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Camada-Limite em Escoamento Laminar e Turbulento Apresentação Você sabe como classificar um escoamento em função da forma como as partículas do fluido se movimentam? Os escoamentos são laminares quando se desenvolvem de forma ordenada e turbulentos quando se desenvolvem de forma errática. Um estudo feito por Osborne Reynolds em 1883 aponta que uma razão adimensional entre forças inerciais e viscosas serve como parâmetro para identificar em qual regime o fluxo está escoando. Ainda sobre como um escoamento se desenvolve, nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender o conceito de camada-limite, que é uma região junto ao contorno sólido do fluido onde os efeitos da viscosidade são importantes e devem ser levados em consideração. As informações aqui apresentadas se fazem presentes em todo o estudo da hidráulica: escoamento laminar, turbulento, viscosidade, Reynolds e camada-limite são conceitos primordiais que norteiam estudos como estabilidade da asa de aviões e movimento de organismos nadando pelo mar. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Diferenciar um escoamento laminar de um escoamento turbulento.• Aplicar o número adimensional de Reynolds para classificar um escoamento.• Identificar zonas de influência da camada-limite.• Desafio Um engenheiro civil que trabalha em um laboratório de pesquisas hidráulicas recebe uma solicitação para retomar um experimento antigo, o qual possui apenas uma tabela com registros incompletos de seis ensaios: Existe alguma forma de completar esses dados, mesmo não sendo possível realizar ensaios físicos para obtê-los? Como? O trabalho do engenheiro civil consiste em fazer uma análise crítica a respeito de cada um dos seis itens ensaiados. O que você tem a dizer sobre eles? Infográfico Você sabia que a interação do escoamento do ar ao redor das asas de um avião é essencial para a sua sustentação? Compreender qual o regime e como ele se desenvolve no entorno da asa nos permite criar aviões cada vez melhores e mais seguros. O ar é um fluido que escoa por diversas barreiras, aviões necessitam que o ar escoando ao redor deles os ajude na sua sustentação. Quando se trata de entender como um fluido escoa por um objeto, nada melhor do que começar entendendo esse escoamento por meio de Reynolds. Sabendo o número de Reynolds, você pode concluir se o escoamento é laminar ou turbulento e como ele interage com o objeto que está tentando transpassar. Observe: Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conteúdo do livro Quais são as interações que as partículas de fluido fazem entre si ao longo de um escoamento? No capítulo Camada-Limite em Escoamento Laminar e Turbulento da obra Hidráulica aplicada utilizado como base teórica para esta Unidade de Aprendizagem você vai entender que essas interações são importantes porque elas caracterizam as diferenças entre escoamentos, o que nos permite aplicar as equações corretas para cada tipo de escoamento. Boa leitura! HIDRÁULICA APLICADA Lélis Espartel Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 E77h Espartel, Lélis. Hidráulica aplicada / Lélis Espartel. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 120 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-026-9 1. Engenharia - Hidráulica aplicada. I. Título. CDU 626 Livro_Hidraulica.indb 2Livro_Hidraulica.indb 2 18/01/2017 17:56:2918/01/2017 17:56:29 Camada limite em escoamento laminar e turbulento Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Diferenciar o escoamento laminar de um escoamento turbulento. Aplicar o número adimensional de Reynolds para classifi car um escoamento. Identifi car zonas de infl uência da camada limite. Introdução Neste texto, você vai aprender como classificar um escoamento em função da forma como as partículas do fluido se movimentam. Os escoamentos são laminares quando se desenvolvem de forma ordenada, e turbulentos quando se desenvolvem de forma errática. Um estudo feito por Osborne Reynolds em 1883 aponta que uma razão adimensional entre forças inércias e viscosas serve como parâmetro para identificar em qual regime o fluxo está escoando. É muito importante que você, como profissional de hidráulica, estude o conceito de camada limite, que é uma região junto ao contorno sólido do fluido onde os efeitos da viscosidade são importantes e devem ser levados em consideração. Além disso você vai aprender sobre o esco- amento laminar, turbulento, viscosidade e Reynolds, pois são conceitos primordiais que norteiam tudo que é visto nessa área de atuação. Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 25Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 25 18/01/2017 17:57:2518/01/2017 17:57:25 Escoamento laminar e turbulento O regime de um escoamento também é classifi cado de acordo com o movimento que suas partículas desenvolvem. Essas partículas podem se movimentar de duas formas: uma é mais ordenada, em que há pouca agitação e outra é trajetória e bem defi nida, em apenas uma direção, essa situação é conhecida como escoamento laminar (entende-se que existem lâminas imaginárias que organizam o deslocamento do fl uido). O outro regime de escoamento é chamado de turbulento, e nele, a trajetória das partículas de fl uido são erráticas, o fl uido se desenvolve de maneira desordenada com deslocamento das partículas em várias direções. No escoamento laminar não há mistura macroscópicas entre as camadas de fluido, enquanto que no turbulento há um movimento tridimensional aleatório das partículas, sobreposto ao movimento da corrente. Analisando a velocidade do escoamento, no regime laminar até podem ocorrer perturbações ocasionais que são amortecidas rapidamente, enquanto que no turbulento elas variam entre 1% e 20% da velocidade média. Veja na Figura 1 as duas situações. Hidráulica aplicada26 Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 26Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 26 18/01/2017 17:57:2518/01/2017 17:57:25 Fonte: White (2010, p. 377). Material Condição mm Incerteza, % Aço Chapa metálica, nova Inoxidável, novo Comercial, novo Rebitado Oxidado 0,05 0,002 0,046 3,0 2,0 ± 60 ± 50 ± 30 ± 70 ± 50 Ferro Fundido, novo Forjado, novo Galvanizado, novo Fundido asfaltado 0,26 0,046 0,15 0,12 ± 50 ± 20 ± 40 ± 50 Latão Plástico Vidro Concreto Borracha Madeira Estirado, novo Tubo estirado — Alisado Rugoso Alisada Aduela 0,002 0,0015 Liso 0,04 2,0 0,01 0,5 ± 50 ± 60 Liso ± 60 ± 50 ± 60 ± 40 Quadro 1. Valores recomendados de rugosidade para dutos comerciais. 27Camada limite em escoamento laminar e turbulento Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 27Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 27 18/01/2017 17:57:2518/01/2017 17:57:25 Na natureza os escoamentos majoritariamente se desenvolvem de forma turbulenta, como em corredeiras, cachoeiras e fumaças. Escoamento laminares é o que ocorre na maioria dos vasos sanguíneos do corpo humano. Massa específica e viscosidade Para que seja possível classifi car um escoamento em laminar ou turbulento é necessário ter a compreensão de duas propriedades físicas importantes de um fl uido, que são a sua massa específi ca (ρ) e viscosidade (μ). A massa específi ca é a razão entre a massa e o volume que um certo corpo ocupa, medida no sistema internacional em kg/ m³. Por exemplo, a massa específi ca do ar é em torno de 1,225 kg/ m³, a água possui uma massa específi ca de próxima de 1000 kg/ m³, esses valores variam de acordo com a temperatura. ρ = massa/volume A viscosidade (também chamada de viscosidade absoluta ou dinâmica) de um fluido caracteriza a resistência dele ao escoamento. Ou seja, a resistên- cia oferecida pelo fluido, quando uma camada se move em relação a outra. Quanto maior a viscosidade, maior é a resistência ao movimento e menor sua capacidade de escoar. Pode-se dizer que a viscosidade corresponde ao atrito interno nos fluidos devido às interações intermoleculares, sendo geralmente em funçãoda temperatura. A viscosidade é dada em termos de força necessária em um determinado tempo para mover uma unidade de área, no SI em [Ns/ m²] ou [kg/ ms]. Hidráulica aplicada28 Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 28Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 28 18/01/2017 17:57:2518/01/2017 17:57:25 A razão entre viscosidade absoluta e massa específica é chamada de vis- cosidade cinemática (υ), que possui esse nome exatamente por ser retirada a unidade de massa da viscosidade e sua medida no SI é [s/m²]. Essa razão também é bastante utilizada nos cálculos de hidráulica. υ = μ/ ρ Fonte: White (2010, p. 38). Fluido μ, kg/(m · s)† ρ kg/m3 ν m2/s Hidrogênio 9,0 E-6 0,084 1,05 E-4 Ar 1,8 E-5 1,20 1,50 E-5 Gasolina 2,9 E-4 680 4,22 E-7 Água 1,0 E-3 998 1,01 E-6 Álcool etílico 1,2 E-3 789 1,52 E-6 Mercúrio 1,5 E-3 13.550 1,16 E-7 Óleo SAE 30 0,29 891 3,25 E-4 Glicerina 1,5 1.260 1,18 E-3 † 1 kg/(m . s) = 0,0209 slug/(ft . s); 1 m2/s = 10,76 ft2/s. Quadro 2. Viscosidade dinâmica e cinemática de oito fluidos a 1 atm e 20 °C. 29Camada limite em escoamento laminar e turbulento Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 29Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 29 18/01/2017 17:57:2518/01/2017 17:57:25 Número de Reynolds Osborne Reynolds realizou um experimento que constatou os dois regimes de escoamentos aqui estudados: laminar e turbulento, além de um regime de transição, que não se enquadra nem como laminar, nem como turbulento. O experimento de Reynolds ocorreu em 1883 e contou com os seguintes aparatos: a) tanque de 1,83 m x 5,5 m x 5,5 m; b) tubo de vidro; c) convergente cônico de madeira; d) válvula para controle de vazão; e) sistema de injeção de corante. Figura 1. Croqui do sistema elaborado por Reynolds. Hidráulica aplicada30 Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 30Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 30 18/01/2017 17:57:2518/01/2017 17:57:25 Dentro do tanque com nível constante, a água escoa pelo tubo de vidro. Através de uma entrada ajustada pelo convergente cônico e de uma manobra realizada pela válvula de controle é configurado em escoamento permanente, onde é injetado pelo tubo metálico um corante no eixo do conduto de vidro de diâmetro. Alterando o fluido (ρ e μ), sua velocidade e o diâmetro do tubo de vidro, Reynolds identificou os escoamentos laminar e turbulento, além do escoamento de transição. Fonte: White (2010, p. 358). Agulha Tanque Filete de corante (a) (b) (c) Quadro 3. Esboços de Reynolds para a transição do escoamento em tubos: (a) escoamen- to laminar, de baixa velocidade; (b) escoamento turbulento, de alta velocidade; (c) fotogra- fia instantânea da condição (b). (Da Referência 4.) 31Camada limite em escoamento laminar e turbulento Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 31Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 31 18/01/2017 17:57:2518/01/2017 17:57:25 Observando diversos experimentos, Reynolds percebeu que o fluido tendia a ser mais turbulento com o aumento da velocidade do escoamento ou do diâmetro do conduto e mais laminar se o valor de viscosidade fosse alto. Com a interação dessas variáveis ele conseguiu criar um parâmetro adimensional que classifica o escoamento e hoje é chamado de Número de Reynolds: ℜ < 2100 – tendência de desenvolver escoamento laminar ℜ = ρVD/μ 2100 <= ℜ <= 4500 – zona de transição ℜ > 4500 – tendência de desenvolver escoamento turbulento A definição do tipo de escoamento dada pelo número de Reynolds não é de toda absoluta. Os valores limites podem sofrer variações dependendo dos fatores externos, por isso é chamada de tendência de desenvolver escoamento. Mas, quanto mais abaixo do valor crítico de 2100 for o número de Reynolds, maior a chance de ele desenvolver escoamento laminar. E o quanto mais acima de 4500, é praticamente certo que o escoamento será turbulento. Na zona de transição pode ocorrer um ou outro tipo de escoamento, ou iniciar como um escoamento laminar com fortes oscilações que acabam virando turbulência. Camada limite Quando um fl uido escoa sobre uma superfície sólida, a parte do fl uido ime- diatamente em contato com a parede adere a mesma. Junto de um contorno Hidráulica aplicada32 Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 32Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 32 18/01/2017 17:57:2518/01/2017 17:57:25 sólido, a velocidade de um fl uido é zero, pois o fl uido não sofre deslizamento junto à parede. Por isso, existe uma região bem próxima à parede que sofre um retardo no fl uxo. Um escoamento de baixa viscosidade pode ser dividido em duas regiões: uma região externa, no qual ele escoa livremente, sem sofrer infl uência signifi cativa da parede, e outra, chamada de região interna, que os efeitos da viscosidade devem ser levados em consideração. Observa-se que o aumento da velocidade, de zero para o valor do escoa- mento externo, ocorre numa região estreita. É nesta camada estreita que as forças de atrito se fazem importante, retardando o fluido de sua velocidade externa para um completo repouso na parede. Esta região estreita é chamada de camada limite. Camada limite em placas planas Na região externa o comportamento do fl uido pode ser simulado por hipóteses de escoamento potencial (que é o escoamento de um fl uido sem viscosidade, ideal), com cálculos relativamente simples. Na região interna, os efeitos vis- cosos devem ser considerados, porém como ele é uma região muito pequena se comparada a externa, a pressão que nela atua será igual a pressão obtida pelo cálculo da camada externa. Ludwig Prandtl, em 1904, apresentou a teoria da camada limite, que permite a solução de escoamentos a altos números de Reynolds através da adoção de hipóteses simples, como a do comprimento de mistura. A velocidade do fluxo em um escoamento potencial tem valor constante (zona externa), enquanto que em um fluxo real ela tem um valor que progride ao passo que vai se afastando do contorno sólido (zona interna). A Figura 2, apresenta, de forma esquematizada, o perfil de velocidade em cima de uma placa plana. O fluido que apresenta um perfil uniforme de velocidades quando começar a escoar sobre a placa apresentará uma velocidade nula junto à superfície sólida da parede. 33Camada limite em escoamento laminar e turbulento Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 33Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 33 18/01/2017 17:57:2518/01/2017 17:57:25 Figura 2. Espessura da camada limite. Camada limite em condutos Um escoamento em conduto é restringido pelo contorno sólido, assim a camada limite se distancia da parede em direção ao centro do conduto e os efeitos viscosos irã o crescer e se encontrar, de forma a permear todo o escoamento. A Figura 3 mostra um escoamento interno em um conduto longo. Existe uma regiã o de entrada em que um escoamento considerado nã o viscoso entra no tubo. As camadas limite viscosas crescem a jusante, retardando o escoamento mais próximo da parede e, portanto, acelerando o escoamento na regiã o central. Hidráulica aplicada34 Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 34Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 34 18/01/2017 17:57:2518/01/2017 17:57:25 A uma distâ ncia finita da entrada, as camadas limite fundem-se e o nú cleo nã o viscoso desaparece. O escoamento no tubo fica, entã o, inteiramente viscoso, e a velocidade desenvolve um perfil em que o valor é zero junto à parede e máximo no centro do conduto. Figura 3. Perfis de velocidade em desenvolvimento e variações de pressão na entrada do escoamento em um duto. Fonte: White (2010, p. 359). Núcleo de escoamento não viscoso Crescimento das camadas- -limite Fusão das camadas- -limite Perfil de velocidade desenvolvido u = u (r ) u (r, x) x r Comprimento de entrada Le (região de desenvolvimento do perfil) Região de escoamento totalmente desenvolvido 35Camada limite em escoamento laminar e turbulento Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 35Hidraulica_aplicada_U1_C02.indd 35 18/01/2017 17:57:2518/01/2017 17:57:25 WHITE, F. M. Mecânica dos fluidos. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. Leitura recomendadaAZAVEDO NETTO, J. M. et al. Manual de hidráulica. 8. ed. atual. São Paulo: Edgard Blücher, 2000. Referência Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Dica do professor Uma rápida viagem por uma camada-limite em transição de regime laminar par a turbulento é feita no vídeo a seguir, com o objetivo melhorar a compreensão das interações entre as partículas do fluido que ocorrem dentro da camada. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/6bfee4a73d7b7ec2b90da96809c8e54e Exercícios 1) Qual opção define melhor a diferença entre escoamento laminar e turbulento? A) Ambos possuem comportamento errático e aleatório, a diferença é que, no escoamento turbulento, as partículas de fluido se movem tridimensionalmente e bidimensionalmente no laminar. B) O escoamento laminar se desenvolve de forma desordenada em diversas direções, ao passo que o escoamento turbulento é ordenado e se desenvolve em uma única direção. C) Ambos possuem um comportamento previsível em que é simples identificar a trajetória das partículas, a diferença é que o escoamento turbulento possui interações macroscópicas entre as camadas imaginárias do escoamento e o laminar não. D) O escoamento turbulento é errático, com a velocidade das partículas variando até 20% da velocidade média e se movimentando tridimensionalmente de forma sobreposta ao fluxo da corrente, ao passo que o escoamento laminar se desenvolve em uma trajetória bem definida. E) O escoamento laminar amortece perturbações que nele ocorram, por isso é mais comumente encontrado na natureza, em rios e em corredeiras. O escoamento turbulento, devido a seu caráter aleatório, é difícil de ser identificado em escoamentos naturais. 2) Qual é a faixa de classificação do escoamento por meio do número de Reynolds? A) R < 2.100 – Laminar 2.100 < R < 4.500 – Transição R > 4.500 Turbulento. B) R < 3.000 – Laminar R > 3.000 - Turbulento. C) Existem faixas de trabalho, no entorno de 2.100, o escoamento tende a ser laminar quanto menor for o R. A partir de 4.500, o escoamento tende a ser turbulento, quanto maior for o R, mas essa medida não é absoluta, outros fatores externos também influenciam no regime do escoamento. D) 2.100 < R < 4.500 – Transição R > 4.500 Laminar. Existem faixas de trabalho, no entorno de 2.100, o escoamento tende a ser turbulento quanto menor for o R. A partir de 4.500, o escoamento tende a ser laminar quanto maior for o R, mas E) essa medida não é absoluta, outros fatores externos também influenciam no regime do escoamento. 3) Qual é o nº de Reynolds de um fluido com as seguintes características, o escoamento tende a ser laminar ou turbulento? Diâmetro = 75 cm; Velocidade = 1,5 m/s; Viscosidade cinemática = 1,61 X 10-4 m²/s Massa específica = 1.000 kg/m³. A) 7 X 106 Escoamento turbulento. B) 7 X 106 Escoamento laminar. C) 7 X 103 Escoamento laminar. D) 7 X 105 Escoamento turbulento. E) 7 X 103 Escoamento turbulento. 4) Para o escoamento de água a 20°C a 0,06 m³/h por um tubo liso e reto, o diâmetro do tubo para o qual ocorre a troca de escoamento laminar para escoamento em transição para turbulência é de aproximadamente quantos centímetros? A) 1 cm. B) 36 cm. C) 0,5 cm. D) 10 cm. E) 3,25 cm. 5) Qual é a diferença entre um escoamento sobre uma placa plana e um escoamento confinado a um conduto no que tange à camada-limite? A) Em uma placa plana, desenvolve-se escoamento potencial, não havendo camada-limite. No escoamento confinado a um conduto, há a presença da camada-limite, que se desenvolve a partir da parede e cresce até se fundir e todo o escoamento ficar sob o efeito da viscosidade. Em uma placa plana, a camada-limite se desenvolve a partir da parede, onde a velocidade é zero, junto ao contorno sólido, até a chegar em uma condição de fluido ideal em que a velocidade é constante, a influência da viscosidade se dá apenas dentro da camada-limite. B) Em um escoamento confinado as camadas-limites se desenvolvem até se fundirem e todo o escoamento dentro do conduto fica sob efeito da viscosidade, com a velocidade sendo zero junto as paredes do conduto e máxima no centro do escoamento. C) Em uma placa plana, a camada-limite se desenvolve a partir da parede, onde a velocidade é constante, não nula e menor do que na condição de fluido ideal, em que a velocidade também é constante, a influência da viscosidade se dá apenas dentro da camada-limite. Em um escoamento confinado, as camadas-limites se desenvolvem até se fundirem e todo o escoamento dentro do conduto fica sob efeito da viscosidade, com a velocidade sendo zero nas paredes do conduto e máxima no centro do escoamento. D) Em uma placa plana, a camada-limite se desenvolve a partir da parede, onde a velocidade é zero junto ao contorno sólido, até a chegar em uma condição de fluido ideal onde a velocidade é constante, a influência da viscosidade se dá apenas dentro da camada-limite. Em um escoamento confinado, as camadas-limites se desenvolvem até se fundirem e todo o escoamento dentro do conduto fica sob efeito da viscosidade, com a velocidade sendo constante ao longo de todo o escoamento. E) Em uma placa plana, a camada-limite se desenvolve a partir da parede, onde a velocidade é zero em toda a região, até a chegar em uma condição de fluido ideal, na qual a velocidade é constante, a influência da viscosidade se dá apenas dentro da camada-limite. Em um escoamento confinado, as camadas-limites se desenvolvem até se fundirem, e todo o escoamento dentro do conduto fica sob efeito da viscosidade, com a velocidade sendo zero junto às paredes do conduto e máxima no centro do escoamento. Na prática A turbulência é um fator essencial para o ser humano sobreviver no contexto urbano atual, pois ela é responsável por uma parte importante do tratamento de água realizado pelas grandes companhias de saneamento. Os rios e mananciais que que servem como fonte de água para as cidades estão cada vez mais poluídos e necessitam que essa água oriunda de fontes poluída passe por uma transformação até chegar à casa do consumidor de forma que ele possa beber, tomar banho, lavar alimentos, entre outros. As fases de um tratamento convencional de água são as seguintes: CAPTAÇÃO – a água é retirada do rio e encaminhada para o início do tratamento; MISTURA RÁPIDA - substâncias químicas são introduzidas na água, elas facilitam o aglutinamento de impurezas; FLOCULAÇÃO – fase em que ocorre o aglutinamento de fato, pequenas impurezas se unem, formando flocos maiores, que são mais facilmente removidos; DECANTAÇÃO - escoamento lento, em que os flocos maiores se depositam no fundo e a água é retirada através de um vertedor; FILTRAÇÃO – a água passa por camadas filtrantes que removem os flocos menores; CLORAÇÃO E FLUORETAÇÃO - inseridos em quantidade não prejudicial ao consumo humano, destroem microrganismos e colaboram na redução da incidência de cárie dentária. É na mistura rápida que o escoamento turbulento se faz tão importante. Em um fluxo altamente turbulento, são colocados os coagulantes que devem se dispor uniformemente na massa líquida, de tal maneira que cada litro de água a tratar receba aproximadamente a mesma quantidade de reagente no menor tempo possível, já que o coagulante se hidrolisa e começa a se polimerizar em uma fração de segundo após o seu lançamento na água. Essa mistura tem de ser desenvolvida no menor espaço de tempo possível de modo a não possibilitar a reação dos íons coagulantes com as OH- presentes na água, por isso um alto grau de turbulência é importante. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Experimento mais demorado do mundo finalmente é filmado Aponte a câmera parao código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. The Reynolds Number Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Influência da mistura rápida hidráulica nas operações de floculação e sedimentação Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. A dinâmica dos fluidos complementada e a sustentação da asa http://hypescience.com/experimento-mais-demorado-do-mundo-finalmente-e-filmado-video/ http://www.sixtysymbols.com/videos/reynolds.htm http://revistadae.com.br/artigos/artigo_edicao_143_n_146.pdf Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Walking with coffee: why does it spill? Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. http://www.scielo.br/pdf/rbef/v23n4/v23n4a09.pdf http://journals.aps.org/pre/abstract/10.1103/PhysRevE.85.046117
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