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Hipoglicemiantes Orais

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Yanes Lara – Med. Farmacologia 
Hipoglicemiantes Orais 
→ Foco: DM. 
Diabetes Mellitus 
- Síndrome metabólica de etiologia múltipla, decorrente 
da falta de insulina (tipo I) e/ou da incapacidade da 
insulina de exercer adequadamente seus efeitos (tipo II). 
- A insulina é produzida no pâncreas pelas células 
pancreáticas, e vai agir no tecido alvo – fígado, tecido 
adiposo e músculo esquelético. 
- A insulina promove a captação de glicose, de 
aminoácidos e de ácidos graxos do sangue para o interior 
das células, onde são armazenados na forma de 
glicogênio, proteínas e triglicerídeos. 
 
Tipos de Diabetes Mellitus 
- Tipo I → se desenvolve na juventude, falta de insulina, 
cerca de 5-10%. 
-Tipo II → em adultos e idosos, resistência à insulina, 
cerca de 90-95%. 
Diagnóstico 
- Hiperglicemia: > 126 mg/dL (glicemia em jejum de 8 
horas*) 
→ Sintomas de Diabetes** + glicemia ao acaso ≥ 
200mg/dl 
→ GTT 75g de glicose – glicemia 120 min ≥ 200mg/dl 
→ HbA1c ≥ 6,5% HPLC – para adultos e não grávidas 
(padrão ouro). 
*Confirmado em uma segunda amostra. 
**Poliúria, polidipsia, perda de peso inexplicada. 
 Diabetes Mellitus Tipo I 
→ Insulino dependente. 
- Auto-anticorpos fazem a destruição das células beta 
pancreáticas, geralmente ocasionando deficiência 
absoluta (ou grave) de insulina. 
 Produção fisiológica de insulina nas células beta 
pancreáticas. 
 
- Na ausência de insulina, os tecidos sensíveis à insulina 
não conseguem captar e armazenar glicose, aminoácidos 
e lipídeos. 
→ Insulinas exógenas 
 Insulina LISPRO (ação ultra-curta) 
 Insulina regular (ação curta) 
 Insulina semilenta (ação curta) 
 Insulina NPH (ação intermediária) 
 Insulina Lenta (ação intermediária) 
 Insulina glardina (ação longa) 
 Insulina ultralenta (ação longa) 
 Duração da ação das insulinas 
 
Diabetes Mellitus Tipo II 
→ Não insulino dependente. 
- Resistência à insulina; Pacientes obesos e sedentários. 
Yanes Lara – Med. Farmacologia 
- No início, a resistência à insulina é compensada por um 
aumento da produção de insulina pelas células beta do 
pâncreas. 
- As células betas pancreáticas podem perder a 
capacidade do ritmo de demanda ao longo de tempo. 
• Tratamento DM II: 
→ Dieta adequada; Reeducação alimentar. 
→ Exercícios físicos; Tratamento da obesidade. 
→ Hipoglicemiantes orais. 
→ Insulinas/análogos. 
Hipoglicemiantes Orais 
- Classes: 
→ Secretagogos de insulina – secreta insulina, age no 
pâncreas. 
 Sulfoniluréias 
 Glinidas 
 Terapia baseada em incretinas. 
→ Sensibilizadores de Insulina 
 Metformina 
 Glitazonas 
→ Inibidores da -glicosidase 
 Arcabose 
- A ação da maioria dos hipoglicemiantes orais depende 
da integridade das células beta pancreáticas. 
- Indicação apenas para DM tipo II. 
Fármacos que aumentam a 
secreção de insulina 
• Sulfoniluréias 
- Usados para estimular a secreção de insulina pelas 
células B pancreáticas. 
- Ao se alimentar a glicose vai pela corrente sanguínea, 
inicia produção de insulina e a glicose entra no pâncreas, 
ATP fecha canal de potássio, despolariza, entra cálcio e 
libera insulina. A insulina vai até os tecidos alvo e 
permite a entrada da glicose na célula. 
- Atuam fechando os canais de potássio. 
- Não são a 1ª escolha. 
 
- Pessoas > 50 anos. 
-  HbA1c – 1,5% 
- Podem não ser útil em pessoas magras e com 
deficiência na secreção de insulina. 
- Principais efeitos colaterais: 
 Hipoglicemia 
 Ganho de peso 
Geração Princípio ativo Dose/Comprimido 
Primeira 
geração Clorpropamida 250 mg 
Segunda 
geração 
Glibenclamida 
Glipizida 
Glicazida 
5 mg 
5 mg 
30/60 mg 
Terceira 
geração Glimepirida 1/2/3/4 mg 
- Via oral. 
- Excreção urinária. 
- Contra indicação na gravidez, e em pacientes cardíacos. 
- Efeitos adversos: 
 Hipoglicemia grave e prolongada 
 Estimula apetite 
 Desconforto gastrointestinal 
- Podem fazer interações com bloqueadores de Canais de 
Ca: verapamil, diltiazem, nifedipino. Efeito 
hipoglicemiante. 
- Outras interações: 
→ AINES 
→ Agentes cumarínicos 
→ Diuréticos Tiazídicos em altas doses 
→ Álcool 
Yanes Lara – Med. Farmacologia 
→ Corticóides 
→ Inibidores da MAO 
→ Antibióticos: sulfonamidas, trimetropina, 
cloranfenicol 
Fármacos Sensibilizadores de 
Glicose 
• Biguanidas: Metformina 
- Doses/comprimidos: 500 e 850 mg; 1 a 3x ao dia. 
- Metformina XR: 500/750/1.000 mg. 
- Mecanismo de ação: 
→ Supressão da produção hepática de glicose e redução 
da glicogenólise. 
→ Aumento da captação muscular de glicose dependente 
de insulina. 
→ Aumento na utilização intestinal de glicose. 
→ Ação na oxidação de ácidos graxos e na 
hipertrigliceridemia. 
- Indicações: 
→ Falha com terapia não farmacológica. 
→ Pode ser associada a qualquer outra medicação para 
tratar o DM II. 
→ Boa escolha para pacientes que precisam perder peso 
ou vulneráveis à hipoglicemia. 
- Contra indicações: 
→ Falência renal ou hepática; hipóxia. 
- Diminui HbA1c 1% a 2%. 
- Diminuição significativa da incidência de complicações 
cardiovasculares em pacientes obesos, inclusive infarto 
agudo do miocárdio e morte. 
- Menos de 5% dos pacientes não toleram a metformina. 
- Efeitos adversos: 
 Náusea 
 Epigastralgia 
 Diarreia 
- Em monoterapia não produz hipoglicemia. 
- Efeitos colaterais: 
→ Acidose lática – fatal em 50% dos casos. 
→ Gastrointestinais – são transitórias, remitem com a 
redução da dose e são minimizados pelo aumento gradual 
da dose e administração junto às refeições. 
→ Redução discreta da absorção de vitamina B12. 
• Tiazolidinodionas/Glitazonas 
→ Rosiglitazona, pioglitazona 
- São drogas que aumentam a sensibilidade dos tecidos 
periféricos à insulina, e também inibem a gliconeogênese 
hepática. 
→ Pioglitazona – agonistas dos receptores PPAR-. 
- Regulação da expressão de genes envolvidos no 
metabolismo de lipídeos e carboidratos. 
- O receptor PPAR- é expresso principalmente no tecido 
adiposo. 
- No tecido adiposo estimula a lipogênese, provocando 
redução dos ácidos graxos livres. 
- A redução dos níveis plasmáticos de ácidos graxos 
livres melhora a sensibilidade à insulina nos tecidos 
periféricos. 
- Tem um efeito lento após 1-2 meses tratamento. 
→ Efeitos adversos: 
 Hepatotoxicidade grave com ciglitazona e 
troglitazona. 
 Ganho ponderal. 
 Edema (retenção de líquido): insuficiência 
cardíaca. 
 Cefaleia, fadiga, distúrbios gastrointestinais. 
 Retorno ovulação. 
- Contra indicação: gestantes, lactantes, crianças, 
insuficiência cardíaca e insuficiência hepática. 
Fármacos que afetam a 
absorção de glicose 
- Inibidores da -glicosidade (arcabose e miglitol). 
- São análogos de carboidratos que se ligam 1.00 vezes 
mais avidamente do que os carboidratos da dieta às 
enzimas -glicosidases intestinais (digestão e absorção 
de carboidratos). 
→ -glicosidases: maltase, isomaltase, sacarase e 
glicoamilase. 
Yanes Lara – Med. Farmacologia 
 Mecanismo de ação: 
 
- Ajudam a reduzir o pico pós-prandial da glicemia. 
- Os inibidores da -glicosidase são efetivos quando 
tomados nas refeições, porém não são efetivos quando 
adminsitrados em outros momentos. 
- Casos de aumento do nível de glicemia em jejum não 
são responsivos a monoterapia com inibidor da -
glicosidase. 
 
- Efeito modesto na redução dos níveis de glicose. 
- Efeitos adversos: 
 Flatulência 
 Diarreia 
 Dor abdominal 
 
Ação das diferentes classes de 
hipoglicemiantes orais 
 
 
Biguanidas 
1ª escolha; Maior efeito 
periférico da insulina – 
(fígado redução 
gliconeogênese e 
glicogenólise). 
Sulfoniluréias 
Maior secreção de insulina; 
Glibenclamida e 
Glimepirida; Depende de 
células beta funcionantes. 
Glitazona (Pioglitazona) 
Maior efeito periférico da 
insulina (músculo e tecido 
adiposo). 
Arcabose Retarda a absorção de carboidratos.

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