial, a fim de conduzi-lo a uma direção desejada ou em um alinhamento, com isso libertar a fáscia de quaisquerlimitações de movimento através do movimento da pele em relação ao músculo alvo por meio de uma tensão mecânica gerada pela bandagem elástica. Em uma pesquisa de Iglesias et al. (2009), para verificar efeitos a curto prazo de Kinesio taping na dor e na melhora da ADM de movimento cervical, em pacientes com lesões cervicais aguda, em um ensaio clínico randomizado, observou-se logo após as primeiras vinte e quatro horas da aplicação que o uso da bandagem diminuiu o quadro álgico e aumentou a ADM. O teste foi realizado em 41 pessoas (sendo 21 mulheres), foram divididos aleatoriamente em 02 grupos, sendo que o grupo experimental recebeu aplicação de Kinesio taping na coluna cervical, aplicado com tensão e o do grupo placebo recebeu a aplicação sem tensão. O resultado foi estatisticamente significativo para a dor e aumento de ADM, para todas as direções da amplitude de movimento cervical. 26 Karatas et al. (2011), estudou 32 cirurgiões (entre 27 a 44 anos) que trabalham no Hospital Universitário, com queixas de dor cervical e lombar e após o quarto dia de permanência com a bandagem observou-se que os indivíduos tiveram melhoras no quadro álgico, da performance funcional e tiveram aumento da ADM. Artioli e Bertolini (2014), pesquisaram a sua aplicação e os resultados sobre a dor em 10 ensaios clínicos referentes à dor com Kinesio taping, avaliados por meio da escala PEDro. Sendo que seus resultados foram semelhantes ou inferiores a outros grupos e que esse não seria o principal tratamento de escolha, sendo ela considerada técnica adjunta ou complementar. O que justificaria o efeito hipoalgésico seria a teoria das comportas. Lemos et al. (2014). pesquisaram o efeito da bandagem elástica sobre as fáscias da região da coluna vertebral lombar para o aumento da flexibilidade. Participaram 39 indivíduos do gênero feminino com idade entre 18 a 27 anos, foram divididos em três grupos (controle, tratados sem tensão e tratados com tensão). Nos dois grupos tratados observaram mudanças na mobilidade da fáscia lombar. No entanto, estes dois grupos não apresentaram diferenças significativas entre eles. Já no presente estudo, os dois grupos que receberam aplicação de bandagem obtiveram diferenças significativas quando comparados com o grupo controle, e diferenças significativas também quando comparados entre os grupos que receberam a aplicação da bandagem. Sendo o grupo tratado com tensão com maior ganho de flexibilidade. Luz Junior et al. (2015), relata em seu estudo que o Kinesio Taping não é melhor que o Micropore, mas que ambos os grupos apresentaram diferenças significantes quando comparadas ao grupo controle (não houve aplicação de nenhuma bandagem). Tanto os resultados do estudo de Lemos et al. (2014) como os resultados de Luz Junior et al (2015) demonstram resultados que a aplicação de uma bandagem é eficaz para o aumento de flexibilidade. No entanto, a presença de tensão na bandagem não interfere neste ganho de flexibilidade. Por isso, estamos de acordo com Yazici et al. (2015), sobre o efeito de melhora sensorial local que a presença da bandagem provoca. A melhora da informação sensorial pode ser suficiente para aumentar a flexibilidade do segmento estimulado. 27 TERAPIA OCUPACIONAL, NEURO-OCUPAÇÃO E PSICOTERAPIA – ASPECTOS TEÓRICOS, PRÁTICA CLÍNICA E RELAÇÃO MULTIPROFISSIONAL. “O que temos que aprender a fazer, aprendemos fazendo”. Aristóteles Um Velho Novo Caminho. A atuação do Terapeuta Ocupacional, frente às inúmeras facetas do fazer humano, é extremamente diversificada. Na saúde mental, não poderia ser diferente. Diversos teóricos, partindo de pontos diferentes, agregam valor à profissão com a multiplicidade dos seus olhares. Quando se fala de psicoterapia na terapia ocupacional, apesar de algo já bem antigo (o termo, “Psicoterapia Ocupacional” já era utilizado por Suliano Filho, em 1982), ainda há muito medo e insegurança em assumir esta posição, cercada de pré-conceitos e ignorância. Rui Chamone Jorge, terapeuta ocupacional mineiro e um dos fundadores da graduação em terapia ocupacional da UFMG, seguiu a terminologia proposta por Suliano Filho e nomeou seu último livro (publicado após o seu falecimento) como psicoterapia ocupacional (1995), tomando este nome para a nova abordagem que propunha. Para Jorge, a terapia ocupacional podia ser definida como “método críticolaborativo das relações humanas, portanto, modo psicoterapêutico”. Sendo a psicoterapia uma intervenção multiprofissional, em 2010, o College of Occupational Therapits of Ontario (COTO) fez uma publicação denominada Standards For Psychotherapy em que conceitua o seguinte: “A psicoterapia concentra-se nos problemas emocionais do cliente com o objetivo de mudar padrões de comportamento de derrota, promovendo mudanças positivas de personalidade, crescimento e desenvolvimento e reorganizando a personalidade. Os psicoterapeutas frequentemente trabalham com uma variedade de teorias ou combinações de teorias e podem usar um ou mais procedimentos ou modelos para tentar alcançar os resultados desejados”. 28 Em dezembro de 2013, Moll et. al. publicaram artigo na Canadian Journal of Occupational Therapy marcando a importância da psicoterapia como parte da prática da terapia ocupacional psicossocial, reforçando que seu uso requer treinamento especializado para alcançar e manter a competência para esta atuação. Considerando a psicoterapia uma ferramenta multiprofissional, surgem então alguns questionamentos, tais como: o que um terapeuta ocupacional agregaria numa equipe de saúde mental com esta prática? Qual fundamentação teórica respalda este desempenho? Estas respostas serão obtidas ao longo desse capítulo, descrito a seguir. A Relação Triádica na Terapia Ocupacional. Rui Chamone Jorge definia a relação terapêutica ocupacional como uma relação triádica entre terapeuta, paciente e atividade, em que cada vértice do triângulo faz a mediação da relação entre os outros dois. A atividade estaria dividida em três elementos: material, ferramenta e objeto-concreto, totalizando o que ele chamava de “cinco elementos da terapia ocupacional”, como é possível visualizar na Figura 1. 29 Em 1995, Vianna faz uma releitura da tríade proposta por Jorge identificando, primeiro, os elementos OSI (nesta ordem, “O” representaria o objeto, a que Jorge chamou de material, “I” seria a imagem conceitual, o objeto plástico enquanto articulação discursiva, Jorge chamou de objeto-concreto, e “S” seria qualquer pessoa) e nomeando esta relação de “Triparalelismo do Conhecimento”. Em seguida, encaixou o sistema OSI num novo triângulo (Figura 2), ao qual denominou de “O Conhecimento Geral da Terapia Ocupacional”. Numa reorganização dos triângulos de Chamone e Vianna, chegou-se ao triângulo da Figura 3. 30 Entretanto, tratar esta relação como geradora de uma imagem conceitual parece pouco. Foi quando se teve conhecimento, em Nova York, durante a formação em Accelerated Experiential Dynamic Psychotherapy (AEDP), o triângulo de self-outro-emoção (Figura 4) usado por Diana Fosha para exemplificar como ocorrem as psicopatologias e o trabalho com a perspectiva de cura. O TRIÂNGULO DO CONFLITO. Segundo Fosha (2000), a relação que estabelecemos com nossos cuidadores nos primeiros anos de vida são fundamentais na construção de resiliência emocional ou mesmo de uma psicopatologia. Então, nos relacionamos com o “outro” (cuidador primário) recebendo influência de acontecimentos externos e sentindo emoções. Quando o “outro” tem recursos internos suficientes e sabe como manejar os afetos (comportamentos observáveis que representam as emoções) dos (geralmente) filhos, os filhos podem sentir, na linguagem de Fosha, a emoção central, aprender a manejá-la com os cuidadorese se relacionar de forma segura, tanto com os cuidadores quanto, posteriormente, com as pessoas que o circundam. Entretanto, se os cuidadores não sabem como lidar com os afetos dos filhos, estes terão que fazer uma escolha, não de forma consciente. Haverá um rompimento ou com os cuidadores ou com a emoção central (ou emoção primária, na linguagem de Pat Ogden, que teorizou a Sensorymotor Psychotherapy). 31 Uma criança não pode ficar sem o cuidado dos seus cuidadores. Então, o que lhe resta é romper com a emoção, deixando de senti-la e dando lugar a outros conteúdos, que irão gerar a psicopatologia. É aí que surgem as defesas e as emoções secundárias, na linguagem de Ogden, ou “afetos de sinal vermelho”, na linguagem de Fosha, formando um novo triângulo: o triângulo do conflito (figura 5). O CÉREBRO TRIUNO E A NEURO-OCUPAÇÃO. Partimos, então, para um aprofundamento em outra teoria: o cérebro triúno, que vai nos ajudar a compreender como toda emoção tem um componente somático e um componente cognitivo. O neurocientista Paul Maclean criou a teoria do cérebro triúno (ou trino) e apresentou-a em 1990 no livro “The Triune Brain in evolution: Role in paleocerebral functions”. Os três cérebros seriam: (a) o cérebro reptiliano, o tronco cerebral, responsável pelo processamento sensório-motor, em amarelo na figura 6 (b) o cérebro mamífero, o sistema límbico, responsável pelo processamento das emoções, em verde na figura 6 e (c) o cérebro de primatas e humanos, o neocórtex, responsável pelo processamento cognitivo, em azul na figura 6. 32 Essa teoria nos mostra que não somos um corpo ambulante no mundo, nem somente um conjunto de crenças que definirão nosso destino, ou um compêndio de emoções que nos levam do Oiapoque ao Chuí em segundos sem nem entendermos o que está acontecendo. Há correspondentes sensório- motores e cognitivos para cada emoção, há correspondentes emocionais e cognitivos para cada sensação e/ou movimento e há correspondentes sensório- motores e emocionais para cada pensamento/ crença. Não é possível romper com uma emoção sem padrões de crença, de postura, de movimento e sensações que sustentem esse padrão. Com base na teoria do cérebro triúno, Tina Champagne (2011) nos apresenta a neuro-ocupação. O termo foi uma inflexão das neurociências ao termo ocupação, naturalmente para dar visibilidade científica ao uso de ocupações como dispositivos terapêuticos. Champagne apresenta o neocórtex como a estrutura responsável pela “consciência perceptiva”, o sistema límbico responsável pelo “significado”, e o tronco cerebral responsável pela “intencionalidade”. Amplio o uso do termo “neuro-ocupação” para o conhecimento produzido pela neurocientista Kelly Lambert (2008). Lambert descobriu que, além da chamada “Recompensa Cerebral”, temos também a “Recompensa Impulsionada Pelo Esforço”. Essas descobertas foram fundamentais para a auto-preservação humana por motivar os seres humanos primitivos à realização de esforço físico necessário para a obtenção de recursos para a sobrevivência. Segundo Lambert, quando o esforço físico (principalmente se feito com as mãos) produz algo tangível, visível e significativo, há sensação de bem-estar, realização e satisfação e o cérebro é estimulado em diversas regiões, o que não acontece quando obtemos um “prazer pronto”, como no caso de substâncias psicoativas ou mesmo no lazer maquinizado de ver televisão. 33 Diante de todos esses conhecimentos, conclui-se que quando se fala em imagem conceitual, fala-se também em emoção, em sensação e em movimento. Essa relação se dá frente a diversas ações, engendradas numa cultura. Então, apresento um novo triângulo. Um triângulo do sentir, pensar e fazer na relação com o outro no âmbito da cultura. Quando um indivíduo rompe com sua emoção primária, ele rompe também com suas sensações e movimentos construindo crenças que trarão estagnação, não conseguindo fazer o que realmente gostaria de fazer. Na psicoterapia, como bem descreve Fosha (2000), o terapeuta entrará no lugar desse “outro”, promovendo uma experiência emocional corretiva, e, segundo Ogden (2012), facilitando que ocorra o que precisa acontecer. Então, esse triângulo passa a fazer parte do processo psicoterapêutico, ao qual pode ser denominado de “psicoterapia neuro-ocupacional. 34 Aqui temos o cliente como alguém que sente (emocional e fisicamente), pensa e faz na relação com o terapeuta e tudo isso permeado pelo arcabouço cultural em que se encontram. A Peculiaridade da Terapia Ocupacional. O terapeuta ocupacional é o profissional que trabalha visualizando a atividade como parte de uma relação triádica, e o seu “grande trunfo” nos trabalhos em equipe é ser o “profissional da ação”. Pois, o mesmo trabalha por meio da ação (fazer, atividade, ocupação) para uma ação mais adaptativa, alcançando, com esta intervenção, os três níveis do cérebro, enquanto outros profissionais vieram de uma prática intervencionista verbal, privilegiando apenas o neocórtex. Todavia, os pacientes atendidos nas instituições de saúde mental têm grande possibilidade de terem sofrido traumas emocionais ao longo da vida. Quando isso ocorre, há um comprometimento da integração do processamento das informações nos níveis cognitivo, emocional e sensóriomotor do cérebro e também hiper ou hipoestimulação autonômica, levando a uma elevação das emoções, pensamentos em círculo e má interpretação das pistas presentes no ambiente como as do trauma do passado. Trabalhar só com o conteúdo verbal, sem acessar sensações corporais e movimentos, é insuficiente para ajudar quem sofreu trauma. Pois o terapeuta ocupacional, por já utilizar de método ascendente ou bottom-up (trabalhando a partir do tronco cerebral) tem um arcabouço de ferramentas mais apropriado para a clientela, precisando apenas aprofundar o conhecimento e o uso de técnicas adequadas para promover a reintegração da pessoa assistida, tanto do ponto de vista neurológico, quanto do social. Por fim, o terapeuta ocupacional, enxergando a atividade a partir de uma ótica neurocientífica, considerando a relação terapeuta versus cliente como reparadora de vínculos anteriores, e percebendo o cliente a partir de suas expressões plásticas, sensório-motoras, emocionais e cognitivas, tem possibilidade de um cuidado psicoterapêutico, desde que haja treinamento adequado para esta atuação, sendo fundamental a sua presença nas equipes 35 de saúde mental pela possibilidade de proporcionar a elaboração de conteúdos que não seriam trabalhados de outra maneira.(ADRIANO CONRADO; RODRIGUES, 2018) LESÃO MEDULAR A medula espinal contém os nervos que transportam mensagens entre o cérebro e o corpo. A medula passa através do pescoço e pelas costas. Uma lesão na medula espinal pode causar perda de movimento (paralisia) abaixo do local da lesão. O sistema nervoso central é formado pelo cérebro e pela medula espinal. O cérebro funciona para receber impulsos nervosos da medula espinal e nervos cranianos. A medula espinal contém os nervos que transportam mensagens entre o cérebro e o corpo. A lesão traumática da medula pode variar de uma concussão medular leve até dormência transitória e tetraplegia permanente. Os locais mais comuns dessa lesão são no nível das vértebras cervicais, e no nível das vértebras torácicas e lombares. A Lesão Medular (LM) é um agravo irreversível, mas, pelos avanços da ciência e da tecnologia, o número de sobreviventes aumentou e, mesmo apresentando incapacidades leves e/ou graves, as pessoas com LM obtêm um melhor prognóstico e são consideradas potencialmente produtivas. Por ser a medula o órgão responsável pela condução dos estímulos aferentes e eferentes entre a periferia e o encéfalo, quando esse órgãosofre lesão, ocorre comprometimento de estruturas e funções orgânicas, resultando em limitações no desempenho das atividades da vida diária, aspectos que afetam a qualidade de vida da pessoa acometida. A lesão medular pode resultar de doença espinal que interfira nos trajetos nervosos que ligam o cérebro e os músculos. As afecções que podem causar interferência nesses trajetos incluem lesão física, hemorragia, tuberculose e tumores. No entanto, as causas mais frequentes dessa lesão estão relacionadas com a violência urbana, acidentes desportivos e acidentes do trabalho. A pessoa com LM está vulnerável à ruptura de tecidos em todas as fases do tratamento da lesão e da reabilitação, desde o pós-traumático até a fase de 36 reinserção comunitária. Dentre alguns problemas que podem afetar a pessoa com LM, destacam-se as úlceras por pressão, a depressão, amenorréia temporária e dor neuropática. Nos pacientes com lesão elevada pode ocorrer 6 disreflexia autônoma, evento que se caracteriza por elevação perigosa da pressão arterial. Também pode ocorrer a disfunção autônoma, que resulta em hipotensão ortostática, termo-desregulação e anormalidades vasomotoras, fenômeno grave e comprometedor que necessita de atendimento de urgência, pois pode acarretar limitações e levar o paciente a óbito. A lesão medular também desencadeia alterações na eliminação urinária e na eliminação fecal, resultantes da perda do controle esfincteriano vesical e do anal com consequente mudança no padrão dessas eliminações e alterações decorrentes de complicações clínicas. Esses agravos, além de alterarem as condições físicas e psicológicas do ser humano, prejudicam a capacidade sexual e reprodutiva da pessoa acometida. As limitações resultantes da lesão medular prejudicam, de forma significativa, a capacidade das pessoas para desempenharem várias atividades cotidianas. A dor é um dos problemas mais comuns experimentados pelos indivíduos que sofreram lesão medular traumática. Apesar da perda da funcionalidade ser considerada a mais significante consequência desse tipo de lesão, a dor pode determinar a habilidade ou inabilidade do indivíduo para retornar às atividades de forma plena. A dor, de forma geral, pode iniciar-se imediatamente após a lesão, mas esse fato não invalida a possibilidade de manifestação tardia até dois anos após o evento. No entanto, tipos distintos de dor apresentam-se de forma heterogênea ao longo do tempo. Algumas causas que provocam a lesão são: ferimento de bala ou por faca, trauma direto no rosto, no pescoço, na cabeça, no peito ou nas costas (por exemplo, um acidente de automóvel), queda sobre a cabeça durante uma lesão esportiva, contorção extrema da parte central do corpo e queda de uma grande altura. Alguns sintomas são: cabeça mantida em posição incomum, dormência ou formigamento que se espalha por um braço ou perna, fraqueza, dificuldade para caminhar, falta de controle sobre a bexiga ou os intestinos, pescoço rígido e dor de cabeça. 37 Várias síndromes clínicas têm sido descritas após lesão medular , a mais grave e mais comum é a mielopatia transversa completa com perda total de todas as funções motoras e sensoriais abaixo do nível da lesão. Síndromes incompletas podem ser vistas com menos frequência. EPIDEMIOLOGIA • 31% Acidentes de carro; 30% PAF; 21% quedas e 6,5% Mergulho. • Média de início: entre 16 e 30 anos. • 5 Homens / 1 Mulher • Nível de lesão mais comum: C5 -C6, seguido de C-4 e C-6. O nível inferior mais comum é T-12, seguido de L-1 e T-10. MECANISMO DE AÇÃO MECANISMOS TRAUMÁTICOS • Flexão, flexão-rotação, hiperextensão, compressão vertebral e lesões por penetração. MECANISMOS NÃO-TRAUMÁTICOS • Tumores (50%dessaslesões): Extradurais/Extramedulares/Intramedulares • Infecções: Abcessos/Mielites/TBC/LUES/HTLV-I • Vasculares: Trombose /Embolia • Malformações: Mielomeningocele • Hérnias de Disco. 38 ANATOMIA DA LESÃO NIVEL DA LESÃO O nível de lesão: altura da lesão, se esta é mais alta ou mais baixa. • Uma lesão de nível mais alto resulta numa maior área corporal comprometida: Cervicais: comprometimento dos membros superiores, tronco e membros inferiores. São eles: C1, C2, C3, C4, C5, C6 ou C7. Torácicas: comprometimento do tronco e membros inferiores. São eles: T1, T2, T3, T4, T5, T6, T7, T8, T9, T10, T11 ou T12. Lombares: comprometimento dos membros inferiores. São eles: L1, L2, L3, L4 ou L5. Sacrais: comprometimento leve dos membros inferiores. São eles: S1, S2, S3, S4 ou S5. Cervicais • Tetraplégico: indivíduos portadores de grande comprometimento dos membros superiores para baixo. • Tetraparético: indivíduos portadores de comprometimento leve dos membros superiores para baixo. Torácicos ou lombares • Paraplégico: indivíduos portadores de grande comprometimento dos membros inferiores. • Paraparético: indivíduos com comprometimento leve dos membros inferiores. 39 EXTENSÃO DA LESÃO A extensão (tamanho) da lesão: se esta é completa ou incompleta. Completa: não há atividade motora voluntária nem sensibilidade do nível da lesão até o segmento Sacral S4-S5 • Podem apresentar alguns níveis abaixo da lesão com contração muscular voluntária parcial e/ou sensibilidade parcial = Zona de Preservação Parcial (ZPP). Incompleta: há atividade motora voluntária parcial e sensibilidade parcial até o segmento sacral S4-S5. Importante saber que...: • Podem existir tantas lesões altas incompletas como lesões baixas completas; o Níveis de lesão cervicais até torácico T11: apresentam paralisia espástica (contração muscular involuntária); o Níveis de lesão torácico T12 para baixo: apresentam paralisia flácida (sem contração involuntária). 40 ESCALA FRANKEL ESCALA ASIA (INTERNACIONAL) QUADRO CLÍNICO Síndromes Medulares • Síndrome Centro medular • Síndrome de Brown-Séquard • Síndrome da Cauda Eqüina • Síndrome do Cone Medular • Síndrome do Canal posterior ou anterior 41 Choque Medular - A fase de choque medular pode levar até 8 semanas. Às vezes é por causa do edema que está comprimindo os nervos. Reflexo do Bulbocavernoso - sinal de que o paciente saiu da fase aguda da lesão medular. INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA OCUPACIONAL O programa de reabilitação de uma pessoa com lesão medular tem início no atendimento prestado ao paciente ainda na urgência ou quando da definição do diagnóstico nos casos não traumáticos, e segue até a reinserção do indivíduo no convívio social, passando por todas as esferas de atenção em saúde. O prognóstico funcional vai depender de uma série de fatores que incluem o nível da lesão, o grau de comprometi mento, o tempo decorrido desde a injúria medular, fatores pessoais como idade, peso, histórico de vida pregressa e características de humor, além de fatores sócio-econômicos como o acesso aos serviços especializados de saúde, acessibilidade domiciliar e rede de apoio social. Na avaliação inicial, o profissional deve considerar todas as alterações sistêmicas inerentes a este tipo de lesão e suas correlações funcionais. A prevenção das úlceras por pressão, das deformidades do sistema músculo- esquelético e das complicações dos sistemas urinário, digestivo, circulatório e respiratório, além de dificuldades no âmbito psicológico e manejo da dor, devem ser prioridades da equipe na construção do projeto terapêutico do paciente. Em relação às úlceras de pressão, o estado nutricional da pele e a extensão da lesão medular podem influenciara origem da úlcera. Para a definição do programa de reabilitação é de grande importância para o Terapeuta o conhecimento da classificação do paciente na ASIA e, na ausência da mesma, é importante que profissional investigue os níveis motores e sensitivos preservados, visando melhor entendimento sobre o quadro. * A lesão medular é classificada segundo a padronização internacional determinada pela American Spinal Injury Association – ASIA (disponível em <http://asia-spinalinjury.org/>). 42 Classificado o nível funcional, o passo seguinte é a definição das metas de reabilitação que, preferencialmente, devem ser traçadas em conjunto com o indivíduo e seus familiares. O início precoce do treino das Atividades de Vida Diária constitui um poderoso estímulo à prevenção das perdas neuromotoras, comuns nos casos de lesões do Sistema Nervoso Central (SNC). O rápido engajamento do indivíduo em suas tarefas de rotina favorece a vivência do potencial produtivo, amenizando os senti mentos de menos valia e a baixa auto- estima. As estratégias a serem adotadas dependem, obviamente, das condições clínicas e das possíveis comorbidades associadas à lesão medular. O uso de escalas funcionais como a Medida de Independência Funcional facilita o processo de definição de metas, auxiliando os terapeutas ocupacionais na construção do projeto terapêutico. Nas fases iniciais, como descrito anteriormente, especial atenção precisa ser dada as estratégias preventivas, visando evitar o surgimento de complicações decorrentes das alterações de sensibilidade e motricidade que acompanham a lesão medular. Já o Consortium for Spinal Cord Medicine (2008), recomenda que os profissionais de reabilitação devem estar envolvidos nos cuidados prestados à pessoa com lesão medular imediatamente após a injúria, ainda na fase aguda. Os autores afirmam que é fundamental o início precoce das mobilizações, ainda na primeira semana após a lesão medular, e que as mesmas devem ser realizadas durante toda a fase hospitalar. Ressaltam a importância de um programa de controle da hipotensão postural e posicionamento do paciente na postura sentada o mais rapidamente possível, desde que com a liberação da equipe médica. ÓRTESES O uso de órteses para evitar a instalação das deformidades ortopédicas, em indivíduos com lesão medular, constitui uma importante estratégia de prevenção secundária. Para os membros superiores podem ser utilizadas órteses de posicionamento ou estabilizadores de punho, principalmente para indivíduos com tendência a contratura em flexão de punho e dedos ou só de 43 punho, respectivamente. Extensores de cotovelo podem ser prescritos na tentativa de evitar as deformidades em flexão deste segmento associada à supinação do ante-braço, relativamente comuns em pacientes com lesões em C5 e C6, devido ao discinergismo entre agonistas - flexores de cotovelo - e antagonistas - extensores de cotovelo e pronadores. Nos casos de contratura já instalada, tanto uma ortetização seriada com tala gessada ou de termomoldável, quanto o uso de extensores dinâmicos ou com distrator para o cotovelo, pode ser avaliado. Além destes, uma série de outros aparelhos – abdutores de polegar, órtese para tenodese, barra lumbrical, estabilizador de punho dorsal, etc. também podem ser prescritos e/ou confeccionados, para os diferentes níveis de lesão, caso os profissionais da equipe julguem necessário. Especificamente para pacientes que tenham capacidade para realizar a tenodese ativa (uso da extensão ativa do punho e concomitante flexão passiva dos dedos para a função), o uso de uma luva flexora para dedos pode ser cuidadosamente avaliado. Tal estratégia visa favorecer uma “contratura funcional” dos dedos em semiflexo, situação que facilita a realização das pinças e da preensão cilíndrica durante a execução de atividades manuais. ADAPTAÇÕES Adaptações para atividades básicas como alimentação e higiene bucal podem ser providenciadas para pacientes que apresentem lesões cervicais ainda na fase hospitalar. As mais consagradas são os substituidores universais de preensão, os copos/canecas de alças duplas, os engrossadores, substituidores de pinça para escrita, barra contensora de alimentos, clips para digitação. Mudanças na forma de realizar as atividades, como a mudança na altura onde ficam dispostos os produtos de higiene e beleza no banheiro ou da apresentação da refeição também podem ser propostas, no intuito de facilitar a realização destas tarefas. A prescrição de cintas de transferências e/ou tábuas de transferência também pode ser útil, desde que não haja contraindicações. Quando a unidade de internação hospitalar permitir a entrada de computadores, o uso de softwares livres de controle do mouse por movimentos da cabeça como 44 o câmera mouse, head mouse ou eviacam, para pacientes com tetraplegia, pode ser iniciado. Com a estabilização do quadro neurológico a escolha de dispositivos de apoio, as técnicas adaptadas para a realização das AVD’s e adaptações ambientais definitivas devem ser consideradas. CADEIRAS DE RODAS Para o indivíduo com lesão medular a cadeira de rodas deve garantir conforto, segurança e posicionamento adequado, além de proporcionar melhor funcionalidade e maior independência. Nas fases iniciais após a lesão medular o paciente ainda se encontra inseguro e, usualmente, prefere um equipamento que lhe proporcione maior estabilidade. À medida que o quadro evolui, torna-se viável a prescrição de uma cadeira de rodas mais leve e com melhor desempenho, acompanhando o quadro motor apresentado pelo usuário (controle de tronco conforme nível da lesão). Quanto à estrutura, as cadeiras de rodas podem ser construídas em aço, alumínio ou fibras sintéticas. As cadeiras em aço são mais resistentes, mas apresentam peso elevado. O alumínio garante resistência e redução considerável do peso da cadeira, porém com maior custo. Já as fibras sintéticas são muito mais leves que o aço e alumínio, porém são menos resistentes e possuem custo elevado. Independente do tipo de quadro, a cadeira de rodas deve apresentar acessórios que permitam ajustes personalizados à condição funcional do paciente. Apoios de braços e de pés reguláveis e ou rebatíveis, em folha simples ou dupla, freios de acionamento para frente ou para trás, protetores de roupas e de aros, rodas com diâmetro e pneus diversos, cintos de vários modelos, são alguns exemplos. O mancal compõe um sistema que permite a regulagem do centro de gravidade da cadeira de rodas. Este equipamento torna a condução mais leve à medida que seu centro de gravidade é adiantado em relação ao alinhamento do ombro do paciente sentado. Em contrapartida, quando o mancal é ajustado atrás 45 do paciente, o equipamento fica mais estável, porém mais pesado para o cadeirante. As rodas antitombo previnem a queda da cadeira pra trás enquanto os aros de propulsão podem ser simples (circulares ou oblongos) ou apresentar pinos ou fitas aderentes que facilitam a condução por pacientes que apresentem déficits de preensão. As rodas traseiras obrigatoriamente devem apresentar sistema quick- - release, que permite a rápida montagem e desmontagem das mesmas, tornando o transporte da cadeira mais prático. Já as rodas dianteiras têm diâmetro variável, e como as traseiras, podem ser maciças ou infláveis e também podem ser removíveis. Os sistemas de encosto e principalmente de assento devem ser prescritos de acordo com as medidas antropométricas apresentadas pelo paciente e podem ser importantes aliados na prevenção do surgimento e/ou evolução das úlceras por pressão, desde que corretamente indicados. O peso, a estabilidade ou instabilidade do paciente sentado sobre a mesma, a distribuição/alívio de pressão proporcionado, o nível de atrito da cobertura/capa,
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