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Exame físico - resumo

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EXAME FÍSICO 
DANIELLE PAZ MIRANDA 
HABILIDADES MÉDICAS 
HABILIDADES MÉDICAS - EXAME FÍSICO 
. 
 
EXAME FÍSICO GERAL 
 
Avaliação do estado geral: BEG, REG, MEG. 
Avaliação do nível de consciência: estado de vigília; obnubilação; sonolência; confusão mental; torpor; 
coma. 
Avaliação da fala e linguagem: disfonia (timbre da voz; rouco, fanho); dislalia (troca de letras); disartria (sem 
coordenação cerebral); disfasia (não entende ou não consegue se expressar). 
Avaliação do estado de desidratação: sede, diminuição do peso; mucosas secas; enoftalmia; oligúria; 
fontanelas deprimidas. Tem três graus de gravidade: isotônica, hipotônica, hipertônica. 
Avaliação da altura e outras medidas antropométricas: altura/estatura, peso, IMC = peso atual 
(kg)/altura2(m), circunferência da cintura, circunferência da panturrilha, perímetro cefálico. 
Avaliação do estado nutricional: sobrepeso, obesidade e desnutrição. 
Avaliação da marcha 
 
CHAAAE (corada, hidratada, anictérica, acianótica, afebril e eupneia) (numeração em cruzes):+/++++. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CABEÇA 
 
O exame da cabeça compreende a observação de: 
Tamanho e forma do crânio 
Quanto ao tamanho, as variações mais frequentes são: 
Macrocefalia: crânio anormalmente grande, cuja causa mais frequente é a hidrocefalia. Outras causas mais 
raras são acromegalia e raquitismo. 
Microcefalia: crânio anormalmente pequeno em todos os diâmetros. Pode ser congênita, hereditária, de 
causa desconhecida ou ser decorrente de uma doença cerebral (p. ex., toxoplasmose congênita, encefalite 
viral). 
 
 
 
 
 
Corado. 
Cianose. 
Icterícia. 
Febre. 
Hidratação. 
Eupnéico, dispneico ou apnéico. 
Quanto à forma, há várias alterações, decorrentes do fechamento precoce (cranioestenose) de uma ou 
várias suturas: 
Acrocefalia ou crânio em torre (turricefalia/hipsocefalia): a cabeça é alongada para cima, pontuda, 
lembrando uma torre. É a forma mais frequente de cranioestenose. Pode mostrar-se isolada ou associada a 
outras anomalias esqueléticas 
Escafocefalia: levantamento da parte mediana do crânio, conferindo um aspecto de casco de navio 
invertido 
Dolicocefalia: aumento do diâmetro anteroposterior, que se torna muito maior que o transverso 
Braquicefalia: corresponde ao aumento do diâmetro transverso 
Plagiocefalia: é a deformidade que confere ao crânio um aspecto assimétrico, saliente anteriormente de um 
lado e, posteriormente, do outro. Pode ser relacionada à posição de dormir. 
 
Posição e movimentos 
Torcicolo: inclinação lateral da cabeça. 
Tiques: contrações repetidas, mais ou menos involuntárias, de um determinado grupo de músculos associados. 
Movimentos coreicos: movimentos motores anormais e bruscos, involuntários e que lembram uma dança. 
Pode estar associado a algumas doenças como Coréia de Huntigton e Sydenham. 
Tremores; tremores essenciais 
Sinal de Musset: movimentos sincrônicos da cabeça com as pulsações na insuficiência aórtica. 
 
Superfície e couro cabeludo 
A inspeção e a palpação do crânio possibilitam a identificação de saliências (tumores, tumefações, 
bossas e hematomas), depressões (afundamentos) e pontos dolorosos. 
Aumento da pressão intracraniana (meningite, hidrocefalia): A fontanela anterior, quando patente, 
fornece informações úteis no exame físico de crianças: se hipertensa e saliente, 
Desidratação: se hipotensa e deprimida, 
Na osteomalacia, no raquitismo e na sífilis, é possível conseguir-se um leve afundamento pela simples 
compressão digital, que deve ser efetuada atrás e acima do pavilhão auricular; por isso deve ser 
analisada a consistência ou rigidez da tábua óssea. 
 
Exame geral das fácies: 
 
 
 
 
 
 
 
Fácies Hipocrática: Olhos fundos, parados, inexpressivos. Nariz 
afilado e lábios delgados, com presença de “batimento” das asas 
do nariz. Rosto quase sempre coberto de suor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fácies Renal: caracterizada por edema palpebral 
predominante, principalmente na parte da manhã. 
Observada particularmente na síndrome nefrótica e na 
glomerulonefrite difusa aguda. 
Fácies Mixedematosa: Rosto arredondado, nariz e lábios 
grossos, pele seca, espessada, com aumento dos sulcos. Edema 
periorbital, com supercílios escassos e cabelos secos e sem 
brilho. Fisionomia de desânimo e apatia. Está presente 
principalmente no Hipotireoidismo. 
Fácies Cushingoide ou de lua-cheia: Arredondamento do rosto, 
caracterizando edema, com bochechas avermelhadas e surgimento de 
acne. Observado no paciente com uso prolongado de corticoides 
(Cushing iatrogênico) e também nos casos da Síndrome de Cushing 
(hipertrofia do córtex das suprarrenais) 
Fácies Mongoloide: Elemento característico: Fenda palpebral. Há ainda a 
prega cutânea (epicanto) que torna os olhos oblíquos, bem distantes um 
do outro. Rosto redondo e boca quase sempre entreaberta. Fisionomia de 
pouca inteligência. Ex: Síndrome de Down. 
Fácies Hipertireoidea ou Basedowiana: Traço caraterístico: Exoftalmia 
(olhos salientes; protrusão do globo ocular para fora da órbita). Rosto 
magro, com expressão fisionômica de vivacidade e às vezes aspecto de 
espanto e ansiedade. Presença de bócio. Típica do hipertireoidismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OLHOS E SUPERCÍLIOS 
 
Composto por 3 camadas: 
Externa: formada pela córnea e esclera. 
Média: é mais vascularizada e pigmentada, 
composta pela coroide, corpo ciliar e íris. 
Interna: composta pela retina, uma camada 
receptora que contém fibras formadoras do nervo 
óptico. 
 
 
 
 
Fácies Leonina: Pele espessada, sendo de grande número de lepromas 
de tamanhos variados, em maior número na fronte. Os supercílios caem, o 
nariz se espessa e se alarga. Os lábios tornam-se mais grossos e 
proeminentes. Há deformidade da bochecha e do mento pelo 
aparecimento de nódulos. Barba escassa ou inexistente. Aspecto de cara 
de leão. Típico de paciente acometidos do Mal de Hansen (Hanseníase). 
Fácies acromegálica: Saliência das arcadas supraorbitárias, 
proeminência das maçãs do rosto e maior desenvolvimento da mandíbula. 
Aumento do nariz, lábios e orelhas. Visto na acromegalia, consequente à 
hiperfunção hipofisária do adulto. 
Fácies Adenoidiana: Elementos fundamentais: Nariz pequeno 
e afilado e boca sempre entreaberta. Presente nas crianças 
com hipertrofia das adenoides, que dificultam a respiração 
nasal. 
Parkinsoniana: inexpressiva e rígida; fixa, imóvel, cabeça pra frente, 
pouca mobilidade palpebral, pele gordurosa, tendência a babar, 
voz baixa e monótona. 
Inspeção estática 
 
Globo ocular: deve-se observar a separação entre as das cavidades orbitárias (hipertelorismo), simetria, o 
tamanho do globo ocular. Exoftalmia: protrusão, microftalmia: globo pequeno, estrabismo, nistagmo: 
movimentação involuntária. 
Aparelho lacrimal pode detectar aumento de volume da glândula lacrimal. 
Pálpebras se investiga a cor, textura, a posição e os movimentos e também edema, simetria da pálpebra, 
ptose, lagoftalmia, motilidade, edema, xantelasma, vesículas. 
Córnea pode observar o tamanho, opacificação, irregularidades, a sensibilidade. 
Pupila observar a cor, os desvios e o orifícios da íris e da pupila. Observar se há anisocória (pupilas de 
tamanhos diferentes); miose (quando estão muito pequenas) e midríase (quando estão maiores que o normal 
7mm). 
Supercílios: madarose. 
Cílios: implantação, distribuição, hiperemia/escamas/ blefarite. 
Conjuntivas: coloração (pálidas – anemia; amareladas – icterícia; hiperemia – conjuntivite) 
 
Pálpebras: Deve-se verificar se há: 
Edema; 
Retração palpebral; 
Epicanto; 
Ectrópio (pálpebras “para fora”); 
Entrópio (pálpebras “para dentro”); 
Equimose: é o extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos da pele que se rompem formando uma área 
de cor roxa. 
Xantelasma (placas amareladas em altorelevo) ou outras alterações. 
Um achado importante é a queda da pálpebra (ptose palpebral) uni ou bilateral, que ocorre na paralisia 
do III par (paralisia do músculo da pálpebra superior), na síndrome de Claude-Bernard-Horner (paralisia do 
simpático cervical) e na miastenia gravis. 
O não fechamento dos olhos por paralisia do músculo orbicular das pálpebras (lagoftalmo, sinal de Bell) 
aparece na paralisia facial periférica. 
 
Globos oculares: No globo ocular, pode-se encontrar as seguintes alterações: 
Exoftalmia: (olhos “esbugalhados” para fora) a protrusão do globo ocular, unilateral (tumores oculares e retro 
oculares) ou bilateral (hipertireoidismo) 
Enoftalmia: globo ocular afundado para dentro da órbita com diminuição da fenda palpebral. Ocorre na 
síndrome de Claude-Bernard-Horner (geralmente unilateral) e na desidratação (geralmente bilateral) 
Desvios: são observados nos estrabismos. É divergente quando o globo ocular se desvia lateralmente 
(paralisia do reto medial, paralisia do III nervo) ou convergente com desvio medial por paralisia do reto 
lateral (VI par) 
Movimentos involuntários: o mais frequente é o nistagmo, constituído por abalos do globo ocular e oscilações 
rápidas e curtas de ambos os olhos. O nistagmo pode ser nos sentidos horizontal, rotatório ou vertical, sendo 
mais perceptível quando o paciente olha para os lados e para longe. Apresenta as seguintes formas: 
congênito: geralmente tem causa ocular ou adquirido: decorre de doenças do labirinto, cerebelo, tronco 
encefálico ou de intoxicação alcoólica. 
Conjuntivas: normalmente são róseas. 
A presença de secreções também deve ser investigada. A 
vermelhidão ocular é uma condição muito comum, e apresenta 
diferentes causas: traumatismo, infecção, alergia e aumento da 
pressão intraocular (glaucoma). Crises de tosse ou de vômitos podem 
ocasionar hemorragia conjuntival. 
As causas de hiperemia conjuntival são: 
Conjuntivite: dilatação difusa dos vasos, que tende a ser máxima na periferia do olho 
Infecção da córnea, irite aguda e glaucoma agudo: caracterizam-se pelo aparecimento de vasos radiais 
em torno do limbo (congestão ciliar) 
Hemorragia subconjuntival: área vermelha homogênea nitidamente demarcada, que, após alguns dias, se 
torna amarelada e, em seguida, desaparece. 
 
Pupilas: deve-se observar: 
Forma: normalmente arredondadas ou levemente ovaladas 
Localização: centrais 
Tamanho: variável de acordo com a claridade do ambiente. 
Denominam-se: 
Midríase: a pupila dilatada 
Miose: a pupila contraída. 
Anisocoria: pupilas de tamanho desigual. 
 
Reflexos: estudam-se os reflexos fotomotor (contração pupilar à luz), consensual (contração pupilar de um 
lado pela estimulação luminosa no outro olho) e de acomodação-convergência (contração das pupilas e 
convergência dos globos oculares à medida que se aproxima do nariz um foco luminoso) 
 
Oftalmoscopia: a pupila deve estar dilatada para observar a periferia da retina. 
Visualização do fundo do olho (disco ótico, nervo ótico, mácula, fóvea, escavação fisiológica, artérias e 
veias). 
O fundo de olho normal é visto como um reflexo vermelho denominado clarão pupilar. 
É possível encontrar opacidades nos meios transparentes (córnea, cristalino e vítreo). 
O disco óptico é o primeiro elemento a ser examinado, é vertical e rosado, com uma depressão mais clara 
no centro. 
No exame dos vasos sanguíneos é necessário caracterizar as artérias e as veias. 
As artérias são de cor vermelho-clara e as veias vermelho-escuras. 
Os principais achados no fundo de olho são as hemorragias, os exsudatos, os focos de coriorretinite, o 
papilaedema, a atrofia de papila, descolamento de retina, entre outros. 
Pálidas: nas anemias, 
Amareladas: na icterícia 
Hiperemiadas: nas conjuntivites. 
 
 
 
 
NARIZ 
 
Anatomia: base (raiz), dorso, columela, narina, assas, concha nasal, meato nasal. 
Rinofima: espessamento da pele; 
Nariz em sela: é uma deformação quase sempre congênita determinada por sífilis contraída intraútero. 
Rubicundez (nariz vermelho): que se observa no alcoolismo e em outras afecções (rinofima, acne rosácea e 
lúpus eritematoso). 
Coriza: inflamação da mucosa nasal, acompanhada eventualmente de espirros, secreção e obstrução nasal. 
Rinorreia: corrimento nasal; secreção aquosa e abundante; obstrução nasal; não purulenta 
Epistaxe: sangramento nasal; origina-se, com maior frequência, de uma estrutura de intensa vascularização, 
localizada no septo anterior, conhecida como plexo de Kiesselbach. 
Corrimento ou fluxo nasal (anota-se suas características) 
 
Avaliar com a cabeça do paciente levemente fletida para trás: desvios ou perfurações de septo. Deve-se 
testar a permeabilidade de cada narina. Para isso, oclui-se uma narina comprimindo-se suavemente sua 
parede lateral e pede-se ao paciente para inspirar. A seguir, faz-se uma palpação sobre os seios paranasais 
frontal e maxilar. A presença de dor levanta a suspeita de sinusite. 
 
 
OUVIDOS 
 
Ouvido externo: pavilhão da orelha: hélice, anti-hélice, lóbulo... e meato acústico. 
Ouvido médio: membrana timpânica, martelo, bigorna, estribo... 
Ouvido interno: cóclea, canais semicirculares, tuba de estáquio. 
 
 
Inspeção estática 
 
Ouvido externo: lesões, hiperemia, secreção, cerúmen... 
Geral: Avalia simetria, formato, implantação, anatomia, edema, pruído, e alteração de pele. 
Otite externa aguda: inflamação do conduto auditivo, otalgia acentuada com a movimentação do 
pavilhão. 
 
Otoscopia: exame do meato acústico externo e da membrana do tímpano. 
Avalia conduto auditivo e membrana timpânica. 
Checa presença de otite média aguda (principalmente em crianças, caudada por bactérias com presença 
de exsudato, membrana timpânica hiperemiada) e otite média serosa (obstrução parcial do conduto 
auditivo, com bolhas de ar e membrana timpânica amarelada/esbranquiçada. 
Deve se examinar ouvido direito com mão direita e ouvido esquerdo com mão esquerda. 
Realizar leve tração na hélice da orelha para cima e para trás, facilitando a visão. 
Introduzir o espéculo com cuidado para não atingir a 
membrana timpânica. 
Avaliar: integridade, transluscência, coloração (cinza 
perolado), mobilidade, martelo, pars tensa, pars flácida e 
o triângulo luminoso. 
Membrana timpânica normal: integra, brilhante, cinza 
perolada, apresenta mobilidade, possível visualizar cabo 
do martelo, possível visualizar o triangulo luminoso. 
 
BOCA 
 
A boca deve ser inspecionada com o auxílio de luvas e espátula, observando-se a coloração da cavidade 
oral e o hálito 
 
Inspeção 
 
Lábios: simetria, desvio, umidade, hidratação e coloração. 
Dentição: estado de conservação, número e próteses. 
Gengiva: coloração, hidratação, manchas, lesões. 
Mucosa jugal: lesões (aftas), coloração, umidade, ducto 
das glândulas parótidas. 
Orofaringe: pilares, tonsilas. 
Língua: textura, cor, secreção. 
Palato: formato, cor, possíveis lesões. 
Tonsilas: edema, hiperemia, secreção. 
Classificação de Mallampati é usada para prever a facilidade de intubação do paciente. 
 
Palpação 
 
Palpar/ avaliar glândulas submandibular e sublingual. 
 
PESCOÇO 
 
Pescoço normal: formato quase cilíndrico, de contorno regular, notando-se em sua face anterior duas leves 
saliências, obliquamente dirigidas para cima, que correspondem aos músculos esternocleidomastóideo 
(separa o triângulo anterior do triângulo posterior do pescoço.) e uma proeminência central que corresponde 
à cartilagem tireoide (pomo de Adão). A diferença mais notável em relação ao sexo é a maior proeminência 
do pomo de Adão nos homens. 
 
Semiotécnica: faz-se o exame do pescoço por meio de inspeção, palpação e ausculta. A inspeção permite 
obter dados referentes a: pele, forma e volume, posição, mobilidade, turgência ou ingurgitamento das 
jugulares, batimentos arteriais e venosos. 
Pele: 
Atenção para a possibilidade de sinais flogísticos (edema,calor, rubor e dor) e fistulização nas áreas que 
recobrem os linfonodos e na linha média (fístula do ducto tireoglosso). Deve-se observar a presença de 
cicatriz revelando traumas ou doenças anteriores. 
 
Forma e volume: 
As alterações da forma e do volume decorrem de 
aumentos da tireoide, dos linfonodos, das 
parótidas e da presença de tumorações, 
benignas ou malignas. 
Quando se devem a aumento da tireoide (bócio), 
localizam-se anteriormente. Os bócios são mais 
bem analisados pela palpação da glândula. 
As hipertrofias dos linfonodos provocam saliência 
lateralmente nas áreas em que estes se situam. 
As parótidas, quando crescidas, fazem 
proeminência na parte lateral alta, atingindo a 
parte lateral da face. 
As tumorações benignas ou malignas não têm 
posição específica e deformam de modo irregular 
o pescoço. 
Na linha média podemos encontrar cisto do ducto tireoglosso e cisto dermoide. Nas laterais do pescoço, 
acompanhando a borda anterior do músculo esternocleidomastóideo, localizam-se os cistos branquiais e 
nos triângulos posteriores geralmente os higromas císticos, linfangiomas e costela cervical. 
 
Posição: 
A posição normal é mediana, seguindo o eixo da coluna, e a alteração mais característica é o torcicolo. As 
afecções da coluna cervical (fraturas, luxações, espondiloartrose) acompanham-se de desvio do pescoço, 
quase sempre lateralmente. 
 
Mobilidade: 
A mobilidade compreende movimentação ativa e passiva. Solicita-se ao paciente para realizar movimentos 
de flexão, extensão, rotação e lateralidade, anotando-se a existência de contratura, resistência e dor. A 
rigidez da nuca constitui sinal importante de irritação. Turgência ou ingurgitamento das jugulares: tem grande 
importância prática no diagnóstico da hipertensão venosa, um dos sinais de insuficiência ventricular direita. 
 
Batimentos arteriais e venosos 
Os batimentos visíveis podem ser determinados pelo pulso carotídeo ou pelo pulso venoso. 
 
Linfonodos: apalpe os linfonodos, utilizando as polpas de seus dedos indicador e médio, desloque a pele 
sobre os tecidos subjacentes em cada área, o paciente deve estar relaxado, com o pescoço ligeiramente 
flexionado para a frente e, se necessário, um pouco inclinado para o lado examinado. 
1. Pré-auriculares: afrente do ouvido 
2. Auriculares posteriores: superficiais, sobre o processo mastoide 
3. Occipitais: na base do crânio, posteriores 
4. Tonsilares: no angulo da mandíbula 
5. Submandibulares: localizados a meio caminho entre o angulo e a extremidade da mandíbula. Esses 
linfonodos costumam ser menores e mais lisos que a glândula submandibular lobulada, contra a qual se 
justapõem. 
6. Submentonianos: na linha media, alguns centímetros atrás da extremidade da mandíbula 
7. Cervicais superficiais: superficiais ao esternocleidomastóideo 
8. Cervicais posteriores: ao Iongo da borda anterior do trapézio 
9. Cadeia cervical profunda: localizada profundamente no esternocleidomastóideo e, muitas vezes, 
inacessível ao exame. Façam um gancho com seu polegar e seus dedos em torno de cada lado do musculo 
esternocleidomastóideo, na tentativa de palpa-los. 
10. Supra clavicular: profundo, no angulo formado pela clavícula e o esternocleidomastóideo. 
 
Características dos linfonodos: tamanho, formato (normais ou aumentados), organização (isolados ou 
agrupados); mobilidade (fixos ou móveis); consistência (endurecido ou amolecidos); sensibilidade (sente dor 
à palpação) 
 
TIREOIDE 
 
Tireoide: uma estrutura única, mediana, situada 
na porção anterior do pescoço na altura da 
quinta à sétima vértebra cervical. 
Tem forma semelhante à letra "H" e é formada por 
dois lobos laterais que se unem à linha média pelo 
istmo. Apresenta um ápice e uma base. 
As estruturas na linha média são: osso hioide, a 
cartilagem tireóidea, a cartilagem cricóidea, os 
anéis traqueais e a glândula tireoide 
 
 
Alterações locais: dor; nódulo; bócio; rouquidão; dispneia; disfagia. 
Manifestações de hiperfunção: hipersensibilidade ao calor; aumento da sudorese; perda de peso; 
taquicardia; tremor; irritabilidade; insônia; astenia; diarreia; exoftalmia. 
Manifestações de hipofunção: hipersensibilidade ao frio; diminuição da sudorese; aumento do peso; 
obstipação intestinal; cansaço facial; apatia; sonolência; alterações menstruais; ginecomastia; unhas 
quebradiças; pele seca; rouquidão; macroglossia; bradicardia. 
 
 
Inspeção estática 
 
Observar se há o aumento da glândula, se há abaulamentos, se tem bócio; forma, coloração, presença de 
cicatrizes, tireoide visível ou não (bócio), presença de algum tipo de distensão venosa, abaulamentos. 
 
Inspeção dinâmica 
 
Peça para o paciente estender o pescoço, e deglutir (a cartilagem tireóidea, a cartilagem cricóidea e a 
glândula tireoide elevam-se durante a deglutição) e, em seguida, retornam a suas posições iniciais., 
observando. Incline a cabeça do paciente um pouco para trás e, usando iluminação tangencial, dirigida 
para baixo a partir da ponta do queixo do paciente, inspecione a região abaixo da cartilagem cricóidea, 
à procura da glândula tireoide. 
 
Palpação 
 
 
 
Com a técnica correta podem ser obtidos dados 
referentes a: 
Volume: normal ou aumentado, difuso ou 
segmentar (qualquer aumento é designado 
bócio). 
Consistência: normal, firme, endurecida ou pétrea 
Mobilidade: normal ou imóvel (aderida aos 
planos superficiais e profundos) 
Superfície: lisa, nodular ou irregular 
Temperatura da pele: normal ou quente 
Frêmito e sopro: presente(s) ou ausente(s) 
Sensibilidade: dolorosa ou indolor. 
Há quatro tipos de inflamação da tireoide: 
Tireoidite aguda: é um processo inflamatório 
decorrente de invasão bacteriana da glândula 
Tireoidite subaguda: pode ser causada por vírus 
ou por agressão autoimune 
Tireoidite de Hashimoto: é uma doença autoimune, 
decorrente da agressão do tecido tireoidiano 
por anticorpos. Na fase inicial, pode determinar 
hiperfunção tireoidiana, frequentemente evoluindo 
para hipotireoidismo 
Tireoidite de Riedel: é muito rara e sua 
fisiopatologia é desconhecida. 
Abordagem posterior – técnica de Quervain: paciente sentado e examinador de pé 
atrás dele. As mãos e os dedos rodeiam o pescoço, com os polegares fixos na nuca 
e as pontas dos indicadores e médios quase a se tocarem na linha mediana. O lobo 
direito é palpado pelos dedos da mão esquerda, enquanto os dedos da outra mão 
afastam o esternocleidomastóideo. Para o lobo esquerdo, as coisas se invertem. 
 
Abordagem anterior 1- técnica de Lahey (duas mão): paciente sentado ou de pé e o 
examinador também sentado ou de pé, postado à sua frente. São os dedos 
indicadores e médios que palpam a glândula enquanto os polegares apoiam-se sobre 
o tórax do paciente. O lobo direito é palpado pelos dedos médio e indicador da 
mão esquerda e o lobo esquerdo é palpado pelos dedos médio e indicador da mão 
direita. 
Abordagem anterior 1I- técnica de Crile (uma mão): pinça (arco em C) 
TÓRAX 1 – PULMÃO 
 
Ordem do exame físico: inspeção; palpação; 
percussão e ausculta. O exame físico do tórax 
compreende a avaliação das: mamas; pulmões; 
coração; mediastino; estruturas componentes da 
caixa torácica – pele, tecido celular subcutâneo, 
linfonodos, panículo adiposo, musculatura, sistema 
vascular superficial, ossos e cartilagens. 
 
 
 
Regiões torácicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A. Face anterior: 
(1) região supraclavicular; 
(2) região clavicular; 
(3) região infraclavicular; 
(4) região mamária; 
(5) região inframamária; 
(6) região supraesternal; 
(7) região esternal superior; 
(8) região esternal inferior. 
 
Para descrever uma anormalidade encontrada no tórax, é necessário localizá-la em duas dimensões: ao 
longo do eixo vertical e na circunferência torácica. 
Eixo vertical: pratique a contagem das costelas e espaços intercostais. O ângulo esterno á a melhor 
referência. As sete primeiras costelasse articulam com o esterno, as cartilagens das 8º, 9ª e 10º costela 
articulam-se com as cartilagens costais e a 11º e 12ª são chamadas de costelas flutuantes. 
Circunferência do tórax: utiliza uma série de linhas verticais: 
 
Linhas torácicas verticais: 
Linha medioesternal: divide o tórax em hemitórax direito e esquerdo. 
Linha esternal lateral: margem lateral do esterno 
B. Face posterior: 
(1) região supraescapular; 
(2) região supraespinhosa; 
(3) região infraespinhosa; 
(4) região interescapulovertebral; 
(5) região infraescapular 
C. Face lateral: 
(1) região axilar; 
(2) região infra-axilar. 
 
Linha hemiclavicular: desce verticalmente ao ponto médio da clavícula. 
Linha axilar anterior: prega axilar anterior formada pela margem inferior do músculo peitoral maior 
Linha axilar posterior: prega axilar posterior formada pelo músculo grande dorsal 
Linha axilar média: desce do ápice da axila em direção ao tubérculo da crista ilíaca. 
Linha vertebral ou medioespinal: passa pelos processos espinhosos das vértebras torácicas 
Linha escapular: passa através do ânulo inferior da escápula. 
 
 
 
Linhas torácicas horizontais: 
Linhas claviculares: que passam pelas clavículas direita e esquerda 
Linhas escapular superior: borda superior da escapula 
Linha escapular inferior: borda inferior da escápula 
 
Inspeção estática 
 
Abaulamentos (ósseos ou musculares, 
difusos ou localizados); cicatrizes, 
manchas, nódulos; retrações; simetria; 
coloração (destacando cianose ou 
palidez); hidratação; lesões; 
Mamas: formas das mamas (simetria), 
posição dos mamilos com relação à linha 
hemiclavicular, presença de secreções; 
Musculatura: avaliar a hipertrofia, atrofia, 
simetria. A contratura da musculatura 
paravertebral torácica unilateral constitui o sinal de Ramond, que denuncia o comprometimento pleural 
inflamatório homolateral. O sinal de Lemos Torres, caracterizado pelo abaulamento dos espaços intercostais 
durante a expiração, é sinal fidedigno de derrame pleural. 
Vasos (circulação colateral): avaliar a presença de vasos evidentes na parede do tórax bem como examinar 
o trajeto do fluxo deste vaso: crânio-caudal ou caudal-cranial. 
Forma e tipo do tórax: 
A) Tipo torácico normal (chato): apresenta uma pequena convexidade anteriormente com um dorso mais 
plano. 
B) Tipo torácico globoso (tonel): presença de abaulamento na região anterior, aumentando o diâmetro 
ântero-posterior do tórax. É um tipo de padrão morfológico normal para idosos, mas que pode 
 
 
representar uma patologia como enfisema (DPOC – obs.: atenção ao histórico de tabagismo) ou 
asma. Também conhecido com tórax em tonel. 
C) Tipo de tórax cifótico: tem como característica principal a curvatura acentuada da coluna dorsal. É 
um tipo de padrão morfológico normal para idoso. 
D) Tipo torácico infundibuliforme: presença de depressão na região epigástrica (inferior ao processo 
xifóide), ou seja, no ângulo de Charpy. É também chamado de tórax de sapateiro. Em geral, esta 
deformidade é de natureza congênita ou embriológica (raro). 
E) Tipo torácico cariniforme: é também chamado de peito de pombo (em quilha), em que o esterno se 
mostra mais protruso (pra frente) e evidente. É comum no raquitismo. 
F) Escoliose: consiste em um desvio lateral da coluna vertebral. Deve ser anotada o sentido da 
convexidade da escoliose. 
G) Gibosidade: (cifoescoliótico); é um tipo de cifose bastante acentuada em que a musculatura dorsal 
apresenta um aspecto grosseiro, determinando corcundas. 
 
 
 
 
Inspeção dinâmica 
 
Observar os movimentos respiratórios; padrão respiratório (torácico – paciente em pé ou sentado, abdominal 
– decúbito dorsal, misto); 
Tipos de respiração: costal superior (mulheres); toracoabdominal (homens); diafragmática (decúbito dorsal) 
Analise da expansibilidade e do uso da musculatura acessória (esternocleidomastóideo, escalenos – na 
inspiração; intercostais internos, abdominais – na expiração); 
Frequência respiratória (recém nascidos: 40-45 rpm; lactentes: 25-35 rpm; jovens: 18-35 rpm; adultos: 16-20 
rpm); Eupneia (normal); taquipneia (frequência aumentada); bradipneia (ritmo diminuído); apnéia (ausência 
de respiração) 
Presença ou não de tiragem (retração inspiratória dos espaços intercostais, uni ou bilateral). 
Sinais de insuficiência respiratória: tiragem, retração de fúrcula, batimento de asa de nariz 
Ritmos respiratórios: para análise do ritmo da respiração, é necessário observar durante, no mínimo, dois 
minutos a sequência, a forma e a amplitude das incursões respiratórias; 
 
Anormalidades no ritmo respiratório: 
Respiração dispneica: movimentos respiratórios rápidos 
e de grande amplitude. Surge na insuficiência cardíaca, 
enfisema pulmonar, bronquite, asma, pneumonias, 
atelectasia, pneumotórax, derrame pleural e anemias 
graves. 
 
Respiração de Cheyne-Stokes: caracteriza por uma 
fase de apneia seguida de incursões inspiratórias 
cada vez mais profundas até atingir um máximo para 
depois vir decrescendo até nova pausa. Isso ocorre 
devido a variações da tensão de O2 e CO2 no 
sangue. As causas mais frequentes são: insuficiência 
cardíaca, a hipertensão intracraniana, os acidentes 
vasculares cerebrais e os traumatismos cranioencefálicos. 
 
Respiração de Biot: a respiração apresenta-se com 
duas fases. A primeira de apneia seguida de 
movimentos inspiratórios e expiratórios anárquicos 
quanto ao ritmo e à amplitude. A respiração de Biot 
é comum na meningite, em processos expansivos 
(neoplasias) e hematoma extradural, traduzindo 
sempre lesão no centro respiratório (bulbo). 
 
Respiração de Kussmaul: compõe-se de quatro 
fases: 1- inspirações ruidosas, gradativamente 
mais amplas, alternadas e com inspirações 
rápidas e de pequena amplitude; 2- apneia em 
inspiração; 3- expirações ruidosas 
gradativamente mais profundas alternadas com 
inspirações rápidas e de pequenas amplitudes; 4- apneia em expiração. A principal causa é a cetoacidose 
diabética, insuficiência renal com uremia e outras acidoses. Para ter diminuição de CO2. 
 
Respiração suspirosa: o paciente executa uma série 
de movimentos inspiratórios de amplitude crescente 
seguidos de expiração breve e rápida. Outras 
vezes, os movimentos respiratórios normais são 
interrompidos por "suspiros" isolados ou agrupados. 
- Tensão emocional. 
 
Platipneia: é a dificuldade para respirar em posição ereta, que se alivia na posição deitada; ou seja, é o 
contrário da dispneia de decúbito. Pode ocorrer após pneumectomia; 
 
Ortopneia: é a dificuldade para respirar mesmo na posição deitada; 
 
Trepopneia: é a condição na qual o paciente se sente mais confortável para respirar em decúbito lateral. 
Pode ocorrer na insuficiência cardíaca congestiva e no derrame pleural 
 
Palpação 
 
Identificar se tem lesões superficiais. 
Observar a temperatura cutânea. 
Sensibilidade da parede torácica: testando a 
sensibilidade realizando estímulos dolorosos no 
paciente. A sensibilidade superficial e profunda, a 
dor provocada e espontânea ou qualquer outra 
manifestação dolorosa relatada pelo paciente 
devem ser avaliadas pela palpação. 
Na palpação dá para observar a expansibilidade 
(solicitar inspiração/ expiração profunda): 
o A expansibilidade dos ápices pulmonares é pesquisada com ambas as mãos espalmadas, de modo em 
que as bordas internas toquem a base do pescoço, os polegares apoiem-se na coluna vertebral e os 
demais dedos nas fossas supra claviculares. 
o A expansibilidade das bases pulmonares, apoiam-se os polegares nas linhas paravertebrais, enquanto os 
outros dedos recobrem os últimos arcos costais. 
 
Frêmito tóraco-vocal (FTV): representa a 
vibração da onda mecânica da voz, 
originada nas cordas vocais durante a 
fonação, veiculada pela coluna, área 
através da traqueia, parênquima pulmonar, 
pleura, parede e superfície do tórax. Pode 
ser percebida com a face palmar inferior.Os dedos da mão e a face superior palmar deverão ficar suspensas no ar 
para não abafar a vibração. Habitualmente o FTV é um pouco mais intenso do lado direito. Pede-se para 
o paciente falar palavras ricas em consoantes, como “33”. A técnica deve ser feita alternadamente em cada 
hemitórax, seguindo a linha medioesternal de cima para baixo. Nos derrames, o frêmito se encontra diminuído 
devido ao fato de haver líquido entre a pleura e o pulmão, dificultando a propagação do som até a 
parede torácica, enquanto que, nas consolidações, ex: pneumonia ou tumor, o som encontra-se aumentado, 
posto que o meio sólido (nódulo) da consolidação permite maior transmissibilidade por meio da árvore 
brônquica. 
 
Percussão 
 
A percussão do tórax põe em movimento a parede torácica e os tecidos subjacentes, produzindo sons 
audíveis e vibrações palpáveis. 
Realizada de forma simétrica. 
Deve-se começar de cima para baixo, percutir simetricamente em várias regiões. 
Deve ser realizada na frente e nas costas do paciente. 
Quatro tonalidades de som são obtidas: 
1- Som claro pulmonar: normal, também chamado de som claro 
atimpânico ou sonoridade pulmonar: nas áreas de projeção dos 
pulmões (maior parte do tórax). É um som intermediário entre o 
maciço e o timpânico. 
2- Som timpânico: enfisema ou pneumotórax (presença de ar na 
pleura). Presença de ar. Normal no espaço de Traube (estômago). 
É um som semelhante a percussão de uma bexiga cheia de ar. 
Acompanha-se de sensação de elasticidade. 
3- Som submaciço: em derrames pleurais. Líquido interposto na região inferior do esterno (região em que a 
língula pulmonar encobre o ventrículo esquerdo). 
4- Som maciço: pneumonia massas. Na região inframamária direita (maciez hepática) e na região precordial. 
Obs: O som torna-se submaciço à medida que ocorre a percussão das bases do pulmão. 
 
Ausculta pulmonar 
 
Com a ajuda do estetoscópio. 
Examinar a parte anterior e posterior. Na parte anterior, pode ocorrer a identificação de pneumonia com a 
analise do lobo médio direito. 
Respirar pausadamente e profundamente, com a boca entreaberta, sem fazer ruído. 
Pede-se ao paciente que inspire e expire para realizar a ausculta em cada local. 
Inspirar pelo nariz, expirar pela boca. 
Deve-se auscultar simetricamente em 3 ou 4 pontos do ápice até a base do pulmão, comparando um lado 
com o outro. 
 
Focos de ausculta: 
 
 
Sons respiratórios normais: 
Registro de ausculta normal no exame: murmúrio vesicular positivo. 
Murmúrio vesicular: escutado na maior parte do tórax, e são produzidos pela turbulência do ar circulante 
ao chocar-se contra as saliências das bifurcações brônquicas. O componente inspiratório é mais intenso e 
mais duradouro e de tonalidade mais alta e o componente expiratório é mais fraco e duração mais curta e 
de tonalidade mais baixa (o componente expiratório tende a estar aumentado na asma brônquica e no 
enfisema, traduzindo a dificuldade de saída do ar). 
 
Som traqueal e som brônquico reconhece o som inspiratório e expiratório. O som traqueal é audível na 
região de projeção da traqueia, no pescoço e na região esternal, origina-se na passagem do ar através 
da fenda glótica e na própria traqueia. A respiração brônquica muito se assemelha ao som traqueal, dela 
se diferenciando apenas por ter o componente expiratório menos intenso. 
Som broncovesicular: somam as características som brônquico com os murmúrios vesiculares. Deste modo, a 
intensidade da duração da inspiração e da expiração tem igual magnitude. 
 
Sons respiratório anormais (adventícios) descontínuos: o som está parcialmente na inspiração ou expiração; 
Estertores: são ruídos audíveis na inspiração ou expiração. Podem ser finos ou grossos. 
Estertores finos ou crepitantes: (normalmente nas bases do pulmão) ocorrem no final da inspiração, tem 
frequência alta e duração curta. São produzidos pela abertura sequencial de vias respiratórias 
anteriormente fechadas devido à pressão exercida pela presença de líquido ou exsudato no parênquima 
pulmonar. – pneumonia no inicio. 
Estertores grossos: têm frequência menor e maior duração que os finos, são audíveis no início da inspiração 
e durante toda a expiração. Tem origem na abertura e fechamento de vias respiratórias contendo secreção 
viscosa e espessa - bronquite crônica; pneumonia avançada. 
 
Sons respiratório anormais (adventícios) contínuos: o som está na inspiração e expiração; 
Roncos (pela secreção): constituídos por sons graves de baixa frequência. Originam nas vibrações das 
paredes brônquicas e de conteúdo gasoso quando há estreitamento desses ductos. Aparecem na inspiração 
como na expiração, dominante na expiração; pode mudar de lugar conforme tosse. - Asma brônquica. 
Sibilos (“chiado”): sons agudos, formados por ondas de alta frequência. Tem origem nas vibrações das 
paredes bronquiolares e de seu conteúdo gasoso, aparecendo na inspiração e na expiração. - Asma e 
bronquite (vasoconstrição do brônquio ou aumento da musculatura por inflamação); 
Estridor: som produzido pela semi obstrução da laringe ou traqueia. 
 
Som de origem pleural: 
Atrito pleural: em condições normais, os dois folhetos da pleura deslizam um sobre o outro sem produzir som 
algum. Nos casos de pleurite (infecção na pleura), por se recobrirem de exsudato, passam a produzir um 
ruído irregular, descontínuo, mais intenso na inspiração, com frequência comparado ao ranger de couro 
atritado. – Derrame pleural, neoplasia, tuberculose pleural; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Síndromes respiratórias 
 
Edema agudo de pulmão 
Inspeção - dispnéia, tiragem intercostal e supraclavicular, expectoração rósea. 
Palpação - sem anormalidades. 
Percussão - som claro atimpânico 
Ausculta - estertores crepitantes ao final da inspiração 
 
Derrame pleural (acúmulo de líquido entre os tecidos que revestem os pulmões e o tórax). 
Inspeção - cianótico; a traquéia pode estar desviada para o lado oposto nos grandes derrames. 
Palpação - expansibilidade diminuída; FTV diminuído ou ausente. 
Percussão - maciço a submaciço (presença de liquido). 
Ausculta - MV diminuído ou ausente; por vezes atrito pleural 
 
Pneumotórax (presença de ar entre as duas camadas da pleura, resultando em colapso parcial ou total do 
pulmão). 
Inspeção - dispnéia, cianose, tiragem intercostal desvio da traquéia para o lado contrário da lesão. 
Palpação - diminuição ou ausência da expansibilidade, FTV diminuído ou ausente. 
Percussão - timpanismo, hiperressonância. 
Ausculta - MV diminuído ou ausente; ausência ou diminuição da voz sussurrada 
 
Condensação pulmonar (pneumonia) (infecção que inflama os sacos de ar em um ou ambos os pulmões, que 
podem ficar cheios de líquido). 
Inspeção - sem anormalidades. 
Palpação - expansibilidade sem alterações; FTV aumentado. 
Percussão - macicez na região isenta de ar. 
Ausculta - estertores crepitantes ou finos no final da inspiração na região envolvida, broncofonias (egofonia, 
pectorilóquia), sopro tubário (som do sopro traqueal (normal) para o parênquima pulmonar condensado). 
 
Atelectasia (impede a passagem de ar, devido a obstrução do brônquio e o colabamento do alvéolo). 
Inspeção - abaulamento do tórax, assimetria; a traquéia pode estar desviada para o lado comprometido. 
Palpação - expansibilidade diminuída; FTV geralmente ausente quando persiste o tampão brônquico. 
Percussão - macicez na região sem ar. 
Ausculta - MV ausente enquanto persiste o tampão brônquico, sopro tubário (som do sopro traqueal (normal) 
para o parênquima pulmonar condensado). 
 
Enfisema pulmonar (os pulmões perdem a elasticidade devido à exposição constante a poluente ou tabaco, 
principalmente, o que leva à destruição dos alvéolos). 
Inspeção - tórax em tonel, cianótico; taquipnéia, expiração prolongada, dedos em baqueta de tambor. 
Palpação - diminuição da expansibilidade nos dois lados; FTV diminuído. 
Percussão - hipersonoridade, limite inferiorde ambos pulmões rebaixados. 
Ausculta - MV diminuído, prolongamento da expiração, ocasionalmente roncos, sibilos e estertores. 
 
Asma brônquica (inflamação dos brônquios, vias aéreas estreitas e inchadas, além de produzirem muco extra, 
o que dificulta a respiração). 
Inspeção – cianótico, batimento de asa do nariz, taquipnéia, expiração prolongada, por vezes com tiragem 
intercostal. 
Palpação - diminuição da expansibilidade; FTV diminuído. 
Percussão – hipersonoridade (tendência ao som timpânico) 
Ausculta - MV diminuído, prolongamento da expiração, roncos, sibilos e estertores grossos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÓRAX 2 – CORAÇÃO 
 
Coração: estrutura do mediastino médio, é dividido em duas 
metades – direita e esquerda – por um septo longitudinal, 
orientado obliquamente. Cada metade consiste em duas 
câmaras: os átrios, que recebem sangue das veias, e os 
ventrículos, que impulsionam o sangue para o interior das 
artérias – aorta e pulmonar. 
 
 
A base do coração: formada pelos átrios. 
O átrio esquerdo é a estrutura mais posterior do coração, localizando-se à esquerda e atrás do átrio direito 
(não pode ser diretamente examinado). 
O átrio direito situa-se à direita e um pouco mais anteriormente em relação ao esquerdo. 
 
O ápice do coração: formada pelos ventrículos. 
O ventrículo direito ocupa a maior parte da superfície anterior do coração, estreita-se no sentido cefálico 
e une-se à artéria pulmonar na altura do esterno ou base do coração. 
O ventrículo esquerdo situa-se atrás e à esquerda do ventrículo direito, constituindo a margem lateral 
esquerda do coração. Sua extremidade inferior, mais estreita, é denominada ápice cardíaco ou ictus cordis. 
O ictus: ponta do ventrículo esquerdo que mantém contato direto com o gradil costal, no nível do quinto 
espaço intercostal esquerdo e da linha hemiclavicular, na maioria das pessoas. Sua extensão varia em torno 
de 1 a 3 cm de diâmetro. O deslocamento do ictus cordis indica dilatação e/ou hipertrofia do ventrículo 
esquerdo, como pode ocorrer na estenose aórtica, insuficiência aórtica, insuficiência mitral, hipertensão 
arterial, miocardiopatias e em algumas cardiopatias congênitas. 
 
 
A. Em condições normais, o ictus cordis situa-se no 
cruzamento da linha hemiclavicular com o 4º ou 5º 
espaço intercostal esquerdo. 
B. Na hipertrofia ventricular direita observa-se 
levantamento em massa da região precordial, mais 
nítido nas proximidades do esterno, que não 
corresponde ao ictus cordis. 
C. Na hipertrofia ventricular esquerda sem dilatação 
da câmara, o deslocamento do ictus cordis é mínimo 
ou não existe, mas ele se torna mais forte. 
D. Na hipertrofia ventricular esquerda associada à 
dilatação desta cavidade o ictus cordis está 
desviado para baixo e para fora, além de ser mais 
amplo. 
 
Frequência: determina-se a frequência cardíaca contando-se o número de batimentos durante um minuto 
inteiro. Em pessoas adultas considera-se normal uma frequência de 60 a 100 bpm, em repouso. 
Taquicardia: aumento do número de batimentos, pode chegar a 150-180 bpm (adultos e crianças, 
respectivamente) 
Bradicardia: redução do número de batimentos cardíacos, entre 40-60 bpm. 
Arritmia: variação na frequência cardíaca, geralmente relacionada com a respiração: na fase inspiratória 
há aumento do número de batimentos cardíacos e, na expiratória, diminuição 
 
Obs: realizam-se a inspeção e a palpação simultaneamente 
Analisa-se: pesquisa de abaulamentos, análise do ictus cordis ou choque da ponta, análise de batimentos 
ou movimentos visíveis e/ou palpáveis, palpação de bulhas e pesquisa de frêmito cardiovascular. 
 
 
Inspeção 
 
Localização do ictus cordis. 
Presença de abaulamentos: deve-se pesquisar abaulamentos no tórax que estejam relacionados com 
aneurisma da aorta, cardiomegalia, derrame pericárdico e alterações da própria caixa torácica. A 
dilatação do ventrículo direito determina o abaulamento mais evidente, pois esta câmara constitui a maior 
parte da face anterior do coração e se encontra em relação direta com a parede do tórax. 
Estease jugular: um dos sinais mais importantes de disfunção cardíaca é a turgência da veia jugular interna, 
também designada estase jugular. A forma mais adequada de avaliá-la é posicionando a cabeceira do 
leito a 45° e avaliar a altura da coluna formada pela veia túrgida em relação ao ângulo de Louis. A medida 
normal é de 4,0 cm; valores acima destes são descritos como presença de estase jugular. 
 
Palpação: 
 
Análise do ictus cordis: 
Pesquisa-se a localização, extensão, mobilidade, intensidade e forma da impulsão, ritmo e frequência do 
ictus cordis, que é a pulsação do ápice do coração (ponta do ventrículo esquerdo) no tórax do paciente. 
A localização do ictus cordis varia de acordo com o biótipo do paciente. 
• Nos mediolíneos, situa-se no cruzamento da linha hemiclavicular esquerda com o 5º espaço intercostal 
(EIC); 
• Nos brevelíneos, desloca-se cerca de 2 cm para fora e para cima, situando-se no 4º EIC; 
• Nos longelíneos, costuma estar no 6º EIC, 1 ou 2 cm para dentro da linha hemiclavicular. 
Nos portadores de enfisema pulmonar ou quando há obesidade, musculatura muito desenvolvida ou grandes 
mamas, o ictus cordis tornar-se invisível ou impalpável. 
Avalia-se a extensão e a intensidade do ictus cordis procurando-se determinar quantas polpas digitais são 
necessárias para cobri-lo. Em condições normais, corresponde a uma ou duas polpas digitais. 
• Diâmetro: costuma ser menor que 2,5 cm. 
• Amplitude: normalmente, a amplitude do ictus cordis é pequena e à palpação é propulsivo e vigorosos. 
 
Pesquisa de frêmito cardiovascular: 
Frêmito: designação aplicada à sensação tátil determinada por vibrações produzidas no coração ou nos 
vasos. Ao encontrar-se um frêmito, três características devem ser investigadas: 
• Localização (utilizando como referencias as áreas de ausculta: foco aórtico, pulmonar, tricúspide e mitral); 
• Situação no ciclo cardíaco (tomando a pulsação como referência), 
• Intensidade (+ a ++++). 
A pesquisa do frêmito cardiovascular deve ser feito do mesmo modo da pesquisa do frêmito toracovocal, 
isto é, utilizando a parte da palma da mão correspondente às articulações metacarpo-falangeanas (isto é, 
na junção da palma da mão com os dedos), sendo necessário, muitas vezes, a aplicação da mão sobre o 
tórax do paciente com a eventual elevação dos dedos (os dedos nunca devem ser apoiados no tórax). Se 
houver frêmito, ausculte a mesma área à procura de sopros. Por outro lado, uma vez que o sopro for 
detectado, é mais fácil palpar um frêmito na posição que acentua o sopro. 
 
Para palpar B1 e B2 (fechamento das valvas cardíacas): exercendo pressão firme, apoie a mão direita na 
parede torácica. Com o indicador esquerdo e o dedo médio, palpe o impulso ascendente carotídeo para 
identificar B1 e B2 imediatamente antes e depois do impulso ascendente. 
Para palpar B3 e B4: aplique pressão mais leve no ápice cardíaco à procura de quaisquer movimentos 
extras. 
 
Ausculta 
 
 
Estetoscópio: o diafragma é melhor para captar sons relativamente agudos, como B1 e B2 e campânula é 
mais sensível aos sons graves, como B3 e B4, e ao sopro da estenose mitral. 
Posição do paciente: deitado, sentado, decúbito dorsal ou lateral esquerdo. 
Com a aceleração e desaceleração da coluna de sangue e das estruturas cardiovasculares, surgem os 
ruídos cardíacos denominados bulhas. 
 
Na maioria dos adultos com mais de 40 anos de idade, as bulhas 
diastólicas B3 e B4 são patológicas e apresentam correlação 
significativa com insuficiência cardíaca e isquemia miocárdica aguda. 
 
A bulha B1 e B2 são normais. 
A bulha B3 pode ser normal. 
A bulha B4 é sempre patológica. 
Roteiro para a ausculta cardíaca: 
1º Etapa: avaliação da bulhas: distinguir 1º e 2º bulha/ hipo ou hiperfonese/observar se existe 3º ou 4º bulha. 
2º Etapa: avaliação ritmo e frequência: se em 2T/ 3T, distinguir se há arritmias e contar a frequência cardíaca. 
3º Etapa: avaliação de sopros: distinguir se é durante sístole ou diástole/ avaliar grau 1+ A 6+ 
4º Etapa: avaliação de cliques estalidos 
5º Etapa: avaliação de ruídos acessórios (ex: átrio pericárdico) 
 
Para identificar a sístole e a diástole, palpe a artéria carótida primeiro e note que B1 fica logo antes do 
impulso ascendente carotídeo e a B2 depois do impulso ascendente carotídeo. 
Siga com o estetoscópio sobre o 2º EI à direita na margem do esterno (foco aórtico) e, então, acompanhe 
pela margem esternal esquerda do 2º EI a esquerda (foco pulmonar), descendo para o 3º EI a esquerda 
(foco aórtico acessório), depois ao 5º EI (foco tricúspide), e por fim, o foco mitral, que está também no 5º EI, 
na linha hemiclavicular. 
 
Foco pulmonar: localiza-se no 2º EIC esquerdo, junto ao 
esterno. Neste foco onde se tem as condições ideais para 
análise dos desdobramentos – fisiológicos ou patológicos 
da 2º bulha cardíaca. 
Foco aórtico: situa-se no 2º EIC direito, justaesternal. No 
entanto, um dos melhores locais para avaliar fenômenos 
acústicos de origem aórtica é a área compreendida 
entre o 3º e 4º EIC esquerdo, nas proximidades do 
esterno, a qual se dá o nome de foco aórtico acessório. 
Foco tricúspide: corresponde a base do apêndice xifóide, próximo ao 4º EIC esquerdo. 
Foco mitral: situa-se no 5º EIC esquerdo na linha hemiclavicular e corresponde ao ictus cordis ou ponta do 
coração. 
 
Sopros: 
O sangue flui de forma laminar dentro dos vasos, contudo, se houver algum obstáculo, gerar-se-á um 
turbilhonamento que acabará por produzir um ruído diferente cuja onomatopeia seria um “shhh”. As bulhas 
são produzidas pelo fechamento das valvas. No entanto, por vários motivos, essas valvas não se 
B1: (tum) o fechamento da valva mitral e tricúspide produz a primeira bulha cardíaca (B1) (começo da sístole). 
Coincide com o ictus cordis e com o pulso carotídeo. 
B2: (tá) o fechamento da valva aórtica e pulmonar produz a segunda bulha cardíaca (B2) (final da sístole, 
começo da diástole) 
 
B3: (tum tá tá): é um ruído protodiastólico de baixa frequência, que se origina das vibrações da parede 
ventricular subitamente distendida pela corrente sanguínea que penetra na cavidade durante o enchimento 
ventricular rápido; ocorre devido a ejeção atrial que ocorre na diástole; em crianças e adultos jovens pode 
surgir uma terceira bulha cardíaca, B3, secundária à desaceleração rápida da coluna de sangue contra a 
parede ventricular. O achado de B3 em idosos, denominada às vezes “galope por B3”, costuma indicar uma 
alteração patológica da complacência ventricular. 
B4: (trum-tá): assinala a contração atrial; ela precede imediatamente a B1 do batimento cardíaco seguinte e 
também reflete uma alteração patológica na complacência ventricular. Ocorre no fim da diástole ou pré sístole; 
pode ocorrer pela brusca desaceleração do fluxo sanguíneo, mobilizado pela contração atrial, ao encontrar 
a massa sanguínea existente no interior dos ventrículos, no final da sístole. 
 
Ritmo de galope: pode ocorrer na taquicardia em adultos, jovens e crianças saudáveis ou em outras patologias 
como insuficiência cardíaca. 
fechem/abrem adequadamente, deixando “pequenos orifícios” por onde o sangue irá passar. Esses orifícios 
farão com que o sangue seja turbilhonado gerando o sopro cardíaco. 
Os sopros aparecem na dependência de alterações do próprio sangue, da parede do vaso ou das câmaras 
cardíacas, principalmente dos aparelhos valvares. 
• Aumento da velocidade da corrente sanguínea 
• Diminuição da viscosidade sanguínea 
• Passagem do sangue através de uma zona estreitada 
 
Exemplos: 
1. Uma valva estenosada apresenta um orifício anormalmente estreitado que reduz o fluxo sanguíneo, como 
na estenose aórtica, e causa um sopro característico; 
2. Uma valva que não se fecha totalmente, como na regurgitação ou na insuficiência aórtica. Esse tipo de 
valva possibilita o refluxo de sangue e produz um sopro de regurgitação. 
 
Avaliação do sopro: 
Localização: em qual foco se escuta com maior facilidade (na base, ao longo da borda esternal, no ápice) 
e em que momento do ciclo cardíaco ele acontece. 
Formato: crescente ou decrescente. 
Tom/timbre: suave, rude, musical, aspirativo, em jato de vapor, granular, piante e refluar. 
Intensidade do sopro: medidas em cruzes (uma a seis cruzes), pouco audível (+) a muito audível (6+), segundo 
classificação de Levine. 
 
Irradiação: o som é audível em outros focos e locais (como as carótidas). 
Sistólicos: seriam os sopros produzidos durante a sístole, ou seja, entre B1 e B2. 
Diastólicos: seriam os sopros produzidos durante a diástole, ou seja, entre B2 e B1. 
 
Estenose mitral: 
Como consequência de anomalia congênita (valva bicúspide), da moléstia reumática ou degeneração senil 
com calcificação dos folhetos valvares, o orifício mitral pode ficar estreitado. Nessas condições, durante a 
diástole o sangue tem dificuldade de fluir do átrio para o ventrículo esquerdo. Características: 
Grau 1 (1+/6+): muito suave, auscultado apenas após o ouvinte ter se “sintonizado”; não é auscultado em 
todas as posições. 
Grau 2 (2+/6+): baixo, mais auscultado imediatamente após se posicionar o estetoscópio sobre o tórax. 
Grau 3 (3+/6+): moderadamente forte. 
Grau 4 (4+/6+): forte, com frêmito palpável. 
Grau 5 (5+/6+): muito forte, acompanhando por frêmito. Pode ser auscultado com o estetoscópio parcialmente 
fora do tórax. 
Grau 6 (6+/6+): muito alto, com frêmito. Pode ser auscultado com o estetoscópio totalmente fora do tórax. 
 
Insuficiente mitral: 
A insuficiência mitral se instala quando os folhetos da valva mitral não se fecham adequadamente durante 
a sístole ventricular, permitindo refluxo de uma determinada quantidade de sangue para o átrio. A 
insuficiência mitral pode ser consequência de alteração da estrutura do aparelho valvar – insuficiência mitral 
orgânica, cujas etiologias principais são a moléstia reumática, o prolapso mitral e a endocardite infecciosa 
– ou depender de uma alteração miocárdica sem lesão das valvas (cardiomiopatias, miocardites, infarto do 
miocárdio). 
 
Estenose aórtica: 
Em pessoas jovens ou adultas, a causa mais comum deste defeito valvar é a moléstia reumática, que pode 
provocar fusão dos sigmoides aórticos; pode ser também por anomalia congênita (valva bicúspide). Em 
pacientes idosos, a principal causa é degeneração senil dos folhetos. Do ponto de vista hemodinâmico, o 
fato essencial é a dificuldade de esvaziamento do ventrículo esquerdo e, do ponto de vista estetoacústico, 
o turbilhonamento do sangue ao passar pela valva estreitada. 
 
Insuficiente aórtica: 
A incapacidade de fechamento das sigmoides aórticos pode ser consequência de moléstia reumática, 
endocardite infecciosa, lues (aortite luética), degeneração senil e dissecção aórtica com comprometimento 
do aparelho valvar. 
 
1º bulha que, além de hiperfonética, costuma assumir qualidade metálica e seca em decorrência do 
endurecimento dos folhetos da valva. 
Hiperfonese da 2º bulha na área pulmonar, traduzindo hipertensão da pequena circulação. 
A abertura da valva mitral estenótica determina um ruído de tom agudo no início da diástole, logo após 
a 2º bulha (é o estalido de abertura da mitral). 
Sopro mesodiastólico com reforço pré-sistólico audível apenas na área mitral. Este sopro é de baixa 
frequência e suas características de timbre é ruflar diastólico. É mais audível com o receptor de campânula 
e com o paciente em decúbito lateral esquerdo. O exercício físico o intensifica. 
À ausculta, percebe-se um sopro sistólico de ejeção com máxima intensidade na área aórtica. Este sopro 
irradia-se para o pescoço, acompanhando a direção da corrente sanguínea. Quase sempre, sua 
qualidade é rude, e, muitas vezes, passaa ter característica de granular. Mais bem audível quando o 
paciente está sentado. A 2º bulha no foco aórtico costuma estar diminuída. 
O achado fundamental na ausculta é o sopro sistólico de regurgitação, indicativo do refluxo de sangue. 
Localiza-se na área mitral e se irradia na direção da axila. As características do timbre e do tom são 
variáveis; algumas vezes, suave, outras, rude, podendo em alguns pacientes adquirir caráter musical. A 
primeira bulha fica mascarada (recoberta) pelo sopro, e se houver aumento da pressão no território 
pulmonar, a 2º bulha torna-se hiperfonética no foco pulmonar. 
 
Átrio pericárdico: 
O atrito pericárdico é um ruído provocado pelo roçar dos folhetos pericárdicos quando eles deixam de ser 
lisos e levemente umedecidos, o que lhes permite deslizar um sobre o outro sem provocar qualquer vibração. 
Sua causa mais frequente é a pericardite fibrinosa. 
Localização: ausculta-se o atrito mais frequentemente entre a ponta do coração e a borda esternal 
esquerda. Irradiação: não se propaga, isto é, mesmo quando intenso, sua área de audibilidade é bastante 
restrita 
 
Prolapso de valva mitral: ruído que pode surgir entre a 1º e a 2º bulha, no intervalo sistólico, chamado clique 
sistólico. Sua identificação ocorre pelas suas características estetoacústicas: é um ruído de alta frequência, 
seco, agudo, situado no meio ou no fim da sístole, cuja intensidade varia nitidamente durante os movimentos 
respiratórios e com as mudanças de posição. É audível nas áreas mitral ou tricúspide. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O refluxo de sangue para o ventrículo esquerdo durante a diástole é o fenômeno básico desta 
valvopatia. Sua tradução estetoacústica é um sopro diastólico, audível logo após a 2º bulha, e que 
ocupa a proto, a meso ou toda a diástole. Localiza-se na área aórtica ou no 3º espaço intercostal, 
junto à borda esternal esquerda, e se irradia para baixo, na direção da área tricúspide ou, às vezes, 
até a área mitral. É um sopro de alta frequência, de intensidade decrescente, aspirativo. É mais audível 
na posição sentada e durante a apneia expiratória. A 2º bulha costuma estar aumentada de intensidade. 
ABDOME 
 
Ordem do exame físico: inspeção, ausculta, percussão e palpação do abdome. 
Avalia-se: o fígado, o baço, os rins e a aorta abdominal. 
Anatomia: o abdome geralmente é dividido em quatro quadrantes por linhas imaginárias que se cruzam no 
umbigo: quadrante superior direito, quadrante inferior direito, quadrante superior esquerdo e quadrante 
inferior esquerdo. Os pontos de referência anatômicos usuais são as rebordas costais, o ângulo de Charpy, 
a cicatriz umbilical, as cristas e as espinhas ilíacas anteriores, o ligamento inguinal ou de Poupart e a sínfise 
pubiana. Na parede abdominal, destacam-se as seguintes estruturas: pele, tecido celular subcutâneo, 
processo xifoide, umbigo, ligamento inguinal e músculos retoabdominais. 
 
Regiões abdominais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Projeção dos órgãos nas paredes torácica e abdominal. 
Hipocôndrio direito contém: o fígado, a vesícula biliar, o intestino delgado, o cólon ascendente, o cólon 
transverso, o rim direito. 
Epigástrica contém: o esôfago, o estômago, o fígado, o baço, o pâncreas, os rins direito e esquerdo, os 
ureteres direito e esquerdo, as glândulas adrenais direita e esquerda, o intestino delgado, o cólon transverso. 
Hipocôndrio esquerdo contém: o estômago, o topo do lobo esquerdo do fígado, o rim esquerdo, o baço, a 
cauda do pâncreas, partes do intestino delgado, o cólon transverso, o cólon descendente. 
Flanco direito contém: a ponta do fígado, a vesícula biliar, o intestino delgado, o cólon ascendente, o rim 
direito. 
Mesogástrio ou região umbilical contém: o estômago, o pâncreas, o intestino delgado, o cólon transverso, 
os rins direito e esquerdo, os ureteres direito e esquerdo, a cisterna do quilo. 
Flanco esquerdo contém: uma porção do intestino delgado, uma parte do cólon descendente, a ponta do 
rim esquerdo. 
Fossa ilíaca direita contém: o intestino delgado, o apêndice cecal (vermiforme), o ceco (cego), o cólon 
ascendente, o ovário direito e a tuba uterina direita nas mulheres 
Hipogástrica contém: o intestino delgado, o cólon sigmoideo reto, a bexiga, os ureteres direito e esquerdo, 
o útero, os ovários direito e esquerdo e as tubas uterinas podem ser encontradas nas mulheres, e os vasos 
deferentes, as vesículas seminais e a próstata podem ser encontrados nos homens. 
Fossa ilíaca esquerda contém: parte do intestino delgado, o cólon descendente, o cólon sigmoide, o ovário 
esquerdo e a tuba uterina esquerda nas mulheres. 
(1) hipocôndrio direito; 
(2) epigástrio; 
(3) hipocôndrio esquerdo; 
(4) flanco direito; 
(5) mesogástrio ou região umbilical; 
(6) flanco esquerdo; 
(7) fossa ilíaca direita; 
(8) hipogástrio; 
(9) fossa ilíaca esquerda. 
 
Inspeção 
 
Forma: globoso, escavado ou plano. 
Lesões da pele e da circulação venosa colateral superficial. 
Coloração da pele. 
Presença de estria (estrias prateadas antigas: normais; estrias rosa-violácea: síndrome de Cushing). 
Manchas hemorrágicas. 
Distribuição dos pelos. 
Veias dilatadas: algumas veias de pequeno calibre são normalmente visíveis. Veias dilatadas podem ser um 
indício de cirrose hepática ou de obstrução da veia cava inferior. 
Cicatriz umbilical: normalmente apresenta forma plana ou levemente retraída. O encontro da protrusão da 
cicatriz umbilical, que indica geralmente a existência de uma hérnia ou o acúmulo de líquido nesta região, 
tem valor prático. Na gravidez também se observa aplanamento ou mesmo protrusão da cicatriz umbilical. 
Infecções do umbigo (onfalites), frequentes em crianças, podem acompanhar-se de secreção serosa ou 
seropurulenta. 
Existência de soluções de continuidade da parede (representadas pela diástase dos músculos retos 
anteriores do abdome e pelas hérnias), 
Forma e volume do abdome: A forma e o volume do abdome variam de acordo com a idade, o sexo e o 
estado de nutrição do paciente. 
 
 
Abdome atípico ou normal: simétrico e ser levemente abaulado. 
Abdome globoso ou protuberante: apresenta-se globalmente aumentado, com predomínio nítido do 
diâmetro anteroposterior sobre o transversal. Pode ser observado na gravidez avançada, ascite, distensão 
gasosa, obesidade, pneumoperitônio, obstrução intestinal, grandes tumores policísticos do ovário e 
hepatoesplenomegalia volumosa. 
Abdome em ventre de batráquio: estando o paciente em decúbito dorsal, observa-se franco predomínio do 
diâmetro transversal sobre o anteroposterior. Pode ser observado na ascite em fase de regressão e é 
consequência da pressão exercida pelo líquido sobre as paredes laterais do abdome. 
 
 
Abaulamentos ou retrações localizadas: em condições normais, o abdome tem uma forma regular e simétrica, 
sendo de observação comum apenas uma leve proeminência na sua parte média e inferior, que não indica 
anormalidade. O abaulamento ou a retração, em uma determinada região, torna o abdome assimétrico e 
irregular, indicando alguma anormalidade. As principais causas são: hepatomegalia, esplenomegalia, útero 
grávido, tumores do ovário e do útero, retenção urinária, tumores renais, tumores pancreáticos, linfomas, 
aneurisma da aorta abdominal (raro) e megacólon chagásico quando se apresenta com fecaloma volumoso. 
Cicatrizes da parede abdominal: podem fornecer informações úteis sobre cirurgias anteriores: 
 
Movimentos: 
Movimentos respiratórios: os movimentos respiratórios no andar superior do abdome (respiração 
toracoabdominal) costumam desaparecer nos processos inflamatórios do peritônio que se acompanham de 
rigidez da parede abdominal. 
Pulsações: podem ser observadas (e palpadas) no abdome de pessoas magras e quase sempre refletem as 
pulsações da aorta abdominal. Quando há hipertrofia do ventrículo direito, podem surgir pulsações na 
região epigástrica.Os aneurismas da aorta abdominal provocam pulsações na área correspondente à 
dilatação. 
Movimentos peristálticos visíveis (“ondas peristálticas”): faz-se a diferenciação entre peristaltismo normal e 
ondas peristálticas anormais correlacionando-se o achado com o quadro clínico do paciente, como, por 
exemplo, nas síndromes de estenose pilórica e de oclusão intestinal. Movimentos peristálticos visíveis indicam 
obstrução em algum segmento do tubo digestivo; por isso, ao encontrá-los o examinador deve analisar a 
localização e a direção das ondas peristálticas. 
Obstrução pilórica: ondas peristálticas que se localizam na região epigástrica e em suas proximidades que 
se dirigem de cima para baixo e da esquerda para a direita. 
Abdome pendular ou ptótico: estando o paciente de pé, as vísceras pressionam a parte inferior da 
parede abdominal, produzindo neste local uma protrusão. Sua causa mais comum é a flacidez do abdome 
no período puerperal. 
Abdome em avental: encontrado em pessoas com obesidade de grau elevado, sendo consequência do 
acúmulo de tecido gorduroso na parede abdominal. Neste tipo, a parede abdominal pende “como um 
avental” sobre as coxas do paciente, tornando-se mais evidente quando o paciente está de pé. 
Abdome escavado (escafoide ou côncavo): parede abdominal está retraída. É próprio das pessoas 
muito emagrecidas, geralmente portadoras de doenças consuntivas, principalmente neoplasias malignas 
do sistema digestivo. 
Flanco direito: colecistectomia (retirada da vesícula biliar) 
Flanco esquerdo: colectomia (retirada total ou parcial do cólon) 
Fossa ilíaca direita: apendicectomia (retirada do apêndice), herniorrafia (recolocação do conteúdo do 
saco herniário no seu lugar normal) 
Fossa ilíaca esquerda: herniorrafia 
Hipogástrio: histerectomia (retirada do útero) 
Linha média: laparotomia (abertura cirúrgica da cavidade abdominal) 
Região lombar: nefrectomia (retirada de um rim) 
Linha vertebral: laminectomia (retirada do arco vertebral) 
Obstruções do intestino delgado: as ondas peristálticas se localizam na região umbilical e imediações, não 
têm direção constante e, além disso, podem ser observadas mais de uma onda ao mesmo tempo. 
Obstrução do intestino grosso as “ondas peristálticas” são mais bem observadas no cólon transverso nos 
casos em que a sede da obstrução se localiza no ângulo esplênico ou abaixo dele. Neste caso, deslocam 
-se da direita para a esquerda. 
 
Ausculta 
 
Fornece informações importantes a respeito da 
movimentação de gases e líquidos no trato 
intestinal, dados que contribuem na avaliação 
clínica de um paciente com suspeita de íleo 
paralítico ou de oclusão intestinal. 
 
Devem ser pesquisados: 
Sopros sobre a aorta abdominal, as artérias 
ilíacas e as artérias femorais. 
Ruídos intestinais: 
Na diarreia e oclusão intestinal: os ruídos 
hidroaéreos tornam-se mais intensos em função 
do aumento do peristaltismo e são denominados 
borborigmos. 
No íleo paralítico: síndrome caracterizada pelo desaparecimento do peristaltismo intestinal. 
Sopro hepático: sugere carcinoma hepático ou hepatite alcoólica. 
Sopros sistólicos ou sistodiastólicos (contínuos) indicativos de estreitamento do lúmen de um vaso (artéria 
renal ou aorta abdominal) ou de fístula arteriovenosa. A oclusão parcial de uma artéria renal pode explicar 
hipertensão arterial sistêmica. São audíveis também, a partir do quinto mês de gestação, os sons do coração 
fetal e, às vezes, o sopro placentário (estetoscópio obstétrico). 
Ruídos abdominais e de atrito: se o paciente for hipertenso, deve-se auscultar o epigástrio e os quadrantes 
superiores do abdome à procura de sopros. Em uma fase posterior do exame, quando o paciente estiver 
sentado, deve-se auscultar também os ângulos costovertebrais. Sopros epigástricos restritos à sístole são 
normais. 
 
 
 
 
Diástase dos músculos retos anteriores é caracterizada pela seguinte manobra: estando o paciente em 
decúbito dorsal, pede-se a ele para contrair a musculatura abdominal, seja elevando as duas pernas 
estendidas, seja levantando do travesseiro a cabeça, sem mover o tórax. Esta mesma manobra serve 
também para se investigar a presença de hérnias da parede abdominal. 
Hérnias inguinais e crurais tornam-se evidentes quando o paciente sopra com força sua própria mão, 
posicionada na boca para impedir a eliminação do ar. 
Percussão 
 
Avalia-se: 
 
 
 
 
A posição fundamental do paciente é o decúbito dorsal. 
Pode-se observar os seguintes tipos de sons no abdome: timpanismo, hipertimpanismo, submacicez e macicez. 
 
Som timpânico: indica a presença de ar dentro de uma víscera oca. Em condições normais, é percebido em 
quase todo o abdome, porém é mais nítido na área de projeção do fundo do estômago (espaço de Traube). 
Aumento da quantidade de ar: gastrectasia, no meteorismo, na obstrução intestinal, no vólvulo, no 
pneumoperitônio, fala-se em hipertimpanismo. 
 
Som submaciço: menor quantidade de ar ou superposição de uma víscera maciça sobre uma alça intestinal 
origina o som submaciço. A ausência de ar origina o som maciço, como se observa nas áreas de projeção 
do fígado, baço e útero gravídico. Ascite, tumores e cistos contendo líquido originam som maciço. 
 
Percussão: pesquisa de ascite de médio volume 
Técnica da pesquisa de submacicez móvel para diagnóstico da ascite: 
durante a percussão do abdome, observa-se 
a presença de submacicez na parte mais 
baixa do abdome, se o paciente estiver em pé, 
como na figura, ou nos lados, se deitado. Em 
seguida, pede-se para o paciente deitar de 
lado, observando à percussão que o local de 
submacicez mudou para o lado que fica 
abaixo, refletindo a mudança de posição do liquido. É o achado mais seguro no exame físico para confirmar 
a presença de ascite média, entre 500 e 1500ml. 
 
Percussão por piparote: pedir para o paciente colocar a mão sobre a linha 
mediana do abdome, exercendo uma ligeira pressão de modo a impedir a 
transmissão pela parede abdominal do impacto provocado pelo piparote. O 
examinador coloca-se do lado direito do paciente e repousa a mão esquerda 
no flanco do outro lado. Golpear com o indicador a face lateral do 
hemiabdome direito. Se houver liquido em quantidade suficiente na cavidade 
peritoneal, a mão esquerda captará os choques das ondas liquidas 
desencadeadas pelo piparotes. 
 
 
 
 
A quantidade e a distribuição dos gases no abdome. 
Possíveis massas sólidas ou cheias de líquido. 
As dimensões do fígado e do baço. 
Palpação 
 
Avalia-se: 
 
O estômago, o duodeno, o intestino delgado, o pâncreas, as vias biliares e o peritônio não são reconhecíveis 
pela palpação, exceto em situações especiais e transitórias, como, por exemplo, quando uma alça intestinal 
contém um volume gasoso apreciável. Sinal de Rovsing: sinal de apendicite. Se a palpação do quadrante 
inferior esquerdo do abdome do paciente resultar em dor no quadrante inferior direito, diz-se que o paciente 
é positivo para o sinal de Rovsing. 
 
Palpação superficial 
 
Avalia-se: 
 
Os principais pontos dolorosos são: pontos gástricos, ponto cístico ou biliar, ponto apendicular, ponto 
esplênico e pontos ureterais. 
Mantendo a mão e o antebraço no plano horizontal, com os dedos juntos e retos sobre a superfície 
abdominal, palpe o abdome com movimentos descendentes leves e suaves. Ao deslocar sua mão de uma 
região para outra, eleve-a um pouco acima da pele. Palpe todos os quadrantes com movimentos suaves e 
uniformes. 
Os pontos gástricos compreendem o ponto xifoidiano e o 
ponto epigástrico: 
O ponto xifoidiano localiza-se logo abaixo do apêndice 
xifoide. A presença da dor nessa área: cólica biliar e 
afecções do esôfago, do estômago e do duodeno 
(esofagites, as úlceras e as neoplasias). 
O ponto epigástrico corresponde ao meio da linha 
xifoumbilical e é particularmente sensível nos processos 
inflamatórios do estômago (gastrite), nos processosulcerosos 
e tumorais. 
O estado da parede abdominal. 
A sensibilidade abdominal, provocando ou exacerbando uma dor, relatada ou não pelo paciente 
durante a anamnese. 
As condições anatômicas das vísceras abdominais e alterações de sua consistência. 
A sensibilidade. 
A resistência da parede (observa a contratura voluntária da contratura involuntária – peritônio inflamado: 
peritonite). 
A continuidade da parede abdominal (possível reconhecer diástases e hérnias), 
As pulsações e o reflexo cutâneo-abdominal. 
O ponto biliar ou ponto cístico situa-se no ângulo formado 
pela reborda costal direita e a borda externa do músculo 
reto abdominal. 
O ponto apendicular ou ponto de McBurney (sinal de 
Blumberg): situa-se na extremidade dos dois terços da linha 
que une a espinha ilíaca anterossuperior direita ao umbigo. 
O ponto esplênico localiza-se abaixo da reborda costal 
esquerda no início do seu terço externo; o infarto esplênico 
provoca dor nesse local. 
Os pontos ureterais situam-se na borda lateral dos músculos 
retos abdominais em duas alturas: na interseção com uma 
linha horizontal que passa pelo umbigo e no cruzamento da 
linha que passa pela espinha ilíaca anterossuperior. Dor nos pontos ureterais: cólica renal (migração de um 
cálculo renal pelos ureteres). 
 
Diástase dos músculos retos: separação desses músculos, quer abaixo ou acima da 
cicatriz umbilical. Quando o paciente está de pé e faz esforço, uma porção do 
intestino penetra pela abertura. A diástase dos músculos retos diferencia-se de uma 
grande hérnia por não haver saco herniário nem anel palpável. 
 
Hérnias: quase sempre se trata da protrusão do grande epíploo ou de alças 
intestinais por meio de defeitos congênitos ou adquiridos da parede abdominal. 
À inspeção, nota-se tumefação na região da hérnia, e, à palpação, consegue-
se reconhecer o orifício ou a área da parede abdominal. Ao se suspeitar de 
hérnia, deve-se pedir ao paciente que tussa, observando-se as regiões inguinal, 
umbilical e femoral. O aumento da pressão intra-abdominal pode tornar mais 
evidente uma hérnia. Os tipos mais comuns de hérnia são inguinal, femoral ou 
crural (B), escrotal (A), umbilical (C), ventrolateral e incisional (D). 
 
Palpação profunda 
 
Avalia-se: 
 
 
 
Registrar: 
 
 
 
Os órgãos contidos na cavidade abdominal. 
Eventuais “massas palpáveis” ou “tumorações. 
Localização, forma, volume e sensibilidade. 
Consistência: cística, borrachosa, dura ou pétrea. 
Mobilidade: ver se ocorre em função dos movimentos respiratórios ou se depende apenas da palpação. 
Pulsatilidade: diferenciar pulsações próprias de pulsações transmitidas. 
Palpação do fígado 
 
A maior parte do fígado fica protegida pela caixa torácica, o que dificulta a avaliação direta; o paciente 
deve estar a princípio em decúbito dorsal. Deve-se palpar o hipocôndrio direito, o flanco direito e o 
epigástrio, partindo do umbigo até a reborda costal. 
 
 
 
 
 
Hepatimetria normal (10 – 12 cm): percute-se o 
hemitórax direito no nível da linha hemiclavicular 
direita desde sua origem na clavícula até o 4º ou 
no 5º espaço intercostal; de inicio, obtém-se som 
claro pulmonar; em seguida, em condições 
normais, na altura do 5º ou 6º espaço intercostal, 
observa-se som submaciço, este ponto 
corresponde ao limite superior do fígado. 
Continuando-se a percussão para dentro, para 
baixo ou para fora, consegue se delimitar com facilidade a área de macicez hepática. 
 
 
 
 
Hepatomegalia: aumento do volume hepático; as causas mais frequentes de hepatomegalia são a 
insuficiência cardíaca direita, a colestase extra-hepática de etiologia benigna ou maligna, a cirrose, a 
fibrose esquistossomótica, a hepatite, a esteatose, as neoplasias e os linfomas. 
Método de Mathieu-Cardarelli, bimanual ou em garra: o examinador 
posiciona-se à direita do tórax do paciente com as costas voltadas para o 
rosto do paciente. A seguir, tenta agarrar com os dedos fletidos das duas 
mãos (em paralelo, formando uma garra) a borda anterior do fígado durante 
a inspiração profunda, como se estivesse procurando o fígado abaixo das 
costelas (no hipocôndrio direito). Antes de chegar à região subcostal, deve-
se iniciar a garra desde a região umbilical, para avaliar casos de expansão 
hepática. 
Método de Lemos Torres: com a mão esquerda espalmada sobre a região 
lombar direita (no dorso) do paciente, o examinador tenta evidenciar (com 
esta mão) o fígado para frente e, com a mão direita espalmada sobre a 
parede anterior do abdome, tenta palpar a borda hepática anterior, 
durante a inspiração profunda do paciente, com as falanges distais dos 
dedos indicador e médio ou em forma de gancho com o polegar e 
indicador. 
Ascite: acúmulo anormal de líquido rico em proteínas no interior do abdômen, no espaço entre os tecidos 
que revestem o abdômen e os órgãos abdominais. A grande maioria das ascites tem como causa a 
cirrose hepática. 
Palpação da vesícula biliar 
 
Somente se torna palpável em condições patológicas. É necessário, portanto, que ocorra alteração na 
consistência de suas paredes, como no câncer vesicular, ou que haja aumento de tensão no seu interior por 
dificuldade de escoamento de seu conteúdo em consequência de obstrução do ducto cístico (pode ser de 
natureza calculosa ou inflamatória) ou do colédoco (pode ser calculosa ou tumoral) 
Sinal de Murphy: na colelitíase e na colecistite crônica, embora a vesícula não seja palpável, é frequente o 
paciente acusar dor quando se faz compressão sob a reborda costal direita, durante a inspiração profunda. 
 
Palpação do baço 
 
 
 
Fique atento a qualquer hipersensibilidade, avalie o contorno esplênico e meça a distância entre o ponto 
mais baixo do baço e o rebordo costal esquerdo. A extremidade (ponta) do baço é palpável em 
aproximadamente 5% dos adultos normais. As causas incluem diafragma rebaixado e retificado, como na 
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), e acentuação da descida inspiratória do diafragma. 
 
Palpação dos rins 
 
Os rins não são palpáveis (órgão retroperitoneal); com o paciente em decúbito dorsal, a palpação do rim 
é feita de preferência pelo método bimanual, com uma das mãos aplicada transversalmente na região lombar 
enquanto a outra se apoia longitudinalmente sobre a parede abdominal, à altura do flanco. 
 
Palpação do rim esquerdo. Passe para o lado esquerdo do paciente. Coloque sua mão direita nas costas 
do paciente, logo abaixo e paralelamente à 12º costela, e com as pontas de seus dedos apenas tocando 
o ângulo costovertebral. Eleve a mão, tentando deslocar o rim para frente. Coloque a mão esquerda, com 
cuidado, no quadrante superior esquerdo, lateral e paralelamente ao músculo reto do abdome. Solicite ao 
paciente que respire fundo. No pico da inspiração, aperte sua mão esquerda firme e profundamente no 
quadrante superior esquerdo, logo abaixo do rebordo costal, e tente “capturar” o rim entre as suas duas 
mãos. Solicite ao paciente que expire e, depois, prenda a espiração por um breve período. Libere lentamente 
a pressão, procurando ao mesmo tempo sentir o rim voltando para a sua posição expiratória. Se o rim for 
palpável, descreva o seu tamanho, contorno e se há hipersensibilidade. O rim esquerdo normal raramente é 
palpável. 
Esplenomegalia: é oito vezes mais provável quando o baço é palpável. As causas incluem hipertensão 
portal, neoplasias malignas hematológicas, infecção pelo HIV, além de infarto ou hematoma esplênico. 
Com a mão esquerda, segura-se o paciente, de modo a apoiar e 
comprimir para frente a região inferior da caixa torácica e os tecidos 
moles adjacentes. Com sua mão direita por baixo do rebordo costal 
esquerdo, faça pressão para dentro, na direção do baço. Inicie a 
palpação em uma altura suficientemente baixa para permitir a 
detecção de um possível aumento de baço. Solicite ao paciente que 
inspire profundamente. Tente palpar a extremidade

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