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Exame Físico da Criança e Adolescente Profa Dra Silvia Sanches Marins Inspeção Geral Observe o aspecto geral da criança como fácies, postura, posição e movimento corporal Avalie a higiene, a nutrição e o comportamento da criança Avalie o desenvolvimento Pele Verifique a coloração, textura, temperatura, umidade, turgor, higiene, lesões Avalie cianose, palidez, equimoses, icterícia e eritemas (vermelhidão decorrente de condições climáticas, infecção local, inflamação, alergias) Cabeça: Cabelo e couro cabeludo Tingidos, despigmentados Brilhantes, opacos, quebradiços Lisos, ondulados, finos, grossos, ressecados, macios Volume: abundante, ralo Alopécia (desnutrição, ação de drogas) Oleosidade, odor desagradável Piolhos, lêndeas (ovos) Couro cabeludo: lesões, crostas CABEÇA: crânio Simetria, fraturas, edemas Microcefalia, macrocefalia (PC) Fontanelas: normotensa, abaulada, deprimida Controle da cabeça (bem estabelecido aos 6 meses) Movimentação (irritação meníngea: resistência ao movimento e dor) CABEÇA: olhos Avaliar mobilidade (estimular o movimento ocular para os lados, para cima e para baixo) Avaliar conjuntiva inferior (corada, descorada, ictérica) Avaliar esclerótica Avaliar pupilas (qto ao tamanho, movimento, reflexo fotomotor) Nistagmo: presença de oscilação rítmica involuntária Estrabismo: incoordenação dos movimentos oculares (pode persistir até 3 meses) Estrabismo verdadeiro x Pseudoestrabismo Exame corneal à luz ou exame de Hirschberg Alinhamento ocular: Se os olhos forem ortofóricos, ou normais, a luz cai simentricamente nas pupilas. Caso não caia simetricamente em cada um dos olhos, os olhos estão com mau alinhamento Alinhamento ocular: Acenda uma lanterna ou a luz do oftalmoscópio diretamente nos olhos do paciente a uma distância de aproximadamente 40,5 cm. Orelhas: ◼ Avaliar alinhamento das orelhas, integridade e simetria ◼ Fenda palpebral oblíqua CABEÇA: ouvidos CABEÇA: ouvidos ➢ Ao nascer, todos os componentes estruturais do ouvido estão maduros ➢ A audição é completamente estabelecida após a drenagem dos líquidos do ouvido externo. ➢ Tímpano dificilmente visível (verniz caseoso e líquido amniótico) CABEÇA: ouvidos Realizar otoscopia ao final do exame físico Lactentes: O canal auditivo curva-se para cima. Puxar o pavilhão para baixo e para trás. CABEÇA: ouvidos Inspeção das estruturas internas: ◼ Posicionamento do otoscópio: Acima de 3 anos → pavilhão para cima e para trás. A cor da membrana timpânica é rosa ou cinza perolada, translúcida. Cor cinzenta não-transparente: otites CABEÇA: nariz Secreção Batimento de asa do nariz Epistaxes Corpo estranho, sujidades Simetria: assimetria, obstruções, desvios ou perfurações no septo CABEÇA: boca CABEÇA: boca ◼ Peça à criança que abra bem a boca e movimente a lingua em varias direções para visualização plena da cavidade oral (peça à cça que diga “ahh”, ou que respire profundamente pela boca e prenda a respiração, o que deprime a língua para visualização plena das tonsilas, úvula e orofaringe) ◼ Lactentes e infantes (deitados) deve ser feito no final do exame, com espátula ou durante episódios de choro. (Colocar a espátula ao longo do lado da língua) ◼ As mucosas devem ser róseas, brilhantes, macias, deslizantes e úmidas. (avaliar: halitose, lesões, sangramentos, aftas, monilíase). ◼ Observar tamanho e cor das amígdalas. Infantes e lactentes Pré-escolar, escolar e adolescente Rede linfática Avalie os linfonodos (palpe usando a porção distal dos dedos, com pressão suave e movimentos circulares) Observe tamanho, mobilidade, temperatura e sensibilidade (linfonodos pequenos, móveis e indolores são normais em crianças) Gânglios Linfáticos Cervicais: flexão leve do pescoço p/ cima Axilares: braços relaxados, leve abdução Inguinais: decúbito dorsal Palpáveis ou não, ou Móveis, fixos Temperatura Indolores, dolorosos Macios, endurecidos Linfonodos hipersensíveis, aumentados, quentes: (geralmente indicam infecção ou inflamação próximo de suas localizações) Gânglios linfáticos superficiais: Tamanho O que é considerado normal depende da faixa etária: • Neonatos: <1 cm de diâmetro • ≥1 mês: na maioria das regiões, <1 cm de diâmetro, e na região inguinal <1,5 cm em seu maior diâmetro O risco de malignidade é maior em linfonodos >2 cm. Avaliar a freqüência, ritmo, profundidade e presença de desconforto respiratório, agitação e ansiedade. Até os 6 ou 7 anos: Respiração predominantemente abdominal ou diafragmática.(as costelas vão adquirindo sua obliqüidade) Em crianças maiores: Predominantemente torácica. TÓRAX: Locais de retrações Ausculta e percussão: A avaliação do pulmão anterior é feita do ápice até a base, em geral com a criança na posição de decúbito dorsal ou sentada. Avalia-se primeiro um hemitórax e a região axilar correspondente Depois, o outro hemitórax e a região axilar correspondente. Por ultimo, compara-se a ausculta nos dois lados. O exame da região posterior do tórax é feito com a criança sentada (cama ou colo da mãe), seguindo a mesma sequência. TÓRAX: AUSCULTA: Murmúrio vesicular: presentes, ou ausente Ruídos adventícios Incentivando respirações profundas Diga à criança para “apagar” a luz da lanterna de bolso ou lhe dê uma língua de sogra ou um cata-vento e peça que assopre. TÓRAX: Percussão: A macicez verificada em local onde não deve ocorrer pode ser consequência de pneumonia lobar, atelectasia, derrame pleural, neoplasias intratorácicas, entre outros. A existência de hiper-ressonância em regiões na qual não deveria ocorrer pode ser indicativo de pneumotórax e asma, por exemplo. Qualquer desvio do som esperado deve ser registrado e relatado. Ouve-se ressonância sobre todos os lobos dos pulmões que não são adjacentes a outros órgãos: Som claro pulmonar. Movimentos respiratórios: Avaliar a expansibilidade colocando as mãos espalmadas de cada lado, com os polegares ao lado dos processos espinhais. Avalia-se a expansibilidade e simetria da expansão do tórax. Diminuição ou ausência de expansão de um ou ambos pulmões (pneumonias, pneumotórax, derrame pleural) Sistema cárdio-circulatório Observar: ➢ Freqüência ➢ Ritmo ➢ Intensidade (cheio ou filiforme) ➢ Inspecionar intensidade e sincronismo: os pulsos devem ser iguais quanto à intensidade e sincronismo Sinais de disfunção cardíaca: Cansaço, sudorese, dispneia, cianose. TÓRAX: coração Artéria pediosa Artéria tibial posterior Ausculta Cardíaca ◼ Foco pulmonar : 2 EIC E ao lado do esterno ◼ Foco aórtico: 2 EIC D ao lado do esterno ◼ Foco Mitral: Linha HCE, no 4 e 5 EIC ◼ Foco Tricúspide: Base do apêndice xifóide Ausculta Cardíaca S2 (Sopro diastólico) S1 (Sopro sistólico) Sincrônica c/ pulso carotídeo S1 : É sincrônica com o pulso carotídeo (é mais intensa no ápice do coração) S2: É mais intensa próximo à base do coração Locais de ausculta estão situados na direção do fluxo sanguíneo através das valvas e não na posição anatômica das valvas) Bulhas cardíacas Classifique os sopros quanto à: Localização (foco aórtico, pulmonar, tricúspide ou mitral) Momento de ocorrência dentro do ciclo (B1-B2: sistólico, diastólico, contínuo) Intensidade Graduação da intensidade dos sopros cardíacos Em cças < 7 anos: Imediatamente lateral à LHC esquerda e 4° EIC. Em cças > 7 anos: Na linha hemiclavicular E e 5° EIC. Ponto de Impulso Máximo (PIM) Área de pulsação mais intensa. Localiza-se no mesmo local do Impulso Apical Impulso Apical (IA) –Impulso cardíaco mais lateral (ápice): Abdome (inspeção, ausculta, percussão e palpação) O relaxamento abdominal é facilitado com a posição dorsal e flexão dos joelhos Inspeção: Plano, globoso, distendido Observar simetria Observarabaulamentos, retrações e circulação colateral Observar presença de hérnia umbilical e granuloma Observar ondas peristálticas visíveis (Podem indicar obstrução em algum ponto do trato gastrointestinal, estenose do piloro ou do duodeno, má rotação do intestino) Ausculta: Auscultar toda a região abdominal: Da direita para a esquerda ou vice-versa, procurando sistematizar um trajeto de modo a que toda a área seja auscultada. Ruídos peristálticos do intestino: Borbulhos intermitentes, usualmente na frequência de 5 por minuto. Os ruídos intestinais podem estar: - Aumentados: como na diarreia ou no início da obstrução intestinal. - Diminuídos ou ausentes: no caso de íleo paralítico e na peritonite. Percussão: Pode ser feita da forma descrita abaixo: Pode-se também seguir o trajeto inverso, o importante é sistematizar o exame de modo a que todo o abdome seja percutido. Sons obtidos pela percussão: - Timpânico - Macicez - Hipertimpanismo: deglutição exagerada de ar, lesões do trato gastrointestinal, produção excessiva de gases. - Macicez imutável pode indicar ascite. Palpação profunda: Refazer o trajeto descrito acima, observar se abdome flácido ou tenso; procurar por massas ou viceromegalias. Palpação superficial: Palpação inicial superficial, com a mão espalmada através das polpas dos dedos para pesquisar a sensibilidade dolorosa difusa ou localizada. Sequência: Idem percussão. Palpação do fígado: A palpação do fígado é feita com a polpa dos dedos da mão direita ao longo do rebordo costal direito. Outra técnica de palpação é realizada com as mãos em garra, examinando-se todo o rebordo para delimitar a borda inferior da víscera. Ao expirar deve-se introduzir os dedos. O fígado é palpado como uma massa superficial de 1 a 2 cm abaixo do RCD (durante a expiração) Palpação do baço: Semelhante ao fígado. Mão direita ao longo do rebordo costal esquerdo e a mão esquerda dando apoio na região lombar. Palpa-se normalmente a ponta quando se inspira. Lactentes: 1 a 2 cm do RCE Genitais Genitais masculinos=> avaliar criptorquidia, fimose, hipospádia, epispádia. Genitais femininos=> observar presença de vulvovaginites, lesões, hiperemia, leucorréia (avaliar: volume, odor, prurido local - clamídia, gonorréia, herpes), vulvovaginites, lesões e hiperemia Avaliar grau de maturidade dos genitais externos (Estágios de Tanner): ÂNUS Íntegridade, fissuras, dermatite de fraldas Parasitoses: prurido, escoriações, hiperemia, Dorso e membros Inspecionar a curvatura e simetria da coluna A – Coluna normal B - Cifose C - Lordose D – Coluna normal E – Escoliose leve F – Escoliose grave Lordose normal em crianças pequenas (diminui com a idade) Dorso e membros ARTICULAÇÕES: flexão, extensão I Genu valgum ou joelho valgo (pernas em X) Comum em escolares. Geralmente, distância intermaleolar de até 7,5cm. II Genu varum ou joelho varo (em arco). Comum em infantes. Geralmente, distância de até 5cm.
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