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30/11/2022 INSULINA E ANTIDIABÉTICOS ORAIS Barbara Falquetto Lab 332 ICB 1 barbaraf@icb.usp.br OBJETIVOS DA AULA: 1) Fisiologia endócrina 2) Diabetes 3) Insulinoterapia 4) Antidiabéticos 5) Diabetes Gestacional PÂNCREAS “Glândula localizada na cavidade abdominal, que possui atividade exócrina e endócrina. Parte do sistema digestório.” Insulina e glucagon diretamente no sangue “Somente 1% do pâncreas têm função endócrina. 99% apresenta função exócrina” Suco digestivo para o duodeno HISTÓRICO 1 a 2 milhões de ilhotas de Langerhans Organizam-se em torno de pequenos capilares 1869 Células acinares e ilhotas Hipótese incorreta: linfonodos Paul Langerhans (patologista alemão) Ilhotas de Langerhans • Células A ou α: glucagon • Células B ou β: insulina (60% das ilhotas) • Células D ou δ: somatostatina • Células PP ou F: peptídeo pancreático “Células arredondadas circundadas por uma rica rede de capilares sanguíneos fenestrados e envolvidas por uma fina camada de tecido conjuntivo” 1 2 3 4 5 6 30/11/2022 Célula β: Síntese de insulina Estrutura e Síntese Peptídeo inicial: 110 aminoácidos Insulina: 51 aminoácidos SP = peptídeo de sinal PC1= pró-hormônio convertase 1 PC2= pró-hormônio convertase 2 (RER) (Complexo de Golgi) (vesículas) Síntese Regulação da Secreção Regulação da secreção: - Estimulantes da secreção de insulina – GLICOSE – Estimulação vagal e agonistas do receptor 2-adrenérgico – Incretinas (GLP-1 e o GIP) – Antagonistas 2-adrenérgicos – Ácidos graxos, corpos cetônicos e aminoácidos – Hormônios gastrointestinais → gastrina, secretina, colecistocinina, peptídeo gastrintestinal inibidor - Inibidores da secreção de insulina – Estimulação de receptores 2-adrenérgicos – Antagonistas 2-adrenérgicos – Outros peptídeos (somatostatina, galanina, amilina) Fisiologia Médica. Boron and Boulpaep. Elsevier 7 8 9 10 11 12 30/11/2022 Secreção de insulina .... .. .. .. .. .. GLUT2 Glicose Glicose Canal de K(ATP) despolarização Canal de Ca2+ Ca2+ Ca2+ .. K+ K+ X .. glicólise ATP hexoquinase :.:.: ¨.¨. : ¨: Células Regulação da Secreção • Secreção máxima: 30 a 60 min após a refeição • Circulação livre • Meia-vida plasmática: 5 a 8 min Liberação contínua Célula β: Síntese de insulina insulinaCirculação: insulina agirá em receptores para insulina localizados em todas as células do indivíduo, com principais efeitos sobre o fígado, gordura e músculo Receptor de Insulina • Pertence à superfamília dos receptores transmembrana com atividade tirosina quinase intrínseca • Quantidade variável: 40 eritrócitos a 300.000 nos adipócitos e hepatócitos • Presente virtualmente em todas as células Receptor de insulina • Complexo glicoprotéico heterotetramérico: 2 subunidades α e 2 subunidades β unidos por ponte dissulfídica • Subunidade α: extracelular e possuem um sítio de ligação à insulina • Subunidade β: proteína transmembrana com atividade tirosina quinase Fisiologia Médica. Boron and Boulpaep. Elsevier IRS-1 Receptor de insulina IRS - substrato de receptor de insulina 13 14 15 16 17 18 30/11/2022 P P P P IRS-1 IRS-1 Insulina IRS - substrato de receptor de insulina P P P P P IRS-1 IRS-1 Insulina fosforilação Atividade enzimática Transcrição gênica Translocação de proteínas Crescimento celular síntese de DNA IRS - substrato de receptor de insulina P P P P P IRS-1 IRS-1 Insulina GLUT4 glicose Transporte de glicose P P P P P IRS-1 IRS-1 Insulina GLUT4 Transporte de glicose glicose P P P P P P IRS-1 IRS-1 Insulina GLUT4 GLUT4 glicose Transporte de glicose P P P P P P P IRS-1 IRS-1 Insulina GLUT4 GLUT4 glicose glicose Transporte de glicose P P P 19 20 21 22 23 24 30/11/2022 Efeitos da Insulina • Efeito global: conservar os combustíveis energéticos ao facilitar a captação e o armazenamento de glicose, aminoácidos e lipídeos após uma refeição – hormônio anabólico • Efeito em longo prazo: Síntese de enzimas, proliferação celular – desenvolvimento fetal. Relembrando: • Glicogenólise: degradação de glicogênio • Glicogênese: síntese de glicogênio • Gliconeogênese: Síntese de glicose a partir de fontes ≠ de CHO • Glicólise: utilização da glicose Tecidos insulino-dependentes Tecido adiposo FígadoMúsculo estriado Entrada de glicose Lipogênese Lipólise Gliconeogênese e glicogenólise Síntese de glicogênio Lipogênese Entrada de glicose Síntese de glicogênio Síntese de proteínas Glucagon: efeitos opostos Estado alimentado/jejum Período absortivo/alimentado • Glicose alta • Insulina alta • Síntese de glicogênio (glicogênese) • Síntese de lipídeos (lipogênese) • Síntese de proteínas Período pós absortivo/jejum • Glicose baixa • Glucagon alto • Degradação do glicogênio (glicogenólise) • Degradação dos lipídeos (lipólise) • Gliconeogênese As bases Farmacológicas da terapêutica. Goodman e Gilman. Artmed OBJETIVOS DA AULA: 1) Fisiologia endócrina 2) Diabetes 3) Insulinoterapia 4) Antidiabéticos 5) Diabetes Gestacional 25 26 27 28 29 30 30/11/2022 DiabetesAretaeus, Capadócia (70 dC: poliúria, polifagia e polidipsia) Nome: diabetes = sifão (grego) 1679: diabetes “mellitus”: adoçado com mel “É uma doença metabólica caracterizada pela hiperglicemia crônica que resulta de uma deficiente ou ausente secreção de insulina pelas células beta (pâncreas), resistência periférica à insulina, ou ambas” As bases Farmacológicas da terapêutica. Goodman e Gilman. Artmed Classificação etiológica: Diabetes I. Diabetes mellitus tipo 1 – Mediado por processo imune – Idiopático II. Diabetes mellitus tipo 2 III. Outros tipos específicos – Defeitos genéticos na função da célula – Defeitos genéticos na ação da insulina – Doenças do pâncreas exócrino – Endocrinopatias – Induzido por drogas / produtos químicos – Infecções – Formas incomuns de diabetes auto-imune – Síndromes genéticas associadas com diabetes IV. Diabetes mellitus gestacional Regulação da Secreção DM-2 DM-1 Liberação de insulina que ocorre a uma carga de glicose por via iv em indivíduos normais e pacientes diabéticos Comparação entre os diabetes tipo 1 e tipo 2: Adaptado de De Fronzo. Diabetes 1988 Hiperglicemia RESISTÊNCIA À INSULINA Captação de glicose diminuída Pâncreas SECREÇÃO DEFICIENTE DE INSULINA Produção hepática de glicose aumentada Fígado Tecido adiposo e muscular Defeitos metabólicos no DM tipo 2 Fatores genéticos e ambientais Alterações pré-receptor: - Alteração da insulina - Aumento de hormônios contrarreguladores Deficiências pós-receptor: - Cascata de sinalização GLUT4 deficiente Síntese de glicogênio diminuída 31 32 33 34 35 36 30/11/2022 As bases Farmacológicas da terapêutica. Goodman e Gilman. Artmed Patogênese do Diabetes DINÂMICA DO TRATAMENTO DO DM Dieta + Exercícios + Monoterapia + Insulina DIAGNÓSTICO DO DM + Combinações INSULINOTERAPIA PLENA DM-1 DM-2 OBJETIVOS DA AULA: 1) Fisiologia endócrina 2) Diabetes 3) Insulinoterapia 4) Antidiabéticos 5) Diabetes Gestacional Tratamento com Insulina • Administração: via parenteral (sc, iv ou im), pois é degradada no TGI • Maior parte circula livremente, apenas uma pequena porção se associa à β-globulina • Degradação: fígado, rim e músculo • Meia vida 10min • Excreção: 10% pela urina Tratamento do DM tipo 1 Locais de injeção Velocidade de absorção abdômen > braço > coxa > glúteo - injeção subcutânea - Alternar os locais de injeção previne lipo-hipertrofia (acúmulo de tecido adiposo) ou lipoatrofia (depressão da pele devido atrofia do tecido adiposo) - Alternar na mesma área - mais indicado - Fluxo sanguíneo aumentado: aumenta a velocidade de absorção 37 38 39 40 41 42 30/11/2022 Insulinoterapia • Insulina administrada X secretada – Ausência da fase de elevação rápida e o declínio em resposta à ingestão de nutrientes (cinética de absorção é diferente) – Infusão direta na circulação periférica sem passar pela circulaçãoporta, altera a sua influência sobre os processos metabólicos hepáticos • Espécie de origem: • - Bovina • - Suína • - Humana • - Análogos da insulina humana (modificação da sequência de aminoácidos) Tratamento com insulina Tipo Início Pico Duração Duração Antes da Insulina (h) (h) Efetiva (h) Máxima (h) refeição (min) Regular 0.5-1 2-4 3-6 6-10 30-45 Lis-Pro 0.25-0.5 1.5-2 3-4 4-6 ≤ 15 NPH 1-2 4-8 10-16 14-18 ao deitar Ultralenta 2-4 não previsível 18-20 20-24 ao deitar Detemir 1-3 --- 20-24 ao deitar curta (prolongada) (ultra-rápida) (rápida) (protamina neutra de Hagedorn ) (prolongada) - Difere da insulina humana em apenas 2 posições - dissocia-se instantaneamente em monômeros após sua injeção (absorção rápida e duração de ação curta) - Moléculas associadas na forma de hexâmero (retarda a absorção após administração sc) - Deve ser administrada de 30-45 min antes da refeição - Suspensão de insulina complexada com zinco e protamina (solução turva) -dissolve-se de modo mais gradual - duração de ação mais prolongada - administração: 1 ou 2x/dia associada a Insulina de curta - Ocorre agregação após adm -Absorção prolongada - Não pode misturas a preparações de curta -Menor risco de hipoglicemia 43 44 45 46 47 48 30/11/2022 Início e duração da insulina humana e dos seus análogos NPH = insulina protamina neutra de Hagedorn Regimes de administração • Ultra - curta e curta – mimetizar secreção de insulina induzida – regularizar a glicemia pós-prandial • Intermediária e prolongada – manter a concentração basal de insulina – prevenir hiperglicemia matinal As bases Farmacológicas da terapêutica. Goodman e Gilman. Artmed Reações Adversas 1. Hipoglicemia • Superdosagem • Aumento do consumo de glicose (exercício) • Desajuste entre pico de ação da insulina e refeição 2. Alergias (raras) Reações Adversas 3. Resistência à insulina • Ac contra insulina • Ac contra receptor de insulina • Obesidade 4. Lipodistrofia (atrofia e/ou hipertrofia do tecido gorduroso no local da aplicação) 5. Interação com fármacos: • Hipoglicemia: etanol (reduz a gliconeogênese hepática), antagonistas β-adrenérgicos, salicilatos • Hiperglicemia: adrenalina, fenitoína (anti-epiléptico), clonidina, diuréticos OBJETIVOS DA AULA: 1) Fisiologia endócrina 2) Diabetes 3) Insulinoterapia 4) Antidiabéticos 5) Diabetes Gestacional DINÂMICA DO TRATAMENTO DO DM Dieta + Exercícios + Monoterapia + Insulina DIAGNÓSTICO DO DM + Combinações INSULINOTERAPIA PLENA DM-1 DM-2 49 50 51 52 53 54 30/11/2022 Objetivos do tratamento • Eliminar sinais e sintomas da doença • Evitar complicações agudas • Melhorar a qualidade de vida • Prevenir ou retardar complicações micro-vasculares e neuropáticas – Melhora do controle glicêmico e PA • Reduzir eventos cardiovasculares – Melhora do controle glicêmico, PA e perfil lipídico • Tratar síndrome metabólica • Reduzir mortalidade DIABETES MELLITUS TIPO 2 Os objetivos da prevenção e do tratamento do DM2 se baseiam na correção de ambos os defeitos. RESISTÊNCIA INSULÍNICA DEFICIÊNCIA INSULÍNICA DIABETES CLASSES ANTIHIPERGLICEMIANTES Secretagogos de insulina Incretinas Sulfonilureias Glinidas Análagos da GLP-1 Inibidores da DPP-4 Sensibilizadores à insulina Biguanidas Tiazolidinedionas/Glitazonas Inibidores de absorção de carboidratos Inibidores da alfa-glicosidase Insulinoterápicos Injetáveis Insulina em geral Agentes Antihiperglicemiantes no Tratamento do Diabetes Tipo 2 Absorção, metabolismo e excreção • Efetiva absorção no TGI (alimento e hiperglicemia reduz absorção) • Administração por via oral • Ligação à albumina plasmática • Metabolizados no fígado em compostos ativos ou inativos • Excreção pela urina • Meia vida: 3-5h; Efeitos: 12-24 horas; 1x dia • Atravessam a barreira placentária (glibenclamida é a que menos atravessa) Sulfoniluréias .... .. .... .. .. GLUT2 Glicose Glicose glicólise ATP Canal de K+ despolarização Canal de Ca2+ Ca2+ Ca2+ .. :.:.: K+ K+ X .. SULFONILURÉIAS SUR AS GERAÇÕES DE SULFONILURÉIAS *Goldberg et al. (Diabetes Care 19:849-56,1996) GERAÇÃO PRINCÍPIO ATIVO NOME COMERCIAL PRIMEIRA GERAÇÃO Tolbutamida (1) Rastinon ® Tolazanida (3) Tolinase ® Clorpropamida (6) Diabinese® SEGUNDA GERAÇÃO Glipizida (75-150) Minidiab ®, Glucotrol ® Glibenclamida (150-250) (Gliburida) Daonil ® ÚLTIMA GERAÇÃO* Glimepirida (350) Amaryl ® P O T Ê N C I A 55 56 57 58 59 60 30/11/2022 Efeitos indesejáveis 1. Hipoglicemia (pode ser grave e prolongada) 2. Estimulam o apetite 3. Desconforto gastro-intestinal 4. Bloqueio de receptores no coração e tecido vascular 5. Internalização do receptor ou pela progressão da perda das células (falha secundária)- perda do efeito quando utilizado cronicamente Sulfoniluréias Interações farmacológicas: Sulfoniluréias - aumenta a biotransformação da Digoxina, - beta-bloqueadores diminuem a liberação de insulina, - aumento da ação hipoglicemiante (AINES, álcool, antibióticos, I. MAO, cimetidina) Indicações 1. DM2 que possuem massa de células β funcionantes 2. Indivíduos não-obesos que não obtiveram controle adequado com dietas e exercícios Sulfoniluréias Contra-indicações 1. DM1 2. Gravidez e lactação 3. insuficiência hepática e renal CLASSES ANTIHIPERGLICEMIANTES Secretagogos de insulina Sulfonilureias Glinidas Sensibilizadores à insulina Biguanidas Tiazolidinedionas/Glitazonas Incretinas Análagos da GLP-1 Inibidores da DPP-4 Inibidores de absorção de carboidratos Inibidores da alfa-glicosidase Insulinoterápicos Injetáveis Insulina em geral Agentes Antihiperglicemiantes no Tratamento do Diabetes Tipo 2 Glinidas Repaglinida: • Derivada do ác carbamilmetil benzóico • Aumenta a secreção de insulina pelas células β pancreáticas • Ação glicose-dependente • Rapidamente absorvida no TGI, administrada VO • Meia vida: 1h; múltiplas doses: pré-prandial • Metabolização hepática, excreção via biliar Repaglinida (Prandim, Novonorm); Nateglinida (Starlix) • Diferenças em relação as Sulfoniluréias: 1. Atuação em receptores ≠ (mas tb atua, fechando canais para K+ sensíveis ao ATP) 2. Início de ação mais rápido (controle mais efetivo da hiperglicemia pós-prandial) 3. Tempo de ação curto (previne hipoglicemia no intervalo entre refeições) 4. fecha os canais para K por menos tempo Efeitos adversos muito parecidos: hipoglicemia 61 62 63 64 65 66 30/11/2022 CLASSES ANTIHIPERGLICEMIANTES Secretagogos de insulina Incretinas Sulfonilureias Glinidas Análagos da GLP-1 Inibidores da DPP-4 Sensibilizadores à insulina Biguanidas Tiazolidinedionas/Glitazonas Inibidores de absorção de carboidratos Inibidores da alfa-glicosidase Insulinoterápicos Injetáveis Insulina em geral Agentes Antihiperglicemiantes no Tratamento do Diabetes Tipo 2 Agentes baseados no GLP-1 • GLP-1 é normalmente produzido pelas células neuroendócrinas L da mucosa intestinal • Sua secreção é estimulada por nutrientes (pós prandial) • Estimula a secreção de insulina e inibe a de glucagon • São ações glicose-dependentes e só ocorrem na hiperglicemia • Efeito incretina: glicose V.O. estimula 60% mais a secreção de insulina do que por via E.V. • Todas essas informações motivaram a criação de uma nova alternativa para o tratamento do DM • Problema: o GLP-1 endógeno tem vida média muito curta (<3 min.), pois é degradado pela DPP-IV • Estratégias: ▫ Análogos do GLP-1 resistentes à DPP-IV ▫ Inibidores do DPP-IV Agentes baseados no GLP-1 Ação das incretinas nos tecidos alvos Exenatida Resistente à ação da DPP-IV de mamíferos (meia vida de 3,5 horas) Tem ações glico-regulatórias semelhantesao GLP-1: • Retardo do esvaziamento gástrico -Indução de saciedade alimentar • Restaura a primeira fase de secreção de insulina • Diminui HbA1C em torno de 1% • Diminui glicemia de jejum • Diminui excursões glicêmicas pós prandiais • promove perda de peso • Estimula proliferação e melhora ação de células beta pancreáticas • Não usar: ▫ Após refeições ▫ Pacientes com função renal comprometida (TFG < 30) injetável 67 68 69 70 71 72 30/11/2022 Liraglutida • Molécula do GLP-1 modificada (levando a uma meia vida mais longa) • 1x • Diminui HbA1C em 0,9-1,1% • Perda de peso e diminuição da PA semelhante à da Exenatida injetável Considerações práticas para o uso de incretinomiméticos • Não substituem a insulina, portanto deve-se diminuir a dose desta gradualmente • Náuseas tendem a diminuir em intensidade e frequência • Pode alterar absorção de outras medicações, portanto é conveniente tomar medicações orais uma hora antes da injeção CLASSES ANTIHIPERGLICEMIANTES Secretagogos de insulina Sulfonilureias Glinidas Sensibilizadores à insulina Biguanidas Tiazolidinedionas/Glitazonas Incretinas Análagos da GLP-1 Inibidores da DPP-4 Inibidores de absorção de carboidratos Inibidores da alfa- glicosidase Insulinoterápicos Injetáveis Insulina em geral Agentes Antihiperglicemiantes no Tratamento do Diabetes Tipo 2 Inibidores da DDP-4 Gliptinas • Não há perda ou ganho de peso • VO, absorvido pelo intestino, 1x • Metabolizado no fígado • Efeitos adversos GI As bases Farmacológicas da terapêutica. Goodman e Gilman. Artmed CLASSES ANTIHIPERGLICEMIANTES Secretagogos de insulina Incretinas Sulfonilureias Glinidas Análagos da GLP-1 Inibidores da DPP-4 Sensibilizadores à insulina Biguanidas Tiazolidinedionas/Glitazonas Inibidores de absorção de carboidratos Inibidores da alfa-glicosidase Insulinoterápicos Injetáveis Insulina em geral Agentes Antihiperglicemiantes no Tratamento do Diabetes Tipo 2 Biguanidas • Ex: Metiformina (medicamento de primeira • escolha para tratamento de DM-2) • Diminui a absorção intestinal da glicose • Aumenta o n° e afinidade dos receptores de insulina e aumenta a atividade tirosina quinase do receptor (aumento da ação da insulina no metabolismo dos carboidratos e lipídios) reduz a resistência à insulina • Diminui a gliconeogênese hepática (diminui a síntese de glicose) • Aumenta a utilização da glicose pelo metabolismo anaeróbico 73 74 75 76 77 78 30/11/2022 Biguanidas • Menor risco de hipoglicemia, por não promover hiperinsulinemia (não é um secretagogo) • Administração por via oral e absorção principalmente pelo intestino delgado, excreção inalterada pela urina • Não se liga a proteínas plasmáticas • t ½ vida: 2 horas Biguanidas Inibição da gliconeogênese hepático Redução do débito hepático de glicose OUTRAS AÇÕES: - retarda a absorção intestinal de açúcar - melhora a captação e uso periférico de açúcar - Aumenta a atividade da proteinocinase dependente de AMP (AMPK): estimula a oxidação dos ácidos graxos, captação de glicose e o metabolismo não oxidativo Ações da Metformina OCT Fígado Redução da lipogênese Oxidação dos ácidos graxos Captação de glicose Redução da gliconeogênese glicogênese Redução da produção de glicose hepática glicólise Aumento da sensibilidade à insulina Redução da resistência à insulina AMPK Músculo, tecido adiposo e Fígado Biguanidas • Efeitos indesejáveis: 1. Distúrbios gastro-intestinais (absorção de glicose e sais biliares pelo trato GI) 2. Interferência na absorção de vit B12 3. Aumento da glicólise anaeróbica em células periféricas produção de lactato e piruvato acidose lática • Indicações: DM 2 que não respondem ao tratamento apenas com dietas: não aumentam o apetite e não promovem aumento de peso • Ao contrário das sulfoniluréias, as biguanidas não induzem o ganho de peso Biguanidas • Contra-indicações: 1. Insuficiência renal (são excretadas exclusivamente pelos rins) 2. Doença hepática 3. Doença hipóxica pulmonar crônica (produzem acidose metabólica) 79 80 81 82 83 84 30/11/2022 CLASSES ANTIHIPERGLICEMIANTES Secretagogos de insulina Incretinas Sulfonilureias Glinidas Análagos da GLP-1 Inibidores da DPP-4 Sensibilizadores à insulina Biguanidas Tiazolidinedionas/Glitazonas Inibidores de absorção de carboidratos Inibidores da alfa-glicosidase Insulinoterápicos Injetáveis Insulina em geral Agentes Antihiperglicemiantes no Tratamento do Diabetes Tipo 2 Agonista do receptor nuclear ativado por proliferação peroxissomal (PPAR ) “perixisome proliferator – activated receptor - ” - PPAR - ativação de genes responsivos a insulina Mecanismo de ação Tiazolidinedionas/Glitazonas Tiazolidinadionas ou glitazonas Rosiglitazona e Pioglitazona Agonistas seletivos para receptores PPAR – receptor nuclear expresso principalmente no tecido adiposo. Receptores associados a: - Produção de adipócitos - diferenciação - Redução dos ácidos graxos livres - METABOLISMO DA GLICOSE (maior sensibilidade à insulina no tecido adiposo, fígado e músculo esquelético) - aumenta transportadores de glicose no músculo e tecido adiposo Quando ativados regulam a expressão de genes que afetam o metabolismo de carboidratos e lipídeos, aumentam a expressão dos transportadores de glicose no músculo e no tecido adiposo e diminuem a produção de glicose pelo fígado. M E C A Ç Ã O Tiazolidinedionas FARMACOCINÉTICA: • Ação nuclear: efeito hipoglicemiante é observado após 12 semanas de tratamento • Administração por via oral e absorção rápida 1x dia • Ligação à proteína plasmática • Metabolização hepática • Pioglitazona: eliminação fecal e renal • Rosiglitazona: eliminação renal Tiazolidinedionas EFEITOS ADVERSOS: • HEPATOTOXICIDADE: comum (troglitazona) e mais raros (pioglitazona e rosiglitazona) • Ganho de peso: aumentam a gordura subcutânea ou causam retenção de líquidos • Diarréias, náuseas, anemia, cefaléia, edema • Risco de insuficiência cardíaca (rosiglitazona: efeito de retenção de líquidos) • CONTRA INDICAÇÃO: gravidas, lactantes e crianças 85 86 87 88 89 90 30/11/2022 CLASSES ANTIHIPERGLICEMIANTES Secretagogos de insulina Incretinas Sulfonilureias Glinidas Análagos da GLP-1 Inibidores da DPP-4 Sensibilizadores à insulina Biguanidas Tiazolidinedionas/Glitazonas Inibidores de absorção de carboidratos Inibidores da alfa-glicosidase Insulinoterápicos Injetáveis Insulina em geral Agentes Antihiperglicemiantes no Tratamento do Diabetes Tipo 2 Inibidores da α-glicosidase • Ex: Acarbose, Miglitol • Inibidores competitivos da α-glicosidase intestinal, localizada nos enterócitos do ID (responsável pela digestão de CHO complexos) • Resultado: diminuição da absorção de CHO na metade proximal do intestino delgado, retardando a absorção intestinal de glicose e reduzindo a elevação da glicemia pós-prandial • Indicações: DM-2 recém-diagnosticada ou em associação com outros HGO; opção terapêutica segura para os idosos (sem interações medicamentosas com outros fármacos) Inibidores da α-glicosidase • Sofre absorção mínima (acarbose), administrado VO • Eliminação inalterada pelos rins • Não têm efeitos sistêmicos • Efeitos adversos: flatulências, diarréia, distensão abdominal (metabolismo dos carboidratos no intestino grosso ao invés do intestino delgado) R E S U M O REGULAÇÃO FARMACOLÓGICA DA HOMEOSTASIA DA GLICOSE: INIBIDORES DA ALFA-GLICOSIDASE SULFONILURÉIAS GLINIDAS BIGUANIDASTIAZOLIDINEDIONAS/ GLITAZONAS INCRETINAS INIBIDORES DE DPP4 INSULINAS R E S U M O E F E I T O S A D V E R S O S ABORDAGEM FARMACOLÓGICA COMBINADA PARA DM-2 DM-2 Educação em diabetes Terapia nutricional clínica Atividade física metformina Metformina + segundo agente Metformina + 2 agentes orais Metformina + insulina avaliação reavaliação reavaliação Tratamento das comorbidades: - dislipidemia - hipertensão - obesidade - doença CV Rastreamento das complicações: - exame de retina - microalbuminúria- exame para neuropatia - avaliação vascular reavaliação 91 92 93 94 95 96 30/11/2022 TRATAMENTO DO DM2 EM FUNÇÃO DA EVOLUÇÃO • Iniciar com medidas que diminuam a resistência insulínica: dieta, exercícios, metformina (Biguanida), glitazonas (Tiazolidinedionas): sensibilizadores de insulina. • À medida que aumenta a deficiência de insulina: secretagogos de insulina (sulfoniluréias, meglitinidas). • Associar insulina se as metas do controle glicêmico não forem atingidas. • Caso persista mau controle metabólico: insulinoterapia intensiva. RESISTÊNCIA INSULÍNICA DEFICIÊNCIA DE INSULINA Fases intermediárias Repaglinida Nateglinida Sulfoniluréias Estimulam a secreção alterada de insulina Reduz Hiperglicemia Metformina LOCAIS DE AÇÃO DOS FÁRMACOS ORAIS Retardam a absorção de carboidratos Incretinas Miglitol Reduzem a resistência periférica à insulina Glitazonas Glitazonas Reduzem a produção excessiva de glicose no fígado Metformina DeFronzo RA. Ann Intern Med 1999; 131:283-303 Nenhum dos agentes disponíveis atualmente resolve os 3 problemas fisiopatológicos do DM2 Acarbose Inibidor da DPP-4 CLASSES DE AGENTES FARMACOLÓGICOS NO TRATAMENTO DO DM2 DeFronzo RA. Ann Intern Med 1999;131:281-303. Krenz et al. Drug Safety. 1994;11:223-241. Bloomgarden. Clinical Therapeutics. 1998;20:216-231. Spiegelman. Diabetes. 1998;47:507-514. Saltiel et al. Diabetes. 1998;445:1661-1669. American Diabetes Association. Consensus Statement on Pharmacological Treatment. Diabetes Care. 1995;18:1510-1518. Luna B, Feinglos MN.Am Fam Physician 2001;63:1747-56. Glitazonas: rosiglitazona, pioglitazona Classe Biguanidas: metformina Inibidor da alfa- glicosidase: acarbose, miglitol Insulina Secretagogos da insulina: sulfoniluréias (gliburida, gliclazida, glimepirida); repaglinida, nateglinida; Incretinas e inibidores da DPP4 Liga-se ao PPAR-gama no músculo, tecido adiposo e fígado para diminuir a resistência insulínica Estimula as células-beta do pâncreas a aumentar a produção de insulina Atua no fígado, diminuindo a produção hepática de glicose Inibe as enzimas intestinais que digerem os carboidratos, retardando sua absorção Atua sobre os tecidos insulino-sensíveis, aumentando a captação da glicose Ação “Ambos, pacientes e médicos, necessitamos reconhecer que o tratamento do diabetes tipo 2 é como uma longa viagem. Uma viagem que geralmente começa com modificações no estilo de vida e termina no tratamento com insulina, seja isolada ou em combinação com fármacos orais” Charles M. Clark, Jr., MD. “TRATAMENTO POR OBJETIVOS: FÁRMACOS ORAIS NO DM2” Diabetes Care, 1999 OBJETIVOS DA AULA: 1) Fisiologia endócrina 2) Diabetes 3) Insulinoterapia 4) Antidiabéticos 5) Diabetes Gestacional Alterações metabólicas normais na gestação • Hipoglicemia de jejum • Catabolismo exagerado dos lipídeos com formação de corpos cetônicos • Progressiva resistência a insulina e hiperinsulinemismo a partir do 2° trimestre causada pelos hormônios placentários contrainsulínicos: Lactogênio placentário humano (hPL) Hormônio do crescimento placentário humano (hPGH) – transferir glicose para o feto (80% do gasto energético do feto é pelo metabolismo da glicose) Diabetes Melilitus Gestacional (DMG) 97 98 99 100 101 102 30/11/2022 Obstetrícia Fundamental. Montenegro e Rezende Filho. 2014 DMG não é pela resistência a insulina e sim pelo mau funcionamento das células b pancreáticas que secretam insulina insuficiente para vencer a resistência fisiológica Diabetes Melilitus Gestacional (DMG) O diabetes gestacional é uma condição caracterizada por hiperglicemia que é reconhecida pela primeira vez durante a gravidez. A condição ocorre em aproximadamente 16% de todas as gestações. Diabetes Melilitus Gestacional (DMG) Gestantes que apresentam a medida da HbA1c no primeiro trimestre que atinja o critério para DM fora da gestação (≥6,5%) deverão também ser categorizadas como tendo DM diagnosticado na gestação Diretriz 2022. Sociedade Brasileira de Diabetes. E-BOOK_GUIA_DA_GESTANTE_COM_DMG. Sociedade Brasileira de Diabetes. 2019 Diretriz 2022. Sociedade Brasileira de Diabetes. E-BOOK_GUIA_DA_GESTANTE_COM_DMG. Sociedade Brasileira de Diabetes. 2019 E-BOOK_GUIA_DA_GESTANTE_COM_DMG. Sociedade Brasileira de Diabetes. 2019 103 104 105 106 107 108 30/11/2022 E-BOOK_GUIA_DA_GESTANTE_COM_DMG. Sociedade Brasileira de Diabetes. 2019 E-BOOK_GUIA_DA_GESTANTE_COM_DMG. Sociedade Brasileira de Diabetes. 2019 E-BOOK_GUIA_DA_GESTANTE_COM_DMG. Sociedade Brasileira de Diabetes. 2019 Diretriz 2022. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretriz 2022. Sociedade Brasileira de Diabetes. Apenas 10-20% necessitam de agentes hipoglicemiantes ou de insulina para controlar a glicemia. Diretriz 2022. Sociedade Brasileira de Diabetes. Tratamento farmacológico Diretriz 2022. Sociedade Brasileira de Diabetes. 109 110 111 112 113 114 30/11/2022 Insulinoterapia E-BOOK_GUIA_DA_GESTANTE_COM_DMG. Sociedade Brasileira de Diabetes. 2019 Diretriz 2022. Sociedade Brasileira de Diabetes. E-BOOK_GUIA_DA_GESTANTE_COM_DMG. Sociedade Brasileira de Diabetes. 2019 Referências Bibliográficas • Godman and Gilman • Rang e Dale • Rezende. Obstetrícia Fundamental • Sociedade Brasileira de Diabetes 115 116 117 118
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