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Farmacologia da inflamação: AINEs → Inflamação ↘ Resposta protetiva deflagrada por infecções, doenças autoimunes e lesões (traumas, etc.) ↘ 4 tipos de resposta ↘ Calor ↘ Rubor ↘ Inchaço ↘ Dor ↘ Perda de função → Quando não ocorre resolução da inflamação, as outras 4 respostas podem gerar uma quinta: a perda de função → Características ↘ Aumento da permeabilidade vascular ↘ Dilatação arteriolar, expansão dos capilares, migração de neutrófilos, extravasamento de plasma → Edema ↘ Diapedese e migração trans-endotelial ↘ Adesão e diapedese de leucócitos ↘ Reconhecimento de PAMPs → Imunidade inata e adaptativa ↘ Quimiotaxia → “Recrutamento” dos tipos celulares associados às inflamações ↘ Liberação de citocinas → IL-1β, TNF-α e IL-6 → Estas chegam ao hipotálamo induzindo a expressão da enzima COX-2 → Cascata da inflamação ↘ Estímulos inflamatórios levam à ativação da fosfolipase A2 (PLA2) ↘ A PLA2 é responsável por converter o ácido araquidônico esterificado das membranas em ácido araquidônico livre ↘ Ácido araquidônico pode seguir duas vias ↘ Lipoxigenases (LOX) → Conversão a HETEs, leucotrienos, lipoxinas → Permeabilidade vascular e broncoconstrição ↘ Ciclooxigenases (COX) → Conversão a prostanoides (prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanos) → Dor, vasodilatação, edema, febre → Mediadores inflamatórios ↘ Histamina, serotonina, substância P, íons H+ e K+, CGRP, cininas, citocinas, neurotrofinas, glutamato, prostaglandinas, leucotrienos, óxido nítrico, radicais livres → Eicosanoides ↘ Ácidos graxos de 20 C, geralmente derivados do ácido araquidônico liberado da membrana por fosfolipases ↘ Prostaglandinas e tromboxanos (COX), leucotrienos e lipoxinas (LOX) → Plasticidade sináptica ↘ Aumento de potenciais de ação aferentes promove facilitação prolongada da neurotransmissão no corno dorsal da medula ↘ Bradicinina e PGE2 ↘ ↑ Excitabilidade e transmissão das vias nociceptivas centrais → Prostanoides → Após produção, são secretadas para o meio extracelular (efeito autócrino ou parácrino via receptores metabotrópicos) ↘ Tromboxano A2 (TxA2) → (+) Agregação plaquetária, broncoconstrição, vasoconstrição ↘ Prostaciclina (PGI2) → (‒) Agregação plaquetária, broncodilatação, vasodilatação ↘ PGE2 → Broncodilatação, vasodilatação; pode predominar na mucosa gástrica; neurônios termorregulatórios expressam receptores para PGE2 ↘ PGF2α → Broncoconstrição, vasoconstrição, contração uterina → Ciclooxigenases ↘ COX-1 → Constitutiva; produção basal de prostanoides expressa na maioria dos tecidos, inclusive nas plaquetas e na mucosa gástrica ↘ Age muito na mucosa gástrica; efeito gastroprotetor (↓ [H+] e ↑ Produção de muco) → Uso de (‒) não seletivos de COX podem levar ao inverso (↑ [H+] e ↓ Produção de muco) → O resultado do uso crônico é o desenvolvimento de úlceras gástricas ↘ COX-2 → Induzida (LPS, IL-1, IL-6: via do NF-KB); processo inflamatório, hipotálamo (febre) ↘ Age nos rins, contração uterina, vasodilatação, sensibilidade de nociceptores, estímulo da febre → AINEs ↘ Propriedades farmacológicas → Antitérmico, analgésico, anti-inflamatório ↘ Mecanismo em geral → Bloqueio da COX ↘ Outros fármacos → Dipirona e paracetamol (efeitos analgésicos e antitérmicos apenas) → AINEs não seletivos → Salicilatos ↘ Ácido salicílico (AS), ácido acetilsalicílico (AAS ou aspirina), salicilato de sódio, diflunisal ↘ Maior afinidade por COX-1, apesar de ainda serem considerados não seletivos ↘ AAS ↘ Antagonismo de COX ↘ Acetilação da COX-1 → Inibição “irreversível” → ↓ Produção de prostanoides ↘ Acetilação da COX-2 → Produção de 15-epi- lipoxina-A4 → Ação anti-inflamatória, facilitando resolução da inflamação ↘ Em ↓ doses → Agregação plaquetária apenas (graças a não produção de TXA2 pelo bloqueio apenas de COX-1) ↘ Em ↑ (maiores) doses → Efeito anti-inflamatório ↘ Metabolização ↘ ↓ t ½; sofre efeito de 1ª passagem ↘ Processos de metabolização são saturáveis → Resultado é salicilato livre (metabólito dos salicilatos) → Pode causar salicilismo (tratamento: alcalinização da urina) → Vômitos, confusão, zumbidos, hipertermia, alcalose respiratória, acidose metabólica e insuficiência de múltiplos órgãos → Fenamatos ↘ Derivados do ácido antranílico ↘ Ácido mefenâmico e ácido meclofenâmico → Uso para dismenorreia (↓ formação de PGF2α); uso de curta duração na artrite reumatoide (AR) ↘ Diclofenaco (de potássio e de sódio) → Seletividade COX-2 moderada; + potente que o AAS, indometacina e o naproxeno; indicado para o tratamento da AR → Derivados heteroaril acéticos ↘ Indometacina → Mais potente que o AAS na (‒) COX; mais gastro-irritante; efeito da classe mais pronunciado que os salicilatos na AR ↘ Sulindaco e cetorolaco (ação analgésica principalmente; sublingual, gotas oftálmicas) → Derivados do ácido propiônico ↘ Cetoprofeno, ibuprofeno, flurbiprofeno e naproxeno ↘ Perfil anti-inflamatório bastante parecido para todos os derivados dessa classe ↘ (‒) de COX-1 geralmente menos potente que do AAS → Exceção: naproxeno (20x + potente) ↘ Indicações terapêuticas → As mesmas que os salicilatos → Oxicans ↘ Piroxicam → + anti-inflamatório que analgésico; AR ↘ Meloxicam → Seletividade 10x para a COX-2; ↑ t ½; uso crônico de AR → Pirazolonas ↘ Fenilbutazona, oxifenilbutazona, aminopirina e dipirona ↘ Dipirona → Anti-inflamatório e antitérmico → Não é AINE → AINEs e gastrotoxicidade ↘ Prostanoides produzidos pela COX-1 atuam principalmente no estômago → (‒) da produção de [H+] (efeito gastroprotetor) ↘ Uso de AINEs não seletivos pode levar ao desenvolvimento de úlceras gástricas, gastrite, etc. ↘ Pacientes com quadro de gastrite → Uso de AINEs ainda é possível, porém deve ser feito associado a um gastroprotetor ↘ Omeprazol → Inibidor de bomba de prótons ↘ Ranitidina → Inibidores H2 ↘ Misoprostol → AINEs seletivos COX-2 ↘ Meloxicam e etodolaco → Citados anteriormente; são não seletivos, porém possuem maior afinidade pela COX-2 ↘ Grupamento SO2 é importante para a afinidade COX-2 → Sulfonas e sulfonamidas ↘ Nimesulida → Mecanismo adicional antioxidante; ↓ incidência de úlcera péptica ou efeitos cardiovasculares; uso prolongado → Hepatotoxicidade → Coxibes ↘ Colecoxibe, etoricoxibe, parecoxibe → Principais (ou?) ainda comercializados ↘ Rofecoxibe, valdecoxibe, lumiracoxibe → Efeitos pró-trombóticos ↘ PGI2 → Atua no endotélio vascular; propriedade antiagregante; proveniente da COX-2 ↘ TXA2 → Atua nas plaquetas; propriedade pró- agregante; proveniente da COX-1 ↘ AINEs seletivos COX-2 vão inibir apenas COX-2 → Efeito antiagregante não acontece por inibição de COX- 2; efeito pró-agregante ocorre devido a não inibição de COX-1 → Efeitos pró-trombóticos → Comprometimento cardiovascular → Farmacologia dos analgésicos e antitérmicos ↘ Hipotálamo (área pré-óptica) ↘ Indução de COX-2 e PGE-1 → Síntese de PGE2 → Febre ↘ IL-1β, IL-6, TNF-α → Dipirona (metamizol) ↘ Excelente analgésico, antipirético (antitérmico) e espasmolítico → Apesar de mecanismo ainda em debate ↘ Ação rápida ↘ Oral, porém disponível também como injetável (pode causar hipotensão) ↘ Não interfere na função plaquetária (PGI2 X TXA2) ↘ Hidrólise espontânea → Pró-fármaco? ↘ t ½ → 2,5-4 h ↘ Duração do efeito → 4-6 h ↘ Mecanismo (ainda em debate) ↘ Inibição fraca da COX (observação in vitro) ↘ Endocanabinoides, opioides, NO ↘ TRPA1, CB1, TRPV1→ Detecção e regulação da temperatura corporal → Paracetamol (acetaminofeno) ↘ Derivado do para-aminofenol ↘ Excelente analgésico, antipirético (antitérmico) ↘ t ½ → 2-3 h ↘ Duração do efeito → 4-6 h ↘ Gera metabólito ativo (AM 404) ↘ Não interfere na função plaquetária (PGI2 X TXA2) ↘ Inibição fraca de COX-2 > COX-1; endocanabinoides; TRPV1→ Mecanismo ainda em debate ↘ Possui efeito reduzido na presença de EROs → Tecido inflamado; ineficaz como anti-inflamatório ↘ Toxicidade/Overdose ↘ Metabolizações (conjugação com ácido glicurônico e sulfatação) são saturáveis ↘ Ocorre metabolização pela CYP2E1 → N- acetiliminoquinona (tóxico) → 2 caminhos ↘ Conjugação com glutationa → Excreção ↘ Toxicidade → Reação com proteínas e ácidos nucleicos ↘ Manejo é feito pela administração de N- acetilcisteína (eleva os depósitos de glutationa hepática, permitindo que se siga o primeiro caminho) → Farmacocinética dos AINEs ↘ Vias de administração → Oral, retal, sublingual, tópica, intramuscular, i.v. ↘ Características → Boa absorção oral, ↑ ligação a proteínas plasmáticas, encontrados no fluido sinovial após repetidas doses, metabolização hepática (cuidado com inibidores CYP450!), excreção na urina, bile e fezes; t ½ variável → Indicações clínicas ↘ Antipirético e analgésico → Todos ↘ Analgésico e anti-inflamatório → Todos, exceto paracetamol e dipirona (ambos são apenas analgésicos) ↘ AR e osteoartrite ↘ Associação com gastroprotetores ↘ Antiplaquetário → AAS em baixas doses, inibição preferencialmente da COX-1 → ↓ Produção de TXA2 (pró-agregante) → RAMs ↘ Distúrbios gastrointestinais ↘ Hipersensibilidade ↘ Sangramento → Bloqueio de COX → ↓ Agregação plaquetária → Comprometimento da coagulação ↘ Tromboembolismo ↘ Salicilismo → Depressão respiratória, ↑ CO2 ↘ Hepatotoxicidade → Paracetamol ↘ Nefrotoxicidade → Contraindicações ↘ Insuficiência renal, úlcera gástrica, hipertensão arterial e outras doenças cardiovasculares, distúrbios da coagulação, febre viral (p. ex. dengue) ↘ AAS em crianças → Síndrome de Reye ↘ Gravidez → Contração uterina ↘ Asma → Bloqueio de COX → Ácido araquidônico vai ser metabolizado preferencialmente pela LOX → Formação de leucotrienos → Quimiotaxia de broncoconstritores → Interações medicamentosas ↘ Anti-hipertensivos e diuréticos → Prostanoides aumentam perfusão renal e excreção de Na+ → Ocorre redução da eficácia anti-hipertensiva ↘ Anticoagulantes → Varfarina; ↑ risco de sangramento ↘ Álcool e paracetamol → Hepatotoxicidade ↘ Inibidores da CYP450 → ↑ t ½ dos AINEs Glicocorticoides → Cortisol ↘ Produzido pela adrenal em seu córtex ↘ Efeito anti-inflamatório e imunossupressor ↘ Sistema endócrino + Sistema imune ↘ Hormônio do estresse ↘ Relacionado também ao ciclo circadiano (↑ produção com incidência de luz solar; início do dia; disposição) ↘ Eixo HPA → Hipotálamo produz CRH, levando à produção de ACTH pela pituitária, o que resulta em produção de cortisol pela adrenal; cortisol, por sua vez, inibe hipotálamo e hipófise na produção de seus respectivos hormônios ↘ Principais ações fisiológicas ↘ ↑ Glicemia ↘ Retenção de Na+ ↘ Efeito anti-inflamatório e imunossupressor ↘ Distúrbios da secreção ↘ Síndrome de Addison (↓) → Tonturas, manchas escuras ↘ Síndrome de Cushing (↑) → Face de lua, corcunda de búfalo, pele fina (risco de pancadas e sangramento), deposição de gordura abdominal → Mecanismo ↘ Lipofilicidade → Capacidade de atravessar MP ↘ GR → Receptor de glicocorticoides ↘ HSP70 e HSP90 → Chaperonas que estabilizam a forma inativa de GR ↘ Deslocamento para o núcleo → Indução de transcrição gênica → Por isso corticoides são anti-inflamatórios de ↑ potência; ação indireta ↘ Síntese de proteínas → Alterações nas funções celulares ↘ Consequências ↘ ↑ Expressão de proteínas anti-inflamatórias (IK-B, anexina-1) ↘ ↓ Expressão de mediadores pró-inflamatórios (citocinas, COX-2, moléculas de adesão endotelial) ↘ Alteração na expressão de proteínas constitutivas (CRH, ACTH) → Inibição da cascata do ácido araquidônico ↘ ↑ Anexina-1 ‒Inibição→ Fosfolipase A2 ↘ Inibição que é relevante para ser citada → PGE2 → Ativa os 5 sinais da inflamação (calor, rubor, dor, edema e perda funcional) ↘ Neurônios termorregulatórios expressam receptor da PGE2 → Ligação de PGE2 → Recrutamento de mais mediadores → ↑ Resposta de dor e calor ↘ (‒) Imunidade inata e adaptativa → Efeitos cardiovasculares ↘ Endotélio → ↓ Expressão de moléculas de adesão → ↓ Rolamento, adesão e da diapedese de leucócitos → Sem quimiotaxia da inflamação → Função celular ↘ ↓ Monócitos e produção de citocinas (TNF-α, IL-1, IL-2, IL-6), leucotrienos ↘ ↓ Moléculas de adesão do endotélio ↘ ↓ Liberação de histamina ↘ ↓ Processamento/apresentação de antígenos; linfopenia, eosinopenia, neutrofilia ↘ ↓ Expansão clonal ↘ ↓ Produção de citocinas ↘ ↓ Anticorpos → Propriedades farmacológicas ↘ Efeito diabetogênico → ↑ Glicogênio hepático, resistência à insulina, gliconeogênese → Contraindicado para diabéticos ↘ Obesidade visceral ↘ Osteopenia e osteoporose → (‒) osteoblastos (deposita fosfato de cálcio no tecido ósseo) e (+) osteoclastos (mobiliza fosfato de cálcio do tecido ósseo) ↘ Atrofia muscular → Catabolismo proteico, adelgaçamento da pele ↘ Sistema endócrino → ↓ LH/FSH, TSH, GH, ACTH ↘ Hipertensão → Retenção de sódio e água ↘ Crescimento → ↓ GH (fator do crescimento) → Contraindicado para crianças → Glicocorticoides ↘ Cortisol (Hidrocortisona) → OH vira carbonila formando a cortisona por ação da 11-β- hidroxiesteroide desidrogenase ↘ Fludrocortisona, triancinolona, betametasona ↘ Prednisolona → Potência intermediária ↘ Dexametasona → Glicocorticoide mais potente disponível ↘ Forma tópica → Pomadas; mais seguras pois não apresentam efeito sistêmico ↘ Cortisol tem ↑ afinidade pelo receptor mineralocorticoide (MR) → ↑ Retenção de sódio e água com consequente excreção de potássio → Hipocalemia possível ↘ Seletividade entre MR e GR → Esteroides sintéticos ↘ Ação rápida → Cortisol (hidrocortisona), beclometasona diproprionato, budesonida, fluticasona ↘ Ação intermediária → Metilprednisolona, prednisolona, prednisona, triancinolona ↘ Ação prolongada → Dexametasona, betametasona diproprionato ou fosfato dissódico → Farmacocinética ↘ Vias de administração ↘ Oral ↘ Parenteral ↘ Tópica → Evita efeito sistêmico; não deve ser passado em feridas abertas → Risco de infecção oportunista ↘ Intra-articular → Útil em casos de artrite ↘ Inalatória → Uso de espaçadores para crianças para evitar deposição → Indicações clínicas ↘ Uso pela manhã ↘ Endócrino → Reposição ↘ Reações alérgicas → Dermatite de contato, rinite, urticária, conjuntivite alérgica ↘ Distúrbios otológicos → Otite (associação com antibióticos) ↘ Distúrbios hematológicos ou autoimunes → Anemia hemolítica, trombocitopenia purpúrea, lúpus ↘ Distúrbios reumáticos → Artrite reumatoide e bursite ↘ Transplante de órgãos → Associado a imunossupressores; evitar rejeição do órgão ↘ Recém-nascido prematuro → Surfactante pulmonar; administração à mãe da criança para desenvolvimento dos pulmões ↘ Neoplasias → Antiemético ↘ Casos graves de COVID-19 → Tempestade de citocinas → RAMs ↘ Distúrbios eletrolíticos → Retenção de sódio e excreção de potássio ↘ Hiperglicemia e glicosúria → Efeito diabetogênico ↘ Risco de infecções oportunistas → Sistema imune suprimido pelo uso de corticoides ↘ Osteoporose → Necrose da cabeça do fêmur; (‒) de osteoblastos e (+) de osteoclastos ↘ Miopatia esteroidal ↘ Catarata ↘ Crianças em fase de crescimento → Redução ↘ Inibição do eixo HPA → Esquema de retirada gradual se faz necessário ↘ Síndrome de Cushing iatrogênica → Contraindicações ↘ Hipertensão, diabetes mellitus, osteoporose, hipocalemia, infecções (associação com antibiótico), catarata, glaucoma, cirurgia eletiva Antileucotrienos → Leucotrienos ↘ Provenientes da cascata da via do ácido araquidônico → Conversão pelas lipoxigenases (LOX) ↘ Primeiro leucotrieno formado → LTA4 ↘ LTA4 → Pode sofrer ação de duas enzimas ↘ LTA4hidrolase → LTB4 (diretamente relacionados às respostas de quimiotaxia) ↘ LTC4 sintase → LTC4 → LTD4 → LTE4 → Famílias de leucotrienos ↘ Leucotrienos da família LTB4 ↘ Leucotrienos cisteínicos (LC) → LTC4, LTD4 e LTE4; atuam em diversos sistemas, mas são importantes principalmente no contexto do sistema respiratório; induzem broncoconstrição; ação direta sobre o músculo liso das vias aéreas; glândula mucosa; agentes quimiotáticos de eosinófilos (↑); ↑ permeabilidade vascular (edema) ↘ Os leucotrienos são mais potentes como broncoconstritores que a histamina (até 1000x (ou 40x) maior) ↘ Os LC são a única família com alvos clínicos validados na farmacologia, por enquanto ↘ Hiperresponsividade e ↑ influxo de eosinófilos → Características típicas da asma brônquica ↘ Os leucotrienos mantém similaridade estrutural com o ácido araquidônico → Receptores ↘ BLT (1 e 2) → Família LTB4 ↘ CysLT (1 e 2) → Leucotrienos cisteínicos ↘ CysLT1 → Encontrado em leucócitos majoritariamente, mas presente também em monócitos, eosinófilos e macrófagos; células CD34+ ↘ CysLT2 → Também encontrado em leucócitos, porém com distribuição muito mais ambígua (presente em diversos tecidos, principalmente cérebro e coração, podendo ser encontrado também na adrenal) ↘ Essa diferença de distribuição dos receptores CysLT1- 2 é importante, uma vez que o receptor 2 está muito mais distribuído, podendo causar efeitos adversos ↘ Ambos os tipos estão acoplados à proteína Gq → (+) PLC → ↑ [IP3] e [DAG] ↘ ↑ [DAG] → (+) PKC → (+) Diversas proteínas, incluindo o fator de transcrição NF-KB → ↑ Expressão de mediadores envolvidos com a resposta inflamatória ↘ ↑ [IP3] → ↑ [Ca2+] → Contribui também para (+) PKC ↘ Dessa forma, os LC têm ação broncoconstritora e inflamatória → Ação farmacológica principal no mercado é associado a alergias respiratórias ↘ Ação contra uma resposta alérgena exacerbada não é eficaz → Amenização apenas → Ação dos CysLT na asma → Necessidade de agir na broncoconstrição e na inflamação crônica ↘ ↑ Secreção de muco e ↓ transporte de muco → Acúmulo ↘ Dano causado pela liberação de proteínas catiônicas ↘ Quimiotaxia de células inflamatórias ↘ Ação sobre a musculatura lisa das vias aéreas → Contração e proliferação ↘ Edema → Fármacos ↘ Antagonistas de receptores de CysLT ↘ Zafirlucaste, pranlucaste, montelucaste ↘ Farmacocinética variável ↘ Todos se ligam fortemente a proteínas plasmáticas (↓ volume de distribuição) ↘ Pranlucaste → Possui uma série de ações sobre o sistema neurológico → Atribui-se esse fato a uma menor seletividade entre receptores CysLT1 e CysLT2 (CysLT2 está presente no cérebro) ↘ Montelucaste → Mais efetivo que os outros dois; maiores ações sobre o sistema respiratório ↘ Zafirlucaste → Não mais prescrito no tratamento da asma respiratória, porém ainda utilizado para DPOCs → Tratamento da asma brônquica ↘ Broncodilatador (agonista β) em associação a um anti-inflamatório de amplo espectro (glicocorticoides) e de uso inalatório (evitar administração sistêmica) ↘ Efeito dos antileucotrienos é mais modesto, sendo preferível a associação agonista β2-glicocorticoides ↘ A ação antileucotrieno pode ocorrer em diversas etapas da síntese Anti-histamínicos → Biossíntese da histamina ↘ Descarboxilação de uma histidina (aminoácido essencial) → Histidina descarboxilase ↘ Histamina formada é armazenada em grânulos no interior das células que a produzem ↘ Ligação química entre a amina da histamina e um grupo ácido carboxílico da heparina presente nos grânulos → Metabolismo da histamina ↘ Histamina ‒histamina-metiltransferase→ Metil- histamina ‒MAOB→ Ácido N-metilimidazol acético ↘ Histidina descarboxilase é uma enzima induzível → Processos fisiológicos e/ou fisiopatológicos podem modular a produção de histamina no organismo ↘ Sínteses alternativas → A partir de bactérias em alimentos contaminados (metabolizada no nosso corpo); intestino de pacientes com asma; certas outras doenças → Células em que há síntese de histamina ↘ Produção menor → Células dendríticas, células T, macrófagos, neutrófilos, células epiteliais ↘ Produção maior → Mastócitos e basófilos; células ECL e neurônios histamínicos ↘ Mastócitos e basófilos se destacam por produzir e secretar histamina graças a uma resposta a um estímulo ↘ Fenômeno de degranulação → Ocorre pela ligação antígeno-anticorpo ↘ Células ECL → Liberação por ligação dos hormônios somatostatina e gastrina ↘ Neurônios histamínicos → Liberação por ativação por DA, 5-HT, D-aspartato ↘ Produção de histamina no SNC → Núcleo tuberomamilar ↘ Dessa forma, a histamina age como: ↘ Hormônio local no SNP ↘ Neurotransmissor no SNC → Ações da histamina ↘ ↑ Secreção gástrica ↘ Contração do músculo liso intestinal ↘ Broncoconstrição ↘ ↑ Permeabilidade vascular (edema) e vasodilatação (pode levar a uma hipotensão) ↘ SNC → Controles de termorregulação, sono e vigília, etc. → Receptores ↘ H1 → Gq → (+) PLC) → ↑ [DAG] e [IP3] → (+) PKC e ↑ [NO] (NO é um agente vasodilatador nos endotélios vasculares) → Resposta alérgica (anafilática) ↘ Reações de hipersensibilidade ↘ Exposição → Produção de IgE pelos linfócitos B → Reexposição ↘ Receptores de alta afinidade para IgE (FcεRI) → Presentes em mastócitos e basófilos ↘ Liberação de histamina após reexposição ao alérgeno e ligação ao IgE presente nas membranas de mastócitos e basófilos ↘ ↑ Secreção de muco ↘ Vasodilatação local e extravasamento de plasma (edema) ↘ Quimiotaxia para neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos e linfócitos ↘ Broncoconstrição ↘ Coceira e erupção na pele ↘ Anti-histamínicos = Antialérgicos → Bloqueio dos receptores H1 (tanto efeitos diretos quanto o bloqueio da produção de NF-KB [expressão de mediadores inflamatórios evitada]) ↘ Farmacologicamente → Os anti-histamínicos não atuam por antagonismo, mas por agonismo inverso → Receptor H1 ↘ Existe em equilíbrio em duas conformações ↘ Ativa → Conformação preferida à histamina; desloca o equilíbrio a essa forma quando ocorre ligação ↘ Inativa → Conformação preferida pelos anti- histamínicos; desloca o equilíbrio a essa forma quando ocorre ligação → Fármacos ↘ Importância do grupo etilamina presente na histamina → Grupo farmacofórico ↘ Classificação quanto à classe química → Alquilaminas, piperazinas, piperidinas, etanolaminas, etilenodiaminas, fenotiazinas e outras ↘ Classificação também é feita como 1ª e 2ª gerações ↘ 1ª geração → Clorfeniramina, ciclizina, difenidramina, dimenidranato, doxepina, doxilamina, hidroxizina, meclizina, prometazina → Reparar presença de grupo etilamina ↘ Outros usos → Cinetose e sedação ↘ ↓ t ½ ↘ 2ª geração → Acrivastatina, cetirizina, desloratadina, fexofenadina, loratadina → Também tem grupo etilamina (nesse caso para ser protonado); no geral, trazem em sua estrutura um ácido carboxílico; ultrapassam menos a BHE que os de 1ª geração ↘ Não sedativos ou pouco sedativos (relacionado a não passagem pela BHE) ↘ Substratos de glicoproteína P (proteína de efluxo) → Jogados pra fora, não se acumulam, não tem efeito sedativo relevante ↘ ↑ t ½ ↘ Os de 1ª geração causam mais RAMs e são considerados tóxicos (doses letais em crianças e adolescentes é possível) → Farmacocinética (no geral) ↘ Boa absorção no TGI ↘ Rapidamente distribuídos por todo corpo → ↓ Ligação a proteínas plasmáticas ↘ Pouca influência da idade e disfunção hepática → O que contribui é o uso não crônico → Quadro alérgico apenas ↘ Indução de enzimas metabolizadoras → Problemático em administrações crônicas (irrelevante em uso agudo) ↘ Sem interações medicamentosas relevantes ↘ Loratodina é um pró-fármaco → Desloratodina ↘ Fexofenadina → Único excretado nas fezes e na forma inalterada → RAMs ↘ Baixa similaridadeentre receptores → Bom para evitar RAMs ↘ Única RAM relacionada aos próprios receptores é a sedação (apesar de também haver problemas cognitivos, de memória, psicomotores [1ª geração]) ↘ Efeitos que ocorrem estão relacionados a ligações off-target ↘ Serotoninérgicos → ↑ apetite (ganho de peso) → Não significativo fora do uso crônico ↘ Muscarínicos → Xerostomia, retenção urinária, taquicardia ↘ Adrenérgicos → Tonteira, hipotensão postural ↘ Canais de potássio → Alteração no intervalo QT → Arritmias (fexofenadina) → Indicações terapêuticas ↘ Antialérgicos ↘ Rinite alérgica, conjuntivite alérgica e urticária ↘ Eficácia modesta numa reação anafilática → Degranulação não só de histamina, mas de diversos outros mediadores inflamatórios Farmacologia do Diabetes Mellitus → Diabetes ↘ Grupo de distúrbios metabólicos resultantes de defeitos na ação e/ou na secreção da insulina, caracterizado por hiperglicemia, alteração do metabolismo de lipídeos, carboidratos e proteínas – alto risco de doença cardiovascular → Outras doenças surgem por consequência ↘ Doença crônico-degenerativa ↘ Tipos ↘ DM 1 ↘ DM 2 ↘ DM Gestacional ↘ Tipos específicos de diabetes → Fatores para diagnóstico → Intolerante ainda pode voltar ao estado sadio, enquanto que o diabético não Sadio Intolerante Diabético GJ < 100 mg/dL 100-125 mg/dL > 126 mg/dL TOTG < 140 mg/dL 140-199 mg/dL > 200 mg/dL HbA1C < 6,5% - > 6,5 % ↘ Glicemia de jejum (GJ); Teste oral de tolerância à glicose (TOTG); Hemoglobina glicada (HbA1C) → Bases bioquímicas do controle glicêmico ↘ Conversão de lipídeos a triglicerídeos e vice-versa ↘ Conversão de carboidratos a glicogênio e vice-versa (glicogenólise e gliconeogênese) ↘ Conversão de aminoácidos a proteínas e vice-versa ↘ Ilhotas de Langerhans → Controlam a glicemia pela liberação de hormônios peptídicos ↘ Células β → Insulina → ↑ [glicose] ↘ Células α → Glucagon → ↓ [glicose] ↘ Outras → Secreção da insulina ↘ Diversos fatores influenciam a secreção e a produção de insulina ↘ ↑ Glicose → Secreção de insulina ↘ ↓ Glicose → Secreção de glucagon → (‒) Secreção de insulina → Mecanismo de secreção de insulina ↘ Influxo de glicose através do GLUT-2 → Rapidamente fosforilado para não sair ↘ Glicólise → ↑ ATP → (‒) Canal de K+ sensível ao ATP → Despolarização → (+) Canal de Ca2+ dependente de voltagem → Liberação de insulina ↘ A taxa de insulina está intimamente ligada à concentração de glicose no sangue (glicemia) ↘ Secreção da insulina ocorre em duas fases → Insulinoterapia vai tentar mimetizar ↘ Liberação rápida ↘ Liberação basal (+ lenta) → Ações da insulina ↘ Receptor → Tirosina-quinase ↘ Autofosforilação do receptor → Cascata de sinalização → Expressão de GLUT-4 nas membranas das células periféricas ↘ Ação sobre as células do fígado, tecido adiposo e músculo esquelético → Epidemiologia ↘ DM1 → 5-10% dos casos; geralmente apresenta-se na infância; manifestação clínica com perda de 90% das células β (deficiência na produção de insulina); dependem de insulina exógena ↘ DM2 → 90-95% dos casos; pode ocorrer em qualquer idade, mas geralmente diagnosticado após os 40; necessidade de tratamento para controle metabólico adequado (deficiência pode ser na absorção da insulina) → Diabetes Mellitus Tipo 1 ↘ Destruição das células β do pâncreas → Deficiência na produção de insulina ↘ Destruição pode ser mediada pelo sistema imunológico → Genética e ambiente ↘ Defeito no mecanismo de secreção/produção da insulina pelas células β pode também ser a razão ↘ Complicações agudas ↘ Hiperglicemia ↘ Glicosúria e cetonúria ↘ Perda de eletrólitos → Depleção intracelular de K+ ↘ Perda de água → Desidratação → Hiperosmolaridade do sangue ↘ Cetoacidose metabólica → Hálito de acetona ↘ Poliúria → Diabetes Mellitus Tipo 2 ↘ ↓ Responsividade dos tecidos às ações da insulina (tal como ↓ nº de receptores) ↘ Inicialmente → Hiperinsulinemia ↘ Posterior → Apoptose das células β pancreáticas → Evolução para DM1 possível ↘ Principais fatores relacionados → Obesidade e sedentarismo (fatores genéticos → propensão) ↘ Complicações agudas ↘ Polifagia ↘ Polidipsia ↘ Glicosúria ↘ Poliúria ↘ Dislipidemias, acúmulo de ácidos graxos, sem degradação de proteínas, pode progredir para DM1 ↘ Resistência à insulina ↘ Fatores genéticos, idade e sedentarismo ↘ Indivíduos mais suscetíveis → Obesidade, intolerância à glicose e DM2 ↘ Resistência à insulina + Hiperinsulinemia compensatória + Síndrome metabólica ↘ Complicações crônicas → Decorrentes da hiperglicemia e das alterações metabólicas ↘ Retinopatia, catarata ↘ Neuropatia ↘ Nefropatia ↘ Doença vascular periférica ↘ Acidentes encefálicos ↘ Doenças coronarianas, aterosclerose ↘ Dislipidemias ↘ Disfunção sexual ↘ Alterações no processo de cicatrização → Diagnóstico e acompanhamento ↘ Exame físico → Polidipsia, poliúria, polifagia, cansaço, alteração do peso, feridas, alterações visuais → Tratamento da DM2 ↘ Dieta + exercícios → ADO Monoterapia → ADO Combinações → ADO + Insulina → Insulinoterapia plena ↘ A alteração/evolução do tratamento se dá de acordo com a falta de resposta do paciente ao método que está sendo utilizado ↘ Tratamento não farmacológico (dieta + exercícios) é para sempre → Insulina no DM ↘ i – Após refeição, a produção hepática de glicose não diminui tal como no indivíduo saudável ↘ ii – Após refeição, a insulina plasmática do DM2 não sobe o suficiente (fase rápida) ↘ iii – Após refeição, o glucagon não diminui tal como ocorre no indivíduo saudável ↘ iv – A utilização de glicose não aumenta conforme aumento da insulina plasmática na DM2 ↘ v – A lipólise não diminui conforme aumento da insulina plasmática na DM2 → Objetivos do tratamento ↘ Controle glicêmico ↘ Tratamento das condições associadas → Dislipidemias, obesidade, doenças cardiovasculares ↘ Reavaliação periódica → Complicações são possíveis; necessidade de acompanhamento → Tratamento farmacológico Insulinas Secretagogos da insulina Ação curta/ultra rápida Sulfonilureias Ação intermediária Metiglinidas Ação prolongada Incretinomiméticos Sensibilizadores à insulina ↓ Absorção de carboidratos Biguanidas Inibidores α-glicosidades Tiazolidinedionas (Glitazonas) Análogos da amilina → Insulina ↘ Proteína → Administração deve ser subcutânea e com diversos cuidados; armazenamento também é importante (geladeira) ↘ Troca de aminoácidos específicos da cadeia polipeptídica → Alteração na solubilidade → A partir disso, é possível desenvolver diferentes insulinas com diferentes tempos de absorção e duração de ação ↘ Alteração no ponto isoelétrico ↘ Uso de mais de um tipo de insulina para mimetizar gráfico (pico e basal) ↘ Insulina regular humana ↘ Alterações na formulação → Insulina Zíncica (regular) e Neutral Protamine Hagedorn (NPH) ↘ Manipulação genética (análogos) → Lispro, Asparte, Glulisina, Glargina, Detemir ↘ Existem insulinas de porco e de boi, porém a mais utilizada é a humana (menos RAMs) ↘ Alterações na formulação ↘ Insulina Zíncica → Velocidade intermediária; uso entre refeições ↘ NPH → Adição de protamina reduz a solubilidade da insulina, fazendo com que esta precipite formando uma suspensão; mimetizar segunda fase ↘ Diferentes velocidades ↘ Ação longa → Glargina e Detemir ↘ Ação intermediária → NPH ↘ Ação rápida → Regular ↘ Ação ultra rápida → Lispro, Asparte e Glulisina ↘ Diferentes esquemas terapêuticos possíveis, todos visando mimetizar o gráfico de primeira e segunda fase ↘ Considerações ↘ Via subcutânea é a mais utilizada → Em casos de emergência, a insulina regular pode ser utilizada pela via intramuscular ou intravenosa ↘ Variações da absorção → Local de aplicação,vascularização, fluxo sanguíneo, local, tipo e concentração da insulina ↘ RAMs → Hipoglicemia, ganho de peso, alergia, anticorpos anti-insulina, lipoatrofia, lipodistrofia ↘ Principais usos → DM1 e 2, tratamento de emergência, gravidez (sempre insulina na gravidez) → Secretagogos da insulina ↘ Sulfonilureias e metiglinidas ↘ (‒) Canais de K+ → Maior tempo fechado → Despolarização → Abertura de canais de Ca2+ → Exocitose de insulina ↘ Sulfonilureias → Ligam-se aos receptores associados aos canais de potássio; ↑ ligação da insulina aos receptores teciduais ↘ 1ª geração → Menos potentes; clorpropamida, tolazamida, tolbutamida ↘ 2ª geração → Mais potentes; t ½ curto, porém com efeito longo; glibenclamida, glipizida, glimepirida ↘ Farmacocinética → Boa absorção por via oral, eliminação hepática e renal, ↑ ligação a proteínas plasmáticas, podendo sofrer alterações significativas em pacientes idosos ↘ RAMs → Hipoglicemia, ganho de peso, hipersensibilidade (pacientes com alergia ao grupamento sulfa), náusea, vômito, agranulocitose, anemias ↘ Interações medicamentosas → Fármacos que deslocam proteínas plasmáticas, etanol, insulina e secretagogos, inibidores e indutores hepáticos, sulfonamidas, acidificadores da urina ↘ Metiglinidas → Atuam no canal de potássio em local diferente das sulfonilureias; início de ação rápido e ↓ t ½; associação com sulfonilureias é possível devido diferentes tempos de ação (mimetização do gráfico) ↘ Repaglinida e nateglinida ↘ Principal uso → Redução da glicemia pós- prandial em pacientes com DM2 → Sensibilizadores à insulina ↘ Biguanidas e tiazolidinedionas (glitazonas) ↘ Biguanidas → ↑ Captação e utilização de glicose, (‒) glicogênese, ↓ [glucagon], ↑ GLUT-4; raramente causa hipoglicemia; ↑ da sensibilidade de tecidos periféricos à insulina ↘ Metformina → Único membro da classe; antidiabético mais usado no Brasil e EUA ↘ Fígado → ↓ Lipogênese e gliconeogênese ↘ Tecido adiposo → ↓ Lipólise e síntese de ácidos graxos, ↑ captação de glicose ↘ Músculo esquelético → ↑ Captação de glicose e estimula a glicólise ↘ Células β-pancreáticas → ↓ Secreção de insulina ↘ RAMs → Náusea, indigestão, dor abdominal, diarreia (desaparecem com o passar do tempo, no geral) ↘ Contraindicação → Insuficiência renal (excreção renal ocorre na forma inalterada) ↘ A metformina é a principal indicação para DM2 com obesidade concomitante ↘ Tiazolidinedionas (Glitazonas) → ↓ Resistência à insulina no tecido periférico; Agonista seletivo do receptor PPARγ → (+) genes responsivos à insulina; ↓ produção hepática de glicose, ↑ síntese e translocação de transportadores, ↑ lipogênese ↘ Pioglitazona e rosiglitazona (este, no entanto, proibido no Brasil) → Ação principal no tecido adiposo, porém atuando também nos tecidos periféricos ↘ Farmacocinética → Boa absorção por via oral com metabolização hepática; t ½ curto, porém com efeito longo; interage com outros medicamentos ↘ RAMs → Edema, retenção de líquido, ganho de peso, maior propensão a ICC, ↑ risco cardiovascular, ↑ risco de fraturas; ↑ enzimas hepáticas (falência hepática) ↘ Contraindicação → Pacientes com histórico de doenças cardíacas → ↓ Absorção de carboidratos ↘ Inibidores da α-glicosidade → ↓ Absorção de amido, sacarose e maltose; ↓ pico glicêmico pós- prandial; ↑ liberação de GLP-1; não estimula a secreção de insulina, assim não resultando em hipoglicemia ↘ Acarbose → Associação com sulfonilureias ou monoterapia; idosos e hiperglicemiantes pós-prandiais ↘ Miglitol ↘ RAMs → Flatulência, fezes moles, diarreia, dor e distensão abdominal → Novas abordagens terapêuticas → Incretinomiméticos → Fármacos que vão atuar na via de sinalização do peptídeo intestinal semelhante ao glucagon (GLP-1). A DPP-4 é a principal enzima inativadora deste peptídeo, inibindo também a degradação do peptídeo gastrointestinal. ↘ Análogos do peptídeo semelhante ao glucagon (GLP-1) → Exenatide e liraglutida ↘ Inibidores da dipeptidil peptidase 4 (DPP-4) → Sitagliptina, saxagliptina e vildagliptina ↘ GLP-1 → (+) Secreção de insulina, (‒) liberação de glucagon, ↑ tempo de esvaziamento gástrico, ↓ ingestão de alimento e normaliza a glicemia de jejum e pós-prandial ↘ Opção no tratamento da DM2 para indivíduos com resposta insuficiente para as demais classes ↘ RAMs de agonistas do GLP-1R → Náusea, vômito, hipoglicemia, pancreatite, contraindicado em caso de falência renal grave ↘ Antagonista SGLT2 → Esse receptor é responsável pela reabsorção de glicose nos rins ↘ Empagliflozina → Análogo da amilina → Ação sobre o esvaziamento gástrico; (‒) liberação do glucagon e saciedade ↘ Pranlintida ↘ Hiperglicemia pós-prandial ↘ Associada à insulina está associada a risco de hipoglicemia ↘ Adjuvantes nos esquemas de insulina Contraceptivos Hormonais → Critérios médicos de elegibilidade para o uso ou não dos contraceptivos hormonais ↘ 1 – Risco do uso do método não é superior ao da população em geral ↘ 2 – Risco do uso do método é pouco aumentado em relação à população em geral; as vantagens do método geralmente superam os riscos ↘ 3 – Riscos do uso do método geralmente superam as vantagens. Outros métodos são preferíveis. Exceção se faz se: ↘ A paciente aceita o risco e rejeita outras alternativas ↘ O risco da gestação é muito alto e outros métodos são menos eficazes ↘ 4 – Método contraindicado → Apresenta risco inaceitável à saúde da mulher → Indicações terapêuticas ↘ Prevenir a gravidez → Mulheres sadias, preferencialmente não fumantes e abaixo dos 35 anos ↘ Regular o ciclo menstrual ↘ Reposição hormonal na menopausa → Eixo hipotálamo-hipófise-gonadal ↘ Hipotálamo → GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina) → Liberação de GnRH é intermitente e ocorre de forma pulsátil ↘ GnRH → (+) Hipófise a liberar FSH e LH ↘ LH → Hormônio luteinizante → Nas mulheres, ↑ captação de colesterol pelas células da teca e (+) células intersticiais da teca dos folículos ovarianos a secretar androgênios (androstenediona e testosterona) ↘ FSH → Hormônio folículo estimulante → Nas mulheres, regula o crescimento dos folículos e a produção crescente de estradiol pelas células da granulosa ↘ Produção de hormônios → Estimulação graças ao LH e FSH ↘ Estrogênio (gonadotropina) → Ação variável sobre o hipotálamo (mais comum ser ação inibitória, mas pode ser estimulatória em concentrações altas por longo tempo) ↘ Progesterona (gonadotropina) → Ação sobre hipotálamo é sempre inibitória ↘ Inibina A → (‒) Secreção de LH ↘ Inibina B → (‒) Secreção de FSH → Funções das gonadotrofinas nas mulheres ↘ FSH (células granulosas) ↘ Crescimento de folículos ovarianos ↘ Expressão de receptores de LH nas células tecais e granulosas do folículo ↘ Síntese de estradiol → Regulação da expressão de aromatase ↘ LH (células tecais) ↘ Estimula a síntese de androstenediona (precursor de estrogênios ovarianos) ↘ Responsável pela ruptura do folículo dominante durante a ovulação ↘ Estímulo à síntese de progesterona pelo corpo lúteo → Ações fisiológicas do estradiol ↘ Maturação e manutenção do útero, trompas, colo uterino e vagina ↘ Puberdade → Desenvolvimento das características sexuais secundárias femininas ↘ Desenvolvimento das mamas ↘ Proliferação e desenvolvimento das células granulosas dos ovários ↘ Regulação positiva dos receptores de estrogênio, progesterona e LH ↘ Efeitos por feedback negativo e positivo sobre secreção de LH e FSH ↘ Favorecem as contrações rítmicas do miométrio uterino ↘ (+) Secreção de prolactina ↘ Ações metabólicas e cardiovasculares ↘ Manutenção da estrutura e função normal da pele e vasos sanguíneos ↘ ↓ Taxa de reabsorção óssea ao promover apoptose de osteoclastos ↘ ↓ Produção de leptina pelo tecido adiposo ↘ ↑ Nível circulante de proteínas tais como: transcortina,globulina de ligação à tiroxina; SHBG, transferina, etc. ↘ Ações na composição de lipídeos plasmáticos ↘ ↑ HDL e ligeira ↓ LDL ↘ ↓ Níveis plasmáticos de colesterol ↘ ↑ Níveis plasmáticos de triglicerídeos → ↓ Oxidação hepática dos lipídeos do tecido adiposo em cetonas e ↑ síntese de triglicerídeos ↘ Ações sobre a coagulação sanguínea ↘ ↑ Fatores II, VII, IX e X ↘ ↓ Fatores de anticoagulação → Antitrombina III, proteína C e S ↘ Outros efeitos ↘ Indução da síntese de receptores de progesterona ↘ Facilitam a perda de líquido intravascular para o espaço extravascular → ↓ Volume plasmático → Retenção compensatória de água e sódio pelos rins → Inchaço → Ações fisiológicas da progesterona ↘ Manutenção da atividade secretora do útero durante fase lútea ↘ Desenvolvimento das mamas (lóbulos e alvéolos) ↘ Efeitos na secreção de FSH e LH (feedback negativo) ↘ Manutenção da gravidez ↘ ↑ Limiar uterino ao estímulo contrátil durante a gravidez ↘ Pouco efeito sobre o metabolismo de proteínas ↘ Favorece deposição de gordura ↘ ↑ Níveis basais de insulina e a resposta da insulina à glicose ↘ Promove armazenamento de glicogênio no fígado (ao facilitar efeito da insulina) ↘ Compete com a aldosterona pelo receptor de mineralocorticoide do túbulo renal (↓ reabsorção de sódio) ↘ ↑ Temperatura corpórea → Ciclo sexual feminino (ciclo menstrual) ↘ Conjunto de processos cíclicos que compreendem alterações nos ovários e no útero de uma mulher em idade fértil ↘ A duração de cada ciclo compreende o período de tempo que decorre desde o 1º dia de menstruação até a véspera da menstruação seguinte (~28 dias) ↘ Fases ↘ Fase menstrual ↘ Fase proliferativa ↘ Fase secretora → Como evitar a fecundação? ↘ Métodos contraceptivos ↘ Das diversas maneiras, uma delas é evitando a ovulação → Contraceptivos hormonais (progestagênio é o nome dado às substâncias artificiais com propriedades biológicas semelhantes à progesterona natural) Contraceptivos combinados Contraceptivos apenas com progestagênios Oral Oral Injetável Injetável Percutâneo Implante Vaginal Intrauterino → Contraceptivos hormonais orais combinados 1ª geração 150 μg Estrogênio + Progestágeno Noretisterona, acetato de megestrol ou acetato de ciproterona 2ª geração 35-50 μg Etinilestradiol Progestágeno (1ª) Noretisterona OU Progestágeno (2ª) Levonorgestrel 3ª geração 20-30 μg Progestágeno (3ª) Gestodeno, desogestrel, norgestimato (sem atividade androgênica significativa) 4ª geração 30 μg Progestágeno (4ª) Drospirerona; análogo da espironolactona; custo maior → Esquemas de combinação dos contraceptivos orais combinados ↘ Monofásica → Doses fixas de estrogênio e progestágeno; cartelas de 21 dias com intervalos de 7 dias; cartela de 28 dias: últimos 7 dias de ingredientes inertes ↘ Bifásica → Quantidades variáveis de estrogênio e progestágeno; usadas em épocas diferentes do tratamento de 21 dias ↘ Trifásica → Quantidades variáveis de estrogênio e progestágeno; usadas em épocas diferentes do tratamento de 21 dias → Mecanismo de ação dos contraceptivos hormonais combinados orais ↘ Sensibilização do eixo hipotálamo-hipófise-(mecanismos diversos) ↘ Ações ↘ ↓ Pulsos de GnRH (progesterona) ↘ ↓ Liberação de LH → Frequência; não há pico de LH no meio do ciclo (progesterona) ↘ (‒) Liberação de FSH → Amplitude; impede o desenvolvimento folicular (estrogênio) ↘ Alteração do muco cervical, tornando- hostil à ascensão dos espermatozoides (progesterona) ↘ ↓ Motilidade tubária, interferindo no transporte ovular (progesterona) ↘ Efeito reversível → Utilização ↘ Vantagens → Alta eficácia se utilizado da maneira correta, acessível, fácil uso, alta e rápida reversibilidade, possibilidade de manipular o próprio sangramento ao escolher se deseja ou não menstruar ↘ Desvantagens → Uso diário e custo, dependendo da formulação → Interações medicamentosas ↘ Antibióticos → Rifampicina e rifabutina ↘ Antifúngicos → Griseofulvina ↘ Anticonvulsionantes → Fenobarbital, topiramato e carbamazepina ↘ Antirretrovirais → Ritonavir → RAMs ↘ Tromboembolismo venoso ↘ Infarto do miocárdio → Quanto maior a idade, maior o risco ↘ Alteração do metabolismo lipídico ↘ Estrogênio → ↓ LDL e ↑ HDL ↘ Progesterona → ↑ LDL e ↓ HDL ↘ Câncer de mama (controverso) ↘ Alterações no metabolismo de carboidratos ↘ Alterações da libido e do humor ↘ ↑ Pigmentação da pele ↘ ↑ Síntese hepática de proteínas séricas (GLC, GLT, GLES) ↘ Mastalgia, cefaleia, náuseas, agravamento da enxaqueca, sangramento irregular → Contraindicações ↘ Risco para trombose venosa ↘ AVC ↘ Enxaqueca com aura ↘ Doenças cardíacas como uso de prótese valvar, estenose mitral com fibrilação atrial ↘ Doença hepática ativa ↘ Hipertensão arterial moderada a grave ↘ Neoplasias hormônio-dependentes ↘ Risco → Obesidade, tabagismo, hiperlipidemias → Efeitos não contraceptivos dos contraceptivos orais combinados → Outros métodos hormonais combinados → Contraceptivos hormonais combinados injetáveis ↘ Liberação lenta ↘ Progestágeno + Estrógeno ↘ Enantato de noretisterona (50 mg) + Valerato de estradiol (5 mg) ↘ Acetato de medroxiprogesterona (25 mg) + Cipionato de estradiol (5 mg) ↘ Acetofenido dihidroxiprogesterona (150 mg) + Enantato de estradiol (10 mg) ↘ Vantagens ↘ Não sofre efeito de 1ª passagem ↘ Retorno da fertilidade ocorre ~4 meses após interrupção do uso ↘ Comodidade de uso e discrição → Injeção deve ser dada no mesmo dia de cada mês ↘ Não aumenta o risco de trombose ↘ Desvantagens ↘ Irregularidade menstrual ou menstruação prolongada ↘ Não podem ser usadas durante amamentação ↘ Depois de 1 ano de uso pode ocorrer ausência de menstruação (25% das pacientes, sem prejuízo da função reprodutora) ↘ Cefaleia, tontura, inchaço, alterações de humor → Adesivos transdérmicos ↘ Etinilestradiol (20 μg/dL) + Norelgestromina (150 μg/dL) → Área de 20 cm2 ↘ Utilizado por três semanas, com retirada na quarta, quando ocorre o sangramento de escape ↘ Retorno à fertilidade é imediato ↘ Mecanismo de ação ↘ Agem similarmente aos ACO combinados ↘ ↓ Efetividade em mulheres com 90 kg ↘ Locais de aplicação → Nádegas, abdômen, parte superior do dorso, parte superior externa do braço ↘ RAMs ↘ Estrogênio → Náuseas, vômitos, mastalgia, cefaleia, irritabilidade, edema ↘ Progestagênio → Aumento do apetite, acne, oleosidade da pele, sangramento uterino irregular, edema, aumento de peso → Anel vaginal ↘ Anel flexível de silicone → Libera diariamente 15 μg de etinilestradiol e 120 μg de etonergestrel ↘ Posicionado na vagina (fundo de saco posterior) ↘ Colocado no 1º dia da menstruação; retirado na 3ª semana ↘ Não funciona como diafragma ↘ Vantagens ↘ Evita efeito de 1ª passagem ↘ Alterações menores no metabolismo lipídico ↘ Menor incidência de sangramento de escape ↘ Retorno à fertilidade imediato ↘ Desvantagens ↘ ↑ Corrimento ↘ Desconforto vaginal ↘ Expulsão do anel ↘ RAMs ↘ Cefaleia ↘ ↑ Peso ↘ Náuseas ↘ Alteração do humor → Contraceptivos hormonais com progestagênio → Receptores de progesterona ↘ PR-A e PR-B ↘ Expressão dos receptores varia com o uso de progestágeno associados ao etinilestradiol ↘ Progestinas puras → Além da atividade progestagênica, podem apresentar atividade antiestrogênica, androgênica e antiandrogênica ↘ Pregnanos → Acetato de medroxiprogesterona e acetato de ciproterona ↘ Estranos → Noretisterona e acetato de noretisterona ↘ Gonanos → Norgestrel e norgestimato ↘ Mecanismo de ação ↘ Receptor PR-A → Funções ovarianas e uterinas ↘ Receptor PR-B → Desenvolvimento mamário ↘ Redução da ovulação → Feedback negativo, suprimindo o pico de LH, necessário para a liberação do óvulo ↘ Alteraçõesendometriais → Espessamento do muco cervical, endométrio mais fino ↘ Diminuição da motilidade tubária ↘ Efeito progestagênico → Capacidade de transformação do endométrio proliferativo em endométrio secretor ↘ Menos eficazes que os contraceptivos combinados → Alternativa quando estrógenos são contraindicados ↘ Minipílula ↘ Noretisterona (0,035 mg) ↘ Levonorgestrel (0,03 mg) ↘ Linestrenol (0,5 mg) ↘ Desogestrel (75 μg) → Apresenta maior eficácia por ter efeito inibitório sobre a ovulação ↘ Indicações clínicas ↘ Amamentação → Introduzido após a 6ª semana de parto ↘ Intolerância ou contraindicação ao estrogênio ↘ RAMs → Pode ocorrer irregularidades do padrão menstrual; não apresenta os riscos de trombose → Contraceptivo apenas com progestagênio injetável (IM) ↘ Acetato de medroxiprogesterona → Formulado em suspensão cristalina de depósito ↘ Administrado a cada três meses ↘ Mecanismo de ação ↘ Inibe os picos de estradiol e consequentemente de LH → Evita a ovulação ↘ Vantagens ↘ Eficácia superior à via oral ↘ Liberação lenta e homogênea do hormônio ↘ Evita efeito de 1ª passagem ↘ Comodidade → Injeção trimestral ↘ RAMs → Alterações do ciclo menstrual (sangramentos irregulares e amenorreia); alterações do humor em algumas mulheres (depressão e perda de libido); náuseas, cefaleia leve, sensibilidade mamária, leve ganho de peso, nervosismo e acne → Contraceptivo apenas com progestagênio subcutâneo (implante) ↘ Levonorgestrel (5 anos) e etonogestrel (3 anos) ↘ Cápsulas flexíveis e bastões de silicone contendo hormônio ↘ Vantagens ↘ Praticidade ↘ Alta eficácia → Falha de 0,05% ↘ Retorno imediato à fertilidade com interrupção do tratamento ↘ Ação prolongada ↘ Poucas alterações metabólicas ↘ Desvantagens ↘ Aplicação e remoção feita apenas por profissionais especializados ↘ Pode ocorrer irritação no local do implante ↘ Alto custo inicial ↘ RAMs → Alteração do padrão menstrual (15% das pacientes); alterações transitórias (cefaleia e mastalgia), acne (< 15% das pacientes) → Contraceptivo apenas com progestagênio intrauterino (SIE-LNG) ↘ Sistema intrauterino liberador de levonorgestrel ↘ Endoceptivo que libera 20 μg de levonorgestrel diretamente dentro do útero (duração de 5 anos) ↘ Reduz em até 90% o volume menstrual → Opção de tratamento para sangramento uterino anormal sem causa orgânica (disfuncional) ↘ RAMs ↘ Pequenos sangramentos, estimulação do depósito de gordura, cefaleia, retenção hídrica, ganho de peso, ↑ resistência periférica à insulina ↘ Acne, alterações no metabolismo de carboidratos e lipídeos, ↓ HDL e ↑ LDL → Atividade androgênica ↘ Indicação preferencial → Pacientes com hepatopatia, hipertensão, psicose ou retardo mental, tromboembolia, risco de AVC → Contracepção de emergência ↘ Indicações → Violência sexual, ruptura de preservativo, deslocamento de DIU, coito episódico não protegido ↘ Método que oferece uma maneira de prevenir a gravidez, quando utilizado nas primeiras 120 (72) horas após o coito ↘ Mecanismo de ação ↘ Contracepção pós-coito ↘ (‒) Elevação do LH, impedindo o desenvolvimento e a maturação folicular. Interfere no transporte de gametas no endométrio, no muco cervical e nas trompas ↘ ↓ Eficácia em caso de uso repetido ↘ Não possui efeito após implantação ↘ RAMs → Náuseas, vômitos, retenção hídrica, dor de cabeça, mastalgia, irregularidade menstrual ↘ Em caso de falha → Não se observa incidência de defeitos congênitos ou abortamento → Indicações clínicas dos contraceptivos hormonais ↘ Contracepção ↘ Lactantes → Minipílula ↘ Contracepção de emergência → Levonorgestrel associado a um antiemético ↘ Hipogonadismo primário ↘ Acne (mulheres) ↘ Dismenorreia ↘ Endometriose ↘ Ovário policístico ↘ Reposição hormonal → Efeitos adversos dos contraceptivos hormonais (potencializados pelo tabagismo) ↘ Leves → Náuseas, cefaleia, edema ↘ Moderados → ↑ Glicemia e LDL, hirsutismo, amenorreia ↘ Graves → Tromboembolismo ↘ Icterícia colestática ↘ Depressão ↘ Carcinoma hepático e outras neoplasias estrogênio- dependentes → Contraindicações dos contraceptivos hormonais ↘ Associação ao tabagismo ↘ Gravidez ↘ Lactação (COC) ↘ Tromboflebite ↘ Distúrbios tromboembólicos ↘ Hipertensão arterial ↘ Câncer de mama e neoplasias estrogênio- dependentes ↘ Diabetes ↘ Hiperlipidemia ↘ Depressão ↘ Lúpus eritematoso Antiulcerosos → Farmacologia dos inibidores da secreção gástrica → Sistema digestório → Diversidade de células; produção de ácido ↘ Células de superfície → Secretoras de muco ↘ Células mucosas → Secretoras de muco e bicarbonato (HCO3-) ↘ Células parietais → Secretoras de HCl ↘ Células ECL (enterocromafim-like) → Secretoras de histamina ↘ Células Principais (chiefs cells) → Secretoras de pepsinogênio ↘ Mecanismos de regulação do sistema digestório ↘ Mecanismo endócrino → Produção de gastrina ↘ Mecanismo neurócrino → Inervação parassimpática; acetilcolina (ACh); ↑ motilidade ↘ Mecanismo parácrino → Histamina ↘ A secreção gástrica é produzida por dois tipos de glândulas tubulares ↘ Oxínticas (gástricas) → HCl, muco, pepsinogênio e fator intrínseco ↘ Pilóricas → Gastrina, muco, pepsinogênio → Mecanismos envolvidos ↘ Gastrina (Endócrino) → Hormônio liberado pelas células G do antro gástrico; gastrina cai na corrente sanguínea e é levada até às células ECL no fundo gástrico; dois caminhos possíveis ↘ Gastrina se liga na célula ECL (CCK2) → (+) Liberação de histamina → Histamina se liga aos seus receptores (H2) na célula parietal → Gs → (+) AC → ↑ [cAMP] → (+) PKA → Enzimas fosforiladas → (+) Bomba H+/K+-ATPase ↘ Gastrina se liga diretamente à célula parietal (CCK2) → Gq → (+) Fosfolipase C (PLC) → ↑ [DAG] e [IP3] → (+) PKC e ↑ [Ca2+] → (+) Bomba H+/K+-ATPase ↘ Acetilcolina (Neurócrino) → Neurotransmissor liberado por sinalização parassimpática; diversos caminhos possíveis caminhos possíveis ↘ (+) Célula G à liberação de gastrina → (+) Bomba H+/K+- ATPase ↘ (‒) Célula D → (‒) Liberação de somatostatina → (‒) da (‒) da célula G → (+) Bomba H+/K+-ATPase ↘ (+) Célula ECL à liberação de histamina → (+) Bomba H+/K+-ATPase ↘ Ligação direta aos receptores M3 → Gq → (+) Fosfolipase C (PLC) → ↑ [DAG] e [IP3] → (+) PKC e ↑ [Ca2+] → (+) Bomba H+/K+-ATPase ↘ Histamina (Parácrino) → Receptores (H2) na célula parietal → Gs → (+) AC → ↑ [cAMP] → (+) PKA → Enzimas fosforiladas → (+) Bomba H+/K+-ATPase ↘ Dessa forma, têm-se a produção da secreção gástrica nas células parietais pela bomba H+/K+-ATPase por: ↘ Mecanismo cálcio-dependente (acetilcolina e gastrina) → Menos eficaz na ativação da bomba ↘ Mecanismo cAMP-dependente (histamina) → Mais eficaz na ativação da bomba ↘ Portanto, existem duas principais formas de inibir a produção da secreção gástrica: ↘ (‒) Bomba H+/K+-ATPase ↘ (‒) Receptores H2 → Inibição da secreção gástrica ↘ Receptores EP3 → Receptores de prostaglandinas (efeito protetor) ↘ Nas células parietais → (‒) Via cAMP-dependente ↘ Nas células de superfície → (+) Produção de muco e liberação de bicarbonato → Fármacos utilizados nos distúrbios da hipersecreção gástrica ↘ Redutores da acidez gástrica ↘ Antiácidos ↘ Inibidores da bomba H+/K+-ATPase ↘ Antagonistas dos receptores H2 ↘ Protetores da mucosa gástrica ↘ Sucralfato ↘ Compostos de bismuto → Redutores da acidez gástrica → Antiácidos ↘ Bases fracas que reagem com o ácido clorídrico gástrico, formando sal e água ↘ Principais utilizados → Bicarbonato de sódio, carbonato de cálcio, hidróxido de magnésio e hidróxido de alumínio ↘ Indicações clínicas → Dispepsias, refluxo esofágico, úlcera péptica (útil no alívio, porém não é suficiente no tratamento) ↘ Antiácidos que contenham carbonato vão gerar CO2 → Pode ocasionar eructações (arroto)e gases ↘ Alcalose metabólica possível, mas extremamente raro (necessidade de alta dose) ↘ Carbonato de cálcio → Menos solúvel e reage mais lentamente que o bicarbonato de sódio ↘ Hidróxidos de magnésio e de alumínio → Formação de cloretos de magnésio (efeito laxativo por falta de absorção) e de alumínio (provoca constipação intestinal) ↘ Interferem no padrão de absorção, dissolução, biodisponibilidade e eliminação renal por alterarem o pH gástrico e urinário ↘ Formação de complexos com outros fármacos → Tetraciclina, fluoroquinilonas, itraconazol e ferro → Inibidores da bomba H+/K+-ATPase (IBPs) ↘ Principal classe farmacológica utilizada ↘ Administrados na forma de pró-fármacos → Passam pelo estômago (são gastrorresistentes), absorvidas no intestino e são então distribuídas pela circulação → No estômago, por serem bases fracas, vão ser protonadas, e é nessa forma que vai haver o bloqueio da bomba H+/K+-ATPase ↘ Omeprazol, rabeprazol, lanzoprazol e pantoprazol ↘ Farmacocinética → Rápida absorção (oral), administração com alimentos reduz a biodisponibilidade (deve ser feita 30 minutos antes da refeição), sofrem metabolismo de 1ª passagem, metabolismo pelas CYP2C19 e CYP3A4 ↘ Uso concomitante a antagonistas H2 pode reduzir sua eficácia ↘ Indicações clínicas → Doença do refluxo gastroesofágico (DGRE), doença ulcerosa péptica (associada a infecções ou ao uso de AINEs), dispepsia não ulcerosa, gastrinoma e outros distúrbios de hipersecreção, síndrome Zollinger- Ellison ou hipergastrinemia (↑ gastrina) ↘ RAMs → Diarreia, cefaleia e dor abdominal (1-5%); nefrite intersticial aguda; tratamento prolongado pode reduzir absorção de vitamina B12; infecções respiratórias e entéricas; ↑ níveis de gastrina ↘ Interações medicamentosas → Uso concomitante de antiácido reduz sua eficácia; (‒) enzimas do sistema P450 (↑ biodisponibilidade de BZD, varfarina, ciclosporina e fenitoína); omeprazol induz expressão de CYP1A2 (↓ biodisponibilidade de antipsicóticos); ↓ absorção de cetoconazol e digoxina (↓ da acidez estomacal) → Antagonistas dos receptores H2 ↘ Exibem uma inibição competitiva nos receptores H2 das células parietais e suprimem a secreção ácida de modo linear e dependente de dose ↘ Ranitidina, cimetidina, nizatidina e famotidina ↘ (‒) Secreção gástrica induzida pela histamina e (‒) parcial da secreção gástrica induzida pela gastrina e estimulação vagal ↘ Menos eficazes que os IBPs ↘ ↓ Volume gástrico ↘ Altamente seletivos frente a outros receptores histaminérgicos ↘ Indicações clínicas → Úlcera gástrica ou duodenal, profilaxia da úlcera no estresse, sangramento relacionado ao estresse em paciente na UTI, uso prolongado de AINEs, refluxo na gravidez ↘ RAMs (<3% dos pacientes) → Diarreia, cefaleia, náuseas, fadiga, mialgia; alterações do estado mental (adm. IV); ginecomastia, galactorreia, oligoespermia, impotência sexual (cimetidina) ↘ Interações medicamentosas → Cimetidina interfere em vias hepáticas catalisadas por CYP1A2, 2C9, 2D6 e 3A4 (↑ t ½ de varfarina, fenitoína, antagonistas β-adrenérgicos); competição com a creatinina na secreção renal (↑ creatinina em pacientes que fazem uso prolongado dessa classe) ↘ Eficácia terapêutica dos IBPs é maior, contudo, ainda muito semelhante → Protetores da mucosa gástrica → Sucralfatos ↘ Sal de sacarose complexado com hidróxido de alumínio que, em soluções ácidas, forma uma pasta viscosa e de consistência firme, que se liga seletivamente a úlceras e erosões ↘ (‒) Hidrólise das proteínas da mucosa pela pepsina ↘ (+) Produção de prostaglandinas e a secreção de muco ↘ Necessidade de pH ácido para sua ativação → Não deve ser administrado junto de fármacos que diminuam a acidez estomacal ↘ Administração → 1h antes da refeição com o estômago vazio ↘ RAMs → Constipação (devido ao hidróxido de alumínio); ↓ absorção de outros fármacos → Tratamento farmacológico nos casos de H. pylori ↘ Esquema terapêutico (10-14 dias) → IBP (2x ao dia) + Subsalicilato de bismuto (2 comp.) + Tetraciclina + Metronidazol (4x ao dia) Antieméticos → Êmese ↘ O vômito ou êmese refere-se à expulsão forçada do conteúdo gástrico pela boca, devido a contrações vigorosas autonômicas e voluntárias da musculatura abdominal, atonia gástrica e relaxamento do esfíncter esofágico inferior. Em geral, ele é precedido por náuseas, bem como associados à palidez, sudorese e salivação ↘ Principais estímulos da náusea e do vômito → Irritação gastrointestinal, cinetose, perturbações hormonais, patologias intracranianas, distúrbios metabólicos, fatores psicogênicos, dor, drogas, fármacos e radiação, toxinas endógenas ↘ O que pode causar? → Desidratação, irritação do TGI, sangramento digestivo, perda de metabólitos, laceração gastroesofágica → Vias neurológicas envolvidas na patogênese das náuseas e vômitos ↘ Zona de gatilho quimiorreceptora (ZGQ) → Receptores 5-HT3, D2, M1 e CB1 ↘ Sistema vestibular → Receptores H1 e M? ↘ Núcleo do trato solitário (NTS) → Receptores 5-HT3, D2, M1, H1, NK1 e CB1 ↘ Centros superiores → Estímulos sensoriais, memória, medo, apreensão → Classes farmacológicas ↘ Antagonistas de receptores 5-HT3 ↘ Antagonistas de receptores D2 ↘ Antagonistas de receptores H1 ↘ Antagonistas de receptores M1 ↘ Antagonistas de receptores NK1 ↘ Agonistas de receptores CB1 → Antagonistas 5-HT3 ↘ Ondansetrona, granisetrona, dolasetrona e palonosetrona ↘ Potentes antieméticos por bloqueio serotoninérgico no centro do vômito ↘ ZGQ ↘ Principalmente → Bloqueio periférico nos nervos intestinais extrínsecos ↘ Sofrem extenso metabolismo hepático ↘ Indicações clínicas → Prevenção de vômitos agudos induzidos pela quimioterapia (↓ eficácia sobre vômitos tardios); prevenção ou tratamento de náuseas e vômitos pós-operatórios e pós-radioterapia ↘ RAMs → (Toleráveis) Constipação, tontura, cefaleia, prolongamento do intervalo QT (contraindicado para pacientes com cardiopatias) → Antagonistas D2 ↘ Fenotiazidas → Proclorperazina e prometazina ↘ Butirofenonas → Droperidol ↘ Local de atuação ↘ ZGQ ↘ NTS ↘ Uso limitado pelo grau de sedação (propriedade anti-histamínica) ↘ Benzamidas substituídas → Metoclopramida ↘ Local de atuação ↘ ZGQ ↘ Periferia ↘ Uso clínico → Refluxo gástrico, antiemético, cinetose, enxaqueca ↘ RAMs → Inquietação, contração muscular involuntária (distonia), sintomas parkinsonianos, sonolência, ↑ prolactina → Antagonistas H1 ↘ Difenidramina, dimenidrinato (Dramin®) → Usados no tratamento da labirintite ↘ Meclizina → Uso profilático na cinetose; propriedades anticolinérgicas mínimas e produz menos sedação ↘ Indicações clínicas → Prevenção ou tratamento da cinetose e na êmese provocada pela presença de substâncias irritantes ↘ RAMs → Tontura, confusão, sedação, xerostomia, cicloplegia, retenção urinária → Antagonistas M1 ↘ Hioscina ou escopolamina (Buscopan®) ↘ Local de atuação → ↓ Ativação dos receptores muscarínicos ↘ ZGQ ↘ NTS ↘ Aparelho vestibular ↘ TGI ↘ Indicações clínicas → Êmese vestibular ↘ RAMs → Tontura, confusão, sedação, xerostomia, cicloplegia, retenção urinária → Antagonistas NK1 ↘ Aprepitanto e fosaprepitanto ↘ Farmacocinética → BD de 65%, t ½ de 12h, metabolizado principalmente pela 3A4 ↘ Indicações clínicas → Associação com antagonistas 5-HT3 e corticosteroides na prevenção de náuseas e vômitos tardios em consequência de esquemas quimioterápicos muito emetogênicos ↘ RAMs → Fadiga, tontura, diarreia → Agonistas CB1 ↘ Dronabinol ↘ Terapia de combinação com fenotiazinas (antagonistas D2) → Ação antiemética sinérgica com atenuação dos efeitos colaterais de ambos os fármacos ↘ Farmacocinética → Significativo metabolismo de 1ª passagem ↘ Indicações clínicas → Antiemético e estimulante do apetite ↘ RAMs → Euforia, disforia, alucinações, sedação, xerostomia→ Glicocorticoides ↘ Adjuvantes úteis no tratamento da náusea em pacientes com câncer disseminado (inflamação peritumoral supressora e produção de prostaglandinas) ↘ Úteis no tratamento de náuseas e vômitos induzidos por irradiação → Náuseas e vômitos causados pela quimioterapia Risco da êmese Vômito agudo (até 24h após) Vômito tardio (dias após) Alto 5-HT3 + Dex + NK1 Dex + NK1 Moderado 5-HT3 + Dex + NK1 5-HT3 + Dex Dex 5-HT3 ou metoclopramida Dex + NK1 Baixo Dex - Mínimo - - → Classes dos fármacos antieméticos Classe Exemplo Indicação Antagonistas 5-HT3 Ondansetrona Êmese quimioterápica Pós-operatório Antiemético em idosos (cuidado com cardiopatias) Antagonistas D2 Metoclopramida Clorpromazina Êmese quimioterápica Gastroparesia Pós-operatório Antagonistas H1 Difenidramina Cinarizina Cinetose Labiritinte Antagonistas M1 Escopolamina Cinetose Antagonistas NK1 Aprepitanto Êmese quimioterápica tardia Agonistas CB1 Dronabinol Êmese quimioterápica
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