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BRUCELOSE E TUBERCULOSE MÓDULO 04: 2021. Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul – SENAR/AR-MS INFORMAÇÕES E CONTATO Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul – SENAR/AR-MS Rua Marcino dos Santos, 401, Bairro Chácara Cachoeira II, Campo Grande/MS, CEP: 79.040-902 (67) 3320-9700 E-mail: senar@senarms.org.br http://www.senarms.org.br/ http://ead.senarms.org.br/ PRESIDENTE DO CONSELHO ADMINISTRATIVO Marcelo Bertoni TITULARES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO José Pereira da Silva, Marcio Margatto Nunes, Daniel Kluppel Carrara e Valdinir Nobre de Oliveira SUPLENTES DO CONSELHO ADMINISTRATIVO Mauricio Koji Saito, Janes Bernardino Honório Lyrio, Thaís Carbonaro Faleiros Zenatti, Luciano Muzzi Mendes e Maria Helena dos Santos Dourado Neves TITULARES DO CONSELHO FISCAL Paulo César Bózoli, João Batista da Silva e José Martins da Silva SUPLENTES DO CONSELHO FISCAL Rafael Nunes Gratão, Moacir Reis e Orélio Maciel Gonçalves SUPERINTENDENTE Lucas Duriguetto Galvan DIRETORIA TÉCNICA Mariana Adalgiza Gilbert Urt DIRETORIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA Clodoaldo Martins de Oliveira Júnior SUMÁRIO Apresentação................................................................................04 Brucelose .......................................................................................05 Sinais clínicos ................................................................................. 06 Transmissão .................................................................................... 07 Prevenção e controle .................................................................. 09 Resistência da brucelose no ambiente .................................. 11 Como deve ocorrer a destruição da bactéria ...................... 12 Diagnóstico e monitoramento do rebanho .......................... 13 Impacto econômico...................................................................... 16 Brucelose em humanos ..............................................................18 Tuberculose ...................................................................................20 Sinais clínicos ................................................................................. 21 Transmissão .................................................................................... 22 Prevenção e controle .................................................................. 24 Diagnóstico ..................................................................................... 26 Impacto econômico...................................................................... 30 Tuberculose humana ...................................................................31 Atividade de Aprendizagem .....................................................32 Feedback das Atividades ............................................................34 4 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Apresentação Olá! • Você sabe o que é brucelose? E tuberculose? • Como são transmitidas essas doenças? • Como é possível saber se um animal está infectado? • Qual o impacto para o bolso do pecuarista quando um animal é infectado? A resposta para essas e outras perguntas você descobrirá a partir de agora. Brucelose e tuberculose Acesse o curso para conferir o vídeo. Para o agronegócio, o controle e a erradicação da brucelose e da tuber- culose bovina são fundamentais, pois impactam as criações, afetando diretamente o comércio de carne e de produtos de origem animal, espe- cialmente quando falamos em exportação. Para eliminar essas doenças no Brasil, em 2001, entrou em vigor, o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT). Erradicação: Eliminação. Exportação: Venda de produtos ou serviços para outros países. 5 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Brucelose O QUE É? A brucelose bovina é uma doença contagiosa cau- sada por uma bactéria chamada Brucella abortus. A doença está disseminada em todo o mundo e acarreta prejuízos eco- nômicos importantes para a pecuária de corte e leite. É considerada uma zoonose relevante na saúde pública, pois traz risco ocupacional, ou seja, pessoas que trabalham em agroindústrias (carne e leite) e aquelas que trabalham nas propriedades rurais, como os produtores, funcionários e profissionais do setor, que estão em contato direto com animais doentes, podem também se infectar. 6 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Disseminada: Espalhada. Zoonose: Doença transmitida dos animais para os humanos, ou de humanos para os animais. Sinais clínicos SINAIS CLÍNICOS Principais manifestações clínicas são: • Aborto – terço final da gestação (em torno do sétimo mês). • Natimortos. • Nascimento de bezerros fracos. • Aumento do intervalo entre partos (vaca falhada). • Esterilidade. • Mastite e diminuição da produção de leite. • Bursite. • Nos machos, ocorre a inflamação e o aumento dos testículos, causando dor. Bursite: Inflamação articular. 7 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Transmissão Confira a seguir as principais formas de transmissão da brucelose: COMO TRANSMITE? Por meio do contato com animais infectados, da ingestão de água e de pastos contaminados pelos envoltórios fetais e pelos restos placentários de fêmeas infectadas que pariram ou que abortaram. A doença atinge principalmente bovinos de corte em fase reprodutiva, assim como bovinos leiteiros, mas em menor proporção. A entrada da doença nos rebanhos e na propriedade se dá por meio da aquisição de animais contaminados, principalmente fêmeas. Por- tanto, é muito importante adquirir animais previamente testados ou devidamente vacinados contra a doença. Envoltórios fetais: Membrana ou pele bem fina que envolve o feto/bezerro. Restos placentários: Restos do aborto ou do parto. 8 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL As fêmeas também podem se contaminar pela inseminação artificial com sêmen contaminado. Pode ocorrer, ainda, a contaminação pela boca, nariz e olhos, ou por ferimentos na pele ou nas mucosas. Feto, líquido e restos placentários eliminados no parto ou aborto. Água, pastagem e materiais contaminados. Mucosas: boca, nariz e olhos. Fêmeas com brucelose. VIAS DE ELIMINAÇÃO DA BRUCELOSE VIAS DE TRANSMISSÃO PORTA DE ENTRADA FONTE DE INFECÇÃO 3 2 1 4 9 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Prevenção e controle PREVENÇÃO E CONTROLE Estão diretamente ligados a: As bezerras devem ser identificadas pela marcação a ferro quente, na face, do lado esquerdo, conforme infográfico abaixo: 8V SE USAR A VACINA B19, MARCAR AS FÊMEAS VACINADAS SOMENTE COM O ÚLTIMO DÍGITO DO ANO. POR EXEMPLO, “8”. SE USAR A VACINA RB51®, MARCAR AS FÊMEAS VACINADAS SOMENTE COM O “V”, AO LADO ESQUERDO DA FACE. • Vacinação obrigatória de fêmeas com idade entre três e oito meses – dose única (B-19 ou RB-51). • Diagnóstico e monitoramento. • Sacrifício dos animais positivos; • Identificação das fêmeas vacinadas. 10 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Para prevenção e controle da brucelose, o PNCEBT, estabelece algumas ações importantes. São elas: • Os machos não podem ser vacinados, pois podem ser levados a desenvolver a enfermidade. • A emissão do receituário, a aplicação da vacina e a emissão do atestado de vacinação é de responsabilidade do médico veterinário privado cadastrado no Serviço de Defesa do Estado. Dessa forma, somente esse serviço e seus vacinadores cadastrados poderão efe- tuar a aplicação da vacina. • Fêmeas adultas que, por algum motivo, não foram vacinadas na idade obrigatória, podem ser vacinadas com a vacina RB – 51. • Importância de ações de educação sanitária na propriedade e na comunidade. • Testes sorológicos de rotina realizados por médicos vete- rinários habilitados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). • Eliminação dos animais positivados. • Desinfecção das instalações. • Destruição de restos placentários, fetos abortados e secreções, por meio da queima. • Instalar, na propriedade, piquetes maternidade. • Frascos de vacinasdevem ser recolhidos e descartados no lixo hospitalar. • Exames periódicos das pessoas envolvidas na produção. • Para movimentação de fêmeas, seja para eventos ou para outras propriedades, é necessária a comprovação da vacinação. PNCEBT: Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal. 11 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Resistência da brucelose no ambiente As bactérias do gênero Brucella são muito resistentes aos fatores ambientais, podendo sobreviver até meses em material de aborto ou de parto nas pastagens, por isso, há a necessidade de manter o espaço limpo e desinfetado. Veja a resistência da bactéria no ambiente: TEMPERATURA DE 71,7 ºC 15 segundos ÁGUA POLUÍDA 30 a 150 dias DEJETOS A ALTAS TEMPERATURAS 2 a 4 horas LEITE 17 dias MANTEIGA Até 4 meses FETO À SOMBRA 180 dias ESGOTO 8 a 270/700 dias LEITE CONGELADO 800 dias IOGURTE Até 96 dias SOLO SECO 4 dias LUZ SOLAR DIRETA 4 a 5 horas SOLO ÚMIDO 6 dias (em baixas temperaturas, entre 151 e 185 dias) FEZES 120 dias EXSUDATO UTERINO 200 dias ÁGUA POTÁVEL 5 a 114 dias QUEIJOS Até 6 meses TEMPERATURA DE 60 ºC 10 minutos 12 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Como deve ocorrer a destruição da bactéria A correta desinfecção de áreas e utensílios contaminados faz parte das medidas que reduzem consideravelmente a presença da bactéria, e há duas formas eficazes para eliminá-la: Desinfetante Calor • A u t o c l av a ç ã o : 1 2 0 ºC p o r 2 0 m i n u t o s . • Pasteurização lenta: 65 ºC por 30 minutos. • Pasteurização rápida: 72 a 74 °C por 15 a 20 segundos. • Fervura: deixe ferver por pelo menos 5 minutos. • Á l c o o l 9 6 º G L . • H i p o c l o r i t o d e s ó d i o 5 % . • H i p o c l o r i t o d e c á l c i o 5 % . • Fo r m o l 3 % . • Fe n o l 5 % . 13 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Diagnóstico e monitoramento do rebanho O diagnóstico da doença é necessário para se estabelecer a ocorrência, a distribuição e a caracterização do agente. Nesse contexto, o diagnóstico da brucelose bovina pode ser feito da seguinte forma: • observação dos sinais clínicos; • estudo do histórico do rebanho e das propriedades vizinhas; • provas laboratoriais, pesquisando anticorpos nos soros e fluidos corporais. Essas provas devem ser realizadas por um médico veterinário habilitado pelo MAPA. O Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tubercu- lose Animal (PNCEBT), definiu como oficiais os testes a seguir: Anticorpos: Moléculas que atuam na defesa do organismo. MAPA: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Fluidos corporais: Líquidos no corpo. 14 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL TESTES DE ROTINA Antígeno Acidificado Tamponado (AAT) e Anel em Leite (TAL) – utilizados para monitoramento do rebanho (Fonte: IAGRO, 2021). TESTES CONFIRMATÓRIOS 2-Mercaptoetanol (2-ME) e Fixação de Complemento – diagnóstico também utilizado em animais para exportação (Fonte: Mapa, 2017). TESTE DO 2-MERCAPTOETANOL POSITIVO POSITIVONEGATIVO TESTE DE FIXAÇÃO DE COMPLEMENTO 15 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Como medida de monitoramento de uma propriedade, cabe principal- mente a realização de sorologia periódica do rebanho, com a eliminação dos animais positivos, o que pode ser feito por meio do abate sanitário. Sorologia: Estudo do soro sanguíneo para diagnóstico e identificação de doenças. Os animais positivos são marcados a ferro candente ao lado direito da face, com um “P” dentro de um círculo. Portanto, deve-se sempre adquirir animais com comprovação de origem, se possível, de propriedades certificadas como livres ou com exame negativo para brucelose. Em caso de suspeita da doença, procurar o Serviço de Defesa do Estado e fazer a notificação. Casos de brucelose em frigoríficos Figura 1 - Bolsa serosa contendo grumo amarelado na região do ligamento cervical de bovinos abatidos em frigorífico sob inspeção municipal em Santarém, Pará. Figura 2 - Bursite cervical da cernelha de bovino abatido em frigorífico sob inspeção municipal em Santarém, Pará. 16 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMALFigura 1 - Bolsa serosa contendo grumo amarelado na região do ligamento cervical de bovinos abatidos em frigorífico sob inspeção municipal em Santarém, Pará. Figura 2 - Bursite cervical da cernelha de bovino abatido em frigorífico sob inspeção municipal em Santarém, Pará. Fonte: PEREIRA, Amanda Fernandes et al. Lesões Macroscópicas de Brucelose em Bovinos Abati- dos no Município de Santarém nos anos de 2014 e 2045. CONGRESSO MEDVEP DE GRANDES ANIMAIS, HIGIENE E INSPEÇÃO ALIMENTAR, 6., 2018. Anais […]. Ribeirão Preto: Comgran, 2018. https://medvep.com.br/wp-content/uploads/2020/06/ANAIS-COMGRAN-2018.pdf Impactos econômicos COMO PESA NO BOLSO.. . As perdas fora da porteira são: • Barreiras internacionais ao comércio de produtos de origem animal. • Alterações de preço no mercado da carne, leite e derivados. • Perdas na indústria (condenação do leite e da carne). • Altos custos dos programas de controle e erradicação. 17 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Já, dentro da porteira, as perdas para o produtor rural são essas: • Aborto. • Repetição de cio. • Bezerros fracos. • Diminuição da produção de leite. • Redução do tempo de vida produtiva. • Custos de reposição de animais. • Limitação na comercialização de animais. Agora que você já compreendeu como a brucelose se porta em bovinos, conheça como ela ocorre em humanos. 18 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Brucelose em humanos A brucelose, por ser uma zoonose, pode ser facilmente transmitida ao homem. Conheça as principais formas de transmissão. Ingestão de carne, leite e seus deri- vados sem inspeção, contaminados. Manipulação de restos de aborto de bovinos e bubalinos. Acidentes com aplicação de vacina contra brucelose. AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL A doença pode causar infertilidade em homens e mulheres, febres que vão e voltam e dores articulares. Não há vacinas para humanos, e o tratamento é longo. Agora, vamos conferir sobre outra doença que está no PNCEBT, a tuberculose. PNCEBT: Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal. 19 20 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Tuberculose O QUE É? A tuberculose bovina é considerada uma zoonose infecto-contagiosa de caráter crônico, causada por uma bactéria chamada Mycobacterium bovis, que afeta principalmente os rebanhos leiteiros. A tuberculose bovina é uma enfermidade disseminada em várias partes do mundo, e os principais hospedeiros da Mycobacterium bovis são os bovinos, os suínos, os cervídeos e o homem. “Assim como a tuberculo- se humana (M. tuberculosis), a bovina reassumiu grande importância em todo o mundo, com destaque os países em desenvolvimento, alcançando índices acima de 1%” (ROXO , 1997). Infecto-contagiosa: Fácil e rápida transmissão. Crônico: Doença de longa duração. Cervídeos: Família de animais mamíferos ruminantes, à qual pertencem os cervos e veados. 21 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Sinais clínicos No início, a doença é silenciosa e pode-se dizer que não existem sinais evidentes dela. Com a sua evolução, os sinais clínicos se manifestam, tornando-se mais aparentes. Acompanhe no quadro a seguir. SINAIS CLÍNICOS • perda de peso; • debilidade; • febre; • falta de apetite; • dificuldade respiratória; • cansaço; • tosse; • corrimento nasal seroso ou purulento (catarro amarelo ou verde); • linfonodos infartados (ínguas ou calombos); • morte. 22 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Transmissão COMO TRANSMITE? As principais formas de transmissão são: Acompanhe, no infográfico da página a seguir, como ocorre a transmissão da tuberculose. • Diretamente, por via aérea e oral e através de aerossóis (mais importante). • Indiretamente pelo leite, pela água, pelos alimentos e objetos contaminados. Via aérea: Via respiratória. Aerossóis: Micropartículas muito finas, sólidas ou líquidas, contaminadas, que ficam no ar. 23 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL VIA AERÓGENA REINFECÇÃOVIA DIGESTIVA VIA AERÓGENA BOVINO COM TUBERCULOSE BOVINO SADIO VIA DIGESTIVA – BEZERRO VIA AERÓGENA TRANSMISSÃO DA TUBERCULOSE Fonte: Adaptado de IAGRO, 2021. Mesmo não apresentando sinais aparentes, o animal transmite a doen- ça, de forma direta e indireta, conforme abordado anteriormente. A ida- de, o meio ambiente e as práticas de manejo são fatores que influenciam a contaminação dos bovinos. 24 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Prevenção e controle PREVENÇÃO E CONTROLE No Brasil, o controle da tuberculose bovina é feito por uma série de medidas, que incluem: Ao abrigo de luz solar e alta umidade, a bactéria pode se manter viva no ambiente por longo período, de quatro a seis meses, principalmente com presença de matéria orgânica. Sendo assim, são necessárias boas práticas de higienização e limpeza. Para o controle efetivo e a erradicação da tuberculose, é necessário seguir as seguintes orientações do Serviço Oficial de Defesa Sanitá- ria Estadual e Federal. Conheça quais são: • certificação de rebanhos livres; • treinamento de médicos-veterinários para diagnóstico em campo; • campanhas públicas de educação sanitária. Matéria orgânica: Composto formado por restos vegetais (folhas, galhos, raízes, cascas etc.) e animais (em menor escala) que integram o solo. 25 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Fazer o controle de trânsito de repro- dutores e seguir normas sanitárias para participação em exposições, fei- ras, leilões e outras aglomerações. • Contratar médicos veterinários, habilitados no PNCEBT, para a realização de teste de tuberculinização do rebanho, com eliminação dos animais positivos. • Adquirir animais de propriedades certificadas como livres ou não reagentes para tuberculose. • Capacitar a equipe de campo quanto à educação sanitária. • Promover ambientes adequados, que permitam boa ventilação e exposição direta à luz solar, e recomenda-se higienizar e desinfetar periodicamente todas as instalações, especialmente os bebedouros e os cochos. • Abolir a utilização do leite de vacas reagentes para qualquer finalidade e em quaisquer circunstâncias. • Realizar a inspeção sanitária dos produtos de origem animal destinados ao consumo humano, e a pasteurização ou esterilização do leite e derivados, pois são formas seguras de eliminar o risco de transmissão da bactéria Mycobacterium bovis ao homem. • Monitorar rotineiramente a saúde dos trabalhadores da pro- priedade, inclusive, com exames laboratoriais complementares. 26 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL É importante lembrar que o tratamento para animais com tuberculose não é permitido pelo PNCEBT e não existe vacina para animais, portanto, todo animal com diagnóstico positivo deve ser eliminado com abate sanitário. PNCEBT: Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal. Diagnóstico O diagnóstico clínico tem valor relativo, pois o animal pode estar infectado e não apresentar sinais clínicos, por se tratar de uma do- ença de evolução muito lenta, mas, em regra geral, o diagnóstico da tuberculose pode ser realizado de duas formas. Veja: Direto Observar os sinais clínicos e histórico dos animais da propriedade e, em torno, verificar se existem pessoas diagnosticadas com tuberculose que trabalham ou residem na propriedade. Indireto Realizado por meio de testes de tuberculinização em bovinos e bubalinos com idade igual ou superior a seis semanas. São exames realizados por médicos veterinários habilitados pelo MAPA. Tuberculização: O teste consiste na injeção da substância tuberculina, subcutânea (debaixo da pele). O Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuber- culose Animal (PNCEBT) definiu como oficiais os testes a seguir: 27 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL TESTE DE TUBERCULINIZAÇÃO CERVICAL SIMPLES É realizado em propriedades de pecuária de leite e/ou de corte. Fonte: Martim Schmachtenberg – E. M. Emater Estrela. TESTE DE TUBERCULINIZAÇÃO NA PREGA CAUDAL É realizado somente em propriedades de pecuária de corte. Fonte: Martim Schmachtenberg – E. M. Emater Estrela. 28 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL A leitura dos testes deve ser feita após 72 horas, mais ou menos três dias depois da inoculação da tuberculina. A validade dos testes realizados é de 60 dias. Animais reagentes positivos aos testes devem ser isolados, afastados da produção leiteira ou de corte, marcados e sacrificados em estabe- lecimento sob inspeção oficial. Confira na página a seguir algumas imagens de tuberculose em bovinos. 29 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Tuberculose do tipo nodular, loca- lizada em linfondos da cabeça. Fonte: Arquivo SENAR. Tuberculose do tipo nodular, localizada na pleura parietal. Fonte: Arquivo SENAR. Tuberculose do tipo nodular, localizada no pulmão. Fonte: Arquivo SENAR. 30 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Impacto econômico COMO PESA NO BOLSO.. . A tuberculose causa diversos prejuízos econômicos ao produtor rural, dentre eles, a queda na produção de leite e até na produção de carne, em casos mais avançados. Além disso, há uma perda econômica relevante quanto à condenação de carcaças com le- sões de tuberculose em frigoríficos. Outro aspecto importante é que as propriedades com tuberculose ficam conhecidas por esse fato e existe um receio, justificável, das pessoas em consumir produtos que venham de fazendas em que foi comprovada a presença de tuberculose. Com relação às exportações de produtos de origem animal, a tuber- culose é um grande problema, pois crescem as exigências sanitárias dos países importadores, impondo restrições às propriedades com tuberculose. A Embrapa estima que as perdas anuais com a tubercu- lose bovina no mundo girem em torno de 3 bilhões de dólares. 31 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Tuberculose humana A tuberculose bovina, por se tratar de uma zoonose, representa uma grande preocupação para a saúde pública. Sendo que a ingestão de lei- te cru, ou produtos lácteos não submetidos a tratamento térmico, e o contato dos tratadores e ordenhadores com os animais infectados são as principais formas de contágio da doença. Rádio Prosa Animal - A tuberculose humana. Acesse o curso para conferir o podcast. Você chegou ao final do módulo. Aqui você conheceu: • Sinais clínicos da brucelose e da tuberculose. • Como são transmitidas. • Como realizar o controle das doenças. • O que é o PNCEBT. Antes de seguir, que tal verificar o que aprendeu até aqui? Para isso, leia as questões a seguir e escolha a alternativa correta. 32 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Atividade de Aprendizagem QUESTÃO 1 Analise as afirmações a seguir sobre a brucelose: I. Não é uma zoonose. II. É causada por uma bactéria. III. Pode ser transmitida pelo consumo de leite cru. IV. Também é transmitida de pessoa para pessoa. V. O contato com secreções de animais infectados não causa danos às pessoas. A respeito da brucelose, é correto afirmar: a. Todas as alternativas estão corretas. b. Apenas as alternativas I, II e III estão corretas. c. Apenas a alternativa I está correta. d. Apenas as alternativas II e III estão corretas. 32 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL 33 QUESTÃO 2 Qual teste é utilizado para o diagnóstico da tuberculose em bovinos e bubalinos? a. Hemograma. b. Teste de tuberculinização. c. Proteína C-reativa. d. Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay (Elisa). QUESTÃO 3 Associe os sintomas abaixo com suas respectivas doenças: I – perda de peso, diminuição na produção de leite, mastite, emagrecimento, tosse, corrimento nasal, diarreia. II – presença de aborto a partir do sétimo mês de gestação, nascimento prematuro, baixa produção de leite. a. I é brucelose e II é tuberculose. b. I é brucelose e II é febre aftosa. c. I é tuberculose e II é brucelose. d. I é tuberculose e II é febre aftosa. 34 AUXILIAR EM SAÚDE ANIMAL Feedback das Atividades QUESTÃO 1 Resposta: letra D. Gabarito: Apenas as alternativas II e III estão corretas. QUESTÃO 2 Resposta: letra B. Gabarito: Teste de tuberculinização. QUESTÃO 3 Resposta:letra C. Gabarito: I é tuberculose e II é brucelose.