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Sociologia Política (UniFatecie) (1)

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Prévia do material em texto

SOCIOLOGIA POLÍTICA
Professora Esp. Alessandra Domingues Gomes
Professor Esp. Cleber Henrique Sanitá Kojo
 REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
 DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima
 DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Geani Andrea Linde Colauto 
 DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini
 DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel 
 SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva
 COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá
 COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho 
 COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas
 REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Caroline da Silva Marques
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante 
 Eduardo Alves de Oliveira
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Kauê Berto
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO André Dudatt
 Carlos Firmino de Oliveira
 Vitor Amaral Poltronieri
 ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO Carlos Eduardo da Silva
 DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos 
 Yan Allef 
 
 FICHA CATALOGRÁFICA
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
G633s Gomes, Alessandra Domingues
 Sociologia política / Alessandra Domingues Gomes, Cleber
 Henrique Sanitá Kojo. Paranavaí: EduFatecie, 2023.
 120 p.
 
 1 . Sociologia política - Brasil. 2. Bem-estar social. 3. Elites
 (Ciênias sociais). I. Kojo, Cleber Henrique Sanitá. II. Centro
 Universitário UniFatecie. III. Núcleo de Educação a Distância.
 IV. Título. 
 CDD:23.ed. 306.2
 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9 /1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas dos bancos de imagens 
Shutterstock e Google Imagens .
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
https://www.shutterstock.com/pt/
3
AUTORES
Professora Esp. Alessandra Domingues Gomes 
●	 Licenciatura	Plena	em	História	–	Unespar.	
●	 Licenciatura	Plena	em	Filosofia	–	Unimes.	
●	 Licenciatura	Plena	em	Pedagogia	–	Unimes.	
●	 Licenciatura	Plena	em	Letras/Português	–	Uniasselvi.		
●	 Especialista	em	Educação	Especial	(Faculdade	Integrada	do	Vale	do	Ivaí).
●	 Especialista	em	Educação	Especial	e	Libras	(Faculdade	Integrada	do	Vale	do	Ivaí).
●	 Especialista	em	Gestão	Educacional	e	organização	pública	
	 (Faculdade	Integrada	do	Vale	do	Ivaí).	
●	 Especialista	em	Tutoria	em	EAD	(Universidade	Estadual	de	Londrina).	
Ampla	 experiência	 como	 docente	 da	 educação	 básica	 (Fundamental	 e	 Médio),	
Professora	formadora	e	produtora	de	Materiais	nas	áreas	de	história,	filosofia,	sociologia	e	
pedagogia.	
Link	do	currículo	Lattes:		http://lattes.cnpq.br/8765496270465438
http://lattes.cnpq.br/8765496270465438 
4
Professor Esp. Cleber Henrique Sanitá Kojo
	● Licenciatura	Plena	em	História	pela	UNESPAR	–	FAFIPA,	Paranavaí.
	● Licenciatura	Plena	em	Sociologia	pela	UNAR	-	Centro	Universitário	de	Araras	
“Dr.	Edmundo	Ulson”.
	● Licenciatura	Plena	em	Pedagogia	pela	Unifatecie.
	● Licenciatura	Plena	em	Educação	Física	pela	Unifatecie
	● Especialista	em	História	e	Geografia	pela	Faculdade	Integrada	do	Vale	do	Ivaí.
	● Especialista	em	Gestão	Escolar,	Supervisão	e	Orientação	pela	ESAP	-	
					Faculdades	Integradas	do	Vale	do	Ivaí.
	● Especialista	em	Educação	de	Jovens	e	Adultos	pela	ESAP	–	
					Faculdades	Integradas	do	Vale	do	Ivaí.
	● Docente	da	educação	básica	(Fundamental	e	Médio)	da	SEED,	PR.
	● Docente	do	ensino	superior	na	UniFatecie.
	● Coordenador	 Pedagógico	 da	 educação	 básica	 (Médio)	 do	 Colégio	 Fatecie	
Premium.
	● Coordenador	de	cursos	da	EAD	UniFatecie.
	● Supervisor	de	tutoria	e	Tutor	da	EAD	UniFatecie.
	● Produtor	de	livros	e	materiais	para	EAD.
Ampla	experiência	como	docente	da	educação	básica	(Fundamental	e	Médio),	Pro-
fessor	de	cursinhos	pré-vestibulares	em	história	e	filosofia	e	prática	docente	na	educação	
à	distância.	
Link	do	currículo	Lattes:			http://lattes.cnpq.br/7716876167354361	
http://lattes.cnpq.br/7716876167354361 
5
Seja muito bem-vindo(a)!
Sejam	bem-vindos	 (as)	ao	nosso	curso	de	Sociologia	Política.	A	partir	 de	agora	
partiremos	para	uma	viagem	no	tempo	para	buscar	nas	nossas	experiências	históricas	e	
algumas	explicações	para	conhecermos	os	conceitos	e	os	fatos	históricos	para	constituição	
do	mesmo	no	passado	recente	do	Brasil.
Em	nosso	ponto	inicial	da	viagem	sobre	a	sociologia	política,	abordaremos	o	concei-
to	básico	do	que	é	a	sociologia	política.	Além	de	visualizar	a	Filosofia	Política	em	Maquiavel.	
Um	pensador	que	demonstra	passo	a	passo	de	como	se	fazer	a	política.	Seguiremos	nosso	
estudo,	 identificando	o	conceito	básico	de	Ciência	Política.	Por	fim,	 terminaremos	nosso	
capítulo	conhecendo	os	conceitos	de	Políticas	Públicas	e	Política	Social.
Na	segunda	unidade,	nosso	foco	será		o	conceito	de	Elite	e	os	pressupostos	his-
tóricos.	Passaremos	também	pela	definição	de	Elitismo.	Conhecendo	personagens	como	
Gaetano	Mosca,	Vilfredo	Pareto	e	Robert	Michels.	Que	descortinarão	nossos	olhos	sobre	o	
tema	proposto.	Continuaremos	nossa	viagem	apresentando	a	denúncia	contra	a	Elite	com	
uma	forte	crítica	à	elite	liberal.
Já	na	Unidade	III,	teremos	como	objetivo	de	conhecimento:	o	conceito	de	Estado	e	o	
bem-estar	social,	enfatizando	seu	compromisso	com	as	políticas	públicas.	Seguiremos	nosso	
estudo	compreendendo	a	responsabilidade	do	Estado	enquanto	regulador	e	responsável	pela	
economia	e	política	nacional.	Contextualizando	o	processo	da	dimensão	da	política	enquanto	
órgão	competente	quanto	às	responsabilidades	junto	ao	Estado	de	direito	democrático.	Então	
terminaremos	o	capítulo	problematizando	as	questões	que	envolvem	o	bem-estar	social	e	
influência	do	neoliberalismo	nas	políticas	públicas	na	sociedade	contemporânea.
Enfim,	 finalizaremos	 nossa	 aventura	 na	 Unidade	 IV	 com	 uma	 questão	 polêmica.	 Mas	
extremamente	necessária	no	campo	da	sociologia	política.	Vale	ressaltar	que	nesse	mo-
mento	de	nosso	estudo,	será	necessário	abandonar	toda	e	qualquer	ideologia	existente	em	
nossas	entranhas,	para	que	o	processo	de	ensino	e	aprendizagem	alcance	seu	objetivo.	
Vale	ressaltar	que	abordaremos	a	Compreensão	do	Brasil	Contemporâneo.	Passando	pelo	
Neoliberalismo	de	Fernando	Henrique	Cardoso	e	conhecendo	o	fenômeno	chamado	“Lu-
lismo”.	Seguiremos	nossa	viagem	conhecendo	a	hegemonia	e	a	nova	classe	média.	Para	
que	atrelado	a	isso,	tudo	possamos	conhecer		sobre	as	manifestações	populares	a	partir	
de	2013.	Debatendo,	assim,	se	foi	Impeachment	ou	Golpe?	Por	fim,	faremos	uma	breve	
viagem	na	crise	do	Governo	Dilma	ao	“Bolsonarismo”.
Assim,	chegaremos	ao	fim	dessa	viagem.	Espero	que	seu	horizonte	de	expectativas	
seja	modificado	e	novos	horizontes	sejam	acrescentados,uma	vez	que	todos	nós,	brasilei-
ros,	necessitamos	ter	uma	visão	aberta,	principalmente	com	fatos	históricos,	abandonado	
os	achismos	da	fake	News	e	das	redes	sociais.
Muito obrigado e bom estudo!
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
SUMÁRIO
6
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Plano de Estudos
• O que é Sociologia Política;
• Filosofia Política de Maquiavel;
• Ciência Política;
• Políticas Públicas e Política Social; 
Objetivos da Aprendizagem
• Conhecer o que é a sociologia política;
• Apresentar a Filosofia Política em Maquiavel;
• Identificar o conceito de Ciência Política;
• Conhecer os conceitos de Políticas Públicas e Política Social. 
1UNIDADEUNIDADESOCIOLOGIASOCIOLOGIAPOLÍTICA:POLÍTICA:CAMPOS ECAMPOS ECONCEITOSCONCEITOS Professor Esp. Cleber Rodrigues Sanitá Kojo
8
INTRODUÇÃO
Seja muito bem-vindo(a) a nossa disciplina de Sociologia Política!
Prezado	(a)	educando	(a),	sintam-se	abraçados	e	cheios	de	entusiasmo	para	iniciar	
a	nossa	disciplina	de	Sociologia	Política.
Agora	preste	muita	atenção,	pois	estamos	iniciando	um	caminho	repleto	de	conhe-
cimento	que	você	precisa	compreender	para	o	desenrolar	do	capítulo	a	seguir.
A	partir	de	agora,	partimos	para	uma	jornada	em	busca	de	definições	e	conceitos	
sobre	a	sociologia	política.	Vale	 ressaltar	que	esses	conceitos	básicos	 irão	nortear	 toda	
nossa	produção	de	conhecimento	futuro.
Logo	após	aprendermos	o	que	é	a	sociologia	política,	partiremos	para	uma	jornada	
buscando	experiências	históricas,	e,	conhecendo	alguns	pontos	que	envolvem	a	filosofia	
política	de	Nicolau	Maquiavel	e	toda	sua	riqueza.
Ainda,	nesta	unidade,	vamos	fazer	uma	viagem	conhecendo	o	que	é	ciência	política	
e	suas	definições	de	poder.	
Então,	encerraremos	nossa	 trilha	de	aprendizagem	conhecendo	os	conceitos	de	
políticas	públicas	e	política	social.	Passando	por	todos	os	desafios	para	sua	construção,	
seja	pela	luta	de	classes	ou	pelos	desejos	e	vontades	do	homem.
Desde já, muito obrigado e bom estudo!
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS
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Sempre	quando	pensamos	em	estudar	a	sociologia,	 somos	direcionados	a	 ima-
ginar	 diretamente	 as	 entranhas	 que	 a	 compõem,	 e,	 assim,	 tentar	 entendê-la,	 para	 que	
possamos	tratá-la	como	se	fosse	um	corpo	humano.	Vale	ressaltar	que	esse	pensamento	
inicial	sobre	a	sociologia	é	um	conhecimento	empírico	que	não	pode	ser	descartado	para	
análise	 da	 sociedade.	 Por	 isso,	 devemos	 elevá-la	 à	 categoria	 de	 ciência	 e	 se	 possível	
dividir	“o	corpo	humano”,	ou	seja,	separando-as	em	partes	específicas	para	que	ocorra	a	
melhor	compreensão	da	sociedade	e	que	seja	mapeado	os	possíveis	problemas	para	que	
se	apresente	possíveis	soluções.	
Podemos	afirmar,	então,	que	assim	como	na	medicina,	em	que		existem	especia-
listas	para	determinadas	áreas,	a	sociologia	também	utiliza	desse	mecanismo	para	facilitar	
seu	estudo.	Então,	a	sociologia	passa	a	ser	dividida	para	seu	melhor	entendimento.	Assim	
podemos	destacar	a	importância	da	sociologia	política	para	a	evolução	da	sociedade.	Pois	
é	apenas	uma	parte	dessa	ciência	que	ajuda	a	desvendar	a	realidade	de	toda	a	sociedade.	
Mas	o	que	é	a	sociologia	política?	Como	ela	surgiu?	Podemos	diferenciá-la	de	outros	ramos	
da	sociologia?	É	claro	que	sim.	
Assim,	começamos	nosso	estudo	distinguindo	essa	vertente	da	sociologia	de	ou-
tras	partes	que	a	compõem.	Pois	existe	uma	grande	diferença	entre	Sociologia	Política	e	
Sociologia	da	Política	por	exemplo.	Essa	diferença	é	expressada	pela	primeira	vez	no	final	
da	década	de	1960	por	Sartori	 (1969).	No	entanto,	antes	de	apresentar	essa	diferença,	
iremos	expressar	um	pouco	melhor	a	importância	do	estudo	da	sociologia	política.
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS
 2 O QUE É ASOCIOLOGIAPOLÍTICATÓPICO
9
Para	compreendermos	o	aparecimento	do	nosso	objeto	de	estudo	que	é	a	sociolo-
gia	política,	vamos	apresentar	o	termo	“universo	político”.	Esse	termo	serve	para	explicar	
que	a	sociologia	não	vive	só.	Pois	temos	a	ciência	política,	a	filosofia	política,	a	economia	
entre	outras	que	vão	justificar	seu	surgimento.	Como	assim?	Talvez	você	se	pergunte.
Para	 explicar	 melhor,	 iremos	 expor	 o	 exemplo	 da	 economia,	 que	 se	 utiliza	 de	
instrumentos	metódicos	 e	 científicos	 para	 aclarar	 as	 relações	 econômicas.	Tornando-se	
transparente	seu	papel	e	expondo	que	as	relações	econômicas	interferem	na	sociedade.
A	Filosofia	 da	 política	 também	 se	 torna	 importante	 para	 compreensão	 do	 papel	
político	do	cidadão.	Assim,	o	indivíduo	age	de	maneira	coletiva	e	não	individual	para	que	
não	ocorra	a	quebra	da	ética	exposta	pela	sociedade.
Nasce	também	a	ciência	política	que	apresenta	as	relações	de	poder	e	suas	vertentes.	
Assim,	temos	o	aparecimento	da	sociologia	política	que	vai	estudar	cada	vez	mais	
todas	essas	relações	e	assim	apresentar	a	sociedade	como	é	de	fato	e	como	pode	evo-
luir-se.	Vale	ressaltar	que	isso	ocorrerá	através	dos	métodos	científicos	que	o	cientista	vai	
utilizar	para	comprovar	seu	objeto	de	estudo.	
Então,	podemos	afirmar	que	a	junção	dessas	ciências	ou	disciplinas,	vão	formar	
nosso	objeto	de	estudo,	ou	seja,	a	sociologia	política.	Podemos	perceber	a	relação	apre-
sentada	acima	em	Souza	(2009):	
O	 que	 se	 passa	 quando	 duas	 disciplinas	 se	 aproximam	 para	 formar	 uma	
terceira	e	circunscrevem	como	objeto	de	estudo	o	universo	de	fatos	já	traba-
lhados	por	outras	abordagens?	Isso	ocorre	com	a	Sociologia	Política	diante	
da	Filosofia	Política	ou	da	Ciência	Política.	É	preciso	uma	análise	mais	cui-
dadosa	para	distinguir	essas	formas	de	produção	de	conhecimento	sobre	o	
universo	político.	(SOUZA,	2009,	p.	08).
				No	entanto,	a	sociologia	política	pode	ser	declarada	que	nasceu	muito	além	des-
sa	ideia	moderna	citada	acima,	pois	muito	antes	já	havia	pensadores	que	se	debruçaram	
sobre	a	sociedade	e	seus	desafios.	Esses	pensadores	apresentavam	suas	 ideias	sobre	
os	indivíduos,	cidadãos,	ou	sobre	a	própria	sociedade	tribal.	Vale	ressaltar	que	podemos	
começar	apresentando	Aristóteles	e	sua	filosofia	política	através	da	virtude	humana	e	seus	
desafios.	Além	de	apresentar	a	sociedade	grega	e	a	verdade	da	pólis.	
Então,	a	partir	de	avaliações	morais	e	de	suas	observações,	desenvolveu	teoria	e	
normas	sociais.	Pois	ele	vasculhou	seus	pensamentos	analisando	a	sociedade	natural,	ou	
seja,	família,	escravidão	e	o	cotidiano.	
Assim,	percebemos	a	liderança	do	pai	na	família,	submetendo	sua	mulher	e	filhos	
a	suas	regras,	provendo	o	sustento	da	família.	Já	a	escravidão	é	vista	como	algo	natural	na	
sociedade	grega,	em	que		temos	os	costumes	e	as	relações	sociais.	
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 10
Por	fim,	a	pólis	é	a	junção	de	várias	tribos	que,	por	sua	vez,	movimenta	a	relação	
das	famílias,	escravos	e	cidadãos	livres.	Com	isso	nasce	a	necessidade	de	se	criar	cargos	
políticos,	para	se	debater	os	problemas	da	sociedade.	Temos	a	assembleia	em	que	 	os	
cidadãos	gregos	(homense	livres),	passam	a	opinar	e	decidir	os	rumos	da	pólis.	Inclusive	
ocorria	cargos	temporários	e	eletivos.
Vale	ressaltar	que	com	isso	temos	governos	que	passam	a	ser	avaliados	entre	os	
cidadãos.	Alguns	chamados	de	bons	e	outros	de	ruim,	governos	de	poucos	ou	de	muitos,	
entre	outros.
Assim	Aristóteles	passa	a	definir	a	“polítia”,	entendendo	a	oligarquia	(governo	de	
poucos)	e	o	que	ele	chama	de	democracia	(demo:	povo	e	cracia:	governo).	Podemos	per-
ceber	isso	logo	abaixo	quando	Bobbio	(1980),	diz	que:
A	politia	é	a	fusão	da	oligarquia	e	da	democracia.	Agora	que	sabemos	o	que	
consiste	uma	e	outra,	podemos	compreender	melhor	em	que	consiste	essa	
fusão:	é	um	regime	em	que	a	união	dos	ricos	e	dos	pobres	deveria	remediar	a	
causa	mais	importante	de	tensão	em	todas	as	sociedades.	A	luta	dos	que	não	
possuem,	contra	os	proprietários.	É	o	regime	mais	propício	para	assegurar	“a	
paz	social”.	(BOBBIO,	1980,	p.	153).
A	explicação	do	professor	italiano	Bobbio,	é	uma	grande	definição	da	política	de	Aris-
tóteles,	em	que	ele	utilizou-se	dessa	afirmação	para	exemplificar	o	início	da	filosofia	política.
Vale	 ressaltar	 que	 a	 filosofia	política	 ajuda	 e	muito	 na	 construção	da	 sociologia	
política	e	Aristóteles	nos	fornece	indícios	para	a	construção	dessa	nova	ciência.	Mas	o	que	
os	pensadores	posteriores	a	Aristóteles	contribuíram	para	essa		construção?	
Podemos	destacar	essa	resposta	em	Souza	(2009)	logo	abaixo:
O	que	esses	pensadores	fizeram	foi	imaginar,	com	rigor	lógico,	a	origem	do	
Estado	e,	a	partir	dessa	construção	abstrata,	tiraram	consequências	sobre	o	
exercício	do	poder	numa	sociedade	que	se	quer	livre	e	igual.	O	olhar	desses	
filósofos	estava	voltado	para	um	”Estado”	 ideal.	Construir	uma	abordagem	
abstrata,	entretanto,	não	significa	distanciar-se	da	realidade,	e	sim,	estabele-
cer	com	ela	um	diálogo	fundado	não	na	experiência,	mas	no	raciocínio	lógico	
dedutivo.	(SOUZA,	2009,	p.	9).
Assim	 podemos	 afirmar	 que	 a	 filosofia	 política	 nasceu	 nas	 sociedades	 tribais	 e	
com	Aristóteles,	mas	os	pensadores	que	o	sucederam	passaram	a	acrescentar	métodos	e	
critérios	de	avaliação	que	construíram	a	futura	sociologia	política.
Antes	de	apresentarmos	novos	pensadores	que	contribuíram	para	a	construção	da	
sociologia	política,	vamos	dar	um	pulo	no	tempo	cronológico	e	apresentar	uma	diferença	
que	 vai	 contribuir	 para	 o	 conceito	moderno	 de	 sociologia	 política.	 Vale	 ressaltar	 que	 já	
comentamos	acima	sobre	a	diferença	entre	sociologia	da	política	e	sociologia	política.	No	
entanto,	não	nos	aprofundamos	no	assunto	para	conhecermos	a	importância	da	filosofia	
política	com	Aristóteles.	
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 11
A	partir	de	agora	conheceremos	a	grande	diferença	que	(SARTORI,	1969)	faz	sobre	
a	sociologia	da	política	e	a	política.	Mas	a	diferença	não	seria	só	o	“da”?	
Espero	que	você	se	atente	ao	que	vamos	apresentar,	logo	abaixo,	e	procure	refletir	
sobre	o	tema.	Entendendo	que	a	diferença	é	muito	maior	do	que	se	pensa.	
Para	 iniciar	nossa	análise,	 vamos	entender	que	quando	utilizamos	o	 termo	 “So-
ciologia	da	Política”,	estamos	apresentando	apenas	uma	pequena	vertente	da	sociologia,	
como,	por	exemplo,	sociologia	da	violência,	Sociologia	da	educação,	Sociologia	do	direito,	
até	sociologia	da	religião.	Vale	destacar	que	é	apenas	uma	vertente	sem	aprofundamento	
com	métodos	e	investigações	minuciosas	como	a	sociologia	política	nos	fornece.
Assim,	podemos	afirmar	que	a	sociologia	política	nos	fornece	uma	relação	direta	
com	a	 ciência	política,	 estabelecendo	uma	 interligação	metódica	entre	a	Sociologia	e	a	
Política	de	fato.
No	entanto,	Sartori	(1969),	não	descarta	as	vertentes	como	a	sociologia	da	política	
entre	outras,	pois	nos	apresenta	que	não	existe	superioridades	entre	elas,	e,	que	a	relação	
entre	elas	é	de	extrema	importância	para	evolução	política	da	sociedade.	
Podemos	encontrar	a	importância	de	se	saber	diferenciar	a	sociologia	política	da	
sociologia	política	em	Souza	(2009),	quando	ele	 tenta	explicar	a	visão	de	Sartori	 (1969)	
logo	abaixo:	
Sartori	enfatiza	a	necessidade	de	não	confundir	Sociologia	Política	com	So-
ciologia	da	Política,	enfim,	a	tarefa	de	construir	uma	ciência	 interdisciplinar	
requer	a	superação	da	tentativa	equivocada	de	reduzir	a	Sociologia	Política	a	
um	subcampo	da	Sociologia.	(SOUZA,	2009,	p.	10).
A	partir	do	momento	que	entendemos	a	importância	de	se	diferenciar	a	sociologia	
“da”	política	e	sociologia	política,	passamos	a	entender	a	 importância	de	se	utilizar	uma	
pesquisa	metódica	para	classificarmos	a	política	em	si.	Desde	a	política	cotidiana	com	as	
relações	 humanas,	 até	 a	 política	 dos	 partidos,	 das	 lideranças,	 da	 democracia,	 ditadura	
entre	outras	formas	de	governo	que	envolvem	a	política	dos	partidos.
Com	isso,	podemos	definir	a	sociologia	política	como	a	responsável	por	analisar	
o	 cotidiano	 das	 sociedades,	 a	 participação	 dos	 cidadãos	 na	 sua	 construção.	 Além	 de	
compreender	a	 função	dos	atores	sociais,	de	sua	participação,	de	seu	envolvimento,	de	
suas	ideologias,	do	seu	papel	em	si.	Entendendo	até	mesmo	a	questão	de	dominação	e	
dominados,	público	e	privado,	entre	outros.	
Chegando	assim	à	conclusão	dessa	divisão	que	não	é	só	do	termo	“da”.	Mas	de	
uma	questão	muito	ampla	que	encontramos	em	sociedades	do	passado	e	do	presente.	
Aparecem	 muitos	 pensadores	 que	 transformam	 e	 somam	 na	 construção	 da	 sociologia	
política.	Como	Nicolau	Maquiavel	que	conheceremos	logo	abaixo.
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 12
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Para	começar	nossos	estudos	sobre	Maquiavel,	precisamos	entender	que	ele	é	
estudado	em	vários	ramos	da	ciência,	como	história,	filosofia,	sociologia,	até	mesmo	desta-
cando	a	poesia,	peças	de	teatro,	entre	outros	setores	da	produção	de	conhecimento.	
No	entanto,	nesse	determinado	momento,	vamos	nos	prender	a	sua	filosofia	polí-
tica	e	a	sua	contribuição	na	sociologia	política.	Ressaltando	ainda	que	dentro	da	filosofia	
política,	temos	momentos	memoráveis	e	de	grande	importância	nessa	construção	através	
de	suas	ideias,	desde	a	questão	de	soberania,	estado,	república	entre	outras	coisas.	
No	entanto,	utilizaremos	como	ponto	de	partida	o	início	de	sua	jornada	para	com-
pletarmos	o	caminho	do	processo	de	ensino-aprendizagem	de	maneira	frutífera.	
Então,	 iniciaremos	sua	história	de	maneira	dulcificada,	apontando	que	o	mesmo	
nasceu	em	Florença	na	Itália	e	 tinha	uma	origem	pobre,	ou	seja,	sem	meios	financeiros	
para	frequentar	a	alta	classe	em	que		se	exerce	a	política.	Com	a	 ideia	de	dominante	e	
dominado.	Onde	temos	os	detentores	dos	meios	de	produção	e	os	operários	em	uma	visão	
marxista	simplificada.		
No	entanto,	o	doce	de	sua	história	passa	a	ter	um	sabor	amargo	na	visão	humana	e	
romantizada,	mas	um	sabor	menos	açucarado	na	visão	política.	Pois	Maquiavel	demonstra	
desde	cedo	ser	ambicioso	politicamente.	Conseguindo	estabelecer	relações	com	pessoas	
poderosas	da	sociedade.	Atingiu	seu	ápice	na	política,	tornando-se	um	político	influente	na	
flor	da	idade.	Pois	exercia	o	cargo	de	secretário	da	segunda	chancelaria.	
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS
 2 FILOSOFIAPOLÍTICA DEMAQUIAVELTÓPICO
13
Vale	ressaltar	que	logo	escreve	sua	obra	mais	conhecida	e	que	por	muitas	vezes	
tem	suas	ideias	reproduzidas	no	senso	comum	sem	que	as	pessoas	saibam	que	é	dele.	
Esta	obra	foi	o	livro	intitulado	“O	príncipe”.	Esse	livro	apresenta	suas	ideias	em	relação	à	
política,	afirmando	que	não	podemos	nos	guiar	pela	imposição	divina	e	sim	como	uma	ati-
vidade	comum	aos	homens,	ou	seja,	uma	atividade	vivenciada	por	muitos	e	que	é	exercida	
através	da	coletividade.
Maquiavel	nos	apresenta	como	visualizar	a	política,	nos	guiando	a	ir	além	da	orga-
nização	do	espaço	público,	afirmando	que	devemosver	a	coletividade	e	principalmente	a	
ação	política.	
Nicolau	Maquiavel	aponta	que	essa	ação	política	humana	deve	ocorrer	através	de	
uma	disputa,	de	um	jogo	político	desprezando	o	caráter	religioso	que	a	sociedade	medieval	
tanto	se	norteava.	Vale	ressaltar	que	para	ele	a	ação	política	é	o	caminho	para	a	efetivação	
do	meio	de	 convivência.	Sustentando	que	essa	ação	política	 traz	a	 ideia	 inovadora	até	
então	que	é	“lugar”,	que	seria	a	sociedade	e	“alguém”	que	seria	o	povo.	Tão	somente	a	
ação	política	ocorre	se	“alguém” conviva	em	um	“lugar”.	
Com	isso,	Maquiavel	nos	mostra	a	verdade	concreta	da	sociedade.	Verdade	essa	
que	podemos	verificar	logo	abaixo:
Aqui	reside	o	caráter	realista	da	política	em	Maquiavel,	pois	não	se	trata	de	
falar	sobre	como	a	sociedade	deve	ser,	mas	de	falar,	antes	de	tudo,	da	socie-
dade	que	existe.	Por	isso,	é	preciso	conhecer	a	realidade,	ou	seja,	a	socieda-
de	que	existe,	e	definir	uma	ação	com	base	nisso.	(ALMEIDA,	2015,	p.	108).
Então	nos	perguntamos:	Como	mostrar	a	realidade?	Como	demonstrar	o	papel	do	
homem?	
Maquiavel	por	sua	vez	vai	descortinando	a	relação	política	com	sua	filosofia,	de-
monstrando	com	sua	obra	 “o	Príncipe”,	uma	espécie	de	manual	da	política,	que	pode	e	
consegue	auxiliar	o	político	a	governar	uma	cidade	e	aplicar	a	ação	política	a	um	“lugar”	
como	vimos	acima.	
Ainda	nos	debruçando	sobre	o	livro	"O	príncipe",	percebemos	que	Maquiavel	apre-
senta	a	função	do	governante	e	como	ele	deve	agir	para	ter	sucesso	em	seu	governo.	
Destaca	que	o	Príncipe,	o	Rei,	o	Governante,	deve	analisar	fatos	históricos,	acon-
tecimentos	do	passado,	e,	com	uma	análise	profunda,	deve	aproveitar	o	que	deu	certo	e	
excluir	o	que	deu	errado	como	podemos	perceber	logo	abaixo:
Por	isso,	para	qualquer	príncipe	governar	bem	o	espaço	coletivo,	é	preciso	
que	ele	se	atenha	aos	fatos	históricos	e	retire	dessa	observação	as	soluções	
que	deram	certo,	fazendo	o	mesmo	processo	com	as	de	insucesso.	(ALMEI-
DA,	2015,	p.	111.).
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 14
A	 ideia	maquiavélica	apresentada	acima	demonstra	que	a	ação	política	é	capaz	
de	suprir	a	vida	coletiva	em	que		o	Rei	deve	conhecer	o	lugar	em	que	vive	nos	mínimos	
detalhes,	através	de	observação,	de	métodos.	Somente	depois	dessa	análise	que	o	 rei	
pode	relacionar	com	acontecimentos	passados.	Assim,	ele	poderá	compreender	o	que	está	
acontecendo	na	atualidade	de	seu	governo	e	então	poderá	agir	para	resolver	problemas	
cotidianos	do	estado.	Tanto	problemas	simples	como	os	mais	complexos.
Maquiavel	demonstra	ainda	em	“seu	manual	político”	que	é	algo	que	deve	ser	pensado	
pelos	homens.	Lembrando	que	os	homens	são	repletos	de	desejos	e	vontades,	que	brigam,	que	
lutam,	que	“competem	entre	si”.	Por	isso	que	a	ação	política	deve	ser	calculada	e	as	decisões	
do	governante	devem	ser	assertivas	em	relação	à	realidade	do	meio	em	que	vive.	
Isso	 nos	 leva	 acreditar	 que	 o	 governante	 deve	 observar	 a	 vida	 ao	 seu	 redor	 e	
percebê-la	como	ela	é	de	verdade,	não	ficar	fechado	em	um	mundo	paralelo,	para	depois	
tomar	decisões	que	demonstrem	a	realidade	e	não	como	ela	poderia	ser.	Formando	assim	
o	estado	como	se	deve	ser.	Afirmando	ainda	que	não	precisa	de	forças	sobrenaturais	para	
governar	e	sim	a	inteligência,	a	sabedoria	por	parte	do	governante.	
Para	exemplificar	melhor	o	que	foi	expressado	acima,	podemos	utilizar	o	que	Almei-
da	(2015)	diz	logo	abaixo:
Virtude	no	sentido	de	“boa	luta”,	que	se	faz	com	as	mãos,	que	se	trava	no	
cotidiano	e	não	carece	de	forças	divinas	e	sobrenaturais,	mas,	antes	de	tudo,	
carece	de	conhecimento,	determinação,	astúcia	e	força.	O	Estado	é	aquilo	
que	pode	ser,	mas	as	pessoas	são	o	que	são	e,	por	 isso,	delas	nascerá	o	
Estado	como	atividade	puramente	humana.	(ALMEIDA,	2015,	p.	111.).
Ferrari	(2019)	diz	ainda	que	podemos	dizer	que	o	pensamento	ideal	de	Maquiavel	é	
a	criação	de	um	Estado	forte	em	que		precisa-se	manter	assim	como	não	se	questiona	seus	
fins,	pois	seu	interesse	é	objetivo.	Assim,	podemos	afirmar	que	a	soberania	do	estado	e	do	
governante	deve	ser	o	ponto	alto	do	estado.	Pois	só	se	constrói	um	estado	forte	com	um	gover-
nante	forte	que	é	capaz	de	manter-se	à	frente	desse	estado.	Vale	ressaltar	ainda	que	pode	ser	
utilizado	de	todas	artimanhas	para	que	isso	ocorra,	ou	seja,	“os	fins	justificam	os	meios”.	Assim,	
Maquiavel	separa	de	vez	a	ideia	de	moral	e	política	para	estar	perfeitamente	interligadas.
Vale	 ressaltar	 que	 Maquiavel	 aplica	 a	 ideia	 de	 Estado	 para	 exemplificar	 o	 que	
podemos	chamar	de	principados	ou	repúblicas	afirmadas	por	ele.	Mas	qual	a	diferença	de	
principados	e	república	no	Estado	segundo	Maquiavel?	Tem	muita	diferença?
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 15
Podemos	 responder	 essa	 questão	 de	maneira	 simples,	 analisando	 a	 obra	 “Dis-
cursos sobre a primeira década de Tito Lívio”,	 de	Maquiavel,	 podemos	afirmar	que	nas	
Repúblicas,	o	povo	decide	seu	destino.	Já	em	sua	obra	“O Príncipe”,	a	república	apresenta	
muitas	normas	que	devem	ser	seguidas.	Pois	aqui,	o	autor	analisa	a	república	romana	no	
geral	e	o	de	Florença.			
Para	explicar	a	ideia	do	Principado,	temos	que	entender	que	Maquiavel	o	divide	em	
antigo	e	novo	principado.	Maquiavel	afirma	que	o	antigo	já	existia,	ou	seja,	são	passados	de	
geração	em	geração	de	pai	para	filho,	de	rei	para	príncipe.	Já	os	novos	principados	são	tomados	
por	líderes	militares.	
Então,	Maquiavel	em	sua	obra “O Príncipe”,	afirma	que	no	principado	antigo,	não	
se	precisa	de	conselhos,	de	um	manual,	pois	o	governo	é	estável.	Agora	se	o	líder	militar	
acabou	de	tomar	o	principado	ou	deseja	tomar	um	para	si,	precisa	dessa	orientação.	Por	
isso,	de	sua	obra.	
Assim,	posso	afirmar	que	na	República	o	povo	escolhe	sua	autonomia	de	vida,	
enquanto	no	principado,	o	príncipe	decide	pelo	povo.
Com	tantas	informações	que	Nicolau	Maquiavel	nos	fornece	sobre	a	política,	enten-
demos	seu	papel	tanto	na	filosofia,	na	sociologia,	na	ciência	política	entre	outros.	Mas	o	que	
é	Ciência	Política?	Como	defini-la?	Vamos	responder	essas	questões?
	
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 16
Até	o	momento,	estudamos	a	definição	e	conceitos	de	sociologia	política	e	passamos	
por	um	grande	pensador	da	política	que	é	Nicolau	Maquiavel.	No	entanto,	nesse	momento	
iremos	nos	desprender	de	pensadores,	autores	para	respondermos	o	que	é	ciência	política.	
Temos	que	entender	que	ao	compararmos	ideias	de	autores	atuais	podemos	nos	confundir	
sobre	o	que	é	ciência	política.	Ressaltando	que	alguns	autores	se	posicionam	politicamente	
de	maneira	variada,	e	algumas	vezes	de	maneira	polêmica.	Por	isso,	vamos	conhecer	a	
ciência	política,	as	teorias,	ideias	e	não	de	determinadas	pessoas.	
A	partir	de	agora	vamos	responder	às	questões	levantadas	no	fim	do	tópico	anterior,	
ou	seja,	o	que	é	Ciência	Política?
Podemos	definir	a	Ciência	Política	como	uma	ciência	social	que	estuda	como	fun-
ciona	a	sociedade	política,	ou	seja,	estuda	o	poder	e	suas	vertentes	na	sociedade.	Vale	
ressaltar	que	essa	Ciência	estudou	os	acontecimentos	políticos,	os	processos	que	levaram	
a	determinados	resultados.	Podemos	exemplificar	melhor	afirmando	que	a	ciência	política	
estuda	o	processo	eleitoral,	o	que	antecedeu	ou	aconteceu	em	determinada	sociedade	an-
tes	do	pleito,	estudo	dos	partidos	políticos	e	suas	características.	Ocorre	também	a	análise	
de	diferentes	governos	de	formas	de	governar.
Para	esclarecer	um	pouco	mais	a	definição	do	tema,	vou	trazer	para	a	atualidade	
alguns	temas	da	política	brasileira.	
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS
 3 CIÊNCIAPOLÍTICA
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Temos	o	Brasil	Colônia	em	que		a	política	era	a	exploração,	ou	seja,	temos	preten-
sões	políticas	no	Brasil,	mas	somos	submissos	a	Portugal.	Vale	ressaltar	que	isso	ocorre	
até	a	 independência.	A	ciência	política	vai	estudar	 como	se	 formou	a	classe	política	no	
Brasil,	quais	os	fatores	que	levaram	à	organização	da	independênciado	Brasil.	Como	foi	
organizada	a	primeira	assembleia	constituinte	do	Brasil.	Como	se	dividiu	os	políticos	brasi-
leiros.	Como	foi	realizada	a	primeira	constituição	brasileira.
Em	seguida,	no	Brasil	temos	a	Proclamação	da	República	e	a	ciência	política	ana-
lisa	todos	os	fatores	que	a	construíram	e	que	a	compõem.	
Por	fim,	podemos	exemplificar	a	era	Vargas,	em	que		Getúlio	criou	as	leis	traba-
lhistas,	salário	mínimo	e	ficou	conhecido	como	o	“Pai	dos	pobres”.	Getúlio	não	podia	mais	
disputar	as	eleições	e	indicou	Dutra,	desconhecido	do	povo	ganhou	as	eleições	com	folga.	
Fez	um	governo	catastrófico	e	Vargas	voltou	nos	braços	do	povo.	A	Ciência	política	compara	
e	analisa	todos	os	fatores	e	assim	consegue	explicar	o	novo	pai	dos	pobres	posteriormente.	
Estamos	falando	do	Lula,	que	também	agrada	pobres	e	ricos,	indica	alguém	que	não	era	
conhecido	e	que	ganha	as	eleições.	
Para	não	agradar	 um	ou	outro	 no	momento	bipolar	 que	o	Brasil	 vive,	 podemos	
citar	a	AIB	 (Ação	 Integralista	Brasileira),	que	 tinha	o	 lema	Deus,	Pátria	e	Família	e	que	
pretendia	praticar	um	governo	de	extrema	direita.	Alguns	de	seus	passos	são	reproduzidos	
e	Bolsonaro	chega	ao	poder	no	Brasil.
Enfim,	Dias	(2013)	afirma	que:
A	ciência	política	é	uma	ciência	social	que	estuda	o	exercício,	a	distribuição	e	
a	organização	do	poder	na	sociedade.	Como	ciência	social,	procura	estudar	
os	fatos	políticos,	que	envolvem	tanto	acontecimentos	e	processos	políticos,	
como	o	comportamento	político	que	se	expressa	concretamente	na	interação	
social.	(DIAS,	2013,	p.	01).
A	ciência	política	pensa	concretamente	em	todos	os	fatores	que	relacionam	o	po-
der.	Assim,	podemos	afirmar	que	o	conceito	de	política	está	 ligado	ao	poder.	Pois	quem	
faz	política	quer	o	poder,	seja	para	vantagem	pessoal	ou	para	realizar	o	bem	coletivo	como	
afirma	Weber	(2012):
Todo	homem,	que	se	entrega	à	política,	aspira	ao	poder,	seja	porque	o	con-
sidere	como	instrumento	a	serviço	da	consecução	de	outros	fins,	 ideais	ou	
egoístas,	seja	porque	deseje	o	poder	‘pelo	poder’,	para	gozar	do	sentimento	
de	prestígio	que	ele	confere.	(WEBER,	2012,	p.	57).
	 		O	poder	está	ligado	aos	desejos	e	vontades	dos	homens	e	está	relacionado	a	acon-
tecimentos	sociais	e	produz	uma	espécie	de	hierarquia	em	que	a	sociedade	se	organiza.	Já	
para	haver	a	paz	social,	o	poder	precisa	atingir	o	que	podemos	chamar	de	legitimidade,	seja	
pela	aceitação	dos	homens	ou	pelo	uso	da	força,	promovendo	a	dominação	e	a	submissão.		
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 18
	 		Vale	ressaltar	que	cada	grupo	social	estabelece	sua	forma	de	poder.	Utilizando	até	
mesmo	a	força	e	alienação	do	divino	em	algumas	sociedades.	Vale	ressaltar	que	o	poder	
estudado	pela	ciência	política	também	analisa	a	coerção,	o	comportamento,	os	vínculos	de	
dependência	social,	até	mesmo	o	poder	ideológico,	entre	outros.
Bobbio	(2000),	separa	o	poder	em	três	partes,	em	que	temos	o	poder	econômico,	
ideológico	e	político.	Que	explica	como:	
(...)	esses	três	tipos	de	poder	tem	como	característica	comum	instituir	e	man-
ter	uma	sociedade	de	desiguais,	ou	seja,	dividida	entre	ricos	e	pobres	(poder	
econômico);	entre	sapientes	e	ignorantes	(poder	ideológico)	e	entre	fortes	e	
fracos	(poder	político),	ou	seja,	tem	a	particularidade	de	dividirem	entre	supe-
riores	e	inferiores.	(BOBBIO,	2000,	p.	163).
Precisamos	também	definir	a	relação	entre	as	principais	fontes	de	poder,	pois	elas		
aparecem	de	forma	complementar	umas	das	outras,	sempre	que	necessário.	Então,	entre	
as	principais	fontes	de	poder,	temos	a	força	e	autoridade.	
A	força	nada	mais	é	que	a	coerção,	seja	física	ou	através	de	intimidação,	em	que		
se	utiliza	algo	para	dominar.	Como	exemplo,	poderíamos	apontar	 facas,	armas,	objetos	
como	palmatória,	bastões	de	madeira	ou	aço,	entre	outras.	
Nos	estados	essa	força	é	exercida	pela	polícia	e	pelas	forças	armadas.	Essa	força	
intimidadora	mantém	o	ciclo	da	vida	e	da	sociedade	em	harmonia.
A	 outra	 força	 exercida	 para	 se	 atingir	 o	 poder	 é	 a	 autoridade.	 Essa	 força	 é	 de	
simples	compreensão,	pois	é	através	dela	que	ocorre	a	legitimação	do	poder.	Vale	ressaltar	
que	a	autoridade	é	construída	com	a	soma	de	vários	fatores	como	a	utilização	da	cultura	e	
a	moral	de	uma	sociedade,	da	legislação	vigente	e	várias	outras.	Destacando	ainda	que	a	
autoridade	vem	acompanhada	da	legitimidade	social,	obtendo	apoio	social.
Podemos	apresentar	ainda	que	a	legitimidade	da	autoridade	pode	ser	burocrática,	
tradicional	ou	carismática.
Assim,	podemos	definir	a	“autoridade	burocrática”	como:
Autoridade	burocrática	ou	racional-legal,	baseada	no	cargo	ou	posição	for-
malmente	instituída.	É	a	autoridade	investida	no	cargo	que	o	indivíduo	ocupa.	
Ele	só	tem	essa	autoridade	enquanto	estiver	ocupando	o	cargo.	O	exercício	
da	autoridade	é	legítimo	por	estar	de	acordo	com	as	leis	ou	com	as	regras	
escritas.	(DIAS,	2013,	p.	34).
Vale	ressaltar	ainda	que	não	importa	quem	é	o	governante	para	que	ocorra	o	princí-
pio	da	legitimação	do	poder	e	sim	a	lei	como	ponto	principal.	Com	isso	temos	composições	
burocráticas	como	órgãos	de	justiça	na	figura	do	juiz,	de	segurança	na	imagem	do	delegado	
e	no	administrativo	na	pessoa	do	funcionário	público.
Dias	(2013)	aponta	que	a	“autoridade	tradicional”	é	baseada	na	crença,	normas	e	
tradições	sagradas	e	a	que	as	pessoas	obedecem	em	virtude	da	tradição.
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 19
Assim,	podemos	afirmar	que	essa	força	é	exercida	através	do	que	se	recebe	atra-
vés	dos	costumes	de	uma	determinada	sociedade,	promovendo	a	aceitação	de	formas	de	
governos	que	em	certos	casos	chega	ao	ponto	da	repressão	e	de	um	governo	único	como	
uma	monarquia	absolutista.	Como	exemplos	dessa	autoridade	podemos	apontar	a	questão	
governamental	na	imagem	do	rei.	Temos	também	a	religião	na	figura	do	padre.	A	família	na	
pessoa	do	marido	entre	outras.
Por	fim,	vamos	apresentar	a	“autoridade	carismática”,	que	Dias	(2013)	nos	apre-
senta	como:
“Baseada	na	veneração	extracotidiana	da	santidade,	do	poder	heroico	ou	do	
caráter	exemplar	de	uma	pessoa	e	das	ordens	por	ela	reveladas	ou	criadas”,	
às	 quais	 se	 obedece	 em	 função	 do	 carisma	 (imagem	 de	 notável	 sabedo-
ria,	invencibilidade,	exemplo	ou	santidade).	Sua	natureza	é	quase	religiosa,	
e	a	organização	ou	sociedade	permanecerá	estável	enquanto	durar	o	líder.	
Exemplos:	Cristo,	Napoleão,	Ghandi,	Hitler,	Martin	Luther	King,	Perón,	Fidel	
Castro	etc.	(DIAS,	2013,	p.	35).
Para	continuarmos	nosso	estudo,	precisamos	entender	que	a	ciência	política	vai	
muito	mais	longe	que	a	relação	de	poder	apresentada	acima.	Pois	como	o	próprio	nome	diz,	
ela	é	uma	ciência	que	envolve	muitos	outros	fatores	que	a	compõem,	como,	por	exemplo,	
as	políticas	públicas	e	a	política	social	que	conheceremos	logo	abaixo.
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 20
. . . . . . . . . . . . . . . . 
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
. . . . . 
. . . . . 
. 
21
Para	 continuarmos	 nosso	 estudo	 na	 sociologia	 política,	 precisamos	 conhecer	 os	
conceitos	de	políticas	públicas	e	sociais.	Talvez	possa	ser	de	conhecimento	empírico	uma	
definição	simples	e	de	compreensão	vulgar	desse	tema.	No	entanto,	vamos	nos	prender	em	
definições	científicas	para	que	assim	possamos	expressar	sua	importância	para	a	sociedade.
Kauchakje	(2017),	nos	apresenta	uma	definição	simples,	mas	cientifica	sobre	as	
políticas	públicas.	Pois	a	mesma	aponta	a	“política	pública”	como	o	“Estado	em	ação”,	ou	
seja,	o	Estado	passa	a	exercer	seu	papel	em	relação	à		tomada	de	decisões	que	resultará	
no	desenvolvimento	social	e,	os	impactos	das	decisões	e	suas	práticas,	impactaram	a	vida	
de	todos	os	cidadãos.	
Assim,	podemos	destacar	que	o	Estado	na	figura	de	seu	governante	toma	a	decisão	
de	direta	em	ações	que	deverão	ser	aplicadas	ou	não	para	o	bem-estar	de	seus	cidadãos.	
Kauchakje	(2017),	nos	diz	ainda	que	essas	decisõesnos	respondem	às	seguintes	pergun-
tas:	Quem	ganha?	O	que?	Quando	e	como?
Para	explicarmos	o	que	é	política	 pública	 com	maior	 facilidade,	 iremos	avançar	
nas	ideias	apresentadas	acima.	Por	isso,	iremos	começar	nossos	estudos	apresentando	a	
dificuldade	de	definição	do	termo	política	nas	ciências	políticas	e	apresentado	nas	línguas	
latinas.	Como	assim?
O	termo	política	é	um	conceito	amplo	e	tem	definições	diferentes	em	várias	línguas	
latinas,	complicando	o	início	do	estudo.	Por	exemplo,	Dias	e	Matos	(2012),	demonstra	que	
na	inglesa	temos	a	distinção	clara	de	dois	termos:	politics	e	policie.	
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS
 4 POLÍTICAS PÚBLICAS E POLÍTICASOCIALTÓPICO
21
Já	Secchi,	Coelho	e	Pires	(2019),	complementa	afirmando	que:
Na	língua	portuguesa,	por	exemplo,	diversas	conotações	podem	ser	dadas	
ao	termo	“política”,	enquanto	na	língua	inglesa,	contudo,	essas	conotações	
são	diferen-ciadas	pelos	termos	polity,	politics	e	policy.	(SECCHI,	COELHO,	
PIRES,	2019.	Pg.	01.).
Polity,	denota	o	ambiente	político-institucional	em	que		ocorrem	os	processos	sociais.	
Secchi,	Coelho	e	Pires	(2019),	afirma	que	Politics,	pode	ser	explicada	como	uma	
atividade	humana	para	obter	e	manter	o	que	for	necessário	para	o	exercer	o	poder	sobre	
o	homem.	Por	isso	que	temos	frases	de	senso	comum	como:	“A	política	é	pra	quem	tem	
estômago”,	 “Os	 conchavos	 políticos	 são	 comuns	 para	 se	manter	 o	 poder”	 e	 “A	 política	
realizada	na	câmara	dos	deputados	e	no	Senado	é	muito	distante	da	realidade	do	povo”.
Por	fim,	Secchi,	Coelho	e	Pires	(2019),	apresentam	a	definição	mais	coerente	com	
a	realidade	que	estamos	estudando.	Quando	afirma	que:
O	terceiro	sentido	da	palavra	“política”	é	expresso	pelo	termo	policy	em	inglês.	
Essa	dimensão	de	“política”	é	a	mais	concreta	e	a	que	tem	relação	com	orien-
tações	para	a	decisão	e	ação.	(SECCHI,	COELHO,	PIRES,	2019,	p.	02.).
Então,	partimos	da	ideia	que	a	política	pública	vem	do	terceiro	termo,	em	que		temos	
o	papel	direto	nas	tomadas	de	decisões	políticas.
Dessa	forma,		podemos	afirmar	que	a	política	pública	vem	de	encontro	com	a	solu-
ção	de	problemas	enfrentados	pela	sociedade.	Percebemos	isso	em	Dias	e	Matos	(2012)	
quando	afirma	que:
A	 política,	 nesse	 sentido,	 é	 executada	 por	 uma	 autoridade	 legitimada	 que	
busca	efetuar	uma	realocação	dos	recursos	escassos	da	sociedade.	Nesse	
caso,	a	política	pode	ser	adjetivada	em	 função	do	campo	de	sua	atuação	
ou	de	especialização	da	agência	governamental	encarregada	de	executá-lá.	
Desse	modo,	podemos	nos	referir	à	política	de	educação,	saúde,	assistência	
social,	 agrícola,	 fiscal	etc.,	 ou	seja,	produtos	de	ações	que	 têm	efeitos	no	
sistema	político	e	social.	(DIAS	e	MATOS,	2012,	p.	02.).
O	interessante	a	ser	debatido	nesse	momento,	é	que	todos	os	pensadores	apresen-
tados	acima,	demonstram	a	mesma	definição	sobre	políticas	públicas.	Vale	ressaltar	que	
as	diferenças	são	mínimas.	Então	se	pergunte:	Por	que	a	política	pública	é	tão	conturbada	
em	nosso	país?
Podemos	responder	essa	pergunta	apresentando	a	simples	ideia	de	que	o	homem	
é	 feito	de	desejos	e	vontades	que	em	alguns	casos	se	sobrepõe	a	definição	de	que	as	
políticas	públicas	devem	ser	responsáveis	por	resolver	conflitos	e	estabilizar	a	sociedade.	
Ou	seja,	algumas	vezes	o	poder	individual	fala	mais	alto	que	seu	papel	total	e	social.
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 22
Podemos	 destacar	 que	 uma	 política	 pública	 em	 sua	 totalidade,	 apresenta	 dois	
elementos	fundamentais.	O	primeiro	elemento	é	intencionalidade	pública	e	o	segundo	é	a	
resposta	a	um	problema	público.	Vale	destacar	que	o	governante	deve	deixar	seus	desejos	
e	vontades	e	pensar	no	coletivo.	Somente	assim,	a	realidade	social	pode	ser	atingida.
As	 políticas	 públicas	 devem	 ser	 pensadas	 através	 de	 estudos	 aos	 problemas	
sociais,	implantação	de	políticas	públicas	pensando	nos	instrumentos	que	devem	ser	utili-
zados	para	o	sucesso	da	mesma.
Para	que	isso	ocorra,	Secchi,	Coelho	e	Pires	(2019),	afirmam	que	políticas	públicas	
devem	tomar	formas	de	programas	públicos,	projetos,	leis,	esclarecimentos	públicos,	entre	
outros.	Ou	seja,	existe	a	necessidade	de	se	operacionalizar	as	políticas	públicas	em	sua	
área	de	atuação.	Como	exemplo,	a	saúde	através	do	SUS,	a	educação	através	do	MEC	e	
INEP,	o	meio	ambiente	através	do	Ibama	entre	outros	pontos	a	ser	apresentado.
Pode	apresentar	políticas	públicas	de	maneira,	mas	exemplificada?	Claro	que	sim.	
Podemos	exemplificar	a	política	pública	através	de	programas	criados	por	diferentes	governos.
Na	educação,	temos	o	Prouni	e	o	Fies	que	ajudam	na	inclusão	de	acadêmicos	nas	
instituições	públicas	e	privadas.	Temos	o	programa	“minha	casa,	minha	vida”	e	agora	o	“casa	
verde	e	amarela”,	para	resolver	o	problema	da	habitação.	Citamos	ainda	o	“bolsa	família”	e	
posteriormente	o	“renda	Brasil”,	que	promete	diminuir	os	índices	de	pobreza	em	nosso	país.
Vale	ressaltar	que	existem	muitas	outras	áreas	que	necessitam	de	políticas	públi-
cas	para	resolver	problemas	estruturais	de	determinadas	sociedades	e	os	exemplos	acima	
demonstram	algumas	das	políticas	públicas	que	se	misturam	e	se	completam	com	políticas	
sociais.	Mas	o	que	é	política	social?
As	políticas	sociais	são	criadas	como	um	dispositivo	de	inclusão	e	de	proteção	ao	
cidadão.	Vale	ressaltar	que	algumas	pessoas	criticam	as	políticas	sociais	por	acharem	que	
é	uma	despesa	desnecessária	ao	Estado.	Surgindo	 jargões	como:	 “Devemos	ensinar	a	
pescar	e	não	dar	o	peixe”.		
No	entanto,	existe	uma	ambiguidade	em	nossa	sociedade,	pois	existe	uma	grande	
parcela	de	nosso	país	que	acredita	nessas	políticas,	Por	sua	vez	promoverá	uma	evolução	
se	falarmos	em	relação	ao	equilíbrio	social.
Dentro	do	Estado,	existe	uma	dualidade	das	políticas	sociais	que	é	explicada	por	
Azevedo,	Martins,	e	Ferreira,	(2018),	logo	abaixo:
	As	políticas	sociais	exercem	um	papel	de	dualidade	no	Estado	capitalista,	
isto	é,	ao	mesmo	tempo,	são	fruto	da	luta	da	classe	trabalhadora,	mas	tam-
bém	são	um	instrumento	do	Estado	capitalista	para	a	pacificação	dessa	mes-
ma	classe	trabalhadora.	Nesse	cenário,	as	políticas	sociais	são	um	constante	
campo	de	disputa,	ora	em	prol	do	proletariado,	ora	em	prol	da	burguesia,	ten-
do	estreita	relação	com	a	pobreza	e	a	questão	social.	(AZEVEDO,	MARTINS,	
E	FERREIRA,	2018,	p.	13).
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 23
Podemos	perceber	que	a	luta	de	classes	se	torna	constante	na	sociedade	capitalis-
ta	e,	as	políticas	sociais	tornam-se	um	papel	importante	para	a	superação	da	pobreza	e	da	
desigualdade,	ou	seja,	as	políticas	sociais	têm	o	grande	papel	de	enfrentamento	à	situação	
social	da	sociedade.	
Podemos	compreender	melhor	o	papel	das	políticas	sociais	quando	afirmamos	que	
ela	é	 simplesmente	uma	 ferramenta	para	 transformação	social.	Podemos	perceber	 isso	
logo	abaixo:
Desse	modo,	as	políticas	sociais	são	uma	 ferramenta	estratégica,	que	por	
intermédio	de	diversas	ações	são	capazes	de	provocar	transformação	social,	
não	somente	na	sociedade,	mas	principalmente	nos	sujeitos.	É	pelo	conjunto	
organizado	dos	 trabalhadores	e	por	outras	classes	excluídas	que	 realizam	
tensionamentos	para	a	elaboração	de	políticas	públicas	em	prol	da	popula-
ção	vulnerável.	(AZEVEDO,	MARTINS,	E	FERREIRA,	2018,	p.	19).
	Assim,	podemos	concluir	o	tema,	afirmando	que	as	políticas	públicas	têm	o	papel	
importantíssimo	para	o	enfrentamento	de	problemas	de	questão	social.	Seja	da	pobreza,	da	
questão	das	mulheres,	dos	direitos	dos	autistas,	entre	outros.	Pois	uma	política	pública	bem	
executada	possibilita	a	emancipação	dos	humanos,	promovendo	cidadania	aos	membros	
de	nossa	sociedade.
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 24
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 2525
AS FASES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
(O ciclo ou Estágios das Políticas Públicas)
O processo de formulação de Políticas Públicas, também chamado de Ciclo das PolíticasPúblicas, apresen-
ta diversas fases:
1° FASE – Formação da Agenda (Seleção das Prioridades);
2° FASE – Formulação de Políticas (Apresentação de Soluções ou Alternativas);
3° FASE – Processo de Tomada de Decisão (Escolha das Ações);
4° FASE – Implementação (ou Execução das Ações);
5° FASE – Avaliação.
Na prática, as fases se interligam entre si, de tal forma que essa separação se dá mais para facilitar a com-
preensão do processo. 
Para conhecer um pouco mais acesse o livro no link abaixo:
CALDAS, Ricardo Wahrendorff. Políticas Públicas: conceitos e práticas. Belo Horizonte: Sebrae/MG, 2008. 
Disponível em: http://www.mp.ce.gov.br/nespeciais/promulher/manuais/manual%20de%20politicas%20p%-
C3%9Ablicas.pdf
http://www.mp.ce.gov.br/nespeciais/promulher/manuais/manual%20de%20politicas%20p%C3%9Ablicas.pdf 
http://www.mp.ce.gov.br/nespeciais/promulher/manuais/manual%20de%20politicas%20p%C3%9Ablicas.pdf 
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 26
O povo é o legislador no sentido de ser a fonte do poder político. Isso significa que só o conjunto dos 
cidadãos tem autoridade para impor as leis, ainda que estas sejam elaboradas por um grupo restrito de 
homens, mais habilitados para o desempenho de uma tarefa de tanta responsabilidade, que requer dis-
cernimento e prudência. Para isso é conveniente que, por delegação do povo, alguns cidadãos mais com-
petentes elaborem as leis, mas estas só se tornam preceitos coercitivos, ou seja, têm caráter de lei, se 
tiverem a sanção popular, pois “a autoridade humana para legislar compete exclusivamente ao conjunto 
dos cidadãos ou à sua parte preponderante”. (STREFLING, 2016, p. 102)
Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/q9NsXLTYy4RQhkyC8Xq6FdG/?lang=pt&format=html 
https://www.scielo.br/j/ea/a/q9NsXLTYy4RQhkyC8Xq6FdG/?lang=pt&format=html
27
WEB
Para construirmos uma consciência política e entendermos como funciona a 
Ciência política, temos que conhecer nosso próprio país. Por isso, como processo 
de evolução no processo de ensino-aprendizagem, deixo abaixo, uma lista de órgãos 
importantes na produção de políticas públicas que lhe auxiliarão a conhecer ainda 
mais nossa história. Nossa política. Nosso investimento em políticas sociais.
																																																																																																							
	 	 	 	 	 Bom estudo!
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
É	uma	instituição	da	administração	pública	 federal,	subordinada	ao	Ministério	do	
Planejamento,	Orçamento	e	Gestão.	O	IBGE	se	constitui	no	principal	provedor	de	dados	e	
informações	do	país,	que	atende	às	necessidades	dos	mais	diversos	segmentos	da	socie-
dade	civil.	
Disponível	em:	http://www.ibge.gov.br
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Tem	como	missão	promover	o	planejamento	participativo	e	a	melhoria	da	gestão	
pública	para	o	desenvolvimento	sustentável	e	socialmente	includente	do	país.	
Disponível	em:	www.planejamento.gov.br			
	
Portal da Transparência
É	uma	 iniciativa	da	Controladoria-Geral	 da	União	 (CGU),	 lançada	em	novembro	
de	2004,	 para	 assegurar	 a	 boa	e	 correta	 aplicação	dos	 recursos	públicos.	O	objetivo	 é	
aumentar	a	transparência	da	gestão	pública,	permitindo	que	o	cidadão	acompanhe	como	o	
dinheiro	público	está	sendo	utilizado	e	ajude	a	fiscalizar.	
Disponível	em:	www.portaltransparencia.gov.br
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 27
http://www.ibge.gov.br. 
http://www.planejamento.gov.br
http://www.portaltransparencia.gov.br
28
Secretária-geral da Presidência da República
Compete	assistir	direta	e	imediatamente	o	Presidente	da	República	no	desempenho	
de	suas	atribuições,	especialmente:	(I)	no	relacionamento	e	articulação	com	as	entidades	
da	sociedade	civil	e	na	criação	e	implementação	de	instrumentos	de	consulta	e	participação	
popular	de	interesse	do	Poder	Executivo;	(II)	na	elaboração	da	agenda	futura	do	Presidente	
da	República;	(III)	na	preparação	e	formulação	de	subsídios	para	os	pronunciamentos	do	
Presidente	da	República;	(IV)	na	promoção	de	análises	de	políticas	públicas	e	temas	de	
interesse	do	Presidente	da	República	e	na	realização	de	estudos	de	natureza	político-insti-
tucional;	dentre	outras	tarefas.	
Disponível	em:	www.secretariageral.gov.br/
TCU – Tribunal de Contas da União 
A	Constituição	Federal	de	1988	conferiu	ao	TCU	o	papel	de	auxiliar	o	Congresso	
Nacional	no	exercício	do	controle	externo,	tendo	como	competências:	apreciar	as	contas	
anuais	do	Presidente	da	República;	julgar	as	contas	dos	administradores	e	demais	respon-
sáveis	por	dinheiros,	bens	e	valores	públicos;	apreciar	a	legalidade	dos	atos	de	admissão	
de	pessoal	e	de	concessão	de	aposentadorias,	reformas	e	pensões	civis	e	militares;	reali-
zar	inspeções	e	auditorias	por	iniciativa	própria	ou	por	solicitação	do	Congresso	Nacional,	
dentre	outras.	
Disponível	em:	http://portal2.tcu.gov.br/TCU
	
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 28
http://www.secretariageral.gov.br/
http://portal2.tcu.gov.br/TCU
29
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro	(a)	aluno	(a),	chegamos	ao	fim	do	capítulo	sobre	sociologia	política.	Espero	
que	o	entusiasmo	proposto	no	início	dessa	unidade	tenha	atingido	seu	ápice	nesse	momen-
to.	Vale	ressaltar	que	você	deve	cada	vez	mais	ampliar	seus	horizontes	buscando	explorar	
todas	orientações	passadas	durante	nosso	estudo	e	algo	a	mais.
Acredito	que	percorremos	um	caminho	repleto	de	conhecimento	sobre	as	definições	
e	conceitos	sobre	a	sociologia	política.	Entendendo	sua	origem.	Vale	ressaltar	que	esses	con-
ceitos	básicos	farão	parte	de	outros	momentos	de	nossa	jornada	em	busca	do	conhecimento.
Após	aprendermos	os	conceitos	do	que	é	a	sociologia	política,	partimos	para	uma	
jornada	encontrando	experiências	históricas	e,	conhecemos	alguns	pontos	que	envolvem	a	
filosofia	política	de	Nicolau	Maquiavel	em	toda	sua	riqueza.
Ainda	nessa	unidade,	fizemos	uma	viagem	e	conhecemos	o	que	é	ciência	política	
e	entendemos	suas	definições	e	tipos	de	poder.	
Então,	encerramos	esse	primeiro	momento	de	nossa	 trilha	de	aprendizagem	co-
nhecendo	os	conceitos	de	políticas	públicas	e	política	social.	
Por	fim,	passamos	por	todos	os	desafios	da	construção	sobre	as	políticas	públicas	
e	políticas	sociais	em	todas	suas	vertentes.
Desde já, muito obrigado e nos vemos no próximo capítulo!
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 29
30
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 1
Título: Sociologia política.
Autor: Paulo G. M. De Moura. 
Editora: InterSaberes; 1ª edição (1 junho 2017).
Sinopse: O que motiva o homem à ação política? Que tipos 
de regimes políticos existem? Como podemos definir o termo 
democracia? Que influências a mídia pode ter sobre a política? 
As pesquisas podem ter real impacto sobre a opinião pública? 
Essas e muitas outras questões são objeto de estudo da so-
ciologia política, que busca compreender os elementos que 
compõem a realidade social, desfazendo preconceitos e para-
digmas. Reflita sobre os complexos fenômenos presentes nas 
sociedades contemporâneas e desenvolva suas próprias ideias 
sobre como os problemas sociais e políticos da atualidade po-
dem ser solucionados. 
LIVRO 2
Título: Introdução ao Estudo das Políticas Públicas: uma Visão 
Interdisciplinar e Contextualizada.
Autor: Alvaro Chrispino.
Editora: FGV; 1ª edição (1 janeiro 2016).
Sinopse: Em relação a políticas públicas, a sociedade contem-
porânea se comporta de duas maneiras distintas: pode ser mais 
esclarecida e participante, solicitando melhores resultados da 
gestão pública na solução de seus problemas, ou assiste estar-
recida aos fatos que envolvem os desvios em torno da gestão 
pública. Entender como se articulam as variáveis, explícitas ou 
implícitas, na formulação, na execução e na avaliação das po-
líticas públicas, é uma necessidade urgente. Este livro propõe 
olhar os acontecimentos recentes, da perspectiva do conheci-
mento de políticas públicas.
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 30
31LIVRO 3
Título: A Ciência da Política - Uma Introdução.
Autor: Adriano Gianturco. 
Editora: Forense Universitária; 3ª edição (10 julho 2020).
Sinopse: A leitura definitiva sobre política. Para além dos “achis-
mos”, este livro é um manual essencial sobre Ciência Política 
e seu funcionamento: apresenta o que há de mais relevante 
na literatura internacional, questões pertinentes da área e seus 
diagnósticos. Com uma abordagem científica rigorosa e atual, 
A Ciência da Política – Uma Introdução está divida em quatro 
partes. A primeira parte traz uma abordagem metodológica; a 
segunda trata dos pilares fundamentais da política: poder, polí-
tica, guerra, impostos, Estado e obediência; já a terceira, analisa 
as questões relativas à democracia, como formas de governo, 
partidos, sistema partidário, sistema eleitoral, paradoxos do 
voto, luta eleitoral etc.; e, por último, se aprofunda na regu-
lamentação, bens públicos, corrupção e análise das políticas 
públicas. Por que ler A Ciência da Política?A Ciência Política é o 
ramo das Ciências Sociais que se ocupa das relações de poder 
institucionalizadas e adota o método descritivo, individualista 
metodológico, reducionista e analítico para poder compreen-
der, explicar e prever a ação política, mais do que esperar po-
der mudar a realidade de forma revolucionária segundo nossos 
ideais preconcebidos. É a diferença entre prever e torcer. Nesse 
sentido, a Ciência Política representa uma alternativa às ver-
tentes culturalistas da Antropologia e da Sociologia, mostrando 
que não “é uma questão de cultura”, mas de instituições e de 
incentivos (positivos ou negativos). Este livro trata-se, portanto, 
de um verdadeiro manual de ciência política, que cobre uma 
enorme lacuna no mercado editorial brasileiro.?
 
FILME / VÍDEO 1
Título: Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro.
Ano: (2010).
Diretor: José Padilha.
Roteirista: José Padilha, Bráulio Mantovani.
Produção: José Padilha, Marcos Prado.
Sinopse: Filme que demonstra a segurança pública de nosso 
país através da história do capitão Nascimento (Wagner Mou-
ra), agora coronel, foi afastado do BOPE por conta de uma mal 
sucedida operação. Desta forma, ele vai parar na inteligência da 
Secretaria de Segurança Pública do Estado. Contudo, ele des-
cobre que o sistema que tanto combate é mais podre do que 
imagina e que o buraco é bem mais embaixo. Seus problemas 
só aumentam, porque o filho, Rafael (Pedro Van Held), tornou-
-se adolescente, Rosane (Maria Ribeiro) não é mais sua esposa 
e seu arqui-inimigo, Fraga (Irandhir Santos), ocupa posição de 
destaque no seio de sua família. 
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 31
32
FILME / VÍDEO 2
Título: Real: O Plano por Trás da História.
Ano: (2017).
Diretor: Rodrigo Bittencourt.
Roteirista: Mikael de Albuquerque.
Produção: Ricardo Fadel Rihan.
Sinopse: O filme nos leva ao ano de 1993, onde o inflexível Gus-
tavo Franco é um crítico feroz da política econômica adotada 
pelo governo brasileiro nos últimos anos, que resultou em um 
cenário de hiperinflação. Opositor de políticas de cunho social, 
é adepto de um choque fiscal de forma que seja criada uma 
moeda forte, que devolva a dignidade aos cidadãos. Quando o 
presidente Itamar Franco nomeia Fernando Henrique Cardoso 
como o novo Ministro da Fazenda, Gustavo é convidado a inte-
grar uma verdadeira força-tarefa, cujo objetivo é criar um novo 
plano econômico.
FILME / VÍDEO 3
Título: Preciosa: Uma História de Esperança.
Ano: (2010).
Diretor: Lee Daniels.
Roteirista: Geoffrey Fletcher.
Produtor: Lee Daniels, Oprah Winfrey, Tom Heller, Tyler Perry.
Sinopse: 1987, Nova York, bairro do Harlem. Claireece "Precio-
sa" Jones (Gabourey Sidibe) é uma adolescente de 16 anos que 
sofre uma série de privações durante sua juventude. Violenta-
da pelo pai (Rodney Jackson) e abusada pela mãe (Mo'Nique), 
ela cresce irritada e sem qualquer tipo de amor. O fato de ser 
pobre e gorda também não a ajudam nem um pouco. Além 
disto, Preciosa tem um filho apelidado de "Mongo", por ser 
portador de síndrome de Down, que está sob os cuidados da 
avó. Quando engravida pela segunda vez, Preciosa é suspensa 
da escola. A sra. Lichtenstein (Nealla Gordon) consegue para 
ela uma escola alternativa, que possa ajudá-la a melhor lidar 
com sua vida. Lá Preciosa encontra um meio de fugir de sua 
existência traumática, se refugiando em sua imaginação.
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 32
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Plano de Estudos
• Conceito de Elite e os pressupostos históricos;
• Elitismo em: Gaetano Mosca; Vilfredo Pareto 
 e Robert Michels;
• A denúncia contra a Elite;
• Critica a elite liberal.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar o conceito de elite 
 e os pressupostos históricos;
• Compreender o que representou o elitismo de acordo 
 com os sociólogos: Gaetano Mosca; Vilfredo Pareto 
 e Robert Michels;
• Contextualizar o processo da denúncia contra 
 as elites estabelecendo as motivações para 
 compreensão de tal ação;
• Problematizar as questões que envolvem a crítica 
 à elite liberal e suas características.
2UNIDADEUNIDADETEORIATEORIADASDASELITESELITESProfessora Esp. Alessandra Domingues Gomes
34
INTRODUÇÃO
Seja	muito	bem-vindo(a)	!
Prezado(a)	educando(a),	é	com	muito	prazer	que	daremos	continuidade	aos	nos-
sos	estudos	sobre	a	disciplina	de	Teoria	das	Elites.
Iniciaremos	nossos	estudos	explorando	o	contexto	que	representa	o	Conceito	de	
Elite	e	os	pressupostos	históricos.
Nossa	abordagem	sobre	a	sociologia	e	seus	pressupostos	teóricos	também	fará	
uma	fundamentação	sobre	importantes	sociólogos	que	contribuíram	para	o	entendimento	
do	contexto	sobre	as	elites	que	são	Gaetano	Mosca,	Vilfredo	Pareto	e	Robert	Michaels.
Dando	continuidade	aos	nossos	estudos	sobre	a	sociologia	na	contemporaneidade	
e	sua	influência	para	formação	das	elites	e	a	constituição	das	massas,	o	foco	de	pesquisa	
estará	na	denúncia	quanto	à	monopolização	do	poder	e	o	abandono	social	 dos	grupos	
menos	favorecidos.
E,	por	último,	estaremos	concluindo	os	estudos	deste	capítulo	abordando	sobre	
a	Crítica	da	elite	 liberal,	nela	será	feita	uma	análise	quanto	à	Crítica	à	elite	 liberal,	suas	
características	e	seu	papel	na	sociedade.
Espero	que	tenham	um	momento	de	estudo	satisfatório	e	que	essa	leitura	possa	
colaborar	no	aprofundamento	de	seu	conhecimento,	relacionando	a	importância	da	socio-
logia	e	seus	conceitos	para	a	sociedade	em	seus	mais	diversos	períodos.
Muito obrigado e bom estudo!
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 34
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A	palavra	Elite	tem	origem	do	Francês	ÉLITE,	“escolha,	seleção”,	que	veio	do	Latim	
ELIGERE,	“escolher”,	formado	por	EX-,	“fora”,	mais	LEGERE,	“catar,	escolher”.	O	signifi-
cado	da	palavra	elite	se	refere	a	um	determinado	grupo	com	privilégios,	grupo	minoritário,	
visto	como	indivíduos	superiores,	por	possuírem	poder	econômico	ou	domínio	social.
A	teoria	das	elites	surgiu	a	partir	do	século	XIX	idealizada	pelo	filósofoitaliano	Gae-
tano	Mosca.	Segundo	BUARQUE	DE	HOLANDA	(2011),	Gaetano	defendia	o	pensamento	
de	que	o	elitismo	nas	mais	diversas	sociedades	está	sempre	relacionado	há	uma	minoria	
que	detém	os	bens	de	consumo	e	poder	e	de	um	outro	lado	uma	maioria	que	está	privada	
de	todos	esses	benefícios.
De	maneira	geral	é	possível	compreender	que	as	elites	são	fruto	de	uma	classe	
dominante,	compreendida	como	um	grupo	que	possui	uma	capacidade	superior	junto	às	
classes	dominadas,	ela	ainda	 teria	como	valor,	manter	o	equilíbrio	no	sistema	social	ao	
permitir	a	mobilidade	de	classes,	principalmente	quando	isso	ocorre	na	ascensão	de	um	
sujeito	através	do	seu	mérito.
O	grupo	considerado	como	elite	é	visto	como	um	grupo	minoritário	de	detentores	do	
poder.	Nos	dias	atuais	as	sociedades	modernas	possuem	uma	multiplicidade	de	elites,	em	um	
grupo	relativamente	organizado,	que	detém	o	poder	de	decisão.	Essa	mesma	elite	mantém	um	
conflito	com	as	classes	dominadas,	mantém-se	exclusiva	e	suas	características	econômicas	e	
sociais,	no	entanto	ela	só	se	mantém	viva	a	partir	do	momento	que	mantém	contato	com		outras	
classes	consideradas	inferiores	a	sua,		mas	que	mantém	a	geração	de	conflitos.
TÓPICO
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES
 1 CONCEITO DEELITE E OS PRESSUPOSTOSHISTÓRICOS
O	 poder	 econômico,	 social,	 as	 ideologias	 políticas,	 assim	 como	 o	 pensamento	
individual	de	cada	cidadão	são	 importantes	 fatores	na	formação	da	teoria	das	elites.	De	
acordo	com	Mosca	(2009),	a	sociedade	está	dividida	em	dois	grupos:	os	governantes	e	
os	governados,	neste	entendimento	os	governantes	estão	em	um	número	muito	mais	re-
duzido,	no	entanto	são	eles	que	detém	o	poder,	impõem	sua	vontade	de	acordo	com	suas	
necessidades,	desejos,	de	relações	sociais	e	políticas.	Em	vários	momentos	 impor	essa	
vontade	significa	a	imposição	de	ações	arbitrárias,	violentas	e			desnecessárias			para	o			
restante	da	sociedade.	
A	 questão	 relacionada	 à	 divisão	 do	 poder	 entre	 governantes	 e	 governados	 se	
estende	há	muito	tempo,	constando	em	obras	de	pensadores	modernos	como	Marx,	Mon-
tesquieu	e	Maquiavel.	De	acordo	com	Mosca	(2009),	as	classes	governantes	por	serem	a	
minoria	se	constituem	de	uma	forma	muito	mais	organizada,	se	relacionando	por	afinidade	
e	interesses	sendo	solidários	entre	si	e	com	seus.	Já	as	classes	que	são	governados	são	
extremamente	numerosas	e	 isso	 faz	 com	que	se	dividam	em	grupos	desestruturados	e	
desorganizados,	o	que	dificulta	de	forma	expressiva	sua	ascensão.
Quando	pensamos	em	uma	sociedade	clássica,	tradicional	é	simples	conceituar	o	
sistema	de	elite,	pois	ela	se	encontra	de	forma	estável	e	com	pouca	mobilidade.	No	entanto,	
ao	analisarmos	as	sociedades	modernas	podemos	caracterizar	o	sistema	de	elite	de	uma	
maneira	mais	complexa	e	com	um	perfil	mais	dinâmico,	baseado	em	uma	sociedade	com	
perfil	tecnológico	e	extremamente	rotativo.
A	sociedade	moderna	se	caracteriza	por	uma	variedade	de	elite	relacionados	com	
uma	sociedade	complexa,	que	vive	cercada	de	desafios,	busca	constantemente	se	firmar	
como	classe	dominante	através	de	suas	ações,	do	seu	poder	de	controle	e	decisão,	e	a	
imposição	de	suas	vontades	em	detrimento	das	classes	dominadas.
Quando	pensamos	em	elite,	é	possível	compreender	que	vivemos	em	uma	socie-
dade	capitalista,	 sendo	esta	sociedade	dividida	em	classes	com	configurações	histórico	
estrutural	particular.	Nesse	sentido,	evidencia-se	a	relação	existente	entre	as	estruturas	de	
apropriação	voltadas	para	economia	e	a	dominação	voltada	para	a	política,	definindo	uma	
estratificação	social.
Este	é	o	ponto	de	partida	fundamental	para	teoria	das	elites:	a	constatação	
de	uma	 lei	 histórica	 inescapável	 que	divide	 os	 homens	em	governantes	 e	
governados.	Atente	para	a	expressão	todas	as	sociedades.	Essa	generaliza-
ção	é	fundamental	pois	ela	autoriza	mosca	a	afirmar	que	essa	divisão,	muito	
provavelmente,	jamais	deixará	de	existir,	Os	governantes	são	chamados	por	
mosca	de	classe	política	ou	classe	dirigente,	os	governados	são	as	massas.	
A	classe	política	conduz	a	sociedade	humana,	as	massas	são	conduzidas.	
Portanto	a	classe	política	deve	ser	o	objeto	de	estudo	central	ciência	políti-
ca…	(PERISSINOTTO,	2018,	p.	30).
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 36
As	sociedades	constituem	a	sua	hierarquia	desde	a	história	antiga	pelo	seu	poder	
econômico	e	sua	posição	social.	Assim	como	entendemos	que	em	uma	sociedade	capitalista	
quando	pensamos	no	poder	de	hierarquização,	é	necessário	analisar	o	processo	produtivo,	
ou	seja,	a	capacidade	do	indivíduo	de	produzir	em	prol	de	uma	sociedade,	e	considera-se	
também	a	capacidade	de	consumo	como	um	fator	determinante	para	essa	classificação.
Assim,	é	possível	compreender	que	ao	analisar	uma	sociedade	e	os	grupos	que	a	
compõem,	o	processo	hierárquico	se	fará	de	acordo	com	os	 interesses	daqueles	que	são	
parte	dessa	sociedade	e	o	poder	de	oferta	para	classificar	um	indivíduo	como	sendo	de	um	
grupo	elitizado	ou	não.
Em	nossa	 sociedade	 contemporânea,	 ao	 analisarmos	a	 divisão	de	 classes,	 fica	
evidente	que	elas	se	caracterizam	por	um	grau	variável	de	desigualdade.	Essa	variável	
se	evidencia	através	da	apropriação	de	riquezas	geradas	pela	sociedade	expressa,	geral-
mente,	pela	propriedade,	pela	renda	e	consumo	de	bens.	Outro.	De	extrema	importância	
é	 a	 participação	 de	 um	 indivíduo	 nas	 decisões	 políticas	 evidenciando-se	 pelo	maior	 ou	
menor	poder	de	decidir	ou	forçar	decisões	que	favoreçam	esse	indivíduo,	assim	como	seu	
poder	econômico	em	sociedade.	Outra	questão	importante	que	evidencia	a	elitização	de	
um	indivíduo	se	expressa	em	sua	apropriação	de	bens	simbólicos	como,	por	exemplo,	o	
acesso	à	educação,	bens	culturais	como	acesso	a	museus,	teatros,	livros	etc.
As	questões	que	envolvem	renda,	propriedade,	consumo,	educação	formal,	tam-
bém	definem	como	as	diversas	classes	sociais	participam	da	sociedade.	O	que	não	se	
pode	deixar	de	ressaltar	é	o	nível	exacerbado	de	desigualdade	que	vivemos	na	atualidade.	
Os	números	que	expressam	a	pobreza	e	a	miséria	são	incontestáveis,	assim	como	a	cons-
tatação	desses	números	quando	se	vivencia	diariamente	com	uma	diversidade	de	pessoas,	
buscando	conhecer	os	diferentes	grupos	aos	quais	pertencem.
Uma	análise	sobre	a	elite	pode	ser	um	desafio	bastante	amplo.	Quando	pensamos	
na	 questão,	 os	 que	 governam	e	 os	 que	 são	 governados,	 isso	 nos	 remete	 não	 só	 para	
esfera	pública,	mas	também	para	esfera	privada.	E	como	podemos	conceituar	essas	duas	
linhas	 de	 pensamento	 em	um	mundo	 tão	 globalizado,	 em	que	 	 temos	 uma	diversidade	
de	 oportunidades,	 mas	 ao	 mesmo	 tempo	 somos	 massacrados	 por	 uma	 desigualdade	
econômica,	cultural,	e	de	direitos.	Se	pensarmos	na	constituição	que	rege	o	Brasil,	assim	
como	na	constituição	de	outros	países,	temos	o	entendimento	de	que	direitos	básicos	são	
iguais	para	todos.	No	entanto,	a	prática	não	reflete	a	teoria.	Ao	estudarmos	os	documentos	
que	regem	diversas	nações,	seja	o	Brasil	ou	seja	outro	país,	o	cidadão	de	fato	se	sente	
protegido	e	livre	de	ameaças.	No	entanto,	ao	nos		depararmos	com	a	realidade,	principal-
mente,	em	países	subdesenvolvidos,	entendemos	que	a	 teoria	pode	parecer	 libertadora	
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 37
e	tentadora,	no	entanto	ao	vivenciar	esta	realidade,	os	 indivíduos	se	deparam	com	uma	
grande	desigualdade,	com	um		estado	de	direito	que	não	cumpre	o	que	a	lei	propõe,	sendo	
assim	o	mundo	está	 cada	 vez	mais	 se	apropriando	de	uma	grande	desigualdade	entre	
homens	e	mulheres,	que	dependem	não	só	da	sua	força	de	trabalho,	mas	também	de	uma	
qualificação	profissional,	que	nem	sempre	está	disponível	para	todos,	a	sorte	de	estar	no	
lugar	certo	e	na	hora	certa,	e	ainda	uma	garra	infinita	para	derrubar	obstáculos.
Analisando	 a	 questão	 da	 formação	 das	 elites	 na	 sociedade	 contemporânea,	 em	
termos	gerais	ela	se	divide	em	três	ordens	institucionais:	estado,	forças	armadas	e	grandes	
companhias.	Ao	longodos	séculos	essas	ordens	institucionais	tiveram	um	crescimento	sig-
nificativo	quanto	a	sua	capacidade	de	ação	e	recursos,	centralizaram	e	concentraram	sua	
organização	assim	como	seu	poder	de	decisão,	criando	corporações	gigantescas	ligadas	por	
sua	administração	e	economia.	Não	distante	dessa	realidade,	o	poder	público	e	as	ordens	
militares	passaram	a	acumular	uma	capacidade	de	interferir	na	tomada	de	decisões	de	uma	
sociedade,	expandindo-se	o	que	resultou	em	um	maior	consumo	de	recursos	públicos.
Essas	três	ordens	compõem	a	elite	econômica	política	e	militar,	estão	no	topo	da	
economia	comandada	por	grandes	executivos,	autoridades	estatais	e	poderosos	políticos,	
assim	como	a	elite	militar,	 formando	assim	um	pequeno	grupo	 responsável	por	grandes	
decisões	políticas	e	sociais.
Essas	 reflexões	nos	 fazem	pensar	em	uma	sociedade	elitizada,	 formada	por	 in-
divíduos	que	se	destacam	positivamente	e	são	entendidos	como	grupos	privilegiados,	ou	
seja,	os	que	governam,	e	do	outro	lado,	aqueles	que	trabalham,	aqueles		que	vendem	sua	
força	de	trabalho,	que	mesmo	não	tendo	reconhecimento	por	sua	força	e	dedicação,	são	
os	indivíduos	que	produzem	para	o	crescimento	privado	ou	governamental.	A	partir	desse	
contexto,	 vamos	 buscar	 aprofundar	 esse	 entendimento	 de	 uma	 forma	mais	 individual	 e	
contextualizada.
1.1 “Os que governam e que são governados”, esfera privada
Quando	pensamos	o	que	pode	representar	a	 ideia	de	governar	e	ser	governado	
na	esfera	privada,	a	primeira	palavra	que	nos	vem	à	mente,	é	a	 ideia	do	poder.	A	elite	
enquanto	classe	dominante	assumiu	esse	papel	a	partir	do	momento	em	que	foi	vista	como	
a	classe	que	possui	o	controle	econômico,	o	poder	de	decisões,	e	a	superioridade	diante	
das	classes	que	são	dominadas.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 38
A	partir	desse	princípio,	primeiramente	buscamos	entender	o	significado	de	poder.	De	
acordo	com	Japiassu	(2006,	p.	222),	“a	palavra	poder	significa	a	capacidade,	faculdade,	possi-
bilidade	de	realizar	algo,	derivada	de	um	elemento	físico	ou	natural,	ou	conferida	por	autoridade	
institucional,por	exemplo:	poder	de	criar,	poder	de	nomear,	e	demitir,	de	escolher	etc”.
Ainda	Japiassu	(2006),	descreve	sobre	Michel	Foucault	no	qual	faz	um	exame	das	
relações	entre	saber	e	poder,	ciência	e	dominação,	controle,	na	 formação	da	sociedade	
contemporânea.	Essa	genealogia	parte	da	constatação	de	que	o	poder	é	exercido	na	so-
ciedade	não	apenas	através	do	Estado	e	das	autoridades	formalmente	constituídas,	mas	
de	maneiras	diversas,	em	uma	multiplicidade	de	sentidos,	em	níveis	distintos	e	variados,	
muitas	vezes	sem	nos	darmos	conta	disso.	A	partir	desse	pensamento	é	possível	não	só	
entender	o	sentido	do	poder,	mas	também	compreender	qual	a	relevância	e	o	resultado	do	
uso	desse	poder	na	formação	de	uma	sociedade.
Antigos	filósofos	como	Aristóteles	 já	abordavam	a	questão	do	poder,	sua	força	e	
seu	fascínio	diante	da	sociedade.	Aristóteles	entendia	o	poder	como	elemento	natural,	que	
faz	parte	das	relações	sociais	e	não	visto	somente	como	um	ato	de	dominação	pela	força.	
Assim	como	Aristóteles,	Karl	Marx	(2013),	já	na	idade	moderna,	compreendeu	o	sentido	de	
poder	como	uma	dominação	política	existente	na	humanidade	na	qual	não	só	criou	uma	
divergência	entre	diferentes	classes,	mas	 também	contribuiu	para	o	desenvolvimento	do	
capitalismo	industrial.
Ainda	 na	 idade	moderna	Thomas	Hobbes	 (2019)	 e	 John	 Locke	 (1996)	 também	
discutiam	sobre	as	questões	relacionadas	ao	poder.	Enquanto	Hobbes	defendia	a	monar-
quia	e	o	controle	do	estado,	Locke	compreendia	que	o	poder	deveria	ser	dissolvido	nas	
instituições,	a	fim	de	garantir	o	direito	à	população,	em	que		o	poder	seria	de	origem	política	
e	de	domínio	da	esfera	estatal.
O	sociólogo	Max	Weber	(2014)	compreende	o	poder	como	uma	imposição	sobre	os	
indivíduos.	Essa	imposição	é	dada	como	uma	força	de	ordem	ou	não,em	que		as	pessoas	
são	submetidas	ao	poder	e	ao	aceitá-lo	passa	a	ser	submetida	à	autoridade	de	outra	pes-
soa.	Nesse	princípio	de	Vader	podemos	imaginar	que	os	indivíduos	têm	poder	de	escolher	
e	podem	ou	não	aceitar	essa	submissão	ao	poder.	No	entanto,	se	pensarmos	no	sentido	
de	controle	através	das	classes	sociais,	a	imposição	da	elite	sobre	as	classes	populares	
muitas	vezes	de	uma	forma	velada,	entende-se	que	o	indivíduo	submetido	não	o	faz	por	
aceitação	ou	concordância,	mas	pelo	fato	de	ser	parte	do	grupo	que	é	governado,	ou	seja	
a	necessidade	de	sobrevivência	e	a	falta	de	opção	o	leva	à	submissão,	à	submissão	eco-
nômica,	à	submissão	social,	geradas	pela	dependência	econômica	na	maioria	dos	casos.
Segunda	condição	essencial	para	o	possuidor	do	dinheiro	encontrar	no	mer-
cado	força	de	trabalho	como	mercadoria:	o	dono	dessa	força	não	pode	ven-
der	mercadoria	em	que	encarne	seu	trabalho	e	é	forçado	a	vender	sua	força	
de	trabalho	que	só	existe	nele	mesmo...	Quem	quiser	vender	mercadoria	que	
não	seja	sua	força	de	trabalho	tem	que	possuir	meios	de	produção,	tais	como	
matérias-primas,	instrumentos	de	produção	e,	e	etc.	(MARX,	2013,	p.313).
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 39
O	poder,	na	sociedade	atual,	pode	ser	entendido	de	maneiras	diferentes.	Podemos	
classificá-lo	como	poder	ideológico:	pode	influenciar	as	massas	através	de	sua	retórica,	seu	
poder	de	convencimento,	através	de	mídias,	o	que	pode	ser	expresso	pelas	relações	sociais,	
pelo	mundo	do	trabalho,	ou	religião.	O	poder	político	está	diretamente	ligado	ao	estado,	po-
dendo	ser	visto	de	forma	legal	quando	sua	finalidade	e	a	vida	política	ou	tido	como	ilegítimo	
quando	busca	a	dominação	de	pessoas	ou	classes.	O	poder	econômico	está	diretamente	
ligado	com	a	instituição	privada	através	de	bens	e	riquezas	que	levam	à	manipulação	daque-
les	que	necessitam	do	poder	econômico	de	outros.
Então,	 se	 o	 poder	 político	 está	 relacionado	 com	 ideologia,	 economia,	 política,	
ele	também	se	encontra	subdividido	em	grupos	que	determinam	essa	relação	de	poder,	
que	podemos	exemplificar	através	das	relações	familiares	em	que		pais	e	mães	exercem	
poder	sobre	os	filhos,	professores	e	alunos,	em	que		o	professor	é	visto	como	autoridade	
no	âmbito	acadêmico	ou	escolar,	as	 relações	de	governantes	e	governados	no	âmbito	
político	 pelo	 qual	 aquele	 que	governa	exerce	o	 poder	 sobre	os	governados	e	ainda	a	
relação	patrão	e	empregado	que		toda	a	força	de	poder	vendo	patrão	aquele	que	detém	a	
posse	sobre	aquele	que	necessita	de	sua	sobrevivência	através	da	sua	força	de	trabalho.
É	 nesse	 último	 item,	 a	 relação	 patrão	 empregado,	 que	 nos	 deparamos	 com	 as	
questões	relacionadas	com	o	mundo	privado.	A	relação	de	trabalho	é	a	que	mais	se	sobre-
põe	quanto	às	relações	privadas,	pois	em	uma	sociedade	economicamente	desigual	em	
que	as	massas	ou	seja	os	governados	necessitam	sobreviver	e	seu	único	meio	de	alcançar	
essa	necessidade	é	através	de	sua	força	de	trabalho.	Quando	os	governantes	entendem	
isso,	passam	a	utilizar	dos	meios	de	produção	para	controlar	seus	governados	por	saber	
que	os	mesmos	mantém	uma	relação	de	dependência	econômica	com	eles.
Para	transformar	dinheiro	em	capital,	tenho	possuidor	do	dinheiro	de	encon-
trar	o	trabalho	livre	no	mercado	de	mercadorias,	livre	nos	dois	sentidos,	o	de	
dispor,	como	pessoa	livre,	de	sua	força	de	trabalho	como	sua	mercadoria,	e	o	
de	estar	livre,	inteiramente	despojado	de	todas	as	coisas	necessárias	a	mate-
rialização	de	sua	força	de	trabalho,	não	tendo,	além	desta,	outra	mercadoria	
para	vender.	(MARX,	2013,	p.199).
Em	uma	sociedade	que	é	controlada	por	pequenos	grupos	que	representam	o	po-
der	e	se	eu	for	em	uma	maioria	desprovida	de	poder.	Esse	controle	acontece	exatamente	
pelo	 fato	de	que	é	a	minoria	que	se	concentra	em	controlar	essas	organizações.	Assim	
entendemos	que	a	elite	estará	sempre	na	posição	de	controle.
Tal	constatação	não	significa	que	essa	elite	representada	pelas	minorias	não	signi-
fica	que	sejam	os	melhores,	mas	você	tem	o	mecanismo	para	que	a	economia	possa	girar	
e,	dessa	maneira,	as	diversas

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