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Lei 13 964 - 2019 - Lei Anticrime

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Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 1 
 
 
 
 
 
 
Lei Anticrime 
Lei 13.964 de 24 de dezembro de 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIGOR EM 23/01/2020 – 
2022 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Considerações sobre contagem de prazo (entrada em vigor) 
 
Lei Anticrime: Art. 20. Esta Lei entra em vigor após decorridos 30 (trinta) dias de sua publicação oficial. 
 
LC 95/1998: Art. 8o A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo 
razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de 
sua publicação" para as leis de pequena repercussão. 
 
§ 1o A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á 
com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à 
sua consumação integral. 
 
24/12/2019 – Data da publicação. Início da contagem. 
22/01/2020 – 30 dias corridos a partir do termo (24/12/2019). 
23/01/2020 – Entrada em vigor – dia subsequente à consumação integral. 
 
 
VIGOR EM 23/01/2020 
 
 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 3 
SUMÁRIO 
 
VETOS.........................................................................................................................................................04 
 
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS RELEVANTES............................................................................................10 
 
SUPERAÇÃO LEGISLATIVA DA JURISPRUDÊNCIA E ATIVISMO CONGRESSUAL....................17 
 
RESUMO DAS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES / INCLUSÕES NO CP E CPP..........................................20 
 
ALTERAÇÕES E INCLUSÕES PROMOVIDAS PELA LEI ANTICRIME.......................................22 
 
CÓDIGO PENAL – PARTE GERAL..........................................................................................................22 
 
CÓDIGO PENAL – PARTE ESPECIAL.....................................................................................................26 
 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL.............................................................................................................29 
 
LEI DE EXECUÇÃO PENAL.....................................................................................................................52 
 
DEMAIS LEIS EXTRAVAGANTES.........................................................................................................59 
 
PONTOS SUSPENSOS PELO STF.............................................................................................................81 
 
DERRUBADA DOS VETOS......................................................................................................................82 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 4 
VETOS 
 
Código Penal 
 Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
 
Texto legal vetado Razões do veto 
Homicídio qualificado pelo emprego de arma de 
fogo de uso restrito ou proibido 
 
Art. 121. Matar alguém: 
 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
 
VIII - com emprego de arma de fogo de uso 
restrito ou proibido: 
 
 
A propositura legislativa, ao prever como qualificadora do crime 
de homicídio o emprego de arma de fogo de uso restrito ou 
proibido, sem qualquer ressalva, viola o princípio da 
proporcionalidade entre o tipo penal descrito e a pena cominada, 
além de gerar insegurança jurídica, notadamente aos agentes de 
segurança pública, tendo em vista que esses servidores poderão ser 
severamente processados ou condenados criminalmente por 
utilizarem suas armas, que são de uso restrito, no exercício de suas 
funções para defesa pessoal ou de terceiros ou, ainda, em situações 
extremas para a garantia da ordem pública, a exemplo de conflito 
armado contra facções criminosas 
Veto derrubado em 29/04/2021. 
Aumento de pena para calúnia, difamação e injúria 
pelas redes sociais da internet 
 
Art. 141. 
 
§ 2º Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer 
modalidades das redes sociais da rede mundial de 
computadores, aplica-se em triplo a pena. 
 
A propositura legislativa, ao promover o incremento da pena no 
triplo quando o crime for cometido ou divulgado em quaisquer 
modalidades das redes sociais da rede mundial de computadores, 
viola o princípio da proporcionalidade entre o tipo penal descrito 
e a pena cominada, notadamente se considerarmos a existência da 
legislação atual que já tutela suficientemente os interesses 
protegidos pelo Projeto, ao permitir o agravamento da pena em um 
terço na hipótese de qualquer dos crimes contra a honra ser 
cometido por meio que facilite a sua divulgação. 
 
Ademais a substituição da lavratura de termo circunstanciado 
nesses crimes, em razão da pena máxima ser superior a dois anos, 
pela necessária abertura de inquérito policial, ensejaria, por 
conseguinte, superlotação das delegacias, e, com isso, redução do 
tempo e da força de trabalho para se dedicar ao combate de crimes 
graves, tais como homicídio e latrocínio. 
Veto derrubado em 29/04/2021. 
 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 5 
Código de Processo Penal 
 Decreto-Lei Nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. 
 
Texto legal vetado Razões do veto 
Art. 3º-B 
 
§ 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de 
prisão provisória será encaminhado à presença do juiz 
de garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, 
momento em que se realizará audiência com a presença 
do Ministério Público e da Defensoria Pública ou de 
advogado constituído, vedado o emprego de 
videoconferência. 
A propositura legislativa, ao suprimir a possibilidade da realização 
da audiência por videconferência, gera insegurança jurídica ao 
ser incongruente com outros dispositivos do mesmo código, a 
exemplo do art. 185 e 222 do Código de Processo Penal, os quais 
permitem a adoção do sistema de videoconferência em atos 
processuais de procedimentos e ações penais, além de dificultar a 
celeridade dos atos processuais e do regular funcionamento da 
justiça, em ofensa à garantia da razoável duração do processo, nos 
termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (RHC 
77580/RN, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 
DJe de 10/02/2017). 
 
Ademais, o dispositivo pode acarretar em aumento de despesa, 
notadamente nos casos de juiz em vara única, com apenas um 
magistrado, seja pela necessidade de pagamento de diárias e 
passagens a outros magistrados para a realização de uma única 
audiência, seja pela necessidade premente de realização de 
concurso para a contratação de novos magistrados, violando as 
regras do art. 113 do ADCT, bem como dos arts. 16 e 17 LRF e 
ainda do art. 114 da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2019 (Lei 
nº 13.707, de 2018) 
Veto derrubado em 29/04/2021. 
Art. 14-A 
 
§ 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos 
termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá 
preferencialmente à Defensoria Pública, e, nos locais em 
que ela não estiver instalada, a União ou a Unidade da 
Federação correspondente à respectiva competência 
territorial do procedimento instaurado deverá 
disponibilizar profissional para acompanhamento e 
realização de todos os atos relacionados à defesa 
administrativa do investigado. 
 
§ 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º 
deste artigo deverá ser precedida de manifestação de que 
não existe defensor público lotado na área territorial 
onde tramita o inquéritoe com atribuição para nele 
atuar, hipótese em que poderá ser indicado profissional 
que não integre os quadros próprios da Administração. 
 
§ 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, 
os custos com o patrocínio dos interesses dos 
investigados nos procedimentos de que trata este artigo 
correrão por conta do orçamento próprio da instituição 
a que este esteja vinculado à época da ocorrência dos 
fatos investigados 
A propositura legislativa, ao prever que os agentes investigados em 
inquéritos policiais por fatos relacionados ao uso da força letal 
praticados no exercício profissional serão defendidos 
prioritariamente pela Defensoria Pública e, nos locais em que ela 
não tiver instalada, a União ou a Unidade da Federação 
correspondente deverá disponibilizar profissional, viola o disposto 
no art. 5º, inciso LXXIV, combinado com o art. 134, bem como os 
arts. 131 e 132, todos da Constituição da República, que confere à 
Advocacia-Geral da União e às Procuradorias dos Estados e do 
Distrito Federal, também Função Essencial à Justiça, a 
representação judicial das respectivas unidades federadas, e destas 
competências constitucionais deriva a competência de representar 
judicialmente seus agentes públicos, em consonância com a 
jurisprudência do Supremo Tribunal 
Veto derrubado em 29/04/2021. 
 
 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 6 
Código de Processo Penal Militar 
Decreto-Lei Nº 1.002, de 21 de outubro de 1969. 
 
Texto legal vetado Razões do veto 
Art. 16 –A 
 
§ 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos 
termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá 
preferencialmente à Defensoria Pública e, nos locais em 
que ela não estiver instalada, a União ou a Unidade da 
Federação correspondente à respectiva competência 
territorial do procedimento instaurado deverá 
disponibilizar profissional para acompanhamento e 
realização de todos os atos relacionados à defesa 
administrativa do investigado. 
 
§ 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º 
deste artigo deverá ser precedida de manifestação de que 
não existe defensor público lotado na área territorial 
onde tramita o inquérito e com atribuição para nele 
atuar, hipótese em que poderá ser indicado profissional 
que não integre os quadros próprios da Administração. 
 
§ 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, 
os custos com o patrocínio dos interesses do investigado 
nos procedimentos de que trata esse artigo correrão por 
conta do orçamento próprio da instituição a que este 
esteja vinculado à época da ocorrência dos fatos 
investigados. 
A propositura legislativa, ao prever que os agentes investigados em 
inquéritos policiais por fatos relacionados ao uso da força letal 
praticados no exercício profissional serão defendidos 
prioritariamente pela Defensoria Pública e, nos locais em que ela 
não tiver instalada, a União ou a Unidade da Federação 
correspondente deverá disponibilizar profissional, viola o disposto 
no art. 5º, inciso LXXIV, combinado com o art. 134, bem como os 
arts. 131 e 132, todos da Constituição da República, que confere à 
Advocacia-Geral da União e às Procuradorias dos Estados e do 
Distrito Federal, também Função Essencial à Justiça, a 
representação judicial das respectivas unidades federadas, e destas 
competências constitucionais deriva a competência de representar 
judicialmente seus agentes públicos, em consonância com a 
jurisprudência do Supremo Tribunal 
Veto derrubado em 29/04/2021. 
 
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Lei de Execução Penal - LEP 
Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 
 
Texto legal vetado Razões do veto 
Art. 112 
 
§ 7º O bom comportamento é readquirido após 1 (um) 
ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cumprimento 
do requisito temporal exigível para a obtenção do 
direito. 
A propositura legislativa, ao dispor que o bom comportamento, 
para fins de progressão de regime, é readquirido após um ano da 
ocorrência do fato, ou antes, após o cumprimento do requisito 
temporal exigível para a obtenção do direito, contraria o interesse 
público, tendo em vista que a concessão da progressão de 
regime depende da satisfação de requisitos não apenas 
objetivos, mas, sobretudo de aspectos subjetivos, consistindo 
este em bom comportamento carcerário, a ser comprovado, a partir 
da análise de todo o período da execução da pena, pelo diretor do 
estabelecimento prisional. Assim, eventual pretensão de 
objetivação do requisito vai de encontro à própria natureza do 
instituto, já pré-concebida pela Lei nº 7.210, de 1984, além de 
poder gerar a percepção de impunidade com relação às faltas e 
ocasionar, em alguns casos, o cometimento de injustiças em 
relação à concessão de benesses aos custodiados. 
Art. 9º-A. O condenado por crime doloso praticado com 
violência grave contra a pessoa, bem como por crime 
contra a vida, contra a liberdade sexual ou por crime 
sexual contra vulnerável, será submetido, 
obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, 
mediante extração de DNA (ácido desoxirribonucleico), 
por técnica adequada e indolor, por ocasião do ingresso 
no estabelecimento prisional. 
“A proposta legislativa, ao alterar o caput do art. 9º-A, suprimindo 
a menção expressa aos crimes hediondos, previstos na Lei nº 8.072, 
de 1990, em substituição somente a tipos penais específicos, 
contraria o interesse público, tendo em vista que a redação acaba 
por excluir alguns crimes hediondos considerados de alto 
potencial ofensivo, a exemplo do crime de genocídio e o de posse 
ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, além daqueles que 
serão incluídos no rol de crimes hediondos com a sanção da 
presente proposta, tais como os crimes de comércio ilegal de armas, 
de tráfico internacional de arma e de organização criminosa. 
Art. 9º-A 
 
§ 5º A amostra biológica coletada só poderá ser utilizada 
para o único e exclusivo fim de permitir a identificação 
pelo perfil genético, não estando autorizadas as práticas 
de fenotipagem genética ou de busca familiar. 
A propositura legislativa, ao vedar a utilização da amostra 
biológica coletada para fins de fenotipagem e busca familiar 
infralegal, contraria o interesse público por ser uma técnica que 
poderá auxiliar no desvendamento de crimes reputados graves, a 
exemplo de identificação de irmãos gêmeos, que compartilham o 
mesmo perfil genético, e da busca familiar simples para identificar 
um estuprador, quando o estupro resulta em gravidez, valendo-se, 
no caso, do feto abortado ou, até mesmo, do bebê, caso a gestação 
seja levada a termo. 
Art. 9º-A 
 
§ 6º Uma vez identificado o perfil genético, a amostra 
biológica recolhida nos termos do caput deste artigo 
deverá ser correta e imediatamente descartada, de 
maneira a impedir a sua utilização para qualquer outro 
fim. 
A proposta legislativa, ao prever o descarte imediato da amostra 
biológica, uma vez identificado o perfil genético, contraria o 
interesse público tendo em vista que a medida pode impactar 
diretamente no exercício do direito da defesa, que pode solicitar a 
refeitura do teste, para fins probatórios. Ademais, as melhores 
práticas e recomendações internacionais dizem que após a 
obtenção de uma coincidência (match) a amostra do indivíduo deve 
ser novamente testada para confirmação do resultado. Trata-se de 
procedimento de controle de qualidade com o objetivo de evitar 
erros. 
Art. 9º-A 
 
§ 7º A coleta da amostra biológica e a elaboração do 
respectivo laudo serão realizadas por perito oficial. 
A proposta legislativa, ao determinar que a coleta da amostra 
biológica ficará a cargo de perito oficial, contraria o interesse 
público, notadamente por se tratar de mero procedimento de 
retirada do material. Ademais,embora a análise da amostra 
biológica e a elaboração do respectivo laudo pericial sejam 
atribuições exclusivas de perito oficial, já existe um consenso que 
a coleta deve ser supervisionada pela perícia oficial, não 
necessariamente realizada por perito oficial. Além disso, tal 
restrição traria prejuízos à execução da medida e até mesmo a 
inviabilizaria em alguns estados em que o número de peritos 
oficiais é insuficiente. 
Todos os vetos da LEP foram derrubados em 29/04/2021. 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 8 
 
Lei de Interceptação Telefônica 
Lei Nº 9.296, de 24 de julho De 1996. 
 
Texto legal vetado Razões do veto 
Art. 8º-A 
 
§ 2º A instalação do dispositivo de captação ambiental 
poderá ser realizada, quando necessária, por meio de 
operação policial disfarçada ou no período noturno, 
exceto na casa, nos termos do inciso XI do caput do art. 
5º da Constituição Federal. 
A propositura legislativa, gera insegurança jurídica, haja vista que, 
ao mesmo tempo em que admite a instalação de dispositivo de 
captação ambiental, esvazia o dispositivo ao retirar do seu alcance 
a ‘casa’, nos termos do inciso XI do art. 5º da Lei Maior. Segundo 
a doutrina e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o 
conceito de ‘casa’ deve ser entendido como qualquer 
compartimento habitado, até mesmo um aposento que não seja 
aberto ao público, utilizado para moradia, profissão ou atividades, 
nos termos do art. 150, § 4º, do Código Penal. 
Art. 8º-A 
 
§ 4º A captação ambiental feita por um dos 
interlocutores sem o prévio conhecimento da autoridade 
policial ou do Ministério Público poderá ser utilizada, 
em matéria de defesa, quando demonstrada a 
integridade da gravação. 
A propositura legislativa, ao limitar o uso da prova obtida mediante 
a captação ambiental apenas pela defesa, contraria o interesse 
público uma vez que uma prova não deve ser considerada lícita 
ou ilícita unicamente em razão da parte que beneficiará, sob 
pena de ofensa ao princípio da lealdade, da boa-fé objetiva e da 
cooperação entre os sujeitos processuais, além de se representar 
um retrocesso legislativo no combate ao crime. 
 
Ademais, o dispositivo vai de encontro à jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal, que admite utilização como prova da 
infração criminal a captação ambiental feita por um dos 
interlocutores, sem o prévio conhecimento da autoridade policial 
ou do Ministério Público, quando demonstrada a integridade da 
gravação 
Todos os vetos da LEP foram derrubados em 29/04/2021. 
 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 9 
Lei de Improbidade Administrativa 
Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 
 
Texto legal vetado Razões do veto 
Art. 17-A 
 
§ 2º O acordo também poderá ser celebrado no curso de 
ação de improbidade. 
A propositura legislativa, ao determinar que o acordo também 
poderá ser celebrado no curso de ação de improbidade, contraria o 
interesse público por ir de encontro à garantia da efetividade da 
transação e do alcance de melhores resultados, comprometendo a 
própria eficiência da norma jurídica que assegura a sua realização, 
uma vez que o agente infrator estaria sendo incentivado a continuar 
no trâmite da ação judicial, visto que disporia, por lei, de um 
instrumento futuro com possibilidade de transação. 
Art. 17-A. O Ministério Público poderá, conforme as 
circunstâncias do caso concreto, celebrar acordo de não 
persecução cível, desde que, ao menos, advenham os 
seguintes resultados: 
 
I - o integral ressarcimento do dano; 
 
II - a reversão, à pessoa jurídica lesada, da 
vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de 
agentes privados; 
 
III - o pagamento de multa de até 20% (vinte por 
cento) do valor do dano ou da vantagem auferida, 
atendendo a situação econômica do agente. 
 
§ 1º Em qualquer caso, a celebração do acordo levará 
em conta a personalidade do agente, a natureza, as 
circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato 
de improbidade, bem como as vantagens, para o 
interesse público, na rápida solução do caso. 
 
§ 3º As negociações para a celebração do acordo 
ocorrerão entre o Ministério Público e o investigado ou 
demandado e o seu defensor. 
 
§ 4º O acordo celebrado pelo órgão do Ministério 
Público com atribuição, no plano judicial ou 
extrajudicial, deve ser objeto de aprovação, no prazo de 
até 60 (sessenta) dias, pelo órgão competente para 
apreciar as promoções de arquivamento do inquérito 
civil. 
 
§ 5º Cumprido o disposto no § 4º deste artigo, o acordo 
será encaminhado ao juízo competente para fins de 
homologação. 
A propositura legislativa, ao determinar que caberá ao Ministério 
Público a celebração de acordo de não persecução cível nas ações 
de improbidade administrativa, contraria o interesse público e gera 
insegurança jurídica ao ser incongruente com o art. 17 da própria 
Lei de Improbidade Administrativa, que se mantém inalterado, o 
qual dispõe que a ação judicial pela prática de ato de improbidade 
administrativa pode ser proposta pelo Ministério Público e/ou 
pessoa jurídica interessada leia-se, aqui, pessoa jurídica de direito 
público vítima do ato de improbidade. 
 
Assim, excluir o ente público lesado da possibilidade de celebração 
do acordo de não persecução cível representa retrocesso da matéria, 
haja vista se tratar de real interessado na finalização da demanda, 
além de não se apresentar harmônico com o sistema jurídico 
vigente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 10 
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS RELEVANTES 
 
FONTE: 
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=8049015152A39ECEC1128C1FE96A8423.proposicoesWebExterno2?co
dteor=1712088&filename=PL+882/2019) 
 
DECRETO Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940, 
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO 
 
A realidade brasileira atual, principalmente em zonas conflagradas, mostra-se totalmente diversa da 
existente quando da promulgação do Código Penal, em 1940. O agente policial está permanentemente sob 
risco, inclusive porque, não raramente, atua em comunidades sem urbanização, com vias estreitas e 
residências contíguas. É comum, também, que não tenha possibilidade de distinguir pessoas de bem dos 
meliantes. Por tais motivos, é preciso dar-lhe proteção legal, a fim de que não tenhamos uma legião de 
intimidados pelo receio e dificuldades de submeter-se a julgamento em Juízo ou no Tribunal do Júri, que 
acabem se tornando descrentes e indiferentes, meros burocratas da segurança pública. As alterações 
propostas, portanto, visam dar equilíbrio às relações entre o combate à criminalidade e à cidadania. 
 
(...) 
 
Na mesma linha, a nova redação do art. 25, que reconhece ao agente público a condição de achar-se em 
legítima defesa em conflito armado ou risco desta situação, previne injusta e iminente agressão a direito 
seu ou de outrem, inclusive vítima mantida refém. Este dispositivo corrige situação atual de absoluta 
insegurança do policial, pois impõe-lhe aguardar a ameaça concreta ou o início da execução do crime para, 
só depois, reagir. Com a nova redação, ele pode agir preventivamente, ou seja, quando houver risco 
iminente a direito seu ou de outrem. 
 
(...) 
 
No que toca à pena de multa, artigos 50 e 51, retira-se da Vara das Execuções Fiscais, onde as execuções 
penais se perdiam em meio a milhares de cobranças fiscais, passando-a para o juízo da execução penal. 
Mantêm-se, todavia, as normas da legislação relativas à dívida ativa da Fazenda Pública. 
 
(...) 
 
Acrescenta-se o art. 91-A, que adota o chamado confisco alargado. Há unanimidade na crença de que a 
sanção econômica é vital no combate ao crime, em especial quando praticadopor organizações criminosas. 
No entanto, a atual redação do Código Penal, ainda que reformada pela Lei nº 12.694, de 2012, é 
insuficiente para que se alcance tal objetivo. O que agora se pretende é tornar este combate mais próximo 
da realidade, convertê-lo em concreta possibilidade. Assim, um servidor público condenado por crime cuja 
pena máxima seja superior a seis anos, que apresente patrimônio incompatível com os seus proventos, 
poderá ter confiscado o valor da diferença entre os seus bens e o do patrimônio compatível com seu 
rendimento. E como seu patrimônio, incluem-se os bens transferidos a terceiros gratuitamente ou por valor 
irrisório. Isto significa o fim da prática comum de ceder os bens, a qualquer título, a terceiros, livrando-se 
facilmente da apreensão. Mas, para tanto, é preciso que se demonstre ser a conduta ilícita habitual. 
 
(...) 
 
O passo seguinte da reforma é o acréscimo de incisos aos artigos 116 e 117 do Código Penal, que tratam 
da prescrição. Sabidamente, esta é a válvula de escape da maior parte de criminosos para furtar-se à 
aplicação da lei. Os embargos de declaração, muitas vezes, não têm o objetivo de aclarar os acórdãos nos 
Tribunais Superiores, mas sim de adiar o julgamento final. Interpostos mais de uma vez no mesmo processo 
conseguem, não raramente, alcançar o objetivo. Por outro lado, a interrupção passa a ocorrer sempre que 
as decisões colegiadas sejam publicadas ou tenha início a execução da pena. Estes aspectos, aparentemente 
pouco significativos, darão mais efetividade à ação estatal. 
 
 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 11 
DECRETO-LEI NO 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941, 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
 
O art. 28-A. estende a possibilidade de acordo quando o acusado confessa o crime de pena máxima inferior 
a quatro anos, praticado sem violência ou grave ameaça. A tendência ao acordo, seja lá qual nome receba, 
é inevitável. O antigo sistema da obrigatoriedade da ação penal não corresponde aos anseios de um país 
com mais de 200 milhões de habitantes e complexos casos criminais. Desde 1995, a Lei nº 9.099 permite 
transação nos crimes de menor potencial ofensivo e suspensão do processo nos apenados com o mínimo de 
1 ano de prisão. Na esfera ambiental, o Termo de Ajustamento de Conduta vige desde a Lei nº 7.347, de 
1995. Os acordos entraram na pauta, inclusive, do poder público, que hoje pode submeter-se à mediação 
(Lei nº 13.140, de 2015). O acordo descongestiona os serviços judiciários, deixando ao Juízo tempo para 
os crimes mais graves. 
 
Porém, neste novo tipo de acordo que ora se propõe, as partes submetem-se a uma série de requisitos, 
citando-se como exemplo a proibição de ser concedida de quem já o tenha recebido nos últimos cinco anos. 
Por outro lado, pode o juiz recusar a proposta se considerar inadequadas ou insuficientes as condições 
celebradas. É dizer, a homologação judicial dá a necessária segurança à avença. 
 
(...) 
 
O projeto prevê, no art. 124-A., a possibilidade de obras de arte e bens de valor artístico confiscados serem 
doados a museus públicos, medida esta que contribuirá na difusão da cultura e educação do nosso povo, 
sem custo algum. Ademais, os bens confiscados, ultrapassada a fase de julgamento em segunda instância, 
poderão ser leiloados, devolvendo-se o dinheiro à vítima, terceiro de boa-fé ou aos cofres públicos. Porém 
metade de seu valor será doado a Fundos Públicos de natureza penitenciária ou de segurança pública. 
 
LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996 
INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS 
 
A proposta de inclusão do art. 9º-A. visa alargar a possibilidade de interceptação de comunicações em 
sistemas de informática e telemática por qualquer meio tecnológico disponível, desde que assegurada a 
integridade da diligência, podendo incluir a apreensão do conteúdo de mensagens e arquivos eletrônicos já 
armazenado em caixas postais eletrônicas. A tecnologia avança a passos largos e a lei, para ter efetividade, 
necessita possibilitar permanente mudanças. Esta, exatamente, é a posição do Departamento de Polícia 
Federal do Ministério da Justiça e Segurança Pública que, em nota técnica registrou: “Por disciplinarem, 
em regra, medidas de caráter invasivo e, por isso, exigirem requisitos mais rígidos na sua utilização, de 
outro lado devem necessariamente acompanhar o permanente avanço tecnológico sob pena de se 
transformarem em alternativas inúteis e ou pouco eficazes para a investigação da criminalidade 
organizada”. 
 
LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998, 
CRIMES DE "LAVAGEM DE DINHEIRO" 
 
O art. 1º introduz o § 6º, ressalvando que a participação de agente policial disfarçado, em qualquer fase 
da atividade criminal de lavagem, não exclui o crime, quando presentes elementos probatórios razoáveis de 
conduta criminal pré-existente. A infiltração do agente policial disfarçado está previsto no art. 10 da Lei no 
12.850, de 2013, que trata das organizações criminosas. Todavia, seja pelos riscos que oferece, seja por 
simples falta de prática, ela não vem sendo adotada. O dispositivo proposto deseja implementá-la nos crimes 
de lavagem de dinheiro. 
 
Vale aqui lembrar que as operações policiais disfarçadas, undercover operations nos Estados Unidos, são 
extremamente eficazes naquele país. A exigência de indícios de conduta criminal pré-existente visa evitar 
aquilo que os norte-americanos chamam de entrapment, quando um agente policial provoca a prática de um 
crime por parte de um inocente e não de um criminoso. A Súmula nº 145 do STF (Não há crime, quando a 
preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação) não é óbice para a sua aplicação, 
pois, além de antiga e ter analisado matéria legal, o Supremo vem temperando sua rigidez,. 
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No HC n.º 67.908-1, julgado pela 2.ª Turma do STF em 08.03.1990, decidiu-se, cf. ementa, que 
“denunciado o paciente pela guarda de haxixe, para comercialização, ato preexistente à venda ficta da 
substância entorpecente aos policiais – não há falar em crime impossível em face da provocação do 
flagrante”. O mesmo entendimento foi manifestado no HC 69.476, julgado também pela 2.ª Turma em 
04.08.1992 (“Posse de entorpecente pelo réu, que preexistia à atuação do agente provocador, ao manifestar 
interesse pela aquisição da droga, para fixar a prova pelo crime já consumado. Não é invocável, na espécie, 
a Súmula 145”). De teor semelhante, encontram-se ainda o HC 72.674-7/SP, julgado em 26.03.1996, pela 
2.ª Turma do STF, o HC 73.898-2/SP, julgado pela 2.ª Turma do STF em 21.05.1996, o HC 74510-5/SP, 
julgado pela 1.ª Turma do STF em 08.10.1996, e o HC 81.970-2, julgado pela 1.ª Turma em 28.06.2002. 
 
Em suma, o que aqui se pretende é dar maior efetividade às investigações sobre lavagem de dinheiro 
utilizando-se este método de grande relevância. 
 
LEI Nº 10.826, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2003, 
REGISTRO, POSSE E COMERCIALIZAÇÃO DE ARMAS DE FOGO E MUNIÇÃO 
 
O presente projeto altera a Lei no 10.826, de 2003, introduzindo dois parágrafos ao art. 17 e um parágrafo 
único ao art. 18. O propósito é tirar as armas ilegais das ruas, valendo aqui lembrar que pessoas com 
registros criminais portando arma configuram um risco muito grande. Aliás, é a importação ilegal de armas 
que abastece as organizações criminosas, sendo constante a queixa dos Estados do Rio de Janeiro e São 
Paulo sobre a facilidade com que elas adentram o território nacional. O agravamento das penas visa dar à 
autoridade policial melhores condições de interromper tal prática e o próprio uso pelos compradores, porque 
serão reforçados os argumentos para pedido de prisão preventiva e outros. 
 
O art. 20 recebe nova redação, com dois incisos, explicitando que a pena aumenta até a metadeem 
circunstâncias especiais quando houver infração aos arts. 14, 15, 16, 17 e 18 da referida Lei no 10.826. Esta 
elevação da pena ocorre se o agente possuir registros criminais pretéritos, com condenação transitada em 
julgado ou proferida por órgão colegiado. Registre-se que este é um dos poucos dispositivos com proposta 
de elevação das penas. 
 
Registre-se, ainda, a introdução do art. 34-A., que disciplina a coleta de dados e armazenamento de perfis 
balísticos, através de um Banco Nacional gerenciados por Unidade Oficial de Perícia Criminal. Trata-se de 
modalidade de prova técnica essencial para a apuração de crimes praticados com arma de fogo, entre eles 
o homicídio, cujos índices de apuração não têm sido positivos. A Secretaria Nacional de Segurança Pública 
– SENASP, em nota técnica manifestou-se afirmando: “A Criação do Banco Nacional de Perfis Balísticos, 
com sistemas automatizados em rede integrada, possibilitará a elucidação dos crimes envolvendo armas de 
fogo como Homicídios, Feminicídios, Latrocínios, Roubos, crimes realizados por Organizações 
Criminosas, dentre outros. 
 
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006, 
TRATAMENTO LEGAL ÀS DROGAS 
 
A Lei no 11.343, de 2006, institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad e dá 
outras providências. Do art. 33 ao 47 ela dispõe sobre os fatos que constituem crime. O Projeto de Lei ora 
proposto, acrescenta ao art. 33, artigo este que dispõe sobre as diversas formas consideradas tráfico e, 
portanto, apenadas mais severamente, um quinto parágrafo, cuja conduta tipifica infração ao caput do 
referido dispositivo. 
 
Ação que ora se criminaliza consiste na venda ou a entrega de drogas ou de matéria prima, insumo ou 
produto químico destinado à preparação de drogas, a agente policial disfarçado, quando presentes 
elementos probatórios razoáveis de conduta criminal pré-existente. O que se pretende com este parágrafo é 
dirimir qualquer dúvida sobre a possibilidade da conduta ser considerada crime. Guilherme de Souza Nucci 
considera impossível o crime se o policial, pessoalmente ou por usuário, induz o traficante a conseguir-lhe 
a droga (Código Penal Comentado. 14ª. ed.., p. 205) 
 
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Tal qual na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, o dispositivo visa esclarecer a possibilidade da realização 
de operações policiais disfarçadas, o que nos US chamam de undercover operations. O tema é não é 
novo no Brasil, porém praticamente não é aplicado, muito embora se trate de meio de investigação eficaz 
e consentâneo com a atualidade. 
 
Não é o caso de sustentar a impossibilidade, com base na Súmula 145 do Supremo Tribunal Federal, pois 
o próprio STF já excepcionou a sua aplicação em casos de tráfico de drogas. No HC n.º 67.908-1, julgado 
pela 2.ª Turma do STF em 08.03.1990, decidiu-se, que “denunciado o paciente pela guarda de haxixe, para 
comercialização, ato preexistente à venda ficta da substância entorpecente aos policiais – não há falar em 
crime impossível em face da provocação do flagrante”. O mesmo entendimento foi manifestado no HC 
69.476, julgado também pela 2.ª Turma em 04.08.1992 (“Posse de entorpecente pelo réu, que preexistia à 
atuação do agente provocador, ao manifestar interesse pela aquisição da droga, para fixar a prova pelo crime 
já consumado. Não é invocável, na espécie, a Súmula 145”). De teor semelhante, encontram-se ainda o HC 
72.674-7/SP, julgado em 26.03.1996, pela 2.ª Turma do STF, o HC 73.898-2/SP, julgado pela 2.ª Turma 
do STF em 21.05.1996, o HC 74510-5/SP, julgado pela 1.ª Turma do STF em 08.10.1996, HC 81.970-2, 
julgado pela 1.ª Turma em 28.06.2002 e o HC 105.929, rel. min. Gilmar Mendes, 2ª T, j. 24.5.2011, DJE 
107 de 6-6-2011. 
 
Portanto, havendo, como se espera, previsão legal expressa, não há óbice legal. 
 
LEI Nº 11.671, DE 8 DE MAIO DE 2008, 
ESTABELECIMENTOS PENAIS FEDERAIS 
 
A proposta ora feita visa acrescer e aditar os artigos 2º, 3º 10, 11-B. e 11-C. à Lei no 11.671, de 2008. 
Justificam-se as inovações, para o fim de isolar as lideranças criminosas e impedir que, mesmo cumprindo 
pena, continuem no comando das organizações criminosas através de mensagens orais. Proposta essencial 
para a racionalização dos trabalhos, é dar-se ao juiz federal da execução penal poderes para as ações de 
natureza cível ou penal que envolvam fatos relacionados com a execução da pena, evitando-se decisões 
conflitantes. 
 
Abre-se, também, a possibilidade de inclusão de presos no presídio federal, a fim de resguardar a segurança 
pública ou no interesse do próprio preso, que pode estar sendo ameaçado. O prazo de permanência nos 
presídios federais atualmente é de apenas um ano, o que tem se mostrado pouco realista. É um período 
insuficiente para que o criminoso rompa seus laços com as organizações criminosas de origem. Amplia-
se, por isso, o prazo para três anos, porém ressalvando-se a possibilidade de o juiz fixar prazo inferior e 
também prorrogar por iguais períodos, se necessário. Registre-se, ainda, que, para evitar o risco de vida dos 
magistrados, permite-se que as decisões sejam tomadas por um colegiado, assim se retirando o caráter 
pessoal da medida 
 
As visitas recebem, agora, tratamento mais condizente com a realidade. Os presos nas penitenciárias 
federais e estaduais têm recebido visitas de forma irrazoável, sendo de todos conhecido o fato de que o 
comando das organizações criminosas continua a ser exercido através de ordens transmitidas por visitantes. 
Para evitar que tal prática persista, as visitas sociais serão feitas assegurada por meio virtual ou no 
parlatório, com o máximo de duas pessoas por vez, separadas por vidro e comunicação por meio de 
interfone, com filmagem e gravações. Vale lembrar que este regime não se estende aos advogados, que 
deverão, contudo, agendar a visita, pois o regime destes presidiários não permite que sejam alterados a 
qualquer momento. Por outro lado, visitas dos advogados não serão gravadas, exceto por ordem judicial e 
presentes os requisitos necessários, não sendo esta questão tratada no projeto. 
 
Finalmente, registre-se que a Corte Europeia de Direitos Humanos, recusou recurso de um prisioneiro na 
Itália, referendando as exigências a presos de alta periculosidade. Naquele país, o art. 45 bis, parágrafo 2º 
do ordenamento sobre regime penitenciário, Lei nº 354, de 1975, alterada pela Lei nº 356, de 1992, permite 
limitações até mais rigorosas do que as feitas no Brasil. A Corte considerou as restrições compatíveis com 
os dispositivos da Convenção da União Europeia (Recurso nº 37648/02, 4ª. Seção, Orazio Paolello contra 
Itália, j. 24/09/2015). 
 
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LEI Nº 12.037, DE 1º DE OUTUBRO DE 2009, 
IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL DO CIVILMENTE IDENTIFICADO 
 
A redação original do art. 7º-A da Lei no 12.037, de 2009, será alterada, permitindo a exclusão dos perfis 
genéticos dos bancos de dados no caso de absolvição do acusado, ou mediante requerimento, passados 
vinte anos do cumprimento da pena. A nova redação substitui com vantagem a anterior, que permitia a 
exclusão uma vez decorrido o lapso prescricional. Agora, absolvido o acusado, a exclusão será imediata. E 
para os condenados, aguardar-se-á prazo maior, dando-se maior possibilidade de sucesso às investigações 
de outros crimes. Aditou-se, também, o artigo, o 7º-C, que prevê a criação do Banco Nacional 
Multibiométrico e de Impressões Digitais e, quando possível, de íris, face e voz, para subsidiar 
investigações criminais federais, estaduais ou distrital. A iniciativa é de todo necessária, para que as 
investigações tenham um caráter mais técnico e científico. Atualmente, a identificação, além de regra geral 
ser apenas digital, está confinada aos estadosmembros, não sendo raro que pessoas tenham dois ou mais 
registros. Isto, evidentemente, dificulta as investigações criminais. 
 
O banco de dados ora proposto pretende abranger presos provisórios ou definitivos, sendo que ficarão sob 
a guarda do juiz. Caso a autoridade policial ou o Ministério Público deles precisem, deverão formular 
requerimento ao magistrado competente, no caso de inquérito ou ação penal instauradas. O Banco Nacional 
Multibiométrico e de Impressões Digitais poderá trocar informações com outros órgãos públicos, inclusive 
do Poder Judiciário. A matéria será regulamentada por ato do Poder Executivo. Em nota técnica, a 
Secretaria Nacional de Segurança Pública – SENASP, manifestou-se favoravelmente afirmando que: “A 
proposta de alteração prevista na redação do artigo 7º-C do quadro comparativo, é de extrema relevância 
para a Segurança Pública Nacional, uma vez que permite a interoperabilidade entre a base de dados da 
Identificação Civil Nacional (BDICN) e os demais sistemas congêneres dos Estados e da Secretaria 
Nacional de Segurança Pública”. 
 
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LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013, 
ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS 
 
O art. 1º dá o conceito de organizações criminosas e exemplifica-se com as mais conhecidas. Sabidamente, 
não é a forma usual de redação de textos legais, até porque outras podem surgir e estas podem desaparecer. 
Mas o fato é que os exemplos têm a essencial qualidade de diferenciar estes grupos, que possuem estrutura, 
organização e poderio econômico, da simples junção de pessoas para a prática de crimes, ou seja, a 
quadrilha ou bando do Código Penal de 1940. Esta prática foi adotada na Itália, que denomina ditas 
organizações simplesmente de mafiosas, e as discrimina no art. 416-bis do Código Penal Italiano. 
 
O Departamento Penitenciário Nacional informou que “Nos Estados Unidos da América a ‘Lei de 
designação de líderes narcotraficantes de 1999’ inclui periodicamente, em lista na forma de lei penal em 
branco, organizações de narcotraficantes como recentemente os carteis mexicanos. A medida agiliza o 
bloqueio ou embargo de bens, contas e investimentos naquele país, que pertençam a essas organizações 
criminosas ou daqueles que hajam em seu nome sob jurisdição Norte-americano, com reflexos inclusive na 
vedação de migração de membros ou parentes em solo Norteamericano”. Portanto, a relação no texto legal 
não é novidade alguma e é feita porque estas organizações assumiram tão grande poder e, na verdade, 
constituem autêntica ameaça à democracia. 
 
Coerente com esta meta, o art. 2º estabelece que seus líderes ou os que disponham de armas iniciem o 
cumprimento em presídios de segurança máxima, e que os condenados quando se reconheça o vínculo com 
tais organizações, não possam progredir de regime. Os primeiros, para que se vejam impedidos de 
continuar, dentro do estabelecimento carcerário, a conduzir a ação de seus grupos. Os segundos, já 
condenados e cumprindo pena, para que se sintam desestimulados a manter vínculo, com as organizações 
criminosas, visto que estarão impedidos de receber os benefícios. 
 
Inclui-se o art. 3º-A que permite ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal firmar acordos ou 
convênios com congêneres estrangeiros para constituir equipes conjuntas de investigação destinadas à 
apuração de terrorismo, crimes transnacionais ou crimes cometidos por organizações criminosas 
internacionais. Nada mais natural em um mundo globalizado, onde a comunicação não encontra obstáculos 
e as fronteiras tornam-se menos rígidas. Considerando a extensão do nosso território e as peculiaridades 
regionais, faculta-se aos entes públicos estaduais compor as equipes conjuntas de investigação. E para 
evitar a burocratização de tais iniciativas, permite-se que a constituição e o funcionamento das equipes 
conjuntas de investigação sejam regulamentadas por meio de decreto. 
 
Os meios de provas tradicionais, da mesma forma, exigem mudança. É inquestionável que as formas 
tradicionais não servem para apurar delitos de pertinência à organização criminosa. Por tal motivo, adota-
se no art. 21-A a captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, desde que 
autorizada pelo juiz, subordinado o deferimento à gravidade do crime (pena máxima superior a quatro 
anos ou em infrações penais conexas) e à existência de elementos probatórios razoáveis de autoria. A 
propósito, como bem se ressaltou no Parecer de Mérito, “o Plenário do Supremo Tribunal Federal já se 
manifestou aceitando a interceptação de sinais eletromagnéticos, óticos e acústicos como meio probatório 
legalmente admitido” (Inquérito nº 2424/RJ, Rel. Ministro Cezar Peluso, Publicação DJe-055 DIVULG 
25-03-2010 PUBLIC 26-03-2010 EMENT VOL-02395-02 PP-00341). Mas, para que não haja abusos no 
direito constitucional à intimidade, o local e a forma de instalação do dispositivo deverão estar explícitos 
no requerimento ao juiz. Além disto, o deferimento será feito com prazo de quinze dias, que, 
excepcionalmente, poderá ser renovado quando presente atividade criminal permanente, habitual ou 
continuada. 
 
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LEI Nº 13.608, DE 10 DE JANEIRO DE 2018, 
SERVIÇO TELEFÔNICO DE RECEBIMENTO DE DENÚNCIAS 
 
A proposta é de que a referida lei seja aditada com três artigos, numerados como 4ºA., 4ºB. e 4ºC., que 
possam auxiliar nas investigações policiais. O objetivo é a introdução da figura do whistle blower ou 
“quem dá o aviso”, o “denunciante do bem”. Sabidamente, a produção de provas assumiu feição 
totalmente diversa em tempos recentes, não sendo mais possível contar, salvo casos excepcionais, com 
testemunhas do fato, eis que elas se sentem amedrontadas e se recusam a depor. Neste particular, a 
introdução da colaboração premiada no sistema processual foi essencial para a descoberta dos mais graves 
crimes de corrupção na última década. Neste caso, ao contrário da colaboração premiada, o denunciante 
não está envolvido em nenhum crime, deseja apenas auxiliar o poder público. 
 
Impõe-se, assim, a instalação de ouvidorias no serviço público, algo que na prática já existe em grande 
escala, e assegurar-se proteção integral ao informante. Este resguardo começa pela preservação de sua 
identidade e isenção de responsabilidade civil ou penal, salvo se tiver agido com má-fé. Para evitar prejuízo 
ao direito constitucional à ampla defesa, explicitamente se afirma que ninguém será condenado com base 
exclusiva no depoimento do informante. E para estimulá-lo, arbitra-se recompensa de 5% sobre o valor 
arrecadado, em caso de recuperação de produto do crime. Este incentivo é crucial para que haja estímulo à 
pessoa sair do comodismo da omissão, agora uma realidade. 
 
ATENÇÃO 
(Concursos de Magistratura, Ministério Público e Delegado) 
 
Segue link de acesso ao Grupo de Trabalho que discutiu as alterações do Pacote Anticrime. 
 
O documento contém importantes pontos que podem ser cobrados em provas dissertativas ou orais, em 
especial, a partir da página 114. 
 
Link de acesso: 
 
https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1772332&filename=Tra
mitacao-PL+10372/2018 
 
 
 
 
 
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SUPERAÇÃO LEGISLATIVA DA JURISPRUDÊNCIA E 
 ATIVISMO CONGRESSUAL 
 
Parte da doutrina vem sustentando que a Lei Anticrime veio como forma de superar a jurisprudência 
existente mediante o ativismo congressual ou reação legislativa. 
 
Em tese, o Congresso Nacional pode editar uma lei em sentido contrário ao que foi decidido pelo 
STF no julgamento de uma ADI/ADC? 
 
SIM. Conforme vimos acima, o Poder Legislativo, em sua função típicade legislar, não fica vinculado 
aos efeitos da decisão do STF. 
 
O STF possui, segundo a CF/88, a missão de dar a última palavra em termos de interpretação da 
Constituição. Isso não significa, contudo, que o legislador não tenha também a capacidade de 
interpretação do Texto Constitucional. O Poder Legislativo também é considerado um intérprete 
autêntico da Constituição e justamente por isso ele pode editar uma lei ou EC tentando superar o 
entendimento anterior ou provocar um novo pronunciamento do STF a respeito de determinado tema, 
mesmo que a Corte já tenha decidido o assunto em sede de controle concentrado de constitucionalidade. 
A isso se dá o nome de "reação legislativa" ou "superação legislativa". 
 
A reação legislativa é uma forma de "ativismo congressual" com o objetivo de o Congresso 
Nacional reverter situações de autoritarismo judicial ou de comportamento antidialógico por 
parte do STF, estando, portanto, amparado no princípio da separação de poderes. 
 
O ativismo congressual consiste na participação mais efetiva e intensa do Congresso Nacional nos 
assuntos constitucionais. 
 
Mas se houver uma "reação legislativa", com toda a certeza o STF irá julgar novamente a nova 
lei inconstitucional, não é verdade? 
 
NÃO. Em tese, ou seja, na teoria, isso não é verdade. É possível que o STF repense seu entendimento 
anterior e evolua para uma nova interpretação, chegando a conclusão diferente daquilo que havia 
decidido e, assim, concorde com a nova lei editada com o mesmo conteúdo da anterior. 
 
Veja o que dizem Daniel Sarmento e Cláudio Pereira de Souza Neto, citados pelo Min. Luiz Fux em seu 
voto: 
 
“(...) não é salutar atribuir a um único órgão qualquer a prerrogativa de dar a última palavra sobre 
o sentido da Constituição. (...). É preferível adotar-se um modelo que não atribua a nenhuma 
instituição – nem do Judiciário, nem do Legislativo – o “direito de errar por último”, abrindo-se 
a permanente possibilidade de correções recíprocas no campo da hermenêutica constitucional, 
com base na ideia de diálogo, em lugar da visão tradicional, que concede a última palavra nessa 
área ao STF. 
(...) 
As decisões do STF em matéria constitucional são insuscetíveis de invalidação pelas instâncias 
políticas. Isso, porém, não impede que seja editada uma nova lei, com conteúdo similar àquela 
que foi declarada inconstitucional. Essa posição pode ser derivada do próprio texto 
constitucional, que não estendeu ao Poder Legislativo os efeitos vinculantes das decisões 
proferidas pelo STF no controle de constitucionalidade (art. 102, § 2º, e art. 103-A, da 
Constituição). Se o fato ocorrer, é muito provável que a nova lei seja também declarada 
inconstitucional. Mas o resultado pode ser diferente. O STF pode e deve refletir sobre os 
argumentos adicionais fornecidos pelo Parlamento ou debatidos pela opinião pública para dar 
suporte ao novo ato normativo, e não ignorá-los, tomando a nova medida legislativa como afronta 
à sua autoridade. 
 
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Nesse ínterim, além da possibilidade de alteração de posicionamento de alguns ministros, pode 
haver também a mudança na composição da Corte, com reflexões no resultado do julgamento.” 
(SARMENTO, Daniel; SOUZA NETO, Cláudio Pereira de. Direito Constitucional. Teoria, 
história e métodos de trabalho. Belo Horizonte: Fórum, 2012, p. 402-405) 
 
Existem exemplos de "reação legislativa" que foram consideradas exitosas, ou seja, que foram 
acolhidas pelo STF gerando uma "correção jurisprudencial"? 
 
SIM. Um exemplo emblemático diz respeito à chamada Lei da Ficha Limpa (LC 135/2010). Antes dessa 
Lei, o TSE e o STF possuíam jurisprudência consolidada no sentido de que não era possível reconhecer 
a inelegibilidade do candidato a não ser que houvesse contra ele uma condenação transitada em julgado. 
O fundamento para esse entendimento residia no princípio da presunção de inocência. 
 
A LC 135/2010 foi editada com o objetivo de superar esse entendimento. Segundo previu essa lei, não 
é necessário que a decisão condenatória tenha transitado em julgado para que o condenado se torne 
inelegível. Basta que tenha sido proferida por órgão colegiado (exs: TRE, TJ, TRF). 
 
O STF, superando seus antigos precedentes, entendeu que a reação legislativa foi legítima e que a Lei 
da Ficha Limpa é constitucional e não viola o princípio da presunção de inocência. (STF. Plenário. ADC 
29/DF, ADC 30/DF, ADI 4578/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 15 e 16/2/2012). 
 
Esse caso, dentre outros, demonstra que, na teoria, não existe uma supremacia judicial do STF e que é 
possível, em tese, a existência de um diálogo (abertura dialógica) por meio do qual o Legislativo 
proponha, por meio de leis, correções à jurisprudência do Supremo, alterando a forma de a Corte 
interpretar a Constituição. 
 
Mas sempre se disse que o STF possui a última palavra na interpretação da Constituição... 
É verdade. Sempre se afirmou isso. Contudo, esse dogma vem sendo rediscutido pelos 
constitucionalistas. Entende-se atualmente que a decisão do STF em matéria constitucional deve ser 
compreendida como "última palavra provisória", nas palavras do Min. Luiz Fux. Isso porque depois que 
o STF decidir, reiniciam-se as rodadas de debates entre as instituições e os demais atores da sociedade 
civil sobre o tema. 
 
Algumas conclusões do STF sobre o tema: 
 
a) O STF não subtrai ex ante a faculdade de correção legislativa pelo constituinte reformador ou 
legislador ordinário. Em outras palavras, o STF não proíbe que o Poder Legislativo edite leis ou 
emendas constitucionais em sentido contrário ao que a Corte já decidiu. Não existe uma vedação 
prévia a tais atos normativos. O legislador pode, por emenda constitucional ou lei ordinária, 
superar a jurisprudência. Trata-se de uma reação legislativa à decisão da Corte Constitucional com 
o objetivo de reversão jurisprudencial. 
 
b) No caso de reversão jurisprudencial (reação legislativa) proposta por meio de emenda 
constitucional, a invalidação somente ocorrerá nas restritas hipóteses de violação aos limites 
previstos no art. 60, e seus §§, da CF/88. Em suma, se o Congresso editar uma emenda 
constitucional buscando alterar a interpretação dada pelo STF para determinado tema, essa emenda 
somente poderá ser declarada inconstitucional se ofender uma cláusula pétrea ou o processo 
legislativo para edição de emendas. 
 
c) No caso de reversão jurisprudencial proposta por lei ordinária, a lei que frontalmente colidir 
com a jurisprudência do STF nasce com presunção relativa de inconstitucionalidade, de forma que 
caberá ao legislador o ônus de demonstrar, argumentativamente, que a correção do precedente se 
afigura legítima. 
 
 
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A novel legislação que frontalmente colida com a jurisprudência (leis in your face) se submete a 
um controle de constitucionalidade mais rigoroso. 
 
Para ser considerada válida, o Congresso Nacional deverá comprovar que as premissas fáticas e 
jurídicas sobre as quais se fundou a decisão do STF no passado não mais subsistem. O Poder 
Legislativo promoverá verdadeira hipótese de mutação constitucional pela via legislativa. 
 
Fonte: https://www.dizerodireito.com.br/2015/10/superacao-legislativa-da-jurisprudencia.html 
 
 
Em se tratando da Lei Anticrime, um dos pontos de superação legislativa foi a fixação de competência da 
multa penal perante o juiz da execução penal (art. 50 do Código Penal). Veja: 
 
ENTENDIMENTOS JURISPRUDENCIAIS 
SUPERADOS PELA LEI ANTICRIME 
 
Súmula 521 – STJ: A legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta 
em sentença condenatória é exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública. SUPERADA PELA LEI 
ANTICRIME. 
 
ADI 3150e QO da AP 470 – STF: OMinistério Público é o órgão legitimado a promover a execução 
da pena de multa perante a Vara de Execução Criminal. A legitimidade da Procuradoria da Fazenda 
Pública, bem como a competência da Vara Fiscal seriam SUBSIDIÁRIAS, somente sendo observadas 
em caso de inércia do MP por mais de 90 dias, após intimação. 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO DAS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES / INCLUSÕES NO 
CÓDIGO PENAL E CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
 
CÓDIGO PENAL 
Art. 25 § único 
Exemplifica situação de legítima defesa de terceiro pelo agente de segurança 
pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante 
a prática de crimes. 
Art. 51; A pena de multa deverá ser executada perante o juiz da execução penal. 
Art. 75 e seu §1°; 
Tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior 
a 40 (quarenta) anos. 
Art. 83, III; 
Acrescenta o requisito de comprovação de não cometimento de falta grave nos 
últimos 12 (doze) meses para concessão do livramento condicional. 
Art. 91-A 
Cria o confisco alargado para infrações às quais a lei comine pena máxima 
superior a 6 (seis) anos de reclusão. 
Art. 116, II, III, IV; 
Cria 2 novas causas de impedimento de prescrição. 
✓ pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais 
Superiores, quando inadmissíveis; 
✓ enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução 
penal. 
Art. 157, VII; 
Reestabelece a causa de aumento de 1/3 até 1/2 nos crimes de roubo se a 
violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca. 
Art. 157, § 2º-B. 
Estabelece a causa de aumento do DOBRO se a violência ou grave ameaça no 
roubo é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido. 
Art. 171, §5°; 
O crime de estelionato passa a ser de ação penal pública condicionada à 
representação. Exceções: Administração Pública, direta ou indireta; criança ou 
adolescente; - pessoa com deficiência mental; ou maior de 70 (setenta) anos de 
idade ou incapaz. 
Art. 316. 
 
Aumenta a pena do crime de concussão. 
✓ Antes: Reclusão de 2 a 8 anos + multa 
✓ Lei Anticrime: Reclusão de 2 a 12 anos + multa 
 
 
 
 
 
 
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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
Art. 3º-A ao art. 3º-F Cria o juiz das garantias. 
Art. 14-A 
Constituição de defensor durante o inquérito para servidores vinculados às 
instituições dispostas no art. 144 da Constituição Federal quando figurarem 
como investigados. 
Art. 28 
Arquivamento do inquérito passa a ser ato apenas do Ministério Público. 
Não precisa mais remeter ao juiz. 
Mas precisa enviar a instância de revisão ministerial para fins de homologação. 
Art. 28-A Acordo de não persecução penal (antes não tinha previsão expressa no CPP). 
Art. 157, § 5º 
O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá 
proferir a sentença ou acórdão. 
Art. 158-A a 158-F 
Cria a cadeia de custódia (conjunto de todos os procedimentos utilizados para 
manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou 
em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu 
reconhecimento até o descarte). 
Art. 282, § 2º Juiz não pode requerer medida cautelar de ofício. 
Art. 310 
Dispõe sobre a audiência de custódia. Antes era disciplinada somente pelo 
Conselho Nacional de Justiça (Resolução 213/2015) 
Art. 311 Juiz não pode requerer prisão preventiva de ofício. 
Art. 312 
Cria mais um pressuposto para prisão preventiva: perigo gerado pelo estado de 
liberdade do imputado. 
Art. 313, § 2º 
Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de 
antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de 
investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia. 
Art. 492, I, e 
Nos crimes contra a vida será possível a execução provisória da pena, se 
presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma 
pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão. 
Art. 581 
Cria hipótese de cabimento de recurso em sentido estrito, da decisão, despacho 
ou sentença, que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução 
penal, previsto no art. 28-A desta Lei. 
 
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ALTERAÇÕES E INCLUSÕES PROMOVIDAS PELA LEI ANTICRIME 
 
CÓDIGO PENAL – PARTE GERAL 
DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940 
 
Antes da Lei Anticrime Depois da Lei Anticrime 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, 
usando moderadamente dos meios necessários, 
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito 
seu ou de outrem. 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, 
usando moderadamente dos meios necessários, 
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito 
seu ou de outrem. 
 
Parágrafo único. Observados os requisitos 
previstos no caput deste artigo, considera-se 
também em legítima defesa 
✓ o agente de segurança pública 
✓ que repele agressão ou risco de agressão 
✓ a vítima mantida refém 
✓ durante a prática de crimes. 
- 
Alguns professores estão chamando esse 
dispositivo como “legítima defesa do sniper”. 
 
 
Antes da 
Lei Anticrime 
Depois da 
Lei Anticrime - 2019 
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença 
condenatória, 
✓ a multa será considerada dívida de valor, 
 
 
✓ aplicando-se-lhes as normas da legislação 
relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, 
✓ inclusive no que concerne às causas 
interruptivas e suspensivas da prescrição. 
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença 
condenatória, 
✓ a multa será executada perante o juiz da 
execução penal e será considerada dívida 
de valor, 
✓ aplicáveis as normas relativas à dívida 
ativa da Fazenda Pública, 
✓ inclusive no que concerne às causas 
interruptivas e suspensivas da prescrição. 
 
 
Antes da 
Lei Anticrime 
Depois da 
Lei Anticrime - 2019 
 Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas 
privativas de liberdade não pode ser superior a 
 
30 (trinta) anos. 
 
§ 1º - Quando o agente for condenado a penas 
privativas de liberdade cuja soma seja superior a 
30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para 
atender ao limite máximo deste artigo. 
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas 
privativas de liberdade não pode ser superior a 
 
40 (quarenta) anos. 
 
§ 1º Quando o agente for condenado a penas 
privativas de liberdade cuja soma seja superior a 
40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas 
para atender ao limite máximo deste artigo. 
 
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Limite de tempo para o 
CUMPRIMENTO DE PENA Limite para 
FIXAÇÃO DA PENA Antes da 
Lei Anticrime 
Depois da 
Lei Anticrime 
RECLUSÃO E 
DETENÇÃO 
 
30 anos 
 
MEDIDADE 
SEGURANÇA 
✓ Código Penal → tempo 
indeterminado, fixa 
apenas prazo mínimo (1 a 
3 anos). 
 
✓ STJ (adaptado) → não 
deve ultrapassar o limite 
máximo da pena 
abstratamente cominada 
ao delito praticado 
(súmula 527), nem 
ultrapassar 30 anos. 
 
PRISÃO SIMPLES 
5 anos 
RECLUSÃO E 
DETENÇÃO 
 
40 anos 
 
MEDIDA DE 
SEGURANÇA 
✓ Código Penal → tempo 
indeterminado, fixa 
apenas prazo mínimo (1 a 
3 anos). 
 
✓ STJ (adaptado) → não 
deve ultrapassar o limite 
máximo da pena 
abstratamente cominada 
ao delito praticado 
(súmula 527), nem 
ultrapassar 40 anos. 
 
PRISÃO SIMPLES 
5 anos 
✓ Não tem limite. 
✓ A fixação de pena superior a 40 
anos será levada em conta para 
benefícios penais, como o 
livramento condicional, saída 
temporária e progressão de 
regime, principalmente. 
✓ Exemplo real: um médico que 
estuprou (crime hediondo) 56pacientes em sua clínica foi 
condenado a 278 anos de prisão. 
✓ Irá CUMPRIR 40 anos. 
✓ Não poderá progredir de 
regime (deve cumprir 2/5 
da pena = 111 anos, mas 
sairá antes pelo limite 
máximo de cumprimento 
de pena). 
Súmula 715 - STF: A pena unificada para atender ao limite de trinta anos (leia-se agora 40 anos) de 
cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros 
benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução. 
 
 
Antes da Lei Anticrime Depois da Lei Anticrime 
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento 
condicional ao condenado a pena privativa de 
liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde 
que: 
 
(...) 
 
III - comprovado 
✓ comportamento satisfatório durante a 
execução da pena, 
✓ bom desempenho no trabalho que lhe foi 
atribuído e 
✓ aptidão para prover à própria subsistência 
mediante trabalho honesto; 
Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento 
condicional ao condenado a pena privativa de 
liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde 
que: 
 
(...) 
 
III - comprovado: 
a) bom comportamento durante a execução 
da pena; 
b) não cometimento de falta grave nos 
últimos 12 (doze) meses; 
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi 
atribuído; e 
d) aptidão para prover a própria subsistência 
mediante trabalho honesto; 
 
 
 
 
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Lei Anticrime 
 
Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações 
✓ às quais a lei comine pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, 
✓ poderá ser decretada a perda, 
✓ como produto ou proveito do crime, 
✓ dos bens correspondentes à diferença 
✓ entre o valor do patrimônio do condenado 
✓ e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito. 
 
§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do condenado todos 
os bens: 
 
I - de sua titularidade, 
✓ ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou indireto, 
✓ na data da infração penal 
✓ ou recebidos posteriormente; e 
 
II - transferidos a terceiros 
✓ a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, 
✓ a partir do início da atividade criminal. 
 
§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita do 
patrimônio. 
 
§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida 
✓ expressamente pelo Ministério Público, 
✓ por ocasião do oferecimento da denúncia, 
✓ com indicação da diferença apurada. 
 
§ 4º Na sentença condenatória, 
✓ o juiz deve declarar o valor da diferença apurada 
✓ e especificar os bens cuja perda for decretada. 
 
§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes 
✓ por organizações criminosas e milícias 
✓ deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do Estado, 
✓ dependendo da Justiça onde tramita a ação penal, 
✓ ainda que não ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a 
ordem pública, 
✓ nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos 
crimes. 
 
 
 
Confisco alargado 
PPL de reclusão 
superior a 6 anos 
Poderá 
Deverão 
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Antes da Lei Anticrime Depois da Lei Anticrime 
Causas impeditivas da prescrição 
 
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença 
final, a prescrição não corre: 
 
I - enquanto não resolvida, em outro processo, 
questão de que dependa o reconhecimento da 
existência do crime; 
 
II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro; 
 
Causas impeditivas da prescrição 
 
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença 
final, a prescrição não corre: 
 
I - enquanto não resolvida, em outro processo, 
questão de que dependa o reconhecimento da 
existência do crime; 
 
II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; 
 
III - na pendência de 
✓ embargos de declaração ou de 
✓ recursos aos Tribunais Superiores, 
✓ quando inadmissíveis; e 
 
IV - enquanto 
✓ não cumprido ou 
✓ não rescindido 
✓ o acordo de não persecução penal. 
 
 
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CÓDIGO PENAL – PARTE ESPECIAL 
DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940 
 
HOMICÍDIO QUALIFICADO PELO EMPREGO DE ARMA DE FOGO DE 
USO RESTRITO OU PROIBIDO 
Art. 121. Matar alguém: (...) 
 
§ 2° Se o homicídio é cometido: (...) 
 
VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: 
 
 
 
ARMA BRANCA COMO CAUSA DE AUMENTO 
PARA O CRIME DE ROUBO 
Antes da Lei 
13.654/2018 
Depois da 
Lei 13.654/2018 
Com a Lei Anticrime 
Lei 13.964/2018 
Aumento de 
1/3 até 1/2 
 
I - se a violência 
ou ameaça é 
exercida com 
emprego de 
arma; 
A causa de aumento 
de arma branca 
 foi 
revogada. 
Aumento de 1/3 até 1/2 
 
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com 
emprego de arma branca. 
 
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com 
emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, 
aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. 
A causa de aumento 
de arma de fogo 
foi aumentada para 
2/3. 
A causa de aumento de 
arma de fogo foi 
aumentada em dobro se a 
arma de fogo for de uso 
restrito ou proibido. 
A causa de aumento das 
demais armas de fogo foi 
mantida em 2/3 no caso das 
demais arma de fogo. 
Atente-se que a revogação da arma branca (Lei 13.654/2018) como causa de aumento de pena é norma 
mais benéfica ao réu, portanto, retroagiu para alcançar todos os crimes anteriores a sua vigência. 
Conclui-se, portanto, que a arma branca só vai ser causa de aumento para os crimes cometidos a partir 
de 23/01/2020 (entrada em vigor da Lei Anticrime). 
 
Resumindo: 
 
Causas de aumento com arma - roubo 
Arma branca 
Arma de fogo de uso 
restrito ou proibido 
Demais armas de 
fogo 
+1/3 até 1/2 Dobro + 2/3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Arma de fogo de uso restrito ou proibido é norma penal em branco heterogênea. 
Complemento pelo Decreto 10.030/2019 - Aprova o Regulamento de Produtos Controlados. 
 
ANEXO I 
 
Art. 3º As definições dos termos empregados neste Regulamento são aquelas constantes deste artigo e 
do Anexo III. 
 
Parágrafo único. Para fins do disposto neste Regulamento, considera-se: 
I - arma de fogo 
de 
USO 
PERMITIDO – 
as armas de fogo 
semiautomáticas 
ou de repetição 
que sejam: 
a) de porte, 
✓ cujo calibre nominal, 
✓ com a utilização de munição comum, 
✓ não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a 
✓ 1.200 libras-pé 
✓ ou 
✓ 1.620 e vinte joules; 
 
b) portáteis de alma lisa; ou 
 
c) portáteis de alma raiada, 
✓ cujo calibre nominal, 
✓ com a utilização de munição comum, 
✓ não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a 
✓ 1.200 libras-pé 
✓ ou 
✓ 1.620 joules; 
II - arma de fogo 
de 
USO RESTRITO 
- as armas de fogo 
automáticas, de 
qualquer tipo ou 
calibre, 
semiautomáticas 
ou de repetição 
que sejam: 
a) não portáteis; 
 
b) de porte, 
✓ cujo calibre nominal, 
✓ com a utilização de munição comum, 
✓ atinja, na saída do cano de prova, 
✓ energia cinética superior a 
✓ 1.200 libras-pé 
✓ ou 
✓ 1.620 joules; ou 
 
c) portáteis de alma raiada, 
✓ cujo calibre nominal, 
✓ com a utilização de munição comum, 
✓ atinja, na saída do cano de prova, 
✓ energia cinética superior a 
✓ 1.200 libras-pé 
✓ ou 
✓ 1.620 joules; 
III - arma de fogo 
de 
 USO PROIBIDO: 
a) as armas de fogo classificadas de uso proibido 
✓ em acordos e tratados internacionais 
✓ dos quais a República Federativa do Brasil sejasignatária; ou 
 
b) as armas de fogo dissimuladas, 
✓ com aparência de objetos inofensivos; 
 
 
 
 
≤ 1.200 LP 
≤ 1.620 J 
> 1.200 LP 
> 1.620 J 
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Aumento de pena nos crimes contra a honra - rede mundial de computadores 
 
Art. 141. § 2º Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede 
mundial de computadores, aplica-se em triplo a pena. 
 
Alteração no processamento do estelionato 
Art. 171 (estelionato) 
 
§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for: 
 
I - a Administração Pública, direta ou indireta; 
 
II - criança ou adolescente; 
 
III - pessoa com deficiência mental; ou 
 
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALTERAÇÃO DA PENA DO CRIME DE CONCUSSÃO 
Antes da Lei Anticrime Depois da Lei Anticrime 
 Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, 
direta ou indiretamente, ainda que fora da função 
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida: 
 Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, 
direta ou indiretamente, ainda que fora da função 
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, 
vantagem indevida: 
Reclusão 
2a – 8a + Multa 
Reclusão 
2a – 12a + Multa 
• Pela disposição do § 5º no final do tipo penal, contata-se que todos os crimes de estelionato (caput 
e parágrafos) serão processados por ação penal pública condicionada a representação, exceto nos 
casos elencados no § 5º. 
• Trata-se de um exemplo de condição de procedibilidade da ação penal. Segundo Rogério Sanches, 
não se trata de uma condição de prosseguibilidade, como ocorreu na Lei 9.099/1995. 
 
Mudança promovida pela Lei Anticrime no 
crime de estelionato 
Lei 9.099/1995 
(Juizado Especial) 
Art. 171, § 5º Somente se procede mediante 
representação, salvo se a vítima for (...) 
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da 
legislação especial, dependerá de representação a 
ação penal relativa aos crimes de lesões corporais 
leves e lesões culposas. 
 
Aplicação da alteração da lei penal no tempo 
 
Se a denúncia já foi 
oferecida pelo Ministério Público 
Se a denúncia 
 não foi oferecida 
• Trata-se de ato jurídico perfeito, não sendo 
alcançado pela mudança (entendimento de 
Rogério Sanches). 
• O MP ou a autoridade policial devem 
aguardar a representação da vítima. 
• O prazo decadencial de 6 meses para 
oferecimento da representação (art. 38 do 
CPP) começa a contar da vigência da Lei 
Anticrime (23/01/2020). 
 
 
 
 
 
 
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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL 
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941 
 
Juiz das Garantias 
 
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, 
✓ vedadas 
✓ a iniciativa do juiz na fase de investigação 
✓ e a substituição da atuação probatória do órgão de 
acusação. 
 
 
JUIZ 
DAS 
GARANTIAS 
Responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal 
Responsável pelo salvaguarda dos direitos individuais 
✓ As competências do juiz das garantias elencadas no art. 3º - B são exemplificativas. 
✓ Não é um rol taxativo. Não é numerus clausus. 
 
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela 
salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder 
Judiciário, competindo-lhe especialmente: 
 
I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da 
Constituição Federal; 
 
II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o 
disposto no art. 310 deste Código; 
 
III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua 
presença, a qualquer tempo; 
 
IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; 
 
V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o 
disposto no § 1º deste artigo; 
 
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, 
✓ bem como substituí-las ou revogá-las, 
✓ assegurado, no primeiro caso, 
✓ o exercício do contraditório em audiência pública e oral, 
✓ na forma do disposto neste Código ou em legislação especial 
pertinente; 
 
VII - decidir sobre o requerimento de 
✓ produção antecipada de provas consideradas urgentes e não 
repetíveis, 
✓ assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência 
pública e oral; 
 
No caso de prorrogação de 
prisão provisória o preso terá 
direito de audiência 
pública e oral. 
JUIZ DAS GARANTIAS 
Provas 
urgentes e não repetíveis 
✓ Adoção do sistema acusatório de 
forma expressa. 
✓ Juiz das garantias não é juiz 
investigador. 
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Juiz das Garantias Juiz da Instrução 
Art. 3º - B, VII - 
decidir sobre o 
requerimento de 
produção antecipada 
de provas 
consideradas urgentes 
e não repetíveis, 
assegurados o 
contraditório e a ampla 
defesa em audiência 
pública e oral; 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova 
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão 
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, 
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 
 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, 
facultado ao juiz de ofício: 
 
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção 
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando 
a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; 
 
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, 
✓ estando o investigado preso, 
✓ em vista das razões apresentadas pela autoridade policial 
✓ e observado o disposto no § 2º deste artigo; 
 
IX - DETERMINAR o trancamento do inquérito policial 
✓ quando não houver fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento; 
 
Juiz das Garantias Ministério Público 
Art. 3º - B, IX - DETERMINAR o 
trancamento do inquérito policial 
quando não houver fundamento 
razoável para sua instauração ou 
prosseguimento. 
Art. 28 - ORDENADO o arquivamento do inquérito 
policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma 
natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à 
vítima, ao investigado e à autoridade policial e 
encaminhará os autos para a instância de revisão 
ministerial para fins de homologação, na forma da lei. 
 
X - REQUISITAR documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da 
investigação; 
 
XI - DECIDIR sobre os requerimentos de: 
 
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática 
ou de outras formas de comunicação; 
 
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; 
 
c) busca e apreensão domiciliar; 
 
d) acesso a informações sigilosas; 
 
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado; 
 
XII - julgar o habeas corpus impetrado ANTES do oferecimento da denúncia; 
 
Habeas 
corpus 
Antes do oferecimento 
(não é recebimento) 
Juiz das garantias 
julga 
Depois do oferecimento 
(inclui a fase de recebimento) 
Juiz da instrução e julgamento 
julga. 
 
 
Atos com 
reserva de 
jurisdição. 
Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 31 
 
XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; 
 
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; 
 
XV -

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