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EXAME FÍSICO DANIELLE PAZ MIRANDA HABILIDADES MÉDICAS HABILIDADES MÉDICAS - EXAME FÍSICO . EXAME FÍSICO GERAL Avaliação do estado geral: BEG, REG, MEG. Avaliação do nível de consciência: estado de vigília; obnubilação; sonolência; confusão mental; torpor; coma. Avaliação da fala e linguagem: disfonia (timbre da voz; rouco, fanho); dislalia (troca de letras); disartria (sem coordenação cerebral); disfasia (não entende ou não consegue se expressar). Avaliação do estado de desidratação: sede, diminuição do peso; mucosas secas; enoftalmia; oligúria; fontanelas deprimidas. Tem três graus de gravidade: isotônica, hipotônica, hipertônica. Avaliação da altura e outras medidas antropométricas: altura/estatura, peso, IMC = peso atual (kg)/altura2(m), circunferência da cintura, circunferência da panturrilha, perímetro cefálico. Avaliação do estado nutricional: sobrepeso, obesidade e desnutrição. Avaliação da marcha CHAAAE (corada, hidratada, anictérica, acianótica, afebril e eupneia) (numeração em cruzes):+/++++. CABEÇA O exame da cabeça compreende a observação de: Tamanho e forma do crânio Quanto ao tamanho, as variações mais frequentes são: Macrocefalia: crânio anormalmente grande, cuja causa mais frequente é a hidrocefalia. Outras causas mais raras são acromegalia e raquitismo. Microcefalia: crânio anormalmente pequeno em todos os diâmetros. Pode ser congênita, hereditária, de causa desconhecida ou ser decorrente de uma doença cerebral (p. ex., toxoplasmose congênita, encefalite viral). Corado. Cianose. Icterícia. Febre. Hidratação. Eupnéico, dispneico ou apnéico. Quanto à forma, há várias alterações, decorrentes do fechamento precoce (cranioestenose) de uma ou várias suturas: Acrocefalia ou crânio em torre (turricefalia/hipsocefalia): a cabeça é alongada para cima, pontuda, lembrando uma torre. É a forma mais frequente de cranioestenose. Pode mostrar-se isolada ou associada a outras anomalias esqueléticas Escafocefalia: levantamento da parte mediana do crânio, conferindo um aspecto de casco de navio invertido Dolicocefalia: aumento do diâmetro anteroposterior, que se torna muito maior que o transverso Braquicefalia: corresponde ao aumento do diâmetro transverso Plagiocefalia: é a deformidade que confere ao crânio um aspecto assimétrico, saliente anteriormente de um lado e, posteriormente, do outro. Pode ser relacionada à posição de dormir. Posição e movimentos Torcicolo: inclinação lateral da cabeça. Tiques: contrações repetidas, mais ou menos involuntárias, de um determinado grupo de músculos associados. Movimentos coreicos: movimentos motores anormais e bruscos, involuntários e que lembram uma dança. Pode estar associado a algumas doenças como Coréia de Huntigton e Sydenham. Tremores; tremores essenciais Sinal de Musset: movimentos sincrônicos da cabeça com as pulsações na insuficiência aórtica. Superfície e couro cabeludo A inspeção e a palpação do crânio possibilitam a identificação de saliências (tumores, tumefações, bossas e hematomas), depressões (afundamentos) e pontos dolorosos. Aumento da pressão intracraniana (meningite, hidrocefalia): A fontanela anterior, quando patente, fornece informações úteis no exame físico de crianças: se hipertensa e saliente, Desidratação: se hipotensa e deprimida, Na osteomalacia, no raquitismo e na sífilis, é possível conseguir-se um leve afundamento pela simples compressão digital, que deve ser efetuada atrás e acima do pavilhão auricular; por isso deve ser analisada a consistência ou rigidez da tábua óssea. Exame geral das fácies: Fácies Hipocrática: Olhos fundos, parados, inexpressivos. Nariz afilado e lábios delgados, com presença de “batimento” das asas do nariz. Rosto quase sempre coberto de suor. Fácies Renal: caracterizada por edema palpebral predominante, principalmente na parte da manhã. Observada particularmente na síndrome nefrótica e na glomerulonefrite difusa aguda. Fácies Mixedematosa: Rosto arredondado, nariz e lábios grossos, pele seca, espessada, com aumento dos sulcos. Edema periorbital, com supercílios escassos e cabelos secos e sem brilho. Fisionomia de desânimo e apatia. Está presente principalmente no Hipotireoidismo. Fácies Cushingoide ou de lua-cheia: Arredondamento do rosto, caracterizando edema, com bochechas avermelhadas e surgimento de acne. Observado no paciente com uso prolongado de corticoides (Cushing iatrogênico) e também nos casos da Síndrome de Cushing (hipertrofia do córtex das suprarrenais) Fácies Mongoloide: Elemento característico: Fenda palpebral. Há ainda a prega cutânea (epicanto) que torna os olhos oblíquos, bem distantes um do outro. Rosto redondo e boca quase sempre entreaberta. Fisionomia de pouca inteligência. Ex: Síndrome de Down. Fácies Hipertireoidea ou Basedowiana: Traço caraterístico: Exoftalmia (olhos salientes; protrusão do globo ocular para fora da órbita). Rosto magro, com expressão fisionômica de vivacidade e às vezes aspecto de espanto e ansiedade. Presença de bócio. Típica do hipertireoidismo. OLHOS E SUPERCÍLIOS Composto por 3 camadas: Externa: formada pela córnea e esclera. Média: é mais vascularizada e pigmentada, composta pela coroide, corpo ciliar e íris. Interna: composta pela retina, uma camada receptora que contém fibras formadoras do nervo óptico. Fácies Leonina: Pele espessada, sendo de grande número de lepromas de tamanhos variados, em maior número na fronte. Os supercílios caem, o nariz se espessa e se alarga. Os lábios tornam-se mais grossos e proeminentes. Há deformidade da bochecha e do mento pelo aparecimento de nódulos. Barba escassa ou inexistente. Aspecto de cara de leão. Típico de paciente acometidos do Mal de Hansen (Hanseníase). Fácies acromegálica: Saliência das arcadas supraorbitárias, proeminência das maçãs do rosto e maior desenvolvimento da mandíbula. Aumento do nariz, lábios e orelhas. Visto na acromegalia, consequente à hiperfunção hipofisária do adulto. Fácies Adenoidiana: Elementos fundamentais: Nariz pequeno e afilado e boca sempre entreaberta. Presente nas crianças com hipertrofia das adenoides, que dificultam a respiração nasal. Parkinsoniana: inexpressiva e rígida; fixa, imóvel, cabeça pra frente, pouca mobilidade palpebral, pele gordurosa, tendência a babar, voz baixa e monótona. Inspeção estática Globo ocular: deve-se observar a separação entre as das cavidades orbitárias (hipertelorismo), simetria, o tamanho do globo ocular. Exoftalmia: protrusão, microftalmia: globo pequeno, estrabismo, nistagmo: movimentação involuntária. Aparelho lacrimal pode detectar aumento de volume da glândula lacrimal. Pálpebras se investiga a cor, textura, a posição e os movimentos e também edema, simetria da pálpebra, ptose, lagoftalmia, motilidade, edema, xantelasma, vesículas. Córnea pode observar o tamanho, opacificação, irregularidades, a sensibilidade. Pupila observar a cor, os desvios e o orifícios da íris e da pupila. Observar se há anisocória (pupilas de tamanhos diferentes); miose (quando estão muito pequenas) e midríase (quando estão maiores que o normal 7mm). Supercílios: madarose. Cílios: implantação, distribuição, hiperemia/escamas/ blefarite. Conjuntivas: coloração (pálidas – anemia; amareladas – icterícia; hiperemia – conjuntivite) Pálpebras: Deve-se verificar se há: Edema; Retração palpebral; Epicanto; Ectrópio (pálpebras “para fora”); Entrópio (pálpebras “para dentro”); Equimose: é o extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos da pele que se rompem formando uma área de cor roxa. Xantelasma (placas amareladas em altorelevo) ou outras alterações. Um achado importante é a queda da pálpebra (ptose palpebral) uni ou bilateral, que ocorre na paralisia do III par (paralisia do músculo da pálpebra superior), na síndrome de Claude-Bernard-Horner (paralisia do simpático cervical) e na miastenia gravis. O não fechamento dos olhos por paralisia do músculo orbicular das pálpebras (lagoftalmo, sinal de Bell) aparece na paralisia facial periférica. Globos oculares: No globo ocular, pode-se encontrar as seguintes alterações: Exoftalmia: (olhos “esbugalhados” para fora) a protrusão do globo ocular, unilateral (tumores oculares e retro oculares) ou bilateral (hipertireoidismo) Enoftalmia: globo ocular afundado para dentro da órbita com diminuição da fenda palpebral. Ocorre na síndrome de Claude-Bernard-Horner (geralmente unilateral) e na desidratação (geralmente bilateral) Desvios: são observados nos estrabismos. É divergente quando o globo ocular se desvia lateralmente (paralisia do reto medial, paralisia do III nervo) ou convergente com desvio medial por paralisia do reto lateral (VI par) Movimentos involuntários: o mais frequente é o nistagmo, constituído por abalos do globo ocular e oscilações rápidas e curtas de ambos os olhos. O nistagmo pode ser nos sentidos horizontal, rotatório ou vertical, sendo mais perceptível quando o paciente olha para os lados e para longe. Apresenta as seguintes formas: congênito: geralmente tem causa ocular ou adquirido: decorre de doenças do labirinto, cerebelo, tronco encefálico ou de intoxicação alcoólica. Conjuntivas: normalmente são róseas. A presença de secreções também deve ser investigada. A vermelhidão ocular é uma condição muito comum, e apresenta diferentes causas: traumatismo, infecção, alergia e aumento da pressão intraocular (glaucoma). Crises de tosse ou de vômitos podem ocasionar hemorragia conjuntival. As causas de hiperemia conjuntival são: Conjuntivite: dilatação difusa dos vasos, que tende a ser máxima na periferia do olho Infecção da córnea, irite aguda e glaucoma agudo: caracterizam-se pelo aparecimento de vasos radiais em torno do limbo (congestão ciliar) Hemorragia subconjuntival: área vermelha homogênea nitidamente demarcada, que, após alguns dias, se torna amarelada e, em seguida, desaparece. Pupilas: deve-se observar: Forma: normalmente arredondadas ou levemente ovaladas Localização: centrais Tamanho: variável de acordo com a claridade do ambiente. Denominam-se: Midríase: a pupila dilatada Miose: a pupila contraída. Anisocoria: pupilas de tamanho desigual. Reflexos: estudam-se os reflexos fotomotor (contração pupilar à luz), consensual (contração pupilar de um lado pela estimulação luminosa no outro olho) e de acomodação-convergência (contração das pupilas e convergência dos globos oculares à medida que se aproxima do nariz um foco luminoso) Oftalmoscopia: a pupila deve estar dilatada para observar a periferia da retina. Visualização do fundo do olho (disco ótico, nervo ótico, mácula, fóvea, escavação fisiológica, artérias e veias). O fundo de olho normal é visto como um reflexo vermelho denominado clarão pupilar. É possível encontrar opacidades nos meios transparentes (córnea, cristalino e vítreo). O disco óptico é o primeiro elemento a ser examinado, é vertical e rosado, com uma depressão mais clara no centro. No exame dos vasos sanguíneos é necessário caracterizar as artérias e as veias. As artérias são de cor vermelho-clara e as veias vermelho-escuras. Os principais achados no fundo de olho são as hemorragias, os exsudatos, os focos de coriorretinite, o papilaedema, a atrofia de papila, descolamento de retina, entre outros. Pálidas: nas anemias, Amareladas: na icterícia Hiperemiadas: nas conjuntivites. NARIZ Anatomia: base (raiz), dorso, columela, narina, assas, concha nasal, meato nasal. Rinofima: espessamento da pele; Nariz em sela: é uma deformação quase sempre congênita determinada por sífilis contraída intraútero. Rubicundez (nariz vermelho): que se observa no alcoolismo e em outras afecções (rinofima, acne rosácea e lúpus eritematoso). Coriza: inflamação da mucosa nasal, acompanhada eventualmente de espirros, secreção e obstrução nasal. Rinorreia: corrimento nasal; secreção aquosa e abundante; obstrução nasal; não purulenta Epistaxe: sangramento nasal; origina-se, com maior frequência, de uma estrutura de intensa vascularização, localizada no septo anterior, conhecida como plexo de Kiesselbach. Corrimento ou fluxo nasal (anota-se suas características) Avaliar com a cabeça do paciente levemente fletida para trás: desvios ou perfurações de septo. Deve-se testar a permeabilidade de cada narina. Para isso, oclui-se uma narina comprimindo-se suavemente sua parede lateral e pede-se ao paciente para inspirar. A seguir, faz-se uma palpação sobre os seios paranasais frontal e maxilar. A presença de dor levanta a suspeita de sinusite. OUVIDOS Ouvido externo: pavilhão da orelha: hélice, anti-hélice, lóbulo... e meato acústico. Ouvido médio: membrana timpânica, martelo, bigorna, estribo... Ouvido interno: cóclea, canais semicirculares, tuba de estáquio. Inspeção estática Ouvido externo: lesões, hiperemia, secreção, cerúmen... Geral: Avalia simetria, formato, implantação, anatomia, edema, pruído, e alteração de pele. Otite externa aguda: inflamação do conduto auditivo, otalgia acentuada com a movimentação do pavilhão. Otoscopia: exame do meato acústico externo e da membrana do tímpano. Avalia conduto auditivo e membrana timpânica. Checa presença de otite média aguda (principalmente em crianças, caudada por bactérias com presença de exsudato, membrana timpânica hiperemiada) e otite média serosa (obstrução parcial do conduto auditivo, com bolhas de ar e membrana timpânica amarelada/esbranquiçada. Deve se examinar ouvido direito com mão direita e ouvido esquerdo com mão esquerda. Realizar leve tração na hélice da orelha para cima e para trás, facilitando a visão. Introduzir o espéculo com cuidado para não atingir a membrana timpânica. Avaliar: integridade, transluscência, coloração (cinza perolado), mobilidade, martelo, pars tensa, pars flácida e o triângulo luminoso. Membrana timpânica normal: integra, brilhante, cinza perolada, apresenta mobilidade, possível visualizar cabo do martelo, possível visualizar o triangulo luminoso. BOCA A boca deve ser inspecionada com o auxílio de luvas e espátula, observando-se a coloração da cavidade oral e o hálito Inspeção Lábios: simetria, desvio, umidade, hidratação e coloração. Dentição: estado de conservação, número e próteses. Gengiva: coloração, hidratação, manchas, lesões. Mucosa jugal: lesões (aftas), coloração, umidade, ducto das glândulas parótidas. Orofaringe: pilares, tonsilas. Língua: textura, cor, secreção. Palato: formato, cor, possíveis lesões. Tonsilas: edema, hiperemia, secreção. Classificação de Mallampati é usada para prever a facilidade de intubação do paciente. Palpação Palpar/ avaliar glândulas submandibular e sublingual. PESCOÇO Pescoço normal: formato quase cilíndrico, de contorno regular, notando-se em sua face anterior duas leves saliências, obliquamente dirigidas para cima, que correspondem aos músculos esternocleidomastóideo (separa o triângulo anterior do triângulo posterior do pescoço.) e uma proeminência central que corresponde à cartilagem tireoide (pomo de Adão). A diferença mais notável em relação ao sexo é a maior proeminência do pomo de Adão nos homens. Semiotécnica: faz-se o exame do pescoço por meio de inspeção, palpação e ausculta. A inspeção permite obter dados referentes a: pele, forma e volume, posição, mobilidade, turgência ou ingurgitamento das jugulares, batimentos arteriais e venosos. Pele: Atenção para a possibilidade de sinais flogísticos (edema,calor, rubor e dor) e fistulização nas áreas que recobrem os linfonodos e na linha média (fístula do ducto tireoglosso). Deve-se observar a presença de cicatriz revelando traumas ou doenças anteriores. Forma e volume: As alterações da forma e do volume decorrem de aumentos da tireoide, dos linfonodos, das parótidas e da presença de tumorações, benignas ou malignas. Quando se devem a aumento da tireoide (bócio), localizam-se anteriormente. Os bócios são mais bem analisados pela palpação da glândula. As hipertrofias dos linfonodos provocam saliência lateralmente nas áreas em que estes se situam. As parótidas, quando crescidas, fazem proeminência na parte lateral alta, atingindo a parte lateral da face. As tumorações benignas ou malignas não têm posição específica e deformam de modo irregular o pescoço. Na linha média podemos encontrar cisto do ducto tireoglosso e cisto dermoide. Nas laterais do pescoço, acompanhando a borda anterior do músculo esternocleidomastóideo, localizam-se os cistos branquiais e nos triângulos posteriores geralmente os higromas císticos, linfangiomas e costela cervical. Posição: A posição normal é mediana, seguindo o eixo da coluna, e a alteração mais característica é o torcicolo. As afecções da coluna cervical (fraturas, luxações, espondiloartrose) acompanham-se de desvio do pescoço, quase sempre lateralmente. Mobilidade: A mobilidade compreende movimentação ativa e passiva. Solicita-se ao paciente para realizar movimentos de flexão, extensão, rotação e lateralidade, anotando-se a existência de contratura, resistência e dor. A rigidez da nuca constitui sinal importante de irritação. Turgência ou ingurgitamento das jugulares: tem grande importância prática no diagnóstico da hipertensão venosa, um dos sinais de insuficiência ventricular direita. Batimentos arteriais e venosos Os batimentos visíveis podem ser determinados pelo pulso carotídeo ou pelo pulso venoso. Linfonodos: apalpe os linfonodos, utilizando as polpas de seus dedos indicador e médio, desloque a pele sobre os tecidos subjacentes em cada área, o paciente deve estar relaxado, com o pescoço ligeiramente flexionado para a frente e, se necessário, um pouco inclinado para o lado examinado. 1. Pré-auriculares: afrente do ouvido 2. Auriculares posteriores: superficiais, sobre o processo mastoide 3. Occipitais: na base do crânio, posteriores 4. Tonsilares: no angulo da mandíbula 5. Submandibulares: localizados a meio caminho entre o angulo e a extremidade da mandíbula. Esses linfonodos costumam ser menores e mais lisos que a glândula submandibular lobulada, contra a qual se justapõem. 6. Submentonianos: na linha media, alguns centímetros atrás da extremidade da mandíbula 7. Cervicais superficiais: superficiais ao esternocleidomastóideo 8. Cervicais posteriores: ao Iongo da borda anterior do trapézio 9. Cadeia cervical profunda: localizada profundamente no esternocleidomastóideo e, muitas vezes, inacessível ao exame. Façam um gancho com seu polegar e seus dedos em torno de cada lado do musculo esternocleidomastóideo, na tentativa de palpa-los. 10. Supra clavicular: profundo, no angulo formado pela clavícula e o esternocleidomastóideo. Características dos linfonodos: tamanho, formato (normais ou aumentados), organização (isolados ou agrupados); mobilidade (fixos ou móveis); consistência (endurecido ou amolecidos); sensibilidade (sente dor à palpação) TIREOIDE Tireoide: uma estrutura única, mediana, situada na porção anterior do pescoço na altura da quinta à sétima vértebra cervical. Tem forma semelhante à letra "H" e é formada por dois lobos laterais que se unem à linha média pelo istmo. Apresenta um ápice e uma base. As estruturas na linha média são: osso hioide, a cartilagem tireóidea, a cartilagem cricóidea, os anéis traqueais e a glândula tireoide Alterações locais: dor; nódulo; bócio; rouquidão; dispneia; disfagia. Manifestações de hiperfunção: hipersensibilidade ao calor; aumento da sudorese; perda de peso; taquicardia; tremor; irritabilidade; insônia; astenia; diarreia; exoftalmia. Manifestações de hipofunção: hipersensibilidade ao frio; diminuição da sudorese; aumento do peso; obstipação intestinal; cansaço facial; apatia; sonolência; alterações menstruais; ginecomastia; unhas quebradiças; pele seca; rouquidão; macroglossia; bradicardia. Inspeção estática Observar se há o aumento da glândula, se há abaulamentos, se tem bócio; forma, coloração, presença de cicatrizes, tireoide visível ou não (bócio), presença de algum tipo de distensão venosa, abaulamentos. Inspeção dinâmica Peça para o paciente estender o pescoço, e deglutir (a cartilagem tireóidea, a cartilagem cricóidea e a glândula tireoide elevam-se durante a deglutição) e, em seguida, retornam a suas posições iniciais., observando. Incline a cabeça do paciente um pouco para trás e, usando iluminação tangencial, dirigida para baixo a partir da ponta do queixo do paciente, inspecione a região abaixo da cartilagem cricóidea, à procura da glândula tireoide. Palpação Com a técnica correta podem ser obtidos dados referentes a: Volume: normal ou aumentado, difuso ou segmentar (qualquer aumento é designado bócio). Consistência: normal, firme, endurecida ou pétrea Mobilidade: normal ou imóvel (aderida aos planos superficiais e profundos) Superfície: lisa, nodular ou irregular Temperatura da pele: normal ou quente Frêmito e sopro: presente(s) ou ausente(s) Sensibilidade: dolorosa ou indolor. Há quatro tipos de inflamação da tireoide: Tireoidite aguda: é um processo inflamatório decorrente de invasão bacteriana da glândula Tireoidite subaguda: pode ser causada por vírus ou por agressão autoimune Tireoidite de Hashimoto: é uma doença autoimune, decorrente da agressão do tecido tireoidiano por anticorpos. Na fase inicial, pode determinar hiperfunção tireoidiana, frequentemente evoluindo para hipotireoidismo Tireoidite de Riedel: é muito rara e sua fisiopatologia é desconhecida. Abordagem posterior – técnica de Quervain: paciente sentado e examinador de pé atrás dele. As mãos e os dedos rodeiam o pescoço, com os polegares fixos na nuca e as pontas dos indicadores e médios quase a se tocarem na linha mediana. O lobo direito é palpado pelos dedos da mão esquerda, enquanto os dedos da outra mão afastam o esternocleidomastóideo. Para o lobo esquerdo, as coisas se invertem. Abordagem anterior 1- técnica de Lahey (duas mão): paciente sentado ou de pé e o examinador também sentado ou de pé, postado à sua frente. São os dedos indicadores e médios que palpam a glândula enquanto os polegares apoiam-se sobre o tórax do paciente. O lobo direito é palpado pelos dedos médio e indicador da mão esquerda e o lobo esquerdo é palpado pelos dedos médio e indicador da mão direita. Abordagem anterior 1I- técnica de Crile (uma mão): pinça (arco em C) TÓRAX 1 – PULMÃO Ordem do exame físico: inspeção; palpação; percussão e ausculta. O exame físico do tórax compreende a avaliação das: mamas; pulmões; coração; mediastino; estruturas componentes da caixa torácica – pele, tecido celular subcutâneo, linfonodos, panículo adiposo, musculatura, sistema vascular superficial, ossos e cartilagens. Regiões torácicas. A. Face anterior: (1) região supraclavicular; (2) região clavicular; (3) região infraclavicular; (4) região mamária; (5) região inframamária; (6) região supraesternal; (7) região esternal superior; (8) região esternal inferior. Para descrever uma anormalidade encontrada no tórax, é necessário localizá-la em duas dimensões: ao longo do eixo vertical e na circunferência torácica. Eixo vertical: pratique a contagem das costelas e espaços intercostais. O ângulo esterno á a melhor referência. As sete primeiras costelasse articulam com o esterno, as cartilagens das 8º, 9ª e 10º costela articulam-se com as cartilagens costais e a 11º e 12ª são chamadas de costelas flutuantes. Circunferência do tórax: utiliza uma série de linhas verticais: Linhas torácicas verticais: Linha medioesternal: divide o tórax em hemitórax direito e esquerdo. Linha esternal lateral: margem lateral do esterno B. Face posterior: (1) região supraescapular; (2) região supraespinhosa; (3) região infraespinhosa; (4) região interescapulovertebral; (5) região infraescapular C. Face lateral: (1) região axilar; (2) região infra-axilar. Linha hemiclavicular: desce verticalmente ao ponto médio da clavícula. Linha axilar anterior: prega axilar anterior formada pela margem inferior do músculo peitoral maior Linha axilar posterior: prega axilar posterior formada pelo músculo grande dorsal Linha axilar média: desce do ápice da axila em direção ao tubérculo da crista ilíaca. Linha vertebral ou medioespinal: passa pelos processos espinhosos das vértebras torácicas Linha escapular: passa através do ânulo inferior da escápula. Linhas torácicas horizontais: Linhas claviculares: que passam pelas clavículas direita e esquerda Linhas escapular superior: borda superior da escapula Linha escapular inferior: borda inferior da escápula Inspeção estática Abaulamentos (ósseos ou musculares, difusos ou localizados); cicatrizes, manchas, nódulos; retrações; simetria; coloração (destacando cianose ou palidez); hidratação; lesões; Mamas: formas das mamas (simetria), posição dos mamilos com relação à linha hemiclavicular, presença de secreções; Musculatura: avaliar a hipertrofia, atrofia, simetria. A contratura da musculatura paravertebral torácica unilateral constitui o sinal de Ramond, que denuncia o comprometimento pleural inflamatório homolateral. O sinal de Lemos Torres, caracterizado pelo abaulamento dos espaços intercostais durante a expiração, é sinal fidedigno de derrame pleural. Vasos (circulação colateral): avaliar a presença de vasos evidentes na parede do tórax bem como examinar o trajeto do fluxo deste vaso: crânio-caudal ou caudal-cranial. Forma e tipo do tórax: A) Tipo torácico normal (chato): apresenta uma pequena convexidade anteriormente com um dorso mais plano. B) Tipo torácico globoso (tonel): presença de abaulamento na região anterior, aumentando o diâmetro ântero-posterior do tórax. É um tipo de padrão morfológico normal para idosos, mas que pode representar uma patologia como enfisema (DPOC – obs.: atenção ao histórico de tabagismo) ou asma. Também conhecido com tórax em tonel. C) Tipo de tórax cifótico: tem como característica principal a curvatura acentuada da coluna dorsal. É um tipo de padrão morfológico normal para idoso. D) Tipo torácico infundibuliforme: presença de depressão na região epigástrica (inferior ao processo xifóide), ou seja, no ângulo de Charpy. É também chamado de tórax de sapateiro. Em geral, esta deformidade é de natureza congênita ou embriológica (raro). E) Tipo torácico cariniforme: é também chamado de peito de pombo (em quilha), em que o esterno se mostra mais protruso (pra frente) e evidente. É comum no raquitismo. F) Escoliose: consiste em um desvio lateral da coluna vertebral. Deve ser anotada o sentido da convexidade da escoliose. G) Gibosidade: (cifoescoliótico); é um tipo de cifose bastante acentuada em que a musculatura dorsal apresenta um aspecto grosseiro, determinando corcundas. Inspeção dinâmica Observar os movimentos respiratórios; padrão respiratório (torácico – paciente em pé ou sentado, abdominal – decúbito dorsal, misto); Tipos de respiração: costal superior (mulheres); toracoabdominal (homens); diafragmática (decúbito dorsal) Analise da expansibilidade e do uso da musculatura acessória (esternocleidomastóideo, escalenos – na inspiração; intercostais internos, abdominais – na expiração); Frequência respiratória (recém nascidos: 40-45 rpm; lactentes: 25-35 rpm; jovens: 18-35 rpm; adultos: 16-20 rpm); Eupneia (normal); taquipneia (frequência aumentada); bradipneia (ritmo diminuído); apnéia (ausência de respiração) Presença ou não de tiragem (retração inspiratória dos espaços intercostais, uni ou bilateral). Sinais de insuficiência respiratória: tiragem, retração de fúrcula, batimento de asa de nariz Ritmos respiratórios: para análise do ritmo da respiração, é necessário observar durante, no mínimo, dois minutos a sequência, a forma e a amplitude das incursões respiratórias; Anormalidades no ritmo respiratório: Respiração dispneica: movimentos respiratórios rápidos e de grande amplitude. Surge na insuficiência cardíaca, enfisema pulmonar, bronquite, asma, pneumonias, atelectasia, pneumotórax, derrame pleural e anemias graves. Respiração de Cheyne-Stokes: caracteriza por uma fase de apneia seguida de incursões inspiratórias cada vez mais profundas até atingir um máximo para depois vir decrescendo até nova pausa. Isso ocorre devido a variações da tensão de O2 e CO2 no sangue. As causas mais frequentes são: insuficiência cardíaca, a hipertensão intracraniana, os acidentes vasculares cerebrais e os traumatismos cranioencefálicos. Respiração de Biot: a respiração apresenta-se com duas fases. A primeira de apneia seguida de movimentos inspiratórios e expiratórios anárquicos quanto ao ritmo e à amplitude. A respiração de Biot é comum na meningite, em processos expansivos (neoplasias) e hematoma extradural, traduzindo sempre lesão no centro respiratório (bulbo). Respiração de Kussmaul: compõe-se de quatro fases: 1- inspirações ruidosas, gradativamente mais amplas, alternadas e com inspirações rápidas e de pequena amplitude; 2- apneia em inspiração; 3- expirações ruidosas gradativamente mais profundas alternadas com inspirações rápidas e de pequenas amplitudes; 4- apneia em expiração. A principal causa é a cetoacidose diabética, insuficiência renal com uremia e outras acidoses. Para ter diminuição de CO2. Respiração suspirosa: o paciente executa uma série de movimentos inspiratórios de amplitude crescente seguidos de expiração breve e rápida. Outras vezes, os movimentos respiratórios normais são interrompidos por "suspiros" isolados ou agrupados. - Tensão emocional. Platipneia: é a dificuldade para respirar em posição ereta, que se alivia na posição deitada; ou seja, é o contrário da dispneia de decúbito. Pode ocorrer após pneumectomia; Ortopneia: é a dificuldade para respirar mesmo na posição deitada; Trepopneia: é a condição na qual o paciente se sente mais confortável para respirar em decúbito lateral. Pode ocorrer na insuficiência cardíaca congestiva e no derrame pleural Palpação Identificar se tem lesões superficiais. Observar a temperatura cutânea. Sensibilidade da parede torácica: testando a sensibilidade realizando estímulos dolorosos no paciente. A sensibilidade superficial e profunda, a dor provocada e espontânea ou qualquer outra manifestação dolorosa relatada pelo paciente devem ser avaliadas pela palpação. Na palpação dá para observar a expansibilidade (solicitar inspiração/ expiração profunda): o A expansibilidade dos ápices pulmonares é pesquisada com ambas as mãos espalmadas, de modo em que as bordas internas toquem a base do pescoço, os polegares apoiem-se na coluna vertebral e os demais dedos nas fossas supra claviculares. o A expansibilidade das bases pulmonares, apoiam-se os polegares nas linhas paravertebrais, enquanto os outros dedos recobrem os últimos arcos costais. Frêmito tóraco-vocal (FTV): representa a vibração da onda mecânica da voz, originada nas cordas vocais durante a fonação, veiculada pela coluna, área através da traqueia, parênquima pulmonar, pleura, parede e superfície do tórax. Pode ser percebida com a face palmar inferior.Os dedos da mão e a face superior palmar deverão ficar suspensas no ar para não abafar a vibração. Habitualmente o FTV é um pouco mais intenso do lado direito. Pede-se para o paciente falar palavras ricas em consoantes, como “33”. A técnica deve ser feita alternadamente em cada hemitórax, seguindo a linha medioesternal de cima para baixo. Nos derrames, o frêmito se encontra diminuído devido ao fato de haver líquido entre a pleura e o pulmão, dificultando a propagação do som até a parede torácica, enquanto que, nas consolidações, ex: pneumonia ou tumor, o som encontra-se aumentado, posto que o meio sólido (nódulo) da consolidação permite maior transmissibilidade por meio da árvore brônquica. Percussão A percussão do tórax põe em movimento a parede torácica e os tecidos subjacentes, produzindo sons audíveis e vibrações palpáveis. Realizada de forma simétrica. Deve-se começar de cima para baixo, percutir simetricamente em várias regiões. Deve ser realizada na frente e nas costas do paciente. Quatro tonalidades de som são obtidas: 1- Som claro pulmonar: normal, também chamado de som claro atimpânico ou sonoridade pulmonar: nas áreas de projeção dos pulmões (maior parte do tórax). É um som intermediário entre o maciço e o timpânico. 2- Som timpânico: enfisema ou pneumotórax (presença de ar na pleura). Presença de ar. Normal no espaço de Traube (estômago). É um som semelhante a percussão de uma bexiga cheia de ar. Acompanha-se de sensação de elasticidade. 3- Som submaciço: em derrames pleurais. Líquido interposto na região inferior do esterno (região em que a língula pulmonar encobre o ventrículo esquerdo). 4- Som maciço: pneumonia massas. Na região inframamária direita (maciez hepática) e na região precordial. Obs: O som torna-se submaciço à medida que ocorre a percussão das bases do pulmão. Ausculta pulmonar Com a ajuda do estetoscópio. Examinar a parte anterior e posterior. Na parte anterior, pode ocorrer a identificação de pneumonia com a analise do lobo médio direito. Respirar pausadamente e profundamente, com a boca entreaberta, sem fazer ruído. Pede-se ao paciente que inspire e expire para realizar a ausculta em cada local. Inspirar pelo nariz, expirar pela boca. Deve-se auscultar simetricamente em 3 ou 4 pontos do ápice até a base do pulmão, comparando um lado com o outro. Focos de ausculta: Sons respiratórios normais: Registro de ausculta normal no exame: murmúrio vesicular positivo. Murmúrio vesicular: escutado na maior parte do tórax, e são produzidos pela turbulência do ar circulante ao chocar-se contra as saliências das bifurcações brônquicas. O componente inspiratório é mais intenso e mais duradouro e de tonalidade mais alta e o componente expiratório é mais fraco e duração mais curta e de tonalidade mais baixa (o componente expiratório tende a estar aumentado na asma brônquica e no enfisema, traduzindo a dificuldade de saída do ar). Som traqueal e som brônquico reconhece o som inspiratório e expiratório. O som traqueal é audível na região de projeção da traqueia, no pescoço e na região esternal, origina-se na passagem do ar através da fenda glótica e na própria traqueia. A respiração brônquica muito se assemelha ao som traqueal, dela se diferenciando apenas por ter o componente expiratório menos intenso. Som broncovesicular: somam as características som brônquico com os murmúrios vesiculares. Deste modo, a intensidade da duração da inspiração e da expiração tem igual magnitude. Sons respiratório anormais (adventícios) descontínuos: o som está parcialmente na inspiração ou expiração; Estertores: são ruídos audíveis na inspiração ou expiração. Podem ser finos ou grossos. Estertores finos ou crepitantes: (normalmente nas bases do pulmão) ocorrem no final da inspiração, tem frequência alta e duração curta. São produzidos pela abertura sequencial de vias respiratórias anteriormente fechadas devido à pressão exercida pela presença de líquido ou exsudato no parênquima pulmonar. – pneumonia no inicio. Estertores grossos: têm frequência menor e maior duração que os finos, são audíveis no início da inspiração e durante toda a expiração. Tem origem na abertura e fechamento de vias respiratórias contendo secreção viscosa e espessa - bronquite crônica; pneumonia avançada. Sons respiratório anormais (adventícios) contínuos: o som está na inspiração e expiração; Roncos (pela secreção): constituídos por sons graves de baixa frequência. Originam nas vibrações das paredes brônquicas e de conteúdo gasoso quando há estreitamento desses ductos. Aparecem na inspiração como na expiração, dominante na expiração; pode mudar de lugar conforme tosse. - Asma brônquica. Sibilos (“chiado”): sons agudos, formados por ondas de alta frequência. Tem origem nas vibrações das paredes bronquiolares e de seu conteúdo gasoso, aparecendo na inspiração e na expiração. - Asma e bronquite (vasoconstrição do brônquio ou aumento da musculatura por inflamação); Estridor: som produzido pela semi obstrução da laringe ou traqueia. Som de origem pleural: Atrito pleural: em condições normais, os dois folhetos da pleura deslizam um sobre o outro sem produzir som algum. Nos casos de pleurite (infecção na pleura), por se recobrirem de exsudato, passam a produzir um ruído irregular, descontínuo, mais intenso na inspiração, com frequência comparado ao ranger de couro atritado. – Derrame pleural, neoplasia, tuberculose pleural; Síndromes respiratórias Edema agudo de pulmão Inspeção - dispnéia, tiragem intercostal e supraclavicular, expectoração rósea. Palpação - sem anormalidades. Percussão - som claro atimpânico Ausculta - estertores crepitantes ao final da inspiração Derrame pleural (acúmulo de líquido entre os tecidos que revestem os pulmões e o tórax). Inspeção - cianótico; a traquéia pode estar desviada para o lado oposto nos grandes derrames. Palpação - expansibilidade diminuída; FTV diminuído ou ausente. Percussão - maciço a submaciço (presença de liquido). Ausculta - MV diminuído ou ausente; por vezes atrito pleural Pneumotórax (presença de ar entre as duas camadas da pleura, resultando em colapso parcial ou total do pulmão). Inspeção - dispnéia, cianose, tiragem intercostal desvio da traquéia para o lado contrário da lesão. Palpação - diminuição ou ausência da expansibilidade, FTV diminuído ou ausente. Percussão - timpanismo, hiperressonância. Ausculta - MV diminuído ou ausente; ausência ou diminuição da voz sussurrada Condensação pulmonar (pneumonia) (infecção que inflama os sacos de ar em um ou ambos os pulmões, que podem ficar cheios de líquido). Inspeção - sem anormalidades. Palpação - expansibilidade sem alterações; FTV aumentado. Percussão - macicez na região isenta de ar. Ausculta - estertores crepitantes ou finos no final da inspiração na região envolvida, broncofonias (egofonia, pectorilóquia), sopro tubário (som do sopro traqueal (normal) para o parênquima pulmonar condensado). Atelectasia (impede a passagem de ar, devido a obstrução do brônquio e o colabamento do alvéolo). Inspeção - abaulamento do tórax, assimetria; a traquéia pode estar desviada para o lado comprometido. Palpação - expansibilidade diminuída; FTV geralmente ausente quando persiste o tampão brônquico. Percussão - macicez na região sem ar. Ausculta - MV ausente enquanto persiste o tampão brônquico, sopro tubário (som do sopro traqueal (normal) para o parênquima pulmonar condensado). Enfisema pulmonar (os pulmões perdem a elasticidade devido à exposição constante a poluente ou tabaco, principalmente, o que leva à destruição dos alvéolos). Inspeção - tórax em tonel, cianótico; taquipnéia, expiração prolongada, dedos em baqueta de tambor. Palpação - diminuição da expansibilidade nos dois lados; FTV diminuído. Percussão - hipersonoridade, limite inferiorde ambos pulmões rebaixados. Ausculta - MV diminuído, prolongamento da expiração, ocasionalmente roncos, sibilos e estertores. Asma brônquica (inflamação dos brônquios, vias aéreas estreitas e inchadas, além de produzirem muco extra, o que dificulta a respiração). Inspeção – cianótico, batimento de asa do nariz, taquipnéia, expiração prolongada, por vezes com tiragem intercostal. Palpação - diminuição da expansibilidade; FTV diminuído. Percussão – hipersonoridade (tendência ao som timpânico) Ausculta - MV diminuído, prolongamento da expiração, roncos, sibilos e estertores grossos. TÓRAX 2 – CORAÇÃO Coração: estrutura do mediastino médio, é dividido em duas metades – direita e esquerda – por um septo longitudinal, orientado obliquamente. Cada metade consiste em duas câmaras: os átrios, que recebem sangue das veias, e os ventrículos, que impulsionam o sangue para o interior das artérias – aorta e pulmonar. A base do coração: formada pelos átrios. O átrio esquerdo é a estrutura mais posterior do coração, localizando-se à esquerda e atrás do átrio direito (não pode ser diretamente examinado). O átrio direito situa-se à direita e um pouco mais anteriormente em relação ao esquerdo. O ápice do coração: formada pelos ventrículos. O ventrículo direito ocupa a maior parte da superfície anterior do coração, estreita-se no sentido cefálico e une-se à artéria pulmonar na altura do esterno ou base do coração. O ventrículo esquerdo situa-se atrás e à esquerda do ventrículo direito, constituindo a margem lateral esquerda do coração. Sua extremidade inferior, mais estreita, é denominada ápice cardíaco ou ictus cordis. O ictus: ponta do ventrículo esquerdo que mantém contato direto com o gradil costal, no nível do quinto espaço intercostal esquerdo e da linha hemiclavicular, na maioria das pessoas. Sua extensão varia em torno de 1 a 3 cm de diâmetro. O deslocamento do ictus cordis indica dilatação e/ou hipertrofia do ventrículo esquerdo, como pode ocorrer na estenose aórtica, insuficiência aórtica, insuficiência mitral, hipertensão arterial, miocardiopatias e em algumas cardiopatias congênitas. A. Em condições normais, o ictus cordis situa-se no cruzamento da linha hemiclavicular com o 4º ou 5º espaço intercostal esquerdo. B. Na hipertrofia ventricular direita observa-se levantamento em massa da região precordial, mais nítido nas proximidades do esterno, que não corresponde ao ictus cordis. C. Na hipertrofia ventricular esquerda sem dilatação da câmara, o deslocamento do ictus cordis é mínimo ou não existe, mas ele se torna mais forte. D. Na hipertrofia ventricular esquerda associada à dilatação desta cavidade o ictus cordis está desviado para baixo e para fora, além de ser mais amplo. Frequência: determina-se a frequência cardíaca contando-se o número de batimentos durante um minuto inteiro. Em pessoas adultas considera-se normal uma frequência de 60 a 100 bpm, em repouso. Taquicardia: aumento do número de batimentos, pode chegar a 150-180 bpm (adultos e crianças, respectivamente) Bradicardia: redução do número de batimentos cardíacos, entre 40-60 bpm. Arritmia: variação na frequência cardíaca, geralmente relacionada com a respiração: na fase inspiratória há aumento do número de batimentos cardíacos e, na expiratória, diminuição Obs: realizam-se a inspeção e a palpação simultaneamente Analisa-se: pesquisa de abaulamentos, análise do ictus cordis ou choque da ponta, análise de batimentos ou movimentos visíveis e/ou palpáveis, palpação de bulhas e pesquisa de frêmito cardiovascular. Inspeção Localização do ictus cordis. Presença de abaulamentos: deve-se pesquisar abaulamentos no tórax que estejam relacionados com aneurisma da aorta, cardiomegalia, derrame pericárdico e alterações da própria caixa torácica. A dilatação do ventrículo direito determina o abaulamento mais evidente, pois esta câmara constitui a maior parte da face anterior do coração e se encontra em relação direta com a parede do tórax. Estease jugular: um dos sinais mais importantes de disfunção cardíaca é a turgência da veia jugular interna, também designada estase jugular. A forma mais adequada de avaliá-la é posicionando a cabeceira do leito a 45° e avaliar a altura da coluna formada pela veia túrgida em relação ao ângulo de Louis. A medida normal é de 4,0 cm; valores acima destes são descritos como presença de estase jugular. Palpação: Análise do ictus cordis: Pesquisa-se a localização, extensão, mobilidade, intensidade e forma da impulsão, ritmo e frequência do ictus cordis, que é a pulsação do ápice do coração (ponta do ventrículo esquerdo) no tórax do paciente. A localização do ictus cordis varia de acordo com o biótipo do paciente. • Nos mediolíneos, situa-se no cruzamento da linha hemiclavicular esquerda com o 5º espaço intercostal (EIC); • Nos brevelíneos, desloca-se cerca de 2 cm para fora e para cima, situando-se no 4º EIC; • Nos longelíneos, costuma estar no 6º EIC, 1 ou 2 cm para dentro da linha hemiclavicular. Nos portadores de enfisema pulmonar ou quando há obesidade, musculatura muito desenvolvida ou grandes mamas, o ictus cordis tornar-se invisível ou impalpável. Avalia-se a extensão e a intensidade do ictus cordis procurando-se determinar quantas polpas digitais são necessárias para cobri-lo. Em condições normais, corresponde a uma ou duas polpas digitais. • Diâmetro: costuma ser menor que 2,5 cm. • Amplitude: normalmente, a amplitude do ictus cordis é pequena e à palpação é propulsivo e vigorosos. Pesquisa de frêmito cardiovascular: Frêmito: designação aplicada à sensação tátil determinada por vibrações produzidas no coração ou nos vasos. Ao encontrar-se um frêmito, três características devem ser investigadas: • Localização (utilizando como referencias as áreas de ausculta: foco aórtico, pulmonar, tricúspide e mitral); • Situação no ciclo cardíaco (tomando a pulsação como referência), • Intensidade (+ a ++++). A pesquisa do frêmito cardiovascular deve ser feito do mesmo modo da pesquisa do frêmito toracovocal, isto é, utilizando a parte da palma da mão correspondente às articulações metacarpo-falangeanas (isto é, na junção da palma da mão com os dedos), sendo necessário, muitas vezes, a aplicação da mão sobre o tórax do paciente com a eventual elevação dos dedos (os dedos nunca devem ser apoiados no tórax). Se houver frêmito, ausculte a mesma área à procura de sopros. Por outro lado, uma vez que o sopro for detectado, é mais fácil palpar um frêmito na posição que acentua o sopro. Para palpar B1 e B2 (fechamento das valvas cardíacas): exercendo pressão firme, apoie a mão direita na parede torácica. Com o indicador esquerdo e o dedo médio, palpe o impulso ascendente carotídeo para identificar B1 e B2 imediatamente antes e depois do impulso ascendente. Para palpar B3 e B4: aplique pressão mais leve no ápice cardíaco à procura de quaisquer movimentos extras. Ausculta Estetoscópio: o diafragma é melhor para captar sons relativamente agudos, como B1 e B2 e campânula é mais sensível aos sons graves, como B3 e B4, e ao sopro da estenose mitral. Posição do paciente: deitado, sentado, decúbito dorsal ou lateral esquerdo. Com a aceleração e desaceleração da coluna de sangue e das estruturas cardiovasculares, surgem os ruídos cardíacos denominados bulhas. Na maioria dos adultos com mais de 40 anos de idade, as bulhas diastólicas B3 e B4 são patológicas e apresentam correlação significativa com insuficiência cardíaca e isquemia miocárdica aguda. A bulha B1 e B2 são normais. A bulha B3 pode ser normal. A bulha B4 é sempre patológica. Roteiro para a ausculta cardíaca: 1º Etapa: avaliação da bulhas: distinguir 1º e 2º bulha/ hipo ou hiperfonese/observar se existe 3º ou 4º bulha. 2º Etapa: avaliação ritmo e frequência: se em 2T/ 3T, distinguir se há arritmias e contar a frequência cardíaca. 3º Etapa: avaliação de sopros: distinguir se é durante sístole ou diástole/ avaliar grau 1+ A 6+ 4º Etapa: avaliação de cliques estalidos 5º Etapa: avaliação de ruídos acessórios (ex: átrio pericárdico) Para identificar a sístole e a diástole, palpe a artéria carótida primeiro e note que B1 fica logo antes do impulso ascendente carotídeo e a B2 depois do impulso ascendente carotídeo. Siga com o estetoscópio sobre o 2º EI à direita na margem do esterno (foco aórtico) e, então, acompanhe pela margem esternal esquerda do 2º EI a esquerda (foco pulmonar), descendo para o 3º EI a esquerda (foco aórtico acessório), depois ao 5º EI (foco tricúspide), e por fim, o foco mitral, que está também no 5º EI, na linha hemiclavicular. Foco pulmonar: localiza-se no 2º EIC esquerdo, junto ao esterno. Neste foco onde se tem as condições ideais para análise dos desdobramentos – fisiológicos ou patológicos da 2º bulha cardíaca. Foco aórtico: situa-se no 2º EIC direito, justaesternal. No entanto, um dos melhores locais para avaliar fenômenos acústicos de origem aórtica é a área compreendida entre o 3º e 4º EIC esquerdo, nas proximidades do esterno, a qual se dá o nome de foco aórtico acessório. Foco tricúspide: corresponde a base do apêndice xifóide, próximo ao 4º EIC esquerdo. Foco mitral: situa-se no 5º EIC esquerdo na linha hemiclavicular e corresponde ao ictus cordis ou ponta do coração. Sopros: O sangue flui de forma laminar dentro dos vasos, contudo, se houver algum obstáculo, gerar-se-á um turbilhonamento que acabará por produzir um ruído diferente cuja onomatopeia seria um “shhh”. As bulhas são produzidas pelo fechamento das valvas. No entanto, por vários motivos, essas valvas não se B1: (tum) o fechamento da valva mitral e tricúspide produz a primeira bulha cardíaca (B1) (começo da sístole). Coincide com o ictus cordis e com o pulso carotídeo. B2: (tá) o fechamento da valva aórtica e pulmonar produz a segunda bulha cardíaca (B2) (final da sístole, começo da diástole) B3: (tum tá tá): é um ruído protodiastólico de baixa frequência, que se origina das vibrações da parede ventricular subitamente distendida pela corrente sanguínea que penetra na cavidade durante o enchimento ventricular rápido; ocorre devido a ejeção atrial que ocorre na diástole; em crianças e adultos jovens pode surgir uma terceira bulha cardíaca, B3, secundária à desaceleração rápida da coluna de sangue contra a parede ventricular. O achado de B3 em idosos, denominada às vezes “galope por B3”, costuma indicar uma alteração patológica da complacência ventricular. B4: (trum-tá): assinala a contração atrial; ela precede imediatamente a B1 do batimento cardíaco seguinte e também reflete uma alteração patológica na complacência ventricular. Ocorre no fim da diástole ou pré sístole; pode ocorrer pela brusca desaceleração do fluxo sanguíneo, mobilizado pela contração atrial, ao encontrar a massa sanguínea existente no interior dos ventrículos, no final da sístole. Ritmo de galope: pode ocorrer na taquicardia em adultos, jovens e crianças saudáveis ou em outras patologias como insuficiência cardíaca. fechem/abrem adequadamente, deixando “pequenos orifícios” por onde o sangue irá passar. Esses orifícios farão com que o sangue seja turbilhonado gerando o sopro cardíaco. Os sopros aparecem na dependência de alterações do próprio sangue, da parede do vaso ou das câmaras cardíacas, principalmente dos aparelhos valvares. • Aumento da velocidade da corrente sanguínea • Diminuição da viscosidade sanguínea • Passagem do sangue através de uma zona estreitada Exemplos: 1. Uma valva estenosada apresenta um orifício anormalmente estreitado que reduz o fluxo sanguíneo, como na estenose aórtica, e causa um sopro característico; 2. Uma valva que não se fecha totalmente, como na regurgitação ou na insuficiência aórtica. Esse tipo de valva possibilita o refluxo de sangue e produz um sopro de regurgitação. Avaliação do sopro: Localização: em qual foco se escuta com maior facilidade (na base, ao longo da borda esternal, no ápice) e em que momento do ciclo cardíaco ele acontece. Formato: crescente ou decrescente. Tom/timbre: suave, rude, musical, aspirativo, em jato de vapor, granular, piante e refluar. Intensidade do sopro: medidas em cruzes (uma a seis cruzes), pouco audível (+) a muito audível (6+), segundo classificação de Levine. Irradiação: o som é audível em outros focos e locais (como as carótidas). Sistólicos: seriam os sopros produzidos durante a sístole, ou seja, entre B1 e B2. Diastólicos: seriam os sopros produzidos durante a diástole, ou seja, entre B2 e B1. Estenose mitral: Como consequência de anomalia congênita (valva bicúspide), da moléstia reumática ou degeneração senil com calcificação dos folhetos valvares, o orifício mitral pode ficar estreitado. Nessas condições, durante a diástole o sangue tem dificuldade de fluir do átrio para o ventrículo esquerdo. Características: Grau 1 (1+/6+): muito suave, auscultado apenas após o ouvinte ter se “sintonizado”; não é auscultado em todas as posições. Grau 2 (2+/6+): baixo, mais auscultado imediatamente após se posicionar o estetoscópio sobre o tórax. Grau 3 (3+/6+): moderadamente forte. Grau 4 (4+/6+): forte, com frêmito palpável. Grau 5 (5+/6+): muito forte, acompanhando por frêmito. Pode ser auscultado com o estetoscópio parcialmente fora do tórax. Grau 6 (6+/6+): muito alto, com frêmito. Pode ser auscultado com o estetoscópio totalmente fora do tórax. Insuficiente mitral: A insuficiência mitral se instala quando os folhetos da valva mitral não se fecham adequadamente durante a sístole ventricular, permitindo refluxo de uma determinada quantidade de sangue para o átrio. A insuficiência mitral pode ser consequência de alteração da estrutura do aparelho valvar – insuficiência mitral orgânica, cujas etiologias principais são a moléstia reumática, o prolapso mitral e a endocardite infecciosa – ou depender de uma alteração miocárdica sem lesão das valvas (cardiomiopatias, miocardites, infarto do miocárdio). Estenose aórtica: Em pessoas jovens ou adultas, a causa mais comum deste defeito valvar é a moléstia reumática, que pode provocar fusão dos sigmoides aórticos; pode ser também por anomalia congênita (valva bicúspide). Em pacientes idosos, a principal causa é degeneração senil dos folhetos. Do ponto de vista hemodinâmico, o fato essencial é a dificuldade de esvaziamento do ventrículo esquerdo e, do ponto de vista estetoacústico, o turbilhonamento do sangue ao passar pela valva estreitada. Insuficiente aórtica: A incapacidade de fechamento das sigmoides aórticos pode ser consequência de moléstia reumática, endocardite infecciosa, lues (aortite luética), degeneração senil e dissecção aórtica com comprometimento do aparelho valvar. 1º bulha que, além de hiperfonética, costuma assumir qualidade metálica e seca em decorrência do endurecimento dos folhetos da valva. Hiperfonese da 2º bulha na área pulmonar, traduzindo hipertensão da pequena circulação. A abertura da valva mitral estenótica determina um ruído de tom agudo no início da diástole, logo após a 2º bulha (é o estalido de abertura da mitral). Sopro mesodiastólico com reforço pré-sistólico audível apenas na área mitral. Este sopro é de baixa frequência e suas características de timbre é ruflar diastólico. É mais audível com o receptor de campânula e com o paciente em decúbito lateral esquerdo. O exercício físico o intensifica. À ausculta, percebe-se um sopro sistólico de ejeção com máxima intensidade na área aórtica. Este sopro irradia-se para o pescoço, acompanhando a direção da corrente sanguínea. Quase sempre, sua qualidade é rude, e, muitas vezes, passaa ter característica de granular. Mais bem audível quando o paciente está sentado. A 2º bulha no foco aórtico costuma estar diminuída. O achado fundamental na ausculta é o sopro sistólico de regurgitação, indicativo do refluxo de sangue. Localiza-se na área mitral e se irradia na direção da axila. As características do timbre e do tom são variáveis; algumas vezes, suave, outras, rude, podendo em alguns pacientes adquirir caráter musical. A primeira bulha fica mascarada (recoberta) pelo sopro, e se houver aumento da pressão no território pulmonar, a 2º bulha torna-se hiperfonética no foco pulmonar. Átrio pericárdico: O atrito pericárdico é um ruído provocado pelo roçar dos folhetos pericárdicos quando eles deixam de ser lisos e levemente umedecidos, o que lhes permite deslizar um sobre o outro sem provocar qualquer vibração. Sua causa mais frequente é a pericardite fibrinosa. Localização: ausculta-se o atrito mais frequentemente entre a ponta do coração e a borda esternal esquerda. Irradiação: não se propaga, isto é, mesmo quando intenso, sua área de audibilidade é bastante restrita Prolapso de valva mitral: ruído que pode surgir entre a 1º e a 2º bulha, no intervalo sistólico, chamado clique sistólico. Sua identificação ocorre pelas suas características estetoacústicas: é um ruído de alta frequência, seco, agudo, situado no meio ou no fim da sístole, cuja intensidade varia nitidamente durante os movimentos respiratórios e com as mudanças de posição. É audível nas áreas mitral ou tricúspide. O refluxo de sangue para o ventrículo esquerdo durante a diástole é o fenômeno básico desta valvopatia. Sua tradução estetoacústica é um sopro diastólico, audível logo após a 2º bulha, e que ocupa a proto, a meso ou toda a diástole. Localiza-se na área aórtica ou no 3º espaço intercostal, junto à borda esternal esquerda, e se irradia para baixo, na direção da área tricúspide ou, às vezes, até a área mitral. É um sopro de alta frequência, de intensidade decrescente, aspirativo. É mais audível na posição sentada e durante a apneia expiratória. A 2º bulha costuma estar aumentada de intensidade. ABDOME Ordem do exame físico: inspeção, ausculta, percussão e palpação do abdome. Avalia-se: o fígado, o baço, os rins e a aorta abdominal. Anatomia: o abdome geralmente é dividido em quatro quadrantes por linhas imaginárias que se cruzam no umbigo: quadrante superior direito, quadrante inferior direito, quadrante superior esquerdo e quadrante inferior esquerdo. Os pontos de referência anatômicos usuais são as rebordas costais, o ângulo de Charpy, a cicatriz umbilical, as cristas e as espinhas ilíacas anteriores, o ligamento inguinal ou de Poupart e a sínfise pubiana. Na parede abdominal, destacam-se as seguintes estruturas: pele, tecido celular subcutâneo, processo xifoide, umbigo, ligamento inguinal e músculos retoabdominais. Regiões abdominais: Projeção dos órgãos nas paredes torácica e abdominal. Hipocôndrio direito contém: o fígado, a vesícula biliar, o intestino delgado, o cólon ascendente, o cólon transverso, o rim direito. Epigástrica contém: o esôfago, o estômago, o fígado, o baço, o pâncreas, os rins direito e esquerdo, os ureteres direito e esquerdo, as glândulas adrenais direita e esquerda, o intestino delgado, o cólon transverso. Hipocôndrio esquerdo contém: o estômago, o topo do lobo esquerdo do fígado, o rim esquerdo, o baço, a cauda do pâncreas, partes do intestino delgado, o cólon transverso, o cólon descendente. Flanco direito contém: a ponta do fígado, a vesícula biliar, o intestino delgado, o cólon ascendente, o rim direito. Mesogástrio ou região umbilical contém: o estômago, o pâncreas, o intestino delgado, o cólon transverso, os rins direito e esquerdo, os ureteres direito e esquerdo, a cisterna do quilo. Flanco esquerdo contém: uma porção do intestino delgado, uma parte do cólon descendente, a ponta do rim esquerdo. Fossa ilíaca direita contém: o intestino delgado, o apêndice cecal (vermiforme), o ceco (cego), o cólon ascendente, o ovário direito e a tuba uterina direita nas mulheres Hipogástrica contém: o intestino delgado, o cólon sigmoideo reto, a bexiga, os ureteres direito e esquerdo, o útero, os ovários direito e esquerdo e as tubas uterinas podem ser encontradas nas mulheres, e os vasos deferentes, as vesículas seminais e a próstata podem ser encontrados nos homens. Fossa ilíaca esquerda contém: parte do intestino delgado, o cólon descendente, o cólon sigmoide, o ovário esquerdo e a tuba uterina esquerda nas mulheres. (1) hipocôndrio direito; (2) epigástrio; (3) hipocôndrio esquerdo; (4) flanco direito; (5) mesogástrio ou região umbilical; (6) flanco esquerdo; (7) fossa ilíaca direita; (8) hipogástrio; (9) fossa ilíaca esquerda. Inspeção Forma: globoso, escavado ou plano. Lesões da pele e da circulação venosa colateral superficial. Coloração da pele. Presença de estria (estrias prateadas antigas: normais; estrias rosa-violácea: síndrome de Cushing). Manchas hemorrágicas. Distribuição dos pelos. Veias dilatadas: algumas veias de pequeno calibre são normalmente visíveis. Veias dilatadas podem ser um indício de cirrose hepática ou de obstrução da veia cava inferior. Cicatriz umbilical: normalmente apresenta forma plana ou levemente retraída. O encontro da protrusão da cicatriz umbilical, que indica geralmente a existência de uma hérnia ou o acúmulo de líquido nesta região, tem valor prático. Na gravidez também se observa aplanamento ou mesmo protrusão da cicatriz umbilical. Infecções do umbigo (onfalites), frequentes em crianças, podem acompanhar-se de secreção serosa ou seropurulenta. Existência de soluções de continuidade da parede (representadas pela diástase dos músculos retos anteriores do abdome e pelas hérnias), Forma e volume do abdome: A forma e o volume do abdome variam de acordo com a idade, o sexo e o estado de nutrição do paciente. Abdome atípico ou normal: simétrico e ser levemente abaulado. Abdome globoso ou protuberante: apresenta-se globalmente aumentado, com predomínio nítido do diâmetro anteroposterior sobre o transversal. Pode ser observado na gravidez avançada, ascite, distensão gasosa, obesidade, pneumoperitônio, obstrução intestinal, grandes tumores policísticos do ovário e hepatoesplenomegalia volumosa. Abdome em ventre de batráquio: estando o paciente em decúbito dorsal, observa-se franco predomínio do diâmetro transversal sobre o anteroposterior. Pode ser observado na ascite em fase de regressão e é consequência da pressão exercida pelo líquido sobre as paredes laterais do abdome. Abaulamentos ou retrações localizadas: em condições normais, o abdome tem uma forma regular e simétrica, sendo de observação comum apenas uma leve proeminência na sua parte média e inferior, que não indica anormalidade. O abaulamento ou a retração, em uma determinada região, torna o abdome assimétrico e irregular, indicando alguma anormalidade. As principais causas são: hepatomegalia, esplenomegalia, útero grávido, tumores do ovário e do útero, retenção urinária, tumores renais, tumores pancreáticos, linfomas, aneurisma da aorta abdominal (raro) e megacólon chagásico quando se apresenta com fecaloma volumoso. Cicatrizes da parede abdominal: podem fornecer informações úteis sobre cirurgias anteriores: Movimentos: Movimentos respiratórios: os movimentos respiratórios no andar superior do abdome (respiração toracoabdominal) costumam desaparecer nos processos inflamatórios do peritônio que se acompanham de rigidez da parede abdominal. Pulsações: podem ser observadas (e palpadas) no abdome de pessoas magras e quase sempre refletem as pulsações da aorta abdominal. Quando há hipertrofia do ventrículo direito, podem surgir pulsações na região epigástrica.Os aneurismas da aorta abdominal provocam pulsações na área correspondente à dilatação. Movimentos peristálticos visíveis (“ondas peristálticas”): faz-se a diferenciação entre peristaltismo normal e ondas peristálticas anormais correlacionando-se o achado com o quadro clínico do paciente, como, por exemplo, nas síndromes de estenose pilórica e de oclusão intestinal. Movimentos peristálticos visíveis indicam obstrução em algum segmento do tubo digestivo; por isso, ao encontrá-los o examinador deve analisar a localização e a direção das ondas peristálticas. Obstrução pilórica: ondas peristálticas que se localizam na região epigástrica e em suas proximidades que se dirigem de cima para baixo e da esquerda para a direita. Abdome pendular ou ptótico: estando o paciente de pé, as vísceras pressionam a parte inferior da parede abdominal, produzindo neste local uma protrusão. Sua causa mais comum é a flacidez do abdome no período puerperal. Abdome em avental: encontrado em pessoas com obesidade de grau elevado, sendo consequência do acúmulo de tecido gorduroso na parede abdominal. Neste tipo, a parede abdominal pende “como um avental” sobre as coxas do paciente, tornando-se mais evidente quando o paciente está de pé. Abdome escavado (escafoide ou côncavo): parede abdominal está retraída. É próprio das pessoas muito emagrecidas, geralmente portadoras de doenças consuntivas, principalmente neoplasias malignas do sistema digestivo. Flanco direito: colecistectomia (retirada da vesícula biliar) Flanco esquerdo: colectomia (retirada total ou parcial do cólon) Fossa ilíaca direita: apendicectomia (retirada do apêndice), herniorrafia (recolocação do conteúdo do saco herniário no seu lugar normal) Fossa ilíaca esquerda: herniorrafia Hipogástrio: histerectomia (retirada do útero) Linha média: laparotomia (abertura cirúrgica da cavidade abdominal) Região lombar: nefrectomia (retirada de um rim) Linha vertebral: laminectomia (retirada do arco vertebral) Obstruções do intestino delgado: as ondas peristálticas se localizam na região umbilical e imediações, não têm direção constante e, além disso, podem ser observadas mais de uma onda ao mesmo tempo. Obstrução do intestino grosso as “ondas peristálticas” são mais bem observadas no cólon transverso nos casos em que a sede da obstrução se localiza no ângulo esplênico ou abaixo dele. Neste caso, deslocam -se da direita para a esquerda. Ausculta Fornece informações importantes a respeito da movimentação de gases e líquidos no trato intestinal, dados que contribuem na avaliação clínica de um paciente com suspeita de íleo paralítico ou de oclusão intestinal. Devem ser pesquisados: Sopros sobre a aorta abdominal, as artérias ilíacas e as artérias femorais. Ruídos intestinais: Na diarreia e oclusão intestinal: os ruídos hidroaéreos tornam-se mais intensos em função do aumento do peristaltismo e são denominados borborigmos. No íleo paralítico: síndrome caracterizada pelo desaparecimento do peristaltismo intestinal. Sopro hepático: sugere carcinoma hepático ou hepatite alcoólica. Sopros sistólicos ou sistodiastólicos (contínuos) indicativos de estreitamento do lúmen de um vaso (artéria renal ou aorta abdominal) ou de fístula arteriovenosa. A oclusão parcial de uma artéria renal pode explicar hipertensão arterial sistêmica. São audíveis também, a partir do quinto mês de gestação, os sons do coração fetal e, às vezes, o sopro placentário (estetoscópio obstétrico). Ruídos abdominais e de atrito: se o paciente for hipertenso, deve-se auscultar o epigástrio e os quadrantes superiores do abdome à procura de sopros. Em uma fase posterior do exame, quando o paciente estiver sentado, deve-se auscultar também os ângulos costovertebrais. Sopros epigástricos restritos à sístole são normais. Diástase dos músculos retos anteriores é caracterizada pela seguinte manobra: estando o paciente em decúbito dorsal, pede-se a ele para contrair a musculatura abdominal, seja elevando as duas pernas estendidas, seja levantando do travesseiro a cabeça, sem mover o tórax. Esta mesma manobra serve também para se investigar a presença de hérnias da parede abdominal. Hérnias inguinais e crurais tornam-se evidentes quando o paciente sopra com força sua própria mão, posicionada na boca para impedir a eliminação do ar. Percussão Avalia-se: A posição fundamental do paciente é o decúbito dorsal. Pode-se observar os seguintes tipos de sons no abdome: timpanismo, hipertimpanismo, submacicez e macicez. Som timpânico: indica a presença de ar dentro de uma víscera oca. Em condições normais, é percebido em quase todo o abdome, porém é mais nítido na área de projeção do fundo do estômago (espaço de Traube). Aumento da quantidade de ar: gastrectasia, no meteorismo, na obstrução intestinal, no vólvulo, no pneumoperitônio, fala-se em hipertimpanismo. Som submaciço: menor quantidade de ar ou superposição de uma víscera maciça sobre uma alça intestinal origina o som submaciço. A ausência de ar origina o som maciço, como se observa nas áreas de projeção do fígado, baço e útero gravídico. Ascite, tumores e cistos contendo líquido originam som maciço. Percussão: pesquisa de ascite de médio volume Técnica da pesquisa de submacicez móvel para diagnóstico da ascite: durante a percussão do abdome, observa-se a presença de submacicez na parte mais baixa do abdome, se o paciente estiver em pé, como na figura, ou nos lados, se deitado. Em seguida, pede-se para o paciente deitar de lado, observando à percussão que o local de submacicez mudou para o lado que fica abaixo, refletindo a mudança de posição do liquido. É o achado mais seguro no exame físico para confirmar a presença de ascite média, entre 500 e 1500ml. Percussão por piparote: pedir para o paciente colocar a mão sobre a linha mediana do abdome, exercendo uma ligeira pressão de modo a impedir a transmissão pela parede abdominal do impacto provocado pelo piparote. O examinador coloca-se do lado direito do paciente e repousa a mão esquerda no flanco do outro lado. Golpear com o indicador a face lateral do hemiabdome direito. Se houver liquido em quantidade suficiente na cavidade peritoneal, a mão esquerda captará os choques das ondas liquidas desencadeadas pelo piparotes. A quantidade e a distribuição dos gases no abdome. Possíveis massas sólidas ou cheias de líquido. As dimensões do fígado e do baço. Palpação Avalia-se: O estômago, o duodeno, o intestino delgado, o pâncreas, as vias biliares e o peritônio não são reconhecíveis pela palpação, exceto em situações especiais e transitórias, como, por exemplo, quando uma alça intestinal contém um volume gasoso apreciável. Sinal de Rovsing: sinal de apendicite. Se a palpação do quadrante inferior esquerdo do abdome do paciente resultar em dor no quadrante inferior direito, diz-se que o paciente é positivo para o sinal de Rovsing. Palpação superficial Avalia-se: Os principais pontos dolorosos são: pontos gástricos, ponto cístico ou biliar, ponto apendicular, ponto esplênico e pontos ureterais. Mantendo a mão e o antebraço no plano horizontal, com os dedos juntos e retos sobre a superfície abdominal, palpe o abdome com movimentos descendentes leves e suaves. Ao deslocar sua mão de uma região para outra, eleve-a um pouco acima da pele. Palpe todos os quadrantes com movimentos suaves e uniformes. Os pontos gástricos compreendem o ponto xifoidiano e o ponto epigástrico: O ponto xifoidiano localiza-se logo abaixo do apêndice xifoide. A presença da dor nessa área: cólica biliar e afecções do esôfago, do estômago e do duodeno (esofagites, as úlceras e as neoplasias). O ponto epigástrico corresponde ao meio da linha xifoumbilical e é particularmente sensível nos processos inflamatórios do estômago (gastrite), nos processosulcerosos e tumorais. O estado da parede abdominal. A sensibilidade abdominal, provocando ou exacerbando uma dor, relatada ou não pelo paciente durante a anamnese. As condições anatômicas das vísceras abdominais e alterações de sua consistência. A sensibilidade. A resistência da parede (observa a contratura voluntária da contratura involuntária – peritônio inflamado: peritonite). A continuidade da parede abdominal (possível reconhecer diástases e hérnias), As pulsações e o reflexo cutâneo-abdominal. O ponto biliar ou ponto cístico situa-se no ângulo formado pela reborda costal direita e a borda externa do músculo reto abdominal. O ponto apendicular ou ponto de McBurney (sinal de Blumberg): situa-se na extremidade dos dois terços da linha que une a espinha ilíaca anterossuperior direita ao umbigo. O ponto esplênico localiza-se abaixo da reborda costal esquerda no início do seu terço externo; o infarto esplênico provoca dor nesse local. Os pontos ureterais situam-se na borda lateral dos músculos retos abdominais em duas alturas: na interseção com uma linha horizontal que passa pelo umbigo e no cruzamento da linha que passa pela espinha ilíaca anterossuperior. Dor nos pontos ureterais: cólica renal (migração de um cálculo renal pelos ureteres). Diástase dos músculos retos: separação desses músculos, quer abaixo ou acima da cicatriz umbilical. Quando o paciente está de pé e faz esforço, uma porção do intestino penetra pela abertura. A diástase dos músculos retos diferencia-se de uma grande hérnia por não haver saco herniário nem anel palpável. Hérnias: quase sempre se trata da protrusão do grande epíploo ou de alças intestinais por meio de defeitos congênitos ou adquiridos da parede abdominal. À inspeção, nota-se tumefação na região da hérnia, e, à palpação, consegue- se reconhecer o orifício ou a área da parede abdominal. Ao se suspeitar de hérnia, deve-se pedir ao paciente que tussa, observando-se as regiões inguinal, umbilical e femoral. O aumento da pressão intra-abdominal pode tornar mais evidente uma hérnia. Os tipos mais comuns de hérnia são inguinal, femoral ou crural (B), escrotal (A), umbilical (C), ventrolateral e incisional (D). Palpação profunda Avalia-se: Registrar: Os órgãos contidos na cavidade abdominal. Eventuais “massas palpáveis” ou “tumorações. Localização, forma, volume e sensibilidade. Consistência: cística, borrachosa, dura ou pétrea. Mobilidade: ver se ocorre em função dos movimentos respiratórios ou se depende apenas da palpação. Pulsatilidade: diferenciar pulsações próprias de pulsações transmitidas. Palpação do fígado A maior parte do fígado fica protegida pela caixa torácica, o que dificulta a avaliação direta; o paciente deve estar a princípio em decúbito dorsal. Deve-se palpar o hipocôndrio direito, o flanco direito e o epigástrio, partindo do umbigo até a reborda costal. Hepatimetria normal (10 – 12 cm): percute-se o hemitórax direito no nível da linha hemiclavicular direita desde sua origem na clavícula até o 4º ou no 5º espaço intercostal; de inicio, obtém-se som claro pulmonar; em seguida, em condições normais, na altura do 5º ou 6º espaço intercostal, observa-se som submaciço, este ponto corresponde ao limite superior do fígado. Continuando-se a percussão para dentro, para baixo ou para fora, consegue se delimitar com facilidade a área de macicez hepática. Hepatomegalia: aumento do volume hepático; as causas mais frequentes de hepatomegalia são a insuficiência cardíaca direita, a colestase extra-hepática de etiologia benigna ou maligna, a cirrose, a fibrose esquistossomótica, a hepatite, a esteatose, as neoplasias e os linfomas. Método de Mathieu-Cardarelli, bimanual ou em garra: o examinador posiciona-se à direita do tórax do paciente com as costas voltadas para o rosto do paciente. A seguir, tenta agarrar com os dedos fletidos das duas mãos (em paralelo, formando uma garra) a borda anterior do fígado durante a inspiração profunda, como se estivesse procurando o fígado abaixo das costelas (no hipocôndrio direito). Antes de chegar à região subcostal, deve- se iniciar a garra desde a região umbilical, para avaliar casos de expansão hepática. Método de Lemos Torres: com a mão esquerda espalmada sobre a região lombar direita (no dorso) do paciente, o examinador tenta evidenciar (com esta mão) o fígado para frente e, com a mão direita espalmada sobre a parede anterior do abdome, tenta palpar a borda hepática anterior, durante a inspiração profunda do paciente, com as falanges distais dos dedos indicador e médio ou em forma de gancho com o polegar e indicador. Ascite: acúmulo anormal de líquido rico em proteínas no interior do abdômen, no espaço entre os tecidos que revestem o abdômen e os órgãos abdominais. A grande maioria das ascites tem como causa a cirrose hepática. Palpação da vesícula biliar Somente se torna palpável em condições patológicas. É necessário, portanto, que ocorra alteração na consistência de suas paredes, como no câncer vesicular, ou que haja aumento de tensão no seu interior por dificuldade de escoamento de seu conteúdo em consequência de obstrução do ducto cístico (pode ser de natureza calculosa ou inflamatória) ou do colédoco (pode ser calculosa ou tumoral) Sinal de Murphy: na colelitíase e na colecistite crônica, embora a vesícula não seja palpável, é frequente o paciente acusar dor quando se faz compressão sob a reborda costal direita, durante a inspiração profunda. Palpação do baço Fique atento a qualquer hipersensibilidade, avalie o contorno esplênico e meça a distância entre o ponto mais baixo do baço e o rebordo costal esquerdo. A extremidade (ponta) do baço é palpável em aproximadamente 5% dos adultos normais. As causas incluem diafragma rebaixado e retificado, como na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), e acentuação da descida inspiratória do diafragma. Palpação dos rins Os rins não são palpáveis (órgão retroperitoneal); com o paciente em decúbito dorsal, a palpação do rim é feita de preferência pelo método bimanual, com uma das mãos aplicada transversalmente na região lombar enquanto a outra se apoia longitudinalmente sobre a parede abdominal, à altura do flanco. Palpação do rim esquerdo. Passe para o lado esquerdo do paciente. Coloque sua mão direita nas costas do paciente, logo abaixo e paralelamente à 12º costela, e com as pontas de seus dedos apenas tocando o ângulo costovertebral. Eleve a mão, tentando deslocar o rim para frente. Coloque a mão esquerda, com cuidado, no quadrante superior esquerdo, lateral e paralelamente ao músculo reto do abdome. Solicite ao paciente que respire fundo. No pico da inspiração, aperte sua mão esquerda firme e profundamente no quadrante superior esquerdo, logo abaixo do rebordo costal, e tente “capturar” o rim entre as suas duas mãos. Solicite ao paciente que expire e, depois, prenda a espiração por um breve período. Libere lentamente a pressão, procurando ao mesmo tempo sentir o rim voltando para a sua posição expiratória. Se o rim for palpável, descreva o seu tamanho, contorno e se há hipersensibilidade. O rim esquerdo normal raramente é palpável. Esplenomegalia: é oito vezes mais provável quando o baço é palpável. As causas incluem hipertensão portal, neoplasias malignas hematológicas, infecção pelo HIV, além de infarto ou hematoma esplênico. Com a mão esquerda, segura-se o paciente, de modo a apoiar e comprimir para frente a região inferior da caixa torácica e os tecidos moles adjacentes. Com sua mão direita por baixo do rebordo costal esquerdo, faça pressão para dentro, na direção do baço. Inicie a palpação em uma altura suficientemente baixa para permitir a detecção de um possível aumento de baço. Solicite ao paciente que inspire profundamente. Tente palpar a extremidade
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