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F A R M A C O L O G I A FÁRMACOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DA DOENÇA DE PARKINSON Doença de Parkinson: • Doença neurológica degenerativa progressiva • Alterações motoras • Predominante em idosos (50-70 anos); pode ocorrer com < 40 anos • Tratamento paliativo (atua nos sinais e sintomas e não na natureza da doença, porque ela não é conhecida) Sintomas: • Hipocinesia = bradicinesia (lentidão nos movimentos) • Tremores (especialmente em repouso) • Rigidez muscular em membros (movimento em roda-denteada) • Anormalidades posturais • Alterações de equilíbrio e coordenação Etiologia: BQA + Genética + Ambiente • Estresse oxidativo • Envelhecimento • Predisposição genética • Toxinas (drogas, álcool e agrotóxicos) • Infecções virais • Metabolismo energético deficiente • Traumatismo cranioencefálico Substrato neural → sistemas de neurotransmissores envolvidos • Via nigroestriatal → Substância nigra (degeneração de neurônios dopaminérgicos) • Hipoatividade dopaminérgica (neurodegeneração → ↓DA) • Hiperatividade colinérgica (secundário; corpo estriado) A dopamina age nos receptores D2 acoplados a uma proteína G inibitória, inibindo a liberação de ACh pelo neurônio colinérgico no corpo estriado. No Parkinson, com a neurodegeneração os níveis de DA reduzem (hipoatividade dopaminérgica), enquanto os níveis de ACh se elevam (hiperatividade colinérgica), levando a um desequilíbrio que resulta no Parkinson. Diagnóstico: pode ser realizado a partir dos sintomas pré-citados (anamnese) e/ou exame com uso de PET (pouco utilizado por ser caro; utilizado para descartar outras possíveis doenças). Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 2 Tratamento (↑DA ou ↓ACh) 1. Fármacos com ação dopaminérgica • Precursor de DA → LEVODOPA (L-DOPA) ▪ É um pró-fármaco (metabolização necessária) ▪ Atravessa a barreira hematoencefálica ▪ T½ curto = 1-3h (se administrado sozinho → altamente metabolizado na periferia; combinado com carbidopa ou benserazida) ▪ Mais eficaz na maioria dos pacientes ▪ Perde eficácia após 2 anos de tratamento (neurodegeneração progressiva) ▪ Efeitos adversos AGUDOS: ❖ TGI e SNC: náuseas e vômitos (aumenta motilidade intestinal; ↑DA = centro do vômito → zona de gatilho ou quimiorreceptora) ❖ CV: taquicardia (receptores β1) e hipotensão (secundário a taquicardia) ❖ SNC: delírios e alucinações (excesso de DA na via mesolímbica) ▪ Efeitos adversos TARDIOS: ❖ Discinesia tardia (>2 anos) → excesso de DA em outras áreas ❖ Efeito liga-desliga “on-off” (resposta ausência) → flutuação nos níveis sanguíneos de levodopa *A carbidopa e a benserazida podem ser administradas com a levadopa para inibir a ação da DDC periférica, evitando os efeitos adversos na periferia sem influenciar na ação central, uma vez que não são capazes de atravessar a barreira hematoencefálica. *DDC = dopa descarboxilase • Inibidor da MAOB → ↑ Disponibilidade de DA • Inibidor de COMT → ↑ Disponibilidade de DA • Agonistas dopaminérgicos → estimulação do receptor de DA • Mecanismo múltiplo: AMANTADINA → inibe transportador DAT (recaptação de DA bloqueada) + ação anticolinérgica (bloqueia receptores muscarínicos) + ↑ Liberação de DA 2. Fármacos anticolinérgicos (antagonistas muscarínicos) • Biperideno • Triexifenidil • BENZATROPINA ▪ Efeitos adversos periféricos: ❖ Xerostomia ❖ Visão borrada ❖ Constipação ❖ Retenção urinária ▪ Efeitos adversos centrais: ❖ Sonolência ❖ Confusão ❖ Prejuízo de memória Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 3 FÁRMACOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DA DOENÇA DE ALZHEIMER Doença de Alzheimer: • Doença neurodegenerativa (+ comum) → neurônios colinérgicos • Comprometimento das funções cognitivas (encolhimento do hipocampo) • Hiperatividade glutamatérgica (neurotoxicidade) • Idosos > 60 anos Sintomas: • Esquecer coisas com frequência • Colocar objetos em lugares estranhos • Problemas com cálculos matemáticos (discalculia) • Confusão em relação ao dia, local e horário • Esquece palavras comuns ou usa palavras incorretas • Alteração de comportamento (irritabilidade, depressão, quadros psicóticos) • Dificuldade para realizar algumas tarefas (abotoar camisa, colocar gravata) • Não identifica objetos, sons e familiares Estratégias farmacológicas: 1. Inibidores de colinesterase (ESTÁGIOS INICIAIS E MODERADOS) • Rivastigmina • Galantamina • Donepezila 2. Inibidores glutamatérgicos (ESTÁGIOS MODERADOS E SEVEROS) • Memantina (antagonista do receptor de glutamina → NMDA) Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 4 CONTRACEPTIVOS Controle neuro-hormonal do sistema reprodutor feminino Os esteroides sexuais (estrógenos e progesterona) estão envolvidos no ciclo menstrual e na gravidez. O hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) é secretado por neurônios peptidérgicos do hipotálamo, estimulando a adenohipófise a liberar hormônios gonadotróficos: FSH e LH. Esses dois atuam nos ovários, promovendo o desenvolvimento de pequenos grupos de folículos, contendo um óvulo cada. Um dos folículos se desenvolve formando o folículo de Graaf, que secreta estrógenos responsáveis pela fase proliferativa da regeneração endometrial. Nessa fase o endométrio aumenta em espessura e vascularização e em seu pico ocorre secreção cervical abundante facilitando a entrada dos espermatozoides. O estrógeno tem efeito de retroalimentação negativa na adenohipófise, diminuindo a liberação de gonadotrofina (administração crônica; contracepção oral). Em contraste, a secreção endógena elevada de estrógeno (antes da metade do ciclo) sensibiliza as células liberadoras de LH da hipófise a ação do GnRH e induz o surto de secreção de LH, causando rápido inchaço e ruptura do folículo, resultando na ovulação. Se fertilizado, o óvulo segue para o útero dividindo-se no trajeto. Estimuladas pelo LH, as células do folículo rompido proliferam-se e desenvolvem-se no corpo lúteo, que secreta progesterona. A progesterona atua no endométrio preparado pelo estrógeno, estimulando a fase secretória do ciclo, que se traduz em endométrio susceptível à implantação do óvulo fertilizado. A progesterona exerce retroalimentação negativa no hipotálamo e na hipófise, diminuindo a liberação de LH. Quando não ocorre a implantação do óvulo fertilizado, a secreção de progesterona cessa, desencadeando a menstruação. Quando a implantação ocorre, o corpo lúteo continua a secretar progesterona e previne uma ovulação adicional. Controle neuro-hormonal do sistema reprodutor masculino O GnRH controla a secreção das gonadotrofinas pela adenohipófise, que não ocorre de modo cíclico como nas mulheres. O FSH é responsável pela integridade dos túbulos seminíferos e é importante na gametogênese através de sua ação nas células de Sertoli, que cuidam e sustentam o desenvolvimento dos espermatozoides. O LH/ICSH estimula as células intersticiais (células de Leydig) para secretar andrógenos (testosterona). A testosterona é responsável pela maturação dos órgãos reprodutores e o desenvolvimento das características secundarias. Mais tarde, a testosterona passa a ter como função primária a manutenção da espermatogênese, a fertilidade e maturação dos espermatozoides no epidídimo e ducto deferente. A testosterona tem efeito de retroalimentação na adenohipófise, modulando a sensibilidade ao GnRH e influenciando a secreção do LH/ICSH. Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 5 Fármacos que afetam a função reprodutora 1. Estrógenos São sintetizados pelo ovário, pela placenta, pelos testículos e pelo córtexsuprarrenal, a partir do colesterol. Os precursores imediatos para os estrógenos são substâncias androgênicas (androstenediona ou testosterona). Existem três estrógenos endógenos principais nos humanos: estradiol, estrona e estriol. a) Ações Atuam junto com a progesterona e induzem a síntese de receptores de progesterona no útero, vagina, adenohipófise e hipotálamo. Enquanto isso, a progesterona reduz o número de receptores de estrógenos no trato reprodutor. A prolactina influencia a ação dos estrógenos, aumentando o número de receptores desses hormônios na glândula mamária. Os efeitos dos estrógenos exógenos dependem do estágio de maturidade sexual: • Hipogonadismo primário: estimulam o desenvolvimento de características sexuais secundarias e aceleram o crescimento. • Adultos com amenorreia primária: administrados com um progestágeno, induzem um ciclo artificial. • Mulheres sexualmente maduras: contraceptivos (associados com a progesterona). • Durante ou após a menopausa: previne os sintomas da menopausa e perda óssea. Os estrógenos têm ações metabólicas como retenção de sais e água (mineralocorticoides) e ações anabólicas discretas. Aumentam as [ ] plasmáticas de HDL, efeito benéfico, contribuindo para o risco relativamente baixo de doenças ateromatosas em mulheres em pré-menopausa, comparadas com homens da mesma idade. Aumentam a coagulação sanguínea e aumentam o risco de tromboembolia (efeito dose dependente). b) Mecanismo de ação Os estrógenos ligam-se aos receptores nucleares do tipo 4, existindo ainda pelo menos mais dois tipos de receptores para estrógenos (ERα e ERβ). A ligação é seguida pela interação dos complexos resultantes com sítios nucleares e feitos genômicos subsequentes. Alguns efeitos estrogênicos, como as ações vasculares rápidas, podem ser iniciados pela interação com receptores de membrana. A vasodilatação aguda causada por 17-β-estradiol é mediada por NO, sendo a genisteína (estrógeno de origem vegetal) tão potente quanto ele nesse aspecto. c) Preparações • Estrógenos naturais: estradiol, estriol • Estrógenos sintéticos: mestranol, etinilestradiol, dietilestilbestrol São apresentados como agente isolados ou associados a progestágenos. d) Aspectos farmacocinéticos São bem absorvidos pelo TGI, porém os estrógenos naturais são rapidamente metabolizados pelo fígado, enquanto os estrógenos sintéticos são degradados mais lentamente. São, em sua maioria, rapidamente absorvidos pela pele e pelas mucosas, podendo ser administrados como cremes intravaginais ou óvulos vaginais para efeito local. No plasma, os estrógenos naturais se ligam a albumina e a uma globulina ligante de esteroides sexuais. Os estrógenos naturais são eliminados na urina como glicuronídeos e sulfatos. e) Efeitos adversos • Sensibilidade da mama; • Náusea, vômito, anorexia; • Retenção de sal e água (edema); • Risco aumentado de tromboembolia; • Sangramento semelhante a menstruação (reposição hormonal na pós-menopausa); • Hiperplasia endometrial (associada a progesterona); • Feminização (homens); • Anomalias genitais em recém-nascidos (mulheres grávidas); Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 6 f) Usos clínicos • Terapia de reposição: ▪ Insuficiência ovariana primária (Síndrome de Turner); ▪ Insuficiência ovariana secundária (menopausa) → rubor, ressecamento vaginal e preservação da massa óssea; • Contracepção; • Câncer de próstata e de mama; • Hipoplasia uterina e dismenorreia; • Vaginite infantil e senil; • Hemorragia disfuncional; • Síndrome climatérica; • Inibição de lactação; • Hirsutismo; • Acne; 2. Progestágenos O hormônio progestacional natural (progestágeno) é a progesterona, que é secretada pelo corpo lúteo na segunda parte do ciclo menstrual e pela placenta durante a gravidez. Pequenas quantidades são secretadas pelos testículos e pelo córtex suprarrenal. Derivados da 17-α-hidroxiprogesterona Derivados da 19-nortestosterona Correlatos (gononas) Acetato de medroxiprogesterona Acetato de ciproterona Megestrol Desidrogesterona Noretindrona Noretinodrel Linestrenol Etinodiol Norgestrel Levonogestrel Desogestrel Gestodeno a) Ações São em essência as mesmas da progesterona (torna o endométrio susceptível à implantação do óvulo fertilizado; retroalimentação negativa no hipotálamo e na hipófise, diminuindo a liberação de LH). b) Mecanismo de ação Envolve ligação com receptores nucleares e alteração da expressão gênica. Os estrógenos estimulam a síntese de receptores de progesterona, enquanto a progesterona inibe a síntese dos receptores de estrógenos. c) Preparações • Hormônio natural e seus derivados ▪ Hidroxiprogesterona, medroxiprogesterona, didrogesterona ▪ A progesterona é inativa pela via oral, pois após a absorção é metabolizada pelo fígado e a extração hepática é quase completa. ▪ Dispõe-se de outras preparações para a administração oral, injeção intramuscular ou aplicação via vagina ou reto. • Derivados da testosterona ▪ Noretisterona, norgestrel, etinodiol ▪ Administração oral; ▪ Atividade androgênica e metabolização em produtos estrogênicos (Noretisterona, norgestrel) ▪ Usados na contracepção (desogestrel, gestodeno) → menos efeitos adversos sobre os lipídeos que o etinodiol e podem ser utilizados em mulheres que tiveram efeitos adversos expressivos (acne, MODULADOR DO RECEPTOR DE ESTRÓGENO O raloxifeno (modulador seletivo do receptor de estrógeno) tem efeitos antiestrogênicos na mama e no útero, mas efeitos estrogênicos nos ossos, no metabolismo lipidico e na coagulação sanguínea. É usado na prevenção e no tratamento da osteoporose pós-menopausa e reduz a incidencia de cancer de mama positivo para receptor de estrogeno em proporção semelhante à do tamoxifeno e causa menos efeitos adversos. Não previne as ondas de calor da menopausa. O tamoxifeno tem ação antiestrogênica no tecido mamário, mas ações estrogênicas nos lipideos plasmáticos, no endométrio e nos ossos. Ele produz efeitos adversos leves, semelhantes aos dos estrógenos consistentes com a atividade de agonista parcial (rubor facial, náusea, vômito, irregularidade menstrual, prurido vulvar, dermatite, câncer endometrial, tromboembolia, carcinoma hepético, cristais na retina, catarata). O complexo de receptor tamoxifeno-estrógeno não se dissocia rapidamente, por isso há interferência na reciclagem dos receptores. Ele exerce suprarregulação sobre o TGF-β, uma citocina que retarda a progressão da malignidade (câncer de mama pós-menopausa) e que também tem papel no controle do balanço entre osteoblastos produtores da matriz óssea e osteoclastos que reabsorvem o osso. Ele retarda a osteoporose, diminui o colesterol e diminui a incidência de infarto do miocárdio. Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 7 depressão ou sangramento inesperado), porém apresenta risco mais elevado de doença tromboembólica venosa. d) Aspectos farmacocinéticos Após a injeção, liga-se a albumina, mas não a globulina ligante de esteroides sexuais. Uma quantidade é estocada no tecido adiposo. Ela é metabolizada no fígado e seus subprodutos (pregnenolona e pregnanodiol) são conjugados ao ácido glucurônico e eliminados na urina. e) Efeitos adversos • Poucas ações androgênicas; • Acne; • Retenção de líquido; • Mudança de peso; • Depressão; • Mudança na libido; • Desconforto na mama; • Sintomas pré-menstruais; • Ciclos menstruais irregulares; • Sangramento inesperado; • Tromboembolia; f) Usos clínicos • Contracepção: ▪ Com o estrógeno na contracepção oral combinada; ▪ Como contraceptivo oral apenas com progesterona; ▪ Contracepção com progesterona isoladamente em forma injetável ou de implante; ▪ Parte do sistema contraceptivo intrauterino; • Terapia de reposição de estrógenos: ▪ Combinado com estrógenos, emmulheres com o útero intacto, no sentido de prevenir hiperplasia endometrial e carcinoma; • Endometriose; • Carcinoma endometrial; • Câncer de mama e renal (uso reduzido); • Doenças menstruais; • TPM; • Dismenorreia; • Controle da oportunidade de menstruação; • Displasias mamárias; • Hipoplasia uterina; • Hirsutismo; • Acne; Fármacos utilizados para contracepção 1. Contraceptivos orais A) Pílula combinada É extremamente eficaz, na ausência de doença intercorrente e de tratamento com fármacos com os quais, potencialmente, possa interagir. O estrógeno combinado nessas preparações é o etinilestradiol, apesar de algumas poucas preparações conterem o mestranol. A progesterona pode ser noretisterona, levonorgestrel, etinodiol ou desogestrel ou gestodeno (mais potentes; menos ação androgênica; poucas mudanças no metabolismo de lipoproteínas; maior risco de tromboembolia). A pílula combinada é tomada por 21 dias consecutivos, seguidos de 7 dias sem pílula, o que causa sangramento. Os ciclos normais de menstruação começam logo após a descontinuação do tratamento e a perda permanente da fertilidade (menopausa precoce) é rara. a) Modo de ação • O estrógeno inibe a secreção de FSH (retroalimentação negativa da adenohipófise), suprimindo o desenvolvimento do ciclo ovariano. • A progesterona inibe a secreção de LH, prevenindo a ovulação e estimula a produção de muco cervical, tornando menos susceptível a passagem do esperma. • Estrógeno e progesterona agem combinadamente para alterar o endométrio, evitando a implantação. • Podem interferir nas contrações coordenadas do colo, útero e tubas uterinas que facilitam a fertilização e a implantação. b) Efeitos adversos comuns • Ganho de peso, retenção de fluido ou efeito anabólico, ou ambos; • Pouca náusea, rubor, tontura, depressão e irritabilidade; • Mudanças na pele (acne, aumento da pigmentação); Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 8 • Amenorreia de duração variável na cessação da ingestão da pílula; • Tromboembolia; • Aumento da pressão sanguínea; c) Efeitos benéficos • Diminui acentuadamente os sintomas menstruais (períodos irregulares e sangramento intermenstrual) • Anemia por deficiência de ferro e TPM reduzidas; • Doenças benignas da mama, fibrose uterina e cistos funcionais dos ovários reduzidos; • Gravidez indesejada evitada; • Risco de câncer ovariano e endometrial reduzido; B) Pílula só com progesterona/Minipílula/Microdose Os fármacos usados nas pílulas só com progesterona incluem noretisterona, levonorgestrel ou etinodiol. A pílula é tomada sem interrupção. a) Modo de ação • O mecanismo de ação ocorre primariamente sobre o muco cervical, que se torna inviável para o esperma. • Impede a implantação através do efeito sobre o endométrio e sobre a motilidade e as secreções das tubas uterinas. b) Efeitos adversos comuns • Efeitos contraceptivos menos confiáveis; • Alterações da menstruação (sangramento irregular); c) Efeitos benéficos • Alternativa viável para mulheres nas quais o estrógeno está contraindicado e mulheres cuja pressão sanguínea aumenta de forma exagerada durante o tratamento com estrógeno. C) Farmacocinética dos anticoncepcionais orais/ Interações farmacológicas • São metabolizados pelas enzimas citocromo P450 hepáticas; • Considerando que a dose efetiva mínima de estrógeno é usada, qualquer aumento de sua depuração pode resultar em falha do contraceptivo; • Fármacos que induzem enzimas podem resultar em falha do contraceptivo nas pílulas combinadas e nas só com progesterona (rifampicina, rifabutina, carbamazepina, fenitoína); • Antibióticos de amplo espectro (amoxicilina) podem alterar a reciclagem êntero-hepática pela modificação da microbiota intestinal, causando falha na pílula combinada. 2. Transdérmicos Fundamenta-se na liberação transdérmica contínua dos seus componentes, com a vantagem de não ter oscilações (significativas) dos níveis serossanguíneos e evitar a metabolização de primeira passagem. A película do contraceptivo pode utilizada em quatro lugares: antebraço, dorso, abdômen e região glútea e é composto pelo progestágeno norelgestromina. A aplicação é de 1 adesivo por semana, durante 3 semanas, suspendendo-o na 4ª semana, com o objetivo de aguardar a hemorragia por privação hormonal. 3. Injeções intramusculares São aplicados por via intramuscular mensalmente ou a cada 3 meses. As injeções mensais são soluções injetáveis apresentadas em cartucho ou ampolas contendo seringa pré-carregada com 1mL + agulha contendo enantato de noretisterona e valerato de estradiol em solução oleosa. Outros são contituidos de acetofenida de algestona (diidroxiprogesterona) e 17-enantato de estradiol, acondicionados em solução oleosa de 1mL. A primeira injeção deve ser aplicada no 1º dia do ciclo menstrual. As injeções intramusculares e as subsequentes devem ser administradas a cada 30 +/- 3 dias (mínimo 27 e máximo 33 dias). Uma ou duas semanas após a primeira injeção, pode ocorrer sangramento, no entanto, a injeção subsequente deve ser aplicada a cada 30 dias. A injeção intramuscular do acetato de medroxiprogesterona (AMP) é trimestral, sendo acondicionado em frasco-ampola de 1mL. A suspensão microcristalina tem baixa solubilidade nos líquidos orgânicos e a liberação é lenta. É um progestínico potente, inibe os picos de FSH e LH, embora os níveis basais permaneçam normais. A injeção trimestral oferece boa segurança e atua diminuindo a produção do muco cervical (dificulta a penetração ❖ Monofásico: consiste na combinação de um estrogênio e um progestínico em cada pílula, administrada no 1º dia da menstruação. O comprimido deve ser tomado diariamente, no mesmo horário, sem interrupção, durante 21 dias, seguindo-se uma pausa de 7 dias. ❖ Bifásico: a dose de progestínico varia em concentração ao longo do ciclo artificial e conserva imutavel a dose do componente estrogênico. ❖ Trifásico: varia-se a dose do progestínico em 3 períodos da administração e o estrogênio tem a dose modificada, elevada apenas uma vez ao correr do ciclo, tentando, dessa maneira, imitar o ciclo menstrual fisiológico. Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 9 espermática) e alterando a maturação endometrial (impraticável para a implantação do blastocisto). Entretanto, as irregularidades menstruais são comuns e a infertilidade pode persistir por muitos meses após cessar o tratamento. 4. Implantes NORPLANT: Inserção de 6 cápsulas (216mg de progestágeno) de Silastic, contendo levonorgestrel, evitando o metabolismo de primeira passagem. Possui eficácia de 5 anos, liberando 70µg do composto por dia no 1º ano e 30µg/dia entre o 2º e o 5º ano de uso. O sangramento irregular e a dor de cabeça são comuns. Alguns inconvenientes consistem na necessidade de anestesia local para a inserção e a retirada das cápsulas, ocaso da validade do efeito contraceptivo e sangramento genital irregular. IMPLANON: implante de etonogestrel contendo 68mg do contraceptivo num transportador de acetato de vinil etileno. Caracteriza-se pela inibição prolongada da ovulação (até 5 anos, mas aprovado para 3 anos), aumento da viscosidade do muco cervical (limitação da penetração espermática) e diminuição da espessura endometrial. Pode ocorrer sangramento irregular, amenorreia, acne, mastalgia, cefaleia, aumento de peso, dor abdominal, diminuição da libido, tonturas e labilidade emocional. 5. Dispositivos intrauterinos (DIUs) medicados PROGESTASERT: no DIU-T, no braço vertical, foi desenvolvido um reservatório contendo progesterona em óleo siliconizado, com liberação controlada por uma membrana de vinil. Essa opção requer reposição anual. MIRENA: DIU-T contém uma ranhura no braço vertical acondicionando levonorgestrel. O progestágeno é liberado na cavidade uterina diariamente. 6. Contracepçãopós-coito (de emergência) A administração oral de levonorgestrel, sozinho ou combinado com estrógeno, é efetiva se realizada dentro de 72h do intercurso não protegido e repetida 12h mais tarde. A náusea e o vômito são comuns (as pílulas podem ser perdidas e pílulas de reposição podem ser tomadas com algum antiemético, como domperidona). A inserção de um dispositivo intrauterino é mais eficaz que métodos hormonais e funciona até 5 dias após o coito. a) Efeitos colaterais • Náusea, vômito; • Aumento do apetite e de peso; • Edema; • Hirsutismo; • Alopecia; • Hipomenorreia; • Amenorreia; • Acne; b) Contraindicações • Tromboflebite; • Hipertensão e outras doenças cardiovasculares; • Diabetes mellitus; • Cefaleia; • Insuficiência hepática; • Câncer de mama; c) Interação medicamentosa • Diminuem a eficácia: aminopiridina, petidina, fenilbutazona, hidantoina, anti-histaminicos, ampicilina, clorafenicol, clopromazina, Diazepam • Outras interações: derivados cumarinicos e sulfonilureias Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 10 ANTI-ULCEROGÊNICOS Funções do TGI (intervenção farmacológica): • Absorção de fármaco administrados pela via oral; • Secreção gástrica; • Vômitos (êmese) e náusea; • Motilidade intestinal e eliminação das fezes; • Formação e eliminação da bile; Secreção gástrica A produção de ácido é importante para promoção da digestão proteolítica dos alimentos, absorção do ferro e eliminação de patógenos. As células secretoras de muco são abundantes entre as células superficiais da mucosa gástrica. Os íons bicarbonato são secretados e ficam presos no muco, criando uma barreira protetora (gel) que mantém a superfície da mucosa em pH 6-7 diante do ambiente ácido (álcool e bile rompem a barreira). A secreção do muco e do bicarbonato é estimulada por prostaglandinas “citoprotetoras” produzidas localmente. Desequilíbrios nesses mecanismos secretores (ácido, pepsina) e protetores (muco, bicarbonato, prostaglandinas E2 e I2, NO) estão envolvidos na patogênese da úlcera péptica e em em outros tipos de comprometimento gástrico (doença do refluxo gastroesofágico, lesões causadas por AINEs). Regulação da secreção de ácido pelas células parietais As células parietais secretam uma solução isotônica de HCl. O Clˉ é transportado ativamente para canalículos nas células que se comunicam com a luz das glândulas gástricas e com o estômago. A secreção de Clˉ é acompanhada de K+, que é, então, trocado por H+ do interior da célula (“bomba de prótons”). A anidrase carbônica catalisa a combinação de CO2 e H2O para gerar ácido carbônico (H2CO3), que se dissocia gerando íons H+ e bicarbonato. O bicarbonato é trocado através da membrana basal da célula parietal por Clˉ. Os principais mediadores que controlam direta ou indiretamente o ácido gerado pelas células parietais são: • Histamina (hormônio local estimulador) • Gastrina (hormônio peptídico estimulador) • Ach (neurotransmissor estimulador) • Prostaglandinas E2 e I2 (hormônios locais que inibem a secreção de ácido) • Somatostatina (hormônio peptídico inibidor) Fármacos usados para inibir ou neutralizar a secreção de ácido gástrico A infecção da mucosa do estômago pelo Helicobacter pylori (bacilo G- que causa gastrite crônica) é considerada, em geral, a principal causa do desenvolvimento de úlceras pépticas. Muitos AINEs inespecíficos causam sangramentos e erosões gástricas através da inibição da COX1 (enzima responsável pela síntese das prostaglandinas protetoras). Inibidores de COX2 (celecoxibe), mais seletivos, causam menos lesões gástricas. A terapia da úlcera péptica e da esofagite de refluxo visa diminuir a secreção do ácido gástrico usando antagonistas dos receptores H2 ou inibidores da bomba de prótons e/ou neutralizar o ácido secretado com antiácidos. Esses tratamentos são frequentemente associados a medidas para eliminar o H. pylori. 1. Anti-histamínicos • Ranidina, Cimetidina, Nizatidina, Famotidina • Receptores H1 (vasos) • Receptores H2 (células parietais) → Gs → adenilato ciclase → AMPc → PKA • Histamina aumenta a secreção gástrica → anti-histamínicos reduzem pela ligação direta a receptores H2 • Reduzem gastrina • Efeitos adversos: ▪ Pode induzir diarreia, tontura e sono ▪ Potencializa ação de anticoagulantes e ATD (cuidado com a ação com anti-hipertensivos) ▪ Pode causar confusão em idosos 2. Anti-colinérgicos • Atropina, Escopolamina, Hematropina • ACh age em receptores M3 ((estômago) → Gq → Fosfolipase C → IP3, DAG, PKC, Cálcio • ACh aumenta a secreção ácida • Anticolinérgicos inibem a ação por se ligarem em receptores M3 • ACh ativa gastrina Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 11 • Efeitos adversos: ▪ Garganta seca ▪ Dilatação pupilar (midríase) ▪ Glaucoma ▪ Aumento dos batimentos cardíacos 3. Inibidores da bomba de prótons • Omeprazol, Pantoprazol, Lansoprazol • Encapsulados para promover a absorção intestinal • Inibem a bomba H+/K+ ATPase • Depois da absorção são distribuídos e chegam as células parietais onde são modificados quimicamente (pró- drogas) • Se ligam em pontes sulfídricas da bomba, inativando-a • Reduzem secreção de ácido basal pós alimento • T½ = 1h • Uma dose diária afeta a secreção ácida por 2-3 dias • Administração 1h antes das refeições devido ao pH • Contraindicados na gravidez • Efeitos adversos: ▪ Interagem com copidogrel (diminui efeito) ▪ Uso prolongado causa demência, danos musculares, arritmias, convulsões, derrames 4. Antiácidos • Hidróxido de Mg (pó insolúvel que forma cloreto de Mg no estômago) e Hidróxido de Al (forma cloreto de Al no estômago) • Neutralizam o ácido • Utilizados também para intoxificação ácida • Poucos efeitos adversos Tratamento da infecção pelo H. pylori A infecção pelo H. pylori é um fator causador na produção de úlceras gástricas e, mais particularmente, de úlceras duodenais, bem como fator de risco para câncer gástrico. A erradicação da infecção promove fechamento rápido e duradouro de úlceras, sendo prática de rotina fazer testes para o microrganismo em pacientes com sintomas sugestivos. Caso o teste seja positivo, a infecção é combatida com um esquema de 1-2 semanas de “terapia tríplice”, compreendendo um inibidor da bomba de prótons combinado aos antibacterianos amoxicilina e metronidazol ou claritromicina. Ocasionalmente adicionam-se preparações contendo bismuto. Pode ocorrer reinfecção pelo microrganismo. Fármacos que protegem a mucosa 1. Quelato de bismuto • Pode ser utilizado para H. pylori • Reveste a base da úlcera • Aumenta prostaglandinas • Aumenta secreção de bicarbonato • Em pacientes nefropatas resulta em encefalopatia • Efeitos adversos: vômitos, escurecimento da língua e fezes 2. Sucralfato • Complexo de alumínio com sacarose que libera Al em meio ácido • Complexo negativo se liga a moléculas positivas (neutralização) • Estimula secreção do muco • Inibe pepsina • Estimula prostaglandinas e bicarbonato • Efeitos adversos: constipação 3. Misoprostol • Análogo de prostaglandina E • Ação direta sobre célula parietal • Aumenta muco e bicarbonato • Não deve ser utilizado na gravidez • Efeitos adversos: diarreias, cólicas, contrações uterinas Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 12 ANALGÉSICOS OPIÓIDES Dor • Níveis de dor: ▪ Dores fracas a moderadas: paracentamol, AAS, AINES ▪ Dores moderadas a fortes: opióides fracos → codeína, tramodol ▪ Dores severas: opióides fortes → morfina e derivados • Neurotransmissores envolvidos na dor: ▪ Substância P (neurônios) ▪ Bradicinina (plasma) → dor aguda ▪ Prostaglandinas (células) ▪ NO (vasos) ▪ Leucotrienos ▪ ACh ▪ Histamina ▪ ATP Nociceptores • Neurônios sensoriais/células que sentem dor • Estãopresentes internamente e externamente • Estímulos térmicos, químicos ou mecânicos Sistema endógeno e analgesia • Opiopeptinas (opióides endógenos) → endorfinas, encefalinas, dinorfinas, ATP ▪ Bem-estar ▪ Humor ▪ Sistema imunológico ▪ Diminuição da dor ▪ Diminuição de lesão nos vasos ▪ Aumentam a capacidade física e mental Opióides: substâncias naturais ou endógenas que produzam efeitos semelhantes aos da morfina e são bloqueados por antagonistas Ópio: extrato do suco da papoula, que contém morfina, codeína, papaverina e outras substâncias. A sua utilização provoca analgesia, euforia seguida de sono, depressão respiratória severa e em casos de uso contínuo causa hábito, dependência química, decadência física e intelectual Principais receptores opióides 𝝁1 𝝁𝟐 κ 𝜹 Efeito Analgesia espinhal e supra-espinhal Euforia Retenção urinária Bradicardia Hipotermia Analgesia espinhal Depressão respiratória Constipação intestinal Dependência física Analgesia espinhal e supra-espinhal Disforia Miose Diurese Analgesia espinhal e supra-espinhal Depressão respiratória Constipação intestinal Retenção urinária Agonista Morfina Endorfinas Morfina Endorfinas Dinorfins Encefalina Antagonista Naloxona Naltrexona Naloxona Naltrexona Naloxona Naltrexona Naloxona Naltrexona Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 13 Ações farmacológicas dos fármacos opioides • Analgesia: dores agudas e crônicas • Euforia: poderosa sensação de bem-estar e contentamento; dependendo da situação do paciente é mediada por receptores 𝝁 • Disforia: mediada por receptores κ; não ocorre com codeína e pentazocina • Depressão respiratória: receptor 𝝁 • Sistema Cardiovascular: bradicardia; vasodilatação periférica (liberação de histamina); diminui o tônus simpático • TGI: ativam zona quimiorreceptora do gatilho (vômito e náuseas) • Neonato: todos atravessam barreira placentária (insuficiência respiratória no neonato) • Dependência: receptor 𝝁 • Síndrome de abstinência: ▪ Retirada de morfina aumenta atividade ▪ Irritabilidade, perda de peso, febre, midríase, náuseas, diarreia, insônia, convulsões ▪ Máximo em 2 dias; desaparece em 8 dias • Tolerância: ▪ Desenvolvimento rápido (12-24h) ▪ Analgesia, euforia, depressão respiratória, constipação Analgésicos opióides 1. Morfina • Alcaloide do ópio que existe na natureza, usada para aliviar dor aguda ou crônica intensa • Eficaz na dor associada à lesão tecidual ou crescimento tumoral • Efeito no sistema límbico reduz o componente efetivo da dor • Janela terapêutica estreita • Atinge o SNC • Administração IV ou IM ou oral • Metabolismo de 1ª passagem por glicuronidação (+ potente) • 1/3 se liga as proteínas plasmáticas • T½ = 3-4h • Eliminação renal (cuidado em pacientes com insuficiência renal) • Efeitos adversos: ▪ Sedação ▪ Depressão respiratória ▪ Bradicardia ▪ Constipação ▪ Náuseas e vômitos ▪ Liberação de histamina pelos mastócitos pode levar a rush ▪ Prurido • Tolerância e dependência presentes (- comum quando usadas para analgesia) 2. Codeína • É um alcaloide do ópio natural, usada para efeitos analgésicos e antitussígenos (mudança estrutural) • Produz efeitos mais leves que a morfina, com menor tendência a abuso e dependência • Maior absorção por VO • Menor metabolismo de 1ª passagem • Potência analgésica 20% menor • 10% convertido em morfina • Metabólitos inativos excretados na urina • Causa pouca ou nenhuma euforia • Causa constipação • Usada para dores leves (cefaleia) • 10% da população é resistente a ação analgésica da codeína 3. Tramodol • Zaldiar, Revange, Panatram: tramodol + paracetamol • Aumenta níveis de serotonina • Carbamazepina e ondansentrona diminuem efeito do paracetamol • Outros opióides, álcool e BDZ potencializam efeito do tramodol • Não se deve administrar com antidepressivos, aumenta o risco de convulsão • Induz tolerância e dependência Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 14 4. Meperidina/Petidina • Demerol, Dolantina, Dolosol • Pode induzir parada respiratória • Cuidado durante a gravidez • T½ = 2-4h • Potencial analgésico 10x menor que morfina • Se liga em receptores 𝝁 e κ • Metabólitos hepato e neurotóxicos • Pouco indicada para do, mas bastante utilizada clinicamente, propiciando efeitos adversos 5. Heroína • Considerada pró-fármaco • A dose administrada é ½ da morfina por ser mais lipossolúvel • Pode induzir maior depressão respiratória • Apresenta maior potência • Maior tendência a euforia e dependência • Efeitos potencializados • Derivado diacetilado da morfina → DIACETILMORFINA • Administrada em menores volumes que a morfina • Prazer intenso após euforia ocorre sedação • O consumo concomitante de álcool, BDZ, cocaína ou anfetaminas, barbitúricos, antiepiléticos e antipsicóticos aumenta muito o risco de overdose e morte 6. Derivados Metadona • Agonista receptor 𝝁 • Bem absorvida por VO • Alta ligação a proteínas plasmáticas • Pico plasmático = 30min • T½ >18h • Metabolismo hepático • Excreção urinária • Menores sintomas de abstinência • Usada para o tratamento de dependência química a viciados em heroína/morfina • Devido ao T½ aumentada: ▪ Menor euforia ▪ Atua nos receptores NMDA e 5HT ▪ OXICODONA, BUPRENORFINA (semelhante) Efeitos adversos • Indução da analgesia • Euforia • Depressão respiratória • Depressão do reflexo da tosse • Náuseas e vômitos • Miose/constrição da pupila • Diminuição do tônus e motilidade GI • Liberação local e sistêmica de histamina • Hipotensão e bradicardia • Coma • Morte Antagonistas opióides: usados no tratamento da overdose à opióides e diminuição dos efeitos colaterais 1. Naloxona • Afinidade pelos receptores (𝝁 > κ = 𝛿) • Reversão rápida dos efeitos do opióide • Tratar depressão respiratória • Administração IV • Rapidamente metabolizada pelo fígado • Duração dos efeitos = 2-4h 2. Naltrexona • Semelhante a naloxona • T½ = 10h • Usada na desintoxicação • Implante subcutâneo → liberação lenta para anular efeitos opióides • Usada para reduzir consumo de álcool • Sem efeito intrínseco → overdose Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 15 Tratamento da dependência • Terapia Cognitivo-Comportamental ▪ Desintoxicação → A longo prazo diminui a adição → Agentes farmacológicos ▪ Lavagem gástrica, eméticos, uso de antídotos (medicamentos com efeito contrário ao ingerido pelo paciente), carvão ativado, entre outros • Naltrexona/Naloxona: antagonistas opióides; diminui a fissura pelo álcool e intoxicação por opióides; mais utilizado para overdose • Metadona: agonista opióide; maior potência que a morfina, com uma meia vida maior; possibilita níveis de opióides constantes • Buprenorfina: agonista opióide; desintoxicação mais rápida que metadona Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 16 HISTAMINA • Amina biológica derivada da histidina • Autacóide Principais funções da histamina endógena • Regulação da secreção gástrica • Neurotransmissão SNC • Controle local da microcirculação • Mediação das respostas alérgicas imediatas e inflamatórias Biossíntese Liberação • Estímulos: físicos, químicos, mecânicos e imunológicos Tipos de liberação • Citotóxica: • Não-citotóxica: ▪ Mecanismo imunológico: O mastócito não sensibilizado tem seu primeiro contato com o Ag, tornando-o sensibilizado e produzindo Ac. No segundo contato com o Ag, o mastócito sensibilizado libera histamina, PAF, leucotrienos e prostaglandinas, caracterizandoos sintomas da resposta alérgica. ▪ Mecanismo não-imunológico: Uso de tubocurarina, morfina, succinilcolina, contrastes radiobiológicos, polimixina B e vancomicina (Importância clínica) Metabolismo e excreção Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 17 Principais sintomas da resposta alérgica • Broncoconstricção • Queda de PA • Aumento da permeabilidade vascular • Formação de edema Receptores da histamina • Receptores acoplados a proteína G SUBTIPO TRANSDUÇÃO DISTRIBUIÇÃO H1 Proteína Gq/11 ↑IP3 e DAG Ativação FNκβ Músculo liso Endotélio vascular Cérebro Terminações nervosas sensitivas H2 Proteína Gs ↑AMPc Mucosa gástrica Coração Músculo liso Cérebro H3 Proteína Gi/0 ↓AMPc SNC Nervos periféricos (modulação de NT) H4 Proteína Gi/0 ↓AMPc ↑[Ca2+] Células hematopoiéticas Mucosa gástrica (atividade pró-inflamatória) Ações farmacológicas • VASOS: ▪ Vasodilatação periférica (H1 e H2) ▪ Ruborização da pele ▪ ↓RVP e PA ▪ Aumento da permeabilidade vascular (H1) → Edema • CORAÇÃO: ▪ ↑Frequência e da força de contração cardíaca (H2) • PULMÃO + ÚTERO + TGI: ▪ Contração (H1) • ESTÔMAGO: ▪ ↑Secreção gástrica (H2) • TERMINAÇÕES NERVOSAS: ▪ Sensibilização (H1) • SNC: ▪ Controle da vigília e apetite (H1) ▪ Controle da sede, temperatura corpórea, percepção da dor e da PA (H1 e H2) ▪ Regulação da liberação de NT (H3) Tríplice de Lewis • Ponto vermelho segundos após a injeção (vasodilatação) • Eritema com prurido ou dor (vasodilatação e sensibilização) • Pápula (aumento da permeabilidade) Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 18 ANTI-HISTAMÍNICOS Estratégias terapêuticas contra histamina • Antagonistas fisiológicos • Drogas que inibem a liberação da histamina • Anti-histamínicos (agonistas inversos/antagonistas farmacológicos competitivos reversíveis da histamina) 1. Antagonistas de 1ª geração • Baixa seletividade • Efeitos centrais • Efeitos colaterais mais pronunciados FAMÍLIA PRINCIPAL CARACTERÍSTICA EXEMPLOS Etanolaminas Elevada atividade anti-muscarínica e capacidade sedativa Difenidramina Dimenidrinato (Dramin) Etilenodiaminas Maior seletividade Pirilamina Alquilaminas Baixa capacidade de sedação Clorfeniramina Dexclorfeniramina (Polaramine) Piperazinas Teratogênicos; ação prolongada Ciclizina Meciclizina Hidroxizina Piperidinas Elevada atividade anti-serotoninérgica Ciproeptadina Fenotiazinas Mais potente anti-colinérgico Prometazina (Fenergan) 2. Antagonistas de 2ª geração • Elevada seletividade • Ausência de efeitos centrais • Terfenadina*, Astemizol*, Olopatadina, Dibenzoxepinas, Acrivastina, Loratadina, Desloratadina, Ebastina, Mizolastina, Levocabastina, Fexofenadina, Azelastina, Cetirizina, Levocetirizina *retirados do mercado Quadro comparativo (1ª geração x 2ª geração) 1ª GERAÇÃO 2ª GERAÇÃO Penetração SNC ++++ +/- Efeitos sedativos ↑ ↓ Seletividade ↓ ↑ Vida média Curta Prolongada Metabolismo Hepático Hepático Toxicidade ↑ ↓ Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 19 Farmacocinética • Boa absorção por via oral • Distribuição ampla • Metabolismo hepático (pró-drogas) • Excreção renal Ações farmacológicas • VASOS: ▪ Inibição da vasodilatação imediata e da permeabilidade vascular • PULMÃO: ▪ Evita broncoconstrição in vivo e in vitro (exceto em seres humanos) • SNC: ▪ Atividade depressora → sonolência ▪ Atividade estimulante → nervosismo, convulsões ▪ Combate o enjoo e a vertigem • ESTÔMAGO: ▪ Não altera o funcionamento • PELE ▪ Inibe a formação do edema e do prurido Usos terapêuticas • Reações alérgicas agudas do trato respiratório superior e dermatológicas (rinite, urticária, dermatite de contato e conjuntivite) • Prevenção da cinetose (dimenidrinato e prometazina) • Vertigem (meciclizina e dimenidrinato) *Não são indicados para o tratamento do espasmo brônquico ou do choque anafilático Efeitos colaterais • Efeitos centrais: ▪ Sedação ▪ Visão embaçada ▪ Tonturas • Efeitos anti-muscarínicos: ▪ Ressecamento da boca e das mucosas ▪ Taquicardia • Efeitos GI: ▪ Náuseas ▪ Perda de apetite ▪ Vômitos • Taquicardia ventricular polimórfica (Torsades de Pointes): terfenadina e astemizol foram retirados do mercado Inibidores da liberação da histamina • Cromonas ▪ Atuação por via inalatória/solução para uso nasal ou oftalmológico (local) ▪ Exemplos: cromoglicato sódico, nedocromil sódico ▪ Usos: prevenção de crises asmáticas brandas e moderadas, prevenção de rinites alérgicas ▪ Apenas como coadjuvantes Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 20 ANTICOAGULANTES ANTIAGREGANTES E FIBRINOLÍTICOS Hemostasia • Espasmo vascular (2-5s) • Adesão e ativação plaquetária* (3s – 3min) • Formação de fibrina* *Tampão hemostático Coagulação sanguínea • Trauma intenso → 15-20s • Trauma pequeno → 1-2min • Via intrínseca → de contato • Via extrínseca → in vivo Defeitos da coagulação • Determinados geneticamente ▪ Hemofilia A: deficiência do fator VIII → Atividade do Fator VIII normal (>40%) ❖ Leve: 5-30% da atividade do FVIII ❖ Moderada: 1-4% da atividade do FVIII ❖ Grave: <1% da atividade do FVIII ▪ Hemofilia B: deficiência do fator IX • Adquiridas ▪ Hepatopatias ▪ Deficiência de vitamina K ▪ Uso de anticoagulantes orais ▪ Coagulação intravascular disseminada ▪ Trombocitopenia Vitamina K • Vitamina K1 (fitonadiona/fitomenadiona) • Vitamina K2 (menaquinona) • Vitamina K3 (menadiona) • Fatores de coagulação vitamina K dependentes (II, VII, IX e X) • Usos clínicos: pode ser administrada por VO, IM e IV ▪ Tratamento e prevenção de hemorragias por anticoagulantes orais ▪ Deficiência de vitamina K ▪ Doenças hemorrágicas do recém-nascido Drogas usadas para reduzirem o coágulo 1. Anticoagulantes • Injetável: heparina → heteropolissacarídeos constituídos por unidades dissacarídicas repetitivas ▪ Farmacocinética: ❖ Não atravessa a barreira hematoencefálica ❖ Via IV → início imediato de ação ❖ Via SC → variável ❖ Metabolismo → SER e pequena quantidade na urina ▪ Fatores que alteram a [ heparina ] ❖ Proteínas ligantes de heparina no plasma (Fator plaquetário 4 e Vitronectina) ❖ ↑[FVIII] - ↓TTPa ❖ Embolismo pulmonar ❖ ↓AT-III (cirosse hepática, síndrome nefrotica, coagulação intravascular disseminada) *TTPa = tempo de tromboplastina parcialmente ativada *AT-III = antitrombina III ▪ Usos clínicos ❖ Prevenção do tromboembolismo e trombose venosa (baixas doses a cada 8-12h) ❖ Trombose venosa profunda pós-operatória e embolia pulmonar ❖ Trombose coronária Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 21 ▪ Terapêutica ❖ Via intravenosa o Início com dose única de 5000UI seguido por 1200 a 1600UI/h o Infusão continua 32.000UI/24h o Ajuste da dosagem através do TTPa (1,5-2,5) do valor controle; intervalo do TTPa (6 e 12h) ❖ Via subcutânea o Uso profilático (baixas doses) o Doses iniciais elevadas de 35.000UI/24h o Efeito anticoagulante retardado por cerca de 1h o Níveis máximos são atingidos em cerca de 3h o Tratamento a longo prazo (ex: gravidez) ▪ Toxicidade ❖ Hemorragia (1-33%) ❖ Trombocitopenia reversível (<100000 células; 1-5%) ❖ Osteoporose em tratamentos prolongados ▪ Antagonista ❖ Protamina 1mg : 100UI de heparina ❖ Reações a protamina incluem: pacientes diabéticos (1%), vasoconstrição pulmonar, hipotensão ▪ Interações ❖ Anticoagulantes orais e agentes antiplaquetários (ação sinérgica) ❖ Digital, nicotina, tetraciclinas e anti-histamínicos(reduzem o efeito da heparina) ▪ Heparinas de baixo peso molecular (HBPM) ❖ São fragmentos de heparina comercial obtidos por despolimerização química ou enzimática o Enoxaparina o Dalteparina o Tinzaparina o Ardeparina o Nadroparina o Reviparina ▪ Principais características em relação a heparina padrão ❖ Possuem meia vida plasmática mais longa ❖ Melhor biodisponibilidade ❖ Não necessitam de acompanhamento através do TTPa ❖ Resposta mais previsível ❖ Baixa incidência da heparina induzir trombocitopenia ❖ Possivelmente menor risco de sangramento e osteopenia ❖ Não se ligam as proteínas plasmáticas e células endoteliais *Diferem consideravelmente em sua composição e não deve ser assumido que duas preparações que tenham atividade similar anti-fator Xa produzirão efeitos antitrombóticos equivalentes ▪ Outros anticoagulantes parenterais ❖ Lepirudina ❖ Bivalirudina ❖ Argatroban ❖ Danaparoide ❖ Drotrecogina 𝜶 • Oral: derivados cumarínicos → varfarina ▪ Mecanismo de ação: inibe fatores vitamina K-dependentes (II, VII, IX e X) ▪ Farmacocinética ❖ Absorvido de forma rápida e completa por VO ❖ VD pequeno, liga-se fortemente as proteínas plasmáticas (99%) ❖ Concentração máxima 1h ❖ Efeito máximo 36-48h ❖ Início 12-16h ❖ T½ = 25-60h ❖ Duração de ação: 4-5 dias Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 22 ❖ Degradação dos fatores de coagulação (II-50h; VII-6h; IX-24h e X-36h) ❖ Biotransformação no fígado e rins ❖ Concentração fetal aproxima-se da materna ▪ Interações farmacológicas ❖ Sinergismo o Comprometimento da hemostasia o Redução da síntese de fator de coagulação ❖ Antagonismo competitivo o Exercido pela vitamina K ❖ Resistência hereditária o Alteração do ciclo de controle fisiológico para o metabolismo da vitamina K ❖ Mecanismos farmacocinéticos o Indução enzimática o Menor ligação as proteínas plasmáticas o Redução da síntese de fator de coagulação ▪ Fatores endógenos que induzem aumento de resposta ❖ Discrasias sanguíneas ❖ Câncer ❖ Doença vascular de colágeno ❖ Insuficiência cardíaca congestiva ❖ Diarreia ❖ Elevação da temperatura ❖ Distúrbios hepáticos ❖ Hipertireoidismo ❖ Desnutrição ❖ Esteatorreia ❖ Deficiência de vitamina K ▪ Fatores exógenos que induzem aumento de resposta ❖ Inibidor da 5-lipoxigenase ❖ Estimulantes adrenérgicos centrais ❖ Redutores do uso abusivo de álcool ❖ Analgésicos ❖ Anestésicos inalatórios ❖ Antiandrogênicos ❖ Antiarritmicos ❖ Antibióticos aminoglicosídeos (orais) ❖ Antibióticos cefalosporínicos (parenterais) ❖ Macrolídeos ❖ Quinolonas ❖ Sulfonamidas de ação prolongada ❖ Tetraciclinas ❖ Anticoagulantes ❖ Anticonvulsionantes ❖ Antidepressivos ❖ Antimaláricos ❖ Antineoplásicos ❖ Antiparasitários/Antimicrobianos ❖ Antiplaquetários ❖ Antitireodianos ❖ Bloqueadores beta-adrenérgicos ❖ Antidiabéticos orais ❖ Diuréticos ❖ Antiácidos ❖ Antigotosos ❖ Hiperglicêmicos ❖ Hipnóticos ❖ Hipolipidêmicos ❖ Inibidores da MAO ❖ AINES ❖ Psicoestimulantes ❖ Inibidores seletivos de recaptação da 5HT ❖ Antituberculosos ❖ Vitaminas ▪ Fatores endógenos que induzem redução de resposta ❖ Edema ❖ Resistência hereditária à cumarina ❖ Hiperlipemia ❖ Hipotireoidismo ❖ Síndrome nefrótica ▪ Fatores exógenos que induzem redução de resposta ❖ Ansiolíticos ❖ Antibióticos ❖ Antiarrítmicos ❖ Anticonvulsionantes ❖ Antidepressivos ❖ Diuréticos ❖ Anti-histamínicos ❖ Barbitúricos ❖ Antineoplásicos ❖ Antitireoidianos ❖ Antipsicóticos ❖ Suplementos nutricionais entéricos Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 23 ❖ Medicamentos fúngicos sistêmicos ❖ Agentes para acidez gástrica ❖ Hipnóticos ❖ Hipolipidêmicos ❖ Imunossupressores ❖ Contraceptivos orais contendo estrógeno ❖ Esteroides adrenocorticais ❖ Vitaminas ❖ Antituberculosos ❖ Resinas de ligação ao ácido biliar ❖ Moduladores seletivos de receptor de estrógeno ▪ Toxicidade ❖ Hemorragia ❖ Durante a gravidez (anomalias e aborto) 2. Antiplaquetárias • Aspirina: inibidor da COX1 • Dipiridamol: vasodilatador; inibe a fosfodiesterase e/ou impede a recaptação da adenosina • Ticlopidina: inibe o receptor purinérgico P2Y12 • Usos clínicos: ▪ Prevenção da trombose em doenças da artéria coronária e vascular cerebral ▪ Tratamento da angina instável ▪ Profilaxia do choque 3. Trombolíticas • Compreendem fármacos cujo mecanismo de ação se baseia na ativação do plasminogênio enzimático em plasmina, resultando na quebra da fibrina e lise do coágulo • Estreptoquinase (reteplase, alteplase, duteplase, tenecteplase) • Uroquinase • Ativador do plasminogênio tecidual • Anistreplase ou CAAPE (complexo ativador P-anisolato [humano] lys-plaminogênio-estreptoquinase) • Usos clínicos: ▪ Embolia pulmonar e trombose das artérias coronarianas, trombose venosa profunda ▪ Trombose do cateter venoso central Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 24 FÁRMACOS ANTIBACTERIANOS Microrganismos Gram +: • Peptideoglicanas (50%) • Polímeros ácidos (40-45%) ▪ Polarização e carga negativa ▪ Influencia na penetração das moléculas ionizadas e favorece a penetração na célula de compostos carregados positivamente • Proteínas e polissacarídeos (5-10%) Microrganismos Gram - : • Espaço periplasmático ▪ Enzimas e outros componentes) • Camada de peptideoglicanas ▪ 5% da massa da PC; ▪ Ligada a moléculas de lipoproteínas que se projetam para fora) • Membrana externa ▪ Dupla camada lipídica ▪ Porinas = canais transmembrana cheios de água, por onde os antibióticos hidrofí licos podem se mover livremente • Polissacarídeos complexos ▪ Diferem entre as cepas de bactérias ▪ Principais determinantes da antigenicidade ▪ Endotoxina = desencadeia reação inflamação por ativação do completo (febre...) A dificuldade em penetrar na camada extrena complexa (Gram -) é apontada como a razão para alguns antibióticos serem menos ativos em bactérias Gram – que em Gram +. A parede celular lipopolissacarídea é também uma barreira a penetração. Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 25 ANTIBIÓTICOS β-LACTÂMICOS PENICILINA São antibióticos extremamente eficazes e amplamente utilizados. Contudo, podem ser destruídas por aminases e β-lactamases bacterianas. 1. Mecanismo de ação: liga-se as PBPs na bactéria, inibindo a enzima de transpeptidação responsável pela formação da ligação cruzada das cadeias peptídicas conectadas ao esqueleto da peptideoglicana. Por fim, a inibição de um inibidor das enzimas autolíticas na parede celular, leva à lise da bactéria. (Resumindo: ela age interferindo na síntese dos peptideoglicanos da parede celular). 2. Resistência: • Inativação do antibiótico pela β-lactamase; • Modificação do PBP-alvo; • Penetração reduzida do fármaco até as PBP-alvo; • Efluxo; 3. Inibidores da β-lactamase: ácido clavulânico, sulbactam, tazobactam • Ação bacteriana fraca; • Diferença farmacocinética e farmacodinâmica entre eles é pouco importante; • Não são ativos contra todas as β-lactamases; 4. Aspectos farmacocinéticos: • Administração/Absorção: injeção intravenosa, via oral, injeção intramuscular (penicilina benzatina possui uma liberação lenta e é usada no tratamento de sífilis, uma vez que o microrganismo patogênico possui divisão muito lenta). A injeção intratecal não é mais usada, pois causa convulsões. É afetada pelos alimentos (administração 1-2h antes ou depois das refeições), com exceção da amoxicilina, e pela ligação a proteínas (Penicilina G possui baixa ligação, enquanto a Naficilina apresenta alta ligação). • Distribuição: amplamente distribuídos nos líquidoscorporais, articulações, cavidades pleurais e pericárdica, bile, saliva e leite e atravessam a placenta. Por não serem lipossolúveis, não atravessam a barreira hematoencefálica, exceto no caso de meninges inflamadas. • Eliminação: ocorre rapidamente por via renal (90% secreção tubular). A meia-vida é curta podendo isso ser um problema ou uma vantagem (exposição intermitente; não contínua) ▪ Penicilina G: excreção renal; meia vida - 30min; ajuste de dose em caso de insuficiência renal – 10h ▪ Cloxacilina, Nafcilina, Dicloxacilina e Oxacilina: excreção renal e biliar; não é necessário o ajuste de dose em caso de insuficiência renal Penicilina benzatina: uma dose do fármaco possui 1,2 mi de unidades e por ser pouco solúvel, têm um maior tempo de absorção. Diante disso, os níveis séricos após 10 dias da administração (tratamento de infecções por Streptococcus β-hemolíticos) e após 3 meses, ainda são altos. Profilaxia da febre reumática. PENICILINA INIBIDOR DA β-LACTAMASE NOME COMERCIAL Ampicilina Sulbactam Trifamox Amoxicilina Ácido clavulânico Clavulin BD Piperaciclina Tazobactam Tazocin Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 26 5. Efeitos adversos: • Reações de hipersensibilidade (causadas pelos produtos de degradação da penicilina, que se combinam à proteína do hospedeiro e se tornam antigênicos); • Erupções cutâneas; • Choque anafilático agudo; • Alteração da flora bacteriana intestinal (associado a alterações gastrointestinais e superinfecção por outros microrganismos insensíveis à penicilina → colite pseudomembranosa); • Nefrite intersticial; • Crises convulsivas (insuficiência renal + altas doses); • Exantema cutâneo; • Lesões orais; OXACILINA NAFCILINA AMPICILINA E AMOXICILINA Hepatite Neutropenia Exantema cutâneo 6. Tipos de penicilina e sua ativididade antimicrobiana: • Benzilpenicilina (penicilina G): ▪ Ativa sobre uma ampla gama de microrganismos e é o fármaco de primeira escolha para muitas infecções; ▪ Principais restrições: pouca absorção do TGI (deve ser injetada) e susceptibilidade às β- lactamases bacterianas.; ▪ Administração por via parenteral; ▪ Meia-vida curta; ▪ Espectro: cocos Gram + e Gram – e algumas bactérias Gram –; • Fenoximetilpenicilina (penicilina V) • Penicilinas resistentes a β-lactamase: ▪ Meticilina (não é mais utilizada → nefrite intersticial), flucloxacilina, temocilina; ▪ Administração por via oral ▪ Espectro: cocos Gram + e Gram – e algumas bactérias Gram –; • Penicilinas de largo espectro: ampicilina, amoxicilina. ▪ Administraçãp por via oral; ▪ Destruídas pelas β-lactamases; ▪ Espectro: cocos Gram + e Gram – e bactérias Gram – (menos potente); • Penicilinas com espectro estendido: ticarcilina, piperacilina. ▪ Administração por via oral; ▪ Susceptíveis ás β-lactamases; ▪ Espectro: cocos Gram + e Gram – , bactérias Gram – e pseudomonas; A ampicilina e a ticarcilina podem ser combinadas com o inibidor da β-lactamase, o ácido clavulânico (Coamoxiclav). O Pivmecilinam é um pró-fármaco do mecilinam, que possui amplo espectro de ação. Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 27 7. Usos clínicos: Fármaco antibacteriano Patologia Patógenos Benzilpenicilina (↑doses intrav.) Meningite bacteriana Neisseria meningitidis; Streptococcus pneumoniae Flucloxacilina Infecções dos ossos e das articulações Staphylococcus aureus Benzilpenicilina; Flucloxacilina Infecções da pele e dos tecidos moles S. pyogenes ou S. aureus Coamoxiclav Mordidas de animais ------------------- Fenoximetilpenicilina Faringite S. pyogenes Amoxicilina Otite média Bronquite Pneumonia Infecções do trato urinário S. pyogenes; Haemophilus influenzae Infecções mistas comuns ------------------- E.Coli Amoxicilina + Probenecida Gonorreia ------------------- Benzilpenicilina procaína Sífilis ------------------- Benzilpenicilina (↑doses intrav.) + aminoglicosídeo Endocardite S. viridans ou Enterococcus faecalis Ticarcilina; Piperacilina Infecções graves por Pseudomonas aeruginosa Pseudomonas aeruginosa CEFALOSPORINAS São mais estáveis que as penicilinas para as β-lactamases e de espectro mais amplo. As cefalosporinas de amplo espectro semissintéticas foram produzidas pela adição de diferentes cadeias laterais em R1 e/ou R2 no núcleo C da cefolosporina. Esses agentes são hidrossolúveis e relativamente estáveis em ácido, variando na suscetibilidade às β-lactamases. 1. Mecanismo de ação: possuem o mesmo mecanismo das penicilinas. 2. Resistência: a β-lactamase é codifica por plasmídeo ou cromossomicamente. As bactérias G- apresentam gene cromossômico que codifica uma β-lactamase mais ativa na hidrólise das cefalosporinas que das penicilinas, sendo que uma mutação única pode resultar na produção constitutiva de altos níveis dessa enzima. A resistência também ocorre quando há redução da penetração do fármaco como resultado de alterações das proteínas de membrana externa ou mutações das proteínas nos locais de ligação. Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 28 3. Gerações: 1ª geração 2ª geração 3ª geração 4ª geração Cocos G+ G+ e G- Cobertura ampliada p/ G- G+ e G- Não atravessa a barreira hematoencefálica Atravessa a barreira hematoencefálica Atravessa a barreira hematoencefálica (melhor que a 2ª geração) Atravessa a barreira hematoencefálica Não ativo contra enterococcus e P. aeruginosa Não ativo contra enterococcus e P. aeruginosa Ativo contra P. aeruginosa (ceftazidima + cefaperazona) Ativo contra P. aeruginosa cefradina, cefalexina, cefadroxila, cefalotina cefuroxima, cefaclor cefotaxima, ceftazidima, cefixima, cefpodoxima, ceftriaxona cefepime Oral: infecções do trato urinário; Parenteral: profilaxia cirúrgica, pacientes alérgicos a penicilina antiestafilocócica; Oral: sinusite, otite, infecções das vias respiratórias inferiores Parenteral: pneumonia adquirida na comunidade (H. influenzae e K. pneumoniae) → Cefuroxima Parenteral: sepse, meningite → Ceftriaxona e Cefotaxima; Parenteral: infecções do trato respiratório inferior, infecções complicadas do trato urinário e infecções de pele e estruturas cutâneas → Cefepime 4. Aspectos farmacocinéticos: • Administração: via oral ou parenteral (via intramuscular ou intravenosa) • Absorção/Distribuição: absorção variável no intestino; amplamente distribuídas pelo corpo e algumas atravessam a barreira hematoencefálica (cefotaxima, cefuroxima, ceftriaxona) • Eliminação: via renal (maior parte) e pela bile (ceftriaxona) 5. Efeitos adversos: • Sensibilidade cruzada; • Nefrotoxicidade; • Intolerância ao álcool; • Diarreia; • Exantema cutâneo; • Anemia hemolítica; • Anafilaxia; • Nefrite; Núcleo químico é diferente das penicilinas e, por isso, alérgicos à penicilina toleram as cefalosporinas. Entretanto, pacientes com anafilaxia às penicilinas não devem usar cefalosporinas. Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 29 6. Usos clínicos: Fármacos antibacterianos Patologia Cefuroxima (via parenteral); Cefotaxima Septicemia (S. aureus; H. influenzae) Ceftriaxona; Cefotaxima Meningite Cefadroxila Sinusite ------------ Pneumonia causada por microrganismos susceptíveis ------------ Infecção do trato biliar Cefaclor (via oral) Infecção do trato urinário CARBAPENÉNS 1. Fármacos: • Ativocontra G+ e G-. • A maioria não é ativa pela via oral. A) Imipeném: • Espectro muito amplo de atividade antimicrobiana; • Ativo sobre microrganismos G+ e G- aeróbicos e anaeróbicos; • Estafilococos “resistentes à meticilina” são menos suscetíveis; • Administrado em conjunto com a cilastatina (inibe a initavação pelas enzimas renais); • Resistente à maioria das β-lactamases; • Inativado por desidropeptidases nos túbulos renais; B) Meropeném: • Similar ao Imipeném; • Não é metabolizado pelo rim; • Atividade maior contra G- e menos contra G+; • Não sofre degradação significativa pela desidrogenase renal; C) Ertapeném: • Amplo espectro de ações antimicrobianas; • Licenciado para uma gama limitada de indicações; • Menos ativo contra P. aeruginosa e espécies de Acnetobacter; • Não é degradado pela desidropeptidase renal 2. Farmacocinética: • Absorção: penetra no LCR; • Eliminação: depuração renal (ajuste de dose em pacientes com insuficiência renal); Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 30 3. Efeitos adversos: • Náusea; • Vômito; • Êmese; • Neurotoxicidade; • Crises convulsivas (insuficiência renal); • Pacientes alérgicos à penicilina podem apresentar alergia aos carbapenéns; MONOBACTÂMICOS 1. Fármacos: • Ativos contra bastonetes G- aeróbicos • Sem atividade contra G+ e anaeróbicos. A) Aztreonam: • Resistente a maioria das β-lactamases; • Administração por injeção; • T1/2 plasmática = 2h; • Espectro de atividade não usual; • Efetivo apenas sobre bacilos aeróbicos G- ; • Não tem ação sobre microrganismo G+ ou anaeróbicos; • Boa penetração no LCR; • Meia vida prolongada na insuficiência renal; • Alternativa para pacientes alérgicos a penicilina; 2. Efeitos adversos: • Não apresenta necessariamente reação imunológica cruzada com a penicilina e seus subprodutos; • Não causa usualmente reações alérgicas nos indivíduos sensíveis à penicilina; Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 31 AMINOGLICOSÍDEOS Grupo de antibióticos com estrutura química complexa (anel de hexose + aminoaçúcares), parecendo-se entre si na atividade antimicrobiana, nas características farmacocinéticas e na toxicidade. São hidrossolúveis e mais ativos em pH alcalino. Os principais agentes são: gentamicina, estreptomicina, amicacina, tobramicina, neomicina. Gentamicina Estreptomicina Amicacina Tobramicina Neomicina Uso tópico e parenteral G+ e G- Resistência Uso atual limitado Resistentes as enzimas que inativam a gentamicina e tobramicina Uso tópico e parenteral Tóxica pela via parenteral Estreptococos e enterococos (gentamicina + vancomicina/penicilina) Nefrotoxicidade branda e reversível Ototoxicidade irreversível 1. Mecanismo de ação: • Inibem a síntese de proteínas bacterianas de modo irreversível, bloqueando a fase inicial do processo (bloqueio do complexo de iniciação) → bactericida; • Cadeia peptídica erroneamente codificada; • Bloqueio da translocação; • Sua penetração através da membrana celular da bactéria depende parcialmente do transporte ativo dependente de oxigênio por um sistema transportador de poliaminas (bloqueado pelo clorafenicol); • Apresentam ação mínima sobre microrganismos anaeróbicos; • Reforçados por agentes que interferem na síntese da PC; Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 32 2. Resistência: • Inativação por enzimas microbianas (a amicacina atua como substrato inadequado para essas enzimas; alguns organismos já são capazes de inativar esse agente); • Deficiência na penetração (uso concomitante de penicilina e vancomicina); • Proteína receptora na subunidade ribossomal 30S suprimida ou alterada; 3. Espectro antibacteriano: • Muitos microrganismos G- e alguns microrganismos G+; • Mais amplamente usados em microrganismos entéricos G- e na sepse; • Podem ser administrados em conjunto com uma penicilina nas infecções estreptocócicas e naquelas causadas pela Listeria ssp. e pela P. aeruginosa; • Pode ocorrer sinergismo, no caso do tratamento contra G+, entre aminoglicosídeos e β- lactâmicos/vancomicina para facilitar a entrada do aminoglicosídeo no microrganismo; A) Gentamicina: mais comumente usadas; B) Tobramicina: preferido para infecções pela P. aeruginosa; C) Amicacina: espectro antimicrobiano mais amplo; efetiva nas infecções com microrganismos resistentes à gentamicina e à tobramicina; 4. Aspectos farmacocinéticos: • Absorção: ▪ São policátions (altamente polarizados); ▪ Não são absorvidos pelo TGI; • Administração: ▪ Quase toda dose administrada via oral é excretada nas fezes; ▪ Administração por via intramuscular ou intravenosa; ▪ Via parenteral: estreptomicina, amicacina, gentamicina; ▪ Via oral: neomicina (tóxica pela via parenteral); • Distribuição: ▪ Cruzam a placenta, mas não a barreira hematoencefálica; ▪ T1/2 plasmática: ✓ Pacientes normais: 2-3h; ✓ Pacientes com doença renal: 24-48h; • Eliminação: ▪ Inteiramente renal (50-60% da dose eliminada inalterada após 24h) → em caso de função renal comprometida, o acúmulo ocorre rapidamente, com aumento nos efeitos tóxicos (ototoxicidade e nefrotoxicidade); ▪ Depuração de creatinina: ✓ ↑60ml/min = dose única diária ✓ ↓60ml/min = múltiplas doses Administração da dose → Coleta de sangue 30-60min após a dose → Coleta de sangue antes da próxima dose → [ ] mínimas obtidas → Ajuste de dose se necessário 5. Efeitos adversos: • Ototoxicidade: ▪ Lesão progressiva e destruição das células sensitivas da cóclea e do órgão vestibular da orelha; ▪ Resultado geralmente irreversível; ▪ Manifestação como vertigem, ataxia e perda de equilíbrio no caso da lesão vestibular (estreptomicina e gentamicina) e alterações auditivas ou surdez no caso de lesão coclear (neomicina e amicacina); Mesma dose e muda o intervalo ou muda dose e mantém o intervalo Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 33 ▪ Potencializada pelo uso concomitante de outros fármacos ototóxicos (diuréticos de alça); ▪ Susceptibilidade é determinada geneticamente através do DNA mitocondrial; • Nefrotoxicidade: ▪ Lesão dos túbulos renais; ▪ Função recuperada se o uso do fármaco for interrompido; ▪ Mais provável nos pacientes com doença renal preexistente ou nas situações nas quais o volume de urina está reduzido; ▪ O uso concomitante de outros agentes nefrotóxicos (cefalosporinas de primeira geração) aumentam o risco; ▪ Pode comprometer a eliminação do fármaco gerando um círculo vicioso; ▪ As concentrações plasmáticas devem ser monitoradas regularmente e a dose, ajustada de modo adequado; ▪ ↑creatina sérica ↓depuração da creatina • Paralisia causada por bloqueio neuromuscular: ▪ Ocorre se os agentes forem administrados simultaneamente com agentes bloqueadores neuromusculares; ▪ Resulta de inibição da captura de cálcio necessária para liberação exocitótica da Ach; • Favorecem a toxicidade: ▪ Terapia por mais de 5 dias; ▪ Doses elevadas; ▪ Idosos; ▪ Insuficiência renal; ▪ Uso concomitante com diurético de alça; ▪ Uso concomitante com AM nefrotóxicos; 6. Exames laboratoriais: • Gentamicina: ▪ Elevação das transaminases; ▪ Aumento da desidrogenase lática no soro; ▪ Aumento da bilirrubina; ▪ Diminuição do Ca, Mg, Na e K no sangue; ▪ Anemia; ▪ Diminuição do número de glóbulos brancos, granulócitos e plaquetas; ▪ Aumento dos eosinófilos; ▪ Aumento ou diminuição do número de reticulócitos; O uso no tratamento de otite não é ototóxico, uma vez que o uso é tópico e não ocorre absorção, exceto quando a patologia encontrasse em um grau no qual há perfuraçãodo tímpano. Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 34 MACROLÍDEOS Estrutura formada por um anel de lactona com muitos membros, aos quais estão conectados um ou mais desoxiaçúcares. Os principais antibióticos são: eritromicina, claritromicina, azitromicina, espiramicina, telitromicina. Eritromicina Claritromicina Azitromicina Amplo espectro de ação 2-4x mais ativa do que a eritromicina contra a maioria dos estreptococos e estafilococos sensíveis à oxacilina Maior atividade contra bactérias G- do que a eritromicina e claritromicina Muitos efeitos GI Menos efeitos GI Menos efeitos GI Meia vida = 90min Meia vida = 3x maior que a eritromicina Dose menos frequente Meia vida = 8-16x maior que a eritromicina Dose única diária Excretada na forma ativa pela bile Eliminação renal Eliminada primariamente por via hepática Pequena quantidade encontrada na urina Inibe enzima do citocromo P450 Inibe enzima do citocromo P450 Não inibe enzima do citocromo P450 1. Mecanismo de ação: • Inibem a síntese proteica por translocação; • Os fármacos ligam-se à unidade 50S do ribossomo bacteriano, assim como o clorafenicol e clindamicina (eles podem competir caso administrados conjuntamente); • Sítio de ligação: próximo ao centro de peptidiltransferase; • Alongamento da cadeia é impedido pelo bloqueio do túnel da saída do polipeptideo; Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 35 2. Espectro antimicrobiano: A) Eritromicina: • Espectro antimicrobiano similar ao da penicilina; • Alternativa segura e eficaz para os pacientes sensíveis à penicilina; • Eficaz sobre bactérias e espiroquetas G+; • Não são eficazes sobre a maioria dos microrganismos G- (exceção = N. gonorrhoeae) • São susceptíveis em menor extensão H. influenzae, Mycoplasma pneumoniae, Legionella spp. e alguns microrganismos clamidiais; • Infecções no trato respiratório superior e tecidos moles; • Sífilis primária e coqueluche; • Infecções por estreptococcus estreptococos ou pneumococos em paciente alérgicos à penicilina; A eritromicina é solúvel em água. Ela perde atividade em pH ácido e tem sua atividade aumentada em pH alcalino. É dispensado em forma de estéres e sais diversos, proporcionando melhor absorção. B) Azitromicina (derivado semissintético = grupo carbônico e H+): • G+ e G- • Menos ativa sobre bactérias G+ que a eritromicina; • Mais eficaz sobre H. influenzae e mais ativa sobre Legionella; • Excelente ação sobre o Toxoplasma gondii; • Eficaz na doença de Lyme; C) Claritromicina (derivado semissintético = grupo metil): • G+ e G-; • Metabólito 2x mais ativo sobre H. influenzae que a eritromicina; • Eficaz sobre o Mycobacterium aviumintercellulare; • Útil na lepra e sobre o Helicobacter pylori; • Eficaz a doença de Lyme; 3. Aspectos farmacocinéticos: • Absorção/Administração: ▪ A azitromicina tem rápida absorção; ▪ Via oral (claritromicina); ▪ Via parenteral (eritromicina) → as injeções intravenosas podem ser seguidas de tromboflebite local; • Distribuição: ▪ Se distribuem prontamente pela maioria dos tecidos, menos no cérebro e no LCR; ▪ Não cruzam a barreira hematoencefálica; ▪ Pouca penetração do liquido sinovial; ▪ Atravessa a placenta e alcança o feto; ▪ T1/2 plasmática = 90 min (eritromicina); 3x 90min (claritromicina); 8-16x 90min (azitromicina → dose única → menor duração do tratamento) • Eliminação: ▪ A eritromicina é parcialmente inativada no fígado; ▪ A azitromicina é mais resistente à inativação; ▪ A claritromicina é convertida em um metabólito ativo e sua inibição do sistema citocromo P450 pode afetar a biodisponibilidade de outros fármacos levando a interações clinicamente importantes (fígado); ▪ A principal via de eliminação é pela bile; ▪ A claritromicina é eliminada pela urina (ajuste de dose) 4. Resistência: • Permeabilidade reduzida da membrana celular ou efluxo ativo; • Produção de estearases por endobactérias que hidrolisam macrolídeos; • Modificação do sítio de ligação ribossomal (proteção ribossomal); • Resistência cruzada; Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 36 5. Efeitos adversos: • Alterações GI (estimulo da motilidade intestinal → intolerância GI); • Reações de hipersensibilidade: ▪ Erupções cutâneas; ▪ Febre; ▪ Alterações transitórias da audição; ▪ Icterícia colestática; • Infecções oportunistas do TGI ou na vagina; • Anorexia, náuseas, vômito e diarreia; • Hepatite colestática aguda (febre, icterícia) • Inibição das enzimas do citocromo P450 (↑[ ] sérica da varfarina, metilprednisolona) 6. Exames laboratoriais: • Pode interferir com as determinações das transaminases - colorações colorimétricas com difenilhidrasina ou violeta B; • Determinação fluorométrica de catecolaminas na urina; Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 37 FÁRMACOS ANTIVIRAIS HERPES SIMPLES, VARICELA-ZOSTER E CITOMEGALOVÍRUS I. Herpes simples • Herpes simplex vírus 1 e 2 • Gênero Simplexvirus • Transmissão: contato pessoal íntimo de um indivíduo susceptível com alguém que esteja eliminando o vírus (mucosa oral) II. Varicela-Zoster • Catapora • Herpes zoster III. Citomegalovírus • Febre, dor de garganta • Ocorre na presença de imunossupressão elevada • Reativação de infecção latente • Maior incidência em pacientes infectados pelo HIV e transplantados 1. Anti-herpes: Aciclovir, Valaciclovir (pró-fármaco), Ganciclovir, Valganciclovir (pró-fármaco), Penciclovir, Fanciclovir (pró-fármaco), Cidofovir, Foscarnete Aciclovir Valaciclovir Ganciclovir** Penciclovir Fanciclovir Foscarnete Biodisponibilidade via oral baixa Pró-droga (aciclovir) 100x mais ativo contra o CMV do que o aciclovir Forma farmacêutica para uso tópico Pró-droga (penciclovir) Biodisponibilidade via oral baixa T1/2 = 2,5-3h (paciente normal); 20h (anúria) T1/2 = 2,5- 3,3h T1/2 = 4h T1/2 = 7-20h T1/2 = 3-7h Pode se depositar no osso (T1/2 = meses) [ ] LCR = 20-50% do nível sérico Níveis séricos 3-5x maior que o aciclovir oral Tratamento via IV para retardar a infecção por CMV em pacientes com AIDS (mielossupressão) Menor afinidade com a DNA polimerase oral Inibe diretamente a DNA polimerase Doses mais altas para tratar o VZV Hidrólise no fígado e intestino Mutagênico e carcinogênico Naúsea, cefaleia ou diarreia Evitar a coadministração com medicamentos nefrotóxicos Adm IV = nefrotoxicidade reversível (uso com agentes nefrotóxicos perigoso) Náusea, cefaleia, vômitos ou exantema (raro) Náuseas, diarreia, febre, exantema, cefaleia Tratamento de infecção por HSV e VZV resistente ao aciclovir **Monitoramento das células sanguíneas e plaquetas (contagem absoluta de neutrófilos, contagem de plaquetas e Hb) → para valores abaixo dos padrões a terapia não deve ser iniciada Baixado por VITORIA JAMYLLY NUNES MONTEIRO (vitoria.jamylly@ufpe.br) lOMoARcPSD|32803049 38 2. Mecanismo de ação • Os anti-herpes são fosforilados pelas enzimas virais, bloqueando a replicação do vírus 3. Resistência • Aciclovir: deficiência na timidina-cinase (resistência cruzada ao valaciclovir, fanciclovir e ganciclovir); uso do foscarnete como alternativa • Ganciclovir: mutação na DNA-polimerase (menos comum e induz níveis mais altos de resistência) RETROVÍRUS • Combinação de fármacos (reduz a replicação viral para o
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