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Prévia do material em texto

SOCIOLOGIA POLÍTICA
Professora Esp. Alessandra Domingues Gomes
Professor Esp. Cleber Henrique Sanitá Kojo
 REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
 DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima
 DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Geani Andrea Linde Colauto 
 DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini
 DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel 
 SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva
 COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá
 COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho 
 COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas
 REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Caroline da Silva Marques
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante 
 Eduardo Alves de Oliveira
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Kauê Berto
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO André Dudatt
 Carlos Firmino de Oliveira
 Vitor Amaral Poltronieri
 ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO Carlos Eduardo da Silva
 DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos 
 Yan Allef 
 
 FICHA CATALOGRÁFICA
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
G633s Gomes, Alessandra Domingues
 Sociologia política / Alessandra Domingues Gomes, Cleber
 Henrique Sanitá Kojo. Paranavaí: EduFatecie, 2023.
 120 p.
 
 1 . Sociologia política - Brasil. 2. Bem-estar social. 3. Elites
 (Ciênias sociais). I. Kojo, Cleber Henrique Sanitá. II. Centro
 Universitário UniFatecie. III. Núcleo de Educação a Distância.
 IV. Título. 
 CDD:23.ed. 306.2
 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9 /1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas dos bancos de imagens 
Shutterstock e Google Imagens .
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
https://www.shutterstock.com/pt/
3
AUTORES
Professora Esp. Alessandra Domingues Gomes 
●	 Licenciatura	Plena	em	História	–	Unespar.	
●	 Licenciatura	Plena	em	Filosofia	–	Unimes.	
●	 Licenciatura	Plena	em	Pedagogia	–	Unimes.	
●	 Licenciatura	Plena	em	Letras/Português	–	Uniasselvi.		
●	 Especialista	em	Educação	Especial	(Faculdade	Integrada	do	Vale	do	Ivaí).
●	 Especialista	em	Educação	Especial	e	Libras	(Faculdade	Integrada	do	Vale	do	Ivaí).
●	 Especialista	em	Gestão	Educacional	e	organização	pública	
	 (Faculdade	Integrada	do	Vale	do	Ivaí).	
●	 Especialista	em	Tutoria	em	EAD	(Universidade	Estadual	de	Londrina).	
Ampla	 experiência	 como	 docente	 da	 educação	 básica	 (Fundamental	 e	 Médio),	
Professora	formadora	e	produtora	de	Materiais	nas	áreas	de	história,	filosofia,	sociologia	e	
pedagogia.	
Link	do	currículo	Lattes:		http://lattes.cnpq.br/8765496270465438
http://lattes.cnpq.br/8765496270465438 
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Professor Esp. Cleber Henrique Sanitá Kojo
	● Licenciatura	Plena	em	História	pela	UNESPAR	–	FAFIPA,	Paranavaí.
	● Licenciatura	Plena	em	Sociologia	pela	UNAR	-	Centro	Universitário	de	Araras	
“Dr.	Edmundo	Ulson”.
	● Licenciatura	Plena	em	Pedagogia	pela	Unifatecie.
	● Licenciatura	Plena	em	Educação	Física	pela	Unifatecie
	● Especialista	em	História	e	Geografia	pela	Faculdade	Integrada	do	Vale	do	Ivaí.
	● Especialista	em	Gestão	Escolar,	Supervisão	e	Orientação	pela	ESAP	-	
					Faculdades	Integradas	do	Vale	do	Ivaí.
	● Especialista	em	Educação	de	Jovens	e	Adultos	pela	ESAP	–	
					Faculdades	Integradas	do	Vale	do	Ivaí.
	● Docente	da	educação	básica	(Fundamental	e	Médio)	da	SEED,	PR.
	● Docente	do	ensino	superior	na	UniFatecie.
	● Coordenador	 Pedagógico	 da	 educação	 básica	 (Médio)	 do	 Colégio	 Fatecie	
Premium.
	● Coordenador	de	cursos	da	EAD	UniFatecie.
	● Supervisor	de	tutoria	e	Tutor	da	EAD	UniFatecie.
	● Produtor	de	livros	e	materiais	para	EAD.
Ampla	experiência	como	docente	da	educação	básica	(Fundamental	e	Médio),	Pro-
fessor	de	cursinhos	pré-vestibulares	em	história	e	filosofia	e	prática	docente	na	educação	
à	distância.	
Link	do	currículo	Lattes:			http://lattes.cnpq.br/7716876167354361	
http://lattes.cnpq.br/7716876167354361 
5
Seja muito bem-vindo(a)!
Sejam	bem-vindos	 (as)	ao	nosso	curso	de	Sociologia	Política.	A	partir	 de	agora	
partiremos	para	uma	viagem	no	tempo	para	buscar	nas	nossas	experiências	históricas	e	
algumas	explicações	para	conhecermos	os	conceitos	e	os	fatos	históricos	para	constituição	
do	mesmo	no	passado	recente	do	Brasil.
Em	nosso	ponto	inicial	da	viagem	sobre	a	sociologia	política,	abordaremos	o	concei-
to	básico	do	que	é	a	sociologia	política.	Além	de	visualizar	a	Filosofia	Política	em	Maquiavel.	
Um	pensador	que	demonstra	passo	a	passo	de	como	se	fazer	a	política.	Seguiremos	nosso	
estudo,	 identificando	o	conceito	básico	de	Ciência	Política.	Por	fim,	 terminaremos	nosso	
capítulo	conhecendo	os	conceitos	de	Políticas	Públicas	e	Política	Social.
Na	segunda	unidade,	nosso	foco	será		o	conceito	de	Elite	e	os	pressupostos	his-
tóricos.	Passaremos	também	pela	definição	de	Elitismo.	Conhecendo	personagens	como	
Gaetano	Mosca,	Vilfredo	Pareto	e	Robert	Michels.	Que	descortinarão	nossos	olhos	sobre	o	
tema	proposto.	Continuaremos	nossa	viagem	apresentando	a	denúncia	contra	a	Elite	com	
uma	forte	crítica	à	elite	liberal.
Já	na	Unidade	III,	teremos	como	objetivo	de	conhecimento:	o	conceito	de	Estado	e	o	
bem-estar	social,	enfatizando	seu	compromisso	com	as	políticas	públicas.	Seguiremos	nosso	
estudo	compreendendo	a	responsabilidade	do	Estado	enquanto	regulador	e	responsável	pela	
economia	e	política	nacional.	Contextualizando	o	processo	da	dimensão	da	política	enquanto	
órgão	competente	quanto	às	responsabilidades	junto	ao	Estado	de	direito	democrático.	Então	
terminaremos	o	capítulo	problematizando	as	questões	que	envolvem	o	bem-estar	social	e	
influência	do	neoliberalismo	nas	políticas	públicas	na	sociedade	contemporânea.
Enfim,	 finalizaremos	 nossa	 aventura	 na	 Unidade	 IV	 com	 uma	 questão	 polêmica.	 Mas	
extremamente	necessária	no	campo	da	sociologia	política.	Vale	ressaltar	que	nesse	mo-
mento	de	nosso	estudo,	será	necessário	abandonar	toda	e	qualquer	ideologia	existente	em	
nossas	entranhas,	para	que	o	processo	de	ensino	e	aprendizagem	alcance	seu	objetivo.	
Vale	ressaltar	que	abordaremos	a	Compreensão	do	Brasil	Contemporâneo.	Passando	pelo	
Neoliberalismo	de	Fernando	Henrique	Cardoso	e	conhecendo	o	fenômeno	chamado	“Lu-
lismo”.	Seguiremos	nossa	viagem	conhecendo	a	hegemonia	e	a	nova	classe	média.	Para	
que	atrelado	a	isso,	tudo	possamos	conhecer		sobre	as	manifestações	populares	a	partir	
de	2013.	Debatendo,	assim,	se	foi	Impeachment	ou	Golpe?	Por	fim,	faremos	uma	breve	
viagem	na	crise	do	Governo	Dilma	ao	“Bolsonarismo”.
Assim,	chegaremos	ao	fim	dessa	viagem.	Espero	que	seu	horizonte	de	expectativas	
seja	modificado	e	novos	horizontes	sejam	acrescentados,uma	vez	que	todos	nós,	brasilei-
ros,	necessitamos	ter	uma	visão	aberta,	principalmente	com	fatos	históricos,	abandonado	
os	achismos	da	fake	News	e	das	redes	sociais.
Muito obrigado e bom estudo!
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
SUMÁRIO
6
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Plano de Estudos
• O que é Sociologia Política;
• Filosofia Política de Maquiavel;
• Ciência Política;
• Políticas Públicas e Política Social; 
Objetivos da Aprendizagem
• Conhecer o que é a sociologia política;
• Apresentar a Filosofia Política em Maquiavel;
• Identificar o conceito de Ciência Política;
• Conhecer os conceitos de Políticas Públicas e Política Social. 
1UNIDADEUNIDADESOCIOLOGIASOCIOLOGIAPOLÍTICA:POLÍTICA:CAMPOS ECAMPOS ECONCEITOSCONCEITOS Professor Esp. Cleber Rodrigues Sanitá Kojo
8
INTRODUÇÃO
Seja muito bem-vindo(a) a nossa disciplina de Sociologia Política!
Prezado	(a)	educando	(a),	sintam-se	abraçados	e	cheios	de	entusiasmo	para	iniciar	
a	nossa	disciplina	de	Sociologia	Política.
Agora	preste	muita	atenção,	pois	estamos	iniciando	um	caminho	repleto	de	conhe-
cimento	que	você	precisa	compreender	para	o	desenrolar	do	capítulo	a	seguir.
A	partir	de	agora,	partimos	para	uma	jornada	em	busca	de	definições	e	conceitos	
sobre	a	sociologia	política.	Vale	 ressaltar	que	esses	conceitos	básicos	 irão	nortear	 toda	
nossa	produção	de	conhecimento	futuro.
Logo	após	aprendermos	o	que	é	a	sociologia	política,	partiremos	para	uma	jornada	
buscando	experiências	históricas,	e,	conhecendo	alguns	pontos	que	envolvem	a	filosofia	
política	de	Nicolau	Maquiavel	e	toda	sua	riqueza.
Ainda,	nesta	unidade,	vamos	fazer	uma	viagem	conhecendo	o	que	é	ciência	política	
e	suas	definições	de	poder.	
Então,	encerraremos	nossa	 trilha	de	aprendizagem	conhecendo	os	conceitos	de	
políticas	públicas	e	política	social.	Passando	por	todos	os	desafios	para	sua	construção,	
seja	pela	luta	de	classes	ou	pelos	desejos	e	vontades	do	homem.
Desde já, muito obrigado e bom estudo!
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS
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Sempre	quando	pensamos	em	estudar	a	sociologia,	 somos	direcionados	a	 ima-
ginar	 diretamente	 as	 entranhas	 que	 a	 compõem,	 e,	 assim,	 tentar	 entendê-la,	 para	 que	
possamos	tratá-la	como	se	fosse	um	corpo	humano.	Vale	ressaltar	que	esse	pensamento	
inicial	sobre	a	sociologia	é	um	conhecimento	empírico	que	não	pode	ser	descartado	para	
análise	 da	 sociedade.	 Por	 isso,	 devemos	 elevá-la	 à	 categoria	 de	 ciência	 e	 se	 possível	
dividir	“o	corpo	humano”,	ou	seja,	separando-as	em	partes	específicas	para	que	ocorra	a	
melhor	compreensão	da	sociedade	e	que	seja	mapeado	os	possíveis	problemas	para	que	
se	apresente	possíveis	soluções.	
Podemos	afirmar,	então,	que	assim	como	na	medicina,	em	que		existem	especia-
listas	para	determinadas	áreas,	a	sociologia	também	utiliza	desse	mecanismo	para	facilitar	
seu	estudo.	Então,	a	sociologia	passa	a	ser	dividida	para	seu	melhor	entendimento.	Assim	
podemos	destacar	a	importância	da	sociologia	política	para	a	evolução	da	sociedade.	Pois	
é	apenas	uma	parte	dessa	ciência	que	ajuda	a	desvendar	a	realidade	de	toda	a	sociedade.	
Mas	o	que	é	a	sociologia	política?	Como	ela	surgiu?	Podemos	diferenciá-la	de	outros	ramos	
da	sociologia?	É	claro	que	sim.	
Assim,	começamos	nosso	estudo	distinguindo	essa	vertente	da	sociologia	de	ou-
tras	partes	que	a	compõem.	Pois	existe	uma	grande	diferença	entre	Sociologia	Política	e	
Sociologia	da	Política	por	exemplo.	Essa	diferença	é	expressada	pela	primeira	vez	no	final	
da	década	de	1960	por	Sartori	 (1969).	No	entanto,	antes	de	apresentar	essa	diferença,	
iremos	expressar	um	pouco	melhor	a	importância	do	estudo	da	sociologia	política.
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS
 2 O QUE É ASOCIOLOGIAPOLÍTICATÓPICO
9
Para	compreendermos	o	aparecimento	do	nosso	objeto	de	estudo	que	é	a	sociolo-
gia	política,	vamos	apresentar	o	termo	“universo	político”.	Esse	termo	serve	para	explicar	
que	a	sociologia	não	vive	só.	Pois	temos	a	ciência	política,	a	filosofia	política,	a	economia	
entre	outras	que	vão	justificar	seu	surgimento.	Como	assim?	Talvez	você	se	pergunte.
Para	 explicar	 melhor,	 iremos	 expor	 o	 exemplo	 da	 economia,	 que	 se	 utiliza	 de	
instrumentos	metódicos	 e	 científicos	 para	 aclarar	 as	 relações	 econômicas.	Tornando-se	
transparente	seu	papel	e	expondo	que	as	relações	econômicas	interferem	na	sociedade.
A	Filosofia	 da	 política	 também	 se	 torna	 importante	 para	 compreensão	 do	 papel	
político	do	cidadão.	Assim,	o	indivíduo	age	de	maneira	coletiva	e	não	individual	para	que	
não	ocorra	a	quebra	da	ética	exposta	pela	sociedade.
Nasce	também	a	ciência	política	que	apresenta	as	relações	de	poder	e	suas	vertentes.	
Assim,	temos	o	aparecimento	da	sociologia	política	que	vai	estudar	cada	vez	mais	
todas	essas	relações	e	assim	apresentar	a	sociedade	como	é	de	fato	e	como	pode	evo-
luir-se.	Vale	ressaltar	que	isso	ocorrerá	através	dos	métodos	científicos	que	o	cientista	vai	
utilizar	para	comprovar	seu	objeto	de	estudo.	
Então,	podemos	afirmar	que	a	junção	dessas	ciências	ou	disciplinas,	vão	formar	
nosso	objeto	de	estudo,	ou	seja,	a	sociologia	política.	Podemos	perceber	a	relação	apre-
sentada	acima	em	Souza	(2009):	
O	 que	 se	 passa	 quando	 duas	 disciplinas	 se	 aproximam	 para	 formar	 uma	
terceira	e	circunscrevem	como	objeto	de	estudo	o	universo	de	fatos	já	traba-
lhados	por	outras	abordagens?	Isso	ocorre	com	a	Sociologia	Política	diante	
da	Filosofia	Política	ou	da	Ciência	Política.	É	preciso	uma	análise	mais	cui-
dadosa	para	distinguir	essas	formas	de	produção	de	conhecimento	sobre	o	
universo	político.	(SOUZA,	2009,	p.	08).
				No	entanto,	a	sociologia	política	pode	ser	declarada	que	nasceu	muito	além	des-
sa	ideia	moderna	citada	acima,	pois	muito	antes	já	havia	pensadores	que	se	debruçaram	
sobre	a	sociedade	e	seus	desafios.	Esses	pensadores	apresentavam	suas	 ideias	sobre	
os	indivíduos,	cidadãos,	ou	sobre	a	própria	sociedade	tribal.	Vale	ressaltar	que	podemos	
começar	apresentando	Aristóteles	e	sua	filosofia	política	através	da	virtude	humana	e	seus	
desafios.	Além	de	apresentar	a	sociedade	grega	e	a	verdade	da	pólis.	
Então,	a	partir	de	avaliações	morais	e	de	suas	observações,	desenvolveu	teoria	e	
normas	sociais.	Pois	ele	vasculhou	seus	pensamentos	analisando	a	sociedade	natural,	ou	
seja,	família,	escravidão	e	o	cotidiano.	
Assim,	percebemos	a	liderança	do	pai	na	família,	submetendo	sua	mulher	e	filhos	
a	suas	regras,	provendo	o	sustento	da	família.	Já	a	escravidão	é	vista	como	algo	natural	na	
sociedade	grega,	em	que		temos	os	costumes	e	as	relações	sociais.	
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 10
Por	fim,	a	pólis	é	a	junção	de	várias	tribos	que,	por	sua	vez,	movimenta	a	relação	
das	famílias,	escravos	e	cidadãos	livres.	Com	isso	nasce	a	necessidade	de	se	criar	cargos	
políticos,	para	se	debater	os	problemas	da	sociedade.	Temos	a	assembleia	em	que	 	os	
cidadãos	gregos	(homense	livres),	passam	a	opinar	e	decidir	os	rumos	da	pólis.	Inclusive	
ocorria	cargos	temporários	e	eletivos.
Vale	ressaltar	que	com	isso	temos	governos	que	passam	a	ser	avaliados	entre	os	
cidadãos.	Alguns	chamados	de	bons	e	outros	de	ruim,	governos	de	poucos	ou	de	muitos,	
entre	outros.
Assim	Aristóteles	passa	a	definir	a	“polítia”,	entendendo	a	oligarquia	(governo	de	
poucos)	e	o	que	ele	chama	de	democracia	(demo:	povo	e	cracia:	governo).	Podemos	per-
ceber	isso	logo	abaixo	quando	Bobbio	(1980),	diz	que:
A	politia	é	a	fusão	da	oligarquia	e	da	democracia.	Agora	que	sabemos	o	que	
consiste	uma	e	outra,	podemos	compreender	melhor	em	que	consiste	essa	
fusão:	é	um	regime	em	que	a	união	dos	ricos	e	dos	pobres	deveria	remediar	a	
causa	mais	importante	de	tensão	em	todas	as	sociedades.	A	luta	dos	que	não	
possuem,	contra	os	proprietários.	É	o	regime	mais	propício	para	assegurar	“a	
paz	social”.	(BOBBIO,	1980,	p.	153).
A	explicação	do	professor	italiano	Bobbio,	é	uma	grande	definição	da	política	de	Aris-
tóteles,	em	que	ele	utilizou-se	dessa	afirmação	para	exemplificar	o	início	da	filosofia	política.
Vale	 ressaltar	 que	 a	 filosofia	política	 ajuda	 e	muito	 na	 construção	da	 sociologia	
política	e	Aristóteles	nos	fornece	indícios	para	a	construção	dessa	nova	ciência.	Mas	o	que	
os	pensadores	posteriores	a	Aristóteles	contribuíram	para	essa		construção?	
Podemos	destacar	essa	resposta	em	Souza	(2009)	logo	abaixo:
O	que	esses	pensadores	fizeram	foi	imaginar,	com	rigor	lógico,	a	origem	do	
Estado	e,	a	partir	dessa	construção	abstrata,	tiraram	consequências	sobre	o	
exercício	do	poder	numa	sociedade	que	se	quer	livre	e	igual.	O	olhar	desses	
filósofos	estava	voltado	para	um	”Estado”	 ideal.	Construir	uma	abordagem	
abstrata,	entretanto,	não	significa	distanciar-se	da	realidade,	e	sim,	estabele-
cer	com	ela	um	diálogo	fundado	não	na	experiência,	mas	no	raciocínio	lógico	
dedutivo.	(SOUZA,	2009,	p.	9).
Assim	 podemos	 afirmar	 que	 a	 filosofia	 política	 nasceu	 nas	 sociedades	 tribais	 e	
com	Aristóteles,	mas	os	pensadores	que	o	sucederam	passaram	a	acrescentar	métodos	e	
critérios	de	avaliação	que	construíram	a	futura	sociologia	política.
Antes	de	apresentarmos	novos	pensadores	que	contribuíram	para	a	construção	da	
sociologia	política,	vamos	dar	um	pulo	no	tempo	cronológico	e	apresentar	uma	diferença	
que	 vai	 contribuir	 para	 o	 conceito	moderno	 de	 sociologia	 política.	 Vale	 ressaltar	 que	 já	
comentamos	acima	sobre	a	diferença	entre	sociologia	da	política	e	sociologia	política.	No	
entanto,	não	nos	aprofundamos	no	assunto	para	conhecermos	a	importância	da	filosofia	
política	com	Aristóteles.	
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 11
A	partir	de	agora	conheceremos	a	grande	diferença	que	(SARTORI,	1969)	faz	sobre	
a	sociologia	da	política	e	a	política.	Mas	a	diferença	não	seria	só	o	“da”?	
Espero	que	você	se	atente	ao	que	vamos	apresentar,	logo	abaixo,	e	procure	refletir	
sobre	o	tema.	Entendendo	que	a	diferença	é	muito	maior	do	que	se	pensa.	
Para	 iniciar	nossa	análise,	 vamos	entender	que	quando	utilizamos	o	 termo	 “So-
ciologia	da	Política”,	estamos	apresentando	apenas	uma	pequena	vertente	da	sociologia,	
como,	por	exemplo,	sociologia	da	violência,	Sociologia	da	educação,	Sociologia	do	direito,	
até	sociologia	da	religião.	Vale	destacar	que	é	apenas	uma	vertente	sem	aprofundamento	
com	métodos	e	investigações	minuciosas	como	a	sociologia	política	nos	fornece.
Assim,	podemos	afirmar	que	a	sociologia	política	nos	fornece	uma	relação	direta	
com	a	 ciência	política,	 estabelecendo	uma	 interligação	metódica	entre	a	Sociologia	e	a	
Política	de	fato.
No	entanto,	Sartori	(1969),	não	descarta	as	vertentes	como	a	sociologia	da	política	
entre	outras,	pois	nos	apresenta	que	não	existe	superioridades	entre	elas,	e,	que	a	relação	
entre	elas	é	de	extrema	importância	para	evolução	política	da	sociedade.	
Podemos	encontrar	a	importância	de	se	saber	diferenciar	a	sociologia	política	da	
sociologia	política	em	Souza	(2009),	quando	ele	 tenta	explicar	a	visão	de	Sartori	 (1969)	
logo	abaixo:	
Sartori	enfatiza	a	necessidade	de	não	confundir	Sociologia	Política	com	So-
ciologia	da	Política,	enfim,	a	tarefa	de	construir	uma	ciência	 interdisciplinar	
requer	a	superação	da	tentativa	equivocada	de	reduzir	a	Sociologia	Política	a	
um	subcampo	da	Sociologia.	(SOUZA,	2009,	p.	10).
A	partir	do	momento	que	entendemos	a	importância	de	se	diferenciar	a	sociologia	
“da”	política	e	sociologia	política,	passamos	a	entender	a	 importância	de	se	utilizar	uma	
pesquisa	metódica	para	classificarmos	a	política	em	si.	Desde	a	política	cotidiana	com	as	
relações	 humanas,	 até	 a	 política	 dos	 partidos,	 das	 lideranças,	 da	 democracia,	 ditadura	
entre	outras	formas	de	governo	que	envolvem	a	política	dos	partidos.
Com	isso,	podemos	definir	a	sociologia	política	como	a	responsável	por	analisar	
o	 cotidiano	 das	 sociedades,	 a	 participação	 dos	 cidadãos	 na	 sua	 construção.	 Além	 de	
compreender	a	 função	dos	atores	sociais,	de	sua	participação,	de	seu	envolvimento,	de	
suas	ideologias,	do	seu	papel	em	si.	Entendendo	até	mesmo	a	questão	de	dominação	e	
dominados,	público	e	privado,	entre	outros.	
Chegando	assim	à	conclusão	dessa	divisão	que	não	é	só	do	termo	“da”.	Mas	de	
uma	questão	muito	ampla	que	encontramos	em	sociedades	do	passado	e	do	presente.	
Aparecem	 muitos	 pensadores	 que	 transformam	 e	 somam	 na	 construção	 da	 sociologia	
política.	Como	Nicolau	Maquiavel	que	conheceremos	logo	abaixo.
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 12
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. 
13
Para	começar	nossos	estudos	sobre	Maquiavel,	precisamos	entender	que	ele	é	
estudado	em	vários	ramos	da	ciência,	como	história,	filosofia,	sociologia,	até	mesmo	desta-
cando	a	poesia,	peças	de	teatro,	entre	outros	setores	da	produção	de	conhecimento.	
No	entanto,	nesse	determinado	momento,	vamos	nos	prender	a	sua	filosofia	polí-
tica	e	a	sua	contribuição	na	sociologia	política.	Ressaltando	ainda	que	dentro	da	filosofia	
política,	temos	momentos	memoráveis	e	de	grande	importância	nessa	construção	através	
de	suas	ideias,	desde	a	questão	de	soberania,	estado,	república	entre	outras	coisas.	
No	entanto,	utilizaremos	como	ponto	de	partida	o	início	de	sua	jornada	para	com-
pletarmos	o	caminho	do	processo	de	ensino-aprendizagem	de	maneira	frutífera.	
Então,	 iniciaremos	sua	história	de	maneira	dulcificada,	apontando	que	o	mesmo	
nasceu	em	Florença	na	Itália	e	 tinha	uma	origem	pobre,	ou	seja,	sem	meios	financeiros	
para	frequentar	a	alta	classe	em	que		se	exerce	a	política.	Com	a	 ideia	de	dominante	e	
dominado.	Onde	temos	os	detentores	dos	meios	de	produção	e	os	operários	em	uma	visão	
marxista	simplificada.		
No	entanto,	o	doce	de	sua	história	passa	a	ter	um	sabor	amargo	na	visão	humana	e	
romantizada,	mas	um	sabor	menos	açucarado	na	visão	política.	Pois	Maquiavel	demonstra	
desde	cedo	ser	ambicioso	politicamente.	Conseguindo	estabelecer	relações	com	pessoas	
poderosas	da	sociedade.	Atingiu	seu	ápice	na	política,	tornando-se	um	político	influente	na	
flor	da	idade.	Pois	exercia	o	cargo	de	secretário	da	segunda	chancelaria.	
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS
 2 FILOSOFIAPOLÍTICA DEMAQUIAVELTÓPICO
13
Vale	ressaltar	que	logo	escreve	sua	obra	mais	conhecida	e	que	por	muitas	vezes	
tem	suas	ideias	reproduzidas	no	senso	comum	sem	que	as	pessoas	saibam	que	é	dele.	
Esta	obra	foi	o	livro	intitulado	“O	príncipe”.	Esse	livro	apresenta	suas	ideias	em	relação	à	
política,	afirmando	que	não	podemos	nos	guiar	pela	imposição	divina	e	sim	como	uma	ati-
vidade	comum	aos	homens,	ou	seja,	uma	atividade	vivenciada	por	muitos	e	que	é	exercida	
através	da	coletividade.
Maquiavel	nos	apresenta	como	visualizar	a	política,	nos	guiando	a	ir	além	da	orga-
nização	do	espaço	público,	afirmando	que	devemosver	a	coletividade	e	principalmente	a	
ação	política.	
Nicolau	Maquiavel	aponta	que	essa	ação	política	humana	deve	ocorrer	através	de	
uma	disputa,	de	um	jogo	político	desprezando	o	caráter	religioso	que	a	sociedade	medieval	
tanto	se	norteava.	Vale	ressaltar	que	para	ele	a	ação	política	é	o	caminho	para	a	efetivação	
do	meio	de	 convivência.	Sustentando	que	essa	ação	política	 traz	a	 ideia	 inovadora	até	
então	que	é	“lugar”,	que	seria	a	sociedade	e	“alguém”	que	seria	o	povo.	Tão	somente	a	
ação	política	ocorre	se	“alguém” conviva	em	um	“lugar”.	
Com	isso,	Maquiavel	nos	mostra	a	verdade	concreta	da	sociedade.	Verdade	essa	
que	podemos	verificar	logo	abaixo:
Aqui	reside	o	caráter	realista	da	política	em	Maquiavel,	pois	não	se	trata	de	
falar	sobre	como	a	sociedade	deve	ser,	mas	de	falar,	antes	de	tudo,	da	socie-
dade	que	existe.	Por	isso,	é	preciso	conhecer	a	realidade,	ou	seja,	a	socieda-
de	que	existe,	e	definir	uma	ação	com	base	nisso.	(ALMEIDA,	2015,	p.	108).
Então	nos	perguntamos:	Como	mostrar	a	realidade?	Como	demonstrar	o	papel	do	
homem?	
Maquiavel	por	sua	vez	vai	descortinando	a	relação	política	com	sua	filosofia,	de-
monstrando	com	sua	obra	 “o	Príncipe”,	uma	espécie	de	manual	da	política,	que	pode	e	
consegue	auxiliar	o	político	a	governar	uma	cidade	e	aplicar	a	ação	política	a	um	“lugar”	
como	vimos	acima.	
Ainda	nos	debruçando	sobre	o	livro	"O	príncipe",	percebemos	que	Maquiavel	apre-
senta	a	função	do	governante	e	como	ele	deve	agir	para	ter	sucesso	em	seu	governo.	
Destaca	que	o	Príncipe,	o	Rei,	o	Governante,	deve	analisar	fatos	históricos,	acon-
tecimentos	do	passado,	e,	com	uma	análise	profunda,	deve	aproveitar	o	que	deu	certo	e	
excluir	o	que	deu	errado	como	podemos	perceber	logo	abaixo:
Por	isso,	para	qualquer	príncipe	governar	bem	o	espaço	coletivo,	é	preciso	
que	ele	se	atenha	aos	fatos	históricos	e	retire	dessa	observação	as	soluções	
que	deram	certo,	fazendo	o	mesmo	processo	com	as	de	insucesso.	(ALMEI-
DA,	2015,	p.	111.).
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 14
A	 ideia	maquiavélica	apresentada	acima	demonstra	que	a	ação	política	é	capaz	
de	suprir	a	vida	coletiva	em	que		o	Rei	deve	conhecer	o	lugar	em	que	vive	nos	mínimos	
detalhes,	através	de	observação,	de	métodos.	Somente	depois	dessa	análise	que	o	 rei	
pode	relacionar	com	acontecimentos	passados.	Assim,	ele	poderá	compreender	o	que	está	
acontecendo	na	atualidade	de	seu	governo	e	então	poderá	agir	para	resolver	problemas	
cotidianos	do	estado.	Tanto	problemas	simples	como	os	mais	complexos.
Maquiavel	demonstra	ainda	em	“seu	manual	político”	que	é	algo	que	deve	ser	pensado	
pelos	homens.	Lembrando	que	os	homens	são	repletos	de	desejos	e	vontades,	que	brigam,	que	
lutam,	que	“competem	entre	si”.	Por	isso	que	a	ação	política	deve	ser	calculada	e	as	decisões	
do	governante	devem	ser	assertivas	em	relação	à	realidade	do	meio	em	que	vive.	
Isso	 nos	 leva	 acreditar	 que	 o	 governante	 deve	 observar	 a	 vida	 ao	 seu	 redor	 e	
percebê-la	como	ela	é	de	verdade,	não	ficar	fechado	em	um	mundo	paralelo,	para	depois	
tomar	decisões	que	demonstrem	a	realidade	e	não	como	ela	poderia	ser.	Formando	assim	
o	estado	como	se	deve	ser.	Afirmando	ainda	que	não	precisa	de	forças	sobrenaturais	para	
governar	e	sim	a	inteligência,	a	sabedoria	por	parte	do	governante.	
Para	exemplificar	melhor	o	que	foi	expressado	acima,	podemos	utilizar	o	que	Almei-
da	(2015)	diz	logo	abaixo:
Virtude	no	sentido	de	“boa	luta”,	que	se	faz	com	as	mãos,	que	se	trava	no	
cotidiano	e	não	carece	de	forças	divinas	e	sobrenaturais,	mas,	antes	de	tudo,	
carece	de	conhecimento,	determinação,	astúcia	e	força.	O	Estado	é	aquilo	
que	pode	ser,	mas	as	pessoas	são	o	que	são	e,	por	 isso,	delas	nascerá	o	
Estado	como	atividade	puramente	humana.	(ALMEIDA,	2015,	p.	111.).
Ferrari	(2019)	diz	ainda	que	podemos	dizer	que	o	pensamento	ideal	de	Maquiavel	é	
a	criação	de	um	Estado	forte	em	que		precisa-se	manter	assim	como	não	se	questiona	seus	
fins,	pois	seu	interesse	é	objetivo.	Assim,	podemos	afirmar	que	a	soberania	do	estado	e	do	
governante	deve	ser	o	ponto	alto	do	estado.	Pois	só	se	constrói	um	estado	forte	com	um	gover-
nante	forte	que	é	capaz	de	manter-se	à	frente	desse	estado.	Vale	ressaltar	ainda	que	pode	ser	
utilizado	de	todas	artimanhas	para	que	isso	ocorra,	ou	seja,	“os	fins	justificam	os	meios”.	Assim,	
Maquiavel	separa	de	vez	a	ideia	de	moral	e	política	para	estar	perfeitamente	interligadas.
Vale	 ressaltar	 que	 Maquiavel	 aplica	 a	 ideia	 de	 Estado	 para	 exemplificar	 o	 que	
podemos	chamar	de	principados	ou	repúblicas	afirmadas	por	ele.	Mas	qual	a	diferença	de	
principados	e	república	no	Estado	segundo	Maquiavel?	Tem	muita	diferença?
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 15
Podemos	 responder	 essa	 questão	 de	maneira	 simples,	 analisando	 a	 obra	 “Dis-
cursos sobre a primeira década de Tito Lívio”,	 de	Maquiavel,	 podemos	afirmar	que	nas	
Repúblicas,	o	povo	decide	seu	destino.	Já	em	sua	obra	“O Príncipe”,	a	república	apresenta	
muitas	normas	que	devem	ser	seguidas.	Pois	aqui,	o	autor	analisa	a	república	romana	no	
geral	e	o	de	Florença.			
Para	explicar	a	ideia	do	Principado,	temos	que	entender	que	Maquiavel	o	divide	em	
antigo	e	novo	principado.	Maquiavel	afirma	que	o	antigo	já	existia,	ou	seja,	são	passados	de	
geração	em	geração	de	pai	para	filho,	de	rei	para	príncipe.	Já	os	novos	principados	são	tomados	
por	líderes	militares.	
Então,	Maquiavel	em	sua	obra “O Príncipe”,	afirma	que	no	principado	antigo,	não	
se	precisa	de	conselhos,	de	um	manual,	pois	o	governo	é	estável.	Agora	se	o	líder	militar	
acabou	de	tomar	o	principado	ou	deseja	tomar	um	para	si,	precisa	dessa	orientação.	Por	
isso,	de	sua	obra.	
Assim,	posso	afirmar	que	na	República	o	povo	escolhe	sua	autonomia	de	vida,	
enquanto	no	principado,	o	príncipe	decide	pelo	povo.
Com	tantas	informações	que	Nicolau	Maquiavel	nos	fornece	sobre	a	política,	enten-
demos	seu	papel	tanto	na	filosofia,	na	sociologia,	na	ciência	política	entre	outros.	Mas	o	que	
é	Ciência	Política?	Como	defini-la?	Vamos	responder	essas	questões?
	
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 16
Até	o	momento,	estudamos	a	definição	e	conceitos	de	sociologia	política	e	passamos	
por	um	grande	pensador	da	política	que	é	Nicolau	Maquiavel.	No	entanto,	nesse	momento	
iremos	nos	desprender	de	pensadores,	autores	para	respondermos	o	que	é	ciência	política.	
Temos	que	entender	que	ao	compararmos	ideias	de	autores	atuais	podemos	nos	confundir	
sobre	o	que	é	ciência	política.	Ressaltando	que	alguns	autores	se	posicionam	politicamente	
de	maneira	variada,	e	algumas	vezes	de	maneira	polêmica.	Por	isso,	vamos	conhecer	a	
ciência	política,	as	teorias,	ideias	e	não	de	determinadas	pessoas.	
A	partir	de	agora	vamos	responder	às	questões	levantadas	no	fim	do	tópico	anterior,	
ou	seja,	o	que	é	Ciência	Política?
Podemos	definir	a	Ciência	Política	como	uma	ciência	social	que	estuda	como	fun-
ciona	a	sociedade	política,	ou	seja,	estuda	o	poder	e	suas	vertentes	na	sociedade.	Vale	
ressaltar	que	essa	Ciência	estudou	os	acontecimentos	políticos,	os	processos	que	levaram	
a	determinados	resultados.	Podemos	exemplificar	melhor	afirmando	que	a	ciência	política	
estuda	o	processo	eleitoral,	o	que	antecedeu	ou	aconteceu	em	determinada	sociedade	an-
tes	do	pleito,	estudo	dos	partidos	políticos	e	suas	características.	Ocorre	também	a	análise	
de	diferentes	governos	de	formas	de	governar.
Para	esclarecer	um	pouco	mais	a	definição	do	tema,	vou	trazer	para	a	atualidade	
alguns	temas	da	política	brasileira.	
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS
 3 CIÊNCIAPOLÍTICA
17
Temos	o	Brasil	Colônia	em	que		a	política	era	a	exploração,	ou	seja,	temos	preten-
sões	políticas	no	Brasil,	mas	somos	submissos	a	Portugal.	Vale	ressaltar	que	isso	ocorre	
até	a	 independência.	A	ciência	política	vai	estudar	 como	se	 formou	a	classe	política	no	
Brasil,	quais	os	fatores	que	levaram	à	organização	da	independênciado	Brasil.	Como	foi	
organizada	a	primeira	assembleia	constituinte	do	Brasil.	Como	se	dividiu	os	políticos	brasi-
leiros.	Como	foi	realizada	a	primeira	constituição	brasileira.
Em	seguida,	no	Brasil	temos	a	Proclamação	da	República	e	a	ciência	política	ana-
lisa	todos	os	fatores	que	a	construíram	e	que	a	compõem.	
Por	fim,	podemos	exemplificar	a	era	Vargas,	em	que		Getúlio	criou	as	leis	traba-
lhistas,	salário	mínimo	e	ficou	conhecido	como	o	“Pai	dos	pobres”.	Getúlio	não	podia	mais	
disputar	as	eleições	e	indicou	Dutra,	desconhecido	do	povo	ganhou	as	eleições	com	folga.	
Fez	um	governo	catastrófico	e	Vargas	voltou	nos	braços	do	povo.	A	Ciência	política	compara	
e	analisa	todos	os	fatores	e	assim	consegue	explicar	o	novo	pai	dos	pobres	posteriormente.	
Estamos	falando	do	Lula,	que	também	agrada	pobres	e	ricos,	indica	alguém	que	não	era	
conhecido	e	que	ganha	as	eleições.	
Para	não	agradar	 um	ou	outro	 no	momento	bipolar	 que	o	Brasil	 vive,	 podemos	
citar	a	AIB	 (Ação	 Integralista	Brasileira),	que	 tinha	o	 lema	Deus,	Pátria	e	Família	e	que	
pretendia	praticar	um	governo	de	extrema	direita.	Alguns	de	seus	passos	são	reproduzidos	
e	Bolsonaro	chega	ao	poder	no	Brasil.
Enfim,	Dias	(2013)	afirma	que:
A	ciência	política	é	uma	ciência	social	que	estuda	o	exercício,	a	distribuição	e	
a	organização	do	poder	na	sociedade.	Como	ciência	social,	procura	estudar	
os	fatos	políticos,	que	envolvem	tanto	acontecimentos	e	processos	políticos,	
como	o	comportamento	político	que	se	expressa	concretamente	na	interação	
social.	(DIAS,	2013,	p.	01).
A	ciência	política	pensa	concretamente	em	todos	os	fatores	que	relacionam	o	po-
der.	Assim,	podemos	afirmar	que	o	conceito	de	política	está	 ligado	ao	poder.	Pois	quem	
faz	política	quer	o	poder,	seja	para	vantagem	pessoal	ou	para	realizar	o	bem	coletivo	como	
afirma	Weber	(2012):
Todo	homem,	que	se	entrega	à	política,	aspira	ao	poder,	seja	porque	o	con-
sidere	como	instrumento	a	serviço	da	consecução	de	outros	fins,	 ideais	ou	
egoístas,	seja	porque	deseje	o	poder	‘pelo	poder’,	para	gozar	do	sentimento	
de	prestígio	que	ele	confere.	(WEBER,	2012,	p.	57).
	 		O	poder	está	ligado	aos	desejos	e	vontades	dos	homens	e	está	relacionado	a	acon-
tecimentos	sociais	e	produz	uma	espécie	de	hierarquia	em	que	a	sociedade	se	organiza.	Já	
para	haver	a	paz	social,	o	poder	precisa	atingir	o	que	podemos	chamar	de	legitimidade,	seja	
pela	aceitação	dos	homens	ou	pelo	uso	da	força,	promovendo	a	dominação	e	a	submissão.		
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 18
	 		Vale	ressaltar	que	cada	grupo	social	estabelece	sua	forma	de	poder.	Utilizando	até	
mesmo	a	força	e	alienação	do	divino	em	algumas	sociedades.	Vale	ressaltar	que	o	poder	
estudado	pela	ciência	política	também	analisa	a	coerção,	o	comportamento,	os	vínculos	de	
dependência	social,	até	mesmo	o	poder	ideológico,	entre	outros.
Bobbio	(2000),	separa	o	poder	em	três	partes,	em	que	temos	o	poder	econômico,	
ideológico	e	político.	Que	explica	como:	
(...)	esses	três	tipos	de	poder	tem	como	característica	comum	instituir	e	man-
ter	uma	sociedade	de	desiguais,	ou	seja,	dividida	entre	ricos	e	pobres	(poder	
econômico);	entre	sapientes	e	ignorantes	(poder	ideológico)	e	entre	fortes	e	
fracos	(poder	político),	ou	seja,	tem	a	particularidade	de	dividirem	entre	supe-
riores	e	inferiores.	(BOBBIO,	2000,	p.	163).
Precisamos	também	definir	a	relação	entre	as	principais	fontes	de	poder,	pois	elas		
aparecem	de	forma	complementar	umas	das	outras,	sempre	que	necessário.	Então,	entre	
as	principais	fontes	de	poder,	temos	a	força	e	autoridade.	
A	força	nada	mais	é	que	a	coerção,	seja	física	ou	através	de	intimidação,	em	que		
se	utiliza	algo	para	dominar.	Como	exemplo,	poderíamos	apontar	 facas,	armas,	objetos	
como	palmatória,	bastões	de	madeira	ou	aço,	entre	outras.	
Nos	estados	essa	força	é	exercida	pela	polícia	e	pelas	forças	armadas.	Essa	força	
intimidadora	mantém	o	ciclo	da	vida	e	da	sociedade	em	harmonia.
A	 outra	 força	 exercida	 para	 se	 atingir	 o	 poder	 é	 a	 autoridade.	 Essa	 força	 é	 de	
simples	compreensão,	pois	é	através	dela	que	ocorre	a	legitimação	do	poder.	Vale	ressaltar	
que	a	autoridade	é	construída	com	a	soma	de	vários	fatores	como	a	utilização	da	cultura	e	
a	moral	de	uma	sociedade,	da	legislação	vigente	e	várias	outras.	Destacando	ainda	que	a	
autoridade	vem	acompanhada	da	legitimidade	social,	obtendo	apoio	social.
Podemos	apresentar	ainda	que	a	legitimidade	da	autoridade	pode	ser	burocrática,	
tradicional	ou	carismática.
Assim,	podemos	definir	a	“autoridade	burocrática”	como:
Autoridade	burocrática	ou	racional-legal,	baseada	no	cargo	ou	posição	for-
malmente	instituída.	É	a	autoridade	investida	no	cargo	que	o	indivíduo	ocupa.	
Ele	só	tem	essa	autoridade	enquanto	estiver	ocupando	o	cargo.	O	exercício	
da	autoridade	é	legítimo	por	estar	de	acordo	com	as	leis	ou	com	as	regras	
escritas.	(DIAS,	2013,	p.	34).
Vale	ressaltar	ainda	que	não	importa	quem	é	o	governante	para	que	ocorra	o	princí-
pio	da	legitimação	do	poder	e	sim	a	lei	como	ponto	principal.	Com	isso	temos	composições	
burocráticas	como	órgãos	de	justiça	na	figura	do	juiz,	de	segurança	na	imagem	do	delegado	
e	no	administrativo	na	pessoa	do	funcionário	público.
Dias	(2013)	aponta	que	a	“autoridade	tradicional”	é	baseada	na	crença,	normas	e	
tradições	sagradas	e	a	que	as	pessoas	obedecem	em	virtude	da	tradição.
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 19
Assim,	podemos	afirmar	que	essa	força	é	exercida	através	do	que	se	recebe	atra-
vés	dos	costumes	de	uma	determinada	sociedade,	promovendo	a	aceitação	de	formas	de	
governos	que	em	certos	casos	chega	ao	ponto	da	repressão	e	de	um	governo	único	como	
uma	monarquia	absolutista.	Como	exemplos	dessa	autoridade	podemos	apontar	a	questão	
governamental	na	imagem	do	rei.	Temos	também	a	religião	na	figura	do	padre.	A	família	na	
pessoa	do	marido	entre	outras.
Por	fim,	vamos	apresentar	a	“autoridade	carismática”,	que	Dias	(2013)	nos	apre-
senta	como:
“Baseada	na	veneração	extracotidiana	da	santidade,	do	poder	heroico	ou	do	
caráter	exemplar	de	uma	pessoa	e	das	ordens	por	ela	reveladas	ou	criadas”,	
às	 quais	 se	 obedece	 em	 função	 do	 carisma	 (imagem	 de	 notável	 sabedo-
ria,	invencibilidade,	exemplo	ou	santidade).	Sua	natureza	é	quase	religiosa,	
e	a	organização	ou	sociedade	permanecerá	estável	enquanto	durar	o	líder.	
Exemplos:	Cristo,	Napoleão,	Ghandi,	Hitler,	Martin	Luther	King,	Perón,	Fidel	
Castro	etc.	(DIAS,	2013,	p.	35).
Para	continuarmos	nosso	estudo,	precisamos	entender	que	a	ciência	política	vai	
muito	mais	longe	que	a	relação	de	poder	apresentada	acima.	Pois	como	o	próprio	nome	diz,	
ela	é	uma	ciência	que	envolve	muitos	outros	fatores	que	a	compõem,	como,	por	exemplo,	
as	políticas	públicas	e	a	política	social	que	conheceremos	logo	abaixo.
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 20
. . . . . . . . . . . . . . . . 
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. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
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. 
21
Para	 continuarmos	 nosso	 estudo	 na	 sociologia	 política,	 precisamos	 conhecer	 os	
conceitos	de	políticas	públicas	e	sociais.	Talvez	possa	ser	de	conhecimento	empírico	uma	
definição	simples	e	de	compreensão	vulgar	desse	tema.	No	entanto,	vamos	nos	prender	em	
definições	científicas	para	que	assim	possamos	expressar	sua	importância	para	a	sociedade.
Kauchakje	(2017),	nos	apresenta	uma	definição	simples,	mas	cientifica	sobre	as	
políticas	públicas.	Pois	a	mesma	aponta	a	“política	pública”	como	o	“Estado	em	ação”,	ou	
seja,	o	Estado	passa	a	exercer	seu	papel	em	relação	à		tomada	de	decisões	que	resultará	
no	desenvolvimento	social	e,	os	impactos	das	decisões	e	suas	práticas,	impactaram	a	vida	
de	todos	os	cidadãos.	
Assim,	podemos	destacar	que	o	Estado	na	figura	de	seu	governante	toma	a	decisão	
de	direta	em	ações	que	deverão	ser	aplicadas	ou	não	para	o	bem-estar	de	seus	cidadãos.	
Kauchakje	(2017),	nos	diz	ainda	que	essas	decisõesnos	respondem	às	seguintes	pergun-
tas:	Quem	ganha?	O	que?	Quando	e	como?
Para	explicarmos	o	que	é	política	 pública	 com	maior	 facilidade,	 iremos	avançar	
nas	ideias	apresentadas	acima.	Por	isso,	iremos	começar	nossos	estudos	apresentando	a	
dificuldade	de	definição	do	termo	política	nas	ciências	políticas	e	apresentado	nas	línguas	
latinas.	Como	assim?
O	termo	política	é	um	conceito	amplo	e	tem	definições	diferentes	em	várias	línguas	
latinas,	complicando	o	início	do	estudo.	Por	exemplo,	Dias	e	Matos	(2012),	demonstra	que	
na	inglesa	temos	a	distinção	clara	de	dois	termos:	politics	e	policie.	
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS
 4 POLÍTICAS PÚBLICAS E POLÍTICASOCIALTÓPICO
21
Já	Secchi,	Coelho	e	Pires	(2019),	complementa	afirmando	que:
Na	língua	portuguesa,	por	exemplo,	diversas	conotações	podem	ser	dadas	
ao	termo	“política”,	enquanto	na	língua	inglesa,	contudo,	essas	conotações	
são	diferen-ciadas	pelos	termos	polity,	politics	e	policy.	(SECCHI,	COELHO,	
PIRES,	2019.	Pg.	01.).
Polity,	denota	o	ambiente	político-institucional	em	que		ocorrem	os	processos	sociais.	
Secchi,	Coelho	e	Pires	(2019),	afirma	que	Politics,	pode	ser	explicada	como	uma	
atividade	humana	para	obter	e	manter	o	que	for	necessário	para	o	exercer	o	poder	sobre	
o	homem.	Por	isso	que	temos	frases	de	senso	comum	como:	“A	política	é	pra	quem	tem	
estômago”,	 “Os	 conchavos	 políticos	 são	 comuns	 para	 se	manter	 o	 poder”	 e	 “A	 política	
realizada	na	câmara	dos	deputados	e	no	Senado	é	muito	distante	da	realidade	do	povo”.
Por	fim,	Secchi,	Coelho	e	Pires	(2019),	apresentam	a	definição	mais	coerente	com	
a	realidade	que	estamos	estudando.	Quando	afirma	que:
O	terceiro	sentido	da	palavra	“política”	é	expresso	pelo	termo	policy	em	inglês.	
Essa	dimensão	de	“política”	é	a	mais	concreta	e	a	que	tem	relação	com	orien-
tações	para	a	decisão	e	ação.	(SECCHI,	COELHO,	PIRES,	2019,	p.	02.).
Então,	partimos	da	ideia	que	a	política	pública	vem	do	terceiro	termo,	em	que		temos	
o	papel	direto	nas	tomadas	de	decisões	políticas.
Dessa	forma,		podemos	afirmar	que	a	política	pública	vem	de	encontro	com	a	solu-
ção	de	problemas	enfrentados	pela	sociedade.	Percebemos	isso	em	Dias	e	Matos	(2012)	
quando	afirma	que:
A	 política,	 nesse	 sentido,	 é	 executada	 por	 uma	 autoridade	 legitimada	 que	
busca	efetuar	uma	realocação	dos	recursos	escassos	da	sociedade.	Nesse	
caso,	a	política	pode	ser	adjetivada	em	 função	do	campo	de	sua	atuação	
ou	de	especialização	da	agência	governamental	encarregada	de	executá-lá.	
Desse	modo,	podemos	nos	referir	à	política	de	educação,	saúde,	assistência	
social,	 agrícola,	 fiscal	etc.,	 ou	seja,	produtos	de	ações	que	 têm	efeitos	no	
sistema	político	e	social.	(DIAS	e	MATOS,	2012,	p.	02.).
O	interessante	a	ser	debatido	nesse	momento,	é	que	todos	os	pensadores	apresen-
tados	acima,	demonstram	a	mesma	definição	sobre	políticas	públicas.	Vale	ressaltar	que	
as	diferenças	são	mínimas.	Então	se	pergunte:	Por	que	a	política	pública	é	tão	conturbada	
em	nosso	país?
Podemos	responder	essa	pergunta	apresentando	a	simples	ideia	de	que	o	homem	
é	 feito	de	desejos	e	vontades	que	em	alguns	casos	se	sobrepõe	a	definição	de	que	as	
políticas	públicas	devem	ser	responsáveis	por	resolver	conflitos	e	estabilizar	a	sociedade.	
Ou	seja,	algumas	vezes	o	poder	individual	fala	mais	alto	que	seu	papel	total	e	social.
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 22
Podemos	 destacar	 que	 uma	 política	 pública	 em	 sua	 totalidade,	 apresenta	 dois	
elementos	fundamentais.	O	primeiro	elemento	é	intencionalidade	pública	e	o	segundo	é	a	
resposta	a	um	problema	público.	Vale	destacar	que	o	governante	deve	deixar	seus	desejos	
e	vontades	e	pensar	no	coletivo.	Somente	assim,	a	realidade	social	pode	ser	atingida.
As	 políticas	 públicas	 devem	 ser	 pensadas	 através	 de	 estudos	 aos	 problemas	
sociais,	implantação	de	políticas	públicas	pensando	nos	instrumentos	que	devem	ser	utili-
zados	para	o	sucesso	da	mesma.
Para	que	isso	ocorra,	Secchi,	Coelho	e	Pires	(2019),	afirmam	que	políticas	públicas	
devem	tomar	formas	de	programas	públicos,	projetos,	leis,	esclarecimentos	públicos,	entre	
outros.	Ou	seja,	existe	a	necessidade	de	se	operacionalizar	as	políticas	públicas	em	sua	
área	de	atuação.	Como	exemplo,	a	saúde	através	do	SUS,	a	educação	através	do	MEC	e	
INEP,	o	meio	ambiente	através	do	Ibama	entre	outros	pontos	a	ser	apresentado.
Pode	apresentar	políticas	públicas	de	maneira,	mas	exemplificada?	Claro	que	sim.	
Podemos	exemplificar	a	política	pública	através	de	programas	criados	por	diferentes	governos.
Na	educação,	temos	o	Prouni	e	o	Fies	que	ajudam	na	inclusão	de	acadêmicos	nas	
instituições	públicas	e	privadas.	Temos	o	programa	“minha	casa,	minha	vida”	e	agora	o	“casa	
verde	e	amarela”,	para	resolver	o	problema	da	habitação.	Citamos	ainda	o	“bolsa	família”	e	
posteriormente	o	“renda	Brasil”,	que	promete	diminuir	os	índices	de	pobreza	em	nosso	país.
Vale	ressaltar	que	existem	muitas	outras	áreas	que	necessitam	de	políticas	públi-
cas	para	resolver	problemas	estruturais	de	determinadas	sociedades	e	os	exemplos	acima	
demonstram	algumas	das	políticas	públicas	que	se	misturam	e	se	completam	com	políticas	
sociais.	Mas	o	que	é	política	social?
As	políticas	sociais	são	criadas	como	um	dispositivo	de	inclusão	e	de	proteção	ao	
cidadão.	Vale	ressaltar	que	algumas	pessoas	criticam	as	políticas	sociais	por	acharem	que	
é	uma	despesa	desnecessária	ao	Estado.	Surgindo	 jargões	como:	 “Devemos	ensinar	a	
pescar	e	não	dar	o	peixe”.		
No	entanto,	existe	uma	ambiguidade	em	nossa	sociedade,	pois	existe	uma	grande	
parcela	de	nosso	país	que	acredita	nessas	políticas,	Por	sua	vez	promoverá	uma	evolução	
se	falarmos	em	relação	ao	equilíbrio	social.
Dentro	do	Estado,	existe	uma	dualidade	das	políticas	sociais	que	é	explicada	por	
Azevedo,	Martins,	e	Ferreira,	(2018),	logo	abaixo:
	As	políticas	sociais	exercem	um	papel	de	dualidade	no	Estado	capitalista,	
isto	é,	ao	mesmo	tempo,	são	fruto	da	luta	da	classe	trabalhadora,	mas	tam-
bém	são	um	instrumento	do	Estado	capitalista	para	a	pacificação	dessa	mes-
ma	classe	trabalhadora.	Nesse	cenário,	as	políticas	sociais	são	um	constante	
campo	de	disputa,	ora	em	prol	do	proletariado,	ora	em	prol	da	burguesia,	ten-
do	estreita	relação	com	a	pobreza	e	a	questão	social.	(AZEVEDO,	MARTINS,	
E	FERREIRA,	2018,	p.	13).
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 23
Podemos	perceber	que	a	luta	de	classes	se	torna	constante	na	sociedade	capitalis-
ta	e,	as	políticas	sociais	tornam-se	um	papel	importante	para	a	superação	da	pobreza	e	da	
desigualdade,	ou	seja,	as	políticas	sociais	têm	o	grande	papel	de	enfrentamento	à	situação	
social	da	sociedade.	
Podemos	compreender	melhor	o	papel	das	políticas	sociais	quando	afirmamos	que	
ela	é	 simplesmente	uma	 ferramenta	para	 transformação	social.	Podemos	perceber	 isso	
logo	abaixo:
Desse	modo,	as	políticas	sociais	são	uma	 ferramenta	estratégica,	que	por	
intermédio	de	diversas	ações	são	capazes	de	provocar	transformação	social,	
não	somente	na	sociedade,	mas	principalmente	nos	sujeitos.	É	pelo	conjunto	
organizado	dos	 trabalhadores	e	por	outras	classes	excluídas	que	 realizam	
tensionamentos	para	a	elaboração	de	políticas	públicas	em	prol	da	popula-
ção	vulnerável.	(AZEVEDO,	MARTINS,	E	FERREIRA,	2018,	p.	19).
	Assim,	podemos	concluir	o	tema,	afirmando	que	as	políticas	públicas	têm	o	papel	
importantíssimo	para	o	enfrentamento	de	problemas	de	questão	social.	Seja	da	pobreza,	da	
questão	das	mulheres,	dos	direitos	dos	autistas,	entre	outros.	Pois	uma	política	pública	bem	
executada	possibilita	a	emancipação	dos	humanos,	promovendo	cidadania	aos	membros	
de	nossa	sociedade.
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 24
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 2525
AS FASES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
(O ciclo ou Estágios das Políticas Públicas)
O processo de formulação de Políticas Públicas, também chamado de Ciclo das PolíticasPúblicas, apresen-
ta diversas fases:
1° FASE – Formação da Agenda (Seleção das Prioridades);
2° FASE – Formulação de Políticas (Apresentação de Soluções ou Alternativas);
3° FASE – Processo de Tomada de Decisão (Escolha das Ações);
4° FASE – Implementação (ou Execução das Ações);
5° FASE – Avaliação.
Na prática, as fases se interligam entre si, de tal forma que essa separação se dá mais para facilitar a com-
preensão do processo. 
Para conhecer um pouco mais acesse o livro no link abaixo:
CALDAS, Ricardo Wahrendorff. Políticas Públicas: conceitos e práticas. Belo Horizonte: Sebrae/MG, 2008. 
Disponível em: http://www.mp.ce.gov.br/nespeciais/promulher/manuais/manual%20de%20politicas%20p%-
C3%9Ablicas.pdf
http://www.mp.ce.gov.br/nespeciais/promulher/manuais/manual%20de%20politicas%20p%C3%9Ablicas.pdf 
http://www.mp.ce.gov.br/nespeciais/promulher/manuais/manual%20de%20politicas%20p%C3%9Ablicas.pdf 
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 26
O povo é o legislador no sentido de ser a fonte do poder político. Isso significa que só o conjunto dos 
cidadãos tem autoridade para impor as leis, ainda que estas sejam elaboradas por um grupo restrito de 
homens, mais habilitados para o desempenho de uma tarefa de tanta responsabilidade, que requer dis-
cernimento e prudência. Para isso é conveniente que, por delegação do povo, alguns cidadãos mais com-
petentes elaborem as leis, mas estas só se tornam preceitos coercitivos, ou seja, têm caráter de lei, se 
tiverem a sanção popular, pois “a autoridade humana para legislar compete exclusivamente ao conjunto 
dos cidadãos ou à sua parte preponderante”. (STREFLING, 2016, p. 102)
Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/q9NsXLTYy4RQhkyC8Xq6FdG/?lang=pt&format=html 
https://www.scielo.br/j/ea/a/q9NsXLTYy4RQhkyC8Xq6FdG/?lang=pt&format=html
27
WEB
Para construirmos uma consciência política e entendermos como funciona a 
Ciência política, temos que conhecer nosso próprio país. Por isso, como processo 
de evolução no processo de ensino-aprendizagem, deixo abaixo, uma lista de órgãos 
importantes na produção de políticas públicas que lhe auxiliarão a conhecer ainda 
mais nossa história. Nossa política. Nosso investimento em políticas sociais.
																																																																																																							
	 	 	 	 	 Bom estudo!
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
É	uma	instituição	da	administração	pública	 federal,	subordinada	ao	Ministério	do	
Planejamento,	Orçamento	e	Gestão.	O	IBGE	se	constitui	no	principal	provedor	de	dados	e	
informações	do	país,	que	atende	às	necessidades	dos	mais	diversos	segmentos	da	socie-
dade	civil.	
Disponível	em:	http://www.ibge.gov.br
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
Tem	como	missão	promover	o	planejamento	participativo	e	a	melhoria	da	gestão	
pública	para	o	desenvolvimento	sustentável	e	socialmente	includente	do	país.	
Disponível	em:	www.planejamento.gov.br			
	
Portal da Transparência
É	uma	 iniciativa	da	Controladoria-Geral	 da	União	 (CGU),	 lançada	em	novembro	
de	2004,	 para	 assegurar	 a	 boa	e	 correta	 aplicação	dos	 recursos	públicos.	O	objetivo	 é	
aumentar	a	transparência	da	gestão	pública,	permitindo	que	o	cidadão	acompanhe	como	o	
dinheiro	público	está	sendo	utilizado	e	ajude	a	fiscalizar.	
Disponível	em:	www.portaltransparencia.gov.br
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 27
http://www.ibge.gov.br. 
http://www.planejamento.gov.br
http://www.portaltransparencia.gov.br
28
Secretária-geral da Presidência da República
Compete	assistir	direta	e	imediatamente	o	Presidente	da	República	no	desempenho	
de	suas	atribuições,	especialmente:	(I)	no	relacionamento	e	articulação	com	as	entidades	
da	sociedade	civil	e	na	criação	e	implementação	de	instrumentos	de	consulta	e	participação	
popular	de	interesse	do	Poder	Executivo;	(II)	na	elaboração	da	agenda	futura	do	Presidente	
da	República;	(III)	na	preparação	e	formulação	de	subsídios	para	os	pronunciamentos	do	
Presidente	da	República;	(IV)	na	promoção	de	análises	de	políticas	públicas	e	temas	de	
interesse	do	Presidente	da	República	e	na	realização	de	estudos	de	natureza	político-insti-
tucional;	dentre	outras	tarefas.	
Disponível	em:	www.secretariageral.gov.br/
TCU – Tribunal de Contas da União 
A	Constituição	Federal	de	1988	conferiu	ao	TCU	o	papel	de	auxiliar	o	Congresso	
Nacional	no	exercício	do	controle	externo,	tendo	como	competências:	apreciar	as	contas	
anuais	do	Presidente	da	República;	julgar	as	contas	dos	administradores	e	demais	respon-
sáveis	por	dinheiros,	bens	e	valores	públicos;	apreciar	a	legalidade	dos	atos	de	admissão	
de	pessoal	e	de	concessão	de	aposentadorias,	reformas	e	pensões	civis	e	militares;	reali-
zar	inspeções	e	auditorias	por	iniciativa	própria	ou	por	solicitação	do	Congresso	Nacional,	
dentre	outras.	
Disponível	em:	http://portal2.tcu.gov.br/TCU
	
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 28
http://www.secretariageral.gov.br/
http://portal2.tcu.gov.br/TCU
29
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro	(a)	aluno	(a),	chegamos	ao	fim	do	capítulo	sobre	sociologia	política.	Espero	
que	o	entusiasmo	proposto	no	início	dessa	unidade	tenha	atingido	seu	ápice	nesse	momen-
to.	Vale	ressaltar	que	você	deve	cada	vez	mais	ampliar	seus	horizontes	buscando	explorar	
todas	orientações	passadas	durante	nosso	estudo	e	algo	a	mais.
Acredito	que	percorremos	um	caminho	repleto	de	conhecimento	sobre	as	definições	
e	conceitos	sobre	a	sociologia	política.	Entendendo	sua	origem.	Vale	ressaltar	que	esses	con-
ceitos	básicos	farão	parte	de	outros	momentos	de	nossa	jornada	em	busca	do	conhecimento.
Após	aprendermos	os	conceitos	do	que	é	a	sociologia	política,	partimos	para	uma	
jornada	encontrando	experiências	históricas	e,	conhecemos	alguns	pontos	que	envolvem	a	
filosofia	política	de	Nicolau	Maquiavel	em	toda	sua	riqueza.
Ainda	nessa	unidade,	fizemos	uma	viagem	e	conhecemos	o	que	é	ciência	política	
e	entendemos	suas	definições	e	tipos	de	poder.	
Então,	encerramos	esse	primeiro	momento	de	nossa	 trilha	de	aprendizagem	co-
nhecendo	os	conceitos	de	políticas	públicas	e	política	social.	
Por	fim,	passamos	por	todos	os	desafios	da	construção	sobre	as	políticas	públicas	
e	políticas	sociais	em	todas	suas	vertentes.
Desde já, muito obrigado e nos vemos no próximo capítulo!
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 29
30
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 1
Título: Sociologia política.
Autor: Paulo G. M. De Moura. 
Editora: InterSaberes; 1ª edição (1 junho 2017).
Sinopse: O que motiva o homem à ação política? Que tipos 
de regimes políticos existem? Como podemos definir o termo 
democracia? Que influências a mídia pode ter sobre a política? 
As pesquisas podem ter real impacto sobre a opinião pública? 
Essas e muitas outras questões são objeto de estudo da so-
ciologia política, que busca compreender os elementos que 
compõem a realidade social, desfazendo preconceitos e para-
digmas. Reflita sobre os complexos fenômenos presentes nas 
sociedades contemporâneas e desenvolva suas próprias ideias 
sobre como os problemas sociais e políticos da atualidade po-
dem ser solucionados. 
LIVRO 2
Título: Introdução ao Estudo das Políticas Públicas: uma Visão 
Interdisciplinar e Contextualizada.
Autor: Alvaro Chrispino.
Editora: FGV; 1ª edição (1 janeiro 2016).
Sinopse: Em relação a políticas públicas, a sociedade contem-
porânea se comporta de duas maneiras distintas: pode ser mais 
esclarecida e participante, solicitando melhores resultados da 
gestão pública na solução de seus problemas, ou assiste estar-
recida aos fatos que envolvem os desvios em torno da gestão 
pública. Entender como se articulam as variáveis, explícitas ou 
implícitas, na formulação, na execução e na avaliação das po-
líticas públicas, é uma necessidade urgente. Este livro propõe 
olhar os acontecimentos recentes, da perspectiva do conheci-
mento de políticas públicas.
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 30
31LIVRO 3
Título: A Ciência da Política - Uma Introdução.
Autor: Adriano Gianturco. 
Editora: Forense Universitária; 3ª edição (10 julho 2020).
Sinopse: A leitura definitiva sobre política. Para além dos “achis-
mos”, este livro é um manual essencial sobre Ciência Política 
e seu funcionamento: apresenta o que há de mais relevante 
na literatura internacional, questões pertinentes da área e seus 
diagnósticos. Com uma abordagem científica rigorosa e atual, 
A Ciência da Política – Uma Introdução está divida em quatro 
partes. A primeira parte traz uma abordagem metodológica; a 
segunda trata dos pilares fundamentais da política: poder, polí-
tica, guerra, impostos, Estado e obediência; já a terceira, analisa 
as questões relativas à democracia, como formas de governo, 
partidos, sistema partidário, sistema eleitoral, paradoxos do 
voto, luta eleitoral etc.; e, por último, se aprofunda na regu-
lamentação, bens públicos, corrupção e análise das políticas 
públicas. Por que ler A Ciência da Política?A Ciência Política é o 
ramo das Ciências Sociais que se ocupa das relações de poder 
institucionalizadas e adota o método descritivo, individualista 
metodológico, reducionista e analítico para poder compreen-
der, explicar e prever a ação política, mais do que esperar po-
der mudar a realidade de forma revolucionária segundo nossos 
ideais preconcebidos. É a diferença entre prever e torcer. Nesse 
sentido, a Ciência Política representa uma alternativa às ver-
tentes culturalistas da Antropologia e da Sociologia, mostrando 
que não “é uma questão de cultura”, mas de instituições e de 
incentivos (positivos ou negativos). Este livro trata-se, portanto, 
de um verdadeiro manual de ciência política, que cobre uma 
enorme lacuna no mercado editorial brasileiro.?
 
FILME / VÍDEO 1
Título: Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro.
Ano: (2010).
Diretor: José Padilha.
Roteirista: José Padilha, Bráulio Mantovani.
Produção: José Padilha, Marcos Prado.
Sinopse: Filme que demonstra a segurança pública de nosso 
país através da história do capitão Nascimento (Wagner Mou-
ra), agora coronel, foi afastado do BOPE por conta de uma mal 
sucedida operação. Desta forma, ele vai parar na inteligência da 
Secretaria de Segurança Pública do Estado. Contudo, ele des-
cobre que o sistema que tanto combate é mais podre do que 
imagina e que o buraco é bem mais embaixo. Seus problemas 
só aumentam, porque o filho, Rafael (Pedro Van Held), tornou-
-se adolescente, Rosane (Maria Ribeiro) não é mais sua esposa 
e seu arqui-inimigo, Fraga (Irandhir Santos), ocupa posição de 
destaque no seio de sua família. 
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 31
32
FILME / VÍDEO 2
Título: Real: O Plano por Trás da História.
Ano: (2017).
Diretor: Rodrigo Bittencourt.
Roteirista: Mikael de Albuquerque.
Produção: Ricardo Fadel Rihan.
Sinopse: O filme nos leva ao ano de 1993, onde o inflexível Gus-
tavo Franco é um crítico feroz da política econômica adotada 
pelo governo brasileiro nos últimos anos, que resultou em um 
cenário de hiperinflação. Opositor de políticas de cunho social, 
é adepto de um choque fiscal de forma que seja criada uma 
moeda forte, que devolva a dignidade aos cidadãos. Quando o 
presidente Itamar Franco nomeia Fernando Henrique Cardoso 
como o novo Ministro da Fazenda, Gustavo é convidado a inte-
grar uma verdadeira força-tarefa, cujo objetivo é criar um novo 
plano econômico.
FILME / VÍDEO 3
Título: Preciosa: Uma História de Esperança.
Ano: (2010).
Diretor: Lee Daniels.
Roteirista: Geoffrey Fletcher.
Produtor: Lee Daniels, Oprah Winfrey, Tom Heller, Tyler Perry.
Sinopse: 1987, Nova York, bairro do Harlem. Claireece "Precio-
sa" Jones (Gabourey Sidibe) é uma adolescente de 16 anos que 
sofre uma série de privações durante sua juventude. Violenta-
da pelo pai (Rodney Jackson) e abusada pela mãe (Mo'Nique), 
ela cresce irritada e sem qualquer tipo de amor. O fato de ser 
pobre e gorda também não a ajudam nem um pouco. Além 
disto, Preciosa tem um filho apelidado de "Mongo", por ser 
portador de síndrome de Down, que está sob os cuidados da 
avó. Quando engravida pela segunda vez, Preciosa é suspensa 
da escola. A sra. Lichtenstein (Nealla Gordon) consegue para 
ela uma escola alternativa, que possa ajudá-la a melhor lidar 
com sua vida. Lá Preciosa encontra um meio de fugir de sua 
existência traumática, se refugiando em sua imaginação.
UNIDADE 1 SOCIOLOGIA POLÍTICA: CAMPOS E CONCEITOS 32
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Plano de Estudos
• Conceito de Elite e os pressupostos históricos;
• Elitismo em: Gaetano Mosca; Vilfredo Pareto 
 e Robert Michels;
• A denúncia contra a Elite;
• Critica a elite liberal.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar o conceito de elite 
 e os pressupostos históricos;
• Compreender o que representou o elitismo de acordo 
 com os sociólogos: Gaetano Mosca; Vilfredo Pareto 
 e Robert Michels;
• Contextualizar o processo da denúncia contra 
 as elites estabelecendo as motivações para 
 compreensão de tal ação;
• Problematizar as questões que envolvem a crítica 
 à elite liberal e suas características.
2UNIDADEUNIDADETEORIATEORIADASDASELITESELITESProfessora Esp. Alessandra Domingues Gomes
34
INTRODUÇÃO
Seja	muito	bem-vindo(a)	!
Prezado(a)	educando(a),	é	com	muito	prazer	que	daremos	continuidade	aos	nos-
sos	estudos	sobre	a	disciplina	de	Teoria	das	Elites.
Iniciaremos	nossos	estudos	explorando	o	contexto	que	representa	o	Conceito	de	
Elite	e	os	pressupostos	históricos.
Nossa	abordagem	sobre	a	sociologia	e	seus	pressupostos	teóricos	também	fará	
uma	fundamentação	sobre	importantes	sociólogos	que	contribuíram	para	o	entendimento	
do	contexto	sobre	as	elites	que	são	Gaetano	Mosca,	Vilfredo	Pareto	e	Robert	Michaels.
Dando	continuidade	aos	nossos	estudos	sobre	a	sociologia	na	contemporaneidade	
e	sua	influência	para	formação	das	elites	e	a	constituição	das	massas,	o	foco	de	pesquisa	
estará	na	denúncia	quanto	à	monopolização	do	poder	e	o	abandono	social	 dos	grupos	
menos	favorecidos.
E,	por	último,	estaremos	concluindo	os	estudos	deste	capítulo	abordando	sobre	
a	Crítica	da	elite	 liberal,	nela	será	feita	uma	análise	quanto	à	Crítica	à	elite	 liberal,	suas	
características	e	seu	papel	na	sociedade.
Espero	que	tenham	um	momento	de	estudo	satisfatório	e	que	essa	leitura	possa	
colaborar	no	aprofundamento	de	seu	conhecimento,	relacionando	a	importância	da	socio-
logia	e	seus	conceitos	para	a	sociedade	em	seus	mais	diversos	períodos.
Muito obrigado e bom estudo!
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 34
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A	palavra	Elite	tem	origem	do	Francês	ÉLITE,	“escolha,	seleção”,	que	veio	do	Latim	
ELIGERE,	“escolher”,	formado	por	EX-,	“fora”,	mais	LEGERE,	“catar,	escolher”.	O	signifi-
cado	da	palavra	elite	se	refere	a	um	determinado	grupo	com	privilégios,	grupo	minoritário,	
visto	como	indivíduos	superiores,	por	possuírem	poder	econômico	ou	domínio	social.
A	teoria	das	elites	surgiu	a	partir	do	século	XIX	idealizada	pelo	filósofoitaliano	Gae-
tano	Mosca.	Segundo	BUARQUE	DE	HOLANDA	(2011),	Gaetano	defendia	o	pensamento	
de	que	o	elitismo	nas	mais	diversas	sociedades	está	sempre	relacionado	há	uma	minoria	
que	detém	os	bens	de	consumo	e	poder	e	de	um	outro	lado	uma	maioria	que	está	privada	
de	todos	esses	benefícios.
De	maneira	geral	é	possível	compreender	que	as	elites	são	fruto	de	uma	classe	
dominante,	compreendida	como	um	grupo	que	possui	uma	capacidade	superior	junto	às	
classes	dominadas,	ela	ainda	 teria	como	valor,	manter	o	equilíbrio	no	sistema	social	ao	
permitir	a	mobilidade	de	classes,	principalmente	quando	isso	ocorre	na	ascensão	de	um	
sujeito	através	do	seu	mérito.
O	grupo	considerado	como	elite	é	visto	como	um	grupo	minoritário	de	detentores	do	
poder.	Nos	dias	atuais	as	sociedades	modernas	possuem	uma	multiplicidade	de	elites,	em	um	
grupo	relativamente	organizado,	que	detém	o	poder	de	decisão.	Essa	mesma	elite	mantém	um	
conflito	com	as	classes	dominadas,	mantém-se	exclusiva	e	suas	características	econômicas	e	
sociais,	no	entanto	ela	só	se	mantém	viva	a	partir	do	momento	que	mantém	contato	com		outras	
classes	consideradas	inferiores	a	sua,		mas	que	mantém	a	geração	de	conflitos.
TÓPICO
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES
 1 CONCEITO DEELITE E OS PRESSUPOSTOSHISTÓRICOS
O	 poder	 econômico,	 social,	 as	 ideologias	 políticas,	 assim	 como	 o	 pensamento	
individual	de	cada	cidadão	são	 importantes	 fatores	na	formação	da	teoria	das	elites.	De	
acordo	com	Mosca	(2009),	a	sociedade	está	dividida	em	dois	grupos:	os	governantes	e	
os	governados,	neste	entendimento	os	governantes	estão	em	um	número	muito	mais	re-
duzido,	no	entanto	são	eles	que	detém	o	poder,	impõem	sua	vontade	de	acordo	com	suas	
necessidades,	desejos,	de	relações	sociais	e	políticas.	Em	vários	momentos	 impor	essa	
vontade	significa	a	imposição	de	ações	arbitrárias,	violentas	e			desnecessárias			para	o			
restante	da	sociedade.	
A	 questão	 relacionada	 à	 divisão	 do	 poder	 entre	 governantes	 e	 governados	 se	
estende	há	muito	tempo,	constando	em	obras	de	pensadores	modernos	como	Marx,	Mon-
tesquieu	e	Maquiavel.	De	acordo	com	Mosca	(2009),	as	classes	governantes	por	serem	a	
minoria	se	constituem	de	uma	forma	muito	mais	organizada,	se	relacionando	por	afinidade	
e	interesses	sendo	solidários	entre	si	e	com	seus.	Já	as	classes	que	são	governados	são	
extremamente	numerosas	e	 isso	 faz	 com	que	se	dividam	em	grupos	desestruturados	e	
desorganizados,	o	que	dificulta	de	forma	expressiva	sua	ascensão.
Quando	pensamos	em	uma	sociedade	clássica,	tradicional	é	simples	conceituar	o	
sistema	de	elite,	pois	ela	se	encontra	de	forma	estável	e	com	pouca	mobilidade.	No	entanto,	
ao	analisarmos	as	sociedades	modernas	podemos	caracterizar	o	sistema	de	elite	de	uma	
maneira	mais	complexa	e	com	um	perfil	mais	dinâmico,	baseado	em	uma	sociedade	com	
perfil	tecnológico	e	extremamente	rotativo.
A	sociedade	moderna	se	caracteriza	por	uma	variedade	de	elite	relacionados	com	
uma	sociedade	complexa,	que	vive	cercada	de	desafios,	busca	constantemente	se	firmar	
como	classe	dominante	através	de	suas	ações,	do	seu	poder	de	controle	e	decisão,	e	a	
imposição	de	suas	vontades	em	detrimento	das	classes	dominadas.
Quando	pensamos	em	elite,	é	possível	compreender	que	vivemos	em	uma	socie-
dade	capitalista,	 sendo	esta	sociedade	dividida	em	classes	com	configurações	histórico	
estrutural	particular.	Nesse	sentido,	evidencia-se	a	relação	existente	entre	as	estruturas	de	
apropriação	voltadas	para	economia	e	a	dominação	voltada	para	a	política,	definindo	uma	
estratificação	social.
Este	é	o	ponto	de	partida	fundamental	para	teoria	das	elites:	a	constatação	
de	uma	 lei	 histórica	 inescapável	 que	divide	 os	 homens	em	governantes	 e	
governados.	Atente	para	a	expressão	todas	as	sociedades.	Essa	generaliza-
ção	é	fundamental	pois	ela	autoriza	mosca	a	afirmar	que	essa	divisão,	muito	
provavelmente,	jamais	deixará	de	existir,	Os	governantes	são	chamados	por	
mosca	de	classe	política	ou	classe	dirigente,	os	governados	são	as	massas.	
A	classe	política	conduz	a	sociedade	humana,	as	massas	são	conduzidas.	
Portanto	a	classe	política	deve	ser	o	objeto	de	estudo	central	ciência	políti-
ca…	(PERISSINOTTO,	2018,	p.	30).
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 36
As	sociedades	constituem	a	sua	hierarquia	desde	a	história	antiga	pelo	seu	poder	
econômico	e	sua	posição	social.	Assim	como	entendemos	que	em	uma	sociedade	capitalista	
quando	pensamos	no	poder	de	hierarquização,	é	necessário	analisar	o	processo	produtivo,	
ou	seja,	a	capacidade	do	indivíduo	de	produzir	em	prol	de	uma	sociedade,	e	considera-se	
também	a	capacidade	de	consumo	como	um	fator	determinante	para	essa	classificação.
Assim,	é	possível	compreender	que	ao	analisar	uma	sociedade	e	os	grupos	que	a	
compõem,	o	processo	hierárquico	se	fará	de	acordo	com	os	 interesses	daqueles	que	são	
parte	dessa	sociedade	e	o	poder	de	oferta	para	classificar	um	indivíduo	como	sendo	de	um	
grupo	elitizado	ou	não.
Em	nossa	 sociedade	 contemporânea,	 ao	 analisarmos	a	 divisão	de	 classes,	 fica	
evidente	que	elas	se	caracterizam	por	um	grau	variável	de	desigualdade.	Essa	variável	
se	evidencia	através	da	apropriação	de	riquezas	geradas	pela	sociedade	expressa,	geral-
mente,	pela	propriedade,	pela	renda	e	consumo	de	bens.	Outro.	De	extrema	importância	
é	 a	 participação	 de	 um	 indivíduo	 nas	 decisões	 políticas	 evidenciando-se	 pelo	maior	 ou	
menor	poder	de	decidir	ou	forçar	decisões	que	favoreçam	esse	indivíduo,	assim	como	seu	
poder	econômico	em	sociedade.	Outra	questão	importante	que	evidencia	a	elitização	de	
um	indivíduo	se	expressa	em	sua	apropriação	de	bens	simbólicos	como,	por	exemplo,	o	
acesso	à	educação,	bens	culturais	como	acesso	a	museus,	teatros,	livros	etc.
As	questões	que	envolvem	renda,	propriedade,	consumo,	educação	formal,	tam-
bém	definem	como	as	diversas	classes	sociais	participam	da	sociedade.	O	que	não	se	
pode	deixar	de	ressaltar	é	o	nível	exacerbado	de	desigualdade	que	vivemos	na	atualidade.	
Os	números	que	expressam	a	pobreza	e	a	miséria	são	incontestáveis,	assim	como	a	cons-
tatação	desses	números	quando	se	vivencia	diariamente	com	uma	diversidade	de	pessoas,	
buscando	conhecer	os	diferentes	grupos	aos	quais	pertencem.
Uma	análise	sobre	a	elite	pode	ser	um	desafio	bastante	amplo.	Quando	pensamos	
na	 questão,	 os	 que	 governam	e	 os	 que	 são	 governados,	 isso	 nos	 remete	 não	 só	 para	
esfera	pública,	mas	também	para	esfera	privada.	E	como	podemos	conceituar	essas	duas	
linhas	 de	 pensamento	 em	um	mundo	 tão	 globalizado,	 em	que	 	 temos	 uma	diversidade	
de	 oportunidades,	 mas	 ao	 mesmo	 tempo	 somos	 massacrados	 por	 uma	 desigualdade	
econômica,	cultural,	e	de	direitos.	Se	pensarmos	na	constituição	que	rege	o	Brasil,	assim	
como	na	constituição	de	outros	países,	temos	o	entendimento	de	que	direitos	básicos	são	
iguais	para	todos.	No	entanto,	a	prática	não	reflete	a	teoria.	Ao	estudarmos	os	documentos	
que	regem	diversas	nações,	seja	o	Brasil	ou	seja	outro	país,	o	cidadão	de	fato	se	sente	
protegido	e	livre	de	ameaças.	No	entanto,	ao	nos		depararmos	com	a	realidade,	principal-
mente,	em	países	subdesenvolvidos,	entendemos	que	a	 teoria	pode	parecer	 libertadora	
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 37
e	tentadora,	no	entanto	ao	vivenciar	esta	realidade,	os	 indivíduos	se	deparam	com	uma	
grande	desigualdade,	com	um		estado	de	direito	que	não	cumpre	o	que	a	lei	propõe,	sendo	
assim	o	mundo	está	 cada	 vez	mais	 se	apropriando	de	uma	grande	desigualdade	entre	
homens	e	mulheres,	que	dependem	não	só	da	sua	força	de	trabalho,	mas	também	de	uma	
qualificação	profissional,	que	nem	sempre	está	disponível	para	todos,	a	sorte	de	estar	no	
lugar	certo	e	na	hora	certa,	e	ainda	uma	garra	infinita	para	derrubar	obstáculos.
Analisando	 a	 questão	 da	 formação	 das	 elites	 na	 sociedade	 contemporânea,	 em	
termos	gerais	ela	se	divide	em	três	ordens	institucionais:	estado,	forças	armadas	e	grandes	
companhias.	Ao	longodos	séculos	essas	ordens	institucionais	tiveram	um	crescimento	sig-
nificativo	quanto	a	sua	capacidade	de	ação	e	recursos,	centralizaram	e	concentraram	sua	
organização	assim	como	seu	poder	de	decisão,	criando	corporações	gigantescas	ligadas	por	
sua	administração	e	economia.	Não	distante	dessa	realidade,	o	poder	público	e	as	ordens	
militares	passaram	a	acumular	uma	capacidade	de	interferir	na	tomada	de	decisões	de	uma	
sociedade,	expandindo-se	o	que	resultou	em	um	maior	consumo	de	recursos	públicos.
Essas	três	ordens	compõem	a	elite	econômica	política	e	militar,	estão	no	topo	da	
economia	comandada	por	grandes	executivos,	autoridades	estatais	e	poderosos	políticos,	
assim	como	a	elite	militar,	 formando	assim	um	pequeno	grupo	 responsável	por	grandes	
decisões	políticas	e	sociais.
Essas	 reflexões	nos	 fazem	pensar	em	uma	sociedade	elitizada,	 formada	por	 in-
divíduos	que	se	destacam	positivamente	e	são	entendidos	como	grupos	privilegiados,	ou	
seja,	os	que	governam,	e	do	outro	lado,	aqueles	que	trabalham,	aqueles		que	vendem	sua	
força	de	trabalho,	que	mesmo	não	tendo	reconhecimento	por	sua	força	e	dedicação,	são	
os	indivíduos	que	produzem	para	o	crescimento	privado	ou	governamental.	A	partir	desse	
contexto,	 vamos	 buscar	 aprofundar	 esse	 entendimento	 de	 uma	 forma	mais	 individual	 e	
contextualizada.
1.1 “Os que governam e que são governados”, esfera privada
Quando	pensamos	o	que	pode	representar	a	 ideia	de	governar	e	ser	governado	
na	esfera	privada,	a	primeira	palavra	que	nos	vem	à	mente,	é	a	 ideia	do	poder.	A	elite	
enquanto	classe	dominante	assumiu	esse	papel	a	partir	do	momento	em	que	foi	vista	como	
a	classe	que	possui	o	controle	econômico,	o	poder	de	decisões,	e	a	superioridade	diante	
das	classes	que	são	dominadas.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 38
A	partir	desse	princípio,	primeiramente	buscamos	entender	o	significado	de	poder.	De	
acordo	com	Japiassu	(2006,	p.	222),	“a	palavra	poder	significa	a	capacidade,	faculdade,	possi-
bilidade	de	realizar	algo,	derivada	de	um	elemento	físico	ou	natural,	ou	conferida	por	autoridade	
institucional,por	exemplo:	poder	de	criar,	poder	de	nomear,	e	demitir,	de	escolher	etc”.
Ainda	Japiassu	(2006),	descreve	sobre	Michel	Foucault	no	qual	faz	um	exame	das	
relações	entre	saber	e	poder,	ciência	e	dominação,	controle,	na	 formação	da	sociedade	
contemporânea.	Essa	genealogia	parte	da	constatação	de	que	o	poder	é	exercido	na	so-
ciedade	não	apenas	através	do	Estado	e	das	autoridades	formalmente	constituídas,	mas	
de	maneiras	diversas,	em	uma	multiplicidade	de	sentidos,	em	níveis	distintos	e	variados,	
muitas	vezes	sem	nos	darmos	conta	disso.	A	partir	desse	pensamento	é	possível	não	só	
entender	o	sentido	do	poder,	mas	também	compreender	qual	a	relevância	e	o	resultado	do	
uso	desse	poder	na	formação	de	uma	sociedade.
Antigos	filósofos	como	Aristóteles	 já	abordavam	a	questão	do	poder,	sua	força	e	
seu	fascínio	diante	da	sociedade.	Aristóteles	entendia	o	poder	como	elemento	natural,	que	
faz	parte	das	relações	sociais	e	não	visto	somente	como	um	ato	de	dominação	pela	força.	
Assim	como	Aristóteles,	Karl	Marx	(2013),	já	na	idade	moderna,	compreendeu	o	sentido	de	
poder	como	uma	dominação	política	existente	na	humanidade	na	qual	não	só	criou	uma	
divergência	entre	diferentes	classes,	mas	 também	contribuiu	para	o	desenvolvimento	do	
capitalismo	industrial.
Ainda	 na	 idade	moderna	Thomas	Hobbes	 (2019)	 e	 John	 Locke	 (1996)	 também	
discutiam	sobre	as	questões	relacionadas	ao	poder.	Enquanto	Hobbes	defendia	a	monar-
quia	e	o	controle	do	estado,	Locke	compreendia	que	o	poder	deveria	ser	dissolvido	nas	
instituições,	a	fim	de	garantir	o	direito	à	população,	em	que		o	poder	seria	de	origem	política	
e	de	domínio	da	esfera	estatal.
O	sociólogo	Max	Weber	(2014)	compreende	o	poder	como	uma	imposição	sobre	os	
indivíduos.	Essa	imposição	é	dada	como	uma	força	de	ordem	ou	não,em	que		as	pessoas	
são	submetidas	ao	poder	e	ao	aceitá-lo	passa	a	ser	submetida	à	autoridade	de	outra	pes-
soa.	Nesse	princípio	de	Vader	podemos	imaginar	que	os	indivíduos	têm	poder	de	escolher	
e	podem	ou	não	aceitar	essa	submissão	ao	poder.	No	entanto,	se	pensarmos	no	sentido	
de	controle	através	das	classes	sociais,	a	imposição	da	elite	sobre	as	classes	populares	
muitas	vezes	de	uma	forma	velada,	entende-se	que	o	indivíduo	submetido	não	o	faz	por	
aceitação	ou	concordância,	mas	pelo	fato	de	ser	parte	do	grupo	que	é	governado,	ou	seja	
a	necessidade	de	sobrevivência	e	a	falta	de	opção	o	leva	à	submissão,	à	submissão	eco-
nômica,	à	submissão	social,	geradas	pela	dependência	econômica	na	maioria	dos	casos.
Segunda	condição	essencial	para	o	possuidor	do	dinheiro	encontrar	no	mer-
cado	força	de	trabalho	como	mercadoria:	o	dono	dessa	força	não	pode	ven-
der	mercadoria	em	que	encarne	seu	trabalho	e	é	forçado	a	vender	sua	força	
de	trabalho	que	só	existe	nele	mesmo...	Quem	quiser	vender	mercadoria	que	
não	seja	sua	força	de	trabalho	tem	que	possuir	meios	de	produção,	tais	como	
matérias-primas,	instrumentos	de	produção	e,	e	etc.	(MARX,	2013,	p.313).
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 39
O	poder,	na	sociedade	atual,	pode	ser	entendido	de	maneiras	diferentes.	Podemos	
classificá-lo	como	poder	ideológico:	pode	influenciar	as	massas	através	de	sua	retórica,	seu	
poder	de	convencimento,	através	de	mídias,	o	que	pode	ser	expresso	pelas	relações	sociais,	
pelo	mundo	do	trabalho,	ou	religião.	O	poder	político	está	diretamente	ligado	ao	estado,	po-
dendo	ser	visto	de	forma	legal	quando	sua	finalidade	e	a	vida	política	ou	tido	como	ilegítimo	
quando	busca	a	dominação	de	pessoas	ou	classes.	O	poder	econômico	está	diretamente	
ligado	com	a	instituição	privada	através	de	bens	e	riquezas	que	levam	à	manipulação	daque-
les	que	necessitam	do	poder	econômico	de	outros.
Então,	 se	 o	 poder	 político	 está	 relacionado	 com	 ideologia,	 economia,	 política,	
ele	também	se	encontra	subdividido	em	grupos	que	determinam	essa	relação	de	poder,	
que	podemos	exemplificar	através	das	relações	familiares	em	que		pais	e	mães	exercem	
poder	sobre	os	filhos,	professores	e	alunos,	em	que		o	professor	é	visto	como	autoridade	
no	âmbito	acadêmico	ou	escolar,	as	 relações	de	governantes	e	governados	no	âmbito	
político	 pelo	 qual	 aquele	 que	governa	exerce	o	 poder	 sobre	os	governados	e	ainda	a	
relação	patrão	e	empregado	que		toda	a	força	de	poder	vendo	patrão	aquele	que	detém	a	
posse	sobre	aquele	que	necessita	de	sua	sobrevivência	através	da	sua	força	de	trabalho.
É	 nesse	 último	 item,	 a	 relação	 patrão	 empregado,	 que	 nos	 deparamos	 com	 as	
questões	relacionadas	com	o	mundo	privado.	A	relação	de	trabalho	é	a	que	mais	se	sobre-
põe	quanto	às	relações	privadas,	pois	em	uma	sociedade	economicamente	desigual	em	
que	as	massas	ou	seja	os	governados	necessitam	sobreviver	e	seu	único	meio	de	alcançar	
essa	necessidade	é	através	de	sua	força	de	trabalho.	Quando	os	governantes	entendem	
isso,	passam	a	utilizar	dos	meios	de	produção	para	controlar	seus	governados	por	saber	
que	os	mesmos	mantém	uma	relação	de	dependência	econômica	com	eles.
Para	transformar	dinheiro	em	capital,	tenho	possuidor	do	dinheiro	de	encon-
trar	o	trabalho	livre	no	mercado	de	mercadorias,	livre	nos	dois	sentidos,	o	de	
dispor,	como	pessoa	livre,	de	sua	força	de	trabalho	como	sua	mercadoria,	e	o	
de	estar	livre,	inteiramente	despojado	de	todas	as	coisas	necessárias	a	mate-
rialização	de	sua	força	de	trabalho,	não	tendo,	além	desta,	outra	mercadoria	
para	vender.	(MARX,	2013,	p.199).
Em	uma	sociedade	que	é	controlada	por	pequenos	grupos	que	representam	o	po-
der	e	se	eu	for	em	uma	maioria	desprovida	de	poder.	Esse	controle	acontece	exatamente	
pelo	 fato	de	que	é	a	minoria	que	se	concentra	em	controlar	essas	organizações.	Assim	
entendemos	que	a	elite	estará	sempre	na	posição	de	controle.
Tal	constatação	não	significa	que	essa	elite	representada	pelas	minorias	não	signi-
fica	que	sejam	os	melhores,	mas	você	tem	o	mecanismo	para	que	a	economia	possa	girar	
e,	dessa	maneira,	as	diversassociedades	possam	sobreviver	em	sociedade.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 40
Ao	longo	das	décadas	a	velha	elite	baseada	nas	famílias	tradicionais	da	sociedade	
se	mesclaram	com	os	chamados	novos	ricos.	Mesmo	que	haja	uma	diferença	de	costumes,	
valores	 e	 heranças	 culturais	 e	 sociais,	 esses	 grupos	 se	 unificam	 por	 representarem	 os	
mesmos	interesses,	nesse	sentido,	o	sistema	educacional	tem	papel	de	extrema	importân-
cia,	a	educação	apresenta	os	mesmos	valores	unificando	as	classes.	A	escola	tem	papel	
de	agregar	e	apagar	essas	distinções	presentes	nesses	grupos,	transformando-os	em	um	
mesmo	grupo,	distintos	do	restante	da	sociedade	por	representarem	os	considerados	gru-
pos	superiores,	aqueles	que	governam.	A	escola	assumirá	um	poder	de	socialização,	assim	
como	os	laços	familiares,	as	amizades,	as	influências	sociais	e	pessoais.	
A	união	entre	os	muitos	recursos	executivos	acaba	por	gerar	aquilo	que	Wright	
Mills	chama	de	riscos	associados.	Este	alto	grau	de	associação...	Transforma	
cada	vez	mais	interesses	localizados	e	particulares	em	interesses	amplos	e	
de	classe...	Esse	grupo	passa,	assim	a	controlar	todo	tipo	de	privilégio:	altas	
rendas,	isenção	de	impostos,	influência	social	e	política.	Tudo	isso	permite	a	
seus	membros	participar	direta	ou	indiretamente	das	decisões	que	afetam	a	
vida	de	milhões	de	pessoas.	(PERISSINOTTO,	2018,	p.	117)
Com	o	desenvolvimento	do	capitalismo	e	o	acúmulo	de	riquezas	cada	vez	mais,	
surgiram	novos	ricos	e	pessoas	que	se	tornaram	extremamente	influentes	dentro	da	socie-
dade.	Essa	influência	também	resulta	em	um	acúmulo	de	vantagens	em	que		a	influência	
possibilita	a	conquista	de	mais	riquezas.	A	elite	comandada	por	pessoas	muito	ricas,	que	
buscam	associarem-se	com	todo	aquele	que	também	tem	vantagens	de	oportunizar	e,	as-
sim,	na	sociedade	econômica	privada	formar		grandes	corporações,	formada	por	pessoas	
altamente	 qualificadas	 que	 tiveram	oportunidade	 de	 se	 apropriarem	de	 conhecimento	 e	
estratégias	que	garantem	cada	vez	mais	sucesso	no	âmbito	econômico	e	social.	Esses	
grupos	 estão	 presentes	 nas	 associações	 industriais,	 comércio,	 bancos,	 transformando	
interesses	não	só	particulares,	como	também	amplo	e	dessas	classes	dominantes.
1.2 “Os que governam e que são governados”, esfera pública
Na	história	contemporânea	quando	analisamos	a	sociedade	e	os	grupos	sociais	
que	a	ela	pertence	nos	deparamos	com	uma	elite	que	controla	a	sociedade	através	de	
grupos	poderosos	e	unificados,	tendo	eles	o	controle	e	a	capacidade	de	decisão.	
Quando	analisamos	os	grupos	políticos	presentes	na	sociedade	atual	é	possível	
identificá-la	em	grupos	como,	por	exemplo:	o	político	profissional,	aquele	que	vive	da	po-
lítica	e	que	se	reelege	a	cada	mandato	tendo	seus	grupos	e	alianças	já	firmados,	a	fim	de	
garantir	sua	permanência	nos	grupos	políticos;	o	político	que	é	um	ex-burocrata,	ou	seja,	
são	aqueles	que	possuem	uma	formação,	experiência	ou	conhecimento	que	justifique	sua	
permanência,	na	qual	podem	contribuir		para	o	processo	político	e	assim	acabam	fazendo	
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 41
parte	da	vida	pública	através	de	indicações,	de	escolhas	de	partidos,	de	acordos	políticos;	
o	político	não	profissional,	é	aquele	que	não	idealizou	em	um	primeiro	momento	fazer	parte	
do	mundo	da	política,	mas	devido	a	condições	de	aceitação	pública,	 indicação,	aconte-
cimentos	sociais	que	o	tornem	uma	pessoa	pública	e	conhecida	o	 levam	a	candidaturas	
e	muitas	 vezes	 à	 eleição,	muitos	 deles	 não	 têm	qualquer	 conhecimento	 sobre	 políticas	
públicas	sobre	as	questões	sociais,	mas	se	aventuram	na	vida	política	por	questões	econô-
micas,	de	visibilidade	ou	vaidade.
É	claro	o	entendimento	de	que,	quem	governa	são	aqueles	que	pertencem	à	elite,	
sua	posição	social	irá	identificar	quem	fará	parte	desse	processo,	é	importante	não	só	o	seu	
posicionamento	social,	como	também	a	sua	origem,	pois	no	processo	eleitoral	muitas	vezes	
isso	se	 torna	decisivo	na	escolha	daqueles	que	votam,	como,	por	exemplo,	as	pessoas	
votarem	em	candidatos	que	tem	em	seu	histórico	familiares	como	pais	e	avós	que	tiveram	
um	histórico	de	sucesso	encargos	políticos	no	passado.
Neste	 contexto,	 nos	deparamos	 com	aquele	 grupo	que	é	dirigido,	muitas	 vezes	
manipulado,	ou	seja,	a	massa.	É	através	das	massas	que	é	possível	gerar	a	chamada	opi-
nião	pública,	esse	grupo	é	formado	por	indivíduos	com	capacidade	de	análise,	discussão	e	
reflexão.	São	pessoas	que	possuem	uma	opinião	independente	que	representam	a	maioria	
da	sociedade,	por	esse	motivo	se	tornam	o	público-alvo	em	períodos	eleitorais	garantindo,	
assim,	a	eleição	daqueles	que	fazem	parte	dos	que	governam,	ou	seja,	das	elites.
Muitos	compreendem	que	o	homem	de	massa	é	o	homem	incapaz	de	pensar	cri-
ticamente	e	de	agir	com	racionalidade,	sendo	assim	fácil	de	manipular	e	estimular	a	tomar	
decisões	nem	sempre	as	mais	assertivas.	Essas	características	são	constituídas	socialmente,	
fazem	parte	do	processo	de	concentração	econômica	nas	elites.	Nesse	processo	a	sociedade	
de	massa	é	funcional	para	o	poder	da	elite,	pois	a	manipulação	pode	impedir	o	surgimento	de	
uma	visão	crítica	do	poder,	impedindo	uma	visão	clara	e	construtiva	sobre	o	poder	político	e	a	
elite,	mantendo	a	classe	dominada	fora	do	processo	reflexivo	e	construtivo	da	política.
As	diversas	situações	de	descaso,	promessas	infundadas	e	 jamais	cumpridas,	a	
falta	de	políticas	públicas	consistentes	que	garantam	o	direito	da	sociedade	são	alguns	dos	
motivos	que	em	muitos	casos	tem	criado	um	pensamento	mais	crítico	junto	à	sociedade	
de	massa.	Embora	esse	grupo	tenha	muitas	vezes	a	característica	de	ser	facilmente	ma-
nipulado,	gerado	pela	falta	de	pesquisa,	do	conhecimento	científico	e	social,	e	do	senso	
crítico,	nos	últimos	anos,	esse	mesmo	grupo	social,	as	chamadas	massas,	têm	se	mostrado	
críticas	e	 construtivas,	 buscando	mudar	o	 cenário	político,	 efetivando	a	busca	por	 seus	
direitos	através	de	manifestações	e	pelo	voto.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 42
Não	é	prioritário	saber	quem	governa	ou	quem	controla	diretamente	o	Esta-
do,	mas	sim	saber	quais	os	efeitos	que	as	ações	estatais	produzem	sobre	
a	estrutura	social,	não	se	trata	de	estudar	”Quem	toma	as	decisões”?,	mas	
se	estas	reproduzem	o	domínio	de	uma	classe	social	sobre	a	outra,	enfim	a	
pergunta	fundamental		não	é	“Quem	controla	o	estado”?,	Mas	o	que	o	Estado	
faz,	não	é	“Quem	decide?”,	mas	o	que	é	decidido	e	quais	os	efeitos	objetivos	
da	decisão.	(PERISSINOTTO,	2018,	p.	188)
Concluindo,	a	relação	entre	dominantes	e	dominados,	ou	seja,	os	que	governam	e	
os	que	são	governados,	encontramos	a	elite	estatal,	formada	por	aqueles	que	controlam	as	
instituições	do	Estado,	por	essa	razão	são	eles	que	exercem	o	poder	político.	Em	grande	
parte,	são	elementos	das	classes	economicamente	dominantes,	assim	em	vários	momentos	
da	história	esses	indivíduos	tendem	a	tomar	decisões	que	favoreçam	os	interesses	capita-
listas.	Nesse	sentido,	as	classes	dos	governados	em	diversas	situações	ficam	desprovidas	
da	efetivação	de	seus	direitos	criando	assim	a	eterna	luta	de	classes.
	
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 43
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44
2.1 Gaetano Mosca
Gaetano	Mosca	nasceu	na	Sicília	em	1858	e	faleceu	em	Roma	em	1941.	Jurista	e	
teórico	político	foi	um	dos	grandes	defensores	e	precursor	da	Teoria	das	Elites.	Para	Mosca	
(2009),	toda	a	sociedade	é	dividida	em	dois	grupos:	os	que	comandam	e	os	que	são	coman-
dados,	aqueles	que	comandam	ficam	destinados	ao	poder.	Mosca	era	formado	em	direito,	foi	
docente	na	universidade	de	Palermo,	na	universidade	de	Turim	e	na	universidade	de	Roma.
Devido	 à	 ascensão	 do	 fascismo	 e	 às	 críticas	 feitas	 por	 mosca	 suas	 atividades	
universitárias	foram	interrompidas	por	não	concordar	com	o	novo	regime.		Mosca	foi	autor	
de	livros	como:Sulla teorica dei governi	e	Sul	governo	parlamentar	e	história	das	doutrinas	
políticas,	Elementi	de	ciência	política	entre	outras	obras.
Ao	longo	das	décadas,	as	ideias	de	música	repercutiram	por	todo	mundo,	música	
defendia	ideias	como	paciência,	ser	um	resultado	de	um	sistema	de	observações,	pelo	uso	
de	métodos	em	busca	de	verdades	indiscutíveis	o	que	seria	impossível	a	uma	observação	
comum,	sendo	assim	a	ciência	deveria	ser	um	procedimento	de	observação	 rigoroso,	a	
fim	de	se	chegar	a	resultados	exatos	e	específicos.	Isso	explicaria	a	evolução	biológica	se	
dando	por	aquele	mais	preparado	e	que	alcançou	resultados	mais	exatos	em	sua	busca	
científica,	compreendendo	o	que	é	história	da	humanidade	se	faz	pelo	homem	que	tem	o	
predomínio	da	economia,	da	sociedade	e	da	política	assim	como	o	conhecimento	científico.	
Sendo	assim,	o	que	faz	um	homem	se	sobrepor	ao	outro	é	a	sua	capacidade	de	crescimen-
to,	de	predominância,	e	não	a	luta	pela	sobrevivência.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES
 2 ELITISMO EM:GAETANO MOSCA,VILFREDO PARETOE ROBERT MICHELSTÓPICO
Mosca	valorizava	o	conhecimento	e	o	método	histórico	como	forma	de	encontrar	as	
respostas	científicas	referentes	às	sociedades	humanas.	Nesse		método	são	consideradas	
as	observações	de	grupos	e	sociedades	políticas	em	diversos	períodos	históricos,	produ-
zindo	uma	análise	baseada	na	observação.
Para	Mosca	(2009),	o	mais	 importante	era	 identificar	as	modificações,	as	ações,	
as	regularidades	da	sociedade.	Essa	identificação	de	acordo	com	Mosca	deveria	ser	feita	
através	de	observação	para	que	se	pudesse	chegar	a	uma	conclusão	histórica	e	realista.	
Essa	observação	proporcionou	a	constatação	de	que	a	sociedade	é	dividida	entre	os	que	
governam	e	aqueles	que	são	governados.		Para	ele,	aqueles	que	governam	estão	entre	
a	classe	política,	os	grandes	empresários,	aqueles	que	detém	o	poder	e	por	outro	 lado	
encontramos	aqueles	que	são	governados	que	são	conhecidos	como	as	massas.
Para	Mosca,	a	classe	que	mais	deveria	ser	observada	seria		a	dos	que	governam,	
pois	está	sob	influência	e	decisão	desses	homens	o	futuro	da	sociedade.
Dessa	condição	como	veremos	mais	adiante,	derivar	a	outra,	não	menos	fun-
damental,	a	saber,	a	de	que	é	essa	classe	é	organizada.	A	classe	política	é,	
portanto,	uma	minoria	organizada	termo	frequentemente	utilizado	por	mosca.	
Segundo,	é	importante	atentar	para	a	ideia	de	que	a	classe	política	é	aquela	
que	monopoliza	os	recursos	de	poder	e	os	utiliza	em	benefício	próprio	ponto	
além	disso	essa	classe	exerce	todas	as	funções	políticas	e	não	apenas	a	tela	
dos	governos,	 isto	 é,	 ela	 controla	 vários	 recursos	 (econômicos,	 religiosos,	
escolares,	e	etc)	que	podem	ser	usados	para	influenciar	as	decisões	políti-
cas.	Ao	contrário,	a	massa	de	governados	é	definida	como	oposto	da	classe	
política,	são	governados	e	por	isso	dominados	porque	não	tem	a	posse	dos	
meios	de	governo	e	por	que	são	uma	maioria	desorganizada.	(PERISSINO-
TTO,	2018,	p.	30)	
Conforme	 Mosca	 (2009),	 toda	 mudança	 social	 é	 fundamentada	 historicamente	
na	mudança	 de	 quem	 está	 no	 poder,	 aquele	 que	 o	 assume.	Assim,	 a	 possibilidade	 de	
mudanças	se	fará	através	das	fontes	de	poder	em	que	,	em	muitos	casos	não	parece	ser	
interessante,	pois	temos	classes	políticas	baseadas	na	política	aristocrática,	definidas	por	
sua	origem	que	tem	a	lutar	para	que	não	haja	a	manutenção	desse	poder,	para	que	fique	
em	volta	desse	mesmo	processo	hereditário,	ou	seja,	para	que	fique	nos	seus	próprios	
membros	familiares	como	filhos,	netos		etc.
Esse	fato	historicamente	tende	a	mudar,	muitas	dessas	classes	declinam	e	perdem	
seu	poder	não	significando	o	fim	de	um	monopólio.	Com	o	fim	de	uma	dinastia	política,	a	
tendência	é	que	surjam	novas	forças	políticas	e	isso	fará	com	que	os	governantes	se	man-
tenham	no	poder	em	sua	grande	maioria,	enquanto	as	massas	continuam	a	ser	governadas.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 45
O	domínio	da	classe	política	sobre	o	resto	da	sociedade	não	é	entendido	por	
mosca	como	sendo	exclusivamente	o	resultado	de	uma	relação	de	força	en-
tre	dominantes	e	dominados.	Segundo	o	estudioso	italiano,	a	classe	política	
justifica	o	seu	poder	procurando	dar	de	uma	base	moral	ilegal,	apresentando	
este	mesmo	poder	como	consequência	necessária	de	doutrinas	e	crenças	
geralmente	reconhecidas	e	aceitas	na	sociedade	comandada	por	esta	clas-
se.	(PERISSINOTTO,	2018,	p.	37)
Para	Mosca	(2009),	a	ideia		da	soberania	popular	não	passa	de	um	engodo,	pois	
na	sociedade	contemporânea	é	possível	observar	que	a	vontade	popular	não	predomina	
sobre	as	questões	políticas,	pois		por	mais	que	o	homem	tenha	direito	ao	voto	nem	sempre	
as	opções	são	necessariamente	uma	solução	para	os	problemas	sociais	assim	como	ao	
ser	eleito	aquele	que	governa	passará	a	manipular	a	política	de	acordo	com	suas	vontades,		
sendo	assim,	essa	mudança	de	comportamento,	essa	divergência	entre	a	 fala	e	a	ação	
daqueles	que	governam	faz	com	que	a	sociedade	se	torne	refém	de	uma	política	social	de	
uma	política	pública,	na	qual	a	sua	vontade	estará	sempre	em	segundo	plano.
Mosca	(2009),	entende	que	o	fim	do	despotismo	poderia	se	dar	através	da	solida-
riedade,	contando	com	uma	proteção	 jurídica.	No	entanto,	ele	entende	que	a	maioria	dos	
indivíduos	pensam	mais	em	si	próprios	do	que	no	coletivo,	assim	o	autor	entende	que	a	pro-
teção	jurídica	proporciona	uma	conduta	moral,	evitando	desvio	de	ações	através	da	política,	
da	religião,	entre	outros	mecanismos.
Para	Mosca	(2009),	o	caminho	mais	provável	para	garantir	um	contra	peso	seria	
através	da	proteção	jurídica	liberal	limitando	o	poder	daqueles	que	governam.	
No	entanto,	esse	sistema	só	terá	resultados	através	de	uma	sociedade	organizada,	
na	 qual	 estaria	 presente	 uma	diversidade	 social	 através	 da	 sua	 representatividade.	Ele	
ainda	coloca	que	o		voto	não	deveria	ser	geral,	mas	sim	o	sistema	representativo	em	que		
apenas	uma	parte	da	sociedade	estaria	autorizada	ao	voto,	essa	parte	estaria	sendo	deter-
minada	através	de	sua	renda.
Nesse	 sistema,	 iria	 garantir	 que	 as	 minorias	 também	 estivessem	 organizadas	
evitando	o	despotismo.	Mosca	era	contra	o	sistema	democrático,	acreditando	que	os	prin-
cípios	políticos	deveriam	ser	mistos	divididos	entre	um	governo	monárquico,	democrático,	
e	aristocrático	sem	haver	predominância	de	nenhum	deles,	garantindo	assim	uma	política	
organizada	em	que		os	grupos	se	controlariam	entre	si.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 46
2.2 Vilfredo Pareto
Wilfried	Fritz	Pareto	nasceu	na	França	em	1848,	e	morreu	na	Suíça	em	1923.	Filho	
de	nobres,		em	sua	trajetória	foi		sociólogo,		teórico	político	e		economista	italiano.	Em	suas	
obras	abordou	sobre	as	elites	dominantes	sobre	a	teoria	do	comportamento	político	e	a	es-
sência	racional	do	homem.	Pareto	graduou-se	em	matemática	e	física	e	também	se	tornou	
engenheiro.	Também	ficou	conhecido	por	seus	estudos	em	matemática	e	análise	econômica.	
Foi	na	sociologia	que	Pareto	buscou	alcançar	aquilo	que	a	economia	não	explicava,	o	pensa-
mento	daquilo	que	não	está	voltado	para	lógica,	mas	para	as	relações	humanas.
Pareto	(1991),	graduou-se	através	da	tese	dos	princípios	fundamentais	do	equilíbrio	
dos	Estados	sólidos.	Esse	tema	esteve	presente	nos	estudos	de	Pareto	principalmente	pela	
ideia	do	equilíbrio,	palavra-chave	de	seus	estudos,	ele	também	estudou	economia	através	
das	obras	de	Adam	Smith	pelo		qual	aprofundou	seus	estudos	quanto	à	economia,	à	política,	
e	os	movimentos	sociais.
Através	das	suas	pesquisas	e	estudos	de	Pareto	assim	como	Mosca	acreditava	
na	 impossibilidade	de	produzir	um	estudo	neutro	quanto	às	questões	sociais	e	políticas,	
pois	acreditava	que	os	cientistas	naturais	se	deixavam	influenciar	por	preconceitos	e	pai-
xões.	Para	Pareto	(1991),	o	método	lógico	experimental	é	aquele	que	irá	proporcionar	um	
conhecimento	sistematizado	para	um	sociólogo,	buscando	verdades	e	conclusões.	Para	
ele,	a	busca	por	 identificar	 regularidades	é	ação	quefaz	com	que	o	homem	busque	as	
experiências	e	a	partir	delas	chegue	a	conclusões	nas	quais	possa	não	só	compreender	
como	colaborar	com	o	desenvolvimento	da	sociedade.
Através	 da	 observação	 da	 busca	 pelas	 experiências	 como	 forma	 de	 alcançar	 a	
verdade,	Pareto	(1991),	buscou	a	distinção	entre	verdade	e	utilidade.	Para	ele	a	verdade	
vem	através	da	ciência,	no	entanto	isso	não	significa	que	seja	socialmente	útil	sendo	assim	
nem	tudo	que	é	verdadeiro	caracteriza	positividade	para	o	equilíbrio	social.	
Pareto	 (1991)	 buscava	 através	 de	 suas	 obras	 encontrar	 o	 equilíbrio	 e	 como	 a	
sociedade	 alcançou	 esse	 equilíbrio	 ao	 longo	 dos	 tempos.	 Ele	 entendia	 que	 através	 da	
observação	que	todo	fenômeno	social	pode	ser	visto	como	a	realidade,	exatamente	como	
ela	se	apresenta,	ou	seja,	aquilo	que	é	objetivo	e	por	outro	lado	como	ela	é	vista	ao	espírito	
de	alguns	homens,	que	é	entendida	como	subjetiva.	Ele	compreende	que	a	ação	subjetiva	
compreende	uma	relação	lógica	entre	meio	e	fim.	Um	exemplo	de	uma	ação	subjetiva	seria	
uma	penitência	religiosa,	a	fim	de	alcançar	alguma	Graça	como,	por	exemplo,	um	trabalho.		
O		 trabalho	como	ação	humana	é	algo	objetivo,	no	entanto	a	ação	da	penitência	é	algo	
subjetivo,	por	isso	é	uma	relação	lógica.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 47
Para	Pareto	(1991)	as	relações	lógicas	são	frutos	de	um	processo	de	raciocínio	que	
busca	através	da	observação	compreender	e	analisar	o	seu	meio	e	dessa	forma	gerar	uma	
relação	lógica	em	todos	os	seus	componentes.
Pareto	(1991)	discutia	sobre	a	questão	da	democracia	em	um	mundo	contemporâ-
neo		e	sua	reflexão	nos	faz	pensar	sobre	a	questão	do	verdadeiro	valor	da	democracia	e	a	
liberdade	democrática	da	sociedade	como	um	todo.	
Em	todo	governo	democrático	entende-se	que	a	soberania	é	popular,	que	as	deci-
sões	serão	tomadas	pelo	povo	e	para	o	povo,		no	entanto	é	fato	que	em	um	processo	demo-
crático	em	que	os	representantes	do	povo	são	eleitos	através	do	voto,	a	soberania	popular	
não	é	uma	realidade,	pois	as	decisões	trazidas	pelos	eleitos	nem	sempre	contemplam	as	
necessidades	e	a	realidade	do	povo,	levando	por	terra	a	ideia	do	princípio	de	igualdade	e	
participação	política	popular.
Quanto	aos	 fenômenos	sociais	e	políticos,	Pareto	 (1991),	criou	uma	 teoria	 iden-
tificada	como	resíduos.	Nela	ele	discute	que	a	verdade	quanto	aos	fenômenos	sociais	e	
políticos	não	está	naquilo	que	é	defendido	pelo	homem	de	maneira	explicativa,	no	entanto	
abstrata,		pois	a	verdade	estará	em	sentimentos	profundos,	na	explicação	instintiva.
Ainda	sobre	a	teoria	dos	resíduos,	conforme	Pareto	(1991),	sua	discussão	quanto	à	
heterogeneidade	social.	Neste	momento,	Pareto	reflete	sobre	a	questão	da	homogeneidade	
da	sociedade,	para	ele	esse	fato	não	existe,	pois	os	homens	são	física,	moral	e	intelectual-
mente	diferentes.	Assim	vivendo	em	uma	sociedade	desigual	essa	mesma	sociedade	deve	
ser	dividida	em	dois	lados,	um	considerado	o	estrato	superior	e	o	outro	o	chamado	estrato	
inferior.	Para	ele,	o	estrato	superior	com	quem	as	elites,	as	classes	eleitas	formadas	por	
indivíduos	economicamente	superiores	detentores	do	poder.	Pareto	conclui	que	a	ideia	de	
elite	está	de	fato	associada	ao	seu	termo	etimológico	original,	ou	seja,	significa	que	são	os	
melhores,	os	eleitos.
O	conceito	defendido	por	Pareto	(1991),	acaba	por	dividir	a	elite.	Para	ele,	a	socie-
dade	divide	a	elite	governante	e	elite	não	governante,	a	elite	não	governante	representa	o	
grupo	que	se	destaca	em	suas	atividades,	no	entanto	não	estão	no	controle	político.	Para	
Pareto	 (1991),	 a	 classe	 governante	 é	 aquela	 que	 direta	 ou	 indiretamente	 influenciam	o	
governo,	sendo	assim	a	elite	política	se	forma	não	só	por	aqueles	que	foram	eleitos,	mas	
também	por	aqueles	que	controlam	a	economia,	a	cultura,	religião,	ou	saber	etc.	Assim,	
aquele	que	não	representa	a	elite	é	considerado	como	não	elite,	ou	seja,	as	massas	consi-
deradas	inferiores,	no	entanto	essas	classes	devem	se	manter	próximas,	para	que	haja	a	
circulação	das	elites	para	ocorrer	o	equilíbrio	social.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 48
2.3 Robert Michels
Nascido	na	Alemanha	em	1876	e	faleceu	em	Roma	em	1936.	Robert	Michels	le-
cionou	em	universidades	durante	quase	toda	a	sua	vida,	tornando-se	um	especialista	em	
sociologia	e	política.	Foi	autor	de	importantes	obras	como:	Zur	Soziologie	dês	Parteiwesens	
in	der	modernen	Demokratie	e	Corso	di	sociologia	política.
Em	sua	militância	fez	parte	do	partido	social	democrata	alemão	e	partido	socialista	
italiano	assim	como	posteriormente	se	juntou	ao	sindicalismo	revolucionário.	Se	tornou	do-
cente	universitário	onde	abordava	temas	como	economia	política.	Foi	muito	próximo	a	Max	
Weber,	no	entanto,	futuramente	afastou-se	retomando	bases	teóricas	de	Mosca	e	Pareto.
Michels	foi	aluno	de	Weber	que	teve	grande	contribuição	para	o	seu	sucesso,	pois	
o	orientava	quanto	aos	temas	a	serem	desenvolvidos	em	suas	pesquisas.	Ele	era	um	mili-
tante	do	movimento	socialista,	mas	devido	à	desorganização	interna,	a	falta	de	democracia	
acabou	afastando-se	do	movimento	compreendendo	com	isso	a	importância	da	formação	
de	minorias	dominantes,	mesmo	onde	o	discurso	democrático	era	mais	presente	e	se	mos-
trava	mais	adepto	ao	radicalismo.
Através	da	obra	“Sociologia	dos	Partidos	Políticos”	(1982),	ele	cita	a	divisão	entre	
governantes	que	ele	chama	de	oligarquia	ao	 invés	de	elite,	grupo	esse	organizado,	a	fim	
de	gerar	interesses	próprios	ao	invés	de	representar	o	grupo	no	qual	foi	escolhido	para.	Do	
outro	lado	estão	as	multidões,	que	em	sua	interpretação	esse	grupo	tenha	necessidade	de	
submissão	alguém	que	os	governe.
Michels	 (1982),	enfatiza	que	qualquer	 tipo	de	reivindicação	seja	de	grupos	elitiza-
dos	ou	pelas	massas,	existe	a	necessidade	de	uma	organização,	pois	para	ele	não	existe	
a	democracia	sem	necessariamente	se	organizar.	No	entanto,	ele	ainda	coloca	que	a	partir	
do	momento	em	que	essa	organização	se	faz	presente	ela	permite	reunir	forças,	ela	estará	
se	colocando	claramente	contra	os	princípios	democráticos.	Essa	observação	se	faz,	pois	
Michels	se	aprofundou	nos	estudos	sobre	a	organização	operária	de	orientação	socialista,	em	
especial	a	corrente	marxista	no	início	do	século	XX.	Para	esses	grupos,	a	democracia	deveria	
ser	destinada	como	um	autogoverno	das	massas	definindo	o	destino	de	cada	comunidade.
Para	Michels	(1982),	a	democracia	é	um	sistema	político	inviável.	 Isso	porque,	de	
acordo	com	o	sociólogo,	consultar	o	reunir	as	massas	é	algo	inviável	em	cada	momento	que	
for	necessário	uma	tomada	de	decisões,	por	isso	elas	devem	ser	representadas.	Ele	ainda	
coloca	que	não	existe	a	possibilidade	de	consultar	as	massas	a	todo	instante.	E	isso	repre-
senta	a	participação	ativa	daqueles	que	possuem	o	conhecimento	que	seriam	os	técnicos	e	
profissionais	especializados	como,	por	exemplo,	economistas,	advogados,	entre	outros.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 49
De	acordo	com	Michels	(1982),	teríamos	então	uma	lei	sociológica,	em	que	o	poder	
se	concentra	nas	mãos	de	chefes	e	especialistas,	e	aos	poucos	é	retirado	das	massas	esse	
mesmo	poder	de	decisão.	Para	ele,	isso	não	significa	concentrar	o	poder	nas	mãos	das	mino-
rias,	mas	sim	faz	parte	de	uma	exigência	organizacional	refletindo	assim	em	uma	hierarquia.
Como	 resultado	 da	 crescente	 complexidade	 das	 tarefas	 organizacionais	 e	
da	especialização	das	funções	no	seu	interior,	as	oligarquias	são	conduzidos	
há	uma	posição	de	superioridade	intelectual	contra	a	posta	a	uma	incompe-
tência	formal	e	real	das	massas.	Para	Michels,	portanto,	trata-se	da	seguinte	
equação:	a	expansão	das	organizações	exigem	especialização	das	funções,	
está	por	sua	vez,	conduz	a	profissionalização,	que	por	fim,	vem	acentuar	as	
diferenças	entre	chefes	e	as	massas	no	que	se	refere	ao	grau	de	instrução	
possuído	por	ambos.	(PERISSINOTTO,	p.88,	2018)
Assim,	Michels	 (1982),	 refere-se	 à	 superioridade	 intelectual	 em	 comparação	 àsmassas.	Para	ele,	essa	superioridade	é	algo	indispensável,	pois	esses	chefes	que	se	tem	
conhecimento.	Outra	 questão	 considerável	 é	 a	 necessidade	 de	mobilização	 e	 agilidade	
quanto	à	solução	de	problemas.	Para	ele	é	necessário	ações	que	tragam	uma	solução	ime-
diata	e	ágil	para	os	problemas	surgidos.	E	nesse	sentido	a	democracia	não	colabora	com	
essa	agilidade,	pois	ela	demanda	de	consultas	e	assembleias	e	reuniões	que	tornam	esse	
processo	bastante	lento.	Conclui-se	então	que	a	representação	democrática	é	uma	farsa	
em	que	a	vontade	dos	pequenos	grupos	representam	o	que	seria	o	desejo	das	massas	o	
que	de	fato	nem	sempre	é	uma	realidade.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 50
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Desde	 o	 surgimento	 da	 teoria	 das	 elites	 através	 de	 Gaetano	Mosca	 no	 século	
XIX,	muitas	são	as	discussões	que	permeiam	este	tema.	É	de	conhecimento	que	quando	
estamos	nos	referindo	à	elite	política,	a	elite	privada,	através	de	grandes	industriais,	gran-
des	banqueiros	entre	outros,	estamos	nos	referindo	àqueles	que	detém	o	poder,	ou	seja,	
aqueles	que	governam.
Aqueles	 que	 governam	 são	 numericamente	 menores	 do	 que	 aqueles	 que	 são	
governados.	 No	 entanto,	 mesmo	 aqueles	 que	 são	 governados	 representem	 a	 maioria,	
isso	não	significa	que	a	eles	será	atribuído	o	poder	de	escolher,	pois	os	governantes	são	
responsáveis	por	monopolizar	o	poder	e	assim	fazer	prevalecer	a	sua	vontade	através	de	
circunstâncias	legítimas	ou	se	necessário	arbitrárias,	desde	que	prevaleça	a	suas	necessi-
dades	e	as	necessidades	e	anseios	dos	pequenos	grupos.
Pensadores	antigos	e	modernos	como	Marx,	Maquiavel,	Montesquieu,	já	represen-
tavam	a	ideia	de	uma	elite	que	controlava	o	poder.	No	entanto,	quando	essas	teorias	foram	
discutidas	em	 tempos	passados	elas	ainda	não	haviam	sido	articuladas	e	conceituadas	
de	acordo	com	o	pensamento	de	Mosca	que	prioriza	esta	teoria,	embasada	naqueles	que	
governam	e	naqueles	que	são	governados.
Assim	compreendemos	que	as	classes	dirigentes	são	representadas	por	um	grupo	
homogêneo,	e	que	se	compreendem	devido	ao	fato	de	defenderem	os	mesmos	interesses.	
Mesmo	que	o	grupo	que	governa	representa	as	minorias	eles	são	detentores	do	poder,	e	
a	partir	dessa	constatação	também	serão	eles	a	definirem	os	caminhos	a	serem	tomados	
pela	sociedade	não	só	para	os	pequenos	grupos,	mas	também	para	as	grandes	massas.	
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES
 3 A DENÚNCIACONTRA AELITETÓPICO
E	 será	 a	 partir	 desse	 contexto	 que	 iremos	 nos	 deparar	 com	 as	 desigualdades	
sociais.	Esse	processo	de	desigualdade	entre	as	camadas	sociais,	serão	determinantes	
para	que	as	elites	 se	destaquem	e	monopolizem	o	poder.	A	partir	 desse	monopólio,	 as	
desigualdades	irão	se	evidenciar,	a	desigualdade	condiciona	as	massas	a	se	limitarem	a	
pouco	ou	a	nenhum	poder	de	decisão,	e	de	sobrevivência	em	sociedade.
Se	por	um	lado	aqueles	que	governam,	detém	o	poder	e	o	monopolizam	para	que	
as	necessidades,	 os	desejos	dos	pequenos	grupos	 se	 tornem	prioridade,	 do	outro	 lado	
nos	deparamos	com	os	grupos	mais	vulneráveis	da	nossa	sociedade.	São	aqueles	que	
são	negligenciados,	que	a	eles	o	direito	à	educação,	o	direito	a	condições	básicas	de	so-
brevivência,	a	efetivação	de	políticas	públicas.		Eles	não	têm	garantido	condições	básicas	
de	 sobrevivência	 nas	 quais	 encontramos	 na	 constituição	 brasileira,	 que	 é	 o	 documento	
mais	que	direciona	nossa	sociedade.		Assim,	encontramos	grupos	como	negros,	mulheres,	
indígenas,	imigrantes	entre	outros	que	representam	a	grande	massa,	que	são	lembrados	
em	momentos	de	decisão	política,	que	são	 lembrados	quando	as	necessidades	desses	
grupos	colaboram	para	que	as	elites	alcancem	seus	anseios	econômicos	e	políticos	,	mas	
que	em	nenhum	momento	muda	a	realidade	desses	grupos	de	fato,	é	uma	prática	ou	uma	
necessidade	imediata	para	as	classes	que	governam,	tornando	as	massas	descartáveis	até	
o	próximo	momento	que	se	tornam	uteis	novamente	para	garantir	a	conquista	das	elites.
As	 desigualdades	 se	 apresentam	 em	 grupos	 como:	 econômica,	 social	 e	 política.	
Esses	grupos	se	definem	e	se	completam.	A	desigualdade	pode	estar	presente	verticalmente	
quando	materializamos	a	divisão	social,	ou	seja,	aqueles	que	representam	as	elites	se	encon-
tram	no	topo	desta	pirâmide,	por	outro	lado	a	base	é	representada	pelas	massas,	por	aqueles	
que	 representam	 a	 classe	menos	 favorecida	 na	 sociedade.	 Essa	 diferença	 se	 evidencia	
através	da	diferença	baseada	na	renda	mensal.	Podemos	identificá-las	através	das	etnias,	
raça,	religião,	orientação	sexual	entre	outros.
Basicamente	a	desigualdade	social	tem	como	causa	aspectos	relevantes	e	de	co-
nhecimento	de	toda	a	sociedade.	Elas	podem	ser	exemplificadas	por	questões	como:	acesso	
à	educação	ou	a	falta	dele,	à	falta	de	políticas	públicas	que	contemplem	de	forma	igualitária	
a	sociedade,	acesso	à	cultura,	entre	outros	fatores.	As	consequências	dessa	desigualdade	
podem-se	evidenciar	em	questões	como	a	desigualdade	salarial	que	irá	refletir	na	saúde,	na	
cultura,	na	moradia,	enfim,	nas	condições	básicas	de	sobrevivência	de	um	cidadão.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 52
O	problema	aqui	não	consiste	em	que	os	sociólogos	levam	em	conta	as	mui-
tas	e	bem	documentada	as	diferenças	no	caráter	do	 trabalho,	no	estilo	de	
vida,	comportamento	político	e	nas	atitudes	que	existem	entre	os	grupos	o	
problema	consiste,	antes	de	 tudo,	no	 fato	de	que,	assim	procedendo,	mui-
tos	sociólogos	deixam	de	levar	em	conta	a	possibilidade	de	que	essas	dife-
renciações,	dentro	da	classe	operária	como	um	todo,	podem	muito	bem	ser	
respostas	diversas	as	 situações	 idênticas	do	 trabalho	assalariado	e	que	é	
igualdade	 subjacente	 a	 essa	 situação	 se	 torna	 crescentemente	mais	 clara	
sobre	o	 impacto	da	mecanização,	da	desqualificação	e	da	crescente	 inse-
gurança	de	emprego,	que	afetam	 tanto	os	 trabalhadores	manuais	quantos	
não-manuais.	A	crítica	a	tais	conceitualizações	elípticas	consiste	em	que	elas	
estão	totalmente	voltadas	para	percepção	subjetiva	de	diferenças,	ao	mesmo	
tempo	em	que	ignoram	a	igualdade	das	condições	objetivas,	as	quais	todos	
os	trabalhadores	assalariados	são	submetidos.	(OFFE,	1984,	p.	59)
Diante	de	tais	reflexões	é	impossível	não	atribuir	as	desigualdades	sociais	presen-
tes	àqueles	que	governam.	Se	na	esfera	pública	aqueles	que	governam	são	responsáveis	
por	administrar	a	economia	de	um	país,	se	são	eles	que	recebem	os	impostos	para	que	os	
mesmos	sejam	atribuídos	a	uma	sociedade	de	forma	que	se	diminua	a	disparidade	social,	
então	podemos	pensar	que	é	de	responsabilidade	dos	que	governam	toda	problemática	que	
envolve	as	questões	sociais	de	um	país.	Ainda	podemos	pensar	naqueles	que	governam	
e	que	representam	as	instituições	privadas,	são	esses	que	oferecem	salários	em	troca	da	
força	de	trabalho	das	massas.	Sendo	assim	também	é	de	responsabilidade	desse	grupo	
garantir	 salários	que	garantam	a	dignidade	social	de	um	cidadão,	assim	como	 todos	os	
direitos	legais	e	trabalhistas	que	competem	a	uma	sociedade	eticamente	organizada.	Se	
teoricamente	sabemos	que	a	essa	elite	cabe	a	organização	social,		a	questionar	e		buscar	
transparência	quanto	ao	papel	desenvolvido	por	aqueles	que	governam	para	que	a	prática	
de	uma	política	pública	ou	de	uma	empresa	privada	 tenha	como	prioridade	um	compor-
tamento	ético	no	qual	garantam	as	necessidades	básicas	daqueles	que	são	governados	
através	da	política,	da	economia	e	das	práticas	sociais.
	
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 53
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Começamos	a	apresentar	a	crítica	à	elite	liberal,	através	de	Japiassu	(2006),		quan-
do		ele	afirma	que:
o	 liberalismo	políticoconsidera	a	vontade	 individual	como	 fundamento	das	
relações	sociais,	dependendo,	portanto,	a	liberdade	individual,	liberdade	de	
pensamento	e	de	opinião,	liberdade	de	culto”,	em	relação	ao	poder	do	estado	
um	deve	ser	limitado	defendendo	assim	o	pluralismo	das	opiniões	e	a	inde-
pendência	entre	os	poderes	legislativo,	executivo	e	judiciário	que	constituem	
o	Estado.	(JAPIASSU,	2006.	Pg.	168).
Já	o	liberalismo	econômico,	cujo	principal	teórico	foi	Smith	(1996),	considera	que	
existem	leis	inerentes	ao	próprio	processo	econômico	tais	como	a	lei	da	oferta	e	da	procura,	
que	estabelece	o	equilíbrio	entre	a	produção,	distribuição	e	o	consumo	de	bens	em	uma	
sociedade.	O	estado	não	deve	interferir	na	economia,	mas	apenas	garantir	a	livre	iniciativa	
e	a	propriedade	privada	dos	meios	de	produção.
Ainda	no	âmbito	privado	podemos	entender	como	pessoas	politicamente	 liberais	
que	têm	como	característica	uma	educação	que	proporcionou	a	elas	acesso	à	riqueza	e	
ao	poder,	nos	quais	a	transforma	em	um	grupo	que	representa	as	minorias	que	governam.	
É	comum	 também	a	este	grupo	se	posicionarem	como	aqueles	que	apoiam	as	massas	
trabalhadoras,	no	entanto	eles	 representam	a	elite	que	governa	e	assim	estão	 longe	de	
uma	compreensão	realmente	clara	das	necessidades	básicas	da	classe	dominada.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES
 4 CRÍTICA À ELITE LIBERALTÓPICO
É	comum	encontrarmos	indivíduos	que	fazem	parte	desta	elite	liberal	defender	o	
princípio	de	que,	a	valorização	da	liberdade	individual,	direciona	o	indivíduo	para	que	ele		
tenha	mais	facilidade	em	alcançar	seus	objetivos	e	assim	conquistar	os	seus	desejos.	No	
entanto,	é	de	conhecimento	que	nem	sempre	o	fato	de	um	indivíduo	escolher	qual	caminho	
trilhar	irá	significar	o	sucesso	nesse	caminho.	Os	seres	humanos	estão	fadados	a	serem	
rotulados	por	sua	classe	social,	sua	etnia,	suas	condições	econômicas.	Neste	sentido	um	
indivíduo	que	pertence	às	massas	 terá	muito	mais	dificuldade	de	se	posicionar	em	uma	
sociedade	 extremamente	 preconceituosa,	 assim	 como	 ter	 acesso	 à	 educação,	 saúde	 e	
condições	sociais	que	possam	proporcionar	a	ele	condições	para	que	o	sucesso	não	signi-
fique	uma	luta	diária	a	ser	conquistada,	mas	sim,	o	resultado	de	um	trabalho	estruturado	e	
natural	para	a	conquista	social	dos	indivíduos.
Para	Rosas	 (2018),	o	 liberalismo	 igualitário	nasce	como	uma	 reação	as	classes	
dominantes.	Busacando	valores	que	não	podem	ser	negociáveis.	Podemos	perceber	essa	
afirmação	em	Rosas	(2018):
O	 paradigma	 liberal	 igualitário	 contemporâneo	 surge	 como	 reação	 contra	 o	
utilitarismo	dominante	na	política	e	na	economia.	Em	vez	da	perspectiva	con-
sequencialista,	welfarista	e	agregativa	que	caracteriza	as	diferentes	formas	de	
utilitarismo,	o	liberalismo	igualitário	é	de	carácter	deontológico,	não	welfarista	e	
anti-agregativo.	Ele	afirma	a	primazia	da	virtude	social	da	justiça	e	do	respeito	
por	direitos	individuais.	Para	o	liberalismo	igualitário	estes	valores	não	são	ne-
gociáveis	em	função	de	quaisquer	consequências	antecipáveis	que	permitam	
a	maximização	do	bem-estar	agregado.	(ROSAS,	2018.	Pg.	37.).
Já	o	liberalismo	em	si,	apresenta	sua	base	na	liberdade	e	nos	direitos	individuais,	a	
igualdade	diante	da	lei,	o	direito	à	propriedade	privada	e	ao	comércio.	A	história	do	libera-
lismo	iniciou-se	no	século	XIII	na	Inglaterra	sendo	marcada	pela	ideia	do	estado	mínimo,	a	
meritocracia	e	o	esforço	individual	para	que	cada	um	possa	alcançar	seus	objetivos.
Quando	pensamos	intimamente	nas	questões	sociais,	como,	por	exemplo,	os	gru-
pos	que	governam	e	os	grupos	que	são	governados.	Basicamente	entendemos	a	ideia	de	
liberalismo	e	a	questão	da	meritocracia	como	sendo	um	objetivo	individual,	em	que		cada	
cidadão	irá	trabalhar	e	lutar	em	busca	de	reconhecimento	e	de	alcançar	suas	expectativas	
e	seus	anseios.	Mas	a	dúvida	que	nos	faz	questionar	e	refletir	é,	todos	os	cidadãos,	inde-
pendentemente	de	sua	classe	social,	do	seu	acesso	à	educação,	a	cultura,	possuem	as	
mesmas	condições	de	alcançarem	o	sucesso	através	da	concorrência?
Surge	então	uma	fundamentação	teórica	muito	discutida	dentre	os	grupos	que	so-
cialmente	discutem	as	questões	sociais	no	mundo.	Sendo	assim	compreender	que	todas	as	
pessoas	possuem	os	mesmos	direitos,	mas	ao	mesmo	tempo	questionar	o	sistema	no	qual	
um	indivíduo	tem	a	liberdade	de	viver,	mas	não	tem	a	liberdade	de	escolher	a	sua	profissão	
no	futuro,	pois	as	condições	sociais	nas	quais	ele	está	inserido	não	proporcionam	a	ele	o	
direito	de	estar	frequentando	esses	meios	educacionais.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 55
Historicamente	quando	pensamos	na	questão	do	liberalismo	e	a	visão	de	que	será	
através	 da	 valorização,	 da	meritocracia	 e	 da	 liberdade	 de	 escolha	 que	 o	 indivíduo	 terá	
sucesso	em	sua	vida	social	e	profissional,	é	possível	perceber	que	isso	não	depende	única	
e	exclusivamente	da	vontade	dos	seres	humanos,	mas	é	um	processo	no	qual	a	sociedade	
como	um	todo	está	inserida.	A	sociologia	 já	provou	que	não	basta	unicamente	o	desejo,	
a	vontade,	a	luta	individual	para	que	o	sucesso	chegue	às	pessoas.	Esse	é	um	processo	
coletivo,	pois	cada	indivíduo	pertence	a	uma	cultura,	a	uma	história	individual	e	coletiva	di-
ferente.	Será	através	dessa	história	que	a	busca	pelo	sucesso	poderá	ou	não	ter	êxito,	pois	
cada	um,	através	do	seu	processo	coletivo	que	envolve	família,	escola,	políticas	públicas,	
sociedade,	poderá	ou	não	alcançar	os	objetivos	traçados.
Na	idade	média	os	critérios	que	definiam	a	pobreza	não	eram	exclusivamente	rela-
cionados	aos	critérios	econômicos,	mas	as	condições	de	nascença	ponto	a	igreja	católica	era	
muito	influente	na	vida	das	pessoas,	sendo	assim	havia	uma	visão	positiva	da	pobreza,	pois	
ela	despertava	o	sentido	da	caridade	e	compaixão	junto	aos	indivíduos.	Ter	uma	alma	nobre	
em	virtude	era	algo	compensatório,	assim	como	a	pobreza	de	ações	referentes	à	caridade	
eram	vistos	como	defeito.	Na	visão	cristã	a	caridade	era	vista	como	uma	obrigação	moral.
Já	no	século	XVI,	na	história	moderna,	o	antropocentrismo	passa	a	ser	o	prota-
gonista	 de	 toda	 a	 formação	 social.	Os	 pobres	 representavam	as	 questões	 religiosas,	 a	
pobreza	e	a	caridade	despertados	por	Cristo.	Esse	período	também	foi	marcado	principal-
mente	na	Inglaterra	pelo	crescimento	comercial	industrial,	aumentando	excessivamente	a	
necessidade	de	mão	de	obra.	Nesse	processo,	a	pobreza	e	a	miséria	passaram	a	ser	vistas	
como	preguiça,	o	desinteresse	econômico,	pois,	havia	muitas	oportunidades	de	trabalho.	
No	entanto,	em	nenhum	momento	foram	consideradas	as	condições	de	trabalho,	a	explo-
ração	da	mão	de	obra	do	trabalhador,	a	falta	de	leis	trabalhistas	que	garantem	o	mínimo	de	
qualidade	de	vida	e	respeito	ao	trabalhador.
Se	o	povo	não	adquirir	o	hábito	do	trabalho,	os	preços	baixos	de	todos	os	ar-
tigos	necessários	para	a	vida	estimulam	a	preguiça.	O	melhor	remédio	contra	
isso	é	aumentar	 a	demanda	de	 todos	os	artigos	necessários;	 não	 somente	
através	de	prêmios	de	exportação	—	o	que	aliás	muitas	vezes	também	é	útil	
—	mas	aumentando	o	número	de	pessoas	que	os	consomem;	e	quando	os	
artigos	forem	caros,	exigir-se-ão	mais	trabalho	e	aplicação	em	todos	os	tipos	
de	comércio	e	artes	para	obtê-los.	(SMITH,	1996,	p.	47).
No	século	XVIII	o	liberalismo	se	fortaleceu,	levando	a	justificativa	para	o	sucesso	
dos	indivíduos,	a	falta	de	interesse	e	de	luta	para	se	alcançar	o	sucesso.	As	pessoas	eram	
vistas	como	protagonistas	do	seu	destino,	somente	a	elas	cabia	alcançar	o	sucesso	social	
e	econômico.	A	caridade	como	um	todo	já	não	fazia	parte	da	rotina	social,	pois	para	muitos	
era	necessário	manter	o	medo	da	pobreza	e	da	fome,	a	fim	de	que	os	trabalhadores	reali-
zassem	com	disciplina	interesse	suas	funções.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 56
Na	idade	contemporânea,	quando	se	analisa	todo	este	processo	que	caracteriza	
o	mundo	do	trabalho	e	a	visão	quanto	ao	objetivo	de	alcançar	o	sucesso,	compreende-se	
também	as	grandes	 lacunas	entre	asoportunidades	ofertadas,	as	chamadas	elites	e	as	
massas,	as	precariedades	dessas	oportunidades	e	os	meios	disponíveis	a	ela.	Assim,	quan-
do	analisamos	a	atualidade	e	as	questões	sociais,	observamos	que	a	meritocracia	cada	vez	
mais	passa	a	 fazer	parte	da	realidade	da	sociedade.	Os	 indivíduos	são	cobrados	desde	
sua	formação	acadêmica	que	o	seu	sucesso	será	fruto	dos	seus	esforços,	no	entanto,	a	
desigualdade	social,	as	dificuldades,	o	preconceito	junto	às	classes	mais	pobres	estão	cada	
vez	mais	presentes.	Assim		a	chamada	meritocracia,	vista	como	um	sonho	a	ser	atingido	
individualmente	e	que	só	depende	do	indivíduo,	passa	a	ser	vista	pela	sociologia	como	uma	
luta	desigual,	em	uma	sociedade	em	que	as	oportunidades	não	se	apresentam	de	forma	
igualitária	para	todos,	em	que		as	diferenças	se	fazem	presentes	e	são	determinantes	para	
que	um	indivíduo	possa	ou	não	ser	inserido	na	sociedade	e	no	mundo	do	trabalho.
Mas	seria	realmente	razoável	assumir	que	a	probabilidade	de	uma	concei-
tualização	equivocada	dos	interesses	esteja	equitativamente	distribuída	entre	
as	 classes?	Argumentar	 aqui	 que	 esse	 não	 é	 o	 caso,	 que	 ao	 contrário,	 a	
probabilidade	de	distorção	dos	interesses	é	maior	por	parte	da	classe	traba-
lhadora	que	por	sua	parte	da	classe	capitalista,	sobre	o	domínio	das	relações	
capitalistas	de	produção.	De	acordo	com	esse	argumento,	os	membros	da	
classe	 operária	 experimentam	maiores	 dificuldades	 para	 determinar	 o	 que	
seria	os	seus	verdadeiros	 interesses,	 isto	é,	eles	 têm	maiores	dificuldades	
de	superar	o	hiato	entre	interesses	empíricos	e	interesses	verdadeiros.	Essa	
assimetria	tem	a	ver	com	a	própria	dominação	de	classe	com	a	ambiguidade,	
alienação,	a	mistificação	e	o	fetichismo	afetam	diretamente	a	consciência	da	
classe	operária	tanto	quanto	a	exploração	e	a	forma	mercadoria,	imposta	a	
força	de	trabalho	humano	afetam	suas	condições	materiais	e	sociais	de	vida	
se	tá	uma	simetria	existisse	a	um	nível		da	percepção	dos	interesses,	então	
esperaríamos	encontrar	diferentes	tipos	e	graus	de	esforços	organizacionais	
e	comunicativos	para	racionalizar	os	respectivos	interesses,	isto	é,	para	su-
perar	 as	 distorções	 e	 desvios	 específicos	 que	 são	 o	 resultado	 da	 posição	
específica	de	classe	.(OFFE,	1984,		p.	85).
O	liberalismo	está	intimamente	relacionado	com	as	ideias	iluministas	do	século	XVIII.	
A	partir	de	John	Locke	(1996),	a	ideia	do	liberalismo	passou	a	ser	defendida	de	uma	forma	
mais	precisa.	Para	ele,	os	indivíduos	têm	o	direito	natural	à	liberdade,	à	propriedade	privada	e	
a	resistir	contra	a	imposição	de	ideias	de	seus	governos.	Locke	ainda	compreendia	que	o	po-
der	emanava	do	povo	e	não	propriamente	de	Deus	como	era	defendido	no	período	medieval.	
Por	esse	motivo	era	necessário	estabelecer	uma	relação	entre	governantes	e	governados	e	
criar	uma	relação	entre	essas	forças	para	que	a	sociedade	pudesse	se	movimentar	harmoni-
camente	respeitando	os	direitos	individuais.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 57
O	liberalismo	tem	suas	bases	no	afastamento	do	estado	quanto	nas		políticas	pú-
blicas	e	sociais.	Sendo	ele	um	defensor	da	Liberdade	individual,	dos	direitos	individuais,	da	
igualdade,	segurança,	felicidade,	liberdade	religiosa,	é	também	parte	do	seu	processo	de	
formação	liberal	a	ideia	de	não	intervenção	governamental,	pois	alcançar	o	sucesso	através	
dos	itens	já	citados	fazem	parte	de	um	plano	individual	e	não	coletivo.
Essa	ideia	já	pressupõe	o	ideal	defendido	por	Smith	(1996)	em	que		eram	prioriza-
dos	a	propriedade	privada,	o	livre	mercado,	e	a	tributação	mínima.
A	partir	do	pressuposto	do	 liberalismo	e	o	 livre	mercado	entende-se	que,	a	não	
intervenção	do	estado	 significa	 liberdade	para	esses	detentores	do	 capital	 e	dos	meios	
de	produção	e	venda	à	liberdade	de	opção	pelo	preço	a	ser	comercializado,	o	salários	a	
serem	pagos,	o	que	muitas	vezes	ocasiona	uma	grande	disparidade	econômica	entre	elite	
e	massa.	Assim	um	estado	 liberal	deve	ser	 regido	por	 leis	que	estabeleçam	 limites.	No	
entanto,	a	liberdade	comercial	passa	a	ser	parte	fundamental	dessas	relações	estando	a	
elite	livre	para	determinar	este	segmento.
Outra	questão	muito	debatida	e	presente	nas	transformações	econômicas	é	o	neo-
liberalismo	e	a	privatização	de	empresas	estatais.	Se	por	um	lado	a	circulação	de	capitais,	
abertura	econômica,	podem	trazer	benefícios	para	a	economia	de	um	país,	por	outro	lado	
nós	temos	o	desmonte	de	concursos	e	políticas	públicas	que	em	muitos	casos	favorecem	
aqueles	que	proporcionam	o	sucesso	individual	de	cada	pessoa.
Ainda	que	alguém	fizesse	um	uso	assim	perverso	das	bênçãos	derramadas	
por	Deus	sobre	sua	cabeça	com	mão	liberal,	que	alguém	fosse	cruel	e	des-
provido	de	caridade	a	esse	extremo,	não	estaria	comprovado	que	a	proprie-
dade	da	 terra,	mesmo	neste	caso,	conferir	se	alguma	autoridade	sobre	as	
pessoas	dos	homens,	o	que	somente	pode	ocorrer	mediante	um	pacto.	Pois	
a	autoridade	do	rico	proprietário	e	a	submissão	do	mendigo	necessitado	origi-
nam-se	não	das	posses	do	senhor,	e	sim	do	consentimento	do	pobre	que	pre-
feriu	ser	súdito	a	morrer	de	fome	e	o	homem	em	que	se	submete	desta	forma	
não	pode	pretender	estar	submetido	a	um	poder	maior	do	que	aquele	em	que	
consentiu	mediante	ao	pacto	ponto	com	base	nessas	premissas,	o	fato	de	um	
homem	os	armazéns	abarrotados	em	período	de	escassez,	ou	dinheiro	no	
bolso,	ou	estar	numa	embarcação	no	mar	sabendo	nadar,	pode	ser	também	a	
origem	de	um	governo	e	domínio,	tal	como	se	tivesse	a	posse	de	toda	a	terra	
do	mundo,	 dados	 em	 qualquer	 uma	 dessas	 circunstâncias	 suficiente	 para	
permitir	a	ele	salvar	a	vida	de	um	homem	que	pereceria	caso	tal	assistência	
ali	 fosse	 negada	 e,	 segundo	 está	 regra	 tudo	 quanto	 possa	 constituir	 uma	
oportunidade	para	Se	valer	da	necessidade	de	outrem	para	salvar	a	vida	ou	
algo	que	lhe	traga	caro,	ao	preço	de	sua	liberdade	pode	converter-se	numa	
fundação	de	soberania	bem	como	de	propriedade.	(LOCKE,	1996,	p.	245).
Assim	o	princípio	do	liberalismo	acaba	por	desencadear	novos	problemas	sociais	
que	muitas	vezes	afetam	diretamente	aqueles	que	são	governados,	ou	seja,	as	massas.	
É	possível	 citar	entre	as	principais	 críticas	a	 serem	abordadas:	a	meritocracia	 seria	um	
sistema	falho,	pois	nem	todos	fazem	parte	dos	grupos	com	condições	de	alcançar	esses	
objetivos.	Levando	assim	a	uma	diferença	injusta	entre	as	partes,	em	que	o	favorecimento	
estará	para	aquele	que	tem	mais	condições	financeiras	e	estabilidade.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 58
Toda	mercadoria	que	não	possui	uma	política	de	estado	reguladora	terá	em	sua	
comercialização	o	favorecimento	das	ambições	do	detentor	dessas	mercadorias	e	de	seu	
poder	de	comércio.
Quanto		à	tributação,	privilegia	as	elites	e	as	chances	de	que	isso	levará	a	oneração	
dos	cidadãos	que	pagam	os	impostos,	principalmente	as	massas.
Quando	o	estado	coloca	a	liberdade	individual	acima	de	outros	direitos	fundamen-
tais	ele	abre	espaço	para	a	formação	de	uma	sociedade	com	uma	moralidade	definida.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 59
60
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro	(a)	acadêmico	(a),	chegamos	ao	final	desta	unidade	e	ao	decorrer	dela	apro-
fundamos	nossos	estudos	quanto	à	Teoria	das	Elites,	e	sua	compreensão	quanto	ao	estudo	
da	sociologia.
Iniciamos	nosso	estudo	através	do	conceito	de	elite	e	seus	pressupostos	históricos,	
neste	capítulo	foi	de	suma	importância	compreender	a	influência	das	elites	na	visão	social,	
econômica	e	histórica	ao	longo	dos	tempos.
No	segundo	capítulo,	nosso	foco	de	estudos	direcionou-se	a	conhecer	e	compreender	
a	corrente	sociológica	de	pensadores	como:	Vilfredo	Pareto,	Gaetano	Mosca	e	Robert	Michels.	
Através	do	contexto	teórico	desses	sociólogos	foi	possível	conhecer	e	aprofundar	nossos	es-
tudos	nas	questões	sociais	sobre	a	formação	das	elites	e	das	massas,	ao	longo	das	décadas.
Dando	continuidade	aos	nossos	estudos,	abordamos	ainda	a	questão	da	“Denún-
cia	contra	as	elites”	buscando	compreender	mais	sistematicamenteas	ações	econômicas,	
políticas	e	sociais	praticadas	por	esse	grupo,	e	assim	através	de	reflexões	que	objetivam	
formular	uma	crítica	real	e	construtiva	sobre	as	ações	praticadas	pelas	elites	e	o	reflexo	
delas	na	sociedade	contemporânea.
Por	fim,	encerramos	essa	unidade	buscando	compreender	a	 importância	das	re-
flexões	quanto	à		Crítica	da	elite	liberal,	seu	conceito,	ações,	e	reflexo	para	sociedade	em	
todos	os	seus	momentos	buscando	um	despertar	crítico	e	reflexivo	quanto	à	sociologia.	
Sucesso e até o próximo capítulo.
Obrigada a todos(as)!
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 60
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 6161
Vídeo do canal Futura aborda sobre a desigualdade social no Brasil. A desigualdade econômica se dá por 
meio da distribuição irregular da renda, gerando a pobreza.
Fonte: Canal Futura.Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Iw4h88BY3A4 . Acesso : 21 fev. 2022
O escritor Jessé de Souza, faz uma análise crítica sobre a política brasileira desde a escravidão até a Lava 
Jato, com um olhar bastante afinado e críticas inteligentes sobre a história política do Brasil.
Fonte: Revista Cult.Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/jesse-souza-a-elite-do-atraso/.
Acesso: 21 Fev. 2022
https://www.youtube.com/watch?v=Iw4h88BY3A4 
https://revistacult.uol.com.br/home/jesse-souza-a-elite-do-atraso/ 
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WEB
O	podcast	aborda	a	questão	da	desigualdade	social	no	Brasil	relacionados	à	edu-
cação.	Seu	principal	foco	de	estudo	está	na	diferença	dos	níveis	de	aprendizagem	entre	
escolas	públicas	e	privadas.
Gazeta	do	Povo.	Tragédia na educação: Brasil aprofunda desigualdade social 
na sala de aula.	Disponível	em:	https://www.youtube.com/watch?v=IDIXmmDFj8E	.	Acesso	
em:	11	fev.	2022.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 62
https://www.youtube.com/watch?v=IDIXmmDFj8E
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MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Violência e a história da desigualdade.
Autor: Walter Scheidel
Editora: Zahar; 1ª Edição (1 março 2017).
Sinopse: Das primeiras sociedades humanas até hoje, a desigual-
dade econômica só diminuiu de forma significativa com rupturas 
violentas de larga escala. Sem guerras em massa, revoluções 
transformadoras, falência do Estado ou epidemias catastró-
ficas nunca houve nivelamento real de renda ou riqueza ― os 
ricos continuaram ricos ou, como nas últimas décadas, ficaram 
ainda mais ricos, uma vez que sempre resistiram a mudanças 
profundas alcançadas pacificamente. Com argumentos sólidos, 
fundamentados por pesquisa detalhada e apresentada com 
fartura de dados, Walter Scheidel, historiador da Universidade 
Stanford, chega a uma conclusão ainda mais perturbadora: se 
atualmente os eventos de violência cataclísmica não parecem ser 
tão ameaçadores quanto antes, por outro lado as propostas eco-
nômicas para reduzir a desigualdade não estão surtindo efeito, e 
o desequilíbrio econômico e social só tende a aumentar.
LIVRO 2
TÍtulo: A Elite do Atraso
Autor: Jessé Souza
Editora: Estação Brasil(Fevereiro 2019)
Numa época em que a questão das desigualdades racial e social 
estão, mais do que nunca, no centro de cena, o sociólogo Jessé 
Souza escancara o pacto dos donos do poder para perpetuar 
uma sociedade cruel forjada na escravidão. Esse é o pilar de 
sustentação de nossa elite, A elite do atraso. Depois da polêmica 
aberta pela obra A tolice da inteligência brasileira e da contun-
dência exposta em A radiografia do golpe, o autor apresenta 
uma obra surpreendente, forte, inovadora e crítica na essência, 
com um texto aguerrido e acessível. Figuras como as do “homem 
cordial” de Sérgio Buarque de Holanda e do “jeitinho brasileiro” 
interpretada por Roberto DaMatta sedimentaram a síndrome de 
vira-lata do brasileiro e a ideia de que a corrupção política é o 
grande problema nacional. Para Jessé, no entanto, ideias velhas 
nos legaram o tema da corrupção dos tolos, restrita à política. 
Na corrupção real, no entanto, o problema central – sustentado 
por outras forças – é a manutenção secular de uma sociedade 
desigual, que impossibilita o resgate do Brasil esquecido e 
humilhado. Com o objetivo de desconstruir essa legitimação 
“naturalizada” ao longo de décadas, o autor toma a experiência 
da escravidão como a semente da sociedade desigual, perversa 
e excludente do Brasil para, em seguida, analisar como a luta 
de classes por privilégios construiu alianças e preconceitos que 
esclarecem o padrão histórico repetido nos embates políticos do 
Brasil moderno. Por fim, faz o diagnóstico do momento atual, 
batendo forte no que chama de conluio entre a grande mídia e a 
operação Lava Jato.
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 63
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FILME / VÍDEO
Filme: Você não estava aqui
Ano: 2020
Diretor: Ken Loach
Sinopse: O foco da obra está nas críticas ao trabalho informal, 
as condições às quais as pessoas são submetidas nesse tipo de 
atividade e sobretudo ao que vem sendo chamado de “uberiza-
ção do trabalho”.
Uma família enfrenta dificuldades financeiras depois da crise 
de 2008. O pai começa a trabalhar em uma empresa de entre-
gas sem um vínculo empregatício. Com o tempo, a autonomia 
de fazer seus próprios chefe acaba se tornando um pesadelo 
de turnos desumanos e sacrifícios financeiros para conseguir 
manter a família. Uma tragédia social que está na ordem do dia. 
FILME / VÍDEO 2 
Filme: Coringa
Ano: 2019
Diretor: Todd Phillips
Sinopse: Indicado a 11 categorias no Oscar 2020 e levando 
duas estatuetas, o filme conta a história do grande inimigo de 
Batman. Após ser demitido de seu emprego como palhaço em 
uma agência, Arthur, o Coringa, comete uma série de assassi-
natos. Suas ações iniciam um movimento popular contra a elite 
de Gotham City. 
A obra mostra as dificuldades enfrentadas pelo personagem 
na vida social, financeira e psicológica. Nesse contexto, existe 
uma forte crítica ao neoliberalismo, já que a obra provoca o 
espectador para questionar a falta de auxílio do estado ao 
personagem. Arthur responde a isso tudo com uma violência 
extrema que acaba sendo aclamada por uma população que só 
enxerga a solução para seus problemas por esse caminho. 
Vale lembrar que, na época de sua estreia, apesar do sucesso 
de público, o filme chegou a ser criticado nas redes sociais pela 
violência empregada nas cenas. As discussões chegaram aos 
massacres com armas de fogo nos Estados Unidos – tema de 
extrema relevância nos dias de hoje. Muitos apontavam que o 
filme incitaria esse tipo de ataque. 
UNIDADE 2 TEORIA DAS ELITES 64
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Plano de Estudos
• Definição o que é?;
• Dimensão Econômica e Política;
• Dimensão Política; 
• Crise do Estado de Bem-Estar Social
 e ascensão do Neoliberalismo
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar o conceito de Estado 
 e o bem estar social, enfatizando seu compromisso 
 com as políticas públicas;
• Compreender a responsabilidade do Estado 
 enquanto regulador e responsável pela 
 economia e política nacional;
• Contextualizar o processo da dimensão da 
 política enquanto órgão competente quanto 
 às responsabilidades junto ao Estado de direito 
 democrático;
• Problematizar as questões que envolvem o bem 
 estarsocial e influência do neoliberalismo 
 nas políticas públicas na sociedade contemporânea.
3UNIDADEUNIDADEO ESTADOO ESTADODE BEMDE BEMESTAR SOCIALESTAR SOCIALProfessora Esp. Alessandra Domingues Gomes
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INTRODUÇÃO
Seja	muito	bem-vindo(a)	!
Prezado(a)	educando(a),	é	com	muito	prazer	que	daremos	continuidade	aos	nossos	
estudos	sobre	o	Estado	e	o	bem-estar	social.
Iniciaremos	 nossos	 estudos	 explorando	 o	 contexto	 que	 representa	 os	 Estado	 e	
suas	responsabilidades	legais	junto	a	uma	nação.
Nossa	abordagem	sobre	a	sociologia	e	a	Dimensão	Econômica	e	Política,	tendo	
como	ênfase	relacionar	o	princípio	do	que	é	a	política	e	a	relação	com	a	economia	em	uma	
abordagem	social	e	igualitária,	que	prevaleça	as	questões	de	necessidades	pertinentes	às	
políticas	públicas.
Dando	continuidade	aos	nossos	estudos	sobre	a	sociologia	na	contemporaneidade	
e	sua	influência	para	formação	das	elites	e	a	constituição		das	massas,	o	foco	de	pesquisa	
estará	na	denúncia	quanto	à	monopolização	do	 	poder	e	o	abandono	social	dos	grupos	
menos	favorecidos.
E,	por	último,	estaremos	concluindo	os	estudos	deste	capítulo	abordando	sobre	
a	Crítica	da	elite	 liberal,	nela	será	 feita	uma	análise	quanto	à	Crítica	à	elite	 liberal,	suas	
características	e	seu	papel	na	sociedade.
Espero	que	tenham	um	momento	de	estudo	satisfatório	e	que	essa	leitura	possa	
colaborar	no	aprofundamento	de	seu	conhecimento,	relacionando	a	importância	da	socio-
logia	e	seus	conceitos	para	a	sociedade	em	seus	mais	diversos	períodos.
Muito obrigado e bom estudo!
UNIDADE 3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL
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O	estado	de	bem-estar	social	surgiu	após	a	segunda	guerra	mundial	com	o	objetivo	
de	reconstruir	a	economia	nos	países	ocidentais	objetivando	uma	nova	organização	econô-
mica	e	política	quanto	à	sociedade.
Quando	criado,	seu	objetivo	era	garantir	o	enfrentamento	quanto	aos	trabalhadores	
que	exigiam	melhores	condições	de	vida	e	trabalho,	assim	como	garantir	uma	nova	ordem	
econômica	contrapondo	aos	blocos	socialistas.	O	estado	social	surgiu	a	partir	das	teorias	
de	 John	Maynard	Keynes	em	sua	obra	 “Teoria	geral	 do	emprego	do	 juro	e	da	moeda”.	
(2010).	Assim	o	estado	teria	como	objetivo	intervir	nas	atividades	econômicas	investindo,	
executando	obras,	 redistribuindo	 rendas	e	 assim	garantindo	o	 bem-estar	 da	população.	
Essa	ideia	contrapunha	o	liberalismo,	ou	estado	mínimo,	que	tinha	como	objetivo	distanciar	
a	intervenção	do	estado.
Fiori	(1997),	nos	fornece	uma	definição	sobre	o	estado	de	bem-	estar	social	simples	
e	objetiva,	como	podemos	verificar	abaixo:
Uma	premissa	metodológica	aparentemente	simples,	mas	cuja	 imensa	com-
plexidade	prática	aparece	de	imediato	quando	tentamos	reunir,	sob	um	mesmo	
conceito	-	o	da	"proteção	social".	Instituições	e	práticas	tão	radicalmente	distin-
tas	como	silo	as	Poor	Laws	e	as	Friendly	Societies	inglesas,	os	seguros	sociais	
compulsórios	alemães,	dos	tempos	de	Bismarck,	as	Caixas	de	Pensão	brasilei-
ras	dos	tempos	de	Eloy	Chaves,	o	New	Deal	norte-americano	de	Roosevelt	ou,	
finalmente,	o	Estado	de	Bem-Estar	Social,	a	forma	moderna	mais	avançada	de	
exercício	público	da	proteção	social.	(FIORI,	1997.	Pg.	131).
 1 DEFINIÇÃOTÓPICO
UNIDADE 3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL
Fiori	(1997),	deixa	claro	sua	definição	e	abre	espaço	para	novas	informações.	Vale	
ressaltar	que	através	da	teoria	apresentada	acima,	os	economistas	modernos,	baseados	no	
capitalismo	compreendiam	como	necessária:	moradia,	educação	básica,	saúde,	transporte,	
lazer,	trabalho,	salário,	garantindo	o	mínimo	de	qualidade	de	vida	para	os	menos	favorecidos.
Nesse	mesmo	período	em	países	latinos,	instaurou-se	uma	variedade	de	modelos	
governamentais,	entre	eles	ditaduras	que	foram	implantadas	através	de	golpes	militares,	
em	uma	 ideia	deturpada	do	que	seria	agir	de	acordo	com	a	 lei,	 esses	golpes	exerciam	
poder	e	controle	sobre	os	grupos	sociais	de	seus	países.
O	estado	de	bem-estar	social	entendido	como	uma	organização	política,	econômica,	
social	e	cultural	que	tem	como	objetivo	colocar	o	estado	como	responsável	em	promover	ações	
sociais	e	organização	econômica,	a	fim	de	garantir	o	bem-estar	da	sociedade	como	um	todo.	
Esse	processo	deve	ter	como	princípio	uma	distribuição	de	renda	igualitária	e	ainda	serviços	
básicos	como	saúde	e	educação.
As	questões	ligadas	ao	estado	e	que	se	relacionam	socialmente	perpassam	a	ideia	
do	dia	a	dia	individual	e	passam	a	fazer	respeito	à	estrutura	de	uma	sociedade	causando	
problemas	sociais	como	desemprego,	a	fome,	crises	financeiras	como	outros	problemas.	
Esses	problemas	afetam	a	sociedade	como	um	todo,	atingindo	principalmente	os	grupos	
sociais	menos	favorecidos	identificados	como	as	massas.
O	Estado	de	bem-estar	 social	 adota	o	 sistema	de	medidas	com	a	finalidade	de	
proteger	seus	cidadãos,	garantindo	assim	a	saúde,	a	segurança,	moradia,	lazer,	educação	
entre	outros.	Assim,	seu	objetivo	é	trazer	a	igualdade	de	oportunidades	a	todos,	a	distri-
buição	 de	 riquezas	 e	 ainda	 a	 responsabilidade	 por	 aqueles	 que	 não	 tem	 condições	 de	
manter	as	condições	básicas	de	sobrevivência,	mesmo	quando	se	beneficia	de	subsídios	
oferecidos	 pelo	 governo.	O	 estado	 de	 bem-estar	 social	 que	 busca	 garantir	 a	 igualdade	
de	oportunidades	e	a	distribuição	de	riquezas	tem	na	sua	prática	características	que	irão	
variar	de	acordo	com	cada	país.	Ele	pode	ter	uma	aplicação	ampla	ou	restrita	de	acordo	
com	as	necessidades	sociais	de	cada	país,	entre	as	principais	necessidades	podemos	citar	
como	contribuição	do	governo	no	sentido	amplo	para	o	bem-estar	do	cidadão	tais	como:	
pavimentação,	 transporte	 público,	 saneamento	 básico,	 policiamento,	 escolas	 etc.	 Já	 no	
sentido	estrito	é	possível	destacar	ações	como:	seguro	desemprego,	licença-maternidade,	
assistência	médica	gratuita,	pensões	etc.	
A	origem	do	Estado	de	bem-estar	social	originou-se	nas	políticas	sociais.	Historica-
mente,	as	políticas	sociais	estão	classificadas	em	três	momentos	diferentes:	Estado	liberal,	
Estado	social,	Estado	neoliberal.	
UNIDADE 3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL 68
O	estado	liberal	é	baseado	no	liberalismo,	doutrina	essa	surgida	desde	o	período	do	
iluminismo	nos	séculos	XVII	e	XVIII.	A	proposta	dessa	forma	de	governo	entendia	a	valorizar	
o	direito	à	liberdade	como	forma	de	proteção	dos	cidadãos,	desde	que	não	ultrapasse	o	di-
reito	de	outros	cidadãos.	Esse	sistema	de	governo	tem	como	foco	de	interesse	a	burguesia,	
pois	acredita	que	a	não	interferência	do	Estado	irá	garantir	uma	regulamentação	individual	
e	particular	com	maior	sucesso	e	autonomia.	Nele	são	valorizadas	características	como	
Liberdade	individual,	igualdade	de	direitos,	tolerância,	Liberdade	da	mídia,	livre-mercado.
No	estado	social	tem	como	característica	a	ocupação	e	o	uso	da	intervenção	efetiva	do	
Estado	quando	necessário,	se	faz	através	dos	direitos	culturais	vírgulas	econômicas	e	sociais.
Já	no	estado	neoliberal	o	governo	é	visto	apenas	como	um	regulador	da	economia.	
Com	a	crise	do	liberalismo	na	década	de	70	o	modelo	foi	adotado	por	muitos	países.	Mas	
a	crise	de	29	apresentou	dados	que	comprovaram	que	uma	falta	de	regulamentação	pode	
acarretar	um	crescimento	descontrolado	gerando	a	quebra	econômica	de	um	país,	daí	a	
ideia	de	um	estado	mínimo	regulador	das	políticas	nacionais	de	um	país.
No	Estado	neoliberal,é	o	aspecto	em	que		os	trabalhadores	são	os	que	mais	perdem,	
pois	seus	os	salários,	desaparecem	como	vapor.	Segundo	Pereira	(2004),	os	resultados	
percebidos	das	políticas	neoliberais	tem	sido:
a)	aumento	do	desemprego,	que	nos	anos	1990	alcança	20%	da	população	
economicamente	ativa	nas	 regiões	metropolitanas,	 principalmente	em	São	
Paulo;	 b)acentuada	 precarização	 dos	 postos	 de	 trabalho,	 prejudicando	 os	
trabalhadores;	 c)	 desassalariamento,	 que	 seconsubstancia	principalmente	
no	crescimento	das	ocupações	informais;	d)	aumento	do	trabalho	em	tempo	
parcial,	ou	seja,	cada	vez	mais	os	trabalhadores	não	conseguem	empregos	
em	 tempo	 total.	e)	queda	nos	 rendimentos,	 tendo	como	exemplo	o	salário	
mínimo	real,	que	sofreu	significativas	perdas	na	década	de	1990.	(PEREIRA,	
2004,	p.	22).
O	Estado	de	bem-	estar	social	surge	no	segundo	momento,	no	Estado	Social,	sendo	
responsável	por	diversas	mudanças	ao	longo	dos	anos.	Entre	as	transformações	sofridas	
que	podem	ser	 citadas	estão:	 a	 conquista	de	direitos	políticos	pela	 classe	 trabalhadora	
ocorrendo	graças	a	luta	de	classes	que	passou	a	ter	direitos	políticos	através	da	socializa-
ção	em	que		a	sociedade	civil	passa	a	ter	acesso	às	decisões,	levando	a	elite	a	perder	o	
monopólio	sobre	o	estado.	Dessa	forma	o	estado	passa		a	assumir	o	dever	de	proteger	os	
direitos	dos	cidadãos.
UNIDADE 3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL 69
1.1 Políticas públicas
O	conceito	de	bem-estar	 social	 entendido	 como	uma	prática	política	que	objetiva	
colocar	o	estado	como	responsável	em	promover	e	organizar	as	ações	sociais	deve	se	or-
ganizar,	a	fim	de	que	tal	ação	tenha	sucesso.	Assim	a	organização	das	políticas	públicas	é	
necessária	compreendendo		que	ela	irá	garantir	assistência		àqueles	que	necessitam	da	in-
tervenção	do	estado,	efetivando	a	garantia	de	direitos	por	lei.	Nesse	sentido,	a	administração	
pública	deve-se	planejar	criando	condições	para	que	as	necessidades	dos	cidadãos	sejam	
contempladas,	e	assim	diminuir	a	desigualdade	social	garantindo	melhor	qualidade	de	vida,	
saúde,	moradia,	educação,	cultura	entre	outros.
As	políticas	públicas	podem	estar	diretamente	ligadas	com	a	ideia	da	distribuição	
de	 benefícios,	 contemplando	um	grupo	 de	 pessoas	 que	 não	 tenha	 acesso	 a	 condições	
básicas	de	sobrevivência	ponto	as	políticas	distributivas	não	possuem	uma	regra	básica	de	
organização,	elas	se	fazem	de	acordo	com	as	necessidades	de	cada	grupo.	Oferecer	taxa	
atrativa	como	incentivo	para	pequenos	e	microempreendedores.
As	políticas	entendidas	como	redistributivas	tem	o	objetivo	de	garantir	o	bem-estar.	
Dessa	forma	ela	irá	garantir	o	benefício	de	atingir	maior	igualdade.	Um	exemplo	seria	des-
contos	sobre	impostos	de	acordo	com	a	renda	básica	do	cidadão.
Compreendidas	as	diversas	demandas	e	expectativas	da	sociedade,	ele	fará	
a	seleção	de	prioridades	para,	em	seguida,	oferecer	as	 respostas.	As	 res-
postas	nunca	atenderão	às	expectativas	de	todos	os	grupos.	Alguns	grupos	
serão	contemplados,	outros	não.	Para	os	grupos	contemplados	o	governo	
terá	de	formular	e	desenvolver	ações	para	buscar	atender	suas	expectativas,	
integral	ou	parcialmente.	Quando	o	governo	busca	atender	as	principais	(na	
sua	percepção)	demandas	recebidas,	diz-se	que	ele	está	voltado	para	o	in-
teresse	público	(ou	seja,	para	o	interesse	da	sociedade).	Ao	atuar	na	direção	
do	interesse	público,	o	governo	busca	maximizar	o	bem	estar	social.	(LOPES,	
2008,	p.	07).	
As	 políticas	 regulatórias	 estão	 relacionadas	 às	 normas	 de	 comportamento	 que	
devem	 ser	 regulamentadas	 por	 regras	 em	 uma	 sociedade.	 Um	 exemplo	 seria	 destinar	
poltronas	para	pessoas	idosas	e	deficientes	no	transporte	público.
As	políticas	constitutivas	se	relacionam		com	a	formação	de	regras	para	elaboração	
das	políticas	públicas	assim	como	direcionar	as	pessoas	responsáveis	por	essa	organiza-
ção,	um	exemplo	seria	a	regulamentação	para	processos	eletivos.
Organizar	todo	esse	processo	de	regulamentação	e	prática	de	tais	ações.	Essas	ações	
têm	como	base	respeitar	e	priorizar	etapas	em	sua	formação	identificando	os	problemas	que	
necessitam	de	ação,	priorizando	aqueles	que	necessitam	de	urgência,	buscando	o	caminho	
mais	viável	para	que	as	políticas	se	efetivem,	definindo	metas	e	ações,	garantindo	a	implanta-
ção	e	ainda	avaliando	os	resultados	buscando	assim	novas	medidas	quando	necessário.
UNIDADE 3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL 70
1.2 Estado Democrático de Direito
Quando	pensamos	em	um	estado	de	direito,	ou	liberalismo,	a	princípio	a	ideia	é	que		
uma	relação	entre	essas	teorias	parecem	um	pouco	distantes.	No	entanto,	compreender	a	
finalidade	do	liberalismo	não	significa	desvincular	suas	ações,	com	as	ações	de	um	estado	
democrático,	pois	a	ideia	do	liberalismo,	ou	estado	mínimo	em	uma	sociedade	não	significa	
o	sucesso	ou	 independência	de	 toda	sociedade.	É	necessário	manter	um	olhar	crítico	e	
empático	com	todas	as	classes	sociais.
Um	estado	democrático	de	direito	tem	como	base	a	vontade	de	seu	povo	agindo	
de	forma	democrática.	No	entanto,	as	leis	são	partes	imprescindíveis	nesse	processo,	que	
esteja	valendo	para	todos	e	que	não	haja	oprimidos	ou	opressores.	Assim,	o	estado	deve	
agir	a	partir	da	soberania	popular	que	deve	participar	de	forma	efetiva	nas	decisões	políticas	
promovendo	o	bem-estar	e	a	igualdade	de	todos.
Para	entender	o	poder	político	corretamente,	e	derivá-lo	de	sua	origem,	de-
vemos	considerar	o	estado	em	que	todos	os	homens	naturalmente	)estão,	o	
que	é	um	estado	de	perfeita	liberdade	para	regular	suas	ações	e	dispor	de	
suas	posses	e	pessoas	do	modo	como	julgarem	acertado,	dentro	dos	limites	
da	lei	da	natureza,	sem	pedir	 licença	ou	depender	da	vontade	de	qualquer	
outro	homem.	(LOCKE,	1996,	p.	381).
Assim,	 alguns	 casos,	 o	 entendimento	 do	 significado	 de	 um	 estado	 democrático	
um	dos	princípios	é	compreender	o	significado	de	um	estado	de	direito,	que	está	intrinse-
camente	relacionado	com	o	 liberalismo,	em	que		as	políticas	são	 livres	sem	intervenção	
maciça	do	Estado,	desde	que	se	submetam	ao	princípio	da	legalidade.
A	partir	de	políticas	de	um	estado	democráticoem	que	o	poder	emana	do	povo,	
o	povo	será	o	objetivo.	Nesse	contexto,	 a	 justiça	 social	 deverá	 fazer-se	presente	 como	
garantia	desses	direitos	buscando	diminuir	os	níveis	de	desigualdade.
Entre	as	características	presentes	em	um	estado	democrático	podemos	citar:	uma	
constituição	formada	pela	vontade	popular,	vigência	de	um	estado	que	se	baseia	em	seu	
povo,	direitos	fundamentais	devem	ser	respeitados,	promoção	da	justiça	e	igualdade	social,	
poder	judiciário	independente	que	garanta	o	direito	de	todos	os	cidadãos.
1.3 Estado Mínimo
O	estado	mínimo	surgiu	entre	os	séculos	XVIII	e	XIX	tendo	origem	compensadores	
como	Adam	Smith.	Também	conhecido	como	estado	liberal	tem	como	base	a	ideia	de	uma	
economia		em	que		a	participação	do	setor	público	seja	mínima	comparado	ao	setor	privado.	
Em	um	estado	mínimo	o	estado	irá	funcionar	basicamente	para	manter	os	bens	públicos	
que	 facilitam	o	 funcionamento	dos	mercados.	Dessa	 forma,	 tal	 ideia	será	 fortalecida	por	
pensadores	que	defendem	o	mercado	livre	para	economia.	
UNIDADE 3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL 71
É	verdade	que	nas	democracias	o	povo	parece	fazer	o	que	quer,	mas	a	liber-
dade	política	não	consiste	em	se	fazer	o	que	se	quer	em	um	estado,	isto	é,	
numa	social	sociedade	onde	existem	leis,	a	liberdade	só	pode	consistir	em	
poder	fazer	o	que	se	deve	querer	e		não	ser	forçado	a	fazer	o	que	não	se	tem	
o	direito	de	querer.	Deve-se	ter	em	mente.	O	que	é	independência	e	o	que	é	
liberdade.	A	liberdade	é	o	direito	de	fazer	tudo	o	que	as	leis	permitem	se	um	
cidadão	pudesse	fazer	o	que	elas	proíbem	ele	já	não	teria	Liberdade,	porque	
os	outros	também	teriam	este	poder.	(MONTESQUIEU,	2000,	p.	166).
A	teoria	do	estado	mínimo	surgiu	no	século	XVIII	no	estado	absolutista	durante	a	
revolução	Francesa,	caracterizada	pelo	surgimento	durante	a	segunda	guerra	Mundial,	ele	
voltou	a	ser	cogitado	com	a	criação	do	neoliberalismo	que	possui	uma	visão	mais	ampla	
quanto	à	 intervenção	do	estado.	A	tentativa	de	implantação	do	estado	mínimo	continuou	
a	 ser	 alvo	 de	 aplicação.	 Surgindo	 novamente	 no	Reino	Unido	 em	1979	 no	 governo	 de	
Margaret	Thatcher	quando	houve	a	privatização	de	 indústrias,	a	redução	de	 impostos,	o	
controle	dos	sindicatos	entre	outras	ações.	Na	Estônia	após	a	independência	de	um	regimesocialista	através	de	corte	de	subsídios,	redução	de	tarifas	entre	outros.
...em	uma	época	em	que	os	moradores	do	campo	estavam	expostos	a	todo	
tipo	de	violência,	nas	metrópoles	se	implantou	a	ordem	e	a	boa	administra-
ção	 e,	 juntamente	 com	elas,	 a	 liberdade	 e	 a	 segurança	 dos	 indivíduos.	É	
natural	que	os	habitantes	do	campo,	colocados	nessa	situação	indefesa,	se	
contentassem	com	a	sua	subsistência;	porque	conseguir	mais	apenas	provo-
caria	a	injustiça	de	seus	opressores.	Ao	contrário,	quando	os	cidadãos	têm	
segurança	de	gozar	dos	frutos	do	trabalho,	empenham-se	naturalmente	em	
melhorar	sua	condição	e	em	adquirir	não	somente	o	necessário,	mas	também	
os	confortos	e	o	luxo	que	a	vida	pode	proporcionar.	(SMITH,	1996,	p.	393).
UNIDADE 3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL 72
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73
A	ideia	de	um	estado	social	está	diretamente	ligada	às	questões	políticas,	quanto	à	
desigualdade	social.	Vale	destacar	que	é	ela	que	impulsiona	a	ideia	de	um	estado	baseado	
em	políticas	públicas	que	possam	balancear	a	economia	de	um	país	através	da	geração	de	
trabalho,	distribuição	de	renda,	garantindo	assim	o	fortalecimento	da	economia	através	da	
reestruturação	do	poder	de	compra	e	consumo	da	sua	população.
Historicamente	a	desigualdade	social	gera	uma	economia	enfraquecida	que	não	
garante	o	sustento	de	seus	aposentados	dignamente,	assim	como	os	seus	trabalhadores	e	
seus	dependentes.	Contrapondo	a	essa	afirmação	a	desigualdade,	por	outro	lado	garante	
a	existência	de	uma	economia	elitizada	que	irá	garantir	àqueles		que	possuem	condições	
econômicas	de	adquirir	formação	econômica	e	profissional	assim	como	qualidade	de	vida	
para	esses	grupos.
A	desigualdade	social	é	fruto	de	uma	sociedade	em	que	grupos	elitizados	detém	
o	controle	do	capital	garantindo	visibilidade	e	qualidade	de	vida	em	detrimento	de	outras.
Ela	pode	ser	vista	como	uma	condição	natural	considerando	fatores	religiosos,	cul-
turais,	políticos	etc.,	ou	ainda	pode	ser	vista	como	uma	condição	historicamente	constituída.
Quando	analisamos	a	segunda	opção	é	possível	pensar	que	esta	condição	não	é	
fruto	somente	de	condições	naturais,	mas	está	presente	na	ação	do	homem	relacionando	
com	 inúmeros	 fatores	buscando	 justificar	sua	existência	assim	como	propondo	políticas	
públicas	que	muitas	vezes	não	passam	de	questões	teóricas.
TÓPICO
UNIDADE 3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL
 2 DIMENSÃOPOLÍTICA EECONÔMICA
A	desigualdade	acontece	principalmente	quando	os	privilégios	dos	principais	
só	são	honrosos	porque	são	vergonhosos	para	o	povo.	Qual	foi	a	lei	que	em	
Roma,	proibiu	os	patrícios	de	se	unirem	por	casamento	com	os	plebeus,	o	
que	não	tinha	outro	efeito	se	não	tornar,	por	um	lado,	os	patrícios	mais	so-
berbos	e	por	 outro,	mais	 odiosos.	Esta	desigualdade	acontecerá	ainda	 se	
a	condição	dos	cidadãos	for	diferente	em	relação	aos	subsídios,	coisa	que	
acontece	de	quatro	maneiras:	quando	os	nobres	conseguem	o	privilégio	de	
não	pagar	os,	quando	fazem	fraude	para	isentar-se	deles,	quando	os	tornam	
para	se	sob	o	pretexto	de	retribuições	ou	de	honorários	pelos	empregos	que	
exerce,	enfim,	quando	 tornam	o	povo	 tributário	e	dividem	os	 impostos	que	
levaram	sobre	ele.	(MONTESQUIEU,	2000,	p.	63).
Assim	é	possível	analisar	a	desigualdade	social	 tendo	como	causa	diversas	ori-
gens.	Em	alguns	países	como	índia,	essas	diferenças	são	justificadas	por	questões	político	
religiosas	definidas	por	um	sistema	de	castas.	Quando	analisamos	o	Brasil,	um	país	de	es-
tado	democrático,	compreendemos	a	desigualdade	social	como	uma	questão	de	má	gestão	
das	políticas	públicas.	Assim,	analisando	a	Índia	compreendemos	como	um	caso	isolado	
ou	 especial.	 Mas,	 ao	 questionarmos	 as	 questões	 relacionadas	 ao	 Brasil,	 por	 exemplo,	
percebemos	que	países	que	vivem	em	um	capitalismo	resultam	em	uma	divisão	social	que	
incide		naqueles	que	possuem	os	meios	de	produção	e	aqueles	que	possuem	sua	força	de	
trabalho		como	forma	de	sobrevivência	e	assim	permitem	a	continuidade	do	empreendedor,	
gerando	lucros	ao	seu	proprietário.	Fica	somente	no	controle	de	seu	proprietário,	gerando	
a	mais-valia	ou	seja,	parte	da	produção	do	trabalho	que	não	é	paga	a	seus	trabalhadores	
indo	direto	para	as	mãos	do	empresário.	Analisando	este	contexto	compreendemos	que	o	
mundo	do	trabalho	não	gera	um	processo	igualitário,	mas	garante	a	exploração	da	mão	de	
obra	em	que		seu	trabalhador	não	terá	parte	naquilo	que	promoveu	gerando	a	desigualdade	
social,	que		é	um	grande	ponto	de	conflito	e	questionamento	quanto	à	política	de	um	estado	
de	bem-estar	social.
UNIDADE 3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL 74
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Através	das	classes	menos	favorecidas	no	século	XIX	e	com	o	crescimento	do	ca-
pitalismo	industrial	na	Europa	que	o	estado	de	bem-estar	social	passou	a	figurar	de	maneira	
importante	na	economia.	Neste	período	a	economia	se	encontrava	em	um	cenário	de	miséria,	
fome,	doenças	e	o	crescimento	da	violência	e	da	desigualdade.	O	capitalismo	se	 tornava	
cada	vez	mais	presente	como	uma	política	econômica,	a	revolução	industrial,	o	avançar	da	
burguesia	com	suas	máquinas	levou	a	um	caos	generalizado	para	as	classes	trabalhadoras.
É	claro	que	no	âmbito	burguês	este	foi	um	dos	momentos	de	maior	visibilidade	e	
enriquecimento.	A	Europa,	principalmente	a	Inglaterra,	se	via	em	um	momento	de	grande	
crescimento	 econômico,	 afinal	 a	 revolução	 industrial	 expandiu	 as	 fronteiras	 garantindo	
riqueza,	propriedade	e	poder.	No	entanto,	na	outra	conta	estavam	os	 trabalhadores	das	
indústrias.	Estes	trabalhadores	ultrapassam	as	doze	horas	de	trabalho	diário.	Também	não	
conheciam	o	descanso	remunerado,	 férias,	ou	qualquer	outro	benefício	que	não	fosse	o	
seu	mísero	salário.
Esta	 situação	 não	 garantia	 dignidade	 para	 esses	 trabalhadores,	 eles	 viviam	 na	
miséria,	 passavam	 fome	e	as	vagas	precárias	nas	 indústrias	não	eram	suficientes	para	
garantir	o	bem-estar	de	todos	os	trabalhadores,	pois	muitos	ficavam	sem	trabalho	e	sem	
condições	de	sobrevivência.
Nesse	período	começaram	a	surgir	os	primeiros	sindicatos	que	tinham	um	objetivo	
de	garantir	a	sobrevivência	desses	trabalhadores	compreendendo	que	era	dever	do	Estado	
promover	o	bem-estar	para	sua	população.
 3 DIMENSÃOECONÔMICATÓPICO
UNIDADE 3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL
O	primeiro	grande	teórico	que	passou	a	defender	essa	teoria	foi	o	alemão	Otto	von	
Bismarck	em	1880	na	Alemanha.	Bismarck	propôs	uma	política	alternativa	que	não	daria	
ênfase	nem	ao	 liberalismo	econômico	ou	ao	socialismo.	Para	ele,	o	controle	do	Estado	
sobre	economia	e	uso	de	impostos	arrecadados	deveriam	ser	direcionados	à	população.
Já	no	século	XX	foi	o	economista	inglês	John	Maynard	Keynes	(2010)	que	apre-
sentou	um	novo	sistema	de	política	econômica	mundial	seguindo	os	passos	da	economia	
e	bem-estar	social.
O	estado	 também	de	 igualdade	em	que	é	 recíproco	 todo	o	poder	de	 juris-
dição,	 não	 tendo	 ninguém	mais	 que	 outro	 qualquer,	 sendo	 absolutamente	
evidente	que	criaturas	da	mesma	espécie	posição,	promiscuamente	nascidas	
para	 todas	as	mesmas	 vantagens	da	natureza	e	para	o	uso	das	mesmas	
faculdades	vírgulas	devam	ser	 também	iguais	umas	às	outras,	sem	subor-
dinação	ou	sujeição,	a	menos	que	o	senhor	e	amo	de	todas	elas	mediante	
qualquer	declaração	manifesta	de	sua	vontade,	colocasse	em	cima	de	outra	
ele	conferir	se,	por	evidente	e	clarificação,	um	direito	indubitável	ao	domínio	
e	a	soberania.	(LOCKE,	1996,	p.381).
Em	sua	 teoria	Keynes	 (2010)	defendeu	o	quê	um	estado	organizado,	de	 fontes	
econômicas	 liberalismo	que	garantissem	o	 livre	mercado	estariam	gerando	empregos	e	
que	uma	sociedade	empregada	soluciona	os	problemas	sociais.	Aindana	sua	teoria	esses	
mesmos	trabalhadores	deveriam	aceitar	salários	baixos	e	condições	precárias	de	trabalho	
para	garantir	a	manutenção	e	a	existência	de	empregos.
Para	ele,	o	estado	de	bem-estar	social	significa	que	o	estado	deve	regular	a	eco-
nomia,	manter	a	cobrança	de	 impostos	para	 todos	e	 reverter	esses	 impostos	em	ações	
públicas.	As	ideias	deixadas	por	quem	foram	colocadas	em	prática	em	grandes	potências	
democráticas	ocidentais.	No	entanto,	a	partir	de	1960,	países	como	Estados	Unidos	e	a	
Inglaterra	entraram	em	crise	econômica	e	o	agravamento	da	economia	levou	esses	países	
a	enfrentamentos	sem	precedentes	os	 levando	a	adotar	 ideias	que	se	aproximavam	do	
neoliberalismo.
UNIDADE 3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL 76
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A	crise	do	Estado	de	bem-estar	social	é	um	tema	de	grande	complexidade	que	bus-
ca	compreender	os	motivos	que	levaram	ao	seu	declínio.	Em	muitos	países	os	primeiros	
sinais	de	crise	ocorreram	devido	a	crises	econômicas	como	o	crescimento	do	capitalismo	e	
a	crise	fiscal	com	os	gastos	públicos,	ponto	esse	processo	se	fortaleceu	pelo	crescimento	
de	grandes	empresas	com	bases	capitalistas	e	as	classes	trabalhadores	que	buscam	asse-
gurar	seus	próprios	interesses.
Países	 como	 o	 Brasil	 não	 tiveram	 grande	 expressão	 quanto	 à	 estrutura	 de	 um	
estado	de	bem-estar	 como	os	países	de	primeiro	mundo.	No	entanto,	 seu	processo	de	
efetivação	iniciou-se	no	governo	Vargas,	na	década	de	30.
Em	meados	de	1970	empresas	privadas	passaram	a	questionar	o	intervencionismo	
do	Estado.	Para	partidos	esquerdistas,	assim	como	movimentos	populares	e	classes	traba-
lhadoras	entendiam	que	havia	chegado	o	momento	do	Estado	diminuir	as	desigualdades	
sociais	e	a	pobreza	que	assolavam	o	país,	ponto	de	esforço	que	não	obteve	resultados	
significativos.	Seus	governos	sucessores	a	partir	de	1985	passaram	adotar	políticas	neo-
liberais	gerando	privatizações	e	o	desmonte	de	grandes	estatais	espalhadas	pelo	Brasil,	
principalmente	nas	grandes	capitais.
Diante	de	debates	aflorados	quanto	ao	papel	do	Bem-	estar	social,	sua	crise	e	de-
cadência	e	ascensão	do	liberalismo,	primeiramente	buscamos	compreender	o	significado	
de	neoliberalismo.
 4 CRISE DO BEM-ESTAR SOCIAL E ASCENSÃO DO NEOLIBERALISMOTÓPICO
UNIDADE 3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL
Sobre	o	Neoliberalismo	econômico	Japiassu,	(2006),	diz	que:
o	neoliberalismo	econômico	constitui,	em	nossos	dias,	a	doutrina	que	diante	
de	certo	fracasso	do	liberalismo	clássico	e	da	necessidade	de	reformar	algum	
de	seus	modos	de	proceder,	admite	uma	certa	intervenção	do	estado	na	eco-
nomia,	mas	sem	questionar	os	princípios	da	concordância	e	da	livre	empresa.	
(JAPIASSU,	2006.	Pg.	168.).
O	neoliberalismo	pode	ser	visto	como	uma	forma	de	ver	e	compreender	o	mundo	
social,	uma	organização	de	um	movimento	intelectual	esta	teoria	se	baseou	no	liberalismo,	
no	entanto	suas	ideias	políticas	e	econômicas	capitalistas	entendem	que	não	há	necessida-
de	de	haver	uma	participação	do	estado	na	economia,	devendo	ocorrer	total	Liberdade	de	
comércio	o	que	resultaria	no	crescimento	econômico	e	desenvolvimento	social.
De	acordo	com	o	neoliberalismo	não	deveria	praticamente	ocorrer	intervenção	do	
estado	quanto	ao	mercado	de	trabalho,	assim	como	priorizar	a	privatização	de	empresas	
estatais,	a	entrada	de	capital	estrangeiro	no	país,	a	globalização	vista	de	forma	crescente	
e	positiva,	a	entrada	de	multinacionais	em	países	como	o	Brasil	como	algumas	formas	de	
incentivo	para	que	ocorresse	o	crescimento	sustentável	sem	a	intervenção	do	estado.
No	Brasil	 o	 neoliberalismo	passou	a	ganhar	 notoriedade	a	partir	 do	governo	de	
Fernando	Henrique	Cardoso.
Em	seu	governo	as	privatizações	se	deram	em	grande	escala	utilizando	esse	capital	
para	fortalecer	a	nova	moeda	e	sua	cotação	no	mercado.
Na	educação	o	princípio	do	neoliberalismo	pressupõe	a	ideia	de	qualidade,	moder-
nização	e	adequação	de	uma	educação	competitiva	incorporadas	a	técnicas	de	informática	
e	comunicação.	A	questão	é	que	em	um	estado	mínimo,	todo	esse	projeto	de	incentivo	à	
educação	de	qualidade	sem	 intervenção	governamental,	poderia	 resultar	em	um	distan-
ciamento	das	classes	menos	favorecidas	em	ambientes	escolares	tornando-o	um	espaço	
direcionado	para	as	classes	privilegiadas	economicamente.
Aceitar	a	definição	de	democracia	nos	termos	pluralista	as	vírgulas	a	ques-
tão	passa	a	ser	a	seguinte:	dada	a	passividade	das	massas	e	o	fato	de	que	
a	participação	está	restrita	as	elites,	quem,	então	controlaria	esses	grupos	
minoritários	a	resposta	pluralista,	como	já	vimos,	reside	na	defesa,	já	encon-
trada	em	mosca	1939,	da	competição	entre	as	minorias,	isto	é,	do	controle	re-
cíproco	que	elas	exerceriam	uma	sobre	as	outras,	já	que	seus	interesses	são	
distintos.	Essa	competição	e	esse	controle	multo	impediriam	o	procedimento	
10	político	de	apenas	uma	delas	contudo,	como	nota	Peter	abacaxi	1984	la-
riam	reciprocamente	pela	competição.	Ao	contrário	disso,	a	evidência	de	que,	
em	cada	área	de	políticas	públicas,	encontramos	sempre	o	predomínio	de	
um	único	grupo,	que	se	especializa	em	dominar	os	procedimentos	decisórios	
naquele	campo	específico.	(PERISSINOTTO,	2018,	p.	166).
UNIDADE 3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL 78
Após	a	crise	do	petróleo,	em	meados	de	1970	surgiu	uma	necessidade	de	mudança	
na	organização	do	Estado.	Empresas	multinacionais	buscavam	a	expansão,	no	entanto	o	nú-
mero	de	desemprego	em	países	Europeus	e	Estados	Unidos	surgindo	movimentos	grevistas.
Podemos	afirmar	que	a	crise	era	fruto	de	políticas	públicas	sociais,	o	que	gerava	
déficit	no	orçamento,	gerando	a	inflação.	Além	disso,	discutia-se	o	fato	de	que	as	políticas	
sociais	comprometem	a	liberdade	do	mercado	e	a	liberdade	individual.	Isso	gerou	a	ideia	
de	que	o	bem-estar	dos	cidadãos	deveria	ser	de	responsabilidade	individual,	 levando	os	
serviços	públicos	a	privatização,	sendo	pagos	por	quem	os	utilizasse.	Essa	é	a	 ideia	de	
um	estado	mínimo,	ou	seja,	a	mínima	 intervenção	do	Estado.	Assim,	autores	como	Offe	
(1984),	discutem	o	papel	da	burguesia	e	o	resultado	de	ações	que	causam	a	opressão	e	a	
constante	luta	das	classes	operárias.
O	que	antes	chamamos	de	conflito	de	classe	econômico	difere	do	conflito	
de	classe	político	em	dois	cm.um	consiste	na	distinção	completamente	óbvia	
de	que,	no	primeiro	nível,	os	modos	de	ação	coletiva	institucionalizados	São	
respeitáveis	e	aceitos	por	ambos	os	lados	enquanto	no	segundo	nível	as	pró-
prias	formas	de	institucionalização	torna-se	objeto	da	luta.	Mas	há	também	
uma	segunda	diferença	que	a	mais	profunda	e	mais	complicada	ponto	em	lu-
tas	de	classe	econômica,	a	classe	operária	como	um	todo	ou	segmentos	par-
ticulares	da	mesma,	como	aqueles	representados	pelos	sindicatos	ou	outras	
associações	de	classe	operária,	são	confrontados	com	segmentos	menores	
ou	maiores	da	burguesia	ponto	em	contrapartida,	luta	sobre	formas	políticas	
envolvem	tanto	a	confrontação	entre	classe	operária	e	a	burguesia	quanto	
lutas	políticas	dentro	de	uma	classe	operária.	(OFFE,	1984,	p.	94).
O	fruto	deste	contexto	econômico	e	político	que	tornou-se	convencional	foi	chama-
do	de	estado	neoliberal.	Os	setores	mais	atingidos	com	essa	nova	política	foram	aqueles	
que	beneficiam	os	trabalhadores,	como	assistência	social,	habitação,	transporte,	saúde.	
De	acordo	com	os	neoliberais	era	necessário	tomar	atitudes	drásticas	quanto	ao	
mundo	dos	negócios	além	de	que	o	capital	privado	necessitava	de	espaço	para	crescer	
reforçando	os	valores	e	modo	de	vida	capitalista	ponto	o	 resultado	 foi	a	presença	cada	
vez	mais	constante	de	corporações	produtivas	e	financeiras	levando-a	questões	políticas	
serem	dominadas	pela	economia.
UNIDADE 3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL 79
80
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a)	 acadêmico	 (a),	 chegamos	 ao	 final	 desta	 unidade	 e	 ao	 decorrerdela	
aprofundamos	nossos	estudos	quanto	à	Teoria	das	Elites,	e	sua	compreensão	quanto	ao	
estudo	da	sociologia.
Iniciamos	nosso	estudo	através	do	conceito	de	O	Estado	de	bem-	estar	social	e	seus	
pressupostos	históricos,	conceitos	e	definições.	Este	capítulo	proporcionou	o	conhecimento	
sobre	o	tema	e	a	sua	relevância	do	mesm	para	a	formação	das	elites	ao	longo	da	história.
No	segundo	capítulo,	nosso	foco	de	estudos	direcionou-se	a	conhecer	e	compreender	
a	dimensão	política	do	Estado	de	bem-	estar	social,	seu	alcance	e	suas	convicções	quanto	
à	a	sociedade,	desde	os	que	governam	àqueles	que	são	governados,	aprofundando	nossos	
estudos	nas	questões	sociais	aà	formação	das	elites	e	das	massas,	ao	longo	das	décadas.
Dando	continuidade	aos	nossos	estudos.	abordamos	ainda	a	questão	das	questões	
econômicas	quanto	o	Estado	de	Bem-	estar	Social	e	suas	características	desde	sua	formação	
à	a	influência	nos	dias	atuais,		buscando	compreender		as	ações	econômicas	praticadas	nes-
se	contexto	e	assim	através	de	reflexões	que	objetivam	formular	uma	crítica	real	e	construtiva	
sobre	as	ações	daqueles	que	governa,	na	sociedade	moderna	e	contemporânea.
Por	fim,	encerramos	essa	unidade	buscando	compreender	como	ocorreu	a	crise	do	
Estado	de	Bem-Estar	Social	e	ascensão	do	Neoliberalismo,	suas	características,	suas	teorias	
e	seu	projeto	de	formação	e	implantação,	conhecendo	seus	reflexos	no	passado	e	presente.
Sucesso e até o próximo capítulo.
Obrigado a todos(as)!
UNIDADE 3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL
UNIDADE 3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL 8181
Texto do consultor Cláudio Prado sobre Direitos Humanos e política: importância para a democracia, abor-
dando questões como os direitos humanos, A presença da ONU, a constituição, a declaração universal dos 
direitos humanos entre outros temas relevantes para democracia de uma nação.
Fonte: Fundação Primeiro de Maio . Disponível em: https://www.fundacao1demaio.org.br/artigo/direi-
tos-humanos-e-politica-importancia-para-a-democracia/.Acesso : 21 fev. 2022.
O historiador e filósofo Leandro Karnal, faz importantes considerações sobre o período pandêmico no 
Brasil e a relação com o Estado Mínimo e sua efetivação nas políticas sociais.
Fonte: Estadão Notícias.Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=BuCo06tFvwQ. Acesso: 21 Fev. 2022
https://www.fundacao1demaio.org.br/artigo/direitos-humanos-e-politica-importancia-para-a-democracia/
https://www.fundacao1demaio.org.br/artigo/direitos-humanos-e-politica-importancia-para-a-democracia/
https://www.youtube.com/watch?v=BuCo06tFvwQ
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WEB
O	podcast	aborda	a	questão	do	Estado	democrático	de	direito	e	a	defesa	da	mo-
ralidade	 administrativa,	 conversando	 com	Affonso	Ghizzo	Neto,	 promotor	 de	 Justiça	 do	
Ministério	Público	de	Santa	Catarina,	sobre	o	estado	democrático	de	direito	e	a	defesa	da	
moralidade	administrativa.	Durante	a	conversa,	o	convidado	explica	a	cultura	da	sociedade	
brasileira	e	sua	relação	com	as	práticas	de	corrupção.	Como	essa	relação	 influenciou	a	
formação	de	nosso	estado	democrático	de	direito?	Quais	os	instrumentos	constitucionais	
que	temos	à	disposição	no	combate	à	corrupção	e	na	defesa	da	moralidade	administrativa?	
Como	a	educação	pode	servir	de	instrumento	de	transformação	no	combate	ao	fenômeno	
da	corrupção?	Estes	e	outros	assuntos	serão	debatidos	neste	podcast.	
Ministério	Público	do	Paraná,	O estado democrático de direito e a defesa da 
moralidade administrativa. 
Disponível	 em:	 https://escolasuperior.mppr.mp.br/2021/04/1179/PODCAST-Confi-
ra-novo-episodio-sobre-o-estado-democratico-de-direito-e-a-defesa-da-moralidade-admi-
nistrativa.html	.	Acesso	em	21	fev.	2022.
UNIDADE 3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL
https://escolasuperior.mppr.mp.br/2021/04/1179/PODCAST-Confira-novo-episodio-sobre-o-estado-democratico-de-direito-e-a-defesa-da-moralidade-administrativa.html 
https://escolasuperior.mppr.mp.br/2021/04/1179/PODCAST-Confira-novo-episodio-sobre-o-estado-democratico-de-direito-e-a-defesa-da-moralidade-administrativa.html 
https://escolasuperior.mppr.mp.br/2021/04/1179/PODCAST-Confira-novo-episodio-sobre-o-estado-democratico-de-direito-e-a-defesa-da-moralidade-administrativa.html 
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MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 1
Título: O estado de bem estar social na idade da razão.
Autor: Célia Lessa Kerstenetzky
Editora: Elsevier; 1ª edição (18 julho 2012)
Sinopse: O estado do bem-estar social morreu? O envelheci-
mento das populações e a globalização econômica teriam 
disparado os tiros fatais? Este livro responde negativamente a 
essas questões, mas identifica uma nova e crucial fase do estado 
social. Mais do que nunca, o estado do bem-estar é necessário 
para garantir direitos frente aos novos riscos sociais, ao mesmo 
tempo em que é chamado a imaginar soluções que garantam 
sua sustentabilidade financeira e política. De acordo com a 
autora Celia Kerstenetzky, a construção do estado do bem-es-
tar é uma marca civilizatória, que distingue as sociedades que 
reconhecem seus membros como cidadãos, sujeitos de direitos 
fundamentais, em busca do alargamento de suas liberdades. A 
partir de uma breve recuperação histórica e de princípios cons-
titutivos do estado do bem-estar, este livro mostra a diversidade 
de respostas imaginadas no mundo desenvolvido, bem como a 
difusão do estado do bem-estar para países não desenvolvidos 
em décadas recentes, com uma parte inteiramente dedicada ao 
Brasil.
LIVRO 2
Título: Estado, Direito e Democracia
Autor: Carlos Vinicius Alves Ribeiro, Dias Toffoli, Otávio Luiz Rodrigues Jr
Editora: Fórum; 1ª edição (13 dezembro 2021)
Sinopse: Estado, Direito e Democracia conseguiu sintetizar o 
espírito do homenageado: é uma construção coletiva, aberta, 
sem dogmas ou restrições. Estado, Direito e Democracia conse-
guiu sintetizar o espírito do homenageado: é uma construção 
coletiva, aberta, sem dogmas ou restrições. É um diálogo públi-
co, franco, honesto e com incomum profundidade intelectual, 
travado entre os convidados, sobre os assuntos mais caros ao 
Prof. Augusto Aras. Sintam-se, caros leitores, todos, convidados 
para essa agradável conversa.
UNIDADE 3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL
84
FILME / VÍDEO 1 
Filme: O poço
Ano: 2020
Diretor: Galder Gaztelu-Urrutia
Sinopse: O Poço conta a história de um lugar misterioso, uma 
prisão indescritível, um buraco profundo. Dois reclusos que 
vivem em cada nível. Um número desconhecido de níveis. Uma 
plataforma descendente contendo comida para todos eles. 
Uma luta desumana pela sobrevivência, mas também uma 
oportunidade de solidariedade.
FILME / VÍDEO 2
Filme: Crip camp
Ano: 2020
Diretor: James Lebrecht , Nicole Newnham
Sinopse: No final da estrada de Woodstock, uma revolução 
floresceu em um acampamento de verão construído para ado-
lescentes com deficiência. Enquanto buscavam um mundo de 
mais igualdade, os jovens motivaram movimentos marcantes 
da época.
UNIDADE 3 O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL
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Plano de Estudos
• Compreensão do Brasil Contemporâneo;
• Neoliberalismo; “Lulismo”; Hegemonia 
 e Nova Classe Média;
• Manifestações Populares a partir de 2013;
• Impeachmentou Golpe? Da crise do Governo Dilma 
 ao “Bolsonarismo”;
Objetivos da Aprendizagem
• Apresentar a Compreensão do Brasil Contemporâneo;
• Conhecer o Neoliberalismo; “Lulismo”; Hegemonia
 e Nova Classe Média;
• Apresentar Manifestações Populares a partir de 2013;
• Debater se é Impeachment ou Golpe? 
 Da crise do Governo Dilma ao “Bolsonarismo”.
4UNIDADEUNIDADESOCIOLOGIA SOCIOLOGIA POLÍTICAPOLÍTICANO BRASILNO BRASILProfessor Esp. Cleber Henrique Sanitá Kojo
86
INTRODUÇÃO
Caro	(a)	acadêmico	(a),	chegamos	à	última	unidade	da	nossa	apostila.	Nessa	etapa	
da	disciplina,	poderemos	ter	a	compreensão	do	Brasil	contemporâneo.	Devemos	estudar	
esse	capítulo	abandonando	nossas	ideologias	políticas	e	nossos	ídolos	desse	setor.	Pois	
somente	assim,	alcançaremos	o	aprendizado	desejado	de	nossa	disciplina.
Com	 isso,	 peço	 que	 preste	muita	 atenção	 nessa	 reta	 final.	 Pois	 neste	 capítulo	
continuaremos	a	descortinar	o	caminho	do	conhecimento	sobre	o	conceito	neoliberal	e	sua	
aplicação	em	nosso	país.	Conhecendo	o	governo	do	sociólogo	Fernando	Henrique	Car-
doso.	Vale	destacar	que	após	conhecer	o	neoliberalismo	de	Cardoso,	chegou	o	momento	
de	conhecer	o	“Lulismo”.	Não	como	uma	pessoa	e	sim	o	fenômeno	governamental	e	suas	
raízes,	expansão	e	desafios.
A	partir	de	agora,	voltaremos	nossos	olhos	para	um	debate	sobre	os	reflexos	do	
“Lulismo”	e	sua	hegemonia	com	o	aparecimento	da	nova	classe	média	e	a	erradicação	da	
pobreza	em	vários	setores	do	Brasil.	
No	entanto,	faremos	uma	breve	passagem	pelas	manifestações	a	partir	de	2013	e	
seus	reflexos	para	a	crise	do	“Lulismo”.	Ou	seja,	como	foi	arquitetado,	quais	fatores	levaram	
a	sua	queda	e	o	impeachment	de	Dilma	Rousseff.
Prosseguindo	com	nossa	reflexão,	iremos	abordar	através	de	um	debate	a	questão	
da	queda	de	Dilma,	indagando	se	foi	um	simples	impeachment	ou	um	golpe.	Assim	enten-
deremos	alguns	pontos	de	conflitos	que	envolvem	nosso	país	e	apresentaremos	fatos	que	
apontam	para	o	que	os	estudiosos	chamam	de	golpe.	Então,	passaremos	a	debater	o	ver-
dadeiro	papel	do	impeachment	com	a	crise	do	governo	Dilma,	a	ascensão	do	Bolsonarismo	
Descrevendo	os	problemas	enfrentados	em	seu	governo	e	a	falta	de	tato	para	organizar,	
fazer	alianças	e	jogar	o	jogo	político.	
Finalizando	mostraremos	 suas	 frases	 e	 seus	 reflexos	 na	 sociedade	 resultando	 em	
problemas	em	seu	governo.	Por	isso,	abandone	seus	preconceitos	e	leia	com	atenção	todo	ca-
pítulo,	para	que	ocorra	o	despertar	do	aprendizado	através	de	fontes	de	estudiosos	do	assunto.
Muito obrigado e bom estudo!
UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
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Em	pleno	século	XXI,	a	sociedade	brasileira	por	muitas	vezes	despreza	aconteci-
mentos	históricos	e	sociológicos	que	ajudaram	na	construção	de	nosso	país.	Vale	ressaltar	
que	essa	construção	foi	concretizada	através	de	lutas,	esforço	físico,	intelectual	e	político.
Por	isso,	chegamos	ao	ponto	de	refletirmos	sobre	a	sociologia	política	brasileira	no	
âmbito	da	contemporaneidade,	ou	seja,	chegou	a	hora	de	ponderarmos	sobre	a	sociologia	
política	atual.	Sobre	a	construção	e	a	validação	política	brasileira.
Para	que	isso	ocorra,	precisamos	nos	despir	de	todo	e	qualquer	“preconceito”	que	
temos	sobre	a	política	e	especialmente	de	políticos.	Focando	apenas	nas	realizações	e	na	
construção	social.	
Vale	destacar	que	atualmente	passamos	por	problemas	de	divisão	em	nosso	país.	
Pois	temos	uma	cisão	quase	que	bipolar	da	política	na	atualidade.	Ressaltando	ainda	que	
muitas	pessoas	se	 intitulam	de	direita	e	outras	de	esquerda,	sem	possuir	conhecimento	
político	e	sociológico	para	se	posicionar.	Buscando	fontes	com	inverdades	e	muitas	vezes	
tendenciosas	para	explicar	sua	ideia	política.		
Assim,	começaremos	nosso	estudo,	abandonando	todo	e	qualquer	posicionamento	
que	 temos	sobre	a	política	atual.	 Iniciando	assim	a	 construção	do	 conhecimento	 com	a	
leveza,	com	luminescência,	e	com	verdade.	Está	preparado	para	isso?	Vamos	lá?
Iniciaremos	afirmando	que	a	sociologia	política	contemporânea	no	Brasil,	passa	por	
vários	aspectos	pela	qual	pretendemos	discutir	a	partir	desse	momento.	Pois	objetivamos	
analisar	mudanças	políticas	e	sociais	de	nosso	país.	Refletindo	sobre	problemas	e	transfor-
mações	que	levaram	o	partido	dos	trabalhadores	ao	poder.
 1 COMPREENSÃODO BRASILCONTEMPORÂNEOTÓPICO
UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
Para	 compreensão	 do	Brasil	 contemporâneo,	 apresentaremos	 a	 partir	 de	 agora	
alguns	pontos	de	estudos	sociológicos	que	servirão	de	suporte	para	compreender	a	as-
censão	do	PT	na	presidência	da	república.	Apresentando,	alguns	fatores	enfrentados	nas	
grandes	cidades,	que	resultaram	na	procura	por	direitos	perdidos	ou	nunca	conquistados,	
mas	almejados	através	da	democracia	e	seus	desafios.
A	democracia	brasileira	 foi	 construída	através	de	um	 longo	processo,	 com	 lutas	
estudantis,	enfrentado	a	repressão	entre	outros	fatores.	Vale	ressaltar	que	com	o	fim	do	
autoritarismo	temos	a	construção	de	uma	democracia	lenta	e	gradual.	Pois,	mesmo	com	a	
euforia	da	liberdade	conquistada,	a	democracia	é	construída	a	passos	lentos.Em	que	visua-
lizamos	muitos	vestígios	da	repressão	e	do	autoritarismo	do	período	intitulado	de	regime	
militar.	Podemos	verificar	essa	afirmação	em	Moisés	(1989),	logo	abaixo,	quando	diz	que:
(...)	as	sociedades	que	saíram	da	ditadura	e	querem	ser	democráticas	têm	de	
se	transformar	em	algum	ou	em	vários	sentidos	para	chegarem	a	ser	demo-
cracias	modernas.	E	isso	não	se	constitui,	propriamente,	em	uma	tarefa	sim-
ples,	por	duas	razões:	seja	por	causa	do	peso	que	a	experiência	autoritária	
ainda	exerce	sobre	essas	sociedades;	seja	por	causa	das	dificuldades	que	as	
forças	políticas	relevantes	comprometidas	com	o	projeto	democrático	enfren-
tam	para	dar	conta	das	suas	tarefas	estratégicas,	o	terreno	é	essencialmente	
movediço.	(MOISÉS,	1989,	p.	47-	48).
Mas	como	construir	 uma	democracia	enfrentando	 todos	esses	problemas	que	o	
Brasil	herdou	no	pós-ditadura?	
Lassance	(2009),	afirma	que	as	democratizações	são	o	resultado	das	 lutas	sociais,	
de	alcance	político,	que	se	espalham	por	todo	o	mundo	nos	séculos	XIX	e	XX.	Vale	ressaltar	
que	essa	afirmação	de	Lassance	(2007)	é	baseada	em	Tilly	(2007),	que	além	da	afirmação	
acima,	propõe	que	a	construção	democrática	vai	passar	por	“ondas	de	democratização”.	Ou	
seja,	passa	por	processos	de	construção	democrática,	de	luta	social.	Se	espalhando	assim,	por	
vários	pontos	do	mundo,	sem	respeitar	os	limites	territoriais	de	um	país.	Vale	ressaltar	que	essa	
onda	chega	ao	Brasil	que	ainda	não	entende	muito	bem	o	processo	de	redemocratização.
Um	ponto	importante	para	construção	de	uma	nova	democracia	é	a	participação	
em	massa	 de	 vários	 setores	 da	 sociedade,	 que	 por	 sua	 vez	 pode	 não	 aderir	 a	 esse	
processo	por	não	se	encontrar,	pelo	medo,	por	não	conhecer	o	jogo	democrático	ou,	até	
mesmo,	pelo	conservadorismo.
Para	que	ocorra	uma	comoção	em	torno	da	construção	democrática,	é	preciso	expor	
a	oportunidade	de	evolução	e,	até	mesmo,	a	de	superação	econômica,	pois	o	Brasil	enfrenta	
grandes	agitações	nesse	setor.	Por	isso,	a	necessidade	de	construção	de	um	projeto	demo-
crático	transparente,	que	seja	visível	a	divisão	de	poderes,	de	regras,	entre	outros.
88UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
Vale	destacar	que	um	dos	pontos	principais	para	construção	de	uma	democracia	
é	a	promulgação	de	uma	constituição,	ou	seja,	quando	o	país	passa	a	ter	um	livro	de	leis	
para	nortear	os	passos	democráticos	de	sua	nação.	E	o	Brasil	firma	essa	construção	com	
representantes	de	vários	setores	da	elite	social.	Excluindo	o	povo	desse	processo,	e,	enfim,	
temos	sua	promulgação.	
No	entanto,	o	Brasil	passa	pelo	enfrentamento	da	crise	social	exposta	pelo	capi-
talismo,	em	que	a	criminalidade,	principalmente	nos	grandes	centrosde	nosso	país.	Vale	
destacar	que	Caldeira	(2000),	passa	a	estudar	esse	aumento	e	faz	a	relação	entre	a	crimi-
nalidade,	a	democracia	em	si	e	a	cidade	de	São	Paulo.	
Alves	(2002),	afirma	que:
Caldeira	avalia	que	uma	das	maiores	contradições	do	Brasil	contemporâneo	
reside	no	fato	de	que	a	expansão	da	cidadania	política,	através	do	processo	
de	transição	democrática,	se	desenvolveu	pari	passu	com	a	deslegitimação	
da	cidadania	civil	e	a	emergência	de	uma	noção	de	espaço	público	fragmen-
tado	e	segregado,	daí	o	caráter	disjuntivo	desse	processo	de	democratiza-
ção.	(ALVES,	2002,	p.	213).
Caldeira	 (2000),	 passa	a	 construir	 a	 imagem	da	criminalidade	em	sua	pesquisa	
e	passa	a	perceber	que	existe	uma	diferença	grande	entre	o	espaço	público	e	o	espaço	
privado.	Provocando	a	exclusão	e	o	aumento	da	criminalidade.
A	evolução	de	sua	pesquisa,	nos	mostra	o	choque	entre	o	policiamento	e	a	popula-
ção	nesse	processo.	Apresenta	também	o	conflito	entre	o	certo	e	o	errado	e,	como	o	povo	
passa	a	ser	excluído	através	de	muros,	grades,	e	o	aumento	da	cultura	da	criminalidade.	
Em	seu	estudo,	Caldeira	(2000),	percebe	a	falta	de	empatia	e	a	segregação	clássica	
encontrada	na	metrópole	de	São	Paulo.	Visualiza	também	que	a	chamada	democracia	não	
chegou	em	grande	parte	da	cidade.	Pois	a	chamada	democracia	através	da	constituição	
não	cumpriu	o	papel	de	garantir	os	mínimos	direitos	civis	tão	sonhados.	Segundo	Caldeira	
(200),	a	última	sempre	atrapalha	a	primeira	nesse	processo,	como	podemos	confirmar	em		
Alves	(2002)	logo	abaixo:
Tudo	se	passa	como	se	duas	lógicas	opostas	estivessem	em	confronto:	de	
um	 lado,	a	 lógica	da	democracia,	 dos	direitos	 civis	e	de	 suas	 instituições;	
do	outro,	a	lógica	da	violência	e	da	segregação.	Esta	última	estaria	sempre	
ameaçando	o	sucesso	da	primeira,	tornando-se	um	entrave	para	o	pleno	de-
senvolvimento	da	democracia	no	país.	(ALVES,	2002,	p.	215	-	216).
Então,	podemos	afirmar	que	a	compreensão	do	Brasil	contemporâneo	é	construída	
com	a	democracia	e	com	o	problema	social	encontrado	nas	grandes	cidades,	com	a	crimi-
nalidade,	a	segregação	através	dos	muros	e	grades	e	do	conflito	entre	o	capital	e	a	mão	de	
obra,	pois	o	trabalhador	ainda	enfrenta	a	crise	econômica	e	sofre	com	a	segregação	social.	
89UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
Mas	onde	está	a	cidadania	proposta	pela	constituição?	Será	que	a	redemocratiza-
ção	do	Brasil	apresentou	os	direitos	políticos	das	pessoas	em	sua	totalidade?
Infelizmente	no	Brasil	os	direitos	foram	concedidos	totalmente		de	forma	desigual	
entre	as	pessoas.	Promovendo	a	exclusão	da	cidadania	a	todas	pessoas.	Índios	ganham	
direitos	com	a	constituição,	mas	pretos,	pobres,	trabalhadores	rurais	ficam	de	fora	dessa	
distribuição	de	cidadania	que	por	sua	vez	é	absorvida	por	pequenos	grupos.
Holston	(2013),	vai	nos	dizer	que	esses	excluídos	passam	a	sonhar	e	lutar	por	seus	
direitos	e,		então	cria	a	ideia	de	“Cidadania insurgente”.	Holston	(2013),	começa	a	construir	
a	 cidadania	 ideal	 apresentando	a	 importância	 de	 garantir	 os	 direitos	 dos	 trabalhadores,	
unificando	tanto	o	do	campo	quanto	o	da	cidade.
Um	ponto	importante	com	a	redemocratização	do	Brasil	é	a	garantia	que	todos	os	cida-
dãos	têm	de	votar.	Ou	seja,	as	pessoas	têm	muito	mais	que	o	direito	de	votar,	e	sim	participar	do	
processo	eleitoral.
Assim,	podemos	afirmar	que	os	brasileiros	entram	na	redemocratização	do	país,	
aprendendo	e	lutando	contra	o	descaso	e	o	abandono	por	parte	do	governo	a	sua	cidadania.	
Abrindo	espaço	para	o	partido	dos	trabalhadores	crescerem	e	nascer	o	que	Singer	(2012)	
vai	intitular	de	“Lulismo”.
	
90UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
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Após	 conhecermos	 pontos	 específicos	 da	 redemocratização	 no	 Brasil	 e	 seus	
desafios,	através	da	compreensão	sociológica	estudada	acima.	Passamos	por	um	ponto	
específico	da	nossa	disciplina.	Vamos	conhecer	a	fase	do	neoliberalismo	no	Brasil.	
Iniciaremos	nosso	estudo	abordando	o	governo	do	presidente	e	sociólogo	Fernan-
do	Henrique	Cardoso.	Mas,	vale	ressaltar	que	existem	muitos	fatores	que	antecedem	seu	
governo.	Pois	ainda	nos	anos	oitenta	o	Brasil	e	outros	países	da	América	latina	passaram	
por	transformações	políticas	e	por	problemas	econômicos.	
Governos	 que	 o	 antecederam,	 procuraram	 resolver	 o	 problema	econômico	 com	
planos	engenhosos	e	mirabolantes.	Por	exemplo:	O	ex-presidente	José	Sarney	trocou	a	
moeda	 brasileira	 por	 várias	 vezes.	Criando	 a	 figura	 do	 fiscal	 do	Sarney	 após	 cortar	 os	
três	zeros	para	tentar	controlar	a	economia.	Vale	ressaltar	que	erros	foram	evidentes	no	
processo	de	condução	desses	planos	que	fracassaram	sucessivamente.
Após	o	governo	Sarney,	o	“dragão	da	inflação”	dizimava	a	economia	brasileira	que	
ainda	estava	enfraquecida	e,	em	um	processo	de	redemocratização	e	cidadania	constante.	
Foi	então	que	nas	primeiras	eleições	diretas	após	o	 regime	militar	ocorreu	a	eleição	de	
Fernando	Collor	de	Mello.
O	governo	Collor	foi	marcado	pela	tentativa	em	investir	no	capital	de	giro	e	controlar	
a	economia.	Mas	de	onde	viria	o	dinheiro	para	seu	plano	econômico?	Collor	decide	seques-
trar	a	poupança	da	população	brasileira.	Que,	além	de	enfrentar	o	desprezo	da	cidadania	
e	uma	inflação	galopante,	perde	suas	economias.	Podemos	afirmar	que	o	caos	se	instalou	
em	nosso	país.	
 2 NEOLIBERALISMO;“LULISMO”, HEGEMONIA ENOVA CLASSE MÉDIATÓPICO
UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
Mas,	o	governo	Collor	não	dura	muito	e	o	presidente	sofre	o	Impeachment.	Abrindo	
espaço	para	seu	vice-presidente.
Itamar	Franco	pensa	em	controlar	a	economia	e	 já	havia	 trocado	de	ministro	da	
fazenda,	quando	decide	montar	uma	equipe	econômica	e	busca	a	figura	do	sociólogo	Fer-
nando	Henrique	Cardoso	para	liderar	e	explicar	para	a	população	seu	plano	econômico,	
chamado	de	“Plano	Real”.	
Fernando	Henrique	consegue	controlar	a	economia	e,	a	partir	de	então,	seu	nome	
é	espalhado	como	a	salvação	do	Brasil	pela	elite	dominante.	Podemos	perceber	isso	na	
afirmação	de	Sallum	Jr	(1999),	logo	abaixo:
(...)	sua	vontade	foi	interpretada	como	capaz	de	dominar	uma	economia	em	
desordem	e,	 por	 consequência,	 ganhar	 o	 favor	 popular.	De	acordo	 com	a	
segunda	interpretação	pelo	contrário,	“o	Plano	Real	não	teria	sido	concebido	
para	eleger	FHC	mas	na	ordem	inversa,	a	candidatura	FHC	teria	sido	gesta-
da	pelas	novas	elites	dominantes	para	viabilizar,	no	Brasil,	a	coalizão	de	po-
der	capaz	de	dar	sustentação	de	permanência	ao	programa	de	estabilização	
hegemônico.	(SALLUM	JR.,	1999,	p.	24).
Então,	Cardoso	de	Mello	adota	uma	maneira	administrativa	da	economia	e	do	Brasil	
que	não	se	havia	visto.	Com	isso	o	presidente	praticamente	acaba	com	o	desenvolvimen-
tismo	criado	no	governo	Vargas.	Assim,	FHC	lidera	o	caminho	do	neoliberalismo	em	nosso	
país.	Vale	ressaltar	que	Fernando	Henrique	consegue	aprovar	projetos	que	reforçam	esse	
projeto	de	poder	como	Sallum	Jr	(1999),	nos	apresenta	logo	abaixo:
O	governo	Cardoso	conseguiu	isso	através	da	aprovação	quase	integral	de	
projetos	 de	 reforma	 constitucional	 e	 infraconstitucional	 que	 submeteu	 ao	
Congresso	Nacional.	Os	mais	 relevantes	 foram:	a)	 o	 fim	da	discriminação	
constitucional	em	relação	a	empresas	de	capital	estrangeiro;	
b)	a	transferência	para	a	União	do	monopólio	da	exploração,	refino	e	trans-
porte	de	petróleo	e	gás,	antes	detido	pela	PETROBRÁS,	que	se	tornou	con-
cessionária	do	Estado	(com	pequenas	regalias	em	relação	a	outras	conces-
sionárias	privadas);	
c)	a	autorização	para	o	Estado	conceder	o	direito	de	exploração	de	todos	os	
serviços	de	telecomunicações	(telefone	fixo	e	móvel,	exploração	de	satélites,	
etc.)	a	empresas	privadas	(antes	empresas	públicas	tinham	o	monopólio	das	
concessões).	(SALLUM	JR.,	1999,	p.	32).
Inaugurando	assim	o	projeto	neoliberal	no	Brasil	e	abrindoespaço	para	privatiza-
ções	de	empresas	públicas.
Segundo	Sallum	Jr.	(1999),	o	neoliberalismo	liderado	por	FHC	no	Brasil	se	preocu-
pou	em	fazer:
a)	manutenção	do	câmbio	para	estabilizar	os	preços;	b)	preservação	e,	am-
pliação,	da	“abertura	comercial”	para	reforçar	o	papel	do	câmbio;	c)	o	bara-
teamento	das	divisas	 e	 a	 abertura	 comercial	 para	 a	 renovação	do	parque	
industrial;	d)	política	de	juros	altos,	para	atrair	capital	estrangeiro	e	reduzir	o	
nível	de	atividade	econômica	interna;	e)	realização	de	um	ajuste	fiscal	pro-
gressivo,	baseado	na	recuperação	da	carga	tributária,	no	controle	de	gastos	
públicos	e	em	reformas	como	previdência,	administrativa;	f)	não	oferecer	es-
tímulos	diretos	à	atividades	econômicas	específicas,	condenando	as	políticas	
industriais;	(SALLUM	JR.,	1999,	p.	33).
92UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
Essas	políticas	adotadas	por	Fernando	Henrique	Cardoso	criaram	uma	euforia,	pois	
o	real	valorizou-se	perante	ao	dólar	e	paralisou	de	forma	agressiva	o	dragão	da	inflação.	
Vale	ressaltar	que	com	isso	temos	o	acesso	a	bens	de	consumo	da	camada	de	baixa	renda,	
provocando	um	problema	futuro	que	é	a	falta	de	energia	elétrica	pelo	aumento	do	consumo	
de	eletrodomésticos.
Outro	problema	ocorrido	no	governo	FHC,	foi	os	empréstimos	constantes	do	FMI	
(Fundo	Monetário	 Internacional),	que	basicamente	sujeitou	nossa	moeda	aos	 interesses	
internacionais.	Além	da	necessidade	de	pagar	as	dívidas	que	acabam	chegando.	Com	isso,	
Sallum	Jr.	(1999),	afirma	que:
Quanto	mais	ela	tem	de	obter	recursos	externos	para	equilibrar	suas	contas,	
mais	uma	mudança	nas	condições	do	mercado	internacional	de	capitais	tornas-
se	capaz	de	afetar	os	fluxos	de	financiamento	para	o	país,	sujeitando	a	moeda	
nacional	ao	perigo	de	eventuais	ataques	especulativos	tendentes	a	desvalori-
zá-la.	(SALLUM	JR.,	1999,	p.	36).
Podemos	destacar	que	mesmo	com	equívocos	em	seu	governo,	Fernando	Hen-
rique	Cardoso	manteve	 seu	governo	 na	área	do	 neoliberalismo	e	 cada	 vez	mais	 isolou	
seu	 governo	 do	 interesse	 social.	 Vale	 ressaltar	 que	 a	 luta	 clara	 contra	 seu	 governo	 foi	
basicamente	do	MST	(Movimento	dos	trabalhadores	sem	Terra).
Essa	batalha	promovida	pelo	MST,	provocou	uma	mudança	do	governo	FHC	em	
relação	à	questão	fundiária	em	nosso	país.	Podemos	perceber	isso	logo	abaixo.
O	Movimento	dos	Sem-Terra	(MST)	manteve-se	na	ofensiva	durante	todo	o	
governo	Cardoso	e	com	alto	grau	de	apoio	popular	urbano.	Fustigando	o	go-
verno	com	invasões	de	terra	e	manifestações	em	todo	o	país,	o	MST	obrigou	
a	Presidência	da	República	a	transformar	os	órgãos	dedicados	ao	tratamento	
da	questão	fundiária	e	a	adotar	medidas	inovadoras	para	melhorar	o	seu	pro-
grama	de	reforma	agrária.	(SALLUM	JR.,	1999,	p.	43).
Mesmo	assistindo	o	governo	buscar	a	solução	e	retomar	a	reforma	agrária	no	Brasil.	
Temos	que	destacar	a	luta	do	MST	com	suas	invasões	e	pressões	políticas.	Pois,	foi	através	
dessa	luta	que	temos	a	demonstração	da	conquista	que	a	batalha	pela	democracia	iniciada	
no	fim	do	regime	militar	forneceu.	Lembrando	que	essa	luta	foi	sistemática	e	constante.
Ressaltando	que	o	governo	FHC	promoveu	o	controle	da	inflação	com	o	plano	real.	
Mas	que	resultou	em	sua	reeleição.	Em	que	posteriormente	com	seu	neoliberalismo	que	
provocou	a	exclusão	da	classe	mais	baixa.	Resultando	na	ascensão	de	Lula	ao	poder	e	o	
surgimento	do	“Lulismo”.	
Mas	 o	 que	 foi	 o	 Lulismo?	Para	 explicar	 o	 termo	 criado	 por	Singer	 (2012)	 vamos	
entender	que	a	política	neoliberal	de	FHC	promoveu	a	elevação	de	parte	da	população,	mas	a	
declinação	de	grande	parte	da	mesma.	Por	isso	eu	pergunto:	Pronto	para	conhecer	o	Lulismo?	
Vale	ressaltar	que	para	conhecer	esse	período	histórico	da	sociologia	brasileira	precisamos	
abandonar	o	fanatismo	contra,	ou	a	favor	do	ex-presidente	Lula.	Procurando	compreender	
seu	governo	e	as	mudanças	promovidas	na	sociedade	nesse	período.	Vamos	lá?
93UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
O	professor	da	USP	André	Singer	é	 formado	em	ciências	políticas	e	 jornalismo.	
Participou	do	governo	Lula	entre	o	período	de	(2003	a	2007)	como	porta-voz	do	governo.	
Presenciou	parte	do	governo	e	de	suas	tomadas	de	decisões.	Ou	seja,	como	jornalista	teve	
a	missão	de	visualizar	para	posteriormente	relatar	o	que	viveu	e	presenciou.	E,	como	cien-
tista	político,	teve	a	missão	de	analisar	e	expor	as	mudanças	que	ocorreram	em	nosso	país.	
Até	mesmo	propondo	mudanças	quando	o	governo	Dilma	 tomou	decisões	equivocadas.	
Foi	Singer	(2012)	que	criou	o	termo	Lulismo	para	explicar	o	fenômeno	político	que	ocorreu	
em	nosso	país.	Em	que	Lula	vai	se	apresentar	como	a	solução	para	problemas	existentes.	
O	Lulismo	segundo	Singer	(2012),	é	quando	o	ex-presidente	realiza	seu	governo,	
promovendo	a	inclusão	social	das	classes	mais	baixas,	erradicando	a	pobreza	em	nosso	
país	naquele	momento.	Tudo	isso	eliminando	qualquer	tipo	de	radicalização	política,	pro-
movendo	alianças	com	o	chamado	“centrão”	e	com	políticos	individualmente.	
Então,	podemos	afirmar	que	o	Lulismo	é	algo	muito	mais	amplo	que	a	ideia	de	um	
líder	carismático.	O	que	define	o	Lulismo	é	seu	projeto	político	com	suas	raízes	definidas	
no	povo	excluído	da	sociedade,	que	enfrentava	a	fome	e	a	miséria	em	seu	cotidiano.	Vale	
ressaltar	que	com	o	apoio	da	massa,	esse	projeto	de	governo	bateu	de	frente	com	os	“pri-
vilégios”	sociais.	Isso	sem	confronto	direto	com	o	capital.	Esse	projeto	promoveu	também	
a	ascensão	de	uma	nova	classe	média	com	o	combate	à	miséria.	Podemos	perceber	isso	
quando	Singer	(2012)	diz	que:
Teria	havido,	a	partir	de	2003,	uma	orientação	que	permitiu,	contando	com	a	
mudança	da	conjuntura	econômica	internacional,	a	adoção	de	políticas	para	
reduzir	a	pobreza,	com	destaque	para	o	combate	à	miséria,	e,	para	a	ativação	
do	mercado	interno,	sem	confronto	com	o	capital.	(SINGER,	2012,	p.	17).
Dizendo	ainda	que:
há	relevantes	trocas	de	posição	social	no	interior	da	coalizão	majoritária:	em	
função	das	opções	governamentais	tomadas	no	primeiro	mandato	de	Lula,	a	
classe	média	se	afasta	e	contingentes	pobres	ocupam	o	seu	lugar.	(SINGER,	
2012,	p.	19).
Singer	(2012),	é	primeiro	a	analisar	o	governo	Lula,	afirmando	a	existência	de	uma	
bipolarização.	Em	que	ele	passa	a	chamar	de	“repolirização”,	que	não	seria	à	“esquerda	
contra	a	direita”	e,	sim	a	 ideia	de	 “os	pobres	contra	os	 ricos”.	Essa	afirmação	pode	ser	
percebida	na	forma	que	o	projeto	de	governo	se	desenvolve	e	enfrenta	conflitos	com	a	elite.
Podemos	destacar	que	no	livro,	Esquerda e direita no eleitorado brasileiro,	Singer	
(2002),	entende	que	a	base	de	Lula	e	do	Partido	dos	trabalhadores,	nasce	com	o	apoio	de	
alguns	setores	da	classe	média.	Que	inicialmente	estava	concentrado	nas	grandes	cidades.	
Pois	é	ali	que	a	ideologia	da	esquerda	se	espalhou	para	a	massa	pobre	de	nosso	país.	Vale	
ressaltar	que	essa	ideia	se	alastrou	pelos	quatro	cantos	do	país.	Conseguindo	o	apoio	dos	
pobres	do	sertão	nordestino.
94UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
Talvez,	você	se	pergunte:	Como	ganhou	a	adesão	da	massa	pobre	do	país?	O	que	o	
projeto	do	Lulismo	fez?	Para	responder	a	sua	pergunta,	nos	debruçamos	a	pontos	importantes	
do	projeto	de	governo	que	foram	aplicados	e	que	funcionaram	como	o	aumento	real	do	salário	
mínimo,	o	barateamento	de	produtos	da	cesta	básica,	como	o	arroz	e	o	feijão	e	principalmente	
o	programa	do	Bolsa	Família.
Vale	ressaltar	que	em	entrevistas	com	trabalhadores	rurais	sobre	o	período	do	Lulismo,	
é	comum	afirmarem	que	na	época	anterior,	trabalhavam	o	dia	todo	para	comprar	um	saco	de	
arroz	e	com	o	fenômeno	do	lulismo	conseguiram	consumir	muitos	outros	bens	de	consumo	
como	eletrodomésticos.	Com	isso,	a	essência	do	Partido	dos	Trabalhadores	se	mantém,	que	
é	a	redistribuição	de	rendas.
Singer	 (2012),	apresenta	 também	o	conflito	 ideológico	dentro	do	partido	em	que	
temos	o	chamado	“Espírito	do	Anhembi”,	mais	liberal	que	vai	suprimir	o	“Espírito	de	Sion”,	
que	era	a	parte	mais	radical	ideologicamentefalando.	
Então,	 como	o	domínio	 interno	do	 “Espírito	do	Anhembi”,	 temos	a	expansão	do	
público	que	apoia	o	PT.	Vale	ressaltar	que	ocorre	as	alianças	que	vão	reafirmar	o	partido	
dos	trabalhadores	como	o	partido	dos	pobres	como	podemos	vislumbrar	abaixo:	
PT,	enquanto	“partido	dos	pobres”	defensor	de	um	modelo	de	“redução	de	
pobreza	e	manutenção	da	ordem”,	continuará	fazendo	prevalecer	a	sua	se-
gunda	alma.	“O	êxito	eleitoral	lhes	augura	dominação	prolongada”	(SINGER,	
2012,	p.	119).
Nesse	momento	podemos	fazer	uma	comparação	de	senso	comum,	entre	Vargas	
e	Lula.	Pois	os	dois	foram	os	“pais	dos	pobres”,	mas	também	foram	a	“mãe	dos	ricos”.	Ou	
seja,	ajudaram	os	pobres,	mas	favoreceram	alguns	setores	da	sociedade	para	seu	aumento	
de	ganho	financeiro.	Podemos	reafirmar	que	não	ocorreu	a	ruptura	direta	com	o	capital.
Será	 que	 a	 não	 ruptura	 com	 o	 capital	 foi	 uma	 decisão	 acertada	 ou	 errônea	 do	
Lulismo?	Teixeira	(2013),	nos	diz	que:
O	caminho	sem	rupturas	é	ambíguo:	por	um	lado,	ele	permite	a	continuidade	
do	projeto	político,	mas,	por	outro,	ele	faz	com	que	as	mudanças	sejam	muito	
lentas.	Na	opinião	de	Singer,	o	reformismo	fraco	não	se	opõe	ao	forte,	pois	
seria,	em	último	 juízo,	a	sua	diluição	em	doses	homeopáticas.	Lula	pinçou	
das	propostas	originais	do	partido	aquilo	que	não	significava	entrar	em	cho-
que	diretamente	com	o	capital,	mas	manteve	o	 rumo	geral	do	 reformismo.	
(TEIXEIRA,	2013,	p.	143).
Tanto	diretamente	em	Singer	(2012),	quanto	na	análise	de	Teixeira	(2013),	perce-
bemos	que	a	decisão	de	não	romper	com	o	capital,	apesar	de	ser	arriscado	em	relação	à		
execução	das	reformas	propostas	pelo	Lulismo,	não	atrapalhou	sua	implantação.	Pois,	não	
ocorreu	a	tributação	direta	de	grandes	fortunas.	E	sim,	sucedeu	uma	grande	abertura	de	
crédito	consignado	que	vai	elevar	o	poder	de	compra	da	população	com	menor	poder	aqui-
95UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
sitivo.	Promovendo	um	giro	na	economia	que	a	fortaleceu.	Ou	seja,	reativou	diretamente	a	
economia.		Vale	ressaltar	que	essas	reformas	resultaram	no	que	vamos	chamar	de	“Classe	
C”,	ou	“Nova Classe Média”.		
Destacamos	também	que	Teixeira	(2013),	nos	faz	uma	proposta	para	evitar	conflitos	
acadêmicos,	de	não	chamarmos	de	“Nova Classe Média”	e	sim	de	“No Proletariado”.	Assim,	
teremos	uma	inclusão	do	subproletariado	ao	proletariado.	Produzindo	uma	elevação	no	pen-
sar	dessa	classe.	Ou	seja,	ocorrerá	uma	organização	e	contentamento	dos	trabalhadores.
Todas	essas	mudanças	promovidas	pelo	Lulismo,	torna-se	evidente	em	seu	progra-
ma	“Fome Zero”,	que	é	a	resposta	aos	direitos	descritos	na	Constituição	de	1988	e	que	não	
havia	nem	sombra	de	ser	executado	no	Brasil.		
Podemos	expressar	aqui	nesse	momento	que	o	Lulismo	 teve	momentos	compli-
cados	no	 futuro,	pois	a	definição	 ideal	para	ele,	seria	a	de	“um	projeto	político	de	 longa	
duração”.	Principalmente	preocupado	com	a	redistribuição	de	renda.	Por	isso	de	confrontos	
futuros	até	mesmo	com	o	“novo	proletariado”	que	se	vê	em	posição	errônea	de	dono	do	
meio	de	produção.	Fruto	direto	do	neoliberalismo	explicado	por	Sader	(2013),	através	da	
construção	da	chamada	“hegemonia pós-neoliberal”.
Para	explicar	essa	“hegemonia	pós-neoliberal”,	vamos	tentar	apresentar	uma	visão	
rápida	da	era	neoliberal,	passando	pelo	neoliberalismo	brasileiro	e	a	partir	daí,	conhecer-
mos	sua	definição.
Sader	(2013),	propõe	que	a	era	neoliberal	é:
(...)	o	período	histórico	atual	em	que	se	situa	o	neoliberalismo.	Trata-se	de	
um	período	que	promoveu	a	passagem	de	um	mundo	bipolar	a	um	mundo	
unipolar,	sob	a	hegemonia	imperial	norte-americana,	a	passagem	de	um	ci-
clo	longo	expansivo	do	capitalismo.	sua	“era	de	ouro”,	segundo	o	historiador	
Eric	Hobsbawm	–	a	um	ciclo	longo	recessivo,	e	a	passagem	da	hegemonia	
de	um	modelo	 regulador	 ou	 keynesiano	ou	de	bem-estar	 social	 como	se	
queira	chamá-lo	–	a	um	modelo	liberal	de	mercado.	(SADER,	2013,	p.	135).
Podemos	dizer	que	a	era	neoliberal	se	apoiou	na	visão	unipolar	que	implantou	o	livre-
-mercado,	a	não	interferência	em	empresas,	privatizações	entre	outros	pontos.	No	entanto,	o	
que	precisamos	relatar	é	que	nesse	momento	ocorreu	a	mudança	de	capital	para	o	setor	da	
especulação.	Ou	seja,	no	capital	especulativo.	Assim,	o	neoliberalismo	ganha	força	e	vai	se	
espalhar	na	América	Latina.
Podemos	destacar	que	a	 luta	 inflacionária	e	as	confusões	econômicas,	adminis-
trativas	e	tributárias,	abriram	espaço	para	o	neoliberalismo	nos	países	da	América	latina.	
Inclusive	no	Brasil.
96UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
Em	nosso	país,	o	neoliberalismo	é	fruto	da	guerra	fria	entre	capitalismo	e	socialismo.	
Em	que		o	medo	de	novas	revoluções	cubanas,	levam	os	Estados	Unidos	a	apoiar	golpes	
militares	na	América	Latina,	injetando	dinheiro	e	a	ideologia	neoliberal.
Após	os	governos	militares	o	Brasil	passou	por	um	processo	de	redemocratização	
que	se	utilizou	do	neoliberalismo	para	se	 fortalecer.	Pois	o	 fracasso	do	governo	Sarney,	
Collor,	evidenciou	a	utilização	do	mesmo	no	governo	Itamar	e	explícito	no	governo	de	FHC.
Sader	(2013),	afirma	que	essa	transição	democrática	não	foi	simples	como	pode-
mos	evidenciar	abaixo:
O	processo	de	transição	democrática	se	esgotava	assim	sem	ter	democrati-
zado	o	poder	econômico	no	Brasil.	Não	se	democratizou	o	sistema	bancário,	
nem	os	meios	de	comunicação,	nem	a	propriedade	da	terra,	nem	as	grandes	
estruturas	industriais	e	comerciais.	O	fim	da	ditadura	não	representou	a	de-
mocratização	da	sociedade	brasileira.	O	país	continuou	sendo	o	mais	desi-
gual	do	continente,	um	dos	mais	desiguais	do	mundo.	(SADER,	2013,	p.	137).
A	redemocratização	do	Brasil	promoveu	a	segregação	social	evidente.	Principalmen-
te	pelo	neoliberalismo.	Com	privatizações	e	desaparelhamento	de	estatais.	Sader	(2013)	
diz	ainda	que	só	sairíamos	dessa	confusão	monetária	no	governo	Lula.	Pois	somente	nesse	
governo	que	presenciamos	modernização	econômica	e	a	distribuição	de	renda.
Podemos	dizer	ainda	que	o	neoliberalismo	promoveu	em	nosso	país	muitas	confu-
sões	para	a	economia.	Provocando	o	acréscimo	do	investimento	especulativo,	superando	o	
produtivo	e	assim	gerando	o	endividamento	do	nosso	país.	Com	toda	essa	confusão	gerada	
pelo	neoliberalismo	em	nosso	país,	Sader	(2013)	conclui	que	a	“herança	maldita”	herdada	
pelo	governo	Lula	de	FHC	foi	que:
As	 relações	 de	 trabalho	 foram	submetidas	 a	 processos	 de	 informalização,	
que	na	realidade	significaram	sua	precarização,	com	a	expropriação	de	direi-
tos	essenciais	dos	trabalhadores	–	a	começar	pelo	contrato	formal	de	traba-
lho	–,	fazendo	com	que	deixassem	de	ser	cidadãos	do	ponto	de	vista	social,	
isto	é,	deixassem	de	ser	sujeitos	de	seus	direitos.	A	maior	parte	dos	trabalha-
dores	se	manteve	na	condição	de	exclusão	social.	(SADER,	2013,	p.	138).
Então,	chegamos	ao	ponto	de	conhecermos	o	pós-neoliberalismo	no	Brasil.	Ou	seja,	
conhecendo	os	governos	Lula	e	Dilma.	Que	por	sua	vez,	rompeu	com	o	modelo	neoliberal	
aplicado	por	Fernando	Henrique	Cardoso.
Mas	 o	 que	 os	 governos	 pós-neoliberal	 diferenciam	 de	 seu	 antecessor?	 Sader	
(2013),	apresenta	três	pontos	importantes:
a)	priorizam	as	políticas	sociais	e	não	o	ajuste	fiscal;	b)	priorizam	os	proces-
sos	de	 integração	 regional	e	os	 intercâmbios	Sul-Sul	e	não	os	 tratados	de	
livre-comércio	com	os	Estados	Unidos;	c)	priorizam	o	papel	do	Estado	como	
indutor	do	crescimento	econômico	e	da	distribuição	de	renda,	em	vez	do	Es-
tado	mínimo	e	da	centralidade	do	mercado.	(SADER,	2013,	p.	139).
97UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
Os	governos	pós	FHC	romperam	com	o	neoliberalismo,	mesmo	sendo	praticado	
na	maior	parte	do	mundo,	mesmo	pressionando	nosso	governo.	O	 lulismo	como	projeto	
político	e	social	implantou	um	modelo	de	distribuição	de	renda	promovendo	a	chamada	de	
“hegemonia pós-neoliberal”.	
Vale	ressaltar	que	para	Sader	(2013)	essa	hegemonia	só	existiu	pelo	fato	dos	go-
vernos	Lula	e	Dilma	resistirem	à	pressão	neoliberal,	se	adaptandoà		desindustrialização	
e	ao	protagonismo	de	exportador	primário.	Destacando	que	a	agricultura	além	do	caráter	
exportador,	passou	a	ser	vista	como	parte	do	sustento	da	classe	baixa	de	nosso	país.	Como	
autossustentável	na	alimentação	de	nosso	país.	
No	entanto,	Souza	(2012),	afirma	que	todo	o	processo	do	Lulismo,	gera	uma	nova	
classe	média	emergente,	que	por	sua	vez	busca	oportunidades	que	muitas	vezes	necessi-
tam	de	capacitação	para	o	seu	sustento.	Souza	(2012),	vai	chamá-los	no	primeiro	momento	
de	 “ralé brasileira”.	 Que	 trabalham	 incansavelmente	 em	 duas	 jornadas,	 duas	 fontes	 de	
trabalho	para	garantir	o	sustento	de	sua	família.	Vale	ressaltar	que	essa	nomenclatura	de	
“ralé brasileira’’,	é	substituída	posteriormente	por	Souza	(2012),	pelo	termo	“batalhadores”.	
Os	batalhadores,	passam	a	enxergar	uma	evolução,	uma	prosperidade	econômica	
através	do	fruto	de	seu	trabalho.	Trazendo	dignidade	a	si	e	sua	família.
Algumas	pessoas	querem	que	a	ralé	brasileira	receba	essa	capacitação	através	de	
programas	de	transferência	de	renda	como	o	bolsa	família.	No	entanto,	o	próprio	nome	já	
diz:	transferência	de	renda.	Em	que		o	estado	por	muitas	vezes	deixa	a	desejar	em	relação	
à	própria	organização	dessa	nova	classe	social.	
A	partir	do	momento	que	os	batalhadores	se	organizam,	 temos	o	surgimento	da	
nova	classe	média	que	apresenta	a	mobilidade	social	através	de	pequenos	empreendimen-
tos,	da	pequena	propriedade	rural	entre	outros.
Essa	nova	classe	social,	apesar	de	não	possuir	o	domínio	do	capital,	 tem	papel	
importante	na	economia	do	país,	produzindo	e	usufruindo	de	bens	de	consumo	que	antes	
não	passavam	do	ideal	imaginário	dos	batalhadores.
Os	batalhadores,	passam	a	implementar	seu	próprio	negócio,	aumentando	o	capital	
de	giro	em	nossa	economia	exercendo	uma	pressão	econômica	jamais	vista	em	nosso	país.	
Souza	(2012),	aponta	também	o	aspecto	cultural	para	sua	ascensão	dessa	nova	
classe	média.	Um	dos	fatores	culturais	para	sua	expansão	foi	a	religião.	Pois,	através	dela	
temos	a	valorização	do	trabalho	duro,	(“Deus	ajuda	quem	cedo	madruga!”).	Ajuda	também,	
segundo	Souza	 (2012),	 a	 questão	 da	 solidariedade	 com	outras	 pessoas.	 Pois	 segundo	
ele	 vivencia	 em	comunidade	e	 em	 torno	de	um	pastor,	 prepara	os	 batalhadores	 para	 a	
convivência	e	obediência	no	trabalho....
98UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
Braga	(2012),	também	olha	essa	nova	classe	emergente	se	preocupando	com	a	pre-
cariedade	do	trabalhador.	Vale	ressaltar	que	a	ideia	também	aparece	em	Corrêa	(2013),	que	
além	de	falar	dos	trabalhadores,	aponta	os	jovens	com	pouca	qualificação	para	o	trabalho.	A	
preocupação	em	qualificação	de	trabalho	reflete	em	uma	nova	classe	trabalhadora	crescente	
em	nosso	país.	Braga	(2012),	destaca	a	necessidade	de	analisar	a	transformação	da	juven-
tude	irresponsável	em	protagonistas.	
Braga	(2012),	aponta	a	“hegemonia	lulista”	com	a	passividade	dos	trabalhadores.	
Pois	abraçaram	o	Lulismo	por	causa	das	políticas	públicas	de	redistribuição	de	renda	e	com	
a	ascensão	econômica.	No	entanto,	Braga	(2012),	aponta	que	os	trabalhadores	também	
indicaram	uma	espécie	de	descontentamento	com	as	condições	de	trabalho	e	organizações	
sindicais.	Vale	ressaltar	que	essa	inquietação	social	sobre	o	sindicalismo	faz	parte	da	refle-
xão	sociológica	de	Braga	(2012).	Podemos	perceber	isso	logo	abaixo:
A	articulação	entre	o	poder	 sindical	 e	o	ativismo	das	bases	sustentando	a	
existência	dos	primeiros	vestígios	para	a	construção	de	uma	hegemonia	lulis-
ta	indica	a	natureza	reformista	desta	prática	política.	(SOUZA	e	DE	SOUZA,	
2013,	p.	121).
Assim	podemos	afirmar	 que	Braga	 (2012),	 diz	 que	a	 hegemonia	 Lulista,	mostra	
através	de	toda	soma	da	qualificação	profissional,	sindicalismo,	programa	de	transferência	
de	 renda	entre	 outros.	Uma	 inquietação	 social	 que	 ajuda	a	 construir	 uma	 sociologia	 da	
inquietação	operária	que	se	transformará	em	qualificação	e	valorização	salarial	e	inserção	
em	políticas	públicas.	Podemos	perceber	isso	também	em	Souza	e	De	Souza	(2013),	logo	
abaixo	que	afirma	que:
As	lutas	do	precariado	por	salários	e	condições	de	trabalho	justas	exigiram	do	
sindicato	uma	iniciativa	a	fim	resolver	os	conflitos	inerentes	às	circunstâncias	
do	crescimento	do	setor.	A	questão	é	que	os	sindicatos	procuram	amenizar	os	
conflitos	inserindo	o	trabalhador	no	cenário	atual	do	modo	de	regulação	ao	criar	
condições	para	o	mesmo	se	aproximar	de	forma	efetiva	das	políticas	públicas.	
(SOUZA	e	DE	SOUZA,	2013,	p.	123).
Mas	 se	 o	 trabalhador	 luta	 todos	 os	 dias,	 consegue	 evoluir,	 renasce	 como	 classe	
média.	Por	que	o	Lulismo	acabou?	Segundo	Singer	(2012),	o	Lulismo	não	acabou.	Entrou	em	
crise	e	adormeceu.	
Se	você	analisar	todas	as	transformações	sociológicas	criadas	com	o	sindicalismo,	
a	transformação	de	classe.	O	Lulismo	não	deveria	acabar	ou	até	mesmo	adormecer.	Mas	
por	que	isso	aconteceu?	Para	responder	essas	perguntas	apresentaremos	especificamente	
a	crise	do	governo	Dilma.	Que	Singer	(2018),	vai	intitular	de	um	verdadeiro	quebra-cabeças.	
Em	que		o	sonho	“rooseveltiano”	se	transformou	em	um	pesadelo	golpista.
	
99UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
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100
A	ideia	de	transformar	o	fenômeno	do	Lulismo	em	algo	transformador	entra	em	crise	
no	governo	de	Dilma	Rousseff.	Vale	ressaltar	que	a	esperança	era	grande.	Pois	tínhamos	
uma	classe	média	que	crescia	constantemente.	Outro	ponto	a	ser	destacado	é	que	Dilma	
assumiu	o	Brasil	com	um	crescimento	de	7,5%	do	PIB	(produto	interno	bruto).	Com	uma	
taxa	de	desemprego	de	5,3%.	Algo	fantástico	em	um	país	de	dimensões	continentais.
Vale	ressaltar	que	nesse	período,	a	nova	classe	média	encheu	os	aeroportos,	via-
jando	e	movimentando	o	setor	turístico	do	país.	Jovens	conseguiram	através	de	programas	
sociais	o	ingresso	nas	universidades	públicas.	Singer	(2018),	afirma	ainda	que:
O	Brasil	 parecia	 incluir	 os	 pobres	 no	 desenvolvimento	 capitalista	 sem	que	
uma	só	pedra	tivesse	riscado	o	céu	límpido	de	Brasília.	Lula	resolverá	a	qua-
dratura	do	círculo	e	achará	o	caminho	para	a	integração	sem	confronto.	Acla-
mado	urbi	et	orbi,	recebia	aplausos	da	burguesia,	nacional	e	estrangeira,	e	de	
centrais	sindicais	concorrentes.	(SINGER,	2018,	p.	12).
Vale	ressaltar	que	o	presidente	dos	Estados	Unidos	declarou	que	Lula	era	“o	cara”.	
“Que	tinha	grande	influência	no	mundo”.	Vale	destacar	também	que	a	revista	inglesa	“The	
Economist”	estampou	em	sua	capa	o	cristo	redentor	voando	como	um	foguete	afirmando	
que	o	Brasil	decolava.	Essa	aprovação	de	Lula,	transformou-se	em	desaprovação	de	Dilma	
no	ano	de	2015.	Mas	como	Singer	(2018),	montou	esse	quebra-cabeça	do	governo	Dilma	
para	explicar	a	crise.
Singer	(2018),	uma	espécie	de	 linha	do	tempo	partidária	para	demonstrar	o	 jogo	
político	que	a	construiu	ao	longo	do	tempo	no	Brasil.	Ao	final,	ele	apresenta	a	ideia	de	três	
partidos	básicos	no	Brasil:	“O	popular,	o	de	classe	média	e	o	de	interior”.	
 3 MANIFESTAÇÕESPOPULARES A PARTIR DE 2013TÓPICO
UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
Tanto	o	do	partido	popular,	quanto	o	da	classe	média	faz	uma	distinção	simples	en-
tre	pobres	e	ricos.	Já	o	partido	do	interior	joga	na	base	governista	para	sua	sobrevivência.	
Por	isso	ele	consegue	descrever	o	partido	do	centro	como	o	PMDB.	
Vale	destacar	que	a	aliança	entre	o	PT	e	o	PMDB,	fazia	com	que	houvesse	governa-
bilidade	à	presidente	Dilma.	Mas	essa	aliança	acabou	com	rachaduras	que	destroem	a	força	
de	Dilma	Rousseff.
No	entanto,	Singer	(2018),	aponta	três	fatores	para	a	crise	que	ocorreu.	Em	que		a	
primeira	foi	o	“reformismo	forte”	pelo	qual	Dilma	apresentou	um	projeto	político	para	romper	
com	as	estruturas	políticas	e	econômicas.	Singer	(2018)	explica	que	essa	decisão	poderia	
ter	provocado	um	movimento	antirreformismo	forte.Então,	esse	movimento	seria	o	segundo	
fator.	Já	o	terceiro	fator	seria	quando	a	presidente	tomou	decisões	erradas	em	seu	governo	
sem	buscar	alianças	necessárias	para	obter	apoio	em	suas	reformas	políticas.
Logo	após	a	troca	do	ministro	da	fazenda,	a	esquerda	que	a	apoiava	abandonou	o	
barco	por	entender	que	o	novo	ministro	seria	neoliberal.	Por	isso	teremos	a	crise	do	Lulismo	
que	resultará	em	dois	momentos	do	governo	Dilma.
O	primeiro	momento	foram	as	manifestações	de	2013.	Vale	ressaltar	que	segundo	
Singer	 (2018)	 ocorre	 o	 abalo	 de	 duas	 vigas	 que	 sustentavam	 o	 Lulismo.	A	 primeira	 foi	
quando	Dilma	mudou	a	política	desenvolvimentista	e	a	segunda	é	que	ocorreu	limpeza	de	
líderes	de	estatais	ligados	ao	“partido	de	interior”	(PMDB)	acusados	de	corrupção.	Abalan-
do,	assim,	as	alianças	necessárias	para	sua	sustentação.	
Com	 isso	 temos	 as	 manifestações	 de	 2013	 que	 expõem	 o	 descontentamento	
de	vários	setores	da	sociedade.	Desde	a	elite	até	os	proletários	que	veem	seu	ganho	
reprimido	com	o	aumento	de	produtos	da	cesta	básica.	Singer	(2018)	apresenta	também	
o	descontentamento	dos	pobres	com	ensino	superior	que	não	veem	ganho	expressivo	
com	sua	 formação.	Sem	falar	nos	escândalos	de	corrupção	que	mexem	com	a	massa	
impulsionada	pelo	“lavajatismo”.	
A	Lava	Jato	por	 sua	vez,	 independente	de	sua	origem	ou	 intenção.	Provocou	a	
ideia	de	criminalização	do	ex-presidente	Lula	e	do	Partido	dos	Trabalhadores.	Isso	através	
do	ativismo	jurídico	praticado	pelo	Juiz	Sérgio	Moro	que	demonstra	claramente	intenções	
políticas	em	seu	papel.	Singer	(2018)	nomeia	esse	ativismo	como	“vanguarda	togada	do	
antilulismo”.	Vale	 ressaltar	que	o	 sentimento	 contra	o	Lulismo	cresce	nas	vigas	de	sus-
tentação	apresentadas	por	Singer	(2018).	Então,	o	presidente	da	câmara	dos	deputados	
Eduardo	Cunha	vetou	os	projetos	que	poderiam	alavancar	o	governo	da	presidente	Dilma.
101UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
Enfim,	com	o	argumento	de	pedaladas	fiscais	abre-se	o	 inquérito	para	o	 impedi-
mento	de	Dilma	Rousseff.	Estamos	no	auge	dos	protestos,	com	as	chamadas	de	grandes	
manifestações	e	institucionais	com	o	“acordo	nacional”	no	Congresso.	Vale	salientar	que	as	
manifestações	foram	articuladas	por	setores	da	sociedade	somados	aos	interesses	do	par-
tido	do	interior	que	almejou	o	poder	sem	deixar	que	a	presidente	tivesse	qualquer	chance	de	
se	defender	no	processo	de	impeachment.	No	entanto,	precisamos	compreender	um	pouco	
mais	sobre	as	manifestações	populares	de	2013.	Por	isso,	vamos	nos	prender	a	algumas	
falas	de	Gohn	(2015),	pois	a	mesma	procurou	explicar	o	fato	de	maneira	clara	e	ao	mesmo	
tempo	profunda.	Vale	ressaltar	que	a	professora,	expõe	a	importância	das	manifestações	
e	a	quantidade	de	pessoas	que	foram	às	ruas	de	maneira	expressiva.	Inclusive	os	jovens,	
parte	considerada	o	futuro	de	nosso	país.	
Segundo	Gohn	(2015),	as	manifestações	se	originaram	em	São	Paulo,	nas	manifes-
tações	do	pedido	do	passe	 livre.	Vale	destacar	que	foi	noticiado	e	assistido	pela	população	
através	de	programas	 televisivos	e	 reproduzidos	em	 redes	 sociais.	Os	protestos	evoluíram	
para	a	questão	dos	serviços	públicos.	Indagando	problemas	de	saúde,	educação,	entre	outros.	
Esses	jovens	vão	às	ruas	e	as	demandas	passam	por	exigências	políticas,	mas	sem	lideranças.	
As	manifestações	públicas	estavam	 repletas	de	cartazes	com	diferentes	 reivindica-
ções.	Podemos	salientar	que	existiam	cartazes	apontando	descontentamento	com	a	forma	que	
a	política	em	nosso	país	era	apresentada,	com	a	forma	que	a	segurança	pública	era	conduzida.
Uma	novidade	nos	protestos	de	2013,	foi	a	violência	empregada	pelos	policiais	na	
repressão	e	pelo	movimento	intitulado	“black	blocs”,	que	se	expressam	através	de	confron-
tos	e	destruição	de	maneira	anárquica.	O	mais	interessante	é	que	todas	as	bandeiras	par-
tidárias	foram	rejeitadas	e	excluídas	do	processo	de	descontentamento.	Ou	seja,	excluídos	
das	manifestações.	Mas	não	se	preocupavam	com	política?	Sim,	se	preocupavam.	Mas	de	
uma	política	sem	partidos	ou	políticos	e	sim	uma	política	de	bem-estar.	Vale	ressaltar	que	
podemos	ver	isso	em	Gohn	(2015),	logo	abaixo:
Querem	mudanças	na	política	via	atuação	diferenciada	do	Estado	no	aten-
dimento	à	sociedade.	Não	negam	o	Estado,	mas	querem	um	Estado	mais	
eficiente.	Apresentam-se	como	apartidários,	mas	não	antipartidários.	(GOHN,	
2015,	p.	436).
As	manifestações	de	junho	de	2013	provocaram	um	grande	espanto	em	todo	o	Brasil.	
Inclusive	na	mídia	e	no	próprio	governo	que	não	esperava	tamanha	repercussão	e	adesão.	
Por	isso	o	governo	passou	a	pensar	em	reformas.	Mas	que	reformas?	O	governo	se	organi-
zou	e	ouviu	o	grito	dos	manifestantes	em	2013	e	enfrentou	seu	reflexo	nos	anos	seguintes.
102UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
Gohn	(2015),	expressou	muito	bem	o	que	foi	as	manifestações	de	2013	no	trecho	
logo	abaixo:
As	“vozes”	que	ecoaram	nas	ruas	em	junho	não	negavam	o	Estado,	mas	rei-
vindicavam	um	Estado	menos	dependente	dos	bancos,	de	multinacionais,	de	
empresários	etc.	Um	Estado	com	pauta	social	efetiva,	e	não	apenas	focado	
nas	metas	e	 índices	de	crescimento	e	oferta	de	bens.	Clamaram	por	mais	
cidadania	social.	(GOHN,	2015,	p.	439).
As	vozes	das	manifestações	segundo	Gohn	(2015)	tem	um	papel	 importante	por	
muitos	motivos,	mas	principalmente	pela	identificação	e	por	visualizar	um	cenário	em	que	
não	se	sentiam	representados.	Não	sentiam	que	os	direitos	da	cidadania	estavam	sendo	
respeitados.	Vale	ressaltar	que	manter	as	manifestações	por	um	longo	período	é	quase	que	
impossível.	Mas	o	sentimento	das	pessoas	e	suas	“vozes”	ecoaram	por	um	vasto	território	
com	ajuda	das	mídias	sociais	e	estavam	prestes	a	explodir.
Então,	podemos	dizer	que	as	manifestações	ocorridas	em	2013,	abrem	espaço	para	
o	que	Souza	(2016)	chama	de	quebra	de	aprovação	dos	governos	petistas	anteriores.	No	
entanto,	podemos	complementar	com	Singer	(2018),	demonstrando	todo	o	quebra-cabeças	
do	golpe.	Ou	seja,	o	Lulismo	em	crise.
	
103UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
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Vale	ressaltar	que	no	contexto	das	manifestações	ocorridas	no	Brasil,	a	mídia	passa	
a	ter	um	papel	contrário	ao	governo,	aplicando	uma	espécie	de	“cruzada”	política	contra	o	
governo	Dilma.	Tudo	apoiado	no	poder	financeiro	da	elite	e	em	sua	identidade	conservadora.
A	mídia,	que	estava	preocupada	com	a	copa	das	confederações	e	os	protestos,	
passou	a	falar	da	PEC	37.	Afirmando	que	ela		limitaria	as	investigações	criminais	e	atra-
palharia	o	 “lavajatismo”	de	Sérgio	Moro.	Podemos	destacar	o	posicionamento	de	Souza	
(2016)	para	esse	fato.	Pois	ela	chama	a	atenção	dizendo	que:
É	interessante	notar	aqui	já	um	início	da	articulação	e	do	conluio	entre	o	apa-
rato	jurídico-policial	do	Estado	e	a	imprensa.	A	PE(‘	37	c	sua	crítica	passa	a	
ser	frequentemente	referida	pelo	Jornal	Nacional	como	uma	demanda	cada	
vez	mais	importante	das	“ruas”.	(SOUZA,	2016,	p.	90).
Vale	ressaltar	que	começamos	a	ter	uma	série	de	reportagens	sobre	os	protestos,	
desde	os	trabalhadores	rurais,	demarcação	de	terra	indígena,	gastos	com	a	copa	do	mundo	
e	construção	de	estádios,	entre	outras.	
A	partir	desse	momento,	partidos	políticos	foram	rejeitados	e	execrados	pela	popu-
lação.	A	FIESP	passou	a	pendurar	uma	bandeira	gigante	em	seu	prédio	se	posicionando	
contra	o	governo.	Ou	seja,	a	elite	começa	a	demonstrar	seu	poder	e	perguntava	quem	“ia	
pagar	o	pato”.
UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
TÓPICO 4 IMPEACHMENT OUGOLPE ? DA CRISE DOGOVERNO DILMA AO“BOLSONARISMO”
Souza	(2016)	acrescentou	o	papel	da	mídia	na	construção	do	golpe	afirmando	que:
A	mídia	passou	a	se	associar	às	instituições	do	aparelho	jurídico-policial	no	
processo	de	deslegitimar	o	governo	eleito.	Palavras	de	ordem	como	“Muda	
Brasil”,	 como	 forma	 cifrada	 deinvocar	 a	 verdadeira	 bandeira	 -	 “Muda	 (de	
governo)	 Brasil”,	 passaram	 a	 dominar	 o	 imaginário	 das	 manifestações.	 A	
corrupção	ganhava	cada	vez	mais	proeminência,	e	os	gastos	com	saúde	e	
educação	que	nunca	haviam	sido	tão	expressivos	como	agora,	eram	sempre	
mencionados	de	modo	negativo	ao	governo.	(SOUZA,	2016,	p.	94).
Assim,	o	governo	Dilma	perdia	cada	vez	mais	popularidade,	visualizando	a	união	
direta	entre	a	mídia	e	a	classe	média	conservadora.	Que	por	sua	vez	começa	a	demonstrar	
o	ódio	que	estava	enraizado	em	suas	entranhas.			Podemos	perceber	isso	em	Souza	(2016),	
logo	abaixo:
O	mero	fato	da	proximidade	física	dos	pobres	em	lugares	antes	reservados	à	
classe	média	trouxe	à	baila	um	racismo	de	classe	perverso	que	se	mantinha	
escondido	do	debate	público	nas	condições	de	extrema	desigualdade	que	o	
país	vivia,	O	compartilhamento	dos	mesmos	espaços	sociais	irrita	e	incomoda	
ainda	mais	com	a	nova	postura	e	atitude	das	classes	populares	de	desafiar	o	
olhar	incômodo,	(...).	(SOUZA,	2016,	p.	97).
Vale	ressaltar	que	o	sentimento	de	“ódio”,	conservadorismo,	discriminação	racial,	
sexual	como	a	homofobia	começa	a	se	tornar	evidente	com	a	ideia	conservadora.	Mas	vem	
a	pergunta:	Isso	surgiu	aqui?	Podemos	afirmar	que	não.	Pois	o	conservadorismo	com	essas	
ideias	discriminatórias	em	nosso	país	sempre	existiu.	Mas	agora	se	torna	cada	vez	mais	
evidente.	Iniciando	uma	guerra	entre	“comunismo	e	capitalismo”,	entre	“coxinhas	e	morta-
delas”,	“amarelinhos	e	vermelhos”,	“nós	e	eles”.	Tornando	nosso	país	“bipolar”.	Provocando	
dissoluções	de	famílias	por	se	posicionarem	politicamente.
Vale	ressaltar	que	o	grade	“acordo”	entre	mídia,	elite	e	a	ignorância	de	maior	parte	
da	população	em	relação	a	questões	econômicas,	políticas.	Tornam-se	o	maior	fator	para	
o	que	Souza	 (2016),	Singer	 (2018)	 vão	chamar	de	 “golpe”,	e	que	a	extrema-direita	que	
explodiria	no	Brasil	vai	chamar	de	“justiça”.	E	que	no	senso	comum	e	sem	posicionamento,	
podemos	chamar	de	impeachment.
Para	entender	o	golpe	de	2016,	temos	que	entender	que	o	governo	Dilma	entrou	em	
crise	por	não	sustentar	os	dois	pilares	que	Singer	(2016)	nos	apresenta.	No	entanto,	não	pode-
mos	descartar	a	questão	internacional	e	o	crescimento	da	direita	no	mundo	naquele	momento.	
Além	disso,	podemos	destacar	a	união	e	falta	de	diálogo	de	Dilma	Rousseff	com	
sua	base	política	em	torno	da	governabilidade.	Com	isso,	seu	vice	e	 líder	do	“partido	do	
interior”	(PMDB),	Michel	Temer,	se	une	em	torno	da	burguesia	e	articula	a	tomada	de	poder.	
Vale	ressaltar	que	o	mesmo	se	aproveitou	de	fakes	News	em	larga	escala	que	foram	repro-
duzidas	nas	redes	sociais	e	esperou	a	hora	certa	para	tomar	o	poder.
105UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
A	tomada	do	poder	teve	como	marco	inicial	o	aceite	do	pedido	de	impeachment.	Vale	
ressaltar	que	já	existiam	mais	de	cinquenta	pedidos	que	foram	arquivados	por	falta	de	provas.	
Mas	um	pedido	foi	acatado	pelo	presidente	da	câmara	dos	deputados	Eduardo	Cunha,	que	
era	aliado	direto	de	Temer.	E	foi	apoiado	por	movimentos	que	estiveram	presentes	nas	mani-
festações	e	nas	ruas	pedindo	a	queda	de	Dilma	Rousseff	por	crime	de	responsabilidade,	ou	
as	famosas	“pedaladas	fiscais”.
Após	a	votação	com	palavras	que	evocaram	anticorrupção,	Deus,	e	o	famoso	“tchau	
querida!”.	Vale	ressaltar	que	até	a	memória	do	General	Ustra	foi	declarado	pelo	até	então	
deputado	Bolsonaro.	Almeida	(2021),	nos	apresenta	a	votação	da	seguinte	forma:
A	 sessão	 de	 votação	 do	 impeachment	 foi	 transmitida	 em	 rede	 nacional	 e	
deteve	a	atenção	massiva	da	população	que,	já	polarizada	em	direita	e	es-
querda	desde	a	eleição	de	2014,	assistia	cada	um	torcendo	para	o	desfecho	
que	defendiam.	No	plenário,	cada	deputado	dava	um	show	à	parte.	E	nos	
discursos	de	defesa	do	voto	ficou	nítido	que	não	havia	indignação	pelos	su-
postos	crimes	de	Dilma,	até	porque	em	nenhum	momento	estes	serviram	de	
argumento	para	dar	sim	ou	não	à	abertura	do	processo	de	 impedimento	e	
permanência	dela	na	Presidência.	Aquele	momento	histórico	ficou	marcado	
pela	consolidação	de	um	golpe	parlamentar	que	usou	o	palco	da	câmara	para	
comemorar,	voto	a	voto,	as	alianças	políticas	que	culminaram	no	bem-sucedi-
do	golpe.	(ALMEIDA,	2021,	p.	46).
Após	 o	 golpe,	 Temer	 governou	 provisoriamente	 com	 escândalos	 de	 corrupção	
ao	 seu	 redor	 e	assim	abre	espaço	para	extrema	direita	 no	Brasil	 representado	por	 Jair	
Bolsonaro.	Vale	ressaltar	que	mesmo	sem	tempo	de	televisão,	o	candidato	recebeu	apoio	
massivo	em	redes	sociais,	graças	ao	seu	discurso	que	representava	grande	parte	do	pen-
samento	da	direita	brasileira.	Destaca-se	ainda	a	conturbação	que	foi	a	eleição	2018	e	a	
briga	entre	esquerda	e	direita	escancarada.	Além	da	cassação	da	candidatura	de	Lula	e	
sua	condenação	afundando	a	esquerda.	Aumentando	o	poder	de	Bolsonaro	após	a	famosa	
“facada”	recebida	por	Bolsonaro.
O	bolsonarismo	ganha	cada	vez	mais	força	principalmente	pela	prisão	de	Lula	que	
liderava	todas	as	pesquisas	presidenciais.	Almeida	(2021)	diz	que:
(...)	a	estratégia	dá	tão	certo,	que	Lula	é	usado	como	alvo	e	é	proibido	pela	
justiça	de	concorrer	às	eleições	mesmo	sendo	líder	absoluto	nas	pesquisas	
de	intenção	de	voto.	Proibir	Lula	de	disputar	a	Presidência	em	2018	é	a	der-
rota	da	“arma”	capaz	de	fazer	sucumbir	a	escalada	do	neofascismo	no	Brasil.	
(ALMEIDA,	2021,	p.	53.).
Podemos	destacar	que	Almeida	(2021),	apresenta	a	carreira	de	Jair	Bolsonaro	na	
política,	afirmando	que	seu	governo	está	sendo	controverso	e	cheio	de	polêmicas.	Tanto	no	
âmbito	nacional	como	internacionalmente.	
106UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
Mesmo	sem	se	posicionar	diretamente	 sobre	o	governo	Bolsonaro.	Procuramos	
apresentar	toda	discussão	através	de	pesquisadores	que	deixaram	seu	escrito.	No	entanto,	
não	podemos	continuar	a	falar	da	ascensão	e	do	governo	de	Bolsonaro.	Pois	ainda	demora	
um	tempo	para	se	ter	uma	análise	completa	de	seus	atos.	Mas,	podemos	encerrar	nosso	
estudo	apresentando	abaixo	o	pensamento	de	Almeida	(2021),	que	aponta	para	um	dos	
fatores	de	seu	governo	confuso	e	fracassado,	pois	o	presidente	não	conseguiu	apoio	de	
fato	para	seu	governo.	
Todo	pronunciamento,	entrevista	ou	fala	do	Presidente	foi	marcada	por	po-
lêmicas,	 ofensas	 a	 jornalistas,	 argumentos	 sem	 fundamentos,	 palavras	 de	
baixo	calão	etc.	Nunca	na	história	do	Brasil	houve	um	Presidente	com	uma	
postura	tão	atípica.	É	importante	ressaltar	que	o	comportamento	pouco	po-
lido	 de	Bolsonaro	 foi	 peça	 chave	 no	 processo	 de	 desmoralização	 do	 país	
e	culminou	no	descrédito	no	governo,	o	que	refletiu	na	quebra	de	alianças	
importantes	para	consolidar	os	planos	do	governo.	(ALMEIDA,	2021,	p.	53).
107UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
O presidente Jair Messias Bolsonaro produziu frases e discursos que levam pesquisadores como Alex Fer-
nandes Silva de Almeida. Autor da tese de Mestrado, intitulada de: Do Golpe De 2016 Ao Bolsonarismo: O 
Neofascismo. A compararem suas frases a características neofacistas como a apresentado abaixo expostas 
na página 66 de sua tese:
Característica Neofascista e Frases de Bolsonaro
Nacionalismo: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
Negação dos direitos humanos: “Conosco não haverá essa politicagem de direitos humanos. Essa bandi-
dada vai morrer porque não enviaremos recursos da União para eles.”
Inimigos da nação: “Vamos unir o Brasil pela vontade de nos afastarmos de vez do socialismo, do comunis-
mo, nos vermos livres desse fantasma do que acontece na Venezuela.” “esquerdistas, petistas e bandidos.”
Militarismo: “Caso eu fosse Presidente da República, eu convidaria para o MEC
(Ministério da Educação) um general que tivesse comandado um colégio militar pelo Brasil.”
Sexismo/misoginia: “Jamais iria estuprar você, porque você não merece.”
Controle da imprensa: “A imprensa tenta a todo custo comprar a corda que irá enforcá-la.”
Acompanhe em: ALMEIDA, Alex Fernandes Silva de. Do Golpe De 2016 Ao Bolsonarismo: O NeofascismoNo 
Brasil. Goiás: Puc, 2021. Disponível em: http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4651
http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/tede/4651
108UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
Quer saber um pouco mais sobre a ascensão do Bolsonarismo no Brasil? Acesse o artigo de Fernanda Rios 
Petrarca. Intitulado Uma Janela no Tempo: a ascensão do Bolsonarismo no Brasil. Publicada na Re-
vista TOMO, núm. 38, 2021, Janeiro-Junho, pp. 339-371. Universidade Federal de Sergipe – Brasil. Sob o 
DOI: https://doi.org/10.21669/tomo.vi38.14356 e disponível em: http://portal.amelica.org/ameli/jatsRe-
po/346/3461827012/3461827012.pdf 
https://doi.org/10.21669/tomo.vi38.14356
http://portal.amelica.org/ameli/jatsRepo/346/3461827012/3461827012.pdf 
http://portal.amelica.org/ameli/jatsRepo/346/3461827012/3461827012.pdf 
109
WEB
Tenho	caracterizado	o	movimento	de	apoio	a	Bolsonaro,	bem	como	o	seu	governo,	
como	neofascistas	 (Boito,	2019).	O	 texto	pretende	 retomar	essa	 tese,	apresentá-la	com	
argumentos	talvez	mais	apurados	e	 indicar	diferenças	bibliográficas	que	recusem	tal	ca-
racterização.	O	texto	apresenta	um	movimento	de	um	governo	neofascistas,	e	não	de	uma	
ditadura	fascista.		Quer	saber	mais	sobre	essa	visão?	Acesse	o	link	abaixo:
BOITO	JR,	Armando.	Por que caracterizar o bolsonarismo como neofascismo? 
Crítica	marxista,	v.	1,	n.	50,	2020.	https://www.researchgate.net/profile/Armando-Boito-Jr/
publication/345392663_Por_que_caracterizar_o_bolsonarismo_como_neofascismo/links/
5fa5a237a6fdcc06241cb794/Por-que-caracterizar-o-bolsonarismo-como-neofascismo.pdf	
																																																																																																							Bom estudo !
UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
https://www.researchgate.net/profile/Armando-Boito-Jr/publication/345392663_Por_que_caracterizar_o_bolsonarismo_como_neofascismo/links/5fa5a237a6fdcc06241cb794/Por-que-caracterizar-o-bolsonarismo-como-neofascismo.pdf 
https://www.researchgate.net/profile/Armando-Boito-Jr/publication/345392663_Por_que_caracterizar_o_bolsonarismo_como_neofascismo/links/5fa5a237a6fdcc06241cb794/Por-que-caracterizar-o-bolsonarismo-como-neofascismo.pdf 
https://www.researchgate.net/profile/Armando-Boito-Jr/publication/345392663_Por_que_caracterizar_o_bolsonarismo_como_neofascismo/links/5fa5a237a6fdcc06241cb794/Por-que-caracterizar-o-bolsonarismo-como-neofascismo.pdf 
110
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro	 (a)	 acadêmico	 (a),	 chegamos	ao	 fim	da	última	unidade	da	nossa	apostila.	
Nessa	etapa	final	da	disciplina,	obtivemos	a	compreensão	do	Brasil	contemporâneo.	Tudo	
tão	próximo	que	provavelmente	você	concordou	ou	discordou	do	que	leu	e	aprendeu.	No	
entanto,	gostaria	de	salientar	que	 todo	o	conteúdo	 teve	uma	base	científica	de	obras	 já	
produzidas	e	por	muitas	vezes	com	anos	de	pesquisa	fundamentada.	
Então,	estudamos	neste	capítulo	assuntos	polêmicos	que	com	toda	certeza	descor-
tinaram	nossos	olhos	com	o	conhecimento	sobre	o	conceito	neoliberal	e	sua	aplicação	em	
nosso	país.	Conhecemos	o	governo	de	Fernando	Henrique	Cardoso	e	suas	vertentes.	Vale	
destacar	que	após	conhecermos	o	neoliberalismo	de	Cardoso,	aprendemos	o	conceito	de	
“Lulismo”.	Não	como	uma	pessoa	e	sim	o	fenômeno	governamental	com	todas	suas	raízes,	
expansão	e	desafios	que	enfrentou.
Voltamos	nossos	olhos	para	um	debate	sobre	os	reflexos	do	“Lulismo”	e	sua	he-
gemonia	com	o	aparecimento	da	nova	classe	média	e	a	erradicação	da	pobreza	em	vários	
setores	do	Brasil.	
No	entanto,	fizemos	uma	breve	passagem	pelas	manifestações	a	partir	de	2013	e	
seus	reflexos	para	a	crise	do	“Lulismo”.	Ou	seja,	como	foi	arquitetado,	quais	fatores	que	
levaram	a	sua	queda	e	o	impeachment	de	Dilma	Rousseff.
Prosseguindo	com	nossa	reflexão,	abordamos	a	queda	de	Dilma	e	indagamos	se	
foi	um	simples	impeachment	ou	um	golpe.	Assim	entendemos	alguns	pontos	de	conflitos	
que	envolveram	nosso	país	e	apresentamos	fatos	que	apontam	para	o	que	os	estudiosos	
chamaram	de	golpe.	Debatemos	o	verdadeiro	papel	do	impeachment	com	a	crise	do	go-
verno	Dilma,	a	ascensão	do	Bolsonarismo	Descrevemos	os	problemas	enfrentados	em	seu	
governo	e	a	falta	de	tato	para	organizar,	fazer	alianças	e	jogar	o	jogo	político.	
Finalizamos	mostrando	as	frases	de	Bolsonaro	e	seus	reflexos	na	sociedade	que	
resultaram	em	problemas	para	seu	governo.	
Foi	extremamente	importante	e	prazeroso	nosso	estudo	até	aqui.	Então,	fique	com	meu...
Muito obrigado!
UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
111
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 1
Título: Cidade de Muros: Crime, Segregação e Cidadania em São Paulo.
Autor: Tereza Pires do Rio Caldeira. 
Editora: EDUSP; 2ª edição (1 janeiro 2006).
Sinopse: O documentário analisa a maneira pela qual crime, 
medo e desrespeito aos direitos dos cidadãos associaram-se 
a transformações urbanas de São Paulo, produzindo um novo 
padrão de segregação espacial durante as duas últimas déca-
das. Temos o aumento da violência na cidade e o fracasso da 
polícia e da justiça em combatê-la teve sérias consequências: 
a privatização da segurança, o apoio a ações ilegais e violentas 
da polícia e a reclusão de parte da sociedade em verdadeiros 
encraves fortificados. O resultado é a fragmentação do espaço 
público, a valorização da desigualdade e o incentivo ao precon-
ceito em relação a certos grupos sociais. 
LIVRO 2
Título: Os sentidos do Lulismo: Reforma Gradual e Pacto Conservador.
Autor: André Singer.
Editora: Companhia das Letras; 1ª edição (28 agosto 2012).
Sinopse: Em novembro de 2009, a prestigiosa revista Novos 
Estudos, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Ce-
brap), publicou um artigo de André Singer que já se tornou um 
marco da ciência política brasileira. Escrito durante o auge da 
popularidade desfrutada pelo presidente Luiz Inácio Lula da 
Silva, “Raízes sociais e ideológicas do lulismo” analisava o gran-
de realinhamento eleitoral ocorrido no país durante o pleito de 
2006. O subproletariado, isto é, a massa de milhões de pessoas 
excluídas das relações de consumo e trabalho, e que sempre 
havia se mantido distante da ameaça de “desordem” represen-
tada pela esquerda, aderiu em bloco à vitoriosa candidatura 
à reeleição. Ao mesmo tempo, a classe média tradicional se 
afastou de Lula e do PT após as denúncias de corrupção que 
originaram o caso do “mensalão”. Invertia-se, desse modo, na 
trajetória eleitoral do partido e de seu principal líder, até então 
apoiados majoritariamente pelos eleitores urbanos e pelos 
estratos sociais de maior renda e instrução. 
UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
112
LIVRO 3
Título: O lulismo em crise: Um quebra-cabeça do período Dilma 
(2011-2016).
Autor: André Singer. 
Editora: Companhia das Letras; 1ª edição (24 maio 2018).
Sinopse: Em O lulismo em crise, André Singer enfrenta o desafio 
de remontar o quebra-cabeça dos anos em que Dilma Rousseff 
foi presidente da república e apresenta uma interpretação para 
o funcionamento do sistema político-partidário brasileiro. Com 
palavras claras e com argumentação rigorosa, Singer explica 
por que o afastamento de duas vigas estruturantes do arranjo 
lulista. (o capital financeiro e o PMDB), teve custo tão alto. On-
ças foram cutucadas com varas curtas, sem que tivesse havido 
mobilização de bases sociais que apoiassem a continuidade do 
lulismo, em sua nova versão, de reformismo forte. Em processo 
simultâneo, a Lava Jato acabou por galvanizar apoio de significa-
tivas frações da sociedade, tornando-se decisiva na propagação 
das ondas anti lulistas que levariam ao impeachment.
FILME / VÍDEO 1
Título: Democracia em vertigem.
Ano: (2019).
Diretora: Petra Costa.
Roteirista: Petra Costa.
Produção: Joanna Natasegara; Shane Boris; Tiago Pavan
Sinopse: Documentário sobre o processo de impeachment de 
Dilma Rousseff. Apresentado como um dos reflexos da polari-
zação política e da ascensão da extrema-direita para o poder. 
FILME / VÍDEO 2
Título: O Processo.
Ano: (2018).
Diretor: Maria Ramos.
Roteirista: Maria Ramos.
Produção:Leonardo Mecchi.
Sinopse: Ao passar meses nos bastidores do Congresso Na-
cional, acompanhando ao vivo os trâmites que levaram ao 
impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O documentário 
apresenta os eventos de 2016 trazem consequências no Brasil 
até hoje, e as imagens daquela época adquiriram novo signi-
ficado em 2018, com Michel Temer no poder, às vésperas de 
uma nova eleição presidencial.
UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
113
FILME / VÍDEO 3
Título: O Muro.
Ano: (2017).
Diretor: Lula Buarque de Hollanda.
Roteirista: Lula Buarque de Hollanda.
Produtor: Lula Buarque, Letícia Monte.
Sinopse: O filme O Muro, de Lula Buarque de Hollanda, tem 
como ponto de partida a estrutura de aço erguida no meio da 
Esplanada dos Ministérios, durante o julgamento do impeach-
ment da ex-presidente Dilma Rousseff. O objetivo era separar 
manifestantes pró e contra o processo, ironicamente, no centro 
de um local projetado para ser um espaço de comunhão.
Misturando documentário e videoarte, o diretor entrevista pes-
soas dos dois lados, bem como pensadores, cientistas políticos, 
historiadores, filósofos, acadêmicos e brasilianistas, que trazem 
outras leituras dos fatos.
UNIDADE 4 SOCIOLOGIA POLÍTICA NO BRASIL
114
ALMEIDA,	Alex	Fernandes	Silva	de.	Do Golpe De 2016 Ao Bolsonarismo:	O	Neofascis-
mo	No	Brasil.	Goiás:	Puc,	2021.	Disponível	em:	http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/handle/
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AZEVEDO,	 Vanessa.Lúcia.Santos	 de;	 FERREIRA,	Adriana;	 MARTINS,	 Silvia.	 Santiago.	
Política social. São	Paulo:	Grupo	A,	2018.	Disponível	em:	https://integrada.minhabibliote-
ca.com.br/#/books/9788595026193/.		Acesso	em:	24	jan.	2022.
BOBBIO,	Norberto.		A teoria das formas de governo. Tradução	de	Sérgio	Bath.	Brasília:		
UnB,	1980.
BOBBIO,	Norberto. Teoria geral da política. 2.	ed.	Tradução	de	Daniela	Beccaccia	Versia-
ni.	Rio	de	Janeiro:	Campus,	2000.
BRAGA,	Ruy. A política do precariado: do	populismo	à	hegemonia	 lulista.	São	Paulo:	
Boitempo;	USP,	Programa	de	Pós-Graduação	em	Sociologia,	2012.	
BUARQUE	DE	HOLANDA,	Cristina.	Teoria das Elites.	Editora	Zahar,	1ª	Edição,	Rio	de	
Janeiro,	2011.
CALDAS,	Ricardo	Wahrendorff.	Políticas Públicas:	conceitos	e	práticas.	Belo	Horizonte:	
Sebrae/MG,	2008.	Disponível	em:	http://www.mp.ce.gov.br/nespeciais/promulher/manuais/
manual%20de%20politicas%20p%C3%9Ablicas.pdf.	Acesso	em:	04	mar.	2022.
CALDEIRA,	Teresa	P.	do	Rio.	Cidade de Muros:	Crime,	Segregação	e	Cidadania	em	São	
Paulo.	São	Paulo:	Editora	34/Edusp.	2000.	
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FIORI,	José	Luís.	Estado de Bem-Estar Social:	Padrões	e	Crises.	Editora	Physis:	Rev.	
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GOHN,	Maria	da	Glória.	Manifestações de junho de 2013 no Brasil e praças dos indig-
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HOBBES,	Thomas.	Leviatã ou Matéria, Forma e Poder de uma República Eclesiástica 
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HOLSTON,	James. Cidadania insurgente: disjunções	da	democracia	e	da	modernidade	
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JAPIASSÚ,	Hilton;	MARCONDES,	Danilo.	Dicionário Básico de Filosofia.	Editora	Zahar,	
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https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522476725/
 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522484478/
 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522484478/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440197/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440197/
https://www.scielo.br/j/ccrh/a/nwd8YZsWftZT75q6PZjtBQs/?format=pdf&lang=pt
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https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/54339
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KEYNES,	John	Maynard.	Teoria geral do emprego do juro e da moeda.	Editora:	Relógio	
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LACERDA,	Gustavo	Biscaia	de.		Introdução à Sociologia Política.	Curitiba:		InterSaberes,	
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em	17/01/2022.	Acesso	em:	04	mar.	2022.
LASSANCE,	Antônio.	Charles Tilly – Democracy. Revista	Brasileira	de	Ciência	Política,	
2007.	Disponível	em:	https://periodicos.unb.br/index.php/rbcp/article/view/1549	Acesso	em:	
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LOCKE,	John.	Dois tratados sobre a política. Editora	Martins	Fontes,	São	Paulo,	1996.	
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LOPES,	 Brenner.	 AMARAL,	 Jefferson	 	 Ney.	 CALDAS,	 Ricardo	 Wahrendorff.	 Políticas 
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MAQUIAVEL,Nicolau.	O príncipe. São	Paulo:	Editora	Blucher,	2020.	Disponível	em:	https://
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 https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/42149
https://periodicos.unb.br/index.php/rbcp/article/view/1549
https://cejum.com.br/obrasclassicas/dois-tratados-sobre-o-governo-martins-fontes.pdf
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Caro(a) aluno(a),
Chegamos	ao	fim	do	curso	de	Sociologia	Política.	Fizemos	uma	viagem	libertadora.	
Buscando	nas	experiências	históricas	e	nas	explicações,	os	conceitos	e	os	fatos	históricos	
que	construíram	a	sociologia	política.
Partimos	conhecendo	a	sociologia	política,	através	do	conceito	básico	do	que	é	a	
sociologia	política.	Visualizamos	a	Filosofia	Política	em	Maquiavel.	Um	grande	pensador	
que	demonstrou,	passo	a	passo,	como	se	faz	a	política.	Seguimos	nosso	estudo,	 identi-
ficando	o	conceito	básico	de	Ciência	Política.	Terminando	nossa	unidade	conhecendo	os	
conceitos	de	Políticas	Públicas	e	Política	Social.
Na	segunda	unidade,	nosso	foco	foi	o	conceito	de	Elite	e	os	pressupostos	histó-
ricos.	Passamos	pela	definição	de	Elitismo.	E,	como	ponto	alto	da	unidade,	conhecemos	
importantes	 personagens	 como	Gaetano	Mosca,	Vilfredo	Pareto	 e	Robert	Michels.	Que	
descortinam	nossos	olhos	sobre	a	questão	do	elitismo.	Continuamos	nossa	viagem	apre-
sentando	a	denúncia	contra	a	Elite	com	uma	forte	crítica	a	elite	liberal.
	Já	na	Unidade	III,	apresentamos	o	conceito	de	Estado	e	o	bem-estar	social,	enfati-
zando	seu	compromisso	com	as	políticas	públicas.	Seguimos	nosso	estudo	compreendendo	
a	responsabilidade	do	Estado	enquanto	regulador	e	responsável	pela	economia	e	política	
nacional.	Completando	com	a	contextualização	do	processo	da	dimensão	da	política	en-
quanto	órgão	competente	quanto	às	responsabilidades	junto	ao	Estado	de	direito	democrá-
tico.	Então,	terminamos	o	capítulo	problematizando	as	questões	que	envolvem	o	bem-estar	
social	e	influência	do	neoliberalismo	nas	políticas	públicas	na	sociedade	contemporânea.
Enfim,	 em	 nossa	 Unidade	 IV,	 discutimos	 uma	 questão	 polêmica.	Mas	 extrema-
mente	necessária	 no	 campo	da	 sociologia	 política.	Vale	 ressaltar	 que	 se	abandonamos	
toda	 e	 qualquer	 ideologia	 existente	 em	 nossas	 entranhas,	 alcançamos	 o	 entendimento	
e	 concretizamos	 o	 processo	 de	 ensino	 e	 aprendizagem.	 Vale	 ressaltar	 que	 abordamos	
a	Compreensão	 do	Brasil	 Contemporâneo.	 Passamos	 pelo	 neoliberalismo	 de	Fernando	
Henrique	Cardoso	e	conhecemos	o	fenômeno	chamado	“Lulismo”.	Seguimos	nossa	viagem	
conhecendo	a	hegemonia	e	a	nova	classe	média.	Atrelando	a	isso	tudo	as	manifestações	
populares	a	partir	de	2013.	Debatemos	se	foi	Impeachment	ou	Golpe?	Chegando	à	conclu-
são	através	de	estudiosos	que	foi	um	golpe.	Por	fim,	fizemos	uma	breve	viagem	na	crise	do	
Governo	Dilma	ao	“Bolsonarismo”	e	suas	atitudes.
Assim,	chegamos	ao	fim	da	nossa	viagem.	Espero	que	seu	horizonte	de	expec-
tativas	 tenha	 sido	modernizado	 e	 novos	 horizontes	 acrescentados,	 uma	 vez	 que	 todos	
nós,	brasileiros,	necessitamos	ter	uma	visão	aberta,	principalmente	com	fatos	históricos,	
abandonado	os	achismos	da	fake	News	e	das	redes	sociais.	Por	isso,	
Muito obrigado e bom estudo!
CONCLUSÃO GERAL
ENDEREÇO MEGAPOLO SEDE
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