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E-BOOK ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING I Introdução ao Marketing APRESENTAÇÃO Nesta Unidade de Aprendizagem vamos conhecer como se deu o surgimento do marketing, sua contextualização histórica e como os elementos de produção, venda e clientes compõem a relação entre o marketing e as organizações – independente de seu tamanho e segmento. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Construir a linha do tempo do marketing.• Identificar o surgimento do marketing na sociedade.• Relacionar os elementos produção, venda e clientes, dentro do ambiente de marketing.• DESAFIO Para o desafio desta unidade, vamos elaborar uma linha do tempo de um determinado produto (pode ser de alimentação, transporte, vestuário), apontando os principais acontecimentos que retratem a evolução da economia na sociedade, até chegarmos aos dias atuais. Não é preciso se prender a datas e sim ao processo evolutivo, mostrando como cada mudança de determinado período influenciou na forma como o determinado produto é comercializado hoje. Para isso, leve em consideração os primórdios da sociedade de consumo, as principais mudanças e os impactos de cada um desses períodos. - Orientação de resposta do aluno: Procura-se com esse desafio que o aluno consiga organizar os principais acontecimentos que influenciaram na evolução da economia para que esta chegasse à situação atual. A linha do tempo irá representar o processo evolutivo, induzindo-o a compreender que o marketing surgiu dessa evolução, que não se trata de uma movimentação estática, mas sim em constante aprimoramento. INFOGRÁFICO A intenção deste infográfico é mostrar a relação entre os itens que constituíram o marketing atual. Primeiro, o surgimento da necessidade, que gerou a produção. Em seguida, veio a especialização dessa produção. Associando a especialização à prática da venda e relação com o cliente, temos o marketing. CONTEÚDO DO LIVRO O marketing é a atuação e interferência que se realiza no mercado, é uma forma de identificar as necessidade e características dos clientes e assim soluciona-las de forma eficiente e lucrativa para a empresa. Acompanhe na Obra Administração de Marketing, o conceito de marketing e a relação dos elementos produção, vendas e clientes no capítulo Introdução ao Marketing. Boa Leitura. ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING Aline Poggi Lins de Lima Introdução ao marketing Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Conceituar marketing. Identificar o surgimento do marketing na sociedade. Relacionar os elementos produção, venda e clientes dentro do am- biente de marketing. Introdução Derivado do inglês, o termo marketing representa a atuação, a interferência que se realiza no mercado. Assim, surgiu como forma de compreender e antecipar as necessidades e características dos clientes para, então, produzir um retorno lucrativo às empresas. Neste capítulo, você vai poder compreender a evolução histórica do marketing, acompanhando os conceitos e definições que surgiram ao longo do tempo e vendo como as empresas estão traçando suas ações voltadas à implementação de ações de marketing. Para tanto, você conhecerá a relação entre os elementos de produção, vendas e clientes dentro do contexto do ambiente de ambiente de marketing. Marketing: conceitos e definições O termo market, em inglês signifi ca mercado e to market quer dizer comprar ou vender em um determinado mercado. Nesse sentido, marketing — no gerúndio (“ing”) — remete a uma atuação ou interferência no mercado, o que é diferente do conceito trazido no termo mercadologia, que pode ser compre- endido como uma ciência sobre o mercado ou simplesmente uma atividade de venda, que pressupõe unicamente uma relação existente de troca entre um vendedor e um comprador. O conceito de marketing substitui e inverte a lógica desse conceito de ven- das e mercadologia. Ao invés de partir do princípio de se criar produtos para depois convencer pessoas a comprá-los, trata-se de compreender e antecipar as necessidades e os desejos dos possíveis clientes para que o contexto total do marketing seja aplicado e traga o retorno esperado. Contribuindo com a afirmação, Kerin et al. (2011, p. 34) colocam que: Para atender compradores e vendedores, o marketing busca (1) descobrir as necessidades e os desejos dos clientes em potencial e (2) satisfazê-los. Esses clientes em potencial englobam tanto indivíduos que compram para si mesmos e para seus domicílios como organizações que compram para seu próprio uso (fabricantes) ou para revenda (atacadistas e varejistas). Para Grewal e Levy (2016, p. 5), o marketing tem a “[...] função or- ganizacional e conjunto de processos para criar, capturar, comunicar e entregar valor aos consumidores e clientes, além de gerenciar o relacio- namento com os clientes de uma maneira que beneficie a empresa e as partes interessadas”. Os conceitos de marketing foram evoluindo ao longo da evolução também ocorrida na sociedade. Assim, os clientes mudaram sua forma de pensar, agir, poder escolha e barganha, e a forma de consumo também mudou. Em 1985, Levitt, em seu artigo Marketing Myopia, fez uma correlação no sentido de que a “miopia” no marketing era ocasionada pela falta de visão dos empresários em relação à expansão e ao futuro das organizações e pela crença de que o produto não pode ser substituído — atitudes que hoje não podem mais existir. Para Minuzzi e Larentis (2014, documento on-line), a miopia do marketing trazida por Levitt (1985) transfere o foco do produto ao cliente: Ao abordar o ciclo autoilusório de grande ascensão de um negócio e queda despercebida, gerado pela crença de que tal desenvolvimento é assegurado por uma população em crescimento e mais rica; de que não há substituto para o principal produto da indústria; pela fé demasiada na produção em massa e nas vantagens na queda rápida dos custos unitários; pela preocupação com um produto que se presta à experimentação científica cuidadosamente controlada, ao aperfeiçoamento e à redução dos custos de fabricação. Com o passar dos anos, observou-se o aumento do interesse por parte das empresas e por parte dos estudiosos em entender o relacionamento entre a organização e o cliente; com isso, os conceitos de marketing também passaram por adequações. Introdução ao marketing2 Alguns desses conceitos e definições podem ser observados no Quadro 1, no qual você pode acompanhar, ainda, como o conceito de marketing foi evoluindo ao longo dos anos, bem como alguns conceitos de categorias (desdobramentos) do marketing. Autores Conceitos e definições de marketing Ritchie (2012) É identificar oportunidades de mercado para os produtos e serviços que os clientes desejam ou de que necessitam e coordenar os recursos internos e externos de modo a entregar produtos e prestar serviços com uma margem de lucro saudável. É também comunicar-se com possí- veis clientes-alvo de modo a posicionar as ofertas de sua empresa no consciente deles. Kotler e Keller (2012) Definem o marketing com base em dois enfoques: social ou gerencial. No social, o marketing tem a função de melhorar o padrão de vida dasociedade a partirda criação, oferta e livre troca entre as pessoas. No gerencial, o intuito já é mais comercial, de venda. American Marketing Association (2014) É a atividade, oconjunto de instituições e processos para criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que tenham valor para os clientes, parceiros e sociedade em geral. Grewal eLevy(2016) O bom marketing não é uma atividade aleatória; exige planejamento cuidadoso e ênfase nas implicações éticas de qualquer decisão tomada em relação à sociedade em geral. Quadro 1. Conceitos e definições de marketing Cabe aqui lembrar que não existe um conceito único para marketing, mas uma discussão acerca de todosos elementos que o compõem. Sendo assim, é umprocesso de olhar para o cliente/consumidor e compreender o que ele necessita e/ou deseja, processar essa informação dentro da empresa e com todos os setores envolvidos, pessoas e as forças, principalmente, observando os fatores que podem influenciar as atividades do marketing (Figura 1), in- formar e devolver para o mercado uma solução para esse problema (demanda encontrada) — uma oferta que seja atrativa e possibilite a troca efetiva entre o consumidor e a organização. 3Introdução ao marketing Figura 1. Interação do marketing com todos os setores, pessoas e forças da organização. Fonte: Kerin et al. (2011, p. 35). As diferentes forças, os fatores, grupos e departamentos interagem para moldar a natureza de suas atividades, assim como a própria organização, cuja missão e objetivos determinam em que negócio ela atua e quais metas busca. O departamento de marketing trabalha em rede com outros departamentos e empregados para fornecer produtos que satisfaçam os clientes, o que é necessário para que a organização sobreviva e prospere. O marketing é responsável por facilitar os relacionamentos, as parcerias e as alianças da organização com seus clientes, seus acionistas, seus fornecedo- res e outras organizações (organizações privadas ou sem fins lucrativos, por exemplo). As forças ambientais, como fatores sociais, tecnológicos, econômicos, competitivos e reguladores, também moldam as atividades de marketing de uma organização. Por fim, as decisões de marketing de uma organização são afetadas pela sociedade que, por sua vez, afetam-na como um todo (KERIN et al.,2011). Diante do exposto até agora, podemos observar que o marketing não pode ser resumido apenas às atividades táticas e operacionais de um setor. A preocupação com o cliente deve fazer parte da realidade de todos os Introdução ao marketing4 funcionários, desde a alta administração até que o processo seja finalizado e o cliente atendido — para isso, a interação com os setores precisa ocorrer de forma efetiva. Conceitos basilares do marketing Quando falamos em marketing, não podemos deixar de mencionar três con- ceitos fundamentais às questões estratégicas organizacionais e às quais os profi ssionais de marketing precisam estar atentos: a segmentação, o público- -alvo e o posicionamento. A segmentação é o poder de dividir o mercado, segmentar, de acordo com consumidores/clientes que compartilham as mesmas necessidades e os mesmos desejos, principalmente, para que os profissionais possam adequar seus produtos e/ou serviços as diferentes realidades existentes entre os con- sumidores, que podem estar em diversas regiões do país, do mundo, com culturas e gostos totalmente diferentes uns dos outros. Para Grewal e Levy (2016, p. 6): O mercado pode ser segmentado ou dividido em grupos de pessoas rela- cionadas a uma organização por determinados motivos. Por exemplo, o mercado de refrigerantes pode abranger quase todas as pessoas do mundo. Contudo, como a Pepsi e a Coca concorrem entre si no mundo inteiro, elas dividem a população global em várias categorias: homens versus mulhe- res, pessoas preocupadas ou não com o consumo de calorias, pessoas que preferem refrigerantes não gasosos, e inúmeras categorias de preferência de sabor, etc. Ao segmentar os grupos com necessidades e gostos comuns, por exemplo, obtemos informações mais claras, que podem funcionar como ferramentas para a observação das demandas de mercado, trabalhando uma comunica- ção mais adequada, subsidiando um planejamento mais efetivo. Com essas informações, as empresas podem distinguir semelhanças entre os clientes dentro de um segmento e diferenças entre os segmentos. Alguns métodos são utilizados pelas empresas para segmentar o mercado, como: a segmentação geográfica, demográfica, psicográfica, por benefício e comportamental, tal como mostra o Quadro 2. 5Introdução ao marketing Fonte: Adaptado de Grewal e Levy (2016). Método de segmentação Segmentos de exemplo Geográfica Continente: América do Norte, Ásia, Europa, África Dentro dos EUA: Pacífico, Montanhas Rochosas, Central, Sul, Médio-Atlântico, Nordeste Demográfica Idade, gênero (sexo), renda Psicográfica Estilo de vida, autoconceito, valores individuais Benefícios Conveniência, economia, prestígio Comportamental Ocasião, lealdade Quadro 2. Métodos para definir a segmentação de mercado Com a segmentação feita, a definição do público-alvo se torna mais eficaz. O público-alvo nada mais é que um “[...] grupo específico de consumidores ou organizações que compartilham um perfil semelhante” (MAGALHÃES, 2017, documento on-line). Devemos levar em consideração que o importante é que quanto maior o número de informações e mais completo e verdadeiro o perfil estabelecido para o nosso público-alvo, maior a chance das empresas manterem um bom relacionamento com o cliente e traçar as ações estratégicas de marketing mais focadas. Lamb Junior, Hair Junior e McDaniel (2004, p. 224) trazem ainda que “[...] mercado-alvo é um grupo de pessoas ou empresa para as quais uma empresa pro- jeta, implementa e mantém um composto de marketing com a finalidade de atender as necessidades deste grupo, resultando em trocas mutuamente satisfatórias”. O último conceito trazido, mas não mesmo importante, é o de posicio- namento, definido como “[...] o ato de desenvolver a oferta e a imagem da empresa para ocupar um lugar destacado na mente dos clientes-alvo” (Kotler, 2000, p. 321). Assim, visa alcançar uma posição diferenciada e única em relação aos concorrentes na mente do seu público-alvo. Grewal e Levy (2016, p. 201) corroboram com o pensamento e afirmam que “[...] o posicionamento em um mercado envolve a definição das variáveis do composto de marketing de modo que o público-alvo tenha uma compre- Introdução ao marketing6 ensão clara, distinta e desejável sobre a essência do produto ou o que ele representa em comparação com produtos concorrentes”. Definir um posicionamento é estabelecer uma ação objetivando projetar, durante o processo de troca, durante a oferta, uma imagem que permita à empresa, bem como ao produto ou serviço, um lugar diferenciado na mente dos consumidores, antes que eles consigam fazer sua escolha. Sendo assim, “[...] posicionamento é a criação de uma imagem mental da oferta e de suas características na mente dos consumidores do mercado-alvo. Ou seja, o posi- cionamento envolve as percepções que os consumidores têm dos benefícios dos produtos — benefícios que podem ser reais ou imaginários (FARIAS; DUSCHITZ; CARVALHO, 2015, p. 101). Veja, na Figura 2, os principais aspectos que caracterizam o marketing. Figura 2. Principais aspectos do marketing. Fonte: Grewal e Levy (2016, p. 5). A Figura 2 sintetiza os aspectos principais do marketing, principalmente, destacando que estratégia de posicionamento pode ajudar a transmitir a pro- posta de valor da empresa ou do produto, o que informa os clientes sobre os benefícios de um produto ou serviço e, portanto, apresenta os motivos para os clientes o comprarem. 7Introdução ao marketing Surgimento e evolução do marketing No decorrer dos anos, o marketing passou por várias transformações concei- tuais, pensamentos, fi losofi as e formas de relacionamento junto ao mercado. Para que possamos entender ainda melhor o marketing, bem como a sua crescente importância dentro das empresas, trilharemos, neste objetivo, o seu desenvolvimento histórico, desde a época em que ainda não era considerado uma área específi ca do conhecimento até a atualidade. O marketing evoluiu de fenômenos atrelados ao comércio de mercadores, como o de produtos agrícolas, minérios e bens padronizados, para uma concep- ção institucional de produtores, atacadistas, varejistas, agentes e representantes. Assim, o entendimento de marketing passou por muitas mudanças desde que começou a ser estudado, logo após a Revolução Industrial e o surgimento da produção em massa. Desse modo, o marketing no início do século XX apresentavauma orienta- ção completamente voltada para a produção e distribuição, em que a ideia era a de se fazer o melhor produto e distribuí-lo de forma eficiente, o que coincidiu com um elevado crescimento populacional e de renda. Com o aumento do número de consumidores, as empresas perceberam que sua relação com esse público tornava-se mais complexa, de modo que surgiu a necessidade de entender melhor o funcionamento das relações comerciais com esses clientes (MINUZZI; LARENTIS, 2014). O marketing surgiu como área do conhecimento em universidades norte- -americanas em meados do século XX e adquiriu grande expressividade depois da Segunda Guerra Mundial. Nos anos 1950, evoluiu para o conceito de empresa orientada para o consumidor, e essa evolução só iniciou devido a inúmeras demandas de clientes, consumidores finais e intermediários, bem como da própria concorrência. Trazendo como base os estudos de Minuzzi e Larentis (2014), a partir da década de 1990, o foco dos estudos de marketing se desloca do comportamento do comprador e da análise de oportunidades estratégicas. Ainda segundo os autores: Em razão da Revolução Industrial e suas melhorias fabris, a produção das empresas cresceu de forma exponencial, talvez mais até que o mercado con- sumidor, e o grande desafio a partir deste momento era o de começar a es- tudar o mercado em busca de novas oportunidades de negócios e em busca de formas mais eficientes de distribuição, ou seja, formas mais eficientes de como fazer o produto chegar até o consumidor. Foi o princípio dos estudos do que podemos chamar de marketing contemporâneo (MINUZZI; LARENTIS, 2014, documento on-line). Introdução ao marketing8 Pensando em um contexto evolutivo do marketing, podemos dividi-lo, para um melhor entendimento, por décadas. Sendo assim, confira, a seguir, uma descrição desse contexto a partir dos referenciais trazidos por Oliveira (2004) e Minuzzi e Larentis (2014). Décadas de 1950 e 1960: no Brasil, o marketing nasce em meio a baixa oferta de mercadorias, mercado restrito e número pequeno de empresas. Absorvia-se qualquer tipo de mercadoria, não se questionava a sua qualidade, e o processo de industrialização tomou impulso, tendo como base uma política de substituição de importações e relativo prote- cionismo. Apesar da evolução do contexto, nesse período, praticava-se muito pouco o conceito de marketing integrado, e a ênfase estava na atividade de vendas. A orientação para vendas era facilitada e incen- tivada pela existência de um mercado comprador, com consumidores ávidos pela aquisição de mercadorias. Os produtos eram cada vez mais associados a status e prestígio, de modo que o consumidor fazia de tudo para adquiri-los. Década de 1970: essa fase se caracteriza por relativo equilíbrio e per- maneceu praticamente durante toda a década de 1960, avançando até a década de 1970, período que se conhece como “milagre econômico”. O consumidor passou a agir de forma mais consciente, comparando preços, cuidando a qualidade dos produtos e prestando atenção ao orçamento familiar. As empresas investiam grandes verbas e apostavam no retorno publicitário. A ideia era atrair esse consumidor, que começa a ficar mais seletivo por meio das agências publicitárias com conhecimento de mercado, capazes de produzir boas peças interessantes em função da demanda aquecida. Década de 1980: a crise ocorrida nesta época caracterizou-se por um regime de altas taxas inflacionárias, alternado com momentos de cres- cimento e momentos de recessão, deixando o consumidor mais inseguro e desconfiado. Essa crise produziu uma enorme redução na demanda de bens e no consumo. O contexto era de acirrada competitividade e escassez de recursos, de modo que o foco do marketing deslocou-se da propaganda para o produto. As empresas passaram também a dar mais importância às preferências do consumidor e a buscar soluções de adaptabilidade e adequação ao uso. Década de 1990: essa década foi marcada por profundas transforma- ções nas política e na economia. Com a consolidação da democracia, o Brasil passou a abrir suas fronteiras econômicas. Grandes grupos inter- 9Introdução ao marketing nacionais compraram empresas prestadoras de serviços de marketing, regionais e nacionais, e as ações de marketing promocional e de ponto de venda cresceram expressivamente. Como passou a ficar claro que a integração das ações de marketing era vital, muitos instrumentos de comunicação se desenvolveram no período, como o marketing direto, a internet, as novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) e as demais mídias digitas. Devido a isso, o conceito de marketing promocional passava a dominar as estratégias de ação, e o desafio para os profissionais da área passou a ser a integração de um número cada vez maior de instrumentos promocionais e novas tecnologias informacionais no desenho das estratégias de relacionamento com o consumidor. Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010) destacam, ainda, que, desde a cria- ção do “mix de marketing”, nos anos 1950, por Neil Borden, e dos 4Ps (produto, preço, praça e promoção), nos anos 1960, por Jerome Mccarthy, os conceitos de marketing passaram por transformações significativas, evoluindo e adaptando-se às mudanças do mercado e do comportamento dos consumidores. Os autores denominam essa evolução como “fases do marketing”, divididas em 1.0, 2.0 e 3.0. No contexto atual, em meio ao período de adaptação à economia digital, surge a necessidade de uma nova abordagem para o marketing, a qual os autores chamam de Marketing 4.0 (SILVA, 2017). O entendimento de marketing passou por muitas mudanças desde que começou a ser estudado, logo após a Revolução Industrial e o surgimento da produção em massa. Contudo, foi ainda no início do século XX que o marketing surgiu como área de conhecimento distinta das outras atividades comerciais. “O marketing, que evoluiu do foco na gestão de produtos nas décadas de 1950 e 1960 para o foco na gestão de clientes, marcas e relacio- namentos nas últimas décadas, dá mais um passo, em direção ao chamado Marketing 3.0, ou a era voltada para valores” (MINUZZI; LARENTIS, 2014, documento on-line). Ainda falando do seu processo de evolução, não podemos deixar de mencionar os estágios vivenciados pelo marketing ao longo de sua trajetória, como você pode conferir no Quadro 3, a seguir. Introdução ao marketing10 Fonte: Adaptado de Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017). Marketing 1.0 Marketing 2.0 Marketing 3.0 Marketing 4.0 Foco Produto Clientes Valores Colaboração Objetivo Produto de vendas Satisfazer e fide- lizar o cliente Fazer do mundo um lugar melhor Envolver o cliente Como as em- presas veem o mercado Comprador massivo com necessidades físicas Consumidor inteligente com mente e coração Ser humano completo com mente, coração e espírito Ser humano social Forças habilitadoras Revolução Industrial Informação tecnológica Tecnologia New Waves Digitalização Conceitos- -chave do marketing Desenvol- vimento do produto Diferenciação Corporativo, visão e valores Colaboração Gerentes de marketing da empresa Especificação do produto Posicionamento corportativo e de produto Valores Gerar engajamento Proposta de valor Funcional Funcional e emocional Funcional, emo- cional e espiritual Social Interação com o consumidor Transações de um para muitos Relacionamento de um para um Colaboração de muitos para muitos Híbrido Quadro 3. A trajetória do marketing Junto ao novo século, surgem também outras variaçõesdo marketing, como o experiencial, no qual a atenção não está meramente nas necessidades dos consumidores, e, sim, nas sensações que os produtos possam propor- cionar aos clientes. O marketing de relacionamento compreende “[...] que o cliente deve ter uma relação de longo prazo com a empresa, o que leva ao estabelecimento de processos e ações que aproximem as partes”(FARIAS; DUSCHITZ; CARVALHO, 2015, p. 16). O foco é estabelecer relacionamentos 11Introdução ao marketing de longo prazo satisfatórios para as partes (clientes e empresa), a fim de ganhar e reter a preferência nos negócios. O marketing institucional vem a ampliar a “aplicação do conceito desse processo para além de produtos e serviços, trabalhando na construção de uma imagem sólida e positiva da organização junto a seus diversos públicos de interesse” (FARIAS, DUSCHITZ, CAR- VALHO, 2015, p. 19). Temos ainda o marketing de serviços, que, para Farias, Duschitz e Car- valho (2015, p. 2013): É a aplicação dos conhecimentos de marketing para as empresas cujo negócio principal (core business) é a prestação de serviços. É entender as sutilezas da atividade e o comportamento do cliente considerando o mix de marketing composto por 8 Ps: produto, preço, praça, promoção (os 4 Ps tradicionais), pessoas, physical evidences (evidências físicas), produtividade/qualidade e processos. Segundo Farias, Duschitz e Carvalho (2015), o marketing de serviços não deve ser confundido com o marketing através de serviços, quando empresas buscam aumentar o valor percebido dos seus bens físicos ao ofertarem serviços complementares, de pós-venda. Atualmente, o contexto evolutivo do marketing nos mostra alguns desafios nas formulações de suas estratégias de ação numa visão voltada à integração, à sensibilidade, à ética nas condutas, principalmente quando se tem um olhar de curto prazo, visando a satisfação imediata. Marketing, produção, venda e clientes Diante do processo histórico estudado até agora, observamos que o marketing teve foco e direcionamentos aplicados a diferentes vertentes. Dentro do am- biente de marketing, podemos relacionar alguns fatores e forças externas que infl uenciaram positiva ou negativamente a administração de marketing em seu relacionamento com o seu público-alvo. Dentre eles, temos fatores como produção, vendas e o próprio cliente para direcionar as ações de marketing que foram evoluindo, como você pode ver na Figura 3. Introdução ao marketing12 Figura 3. Evolução dos elementos no ambiente de marketing. Fonte: Farias, Duschitz e Carvalho (2015, p. 5). Pensando ainda no processo evolutivo do marketing, até o final do século XIX, as organizações centravam-se na produção, já que parecia mais difícil produzir do que encontrar consumidores para os bens. Nas primeiras décadas do século XX, com as empresas orientadas para a produção, inicia o fordismo, com a produção de automóveis em cadeia de montagem e a consequente di- vulgação dos princípios da organização científica do trabalho 1916. Naquela época, o foco estava voltado as capacidades internas da empresa, e não no olhar das necessidades e dos desejos do mercado. Las Casas (2009) ressalta que a era da produção teve duas fases distintas: do produto e da produção. A primeira é aquela com ênfase no próprio produto, enquanto, na segunda, a ênfase recai nos processos produtivos. O autor observa, ainda, que as indústrias passaram a desenvolver métodos para melhorar sua produtividade. Surgiram, nesse período, métodos de produção em massa que fizeram com que a oferta excedesse a demanda, abrindo caminho para a etapa seguinte, a era das vendas. A orientação voltada a vendas inicia-se em meio a vários acontecimentos, como a Grande Depressão e a 2ª Guerra Mundial, o que aumenta a necessidade das empresas de chegar até o cliente, e a produção excedeu a demanda. Nessa etapa, tem-se a ideia de que as pessoas comprarão mais bens e serviços se forem usadas técnicas agressivas de vendas e que altas vendas resultam em elevados lucros. O foco, então, era vender e lucrar. Las Casas (2009) explica que, para esse momento, com a necessidade de vender excedentes de produtos (venda adicional), na busca por melhores resultados voltados a uma produtividade maior, fazendo assim aumentar, e ao mesmo tempo girar, o estoque da empresa, as vendas passam a ser a atividade de maior importância. As empresas fechavam a maior quantidade de negócios sem levar em conta se o cliente necessitava realmente do produto. “O olhar da empresa continuava interno, mas o foco estava mudando: o importante era vender” (FARIAS, DUSCHITZ, CARVALHO, 2015, p. 5). 13Introdução ao marketing Diante da evolução, o cliente e o mercado são elementos que começam a ganhar foco no ambiente do marketing. A satisfação dos desejos e as ne- cessidades do cliente, além dos objetivos da organização, incentivam a que se faça melhor que o já apresentado pela concorrência. Os clientes, cada vez mais exigentes, passaram a ser o centro das atenções, e suas necessidades precisam ser satisfeitas. Micro e macroambientes no marketing O microambiente e o macroambiente de marketing são responsáveis pela defi nição das tendências de mercado (RIBEIRO; PICININ, 2012). Na per- cepção de Farias, Duschitz e Carvalho (2015, p. 72), o “[...] macroambiente é o ambiente externo à empresa, cujas variáveis não podem ser diretamente controladas pela fi rma”. Colaborando com o pensamento desses autores, Pasquali, Lammardo Neto e Gomes (2011, p. 102) evidenciam que o macro- ambiente “[...] é formado por um conjunto de forças ambientais que interferem nos negócios da empresa”. Já o microambiente, segundo Minadeo (2008), envolve fatores como os fornecedores, distribuidores, concorrentes, consumidores e legislação, aqueles mais diretamente próximo à empresa. Para Ribeiro e Picinin (2012), os fatores micro ambientais são intensamente conectados entre si, sendo os clientes o seu elemento central. Cabe salientar que a responsabilidade pela identificação dos fatores que possam modificar o ambiente é dos profissionais de marketing. Portanto, torna-se essencial que as organizações façam uma previsão do futuro para antecipar problemas, evitando surpresas desagradáveis ao longo do seu curso e visando ultrapassar a mera perspectiva de sobrevivência para as empresas. O livro Marketing (KERIN et al., 2011) apresenta teorias e conceitos clássicos e fundamen- tais por meio de produtos, marcas e empresas relacionadas às experiências pessoais dos leitores, bem como exemplos de empreendimentos e pequenos negócios que estimulam planos de carreira. O texto cativa os leitores com exemplos interessantes e aplicações instigantes e atuais. Introdução ao marketing14 FARIAS, C.; DUSCHITZ, C.; CARVALHO, G. M. de. Marketing aplicado. Porto Alegre: Book- man, 2015. GREWAL, D.; LEVY, M. Marketing. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. KERIN, R. A. et al. Marketing. Porto Alegre: AMGH, 2011. E-book. KOTLER, P. Administração de marketing: a edição do novo milênio. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2000. KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 3.0: as forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 4.0: mudança do tradicional para o digital. Coimbra: Actual, 2017. LAMB JUNIOR, C. W.; HAIR JUNIOR, J. F.; MCDANIEL, C. Princípios de marketing. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. LAS CASAS, A. L. Marketing de serviços. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. LEVITT, T. A imaginação de marketing. São Paulo: Atlas. 1985. MAGALHÃES, B. Público-alvo: o que é e como dialogar com quem você precisa! Ro- ckcontent, [s. l.], 5 set. 2017. Disponível em: https://rockcontent.com/blog/publico-alvo/. Acesso em: 6 jun. 2019. MINADEO, R. Gestão de marketing. São Paulo: Atlas, 2008. MINUZZI, G.; LARENTIS, F. Marketing: definições, aplicações, tendências e desafios do profissional. Revista de Administração IMED, [s. l.], v. 4, n. 1, p. 80-97, 2014. Disponível em: https://seer.imed.edu.br/index.php/raimed/article/view/429. Acesso em: 6 jun. 2019. OLIVEIRA, S. R. G. Cinco décadas de marketing. GV Executivo, [s. l.], v. 3, n. 3, p. 37- 43, ago./out. 2004. Disponível em: https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/ handle/10438/26689/34682-66571-1-PB.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acessoem: 6 jun. 2019. PASQUALI, P. P.; LAMMARDO NETO, C.; GOMES, C. C. C. Comunicação integrada de marketing: a teoria da prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. RIBEIRO, A.; PICININ, C. T. Avaliação do microambiente de marketing como forças e fraquezas do setor supermercadista: um estudo de caso. Revista Brasileira de Adminis- tração Científica, Aquidabã, v. 3, n. 3, jul./dez. 2012. SILVA, J. N. Relacionamento online nas empresas digitais: as dimensões da comunicação no Facebook do banco original. 2017. Trabalho de conclusão de curso (Especialização) - Curso de Comunicação Social e Relações Públicas, Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017. 15Introdução ao marketing Leituras recomendadas AMERICAN MARKETING ASSOCIATION. Dictionary. Chicago: AMA, 2014. Disponível em: https://www.ama.org/the-definition-of-marketing/. Acesso em: 6 jun. 2019. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson Edu- cation do Brasil, 2012. MCCARTHY, E. J.; PERREAULT, W. D. Marketing essencial. São Paulo: Atlas, 1997. RITCHIE, C. Marketing: conceitos essenciais que fazem a diferença. São Paulo: Saraiva. 2012. Introdução ao marketing16 DICA DO PROFESSOR O vídeo apresentará a relação entre a revolução industrial do século XVIII e o marketing. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Para se entender o surgimento do marketing na nossa sociedade, é preciso voltar no tempo e analisar o aparecimento da economia na relação entre os indivíduos. Foi a partir da evolução dessas práticas econômicas que chegamos ao nosso modelo atual de comercialização. Nos primórdios da organização social em que hoje nos encontramos, a única preocupação comercial que existia era baseada na economia de subsistência. Isso significa que: A) a sociedade só se preocupava com a produção em alta escala. B) os comerciantes buscavam se especializar em determinados produtos para vendê-los. C) a produção era baseada somente no que seria consumido. D) desde muito tempo se buscava o lucro no comércio. E) as pessoas ficavam sempre no mesmo lugar, comercializando o que fosse possível. 2) O marketing busca, em sua essência, produzir estratégias para alcançar os clientes, potencializando as vendas e estreitando os laços como os indivíduos. Para isso é preciso estar em melhoria constante das qualidades e características das produções. Com a evolução da sociedade, foi surgindo novas habilidades para a produção dos bens de consumo, buscando a melhoria dos produtos. Com a especialização da produção, podemos afirmar que: A) as famílias plantavam apenas o que iriam consumir. B) os indivíduos começaram a se especializar em tarefas específicas. C) as máquinas de manufatura ficaram defasadas. D) houve queda na qualidade dos produtos e diminuição das vendas. E) esses produtos eram vendidos a preços acima do mercado. 3) Um dos maiores interesses das empresas com o marketing é a geração de lucro. Para isso, as organizações buscam sempre inovações. Nos primórdios da economia não havia o lucro, mas somente a troca baseada na necessidade de sobrevivência. À medida que a especialização da produção foi crescendo e evoluindo, novas formas de trocas econômicas se fizeram necessárias. O desenvolvimento do capitalismo foi essencial para o fortalecimento das relações comerciais. Isso porque: A) proporcionou o surgimento de pequenos centros comerciais. B) as pessoas passaram a trocar mais os alimentos por outros bens. C) os comerciantes passaram a modernizar as vendas com cartões de crédito. D) o papel do vendedor deixou de ser importante. E) as famílias passaram a viver como nômades. O marketing busca potencializar as vendas e a lucratividade. A venda direta ao cliente é um grande motriz da economia global. Quando as pessoas param de comprar, as lojas param de vender e as indústrias param de produzir. Por isso a 4) importância à dedicação ao cliente. A grande crise de 1929 foi muito importante para o desenvolvimento da economia nesse sentido. Uma das consequências da crise foi: A) a busca por novas formas de se vender. B) as pessoas foram perdendo lugar para as máquinas. C) as vendas subiram vertiginosamente. D) deixou-se de dar importância para o produto. E) os comércios não quiseram mais buscar novos clientes. 5) Com o passar dos anos, o marketing foi evoluindo junto com a economia, se adaptando às demandas constantes do mercado e proporcionando aos clientes muito mais que apenas a aquisição do produto em si. Comprar deixou de ser apenas um ato isolado. O desenvolvimento da economia e sua evolução com o passar das décadas acabou por transformá-la na economia da experiência. O que isso significa? A) O produto passou a ser o mais importante. B) Os produtos passaram a ser massivos. C) Não há mais preocupação com os clientes. D) O simbolismo dos produtos é esquecido. E) As empresas buscam não sair da memória dos clientes. NA PRÁTICA O marketing está evoluindo com o próprio desenvolvimento da sociedade. Cada vez mais é preciso se adaptar aos desejos dos clientes, trazendo novidades e se diferenciando dos concorrentes. Seguindo onda do food truck, empresários apostam nas bikes para levar produtos aos clientes Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: A Origem e evolução do Marketing: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conceito de marketing APRESENTAÇÃO O cenário atual, no qual estão inseridas as organizações, é complexo e competitivo. A globalização acentua tal competitividade a partir da quebra de barreiras, possibilitando que empresas de diferentes locais disputem o mesmo mercado consumidor. Dessa forma, o que garante o sucesso de uma empresa em relação a outra é o diferencial que ela agrega a seus produtos e serviços e as formas como tais empresas comunicam esse diferencial para os seus clientes. O marketing é a ferramenta que possibilita apresentar esse diferencial, agregando valor a produtos e serviços, fortalecendo marcas, conquistando e fidelizando clientes, transformando desejos em necessidades, tornando possível que as organizações estejam preparadas para os desafios do mercado. Para compreender essa dinâmica, é fundamental conhecer os principais conceitos de marketing, de que forma esses conceitos estão relacionadas e como é possível a formulação de estratégias mercadológicas por meio de tais conceitos. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer os conceitos que melhor definem o marketing, diferenciar conceitos como necessidade, desejo, serviços e produtos, e ainda serão apresentadas estratégias para satisfazer o cliente por meio do marketing. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Expressar os conceitos que melhor definem o marketing.• Diferenciar conceitos como necessidade/desejo e serviços/produtos.• Construir estratégias para satisfazer o cliente por meio do marketing.• DESAFIO Vamos imaginar uma situação-problema: uma academia está numa localidade próxima a uma universidade. Seu público são, em maioria, estudantes universitários da região. Uma pesquisa recente revelou que os usuários dessa academia sentem dificuldades de se alimentar de maneira saudável por falta de tempo e por desconfiança de produtos industrializados. Uma jovem formada em nutrição teve acesso a essas informações e gostaria de se aproveitar da situação para começar o próprio negócio. Seu pai é dono de um hortifrúti e está disposto a ajudá-la, mas ficou com muitas dúvidas quanto aos planos da filha. Para ajudá-la, que tal criarmos um projeto para que ela possa apresentar suas ideias? O projeto deve conter a relação entre a necessidade e o desejo existente no cenário, como ela poderá interagir como negócio do pai para potencializar o seu. Além disso, vamos mostrar como ela pode trabalhar o produto e o serviço de forma integrada. Analisando todos os elementos da situação-problema, devemos apresentar como ela pode ir além da expectativa dos usuários da academia e como fará para torná-los satisfeitos com seus negócios e gerar a fidelidade deles. - Orientação de resposta do aluno: O aluno deve conceituar a relação entre a necessidade e o desejo, mostrando como uma necessidade eminente – alimentar – e o desejo – comidas saudáveis – pode ser uma oportunidade de negócio. A parceria com o pai irá trazer à aluna a ideia da interatividade com outras áreas. As possibilidades de negócio reforçaram a ideia entre produtos e serviços. Além disso, poderão ser aplicados outros conceitos de marketing, como a fidelização de clientes, que pode ser um resultado de sucesso. INFOGRÁFICO A sociedade evoluiu com o passar dos anos, alterando o relacionamento entre as pessoas e a forma como elas se relacionam com o mercado de consumo. Da mesma forma, as organizações passaram também por um grande processo evolutivo, acompanhando marcos históricos, como as revoluções industrial, da informação e digital, tendo, nesses marcos, impulsionadores das mudanças e evoluções nos conceitos de marketing, valendo-se das estratégias de marketing para atingir objetivos organizacionais. Veja, no Infográfico, a evolução dos conceitos de marketing e as estratégias usadas para a satisfação do consumidor. CONTEÚDO DO LIVRO Aprofunde os seus conhecimentos neste capítulo Conceito de Marketing, do obra Marketing público, que aborda alguns conceitos de Marketing, buscando a diferença entre a necessidade e o desejo, a relação entre os produtos e serviços e a importância de ir além das expectativas dos clientes para se auferir bons resultados. Boa leitura. MARKETING PÚBLICO Arianne Guazzelli Conceito de marketing Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Explicar os conceitos que melhor defi nem o marketing. Diferenciar conceitos como necessidade/desejo e serviços/produtos. Construir estratégias para satisfazer o cliente por meio do marketing. Introdução Afinal, você sabe qual é o propósito do marketing? Kotler (2012) afirma que o principal objetivo das ações de marketing é atender às neces- sidades e aos desejos dos consumidores. Para isso, é imprescindível a investigação e identificação de tais aspirações, a fim de garantir entrega de valor aos consumidores. As necessidades revelarão as exigências humanas básicas, conhecidas como fisiológicas, além das de lazer, recreação e educação. A partir do momento em que passam a ser orientadas para a satisfação de objetos específicos, tornam-se desejos (COBRA, 2015). Construir estratégias sólidas de marketing a partir de uma boa análise do público-alvo poderá ser a diferença para satisfazer e fidelizar clientes. Lembre-se: é na experiência dos consumidores que a instituição poderá ganhar ou perder clientes. Neste capítulo, identificaremos alguns conceitos de marketing, bus- cando a diferença entre a necessidade e o desejo, a relação entre os produtos e serviços e a importância de ir além das expectativas dos clientes para se auferir bons resultados. Definições do marketing Muitos acreditam que o marketing signifi ca apenas propaganda ou tem por objetivo apenas a comercialização de uma mercadoria. Kotler (2006) afi rma que é muito mais do que isso. O marketing abrange a identifi cação e satisfação das necessidades humanas e sociais. Assim, trata-se da ciência e da arte de investigar, criar e entregar valor para satisfazer às necessi- dades de um mercado-alvo com lucro, identifi cando as necessidades e os desejos não realizados. O marketing estará presente em todo processo da organização — na produção, na logística, na comercialização e no pós- -venda dos bens e serviços. A Associação Americana de Marketing (AMA) afirma que marketing é uma ação organizacional e um composto de atividades que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para os consumidores, bem como a administração do relacionamento com eles, de maneira que gere vantagem à instituição, aos clientes, aos parceiros e ao público em geral (KOTLER, 2006). Segundo Grewal e Levy (2012), um marketing adequado não será uma ação aleatória, pois requer um planejamento cuidadoso com destaque nas implicações éticas de qualquer decisão tomada em relação à comunidade como um todo. Assim, as organizações estabelecem um plano de marketing que expõe as práticas de marketing para determinado período. Além disso, o plano de marketing será dividido em alguns elementos, em como o produto ou serviço será produzido e projetado, qual será o seu valor, onde e como será oferecido e como chegará aos clientes. Em qualquer comercialização, ambas as partes necessitam estar satisfeitas. Se você pagou para baixar uma música em um dos aplicativos do seu smartphone, por exem- plo, precisa ficar animado com a música adquirida, de forma que a empresa responsável pelo aplicativo fique satisfeita com o valor recebido. Conceito de marketing2 Figura 1. Os principais aspectos do marketing. Fonte: Grewal e Levy (2012, p. 5). Algumas perspectivas do marketing são muito importantes para que as organizações consigam orientar as suas ações. Grewal e Levy (2012) citam seis pontos a serem observados pelas instituições: Marketing significa satisfazer as necessidades e os desejos dos consumidores O entendimento do mercado e, principalmente, das necessidades e desejos do público-alvo é indispensável para o sucesso do marketing. Marketing implica troca 3Conceito de marketing Marketing representa troca, ou seja, o comércio de itens de valor entre o consumidor e o vendedor, visando á satisfação de ambos. Marketing exige decisões sobre produto, preço, distribuição e comunicação O marketing apresenta um conjunto de quatro decisões, chamadas de mix de marketing, composto de marketing ou 4 Ps. São eles: produto, preço, praça e promoção. Representam o conjunto de práticas controláveis que a organização utiliza para atender às necessidades do mercado-alvo. Marketing pode ser realizado tanto por pessoas quanto por empresas Já imaginou ter que comprar todos os produtos diretamente dos fabricantes? O deslocamento para adquirir todos os itens poderia ser bem complicado, não acha? Assim, surgem os intermediários do marketing, como os varejistas, que estocam as mercadorias de diversos fabricantes em um mesmo local para venda. Os indivíduos também poderão realizar práticas de marketing pessoal. Seja na comercialização de serviços que ofereçam, concorrendo a uma vaga de emprego, por meio de um currículo, etc. Marketing também influencia diversas partes interessadas O marketing, além de influenciar na venda de produtos ou serviços para os potenciais consumidores, também pode influenciar várias outras partes interessadas, como parceiros em uma cadeia de suprimento, colaboradores e a sociedade em geral. Marketing ajuda a criar valor A definição do marketing atual compreende a criação de valor para con- sumidores e organizações. Entretanto, ao longo dos anos, o conceito foi sendo elaborado. No seu primeiro período, era orientado à produção; logo em seguida, às vendas, seguido por orientação ao mercado. A maioria das organizações bem-sucedidas atualmente é orientada para o mercado, mas oferece maior valor agregado aos seus consumidores do que os seus concorrentes. O valor representa a relação entre vantagens e custos ou entre o que o cliente entrega pelo que adquire. Enfim, o atual marketing se propõe entender os motivos que levam os clientes a realizar a compra, visando transformar as necessidades e os desejos Conceito de marketing4 dos indivíduos em vendas, auferindo lucro para a organização. Para isso, é indispensável planejar e executar a concepção, a determinaçãodo preço, a promoção e a distribuição de produtos e serviços, a fim de proporcionar trocas que satisfaçam os consumidores e a instituição. O propósito do marketing é conhecer e entender os consumidores de tal maneira que o bem ou serviço seja direcionado a ele e se venda sozinho. Portanto, as práticas de marketing deveriam transformar um indivíduo-alvo em um cliente disposto a comprar. Desse modo, a única ação necessária pela organização seria tornar o bem ou serviço disponível. Necessidade versus desejo; serviços versus produtos Como você sabe, o principal objetivo do marketing é satisfazer às necessidades e aos desejos dos consumidores. Mas, afi nal, você sabe qual é a diferença entre as necessidades e os desejos? Segundo Cobra (2015), as necessidades expõem as exigências humanas básicas, conhecidas como fisiológicas. São elas comida, ar, água, roupa e abrigo para sobreviver em um local rural ou urbano. Além disso, existem as necessidades de lazer, recreação e educação. Essas necessidades se alteram para desejos quando são orientadas para a satisfação de objetos específicos. Um indivíduo pode ter sede, o que é uma necessidade; entretanto, pode ter o desejo de saciar a sede tomando um refri- gerante. Atualmente, o marketing está mais direcionado a realizar desejos do que a atender necessidades. Portanto, o desejo é considerado uma vontade, ou seja, uma expectativa de ter ou alcançar algo. O desejo faz parte da natureza humana e é um dos elementos que induzem à conduta da compra. O indivíduo que deseja algo se torna sujeito ativo que se induz a várias atitudes a fim de satisfazer suas vontades. O desejo pode ser constituído de dois elementos: desejo explícito e desejo oculto. O desejo explícito se encontra no nível do consciente dos indivíduos, sendo possível expressá-lo verbalmente. Já o desejo oculto está presente no inconsciente, então as pessoas não conseguem expressá-lo ou verbaliza-lo tão facilmente. 5Conceito de marketing Para se deslocar de um local a outro, as pessoas podem utilizar meios de transporte como carros, ônibus, taxis, lotações, etc. Trata-se de uma necessidade básica de transporte. Entretanto, o desejo de muitos indivíduos é possuir o carro do ano, que disponibilize diversas tecnologias, para satisfazerem, além das necessidades de des- locamento, os seus desejos. Imagine que você queira chamar um táxi por um aplicativo no smartphone, mas está em um local onde o seu celular não tem sinal. De repente, aparece um táxi e você faz sinal, percebe que o carro não tem ar-condicionado e trata-se de um veículo bem antigo. Entretanto, como você não tem outra opção, acaba utilizando o serviço, o qual atendeu apenas à sua necessidade, pois o seu desejo era pegar um carro atual, confortável e com ar-condicionado. Como você viu, o exemplo se refere a um serviço oferecido. Mas você sabe qual é a diferença entre produtos e serviços? Um produto se determina por ser tangível, ou seja, pode ser tocado, armaze- nado em um ambiente. Além disso, poderá ser testado e tem uma padronização, isto é, possui certos atributos a partir dos quais é produzido. Um celular de certa marca, por exemplo, difere-se de outros de diferentes marcas porque possui características que os diversos outros fabricantes não têm. Figura 2. As diferenças centrais entre serviços e bens. Fonte: Greway e Levy (2012, p. 230). Serviços, por sua vez, embora conceitualmente sejam considerados produto, apresentam particularidades, como intangibilidade, impossibilidade de serem estocados, maior oscilação de qualidade, além da sua produção e consumo serem Conceito de marketing6 inseparáveis. São identificados, primeiramente, por serem intangíveis, ou seja, não é possível tocá-los. Não é possível estocar um serviço, e é muito complexo padronizá-lo, em especial porque depende de indivíduos prestadores de serviço. Em um salão de beleza, por exemplo, os consumidores são atendidos por diversos colaboradores, como o cabelereiro, a manicure, a recepcionista, a assistente. Portanto, diversos elementos decorrentes do desempenho de cada um passarão pela percepção dos serviços do salão de beleza. Por isso, os serviços se inclinam a ser menos padronizados do que os produtos. Outra diferença entre produtos e serviços é que estes são produzidos e consumidos no mesmo momento, ou seja, serviço e consumo são inseparáveis. Por isso, não é possível os consumidores experimentarem o serviço antes de adquiri-lo. Ainda, depois de realizado, não é possível devolvê-lo. Portanto, não é uma tarefa fácil para a instituição oferecer um excelente serviço. Deve existir grande esforço para investigar cada detalhe que constituirá o serviço (GREWAL; LEVY, 2012). Por essas razões, é indispensável que as organizações conheçam as diferen- ças entre as necessidades e os desejos dos consumidores, além de entender a distinção de produtos e serviços, para melhor oferecê-los. Assim, será possível surpreender e encantar os consumidores, transformando princípios básicos em um diferencial competitivo para a instituição. Para saber mais sobre o que difere os bens dos serviços, leia o artigo “Conheça a diferença entre produto e serviço”, disponível em: https://goo.gl/ddmWEP Estratégias de marketing para a satisfação dos consumidores A estratégia de marketing auxiliará na identifi cação do mercado-alvo da organização. Com a ajuda do mix de marketing, será possível atender melhor a empresa, além de determinar como a instituição construirá uma vantagem competitiva frente aos seus concorrentes. 7Conceito de marketing Grewal e Levy (2012) afirmam que uma vantagem competitiva sustentável é aquela que está bem à frente da concorrência, ou seja, são benefícios que as outras organizações terão dificuldade em atingir e que a empresa será capaz de preservar por um maior tempo. Conquistar novos clientes não é uma tarefa fácil nos tempos atuais. A concorrência está muito acirrada, e os consumidores podem optar por adquirir produtos e serviços semelhantes ou iguais em diversas organizações. O custo aplicado na tarefa de atrair novos consumidores geralmente é alto. Portanto, a construção de uma experiência primorosa aos clientes já conquis- tados poderá ser uma das estratégias do marketing que demandam menos gastos. Independentemente da estratégia a ser construída pela instituição, o seu principal objetivo deverá ser elevar a satisfação dos clientes. A seguir, estão elencadas algumas sugestões de estratégias de marketing sugeridas por Grewal e Levy (2012). Estabelecimento de uma vantagem competitiva sustentável Nesse caso, será imprescindível que a organização construa um “muro” ao redor da sua posição no mercado. Quando o muro é grande, torna-se trabalhoso para a concorrência disputar o mesmo público-alvo. Assim, será possível manter a vantagem por um maior período, minimizando a pressão das outras instituições e impulsionando os lucros por um maior prazo. Existem quatro artifícios indispensáveis que evidenciam particularidades do mix de marketing para agregar e fornecer valor, além de desenvolver estratégias competitivas sustentáveis. Para você visualizar mais estratégias de marketing, acesse o artigo “4 estratégias de marketing de relacionamentos para aumentar a retenção e satisfação de seus clientes”, disponível no link abaixo: https://goo.gl/vj7HYn Conceito de marketing8 Excelência com os clientes A excelência com os clientes poderá ser alcançada com o desenvolvimento de estratégias baseadas em valor para reter consumidores fi éis, além de pro- porcionar um atendimento ao consumidor que supere as suas expectativas. Possuir uma marca forte, bens diferenciados e um atendimento ao cliente superior auxilia a concretizar a fidelização dos consumidores. Fidelizar clien- tes é sustentar uma vantagem competitiva, além de garantir a preferência de compras do consumidor na organização, de maneira a torná-lo relutante em adquirir itens em outras instituições.Um ótimo atendimento ao consumidor também poderá ser uma estratégia de marketing da organização. O atendimento ao cliente é oferecido pelos colaboradores da instituição. Sendo assim, a empresa precisará desenvolver gradualmente seus funcionários, realizando treinamentos, cursos, reuniões, apresentando a relevância de um bom atendimento, para que se torne parte da cultura da instituição. Excelência operacional Para alcançar a excelência organizacional, as empresas precisarão ter efi ciência nas suas práticas operacionais e na gestão da cadeia de suprimentos, bem como desenvolver relacionamentos sólidos com fornecedores e dispor de uma impecável gestão de recursos humanos. As atividades operacionais deverão atrair os consumidores para os itens dese- jados, no momento escolhido, nas quantidades impostas e por um preço inferior ao da concorrência. Assim, a instituição poderá garantir um bom valor aos seus potenciais consumidores, lucrando e atendendo as suas necessidades e desejos. As empresas precisarão desenvolver, a longo prazo, relacionamentos sólidos com fornecedores. Desse modo, será possível conquistar privilégios como vender itens em determinadas regiões, obter condições especiais de compra que não estão disponíveis para outras organizações, e receber produtos altamente procurados por consumidores que estão em falta no mercado. Os colaboradores executam uma função fundamental no sucesso das em- presas — poderão ser os responsáveis pela fidelização dos consumidores. Por meio de uma interação com excelência, fornecendo produtos ou serviços desejados pelo público, poderão concretizar ótimas vendas para a organização. 9Conceito de marketing Por isso, existe a necessidade de a instituição exigir comprometimento de seus funcionários, além de qualificá-los e mantê-los bem informados. Excelência de produto Para conquistar a excelência de produto, as instituições precisarão lançar mão de produtos com alto valor percebido e posicionamento, além de uma gestão efi caz da sua marca. É preciso investir na marca, posicionando os produtos e serviços por intermédio de marca clara e inconfundível, refor- çando repetidamente essa marca por intermédio dos bens, dos serviços e da comunicação. Excelência de localização A localização será algo a ser bastante estudado pelas instituições, que deve- rão estar onde os seus potenciais consumidores estarão, pois a maioria dos indivíduos não vai deslocar-se até um local distante para adquirir um bem ou serviço. Além disso, é imprescindível analisar os concorrentes que a instituição terá ao seu redor, uma vez que poderá perder clientes para outras organizações que oferecem os mesmos produtos ou serviços. É na experiência do consumidor que a organização poderá ganhar ou perder clientes. Por isso, é importante a instituição construir estratégias de marketing para satisfazer e fidelizar consumidores. Com uma vantagem competitiva sustentável, a organização poderá conquistar o mercado, rendendo o fortalecimento da marca, a atenção de novos consumidores e maiores lucros. Veja outras estratégias para elevar a satisfação dos clientes no link abaixo: https://goo.gl/CjkEQV Conceito de marketing10 COBRA, M. Marketing no Brasil. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. GREWAL, D.; LEVY, M. Marketing. 2. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. Leituras recomendadas 7 ESTRATÉGIAS para aumentar a satisfação do cliente. 2017. Disponível em: <http:// www.accendadigital.com.br/7-estrategias-para-aumentar-satisfacao-cliente/>. Acesso em: 14 dez. 2017. BATISTA, R. M. Você sabe qual é a diferença entre necessidade e desejo? 2016. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/ voce-sabe-qual-e-a-diferenca-entre-necessidade-e-desejo/98547/>. CONHEÇA a diferença entre produto e serviço. 2015. Disponível em: <http://destino- negocio.com/br/negocios-online/conheca-a-diferenca-entre-produto-e-servico/>. Acesso em: 14 dez. 2017. GENEZE, P. 4 estratégias de marketing de relacionamento para aumentar a retenção e satisfação de seus clientes. 2017. Disponível em: <https://blog.neoassist.com/estrategias- -de-marketing-de-relacionamento/>. Acesso em: 14 dez. 2017. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson, 2012. KERIN, R. A., et al. Tradução Alexandre Melo de Oliveira. Marketing. 8. ed. São Paulo: Mc Graw Hill, 2007. 13Conceito de marketing DICA DO PROFESSOR A fidelização de clientes é um grande desafio que as empresas de todos os setores enfrentam. Muitos são os aspectos que fazem os indivíduos optarem por determinada marca quando se trata de escolher um produto. Mas algumas empresas são hoje exemplos de fidelidade e satisfação de seus clientes. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Uma das principais características do Marketing é seu poder de potencializar vendas, trazer ao conhecimento do público novos produtos, fidelizar clientes e aumentar a lucratividade das empresas. Para que isso aconteça, todos os setores de uma organização devem trabalhar em harmonia. A interatividade do setor de marketing com os demais setores da organização é essencial para bons resultados. Por quê? A) Na verdade a interatividade precisa acontecer somente com o departamento de logística. B) É preciso entender todas as características do produto para saber qual a melhor estratégia para vendê-lo. C) A interatividade é necessária para que o marketing defina sozinho todas as características do produto. D) Os outros setores podem fazer o papel do departamento de marketing quando não houver na empresa. E) O marketing irá direcionar qual o melhor produto que a empresa deve produzir. O marketing é o setor responsável por identificar, no mercado, os principais aspectos 2) da sociedade que podem contribuir para o aumento das vendas de uma organização. Conhecer os perfis e as vontades de consumidores e possíveis novos clientes é essencial para propor ações que gerem resultados positivos para as empresas. Pensando nesse contexto, como o marketing trabalha a relação entre a necessidade e o desejo dos clientes? A) O marketing cria a necessidade nas pessoas. B) O desejo é inerente à vontade humana e o marketing explora isso. C) O marketing se torna responsável por criar desejos a partir das necessidades das pessoas. D) Necessidade e desejo são sensações criadas pelo departamento de marketing para vender mais. E) O desejo existe mesmo sem ações de marketing. 3) O setor de marketing de uma empresa é crucial para obtenção de bons resultados. Seja para potencializar a venda de produtos que já existem, seja para fortalecer marcas que estão com baixas vendas ou para introduzir novos produtos no mercado. Uma das ferramentas para isso é a propaganda. Sobre a relação entre o marketing e a propaganda, podemos dizer que: A) A propaganda é a única forma de utilização do marketing. B) A propaganda é a melhor forma de o cliente conhecer a oferta ou o produto. C) Para o marketing, a propaganda serve apenas para o cliente conhecer, não para lembrar do produto. D) A propaganda não precisa ter um público específico, pode ser genérica. E) A linguagem da propaganda deve ser sempre formal, não importa para qual público é feita. 4) Para o marketing são muitos os elementos que podem ser explorados no mercado quando se pensa em melhorar vendas. A qualidade do produto, o preço, as facilidades são alguns deles. Seja na oferta de produtos ou de serviços, as organizações devem buscar oferecer ao cliente algo além do esperado, para conseguir destaque em um mercado cada vez mais competitivo. Quando pensamos na relação entre produtos e serviços, é possível afirmar que: A) Não é possível que produtos e serviços sejam comercializados pela mesma empresa. B) Uma empresa só pode oferecer um serviço se tiver um produto para complementar a venda. C) O serviço deve ter um valor agregado maior que o do produto oferecido. D) As empresasestão optando por oferecer o produto ou o serviço. E) Agregar serviço e produto tem sido o diferencial de muitas empresas para se destacar no mercado. 5) Muitas empresas têm dificuldade para entender a importância do setor de marketing nos resultados finais das vendas. Nem sempre todas as estratégias propostas são bem aceitas por parecerem muito ousadas, ou por não apresentarem um resultado positivo a curto prazo. Um dos grandes problemas sofridos pelas organizações é a miopia de marketing. Por que é importante fugir dela? A) Porque as empresas precisam pensar, a longo prazo, nos impactos que cada ação pode causar na percepção dos clientes. B) Porque a miopia de marketing faz com que os empresários não pensem a curto prazo. C) Porque fazer ações a curto prazo ajuda a fidelizar os clientes. D) Porque a miopia ajuda a entender os produtos em todas as suas instâncias e abrangências. E) Porque as empresas devem se ater à miopia somente quando as vendas estão em crise financeira. NA PRÁTICA Tornar um produto tão especial que o cliente deseje utilizar novamente a sua marca, em um cenário de múltiplas possibilidades de empresas concorrentes e assim ter clientes fiéis, é imprescindível para o sucesso de uma organização. Para tornar um cliente fiel, podem ser utilizadas as seguintes estratégia de fidelização: SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: 7 Tipos de marketing Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! O que é marketing: tudo que você precisa saber sobre o assunto Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! O marketing e os desejos e necessidades do consumidor Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Escopo de aplicação do Marketing APRESENTAÇÃO Marketing não é vendas, não é propaganda, não é simplesmente um produto que está em promoção, marketing é um processo. Não um processo exclusivo de um profissional ou de um departamento. É um processo em que várias coisas acontecem ao mesmo tempo para satisfazer necessidades e desejos. Marketing envolve mercados; produtos e serviços; valor, satisfação e qualidade; trocas, transações e relacionamentos. Cada uma dessas etapas envolve planejamento, objetivos, metas e estratégias. Tudo isso exige uma mudança importante na visão empresarial: há pouco tempo, olhar para o produto, suas características e suas qualidades era o essencial; hoje, não. Com a globalização, o acirramento da concorrência e uma disputa maior pelos clientes, o marketing se tornou uma excelente ferramenta para que as empresas passassem a comercializar os seus produtos com mais eficiência, e não apenas no contexto mercadológico relacionado a produtos. Dessa forma, o marketing se dividiu em marketing social, marketing político, marketing esportivo e outros, porque em cada um desses segmentos também auxilia entidades e organizações a se destacarem e se envolverem melhor com os seus públicos. Por outro lado, o uso de técnicas mais agressivas comercialmente tem provocado muitas críticas por parte da sociedade. Algumas justificadas, outras não. Consumidores, grupos de defesa dos consumidores, agências governamentais e setores vêm demonstrando uma preocupação quanto ao uso de determinadas táticas, ações e práticas questionáveis na busca por clientes. Tudo isso fez emergir o conceito de marketing socialmente engajado, orientando as empresas não somente na direção do consumidor e da satisfação de suas necessidades e desejos, mas de maneira ética e responsável. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar o que é marketing e como ele pode ser utilizado em pequenas e grandes empresas, os tipos de marketing e o que significa o marketing socialmente engajado. É um assunto que já está à sua volta, no seu dia a dia, nas mais diferentes formas. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar a abrangência e a aplicabilidade do marketing.• Diferenciar os principais tipos de marketing.• Descrever dilemas éticos ligados ao marketing.• DESAFIO O desafio desta unidade é apresentarmos as possibilidades do marketing para o gestor de uma empresa que está crescendo no mercado de prestação de serviços em domicílio no formato dos “maridos de aluguel” (pequenos reparos elétricos, pequenas reformas, serviços de bombeiro hidráulico, entre outros). Apesar de ter mais de 35 funcionários, a empresa nunca teve um profissional do marketing. Para justificar a importância do marketing para essa empresa, o profissional deverá apresentar ao gestor quais os tipos distintos de marketing que podem ser adotados, como esses tipos atuariam com os públicos envolvidos e como isso poderia beneficiar a organização. Vamos ajudá-lo nessa apresentação? - Orientação de resposta ao aluno: O aluno deverá contextualizar a formas de marketing que podem adotar estratégias para esse tipo de organização, considerando os diferentes públicos da organização (internos e externos), mostrando estar apto a diferenciá-los e aplicá-los conforme a situação. INFOGRÁFICO Com a evolução dos mercados, a exigência de ferramentas estratégicas que melhor direcionassem os negócios e auxiliassem na compreensão das necessidades e desejos dos clientes, o marketing foi se desenvolvendo e alcançando novas abrangências. Algumas das ferramentas mais utilizadas, como, por exemplo, marketing direto, endomarketing, marketing de relacionamento, marketing de conteúdo e guerrilha, possibilitam que sejam aplicadas essas estratégias em empresas e com o consumidor. No Infográfico a seguir, você conhecerá algumas abrangências mais específicas do marketing. CONTEÚDO DO LIVRO O marketing deve ser visto como uma filosofia dentro das organizações, podendo transitar em diferentes áreas e atuando de forma distinta em variadas situações. Para conhecer mais sobre o assunto, os estudos serão baseados no capitulo Aplicação do marketing, da obra Administração de marketing. Boa leitura. ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING Anya Révillion Aplicação do marketing Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar a abrangência e a aplicabilidade do marketing. Diferenciar os principais tipos de marketing. Descrever dilemas éticos ligados ao marketing. Introdução O conceito de marketing é amplo e abrange três dimensões: filosófica, funcional e gerencial. A partir dessas dimensões, podemos distinguir diferentes tipos, como marketing de serviços, de relacionamento, digital, de eventos e institucional. Além disso, existem cinco orientações que a gestão de marketing pode adotar em relação ao mercado: produção, produto, vendas, marketing e marketing societal. Assim, neste capítulo, você vai ver uma discussão sobre a ampla abran- gência e aplicabilidade do marketing, conhecendo as características de seus diferentes tipos e os dilemas éticos relacionados a essa área. Abrangência e aplicabilidade do marketing Na visão de Lamb Júnior, Hair Júnior e McDaniel (2004, p. 6), “[...] o marketing tem duas perspectivas: primeiro, é uma fi losofi a, uma atitude ou uma orientação de gerenciamento que busca a satisfação do cliente. Segundo, marketing é um composto de atividades utilizadas para implementar essa fi losofi a na empresa”. Isso signifi ca que uma empresa alinhada à fi losofi a de marketing tem como tarefa principal descobrir as necessidades e os desejos de um determinado mercado e trabalhar para promover a satisfação do consumidor de forma mais efi caz que seus concorrentes. Em seguida, a empresa deve estabelecer um composto de marketing, ou seja, uma combinação exclusiva de produto/ serviço, distribuição, preço e promoção. Por sua vez, Jorge, Veloso e Toledo(2017) propõem três dimensões para o conceito de marketing: dimensão filosófica (orientação empresarial como filosofiade suporte para a ação administrativa); dimensão funcional (objeto e objetivo do marketing) e dimensão gerencial (o processo administrativo e as atividades gerenciais de marketing, ou seja, a prática do marketing). A dimensão filosófica diz respeito à orientação adotada pela empresa, a qual servirá de base para a ação administrativa. O tipo de orientação será o direcionador do processo administrativo de marketing, ou seja, da sua prática. Kotler (2012) apresenta cinco orientações distintas sob as quais as empresas podem conduzir suas atividades de marketing: produção, produto, vendas, marketing e marketing societal, conforme demonstrado na Figura 1. Figura 1. Orientações das atividades de marketing nas organizações. Fonte: Adaptada de Kotler (2012). Segundo Kotler (2012), a orientação de produção é um dos conceitos mais antigos nas relações comerciais e assume que os consumidores dão preferência a produtos amplamente disponíveis e de baixo preço. Nessa orientação, os gerentes das empresas focam em alcançar alta eficiência de produção, baixos custos e distribuição ampla. É um conceito muito utilizado quando uma empresa deseja expandir o mercado. A orientação de produto sustenta que consumidores dão preferência a produtos que oferecem qualidade e desempenho superiores ou que tenham Aplicação do marketing2 características inovadoras. Por isso, o foco está em fabricar produtos supe- riores e em aperfeiçoá-los ao longo do tempo. Destaca-se, entretanto, que os gerentes podem cair no erro de se “apaixonar” pelo produto, esquecendo que os consumidores não compram necessariamente produtos em si, e, sim, soluções para seus problemas e necessidades. Assim, para ser bem-sucedido, não basta que o produto seja novo ou aperfeiçoado, deve, também, ter preço certo e ser distribuído, promovido e vendido de forma adequada. O foco excessivo no produto foi descrito por Theodore Levitt como um tipo de miopia em marketing. Levitt definiu a miopia em marketing como uma visão limitada da empresa, ou seja, quando a empresa define seu negócio a partir dos produtos que vende, e não das expectativas de seus clientes. Um caso de miopia que pode ser citado como exemplo são as produtoras de cinema de Hollywood, que, por pouco, não fecharam suas portas com a popularização da televisão nos anos 1970 e 1980. Hollywood julgava estar no setor de cinema, quando, na realidade, seu negócio era o entretenimento. A orientação de vendas parte do princípio de que os consumidores, por vontade própria, normalmente não irão comprar os produtos da empresa em quantidade suficiente. Assim, a empresa deve empreender um esforço agressivo de vendas e promoção, o que é feito de modo mais incisivo com produtos pouco procurados, que os compradores dificilmente pensam em comprar, como seguros e jazigos. Nesse caso, o objetivo é vender aquilo que se fabrica, e não fabricar aquilo que o mercado quer. A orientação de marketing surgiu em meados da década de 1950 e entende que a chave para atingir os objetivos organizacionais consiste em ser mais eficaz que os concorrentes na criação, entrega e comunicação aos consumi- dores de um valor superior, satisfazendo, assim, as necessidades e os desejos dos mercados-alvos. Finalmente, o conceito de marketing societal ou holístico afirma que a tarefa da organização é determinar as necessidades, os desejos e interesses dos consumidores e atendê-los de forma mais eficaz do que os concorrentes, preservando ou ampliando o bem-estar da sociedade. Esse conceito propõe que as empresas desenvolvam condições sociais e éticas em suas práticas de marketing. Nesse sentido, devem equilibrar critérios muitas vezes conflitantes 3Aplicação do marketing entre os lucros da empresa, a satisfação dos desejos dos consumidores e o interesse público. Em sua dimensão funcional, Kotler e Keller (2006) afirmam que o marke- ting tem por função estudar os relacionamentos de troca, ou seja, a presença de marketing supõe a existência de um processo de troca. Porém, para Churchill Junior e Peter (2000 apud PEREIRA; TOLEDO; TOLEDO, 2009, documento on-line), “[...] não basta que existam, de um lado, pessoas com necessidades e desejos a serem satisfeitos e, de outro lado, empresas ofertando produtos e serviços destinados à satisfação dessas necessidades”. As pessoas somente se dispõem ao envolvimento em um processo de troca se percebem que sua satisfação será atendida, o que significa que todos os processos relacionados à medição e geração da satisfação dos clientes são funções centrais do marketing. Na dimensão gerencial (prática), finalmente, a implantação da função de marketing é realizada mediante o planejamento, implantação e controle das variáveis que compreendem o composto de marketing (JORGE; VELOSO; TOLEDO, 2017). Nesse sentido, segundo Kotler e Keller (2006), o profissio- nal de marketing se envolve com atividades táticas de análise e de decisões relacionadas a produto, preço, distribuição e promoção. Urdan e Urdan (2006) destacam, além disso, o nível decisório estratégico de marketing e lembram que essa gestão está relacionada, também, com segmentação de mercado, determinação de mercados-alvo e posicionamento. Principais tipos de marketing O marketing é uma ciência que acompanha as mudanças de comportamento da sociedade e precisa estar sempre se adaptando. É também um conjunto de processos que buscam benefi ciar as empresas que os realizam e o seu público- -alvo a partir de diferentes estratégias de criação, comunicação, entre outras. É por isso que existem tantos tipos de marketing, que podem ser aplicados a diferentes contextos, demandas, canais, instituições e consumidores. Nesse sentido, o conceito de marketing pode ser aplicado a produtos físicos (roupas, eletrodomésticos, carros), serviços (saúde, educação, transporte), eventos (shows, campeonatos, festas), pessoas (celebridades, políticos), lugares (parques, cidades, países), organizações (empresas com ou sem fins lucrativos) ou mesmo ideias (diversidade, liberdade de escolha). A seguir, você vai ver de forma mais aprofundada alguns dos principais tipos de marketing. Aplicação do marketing4 Marketing de serviços O crescimento e a importância do setor de serviços na economia brasileira e mundial são cada vez mais signifi cativos. Assim, é preciso gerar constante- mente diferenciais competitivos que sejam percebidos como relevantes pelo consumidor, pois um ótimo produto com preço adequado já não é sufi ciente. Para Zeithaml, Bitner e Gremler (2003), serviço é qualquer ato que uma parte possa oferecer a outra que seja essencialmente intangível e que não resulte na propriedade de nada. Sua produção pode, ou não, estar atrelada a um produto físico. Por exemplo, a prestação de serviços em um restaurante depende, em parte, de aspectos intangíveis, como a rapidez e a cortesia e, em parte, de aspectos tangíveis, como a qualidade da comida. Marketing de serviços é uma abordagem que se destina a mostrar ao cliente o valor de uma empresa da área de prestação de serviços, posicionando-se como uma provedora de soluções às suas necessidades. É uma atividade ou um processo cujo valor principal é gerado nas interações entre comprador e vendedor. As principais características dos serviços, segundo Kotler (2012), são as seguintes. Intangibilidade: não podem ser vistos, sentidos ou provados antes de comprados. Inseparabilidade: produção, distribuição e consumo são processos simultâneos. Variabilidade: dependem de quem os executa e de onde são prestados. Perecibilidade: não podem ser estocados. O composto de marketing é um conjunto de ferramentas que a empresa utiliza para alcançar seus objetivos de marketing no mercado-alvo (KOTLER, 2012). O setor de serviços, por apresentar inúmeras diferenças comparado aos processos de produtos, constatou a necessidade de ampliar esse composto de marketing (já formando por produto, praça, promoção e preço), acrescentandomais três elementos (P’s): pessoas, physical evidences (evidências físicas) e processos (LOVELOCK; WIRTZ, 2006). Esse conjunto de P’s tem o propósito de auxiliar as empresas a alcançarem seus objetivos, assim como satisfazer e fidelizar seus clientes (SOUZA; SILVA, 2015). O Quadro 1 apresenta as variáveis do composto de serviços. 5Aplicação do marketing Fonte: Adaptado de Zeithaml, Bitner e Gremler (2003). Produto Praça (distribuição) Promoção Preço Características físicas, nível de qualidade, aces- sórios, embala- gens, garantias, linhas de produ- tos e marca Tipo de canal, exposição, intermediários, espaços em pon- tos, transporte, estocagem e administração de canais Composto de comunicação, pessoal de ven- das, propaganda, promoção de vendas e assesso- ria de imprensa Flexibilidade, faixa de preço, diferenciação, descontos, mar- gens e venda Pessoas Evidência física Processo Funcionários (recrutamento, treinamento, motivação, recompensas e trabalho em equipe) clientes (educação e treinamento) Projeto de instalações, equipamento, si- nalização, roupas dos funcionários. Outros tangíveis (cartões de visita, declarações e garantias) Roteiro de atividades (padronização e customização). Número de passos e envol- vimento dos clientes Quadro 1. Composto de marketing de serviços Imagine que, em um restaurante, os clientes buscam um lugar mais confortável para o almoço durante o período do trabalho. Nesse caso, é possível aplicar o composto de marketing de serviços oferecendo os seguintes benefícios: produto: ar condicionado, wi-fi gratuito e ambiente separado para reuniões de almoço; preço: pagamento pode ser feito com cartão de crédito e vale-refeição; praça: horário expandido (das 11h às 15h) e estacionamento gratuito; promoção: e-mail personalizado divulgando as promoções do dia; processos: mesas que podem ser reservadas pelo aplicativo; evidência física: site atualizado com informações do cardápio de cada dia; pessoas: atendimento com mais cortesia. Fonte: Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (2015, documento on-line). Aplicação do marketing6 Marketing de relacionamento É uma combinação de ações estratégicas que tem como objetivo a manutenção do bom relacionamento da empresa com seus clientes. Para McKenna (2005), marketing de relacionamento signifi ca construir e sustentar a infraestrutura dos relacionamentos com os clientes. É a integração dos clientes com a empresa, desde o projeto até o desenvolvimento de processos gerenciais e de vendas. O foco está nos clientes já existentes, e não na angariação de novos clientes. Para que uma empresa possa apostar no marketing de relacionamento e conseguir fidelizar os seus clientes, deverá atender aos seguintes pontos: co- nhecer bem o cliente, saber escutar as suas necessidades e desejos e reconhecer a sua fidelidade. As principais características de uma empresa que utiliza o marketing de relacionamento são as listadas a seguir. Interatividade: o cliente é receptor e emissor da comunicação e toma a iniciativa do contato quando quer. Personalização: todas as ações são direcionadas e personalizadas, de modo que as mensagens direcionadas aos clientes devem ser enviadas pelas empresas com adequação às suas circunstâncias. Memorização: as interações estabelecidas com os clientes precisam ser registradas em memória que contenha identidade, dados, características, preferências e detalhes. Receptividade: o cliente é quem decide se quer, ou não, manter relação; por isso, as empresas devem falar menos e escutar mais. Orientação para o cliente: o foco das empresas deve estar menos no produto e mais no consumidor. Nesse sentido, um programa de relacionamento é um projeto desenvolvido pela empresa que apresenta ações com o objetivo de envolver o público com sua marca, tornando o seu produto mais atrativo e aproximando a empresa de seus consumidores. A seguir, veja um exemplo de programa de relacionamento da Marvel. 7Aplicação do marketing Marvel Insider é um programa de relacionamento da Marvel, empresa americana editora de quadrinhos e mídia. Está disponível no site para os fãs dos personagens, que são incentivados a demonstrar engajamento com a marca em redes sociais, assistir trailers dos filmes, escutar podcasts, fazer check-in em eventos da Marvel, entre outros. À medida que o participante acumula pontos, ele vai desbloqueando benefícios, ou seja, tendo acesso a recompensas customizadas. Assim, as premiações vão de simples menções no Twitter pelos desenhistas da Marvel até ter um desenho próprio feito por um dos artistas da marca. Marketing digital Marketing digital é um conjunto de ações de divulgação e comunicação que uma empresa utiliza por meio da internet e dos meios digitais. Para Turchi (2012, p. 68), o marketing digital não é um substituto do marketing conven- cional, mas devemos ter em mente como planejar o marketing hoje “devido às alterações advindas do universo digital”. O marketing digital difere do marketing tradicional pela utilização de várias ações e métodos nos canais on-line, que permitem a análise de resultados em tempo real. Segundo Gabriel (2010, p. 107), “[...] no ambiente digital de marketing, podemos enumerar diversas tecnologias e plataformas digitais que podem originar estratégias digitais de marketing”. Muitas vezes, porém, verificamos que existe uma confusão entre plataformas e estratégias. Por exemplo, as redes sociais são apenas plataformas, ou seja, ferramentas que podem ser usadas no planejamento de marketing digital. O modo como essa rede social será usada é que configura uma estratégia. Da mesma forma, o celular é apenas um dispositivo de tecnologia mobile, e a maneira com que essa tecnologia será usada descreve a estratégia mobile. A autora nos apresenta as principais plataformas e tecnologias digitais disponíveis atualmente (GABRIEL, 2010, p. 107), listadas a seguir. páginas digitais (site, portal e blog); e-mail marketing; realidade aumentada e realidade virtual; mobile marketing (ações de marketing em dispositivos móveis); plataformas digitais de redes sociais (Facebook, Instagram, Youtube); plataformas digitais de busca (Google, Yahoo, Bing). Aplicação do marketing8 Como o ser humano vive no ambiente tradicional de marketing, além do digital, ele continua frequentando mercados físicos, comprando produtos em lojas tradicionais, passeando em shoppings, olhando outdoors espalhados pela cidade e ouvindo rádio. Por isso, um plano de marketing que envolva estratégias digitais associadas a estratégias tradicionais tende a funcionar melhor, pois engloba as dimensões material e digital em que vive o consumidor atualmente. Marketing de eventos Segundo Hall (2001, p. 136), o marketing para eventos pode ser considerado como: “a função da gestão de eventos que pode manter contato com os parti- cipantes do evento (consumidores), descobrir suas necessidades e motivações, desenvolver produtos que satisfaçam suas necessidades e construir um programa de comunicação adequado que expresse os objetivos propostos pelo evento”. Nesse sentido o marketing para eventos apresenta-se como uma ferramenta indispensável para a implementação de qualquer tipo de evento, seja ele de pequeno, médio ou grande porte. Para Allen et al. (2008), o sucesso do marketing de eventos é resultado da junção de fatores que não podem ser isolados, como a compreensão completa de quem são os consumidores, onde vivem e quais são as suas necessidades de entretenimento. Com base nessas respostas, é possível o planejamento de estratégias que constroem o produto chamado evento. Segundo Matias (2010), quanto à classificação, os eventos podem apresentar- -se de acordo com a área de interesse. Artístico/cultural: show musical, espetáculo de dança, teatro, expo- sição de arte. Científico/empresarial: convenções, congressos, seminários, palestras, workshops.9Aplicação do marketing Esportivo: campeonatos, olimpíadas, torneios e gincanas esportivos, independentemente da modalidade. Lazer/social: proporciona entretenimento ao seu participante, como encontros, festas, recreação, acampamentos. Promocional: lançamento de produtos, feiras, demonstrações. Turístico: explora os recursos turísticos de uma região ou país por meio de eventos como o Natal Luz de Gramado, por exemplo. Marketing institucional Segundo Rabaça e Barbosa (2014), o marketing institucional é uma modalidade que engloba o marketing social, cultural e ecológico (ambiental ou verde). Seu objetivo é a criação de atitudes favoráveis nos diversos segmentos do público em relação à empresa e à fi xação da marca e da imagem corporativa. Marketing social: seu objetivo é “promover ideias, atitudes, comporta- mentos que provoquem mudanças positivas na realidade social” (CA- SAROTTO, 2019, documento on-line). Sua aplicação é mais comum em instituições públicas e ONGs, como, por exemplo, em campanhas de conscientização sobre temas violência no trânsito e preconceito racial, por exemplo. Para que essa estratégia seja aceita pelo consumidor, é importante que o compromisso social esteja claro na constituição e nos valores da empresa, e não apenas em ações específicas e isoladas. Marketing cultural: estratégia aplicada com o objetivo de difundir produtos e marcas a partir de projetos culturais como veículos de comunicação. Marketing ecológico: estratégia usada para projetar e sustentar a imagem da empresa destacando sua diferenciação ecologicamente correta junto a sociedade, fornecedores, funcionários e consumidores. Aplicação do marketing10 Uma das empresas brasileiras que mais se destaca como exemplo de utilização do marketing verde no Brasil é a Natura, empresa de cosméticos que é uma das cinco citadas como pioneiras do marketing verde no mundo. A Natura se destacou com a linha de produtos EKOS, que utiliza matérias-primas vegetais, extraídas sem prejudicar o meio ambiente. As fórmulas são totalmente biodegradáveis, decompondo-se em até 28 dias. Dilemas éticos de marketing De todas as atividades empresariais, o marketing é, possivelmente, a mais sujeita a debates e questionamentos de natureza ética e moral. Conforme D’Ângelo (2003, p. 56): [...] não por acaso inúmeros códigos de ética procuram fornecer diretrizes a quem atua na área; alguns dos mais conhecidos são os da Associação Ame- ricana de Marketing (AMA), instituição que congrega profissionais e aca- dêmicos de marketing de todo o mundo, e, no Brasil, o do Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária), que congrega anunciantes e profissionais de propaganda. Como característica principal, esses códigos apresentam diretrizes de comportamentos adequados às atividades de ma- rketing, normatizando tais atividades e conscientizando seus profissionais acerca de seu papel social. Segundo D’Ângelo (2003), existem basicamente duas categorias de questio- namentos éticos em relação ao marketing: a primeira, ligada às características do sistema capitalista, diz respeito aos estímulos materialistas despertados pelo marketing; a segunda, de caráter mais prático, enfoca atividades de marketing, como precificação, propaganda e vendas. Na primeira categoria, atribui-se às empresas e aos seus sistemas de marketing a capacidade de estimular que os consumidores vislumbrem na aquisição de produtos e serviços a principal forma de não só satisfazer suas necessidades práticas de posse e utilização, como também suas necessidades de fundo emocional e social. A satisfação dessas necessidades, ou a própria criação delas, seria estimulada pelo marketing e tomaria forma em produtos considerados supérfluos e dispensáveis. A segunda categoria de questionamentos éticos relaciona-se à prática de negócios. Trata-se dos padrões de conduta das empresas nas suas relações 11Aplicação do marketing com o consumidor final e outros agentes econômicos. Fazem parte dessa categoria as atividades relacionadas à promoção de produtos e serviços, à sua precificação, à prestação de informações aos consumidores, à concepção de produtos e ao seu lançamento, além de toda uma infinidade de atividades que caracterizam a rotina dos profissionais de marketing e do próprio consumidor no mercado. No Quadro 2, a seguir, são apresentados alguns questionamentos éticos a respeito das práticas de marketing. Produto O produto pode causar algum dano ou prejuízo a quem o utiliza? O consumo constante do produto, ao longo dos anos, pode causar algum efeito negativo ao consumidor? As informações prestadas aos consumidores a respeito do produto são suficientes e adequadas à decisão de compra? A empresa omite algum componente do produto que possa causar prejuízos no curto ou longo prazo para o consumidor? O produto lançado tem sua obsolescência planejada, de- vendo sair de linha dentro de alguns meses/anos e perder valor para quem o adquirir? O processo de fabricação do produto, em algum estágio, causa danos ao meioambiente? A embalagem, embora atraente aos olhos do consumidor, representa desperdício de algum material? Comunicação A comunicação promete vantagens que o produto não pode oferecer? A comunicação direcionada a crianças, incapazes de discer- nir qualidades e defeitos de um produto, é prejudicial a elas e suas famílias? Preço Os pacotes de preço manipulam as percepções de valor dos consumidores? Os preços de acessórios e peças de reposição são muito elevados em relação ao preço do produto, tornando cara sua manutenção? O preço de produtos essenciais (por exemplo, medicamen- tos) é excessivamente alto, dificultando o acesso de uma parcela do mercado consumidor? Promoção Os preços praticados na promoção estão realmente abaixo daqueles praticados normalmente? Quadro 2. Questionamentos éticos do marketing (Continua) Aplicação do marketing12 Fonte: Adaptado de D’Ângelo (2003). Distribuição Existe abuso de poder na relação entre os integrantes do sistema de distribuição? Vendas Os consumidores sentem-se pressionados e constrangidos com a postura do vendedor? O vendedor omite alguma informação relevante a respeito do produto, ou exagera suas virtudes? O vendedor tenta empurrar produtos que não são os mais adequados ao consumidor? O vendedor superestima as necessidades do consumidor, oferecendo produtos mais caros? Atendimento O processo para cancelamento da prestação de determina- dos serviços é complicado e demorado, tornando o cliente refém da empresa? O acesso aos serviços de atendimento para reclamações e consultas pós-venda é difícil? Marketing internacional É correto comercializar em países em desenvolvimento pro- dutos que são vetados por órgãos reguladores de nações desenvolvidas, valendo-se de menores restrições legais desses países? Quadro 2. Questionamentos éticos do marketing (Continuação) ALLEN, J. et al. Organização e gestão de eventos. Rio de Janeiro: Campus, 2008. CASAROTTO, C. Os 82 tipos de marketing principais, explicados e com exemplos visuais para você. In: Rock Content, 2019. Disponível em: https://rockcontent.com/blog/tipos- -de-marketing/. Acesso em: 16 jun. 2019. D´ÂNGELO, A. C. A ética no marketing. Revista de Administração Contemporânea, Curi- tiba, v. 7, n. 4, p. 55-75, out./dez. 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo. php?pid=S1415-65552003000400004&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 13 jun. 2019. GABRIEL, M. Marketing na era digital: conceitos, plataformas e estratégias. São Paulo: Novatec, 2010. 13Aplicação do marketing HALL, C. M. A tomada de decisão política e o planejamento centralizado: Darling Harbour, Sydney. In: TYLER, D.; GUERRIER, Y.; ROBERTSON, M. (Org.). Gestão do turismo municipal: teoria e prática de planejamento turístico nos centros urbanos. São Paulo: Futura, 2001. 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Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Para que a empresa consiga desenvolver plenamente suas atividades, é preciso que o marketing permeie todos os espaços. Por isso, ele é considerado uma filosofia para toda a organização. Então, podemos afirmar que: A) a relação com o cliente pode ser esporádica, ocorrendo só quando houver a necessidade da venda. B) o marketing pode ser resumido a atividades operacionais de um setor. C) todos os funcionários, independente do setor, devem se preocupar com o cliente. D) como filosofia, os departamentos deixam o marketing como segunda opção estratégica. E) somente os clientes que interagem com as organizações acabam sendo atendidos pelo marketing. 2) O marketing de relacionamento é muito importante para as organizações de todos os setores. Isso porque esse tipo de marketing é o responsável por aproximar o cliente e fazê-lo ter uma longa relação com a empresa. Para isso, é preciso: A) dispensar a busca pela fidelidade do cliente, focando apenas nas vendas imediatas. B) fazer o marketing gerar estratégias que façam o cliente consumir o produto repetitivamente. C) fidelizar somente na relação que se forma entre a organização e seus fornecedores. D) investir altos valores nesse tipo de estratégia, independente do porte da empresa. E) saber que os brindes não são boas ferramentas de relacionamento, pois têm baixo impacto nas relações com os clientes. 3) O marketing é muito importante para as empresas que produzem bens, mas também é indispensável para aquelas que oferecem serviços aos seus clientes. O marketing para essas empresas de serviços tem algumas características específicas. Uma dessas características é: A) o fato de os serviços serem, em sua maioria, tangíveis, o que facilita as ações de marketing. B) o fato de o marketing poder atuar de maneira única, pois não é possível separar produtos e serviços. C) os serviços não sofrerem muita variação, pois, independente da contratação, o resultado é sempre o mesmo. D) o fato de os serviços não terem prazo final, podendo o marketing criar estratégias de longo prazo. E) o fato de boa parte da economia mundial ser baseada em serviços, propiciando ao marketing um grande leque de opções de ações. Para cada tipo de ação há um tipo de marketing específico, com ações estratégicas 4) para tipos diferentes de públicos. É importante que as empresas reconheçam que, mesmo para um único produto, podem apresentar diferentes estratégias. Por exemplo: A) O marketing digital busca desenvolver ações para os públicos que participam do ambiente virtual – a internet. B) Mesmo recente, o marketing digital já está estagnado, e as estratégias estão apenas recicladas. C) Trabalhar, por meio do marketing institucional, somente o público interno das organizações. D) Deixar de usar o marketing de eventos para envolver e aproximar os clientes. E) Trabalhar o marketing imobiliário somente para a venda de prédios de grande porte. 5) O marketing é uma área que mexe com o imaginário e os desejos dos indivíduos. Cada vez mais têm sido questionados os métodos utilizados por algumas organizações para conquistar seus clientes. Por isso, podemos afirmar que: A) a ética se faz necessária somente no momento de conquista do cliente. B) o marketing social pode ajudar a organização na melhor forma de abordar o cliente. C) esconder as taxas de juros de um parcelamento foi considerado antiético somente até 1993. D) como as crianças sabem o que querem, o princípio ético pode ser deixado em segundo plano para esse público. E) são necessários princípios éticos somente quando se trata de produtos, e não de serviços. NA PRÁTICA O marketing socialmente engajado não está preocupado apenas com a relação comercial entre a empresa e os seus clientes. Mais do que isso, ele se divide em cinco princípios: marketing voltado ao consumidor, marketing inovador, marketing de valor, marketing com visão social e marketing de responsabilidade social. As empresas que seguem esses princípios são as chamadas empresas do bem ou empresas que fazem o bem. Conteúdo interativodisponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Mais do que uma estratégia de vendas, o marketing é uma filosofia de gestão Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! A Aplicação do Marketing Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! VW lança aplicativo Volkswagen Experience, com realidade aumentada para o Nivus Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Análise de mercados APRESENTAÇÃO Com a concorrência cada vez mais acirrada, as empresas se veem obrigadas a melhorar continuamente seus produtos e serviços, buscando sobreviver, crescer e conquistar um espaço maior em um mercado volátil, imprevisível e dinâmico, devido às constantes mudanças. Para isso, é preciso entender as necessidades e os desejos dos consumidores, a sua motivação e outros aspectos que envolvem o seu comportamento no processo de compra de um bem ou serviço. Nesse contexto, é fundamental conhecer o mercado e as suas tendências. A análise de mercado é uma prática imprescindível para que ações de marketing possam ser planejadas e implementadas com sucesso. Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará sobre a importância da análise de mercado; as etapas que implicam o estudo de mercado e conhecerá as melhores fontes para colaborar com os estudos. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Expressar a importância da análise de mercado.• Construir as etapas que implicam o estudo de mercado.• Identificar e trabalhar as melhores fontes para colaborar com os estudos.• DESAFIO Um artesão percebeu grande queda nas vendas de seus brinquedos de madeira. Ele não sabe o motivo da diminuição, porque, aparentemente, a região em que atua há dez anos não tem mudado muito nos últimos tempos. Vamos ajudá-lo fazendo uma investigação sobre a situação e apresentar as possíveis hipóteses sobre o caso. Para isso precisamos saber: - Como definir a situação problema e os objetivos da pesquisa. - Existem dados secundários? Onde poderíamos encontrá-los? - Qual o melhor tipo de pesquisa a ser aplicada? Para a coleta dos dados primários será necessária a produção de um questionário: - Em qual público será aplicado? - Qual o melhor método a utilizar? - Quais serão os dados pesquisados? Vamos apresentar, além do relatório com as respostas a essas perguntas, um modelo de questionário para facilitar o trabalho do artesão. - Orientação à resposta do aluno O aluno deve mostrar que entende os conceitos aplicados às pesquisas de mercado. Ao mesmo tempo, deve apresentar uma resposta prática ao problema, com a criação de um questionário baseado nas explicações teóricas. INFOGRÁFICO A análise de mercado permite à empresa tomar decisões mais assertivas no desenvolvimento de novas estratégias, de novos produtos e serviços. Para conhecer melhor sobre o mercado no qual está inserida, a empresa pode utilizar a pesquisa de marketing. Existem vários tipos de pesquisa, no entanto, a escolha deve considerar o objetivo que se quer alcançar. Assim, para cada situação existe um tipo de pesquisa de marketing. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! CONTEÚDO DO LIVRO Para conhecer o mercado e saber quais as melhores estratégias a serem aplicadas, é muito importante pesquisá-lo primeiro. Em cada situação, uma determinada pesquisa se torna fundamental para o desenvolvimento do diagnóstico e a aplicação das ações. Leia o capítulo Análise de Mercados da obra Estratégia de Marketing ;que é a base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura. ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING Fabiana Tramontin Bonho Análise de mercados Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer a importância da análise de mercado. Construir as etapas que compõem o estudo de mercado. Identificar fontes adequadas para colaborar com os estudos. Introdução Análise de mercado é uma ferramenta essencial dentro das empresas e que pode ser utilizada tanto no curto quanto no longo prazo, antece- dendo estratégias que tornarão a empresa um diferencial no mercado. A partir da pesquisa de marketing, é possível identificar e até mesmo solucionar os problemas, conhecer as tendências e também o impacto no consumo dos produtos ofertados pelas empresas. Para que esse estudo possa ser realizado, é necessária a realização de algumas etapas, que vão desde a criação do objetivo, da identificação do problema, da coleta de dados até a apresentação dos relatórios para a tomada de decisão. Neste capítulo, você vai reconhecer a importância da análise de mer- cado, vai aprender quais são as etapas que compõem essa pesquisa e também vai identificar as fontes mais adequadas para que se tenha uma análise adequada. A importância da análise de mercado Hoje, com as crescentes mudanças que ocorrem no mercado, a pesquisa de marketing é uma ferramenta fundamental para a tomada de decisão. Por meio dela, são coletadas informações essenciais para analisar o mercado e decidir pelas melhores estratégias e ações que deverão ser tomadas. Com a globalização, em função do surgimento de novas tecnologias, os consumidores passaram a ser mais exigentes e também a demonstrar necessidades diferenciadas. Para atender a essa nova demanda, os profis- sionais de marketing necessitam da análise de mercado, pela qual podem identificar os hábitos, as necessidades e as exigências desses consumidores. As organizações precisam diferenciar-se entre as demais, oferecendo produtos e serviços que satisfaçam e superem as expectativas de seus consumidores, o que irá gerar lealdade e, com isso, fidelizará o consumidor, que repete a compra do produto ou serviço, gerando lucro para a empresa (MORITA, 2012). Segundo Cobra (2009), a pesquisa de marketing pode ser entendida como qualquer esforço planejado e organizado para que se possa obter informa- ções, fatos e conhecimentos novos que irão facilitar o processo de decisão de mercado, de conhecer melhor o cliente e suas necessidades e de tentar superar as suas expectativas. Além disso, permite desenvolver decisões gerenciais, provendo informações relevantes com exatidão e a tempo certo, minimizando os erros. Assim, a análise de mercado poderá ser utilizada também para criar novas oportunidades, como a entrada de um novo produto no mercado, tornando-se, dessa forma, uma ferramenta essencial para responder às diversas questões mercadológicas que envolvem o composto de marketing (Figura 1). Figura 1. Composto de marketing. Fonte: Adaptada de Morita (2012). Análise de mercados2 Conforme Morita (2012), analisando cada um dos elementos que compõem o composto de marketing, pode-se verificar com maior clareza a importância da análise de mercado. Veja, a seguir, os pontos principais dessa análise. Preço: com base na pesquisa e na análise de preço, pode-se avaliar o impacto da variável preço, como a criação de cenários que podem embasar a decisão quanto à viabilidade do negócio, pois poderão ser observados num mesmo cenário pontos positivos e negativos, o que servirá como informação para a tomada de decisão. Produto: a partir dessa análise, verifica-se o comportamento dos con- sumidores em relação aos produtos existentes, se são leais à marca ou se focam no preço e na qualidade do produto. Mostra, também, se a empresa precisará diversificar seu mix de produtos para atender às expectativas dos clientes. Promoção: elemento atrelado diretamente ao preço. Assim, quanto mais voltado aos preços for, maior será a necessidade de realizar promoções aos seus clientes e canais de distribuição. Porém, a promoção se relaciona também com a parte de divulgação dos produtos e serviços, como sobre que tipo de mídia utilizar, quais estratégias aplicar no ponto de venda. Nesse ponto, deve-se cuidar para adaptaras mensagens ao gosto local, levando esse fator em consideração. Praça: o elemento praça não está ligado somente ao ponto de venda, analisa a concentração de determinados pontos de vendas, a infraes- trutura precária para o transporte do produto pelas estradas e ferrovias, assim como o custo gerado pelo transporte a partir da distância a ser percorrida, assim como o custo de manutenção dos veículos, mostrando se é viável ou não. Dessa forma, podemos verificar que o composto de marketing é funda- mental dentro da análise de mercado, auxiliando na tomada de decisão no que envolve os níveis de preços praticados no mercado, os tipos de produtos que estão sendo ofertados e como estão sendo desenvolvidas as promoções, dentre outros inúmeros fatores correlacionados a eles. Com a análise de mercado, as empresas conseguirão atingir o seu objetivo principal, que é atender e satisfazer as necessidades de seus consumidores e criar estratégias, ações e oportunidades antecipadas, o que pode trazer benefícios aos clientes e também maior lucratividade para a empresa, que terá clientes leais. 3Análise de mercados Porém, destaca-se um cuidado que se deve ter ao realizar uma pesquisa, cujo resultado resultará em informações para serem utilizadas na tomada de decisão. A principal delas é a questão ética, que deve ser levada em conta durante todo o processo, desde a coleta, a preparação dos dados até a apre- sentação do relatório final, já que os dados da pesquisa, muitas vezes, podem ser modificados, alguns ignorados e outros até falsificados. Por isso, todas as informações devem ser confiáveis e fidedignas para que, no futuro, não tragam problemas para a organização. Se tudo isso for cumprido de forma ética e cuidadosa, a pesquisa e a análise de mercado serão ferramentas fundamentais na tomada de decisão dos gestores na hora de verificar a possibilidade de se lançar um produto novo ou até mesmo de retirar algum produto do mercado. As etapas do estudo de mercado Para realizar um estudo no mercado, é necessário passar por algumas etapas. A Figura 2 mostra as etapas que deverão ser desenvolvidas para que se possa ter um estudo efi ciente, que traga resultados que possam auxiliar os gestores na tomada da melhor decisão. Figura 2. Etapas que compõem a pesquisa. Fonte: Farias, Duschitz e Carvalho (2015, p. 71). Porém, antes de conhecermos cada etapa da pesquisa, é necessário iden- tificar a melhor pesquisa a ser aplicada. Para isso, iniciamos apresentando a classificação básica acerca dos tipos de pesquisas proposta por Farias, Duschitz e Carvalho (2015, p. 67) e que inclui os apresentados a seguir. Pesquisa exploratória: o foco é perceber o mercado de modo inicial. Pesquisa conclusiva: descritiva e causal (experimental) Pesquisa descritiva: descreve fatores como potencial de mercado para determinado produto ou os dados demográficos e as atitudes dos consumidores que compram o produto (FRÂNCIO, 2011). Análise de mercados4 Pesquisa experimental: tem como objetivo demonstrar como e por que determinado fato é produzido Após a escolha da pesquisa, será o momento de conhecer os tipos de abor- dagem de pesquisa, isto é, se será uma pesquisa qualitativa ou quantitativa. A pesquisa qualitativa poderá ser usada em inúmeras funcionalidades, como, por exemplo, em lançamento de um novo produto e alteração de embalagem, sendo um método não estruturado, em que se observando o comportamento e as reações dos consumidores durante as perguntas e os testes que são realizados (MORITA, 2012). Já a pesquisa quantitativa é um número de amostragem mínimo que deve ser exposto a um tratamento estatístico para que os dados apontem para o resultado real (FARIAS; DUSCHITZ; CARVALHO, 2015, p. 70). Farias, Duschitz e Carvalho (2015) destacam que, para fazer uma pesquisa de marketing satisfatória, é necessário passar por algumas etapas de pesquisa, que você acompanha a seguir. 1ª etapa — definição do problema e dos objetivos: é considerada a etapa mais difícil e todos devem trabalhar em conjunto. Deve-se con- siderar a finalidade da pesquisa, as informações mais importantes para a resolução do problema determinado e como essas informações serão utilizadas para tomar as decisões. 2ª etapa — desenvolvimento de um plano de pesquisa: nesta etapa, são definidas as informações exatas e é desenvolvido um plano para coletá-las de maneira eficaz, como o tipo de pesquisa, os procedimentos e tamanho da amostra. É importante determinar os custos envolvidos na pesquisa, o que deve ser elaborado de forma escrita. 3ª etapa — coleta de dados: os dados podem ser secundários, isto é, informações já existentes e publicadas, ou dados primários, que são dados novos coletados para esse fim, que é a pesquisa. Esta etapa é realizada em campo, conforme for determinado no plano. 4ª etapa — análise de dados: faz-se a editoração, a codificação, a transcrição e a verificação dos instrumentos de coleta de dados. 5ª etapa — preparação e apresentação do relatório: momento do pro- cessamento e da análise dos dados. Os relatórios devem apresentar os 5Análise de mercados principais resultados e o que de mais relevante foi constatado. Pode-se utilizar gráficos, tabelas e figuras para aumentar a clareza das infor- mações e o impacto dos resultados. 6ª etapa — tomada de decisões: a pesquisa de ser útil para a tomada de decisão dos profissionais de marketing. Malhotra (2019) também reflete sobre o estudo de mercado e distingue as etapas a seguir. Definição do problema: é a etapa mais importante do projeto e o momento interação entre o pesquisador e a gerência para identificar e isolar o problema. As tarefas envolvidas nessa etapa são entrevistas com especialista do setor, análise de dados secundários e pesquisas qualitativas, o que ajuda a compreender o contexto ambiental do problema. Formulação da concepção de pesquisa: fase que detalha os procedi- mentos necessários para a obtenção das informações indispensáveis para estruturar ou resolver problemas de pesquisa de marketing. É definida a classificação da pesquisa, que poderá ser exploratória, que tem a finalidade de ajudar a compreender a situação-problema enfrentada pelo pesquisado; conclusiva, que é concebida para auxiliar o tomador de decisões a determinar, avaliar e selecionar o melhor curso de ação em determinada situação; descritiva, cujo objetivo é a descrição de algo, normalmente as características ou funções do mercado; e causal, que tem objetivo obter evidências relativas a relações de causa e efeito. O método de levantamento: envolve a criação de um questionário estruturado para que os entrevistados respondam com base em um interrogatório. Pode ser aplicado por meio de entrevistas pessoais em domicílio, por telefone, em shopping, através dos correios, e-mail, dentre outros. Análise das informações: fase de tirar as conclusões a partir dos dados que foram coletados. Inclui a edição, a codificação, a transcrição e a verificação dos dados. Os dados são analisados por meio de métodos de análise de dados para se obter informações relacionadas ao problema de pesquisa de marketing, oferecendo, assim, informações para a tomada de decisão da gerência. Análise de mercados6 Apresentação dos resultados: as conclusões são apresentadas por meio de um relatório, bem como as sugestões e também as recomen- dações de ações pertinentes à solução do problema pesquisado. É recomendado que seja uma apresentação verbal, com o uso de tabelas, figuras e gráficos para aumentar a clareza e o impacto da pesquisa de marketing. Tomada de decisão: as informações obtidas serão analisadas pela gestão para a tomada de decisões. Fontes para os estudos de mercado Com o plano de estudo pronto, chega a hora de coletar as informações. Para isso, é importante estruturar as fontes de dados, que são o ambiente de marketing, isto é, o macro e o microambiente. Por isso, o ideal é separar a origem dos dados conformeos dois ambientes. Os aspectos que compõem o macroambiente são os políticos legais, os econômicos, sociais e os tecnológicos. Esses aspectos são considerados exógenos e podem ser utilizados pela empresa, mas não alterados direta- mente por ela. Exógeno: que provém do exterior, que se produz no exterior (do organismo, do sistema) ou que se deve a causas externas (DICIO, 2018, documento on-line). Segundo Farias, Duschitz e Carvalho (2015), a análise desses dados pode resultar em vantagem competitiva para a empresa, pois, a partir de seu estudo, será possível antever comportamentos e estratégias, e ações poderão ser de- finidas, auxiliando a empresa por períodos maiores. Os dados coletados do ambiente macroeconômico trazem informações relevantes, conforme podemos verificar no Quadro 1, a seguir. 7Análise de mercados Econômicos Perspectivas de crescimento econômico Conjuntura econômica nacional e internacional Política monetária e fiscal (incentivos fiscais e de crédito) Existência ou não de financiamentos Taxas de juros e de câmbio Inflação Balança comercial Tendências salariais do mercado Exportações e importações Distribuição de renda (índice de Gini e renda per capita) Variações do PIB Exposição da economia à concorrência internacional Fluexo de recursos humanos Dívida externa, déficit público Liquidez do mercado interno Políticos Planos governamentais e setoriais Política setorial do governo Conjuntura política nacional Política habitacional Política de privatização Política de desregulamentação Política de descentralização Reformas constitucionais Política de reforma agrária Política de exportação/importação (grau de abertura da economia) Políticas industriais, setoriais e regionais Políticas de associações de classe empresariais Política sindical Culturais e sociais Nível de emprego Hábitos de poupança e consumo Poder aquisitivo da população Relações sindicais e trabalhistas Mudanças de hábitos e valores Sazonalidade Aspectos éticos (níveis de corrupção, por exemplo) Massificação na comunicação social Preocupação com a preservação do meio ambiente Demográficos Crescimento da população Expectativa de vida Nível de urbanização Distribuição da população por idade Migrações Quadro 1. Dados coletados do ambiente macroeconômico (Continua) Análise de mercados8 Os dados do microambiente são aqueles que têm origem no ambiente interno das organizações, formado pelos fornecedores, intermediários, clientes e concorrentes. No entanto, outros dados também podem ser levados em conta durante o estudo, como dados da produção, do financeiro, do comercial, do recursos humanos, do próprio marketing. Dessa forma, veja, a seguir, os dados de alguns elementos do microambiente. Cliente: conhecer seu cliente é essencial para o crescimento da em- presa. O cliente é a peça fundamental e, por isso, a empresa precisa identificar, por meio desse estudo, estratégias e ações que o identifi- quem, que verifiquem quais são as suas expectativas e necessidades. As informações relacionadas com esses elementos devem sempre estar atualizadas e realizadas constantemente, pois, assim, estarão um passo a frente no mercado. Concorrentes: com a análise desse elemento, pode-se verificar possíveis estratégias a serem antecipadas, alguns erros poderão ser evitados e também poderão surgir novas oportunidades para a empresa. Com essa análise, a empresa poderá qualificar-se. Fornecedores: identificar e entender os fornecedores do negócio é um fator determinante nas estratégias e ações de ampliação do negócio, de criação de parcerias e aumento da capacidade produtiva, pois as empresas devem ter uma rede de fornecedores capazes de suprir suas necessidades. Fonte: Adaptado de Farias, Duschitz e Carvalho (2015). Legais Legislação tributária e fiscal Legislação trabalhista e sindical Legislação ambiental Legislação sobre propriedade intelectual Legislação referente a micro e pequenas empresas Tecnológicos Tecnologia atual e futura Parcerias, licenciamento, transferência ou compra de tecnologia Acesso a fontes de tecnologia Impacto de novas tecnologias Treinamento de mão de obra Adaptação a novas tecnologias Impacto da escala de produção para novas tecnologias Quadro 1. Dados coletados do ambiente macroeconômico (Continuação) 9Análise de mercados O agrupamento de dados do ambiente de marketing é realizado a partir de fontes diferentes, e é na análise desses dados que as informações são cruzadas. Será no resultado da análise de ambos os ambientes que se apresentará uma listagem das principais de oportunidades, ameaças, das forças e fraquezas que estão relacionadas com o negócio da empresa. COBRA, M. Adminsitração de Marketig no Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. FARIAS, C.; DUSCHITZ, C.; CARVALHO, G. M. Marketing aplicado. Porto Alegre: Bookman, 2015. Ebook. FRÂNCIO, S. Marketing. Indaial: Uniasselvi, 2011. MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2019. Ebook. MORITA, M. Análise de mercado. Curitiba: IESDE Brasil, 2012. Leitura recomendada DICIO. Exógeno. In: 7Graus, Porto, 2018. Disponível em: https://www.dicio.com.br/ exogeno/. Acesso em: 12 jun. 2019. Análise de mercados10 DICA DO PROFESSOR Este vídeo trata das características dos pesquisadores e do processo de aplicação dos questionários. Para cada tipo de pesquisa é necessária a aplicação de determinado modelo de abordagem. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) A pesquisa é fundamental para implementar ações de marketing. Para cada objetivo é necessário escolher o tipo de pesquisa que melhor atende às demandas dos pesquisadores. Sobre os tipos de pesquisa, podemos afirmar: A) A pesquisa bibliográfica aproxima o pesquisador de trabalhos que já foram realizados. B) A pesquisa experimental não pode ser aplicada no mercado somente na área da biologia. C) A pesquisa de campo é prática exclusiva das pesquisas bibliográficas. D) A pesquisa de opinião busca recolher apenas os aspectos positivos de qualquer produto. E) O último passo dos estudos exploratórios é a formulação das hipóteses. 2) Um dos principais passos para se analisar o mercado é fazer uma coleta dos dados com qualidade. Esses dados serão responsáveis por direcionar, futuramente, o trabalho do marketing. Sobre a coleta dos dados: A) dizemos que a falta do mercado é o começo da necessidade de uma pesquisa. B) as hipóteses são os produtos em falta no mercado, que precisam ser pesquisados. C) tanto a investigação quanto as hipóteses são os últimos passos da coleta de dados. D) os dados primários são recolhidos a partir de mídias como revistas e blogs. E) buscar informações direto com o público de interesse é característica dos dados secundários. 3) Uma das formas de se conseguir dados para as pesquisas é buscá-los diretamente com o público envolvido. Essa prática trabalha os dados primários. A respeito das pesquisas para coletar os dados primários, podemos dizer que: A) os grupos focais são práticas exclusivas da pesquisa por observação. B) a entrevista de profundidade é um método usado na pesquisa direta. C) tanto a pesquisa exploratória quanto a quantitativa buscam uma profundidade na análise. D) para a pesquisa por observação são necessários muitos aplicadores, já que só pode ser realizada em campo. E) a pesquisa qualitativa implica trabalhar com um grande número de dados pesquisados. 4) Para analisar o mercado é preciso conhecê-lo. As etapas da pesquisa devem ser cumpridas para o sucesso do estudo e melhor entendimento da situação. Sobre essas etapas podemos afirmar que: A) a tomada da decisão é fundamental para iniciar a coleta dos dados. B) tanto o desenvolvimento da pesquisa quanto a análise devem acontecer antes da definição do objetivoda pesquisa. C) a pesquisa ajuda o profissional do marketing a definir as estratégias e o momento da tomada da decisão, que é a última etapa do processo. D) a codificação é um passo fundamental na coleta dos dados. E) a preparação e a apresentação dos relatórios podem acontecer durante a coleta dos dados. 5) Reconhecer o ambiente é fundamental para o marketing. As pesquisas trabalham o macroambiente e o microambiente de formas distintas, usando métodos diferentes para cada um deles. A respeito desses ambientes, podemos dizer que: A) o macroambiente engloba características políticas, econômicas, os chamados dados exógenos. B) a indústria de produtos para idosos, por exemplo, tende a considerar somente o microambiente para suas ações. C) aspectos culturais, como o poder aquisitivo, impactam diretamente o microambiente. D) tanto as variações do PIB quanto os planos governamentais são aspectos sociais do macroambiente. E) tanto o micro quanto o macroambiente são pesquisados pelo marketing apenas nos momentos de crise. NA PRÁTICA A análise de mercado, buscando verificar oportunidades, tendências e comportamentos, aliada às pesquisas científicas, é uma prática muito comum em empresas de sucesso. É crescente o número de pessoas que têm curtido as cervejas artesanais e como hobby começam a produzi-las em casa. Muitos produtores que começaram em casa fizeram disso um negócio e vêm aprimorando os seus processos buscando um lugar de destaque no mercado de cervejas. Veja um exemplo de empresa que investe em pesquisa e desenvolvimento, tecnologia e inovação e que está atenta às novas tendências de mercado e não quer ficar de fora. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Marketing Como fazer analise de mercado Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Estudo de Mercado: Os 6 elementos essenciais Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Segmentação e posicionamento APRESENTAÇÃO Atualmente, as empresas reconhecem que não adianta desenvolver seus esforços de venda para todos os compradores do mercado, ou, pelo menos, não com os mesmos argumentos para todos eles. O mercado é muito grande, com clientes muito dispersos e com muitas diferenças entre as suas necessidades e práticas de compra. Por meio da segmentação, as empresas conseguem dividir mercados grandes e heterogêneos em segmentos menores. Com isso, também conseguem identificar necessidades específicas daqueles grupos de consumidores e fazer um planejamento de marketing mais eficiente e efetivo. Ao decidir em quais segmentos irá atuar, a empresa pode pensar melhor em quais posições quer ocupar na mente dos consumidores desses segmentos. Isso é posicionamento de produto. Ou seja, quais atributos são mais importantes para esses clientes, quais benefícios únicos a marca poderá oferecer e qual é a diferenciação desejada entre os produtos da empresa e a concorrência. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer melhor os conceitos de segmentação e de posicionamento e como eles são importantes para o sucesso de uma marca ou de uma empresa. Vai entender, também por que as empresas estão deixando o marketing de massa e migrando para o marketing de segmento e para o de nicho. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os mercados consumidores.• Construir estratégias para segmentar os públicos.• Expressar sobre o posicionamento de mercado.• DESAFIO Uma costureira produz roupas infantis de alta qualidade e preço acessível. Toda a venda acontece em sua própria casa, onde possui um pequeno ateliê. De alguns meses para os dias atuais, a costureira tem ganho grande notoriedade na comunidade em que mora, e sua casa já não é mais suficiente para atender a clientela e produzir as peças. Por isso, ela está pensando em alugar um espaço onde possa produzir e comercializar os produtos. Num primeiro momento, a costureira olhou imóveis em uma região, conhecida como o polo da moda de sua cidade, com atacados, varejos, lojas de tecidos, materiais de costura e muitas lojas no estilo que pretende montar. O que lhe chamou a atenção é que a região tem se tornado um ponto de visitação de turistas e revendedores de outras partes do país. A princípio, a costureira tem pouco capital para investimento imediato, mas está disposta a vender os dois veículos da família para investir no negócio. Para auxiliá-la em seu desafio, como você recomendaria que ela pensasse o seu negócio em termos de segmentação? Quais as possibilidades estratégicas neste sentido? INFOGRÁFICO Os consumidores, normalmente, escolhem os produtos e os serviços que darão a eles um valor maior. Encontrar esses benefícios-chave que oferecerão maior valor do que a concorrência é papel do profissional de marketing. É um posicionamento chamado de proposição de valor da marca, ou seja, é um argumento que servirá de resposta à pergunta do cliente: “por que eu deveria comprar a sua marca?”. Por exemplo, a proposição de valor da Volvo é a segurança; da Apple, a tecnologia; e da Nike, o desempenho. Acompanhe algumas proposições de valor sobre as quais a empresa pode posicionar o seu produto. CONTEÚDO DO LIVRO A segmentação é uma importante prática para o marketing. A partir da separação dos públicos em grupos de interesse, é possível conhecer melhor o target para direcionar ações espcificas para as organizações em seus mercados, desenvolvendo ações mais assertivas aos interesses dos públicos correto. Esse é o passo inicial para construção de um posicionamento de mercado alinhado com a proposta de valor da empresa. Leia o capítulo Segmentação e Posicionamento que é a base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura. ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING Wagner da Silveira Assunção Segmentação e posicionamento Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você será capaz de: Identificar mercados consumidores. Construir estratégias para segmentar os públicos. Definir estratégia de posicionamento de mercado. Introdução A segmentação de mercado é uma estratégia de dividir os mercados consumidores em partes menores e homogêneas; dessa forma, é pos- sível conhecer melhor o target e direcionar ações específicas, como de produtos, promoções, dentre outras. Além disso, é possível a própria redução de custo na comunicação direcionada para o público correto, sem perder tempo direcionando indiscriminadamente para a massa. Neste capítulo, você vai estudar sobre essa estratégia de segmentação, identificando mercados consumidores, vendo como como segmentar os públicos e definir o posicionamento de mercado, que é a última fase dessa abordagem. Mercado consumidor Segmentação de mercado é o mesmo que dividir o mercado consumidor, mas você sabe por que as empresas necessitam dividir ou fracionar o mercado? Para entender essa necessidade, primeiro, precisamos voltar um pouco na história. Após a Revolução Industrial, alguns fatores infl uenciaram a redução dos preços dos produtos para os consumidores, como a melhora dos processos produtivos e o aumento do número de fabricantes. Nesse período, o marketing indiferenciado para o mercado de massa era suficiente, assim como uma mesma linguagem de comunicação e de produtos para os consumidores. Contudo, gradualmente, a sociedade foi tornando-se mais exigente, o que refletiu no gosto do consumidor e associou-se ao número de concorrentes, com o que surgiu a necessidade de segmentar o mercado. Segundo Cobra e Urdan (2017, p. 50), com toda essa mudança, surge a “[...] necessidade de segmentar o mercado, que é identificar e distinguir os clientes em mercados-alvo. As pessoas normalmente estão agrupadas de forma heterogênea, e a segmentação de mercado visa reagrupá-las de modo mais homogêneo e relevante para a ação de marketing”. No marketing diferenciado,as ações são direcionadas para públicos es- pecíficos. Sobre isso, Crescitelli e Shimp (2012) afirmam que a segmentação permita aos gestores de marketing a transmissão de mensagens com mais precisão, evitando uma cobertura superestimada fora do público-alvo. Assim, a seleção do segmento-alvo direciona a comunicação e ações de marketing eficazes e eficientes para seu respectivo público. Para Kotler e Keller (2012), no mercado de massa, as empresas não con- seguem atender a todos os clientes e, por isso, é mais vantajoso dividir esses mercados em segmentos, que são grupos menores de consumidores com diferentes necessidades e desejos. No entanto, a decisão de segmentar um mercado requer estratégia e plane- jamento, tendo como base um profundo conhecimento do comportamento do consumidor; como resultado, melhora-se a assertividade das ações. Pride e Ferrel (2015, p. 136) definem que o “[...] mercado consumidor é composto por compradores e membros da família que pretendem consumir ou se beneficiar da compra de produtos e não os compram para gerar lucro. Mercados consumidores às vezes são chamados mercados business-to-consumer (B2C)”. Com a segmentação, é possível conhecer profunda e individualmente os consumidores, atendendo a grupos formados por pessoas parecidas entre si e que buscam consumir produtos semelhantes. Podemos afirmar, então, que a resposta da pergunta inicial sobre a necessi- dade de segmentar os mercados é a de melhor atender a grupos específicos de compradores, conhecendo os melhores e otimizando os esforços de marketing. Segundo Kotler e Keller (2012), para o desenvolvimento de estratégias de marketing diferenciando consumidores, é necessário que os gestores de marketing: 1. identifiquem e tracem o perfil de grupos distintos de compradores que diferem em suas necessidades e preferências (segmentação de mercado); 2. selecionem um ou mais segmentos nos quais a empresa tenha interesse em ingressar (mercados-alvo); Segmentação e posicionamento2 3. para cada segmento, determinem e divulguem os principais bene- fícios que diferenciam os produtos da empresa (posicionamento de mercado). Esses três passos também são conhecidos como STP: segmentação do mercado, definição do target (público-alvo) e definição do posicionamento. Veja, na Figura 1, a análise STP segundo Grewal e Levy (2016, p. 186). Figura 1. Processo de segmentação, seleção e posicionamento. Fonte: Grewal e Levy (2016, p. 187). 3Segmentação e posicionamento No processo de segmentação, a etapa 1 é o alinhamento da missão da empresa com os objetivos de marketing e deve estar em sintonia com os anseios e expectativas da marca. Na etapa 2, deve-se escolher a metodologia mais adequada para que a empresa compreenda melhor o perfil dos seus consumidores. Na etapa 3, a empresa avaliará a atratividade dos vários seg- mentos analisados para, na etapa 4, escolher o mercado-alvo que apresente as melhores oportunidades e suas próprias competências para prossegui-las. Desenvolver a estratégia de posicionamento é a etapa 5, que se dá em função do mercado-alvo escolhido. Estratégias para a segmentação Para a segmentação, são escolhidas variáveis específi cas que compõem as bases para a segmentação. A escolha correta de quais variáveis adotar para determinada marca é o grande desafi o do marketing. Os consumidores têm características específicas enquanto indivíduos e compõem grupos com relações de consumo distintas. Para Yanaze (2011, p. 186), “[...] é raríssimo encontrar um produto que consiga atingir e atender quase todo o mercado consumidor”. Yanaze (2011, p. 186) apresenta o seguinte exemplo para melhor compreensão: Embora o sal e o açúcar atendam a maioria do mercado, eles são comer- cializados em várias versões, em embalagens diferenciadas (saco plástico, saleiro, pote) e até mesmo com composições ou atributos físicos diferentes (sal light, sal grosso, açúcar cristal, açúcar de confeiteiro, açúcar mascavo, açúcar orgânico, etc.). Isso ocorre porque há grupos de consumidores que têm características e desejos específicos. Sabendo das dificuldades, o profissional de marketing adota normalmente as seguintes variáveis para a segmentação: geográficas, demográficas, psico- gráfica ou comportamental. Kotler e Keller (2012, p. 229), como você pode ver no Quadro 1, apre- sentam algumas variáveis da segmentação para mercados consumidores americanos, mas que podem ser facilmente adaptadas aos consumidores brasileiros. Segmentação e posicionamento4 Região geográfica Montanhas do Pacífico, Centro-Norte Ocidental, Centro-Sul Oci- dental, Centro-Norte Ocidental, Centro-Sul Oriental, Atlântico-Sul, Atlântico Setentrional, Nova Inglaterra Porte da cidade ou região metropolitana Menos de 5.000; de 5.000 a 20.000; de 20.000 a 50.000; de 50.000 a 100.000; de 100.000 a 250.000; de 250.000 a 500.000; de 500.000 a 1 milhão; de 1 milhão a 4 milhões; acima de 4 milhões Densidade Urbana, suburbana, rural Clima Região Norte, região Sul Idade Abaixo de 6 anos, de 6 a 11 anos, de 12 a 17 anos, de 18 a 34 anos, de 35 a 49 anos, de 50 a 64 anos e acima de 64 anos Tamanho de família 1 a 2 membros, 3 a 4 membros, mais de 4 membros Ciclo de vida da família Jovem, solteiro; jovem, casado, sem filhos; jovem, casado, filho mais novo com menos de 6 anos; jovem, casado, filho mais novo com 6 anos ou mais adulto, solteiro; adulto, casado, com filhos; adulto, casado, sem filhos com menos de 18 anos; outros Sexo Masculino, feminino Renda (em dólares/ano) Menos de US$ 10.000; de US$ 10.000 a US$ 15.000; de US$ 15.000 a US$ 20.000; de US$ 20.000 a US$ 30.000; de US$ 30.000 a US$ 50.000; de US$ 50.000 a US$ 100.000; acima de US$ 100.000 Ocupação Profissionais liberais e técnicos; gerentes, funcionários públicos e empresários; funcionários da parte administrativa; artesãos; supervi- sores; operadores; agricultores; aposentados; estudantes; donas de casa; desempregados Grau de instituição Ensino fundamental ou menos; ensino médio incompleto; ensino médio completo; superior incompleto; superior completo Religião Católica, protestante, judaica, muçulmana, hindu, outras Raça Branca, negra, asiática, hispânica Geração Geração silenciosa, baby boomers, geração X, geração Y Nacionalidade Norte-americana, latino-americana, britância, francesa, alemã, italiana, chinesa, indiana, japonesa Classe social Baixa-baixa, baixa-alta, média-baixa, média, média-alta, alta, alta-alta Estilo de vida psicográfico Orientado para a cultura, para os esportes, para atividades ao ar livre Personalidade Compulsiva, gregária, autoritária, ambiciosa Quadro 1. Variáveis da segmentação de mercados consumidores nos Estados Unidos (Continua) 5Segmentação e posicionamento Segmentação geográfica A segmentação geográfi ca leva em consideração o local onde o consumidor reside, pressupondo o que a divisão do mercado considera como unidade geográfi ca — o país, estado, região, cidade ou bairro. Para Belch e Belch (2014), consumidores residentes em diferentes regiões despertam hábitos de consumo diferentes como, por exemplo, a forma que consomem comidas, bebidas e atitudes em relação a produtos estrangeiros e aspectos semelhantes. Um exemplo disso é a conhecida rede de fast-food McDonald’s, que adota a segmentação geográfica para definição de seus cardápios pelo mundo. No Brasil, o café da manhã tem pão de queijo; na Índia, são várias as opções de sanduíches vegetarianos; também é possível comer um sanduíche com camarões empanados na Rússia ou beber a McBeer, que é a cerveja da rede oferecida em alguns países. Fonte: Adaptado de Kotler e Keller (2012). Ocasiões comportamentais Ocasião comum, ocasião especial Benefícios Qualidade, serviço, economia, rapidez Status do usuário Não usuário, ex-usuário, usuário potencial, usuário iniciante, usuário regular Índice de utilização Light user, medium user e havy user Status de felicidade Nenhuma, média, forte,total Estágio de disposição Desconhece, conhece, interessado informado, desejoso, pretende comprar Atitude em relação ao produto Entusiasta, positiva, indiferente, negativa, hostil Quadro 1. Variáveis da segmentação de mercados consumidores nos Estados Unidos (Continuação) Segmentação e posicionamento6 Segmentação demográfica Na segmentação demográfi ca, busca-se agrupar os consumidores com caracte- rísticas fáceis de avaliar, como díade, sexo, renda, religião e grau de instrução. Apesar de ser superfi cial quanto ao gosto do consumidor, por outro lado, pode dar uma rápida resposta sobre os grupos. Para Kotler e Keller (2012, p. 231), “[...] uma das razões por que as va- riáveis demográficas são tão populares entre os profissionais de marketing é que elas costumam estar associadas às necessidades e aos desejos dos consumidores”. Segmentação psicográfica A aplicação da psicologia e da demografi a origina a base psicográfi ca para segmentação, em que pessoas do mesmo grupo demográfi co podem exibir diferentes perfi s. Na segmentação psicográfica, segundo Cobra e Urdan (2017), podem ser identificadas três características importantes, como você confere a seguir. Personalidade: diferenças individuais decorrentes de traços de per- sonalidade expressam-se de formas variadas na compra de produtos e de marcas. Pessoas com traços de personalidade semelhantes tendem a ter atividades e comportamentos de compra também similares, ao menos em certa proporção. Atitudes: (a) as pessoas com atitude mais favorável sobre um produto tendem ao uso desse produto; (b) as pessoas com atitude desfavorável sobre um produto estarão propensas a não usar o produto; (c) as pessoas que experimentam um produto melhoram a acurácia de suas atitudes sobre ele. Estilo de vida: refere-se às características ou à maneira de viver da pessoa na sociedade, o que leva também a segmentos. O estilo inclui como o indivíduo usa o tempo, seus interesses, suas opiniões. A segmentação psicográfica leva em consideração a cultura da sociedade que está sendo avaliada e é uma das bases mais importantes para conhecer o comportamento e os hábitos de compra dos consumidores. 7Segmentação e posicionamento Segmentação comportamental A base comportamental divide os consumidores em grupos pelas caracte- rísticas do uso dos produtos e os benefícios buscados. Para Yanaze (2011, p. 196), [...] consiste na identificação de um grupo de consumidores no mercado de acordo com características comportamentais relacionadas à compra e ao consumo de produtos. Indivíduos que tem o mesmo hábito de consumo ou o mesmo grau de lealdade, por exemplo, com relação a uma categoria ou marca de produto/serviço formam um segmento. Estratégias para posicionamento Após o processo de segmentação e escolha do mercado-alvo, a empresa deve desenvolver o posicionamento direcionado para o público-alvo escolhido, a última parte do STP, como vimos anteriormente. Para Crescitelli e Shimp (2012, p. 116), “[...] posicionamento de uma marca é a característica, o benefício ou a imagem-chave do que ela representa para a mente coletiva do público-alvo”. Assim, posicionamento é ocupar um espaço na mente do consumidor, para o que é preciso identifi car o público correto e suas necessidades. Segundo Kotler e Keller (2012), o posicionamento é a estratégia de projetar a oferta e a imagem da empresa para que ocupe um lugar diferenciado na mente dos consumidores-alvo com o objetivo de maximizar a vantagem potencial da marca. Portanto, é importante, nesse processo, conhecer realmente o público- -alvo, de modo que as estratégias sejam eficazes. Outros públicos não terão interesse na mesma mensagem de posicionamento, pois têm características diferentes — sendo assim, a estratégia de posicionamento busca levar a men- sagem certa para o público certo. Kotler e Keller (2012, p. 246) ainda sugerem que “[...] para cada segmento, crie uma proposta de valor e uma estratégia de posicionamento produto-preço com base nas necessidades e nas características singulares dos clientes daquele segmento”. A estratégia de posicionamento, para Grewal e Levy (2016), também pode ajudar na entrega da proposta de valor da empresa ou de um determinado Segmentação e posicionamento8 produto ou serviço, informando aos clientes seus benefícios e apresentando os motivos para que sejam escolhidos. Para Yanaze (2011, p. 85), [...] posicionamento significa, assim, apresentar o produto ao mercado revestido das condições mais favoráveis para conquistar a preferência do consumidor. Caracteriza-se principalmente pela diferenciação, isto é , por uma série de qualidades e situações favoráveis que o distingam da concorrência e o colo- quem em uma posição privilegiada. A construção de um posicionamento de uma marca leva também deve considerar a atuação da concorrência. Assim é preciso identificar por que os consumidores preferem uma marca em detrimento de outra. O posicionamento utilizado por uma empresa, segundo Cobra e Urdan (2017), terá que considerar, em sua formulação estratégica: a percepção do posicionamento e seus produtos nos respectivos segmentos; uma análise da situação da empresa e da concorrência. Esse é o alinhamento que deve ser observado para que a empresa consiga ter uma entrega de valor que garanta uma boa lembrança de marca. Assim, deve-se considerar a percepção da empresa pelos consumidores e a análise da concorrência. Segundo Ludovico e Santini (2013), os pais do posicionamento de mer- cado são Al Ries e Jack Trout, que afirmam que posicionar um produto ou serviço é ocupar um lugar de destaque na mente do consumidor. Esse posicionamento é feito com uma estratégia de comunicação de marketing eficiente e bem elaborada”. Na Figura 2, adaptada de Ludovico e Santini (2013, p. 113), você pode ver a audiência seletiva na primeira imagem e, nas três em sequência, como: [...] estabelecer um posicionamento de um produto ou serviço significa en- tender como os consumidores comparam as ofertas encontradas no mercado, permitindo que possamos construir estratégias para comunicar a ele como nossa oferta é diferente das ofertas dos concorrentes. 9Segmentação e posicionamento Figura 2. Posicionamento. Fonte: Adaptada de Ludovico e Santini (2013). Posicionamento da Apple Posicionamento: Diferenciais: Software interativo Design inovador Inovação e simplicidade Pessoas de bom gosto com “estilo” que valorizam a novicidade e a simplicidade Segmento: Posicionamento da Curves Diferenciais: Apenas mulheres Metodologia rápida Promove integração Academia rápida para mulheres Mulheres que buscam atividade física, mas tem rejeição a academia tradicionais Segmento: Posicionamento: Posicionamento da Marlboro Diferenciais: Imagem Aventura Masculinidade Homens com “H” maiúsculoSegmento: Posicionamento: Ludovico e Santini (2013) ainda classificam os posicionamentos quanto ao seu tipo, como você pode ver a seguir. Por atributo: reforçando as características do produto. Por exemplo: “OMO lava mais branco”. Por aplicação: destacando o uso especifico do produto. Por exemplo: “SBP: terrível, mas só contra os insetos” ou “Sede é o seu corpo pedindo Gatorade!”. Segmentação e posicionamento10 Por concorrência: comparando com as marcas concorrentes. Por exem- plo: “SBT: Líder absoluta no segundo lugar”. Por usuário: posicionando o produto com base no uso de um determi- nado grupo. Por exemplo: “Linha de pratos congelados Maggi express: para quem tem pouco tempo para cozinhar”. Por classe de produtos: posicionando o produto em relação a outra classe de produto. Por exemplo: “Xampu 2 em 1 posiciona-se como xampu com condicionador, em vez de um simples xampu” ou a Rádio CBN como “a rádio que toca notícia”. A empresa precisa criar seu posicionamento, planejar como quer ser vista pelo consumidor e ocupar um espaço em sua mente. Para isso, deverá definir a propostade valor mais adequada para a marca, considerando os consumidores e diferenciando-se dos concorrentes. A proposta de valor será o grande diferencial em relação a outras marcas e deverá ser fixada na mente dos consumidores, para que possa, até mesmo de forma inconsciente, diferenciar as ofertas. BELCH, G. E.; BELCH, M. A. Propaganda e promoção: uma perspectiva da comunicação integrada de marketing. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. COBRA, M.; URDAN, A. T. Marketing básico. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2017. CRESCITELLI, E.; SHIMP, T. A. Comunicação de marketing: integrando propaganda, pro- moção e outras formas de divulgação. São Paulo: Cengage Learning, 2012. GREWAL, D.; LEVY, M. Marketing. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson Edu- cation do Brasil, 2012. LUDOVICO, N.; SANTINI, F. R. Gestão de marketing: o plano de marketing como orientador das decisões. São Paulo: Saraiva, 2013. PRIDE, W. M.; FERREL, O. C. Fundamentos de marketing: conceitos e práticas. Sã o Paulo: Cengage Learning, 2015. YANAZE, M. H. Gestão de marketing e comunicação: avanços e aplicações. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 11Segmentação e posicionamento DICA DO PROFESSOR Neste vídeo, apresenta-se a importância da diferenciação para bens e serviços, mostrando como essa estratégia de marketing trabalha a relação de seus clientes com seus produtos e/ou serviços e com os seus concorrentes. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) O processo de segmentação é uma das principais atividades do Marketing. Ele é responsável desde a definição dos objetivos da empresa até as escolhas das estratégias que serão adotadas, além do posicionamento do mercado frente aos seus públicos. Outro aspecto fundamental da segmentação é o trabalho desenvolvido para grupos prioritários nos quais a empresa direciona suas forças e estratégias. Sobre o processo da segmentação, é correto afirmar que: A) A estratégia de posicionamento do mercado é o último passo do processo de segmentação, após outras definições de públicos e mercados. B) Na segmentação não é preciso avaliar o ambiente interno, somente o externo. C) Avaliar o ambiente não é importante para a construção dos objetivos. D) Na etapa de construção das estratégias de segmentação, o micromarketing é também chamado de marketing de massa. E) A definição do perfil do cliente é a última etapa do processo de segmentação. A análise SWOT é uma importante ferramenta para ajudar o Marketing a conhecer os pontos fortes e fracos do ambiente. Além disso, ela auxilia na definição das 2) possibilidades do mercado para o desenvolvimento de ações estratégicas. Sobre a análise SWOT, podemos afirmar que: A) As chamadas fraquezas são vantagens estratégicas frente aos principais concorrentes presentes no mercado. B) Os fatores positivos estão diretamente ligados às ameaças do ambiente externo nas organizações. C) Tanto os fatores internos quanto os externos são responsáveis por fortalecer as fraquezas da organização no mercado. D) As forças são mantidas por meio dos aspectos externos negativos que cercam as organizações. E) Os fatores positivos estão diretamente ligados às oportunidades que as organizações encontram no mercado. 3) A definição do perfil do cliente é fundamental para a concretização da segmentação do mercado. Para definir tal perfil são utilizadas pesquisas e estudos dos mercados que respondem às perguntas sobre o mercado-alvo e os hábitos de consumo. Para se obter bons resultados é necessário seguir alguns métodos no momento da segmentação. Sobre eles dizemos que: A) A segmentação demográfica busca definir o perfil por meio de características como estado civil, idade e nacionalidade. B) Renda, classe social e bens já adquiridos são elementos pesquisados na segmentação demográfica. Tanto a segmentação geográfica quanto a segmentação socioeconômica são responsáveis C) por pesquisar os públicos a partir da localização e da densidade populacional. D) A segmentação psicográfica auxilia o Marketing a trabalhar o mercado a partir da frequência de uso ou consumo de determinado produto. E) A variedade de uso de um determinado produto é uma característica marcante da segmentação por benefício. 4) A segmentação de mercado proporciona muitas vantagens às organizações que a utilizam. Por meio da segmentação, é possível servir melhor o cliente assim como conquistar novos consumidores. Para tal, é preciso focar as ações nos clientes potenciais, realizando atividades bem direcionadas aos públicos. Saber determinar o segmento a ser trabalhado é essencial. Sobre isso podemos dizer que: A) O público escolhido não precisa ter acesso algum às estratégias das empresas, somente à comunicação da organização. B) O lucro deve ser um dos aspectos considerados pelo Marketing na definição do segmento a ser escolhido. C) O segmento não precisa ser identificável, uma vez que isso atrai a atenção dos concorrentes. D) Não é preciso reação por parte do público para uma definição da segmentação positiva do mercado. E) A lucratividade e a receptividade não precisam acontecer quando há identificação com o segmento escolhido para a empresa. Após considerar as possibilidades de segmentação de determinados mercados, o Marketing atua na escolha de qual ou quais segmentos a empresa terá atuação. Para 5) a realização de atividades nesses mercados segmentados são necessárias estratégias de marketing direcionadas a cada um deles. Sobre tais estratégias podemos dizer que: A) Não existem estratégias que trabalham apenas um mercado, somente segmentos múltiplos. B) A especialização seletiva trabalha com segmentos que não possuem ligações uns com os outros. C) A especialização por produto tem como característica a possibilidade de atingir diferentes segmentos. D) A especialização por mercado funciona nos moldes da especialização por produto, atingindo vários públicos. E) A cobertura ampla busca atender a vários públicos, desde que estejam agrupados em um único segmento. NA PRÁTICA Uma das categorias de segmentação é a segmentação psicográfica, que classifica os consumidores a partir de suas motivações, atitudes, opiniões, valores, estilos de vida, interesses e personalidade. Normalmente, são questões difíceis de medir e exigem pesquisas. Uma das ferramentas de segmentação psicográfica mais bem-sucedidas e conhecidas foi desenvolvida pela SRI Consulting Business Intelligence, empresa de consultoria dos Estados Unidos. A ferramenta divide os consumidores em oito perfis, baseando-se em três motivações primárias de consumo: conhecimento e princípios, realização e autoexpressão. Vamos conhecer esses oito perfis! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Marketing Acompanhe o capítulo 9, que trata de seleção, além de segmentação e posicionamento. Segmentação e posicionamento Veja no link a seguir como o segmento e posicionamento de uma empresa ou marca traz um grande diferencial na prospecção de novos e fidelização de clientes. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Marketing aplicado Leia da página 87 a 103, onde se aborda o conteúdo a respeito de posicionamento e segmentação de mercado. Marketing e responsabilidade social APRESENTAÇÃO Nesta Unidade de Aprendizagem, vamos conhecer a importância da responsabilidade social das empresas para o marketing. Assim, vamos estudar como essa responsabilidade é fundamental para a manutenção das organizações, assim como para seu crescimento dentro do seu mercado de atuação. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Caracterizar responsabilidade social.• Relacionar a responsabilidade social e os públicos da empresa.• Descrever a importância da ética e da responsabilidade social parao marketing. • DESAFIO O desafio desta unidade é mostrar como é possível utilizar estratégias de marketing de forma eficiente para solucionar problemas de imagem com a sociedade. Você é um profissional de marketing recém-contratado para resolver um problema de imagem de uma fábrica de roupas com a comunidade local. Os moradores da região afirmam que a fábrica, ao se instalar no lugar, derrubou muitas árvores, prejudicando o clima local. Além disso, piorou o trânsito da região, com a grande entrada e saída de veículos de funcionários e caminhões de carga. Estão programados alguns protestos de moradores na porta da empresa nos próximos dias. Seu desafio é apresentar, aos diretores da empresa, um relatório com algumas estratégias para contornar as situações de forma criativa, revertendo a impressão da comunidade local. Orientação: Você deve mostrar criatividade para descrever como os elementos podem ser trabalhados com responsabilidade e ética, além disso, somando-os às estratégias de marketing habituais ao mercado. INFOGRÁFICO Este infográfico ilustra como a responsabilidade social é composta por elementos internos e externos, que importam diretamente ao marketing das organizações. CONTEÚDO DO LIVRO A responsabilidade social é essencial para o marketing. É por meio dela que o marketing elabora suas estratégias, buscando o crescimento e a sobrevivência da empresa no mercado, sem se esquecer dos interesses de seus públicos-alvo. Para entender mais sobre o assunto, leia o capítulo Marketing e Responsabilidade Social do livro Administração de Marketing. Boa leitura! ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING Amanda Santos Felix Marketing e responsabilidade social Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Caracterizar responsabilidade social. Relacionar a responsabilidade social e os públicos da empresa. Descrever a importância da ética e da responsabilidade social para o marketing. Introdução O conceito tradicional de marketing tem como princípio básico a satisfação das necessidades do cliente. Numa visão atual, devemos considerar não somente o cliente e os acionistas, mas também a sociedade como um todo. A perspectiva de atuação baseada na responsabilidade social em marketing deve considerar como público da empresa não somente os compradores de seus produtos, mas também o conjunto de pessoas que são afetadas diretamente por suas ações. Neste capítulo, você vai estudar as principais características da respon- sabilidade social corporativa, bem como suas duas abordagens: instru- mental e contrato social. Além disso, vai conhecer as consequências das ações de marketing para os stakeholders e vai compreender a importância da ética e da responsabilidade social no marketing. Responsabilidade social corporativa: um breve histórico Em 1950, surgem os primeiros estudos sobre a responsabilidade social cor- porativa, desenvolvidos a partir da sociedade pós-industrial. No entanto, é a partir da década de 1970 que o tema ganha relevância. Os pioneiros desse movimento, Lee Preston e James Post, em 1981, desenvolveram um estudo sobre responsabilidade pública, pois, no seu entendimento, a responsabilidade social é uma função da gestão pública. Na sequência, surge o termo “responsividade” social, que tem como ideia principal a de que as empresas devem atender às necessidades sociais, adaptando as ações coorporativas às demandas sociais. A partir dessa linha de pensamento, o conceito de responsabilidade social empresarial passa a ser visto como questão chave para o sucesso dos negócios. Posteriormente, inclui-se a teoria dos stakeholders, que introduz a responsabilidade social empresarial à visão sistêmica, segundo a qual as organizações influenciam e são influenciadas por vários agentes. A partir da década de 1980, o conceito de responsabilidade social cor- porativa sofre modificações a favor da sociedade, e o mercado passa a ser o principal responsável pelas normas e fiscalização, reduzindo os abusos por parte das organizações. Nesse cenário, cabe ao consumidor retaliar, por meio de denúncias ou boicotes, as empresas que não respeitam os direitos. A partir da década de 1990, o debate sobre responsabilidade social cor- porativa foi marcado pelo desenvolvimento sustentável. Nessa abordagem, a responsabilidade social corporativa é composta pelos aspectos ambiental, econômico e empresarial, e o objetivo é alcançar o crescimento econômico por meio do cuidado com o meio ambiente, de forma a contribuir para a melhoria na qualidade de vida das pessoas. As empresas conquistariam o respeito e admiração dos stakeholders a partir da sustentabilidade dos negócios (TENÓRIO, 2006). Diante das recentes mudanças no mundo empresarial, mais especificamente na relevância dos aspectos sociais, as organizações passaram a assimilar novas práticas, ainda voltadas para metas e resultados, porém, sob um novo ponto de vista: a transformação social. A sociedade está cada vez mais consciente de seus direitos e exigindo das empresas uma postura mais responsável e ética frente aos problemas socioambientais. A preocupação com o meio ambiente, a ética, condições dignadas de trabalho e o desenvolvimento sustentável fizeram com que as empresas passassem a trabalhar de forma sistemática as questões sociais, em consonância com o planejamento e as estratégias adotadas de sustentabilidade nos negócios. Características da responsabilidade social corporativa A responsabilidade social corporativa (RSC) pode ser conceituada como as ações de uma organização que têm como como objetivo atingir um benefício Marketing e responsabilidade social2 social maior que sua atividade fi m, cumprindo as obrigações legais e gerando lucro para seus acionistas. Nessa definição, supõe-se que a empresa trabalhe em um ambiente competitivo e que os gestores busquem lucros, cumprindo, ao mesmo tempo, todas as obrigações trabalhistas, ambientais, de normatização e tributárias. Essas obrigações incluem pagamento de salários e direitos trabalhistas, cumprimento das normas estabelecidas por órgãos ambientais como Ins- tituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto Estadual do Ambiente (INEA), Agência Nacional das Águas (ANA) e de normas reguladoras com as da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (IMETRO). Muitas empresas só começaram a adotar a responsabilidade social corpo- rativa após estarem envolvidas em escândalos de repercussão global. Embora a RSC esteja aumentando o número de adeptos, grande parte do interesse surgiu após a organizações sofrerem boicotes e verem seus lucros reduzidos. Independentemente do objetivo da empresa da incorporação da respon- sabilidade social, uma vez que a RSC se tornou parte do plano estratégicos das organizações, é necessário que as empresas pensem como será a forma de adoção do RSC. Abordagem instrumental versus abordagem do contrato social Muitas empresas adotam a responsabilidade social com uma abordagem ins- trumental, em que as únicas obrigações da empresa são desenvolver produtos e serviços que atendam às necessidades de seus clientes e promover lucro aos seus acionistas. Um dos maiores defensores desse modelo “tradicional” foi o economista Milton Friedman, que considerava que seria antiético a empresa fazer qualquer coisa além de gerar lucro aos seus acionistas e entregar produtos/ serviços que satisfaçam as necessidades dos clientes. Esse modelo simplista foca muito no ambiente interno das organizações e não considera os impactos externos que são gerados pelas empresas. Quando se reconhece que há um mundo além dos muros da empresa, adota-se a abordagem do contrato social da gestão corporativa. Nos últimos anos, a abordagem do contrato social passou por algumas alterações. Incialmente, o objetivo principal do contrato socialera econômico, e acreditava-se que o crescimento econômico resultaria em qualidade de vida. Entretanto, observou-se que, embora houvesse crescimento econômico, ele não estava sendo acompanhado por melhorias na 3Marketing e responsabilidade social qualidade de vida. Notou-se que cada vez mais as ações das empresas geravam consequências na sociedade, o que ocasionou uma mudança de visão. A abordagem atual do contrato social defende que as empresas precisam atender às diversas demandas da sociedade e não devem focar apenas em alguns grupos (acionistas e público-alvo). Dessa forma, as empresas devem ser comportar como instituições sociais além da visão do lucro. Visão crítica do marketing A visão tradicional do marketing baseada nos 4Ps — produto, preço, praça e promoção — sofreu uma considerável alteração. A visão crítica de que o marketing é prejudicial em termos econômicos, sociais e ambientais deu origem ao surgimento de movimentos sociais: o movimento ambientalista e o consumerismo. O movimento ambientalista, que traz como ideologia o marketing ambien- tal, busca lutar para reduzir o impacto das ações destrutivas no meio ambiente. Esse movimento surgiu no início da década de 1970 com a criação de organi- zações não governamentais (ONGs) e de organizações como o Greenpeace. Com a disseminação de informações sobre os danos ambientais que as empresas podem gerar, os consumidores adquiriram um maior senso crítico em relação às práticas adotadas pelas empresas. Essas, por sua vez, tiveram que incorporar novas práticas de ética e responsabilidade socioambiental. O consumerismo é um movimento social cujo princípio é consumir de forma racional. Nessa forma de consumir, todas as questões que envolvem a compra — sociais, econômicas e ambientais — são consideradas. O consumo impulsivo, ato de comprar em excesso e sem necessidade, passa a ser ques- tionado e o consumidor expõe suas preocupações sobre os impactos de sua compra. O consumerismo não envolve somente deixar de comprar produtos desnecessário, mas vai além: está relacionado a uma análise crítica sobre os valores éticos que envolvem as organizações e suas consequências. Nos dias de hoje, com o alcance das notícias, os erros e acertos das empresas acontecem em escala global. A única certeza das empresas é a de que tudo que puder ser questionado, debatido e viralizado o será — e empresas nascem e morrem por causa disso. Irregularidades trabalhistas, impactos ambientais, visão política e ideológica, efeitos sobre a saúde, características físicas dos propagandistas (cor, gênero, papel social na propaganda) — nada escapa da rápida propagação da notícia na internet (REIS, 2018). Marketing e responsabilidade social4 Os movimentos ambientalistas e o consumerismo contribuíram para a criação de inúmeras leis ambientais, trabalhistas e de proteção aos direitos do consumidor, assim como para a consolidação de novos valores e para a criação de novos parâmetros para os profissionais de marketing. De tempos em tempos as empresas precisam empreender uma análise crítica das metas globais e da eficácia de marketing. Cada empresa deveria perio- dicamente reavaliar sua abordagem estratégica para o mercado com análise de eficácia e auditorias de marketing. As empresas também podem realizar análises de excelência em marketing e de responsabilidade ético-social. (KOTLER, 2000, p. 35) É importante ressaltar que a perspectiva de atuação baseada na respon- sabilidade social no marketing deve considerar como público da empresa não somente os seus clientes, mas também os diversos stakeholders que são afetados diretamente por suas ações, entre os quais se incluem todas as pes- soas que possam ser atingidas por eventuais danos — econômicos, sociais ou ambientais — causados pela empresa. Código de Defesa do Consumidor versus marketing Um importante instrumento para garantir o direito dos consumidores foi a criação da Lei nº. 8.078/90, o Código de Defesa do Consumidor, que é um instrumento de proteção baseado no “princípio da vulnerabilidade”, ou seja, protege aqueles que são considerados a parte mais fraca da relação de consumo-os consumidores. Esse Código, além de contemplar a punição de atos ilícitos, também inclui a divulgação e conscientização dos direitos e deveres dos consumidores e estabelece normas e condutas para a inclusão das formas corretas de consumir. Antes do surgimento do Código de Defesa do Consumidor (CDC), não havia nenhuma norma jurídica que estabelecesse os diretos e limites em empresa e clientes, de modo que o marketing enxergava o consumidor como um sujeito passivo e de fácil manipulação, fazendo com que qualquer pessoa comprasse algo sem senso crítico. Casos reais Uma campanha da Dove foi duramente criticada nas redes sociais por, su- postamente, ser racista. No vídeo, uma mulher negra se transforma em uma mulher branca após usar o sabonete da marca (Figura 1). 5Marketing e responsabilidade social Figura 1. Propaganda da Dove considerada racista. Fonte: Dearo (2017, documento on-line). Nenhuma campanha de marketing pode praticar ato discriminatório de qualquer natureza. Isso significa que os administradores devem avaliar se os conteúdos publicitários apresentam algum tipo ação vedada pelo Código de Defesa do Consumidor no 2º parágrafo do artigo 37. Outro caso que ficou famoso foi da Casas Bahia, noticiado pelo jornal O Globo: “De tanto ouvir piadas e comentários maldosos devido aos broches com os bordões ‘Quer pagar quanto?’ e ‘Olhou, Levou’, a funcionária da Casas Bahia Viviane Corrêa da Silva acabou recorrendo à Justiça e conseguiu que empresa fosse condenada a pagar uma indenização de R$ 5 mil por dano moral” (O GLOBO, 2011). As funcionárias que usavam os broches eram ridicularizadas pelos colegas e pelos clientes; além disso, usava-se as frases da campanha publicitária para assediar as funcionárias. Esse caso gerou uma série de processos judiciais, a empresa foi obrigada a vender os produtos pelo preço que os clientes queriam pagar e cancelou a campanha. O Código de Defesa do Consumidor, em seu Marketing e responsabilidade social6 artigo 36, diz que a publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consu- midor, fácil e imediatamente a identifique como tal. O artigo 37 também diz que é proibida toda publicidade enganosa e abusiva. Campanhas ambíguas também são prejudiciais e proibidas pelo Código de Defesa do Consumidor por dois motivos principais: caso a intenção da em- presa não seja plenamente captada pelos consumidores ou caso a interpretação dos consumidores seja prejudicial, psicológica ou fisicamente. A importância da ética e da responsabilidade social para o marketing A ética nos negócios envolve o cumprimento de normas e padrões de compor- tamento moral em situações de negócios. Pode ser trabalhada a partir de duas perspectivas: a) com um somatório descritivo dos costumes, atitudes e regras no negócio, em que simplesmente se documenta o que está acontecendo; b) na avaliação normativa sobre até que ponto esses costumes, atitudes e normas podem ser considerados éticos. Em qualquer uma das abordagens, a ética nos negócios não deve ser se- parada da ética geral. Argumenta-se que o comportamento ético deve ser o mesmo, tanto dentro quanto fora do ambiente empresarial. Ao analisar o complexo ambiente empresarial, é preciso estar atento aos principais afetados com possíveis comportamentos antitéticos — os stakeholders. As ações de marketing efetuadas pelas empresas podem gerar grandes repercussões para os stakeholders. Assim, a responsabilidade social no marke- ting deve ser executada de modo a evitar os processos produtivos que causam prejuízos a sociedade, organizações e meio ambiente, e suas consequências devem ser previstas antecipadamente. Ao agirem dessa forma, as empresas demonstram que seguem os princípios e valores que compõem um código ético de conduta (DIAS, 2012). Atualmente, o marketing tem sofrido umagrande mudança. As pesquisas voltadas ao comportamento do consumo, por exemplo, tiveram que mudar a forma de análise. Trabalha-se cada vez mais com dados qualitativos, que permitem explorar os interesses particularizados do indivíduo. A aplicação de pesquisas quantitativas, que fornece informações numéricas sobre o comportamento do consumidor, tem sido cada vez menos utilizada, o que ocorre porque a abordagem quantitativa se mostra limitada para explicar o comportamento sobre o consumo em um mundo a cada dia mais complexo e dinâmico. 7Marketing e responsabilidade social O marketing, de forma geral, recebe duras críticas por praticar ações en- ganosas, comercialização de produtos/serviços de qualidade ruim, preços abusivos, incentivo ao consumismo, realização de vendas abusivas exercendo uma pressão elevada sobre os consumidores. No âmbito dos negócios, as críticas se referem às práticas desleais que são utilizadas para prejudicar e difamar a imagem das empresas concorrentes. De um ponto de vista ético, esses argumentos podem corresponder a dis- tintas teorias éticas. Os profissionais de marketing defendem que, se o cliente estiver satisfeito, o bom resultado justifica o método usado para atingi-lo, independentemente de quão manipuladora é a mensagem da propaganda — essa é uma visão da ética chamada de utilitarismo. Críticos discutem que as ações de marketing nesse caso são erradas, não importa qual seja o resultado atingido, e questionam: como se orgulhar de um resultado se o cliente foi manipulado por uma propaganda maliciosa? Desse lado do debate, considera-se a ética universal (GHILLYER, 2015). Ética utilitarista: escolhas éticas que oferecem o bem comum para a maioria das pessoas. Ética universal: escolhas efetuadas devido a um sentimento de dever e obrigação e não baseadas na necessidade da situação, já que se acredita que os princípios universais se apliquem a todas as pessoas. Essas abordagens contrárias se tornam ainda mais complexas quando observamos a responsabilidade de uma empresa na geração de lucros aos seus acionistas. Os lucros dependem do aumento das vendas e, para isso, busca-se vendar mais para os clientes da empresa e captar novos clientes. Dessa forma, o marketing terá que influenciar ou persuadir os clientes a realizarem novas compras. Para Kotler (2004), as pressões para expandir o consumo se tornaram mais complexas ao levar em consideração a questão do efeito colateral desse consumo, principalmente para os produtos que têm maior tendência de gerar vícios e que, quando consumidos em excesso, causam danos à saúde, como álcool, cigarro e embalagens não recicláveis. Marketing e responsabilidade social8 DEARO, G. Gafes? 20 ações de marketing que saíram pela culatra em 2017. Exame, 21 dez. 2017. Disponível em: https://exame.abril.com.br/marketing/gafes-vinte-campanhas- -marketing-tiro-culatra-2017/. Acesso em: 9 jun. 2019. DIAS, R. Marketing ambiental: ética, responsabilidade social e competitividade nos negócios. São Paulo: Atlas, 2012. GHILLYER, A. W. Ética nos negócios. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. KOTLER, P. Is marketing ethics an oxymoron? Marketing Management, v. 13, n. 6, p. 30-35, nov. 2004. O GLOBO. 'Quer pagar quanto?' faz Casas Bahia ser condenada a indenizar funcio- nária. O Globo, 25 out. 2011. Disponível em: https://oglobo.globo.com/economia/ quer-pagar-quanto-faz-casas-bahia-ser-condenada-indenizar-funcionaria-2896377. Acesso em: 9 jun. 2019. REIS, A. Sociedade.com: como as tecnologias digitais afetam quem somos e como vivemos. Porto Alegre: Arquipélago, 2018. TENÓRIO, F. G. (org.). Responsabilidade social empresarial: teoria e prática. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006. Leituras recomendadas JESUS, T. A.; SARMENTO, M.; DUARTE, M. Ética e responsabilidade social. Dos Algarves: a Multidisciplinary e-Journal, n. 29, p. 3–30, 2017. Disponível em: http://www.dosalgarves. com/index.php/dosalgarves/article/view/109/162. Acesso em: 9 jun. 2019. PAES, M. et al. A importância das ações de responsabilidade social para os consumi- dores. In: SINGEP, 6., 2017, São Paulo. Anais [...]. São Paulo, 2017. Disponível em: https:// singep.org.br/6singep/resultado/434.pdf. Acesso em: 9 jun. 2019. 9Marketing e responsabilidade social DICA DO PROFESSOR Esta videoaula aborda os elementos que compõem a responsabilidade social do marketing, ilustrando cada um deles com exemplos do cotidiano das organizações. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Muitas vezes o marketing das empresas é criticado pelas estratégias adotadas para vender seus produtos e serviços. Ao mesmo tempo, cresce o número de anúncios, de propagandas e investimentos nessa área. Sobre essa relação entre o marketing e sua responsabilidade social, podemos afirmar que: A) É por meio dessa responsabilidade que as empresas conduzem suas estratégias, traduzindo para o público o tipo de imagem que se quer transmitir. B) O investimento na publicidade é uma forma correta e eficiente de corrigir a qualidade dos produtos ofertados no mercado. C) A responsabilidade social deve ser aplicada somente para os mercados já saturados em número de concorrentes, para se conseguir algum destaque no meio. D) É por meio do trabalho de anúncio e divulgação dos produtos em massa que as empresas conseguem atingir o interesse do público. E) A responsabilidade social é interessante, pois permite que a empresa abra mão das pesquisas com o público, economizando recursos. Uma das estratégias adotadas pelo marketing para a comercialização de produtos é a 2) publicidade de massa. Muito criticada, essa estratégia dificilmente atinge o público- alvo da empresa com qualidade e resultados positivos. Sobre o uso da publicidade de massa e sua eficiência, é CORRETO dizer que: A) É uma boa estratégia, já que atinge muitas pessoas ao mesmo tempo e assim, por consequência, atinge o público de interesse da empresa. B) Apesar de ser uma estratégia bastante cara, continua sendo usada pela maioria das empresas. C) Muitas vezes é vista como um tipo de estratégia muito invasiva, fazendo com que não gere bons resultados. D) Mesmo com resultados questionáveis, a publicidade de massa é cada vez mais explorada pelos profissionais da área. E) A publicidade de massa é ainda usada por sua qualidade de imagens, eficiência e eficácia dentro de qualquer tipo de negócio. 3) Para os profissionais de marketing, ter um anúncio ou propaganda malvista ou criticada pelo público é sempre um grande problema. Muitas vezes o objetivo proposto por determinada estratégia não é alcançado e isso precisa ser corrigido o quanto antes pelas organizações. Sobre os erros ocorridos por estratégias mal implementadas, pode-se afirmar que: A) Apesar de graves, não afetam, de fato, o número de vendas e consequentemente o lucro das organizações. B) Se bem corrigidos, os erros podem ser corrigidos e ainda se voltarem como uma ação positiva para a organização. C) Os erros só acontecem para as tentativas de trabalhar grupos de forma individualizada. Quando as ações são em massa, os resultados são sempre positivos. D) Os códigos de ética surgiram para não deixar mais as empresas errarem com os seus públicos-alvo. E) Sendo os códigos de ética universais, facilitam os profissionais de marketing a atuarem de forma integrada com o mercado. 4) Existe uma parte da população que é contra o marketing. Eles alegam que o marketing estimula as pessoas ao consumo excessivo e, muitas vezes, desnecessário. Esse é mais um desafio enfrentado pelos profissionais da área. É uma solução interessante para reverter essa impressão da sociedade a seguinte estratégia: A) Investir na propaganda de massa, mostrando o impacto positivo desse tipo de ação para a mídia televisiva. B) Finalizar as ações de marketing externo, atuando somente dentro da própriaorganização. C) Potencializar alternativas como outdoor e busdoor, mostrando para a sociedade o quanto o marketing pode ser interessante e voltado para o entretenimento. D) Apoiar campanhas e causas sociais de forma paralela aos interesses comerciais, mostrando um lado desconhecido do marketing. E) Desenvolver campanhas nos principais veículos com promoções dos produtos mais vendidos no mercado. Muitas vezes vemos empresas patrocinando causas sociais, como proteção ambiental, ajudando comunidades de baixa renda e outros, sendo uma prática cada vez mais comum, independente do mercado de atuação da organização. Trata-se de mais um 5) elemento da responsabilidade social do marketing, chamado Marketing Relacionado a Causas. Sobre esse tipo de estratégia, pode-se afirmar que: A) É uma boa iniciativa para veicular as empresas às questões sociais e não somente comerciais. B) Não é uma estratégia que funcionaria no Brasil, uma vez que já existem muitos projetos sociais no país. C) Trata-se de um tipo de marketing voltado somente para os colaboradores das organizações, motivando a produção e a venda. D) Trata-se de um tipo de marketing direcionado especificamente para o público-alvo da organização, que já são consumidores de seus produtos. E) O marketing relacionado a causas é basicamente voltado para as organizações de venda de produtos, não atendendo às prestadoras de serviços. NA PRÁTICA É um grande desafio para o profissional de marketing trabalhar as estratégias como causas de responsabilidade social da organização. Para isso é preciso conhecimento do mercado, das tendências e das possibilidades que a área oferece. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Responsabilidade social corporativa e marketing social: Um estudo exploratório em empresas da baixada santista. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Responsabilidade social empresarial e marketing social Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! O marketing social aplicado à criação do conceito de responsabilidade social nas empresas, no âmbito do CLDS de Alcobaça - Nazaré Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Ambiente de marketing APRESENTAÇÃO Empresas existem por um propósito essencial: satisfazer desejos e necessidades de seus clientes. A partir disso, ela pode gerar lucro e satisfazer também seus proprietários e acionistas. Para tanto, a empresa precisa conhecer os seus clientes, para compreender quais são os seus desejos e necessidades, e também conhecer a si própria, sabendo onde quer chegar, tendo objetivos bem traçados e compreendidos por todos que dela participam, e tendo domínio de suas reais capacidades, para que tire delas o melhor proveito. Além disso, a empresa precisa conhecer seus concorrentes e outros agentes com os quais se relaciona. É dominando esses aspectos que a empresa adquire a capacidade de se tornar e se manter competitiva. Tudo isso forma um conjunto de demandas que são pertinentes a uma importante área organizacional: o marketing. Esta é a área responsável por traçar estratégias que ajudarão a empresa a atender ao seu propósito essencial anteriormente mencionado, direcionando a atuação das diversas áreas organizacionais e colaborando de forma muito relevante para o sucesso dos negócios. Para tanto, os profissionais de marketing precisam conhecer o ambiente no qual o marketing é desenvolvido e dominar cada um dos elementos que dele fazem parte, que são provenientes dos ambientes interno e externo da empresa. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre o ambiente de marketing, o que ele representa, os elementos que o compõem e como eles se relacionam, permitindo compreender o impacto desse ambiente nas estratégias de marketing a serem adotadas para que a empresa se mantenha competitiva e, assim, possa atingir o sucesso nos negócios. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Contextualizar o ambiente de marketing.• Identificar os elementos que compõem o ambiente de marketing.• Construir a relação entre os elementos que compõem esse ambiente.• DESAFIO Imagine um profissional de marketing que trabalha em uma empresa fornecedora de material de decoração para festas. Seu desafio é ajudar esse profissional a analisar o cenário em que a empresa dele está inserida, descrevendo como cada item compõe o ambiente, e propor soluções criativas para destacar a organização no mercado. Considere que a situação seja a seguinte: • Houve uma brusca queda do dólar e o concorrente que usa matérias-primas importadas está conseguindo oferecer um preço menor. • A opção de os casais viverem em união estável tem sido mais frequente que a busca pelo casamento formal. • Sites de desconto coletivo estão em alta e nem sua empresa, nem sua concorrente participam desse mercado. Então, como você pode ajudar esse profissional? Você deve mostrar que reconhece as situações como típicas de determinados tipos de ambiente e apresentar soluções criativas baseadas na realidade do mercado atual. INFOGRÁFICO O cenário organizacional é formado por vários ambientes com os quais as empresas se relacionam. Esses são, em uma primeira análise, os ambientes interno e externo, ou microambiente e macroambiente, respectivamente. Nesse contexto, temos ainda outros ambientes mais específicos, como é o caso do ambiente de marketing. Este, por sua vez, é formado por seis componentes: um proveniente do microambiente da empresa, que são os objetivos e recursos dela, e outros cinco provenientes de seu macroambiente, que são os ambientes competitivo, legal e político, sociocultural, econômico e tecnológico. Estes elementos, também chamados “forças ambientais no marketing”, conectam-se e relacionam-se entre si, impactando-se uns aos outros. Além disso, eles também impactam sobre as decisões voltadas ao composto de marketing da empresa, formato por quatro elementos: produto, preço, promoção e praça. E todos estes elementos necessitam ser trabalhados de forma conjunta, com foco no mercado-alvo que a empresa deseja atingir. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! CONTEÚDO DO LIVRO No cenário atual, é indispensável que as organizações, independente de seu tamanho, reconheçam os elementos que compõem os ambientes internos e externos das empresas. Leia o trecho do capítulo Ambiente de Marketing e Responsabilidade Socia do livro Marketing: as melhores práticas, de Michael R. Czinkota et al., e aprofunde seu conhecimento sobre o assunto. Boa leitura! Obra originalmente publicada sob o título Marketing: Best Practices 2000 Harcourt, Inc. ISBN 0-03-021109-3 Copyright da tradução 2001 por Artmed Editora S.A. Todos os direitos reservados. Translation copyright 2001 by Artmed Editora S.A. All rights reserved. Design da Capa: Flávio Wild Assistente de Design: Gustavo Demarchi Preparação do original: Ane Arduin e Denise Weber Nowaczyk Supervisão editorial: Arysinha Jacques Affonso Editoração eletrônica: Laser House - m.q.o.f. Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à ARTMED® EDITORA S. A. (BOOKMAN® COMPANHIA EDITORA é uma divisão da ARTMED® EDITORA S.A.) Av. Jerônimo de Ornelas, 670 - Santana 90040-340 Porto Alegre RS Fone (51) 3027-7000 Fax (51) 3027-7070 É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Editora. SÃO PAULO Av. Angélica, 1091 - Higienópolis 01227-100 São Paulo SP Fone (11) 3665-1100 Fax (11) 3667-1333 SAC 0800 703-3444 IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL C998m Czinkota, Michael R. Marketing: as melhores práticas / Michael R. Czinkota... [et al]; tradução Carlos Alberto Silveira Netto Soarese Nivaldo Montingelli Jr. – Porto Alegre : Bookman, 2001. ISBN 978-85-7307-779-7 1. Marketing. I.Título. CDU 658.8/658.97 Catalogação na publicação: Mônica Ballejo Canto – CRB 10/1023 Ambiente de Marketing e Responsabilidade Social É justo as empresas inserirem mensagens como “Beba Coca-Cola” e “Coma Pipoca” em quadros isolados de um filme e, através dessas mensagens subliminares (mensagens que não podemos detectar), levarem os espectadores como cachorrinhos direto para o bar do cinema? Esse com- portamento pareceria muito antiético. Vance Packard usava essa prática de marketing como a pre- missa central de um livro chamado The Hidden Persuaders (A Persuasão Oculta), que levou as práticas modernas do marketing a serem censuradas pelos seu comportamento antiético e sua falta de responsabilidade social. O livro vendeu milhões de exemplares. Essa condenação avassaladora do marketing foi acolhida acriticamente pela imprensa popular e pelos meios de comunicação de massa e levou diversos estados a aprovarem leis contra a persuasão subliminar. Esse manifesto da dissimulação manipuladora usada pelas grandes empresas e pelo sistema capitalista ainda é ensina- do nas salas de aula das escolas secundárias. Há somente um grande problema. Ele não dá absolutamente embasamento algum para os fatos. Quando desafiados, Packard e o seu editor nunca foram capazes de documentar onde e quando tais práticas ocorreram e psicólogos cognitivistas, em busca de fama e fortuna, não foram capazes de criar tais efeitos em experimentos controlados.1 Vance Packard e o seu editor ganharam milhões promovendo uma mentira. A imagem de táticas de marketing manipulando um cliente vulnerável e crédulo ficou marcada indelevelmente no folclore da cultura americana. Isso foi justo e socialmente responsável? Vance Packard torna-se um herói popular e o marketing moderno, a despeito de todos os produtos maravilhosos que trouxe para o mundo atual, é difamado. O fato é que a enorme maio- ria das práticas de marketing é socialmente responsável e objetiva a servir honesta e competitiva- mente aos consumidores. Com efeito, o conceito de servir, respeitando e satisfazendo os clientes, em uma relação a longo prazo, é fundamental para a maioria das práticas de marketing. É claro que, como com qualquer profissão, há ovos podres. Por exemplo, existem os espertalhões que saqueiam os idosos, cobrando, algumas vezes, milhares de dólares para inspecionar e consertar uma chaminé que “estava quase incendiando a casa” ou induzindo-os a ridículos esquemas do tipo “fique rico já” e furtando todas as suas economias. E, muito ocasionalmente, toda uma indústria age mal, como testemunhamos com os fabrican- tes de cigarros. Trinta anos atrás, os seus próprios cientistas os informavam que o tabaco viciava, causava câncer no pulmão e outras doenças fatais. Mas isso não coibiu a indústria de desafiar publicamente e desqualificar todos os estudos publicados que chegavam à mesma conclusão. A Peter R. Dickson, University of Wisconsin-Madison Professor da University of Wisconsin-Madi- son. O Dr. Dickson escreveu cerca de 60 artigos sobre pesquisa do consumidor, seg- mentação do mercado, definição de preços, vieses das decisões de marketing, pensa- mento competitivo e planejamento de ma- rketing. A sua pesquisa atual é sobre a aprendizagem de processo, a dinâmica competitiva, a teoria do relacionamento e as melhores práticas do planejamento de marketing. Capítulo 2 CAPÍTULO 2 • AMBIENTE DE MARKETING E RESPONSABILIDADE SOCIAL 43 indústria lutou contra as advertências de saúde nas embalagens de cigarros e, então, dez anos de- pois, usou a presença dessas advertências como uma desculpa para não ser responsabilizada pelos consumidores. Por quê? Porque os consumidores haviam sido advertidos na embalagem que fumar não fazia bem a sua saúde. Os CEOs da indústria testemunharam sob juramento nas audiências no Congresso que o tabaco não viciava, quando sabiam que ele o fazia. Esses funcionários juraram que nunca dirigiram as suas campanhas de marketing para as crianças, como a do “Joe Camel”. Contu- do, pesquisas de mercado independentes revelaram que 90% das crianças de 8 a 13 anos de idade reconheciam Joe Camel.2 Documentos judiciais obtidos das pesquisas e dos departamentos de marke- ting dessas próprias empresas revelaram que as crianças tinham sido alvos de campanhas. A Orga- nização Mundial de Saúde estima que 200 a 300 milhões de crianças e jovens que hoje têm menos de 20 anos serão mortas pelo tabaco. Agora, as empresas de cigarro americanas estão começando a ter que pagar pelas suas ações, mas estão arrependidas? Algumas estão, mas não a maioria. Elas trabalharam duro para, juntamente com os seus políticos comprados, torpedear a legislação de controle e estão gastando os seus orça- mentos de marketing na expansão das vendas além-mar. É difícil entender como toda uma indústria poderia agir tão mal. Talvez eles tenham deslizado para a lama tão lentamente que não notaram onde foram parar. Talvez estivessem muito mal-orientados pelos advogados. Qualquer que seja a razão, a lição causa arrepios. Como profissão, o marketing pode tentar contrapor essas imagens negativas com histórias so- bre empresas socialmente responsáveis que estão trabalhando para salvar o meio ambiente. Mas é improvável que essas histórias tenham um impacto significativo sobre a sua imagem na imprensa popular ou influenciem aquelas pessoas que já vêem as práticas do marketing sob uma ótica muito negativa. As pessoas envolvidas com marketing devem, portanto, estar sempre vigilantes que este- jam se comportando responsavelmente. Devem estar alertas para bloquear esquemas prejudiciais e chamar a atenção dos que desgraçam a profissão. Além disso, devem ser sensíveis aos meios de comunicação e ao público em geral e serem capazes de responder a algumas das críticas atualmente populares, embora talvez irracionais, ao mercado. � Objetivos de Aprendizagem Após ter concluído esse capítulo, você será capaz de: 1. Discutir os seis componentes do ambiente de marketing e o seu impacto na estratégia de marketing. 2. Nomear e discutir as três dimensões da responsabilidade social do marketing. 3. Entender as questões sociais por trás da crença de que o marketing cria produtos desnecessários e não-desejados. Observar as bases para essas e outras críticas da distribuição e da publicidade. 4. Desenvolver uma compreensão das possíveis conseqüências involuntárias do excesso de marketing. 5. Entender que a ética mais importante no marketing é a honestidade – honestidade com os clientes, entre os colegas e consigo mesmo. 6. Explicar os princípios da ética e as dificuldades encontradas na criação de um código de ética para o comércio mundial. 7. Avaliar os desafios envolvidos em campanhas de marketing relacionadas a causas. 44 MARKETING – AS MELHORES PRÁTICAS No Capítulo 1, aprendemos como as empresas bem-sucedidas adaptam-se às mudanças no ambiente do marketing ajustando um ou mais dos elementos do seu composto de marketing (pro- duto, distribuição, promoção e preço). O Capítulo 2 aborda o am- biente do marketing e a responsabilidade social. Mudanças no ambiente interno e externo do marketing produzem, freqüente- mente, tanto desafios como oportunidades. Empresas bem-suce- didas a longo prazo respondem a esses desafios e a essas oportu- nidades de uma maneira socialmente responsável. Comumente, o fracasso em fazê-lo leva à regulamentação governamental, ao veredicto do público e, finalmente, à extinção da empresa em questão. AMBIENTE DE MARKETING Como foi apresentado no Capítulo 1, a estratégia de marketing leva em conta mudanças nos ambientes interno (mi- cro) e externo (macro) da empresa. Identificando as mudanças e tendências em andamento no ambiente, um profissional de mar- keting pode tentar prever futuras mudanças e como elas podem afetar a efetividade dos programas de marketing da empresa. No processo, podem ser identificadas novas oportunidades para ela. Em contraste, ameaças potenciaispodem ser identificadas, evita- das e transformadas em oportunidades. Em geral, o ambiente do marketing de uma empresa é com- posto de seis componentes. Primeiro, o ambiente de marketing interno da firma (o microambiente) consiste nos próprios objeti- vos e recursos dela. O ambiente externo (o macroambiente) con- siste dos ambientes competitivo, legal e político, sociocultural, econômico e tecnológico. A Figura 2.1 fornece um esquema que incorpora essas seis forças ambientais. O modelo ilustra que essas forças impactam e influenciam todos os elementos do composto de marketing. Ambiente Interno do Marketing Objetivos e Recursos Os executivos de alto nível das empresas formulam objetivos anuais e de longo prazo que afetam a tomada de decisões de marketing.3 Um objetivo empresarial de aumentar os lucros em 15% acima do ano anterior, por exemplo, tem implicações nas ações de marketing atuais. Os objetivos são críticos para o suces- so de qualquer empresa. Sem objetivos, ela não tem direção. Se eles não são estabelecidos, ela desperdiçará uma grande quanti- dade de tempo, dinheiro e esforço perseguindo o que pode provar ser uma estratégia não-lucrativa ou irrealista. Uma empresa deve saber aonde está indo para que tenha sucesso. Ela necessita um conjunto geral de objetivos para guiar os seus esforços. Todas as suas áreas funcionais (operações, finanças, marketing, por exem- plo) também têm seus próprios objetivos, mas essas metas de- vem ajustar-se ou ser guiadas pelos objetivos gerais da empresa. É imperativo que a empresa inteira trabalhe unida seguindo as mesmas metas. Assim, a estratégia de marketing é influenciada e, até certo ponto, restringida pelos objetivos gerais da empresa. De modo semelhante, a estratégia de marketing também é restringida pelos recursos disponíveis. Os recursos de uma em- presa incluem as finanças, as capacidades tecnológicas e de pro- dução, o talento gerencial e assim por diante. As restrições de recursos evitam que os gerentes de marketing persigam todas as oportunidades disponíveis. As restrições financeiras, por exem- plo, podem evitar que uma empresa realize uma campanha tele- visiva em horário nobre para a apresentação de um novo produto. Mas ela pode ser capaz de custear uma campanha nacional de rádio. Ou a linha de produção atual de uma firma pode não estar equipada para empacotar um tamanho experimental de um pro- duto existente. Podem ser necessários novos equipamentos, mas talvez as finanças não os permitam nesse momento. Se uma em- presa está plenamente ciente das suas limitações, podem ser de- senvolvidas estratégias e perseguidas oportunidades que estejam dentro dos seus limites. 1 A despeito da indústria alegar não fazer campanhas voltadas para as crianças, a pesquisa de mercado revelou que 90% das crianças de 8 a 13 anos de idade reconhecem Joe Camel. CAPÍTULO 2 • AMBIENTE DE MARKETING E RESPONSABILIDADE SOCIAL 45 Ambiente Externo do Marketing Ambiente Competitivo A competitividade refere-se ao quanto uma empresa é eficaz e eficiente, em relação às suas rivais, em servir aos clientes.4 A eficácia trata da qualidade dos produtos, da fatia de mercado e da lucratividade, enquanto a eficiência tem a ver com a velocidade de resposta e os custos baixos. Tanto a efetividade quanto a efici- ência dependem, em última instância, do vigor do impulso com- petitivo da empresa e das suas habilidades de tomada de deci- sões. Constantemente, os negócios são exortados por quase todos – agências do governo, administradores associados e membros da indústria, entre outros – a tornarem-se mais competitivos. Mas tornar-se mais competitivo é como perder peso ou converter gor- dura em músculos. É fácil falar sobre isso, mas não é fácil fazer. A tarefa é quase impossível se não for baseada em uma análise competitiva minuciosa (veja o Capítulo 4). A análise deveria co- meçar com um panorama geral da estrutura e da dinâmica com- petitiva do mercado. Isso inclui a análise da fatia de mercado, Figura 2.1 As Forças Ambientais no Marketing uma revisão da história do mercado e uma pesquisa dos concor- rentes emergentes que ameacem levar as empresas existentes e os seus produtos à extinção. Então, a análise deveria penetrar nos maiores rivais e no comportamento provável deles. É surpreendente a freqüência com que as empresas, mesmo as bem-dirigidas, desviam a sua atenção da competição. Durante o final dos anos 70 e o início dos 80, a arquitetura de computador DEC Vax conquistou importantes fatias do mercado de computa- dores intermediários. Foi somente em 1986 que a IBM, líder do mercado anteriormente, montou um grupo de trabalho (com a sua própria “sala de combate”) para responder à DEC efetiva- mente. Nessa altura, era tarde demais; a nova ameaça competiti- va imprevista era a dos PCs interligáveis em rede. Um problema quanto a falar sobre competitividade é que, às vezes, temos atitudes muito ambivalentes para com ela. Ela é admirada no esporte mas, freqüentemente, depreciada na sala de aula. Os executivos usam toda a sua energia competindo feroz- mente entre si por promoções. Em outros casos, o gerenciamento pode, às vezes, tornar-se tão fixado na competitividade que perde de vista o que está acontecendo com os seus clientes. Uma orien- 46 MARKETING – AS MELHORES PRÁTICAS tação competitiva envolve compreender os concorrentes e obter vantagem explorando as suas fraquezas. Não significa atacá-los em todas as oportunidades não importando a que custo. Ao monitorar o ambiente competitivo, esses elementos-cha- ve deveriam ser lembrados: • A competição é um conceito dinâmico. Analisar as mudanças na fatia de mercado é mais importante do que analisar quem tem qual fatia em determinado momento. • A ameaça de novos concorrentes depende dos muitos tipos de barreiras que bloqueiam a entrada de recém- chegados no mercado. O novo fabricante de carros Samsung, por exemplo, terá de gastar pelo menos US$ 5 bilhões para agitar o mercado de automóveis. • Muitos mercados que eram separados agora estão fundindo-se para criar uma competição cabeça-a- cabeça. Tabela 2.1 Amostragem das Principais Leis Que Afetam o Marketing Atos Proibições Principais Leis que Protegem os Consumidores Ato de Proteção à Criança de 1966 Proíbe as vendas de brinquedos perigosos. Ato de Justa Embalagem e Rotulagem de 1967 Exige que certas informações sejam listadas em todos os rótulos e embalagens, incluindo a identificação do produto, o endereço de correspondência do fabricante ou distribuidor e a quantidade do conteúdo. Ato de Proteção ao Crédito ao Consumidor 1968 Exige a total revelação das taxas de juros sobre empréstimos e compras a crédito. Ato de Política Ambiental Nacional 1970 Estabelecia a Agência de Proteção Ambiental para tratar das organizações que causam poluição ambiental. Ato de Segurança de Produtos de Consumo de 1972 Criou a Comissão de Segurança de Produtos de Consumo e lhe deu poderes para especificar padrões de segurança para os produtos de consumo. Ato da Educação e Rotulagem Nutricional de 1990 Proíbe afirmações exageradas de benefícios à saúde e exige que todos os alimentos processados forneçam informações nutricionais. Ato de Americanos com Incapacidades de 1991 Protege os direitos de pessoas com incapacidades, proíbe a discriminação contra os incapacitados (a discriminação é ilegal em acomodações, transportes e telecomunicações públicas). Lei Brady de 1993 Impõe um período de cinco dias de espera antes da entrega e a conferência dos antecedentes de quem compra uma arma. Leis Que Encorajam a Competição Ato Sherman Antitruste de 1890 Proíbe a restrição ao comércio e a monopolização; delineia um sistema competitivo de marketing como política nacional. Ato Clayton de 1914 Fortalece o Ato Sherman restringindo práticas como discriminação racial, negócios exclusivos, contratos casados e diretorias coligadas nos quais o efeito possa ser substan- cialmente menos competição ou que tendam a estabelecer monopólios. Ato da Comissão Federal de Comércio1914 Proíbe métodos de competição injustos; estabelece a Comissão Federal de Comércio, uma agência administrativa que investiga práticas de comércio e executa o Ato da CFC. Ato Robinson-Patman de 1936 Proíbe a discriminação de preços em vendas a atacadistas, varejistas ou outros produtores. Também proíbe a venda por preços exorbitantemente baixos para eliminar a competição. Ato Miller-Tydings de Manutenção dos Preços de Revenda de 1937 Isenta contratos de justo comércio entre estados de concordarem com exigências antitruste. Ato Wheeler-Lea de 1938 Emendou o Ato da CFC para tornar ilegais práticas injustas e dar jurisdição à CFC sobre peças publicitárias falsas ou enganosas. Ato Celler-Kefauver Antifusão de 1950 Emendou o Ato Clayton para incluir grandes aquisições de ativos que diminuem a competição em uma indústria. Ato de Rotulagem dos Automóveis Americanos de 1992 Exige que os fabricantes de veículo forneçam um rótulo informando os consumidores sobre a origem dos componentes e onde foi montado o carro. Acordo Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA) de 1993 Acordo de comércio internacional existente entre o Canadá, o México e os Estados Unidos. Encoraja o comércio pela remoção de tarifas e outras barreiras comerciais entre esses três países. CAPÍTULO 2 • AMBIENTE DE MARKETING E RESPONSABILIDADE SOCIAL 47 • Novas ameaças competitivas podem surgir de novas tecnologias. • A força e a fraqueza dos concorrentes existentes deveriam ser identificadas pelo estudo das suas habilidades e competências específicas, desde as compras até os serviços de pós-venda, durante o ciclo do pedido-entrega. • A competição é mais intensa porque os clientes de hoje são mais informados. Os produtos atuais são melhores e fornecem mais informação do que nunca. • A globalização significa que haverá muito mais competição. A competição não se limita mais às empresas locais, regionais ou nacionais; agora, concorrentes internacionais disputam o dinheiro do cliente em quase todas as categorias de produtos. Ambiente Legal e Político O ambiente legal e político estipula outra força externa para os empresários. É serviço do governo estabelecer as regras e regula- mentações com as quais os negócios devem conformar-se. Essas regras e regulamentações afetam cada elemento no composto de marketing. Portanto, os empresários devem estar cientes delas e conformar-se a todas as leis que afetam os seus negócios. Como cidadãos, o nosso comportamento é restringido pela lei e pelas nossas visões individuais de certo e errado.5 E isso não é diferente para empresas e para quem toma decisões de marke- ting que competem nos mercados doméstico e internacional. Os mercados são cheios de regras. Muitas são registradas em lei, algumas são estabelecidas em códigos de ética profissional e ou- tras em estatutos empresariais de boa conduta. Esta seção não lista todas as leis e éticas possíveis que poderiam aplicar-se a uma decisão de marketing. Ela lhe pede para pensar sobre alguns dos problemas legais que afetam os profissionais de marketing, para lançar os fundamentos ou um esquema para a sua compre- ensão da lei do marketing. Raramente essas considerações po- dem ser estabelecidas especificamente em planos ou decisões de marketing escritas, mas elas são importantes. Apesar de o mercado dos EUA ser um dos mais abertos e livres no mundo, leis e agências locais, estaduais e federais im- põem numerosas restrições. A grande onda de consumismo que ocorreu nos anos 60 resultou em diversos novos órgãos, incluin- do a Comissão de Segurança de Produtos e uma grande quanti- dade de novas leis. Mais regulação significa mais restrições e mais fiscais reguladores significam despesas legais mais altas e o risco da empresa perder a sua reputação se um caso for levado à imprensa. A Biblioteca do Congresso calculou que o custo anual de completar, preencher e manipular aproximadamente 15 mil diferentes formulários governamentais é de US$ 40 bilhões, bem acima dos gastos nacionais com toda a pesquisa e o desenvolvi- mento. Certamente um tanto desse trabalho de escrita vale o seu custo, mas grande parte não vale. Embora o ambiente legal e político possa frustrar iniciativas, em geral ele é positivo para os negócios. Nos Estados Unidos, por exemplo, muitas das leis que afetam a prática do marketing são feitas para encorajar a competição e proteger os consumido- res (veja a Tabela 2.1). O ponto é que os empresários podem ter uma visão tão curta sobre mudanças no ambien- te legal e político quanto sobre mudanças nas necessidades dos clientes e inovações tecnológicas. Uma atitude hostil para com esse ambiente, que é generalizada em uma atitude hostil para com a política pública, não é razoável, e, se ela encoraja uma estratégia de marketing que frustra voluntariamente a letra fria ou a intenção da lei, ela pode ser desastrosa. Por exemplo, a Toys ‘R’ Us perdeu uma fatia de mercado depois que a Federal Trade Commission (Comissão Fe- deral de Comércio) apresentou acusações de que a gigante dos brinquedos estava violando regulações antitruste.6 Bill Gates e a Microsoft estão enfrentando reveses à medida que o governo pros- segue a sua campanha antitruste contra o monólito de software para computadores. Ambiente Sociocultural Mudanças no ambiente sociocultural refletem a transformação da população mundial em termos de números, características, comportamento e projeções de crescimento. Considere as seguin- tes mudanças no ambiente socioeconômico e as suas implica- ções de marketing correspondentes.7 • Quando a Previdência Social começou, em 1936, a idade normal de aposentadoria era 65 anos. Dada a atual expectativa de vida, a idade de aposentadoria seria, hoje em dia, correspondente a 79 anos. • O número de indivíduos na força de trabalho incapacitados por hemorróidas no último ano era quase exatamente igual ao número de pessoas que foram mortas por derramamento de ferro derretido nas usinas siderúrgicas em 1910. • O Sul da Europa está cometendo suicídio coletivo com um índice de natalidade menor que um filho por mulher em idade reprodutiva. • Na Itália, há cerca de 60 milhões de pessoas; no final do próximo século, haverá somente 20 milhões de italianos. • O índice de crescimento populacional dos países do Terceiro Mundo é o triplo daquele dos países industrializados. • Nos EUA, o grupo com 50 anos de idade ou mais controla 77% dos ativos da nação, além de mais da metade da renda discricionária nacional. • Em 1950, 70% dos domicílios dos EUA eram tradicionais (isto é, o pai trabalha fora e a mãe fica em casa com as crianças). Em 1987, apenas 17% das famílias eram tradicionais. www.toysrus.com 48 MARKETING – AS MELHORES PRÁTICAS O ambiente sociocultural inclui mudanças no crescimento popu- lacional. Em 1960, 3 bilhões de pessoas habitavam o planeta; em 1984, esse número aumentou para 5 bilhões; em torno de 2025, espera-se que a população mundial exceda a 8 bilhões.8 O ambien- te sociocultural também inclui categorias de idade das popula- ções. A idade média dos norte-americanos está aumentando. Em 1970, ela era de 28 anos; em 1980, era 30 anos; e, em 1990, 33. Espera-se que ela aumente para 36 no ano 2000.9 Aproximada- mente, 55 milhões de cidadãos dos EUA têm mais de 55 anos, representando aproximadamente 21% da população total. Esse grupo responde sozinho por mais de US$ 7 trilhões da riqueza do país. Alguns dos maiores publicitários que reconheceram a im- portância de comercializar para esse segmento começaram a usar idosos em comerciais transgeracionais. As atitudes e o comportamento dos clientes também têm im- pacto sobre o ambiente sociocultural e a maneira que os profissio- nais de marketing percebem o mercado. Mesmo o vocabulário do marketing está mudando, como é visto na Tabela 2.2. Confor- me ocorrem mudanças no ambiente sociocultural, as necessida- des e os desejos do cliente também mudam e o mesmo deveria acontecer com as tentativas do profissional de marketing de aten- der às exigências desses. Considere, por exemplo, essasestatísti- cas sobre as mulheres atuais: • 70% das mulheres entre 25 e 54 anos de idade estão na força de trabalho.10 • As mulheres chefiam aproximadamente 1 em cada 3 domicílios comparado a 1 em 7 em 1950.11 • Uma grande quantidade de mulheres permanece solteira até depois dos 30 anos por causa do desencanto com o casamento e das maiores oportunidades educacionais e de trabalho.12 Os profissionais de marketing devem considerar as mudanças de papéis das mulheres tanto na comercialização dos seus produtos como no acesso aos mercados-alvo. Um meio tradicional como a A MODELO: Uma estudante caloura do curso de medicina da New York University “Queríamos pessoas que não são definidas pelo que elas fazem, mas pelo que são. Ela foi escolhida porque tem o jeito da Levi’s. Ela é nova. Tem o seu próprio ponto de vista. É sexy, mas de modo sutil. Ela não esquenta. Definitivamente, ela sabe o que quer.” AS ROUPAS: Calças Levi’s “cargo”, a sua própria camiseta, abrigo com zíper, coturnos e acessórios “É importante que ela vestisse o que quisesse. Não estamos tentando criar um uniforme da Levi’s: isso não seria muito ‘real’. Não usamos uma modista ou um cabeleireiro profissional: não seria real.” O CENÁRIO: O East Village, em Manhattan “Escolhemos Nova York porque ela é o melhor reflexo da vida atual da juventude. Circulamos por diversos bairros da cidade. As pessoas no fundo (dessa imagem) passam uma sensação urbana; fica óbvio que não é uma cena de estúdio.” A AFIRMAÇÃO: “A música é a minha alma feminina” “É difícil para as pessoas acreditarem, mas toda linguagem veio dos jovens: nada foi sugerido... Gostamos do tema da música (nesta frase) porque fazemos muita coisa para promover músicas originais; vemos a música como a voz dos jovens.” A LEGENDA: “O que é verdadeiro” “O desafio do marketing para a juventude atualmente é não dar ordens. Essa linha é tanto uma afirmação quanto uma pergunta. O que estamos dizendo é verdadeiro ou é uma declaração? Ela funciona porque é provocativa e ambígua.” Figura 2.2 A Levi’s Ajusta a Sua Estratégia de Marketing para Penetrar na Psique Mutante dos seus Clientes Tabela 2.2 Já Não Somos Só Yuppies Nos anos 80, os Yuppies, o apelido para jovens profissionais urbanos, em ascensão social, (Young, Upwardly mobile, Urban Professionals) representavam um mercado freqüentemente focado pelos profissionais de marketing. Nos anos 90, os mercados mudaram e tornaram-se cada vez mais fragmentados. Os novos termos abaixo descrevem algumas das mudanças no ambiente sociocultural. SKIPPIES Crianças em idade escolar com poder de compra (School Kids with Purchasing Power) MOBYS Mãe mais velha, bebê mais novo (reflete a tendência de que as mulheres estão esperando mais tempo para começar uma família) (Mother Older, Baby Younger) DINKS Famílias com duas fontes de renda, sem filhos (Double Income families, No Kids) DEWKS Famílias com dois provedores, com filhos (Dual Earners families, With Kids) PUPPIES Profissionais urbanos pobres (Poor Urban Professionals) GUPPIES Profissionais urbanos homossexuais (Gay Urban Professionals) WOOFS Idosos “bem-de-vida” (Well-Off Older Folks) CAPÍTULO 2 • AMBIENTE DE MARKETING E RESPONSABILIDADE SOCIAL 49 programação diurna da televisão não é mais um meio efetivo para atingir as mulheres trabalhadoras. A mala-direta, as revistas e o rádio estão provando serem mais efetivos para fazê-lo. A diversidade cultural e etária, entre os países e nos países, também tem impacto no ambiente sociocultural. Agora, os pro- fissionais de marketing estão se voltando para as necessidades específicas dos mercados étnicos, como os afro-americanos, os asiáticos e os latinos. Essa mudança na estratégia do marketing reflete o crescente poder de compra dos grupos étnicos, o au- mento do seu índice de crescimento populacional em relação ao ritmo mais lento das populações caucasianas e as diferenças cul- turais em como grupos diferentes adquirem e usam os produtos. Em torno do ano 2010, as minorias representarão um terço da população dos EUA.13 Os profissionais de marketing também estão direcionando muitos dos seus esforços para atingir o mer- cado estudantil (veja a Figura 2.2). O aumento da concentração nesse mercado é parcialmente devido aos números crescentes nos segmentos de mercado da geração X e da geração Y, mas também é devido ao desejo empresarial de estabelecer o reconhecimento de nomes e a lealdade a marcas para o futuro. A americanização da cultura mundial através da ciência, do entretenimento e dos negócios ajudou a reduzir as diferenças cul- turais, particularmente entre países com populações altamente educadas.14 Isso abre a possibilidade da segmentação e do posicio- namento globais, nos quais a segmentação expande-se através das culturas em vez de dentro delas. Em resumo, as culturas não seguem mais fronteiras nacionais, políticas ou culturais tanto como faziam 50 anos atrás. Todavia, ainda depois do ano 2000, muitos países ainda te- rão variações na riqueza de seus consumidores, no poder de com- pra, na elasticidade de preços, na experiência com a categoria do produto e no comportamento competitivo. Em conseqüência, re- lativamente poucos produtos podem ser posicionados exatamen- te da mesma maneira em todo o mercado mundial. Aqueles que podem normalmente tem uma forte imagem simbólica ou intan- gível que transcende as diferenças culturais, tecnológicas e eco- nômicas (a Coca-Cola, por exemplo, tem uma imagem assim). Ambiente Econômico Os profissionais de marketing também devem monitorar as mu- danças no ambiente econômico.15 Mais especificamente, o am- biente econômico inclui fatores como poder de compra do mer- cado, gastos per capita, índices de emprego e custo do capital que podem ser necessários para produzir esses produtos. O sim- ples tamanho dos mercados não é suficiente para os tornar lucra- tivos. Os clientes naquele mercado devem ter, além da disposi- ção de adquirir produtos, também a capacidade (poder de com- pra) de fazê-lo. Por exemplo, embora haja 3 bilhões de pessoas na Ásia, metade delas têm menos de 25 anos e não possuem po- der de compra alto. Entretanto, muitos desses países têm uma classe média em expansão que supera as classes médias dos países indus- trializados. A Índia, por exemplo, tem uma classe média de aproxi- madamente 250 milhões de consumidores. Empresas como Coca- Cola, Frito-Lay, Kentucky Fried Chicken, Motorola e Walt Disney recentemente começaram operações na Índia, que eles consideram um dos maiores mercados inexplorados no mundo. Hoje, é mais evidente do que nunca que, com o crescimento e o apoio no mercado internacional, as economias dos países es- tão ligadas em uma economia global. Precisa-se apenas observar a flutuação diária das bolsas de valores dos EUA, conforme re- fletem os processos e as tribulações dos mercados asiático e lati- no-americano (vice-versa), para notar a conexão entre os merca- dos, a qual pode afetar basicamente o preço e as vendas subse- qüentes de produtos no mundo todo. Talvez a mudança mais significativa nas economias industria- lizadas tenha sido o fenomenal crescimento das indústrias de ser- viços. O quanto a economia de serviços é penetrante? Recente- mente, o Union Bank of Switzerland ofereceu um serviço de cál- culo do custo de vida em vários setores mundiais usando a “Es- cala Big Mac” – a porcentagem do salário mensal necessários para comprar um Big Mac! Em termos econômicos, o setor de serviços agora responde por 58% do Produto Nacional Bruto mun- dial (PNB). Em 1980, os negócios mundiais do setor eram avalia- dos em US$ 350 bilhões e respondiam por 20% de todo o comér- cio mundial, enquanto em torno de 1992 essa cifra triplicou para aproximadamente US$ 1 trilhão. Todos os países desenvolvidos têm agora grandes setores de serviços e o Japão e a Alemanha, em particular, têm economias de serviços pelo menos tão desen- volvidas quanto a do Estados Unidos. Hoje, muitas empresas de serviços operam internacionalmente e a exportação de serviços também está aumentando.Os Estados Unidos continuam líder mundial na exportação de serviços. Dado que o déficit da sua balança de pagamentos em bens manufaturados é de aproxima- damente US$ 130 bilhões por ano, o superávit comercial de US$ 50 bilhões nos serviços é obviamente vital para a sua economia. Ambiente Tecnológico As firmas de sucesso também devem monitorar as mudanças no ambiente tecnológico. A tecnologia está avançando em um ritmo incrível.16 Estão sendo desenvolvidos, por exemplo, novos sites na Internet (World Wide Web) no ritmo de um por minuto. Mais de 97% das grandes empresas relatam possuir sites na rede mundial de computadores e é esperado que aproximadamente 450 mil empresas envolvam-se em alguma forma de comércio eletrônico em torno do ano 2000. Isso representa um aumento de três vezes sobre 1997. O comércio eletrônico é revolucionário. Ele foi adotado pelos consu- midores mais rápido do que os centros comerciais nos anos 50, as lojas de descontos nos anos 60 e as especialistas por categorias*, como Home Depot e Circuit City, nos anos 80 (veja a Tabela 2.3). O de 1998 foi o primeiro Natal dos EUA co- mercializado pela Internet. Os norte-ameri- canos gastaram, no último trimestre daque- le ano, US$ 4 bilhões on-line. Durante todo o ano, foram US$ 10 bilhões, ou seja, maiswww.etoys.com * N. de R. T.: Category killers: lojas que trabalham com grande volume de mer- cadorias de uma categoria (por exemplo, brinquedos ou eletrônicos) a preços muito baixos, derrotando a concorrência. 50 MARKETING – AS MELHORES PRÁTICAS Tabela 2.3 Milhas e Milhas de Galerias Virtuais Categorias de Bens Receitas de 1998 Índice de Crescimento Vendidos On-line Estimadas em US$ desde 1997 Milhões Hardware e software 4.650 230% para computadores Viagens 1.600 250% Livros, música e 1.300 290% entretenimento Leilões 500 N.d.* Presentes 500 340% Utilidades 500 210% Vestuário 300 150% Alimentos e vinho 200 40% Automóveis 70 60% Brinquedos 40 310% * Não disponível. onte: Patricia Sellers, “Inside the First E-Christmas”, Fortune, v. 139, no. 2 (Feb 1,1999), p. 71. que o triplo das vendas on-line do ano anterior. Os grandes ven- cedores da época natalina incluíam a Amazom.com e a eToys. No último trimestre de 1998, a Amazon.com vendeu tantos CDs, vídeos e presentes que se os pacotes fossem postos lado a lado alcançariam mais de 100 milhas. A eToys, que teve 3,4 milhões de visitantes durante o período de Natal, remeteu 95% das enco- mendas dos clientes em menos de 24 horas após o pedido. Com- parado à especialista por categoria Toys ‘R’ Us, que havia lança- do recentemente o seu serviço on-line, a eToys distribuiu o dobro de mercadorias e fechou cerca de três vezes mais negócios. De acordo com o fundador da eToys, o CEO graduado na University of Harvard, Toby Lenk, “Entramos de sola”. O potencial para o comércio eletrônico é imenso. As vendas de US$ 10 bilhões em 1998 representam menos de 1% das vendas a varejo nos EUA. Tipicamente, os avanços tecnológi- cos influenciam a prática do marke- ting de duas maneiras. Primeiro, conforme a tecnologia avança, ela capacita as empresas a desenvolver novos produtos e a competir em novos mercados.17 Hoje, em muitos mercados, os novos competi- dores são, com freqüência, empresas estabelecidas com nova tec- nologia que expandiram os limites dos seus mercados tradicionais. Em 1974, por exemplo, a Federal Express lançou o seu serviço noturno de entrega de correspondência e encomendas, o qual ago- ra é um mercado de mais de US$ 5 bilhões. Além da sua competi- ção direta, como o Serviço Postal dos EUA, a Federal Express enfrentou ameaças de diversas outras tecnologias. A Western Uni- on, a empresa pioneira de telégrafos, lançou um serviço de correio eletrônico de fácil ligação que também acessa com o Telex, o siste- ma de correio eletrônico entre empresas há muito estabelecido. A ligação fácil falhou, mas as ameaças realmente sérias vieram pelos aparelhos de fax e a integração entre os sistemas telefônicos e de computadores que permitiram aos indivíduos e às organizações criarem e operarem os seus próprios serviços de correio eletrôni- co. Agora, a MCI está tentando fomentar essas redes. Os avanços tecnológicos também ajudam os profissionais de marketing a aperfeiçoar a condução dos negócios em uma base cotidia- na. Exemplos desses avanços são discutidos ao longo desse texto. Por exemplo, a UPS ma- neja mais de 3 bilhões de pacotes e 5,5% do PIB dos Estados Unidos anualmente.18 Jim Kelley, o CEO da UPS, atribui grande parte do sucesso da sua empresa à tecnologia: Temos 12 mainframes capazes de computar 5 bilhões de informações por segundo. Temos 90 mil PCs, 80 mil computadores portáteis para registrar as entregas no ato, a maior rede celular privada do país e a maior base de dados DB-2 desenhada para acompanhar o trajeto de encomendas e outras informações sobre re- messas de clientes do mundo. Para dar a você uma idéia de o quanto a informação (tecnologia) tornou- se valiosa para a nossa empresa, nosso banco de da- dos tem atualmente mais capacidade de armazenagem que os arquivos do Departamento Censitário dos EUA. RESPONSABILIDADE SOCIAL A Primeira Responsabilidade Social do Marketing: Eficiência e Eficácia Uma vez que os profissionais de mar- keting respondem às mudanças no am- biente de marketing, eles devem fazê- lo de uma maneira que seja socialmen- te responsável para assegurar a sobre- vivência e o crescimento da empresa. A primeira responsabilidade do marketing para com a sociedade é fazer com que a vida, a liber- dade e a felicidade geral avancem através da criação de mercados, inovações de produtos e inovações de comércio que aumentem a eficiência e a eficácia do processo econômico. Em resumo, a pri- meira responsabilidade do marketing é continuar aprendendo a fa- zer o seu trabalho mais eficiente e eficazmente. Isto torna os mer- cados mais competitivos, as nossas vidas como trabalhadores e clientes mais produtivas e desperdiça menos os escassos recursos que precisam ser preservados para as futuras gerações. Muitas pessoas acreditam que o marketing não está prati- cando muito bem a sua primeira responsabilidade social. Elas acreditam que muitos produtos que são comercializados não são necessários, e que grande parte do esforço de marketing, particu- larmente a publicidade, não é necessária. Nas seções seguintes, voltamo-nos para essas críticas. Responsabilidade social é o conjunto de filosofias, políticas, procedimentos e ações de marketing com a intenção primordial de melhorar o bem-estar social. 2 www.ups.com www.federalexpress.com Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. DICA DO PROFESSOR A dica do professor abordará, por meio de exemplos, as características dos elementos que compõem o ambiente externo das organizações. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Para desenvolver estratégias de marketing que gerem bons resultados para as organizações, os profissionais precisam estar atentos aos impactos que os múltiplos ambientes em que a empresa está inserida podem causar nos negócios, sejam eles internos ou externos. Sabendo disso, pode-se afirmar CORRETAMENTE que: A) Para se adequar aos ambientes, os objetivos da empresa precisam ser sempre de longo prazo. B) A relação com a tecnologia é essencial para definir como a empresa vai permanecer no ambiente externo. C) Os recursos da empresa são dispensáveis, independente do ambiente em que está inserido. D) Quando inserida em um ambiente sociocultural, a empresa está desvinculada das questões econômicas do ambiente. E) O público-alvo é pouco influenciado pelo ambiente em que se encontra a empresa. 2) O ambiente interno de uma organização é responsável por afetar diretamente os objetivos propostos por ela, assim como os recursos que ela possui para oferecer. O profissional de marketing deve trabalhar o ambiente interno buscando sempreotimizar os resultados. Sobre o ambiente interno, é CORRETO afirmar que: A) O público interno, ou seja, os funcionários, é diretamente impactado pelo ambiente interno da organização. B) O sucesso das ações das empresas depende pouco do objetivo proposto, dependendo mais do ambiente externo. C) Dentro do ambiente interno há pouco impacto dos recursos financeiros disponibilizados para executar as ações. D) O ambiente interno da empresa é também conhecido como macroambiente, já que engloba todos os outros ambientes. E) As estratégias de marketing devem contemplar poucos setores da empresa. Em se tratando do ambiente interno, o ideal é ter pouca concorrência. 3) Para os profissionais de marketing, o ambiente competitivo em que as empresas se encontram está ainda mais desafiador. Cercadas pela concorrência, as empresas precisam ser cada vez mais eficientes e eficazes para conquistar clientes e se manterem no mercado. Sobre o ambiente competitivo, pode-se dizer que: A) A competitividade faz com que a empresa procure por eficácia e deixe de lado a eficiência. B) Quando há pouca eficiência, podemos perceber uma baixa qualidade nos produtos oferecidos. C) A eficiência e a eficácia só acontecem em ambientes muito competitivos. Quando não há concorrente, não é necessário esse tipo de preocupação. D) Nesse mercado tão competitivo, a velocidade da resposta é essencial para ter sucesso nos negócios. E) Os mercados estão cada vez mais separados e isso dificulta a concorrência entre as organizações. 4) À medida que a sociedade evoluiu, novos conceitos, práticas e vivências são adotadas pelas pessoas, constituindo assim uma nova cultura. Essas mudanças que, na maioria das vezes, não estão relacionadas às organizações diretamente, acaba por afetar toda estrutura comercial e mercadológica. Com base na afirmação a cima, é CORRETO afirmar: A) As empresas precisam estar atentas primeiro às questões relativas à economia, uma vez que o recurso financeiro é indispensável. B) Quando se fala em ambiente legal e político, tende-se a trabalhar os números da população mundial e seus costumes. C) O ambiente tecnológico é fundamental para as empresas que buscam inovar e se destacar em qualquer mercado. D) É característica do ambiente competitivo a relação de concorrência somente para empresas de grande porte. E) As características da economia mundial pouco influenciam nas pequenas relações comerciais. 5) As características dos ambientes externos em que as organizações se encontram não são fixas. Uma mesma característica pode passar por diversos tipos de ambientes. Da mesma forma, esses ambientes acabam se misturando entre si. Torna-se um desafio ainda maior para o profissional de marketing saber trabalhar essas características, buscando sempre bons resultados para a empresa. Nesse sentido, pode-se afirmar que: A) A competitividade é característica marcante do ambiente sociocultural. B) Um ambiente político e legal integra todos os países em uma legislação única, facilitando as transações econômicas. C) A globalização implica uma menor concorrência, já que permite o acesso de mais pessoas aos produtos que são vendidos. D) Hoje a competição é mais acirrada entre as empresas porque os consumidores têm mais acesso às informações. E) As empresas alimentícias e de serviços tendem a ser menos envolvidas no ambiente tecnológico. NA PRÁTICA O marketing desempena um importante papel nas organizações, colaborando para o direcionamento dos esforços das diversas áreas organizacionais, para que estejam alinhadas com os objetivos globais da empresa. Para que esse papel seja desempenado com sucesso, os profissionais de marketing precisam conhecer o ambiente de marketing e os elementos que o compõem, que são provenientes tanto do micro quanto do macroambiente, para que, assim, possam traçar as melhores estratégias de marketing que sejam viáveis para a empresa e tragam bons resultados. Veja um exemplo: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Análise do ambiente de marketing: um estudo aplicado em uma cooperativa do setor de agronegócios da região centro-oeste do Rio Grande do Sul Conhecer o ambiente no qual está inserida, constitui-se, no mercado atual, em uma das mais importantes estratégias que podem ser adotadas por uma empresa. E isso inclui conhecer o ambiente de marketing e os seus elementos. No artigo a seguir, você terá a oportunidade de verificar um estudo aplicado em uma empresa, com foco na análise de seu ambiente de marketing. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Ambiente de marketing O ambiente de marketing é formado por elementos oriundos dos ambientes interno e externo das organizações. Cada um desses ambientes, por sua vez, é formado por fatores diversos que impactam de forma direta sobre a organização, gerando oportunidades e ameaças. No vídeo a seguir, você pode verificar comentários sobre esses ambientes e os seus elementos integrantes, incluindo exemplos ilustrativos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Macroambiente e estratégias de mkt Os elementos formadores do ambiente de marketing são oriundos dos ambientes interno e externo das organizações. O ambiente externo, diferentemente do ambiente interno, é formado por forças que a empresa não tem domínio ou capacidade de manipulação, reforçando ainda mais a necessidade de conhecê-las para que esteja preparada para lidar com elas. No vídeo a seguir, você verá uma entrevista com dois administradores sobre macroambiente e estratégias de marketing nas organizações. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Perfil do profissional de marketing APRESENTAÇÃO Nesta Unidade de Aprendizagem vamos aprender sobre a importância do profissional de marketing e suas principais funções no mercado. Para isso, estudaremos as atividades desenvolvidas por esses profissionais, a contextualização do cenário para se atuar no mercado e os princípios éticos que regem essa prática. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Relacionar o profissional de marketing com o mercado.• Identificar as principais funções do profissional de marketing.• Descrever as habilidades essenciais para o exercício da profissão.• DESAFIO O desafio desta unidade é mostrar que somos aptos a sermos bons profissionais de marketing. Uma empresa familiar tem crescido muito no mercado da confeitaria. Em menos de oito meses tiveram um lucro de 100% do valor investido no negócio com a venda de bolos e doces, com uma divulgação mínima (e gratuita), somente pelas redes sociais dos próprios membros da família proprietária. Percebendo o sucesso, decidiram contratar um profissional de marketing para ajudar a consolidar a empresa no segmento e, no futuro, expandi-la. Você foi convidado a participar de uma entrevista para a vaga e uma das etapas importantes do processo será mostrar em quais funções, enquanto profissional de marketing, você consegue atuar, propondo sugestões e soluções para a confeitaria. O desafio, então, é descrever quatro funções a serem desenvolvidas pelo profissional de marketing e como elas podem ajudar a potencializar os negócios da família. - Orientação para a resposta: Você deve mostrar que consegue contemplar corretamente as funções designadas a um profissional de marketing e usar a criatividade para solucionar os problemas voltados a essa área de atuação. INFOGRÁFICO O infográfico a seguir mostra o mercado de atuação disponível para os profissionais de marketing. CONTEÚDO DO LIVRO No cenário atual, é indispensável para as empresas que querem se destacar no mercado a presença do departamento e do profissional de marketing. Para isso, o profissional da área desenvolve estratégias,atua com planejamentos estratégicos, campanhas e inúmeras funções. Conhecer sua função e importância é fundamental para a realização de um bom trabalho e destacar a organização frente aos seus concorrentes. Basearemos, então, os nossos estudos sobre o tema no capítulo Perfil do Profissional de Marketing do livro Administração de marketing. ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING Vanessa Foletto da Silva Perfil do profissional de marketing Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Relacionar o profissional de marketing com o mercado. Identificar as principais funções do profissional de marketing. Descrever as habilidades essenciais para o exercício da profissão. Introdução A forma como os consumidores estão buscando por produtos e serviços é a grande responsável pelo crescimento e pela expansão da área de marketing nos últimos anos. O grande desafio dos profissionais dessa área é fazer as pessoas se interessarem por um determinado produto, o que exige profissionais altamente qualificados e que possam cumprir com êxito essa tarefa. Neste capítulo, você vai conhecer as funções do marketing, as habili- dades esperadas dos profissionais dessa área e o relacionamento dessa prática com o mercado. O profissional de marketing e o mercado Nos últimos tempos, o comportamento do consumidor sofreu signifi cativas mudanças. A busca por bons preços, a agilidade de atendimento e o estabele- cimento de um bom relacionamento com o produto e a empresa exigem que as empresas estejam em condições de atender a esses requisitos impostos por essa nova forma de consumo. Nas empresas de grande porte, a contratação de profissional de marketing, geralmente, destina-se à elaboração de projetos para fortalecer a marca a médio e longo prazo. Por outro lado, empresas de pequeno e médio porte frequentemente buscam esses profissionais para desenvolver ações mais pon- tuais e imediatas. Conforme Waengertner (2013), é comum que as empresas contratem profissionais a partir do conhecimento que eles têm, e não apenas pela sua especialização na área. Com o crescimento em alta de alguns setores, a busca por profissionais de marketing tem aumentado em diversas áreas, e essa nova postura dos consumidores levou o mercado a buscar novas estratégias de aperfeiçoa- mentos para atingir seus objetivos. Assim, atualmente, novas formas de propaganda e de ações de venda nas redes sociais são as ferramentas mais difundidas na área. O marketing pode ser definido como um conjunto de técnicas que pos- sibilitam à empresa conhecer o mercado e o potencial para determinado produto, objetivando aumentar as vendas e o consequente retorno financeiro. Em empresas que atendem monopólios, o marketing acaba tendo uma impor- tância secundária, porém, nas empresas voltadas ao mercado, o marketing é essencial e suas técnicas são vistas como atividades econômicas que geram empregos e promovem vendas. O profissional de marketing precisa antecipar-se às tendências e aos mo- vimentos de compras, identificando oportunidades para satisfazer da melhor forma seus consumidores. Além disso, é preciso realizar a etapa de pós-venda, fase importante na conquista e fidelização de clientes. Assim, a área de ma- rketing é responsável por definir e executar estratégias que visem conquistar consumidores e acompanhar as tendências do mercado por meio da obtenção de dados sobre o perfil dos consumidores. Considera, ainda, os custos envol- vidos em todo o processo, desde as ações de propaganda e divulgação até o valor final do produto. As empresas buscam nesses profissionais características que servem como diferenciais. Dentre as mais desejadas, podemos destacar a capacidade de co- municação e interação com os demais setores da organização, pois é essencial que o profissional consiga comunicar-se e relacionar-se bem. Ser curioso e observador é outra característica importante para o profissional do marketing; assim, qualquer volta ao supermercado ou outro passeio rápido são fontes de observação de comportamento e tendência de mercado. O profissional precisa estar sempre ligado e, em todos os momentos, estar livre de preconceitos, ler sobre qualquer assunto, assistir programas variados, utilizar redes sociais e conversar com pessoas de diferentes meios. É preciso que esse profissional entenda como as organizações se fazem presentes na vida dos consumidores e mantenha o olhar para as tendências de mercado. Perfil do profissional de marketing2 Além disso, cabe ao profissional fazer o posicionamento da marca da empresa em conformidade com a segmentação proposta e buscando atingir diferenciais competitivos no mercado. É necessário conhecer e entender o mercado em que a empresa está inserida, buscando identificar as ameaças e as oportunidades envolvidas para, assim, poder desenvolver ações altamente competitivas e que sejam adequadas para a promoção desejada pela empresa. Na maior parte do ramo de negócios, tem-se acompanhado um aumento no número de concorrentes, o que leva à ampliação no ramo de atuação do setor de marketing. Serviços de atendimento ao cliente e a comunicação com o consumidor passam a fazer parte da rotina dos profissionais dessa área. Em grandes empresas, o processo decisório sobre diversas áreas, muitas vezes, fica a cargo dos profissionais de marketing. Ao formular sua política de vendas, a empresa precisa analisar questões como o conhecimento do mercado atual e suas possibilidades de crescimento, a capacidade aquisitiva e a preferência de possíveis clientes, a determinação dos requisitos que o produto precisa ter, o estudo da concorrência, a investigação da demanda e a proposta de atuação — essas questões são fundamentais para o bom desempenho do marketing desenvolvido. Atualmente, o marketing tem grande importância para as empresas que estão inseridas no mercado, já que é o responsável por tornar o produto ou a marca de uma empresa conhecidos e pelo estabelecimento de um diferencial competitivo. Além disso, as empresas estão em constante busca por estratégias para beneficiar seus serviços de acordo com os objetivos que foram traçados. Frente à complexidade do mercado em que nos encontramos, o grande desafio das empresas é encontrar profissionais qualificados para ocupar as vagas disponibilizadas. Para avaliar os resultados e métodos aplicados, o uso de tecnologias avançadas é de grande auxílio. Os quatro Ps do marketing, também conhecidos por mix de marketing, representam os quatro pilares básicos de toda a estratégia de marketing. A Figura 1, a seguir, ilustra esse conceito. 3Perfil do profissional de marketing Figura 1. Os quatro Ps do marketing. Fonte: Marketing... ([20--], documento on-line). As principais funções do profissional de marketing O profi ssional de marketing tem como principal função fazer uso de seus conhecimentos para aumentar as vendas de uma determinada marca ou empresa. Assim, seu papel é criar estratégias para que um determinado produto ou serviço se torne mais atraente para o público-alvo, de modo a atraí-lo. Além disso, o profissional tem a responsabilidade de tornar sólido o nome da empresa, fazendo com que os consumidores tenham acesso aos serviços disponibilizados. Cabe a esse profissional, também, analisar o cenário so- cioeconômico e o comportamento do mercado, assim como acompanhar e entender o seu público e o comportamento dos consumidores. A formação do profissional de marketing pode ser por meio de bacharelado em curso de graduação ou tecnólogo em marketing. Com as novas tendências de mercado, o setor de marketing está em expansão, despertando o interesse de jovens inovadores e atentos a esse cenário que buscam uma profissão com possibilidade de criação e contato permanente com outras pessoas. Perfil do profissional de marketing4 O profissional precisa fazer pesquisas de mercado para conhecer o perfil do consumidore, assim, definir as estratégias para comunicação e posterior venda. As oportunidades de trabalho para esses profissionais existem nos mais variados meios, como indústrias, empresas de serviços, órgãos públicos e terceiro setor. As áreas de atuação são diversas e, a seguir, destacaremos algumas delas. Marketing estratégico: relacionado às atividades realizadas antes da produção do produto, como estudo de mercado e estratégias de venda. Marketing operacional: desenvolvido após a produção do produto, como a elaboração de campanhas. Marketing digital: envolve o uso da internet e das mídias sociais para estabelecer um relacionamento com o cliente. Endomarketing: voltado para as ações internas nas empresas com o objetivo de melhorar o engajamento dos colaboradores. Marketing de relacionamento: por meio de canais de comunicação e pós-venda, preocupa-se com a relação entre a empresa e seus clientes. Marketing esportivo: dedica-se ao patrocínio de equipes e à realização de eventos esportivos. Marketing político: voltado à adequação da imagem de um político junto a seu eleitorado no período anterior às eleições e durante o mandato. Marketing social: busca a conscientização e a educação da população ou a mudança de comportamento por meio da promoção de um conceito ou uma causa. Marketing antropológico: tem como objetivo investigar o compor- tamento dos indivíduos no momento em que fazem suas escolhas de compras. Marketing cultural: busca a associação de marcas e produtos a projetos culturais por meio de apoios e patrocínios. Neuromarketing: dedica-se a estudar as reações que acontecem no cérebro dos consumidores quando estão expostos a anúncios de produtos ou imagem dos mesmos. Segundo Ritchie (2012), as funções do marketing são vistas das mais di- ferentes formas na organização. Alguns o associam ao desenvolvimento de atividades promocionais que auxiliam nas vendas e convencem os clientes a realizar compras; outros o relacionam a aspectos como definir e fixar preços — assim, fica claro que a área do marketing tem múltiplas funções na organização. 5Perfil do profissional de marketing Além disso, podemos destacar que o marketing tem como principais funções: gerência do produto; definição do preço; distribuição; publicidade; vendas. Gerenciar o produto corresponde ao acompanhamento que se inicia na concepção da pesquisa, passando por design, desenvolvimento e fabricação do produto, até seu lançamento no mercado. Com base nos custos, no poder aquisitivo do mercado e nos valores dos produtos concorrentes, chega-se à definição do preço do produto que será ofertado. A etapa da distribuição refere-se aos canais de distribuição ao consumidor, que ocorre por meio de venda direta ou por meio de intermediários — como canais tradicionais, temos o atacado, o varejo e as vendas industriais. A publicidade tem como objetivo criar, desenvolver ou alterar hábitos e necessidades do consumidor por meio da seleção de características do produto capazes de atrair e conquistar o público. No segmento de vendas, por fim, ocorre o contato direto entre comprador e vendedor. Em muitos segmentos, o papel do vendedor é crucial para a efetivação do negócio. Para obter sucesso com o uso do mobile marketing, é necessário atentar para as se- guintes regras: respeitar a forma de comunicação com o público por meio do uso de linguagem clara e simples; valorizar a experiência a partir da transmissão de uma experiência positiva para o cliente, com envio de SMS, visualização de imagens e vídeos informativos; concentrar-se no benefício para o cliente; personalizar, com tratamento adequado e único, e partilhar informações e reco- mendações entre parceiros. Perfil do profissional de marketing6 As habilidades essenciais para o exercício da profissão Conforme Kotler (2000), um profi ssional de marketing pode ser defi nido como aquela pessoa que busca uma resposta por meio de compra, voto, doação ou atenção de um possível cliente. Esse profi ssional deve atender a uma determinada necessidade existente, buscando infl uenciar segmen- tos da sociedade — não cria novas necessidades, mas busca satisfazer as necessidades existentes. Dentre as características desejadas nesse profissional, podemos destacar qualidades essenciais que precisam estar presentes, como: criatividade, capacidade de desenvolvimento de estratégias, facilidade para lidar com pessoas e boa comunicação. Conhecer as tendências do mercado, estar por dentro do que acontece em seu país e no mundo e desenvolver seu trabalho baseado em princípios éticos são também qualidades esperadas. Ter habilidade para criar novos produtos, saber negociar, ter um perfil curioso, apresentar postura enérgica em busca constante de conhecimento e mudanças e espírito de liderança complementam as qualificações. A palavra marketing vem do inglês e não ganhou tradução na língua portuguesa. Assim como ela, outras palavras aplicadas nesse meio, como brainstorm, marketplace e branding, também são utilizadas com frequência. Com isso, percebe-se, ademais, a importância de o profissional saber falar pelo menos um segundo idioma — e, de preferência, o inglês. Com o crescimento da internet, o mercado de Web requer profissionais que tenham um conjunto de conhecimentos e habilidades. Nesse meio virtual, o profissional fica voltado para o planejamento de campanhas, criação de estratégias e ações táticas, além de cuidar do visual dos canais e ser responsável pela análise dos resultados. Ferramentas como o retargeting e a web analytics são importantes no desempenho do trabalho do profissional de marketing. O retargeting refere- -se a serviços que possibilitam um rastreamento do comportamento dos usuários e mostram alertas dinâmicos com base nas páginas que o usuário visitou no site da empresa. Já a web analytics refere-se às análises e ao processamento de dados. Nesse sentido, é necessário que as pessoas en- volvidas nesses canais tenham esse perfil de análise: não basta apenas ter os dados, é preciso usá-los de forma correta. 7Perfil do profissional de marketing Além disso, um bom profissional da área precisa conhecer os demais departamentos da organização em que está inserido e ainda uma visão ampla no negócio envolvido. Há tempos, o profissional de marketing era visto apenas como alguém criativo presente nas empresas. Atualmente, essa visão ficou no passado e sua presença representa um grande diferencial para o ambiente em que está inserido (Figura 2). Figura 2. Linha do tempo do marketing. Fonte: Adaptada de Marketing... ([20--]. Impressão do primeiro jornal do mundo (Relation aller Fürnemmen und gedenckwürdigen Historien) Invenção da prensa tipográfica de Gutenberg Posters se tornam ilegais em Londres Impressão da primeira revista (The Gentleman’s Magazine) 1º comercial no rádio 1º registro de aluguel de um outdoor Lançamento do livro Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e controle, de Philip Kotler (o livro mais adotado em faculdades de marketing no mundo) 1º comercial na televisão Envio do 1º SMS do mundo. A mensagem dizia “Feliz Natal” IBM PC: o 1º computador pessoal é lançado Lançado o Altavista, primeiro buscador da internet Primeira venda on-line. Foi um CD do Sting (Ten Summoner’s Tales), comprado pelo site NetMarket Google lança seu buscador 1º registro de uso do termo Search Engine Optimization (SEO) 1839 1941 196719221867174116091450 É fabricado o 1º celular do mundo 1º e-mail enviado 19981997199519941992198119731971 Google AdWords é lançado para 350 anunciantes São lançados o Blogger e o Livejournal São lançados o LinkedIn e o WordPress Lançamentos do Google Analytics e do YouTube Lançamento do Facebook Lançamento do Twitter 1ª edição do RD Summit Lançamento do RD Station Lojas virtuais brasileiras faturam R$ 47,7 bilhões no ano Celular se tornao principal meio de conexão com a internet no Brasil 32% dos brasileiros fazem compras pela internet 2004 2007 200720062005200320001999 Lançamento do Instagram Lançamento do WhatsApp 2018201720172013201220102009 Popularização da 3G Lançamento do 1º iPhone Perfil do profissional de marketing8 Com as constantes mudanças, surgiu o marketing digital, uma área nova, em mudança frequente. Um bom profissional de marketing digital deve conhecer algumas frentes, como: produção de conteúdo, gestão de redes sociais, Search Engine Optimization (SEO — em português, otimização para mecanismos de busca), mídia paga e e-mail marketing. A produção de conteúdo refere-se à importância de que esse profissional goste de escrever e conhecer sua área de atuação, ser criativo e pensar em conteúdo que satisfaça o público. Na gestão de redes sociais, o profissional deve conhecer as mídias, estar atualizado sobre as mudanças que envolvem as plataformas e pensar em conteúdo para cada uma delas. A SEO serve para que a empresa seja encontrada em uma busca na internet, enquanto a mídia paga refere-se à criação de campanhas em plataformas que façam sentido para a empresa — após a criação, as plata- formas devem ser analisadas e aperfeiçoadas. Por fim, pode-se contar com o e-mail marketing, que envolve a criação de campanhas de e-mail, habilidades de escrita e criatividade na produção de conteúdos atrativos, que estimulem o usuário a abri-las. O marketing tornou-se uma área de atuação complexa, o que acaba por trazer mais exigências para os profissionais da área. O marketing moderno tem como principal característica estar cada vez mais guiado por dados, processo chamado de data driven marketing, no qual as estratégias de comunicação, marketing e publicidade são pensadas por meio de consultas a informações concretas e confiáveis disponíveis. Acesse o link a seguir para conhecer o growth hacking, uma nova forma de marketing. https://qrgo.page.link/sCKR1 9Perfil do profissional de marketing KOTLER, P. Administração de marketing. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. MARKETING: tudo o que você precisa saber. Resultados Digitais, [20--]. Disponível em: https://resultadosdigitais.com.br/especiais/marketing/. Acesso em: 8 jul. 2019. RITCHIE, C. Marketing: conceitos essenciais que fazem a diferença. São Paulo: Saraiva, 2012. WAENGERTNER, P. Os desbravadores da web. Revista ESPM, v. 19, n. 1, p. 77-81, 2013. Leitura recomendada VIEIRA, L. et al. Especial comunicação: tudo sobre a carreira em marketing. [S. l.]: Na Prática, [2015]. Disponível em: https://www.napratica.org.br/app/uploads/2015/12/ Especial_NaPratica_Marketing_v2-1.pdf. Acesso em: 8 jul. 2019. Perfil do profissional de marketing10 DICA DO PROFESSOR O vídeo a seguir trata de elementos importantes para o destaque do profissional de marketing no mercado, como currículo e apresentação pessoal. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Cada vez mais as empresas estão percebendo a importância do profissional de marketing em seu quadro de colaboradores. No entanto, é ainda um desafio para essas organizações entender a função desse profissional e sua colocação dentro da empresa. Por isso a importância da contratação de profissionais focados e que saibam a sua função no trabalho. Sobre o papel do profissional de marketing dentro do ambiente de trabalho, marque a alternativa CORRETA: A) O ideal é colocar o profissional de marketing para trabalhar no setor comercial, uma vez que o objetivo da sua presença é gerar lucro. B) Atualmente, é interessante contratar somente para a realização de determinado trabalho, no formato freelancer. C) Por desenvolver múltiplas funções, o profissional de marketing acaba por se relacionar com diferentes setores ao mesmo tempo. D) É interessante a presença de um profissional dessa área somente para empresas de grande porte, em função dos custos desse colaborador. E) Apesar de crescente no mercado, o profissional de marketing pode ser substituído por jornalistas que fazem a mesma função. 2) As empresas estão percebendo a importância do ambiente virtual para aumentar os lucros dos seus negócios. Por isso, os profissionais de marketing precisam se especializar nos negócios da internet, desenvolvendo as melhores estratégias para esse mercado, conseguindo gerar lucros e ganhar destaque frente aos concorrentes. Qual dessas atividades deve ser função estratégica do profissional de marketing no ambiente da internet? A) Acompanhar comentários e monitorar as impressões dos consumidores sobre os seus produtos. B) Calcular a margem de lucro que irá obter com as vendas pela internet em comparação com as vendas físicas. C) Ficar online para responder às dúvidas dos consumidores em tempo real, mostrando a agilidade da empresa. D) Boicotar os concorrentes no ambiente virtual, se apropriando de promoções e respondendo de forma debochada. E) Se preocupar com o ambiente virtual somente se tiver a venda de seus produtos pela internet. 3) O profissional de marketing é um colaborador muito importante para o relacionamento entre os funcionários. O endomarketing, o marketing voltado para o público interno, é uma de suas funções e deve ser vista como essencial para o bom andamento da organização. Sobre a importância do profissional de marketing para o público interno e as estratégias usadas com esses colaboradores, podemos afirmar que: A) O profissional se torna responsável por organizá-los em momentos de greve, para que se consiga reajustes e benefícios. B) O endomarketing deve ser uma estratégia adotada em tempos de crise, como demissões em massa. C) O profissional de marketing cria estratégias para gerar um clima harmonioso para aumentar a produtividade dos funcionários. D) O ideal é ter um profissional de marketing em cada setor da empresa, para que ele possa trabalhar as demandas de maneira direcionada. E) A preocupação maior desse profissional deve ser a satisfação do trabalhador com o salário que recebe da empresa. 4) Uma boa ação de marketing é determinante para o sucesso do lançamento de um novo produto no mercado. Até chegar nas mãos do consumidor final, o profissional de marketing desenvolveu inúmeras estratégias, pensando em cada etapa a ser cumprida. Sobre a relação entre o profissional de marketing e o lançamento de novos produtos, é CORRETO afirmar que: A) A determinação do valor do produto no mercado é uma das estratégias determinadas exclusivamente pelo profissional de marketing. B) Em se tratando das redes sociais, o ideal é esperar o lançamento oficial do produto para não estragar a imaginação dos consumidores. C) É responsabilidade do profissional de marketing a distribuição do produto, para que esteja no comércio no dia do lançamento. D) A escolha das embalagens, levando em conta o formato e condicionamento do produto, mostrando preocupação com a durabilidade. Monitorar o retorno do público pós-lançamento e corrigir as possíveis falhas que poderão E) acontecer nesse momento. 5) O marketing é uma área estratégica e muito importante nas empresas. É por meio deste departamento que se criam estratégias de vendas, de promoção, distribuição, eventos e muitas outras. Para atuar nesse mercado, o profissional precisa mostrar que se destaca frente aos outros com criatividade e inteligência para criar (e desenvolver) as estratégias assertivas para cada situação. Neste caso, como um profissional de marketing pode se destacar frente aos seus concorrentes? A) Usando estratégias que já obtiveram sucesso nas empresas concorrentes para o lançamento de novos produtos. B) Desenvolvendo estratégias que facilitem a propaganda boca a boca feita pelos próprios funcionários da empresa. C) Atuando exclusivamente nas redes sociais, mostrando-se moderno e antenado com a tecnologia. D) Interferindo diretamente em todos os setores da organização, mostrandoeficiência em qualquer área. E) Implementando todas as sugestões propostas pelos superiores, mostrando subordinação e fidelidade à empresa. NA PRÁTICA Não basta apenas criatividade e vontade de solucionar problemas. Veja. O Portal TI WebDesign listou seis papeis indispensáveis para os profissionais de marketing. Confira a seguir. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Marketing Aprofunde seus conhecimentos, neste livro que introduz conceitos de marketing, concebido especialmente para estudantes de graduação. Inovação e Tecnologia Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Os 15 cargos de marketing e vendas mais quentes para 2020 Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Produto APRESENTAÇÃO Produtos representam bem mais do que algo tangível. Eles são uma combinação de bens, serviços, ideias e conceitos. Por isso, a melhor maneira de abordar o conceito de produto é pensar nos produtos como um conjunto de atributos físicos (tangíveis), de serviço (intangíveis) e simbólicos (perceptuais). Ainda que sejam pensados e trabalhados de forma isolada em cada processo de elaboração do plano de produção e de marketing, os produtos devem ser planejados levando-se em consideração as necessidades e os desejos dos consumidores, e, mesmo assim, produtos têm um ciclo de vida. Um dos desafios do marketing é fazer com que os produtos tenham vida longa, possam gerar novas linhas e novas alternativas de uso, de consumo e possibilidades estratégicas. Nesta Unidade de Aprendizagem, aprenderemos sobre os conceitos de marketing que envolvem os produtos, os tipos de produtos e os seus diferentes níveis. Além disso, veremos a importância da gestão das marcas pelas empresas, o interesse do público e as estratégias usadas pelo marketing para a venda desses produtos. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever os tipos de produtos de consumo.• Identificar diferentes estratégias de gestão da marca.• Explicar o ciclo de vida do produto.• DESAFIO Uma nova empresa indiana de eletroeletrônicos pretende lançar no mercado um smartphone revolucionário, com novas usabilidades, características inovadoras e preço competitivo aos aparelhos que já existem no mercado. Nosso desafio, no papel de um profissional de Marketing contratado pela organização, é desenvolver para a empresa indiana um gráfico com o possível ciclo do produto e suas características no mercado durante cada fase do ciclo. Além disso, é preciso propor para a empresa ações para garantir sua permanência e sucesso no mercado competitivo e volátil dos smartphones e eletroeletrônicos em geral. INFOGRÁFICO Produtos também podem ser serviços. Empresas prestadoras de serviços, como companhias aéreas, seguradoras, convênios, bancos, áreas de lazer e entretenimento, salas de cinema e tantas outras, desenvolvem e implementam estratégias de marketing planejadas para que os seus produtos intangíveis satisfaçam as necessidades dos mercados-alvo. É importante compreender que os serviços têm características próprias que se tornam desafiadoras para o marketing. Vamos conhecê-las. CONTEÚDO DO LIVRO Para o Marketing, o sucesso de um negócio está diretamente relacionado ao tipo de produto que ele comercializa. Identificar os tipos de produtos existentes, seus ciclos dentro do mercado e trabalhar a gestão das marcas de forma positiva é essencial para o sucesso dos negócios. Leia o capítulo Produto da obraAdministração de Marketingque é a base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura. ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING Anya Révillion Produto Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever os tipos de produtos de consumo. Identificar diferentes estratégias de gestão da marca. Explicar o ciclo de vida do produto. Introdução Os mercados giram em torno dos produtos, bens — tangíveis e intangí- veis — que consumimos e que, nesse processo, sustentam as empresas e marcas com sua venda. São diversos os tipos de produtos que são produzidos, comercializados e utilizados com muitas funções. O marketing das empresas, nesse contexto, baseia-se na oferta dos produtos para montar suas estratégias e gerir a marca. Neste capítulo, você vai conhecer os tipos de produtos de consumo, a importância da gestão da marca para o sucesso da empresa e como ocorre o ciclo de vida do produto desde o momento em que é inserido no mercado. Os tipos de produtos de consumo Segundo Limeira (2003), produto de consumo pode ser defi nido como o pro- duto comprado por pessoa física para seu benefício pessoal ou de sua família. Os produtos são divididos em bens tangíveis e intangíveis. Os bens tan- gíveis são aqueles que podem ser tocados, que conseguimos experimentar. Já os bens intangíveis são aqueles com os quais não podemos fazer isso — na maioria das vezes, são serviços, como consulta médica, consultoria. Os bens de consumo são divididos em duráveis e não duráveis. Os duráveis são aqueles utilizados durante um longo tempo – por exemplo, automóveis e casas. Já os bens não duráveis são aqueles usados no curto prazo ou poucas vezes, como alimentos e produtos de limpeza. Existem quatro tipos de produtos de consumo: produtos de conveniência, produtos de compra comparada, produtos de especialidade e produtos não procurados. Os produtos de conveniência referem-se aos artigos comprados com maior frequência, rapidez e poucos esforços, como jornais e produtos de higiene. Geralmente, são produtos com preços baixos, que buscam atingir um público heterogêneo e dividem-se em três tipos: básicos, de impulso e emergencial. Os básicos são aqueles comprados diariamente, mas com controle — o papel higiênico serve como exemplo de produto básico. Os produtos de impulso referem-se àqueles que mesmo não sendo necessários são motivados a compra pela exposição, como chocolates, salgadinhos e outros que ficam no caixa de pagamento. Já os produtos emergenciais são aqueles que têm consumo momentâneo, de forma ocasional, como o guarda-chuva. Como estratégia para a venda de bens de impulso e de emergência, tem-se a possibilidade de disponibilizar esses produtos em locais que estimulem os consumidores a consumi-los ou encontrá-los com facilidade. Os produtos de compra comparada são aqueles produtos comprados com uma frequência menor e nos quais o comprador compara com cuidado o preço, a qualidade e o estilo do produto. Geralmente, seus preços são mais altos e a distribuição é mais seletiva, direcionando-se a um público-alvo. Na aquisição desses produtos, o consumidor gasta bastante tempo e esforço fazendo comparações e buscando informações – podemos citar como exemplos a aquisição de eletrodomésticos e roupas de luxo. Além disso, esses produtos podem ser homogêneos ou heterogêneos: os homogêneos são aqueles com qualidade semelhante, mas com grande diferença de preço; já os heterogêneos envolvem diferenças que se concentram em outros aspectos e não no preço. Os produtos de especialidade são referentes aos artigos de consumo que possuem características bem diferenciadas ou com identificação de marca, em que existe um grupo significativo de compradores disposto a comprá-los com um grande esforço. São produtos mais difíceis de serem encontrados, também são mais caros e seus pontos de venda são específicos para a classe do produto. Como exemplo, temos a aquisição de carros exclusivos. Os produtos não procurados são aqueles produtos que o comprador não conhece e nem pensa em comprar. Assim, para vendê-los, é necessário que o profissional de marketing desperte nos consumidores a necessidade do valor desses produtos. Existem inovações de produtos não procurados das quais o consumidor só toma conhecimentopor meio de propaganda — seguro de vidas são exemplo desse segmento. Produto2 A empresa tem opções no momento de definir a estratégia da marca. Uma delas é a extensão de linha de produto, isto é, a introdução de itens adicionais na mesma categoria de produtos sob a mesma marca. Pode ser um novo sabor, uma nova forma, embalagem ou tamanho alterados, a inserção de novos ingredientes, etc. Em momentos nos quais os negócios não estão indo conforme o projetado, em que houve um posicionamento inadequado, uma mudança no comporta- mento e na preferência do consumidor, a necessidade de reação à concorrência, de atingir um novo mercado ou mudar o valor do produto, tem-se a possibilidade de fazer o reposicionamento do produto. Trata-se da colocação do produto existente em novos mercados ou em novos segmentos. Também tem-se a possibilidade de lançamento de novos produtos ou servi- ços nos quais o marketing da empresa deve realizar um estudo de viabilidade da inserção no mercado, do interesse no consumo, do posicionamento da concorrência com relação ao que será lançado. Com essas informações, será definido o objetivo que se busca atingir, as estratégias que serão utilizadas e o orçamento que será necessário. Após, chega-se à fase de divulgação. Conforme Las Casas (2008), ainda temos a classificação dos produtos de uso industrial, que são classificados em: equipamentos de instalação e produção, componentes, matérias-primas, suprimentos e serviços. Os equipamentos de instalação e produção são aqueles utilizados em processos produtivos ou para dar suporte aos mesmos. Trata-se de bens que são comprados e utilizados na produção de outros produtos ou serviços. A tomada de decisão de compra é complexa e o preço normalmente é alto, porém, o preço não tem grande impacto, pois o retorno para a empresa geralmente é favorável. Como exemplo, temos as linhas de montagem. Os componentes são produtos processados que fazem parte do produto acabado — um exemplo de componente é a resistência do chuveiro. As matérias-primas referem-se aos produtos não acabados que são utiliza- dos para a produção de outros produtos. Como exemplo, temos o couro, que é utilizado para a fabricação de sapatos. Nos suprimentos, encontram-se os produtos que estão acabados, não fa- zem parte de outros produtos, mas contribuem no processo de fabricação nas indústrias. Produtos de higiene e limpeza são exemplos de suprimentos. Finalmente, os serviços são utilizados para completar ou melhorar os be- nefícios que serão oferecidos aos clientes. Como exemplo de serviços, temos os programas de treinamento para utilização de um equipamento. 3Produto Estratégias de gestão da marca A gestão de marca ou branding, como é conhecida, signifi ca empoderar pro- dutos e serviços por meio da inserção de uma marca. Assim, serve para que as empresas mostrem ao consumidor quem é o produto, qual é a sua fi nalidade e também os motivos pelos quais o consumidor deve interessar-se por ele. As empresas menores podem utilizar algumas estratégias de branding para promover seu produto ou serviço. Uma delas é o nome da marca, que precisa ser criativo, simples e atrativo. Para quem utiliza o comércio eletrônico, é importante escolher um nome de impacto e, além disso, é preciso verificar se o nome escolhido está disponível para registro de domínio. Outra estratégia é a identidade visual, que se baseia em diretrizes para definir elementos como o logotipo da marca. A partir disso, são definidas as cores, fontes e os materiais gráficos que serão utilizados de acordo com os proprietários, funcionários, clientes e fornecedores. As embalagens personalizadas compõem outra estratégia: não há necessi- dade de desenvolver uma embalagem cara, porém, é importante investir em algo que facilite a identificação da marca. Anexar uma etiqueta, um cartão de visita ou até mesmo um folder pode auxiliar na fidelização do cliente que realizou a compra e na conquista de novos clientes por meio de indicações. Além disso, temos a importante estratégia da comunicação, imprescindível atualmente. Investir em divulgação nas redes sociais mais utilizadas pelo público que se deseja atingir, definir a linguagem que será adotada no rela- cionamento com os clientes e escolher padrões de imagem para compartilhar são exemplos de formas para comunicação do negócio. A marca engloba uma série de fatores relacionados ao negócio e, por isso, definir uma estratégia de marca é fundamental. Trata-se de um plano de longo prazo para desenvolver uma marca de sucesso e atingir as metas que foram definidas para o negócio. Kotler (2008) define gestão de marca como um conjunto de ações adotadas na administração de uma marca com a finalidade de torná-la única. Ela deve ser envolvente, criar expectativas e buscar a satisfação dos clientes. Para o autor, a marca tem o poder de ser uma identificação e também de servir como um diferencial para produtos e serviços. A visão da marca deve ser centrada no consumidor e no seu interesse, buscando o desenvolvimento de diferenciais perante os concorrentes, conforme pontuado por Keller e Machado (2006). Na busca pela excelência da marca, todos os membros da organização devem estar envolvidos, pois qualquer um deles, tanto da direção quanto Produto4 um colaborador, pode impactar de forma positiva ou negativa na imagem da marca, afetando, assim, a percepção dos clientes. O início da estratégia de marca está condicionado ao conhecimento dos objetivos que a empresa possui em relação ao seu produto ou serviço. Com base nisso, é possível criar uma marca que seja coerente com os caminhos que a empresa deseja seguir. Portanto, uma boa estratégia de marca fará a empresa parecer realmente com o que é, evitando julgamentos contrários ao que se propõe e estando alinhada à percepção do seu público e de seus colaboradores. Ademais, a marca precisa ser desenvolvida com base nos pilares do com- portamento, da percepção e de estrutura dos fatores e pessoas que estão envolvidos nesse processo. Ao construir uma estratégia de marca, é necessário considerar os seguintes elementos: objetivos empresariais, arquitetura da marca, determinantes de marketing e de comunicação. Os objetivos empresariais referem-se à definição dos objetivos da organização com relação à marca e o que ela busca alcançar a curto, médio e longo prazo. A arquitetura da marca estabelece qual hie- rarquia a marca possui com relação às outras marcas existentes na empresa e como elas se relacionam entre si para buscar a harmonização das estratégias de marcas. Os determinantes de marketing referem-se aos aspectos internos da marca que devem ser considerados, como o foco, a missão, os benefícios e diferenciais, o posicionamento de mercado, os valores e o posicionamento de valor. Já os determinantes de comunicação estão relacionados com estratégias de marketing que se referem ao lema de marca e ao nome escolhido para ela. Para fazer uma gestão eficiente da marca, é preciso considerar alguns fatores fundamentais. Entre eles, destaca-se o propósito, que, além de uma promessa a ser cumprida aos clientes, representa a motivação para os funcio- nários aparecerem no trabalho. Outro fator importante nesse processo é a consistência, que se refere à necessidade de todas as formas de contato com o público estarem alinhadas com o propósito da marca e seu posicionamento no mercado. Ou seja, todos os envolvidos no negócio precisam falar a mesma língua. O terceiro fator diz respeito à emoção, que deve ser bem utilizada na hora da comunicação para alavancar as ações de marketing. Além disso, temos a flexibilidade, isto é, a capacidade da empresa de se adaptar às necessidades e aos desejos de seus consumidores sem, com isso, perder sua identidade. O envolvimento dos colaboradores é outro fator que deve ser conside- rado: todos precisam estar envolvidos e de acordo com o propósito da marca, pois só assim será possível desenvolver um relacionamentoda marca com os consumidores. 5Produto A lealdade é outro fator que deve ser considerado: valorizar os clientes que defendem e gostam da sua marca é uma forma de mostrar sua lealdade com o consumidor. Finalmente, como último fator, destaca-se a lembrança de marca com- petitiva: é necessário acompanhar o trabalho desenvolvido pelos con- correntes nas ações de gestão da marca, analisar como eles atendem às necessidades de seus clientes e buscar desenvolver estratégias para superar os concorrentes. No link a seguir, você irá conhecer três casos de sucesso de marcas que foram muito além do produto, sendo mantidas na memória até mesmo de quem não consome o produto oferecido. https://qrgo.page.link/X2ntv Ciclo de vida do produto Ao ser inserido no mercado, todo produto passa por uma série de fases com o passar do tempo. Esse processo é chamado de ciclo de vida do produto, que também é uma forma de avaliação da jornada do produto enquanto ele é ofertado ao púbico até o momento em que o público não o quer mais. A partir dessa avaliação, as empresas conseguem planejar os momentos mais adequados para investir na divulgação de determinado produto e por quanto tempo ele pode ficar em comercialização. Entender esse ciclo é essencial para uma boa gestão do produto e para o bom andamento do negócio. Fatores como durabilidade do produto, quantidade de vendas e avanço tecnológico são capazes de demonstrar em qual estágio o produto se encontra. Segundo Kotler (2008), os bens de consumo passam por quatro fases durante sua existência: introdução, crescimento, maturidade e declínio. A fase da introdução começa no início das vendas e se estende até o ponto em que se atinge e se mantém um crescimento constante — trata-se do lança- mento de um produto no mercado. No início, o processo é mais simplificado, resumindo-se a produção, clientes e distribuição. Nessa etapa, a concorrência Produto6 ainda não está muito forte e, para se destacar, é necessário atrair os clientes, oferecer um produto de qualidade e fazer uma divulgação adequada. Quando atinge o declínio, o produto precisa ser retirado de circulação e deve ser substituído por uma nova solução para o consumidor. Na fase do crescimento, a produção e a distribuição já podem ser feitas em escala e, com isso, as vendas tendem a aumentar. Trata-se do momento em que o mercado passa a conhecer e consumir o produto ofertado; a concorrência fica mais forte por meio de ofertas semelhantes e preços atraentes entre os concorrentes, o que exige um maior investimento em estratégias de vendas e marketing. A fase da maturidade é a que costuma ter maior duração e se dá quando o produto já está amplamente conhecido no mercado. Nesse estágio, o número de concorrentes aumenta, o mercado começa a se estabilizar e, aos poucos, acaba sendo saturado. Os concorrentes iniciam uma disputa acirrada pela preferência do consumidor, o que leva a redução de preços e maior esforço em estratégias de marketing. Assim, é preciso buscar diferenciais para manter-se na disputa pelo mercado. A fase do declínio está relacionada com a queda das vendas e com as mudanças no mercado. O produto passa a não despertar mais o interesse do consumidor, e as vendas começam a cair. Nesse momento, as margens de lucro vão diminuindo e a empresa precisa ir em busca de novas soluções para ofertar aos consumidores. Portanto, mudanças precisam surgir nesse estágio; o lançamento de novas soluções para o cliente, o acompanhamento das preferências do cliente e alterações tecnológicas necessárias para a modernização do produto são algumas das mudanças que podem ser im- plementadas nesta fase. Mello (2003) defende a ideia de que, ao lançar um produto no mercado, é necessário fazer questionamentos como em relação às oportunidades existentes e às competências da empresa frente a essas oportunidades. Conforme Las Casas (2008), a duração de cada estágio do ciclo de vida dos produtos é variável, e os produtos possuem ciclos de vida diferentes. Enquanto alguns têm um ciclo de vida bastante longo, como carros e eletrodomésticos, outros sobrevivem por pouco tempo, como é o caso de produtos de moda por exemplo. Alguns produtos são vendidos apenas por um tempo em alguns segmentos do mercado, como os artigos de moda que são substituídos por coleções mais modernas. Assim, as fases do ciclo de vida de um produto não podem ser utilizadas da mesma forma por todas as empresas. 7Produto Por isso, definir estratégias para enfrentar cada fase pode ser um diferencial para a empresa. A partir do estudo do ciclo de vida do produto, é possível conhecer o seu desempenho de vendas ao longo dos anos —as análises cos- tumam incluir os segmentos, e não modelos de produtos. Cabe ainda mencionar que alguns estudiosos passaram a adotar uma quinta fase no ciclo de vida do produto: a saturação do mercado, isto é, quando o mercado já não consome o produto como o consumia anteriormente. Essa fase seria caracterizada pelo desaparecimento das diferenças entre os concorrentes, pela redução nos lucros, pela redução no volume das vendas e pela redução no número de concorrentes. Na Figura 1, você pode ver a representação do ciclo de vida do produto com base na relação tempo versus ganhos financeiros. Figura 1. O ciclo de vida do produto. Fonte: Tavares (2012, documento on-line). KELLER, K. L.; MACHADO, M. Gestão estratégica de marcas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. KOTLER, P. Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e con- trole. São Paulo: Atlas, 2008. Produto8 LAS CASAS, A. L. Administração de marketing: conceitos, planejamento, e aplicações à realidade brasileira. São Paulo: Atlas, 2008. LIMEIRA, T. M. V. E-Marketing: o marketing na internet com casos brasileiros. São Paulo: Saraiva, 2003. MELLO, J. Negociação baseada em estratégia. São Paulo: Atlas, 2003. TAVARES, F. M. Ciclo de vida do produto: introdução, crescimento, maturidade, declínio. In: MARKETING futuro. [S. l.: s. n.], 2012. Disponível em: https://marketingfuturo.com/ ciclo-de-vida-do-produto-introducao-crescimento-maturidade-declinio/. Acesso em: 24 jun. 2019. Leituras recomendadas PONTES, L. 3 casos de sucesso de marcas que foram muito além do produto. In: NUVEM shop. [S. l.: s. n., 2019]. Disponível em: https://www.nuvemshop.com.br/blog/cases-de- -sucesso-branding/. Acesso em: 24 jun. 2019. RUGGERI, M. Apostila de marketing: classificações de produto. [S. l.: s. n.], 2017. Disponível em: http://apostilademarketing.com/5-3-classificacoes-de-produto/. Acesso em: 24 jun. 2019. 9Produto DICA DO PROFESSOR Neste vídeo, abordamos os detalhes do sortimento de produtos, ou mix de marketing, apresentado por muitas empresas e mostramos como o Marketing precisa trabalhar de forma diferenciada com cada uma das linhas de atuação da organização. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Antes de lançar algum produto, as empresas, por meio do departamento de Marketing, precisam estudar o negócio e também as condições de produção e organização para mantê-lo no mercado. Um desses estudos é o ciclo de vida do produto, que mostra como as estratégias de marketing precisam ser trabalhadas em cada fase do mercado. É correto afirmar, sobre o ciclo de vida, que: A) Para qualquer produto, há sempre uma alteração com relação ao faturamento e à lucratividade. B) A maturidade e o crescimento antecedem à introdução, já indicando para o Marketing as melhores estratégias. C) O melhor momento para o produto é a fase do crescimento, na qual não há nenhum concorrente. D) Durante a maturidade, a venda continua a crescer porque o público já tem proximidade com o produto. E) A continuidade da oferta de determinado produto é presente em qualquer fase do ciclo de vida. 2) Os profissionais de Marketing, ao planejar levar determinado produto para o mercado, esperam que este se manifeste em cinco níveis, sendo eles:produto central, básico, esperado, ampliado e potencial. Cada um deles possui características distintas. Sobre as características desses níveis, podemos dizer que: A) A fase do produto central diz respeito ao momento em que o consumidor compra aquilo que planejou para suprir uma necessidade básica, B) É interesse do Marketing sempre transformar um produto básico em produto central. C) O último nível encontrado para os produtos é o produto esperado quando todas as informações já se fazem presentes. D) O produto esperado diz respeito ao momento em que a empresa consegue atender aos desejos do cliente, além de suas expectativas. E) Em qualquer mercado, o produto ampliado é o último nível pretendido pelos profissionais de Marketing. 3) Para que os produtos permaneçam por mais tempo no mercado, uma das estratégias adotadas pelo Marketing é a busca constante pela satisfação e encantamento dos clientes. Por isso, as organizações têm buscado trazer benefícios para os clientes que consomem seus produtos. Sobre a satisfação, insatisfação e encantamento dos consumidores, podemos dizer que: A) Quando o cliente se encontra satisfeito com o produto, percebe-se que o desempenho é maior que a expectativa. B) Tanto o cliente encantado com o produto quanto o insatisfeito, nota-se que o desempenho é maior que a expectativa. C) A satisfação do cliente, de modo geral, pouco influencia na permanência do produto no mercado. D) Expectativa e desempenho são elementos utilizados apenas nas pesquisas dos clientes que se encontram insatisfeitos com os produtos da organização. E) Quando o cliente se encontra encantado, nota-se que o desempenho superou muito suas expectativas quanto ao produto. 4) Sabemos que são inúmeros os produtos que existem hoje no mercado. Mesmo em uma única empresa é possível encontrar um leque de variedades de ofertas de produtos. Para facilitar a vida do profissional de Marketing, os produtos são classificados pelos estudiosos em duas categorias: com relação aos mercados que atuam e com relação às suas características. Sobre essa classificação, podemos afirmar que: A) Quando comercializados entre as empresas, os produtos são classificados de acordo com sua característica. B) A classificação do produto, de acordo com sua tangibilidade, afeta diretamente os mercados com relação àqueles em que estão presentes. C) Os bens não duráveis são intangíveis e por isso têm longa durabilidade no mercado dos produtos. D) Tanto os bens não duráveis quanto os serviços possuem características muito similares e usam as mesmas estratégias de marketing. E) Os bens duráveis exigem mais habilidades de seus vendedores com o público final que outros tipos de bens. 5) Uma mesma empresa pode oferecer aos seus clientes uma grande variedade de produtos, com diferentes fins, ou trabalhar com uma cartela menor de opções para seus consumidores. Essa variedade de produtos de uma mesma organização é conhecido como sortimento de produtos ou mix de produtos. Os profissionais de Marketing devem atuar desde a escolha dos produtos, que irão compor esse mix, até as estratégias de mercado para cada um deles. Sobre o sortimento de produtos, podemos afirmar que: A) Não é papel do profissional de Marketing atuar sobre as escolhas das marcas do mix, somente das estratégias. B) Além da marca, o profissional de Marketing deve estar atento à classificação do produto e seus concorrentes. C) A extensão ou a profundidade do produto deve ser avaliada quando o produto já está bem qualificado no mix da empresa. D) Para o Marketing, é melhor trabalhar somente o mix de produto e não um produto único que a empresa produza. E) Em qualquer mercado e com qualquer produto, o Marketing busca sempre a expansão da organização. NA PRÁTICA É natural que uma empresa tenha dificuldades na hora de definir as suas prioridades em relação às linhas de produtos ou sobre serviços. A matriz BCG é uma metodologia que foi criada nos anos 1970 pela consultoria Boston Consulting Group. Basicamente, a proposta é fazer uma análise gráfica com foco no ciclo de vida de produtos ou serviços. Veja a seguir a construção de uma matriz BCG e as suas características. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Classificações de produtos segundo Philip Kotler Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! O Conceito de Serviço Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! O que é o Ciclo de Vida do Produto? Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Preço APRESENTAÇÃO Segundo a visão integrada do marketing, o preço é um componente estratégico muito importante, que se mostra crucial para a toma de decisão nas empresas. Especificamente com relação às decisões sobre preços, estas são relacionadas a diversas questões, entre elas o fato de que o preço é o único elemento do composto de marketing capaz de gerar efetivamente receita e lucro para a empresa. Além disso, o preço contém outras particularidades, como a sua ligação direta com a demanda do mercado, característica que o torna mais suscetível às mudanças no ambiente externo à organização. Por isso, é relevante conhecer o tema da precificação, compreendendo como o preço é formado, bem como a relação entre o marketing e o preço dos produtos, entre outros tantos aspectos correlatos. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre precificação, a importância da gestão de preços, os elementos que os caracterizam e a sua relação com os concorrentes e o mercado. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Escrever sobre a importância da gestão dos preços.• Identificar os elementos que caracterizam o preço.• Relacionar os preços de produção, a relação com os concorrentes e o mercado.• DESAFIO Um profissional de marketing foi contratado por uma grande sapataria, pois seu principal concorrente resolveu montar uma loja no mesmo quarteirão em que a empresa estava instalada. O seu desafio é acompanhar o concorrente e criar estratégias que consigam manter o sucesso de vendas da empresa no mercado. Para isso, o profissional contratado precisa estar atento às percepções e mudanças do mercado, principalmente com relação a esse novo concorrente. Para tal, ele deve responder as seguintes questões: - Por quais motivos o concorrente modificaria seus preços? - Essas mudanças seriam permanentes em quais contextos? - Como a empresa deveria agir quando ocorre uma mudança de preço de seu concorrente? As respostas dessas questões devem gerar um relatório a ser entregue aos donos da empresa, mostrando sua eficiência como profissional de marketing, antecipando-se aos fatores que influenciam no dinamismo do mercado. INFOGRÁFICO O preço é uma das poucas áreas do marketing em que os objetivos dos consumidores e das empresas se mostram conflitantes por não estarem alinhados no atingimento de um mesmo alvo, pois os objetivos dos demandantes se opõem aos objetivos dos ofertantes: os ofertantes tentam maximizar os preços dos produtos, enquanto os demandantes buscam minimizá-los. Neste contexto, o preço tem a capacidade de promover diferenciais competitivos entre as empresas, o que justifica a importância de sua adequada gestão. Para tanto, é importante considerar que o preço varia de acordo com o ponto de vista pelo qual está sendo verificado: o ponto de vista do vendedor e o ponto de vista do comprador. Em cada um desses pontos de vista a definição da precificação leva em consideração elementos específicos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! CONTEÚDO DO LIVRO O preço é um elemento fundamental na decisão de compras de qualquer consumidor. Por isso, o marketing trabalha o gerenciamento dos preços, sua relação com os mercados, os concorrentes e o impacto dos preços na decisão dos consumidores.Leia o capítulo Decisões de preço da obra Administração de Marketing que é a base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura. ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING Amanda Santos Felix Preço Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Descrever a importância da gestão de preços. Identificar as variáveis consideradas na precificação. Definir elasticidade de preço. Introdução Em um mercado com concorrência acirrada, para enfrentar os concorren- tes e manter a sobrevivência e o sucesso do negócio, torna-se essencial fazer uma gestão correta dos preços, pois esse fator traz reflexos diretos nos lucros do negócio. Definir preços com base em estratégias adequadas, considerando os fatores que devem ser avaliados na precificação, é uma forma de auxiliar a empresa a ter uma boa posição no mercado. Neste capítulo, você vai identificar a importância que a gestão de preços representa na empresa e no mercado, o que se deve considerar no momento de definir o preço de um produto ou serviço e como a elasticidade de preço influencia a demanda do consumidor. A importância da gestão de preços O preço é a ferramenta que mais produz impacto na lucratividade de um negócio, tanto para aumentar quanto para reduzir a margem, e refere-se ao valor que o consumidor está disposto a pagar por um determinado produto ou serviço. Nos mercados competitivos, os preços são defi nidos pelas quantidades ofertadas e demandadas. Churchill Jr. e Peter (2013) conceituam preço como sendo a quanti- dade de dinheiro que deve ser dada em troca para se adquirir a proprie- dade ou o direito ao consumo ou a utilização de um produto ou serviço. Simplesmente supor quanto vale um produto e fixar um preço não é suficiente para manter-se no mercado, pois o preço não pode ser baseado apenas nesse quesito. É preciso, portanto, adotar um cálculo adequado que contemple os gastos, questões mercadológicas e a margem de lucro esperada para chegar ao valor de preço que deve ser repassado ao consumidor, ou seja, somar todas as despesas e o que se pretende ganhar para se chegar ao preço, além de considerar fatores que envolvem o mercado. Conforme Milan et al. (2013), é necessário que os gestores estejam atentos às interfaces e implicações dos métodos e dos sistemas de aferição de custos relacionados à estratégia de precificação adotada. A gestão mercadológica dos preços assume grande importância no mercado. No momento em que o mercado começa a ditar os preços, questionamentos como o que fazer, reduzir ou não os preços e qual quantia reduzir passam a fazer parte da tomada de decisão dos gestores. Assim, é preciso adotar processos para conhecer os principais concorrentes e monitorar os preços praticados por eles. Além disso, a produção precisa ser organizada para conseguir um custo menor do que o valor de venda, obtendo-se, assim, o lucro. Caso não seja possível ter um preço competitivo, a alternativa para a empresa é convencer o consumidor sobre as vantagens do seu produto; caso contrário, o negócio provavelmente irá fracassar. A partir da formação de preços, é possível comparar o valor cobrado pela empresa com os valores praticados pelos concorrentes. Assim, a empresa conseguirá ver se o seu preço está dentro da média do mercado. Havendo muita disparidade, é possível fazer ajustes para buscar uma maior competitividade frente aos concorrentes. A análise do mercado também deve ser considerada nesse processo e permite identificar a demanda de determinado produto e como a empresa irá se posicionar frente a isso. Se a empresa produz produtos considerados com- plementares ou supérfluos, um preço menor acaba tornando o produto mais atraente e tende a aumentar as vendas; já se o produto oferecido pela empresa é de consumo quase que obrigatório, uma redução no preço provavelmente não trará aumento nas vendas. A gestão de preços em conjunto com a gestão de custos permite um cálculo e uma consequente definição do valor ideal para o produto. Os custos devem ser considerados nesse processo de precificação, pois o controle de despesas acaba por refletir no valor que será definido para o produto. A formação de preços ainda traz vantagens como a possibilidade de criar metas para superar o ponto de equilíbrio, um maior embasamento para buscar a redução de preços e a realização de promoções, saber quais custos afetam Preço2 mais o orçamento, decidir pela continuidade de determinado produto e um maior controle dos estoques com base no monitoramento das movimentações. Algumas metodologias podem contribuir para uma definição adequada dos preços de produtos e serviços, e cada empresa deve escolher a metodologia de acordo com sua necessidade. Dentre as metodologias disponíveis, podemos citar a margem de contribuição, que corresponde à diferença entre as vendas e seus respectivos custos e despesas variáveis; o markup, que é uma técnica voltada para a determinação de uma estimativa de valor que consiga cobrir as despesas envolvidas em cada produto ou serviço e estipular o lucro almejado pela empresa; e a pesquisa de preços, que se trata de uma técnica baseada no levantamento dos preços praticados pelos concorrentes, o que possibilita à empresa desenvolver estratégias para buscar um papel de destaque no mercado em que atua. O estabelecimento de uma política e estratégia de preços errada pode pre- judicar a atividade e o desempenho das empresas. Assim, nos primeiros anos do negócio, a formação de preços é uma das tarefas mais importantes a ser acompanhada. Embora seja importante em todas as fases, nos primeiros anos, esse fator é determinante para a sobrevivência da empresa, pois os recursos e as oportunidades não podem ser desperdiçados. Nessa fase, a formação de preços envolve fatores importantes, como a necessidade de suprir os custos diários e de captar e fidelizar clientes com valores competitivos. Ainda deve-se levar em consideração o fato de que o preço é um dos primeiros indicadores que o consumidor usa para definir sua opção de compra. Na Figura 1, a seguir, você pode observar como deve ser feito o processo de precificação de um produto ou serviço. Figura 1. O processo de precificação. Fonte: Churchill e Peter (2013 apud GOES, 2016, documento on-line). 3Preço Variáveis envolvidas na precificação Uma precifi cação errada pode representar um grande perigo para o negócio, prejudicando os lucros da organização. Preços muito baixos podem reduzir os lucros, uma vez que será preciso retirar parte do lucro para custear gastos operacionais e outras despesas envolvidas. Já preços muito altos podem acabar afastando os clientes, o que prejudica o crescimento da empresa futuramente. Praticar um preço justo refl ete na imagem da organização, representa inte- gridade, confi ança e credibilidade, o que acaba por atrair clientes. Preços exorbitantes acabam por gerar desconfi ança, desconhecimento acerca do negócio em que está inserido ou, ainda, a exploração dos clientes. Podemos citar três formas adequadas de precificação de um produto ou serviço com base em princípios de marketing: por concorrência, a partir da atribuição de custo dentro da média do mercado, por margem, com decisões baseadas nas despesas envolvidas na fabricação e implantação do produto, e por demanda, em que o vendedor baseia-se na procura ou no valor que o produto representa para os clientes. Além da situação do consumo, é importante levar em consideração que o preço não é definido apenas pelos custos e pela margem de lucro, mas também pelo modo como é visto no mercado. Um produto de luxo que tenha qualidades equivalentes a outras opções disponíveis tem um custo elevado devido à diferenciação e à experiência de compra que proporciona. Outro fator a ser considerado é a utilização de benchmarking. A partir da utilização de parâmetros de comparação para a tomada de decisões, essa ferramenta aparece como uma boa alternativa para entendera empresa e seu posicionamento no mercado. Para Kotler e Keller (2012), a precificação tem relação direta com o com- portamento de compra do consumidor, que envolve fatores sociais, culturais, psicológicos e pessoais. Assim, para definir o preço adequado de um produto, é necessário considerar a qualidade, esses fatores mencionados e outros, como custo, concorrência, valor agregado e demanda. O custo refere-se aos valores totais que se gasta para produzir o produto. A concorrência é utilizada como uma referência para se definir o preço que será aplicado ao produto, pois um preço muito fora do que é praticado no mercado refletirá em baixas vendas. O valor agregado refere-se ao valor que o cliente percebe com relação ao produto, a quanto um produto atende às suas necessidades. Já a demanda está relacionada ao valor que o consumidor está disposto a pagar por determinado produto ou serviço. Com o equilíbrio entre esses elementos, é possível definir um preço justo e atrair clientes para o negócio. Preço4 No momento de escolher a estratégia para determinar o preço duas fer- ramentas, podem ser adotadas para auxiliar nessa decisão: markup e valor percebido. O markup trata-se de uma ferramenta que analisa os custos de produção, distribuição, comercialização e divulgação do produto. Para calcular o markup, é necessário identificar os percentuais relativos a despesas variáveis para cada produto, identificar os percentuais relativos a despesas fixas para cada produto e definir o lucro que se busca obter para cada produto. Muitas empresas fazem uso do markup e, por isso, esse método é considerado seguro para a determinação dos preços. Já o valor agregado é uma técnica que avalia os prazos, descontos, serviços adicionais, taxa de juros, dentre outros fatores. O foco da análise é o valor que consumidor considera que o produto possui. Ainda, há de se considerar que a precificação deve propor um valor que esteja de acordo com os objetivos da organização, com o público-alvo almejado e com a posição da marca. A precificação tem os seguintes objetivos: de sobrevivência, de maxi- mização dos lucros, de maximização do faturamento, de maximização do crescimento de vendas, de maximização do aproveitamento do mercado e de liderança de produto-qualidade. No objetivo de sobrevivência, o alvo é a permanência da empresa no mer- cado e aplica-se à redução de preços para atrair os clientes. Deve ser utilizado a curto prazo, nos momentos em que a empresa tem excesso de capacidade de produção, muita concorrência ou necessidade de adaptação frente a mudanças no comportamento da demanda. No objetivo de maximização dos lucros, o preço é definido com base em um levantamento de custo e demanda e tem por finalidade a maximização do lucro. Como a maioria das organizações têm dificuldade para definir demanda e custo, esse objetivo deve ser empregado com muita cautela para não produzir impacto negativo no longo prazo, pois o foco fica no curto prazo. No objetivo de maximização do faturamento, considera-se somente a demanda na definição do preço, buscando-se aumentar ao máximo o faturamento. O objetivo de maximização do crescimento de vendas volta-se às empresas que querem adentrar em mercados sensíveis a preços baixos. A empresa pratica pequenos preços, os custos com produção e distribuição são reduzidos e, assim, estimulam-se as vendas. Já no objetivo de maximização do aproveitamento do mercado, a organização estabelece preços altos para selecionar o mercado. No objetivo de liderança de produto-qualidade, o foco da organização é nas qualidades e vantagens do seu produto, buscando destacá-lo da concorrência. A definição de uma política de preços é um fator crucial para o sucesso do negócio. Trata-se da definição de um preço ideal de venda do produto ou 5Preço serviço com base na análise de quanto o consumidor está disposto a pagar. O estabelecimento dessa política visa atender às necessidades do consumidor, definir o público-alvo do negócio, enfrentar a concorrência e melhorar os resultados do negócio. Uma estratégia muito utilizada mundialmente é o preço premium, que se refere a uma prática em que o preço do produto ou serviço é mantido artificial- mente alto com o objetivo de incentivar os consumidores a terem percepções favoráveis, baseadas unicamente no preço. Essa estratégia busca explorar a tendência dos consumidores em encontrar uma excelente reputação no produto, em achá-los mais confiáveis e com melhor qualidade e diferenciação. Temos também a precificação com base na concorrência, em que o preço baseia-se nos valores praticados por empresas concorrentes do mesmo setor. É ideal para ser utilizada quando os custos são difíceis de medir ou quando não se sabe a reação da concorrência. Já a estratégia de prestígio refere-se à percepção da marca e à forma como os clientes enxergam a empresa. Quando os clientes enxergam um valor inato no produto, acabam dispostos a pagar um prêmio para adquiri-lo, prestigiando, assim, a marca. A estratégia de preço geográfico contempla a definição da precificação com base nos custos de transporte envolvidos na entrega do produto. Pode ser dividido em duas formas: por ponto de produção, em que o produto é retirado no local de fabricação, e por preço de entrega uniforme, quando o mesmo preço é cotado para todos os consumidores independentemente de onde estejam localizados. A estratégia de desnatamento já entra no mercado com um preço bas- tante alto, bem acima dos custos de produção, pois busca atingir um público que consome produtos mais exclusivos. Geralmente, é utilizada em produtos inovadores e com alta inserção de tecnologia. Na estratégia de penetração no mercado, o objetivo é entrar no mercado com um preço baixo, buscando alcançar uma grande quantidade de clientes. A precificação com base no valor usa o critério da avaliação do que o mercado está disposto a pagar para definir os custos de produção e comer- cialização do produto ou serviço. Cabe aos responsáveis pela promoção de vendas da organização definir a melhor estratégia a ser empregada para se inserir no mercado, já que uma estratégia que é útil para uma organização pode não ser ideal para outra; assim, é preciso avaliar a realidade da sua organização e todos os fatores que estão envolvidos no processo. Preço6 Elasticidade de preço A elasticidade de preço mede a variação percentual da quantidade demandada em relação a uma variação percentual do preço. Esse conceito serve para medir a reação dos consumidores diante das mudanças em variáveis econômicas. Quando ocorre alteração no preço de um bem e os consumidores reagem bastante, temos uma demanda elástica e, quando a demanda quase não sofre alteração diante da variação dos preços, temos a demanda inelástica. Assim como ocorre com os bens, os produtores também apresentam reações que podem refletir na oferta do produto ou serviço. Cabe destacar que a elasticidade ainda sofre influência de outros fatores, como tempo, espaço e participação no orçamento. Em relação ao tempo, quanto mais os consumidores tiverem para ir em busca de substitutos, maior será a intensidade da sua reação. O espaço refere-se à dimensão que a elasticidade pode atingir. Se ela ocorrer apenas dentro de uma empresa, será de uma forma, mas, se ocorrer no mercado, afetará a elasticidade de forma global. O terceiro fator envolve o quanto um bem representa no orçamento total do consumidor: quanto menor a representação, menor será a variação de preço. Quando se tem mudanças na oferta ou na demanda, é possível traçar um diagrama para verificar a direção da mudança do preço de equilíbrio. Quando se deseja saber quanto o preço vai mudar, é preciso utilizar as elasticidades. A elasticidade cruzada é utilizada para medir como os consumidores reagem às mudanças de preços dos produtos e serviços; já a elasticidade-renda serve para verificar como os consumidores reagem frente às mudanças na renda. Para obter sucessocom seu negócio, a organização depende de diversos fatores, sendo o lucro um dos mais importantes, mas que, por sua vez, depende dos gastos e também está atrelado à margem atribuída aos produtos e serviços comercializados. Custos e despesas tanto fixos quanto variáveis são essenciais no momento da definição do preço de um produto: as despesas fixas são mais fáceis de serem controladas, enquanto as variáveis precisam ser minuciosamente calculadas e monitoradas devido à sua oscilação. Após realizar o cálculo dessas despesas fixas e variáveis, chega o momento de buscar o alcance do ponto de equilíbrio, isto é, o momento em que a empresa consegue cobrir todos os seus gastos, mas ainda não alcança lucros. Quando todos os gastos estão cobertos, a empresa pode definir uma margem de lucro líquido — assim, buscar o ponto de equilíbrio é importante para buscar a estabilidade do negócio. 7Preço Quanto ao posicionamento de mercado, é necessário fazer uma análise dos concorrentes e definir como a empresa irá se posicionar no mercado, já que preços muito altos acabam por favorecer a concorrência, enquanto preços muito baixos podem passar uma impressão duvidosa para o consumidor. Assim, buscar uma posição sem muito extremos é o mais adequado. A demanda aparece como um dos fatores mais importantes para a definição da precificação, e buscar entender a relação entre preços e vendas é funda- mental na determinação da elasticidade da demanda. Conforme Milan et al. (2013), empresas que definem preços com base em valor percebido acabam contribuindo para um melhor desempenho do negócio. O lançamento de um produto com qualidade superior pode estar associado a uma estratégia de preços com base em valor percebido, por exemplo. A tendência nas pequenas empresas é a de operar com margens de lucros e rentabilidade reduzidas, com baixo grau de diferenciação de seus produtos, ameaçando, assim, a sobrevivência do seu negócio. Paralelamente a isso, cabe destacar que as empresas de grande porte acabam por influenciar a precificação dos produtos no mercado, pois possuem um alto poder de barganha diante dos seus fornecedores. Conforme Soon (2011), as empresas precisam gerenciar seus preços para não perder o seu controle e não deixar que afetem sua lucratividade e rentabilidade. Assim, cabe aos gestores das organizações ir em busca de alternativas para conquistar novos clientes por meio da criação de novos produtos que atinjam um número maior de clientes, reduzindo a pressão exercida pela concorrência. No link a seguir, você terá acesso a uma leitura dinâmica e a um exemplo prático de como acontece a formação do preço de um produto e como isso interfere na demanda. https://qrgo.page.link/RgL5k Preço8 Veja, a seguir, o exemplo do quanto o preço de um produto pode deixar a demanda elástica ou inelástica. Uma caneta custa R$ 1,00. Com um aumento de 10%, passou a custar R$ 1,10. Como o valor não sofreu grande alteração, poucas pessoas deixarão de comprar caneta por esse motivo e a demanda ficará quase que inelástica. Caso o produto tenha uma participação razoável no orçamento, então, as reações serão maiores. Podemos citar como exemplo o preço de um automóvel: se o preço subir 10%, aumentando de R$ 15.000,00 para R$ 16.500,00, mais pessoas irão reagir a essa mudança e, assim, a demanda será mais elástica. CHURCHILL JR., G.; PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para os clientes. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. GOES, Y. Precificando Produtos e Serviços. Slide Player, 2016. Disponível em: https:// slideplayer.com.br/slide/3685981/. Acesso em: 26 jun. 2019. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson, 2012. MILAN, G. S. et al. Relação entre estratégias de preços e custeio. Revista de Ciências da Administração, v. 15, n. 36, p. 229-244, ago. 2013. SOON, W. A review of multi-product pricing models. Applied Mathematics and Com- putation, v. 217, n. 21, p. 8149-8165, jul. 2011. Leituras recomendadas GOMES JUNIOR, W. R. Conceito elasticidade e fatores da elasticidade. Administradores, 16 dez. 2009. Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/conceito-elasticidade- -e-fatores-da-elasticidade. Acesso em: 26 jun. 2019. REDE JORNAL CONTÁBIL. A importância da formação de preços para sua empresa. 15 ago. 2015. Disponível em: https://www.jornalcontabil.com.br/importancia-da- -formacao-de-precos-para-sua-empresa/. Acesso em: 26 jun. 2019. 9Preço DICA DO PROFESSOR Como é calculado o preço de venda de um produto? O que é markup? Assista ao vídeo para aprender mais sobre o assunto. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Para o marketing, o preço de um produto é essencial para as definições das estratégias que serão utilizadas para vendê-lo. Para as empresas, é sempre um desafio definir os preços que precisam colocar em cada item a ser comercializado. A precificação é uma tarefa constante, pois o preço muda de acordo com o mercado e o interesse dos consumidores. Sobre a precificação, podemos afirmar que: A) é um desafio para as empresas, porque elas querem sempre lucrar, e os consumidores sempre pagar menos. B) os produtos tendem a ser comercializados com lucros bem pequenos para vender mais. C) as razões e percepções dos clientes pouco influenciam na relação entre o preço final e o produto. D) para o vendedor, somente o preço do valor do concorrente pode interferir na venda final. E) para os vendedores, o custo do produto não precisa ser levado em consideração para definir o preço final. As organizações sofrem a influência de inúmeros fatores para se chegar ao valor final do produto que pretendem comercializar. Esses fatores podem ser internos e externos, e cada um deles causa um impacto diferente. Por isso, o marketing precisa 2) estar atento às possíveis mudanças que os fatores causam na precificação. Podemos afirmar, então, que: A) fatores externos são analisados somente pela ótica do comprador, uma vez que eles impactam a decisão do preço. B) tanto o impacto do governo quanto a economia do país acabam afetando os fatores internos da precificação. C) os fatores externos, tais como a natureza do mercado ou os concorrentes, são elementos sobre os quais a empresa tem pouco poder de modificação. D) os objetivos do comprador são sempre os mesmos daqueles que querem comercializar. E) para o consumidor, é essencial, quando for comprar, entender o valor percebido pelo cliente e a sensibilidade ao preço. 3) Um dos maiores desafios das organizações é a definição dos preços dos produtos que pretendem comercializar. Por isso, é preciso que elas estejam atentas aos elementos que acabam sendo determinantes para uma precificação correta, que não prejudiquem as vendas e gerem lucro aos vendedores. Sobre esses elementos, afirmamos que: A) a oferta e a demanda são elementos que precisam sempre estar em destaque nas estratégias de marketing. B) o foco no volume é uma preocupação quase nula quando se trata do momento da precificação. C) a participação no mercado só é um determinante quando o produto está sendo introduzido pela primeira vez no mercado. D) a concorrência é um elemento que pouco influencia na precificação dos produtos, já que não se tem acesso a ela. E) em qualquer etapa do ciclo do produto no mercado, o preço deve permanecer estático para reconhecimento dos clientes. 4) Percebendo a importância da precificação correta dos produtos, as organizações utilizam de métodos específicos para cada situação que enfrentam no mercado. A escolha mais adequada da metodologia a ser utilizada será importante para melhorar as vendas. Sobre os métodos de precificação, afirmamos que: A) a empresa somente avalia o preço de seus concorrentes quando ela tem uma metodologia definida. B) quando se trabalha com preços muito baixos, sugere-se que a demanda se encontra em alta. C) o markup é um método cada vez menos utilizado, pois gera uma margemde lucro muito pequena aos vendedores. D) não é possível estabelecer um equilíbrio com as vendas quando se trabalha com o retorno sobre o investimento. E) a estratégia de alinhamento competitivo se baseia diretamente na relação com os concorrentes. 5) O mercado atual é muito dinâmico, pois está sempre mudando, e as empresas precisam estar atentas a todas essas mudanças, modificando, inclusive, os seus preços quando necessário. Por exemplo, é preciso acompanhar as mudanças na precificação proposta por seus concorrentes, para que os clientes não direcionem o seu consumo para eles. Sobre as reações dos preços dos concorrentes, é correto dizer que: A) quando os concorrentes produzem artigos homogêneos aos da empresa, a variação de preços é sempre alta. B) tanto nos produtos homogêneos quanto nos heterogêneos, há apenas uma pequena variação de preços, quase imperceptível no mercado. C) a empresa deve diminuir o preço quando o seu volume de vendas aumenta. D) só é possível aumentar a qualidade percebida pelos clientes quando se aumenta o preço final dos produtos. E) no momento da alteração do preço da concorrência, uma das estratégias de mercado é não alterar o preço do produto. NA PRÁTICA A definição da estratégia de precificação de uma empresa considera quatro elementos determinantes, que são: oferta e demanda, objetivos da precificação, estrutura do setor e organização da concorrência e ciclo de vida do produto. Com relação ao ciclo de vida, à medida que um produto passa por seus diversos estágios (introdução, crescimento, maturidade, declínio), as estratégias de marketing vão se alterando, e a precificação acompanha essas mudanças. Deste modo, dependendo do estágio do ciclo de vida em que o produto estiver, a empresa irá optar por uma estratégia de precificação específica, a mais indicada para aquele momento. Para essa tarefa, as empresas escolhem um entre os diversos métodos de estabelecimento de preços, sendo um deles o preço de penetração. Este método visa a estabelecer uma estratégia cujo objetivo é maximizar as vendas, conquistando a aceitação do mercado consumidor e, assim, garantindo uma expressiva participação por meio da fixação de um preço inicialmente baixo. Feita a penetração e conquistada a participação de mercado, a empresa pode, posteriormente, alterar a sua estratégia e elevar os seus preços. Veja a seguir um exemplo: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: As estratégias de precificação e o desempenho das empresas O preço é um aspecto de grande relevância para muitos compradores no momento da escolha de produtos e serviços. Por isso, é um dos elementos-chave para que as empresas consigam atingir o volume de vendas desejado, e, deste modo, tem impacto direto nos lucros e na rentabilidade das empresas. No artigo a seguir, você poderá verificar um estudo realizado a esse respeito, analisando as estratégias e o processo de precificação utilizados por diversas empresas. Confira! Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! 7 estratégias de precificação para ter sucesso nas vendas neste site você vai ver As estratégias de precificação são técnicas utilizadas para definir o preço de um serviço ou produto de forma que ele gere lucro para o negócio Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Planejamento do preço de venda veja no artigo a seguir como a formação do preço de venda dos produtos e serviços nas empresas constitui-se numa estratégia competitiva de grande relevância para as organizações. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Marketing de serviços APRESENTAÇÃO Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a importância do marketing para as empresas prestadoras de serviços. Para isso, você vai trabalhar os conceitos do marketing de serviços, suas principais características e como ele é essencial tanto para o mercado quanto para o público. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os conceitos de serviços.• Escrever sobre as características que compõem o serviço e suas empresas.• Expressar sobre o papel do marketing de serviços para mercados e consumidores.• DESAFIO O papel do profissional de marketing é saber lidar com as situações inusitadas do mercado e propor soluções e estratégias criativas para resolvê-las. Neste Desafio, você deverá trazer uma proposta de solução para empresas que querem desenvolver atividades de maneira integrada. Veja a situação a seguir: Uma família composta por quatro pessoas (o casal e dois filhos adultos) trabalha há muitos anos com a produção de salgadinhos caseiros. São produtos entregues congelados, que precisam ser fritos e assados pelos compradores. Até que um dos filhos da família ganha, em um sorteio, um veículo adaptado com boa estrutura para o transporte de alimentos. Como a família poderia aproveitar esse veículo para possibilitar à sua empresa, que produz bens, produzir também serviços? Como poderia manter a produção de bens e serviços, se diferenciando no mercado e atraindo mais clientes? Lembre-se de que, em um mercado crescente dos negócios de serviços, é necessário se apresentar à frente de seus concorrentes, buscando sempre a inovação. Orientação de resposta: Mostre a relação existente entre as empresas de produtos e as empresas de serviço. A partir dessa relação, proponha, com criatividade, a integração dessas atividades, além de estratégias que diferenciem a organização de seus concorrentes. INFOGRÁFICO O Infográfico a seguir apresenta, de forma clara e sucinta, como elementos do ambiente influenciam diretamente nas empresas prestadoras de serviços. Confira! CONTEÚDO DO LIVRO Identificar os principais conceitos que envolvem o marketing de serviços é essencial para os profissionais da área. Isso porque as empresas prestadoras de serviços precisam estar atentas às características do mercado e do público que pretendem atender. Leia o capítulo Marketing de serviços I da obra Estratégia de Marketing que é a base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura. ESTRATÉGIA DE MARKETING Cláudio V. S. Farias Caroline Duschitz Gustavo M de Carvalho Marketing de serviços I Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar os conceitos de serviços. � Escrever sobre as características que compõem o serviço e suas empresas. � Expressar sobre o papel do marketing de serviços para mercados e consumidores. Introdução Neste texto, você vai aprender sobre a importância do marketing para as empresas prestadoras de serviços. Para isso, você estudará os conceitos do marketing de serviços, suas principais características e como ele é essencial tanto para o mercado quanto para o público. Caracterização dos serviços Os serviços são de extrema importância para a economia brasileira e mundial. Por esse motivo, é necessário fazer mais uso das noções de marketing para essa atividade econômica. Ao entender a dinâmica desse mercado, a empresa pode obter vantagens competitivas. Bancos, restaurantes, hotéis, consultorias, salões de beleza, escolas, com- panhias aéreas, empresas de logística, hospitais, clínicas e consultórios mé- dicos são exemplos de empresas de serviços. Serviço não é um bem tangível, é algo imaterial, que traz os benefícios sem a propriedade. Está vinculado à locação: pagamento para o uso ou acesso a algo, por um determinado período de tempo, em vez da compra. O serviço pode ser a combinação de dois ou mais itens: locação de produ- tos, locação de mão de obra e experiência, locação de lugares, acesso a am- bientes físicos compartilhados, acesso e uso de sistemas e redes. Por meio das empresas de serviço e da troca de dinheiro, tempo e esforço, o clienteespera obter acesso a bens, mão de obra, utilidades, habilidades profissionais, redes e sistemas. As empresas de serviço sofrem o impacto de forças e pressões do ambiente como: Políticas governamentais: novos serviços estimulados por privatizações ou por mudanças na legislação para proteção aos clientes, aos empregados e/ ou ao ambiente. Mudanças sociais: os tempos atuais são marcados pelo rápido acesso à informação e pelo desejo que os consumidores têm de adquirir novas experi- ências de compra, não apenas novos bens. Isso gera carências de mercado, que são percebidas como oportunidades pelas empresas. A evolução no mercado pet, por exemplo, que conta com serviços como creche, hotéis e de babá, é um dos exemplos de como a mudança de comportamento das pessoas abre oportunidades de negócios. Tendências de negócios: fabricantes agregam valor ao bem pela oferta de serviços. Há um maior foco na qualidade e na satisfação do cliente, bem como um crescimento do número de franquias. Avanço das tecnologias da informação (TI): crescimento da internet móvel e das redes de comunicação sem fio (wireless). Globalização e internacionalização: mais companhias operam com ba- ses transnacionais, até mesmo por meio de fusões e alianças internacionais. Cresce o número de viagens internacionais. Aumenta a terceirização de servi- ços de atendimento ao consumidor (especialmente para empresas americanas e europeias, que passaram a utilizar centrais de call center instaladas na Índia e China). A concorrência internacional invade os mercados domésticos. Essas forças e pressões do ambiente acabam estimulando a transformação do mercado de serviços, gerando incremento de demanda, novos negócios e intensificando a competição. Um exemplo concreto da ação dessas forças é a inovação em serviços de entrega decorrentes do avanço da tecnologia. Veja algumas características importantes das empresas que prestam ser- viços e dos serviços: � São organizações baseadas em conhecimento. Empresas de serviço aten- dem diretamente ao público, por isso sua equipe necessita de treinamento e qualificação. � As empresas de serviços não oferecem aos clientes a posse dos serviços, diferentemente do que acontece com bens físicos adquiridos. � Os serviços devem ser compreendidos a partir da perspectiva de processo, isto é, podem ser entendidos como um ciclo ou uma ação que avança e tem um método e um conjunto de passos a serem seguidos com um objetivo comum. � Embora os serviços geralmente incluam elementos tangíveis, como o as- sento em um voo ou o conserto de um equipamento danificado, a perfor- Estratégia de marketing30 mance dos serviços propriamente dita é intangível. Serviços não podem ser vistos, tocados ou embrulhados. Você já sabe que a locação de um automóvel não é a mesma coisa que a compra de um – poder usufruir o bem a qualquer momento é a principal diferença entre as ações de comprar e locar. Consequentemente, os esforços de marketing para a locação são diferentes daqueles para a venda. Esse é um exemplo de performance intangível. Para tornar mais palpável esse negócio, é importante enfatizar as indicações físicas e ima- gens que representem adequadamente o serviço. Exemplo � Os serviços são heterogêneos, pois a presença de funcionários e clientes na operação dificulta a padronização e controle de variação das perfor- mances. Bens físicos podem ser produzidos sob condições de controle, mas os serviços dependem da interação entre cliente e equipe de atendi- mento. Assim, os resultados podem variar em cada situação, o que pode não agradar ao público. � Os serviços são perecíveis, pois são atos ou desempenhos em vez de um item tangível que o cliente mantém. Portanto, não podem ser estocados para venda posterior. Você sabe que as instalações, os equipamentos e a mão de obra necessários devem estar disponíveis para gerar o serviço; porém, esses fatores representam apenas a capacidade produtiva, e não o produto/resultado em si. A empresa deve gerenciar a capacidade de atendi- mento e usar questões de precificação, promoção e reservas para suavizar a demanda, adequando a velocidade da operação dos serviços e, talvez, oferecendo horários estendidos. Um exemplo da perecibilidade é o serviço de urgência de um hospital, no qual a ca- pacidade de atendimento é limitada. Ou seja, se não houver pacientes em uma noite, não haverá leitos extras na noite seguinte. Se houver pacientes em demasia, não haverá como atender a todos ao mesmo tempo, e as pessoas terão de esperar, o que pode causar insatisfação. Exemplo Marketing de serviços I 31 � O consumo não pode ser separado da produção, visto que muitos serviços são entregues em tempo real. Os clientes devem estar fisicamente presentes para receber os serviços de organizações como companhias aéreas, hospi- tais, cabeleireiros e restaurantes. Há um grande envolvimento dos clientes no processo de produção. Assim, a empresa deve desenvolver equipamentos e sistemas de fácil utilização para o atendimento, treinar equipe e clientes, reforçando o conceito do serviço, e fornecer um bom suporte. A concepção do marketing de serviços integra outras áreas da administração, como gestão de operações (processos) e gestão de recursos humanos (pessoas). Saiba mais 1. Cada vez mais as empresas de serviços estão ocupando espaço no mercado. Hoje representam aproximadamente 70% do produto interno bruto do nosso país. E, com essa ascensão, os profissionais de marketing precisam estar atentos a esses serviços e a suas principais características. Sobre a caracterização do marketing de serviços, você pode afirmar que: a) é preciso entender como esse mercado de serviços funciona para se planejar frente aos concorrentes. b) para o sucesso, a organização deve oferecer apenas um serviço, mostrando qualificação e exclusividade. c) uma das vantagens das empresas prestadoras de serviço é que, por oferecerem algo intangível, sofrem pouca influência do ambiente. d) o acesso às informações dos clientes, por meio da internet, pode ser um agravante para as empresas prestadoras de serviços. e) o marketing é pouco utilizado nas organizações de serviços, uma vez que é uma área já dominante no mercado. 2. As organizações que oferecerem serviços buscam oportunizar aos seus clientes atividades que facilitem o seu dia a dia nos mais variados aspectos: transporte, mão de obra, entregas e outros. Uma das questões que mais influencia o mercado e faz com que esse tipo de organização esteja em constante evolução é o ambiente em que se encontra Exercícios Estratégia de marketing32 inserida. A respeito dos elementos que influenciam o ambiente das organizações de serviços, é CORRETO afirmar que: a) As empresas prestadoras de serviços sofrem influência de práticas como as privatizações. b) Dificilmente os prestadores de serviços serão atingidos pelas mudanças sociais, já que elas alteram a vida da sociedade, mas não dos consumidores. c) As tendências de negócios modificam o ambiente somente quando não há avanços tecnológicos. d) As tendências de negócios, nesses ambientes, são lucrativas apenas para as empresas de bens e produtos. e) Os negócios baseados nos serviços têm mais chances de darem certo se agirem de forma local. 3. Forças e pressões do ambiente são responsáveis por incentivar a transformação constante do mercado de serviços. Os profissionais de marketing precisam estar atentos a importantes características dos serviços e das empresas que prestam serviços, se quiserem oferecer estratégias que impactarão positivamente nas organizações. Sobre essas características, pode-se dizer que: a) Como não trabalham com público, os funcionários impactam pouco nos resultados dessas empresas. b) A qualificação do serviço acontece basicamente com os conhecimentos adquiridospelo prestador de serviço. c) Uma das vantagens das organizações que trabalham com serviços é que esses podem ser repassados como uma posse aos clientes. d) A inexistência de um ciclo é umas das características marcantes das empresas que comercializam serviços e não produtos. e) Os serviços prestados precisam ser sempre independentes da relação com algum produto para terem sucesso. 4. Sabe-se que o ambiente e os elementos que o compõem são responsáveis por influenciar o mercado e, consequentemente, os tipos de serviços que serão oferecidos aos consumidores. Além disso, a relação com os produtos tangíveis ajudam para constantes mudanças no mercado. Por isso, é CORRETO afirmar que: a) A relação entre os bens tangíveis e os serviços mostra a crescente valorização dos bens em relação aos serviços. b) Existe uma relação entre o tangível e o inatingível, em qualquer tipo de prestação de serviços. c) As variações do ambiente, que costumam afetar os mercados, são sempre nocivas aos negócios de serviço. d) Uma das dificuldades das empresas prestadoras de serviços é alcançar sempre a padronização e o controle da variação dos serviços. Marketing de serviços I 33 e) Os serviços são todos duradouros, e isso faz com que a relação entre a empresa e o cliente esteja fortalecida. 5. É muito importante que as organizações que buscam trabalhar na prestação de serviços saibam trabalhar as capacidades daqueles que serão os prestadores da atividade proposta aos clientes. Para isso, a empresa precisa estar alinhada em busca de prestar o melhor serviço. O profissional de marketing é essencial para conduzir os processos relativos ao serviço. Isso porque: a) O profissional de marketing passa a ser o controlador dos outros setores da empresa, que não precisam decidir, apenas aplicar o método escolhido. b) Como os serviços não têm tempo para ser encerrados, o profissional de marketing precisa ter estratégias para finalizá-lo. c) O profissional de marketing precisa trabalhar o consumo junto à produção quando se trata de serviços. d) Sempre que houver um ciclo do serviço, é preciso que esteja alinhado com o ciclo do produto. e) O consumidor irá basear suas impressões finais sobre o serviço somente na performance do prestador de serviço. AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS. Inovação é o segredo de sucesso de pizzarias. PEGN, São Paulo, 09 jul 2014. Disponível em: <http://revistapegn.globo.com/Noticias/no- ticia/2014/07/inovacao-e-o-segredo-do-sucesso-de-pizzarias.html>.Acesso em: 14 ago. 2014. CID, T. Sistema identifica a satisfação do cliente por meio de reconhecimento facial. PEGN, São Paulo, 11 jul. 2013. Disponível em: <http://revistapegn.globo.com/Startups/ noticia/2013/07/sistema-identifica-satisfacao-do--cliente-por-meio-de-reconheci- mento-facial.html>. Acesso em: 14 ago. 2014. JAKITAS, R. Serviços como creche, hotéis e até agências de babás sustentam avanço do mercado pet. Estadão PME, São Paulo, 26 set. 2012. Disponível em: <http://pme.es- tadao.com.br/noticias/noticias,servicos-como-creche-hoteis-e-ate-agencia-de-babas- -sustentam-avanco-do-mercado-pet,2259,0.htm>. Acesso em: 14 ago. 2014. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Bra- sil, 1998. LOVELOCK, C.; WIRTZ, J. Services marketing: people, technology, strategy. 6th ed. New Jersey: Pearson Prentice Hall, 2007. Referências Estratégia de marketing34 LOVELOCK, C. et al. Services marketing. Edinburg: Edinburg Business School, Heriot-Watt University, 2004. ZEITHAML, V. A.; BITNER, M. J. Marketing de serviços: a empresa com foco no cliente. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2003. ZEITHAML, V.; BITNER, M. J.; GREMLER, D. D. Marketing de serviços: a empresa com fico no cliente. Porto Alegre: AMGH, 2014. Leituras recomendadas CARLZON, J. Momentos da verdade. Rio de Janeiro: Sextante, 2005. FERREIRA, G. S. Indústria perde espaço e serviços já são quase 70% do PIB. Radar Ele- trônico. Estadão, São Paulo, 27 fev. 2014. Disponível em: <http://blogs.estadao.com.br/ radar-economico/2014/02/27/industria-perde-espaco-e-servicos-ja-sao-quase-70-do- -pib/>. Acesso em: 14 ago. 2014. KUNZ, Werner; HOGREVE, Jens. Toward a deeper understanding of service marketing: the past, the present, and the future. International Journal of Research in Marketing, v. 28, 2011, p. 231-247. LOVELOCK, Christopher; WRIGHT, Lauren. Principles of Service Marketing and Manage- ment. 2. ed. New Jersey: Prentice Hall, 2002. PORTAL COMUNICAÇÃO E TENDÊNCIAS. As principais características dos serviços e seu Mix de Marketing. 27 fev. 2015. Disponível em: <http://www.comunicacaoetendencias. com.br/principais-caracteristicas-dos-servicos-e-seu-mix-de-marketing>. Acesso em: 11 jun. 2015. Marketing de serviços I 35 Conteúdo: DICA DO PROFESSOR O vídeo a seguir apresenta as principais características do serviço, por meio de exemplos do cotidiano. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Cada vez mais as empresas de serviços estão ocupando espaço no mercado. Hoje, representam aproximadamente 70% do produto interno bruto do nosso país. E, com essa ascensão, os profissionais de marketing precisam estar atentos a esses serviços e a suas principais características. Sobre a caracterização do marketing de serviços, podemos afirmar que: A) É preciso entender como esse mercado de serviços funciona para se planejar antes dos concorrentes. B) Para o sucesso, a organização deve oferecer apenas um serviço, mostrando qualificação e exclusividade. C) Uma das vantagens das empresas prestadoras de serviço é que, por oferecerem algo intangível, sofrem pouca influência do ambiente. D) O acesso às informações dos clientes, por meio da Internet, pode ser um agravante para as empresas prestadoras de serviços. E) O marketing é pouco utilizado nas organizações de serviços, uma vez que é uma área já dominante no mercado. As organizações que oferecerem serviços buscam oportunizar aos seus clientes 2) atividades que facilitem o seu dia a dia nos mais variados aspectos: transporte, mão de obra, entregas e outros. Uma das questões que mais influencia o mercado e faz com que esse tipo de organização esteja em constante evolução é o ambiente em que se encontra inserida. A respeito dos elementos que influenciam o ambiente das organizações de serviços, é CORRETO afirmar que: A) As empresas prestadoras de serviços sofrem influência de práticas como as privatizações. B) Dificilmente os prestadores de serviços serão atingidos pelas mudanças sociais, já que elas alteram a vida da sociedade, mas não dos consumidores. C) As tendências de negócios modificam o ambiente somente quando não há avanços tecnológicos. D) As tendências de negócios, nesses ambientes, são lucrativas apenas para as empresas de bens e produtos. E) Os negócios baseados nos serviços têm mais chances de darem certo se agirem de forma local. 3) Forças e pressões do ambiente são responsáveis por incentivar a transformação constante do mercado de serviços. Os profissionais de marketing precisam estar atentos a importantes características dos serviços e das empresas que prestam serviços, se quiserem oferecer estratégias que impactarão positivamente nas organizações. Sobre essas características, pode-se dizer que: A) Como não trabalham com público, os funcionários impactam pouco nos resultados dessas empresas. B) A qualificação do serviço acontece basicamente com os conhecimentos adquiridos pelo prestador de serviço. C) Uma das vantagens das organizações que trabalham com serviços é que estes podem ser repassados como uma posse aos clientes. D) A inexistência de um ciclo é uma das características marcantes das empresas que comercializam serviços, e não produtos. E) Os serviços prestados precisam ser sempre independentes da relação com algum produtopara terem sucesso. 4) Sabe-se que o ambiente e os elementos que o compõem são responsáveis por influenciar o mercado e, consequentemente, os tipos de serviços que serão oferecidos aos consumidores. Além disso, a relação com os produtos tangíveis ajuda em constantes mudanças no mercado. Por isso, é CORRETO afirmar que: A) A relação entre os bens tangíveis e os serviços mostra a crescente valorização dos bens em relação aos serviços. B) Existe uma relação entre o tangível e o inatingível, em qualquer tipo de prestação de serviços. C) As variações do ambiente, que costumam afetar os mercados, são sempre nocivas aos negócios de serviço. D) Uma das dificuldades das empresas prestadoras de serviços é alcançar sempre a padronização e o controle da variação dos serviços. E) Os serviços são todos duradouros, e isso faz com que a relação entre a empresa e o cliente esteja fortalecida. É muito importante que as organizações que buscam trabalhar na prestação de serviços saibam trabalhar as capacidades daqueles que serão os prestadores da 5) atividade proposta aos clientes. Para isso, a empresa precisa estar alinhada em busca de prestar o melhor serviço. O profissional de marketing é essencial para conduzir os processos relativos ao serviço. Isso porque: A) O profissional de marketing passa a ser o controlador dos outros setores da empresa, que não precisam decidir, apenas aplicar o método escolhido. B) Como os serviços não têm tempo para ser encerrados, o profissional de marketing precisa ter estratégias para finalizá-los. C) O profissional de marketing precisa trabalhar o consumo junto à produção quando se trata de serviços. D) Sempre que houver um ciclo do serviço, é preciso que esteja alinhado com o ciclo do produto. E) O consumidor irá basear suas impressões finais sobre o serviço somente na performance do prestador de serviço. NA PRÁTICA Para os profissionais de marketing, é muito importante saber caracterizar os serviços prestados por sua organização, bem como ter conhecimentos dos serviços prestados por seus concorrentes. Sobre isso, há um texto interessante, produzido por Marcela Frasson, sobre as características dos serviços que encontramos no mercado. Vale a pena conferir no link: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Marketing de Serviços e as estratégias utilizadas pelo Cmte Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Marketing aplicado Marketing de serviços II APRESENTAÇÃO Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai ver como os elementos que compõem o marketing de serviços são essenciais para o desenvolvimento das estratégias. Além disso, você também vai aprender como se formam os ciclos dos serviços e como a satisfação do cliente é fundamental para os bons resultados das organizações. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar o mix de marketing.• Construir os ciclos dos serviços.• Estabelecer a relação entre a satisfação e o serviço.• DESAFIO Neste Desafio, serão trabalhadas as reações dos clientes de forma a não prejudicar a imagem da empresa no mercado quando algum problema acontecer. Acompanhe a seguinte situação: Uma grande pizzaria de uma capital tem alto volume de trabalho no serviço de delivery (entrega em casa). Em um mesmo dia, houve problema com três entregadores, que não apareceram no trabalho por problemas de saúde. Assim, as entregas atrasaram muito e a empresa teve vários pedidos de cancelamento, devoluções e reclamações. Um pouco despreparada, a empresa não deu valor às reclamações e evitou o assunto. Algumas semanas depois, o mesmo incidente aconteceu. Com ele, vieram novamente os atrasos, os cancelamentos e as reclamações. Um funcionário da pizzaria, atento às redes sociais, percebeu as reclamações de vários clientes e a influência deles sobre outros possíveis consumidores. Ele mostrou as reclamações ao dono da pizzaria, que resolveu contratar um profissional de marketing para ajudar a solucionar o problema, evitando, assim, maiores prejuízos aos seus serviços. Para resolver este Desafio, você deverá criar um roteiro com sugestão de ações, orientando a equipe da pizzaria em relação à forma de proceder quando houver problemas com os serviços. Lembre-se das estratégias de marketing já conhecidas para propor soluções simples e funcionais. INFOGRÁFICO O Infográfico a seguir apresenta como os elementos chamados 8Ps compõem o marketing de serviços. CONTEÚDO DO LIVRO Entender os elementos que compõem o marketing de serviços é indispensável para o trabalho do profissional da área dentro das empresas. Para o desenvolvimento de estratégias que aproximem as organizações dos consumidores, os profissionais devem compreender os ciclos dos serviços e as relações criadas pelos serviços. Leia o capítulo Marketing de serviços II da obra Administração de Marketing que é a base teórica desta Unidade de Aprendizagem. Boa leitura. ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING Aline Poggi Lins de Lima Marketing de serviços II Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar o mix de marketing. Construir os ciclos dos serviços. Estabelecer a relação entre a satisfação e o serviço. Introdução Entender a importância de criar ações e estratégias que possam fidelizar a clientela é fundamental hoje em dia, com mercados cada vez mais dispu- tados. Primando pela qualidade nos serviços e pelo bom atendimento, é preciso entender o ciclo de serviços e identificar o momento da verdade dos clientes e como eles experimentam os processos dentro das empresas para que, assim, tenham suas necessidades satisfeitas. Neste capítulo, você vai conhecer os sete elementos do mix de marke- ting, do mix de marketing tradicional ao mix de marketing expandido de serviços. Além disso, você vai entender como funciona o ciclo de serviços e, por fim, vai aprender a estabelecer uma relação entre a satisfação e o serviço prestado. Mix de marketing de serviços O mix de marketing é formado por componentes essenciais para que as em- presas possam atingir seus objetivos. Para Kotler e Armstrong (2007, p. 42), o mix de marketing “[...] é o conjunto de ferramentas de marketing táticas e controláveis que a empresa combina para produzir a resposta que deseja”. A noção de mix signifi ca que todas as variáveis estão relacionadas e dependem umas das outras até certo ponto (ZEITHAML; BITNER, 2014). Além dos quatro elementos já trabalhados nos compostos do marketing tradicional — produto, preço, praça e promoção —, alguns autores, como Zeithaml e Bitner (2014), consideram ainda mais três elementos importantes para as empresas, o chamado mix expandido do marketing de serviços: as pessoas, as evidências físicas e os processos, como exemplificado no Quadro 1. Nesse sentido, é importante lembrar que as estratégias para os quatro P’s iniciais (produto, preço, praça e promoção) requerem modi- ficações sempre que aplicadas a serviços. Assim, os 7 P’s mencionados representam um conjunto de variáveis de decisões inter-relacionadas que “[...] têm como propósito oferecer auxílio às empresas para que elas pos- sam alcançar seus objetivos e, atrelado a isso, satisfazer e fidelizar seus clientes” (SOUZA; SILVA, 2015, documento on-line). Produto Ponto Promoção Preço Características físicas do produto Tipo de canal Combinado de promoções Flexibilidade Nível de qualidade Exposição Pessoal de vendas Nível de preço Acessórios Intermediários Seleção Termos Embalagem Locais das lojas Treinamento Diferenciação Garantias Transporte Incentivos Descontos Linhas de produto Armazenagem Propaganda Abatimentos Branding Gestão de canais Tipos de mídia Tipos de anúncio Promoção de vendas Publicidade Estratégias paraa internet/Web Quadro 1. Mix de marketing de serviços (Continua) Marketing de serviços II2 Zeithaml e Bitner (2014, p. 26) afirmam que: Em função de os serviços serem produzidos e consumidos simultaneamente, os clientes muitas vezes estão presentes na fábrica da companhia, interagem diretamente com seus funcionários e, na verdade, fazem parte do processo de geração de serviços. Além disso, visto que os serviços são intangíveis, os clientes frequentemente procuram pontos tangíveis que os auxiliem a entender a natureza da experiência do serviço. O primeiro item que vamos conhecer melhor é o produto. Para Kotler e Armstrong (2007), produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para apreciação, aquisição, uso ou consumo e para satisfazer um desejo ou uma necessidade dos consumidores. É composto por atributos tangíveis, no caso bens de consumo, como cores, embalagem e design, e intangíveis, referentes aos serviços, como a reputação da marca da empresa e a prestação de serviços pós-venda. Ainda pode haver Fonte: Adaptado de Zeithaml e Bitner (2014). Pessoas Evidência Processo Funcionários Projeto das instalações Fluxo de atividades Recrutamento Equipamentos Padronizado Treinamento Sinalização Customizado Motivação Vestuário dos funcionários Número de etapas Recompensas Outros tangíveis Simples Trabalho em equipe Relatórios Complexas Clientes Cartões de visita Envolvimento do cliente Educação Balanços Treinamento Garantias Quadro 1. Mix de marketing de serviços (Continuação) 3Marketing de serviços II uma combinação dos dois atributos, que pode ser oferecido a um mercado, para sua apreciação e aquisição, uso ou consumo e que pode satisfazer um desejo ou uma necessidade (GRIFFIN, 2001). Para tanto, o produto é considerado parte palpável do serviço. Nesse sentido, é preciso focar em criar uma marca forte e que possa competir no mercado. É a partir da marca que a empresa consegue espelhar credibilidade e referência, fazendo o consumidor escolher seu produto ou serviço pela confiança passada pela marca. O preço, segundo ponto que veremos, normalmente é atribuído para se gerar receita, lucro. No contexto de serviços, os consumidores atrelam ao preço uma forma de mensurar a qualidade. Cabe lembrar que os preços são diferentes na percepção de cada consumidor, pois as pessoas têm vários desejos, mas as condições financeiras para saciá-los não são as mesmas; assim, só comprarão se constarem satisfação em função do preço cobrado (LAS CASAS, 2000). O preço tem significados ou sentidos distintos no mix de marketing. Alguns elementos têm o poder de criar valor para o cliente e implicam desembolsos para a empresa; com o preço, recupera-se parte do valor investido (URDAN; URDAN, 2011). Além disso, é importante ressaltar que o preço pode ser um fator determinante na escolha do consumidor. A praça, também chamada de canais de distribuição, é responsável pela distribuição física (do armazenamento dos produtos ao transporte) e também pela coleta e distribuição de informações relevantes, obtenção de financia- mentos, entre outros. Para Urdan e Urdan (2011, p. 126), “[...] os profissionais administram o composto de marketing para realizar trocas com o mercado. Eles começam cuidando do produto. Mas a troca só acontece se o produto estiver no lugar, momento e forma que o consumidor espera”. É correto destacar que, antes de iniciar um negócio ou até mesmo na decisão de escolha da sua localização, é preciso saber o que você quer do seu e para o seu negócio. Definir as suas características, conhecer o mercado-alvo que se pretende alcançar, os tipos de produtos que serão ofertados, a cultura local, dis- ponibilidade de transporte, o nível de concorrência, localização dos fornecedores e até mesmo a leis que estão diretamente ligadas ao seu negócio é essencial. No que se refere à promoção, a comunicação é fundamental. Segundo Kotler (2007, p. 30), “[...] promoção é a parte da comunicação que se compõe das mensagens destinadas a estimular as pessoas a tomar consciência dos vários produtos e serviços da empresa, interessando-se por eles e comprando-os”. A ideia é buscar estímulos que fixem as informações na mente dos consumi- dores, principalmente nos novos, que as empresas precisam cativar, a fim de influenciar na decisão de escolha. Marketing de serviços II4 De acordo com Urdan e Urdan (2011, p. 253), “[...] para alcançar os objetivos de comunicação, existem as ferramentas: propaganda, marketing direto, venda pessoal, promoção de vendas e relações públicas”. Cada ferramenta tem pontos fortes e fracos, e cabe ao profissional definir a que melhor se aplica ao negócio. Concluído o mix de marketing tradicional, agora podemos analisar os 3 P’s do mix expandido do marketing de serviços: as pessoas, evidências físicas e os processos. Como já sabemos, por ser uma das características dos serviços a intangibilidade, os clientes frequentemente procuram pontos tangíveis que os auxiliem a entender a natureza da experiência do serviço, como, por exemplo, a aparência, a empatia e o atendimento dos funcionários, a limpeza, entre ou- tros. Tudo pode influenciar nas percepções, escolhas e satisfação dos clientes. Zeithaml e Bitner (2014) descrevem bem as características desses três últimos P’s a serem estudados. Pessoas: “[...] todos os atores humanos que desempenham um papel na execução do serviço e que, por isso, influenciam as percepções do comprador: o quadro de pessoal da empresa, o cliente e outros clientes no ambiente de serviços” (ZEITHAML; BITNER, 2014, p. 343). As atitudes, os comportamentos, o modo de vestir e a aparência física dos atores são elementos que influenciam nas percepções dos clientes em relação ao serviço. Além disso, os clientes não apenas alteram os desfechos de seus próprios serviços, mas também influenciam os de outros clientes. Evidência física: “[...] ambiente em que o serviço é consolidado e em que a empresa e o cliente interagem, do qual fazem parte muitos com- ponentes tangíveis que facilitam o desempenho ou a comunicação do serviço” (ZEITHAML; BITNER, 2014, p. 27). Aqui são incluídos todos os elementos tangíveis do serviço, como brochuras, papel timbrado, cartões de visita, relatórios, sinalização e equipamentos, evidências físicas a partir das quais a empresa pode enviar mensagens fortes e consistentes sobre a finalidade da organização, os mercados almejados e a natureza do serviço. Processo: “[...] processos, mecanismos e fluxo de atividades reais pelos quais o serviço é executado — a concretização do serviço e os sistemas operacionais” (ZEITHAML; BITNER, 2014, p. 27). Pode ser necessária uma extensa série de ações por parte do cliente para completar o processo quando os serviços são complexos. Logo, o que o cliente vivencia, isto é, o fluxo operacional do serviço, também oferece elementos para a avaliação de um serviço. 5Marketing de serviços II Esses três novos elementos no mix de marketing são especialmente visíveis nos serviços, nos quais “[...] estão sob o controle da empresa e qualquer um ou todos eles têm a capacidade de influenciar a decisão inicial do cliente de adquirir um serviço, o nível de satisfação deste cliente e as decisões de recompra” (ZEITHAML; BITNER, 2014, p. 29). Além disso, podem ser capazes de fazer com que os clientes influenciem outras pessoas na decisão de compra. Veja uma síntese dos 7 P’s do marketing no link a seguir, que apresenta um vídeo de Ju Tôledo, CEO e proprietária e diretora de relacionamento da Cookie Tecnologia e Marketing. https://qrgo.page.link/Cn2Mw Os ciclos de serviços Como já se sabe, a satisfação do cliente deve ser o foco de qualquer empresa que pretenda oferecer um serviço de qualidade, e essa qualidade deve estar relacionada à satisfação dos desejos, necessidades e expectativas da clientela que busca esses serviços. Para tanto, devemos ter ciência de que qualidade é uma medida da extensão do valor de algo ou experiênciaque satisfaz as expectativas e necessidades, resolve um problema ou adiciona valor para alguém (ALBRECHT, 1998). Levando em consideração o que já estudamos até agora e a relação entre qualidade e satisfação dos clientes, devemos entender, agora, como se dá o processo de experiência do cliente com a empresa que presta serviços e, para isso, conceituaremos o ciclo de serviços. O ciclo de serviços é a sequência completa de “momentos da verdade” que o cliente experimenta para ter satisfeita uma necessidade. O denominado “momento da verdade”, acentuado pelos autores Albrecht (1998) e Machado, Queiroz e Martins (2006), pode ser observado na Figura 1 e refere-se ao momento em que o consumidor mantém relacionamento com algumas áreas da organização e forma o seu julgamento quanto à qualidade dos serviços então adquiridos — pois o cliente analisa não apenas o resultado final, mas o sistema como um todo. Marketing de serviços II6 Figura 1. O clico dos serviços. Fonte: Adaptada de Albrecht (1998). Segundo Albrecht (1998), esse ciclo de serviços é a cadeia contínua de eventos pela qual o cliente passa à medida que experimenta o serviço prestado por uma empresa. Sendo assim, é uma configuração natural e inconsciente que está na cabeça do cliente e que pode não ter coisa alguma a ver com o enfoque “técnico” estabelecido pela empresa. Observando essa configuração, Gianesi e Corrêa (2006) afirmam que podem existir três estados distintos nesse ciclo de serviços: o de qualidade excelente, quando o serviço supera o desejo ou a expectativa do consumidor; o de qualidade inadmissível, quando o serviço oferecido é inferior à expectativa do cliente; e o de qualidade gratificante, quando o serviço prestado satisfaz a expectativa do cliente. São momentos em que a empresa que presta serviços e o cliente se encontram frente a frente e que o cliente tem a oportunidade de experimentar a qualidade do serviço. Observando como se concretizam os diferentes momentos que constituem um ciclo de serviços, a empresa pode repensar inúmeros aspectos da gestão internos e externos, visto que um ciclo constitui ferramenta de auxílio tanto para o planejamento quanto para o controle de um serviço. Assim, é possível nortear decisões gerenciais do ciclo capazes de construir uma estratégia de serviço solidificada e válida. Qualidade na relação entre satisfação e serviço A satisfação é um dos principais elementos capazes de fi delizar um cliente e está intimamente ligada à qualidade do serviço prestado e à experiência viven- ciada pelo cliente junto a empresa. Ou seja, para o cliente, toda a experiência 7Marketing de serviços II adquirida durante a prestação do serviço infl uirá na determinação de sua percepção de qualidade, e a satisfação quase sempre está ligada às questões de comunicação e atendimento ao consumidor. Segundo Las Casas (2000, p. 225) “[...] comunicação e relacionamento formam a base da interpretação entre a empresa e seus clientes”. Quando os clientes sabem que são “ouvidos” e suas opiniões melhoram os processos, sentem-se gratifi cados e mantêm relação com a empresa, pois acreditam que serão atendidos quanto às suas necessidades e desejos. Segundo Kotler e Keller (2006, p. 139), “[...] a probabilidade de satisfação e repetição da compra depende de a oferta atender ou não a essa expectativa de valor” que o cliente busca. Essa relação entre satisfação e prestação de serviços deve ser muito bem observada pelos profissionais de marketing que atuam nas organizações, principalmente nos dias atuais, em que os clientes estão cada vez mais exigentes, que perdoam menos e têm poder de voz — sem falar que são abordados por mais concorrentes com ofertas iguais ou melho- res. Reconhecer que a satisfação dos clientes é um dos objetivos centrais da empresa é essencial. Para Gummesson (2005), é o momento, então, de as organizações volta- rem-se ao básico, de entender que o seu ponto central é o atendimento das necessidades humanas, sejam elas quais forem. No entanto, é necessário que as empresas vejam seu negócio do ponto de vista do consumidor, com foco no cliente e orientado para o mercado. Não podemos esquecer que a satisfação deve ser um processo contínuo, cíclico, pois os consumidores sempre buscam informações sobre o produto ou serviço antes mesmo de entrar numa loja física ou site. Por isso, também é importante que os funcionários detenham conhecimento da sua atividade, de modo a passar segurança ao cliente e satisfazer de forma rápida e eficaz as dúvidas desses clientes em potencial, conquistando-os e fidelizando-os. Essa relação entre o funcionário e o cliente, dentro da proposta do marketing de serviço, mostra-nos que a satisfação é largamente influenciada pelos valores dos serviços percebidos pelos consumidores e que, por consequência, tanto tem o poder de gerar maior lealdade dos consumidores na compra de seus produtos ou serviços quanto pode aumentar as vendas e lucratividade das empresas (HESKETT et al., 1994) (Figura 2). Marketing de serviços II8 Figura 2. Cadeia dos serviços. Fonte: Heskett et al. (1994, documento on-line). Grönroos (2003) também destaca que, nesse novo paradigma, o ponto central da diferenciação passa a ser a criação de valor para o consumidor, e esse valor não está necessariamente no produto ou serviço entregue, mas, sim, nos processos e nas interações, ou seja, nos encontros entre o cliente e seu fornecedor ou provedor de serviço. Kotler e Keller (2006, p. 139) contribuem ainda afirmando que: De modo geral, a satisfação é a sensação de prazer ou desapontamento re- sultante da comparação entre o desempenho (ou resultado) percebido de um produto e as expectativas de um comprador. Se o desempenho não alcançar as expectativas, o cliente ficará insatisfeito. Se alcançá-las, ele ficará satisfeito. Assim, devemos entender que o grande desafio do marketing de serviços não é deixar apenas seus clientes satisfeitos, mas, acima de tudo, tornar seus clientes fiéis, já que eles são termômetros de suas ações e estratégias. “Para empresas centradas no cliente, a satisfação de seus clientes é ao mesmo tempo uma meta e uma ferramenta de marketing” (KOTLER; KELLER, 2006, p. 144). 9Marketing de serviços II Os clientes fiéis serão aqueles que também divulgarão a marca e a empresa e, por meio do buzz marketing, farão o que chamamos de marketing boca a boca, disseminando sua satisfação em relação à empresa até que outras pessoas sejam influenciadas e impactadas por eles, já que a fidelidade cria um compromisso de comprar e recomendar repetidamente certos produtos e serviços. ALBRECHT, K. Revolução nos serviços: como as empresas podem revolucionar a maneira de tratar os seus clientes. 5. ed. São Paulo: Pioneira, 1998. GIANESI, I. G. N.; CORRÊA, H. L. Administração estratégica de serviços. São Paulo: Atlas, 2006. GRIFFIN, J. Um programa de fidelização. São Paulo: HSM Management, 2001. GRÖNROOS, C. Marketing: gerenciamento e serviços. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. GUMMESSON, E. Marketing de relacionamento total: gerenciamento de marketing, estratégia de relacionamento e abordagens de CRM para a economia de rede. Porto Alegre: Bookman, 2005. HESKETT, J. L. et al. Putting the service-profit chain to work. Harvard Business Review, [s. l.], v. 72, n. 2, p. 164-170, 1994. Disponível em: https://hbr.org/2008/07/putting-the- -service-profit-chain-to-work. Acesso em: 19 jun. 2019. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. LAS CASAS, A. L. Marketing: conceitos, exercícios, casos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2000. MACHADO, M. D.; QUEIROZ, T. R.; MARTINS, M. F. Mensuração da qualidade de serviço em empresas de fast food. 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EXERCÍCIOS 1) Os profissionais de marketing precisam conhecer as características dos serviços para desenvolver estratégias específicas para cada um deles. Para entender os serviços e as relações construídas por eles com os consumidores, os profissionais devem basear suas análises nos componentes do mix de marketing. Sobre os elementos que compõem este mix, podemos afirmar que: A) O mix de marketing de serviços inclui produtos, pois só é possível desenvolver estratégias com as empresas que trabalham com serviços e produtos. B) Para trabalhar o preço, deve se agregar a ele mais do que o valor do custo da realização do serviço. C) A praça tem sido esquecida pelos profissionais, uma vez que os serviços têm sido, na maioria das vezes, virtual. D) A promoção é sempre a melhor forma de dar desconto aos clientes que solicitam a contratação de determinado serviço. E) Para o marketing, é muito importante a qualidade do serviço, por isso os materiais usados devem ter um destaque maior que os colaboradores da organização. Para o marketing, o momento da verdade é aquele em que o consumidor entra em 2) contato com a empresa para verificar informações e, se possível, contratar o serviços oferecidos, passando a participar de todo ciclo do serviço. Esses momentos são muito importantes para a empresa se diferenciar de seus concorrentes e conquistar o cliente. Sobre o momento da verdade e suas consequências para a organização, é CORRETO afirmar que: A) O momento da verdade não acontece somente no primeiro contato, e sim em todas as fases do serviço. B) Quando se chega ao momento da verdade, o cliente já está com uma imagem construída sobre a empresa, a qual é difícil de se mudar. C) Um erro pode prejudicar uma fase, mas não consegue afetar todo o ciclo da prestação do serviço. D) O momento da verdade diz pouco sobre a satisfação do cliente, já que o processo contém muitas fases, e as reações variam em cada uma delas. E) O marketing tem pouca influência no momento da verdade, porque ele acontece na mente do cliente. 3) A percepção da qualidade do serviço recebido é o principal elemento para se avaliar a satisfação do consumidor com aquele serviço. É a partir da satisfação que o cliente volta a procurar a empresa, a indicá-la e, consequentemente, a gerar lucro para a organização. Pode-se dizer sobre a satisfação do cliente que: A) A expectativa do cliente e o desempenho do serviço oferecido são elementos usados para avaliar exclusivamente o encantamento do cliente. B) Quando o cliente se encontra na fase do encantamento pelo serviço recebido, percebe-se uma igualdade entre a expectativa e o desempenho. C) Somente os clientes encantados tendem a voltar a contratar o serviço, por isso deve ser o grande esforço do marketing superar as expectativas. D) Para gerar a satisfação do cliente, as empresas precisam ir além da expectativa, oferecendo algo novo a eles. E) Um cliente insatisfeito encontra uma expectativa no mesmo nível do desempenho da empresa. 4) Em qualquer área da prestação de serviços, erros são inevitáveis. A variabilidade é uma característica permanente dos serviços e acaba contribuindo para o cometimento de erros entre os prestadores de serviço. O marketing precisa desenvolver estratégias constantes para conseguir corrigir esses erros e manter ou alcançar a satisfação dos consumidores. Sobre este papel do marketing e os tipos de clientes afetados pelos erros, pode-se afirmar que: A) Nos serviços, por se tratar de relações entre as pessoas, a insatisfação acontece apenas quando os clientes não são bem tratados. B) A percepção da satisfação do cliente acontece somente quando ele dá um retorno, não sendo possível avaliar de outra forma. C) Os clientes passivos são aqueles que mais exigem do profissional de marketing, pois são aqueles que expõem o problema para os outros clientes. D) A Internet vem sendo utilizada, cada vez mais, para os clientes fazerem observações sobre os serviços que receberam. E) Os clientes chamados tagarelas são os mais agressivos quando não se sentem satisfeitos com o serviço. 5) A busca pela excelência deve ser o objetivo de todas as organizações prestadoras de serviços. Para que isso aconteça, é importante que o profissional de marketing esteja atento à reciclagem dos funcionários, ao aprimoramento dos conhecimentos e à apresentação ao mercado de novos serviços, novas técnicas, buscando sempre a valorização do consumidor sobre aquilo que está sendo ofertado. Sobre a excelência e suas características, é CORRETO afirmar que: A) O momento do atendimento é fundamental para que o cliente se encante com a prestadora de serviços. B) Os detalhes da empresa alimentam a satisfação dos clientes, mas só funcionam quando ele já tem a satisfação presente na relação com a empresa. C) A gentileza ao atender o cliente é muito mais importante para o consumidor do que o serviço em si. D) No triângulo do marketing de serviços, percebe-se que o marketing externo é que possibilita realizar o desejo do cliente. E) A gerência das organizações tem pouca influência em relação à satisfação dos clientes, pois não chega a atendê-los. NA PRÁTICA Para os profissionais de marketing é preciso entender e considerar o tempo de cada serviço, somando-se à expectativa do consumidor. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Observação de ciclos de serviços como análise da qualidade de restaurantes de buffet por quilo O estudo tem como objetivo observar os ciclos de serviços de quatro restaurantes de buffet por quilo para identificar forças e fraquezas dos diferentes momentos da verdade dos mesmos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Marketing aplicado Ler da página 2013 à 222. Ciclo de vida do Cliente para empresas de serviços O Portal Administradores disponibilizou em sua página um texto interessante sobre o ciclo de vida do cliente. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Marketing – Série A Esta é a quarta edição do livro de marketing que integra a série A. Totalmente colorido, com um projeto arrojado e jovial, como os demais títulos da coleção, este é um texto introdutório de marketing, concebido especialmente para estudantes de graduação. Ética no marketing APRESENTAÇÃO Nesta Unidade de Aprendizagem, vamos estudar o impacto da ética nas estratégias de marketing. A presença de princípios éticos em uma estratégia de marketing é essencial para a manutenção de uma imagem saudável da organização. Além disso, é por meio da ética que uma empresa mostra ao seu público seus valores e a imagem que pretende apresentar ao mercado. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Explicar os princípios éticos que regem o marketing.• Diferenciar estratégias éticas das estratégias oportunistas.• Identificar o papel da ética no marketing.• DESAFIO O desafio desta unidade de aprendizagem é mostrar que somos profissionais éticos, preparados para solucionar problemas internos e externos das organizações. Veja a lista abaixo: • Compras/compradores • Patrimônio interno• Responsabilidade ambiental • Propriedade intelectual • Qualidade do produto/serviço • Segurança. Como cada um desses itens pode ser afetado quando não há ética na empresa? Como deve ser a atitude correta da organização? - Orientação para a resposta: Você deve mostrar que entende a importância e presença da ética nas organizações, além de apresentar criatividade para solucionar os problemas que a falta desse princípio possa causar. INFOGRÁFICO O infográfico desta unidade de aprendizagem mostra a relação entre a ética e a boa imagem da organização. CONTEÚDO DO LIVRO Entender os princípios éticos que regem o marketing é fundamental para que os profissionais da área desenvolvam estratégias corretas, coerentes e que trabalhem a imagem da empresa de forma positiva. A relação criada pelo marketing entre as empresas e seus consumidores deve ser guiada por essas práticas com ética e princípios. Para entender mais sobre a importância da ética com os profissionais de marketing e seus trabalhos, faça a leitura do capítulo Ética no marketing do livro Administração de marketing. Boa leitura. ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING Anya Révillion Ética no marketing Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Explicar os princípios éticos que regem o marketing. Diferenciar estratégias éticas das estratégias oportunistas. Identificar o papel da ética no marketing. Introdução As empresas organizam-se a partir de processos de planejamento de posicionamento estratégico no mercado que são organizados por seu departamento de marketing, que projeta ações que visem maior rentabi- lidade e vantagem competitiva. No entanto, um elemento que deve ser fundamental nesse planejamento, embora nem sempre o seja, é a ética, a partir da qual as ações empresariais podem ser pautadas por princípios e valores morais adequados às sociedades. Neste capítulo, você vai aprender sobre o conceito de ética e como os princípios éticos do marketing estão diretamente relacionados à ética nos negócios, assim como os principais questionamentos éticos do sis- tema de marketing. Você também vai aprender sobre estratégias éticas e estratégias oportunistas de marketing por meio de exemplos reais de empresas que utilizam o marketing verde em contraponto às empresas que utilizam o greenwashing. Finalmente, você vai aprender a identificar diversos fatores que influenciam o comportamento ético em marketing na visão de Kerin et al. (2011). Princípios éticos do marketing Segundo Kerin et al. (2011, p. 92), “[...] ética é um conjunto de princípios e valores morais que governam as ações e as decisões de um indivíduo ou de um grupo. Ela serve como diretriz de como agir com correção e justiça quando se enfrenta dilemas morais”. Na visão dos autores, existem diferenças entre Identificação interna do documento OAGCS04RAN-UL6LVP1 o conceito de legalidade e o conceito de ética: “enquanto a ética lida com os princípios e valores morais de um indivíduo, as leis são valores sociais e padrões impostos por tribunais” (KERIN et al., 2011, p. 92). Isso quer dizer que nem todo comportamento antiético é necessariamente ilegal. Por exemplo, muitas campanhas publicitárias utilizam a imagem do corpo feminino de uma maneira que pode ser considerada antiética pelos consu- midores — o machismo claramente ainda está presente na comunicação de diversas marcas no Brasil e no mundo. E, embora não seja exclusividade desse segmento, a cerveja é uma das categorias mais simbólicas quando se fala em objetificação e estereótipo de gênero. No entanto, uma marca resolveu abandonar esse paradigma explorando uma questão até então ignorada pela maioria das concorrentes: o consumo responsável da bebida. A Heineken lançou no Brasil em 2016 uma versão local de sua campanha global de consumo responsável de bebida alcoólica. A propaganda foge do convencional nos comerciais de cerveja ao fazer uma homenagem àqueles que bebem moderadamente. No filme, os sóbrios são retratados como “heróis da noite” e jovens aparecem pedindo garrafas de água em festas e, por vezes, rejeitando uma nova garrafa de cerveja. “Levantam-se enquanto outros caem, conversam enquanto outros se calam... eles sabem quando é hora de agir e orgulham-se da noite na manhã seguinte. Sim, eles existem", diz o narrador “aqueles que bebem moderadamente” (G1, 2016, documento on-line). A marca afirma que essa campanha foi baseada em pesquisa com 5 mil jovens entre 21 e 35 anos em 5 países, incluindo o Brasil, apontando que o consumo responsável de bebidas é bem visto pela chamada geração Y — 59% desses jovens dizem que manter o controle sobre seus atos é a principal motivação para limitar o consumo de álcool. Assista o filme completo no link a seguir. https://qrgo.page.link/RL82G Segundo D’Ângelo (2003, p. 59), “[...] é impossível não associar as práticas de marketing àquelas que são fundamentais para a condução de um negócio e, estas, àquelas que sustentam o sistema capitalista”. O autor afirma que, historicamente, os objetivos das empresas e os objetivos dos clientes nem sempre coincidem. Atribui-se às empresas e aos seus sistemas de marketing a capacidade de estimular que os consumidores adquiram produtos e serviços como uma forma de não só satisfazer suas necessidades práticas de posse Ética no marketing2 Identificação interna do documento OAGCS04RAN-UL6LVP1 e utilização, mas também suas necessidades de fundo emocional e social. A satisfação dessas necessidades seria estimulada pela propaganda e tomaria forma em produtos considerados supérfluos e dispensáveis. Ao longo do tempo, o estímulo crescente ao consumo seria responsável por criar uma sociedade excessivamente apegada aos bens materiais e desprovida de limites éticos para a sua obtenção. A seguir, você pode conferir alguns questionamentos éticos ao sistema de marketing empresarial que D’Ângelo (2003) apresenta. Os departamentos de marketing criam desejos e necessidades ou sim- plesmente os satisfaz? Esesses desejos e necessidades do consumidor se moldam aos interesses da empresa? As ações de marketing contribuem para um apego excessivo às posses materiais? O marketing se aproveita das fraquezas e dificuldades emocionais das pessoas para o comércio de produtos e serviços? No desenvolvimento constante de novos produtos e serviços, o marketing estimula o desperdício e a insatisfação permanente dos consumidores? O marketing desenvolve e promove produtos prejudiciais aos consu- midores, aumentando, com isso, os custos sociais que resultam de sua comercialização? Estratégias éticas versus estratégias oportunistas Para Arantes (2005, p. 999), “[...] a ética no marketing está inserida na ética dos negócios que é defi nida implícita ou explicitamente na missão da organização, e o marketing possui seu plano de ação atrelado ao planejamento estratégico da empresa”. A ética deve, portanto, ser encarada como posicionamento estra- tégico pelas empresas que visam o lucro em seu processo de negócio. Por sua vez, as estratégias que motivam e viabilizam o processo de troca da empresa com o mercado utilizam as ferramentas de marketing, as quais podem vir a ser alvo de críticas em função dos aspectos ligados ao estímulo à compra por determinados produtos ou serviços. Nesse sentido, uma das estratégias de estímulo à compra, do ponto de vista da sustentabilidade, ocorre por meio de ações de marketing verde. Churchill Jr. e Peter (2000, p. 44) assinalam que marketing verde consiste em “[...] atividades de marketing destinadas a minimizar os efeitos negativos sobre o ambiente físico ou melhorar sua qualidade”. 3Ética no marketing Identificação interna do documento OAGCS04RAN-UL6LVP1 Mas esse conceito vai muito além de apenas colocar produtos ambiental- mente responsáveis no mercado. A American Marketing Association (AMA) (2019a) define o marketing verde de três maneiras. Definição de varejo: a comercialização de produtos ambientalmente seguros. Definição de marketing social: o desenvolvimento e comercialização de produtos projetados para minimizar os efeitos negativos sobre o ambiente físico ou para melhorar sua qualidade. Definição ambiental: os esforços das organizações para produzir, pro- mover, empacotar e recuperar produtos de uma maneira sensível às preocupações ecológicas. Marques (2017) nos apresenta algumas grandes empresas conhecidas por terem adotado o marketing verde. Unilever: administra mais de 400 marcas e reduziu pela metade a emis- são de gases do efeito estufa nos últimos 15 anos com a fabricação de produtos ecológicos e a utilização de embalagens facilmente recicláveis ou biodegradáveis. Natura: pioneira em marketing verde no Brasil, lançou uma linha de produtos com embalagens recicláveis e redução na emissão de car- bono em sua fabricação. Também está desenvolvendo um programa em processo de desenvolvimento que pretende usar carros elétricos nas operações de logística da empresa. Johnson e Johnson: é a segunda maior empresa que faz uso de energia solar nos Estados Unidos e, nos últimos 20 anos, vem trabalhando con- sistentemente para reduzir os desperdícios de produção. Em janeiro de 2011, lançou um plano de negócios com o objetivo de tornar a empresa a mais ambientalmente responsável do mundo. Porém, muitas empresas utilizam estratégias oportunistas de marketing verde, o chamado greenwashing. Esse termo tem sido comumente utilizado para denominar o modo de comunicação desenvolvido por governos ou empresas na tentativa de mascarar informações que podem revelar um fraco desempenho ambiental em relação a seus produtos e serviços. Essa desinformação é uma estratégia de inserir a organização no cenário do desenvolvimento sustentável e conquistar a confiança do consumidor (FUNVERDE, 2010). Ética no marketing4 Identificação interna do documento OAGCS04RAN-UL6LVP1 Um exemplo de aplicação das estratégias do greenwashing pode ser encontrado na comunicação da montadora de automóveis Fiat. Em 2017, a Fiat foi denunciada ao CO- NAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) por usar a denominação “Pneu Superverde” em seus carros sem maiores explicações e comprovações. Segundo a publicidade divulgada, o pneu contaria com tecnologia sustentável que garantiria o baixo consumo de combustível e alta durabilidade, contribuindo para a conservação do meio ambiente. No entanto, ainda que o pneu apresentasse os benefícios citados, existem outros fatores envolvidos na produção, uso e descarte que descaracterizam o título de “verde” do produto. O CONAR decidiu que o anúncio não atendeu aos princípios constantes no artigo 36 do Conselho, que diz que as informações ambientais devem ser exatas e precisas, devem ter relação com os processos de produção e comercialização dos produtos e que é necessário que o benefício ambiental salientado seja significativo em termos de impacto total do produto e do serviço sobre o meio ambiente, em todo o seu ciclo de vida, ou seja, na sua produção, uso e descarte (G1, 2017, documento on-line). Um dos problemas resultantes desse tipo de propaganda é que empresas que atuam no mercado de forma ética acabam sendo confundidas com empresas praticantes do greenwashing. Para o consumidor, é difícil perceber a diferença entre um produto que responde aos quesitos da sustentabilidade ambiental e um que não condiz devido à utilização de informações falsas, o que acaba criando dúvidas para quem consome. 5Ética no marketing Identificação interna do documento OAGCS04RAN-UL6LVP1 Em seu livro Design Gráfico Sustentável, Dougherty (2011) cita a empresa TerraChoice, especializada em pesquisa mercadológica ambiental, que analisou 1000 produtos com pretensões ecológicas. Nesse levantamento, descobriu-se que quase nenhum dos produtos respaldava clara e completamente suas afirmações e, com base nos resultados, a empresa identificou “os seis pecados do greenwashing”. Veja-os a seguir. Malefícios esquecidos: quando a afirmação ecológica baseia-se em um conjunto muito estreito de critérios, mascarando os impactos ambientais negativos de outros aspectos do produto. Falta de provas: quando há uma afirmação ecológica que não fornece um acesso claro à informação que lhe dá suporte, não existindo certificação ou outro tipo de comprovação, como, por exemplo, os percentuais de reciclagem ou degradação dos materiais presentes nas embalagens. Promessa vaga: quando se afirma algo demasiado vago, deixando-o sem sentido; por exemplo, produtos ditos “naturais”, mas não necessariamente benéficos ao meio ambiente, como urânio e mercúrio. Irrelevância: quando a afirmação sugere um benefício ambiental, mas que, na verdade, é inútil para os consumidores que buscam produtos ambientalmente corretos, como a isenção de produtos químicos que, por lei, já são assegurados. Dois demônios: quando há afirmativas sobre benefícios relativos em uma determi- nada categoria de um produto e negligência quanto à fraqueza dessa categoria como um todo. Mentira: quando há afirmações falsas que expõem as empresas à responsabilidade legal direta, como selos que não são reconhecidos representando economia de energia ou uso de matérias-primas devidamente legalizadas. O papel da ética no marketing Existem diversos fatores que, segundo Kerin et al. (2011), infl uenciam no comportamento ético desenvolvido na área do marketing. A Figura 1 mostra esses fatores e seus relacionamentos. Ética no marketing6 Identificação interna do documento OAGCS04RAN-UL6LVP1 Figura 1. Estrutura para compreender o comportamento ético. Fonte: Kerin et al. (2011, p. 94). A cultura pode ser definida como um conjunto de ideias, comportamentos, valores e práticas sociais passados de geração em geração por meio da vida em sociedade. A cultura serve como um padrão que dita o que é moralmente certo e justo, e isso pode variar de dependendo do tipo de sociedade. Por exemplo, em determinados países, a poligamia é considerada uma prática correta, enquanto em outras é considerada um comportamento moralmente condenável. Segundo Kerin et al. (2011, p. 94), “[...] os valores e atitudes sociais também afetam os relacionamentos éticos e legais entre indivíduos, grupos e organizações empresa- riais”. A prática da pirataria é um exemplo, conforme você pode verificar a seguir. Para Eduardo Carneiro, superintendente de fiscalização da ANCINE (Agência Nacional do Cinema), o principal entrave ao combate à pirataria é que brasileiros veem essa prática como crime aceitável. Segundo Carneiro, não é uma questão de preço da TV por assinatura, mas uma questão cultural, já que as pessoas acham que não há problema em piratear o serviço. Em 2017, ocorreram 300 bilhões de acessos a plataformas que distribuem conteúdo pirata em todo o mundo, e o Brasil ocupa a quarta posição em número de acessos, com 12,7 bilhões por ano. Devido ao mercado ilegal, o governo brasileiro deixa de arrecadar R$ 130 bilhões a cada ano. Além disso, o combate à pirataria deve ser feito não só pela perda de arrecadação para órgãos públicos, mas também por uma questão de segurança pública. Um relatório da EUROPOL (polícia europeia) aponta que os três maiores financiadores do crime organizado são a falsificação de documentos, a lavagem de dinheiro e a pirataria. Nesse cenário, os prejuízos para a cadeia de TV por assinatura são milionários, impactando em 150 mil empregos a menos na indústria do audiovisual (GOMES, 2019). 7Ética no marketing Identificação interna do documento OAGCS04RAN-UL6LVP1 Já a cultura empresarial significa o conjunto de valores, crenças, ritu- ais e normas adotadas por um determinado setor ou indústria. Para Kerin et al. (2011, p. 95), “[...] as culturas empresariais englobam os limites entre o comportamento competitivo e o comportamento antiético, assim como os códigos de conduta na condução dos negócios.A cultura empresarial afeta a conduta ética no relacionamento de troca entre vendedores e compradores e no comportamento competitivo entre vendedores”. Nos países desenvolvidos e na grande maioria dos países em desenvolvi- mento, existe uma preocupação de assegurar aos consumidores/compradores que essas trocas sejam realizadas de forma ética, por meio de um código de defesa do consumidor. Sobre o caso do Brasil, você pode conferir os direitos básicos do consumidor no Quadro 1, a seguir. DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR Art. 6º, do Código de Defesa do Consumidor (CDC) Proteção da vida e da saúde. Antes de comprar um produto ou utilizar um serviço você deve ser avisado, pelo fornecedor, dos possíveis riscos que podem oferecer à sua saúde ou segurança. Educação para o consumo. Você tem o direito de receber orientação sobre o consumo adequado e correto dos produtos e serviços. Liberdade de escolha de produtos e serviços. Você tem todo o direito de escolher o produto ou serviço que achar melhor. Informação. Todo produto deve trazer informações claras sobre sua quantidade, peso, composição, preço, riscos que apresenta e sobre o modo de utilizá-lo. Antes de contratar um serviço você tem direito a todas as informações de que necessitar. Proteção contra publicidade enganosa e abusiva. O consumidor tem o direito de exigir que tudo o que for anunciado seja cum- prido. Se o que foi prometido no anúncio não for cumprido, o consumidor tem direito de cancelar o contrato e receber a devolução da quantia que havia pago. A publicidade enganosa e a abusiva são proibidas pelo Código de Defesa do Consumidor. São consideradas crime (art. 67, CDC). Quadro 1. Cartilha do Consumidor — direitos básicos do consumidor (Continua) Ética no marketing8 Identificação interna do documento OAGCS04RAN-UL6LVP1 Fonte: Adaptado de Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (1999). DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR Art. 6º, do Código de Defesa do Consumidor (CDC) Proteção contratual. Quando duas ou mais pessoas assinam um acordo ou um formulário com cláusulas pré-redigidas por uma delas, concluem um contrato, assumindo obrigações. O Código protege o consumidor quando as cláusulas do contrato não forem cumpridas ou quando forem prejudiciais ao consumidor. Neste caso, as cláusulas podem ser anuladas ou modificadas por um juiz. O contrato não obriga o consumidor caso este não tome conhecimento do que nele está escrito. Indenização. Quando for prejudicado, o consumidor tem o direito de ser indenizado por quem lhe vendeu o produto ou lhe prestou o serviço, inclusive por danos morais. Acesso à Justiça. O consumidor que tiver os seus direitos violados pode recorrer à Justiça e pedir ao juiz que determine ao fornecedor que eles sejam respeitados. Facilitação da defesa dos seus direitos. O Código de Defesa do Consumidor facilitou a defesa dos direitos do consu- midor, permitindo até mesmo que, em certos casos, seja invertido o ônus de provar os fatos. Qualidade dos serviços públicos. Existem normas no Código de Defesa do Consumidor que asseguram a pres- tação de serviços públicos de qualidade, assim como o bom atendimento do consumidor pelos órgãos públicos ou empresas concessionárias desses serviços. Quadro 1. Cartilha do Consumidor — direitos básicos do consumidor (Continuação) Kerin et al. (2011, p. 96) destacam, ainda, que “[...] a cultura empresarial também afeta o comportamento ético na concorrência. Nesse sentido, dois tipos de comportamentos antiéticos são mais comuns: espionagem comercial e suborno”. Espionagem comercial é a prática de obter informações de caráter secreto ou confidencial sobre governos, organizações, empresas ou até mesmo pessoas físicas, sem a sua autorização, para alcançar vantagem política, econômica, tecnológica ou social. As atividades de espionagem incluem furto, fraude, 9Ética no marketing Identificação interna do documento OAGCS04RAN-UL6LVP1 engodo, grampo telefônico, busca de informações no lixo do concorrente e violações de contratos de empregados. A segunda forma de comportamento competitivo antiético é dar e receber subornos e propinas, que são frequentemente disfarçados como presentes, taxas de consultoria e favores. Em geral, essa prática é mais evidente em indústrias com intensa concorrência e em países nos primeiros estágios de desenvolvimento econômico. A Transparência Internacional é uma organização não governamental apartidá- ria, sem alinhamentos ideológicos, sem fins lucrativos, dedicada à luta contra a corrupção e presente em mais de 100 nações. É responsável por pesquisar e divulgar, anualmente, o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) ao redor do mundo. No ano de 2019, foi divulgado o IPC 2018, que revelou que o fracasso contínuo da maioria dos países em controlar significativamente a corrupção está contribuindo para uma crise da democracia em todo o mundo (HORNSBY; POLLAKUSKY, 2019). Para ler esse e outros relatórios, busque em seu navegador a página oficial da organização. Finalmente, uma terceira influência sobre as práticas éticas é a cultura corporativa. Conforme Kerin et al. (2011, p. 98), “[...] cultura corporativa é um conjunto de valores, ideias e atitudes aprendidos e compartilhados entre os membros de uma organização. A cultura de uma empresa demonstra como seus empregados se vestem, falam e seu modo de trabalho”. A cultura corpo- rativa também está presente nas expectativas por um comportamento ético presente nos códigos de ética formais e nas ações práticas dos profissionais em suas condutas cotidianas. O código de ética é uma declaração formal de princípios éticos e regras de conduta. A American Marketing Association (AMA) (2019b) apresenta o código de ética dos profissionais de marketing com as normas a seguir. Evitar ações ou omissões prejudiciais ao incorporar padrões éticos e aderir a todas as leis e regulamentos aplicáveis nas escolhas realizadas. Promover a confiança no sistema de marketing, ou seja, lutar pela boa fé, de modo a contribuir para a eficácia do processo de troca, bem como Ética no marketing10 Identificação interna do documento OAGCS04RAN-UL6LVP1 evitar enganos em relação ao design do produto, preços praticados, comunicação e entrega. Abraçar valores éticos, ou seja, construir relacionamentos e aumentar a confiança do consumidor na integridade do marketing, afirmando os seguintes valores fundamentais: honestidade, responsabilidade, justiça, respeito, transparência e cidadania. No Brasil, o código de ética do profissional de marketing foi proposto pela Associação Brasileira de Marketing e Negócios (ABMN) em parceria com a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) em 1999. Filosofia moral pessoal e comportamento ético Kerin et al. (2011, p. 100) afi rmam que: [...] as escolhas éticas são fundamentadas na filosofia moral pessoal do tomador de decisão. A filosofia moral é aprendida por meio do processo de socialização com amigos e familiares e pela educação formal. Também é influenciada pela cultura social, empresarial e corporativa onde uma pessoa se encontra. Duas importantes filosofias morais pessoais têm influência direta sobre a prática de marketing: o idealismo moral e o utilitarismo. O idealismo moral consiste na criação de normas de ação tidas como perfeitas, ideais e apresentadas como objetivos a serem alcançados. “É uma filosofia moral pessoal que considera determinados direitos ou responsa- bilidades individuais como universais, independentemente do resultado” (KERIN et al., 2011, p. 100). Por exemplo, o direito de saber se aplica aos prováveis defeitos de um automóvel relacionados com a segurança. Por isso, as empresas têm o dever moral de alertar seus consumidores caso descubram algum problema em seus produtos, mesmo que isso signifique um prejuízo financeiro considerável. O utilitarismo consiste na ideia de que uma ação só pode ser considerada moralmente correta se as suas consequências