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Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 1 Lei Anticrime Lei 13.964 de 24 de dezembro de 2019 VIGOR EM 23/01/2020 – 2022 Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 2 Considerações sobre contagem de prazo (entrada em vigor) Lei Anticrime: Art. 20. Esta Lei entra em vigor após decorridos 30 (trinta) dias de sua publicação oficial. LC 95/1998: Art. 8o A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão. § 1o A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral. 24/12/2019 – Data da publicação. Início da contagem. 22/01/2020 – 30 dias corridos a partir do termo (24/12/2019). 23/01/2020 – Entrada em vigor – dia subsequente à consumação integral. VIGOR EM 23/01/2020 Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 3 SUMÁRIO VETOS.........................................................................................................................................................04 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS RELEVANTES............................................................................................10 SUPERAÇÃO LEGISLATIVA DA JURISPRUDÊNCIA E ATIVISMO CONGRESSUAL....................17 RESUMO DAS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES / INCLUSÕES NO CP E CPP..........................................20 ALTERAÇÕES E INCLUSÕES PROMOVIDAS PELA LEI ANTICRIME.......................................22 CÓDIGO PENAL – PARTE GERAL..........................................................................................................22 CÓDIGO PENAL – PARTE ESPECIAL.....................................................................................................26 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL.............................................................................................................29 LEI DE EXECUÇÃO PENAL.....................................................................................................................52 DEMAIS LEIS EXTRAVAGANTES.........................................................................................................59 PONTOS SUSPENSOS PELO STF.............................................................................................................81 DERRUBADA DOS VETOS......................................................................................................................82 Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 4 VETOS Código Penal Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 Texto legal vetado Razões do veto Homicídio qualificado pelo emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido Art. 121. Matar alguém: § 2° Se o homicídio é cometido: VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: A propositura legislativa, ao prever como qualificadora do crime de homicídio o emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, sem qualquer ressalva, viola o princípio da proporcionalidade entre o tipo penal descrito e a pena cominada, além de gerar insegurança jurídica, notadamente aos agentes de segurança pública, tendo em vista que esses servidores poderão ser severamente processados ou condenados criminalmente por utilizarem suas armas, que são de uso restrito, no exercício de suas funções para defesa pessoal ou de terceiros ou, ainda, em situações extremas para a garantia da ordem pública, a exemplo de conflito armado contra facções criminosas Veto derrubado em 29/04/2021. Aumento de pena para calúnia, difamação e injúria pelas redes sociais da internet Art. 141. § 2º Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de computadores, aplica-se em triplo a pena. A propositura legislativa, ao promover o incremento da pena no triplo quando o crime for cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de computadores, viola o princípio da proporcionalidade entre o tipo penal descrito e a pena cominada, notadamente se considerarmos a existência da legislação atual que já tutela suficientemente os interesses protegidos pelo Projeto, ao permitir o agravamento da pena em um terço na hipótese de qualquer dos crimes contra a honra ser cometido por meio que facilite a sua divulgação. Ademais a substituição da lavratura de termo circunstanciado nesses crimes, em razão da pena máxima ser superior a dois anos, pela necessária abertura de inquérito policial, ensejaria, por conseguinte, superlotação das delegacias, e, com isso, redução do tempo e da força de trabalho para se dedicar ao combate de crimes graves, tais como homicídio e latrocínio. Veto derrubado em 29/04/2021. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 5 Código de Processo Penal Decreto-Lei Nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Texto legal vetado Razões do veto Art. 3º-B § 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória será encaminhado à presença do juiz de garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, momento em que se realizará audiência com a presença do Ministério Público e da Defensoria Pública ou de advogado constituído, vedado o emprego de videoconferência. A propositura legislativa, ao suprimir a possibilidade da realização da audiência por videconferência, gera insegurança jurídica ao ser incongruente com outros dispositivos do mesmo código, a exemplo do art. 185 e 222 do Código de Processo Penal, os quais permitem a adoção do sistema de videoconferência em atos processuais de procedimentos e ações penais, além de dificultar a celeridade dos atos processuais e do regular funcionamento da justiça, em ofensa à garantia da razoável duração do processo, nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (RHC 77580/RN, Quinta Turma, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe de 10/02/2017). Ademais, o dispositivo pode acarretar em aumento de despesa, notadamente nos casos de juiz em vara única, com apenas um magistrado, seja pela necessidade de pagamento de diárias e passagens a outros magistrados para a realização de uma única audiência, seja pela necessidade premente de realização de concurso para a contratação de novos magistrados, violando as regras do art. 113 do ADCT, bem como dos arts. 16 e 17 LRF e ainda do art. 114 da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2019 (Lei nº 13.707, de 2018) Veto derrubado em 29/04/2021. Art. 14-A § 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá preferencialmente à Defensoria Pública, e, nos locais em que ela não estiver instalada, a União ou a Unidade da Federação correspondente à respectiva competência territorial do procedimento instaurado deverá disponibilizar profissional para acompanhamento e realização de todos os atos relacionados à defesa administrativa do investigado. § 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º deste artigo deverá ser precedida de manifestação de que não existe defensor público lotado na área territorial onde tramita o inquéritoe com atribuição para nele atuar, hipótese em que poderá ser indicado profissional que não integre os quadros próprios da Administração. § 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, os custos com o patrocínio dos interesses dos investigados nos procedimentos de que trata este artigo correrão por conta do orçamento próprio da instituição a que este esteja vinculado à época da ocorrência dos fatos investigados A propositura legislativa, ao prever que os agentes investigados em inquéritos policiais por fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional serão defendidos prioritariamente pela Defensoria Pública e, nos locais em que ela não tiver instalada, a União ou a Unidade da Federação correspondente deverá disponibilizar profissional, viola o disposto no art. 5º, inciso LXXIV, combinado com o art. 134, bem como os arts. 131 e 132, todos da Constituição da República, que confere à Advocacia-Geral da União e às Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal, também Função Essencial à Justiça, a representação judicial das respectivas unidades federadas, e destas competências constitucionais deriva a competência de representar judicialmente seus agentes públicos, em consonância com a jurisprudência do Supremo Tribunal Veto derrubado em 29/04/2021. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 6 Código de Processo Penal Militar Decreto-Lei Nº 1.002, de 21 de outubro de 1969. Texto legal vetado Razões do veto Art. 16 –A § 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá preferencialmente à Defensoria Pública e, nos locais em que ela não estiver instalada, a União ou a Unidade da Federação correspondente à respectiva competência territorial do procedimento instaurado deverá disponibilizar profissional para acompanhamento e realização de todos os atos relacionados à defesa administrativa do investigado. § 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º deste artigo deverá ser precedida de manifestação de que não existe defensor público lotado na área territorial onde tramita o inquérito e com atribuição para nele atuar, hipótese em que poderá ser indicado profissional que não integre os quadros próprios da Administração. § 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, os custos com o patrocínio dos interesses do investigado nos procedimentos de que trata esse artigo correrão por conta do orçamento próprio da instituição a que este esteja vinculado à época da ocorrência dos fatos investigados. A propositura legislativa, ao prever que os agentes investigados em inquéritos policiais por fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional serão defendidos prioritariamente pela Defensoria Pública e, nos locais em que ela não tiver instalada, a União ou a Unidade da Federação correspondente deverá disponibilizar profissional, viola o disposto no art. 5º, inciso LXXIV, combinado com o art. 134, bem como os arts. 131 e 132, todos da Constituição da República, que confere à Advocacia-Geral da União e às Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal, também Função Essencial à Justiça, a representação judicial das respectivas unidades federadas, e destas competências constitucionais deriva a competência de representar judicialmente seus agentes públicos, em consonância com a jurisprudência do Supremo Tribunal Veto derrubado em 29/04/2021. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 7 Lei de Execução Penal - LEP Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 Texto legal vetado Razões do veto Art. 112 § 7º O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cumprimento do requisito temporal exigível para a obtenção do direito. A propositura legislativa, ao dispor que o bom comportamento, para fins de progressão de regime, é readquirido após um ano da ocorrência do fato, ou antes, após o cumprimento do requisito temporal exigível para a obtenção do direito, contraria o interesse público, tendo em vista que a concessão da progressão de regime depende da satisfação de requisitos não apenas objetivos, mas, sobretudo de aspectos subjetivos, consistindo este em bom comportamento carcerário, a ser comprovado, a partir da análise de todo o período da execução da pena, pelo diretor do estabelecimento prisional. Assim, eventual pretensão de objetivação do requisito vai de encontro à própria natureza do instituto, já pré-concebida pela Lei nº 7.210, de 1984, além de poder gerar a percepção de impunidade com relação às faltas e ocasionar, em alguns casos, o cometimento de injustiças em relação à concessão de benesses aos custodiados. Art. 9º-A. O condenado por crime doloso praticado com violência grave contra a pessoa, bem como por crime contra a vida, contra a liberdade sexual ou por crime sexual contra vulnerável, será submetido, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA (ácido desoxirribonucleico), por técnica adequada e indolor, por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional. “A proposta legislativa, ao alterar o caput do art. 9º-A, suprimindo a menção expressa aos crimes hediondos, previstos na Lei nº 8.072, de 1990, em substituição somente a tipos penais específicos, contraria o interesse público, tendo em vista que a redação acaba por excluir alguns crimes hediondos considerados de alto potencial ofensivo, a exemplo do crime de genocídio e o de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, além daqueles que serão incluídos no rol de crimes hediondos com a sanção da presente proposta, tais como os crimes de comércio ilegal de armas, de tráfico internacional de arma e de organização criminosa. Art. 9º-A § 5º A amostra biológica coletada só poderá ser utilizada para o único e exclusivo fim de permitir a identificação pelo perfil genético, não estando autorizadas as práticas de fenotipagem genética ou de busca familiar. A propositura legislativa, ao vedar a utilização da amostra biológica coletada para fins de fenotipagem e busca familiar infralegal, contraria o interesse público por ser uma técnica que poderá auxiliar no desvendamento de crimes reputados graves, a exemplo de identificação de irmãos gêmeos, que compartilham o mesmo perfil genético, e da busca familiar simples para identificar um estuprador, quando o estupro resulta em gravidez, valendo-se, no caso, do feto abortado ou, até mesmo, do bebê, caso a gestação seja levada a termo. Art. 9º-A § 6º Uma vez identificado o perfil genético, a amostra biológica recolhida nos termos do caput deste artigo deverá ser correta e imediatamente descartada, de maneira a impedir a sua utilização para qualquer outro fim. A proposta legislativa, ao prever o descarte imediato da amostra biológica, uma vez identificado o perfil genético, contraria o interesse público tendo em vista que a medida pode impactar diretamente no exercício do direito da defesa, que pode solicitar a refeitura do teste, para fins probatórios. Ademais, as melhores práticas e recomendações internacionais dizem que após a obtenção de uma coincidência (match) a amostra do indivíduo deve ser novamente testada para confirmação do resultado. Trata-se de procedimento de controle de qualidade com o objetivo de evitar erros. Art. 9º-A § 7º A coleta da amostra biológica e a elaboração do respectivo laudo serão realizadas por perito oficial. A proposta legislativa, ao determinar que a coleta da amostra biológica ficará a cargo de perito oficial, contraria o interesse público, notadamente por se tratar de mero procedimento de retirada do material. Ademais,embora a análise da amostra biológica e a elaboração do respectivo laudo pericial sejam atribuições exclusivas de perito oficial, já existe um consenso que a coleta deve ser supervisionada pela perícia oficial, não necessariamente realizada por perito oficial. Além disso, tal restrição traria prejuízos à execução da medida e até mesmo a inviabilizaria em alguns estados em que o número de peritos oficiais é insuficiente. Todos os vetos da LEP foram derrubados em 29/04/2021. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 8 Lei de Interceptação Telefônica Lei Nº 9.296, de 24 de julho De 1996. Texto legal vetado Razões do veto Art. 8º-A § 2º A instalação do dispositivo de captação ambiental poderá ser realizada, quando necessária, por meio de operação policial disfarçada ou no período noturno, exceto na casa, nos termos do inciso XI do caput do art. 5º da Constituição Federal. A propositura legislativa, gera insegurança jurídica, haja vista que, ao mesmo tempo em que admite a instalação de dispositivo de captação ambiental, esvazia o dispositivo ao retirar do seu alcance a ‘casa’, nos termos do inciso XI do art. 5º da Lei Maior. Segundo a doutrina e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o conceito de ‘casa’ deve ser entendido como qualquer compartimento habitado, até mesmo um aposento que não seja aberto ao público, utilizado para moradia, profissão ou atividades, nos termos do art. 150, § 4º, do Código Penal. Art. 8º-A § 4º A captação ambiental feita por um dos interlocutores sem o prévio conhecimento da autoridade policial ou do Ministério Público poderá ser utilizada, em matéria de defesa, quando demonstrada a integridade da gravação. A propositura legislativa, ao limitar o uso da prova obtida mediante a captação ambiental apenas pela defesa, contraria o interesse público uma vez que uma prova não deve ser considerada lícita ou ilícita unicamente em razão da parte que beneficiará, sob pena de ofensa ao princípio da lealdade, da boa-fé objetiva e da cooperação entre os sujeitos processuais, além de se representar um retrocesso legislativo no combate ao crime. Ademais, o dispositivo vai de encontro à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que admite utilização como prova da infração criminal a captação ambiental feita por um dos interlocutores, sem o prévio conhecimento da autoridade policial ou do Ministério Público, quando demonstrada a integridade da gravação Todos os vetos da LEP foram derrubados em 29/04/2021. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 9 Lei de Improbidade Administrativa Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 Texto legal vetado Razões do veto Art. 17-A § 2º O acordo também poderá ser celebrado no curso de ação de improbidade. A propositura legislativa, ao determinar que o acordo também poderá ser celebrado no curso de ação de improbidade, contraria o interesse público por ir de encontro à garantia da efetividade da transação e do alcance de melhores resultados, comprometendo a própria eficiência da norma jurídica que assegura a sua realização, uma vez que o agente infrator estaria sendo incentivado a continuar no trâmite da ação judicial, visto que disporia, por lei, de um instrumento futuro com possibilidade de transação. Art. 17-A. O Ministério Público poderá, conforme as circunstâncias do caso concreto, celebrar acordo de não persecução cível, desde que, ao menos, advenham os seguintes resultados: I - o integral ressarcimento do dano; II - a reversão, à pessoa jurídica lesada, da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de agentes privados; III - o pagamento de multa de até 20% (vinte por cento) do valor do dano ou da vantagem auferida, atendendo a situação econômica do agente. § 1º Em qualquer caso, a celebração do acordo levará em conta a personalidade do agente, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do ato de improbidade, bem como as vantagens, para o interesse público, na rápida solução do caso. § 3º As negociações para a celebração do acordo ocorrerão entre o Ministério Público e o investigado ou demandado e o seu defensor. § 4º O acordo celebrado pelo órgão do Ministério Público com atribuição, no plano judicial ou extrajudicial, deve ser objeto de aprovação, no prazo de até 60 (sessenta) dias, pelo órgão competente para apreciar as promoções de arquivamento do inquérito civil. § 5º Cumprido o disposto no § 4º deste artigo, o acordo será encaminhado ao juízo competente para fins de homologação. A propositura legislativa, ao determinar que caberá ao Ministério Público a celebração de acordo de não persecução cível nas ações de improbidade administrativa, contraria o interesse público e gera insegurança jurídica ao ser incongruente com o art. 17 da própria Lei de Improbidade Administrativa, que se mantém inalterado, o qual dispõe que a ação judicial pela prática de ato de improbidade administrativa pode ser proposta pelo Ministério Público e/ou pessoa jurídica interessada leia-se, aqui, pessoa jurídica de direito público vítima do ato de improbidade. Assim, excluir o ente público lesado da possibilidade de celebração do acordo de não persecução cível representa retrocesso da matéria, haja vista se tratar de real interessado na finalização da demanda, além de não se apresentar harmônico com o sistema jurídico vigente. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 10 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS RELEVANTES FONTE: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=8049015152A39ECEC1128C1FE96A8423.proposicoesWebExterno2?co dteor=1712088&filename=PL+882/2019) DECRETO Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940, CÓDIGO PENAL BRASILEIRO A realidade brasileira atual, principalmente em zonas conflagradas, mostra-se totalmente diversa da existente quando da promulgação do Código Penal, em 1940. O agente policial está permanentemente sob risco, inclusive porque, não raramente, atua em comunidades sem urbanização, com vias estreitas e residências contíguas. É comum, também, que não tenha possibilidade de distinguir pessoas de bem dos meliantes. Por tais motivos, é preciso dar-lhe proteção legal, a fim de que não tenhamos uma legião de intimidados pelo receio e dificuldades de submeter-se a julgamento em Juízo ou no Tribunal do Júri, que acabem se tornando descrentes e indiferentes, meros burocratas da segurança pública. As alterações propostas, portanto, visam dar equilíbrio às relações entre o combate à criminalidade e à cidadania. (...) Na mesma linha, a nova redação do art. 25, que reconhece ao agente público a condição de achar-se em legítima defesa em conflito armado ou risco desta situação, previne injusta e iminente agressão a direito seu ou de outrem, inclusive vítima mantida refém. Este dispositivo corrige situação atual de absoluta insegurança do policial, pois impõe-lhe aguardar a ameaça concreta ou o início da execução do crime para, só depois, reagir. Com a nova redação, ele pode agir preventivamente, ou seja, quando houver risco iminente a direito seu ou de outrem. (...) No que toca à pena de multa, artigos 50 e 51, retira-se da Vara das Execuções Fiscais, onde as execuções penais se perdiam em meio a milhares de cobranças fiscais, passando-a para o juízo da execução penal. Mantêm-se, todavia, as normas da legislação relativas à dívida ativa da Fazenda Pública. (...) Acrescenta-se o art. 91-A, que adota o chamado confisco alargado. Há unanimidade na crença de que a sanção econômica é vital no combate ao crime, em especial quando praticadopor organizações criminosas. No entanto, a atual redação do Código Penal, ainda que reformada pela Lei nº 12.694, de 2012, é insuficiente para que se alcance tal objetivo. O que agora se pretende é tornar este combate mais próximo da realidade, convertê-lo em concreta possibilidade. Assim, um servidor público condenado por crime cuja pena máxima seja superior a seis anos, que apresente patrimônio incompatível com os seus proventos, poderá ter confiscado o valor da diferença entre os seus bens e o do patrimônio compatível com seu rendimento. E como seu patrimônio, incluem-se os bens transferidos a terceiros gratuitamente ou por valor irrisório. Isto significa o fim da prática comum de ceder os bens, a qualquer título, a terceiros, livrando-se facilmente da apreensão. Mas, para tanto, é preciso que se demonstre ser a conduta ilícita habitual. (...) O passo seguinte da reforma é o acréscimo de incisos aos artigos 116 e 117 do Código Penal, que tratam da prescrição. Sabidamente, esta é a válvula de escape da maior parte de criminosos para furtar-se à aplicação da lei. Os embargos de declaração, muitas vezes, não têm o objetivo de aclarar os acórdãos nos Tribunais Superiores, mas sim de adiar o julgamento final. Interpostos mais de uma vez no mesmo processo conseguem, não raramente, alcançar o objetivo. Por outro lado, a interrupção passa a ocorrer sempre que as decisões colegiadas sejam publicadas ou tenha início a execução da pena. Estes aspectos, aparentemente pouco significativos, darão mais efetividade à ação estatal. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 11 DECRETO-LEI NO 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941, CÓDIGO DE PROCESSO PENAL O art. 28-A. estende a possibilidade de acordo quando o acusado confessa o crime de pena máxima inferior a quatro anos, praticado sem violência ou grave ameaça. A tendência ao acordo, seja lá qual nome receba, é inevitável. O antigo sistema da obrigatoriedade da ação penal não corresponde aos anseios de um país com mais de 200 milhões de habitantes e complexos casos criminais. Desde 1995, a Lei nº 9.099 permite transação nos crimes de menor potencial ofensivo e suspensão do processo nos apenados com o mínimo de 1 ano de prisão. Na esfera ambiental, o Termo de Ajustamento de Conduta vige desde a Lei nº 7.347, de 1995. Os acordos entraram na pauta, inclusive, do poder público, que hoje pode submeter-se à mediação (Lei nº 13.140, de 2015). O acordo descongestiona os serviços judiciários, deixando ao Juízo tempo para os crimes mais graves. Porém, neste novo tipo de acordo que ora se propõe, as partes submetem-se a uma série de requisitos, citando-se como exemplo a proibição de ser concedida de quem já o tenha recebido nos últimos cinco anos. Por outro lado, pode o juiz recusar a proposta se considerar inadequadas ou insuficientes as condições celebradas. É dizer, a homologação judicial dá a necessária segurança à avença. (...) O projeto prevê, no art. 124-A., a possibilidade de obras de arte e bens de valor artístico confiscados serem doados a museus públicos, medida esta que contribuirá na difusão da cultura e educação do nosso povo, sem custo algum. Ademais, os bens confiscados, ultrapassada a fase de julgamento em segunda instância, poderão ser leiloados, devolvendo-se o dinheiro à vítima, terceiro de boa-fé ou aos cofres públicos. Porém metade de seu valor será doado a Fundos Públicos de natureza penitenciária ou de segurança pública. LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996 INTERCEPTAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS A proposta de inclusão do art. 9º-A. visa alargar a possibilidade de interceptação de comunicações em sistemas de informática e telemática por qualquer meio tecnológico disponível, desde que assegurada a integridade da diligência, podendo incluir a apreensão do conteúdo de mensagens e arquivos eletrônicos já armazenado em caixas postais eletrônicas. A tecnologia avança a passos largos e a lei, para ter efetividade, necessita possibilitar permanente mudanças. Esta, exatamente, é a posição do Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça e Segurança Pública que, em nota técnica registrou: “Por disciplinarem, em regra, medidas de caráter invasivo e, por isso, exigirem requisitos mais rígidos na sua utilização, de outro lado devem necessariamente acompanhar o permanente avanço tecnológico sob pena de se transformarem em alternativas inúteis e ou pouco eficazes para a investigação da criminalidade organizada”. LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998, CRIMES DE "LAVAGEM DE DINHEIRO" O art. 1º introduz o § 6º, ressalvando que a participação de agente policial disfarçado, em qualquer fase da atividade criminal de lavagem, não exclui o crime, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal pré-existente. A infiltração do agente policial disfarçado está previsto no art. 10 da Lei no 12.850, de 2013, que trata das organizações criminosas. Todavia, seja pelos riscos que oferece, seja por simples falta de prática, ela não vem sendo adotada. O dispositivo proposto deseja implementá-la nos crimes de lavagem de dinheiro. Vale aqui lembrar que as operações policiais disfarçadas, undercover operations nos Estados Unidos, são extremamente eficazes naquele país. A exigência de indícios de conduta criminal pré-existente visa evitar aquilo que os norte-americanos chamam de entrapment, quando um agente policial provoca a prática de um crime por parte de um inocente e não de um criminoso. A Súmula nº 145 do STF (Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação) não é óbice para a sua aplicação, pois, além de antiga e ter analisado matéria legal, o Supremo vem temperando sua rigidez,. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 12 No HC n.º 67.908-1, julgado pela 2.ª Turma do STF em 08.03.1990, decidiu-se, cf. ementa, que “denunciado o paciente pela guarda de haxixe, para comercialização, ato preexistente à venda ficta da substância entorpecente aos policiais – não há falar em crime impossível em face da provocação do flagrante”. O mesmo entendimento foi manifestado no HC 69.476, julgado também pela 2.ª Turma em 04.08.1992 (“Posse de entorpecente pelo réu, que preexistia à atuação do agente provocador, ao manifestar interesse pela aquisição da droga, para fixar a prova pelo crime já consumado. Não é invocável, na espécie, a Súmula 145”). De teor semelhante, encontram-se ainda o HC 72.674-7/SP, julgado em 26.03.1996, pela 2.ª Turma do STF, o HC 73.898-2/SP, julgado pela 2.ª Turma do STF em 21.05.1996, o HC 74510-5/SP, julgado pela 1.ª Turma do STF em 08.10.1996, e o HC 81.970-2, julgado pela 1.ª Turma em 28.06.2002. Em suma, o que aqui se pretende é dar maior efetividade às investigações sobre lavagem de dinheiro utilizando-se este método de grande relevância. LEI Nº 10.826, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2003, REGISTRO, POSSE E COMERCIALIZAÇÃO DE ARMAS DE FOGO E MUNIÇÃO O presente projeto altera a Lei no 10.826, de 2003, introduzindo dois parágrafos ao art. 17 e um parágrafo único ao art. 18. O propósito é tirar as armas ilegais das ruas, valendo aqui lembrar que pessoas com registros criminais portando arma configuram um risco muito grande. Aliás, é a importação ilegal de armas que abastece as organizações criminosas, sendo constante a queixa dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo sobre a facilidade com que elas adentram o território nacional. O agravamento das penas visa dar à autoridade policial melhores condições de interromper tal prática e o próprio uso pelos compradores, porque serão reforçados os argumentos para pedido de prisão preventiva e outros. O art. 20 recebe nova redação, com dois incisos, explicitando que a pena aumenta até a metadeem circunstâncias especiais quando houver infração aos arts. 14, 15, 16, 17 e 18 da referida Lei no 10.826. Esta elevação da pena ocorre se o agente possuir registros criminais pretéritos, com condenação transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado. Registre-se que este é um dos poucos dispositivos com proposta de elevação das penas. Registre-se, ainda, a introdução do art. 34-A., que disciplina a coleta de dados e armazenamento de perfis balísticos, através de um Banco Nacional gerenciados por Unidade Oficial de Perícia Criminal. Trata-se de modalidade de prova técnica essencial para a apuração de crimes praticados com arma de fogo, entre eles o homicídio, cujos índices de apuração não têm sido positivos. A Secretaria Nacional de Segurança Pública – SENASP, em nota técnica manifestou-se afirmando: “A Criação do Banco Nacional de Perfis Balísticos, com sistemas automatizados em rede integrada, possibilitará a elucidação dos crimes envolvendo armas de fogo como Homicídios, Feminicídios, Latrocínios, Roubos, crimes realizados por Organizações Criminosas, dentre outros. LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006, TRATAMENTO LEGAL ÀS DROGAS A Lei no 11.343, de 2006, institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – Sisnad e dá outras providências. Do art. 33 ao 47 ela dispõe sobre os fatos que constituem crime. O Projeto de Lei ora proposto, acrescenta ao art. 33, artigo este que dispõe sobre as diversas formas consideradas tráfico e, portanto, apenadas mais severamente, um quinto parágrafo, cuja conduta tipifica infração ao caput do referido dispositivo. Ação que ora se criminaliza consiste na venda ou a entrega de drogas ou de matéria prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal pré-existente. O que se pretende com este parágrafo é dirimir qualquer dúvida sobre a possibilidade da conduta ser considerada crime. Guilherme de Souza Nucci considera impossível o crime se o policial, pessoalmente ou por usuário, induz o traficante a conseguir-lhe a droga (Código Penal Comentado. 14ª. ed.., p. 205) Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 13 Tal qual na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, o dispositivo visa esclarecer a possibilidade da realização de operações policiais disfarçadas, o que nos US chamam de undercover operations. O tema é não é novo no Brasil, porém praticamente não é aplicado, muito embora se trate de meio de investigação eficaz e consentâneo com a atualidade. Não é o caso de sustentar a impossibilidade, com base na Súmula 145 do Supremo Tribunal Federal, pois o próprio STF já excepcionou a sua aplicação em casos de tráfico de drogas. No HC n.º 67.908-1, julgado pela 2.ª Turma do STF em 08.03.1990, decidiu-se, que “denunciado o paciente pela guarda de haxixe, para comercialização, ato preexistente à venda ficta da substância entorpecente aos policiais – não há falar em crime impossível em face da provocação do flagrante”. O mesmo entendimento foi manifestado no HC 69.476, julgado também pela 2.ª Turma em 04.08.1992 (“Posse de entorpecente pelo réu, que preexistia à atuação do agente provocador, ao manifestar interesse pela aquisição da droga, para fixar a prova pelo crime já consumado. Não é invocável, na espécie, a Súmula 145”). De teor semelhante, encontram-se ainda o HC 72.674-7/SP, julgado em 26.03.1996, pela 2.ª Turma do STF, o HC 73.898-2/SP, julgado pela 2.ª Turma do STF em 21.05.1996, o HC 74510-5/SP, julgado pela 1.ª Turma do STF em 08.10.1996, HC 81.970-2, julgado pela 1.ª Turma em 28.06.2002 e o HC 105.929, rel. min. Gilmar Mendes, 2ª T, j. 24.5.2011, DJE 107 de 6-6-2011. Portanto, havendo, como se espera, previsão legal expressa, não há óbice legal. LEI Nº 11.671, DE 8 DE MAIO DE 2008, ESTABELECIMENTOS PENAIS FEDERAIS A proposta ora feita visa acrescer e aditar os artigos 2º, 3º 10, 11-B. e 11-C. à Lei no 11.671, de 2008. Justificam-se as inovações, para o fim de isolar as lideranças criminosas e impedir que, mesmo cumprindo pena, continuem no comando das organizações criminosas através de mensagens orais. Proposta essencial para a racionalização dos trabalhos, é dar-se ao juiz federal da execução penal poderes para as ações de natureza cível ou penal que envolvam fatos relacionados com a execução da pena, evitando-se decisões conflitantes. Abre-se, também, a possibilidade de inclusão de presos no presídio federal, a fim de resguardar a segurança pública ou no interesse do próprio preso, que pode estar sendo ameaçado. O prazo de permanência nos presídios federais atualmente é de apenas um ano, o que tem se mostrado pouco realista. É um período insuficiente para que o criminoso rompa seus laços com as organizações criminosas de origem. Amplia- se, por isso, o prazo para três anos, porém ressalvando-se a possibilidade de o juiz fixar prazo inferior e também prorrogar por iguais períodos, se necessário. Registre-se, ainda, que, para evitar o risco de vida dos magistrados, permite-se que as decisões sejam tomadas por um colegiado, assim se retirando o caráter pessoal da medida As visitas recebem, agora, tratamento mais condizente com a realidade. Os presos nas penitenciárias federais e estaduais têm recebido visitas de forma irrazoável, sendo de todos conhecido o fato de que o comando das organizações criminosas continua a ser exercido através de ordens transmitidas por visitantes. Para evitar que tal prática persista, as visitas sociais serão feitas assegurada por meio virtual ou no parlatório, com o máximo de duas pessoas por vez, separadas por vidro e comunicação por meio de interfone, com filmagem e gravações. Vale lembrar que este regime não se estende aos advogados, que deverão, contudo, agendar a visita, pois o regime destes presidiários não permite que sejam alterados a qualquer momento. Por outro lado, visitas dos advogados não serão gravadas, exceto por ordem judicial e presentes os requisitos necessários, não sendo esta questão tratada no projeto. Finalmente, registre-se que a Corte Europeia de Direitos Humanos, recusou recurso de um prisioneiro na Itália, referendando as exigências a presos de alta periculosidade. Naquele país, o art. 45 bis, parágrafo 2º do ordenamento sobre regime penitenciário, Lei nº 354, de 1975, alterada pela Lei nº 356, de 1992, permite limitações até mais rigorosas do que as feitas no Brasil. A Corte considerou as restrições compatíveis com os dispositivos da Convenção da União Europeia (Recurso nº 37648/02, 4ª. Seção, Orazio Paolello contra Itália, j. 24/09/2015). Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 14 LEI Nº 12.037, DE 1º DE OUTUBRO DE 2009, IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL DO CIVILMENTE IDENTIFICADO A redação original do art. 7º-A da Lei no 12.037, de 2009, será alterada, permitindo a exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados no caso de absolvição do acusado, ou mediante requerimento, passados vinte anos do cumprimento da pena. A nova redação substitui com vantagem a anterior, que permitia a exclusão uma vez decorrido o lapso prescricional. Agora, absolvido o acusado, a exclusão será imediata. E para os condenados, aguardar-se-á prazo maior, dando-se maior possibilidade de sucesso às investigações de outros crimes. Aditou-se, também, o artigo, o 7º-C, que prevê a criação do Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais e, quando possível, de íris, face e voz, para subsidiar investigações criminais federais, estaduais ou distrital. A iniciativa é de todo necessária, para que as investigações tenham um caráter mais técnico e científico. Atualmente, a identificação, além de regra geral ser apenas digital, está confinada aos estadosmembros, não sendo raro que pessoas tenham dois ou mais registros. Isto, evidentemente, dificulta as investigações criminais. O banco de dados ora proposto pretende abranger presos provisórios ou definitivos, sendo que ficarão sob a guarda do juiz. Caso a autoridade policial ou o Ministério Público deles precisem, deverão formular requerimento ao magistrado competente, no caso de inquérito ou ação penal instauradas. O Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais poderá trocar informações com outros órgãos públicos, inclusive do Poder Judiciário. A matéria será regulamentada por ato do Poder Executivo. Em nota técnica, a Secretaria Nacional de Segurança Pública – SENASP, manifestou-se favoravelmente afirmando que: “A proposta de alteração prevista na redação do artigo 7º-C do quadro comparativo, é de extrema relevância para a Segurança Pública Nacional, uma vez que permite a interoperabilidade entre a base de dados da Identificação Civil Nacional (BDICN) e os demais sistemas congêneres dos Estados e da Secretaria Nacional de Segurança Pública”. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 15 LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013, ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS O art. 1º dá o conceito de organizações criminosas e exemplifica-se com as mais conhecidas. Sabidamente, não é a forma usual de redação de textos legais, até porque outras podem surgir e estas podem desaparecer. Mas o fato é que os exemplos têm a essencial qualidade de diferenciar estes grupos, que possuem estrutura, organização e poderio econômico, da simples junção de pessoas para a prática de crimes, ou seja, a quadrilha ou bando do Código Penal de 1940. Esta prática foi adotada na Itália, que denomina ditas organizações simplesmente de mafiosas, e as discrimina no art. 416-bis do Código Penal Italiano. O Departamento Penitenciário Nacional informou que “Nos Estados Unidos da América a ‘Lei de designação de líderes narcotraficantes de 1999’ inclui periodicamente, em lista na forma de lei penal em branco, organizações de narcotraficantes como recentemente os carteis mexicanos. A medida agiliza o bloqueio ou embargo de bens, contas e investimentos naquele país, que pertençam a essas organizações criminosas ou daqueles que hajam em seu nome sob jurisdição Norte-americano, com reflexos inclusive na vedação de migração de membros ou parentes em solo Norteamericano”. Portanto, a relação no texto legal não é novidade alguma e é feita porque estas organizações assumiram tão grande poder e, na verdade, constituem autêntica ameaça à democracia. Coerente com esta meta, o art. 2º estabelece que seus líderes ou os que disponham de armas iniciem o cumprimento em presídios de segurança máxima, e que os condenados quando se reconheça o vínculo com tais organizações, não possam progredir de regime. Os primeiros, para que se vejam impedidos de continuar, dentro do estabelecimento carcerário, a conduzir a ação de seus grupos. Os segundos, já condenados e cumprindo pena, para que se sintam desestimulados a manter vínculo, com as organizações criminosas, visto que estarão impedidos de receber os benefícios. Inclui-se o art. 3º-A que permite ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal firmar acordos ou convênios com congêneres estrangeiros para constituir equipes conjuntas de investigação destinadas à apuração de terrorismo, crimes transnacionais ou crimes cometidos por organizações criminosas internacionais. Nada mais natural em um mundo globalizado, onde a comunicação não encontra obstáculos e as fronteiras tornam-se menos rígidas. Considerando a extensão do nosso território e as peculiaridades regionais, faculta-se aos entes públicos estaduais compor as equipes conjuntas de investigação. E para evitar a burocratização de tais iniciativas, permite-se que a constituição e o funcionamento das equipes conjuntas de investigação sejam regulamentadas por meio de decreto. Os meios de provas tradicionais, da mesma forma, exigem mudança. É inquestionável que as formas tradicionais não servem para apurar delitos de pertinência à organização criminosa. Por tal motivo, adota- se no art. 21-A a captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, desde que autorizada pelo juiz, subordinado o deferimento à gravidade do crime (pena máxima superior a quatro anos ou em infrações penais conexas) e à existência de elementos probatórios razoáveis de autoria. A propósito, como bem se ressaltou no Parecer de Mérito, “o Plenário do Supremo Tribunal Federal já se manifestou aceitando a interceptação de sinais eletromagnéticos, óticos e acústicos como meio probatório legalmente admitido” (Inquérito nº 2424/RJ, Rel. Ministro Cezar Peluso, Publicação DJe-055 DIVULG 25-03-2010 PUBLIC 26-03-2010 EMENT VOL-02395-02 PP-00341). Mas, para que não haja abusos no direito constitucional à intimidade, o local e a forma de instalação do dispositivo deverão estar explícitos no requerimento ao juiz. Além disto, o deferimento será feito com prazo de quinze dias, que, excepcionalmente, poderá ser renovado quando presente atividade criminal permanente, habitual ou continuada. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 16 LEI Nº 13.608, DE 10 DE JANEIRO DE 2018, SERVIÇO TELEFÔNICO DE RECEBIMENTO DE DENÚNCIAS A proposta é de que a referida lei seja aditada com três artigos, numerados como 4ºA., 4ºB. e 4ºC., que possam auxiliar nas investigações policiais. O objetivo é a introdução da figura do whistle blower ou “quem dá o aviso”, o “denunciante do bem”. Sabidamente, a produção de provas assumiu feição totalmente diversa em tempos recentes, não sendo mais possível contar, salvo casos excepcionais, com testemunhas do fato, eis que elas se sentem amedrontadas e se recusam a depor. Neste particular, a introdução da colaboração premiada no sistema processual foi essencial para a descoberta dos mais graves crimes de corrupção na última década. Neste caso, ao contrário da colaboração premiada, o denunciante não está envolvido em nenhum crime, deseja apenas auxiliar o poder público. Impõe-se, assim, a instalação de ouvidorias no serviço público, algo que na prática já existe em grande escala, e assegurar-se proteção integral ao informante. Este resguardo começa pela preservação de sua identidade e isenção de responsabilidade civil ou penal, salvo se tiver agido com má-fé. Para evitar prejuízo ao direito constitucional à ampla defesa, explicitamente se afirma que ninguém será condenado com base exclusiva no depoimento do informante. E para estimulá-lo, arbitra-se recompensa de 5% sobre o valor arrecadado, em caso de recuperação de produto do crime. Este incentivo é crucial para que haja estímulo à pessoa sair do comodismo da omissão, agora uma realidade. ATENÇÃO (Concursos de Magistratura, Ministério Público e Delegado) Segue link de acesso ao Grupo de Trabalho que discutiu as alterações do Pacote Anticrime. O documento contém importantes pontos que podem ser cobrados em provas dissertativas ou orais, em especial, a partir da página 114. Link de acesso: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1772332&filename=Tra mitacao-PL+10372/2018 Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 17 SUPERAÇÃO LEGISLATIVA DA JURISPRUDÊNCIA E ATIVISMO CONGRESSUAL Parte da doutrina vem sustentando que a Lei Anticrime veio como forma de superar a jurisprudência existente mediante o ativismo congressual ou reação legislativa. Em tese, o Congresso Nacional pode editar uma lei em sentido contrário ao que foi decidido pelo STF no julgamento de uma ADI/ADC? SIM. Conforme vimos acima, o Poder Legislativo, em sua função típicade legislar, não fica vinculado aos efeitos da decisão do STF. O STF possui, segundo a CF/88, a missão de dar a última palavra em termos de interpretação da Constituição. Isso não significa, contudo, que o legislador não tenha também a capacidade de interpretação do Texto Constitucional. O Poder Legislativo também é considerado um intérprete autêntico da Constituição e justamente por isso ele pode editar uma lei ou EC tentando superar o entendimento anterior ou provocar um novo pronunciamento do STF a respeito de determinado tema, mesmo que a Corte já tenha decidido o assunto em sede de controle concentrado de constitucionalidade. A isso se dá o nome de "reação legislativa" ou "superação legislativa". A reação legislativa é uma forma de "ativismo congressual" com o objetivo de o Congresso Nacional reverter situações de autoritarismo judicial ou de comportamento antidialógico por parte do STF, estando, portanto, amparado no princípio da separação de poderes. O ativismo congressual consiste na participação mais efetiva e intensa do Congresso Nacional nos assuntos constitucionais. Mas se houver uma "reação legislativa", com toda a certeza o STF irá julgar novamente a nova lei inconstitucional, não é verdade? NÃO. Em tese, ou seja, na teoria, isso não é verdade. É possível que o STF repense seu entendimento anterior e evolua para uma nova interpretação, chegando a conclusão diferente daquilo que havia decidido e, assim, concorde com a nova lei editada com o mesmo conteúdo da anterior. Veja o que dizem Daniel Sarmento e Cláudio Pereira de Souza Neto, citados pelo Min. Luiz Fux em seu voto: “(...) não é salutar atribuir a um único órgão qualquer a prerrogativa de dar a última palavra sobre o sentido da Constituição. (...). É preferível adotar-se um modelo que não atribua a nenhuma instituição – nem do Judiciário, nem do Legislativo – o “direito de errar por último”, abrindo-se a permanente possibilidade de correções recíprocas no campo da hermenêutica constitucional, com base na ideia de diálogo, em lugar da visão tradicional, que concede a última palavra nessa área ao STF. (...) As decisões do STF em matéria constitucional são insuscetíveis de invalidação pelas instâncias políticas. Isso, porém, não impede que seja editada uma nova lei, com conteúdo similar àquela que foi declarada inconstitucional. Essa posição pode ser derivada do próprio texto constitucional, que não estendeu ao Poder Legislativo os efeitos vinculantes das decisões proferidas pelo STF no controle de constitucionalidade (art. 102, § 2º, e art. 103-A, da Constituição). Se o fato ocorrer, é muito provável que a nova lei seja também declarada inconstitucional. Mas o resultado pode ser diferente. O STF pode e deve refletir sobre os argumentos adicionais fornecidos pelo Parlamento ou debatidos pela opinião pública para dar suporte ao novo ato normativo, e não ignorá-los, tomando a nova medida legislativa como afronta à sua autoridade. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 18 Nesse ínterim, além da possibilidade de alteração de posicionamento de alguns ministros, pode haver também a mudança na composição da Corte, com reflexões no resultado do julgamento.” (SARMENTO, Daniel; SOUZA NETO, Cláudio Pereira de. Direito Constitucional. Teoria, história e métodos de trabalho. Belo Horizonte: Fórum, 2012, p. 402-405) Existem exemplos de "reação legislativa" que foram consideradas exitosas, ou seja, que foram acolhidas pelo STF gerando uma "correção jurisprudencial"? SIM. Um exemplo emblemático diz respeito à chamada Lei da Ficha Limpa (LC 135/2010). Antes dessa Lei, o TSE e o STF possuíam jurisprudência consolidada no sentido de que não era possível reconhecer a inelegibilidade do candidato a não ser que houvesse contra ele uma condenação transitada em julgado. O fundamento para esse entendimento residia no princípio da presunção de inocência. A LC 135/2010 foi editada com o objetivo de superar esse entendimento. Segundo previu essa lei, não é necessário que a decisão condenatória tenha transitado em julgado para que o condenado se torne inelegível. Basta que tenha sido proferida por órgão colegiado (exs: TRE, TJ, TRF). O STF, superando seus antigos precedentes, entendeu que a reação legislativa foi legítima e que a Lei da Ficha Limpa é constitucional e não viola o princípio da presunção de inocência. (STF. Plenário. ADC 29/DF, ADC 30/DF, ADI 4578/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 15 e 16/2/2012). Esse caso, dentre outros, demonstra que, na teoria, não existe uma supremacia judicial do STF e que é possível, em tese, a existência de um diálogo (abertura dialógica) por meio do qual o Legislativo proponha, por meio de leis, correções à jurisprudência do Supremo, alterando a forma de a Corte interpretar a Constituição. Mas sempre se disse que o STF possui a última palavra na interpretação da Constituição... É verdade. Sempre se afirmou isso. Contudo, esse dogma vem sendo rediscutido pelos constitucionalistas. Entende-se atualmente que a decisão do STF em matéria constitucional deve ser compreendida como "última palavra provisória", nas palavras do Min. Luiz Fux. Isso porque depois que o STF decidir, reiniciam-se as rodadas de debates entre as instituições e os demais atores da sociedade civil sobre o tema. Algumas conclusões do STF sobre o tema: a) O STF não subtrai ex ante a faculdade de correção legislativa pelo constituinte reformador ou legislador ordinário. Em outras palavras, o STF não proíbe que o Poder Legislativo edite leis ou emendas constitucionais em sentido contrário ao que a Corte já decidiu. Não existe uma vedação prévia a tais atos normativos. O legislador pode, por emenda constitucional ou lei ordinária, superar a jurisprudência. Trata-se de uma reação legislativa à decisão da Corte Constitucional com o objetivo de reversão jurisprudencial. b) No caso de reversão jurisprudencial (reação legislativa) proposta por meio de emenda constitucional, a invalidação somente ocorrerá nas restritas hipóteses de violação aos limites previstos no art. 60, e seus §§, da CF/88. Em suma, se o Congresso editar uma emenda constitucional buscando alterar a interpretação dada pelo STF para determinado tema, essa emenda somente poderá ser declarada inconstitucional se ofender uma cláusula pétrea ou o processo legislativo para edição de emendas. c) No caso de reversão jurisprudencial proposta por lei ordinária, a lei que frontalmente colidir com a jurisprudência do STF nasce com presunção relativa de inconstitucionalidade, de forma que caberá ao legislador o ônus de demonstrar, argumentativamente, que a correção do precedente se afigura legítima. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 19 A novel legislação que frontalmente colida com a jurisprudência (leis in your face) se submete a um controle de constitucionalidade mais rigoroso. Para ser considerada válida, o Congresso Nacional deverá comprovar que as premissas fáticas e jurídicas sobre as quais se fundou a decisão do STF no passado não mais subsistem. O Poder Legislativo promoverá verdadeira hipótese de mutação constitucional pela via legislativa. Fonte: https://www.dizerodireito.com.br/2015/10/superacao-legislativa-da-jurisprudencia.html Em se tratando da Lei Anticrime, um dos pontos de superação legislativa foi a fixação de competência da multa penal perante o juiz da execução penal (art. 50 do Código Penal). Veja: ENTENDIMENTOS JURISPRUDENCIAIS SUPERADOS PELA LEI ANTICRIME Súmula 521 – STJ: A legitimidade para a execução fiscal de multa pendente de pagamento imposta em sentença condenatória é exclusiva da Procuradoria da Fazenda Pública. SUPERADA PELA LEI ANTICRIME. ADI 3150e QO da AP 470 – STF: OMinistério Público é o órgão legitimado a promover a execução da pena de multa perante a Vara de Execução Criminal. A legitimidade da Procuradoria da Fazenda Pública, bem como a competência da Vara Fiscal seriam SUBSIDIÁRIAS, somente sendo observadas em caso de inércia do MP por mais de 90 dias, após intimação. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 20 RESUMO DAS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES / INCLUSÕES NO CÓDIGO PENAL E CÓDIGO DE PROCESSO PENAL CÓDIGO PENAL Art. 25 § único Exemplifica situação de legítima defesa de terceiro pelo agente de segurança pública que repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes. Art. 51; A pena de multa deverá ser executada perante o juiz da execução penal. Art. 75 e seu §1°; Tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 40 (quarenta) anos. Art. 83, III; Acrescenta o requisito de comprovação de não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses para concessão do livramento condicional. Art. 91-A Cria o confisco alargado para infrações às quais a lei comine pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão. Art. 116, II, III, IV; Cria 2 novas causas de impedimento de prescrição. ✓ pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis; ✓ enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal. Art. 157, VII; Reestabelece a causa de aumento de 1/3 até 1/2 nos crimes de roubo se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca. Art. 157, § 2º-B. Estabelece a causa de aumento do DOBRO se a violência ou grave ameaça no roubo é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido. Art. 171, §5°; O crime de estelionato passa a ser de ação penal pública condicionada à representação. Exceções: Administração Pública, direta ou indireta; criança ou adolescente; - pessoa com deficiência mental; ou maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. Art. 316. Aumenta a pena do crime de concussão. ✓ Antes: Reclusão de 2 a 8 anos + multa ✓ Lei Anticrime: Reclusão de 2 a 12 anos + multa Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 21 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL Art. 3º-A ao art. 3º-F Cria o juiz das garantias. Art. 14-A Constituição de defensor durante o inquérito para servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição Federal quando figurarem como investigados. Art. 28 Arquivamento do inquérito passa a ser ato apenas do Ministério Público. Não precisa mais remeter ao juiz. Mas precisa enviar a instância de revisão ministerial para fins de homologação. Art. 28-A Acordo de não persecução penal (antes não tinha previsão expressa no CPP). Art. 157, § 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a sentença ou acórdão. Art. 158-A a 158-F Cria a cadeia de custódia (conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte). Art. 282, § 2º Juiz não pode requerer medida cautelar de ofício. Art. 310 Dispõe sobre a audiência de custódia. Antes era disciplinada somente pelo Conselho Nacional de Justiça (Resolução 213/2015) Art. 311 Juiz não pode requerer prisão preventiva de ofício. Art. 312 Cria mais um pressuposto para prisão preventiva: perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. Art. 313, § 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou recebimento de denúncia. Art. 492, I, e Nos crimes contra a vida será possível a execução provisória da pena, se presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão. Art. 581 Cria hipótese de cabimento de recurso em sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença, que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A desta Lei. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 22 ALTERAÇÕES E INCLUSÕES PROMOVIDAS PELA LEI ANTICRIME CÓDIGO PENAL – PARTE GERAL DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940 Antes da Lei Anticrime Depois da Lei Anticrime Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se também em legítima defesa ✓ o agente de segurança pública ✓ que repele agressão ou risco de agressão ✓ a vítima mantida refém ✓ durante a prática de crimes. - Alguns professores estão chamando esse dispositivo como “legítima defesa do sniper”. Antes da Lei Anticrime Depois da Lei Anticrime - 2019 Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, ✓ a multa será considerada dívida de valor, ✓ aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, ✓ inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, ✓ a multa será executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, ✓ aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, ✓ inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. Antes da Lei Anticrime Depois da Lei Anticrime - 2019 Art. 75 - O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 (trinta) anos. § 1º - Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 30 (trinta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo. Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 40 (quarenta) anos. § 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a 40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 23 Limite de tempo para o CUMPRIMENTO DE PENA Limite para FIXAÇÃO DA PENA Antes da Lei Anticrime Depois da Lei Anticrime RECLUSÃO E DETENÇÃO 30 anos MEDIDADE SEGURANÇA ✓ Código Penal → tempo indeterminado, fixa apenas prazo mínimo (1 a 3 anos). ✓ STJ (adaptado) → não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado (súmula 527), nem ultrapassar 30 anos. PRISÃO SIMPLES 5 anos RECLUSÃO E DETENÇÃO 40 anos MEDIDA DE SEGURANÇA ✓ Código Penal → tempo indeterminado, fixa apenas prazo mínimo (1 a 3 anos). ✓ STJ (adaptado) → não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado (súmula 527), nem ultrapassar 40 anos. PRISÃO SIMPLES 5 anos ✓ Não tem limite. ✓ A fixação de pena superior a 40 anos será levada em conta para benefícios penais, como o livramento condicional, saída temporária e progressão de regime, principalmente. ✓ Exemplo real: um médico que estuprou (crime hediondo) 56pacientes em sua clínica foi condenado a 278 anos de prisão. ✓ Irá CUMPRIR 40 anos. ✓ Não poderá progredir de regime (deve cumprir 2/5 da pena = 111 anos, mas sairá antes pelo limite máximo de cumprimento de pena). Súmula 715 - STF: A pena unificada para atender ao limite de trinta anos (leia-se agora 40 anos) de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução. Antes da Lei Anticrime Depois da Lei Anticrime Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (...) III - comprovado ✓ comportamento satisfatório durante a execução da pena, ✓ bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e ✓ aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: (...) III - comprovado: a) bom comportamento durante a execução da pena; b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses; c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto; Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 24 Lei Anticrime Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações ✓ às quais a lei comine pena máxima superior a 6 (seis) anos de reclusão, ✓ poderá ser decretada a perda, ✓ como produto ou proveito do crime, ✓ dos bens correspondentes à diferença ✓ entre o valor do patrimônio do condenado ✓ e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito. § 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do condenado todos os bens: I - de sua titularidade, ✓ ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou indireto, ✓ na data da infração penal ✓ ou recebidos posteriormente; e II - transferidos a terceiros ✓ a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, ✓ a partir do início da atividade criminal. § 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita do patrimônio. § 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida ✓ expressamente pelo Ministério Público, ✓ por ocasião do oferecimento da denúncia, ✓ com indicação da diferença apurada. § 4º Na sentença condenatória, ✓ o juiz deve declarar o valor da diferença apurada ✓ e especificar os bens cuja perda for decretada. § 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes ✓ por organizações criminosas e milícias ✓ deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do Estado, ✓ dependendo da Justiça onde tramita a ação penal, ✓ ainda que não ponham em perigo a segurança das pessoas, a moral ou a ordem pública, ✓ nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de novos crimes. Confisco alargado PPL de reclusão superior a 6 anos Poderá Deverão Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 25 Antes da Lei Anticrime Depois da Lei Anticrime Causas impeditivas da prescrição Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro; Causas impeditivas da prescrição Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; II - enquanto o agente cumpre pena no exterior; III - na pendência de ✓ embargos de declaração ou de ✓ recursos aos Tribunais Superiores, ✓ quando inadmissíveis; e IV - enquanto ✓ não cumprido ou ✓ não rescindido ✓ o acordo de não persecução penal. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 26 CÓDIGO PENAL – PARTE ESPECIAL DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940 HOMICÍDIO QUALIFICADO PELO EMPREGO DE ARMA DE FOGO DE USO RESTRITO OU PROIBIDO Art. 121. Matar alguém: (...) § 2° Se o homicídio é cometido: (...) VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido: ARMA BRANCA COMO CAUSA DE AUMENTO PARA O CRIME DE ROUBO Antes da Lei 13.654/2018 Depois da Lei 13.654/2018 Com a Lei Anticrime Lei 13.964/2018 Aumento de 1/3 até 1/2 I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; A causa de aumento de arma branca foi revogada. Aumento de 1/3 até 1/2 VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca. § 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. A causa de aumento de arma de fogo foi aumentada para 2/3. A causa de aumento de arma de fogo foi aumentada em dobro se a arma de fogo for de uso restrito ou proibido. A causa de aumento das demais armas de fogo foi mantida em 2/3 no caso das demais arma de fogo. Atente-se que a revogação da arma branca (Lei 13.654/2018) como causa de aumento de pena é norma mais benéfica ao réu, portanto, retroagiu para alcançar todos os crimes anteriores a sua vigência. Conclui-se, portanto, que a arma branca só vai ser causa de aumento para os crimes cometidos a partir de 23/01/2020 (entrada em vigor da Lei Anticrime). Resumindo: Causas de aumento com arma - roubo Arma branca Arma de fogo de uso restrito ou proibido Demais armas de fogo +1/3 até 1/2 Dobro + 2/3 Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 27 Arma de fogo de uso restrito ou proibido é norma penal em branco heterogênea. Complemento pelo Decreto 10.030/2019 - Aprova o Regulamento de Produtos Controlados. ANEXO I Art. 3º As definições dos termos empregados neste Regulamento são aquelas constantes deste artigo e do Anexo III. Parágrafo único. Para fins do disposto neste Regulamento, considera-se: I - arma de fogo de USO PERMITIDO – as armas de fogo semiautomáticas ou de repetição que sejam: a) de porte, ✓ cujo calibre nominal, ✓ com a utilização de munição comum, ✓ não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a ✓ 1.200 libras-pé ✓ ou ✓ 1.620 e vinte joules; b) portáteis de alma lisa; ou c) portáteis de alma raiada, ✓ cujo calibre nominal, ✓ com a utilização de munição comum, ✓ não atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a ✓ 1.200 libras-pé ✓ ou ✓ 1.620 joules; II - arma de fogo de USO RESTRITO - as armas de fogo automáticas, de qualquer tipo ou calibre, semiautomáticas ou de repetição que sejam: a) não portáteis; b) de porte, ✓ cujo calibre nominal, ✓ com a utilização de munição comum, ✓ atinja, na saída do cano de prova, ✓ energia cinética superior a ✓ 1.200 libras-pé ✓ ou ✓ 1.620 joules; ou c) portáteis de alma raiada, ✓ cujo calibre nominal, ✓ com a utilização de munição comum, ✓ atinja, na saída do cano de prova, ✓ energia cinética superior a ✓ 1.200 libras-pé ✓ ou ✓ 1.620 joules; III - arma de fogo de USO PROIBIDO: a) as armas de fogo classificadas de uso proibido ✓ em acordos e tratados internacionais ✓ dos quais a República Federativa do Brasil sejasignatária; ou b) as armas de fogo dissimuladas, ✓ com aparência de objetos inofensivos; ≤ 1.200 LP ≤ 1.620 J > 1.200 LP > 1.620 J Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 28 Aumento de pena nos crimes contra a honra - rede mundial de computadores Art. 141. § 2º Se o crime é cometido ou divulgado em quaisquer modalidades das redes sociais da rede mundial de computadores, aplica-se em triplo a pena. Alteração no processamento do estelionato Art. 171 (estelionato) § 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for: I - a Administração Pública, direta ou indireta; II - criança ou adolescente; III - pessoa com deficiência mental; ou IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. ALTERAÇÃO DA PENA DO CRIME DE CONCUSSÃO Antes da Lei Anticrime Depois da Lei Anticrime Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Reclusão 2a – 8a + Multa Reclusão 2a – 12a + Multa • Pela disposição do § 5º no final do tipo penal, contata-se que todos os crimes de estelionato (caput e parágrafos) serão processados por ação penal pública condicionada a representação, exceto nos casos elencados no § 5º. • Trata-se de um exemplo de condição de procedibilidade da ação penal. Segundo Rogério Sanches, não se trata de uma condição de prosseguibilidade, como ocorreu na Lei 9.099/1995. Mudança promovida pela Lei Anticrime no crime de estelionato Lei 9.099/1995 (Juizado Especial) Art. 171, § 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for (...) Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas. Aplicação da alteração da lei penal no tempo Se a denúncia já foi oferecida pelo Ministério Público Se a denúncia não foi oferecida • Trata-se de ato jurídico perfeito, não sendo alcançado pela mudança (entendimento de Rogério Sanches). • O MP ou a autoridade policial devem aguardar a representação da vítima. • O prazo decadencial de 6 meses para oferecimento da representação (art. 38 do CPP) começa a contar da vigência da Lei Anticrime (23/01/2020). Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 29 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941 Juiz das Garantias Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, ✓ vedadas ✓ a iniciativa do juiz na fase de investigação ✓ e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação. JUIZ DAS GARANTIAS Responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal Responsável pelo salvaguarda dos direitos individuais ✓ As competências do juiz das garantias elencadas no art. 3º - B são exemplificativas. ✓ Não é um rol taxativo. Não é numerus clausus. Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição Federal; II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o disposto no art. 310 deste Código; III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo; IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o disposto no § 1º deste artigo; VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, ✓ bem como substituí-las ou revogá-las, ✓ assegurado, no primeiro caso, ✓ o exercício do contraditório em audiência pública e oral, ✓ na forma do disposto neste Código ou em legislação especial pertinente; VII - decidir sobre o requerimento de ✓ produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, ✓ assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; No caso de prorrogação de prisão provisória o preso terá direito de audiência pública e oral. JUIZ DAS GARANTIAS Provas urgentes e não repetíveis ✓ Adoção do sistema acusatório de forma expressa. ✓ Juiz das garantias não é juiz investigador. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 30 Juiz das Garantias Juiz da Instrução Art. 3º - B, VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, ✓ estando o investigado preso, ✓ em vista das razões apresentadas pela autoridade policial ✓ e observado o disposto no § 2º deste artigo; IX - DETERMINAR o trancamento do inquérito policial ✓ quando não houver fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento; Juiz das Garantias Ministério Público Art. 3º - B, IX - DETERMINAR o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento. Art. 28 - ORDENADO o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. X - REQUISITAR documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da investigação; XI - DECIDIR sobre os requerimentos de: a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou de outras formas de comunicação; b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; c) busca e apreensão domiciliar; d) acesso a informações sigilosas; e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado; XII - julgar o habeas corpus impetrado ANTES do oferecimento da denúncia; Habeas corpus Antes do oferecimento (não é recebimento) Juiz das garantias julga Depois do oferecimento (inclui a fase de recebimento) Juiz da instrução e julgamento julga. Atos com reserva de jurisdição. Sistematização Concursos sistematizacaoconcursos@gmail.com @sistematizacaoconcursos 31 XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; XV -
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