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Aprendizagem baseada em projetos e problemas

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Unidade 2
Aprendizagem baseada 
em problemas e projetos
Metodologias 
Ativas
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
IZABEL ARAUJO NECKEL
AUTORIA
Izabel Araujo Neckel
A autora trabalha há mais de 25 anos com educação. Atua como 
professora universitária na formação de professores, de gestores 
educacionais, no planejamento estratégico de programas e projetos, atua 
também como autora e fundadora de instituição social que se dedica a 
processos educativos com crianças refugiadas. Graduada em História e 
Teologia, com mestrado e doutorado em Educação pela Universidade 
Estadual de Campinas. Além disso, tem se dedicado a desenvolver projetos 
com foco em tecnologias educacionais e Internet of Things (IoT). Atuou 
em projetos de cooperação internacional Brasil x Espanha, integrando 
equipes multiculturais, pesquisando plataformas de ambientes virtuais de 
aprendizagem e computer assisted language learning.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento 
de uma nova 
competência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando necessária 
observações ou 
complementações 
para o seu 
conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas 
e links para 
aprofundamento do 
seu conhecimento;
REFLITA:
se houver a 
necessidade de 
chamar a atenção 
sobre algo a ser 
refletido ou discutido 
sobre;
ACESSE: 
se for preciso acessar 
um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das 
últimas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de 
autoaprendizagem 
for aplicada;
TESTANDO:
quando uma 
competência for 
concluída e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Aprendizagem baseada em problemas - PBL ................................10
Problem based learning (PBL). Por que utilizar essa metodologia? ......... 10
PBL: contando sua história ...................................................................................................... 14
Problem Based Learning (PBL) Fundamentos da Metodologia ....18
Os sete passos .................................................................................................................................. 19
Composição de um grupo de PBL .................................................................................... 20
PBL - experiências de aplicação .........................................................................................22
Aprendizagem baseada em projetos - ABP ......................................31
Aprendizagem baseada em projetos (ABP) - Um pouco de sua 
história ....................................................................................................................................................35
Contribuições da ABP - Reflexões ......................................................................................37
Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) Principais 
fundamentos de projetos pedagógicos .......................................... 39
Etapas para a elaboração de um projeto ..................................................................... 39
Buck Institute for Education (2008) ................................................................ 39
Aprendizagem baseada em projetos - experiências ..........................................42
7
UNIDADE
02
Metodologias Ativas
8
INTRODUÇÃO
Olá! Seja bem-vindo à segunda unidade da disciplina de 
Metodologias Ativas! Abordaremos a denominada Aprendizagem 
Baseada em Problemas, em português, ou Problem Based Learning 
(PBL), em inglês, que possibilita ao aluno inserir-se em um contexto de 
interação com problemas de sua própria realidade propondo soluções 
com base no conhecimento disponibilizado. Portanto, nesta unidade, 
discutiremos sobre a metodologia PBL, que prioriza o desenvolvimento da 
autonomia do aluno e do professor frente ao processo de aprendizagem. 
Tal metodologia ativa proporciona ao estudante aulas mais dinâmicas que 
despertam maior interesse e participação, partindo do envolvimento do 
aluno na caminhada rumo ao saber. Ao longo desta unidade letiva você 
vai mergulhar neste universo! Bons estudos!
Metodologias Ativas
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no 
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término 
desta etapa de estudos:
1. Aplicar a metodologia da aprendizagem baseada em problemas. 
2. Compreender os fundamentos metodológicos da aprendizagem 
baseada em problemas. 
3. Aplicar a metodologia da aprendizagem baseada em projetos. 
4. Compreender os fundamentos metodológicos da aprendizagem 
baseada em projetos. 
Nossos estudos serão dedicados a essas duas metodologias ativas 
que têm uma característica colaborativa muito forte, com excelentes 
resultados quando aplicadas em grupos. Acreditamos que serão muito 
úteis em sua jornada acadêmica! Sucesso e bons estudos!
Metodologias Ativas
10
Aprendizagem baseada em problemas - PBL 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de contextualizar 
a importância da aplicação da aprendizagem baseada 
em problemas nos processos de ensino e aprendizagem. 
As experiências vivenciadas pelos estudantes serão 
potencializadas e as competências serão construídas com 
êxito. Motivado para desenvolver esta competência? Então 
vamos lá. Avante!
As transformações ocorridas na sociedade impactam na educação, 
proporcionando um momento de diversidade e inovação frente ao 
ensinar e aprender deste século. As múltiplas formas de aprendizagens, 
presenciais ou a distância, proporcionam um cenário educacional que 
exige a necessidade de se repensar metodologias para fazer frente aos 
novos desafios. O modelo tradicional de ensino, no qual o professor é 
posto como aquele que domina todo o conhecimento e tem como papel 
“iluminar” a mente do aluno, está aquém das novas exigências. Com isso, 
surge uma nova possibilidade, o papel do professor como orientador e 
do aluno como protagonista na busca pelo conhecimento sistematizado. 
Esta possibilidade pode ser materializada por meio das metodologias 
ativas que prometem revolucionar o ensino, priorizando a construção 
colaborativa de conhecimentos e a autonomia do aluno.
Problem based learning (PBL). Por que 
utilizar essa metodologia?
Certamente, você observa que a educação tem mudado muito nos 
últimos anos, especialmente com o advento das novas tecnologias. 
REFLITA:
Qual impacto de tudo isso na sua forma de aprender e de 
ensinar? Já parou para pensar nisso?
Metodologias Ativas
11
Sabemos que a maneira de aprender e de ensinar tem sido 
impactada pelas transformações advindas das tecnologias de informação 
e comunicação (TIC) ocorridas ao longo do novo tempo, facilitando o 
acesso democrático às informações com mais rapidez e permitindo 
conexões em redes mais ampliadas, com centralidade no aluno e tendo 
o professor como mediador/facilitador. Além disso, a aprendizagem para 
além do espaço físico da sala de aula, pois, conforme afirma Moran (2015, 
p. 16), “com a Internet e a divulgação aberta de muitos cursos e materiais, 
podemos aprender em qualquer lugar, a qualquer hora e com muitas 
pessoas diferentes”. 
Com isso, podemos dizer que de fato as TICs influenciam a 
educação. De maneira geral, segundo Coll e Monereo (2010), pode-se 
considerar três fases no desenvolvimento das TICs e sua influência na 
educação, a saber:
a. Fase da transmissão oral, sistema único de comunicação, que 
depende dealguns requisitos – falantes fisicamente presentes no 
mesmo tempo e espaço, ativando a memorização, a observação 
e a capacidade de repetição. Tais habilidades estão presentes em 
algumas modalidades educacionais que apresentam imitação, 
transmissão e reprodução de informação como pautas de suas 
metodologias.
b. Fase da origem do nascimento da escrita, como uma memória 
externa na necessidade de registrar, transmitir e compartilhar 
dados. Mesmo não exigindo a presença física, a comunicação 
requeria certa proximidade devido às distâncias. Na educação o 
reflexo se fez no ensino centrado em textos e livros didáticos e no 
aparecimento do ensino a distância por correspondência.
c. Fase da chegada dos sistemas de comunicação analógica, 
rompendo as barreiras espaciais e tornando realidade a troca de 
informações em nível planetário. Como impacto na educação, 
surgiram os primeiros computadores digitais no final da década 
de 1940, que encontrariam no comportamentalismo e suas 
máquinas de ensino analógico os primórdios do desenvolvimento 
da educação assistida por computador. 
Metodologias Ativas
12
Podemos obter uma percepção mais ampla sobre a associação 
das modalidades educacionais às fases das TICs ao longo da sociedade 
analisando as proposições apresentadas no Quadro 1, a seguir:
Quadro 1 – Associação das modalidades educacionais 
às fases das tecnologias de comunicação e informação
Fonte: Coll e Monereo, 2010, p. 19 (Adaptado).
Considerando todas essas transformações, ponderamos que 
o velho hábito do professor falando o tempo todo e o aluno apenas 
“prestando atenção” parece não funcionar mais tão bem quanto antes. Um 
professor chamado Paulo Freire (1996) caracterizou esse tipo de ensino 
tradicional, no qual o professor fala e o aluno só escuta (ou finge escutar), 
como educação bancária.
Na educação bancária, o professor deposita seu conhecimento 
na cabeça do aluno comparada a uma caixa registradora e, ao final, o 
aluno devolve o depósito realizado por meio do instrumento de avaliação, 
ficando com sua caixa registradora vazia, ou seja, sem assimilação do 
conhecimento. A educação bancária não prepara o estudante para a 
resolução de problemas concretos, fazendo com que o aprendizado 
tenha características meramente de reprodução. 
Metodologias Ativas
13
Portanto, os tempos atuais exigem uma educação que dê respostas 
aos problemas concretos da sociedade, de maneira tal que promova a 
formação de “estudantes, professores, profissionais e pesquisadores 
com práticas cada vez mais abertas, inclusivas e colaborativas que 
sejam apoiadas em princípios, metodologias e tecnologias acessíveis e 
transparentes” (OKADA; RODRIGUES, 2018, p. 42). Isto posto, tendo em 
vista a preocupação de estimular no aluno habilidades e competências 
necessárias a este novo tempo em uma sociedade tão permeada de 
tecnologias, apresentamos a metodologia PBL. 
DEFINIÇÃO:
Sanches (2016) apresenta a PBL como uma das principais 
tendências e inovações em nível mundial no campo das 
metodologias de ensino e, segundo ele, embora não seja 
novidade, ainda é pouco utilizada pelas escolas de um 
modo geral – principalmente no Brasil. Quer seja por falta 
de um conhecimento mais profundo da metodologia, quer 
seja por insegurança na aplicação de um  método muito 
diferente do tradicional.
REFLITA:
Por que usar a metodologia PBL? Qual a vantagem para 
estudantes, professores e instituições?
Diante de tudo que expomos, utilizamos o PBL porque se dispõe a 
apresentar uma metodologia ativa com uma nova abordagem buscando 
superar o ensino tradicional bancário. De grande valia aos estudantes por 
ser uma metodologia na qual a autonomia é estimulada na caminhada 
pela busca do conhecimento, por meio de aulas mais dinâmicas nas 
quais são desafiados à resolução de problemas concretos, trabalho em 
grupo, pesquisa, liderança e principalmente protagonismo no aprender a 
aprender. A autonomia do aluno está relacionada a uma postura ativa do 
mesmo em relação a sua própria aprendizagem, o aprender a aprender.
De grande valia também aos professores com a possibilidade 
de repensar seu fazer docente, bem como às instituições de ensino 
Metodologias Ativas
14
que oportunizam um diferencial na formação de seus alunos e no seu 
relacionamento com a sociedade no enfrentamento dos desafios 
contemporâneos.
REFLITA:
Mas afinal, quando surgiu essa metodologia? Qual sua 
história e seu contexto? Quais as primeiras experiências de 
aplicação na educação?
Vamos tentar entender um pouco mais tudo isso? 
PBL: contando sua história 
Para entender esta metodologia, primeiramente vamos falar sobre 
metodologias ativas, pois é neste contexto que está inserida a metodologia 
problem based learning. 
Diversos autores como Sobral e Campos (2011), Bastos (2006), 
Berbel (2011), entre outros, têm apresentado discussões a respeito das 
metodologias ativas. 
DEFINIÇÃO:
Para Sobral e Campos (2011, p. 209): “metodologia ativa 
(MA) é uma concepção educativa que estimula processos 
de ensino-aprendizagem crítico-reflexivos, nos quais o 
educando participa e se compromete com seu aprendizado”.
Como acontece a aprendizagem nas metodologias ativas? 
Além do comprometimento do estudante com seu próprio 
aprendizado, Bastos (2006) argumenta que o processo de aprendizagem 
acontece por meio de análise, estudos, pesquisas e decisões individuais 
ou coletivas em que o professor atua como um facilitador ou orientador 
para que o estudante faça pesquisas, reflita e decida por ele mesmo. 
Nas metodologias ativas as análises dos estudantes acontecem 
por meio de experiências em diferentes contextos com objetivo de 
Metodologias Ativas
15
apresentar possíveis soluções. Conforme pondera Berbel (2011, p. 29), “as 
Metodologias Ativas baseiam-se em formas de desenvolver o processo 
de aprender, utilizando experiências reais ou simuladas, visando às 
condições de solucionar, com sucesso, desafios advindos das atividades 
essenciais da prática social, em diferentes contextos”.
Para Berbel (2011), a aprendizagem baseada em problemas 
está inserida nas metodologias ativas por considerar a aplicação 
de conhecimentos na solução de problemas concretos. Tem como 
fundamento a ideia de que a aprendizagem significativa se dá com base 
na solução de problemas.
RESUMINDO:
Aprendizagem significativa é contrária à transferência de 
conhecimento sem efetividade. Nessse sentido, Freire 
(1996) declara que a aprendizagem se dá de forma mais 
efetiva se o processo possibilita a produção ou a construção 
do conhecimento e, em PBL, podemos considerar que 
o conhecimento apreendido se faz significativo na busca 
pela solução de problemas concretos. Supera-se a ideia do 
ensino como apenas uma transferência de conhecimento.
Os tempos atuais exigem cada vez mais o desenvolvimento de 
outras habilidades e competências no enfrentamento dos desafios 
apresentados. Concordamos com Berbel (2011) que a complexidade 
crescente dos diversos setores da vida no âmbito mundial, nacional e 
local tem demandado cada vez mais o desenvolvimento de capacidades 
humanas de pensar, sentir e agir de modo cada vez mais amplo e 
profundo, comprometido com as questões do entorno em que se vive. 
Portanto, a metodologia PBL se faz muito necessária. 
REFLITA:
Mas, afinal, como se deu o surgimento do PBL?
Metodologias Ativas
16
A metodologia de aprendizagem baseada em problemas, conhecida 
também pela sua sigla em inglês problem based learning (PBL), começou 
a ser desenvolvida nas universidades McMaster (Canadá) e Maastrich 
(Holanda).
De acordo com Borges et al. (2014), essa metodologia foi introduzida 
inicialmente no ensino de Ciências da Saúde na McMaster University, 
Canadá, em 1969, e desde então várias outras escolas, especialmente os 
cursos de Medicina, passaram a utilizá-la na estrutura curricular, de forma 
plena ou como um currículo paralelo ou em parte da grade curricular.Entre as escolas de Medicina que se apoiam na metodologia, estão: 
Maastrich University (Holanda), Southern Illinois School of Medicine (EUA), 
Faculté de Medicine – Université de Sherbrooke (Canadá) e Harvard 
Medical School (EUA), entre outras. 
Por ter se estabelecido como uma metodologia de aprendizagem 
que apresenta resultados exitosos, tem sido implementada como base 
em programas curriculares de cursos de graduação ao redor do mundo, 
especialmente na área de Saúde, como visto anteriormente.
NOTA:
Aqui no Brasil a metodologia tem sido aplicada em diversas 
instituições, tendo iniciado nos cursos da área da saúde 
e engenharia. Tem-se conhecimento de que as primeiras 
experiências foram na Faculdade de Medicina de Marília 
(SP) e na Universidade Estadual de Londrina – UEL (PR). 
Porém, muitos outros cursos têm buscado a metodologia 
PBL como opção para inovação no ensino. De acordo com 
Borges et al. (2014), 19% dos cursos de Medicina declararam 
usar essa metodologia.
Segundo exposto no site Escola Web, no Brasil o PBL passou a ser 
discutido há pouco mais de duas décadas. Alguns de seus conceitos já 
permeavam os Parâmetros Curriculares Nacionais publicados em 1997 e 
foram utilizados para nortear exames oficiais como o ENEM. 
Metodologias Ativas
17
REFLITA:
Você já pensou em como ficou a aplicação PBL com o 
advento das TICs?
As TICs servem de suporte para a implementação da metodologia 
junto aos estudantes, tal relação entre TIC e PBL passou a ser mais efetiva 
especialmente a partir dos anos 1990 (FARIAS; SPANHOL; SOUZA, 2017). 
Podemos dizer que a tecnologia se apresenta como uma facilitadora 
das possibilidades pretendidas pela metodologia, porém por si só não 
garante êxito ou inovação no processo.
Existem fundamentos preciosos que precisam ser levados em 
consideração na aplicação da PBL e é sobre isso que discutiremos a 
seguir. Preparado para ampliar um pouco mais seu conhecimento sobre 
PBL?
RESUMINDO:
E então? Gostou do que mostramos? Os motivos que 
justificam e incentivam o uso da aprendizagem baseada 
em problemas estão em sintonia com as novas demandas 
da sala de aula do século XXI, que não comporta mais 
um ensino conteudista e passivo por parte dos alunos. 
Aprendemos também que a metodologia nasceu nos 
cursos de medicina e que a tecnologia se apresenta como 
uma grande aliada na aplicação dessa metodologia ativa. 
Ainda temos muito mais conhecimentos para compartilhar! 
Contamos com seu comprometimento e participação. 
Vamos seguir!
Metodologias Ativas
18
Problem Based Learning (PBL) 
Fundamentos da Metodologia 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de identificar 
os fundamentos da metodologia da aprendizagem 
baseada em problemas. Isso será fundamental para que 
sua formação em Metodologias Ativas seja completa. Para 
falarmos sobre o passo a passo da metodologia, faz-se 
necessário salientar que o PBL (problem based learning) é 
uma metodologia na qual os estudantes lançam mão de 
conhecimentos sistematizados na busca pela solução de 
problemas categorizados. Os problemas são elaborados 
com vistas a abarcar os conhecimentos essenciais 
propostos no currículo escolar. Desta maneira, o estudante 
coletivamente inicia sua jornada inspirado por um ensino 
que se propõe a ser inovador em sua abordagem. Vamos 
adiante!
Para Farias, Espanhol e Souza (2017), o foco do aprendizado é buscar 
a solução do problema, prioritariamente em grupo, seguindo um passo a 
passo mais rígido e clássico, valorizando as competências de trabalho em 
grupo. Os princípios do PBL têm como inspiração, segundo Berbel (1998, 
p. 152) 
os princípios da escola ativa, do método científico, de um 
ensino integrado e integrador dos conteúdos, dos ciclos 
de estudo e das diferentes áreas envolvidas, em que os 
alunos aprendem a aprender e se preparam para resolver 
problemas relativos à sua futura profissão.
Um dos fundamentos da metodologia está centrado na 
aprendizagem em grupo, sugerindo-se pequenos grupos, pois o trabalho 
em grupo é entendido como um facilitador na aquisição de conhecimentos, 
de habilidades de comunicação, empatia, interação, partilha, convivência 
com a diversidade, dentre outros aspectos. 
Metodologias Ativas
19
REFLITA:
Quais os fundamentos para uma aplicação PBL em 
diferentes níveis educacionais?
A metodologia PBL contribui para o desenvolvimento de 
competências relevantes no estudante, que estão na possibilidade de 
ampliar os seus conhecimentos na resolução de problemas, na motivação 
para o aprendizado, na autonomia no aprender a aprender, bem como no 
trabalhar em equipe.
A proposta curricular se organiza ao redor de cenários de 
problemas, e não de disciplinas, propondo uma integração interdisciplinar, 
na promoção de conexões entre as diferentes áreas do conhecimento. 
Cabe aos estudantes se engajarem na situação apresentada, buscando 
informações e dados como suporte e, ao mesmo tempo, desenvolvendo 
habilidades e competências na trajetória empreendida.
A aprendizagem em grupo facilita a aquisição de conhecimentos e 
habilidades de comunicação, trabalho em grupo, responsabilidade pela 
própria aprendizagem, compartilhamento de informações e respeito pelo 
outro (BORGES et al., 2014). 
REFLITA:
Quais os passos de um grupo para análise e discussão de 
problemas na metodologia PBL?
O ponto de partida encontra-se no problema apresentado aos 
estudantes, formulado pelos professores das diferentes disciplinas, o qual 
será analisado e discutido em pequenos grupos, com o auxílio de um 
tutor/docente. 
Os sete passos
De acordo com Borges et al. (2014) e Berbel (2011), podemos resumir 
em sete passos as atividades de um grupo de PBL, sendo:
Metodologias Ativas
20
1. Leitura do problema, identificação e esclarecimento de termos 
desconhecidos contidos na descrição do problema.
2. Identificação dos problemas propostos. Qual é o problema ou 
quais são eles? Não tente, por enquanto, explicar o porquê dos 
problemas. 
3. Formulação de hipóteses (brainstorming). Os alunos se utilizam 
nesta fase dos conhecimentos de que dispõem sobre o 
assunto. A primeira sessão tutorial visa trazer para discussão 
os conhecimentos prévios do grupo. Todos possuem, de certa 
maneira, conhecimentos prévios, e alguns se lembram de 
coisas que os outros esqueceram. Trabalhar em grupo é muito 
importante, principalmente saber respeitar a opinião dos outros e 
fazer da discussão mais uma oportunidade de aprender. 
4. Resumo das hipóteses do problema apresentado. 
5. Formulação dos objetivos de aprendizagem. Trata-se da 
identificação do que o aluno deverá estudar para aprofundar 
os conhecimentos incompletos formulados nas hipóteses 
explicativas. O ideal é ser objetivo, isto é, formular os objetivos com 
base nos problemas, sem tentar estudar tudo sobre o assunto, 
pois o tempo não será suficiente. O grupo deve decidir o que é 
importante estudar.
6. Estudo individual dos objetivos de aprendizagem. Buscar 
informações em mais de uma fonte e ter como um dos objetivos 
trocar essas informações, de fontes diversificadas, na discussão 
em grupo. O estudo ou busca de informações são essencialmente 
individuais.
7. Rediscussão do problema frente aos novos conhecimentos 
adquiridos. Integração das informações e da resolução do caso.
Composição de um grupo de PBL
Todo grupo formado pelos estudantes para resolução de problemas 
deverá ser composto de: um coordenador e um secretário, escolhido entre 
Metodologias Ativas
21
os pares e os demais membros do grupo, que contarão com o auxílio de 
um tutor/docente. A função do tutor/docente e do coordenador é manter 
o foco da discussão e dos objetivos de aprendizagem. 
No quadro 2 abaixo seguem as funções que devem ser 
desempenhadas por cada uma das partes. 
Quadro 2 – Descrição dos papéis dos participantes do grupo
Fonte: Borges et al., 2014, p. 303 (Adaptado).
A metodologia PBL tem suscitado muitas discussões, especialmenteentre aqueles que têm participado do processo de implantação nas 
instituições de ensino, estudantes e docentes, mas segundo Borges et 
al. (2014), o impacto da metodologia na formação dos estudantes poderá 
ser constatado com a evolução profissional do egresso, especialmente as 
características ligadas à autonomia, ao autodidatismo, entre outras.
PBL consiste na aprendizagem baseada em resolução de problemas. 
A centralidade do ensino está no aluno e em atividades de grupo. Os 
Metodologias Ativas
22
estudantes, para solucionar problemas, recorrem aos conhecimentos 
prévios, discutem, estudam, adquirem e integram os novos conhecimentos. 
Essa integração, aliada à aplicação prática, facilita a aquisição do 
conhecimento. Vamos, agora, estudar experiências práticas de aplicação 
do PBL em diferentes segmentos educativos? Continue conosco!
PBL - experiências de aplicação
Agora que você já se familiarizou com os fundamentos da 
metodologia, vamos explicitar como é possível sua aplicação em diferentes 
níveis educacionais. Para tanto, vamos apresentar alguns modelos de PBL 
em diferentes formatos, que podem ser replicáveis ou inspirativos para 
sua turma, depende apenas da realidade na qual você está inserido.
NOTA:
Uma das principais tarefas é o problema bem formulado, 
cabe ao professor formular bons problemas, considerando 
a realidade dos alunos e o programa curricular.
O papel do docente/tutor é primordial para a eficácia do trabalho 
em grupo. 
EXPERIÊNCIA 1. ENSINO SUPERIOR
Este modelo de PBL aplicado em conteúdos da Ciência dos 
Alimentos no formato de ABP encontra-se Aqui.
Figura 2 – Jovens estudantes discutindo em grupo um problema 
Fonte: Freepik
Metodologias Ativas
https://www.cead.ufv.br/site/
23
 • Disciplina: Introdução à Ciência dos Alimentos 
 • Série: 3º Ano 
 • Curso(s): Dietética, Administração de Serviço de Alimentação e 
Economia Doméstica
 • Objetivo geral: introduzir discentes no estudo das propriedades 
dos alimentos e das mudanças que acontecem durante a 
preparação.
 • Objetivos específicos: Conhecimento
1. Discutir a inter-relação entre propriedades da matéria-prima de 
alimentos.
2. Estabelecer os efeitos característicos de química e mecânica 
e tratamentos pelo calor na composição, pela estrutura e pelas 
propriedades físicas dos alimentos.
3. Descrever vários métodos de preservação e processamento de 
alimentos.
4. Discutir mudanças que acontecem nos alimentos durante a 
preparação.
 • Habilidades
1. Demonstrar habilidade para preparar alimento saboroso.
2. Conduzir testes de qualidade na preparação de alimentos.
3. Demonstrar habilidades para preparação de alimentos básicos, 
uso apropriado de equipamentos, administração de tempo e 
manipulação de alimento seguro.
 • Atitudes e valores
1. Registrar cuidadosamente todos os dados requeridos aos 
relatórios de laboratório e demonstrar utilização desses dados na 
decisão de fabricação.
2. Demonstrar comportamento ético e profissional na sala de aula e 
nas situações de laboratório.
Metodologias Ativas
24
3. Interagir com outros estudantes ajudar na aprendizagem do 
assunto por meio de troca de ideias com os semelhantes em 
situações de aprendizagem cooperativa.
 • Tempo para solução: Sete dias 
 • Composição do grupo: 4 elementos 
 • PROBLEMA (Texto)
 • Título – “Água”
Problema 1. Você abriu um restaurante recentemente em uma 
pequena cidade no centro da Flórida. Uma dupla de empregados do 
restaurante informa que estão tendo problemas com o chá, que está 
turvo. Você também nota que alguns dos cartões de comentário de cliente 
declararam que os legumes estão com a cor e consistência alteradas. Qual 
é o problema e como você o resolverá? – O grupo de desenvolvimento de 
produto alimentício decide que seria adequado reunir alguns dados sobre 
a atividade de água do produto que o grupo está testando. Como o grupo 
irá colecionar os dados com eficácia e precisão?
Problema 2. Como o gerente de uma operação de serviço de 
alimentação, você nota que seus empregados começaram a colocar arroz 
seco nos saleiros. Argumente várias razões para justificar por que você 
continuará ou descontinuará essa prática.
 • Suposto conhecimento prévio
1. Métodos de conservação de alimentos 
 • Docente/Tutor 
1. Autosselecionar grupos de 4 elementos.
2. Definir as funções dos membros.
3. Minipreleção para introduzir o tópico do problema, mas sem 
nenhuma direção para a solução do problema.
4. Apresentar os problemas aos estudantes.
5. Instrução para relatar o processo, incluindo lista de referência.
Metodologias Ativas
25
 • Abrangência interdisciplinar (Disciplinas)
1. Princípios de Conservação de Alimentos 
2. Administração
 • Fonte/Referência: incluir 
EXPERIÊNCIA 2. ENSINO FUNDAMENTAL II E ENSINO MÉDIO
Figura 3 – Estudantes adolescentes trabalhando reunidos em grupo na sala de aula
Fonte: Freepik
 • Disciplina: Educação ambiental 
 • Série: Primeiras séries de escola pública
 • Curso(s): Ensino Fundamental II e Ensino Médio
 • Objetivo geral: Levar os estudantes a reflexão sobre problemas de 
centros urbanos que impactam no futuro das gerações no planeta. 
 • Objetivos específicos: Conhecimento
1. Discutir a inter-relação entre o lixo urbano e ocupação do espaço.
2. Levantar os efeitos da falta de conscientização com relação ao 
lixo urbano.
3. Discutir a relação entre a destruição provocada pelas chuvas e o 
desmatamento desenfreado.
Metodologias Ativas
26
 • Habilidades
1. Demonstrar habilidade para promover campanha de 
conscientização.
2. Descrever os principais impactos do descuido com a preservação 
do meio ambiente.
3. Demonstrar habilidades para organizar campanha de 
conscientização sobre desmatamento.
 • Atitudes e valores
1. Registrar cuidadosamente todos os dados levantados sobre lixo 
urbano e desmatamento.
2. Demonstrar comportamento ético e profissional na sala de aula e 
nas situações de pesquisa prática.
3. Interagir com outros estudantes e ajudar na aprendizagem do 
assunto por meio de troca de ideias em situações de aprendizagem 
cooperativa.
 • Tempo para solução: nove dias 
 • Composição do grupo: 4 elementos 
 • PROBLEMA (Texto)
 • Título – “Destruição”
Problema 1. Como morador do bairro, você tem notado que 
o lixo urbano e o descuido com o meio ambiente têm aumentado 
gradativamente. O que fazer com a quantidade de lixo urbano produzido 
pela sociedade atual? 
Problema 2. As chuvas torrenciais provocam grande destruição nas 
cidades. Como cidadão consciente da ocupação desordenada de espaços, 
bem como com as queimadas criminosas de áreas de preservação, 
argumente como a água das chuvas afeta as áreas desmatadas.
 • Suposto conhecimento prévio
Metodologias Ativas
27
Identificação de lixo urbano e áreas de desmatamento na 
comunidade. 
Docente/Tutor 
1. Autosselecionar grupos de 5 elementos.
2. Definir as funções dos membros.
3. Minipreleção para introduzir o tópico do problema, mas sem 
nenhuma direção para a solução do problema.
4. Apresentar os problemas aos estudantes.
5. Instrução para relatar o processo, incluindo lista de referência.
Abrangência interdisciplinar (Disciplinas)
1. Princípios de conservação do meio ambiente
2. Ciências e meio ambiente (água, solo e diferentes formas de 
poluição)
3. Organização e liderança
Fonte/Referência: incluir 
EXPERIÊNCIA 3. EDUCAÇÃO INFANTIL E/OU ENSINO FUNDAMENTAL I
Figura 4 – Crianças reunidas trabalhando em grupo 
Fonte: Freepik
Metodologias Ativas
28
 • Disciplina: Introdução a alimentos saudáveis 
 • Série: iniciais 
 • Curso(s): educação infantil e ensino fundamental I
 • Objetivo geral: Introduzir as crianças no estudo dos alimentos 
saudáveis
 • Objetivos específicos: Conhecimento
1. Discutir a inter-relação entre propriedades dos alimentos e vida 
saudável.
2. Estabelecer os efeitos característicos da ingestão de alimentos 
saudáveis.
3. Descrever vários métodos de preservação e processamentode 
alimentos.
 • Habilidades
1. Demonstrar habilidade para reconhecer alimento saudável.
2. Mostrar habilidade em identificar as cores dos alimentos e sua 
relação com a saúde.
 • Atitudes e valores
1. Registrar com desenhos os dados requeridos na identificação de 
alimentos naturais.
2. Demonstrar comportamento ético na aceitação da diversidade de 
alimentação.
3. Interagir com outros estudantes e ajudar na aprendizagem do 
assunto por meio de troca de ideias em situações de aprendizagem 
cooperativa.
 • Tempo para solução: 7 dias 
 • Composição do grupo: 4 elementos 
 • PROBLEMA (Texto)
 • Título – “Com água na boca”
Metodologias Ativas
29
Problema 1. Doces, bolachas, frutas e verduras enchem a nossa 
boca de água quando estamos com fome. Quais alimentos me ajudam a 
crescer e ficar forte? 
 • Suposto conhecimento prévio
As frutas mais populares. 
 • Docente/Tutor 
1. Autosselecionar grupos de 4 elementos.
2. Definir as funções dos membros.
3. Minipreleção para introduzir o tópico do problema, mas sem 
nenhuma direção para a solução do problema.
4. Apresentar os problemas aos estudantes.
5. Instrução para relatar o processo, incluindo lista de referência.
 • Abrangência interdisciplinar (Disciplinas)
1. Princípios de Alimentos Saudáveis
2. Diversidade
 • Fonte / Referência: incluir
NOTA:
Para o sucesso do PBL, prepare-se mais e mais discutindo 
com seus colegas os conceitos aqui apresentados e 
ampliando seu conhecimento por meio de pesquisa 
individual e em grupo. Exercite o PBL desde já!
Metodologias Ativas
30
RESUMINDO:
Neste capítulo encerramos nossos estudos sobre 
a Metodologia Ativa de aprendizagem baseada em 
problemas conhecendo os 7 passos de um grupo de PBL 
e como ele deve ser composto, com suas respectivas 
funções e atribuições. Para finalizar, apresentamos 
exemplos de aplicações para diversos níveis de ensino, 
com a finalidade de unir a teoria à aplicação prática da 
metodologia. Sigamos nossos estudos, que tratarão no 
próximo capítulo da aprendizagem baseada em projetos! 
Vamos adiante!
Metodologias Ativas
31
Aprendizagem baseada em projetos - ABP
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo você será capaz de contextualizar 
a importância da aplicação da Aprendizagem Baseada 
em Projetos (ABP), ou Project Based Learning (PBL). Para 
isso, apresentamos a metodologia como facilitadora do 
desenvolvimento da autonomia do aluno e do professor 
frente ao processo de aprendizagem, vindo a contribuir 
para ampliar habilidades, competências e aprendizado 
colaborativo. Vamos adiante!
O modelo tradicional de ensino, no qual o professor assume o 
papel de detentor absoluto do conhecimento, está aquém das novas 
exigências. A imagem do professor como transmissor de conteúdo e 
protagonista principal do processo educativo, bem como a imagem do 
aluno receptor passivo, há muito ficaram distante. Os alunos mudaram, 
pois representam as primeiras gerações que cresceram com as novas 
tecnologias, processando informações de maneira diferente das 
gerações anteriores. Diante da diversidade apresentada pela internet, 
eles se comunicam conectados, colaboram e compartilham informações, 
interagindo individualmente e em grupo.
Com isso, convivemos com uma nova possibilidade, o papel do 
professor como orientador e do aluno como protagonista na busca pelo 
conhecimento sistematizado. Esta possibilidade pode ser materializada 
por meio da aprendizagem baseada em projetos, que prioriza a construção 
colaborativa de conhecimentos, a autonomia do aluno e o processo 
investigativo de questões complexas, de forma interdisciplinar e em rede. 
Para Bender (2014), ABP é uma opção de ensino para o século XXI, 
considerando as tecnologias de ensino em constante transformação.
O ponto de partida se dá a partir de problemas reais que envolvem a 
comunidade na qual os alunos estão inseridos, ou seja, com base em sua 
realidade. Por isso, uma grande contribuição da aprendizagem baseada 
em projetos está em sua dimensão social.
Metodologias Ativas
32
A ABP promove discussão entre todos os envolvidos no processo 
de aprendizagem, com protagonismo e autonomia de professores e 
estudantes.
Na ABP, os projetos são organizados em atividades investigativas 
mediante tarefas complexas, ideias ou temas propostos que desafiem os 
estudantes. 
A aprendizagem baseada em projetos tem como base a 
interdisciplinaridade, ou seja, a integração de diferentes áreas do 
conhecimento. 
Outro fator relevante na ABP é o estímulo ao desenvolvimento de 
habilidades e competências exigidas no contexto atual, como trabalho 
em grupo/equipe, empatia, convívio com diferentes olhares, relação da 
teoria com a prática por meio da apresentação de soluções a problemas 
concretos, criatividade, espirito investigativo, protagonismo frente a 
diferentes saberes, entre outros. 
Tal metodologia promove a autonomia dos envolvidos no processo 
e faz com que o aluno tenha um papel ativo rumo ao aprendizado, postura 
pesquisadora e crítica que são habilidades exigidas no século XXI.
Na era da conectividade e do compartilhamento, os estudantes 
se interconectam para resolução de problemas e compartilhamento de 
informações, com vistas a superação de dificuldades e execução de 
tarefas escolares. A colaboração que mobiliza os alunos em rede passa a 
ser uma característica geradora nesse ambiente de aprendizagem.
Nesse sentido, diante dessa oferta de meios e recursos, Coll e 
Monereo (2010, p. 31) afirmam que em médio prazo parece inevitável 
que o professor incorpore outros papéis, abandonando paulatinamente 
o de transmissor de informação, substituindo-o por “seletor e gestor dos 
recursos disponíveis, tutor e consultor no esclarecimento de dúvidas, 
orientador e guia na realização de projetos e mediador de debates e 
discussões”.
Metodologias Ativas
33
Portanto, o ambiente da ABP apresenta uma resposta aos 
principais conhecimentos e habilidades exigidos no século XXI, conforme 
observamos na figura 5.
Figura 5 – Elementos essenciais para aprendizagem baseada em projetos
 
Fonte: https://bit.ly/3yDwl5j. (Acesso em 26/06/2020)
De acordo com o relatório Horizon Report, edição 2017, do New 
Media Consortium (NMC), que edita o levantamento anual em parceria 
com o Consortium for School Networking (CoSN) desde 2012, a educação 
básica precisa refletir mudanças sociais para que estudantes estejam 
preparados para o mundo real, sendo este preparo considerado como 
um dos principais desafios para o século XXI. 
Metodologias Ativas
34
Figura 6 – NMC
 
Fonte: https://bit.ly/2TjZXVa (Acesso em 27/06/2020) 
Encare os desafios dos estudantes no século XXI: 
1. Ser colaborativo 
2. Compartilhar conhecimento 
3. Ampliar autonomia
4. Apresentar soluções para a vida real – links teoria e prática.
Portanto, estimular e aprofundar metodologias que estimulem 
a busca por soluções para problemas reais, de forma colaborativa 
e compartilhada, com criatividade e inovação, justifica a prática da 
aprendizagem baseada em projetos.
IMPORTANTE:
O relatório Horizon Report é produzido colaborativamente 
por especialistas, liderado pelo New Media Consortium 
(NMC) e, em sua 14ª edição (2017), descreve os resultados 
anuais da pesquisa em andamento, que se propõe a 
identificar e descrever as tecnologias emergentes que 
possam ter um impacto na aprendizagem, no ensino e na 
pesquisa.
Enfim, podemos constatar que o relatório NMC, Horizon Report-2017, 
expressa necessidades de uma sociedade que vislumbra na educação 
um caminho para superar os desafios por meio de inovação, criatividade, 
metodologias inovadoras e novas tecnologias. Para tanto, é urgente o 
repensar em metodologias, currículos e gestão do conhecimento, bem 
como em suas estruturas para inovar e avançar. 
Metodologias Ativas
35
A ABP se apresenta como um caminho possível na busca por 
soluções criativas e inovadoras. 
A forma colaborativa e compartilhada está no cerneda 
metodologia da ABP, pois acredita-se que por meio da colaboração e do 
compartilhamento consegue-se construir projetos significativos em um 
ambiente de reflexão crítica sobre problemas concretos. 
Conviver e compartilhar são ações que impactam positivamente 
o mundo? Se sua resposta é afirmativa, você não está sozinho nessa. O 
educador Paulo Freire (1996), defensor da educação contextualizada e 
crítica, defende que as pessoas se educam em comunhão, por meio da 
convivência no mundo uns com os outros. 
A ABP tem esta direção, do conviver, do compartilhar e do 
aprendizado colaborativo entre os diferentes atores participantes, na 
busca pela aquisição do conhecimento sistematizado.
Além disso, apresenta possibilidades para que professores, alunos 
e a comunidade escolar como um todo reflitam sobre os desafios da 
sociedade na qual estão inseridos e contribuam para o surgimento de 
espaços educativos compartilhados e colaborativos, que promovam o 
acesso democrático a direitos e maior participação nas decisões nesta 
sociedade contemporânea.
SAIBA MAIS:
Quer saber mais sobre relatório Horizon Report? Clique 
aqui. “NMC Horizon Report: 2017 Higher Education Edition”.
Mas, afinal, como surgiu a ABP? Quais foram seus idealizadores? 
Vamos saber um pouco mais sobre tudo isso? Fique conosco!
Aprendizagem baseada em projetos (ABP) 
- Um pouco de sua história 
O filósofo e educador John Dewey foi um dos principais 
representantes da pedagogia de projetos e um dos precursores da ideia 
Metodologias Ativas
https://youtu.be/jEJOCeRBOGg
https://youtu.be/jEJOCeRBOGg
36
de se trabalhar com projetos como recurso pedagógico no início do século 
XX. Para esse educador, o conhecimento tem na ação e nas experiências 
práticas sua fonte de aquisição, pois é obtido por meio do encontro do ser 
humano com o mundo que o cerca.
Se considerarmos o impacto das tecnologias na sociedade atual, 
podemos dizer que a ABP é uma metodologia que consegue acomodar as 
mudanças advindas deste contexto, servindo de ponte para que os atuais 
estudantes desenvolvam habilidades para lidar com essas inovações que 
exigem deles um protagonismo de resposta (BENDER, 2014).
NOTA:
A ABP está inserida no contexto de metodologias ativas, 
sistematizada por Venturelli (1997), que têm como base 
o aprender a aprender, bem como a prática das teorias 
aprendidas em um processo colaborativo entre os pares. 
Além disso, são centradas nos estudantes, que são vistos 
como protagonistas de processo de aprendizagem.
A perspectiva colaborativa é um dos alicerces da metodologia ABP, 
pois as atividades desenvolvidas pelos grupos, construídas nos projetos, 
caminham nessa direção. Entendemos como colaborativo o ambiente 
educativo no qual pessoas interagem, por meio de discussão, reflexão e 
tomada de decisão. Para além disso, a colaboração também contribui para 
difusão de experiências e pesquisas de outros grupos, oportunizando o 
trabalho em redes de colaboração e o compartilhamento de informações.
Além de Dewey, temos outros pesquisadores de relevância desta 
metodologia, como Kilpatrick (aluno, colega e sucessor de John Dewey), 
que apoiado nas ideias do colega defende que o trabalho com projetos 
é uma atividade intencional, que possibilita incorporar habilidades que 
serão desenvolvidas ao longo do processo, bem como ideias a serem 
materializadas na prática, entre outros aspectos. Tanto John Dewey quanto 
William Kilpatrick são considerados os precursores da aprendizagem 
baseada em projetos. 
Metodologias Ativas
37
Contribuições da ABP - Reflexões
Uma das contribuições que se apregoa acerca da metodologia 
é defendida por Hernández (2000), quando expõe que os projetos 
constituem um espaço que permite a aproximação dos alunos com sua 
realidade, aprendendo a dialogar criticamente para além dos muros da 
escola. Afirma, também, que podem contribuir para o desenvolvimento 
de habilidades e competências relacionadas: à formulação e resolução 
de problemas, à integração entre diferentes saberes e conhecimentos, à 
síntese de ideias e à tomada de decisões, entre outros aspectos.
No Brasil, a caracterização das metodologias ativas, na qual estão 
incluídas a ABP tem um forte componente social. As possibilidades de 
aplicação na educação das metodologias ativas foram iniciadas na década 
de 1990, quando começaram a compor experimentos nas escolas de 
Medicina e Enfermagem, sendo pioneiras as escolas de Marília, Botucatu 
e Londrina, conforme aponta Venturelli (1997). As ideias que compõem a 
metodologia de projetos chegaram ao Brasil na década de 1930, ideias de 
Dewey traduzidas por Anísio Teixeira (BEHRENS; JOSE, 2001).
Outras vantagens obtidas pelos praticantes da ABP consistem em: 
1. A escola ficar mais atraente para o aluno.
2. Melhorar a aprendizagem. 
3. Construir habilidades para a vida. 
4. Ajudar a alcançar metas do currículo. 
5. Oferecer oportunidades para os alunos usarem a tecnologia. 
6. Tornar o ensino mais agradável e gratificante. 
7. Conectar os alunos com a comunidade e o mundo. 
Fonte: https://bit.ly/3fiXeUw
Como organizar um projeto pedagógico na ABP? Quais são seus 
fundamentos? Vamos conversar mais sobre isso?
Metodologias Ativas
38
RESUMINDO:
Chegamos ao final de nosso primeiro capítulo sobre a 
metodologia ativa de aprendizagem baseada em projetos. 
Estudamos que a ABP tem como base a interdisciplinaridade, 
ou seja, a integração de diferentes áreas do conhecimento 
desenvolve habilidades e competências exigidas no 
contexto atual, como trabalho em grupo/equipe, empatia, 
convívio com diferentes olhares, relação da teoria com a 
prática por meio da apresentação de soluções a problemas 
concretos. Vimos também que a ABP apresenta uma 
proposta aos conhecimentos e à habilidade requeridos 
no século XXI. Por fim, conhecemos as vantagens obtidas 
com a implementação da ABP, que terá sempre como 
missão desenvolver projetos de forma colaborativa, 
partindo de uma mediação pedagógica articulada com as 
competências requeridas. Vamos adiante, pois temos ainda 
muita coisa interessante para conhecer!
Metodologias Ativas
39
Aprendizagem Baseada em Projetos 
(ABP) Principais fundamentos de 
projetos pedagógicos 
INTRODUÇÃO:
Em nosso último capítulo de estudos da segunda unidade 
de Metodologias Ativas, estudaremos as diferentes etapas 
de elaboração de um projeto pedagógico na ABP, bem 
como a diversidade de propostas neste âmbito, encerrando 
com a partilha de experiências onde poderemos aplicar na 
prática os conhecimentos adquiridos. Contamos com sua 
dedicação. Sigamos juntos!
Para Campos (2011), um projeto se constitui em um esforço 
temporário empreendido para criar um produto ou resultado exclusivo. 
Além disso, o projeto deve ter prazos definidos, indicando início 
e término, uma gestão adequada para promover seu desenvolvimento, 
considerando a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e 
técnicas, com vistas a atender aos requisitos propostos em sua elaboração.
Um projeto, para ser bem-sucedido, deve considerar a participação 
de todos os envolvidos em sua elaboração. As palavras colaboração e 
compartilhamento são molas propulsoras da ABP.
Etapas para a elaboração de um projeto
O que se tem são algumas indicações para a composição de um 
projeto. Apresentaremos algumas ideias recorrentes a partir de agora.
Buck Institute for Education (2008)
O Buck Institute for Education, desde a década de 1990, realiza 
estudos sobre a ABP, sendo um dos centros de referência da temática. 
Apresenta como proposta o desenvolvimento de projeto por meio de seis 
passos, conforme expomos: 
Metodologias Ativas
40
 • Primeiro – desenvolver a ideia do projeto. 
 • Segundo – decidir o escopo do projeto.
 • Terceiro passo – selecionar os padrões de qualidade, deixando 
claro quais são eles.
 • Quarto passo – incorporar resultados simultâneos.
 • Quinto passo – trabalhar a partir de critérios de formulação.
 •Sexto passo – criar um ambiente ideal de aprendizagem, com 
base na colaboração.
Nesta estrutura o docente atua como mediador, articulador e/ou 
facilitador do processo, oportunizando ao estudante seu protagonismo. 
No entanto, cabe ao professor a gestão e a articulação do processo 
de elaboração, bem como avaliar as etapas e apresentar os feedbacks 
necessários. Um projeto educacional apresenta quatro fases de 
elaboração propostas pelo idealizador: 
a. Intenção.
b. Planejamento.
c. Execução.
d. Julgamento.
SAIBA MAIS:
William Heard Kilpatrick, matemático e físico dos EUA (1871-
1965), discípulo de Dewey, destacou-se principalmente 
pelo seu trabalho no “Método de Projetos”. Para Kilpatrick, 
não basta a atenção, é necessário também a intenção, 
pois esta torna o educando agente que prepara e executa. 
(Fonte: https://bit.ly/3wACehY)
Cada fase proposta é concebida por meio da identificação de uma 
situação real sendo que, ao final, apresenta-se um produto, uma resolução 
ou um serviço como resultado do projeto.
Metodologias Ativas
https://bit.ly/3wACehY
41
Projetos podem ser definidos como tarefas, ideias complexas ou 
situações-problemas que envolvem os alunos.
Outro modelo de estrutura para elaboração de projeto em um 
enfoque da ABP encontra-se divulgado no site Porvir, link de interesse 
https://bit.ly/3oPbVli, com os seguintes critérios e etapas:
a. Criação e planejamento – defina um problema central, formule uma 
questão orientadora, planeje atividades a serem desenvolvidas, 
elabore um cronograma.
b. Desenvolvimento – incentive os alunos, envolva a turma durante 
o processo, mantenha o diálogo, estimule os alunos a fazerem 
perguntas.
c. Monitoramento e avaliação – acompanhe e registre o 
desenvolvimento dos alunos, observe a motivação e o interesse 
pelas atividades, veja se as atividades contribuem para a 
construção do conhecimento, avalie a necessidade de se fazer 
ajustes no projeto.
d. Encerramento – reflita com os alunos sobre as aprendizagens 
adquiridas, avalie se os objetivos foram atingidos, divulgue os 
resultados obtidos.
Todas as etapas do projeto devem ser marcadas pela autonomia do 
professor e do aluno em compartilhar e colaborar uns com os outros. O 
docente, como gestor do processo, deve estimular e orientar os alunos ao 
longo de toda a jornada, promovendo a busca pelo protagonismo de seus 
estudantes e o aprender a aprender. 
Além disso, é importante a avaliação que pode ser realizada durante 
todas as fases, considerando a participação do aluno, o comportamento 
individual e a interação do grupo, a qualidade da participação, a qualidade 
do trabalho final proposto e de sua apresentação final (BENDER, 2014).
Há uma diversidade de formas de elaboração de projetos, como 
você deve ter notado. Vamos conhecer alguns modelos de projetos de 
ABP que foram executados? 
Metodologias Ativas
https://bit.ly/3oPbVli
42
Aprendizagem baseada em projetos - 
experiências 
A aprendizagem baseada em projetos pode ser aplicada em todos 
os segmentos educacionais. No entanto, sabemos que temos muitos 
desafios a serem superados para a efetiva ampliação da metodologia nas 
escolas, de maneira geral, especialmente pela necessidade de formação 
constante.
Neste espaço apresentaremos alguns projetos que foram 
executados e que servem de inspiração para professores, gestores e 
coordenadores que queiram implantar a ABP.
REFLITA:
O que é importante na ABP? Uma das principais 
tarefas é o estímulo a um ambiente colaborativo e de 
compartilhamento de ideias e experiências, considerando 
a realidade dos alunos e o programa curricular.
É importante não perder de vista que o papel do professor como 
gestor é relevante para a eficácia do trabalho em grupo. 
EXPERIÊNCIA 1. ENSINO SUPERIOR
O relato dessa experiência de ABP encontra-se registrado em 
Campos et al. (2016) e aborda uma aplicação de ABP no curso superior 
de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, na disciplina 
Projeto de Desenvolvimento.
Para fins didáticos, apresentaremos resumidamente os seguintes 
critérios de projeto: 
a. Criação e planejamento – problema central, questão orientadora, 
atividades a serem desenvolvidas, cronograma.
b. Desenvolvimento – incentive os alunos, envolva a turma durante o 
processo, mantenha o diálogo, estimule os alunos a fazer perguntas. 
Metodologias Ativas
43
c. Monitoramento e avaliação – acompanhe e registre o 
desenvolvimento dos alunos, observe a motivação e o interesse 
pelas atividades, veja se contribuem para a construção do 
conhecimento, avalie a necessidade de se fazer ajustes no projeto. 
d. Encerramento – reflita com os alunos sobre as aprendizagens 
adquiridas, avalie se os objetivos foram atingidos, divulgue os 
resultados obtidos.
Dessa forma, acompanhe conosco.
a. Criação e planejamento – simulação de participação em um 
projeto de desenvolvimento de software, considerando as 
melhores práticas existentes no mercado.
b. Desenvolvimento – o docente se utiliza de metodologia colaborativa 
na qual a turma de estudantes, vinculadas ao docente, é dividida 
em times de trabalho que se revezam em ciclos, de quatro a cinco 
pessoas, ao longo do semestre trabalhando em um problema, até 
a apresentação de um produto que represente a solução.
A primeira ação é levantar o perfil dos alunos e seus conhecimentos 
referentes à tarefa proposta, por meio de uma ferramenta computacional. 
Tal ação é proposital, pois o docente formou times com base na 
diversidade de conhecimentos e habilidades. Os estudantes participam 
da escolha a respeito da temática do projeto, das metodologias e das 
tecnologias a serem aplicadas. Para tanto, realiza-se o processo de 
brainstorm, em que todos os integrantes são convidados a compartilhar 
ideias para potenciais projetos. Incentiva-se o pensamento em projetos 
com diferenciais concretos e aplicação de mercado, sendo definido pela 
matriz “Esforço X Impacto” para a escolha do projeto.
c. Monitoramento e avaliação – cada membro do time tem suas 
responsabilidades individuais refletidas na sua avaliação. O 
docente conduz todo o processo por meio de metas, avaliações 
e feedbacks. A gestão dos projetos fica sob a responsabilidade 
do docente, que gera e/ou utiliza recursos educacionais diversos 
para dar suporte a essa gestão. 
d. Encerramento – foram desenvolvidos 68 projetos, dos quais 43 em 
plataforma web, nove webapps (aplicativos híbridos), dois projetos 
Metodologias Ativas
44
desktop utilizando a tecnologia Arduino, 12 mobile (sistemas 
operacionais Android e iOS) e dois jogos digitais. 
Destes, 12 projetos tornaram-se Trabalhos de Conclusão de 
Curso e quatro resultaram em produtos que tiveram continuidade de 
desenvolvimento após a disciplina. 
Os alunos foram responsáveis pelas escolhas técnicas, aprimorando 
seu senso analítico e crítico em relação à resolução de problemas e às 
ferramentas necessárias. Houve relatos de alunos a respeito da aplicação 
de algumas técnicas nas empresas em que trabalham ou de ingresso em 
uma vaga trabalho por conta de aprendizados adquiridos especialmente 
nesta disciplina, por causa da metodologia ABP.
EXPERIÊNCIA 2. ENSINO FUNDAMENTAL I, ENSINO FUNDAMENTAL 
II E ENSINO MÉDIO
Esta é uma simulação de projeto e pode ser aplicada em segmentos 
educacionais diversificados, considerando a realidade de cada público.
a. Criação e planejamento: realização de uma feira de alimentos 
orgânicos.
b. Desenvolvimento: o professor faz um levantamento junto aos 
alunos para determinar quantos têm conhecimento ou experiência 
com alimentos orgânicos ou mesmo na unidade familiar.
O professor divide os alunos em grupos para pensar nas primeiras 
ações do objetivo proposto; os alunos definem todas as etapas com 
a mediação do professor; cada etapa é registrada pelos grupos e 
apresentada oralmente. 
Para determinar as porções e as quantidades de alimentos a 
serem comprados e preparados,é preciso saber multiplicar e dividir, e os 
estudantes deverão aprender essas operações não pela determinação do 
professor, mas sim para a realização do projeto, o que confere sentido à 
aprendizagem.
c. Monitoramento e avaliação – o professor acompanha cada 
atividade dos grupos, fazendo anotações e mediações para o 
andamento do processo.
Metodologias Ativas
45
d. Encerramento – organizada a feira de alimentos orgânicos pelos 
grupos de trabalho o docente faz uma roda de conversa para 
levantar os benefícios e os pontos a serem melhorados para a 
próxima edição. Foram registradas as atividades por meio de 
fotografias e uma exposição de fotos das atividades, com relatos 
dos alunos que se envolveram em todo processo.
EXPERIÊNCIA 3. EDUCAÇÃO INFANTIL, ENSINO FUNDAMENTAL I
Esta experiência trata-se de uma experiência ocorrida na Espanha, 
junto às crianças de diferentes segmentos: ensino infantil, primário e 
secundário, de um colégio espanhol. 
O projeto tem a seguinte situação-problema: “um extraterrestre, 
em forma de pequeno robô, chega ao colégio. A partir daí, que podemos 
fazer?” 
Com a gestão do professor, os estudantes decidiram criar uma 
narrativa desse robô usando textos, música, contando uma história e 
trabalhando a robótica. As áreas de conhecimento envolvidas foram: 
Literatura, Música, Física e Química. 
O grande desafio da ABP é no âmbito da formação de professores 
e, especialmente, professores que relatem suas experiências para servir 
como inspiração a outros docentes na metodologia ABP.
RESUMINDO:
Chegamos ao final dos estudos sobre a Aprendizagem 
Baseada em Projetos. Ao longo de nossa trilha de 
aprendizagem fundamentamos a estrutura dos projetos 
pedagógicos, conhecendo as etapas para elaboração e os 
pontos de atenção que devem ser observados ao longo do 
desenvolvimento. Por fim, apresentamos alguns exemplos 
de aplicação, para inspirar você a aplicar essa Metodologias 
Ativa tão rica de possibilidades e que certamente contribuirá 
muito para potencializar as experiências de aprendizagem 
de seus alunos. Desejamos a você muito sucesso!
Metodologias Ativas
46
REFERÊNCIAS
BARROWS, H. S. A Taxonomy of problem-based learning methods. 
Medical Education, v. 20, p. 481-486, 1986.
BEHRENS, M. A.; JOSE, E. M. A. Aprendizagem por projetos e os 
contratos didáticos. Revista Diálogo Educacional. n. 2. n. 3. p. 77-96. jan. 
/jun., 2001. 
BENDER, W. N. Aprendizagem baseada em projetos: educação 
diferenciada para o século XXI. Trad. Fernando S. Rodrigues. Rio Grande 
do Sul: Pensa Editora Ltda., 2014.
BERBEL, N. A. N. As metodologias ativas e a promoção da autonomia 
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	Aprendizagem baseada em problemas - PBL 
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