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Aula 09_Limitações Constitucionais do Poder de Tributar

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CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E 
ICMS/RJ 
PROFESSOR: EDVALDO NILO 
1 
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Limitações Constitucionais do Poder de Tributar (Parte 
1) 
 
1. Conceito e classificação das imunidades tributárias 
 
A CF/88 estabelece sob o titulo “Limitações ao Poder de 
Tributar” os princípios constitucionais tributários, bem como as 
chamadas imunidades tributárias. 
 
A imunidade tributária pode ser conceituada como uma 
hipótese constitucional de intributabilidade ou de não-incidência 
constitucionalmente qualificada. 
 
Nesse rumo, a doutrina destaca o aspecto formal e 
material da imunidade tributária. 
 
A respeito do aspecto formal, entende-se que a 
imunidade é a impossibilidade jurídica da tributação, em razão da 
ausência de competência tributária dos entes federativos. Sob o 
aspecto material ou substancial, compreende-se que a imunidade 
é o direito público subjetivo de não ser tributado, segundo o 
especificado expressamente ou implicitamente nas normas 
constitucionais. 
 
Assim sendo, as imunidades tributárias podem ser 
classificadas nas seguintes categorias: (i) subjetivas ou pessoais, 
objetivas ou reais e mistas (subjetiva e objetiva); (ii) ontológicas e 
políticas; (iii) gerais ou genéricas e tópicas ou especiais; (iv) 
condicionadas ou incondicionadas; (v) explícita ou implícitas. 
 
Na primeira classificação (i), considera-se a forma de 
previsão da norma imunizante. 
 
A imunidade subjetiva ou pessoal é aquela que leva em 
consideração o sujeito, isto é, é concedida pela norma 
constitucional em razão da qualidade da pessoa. Por exemplo, a 
imunidade das entidades sindicais dos trabalhadores (art. 150, VI, 
“c”). A imunidade objetiva ou real é concedida em virtude da 
qualidade da coisa, do objeto ou da mercadoria, ou seja, refere-se a 
matéria tributável. Por exemplo, a imunidade dos livros, jornais, 
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periódicos e o papel destinado a sua impressão (art. 150, VI, “d”). 
Por sua vez, a imunidade mista (subjetiva e objetiva) envolve 
aspectos pessoais e reais. Como exemplo, a imunidade 
concernente ao ITR no que se refere às “pequenas glebas rurais, 
definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua 
outro imóvel”. 
 
Na segunda classificação (ii), considera-se o aspecto da 
imunidade tributária ser ou não ser conseqüência direta ou 
necessária de princípio constitucional fundamental. 
 
A imunidade ontológica é conseqüência necessária do 
princípio da igualdade, sendo seu exemplo clássico a imunidade 
recíproca disposta no art. 150, VI, “a”, da CF/88. É característica 
básica da imunidade ontológica a qualidade de ser clausula pétrea, 
isto é, proposta de emenda constitucional tendente abolir tal 
imunidade não deve ser objeto de deliberação pelo Poder 
Legislativo. Já a imunidade política deve ser reconhecida 
expressamente pelo texto constitucional, eis que não decorre 
necessariamente de princípio constitucional fundamental, podendo, 
portanto, ser alterado pelo exercício do poder constituinte derivado. 
Por exemplo, a imunidade referente aos impostos incidentes sobre 
operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de 
reforma agrária (art. 184, §5°). 
 
Na terceira classificação (iii), considera-se o alcance das 
normas constitucionais imunizantes. 
 
A imunidade geral é dirigida a todos os entes federativos e 
alcançam os impostos de forma genérica, estando prevista no art. 
150, VI, da CF/88. A imunidade tópica ou específica se dirige a um 
único tributo, podendo ser, por exemplo, um imposto ou uma taxa, 
tais como o IPI que não pode incidir sobre a exportação de produtos 
industrializados (art. 153, §3°, III, da CF/88) e a taxa que não pode 
incidir na obtenção de certidões em repartições públicas, para a 
defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse 
pessoal (art. 5°, XXXIV, “b”, da CF/88). 
 
Na quarta classificação (iv), considera-se a existência ou 
não de autorização na norma constitucional imunizante para que as 
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normas infraconstitucionais fixem requisitos para a concessão da 
imunidade. 
 
Neste sentido, a imunidade condicionada é aquela que 
depende da observância de requisitos legais para a sua 
implementação. Por exemplo, a imunidade estabelecida para as 
instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
que devem atender os requisitos da lei, de acordo com o art. 150, 
VI, “c”, da CF/88. Por outro lado, a imunidade incondicionada 
independe de qualquer condição estabelecida pela legislação 
infraconstitucional para operar sua eficácia plena e aplicabilidade 
imediata. Por exemplo, a imunidade recíproca (CF, art. 150, VI, “a”). 
 
Por fim, a quinta classificação se divide normas 
constitucionais imunizantes explícitas ou implícitas. 
 
A imunidade explícita está expressamente ou literalmente 
prevista no texto constitucional, tal como as dispostas nas alíneas 
“a” a “d”, do inc. VI, do art. 150. A imunidade implícita decorre da 
interpretação sistemática do próprio texto constitucional, tal como a 
imunidade que garante o mínimo existencial, que são as condições 
mínimas para a sobrevivência digna do ser humano. 
 
Sobre o tema Ricardo Lobo Torres afirma que “algumas 
imunidades no mínimo existencial estão implícitas no texto maior. 
(...) O imposto de renda não incide sobre o mínimo imprescindível à 
sobrevivência do declarante, nem sobre as quantias necessárias à 
subsistência de seus dependentes, dedutíveis da renda bruta; 
cuida-se de imunidade do mínimo existencial”. 
 
Por sua vez, quero aqui já destacar que a imunidade 
tributária não exclui a atribuição, por lei, às entidades nele referidas, 
da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na 
fonte, e não as dispensa da prática de atos, previstos em lei, 
assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias por 
terceiros, de acordo com o §1°, do art. 9°, do CTN, que ainda tem 
validade jurídica. 
 
Isto é, a imunidade tributária não dispensa a pessoa 
alcançada por ela de ser responsável tributário (arts. 128 a 138 do 
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CTN), bem como do cumprimento das obrigações tributárias 
acessórias. 
 
É importante também ressaltar novamente as diferenças 
entre imunidade, isenção e não-incidência. 
 
A imunidade é uma delimitação negativa de competência 
tributária, ou seja, não há competência tributária. 
 
Como a competência tributária é a aptidão para 
determinado ente criar o tributo, a imunidade traduz um elemento 
de incompetência tributária, sendo considerada uma “zona” na qual 
não poderá haver tributação e consequentemente incidência 
tributária. 
 
A imunidade tem sede na CF/88, materializando uma 
dispensa constitucional de pagamento de tributo. 
 
Sendo assim, há dispositivos constitucionais que 
transmitem o teor de “falsas” isenções, representando nítidas 
“imunidades”, existindo equívoco por parte do legislador 
constitucional. 
 
Por exemplo, o art. 195, §7°, da CF/88, que dispõe: “São 
isentas de contribuições para a seguridade social às entidades 
beneficentes de assistência social que atendam às exigências 
estabelecidas em lei”. 
 
Já a isenção é a dispensa legal de pagamento de um 
tributo devido, isto é, a autoridade não pode cobrar o tributo, eis 
que, mesmo acontecendo à incidência tributária (ocorre o fato 
gerador), está impedido de realizar o lançamento tributário. 
 
Portanto, decorre do exercício da competência tributária, 
sendo veiculada em norma infraconstitucional e acontece o fato 
gerador, porém não há constituição do crédito tributário. 
 
Na “não-incidência”o acontecimento no mundo dos fatos 
não corresponde à descrição legal. 
 
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Assim, na não-incidência faltam elementos para enquadrar 
determinado fato na hipótese de incidência (fato gerador in 
abstrato), ou seja, é a não previsão do fato na hipótese de 
incidência. 
 
Por exemplo, o simples fato de viajar para o exterior não 
se ajusta a hipótese de incidência de qualquer tributo federal, 
estadual ou municipal. 
 
Segue quadro comparativo distinguindo (i) isenção, (ii) 
imunidade e (iii) não-incidência: 
 
 Isenção Imunidade Não-incidência 
Quanto à 
categoria da lei 
criadora 
Lei 
infraconstitucional 
ou ordinária (norma 
infraconstitucional) 
Lei Constitucional 
(norma 
constitucional) 
_ 
Quanto à 
competência 
Decorre do exercício 
da competência 
tributária 
Limitação 
constitucional ao 
poder de tributar, 
(não existe 
competência 
tributária) 
_ 
Quanto à 
ocorrência do fato 
gerador 
Ocorre o fato 
gerador (há 
incidência 
tributária) 
Não ocorre o fato 
gerador (não há 
incidência) 
Não ocorre o 
gerador (não há 
incidência) 
 
 
A ESAF cobrou a seguinte questão em 2009: 
 
1. (ESAF/SEFAZ/SP/2009) As imunidades 
tributárias são classificadas em: 
a) ontológicas e políticas. 
b) proporcionais e progressivas. 
c) diretas e indiretas. 
d) cumulativas e não cumulativas. 
e) vinculadas e não vinculadas. 
 
A resposta é a letra “a”. Não tem pra onde correr... 
 
Outras questões que já podemos responder: 
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2. (Procurador/INSS/98/CESPE/UNB) Acerca da 
imunidade jurídico-tributária, é correto afirmar que 
(1) ( ) opera na demarcação constitucional das 
competências tributárias. 
(2) ( ) constitui direito público subjetivo de não ser 
tributado. 
(3) ( ) abrange tão somente impostos. 
(4) ( ) seu gozo não pode depender do 
atendimento de requisitos estabelecidos em 
norma infraconstitucional. 
(5) ( ) pode ser outorgada tendo em vista 
pressupostos de natureza pessoal e/ou material. 
 
3. (TRF/2005/ESAF/Adaptada) Em relação às 
imunidades, avalie as afirmações abaixo e, em 
seguida, marque a opção correta. 
I. A diferença básica entre imunidade e não-
incidência está em que a primeira atua no plano 
da definição da competência, e a segunda no 
plano do exercício da competência. 
II. As imunidades podem ser definidas em função 
de condições pessoais de quem venha a vincular-
se às situações materiais que ensejariam a 
tributação. 
III. As imunidades podem ser definidas em função 
do objeto suscetível de ser tributado. 
IV. A Constituição, ao definir a competência, 
excepciona determinadas situações que, não 
fosse a imunidade, estariam dentro do campo da 
competência, mas por força da norma de 
imunidade, permanecem fora do alcance do 
poder de tributar. 
a) Todos os itens estão corretos. 
b) Há apenas um item correto. 
c) Há dois itens corretos. 
d) Há três itens corretos. 
e) Todos os itens estão errados. 
 
A segunda questão é V, V, E, E e V. 
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A imunidade tributária opera na demarcação constitucional 
das competências tributárias, uma vez que inexiste competência 
tributária dos entes federativos (V). 
 
A imunidade tributária constitui direito público subjetivo de 
não ser tributado, de acordo com o seu aspecto material ou 
substancial (V). 
 
A imunidade tributária não abrange tão somente impostos, 
podendo abranger outros tributos, como a taxa (art. 5°, XXXIV, “a” e 
“b”, da CF/88) ou a contribuição para financiamento da seguridade 
social (art. 195, §7°, da CF/88). 
 
O gozo da imunidade pode depender do atendimento de 
requisitos estabelecidos em norma infraconstitucional. São as 
imunidades condicionadas aos requisitos das normas 
infraconstitucionais. Por exemplo, a imunidade prevista no art. 150, 
VI, “c”, da CF/88. 
 
A imunidade pode ser outorgada tendo em vista 
pressupostos de natureza pessoal e/ou material (V). Conforme 
estudamos no corpo da aula, são as imunidades classificadas como 
subjetiva ou pessoal, objetiva ou real (material) e mista (subjetiva e 
objetiva). 
 
A terceira questão é letra “a”. Todos os itens estão 
corretos. 
 
Agora vamos estudar com maiores detalhes as imunidades 
gerais ou genéricas do art. 150, VI, do texto constitucional, que 
abarcam apenas os impostos. 
 
Antes, vale à pena citar o referido dispositivo e seus 
desdobramentos, a saber: 
 
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias 
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: 
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VI - instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
b) templos de qualquer culto; 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos 
políticos, inclusive suas fundações, das entidades 
sindicais dos trabalhadores, das instituições de 
educação e de assistência social, sem fins 
lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a 
sua impressão. 
§ 2º - A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva 
às autarquias e às fundações instituídas e 
mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao 
patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a 
suas finalidades essenciais ou às delas 
decorrentes. 
§ 3º - As vedações do inciso VI, “a”, e do 
parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, 
à renda e aos serviços, relacionados com 
exploração de atividades econômicas regidas 
pelas normas aplicáveis a empreendimentos 
privados, ou em que haja contraprestação ou 
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, 
nem exonera o promitente comprador da 
obrigação de pagar imposto relativamente ao 
bem imóvel. 
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, 
alíneas “b” e “c”, compreendem somente o 
patrimônio, a renda e os serviços, relacionados 
com as finalidades essenciais das entidades 
nelas mencionadas”. 
 
Já aproveite também para responder a seguinte questão: 
 
4. (FGV/ICMS/RJ/2007) De acordo com o art. 150 
da CRFB/88, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios instituir: 
(A) tributos sobre patrimônio, renda ou serviços, 
uns dos outros; templos de qualquer culto; 
patrimônio, renda ou serviços dos partidos 
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políticos, inclusive suas fundações, das entidades 
sindicais dos trabalhadores, das instituições de 
educação e de assistência social, sem fins 
lucrativos, atendidos os requisitos da lei; livros, 
jornais, periódicos e o papel destinado a sua 
impressão. 
(B) impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, 
uns dos outros; templos de qualquer culto; 
patrimônio, renda ou serviços dos partidos 
políticos, inclusive suas fundações, das entidades 
sindicais dos trabalhadores, das instituições de 
educação e de assistência social, sem fins 
lucrativos, atendidos os requisitos da lei; livros, 
jornais, periódicos e o papel destinado a sua 
impressão. 
(C) impostos ou contribuições sobre patrimônio, 
renda ou serviços, uns dos outros; templos de 
qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos 
partidos políticos, inclusive suas fundações, das 
entidades sindicais dos trabalhadores, das 
instituições de educação e de assistência social, 
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
livros, jornais, periódicos e o papel destinado a 
sua impressão. 
(D) tributos e impostos sobre patrimônio, renda 
ou serviços, uns dos outros; templos de qualquer 
culto; patrimônio, renda ou serviços dos partidos 
políticos, inclusive suas fundações, dasentidades 
sindicais dos trabalhadores, das instituições de 
educação e de assistência social, sem fins 
lucrativos, atendidos os requisitos da lei; livros, 
jornais, periódicos e o papel destinado a sua 
impressão. 
(E) contribuições e tributos sobre patrimônio, 
renda ou serviços, uns dos outros; templos de 
qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos 
partidos políticos, inclusive suas fundações, das 
entidades sindicais dos trabalhadores, das 
instituições de educação e de assistência social, 
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
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livros, jornais, periódicos e o papel destinado a 
sua impressão. 
 
A resposta é a letra “b”, de acordo com o art. 150, VI, “a”, 
“b”, “c” e “d”, da CF/88. 
 
Então, vamos lá. 
 
1.1 Imunidade Recíproca 
 
A imunidade tributária recíproca, também denominada 
de imunidade intergovernamental, refere-se à proibição da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios de instituir 
impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, bem 
como é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e 
mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à 
renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou 
às delas decorrentes. 
 
Assim, entende-se que a imunidade recíproca é subjetiva, 
porque diz respeito a determinadas pessoas jurídicas, sendo 
aplicável aos impostos. Deste modo, não deve ser invocada na 
hipótese de contribuições previdenciárias (ADI 2.024) e não alcança 
as taxas (RE 364.202). 
 
A imunidade recíproca é ontológica, sendo consequencia 
necessária do princípio da isonomia das pessoas políticas e suas 
concretizações lógicas, como o princípio federativo do Estado 
brasileiro, a autonomia dos Municípios e a capacidade contributiva. 
Portanto, é clausula pétrea e garantia fundamental da Federação, 
conforme entendimento também do STF (ADI 939). 
 
A imunidade recíproca é incondicionada, porque não 
necessita de normas infraconstitucionais para sua plena eficácia, 
que é decorrência imediata do texto constitucional. 
 
A CF/88 estabelece expressamente que a imunidade 
recíproca apenas incide sobre os impostos incidentes sobre serviço, 
patrimônio ou renda. Portanto, de acordo com o sentido literal do 
texto, a imunidade recíproca não alcança os impostos classificados 
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pelo CTN como impostos sobre circulação de riquezas e produção 
(IPI, IOF e ICMS). 
 
Assim, entendeu o STF que imunidade de que trata o 
artigo 150, VI, a, da CF/88, somente se aplica a imposto incidente 
sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio Município, sendo que 
este não é contribuinte de direito do ICMS, descabendo confundi-lo 
com a figura do contribuinte de fato e a imunidade recíproca não 
beneficia o contribuinte de fato (AI 671.412-AgR). 
 
Neste sentido, entende-se que imunidade ou a isenção 
tributária do comprador não se estende ao produtor, contribuinte do 
IPI, conforme a súmula 591 do STF. 
 
O STF também já assentou que quando o fornecedor da 
iluminação pública não é o Município, mas sim determinada 
sociedade de economia mista (contribuinte de direito), que paga o 
ICMS ao Estado e o inclui no preço do serviço disponibilizado ao 
usuário, não há que se falar em imunidade tributária recíproca, 
pressupondo esta a instituição de imposto incidente sobre serviço, 
patrimônio ou renda do próprio Município (ADI 457-MC). 
 
Por sua vez, o STF já reconheceu a imunidade tributária 
recíproca ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - 
INCRA (CF, art. 150, VI, “a”, e § 2º), relativamente ao não 
recolhimento de ICMS por eventual exploração de unidade 
agroindustrial. Aqui, o INCRA era contribuinte de direito, 
entendendo-se que a atividade exercida pela mencionada autarquia 
federal não se enquadra dentre aquelas sujeitas ao regime tributário 
próprio das empresas privadas, considerando que a ocasional 
exploração dessa unidade está no âmbito de sua destinação social 
em setor relevante para a vida nacional. Observou também o STF 
que a imunidade tributária disposta no §2°, do art. 150, da CF/88, só 
deixa de operar quando a natureza jurídica da entidade estatal é de 
exploração de atividade econômica (RE-242827). 
 
Em relação ao IOF o entendimento do STF é no sentido da 
plena eficácia da imunidade recíproca nas operações financeiras 
realizadas pelos Municípios, Estados ou Distrito Federal (RE 
196.415-PR). 
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O STF também já decidiu que a imunidade alcança os 
ganhos resultantes de operações financeiras (AI 172.890-AgR). 
 
Noutro ponto, a imunidade recíproca não se aplica ao 
patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de 
atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a 
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou 
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o 
promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente 
ao bem imóvel, segundo o §3°, do art. 150, da CF/88. 
 
No mesmo sentido, a CF/88 fixa que a empresa pública, a 
sociedade de economia mista e suas subsidiárias que explorem 
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou 
de prestação de serviços devem se submeter ao regime jurídico 
próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e 
obrigações tributárias, bem como preceitua que as empresas 
públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de 
privilégios fiscais não extensivos às do setor privado (art. 173, §1°, 
II c/c §2°). 
 
Destarte, em princípio, a imunidade tributária recíproca 
não alcançaria as empresas públicas e sociedades de economia 
mista, exceto quanto às atividades tipicamente estatais. 
 
Assim, o STF afirma que a imunidade recíproca alcança a 
empresa pública prestadora de serviço público e a sociedade de 
economia mista prestadora de serviço público, pois estas não se 
confundem com empresas públicas que exercem atividade 
econômica em sentido estrito. 
 
Neste contexto, o STF compreendeu que a Empresa 
Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária - INFRAERO está 
abrangida pela imunidade tributária recíproca, uma vez que é 
empresa pública federal que tem por atividade-fim prestar serviços 
de infra-estrutura aeroportuária, mediante outorga da União, a quem 
constitucionalmente deferido, em regime de monopólio, tal encargo, 
de acordo com o art. 21, XII, “c” (RE 363.412-AgR). 
 
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Do mesmo modo, em relação a Empresa Brasileira de 
Correios e Telégrafos (ECT), reputando-se plausível a extensão da 
imunidade recíproca à propriedade de veículos automotores 
destinados à prestação de serviços postais (ACO 765-AgR), bem 
como se estendeu a aplicação da imunidade recíproca à CAERD – 
Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia, sociedade de 
economia mista estadual prestadora de serviço público (AC 1550-
2). 
 
Nessa senda, o STF também entende que a imunidade 
recíproca abrange bens públicos sob uso de concessionárias de 
serviço público, afirmando que imóveis que compõem o acervo 
patrimonial do Porto de Santos, integrantes do domínio da União 
são imunes a tributação do IPTU pela municipalidade, 
independentemente de encontrarem-se tais bens ocupados pela 
empresa dos serviços portuários (RE 253.394; RE 597.563-AgR). 
 
Ressalto também outra decisão em que o STF firmou o 
posicionamento de que os imóveis situados no porto, área de 
domínio público da União, e que se encontram sob custódia da 
companhia, em razão de delegação prevista na Lei de Concessões 
Portuárias, nãopodem sofrer incidência do IPTU, por tratar-se de 
bem e serviço de competência atribuída ao poder público (artigos 
21, XII, “f” e 150, VI, da CF). Entretanto, inexiste imunidade no 
que se refere às taxas, uma vez que o preceito constitucional só 
faz alusão expressa a imposto (AI 458.856-AgR). 
 
Destaco, por sua vez, que o STF compreende como 
constitucional os Municípios instituírem ISS sobre os serviços de 
registros públicos, cartorários e notariais, entendendo-se tratar-se, 
no caso, de atividade estatal delegada, tal como a exploração de 
serviços públicos essenciais, mas que, enquanto exercida em 
caráter privado, com intuito de lucrativo, seria serviço sobre o 
qual incidiria o ISS (Informativo 494). 
 
Por fim, realço a interpretação da parte final do §3º, do art. 
150, da CF/88, dispondo que a imunidade não exonera o promitente 
comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem 
imóvel, ou seja, a imunidade do ente público referente ao 
pagamento de imposto incidente sobre bem imóvel não ocorre no 
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caso do imóvel objeto de promessa de venda a particular ou a 
terceiro não acobertado pela imunidade tributária. 
 
Daí a súmula 583 do STF, dispondo que o promitente 
comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é 
contribuinte do IPTU. 
 
Mãos na massa: 
 
5. (FTE/PA/2002/ESAF) A não-incidência de 
impostos sobre as autarquias e as fundações 
públicas, no que se refere ao patrimônio, à renda 
e aos serviços vinculados às suas finalidades 
essenciais ou delas decorrentes, resulta de: 
a) remissão. 
b) anistia. 
c) isenção. 
d) imunidade. 
e) moratória. 
 
6. (ESAF/SEFAZ/CE/2006) A norma que impede 
que a União, os estados, o Distrito Federal e os 
municípios tributem, reciprocamente, seus 
patrimônios, rendas ou serviços, denomina-se 
a) imunidade. 
b) isenção. 
c) norma geral anti-elisiva. 
d) anistia. 
e) não-incidência. 
 
7. (AFTN/96/ESAF) Quanto às imunidades 
tributárias, é procedente afirmar que: 
a) são reguladas exclusivamente mediante lei 
ordinária federal. 
b) não se aplicam às taxas e contribuições 
sociais. 
c) podem ser instituídas por intermédio de lei 
complementar. 
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d) são extensivas aos partidos políticos, no que 
se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços 
vinculados ou não às suas atividades essenciais. 
e) são normas constitucionais que colaboram no 
desenho das competências impositivas. 
 
8. (AFTN/94/ESAF) Sobre as imunidades 
tributárias, podemos afirmar que 
a) não se aplicam às taxas e aos impostos sobre 
o comércio exterior. 
b) podem ser instituídas por intermédio de lei 
complementar. 
c) são extensivas às autarquias e às fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que 
se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, 
vinculados ou não a suas finalidades essenciais. 
d) impossibilitam sejam previstos fatos geradores 
da obrigação tributária para os casos por ela 
abrangidos. 
e) são hipóteses de não-incidência legalmente 
qualificada. 
 
9. (TRF/2002.2/ESAF) Assinale a opção correta. 
a) As empresas públicas, as sociedades de 
economia mista e suas subsidiárias gozarão dos 
privilégios tributários estabelecidos em lei 
complementar. 
b) As empresas públicas, as sociedades de 
economia mista e suas subsidiárias gozarão dos 
privilégios fiscais estabelecidos em lei 
complementar. 
c) As empresas públicas, as sociedades de 
economia mista e suas subsidiárias gozarão dos 
privilégios tributários estabelecidos em lei, desde 
que extensivos às do setor privado. 
d) As autarquias federais, municipais e estaduais 
gozam de imunidade quanto aos tributos dos 
outros entes políticos em decorrência da 
imunidade recíproca. 
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e) O regime jurídico tributário das empresas 
públicas e das sociedades de economia mista 
que explorem atividade econômica de produção 
ou de comercialização de bens é estabelecido em 
norma complementar da legislação tributária. 
 
10. (CESPE/UNB/Juiz Federal/2007) A União, 
almejando facilitar o escoamento da produção 
nacional de biocombustível para o exterior, 
construiu estrutura portuária em imóvel integrante 
de seu domínio econômico, situado em 
determinado município brasileiro. Para se 
viabilizarem as atividades do porto, os serviços 
portuários foram delegados à pessoa jurídica de 
direito privado que se utiliza do acervo patrimonial 
portuário pertencente à União. Nessa situação, o 
referido município não pode cobrar IPTU da 
empresa delegatária, a qual, todavia, é 
contribuinte de taxa de limpeza urbana. 
 
11. (CESPE/Analista/INSS/2008) A fundação 
pública mantenedora da Universidade de Brasília 
tem imunidade tributária em relação a taxa de 
limpeza pública instituída pelo Distrito Federal. 
 
12. (FCC/Procurador de Contas/TCE/MG/2007) A 
imunidade recíproca 
(A) refere-se a todos os tributos. 
(B) abrange os impostos sobre o patrimônio, 
renda, serviço, circulação de mercadorias, 
produtos industrializados e operações financeiras. 
(C) refere-se a todos os entes políticos e 
entidades da Administração indireta, inclusive 
empresas públicas e sociedades de economia 
mista. 
(D) aplica-se também ao patrimônio, à renda e 
aos serviços relacionados com exploração de 
atividades econômicas regidas pelas normas 
aplicáveis a empreendimentos privados. 
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(E) refere-se à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal, aos Municípios, às autarquias e às 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder 
Público. 
 
13. (FCC/Auditor Fiscal Municipal/São 
Paulo/2007) A Constituição Federal estabelece 
que é vedado à União, aos Estados e aos 
Municípios instituir 
(A) tributos sobre o patrimônio, a renda ou os 
serviços, uns dos outros. 
(B) impostos sobre o patrimônio, a renda ou os 
serviços, uns dos outros. 
(C) tributos sobre o patrimônio, a renda, os 
serviços e a produção, uns dos outros. 
(D) impostos sobre o patrimônio, a renda, os 
serviços e a produção, uns dos outros. 
(E) impostos e taxas sobre o patrimônio, a renda, 
os serviços e a produção, uns dos outros. 
 
A quinta questão é letra “d” e a sexta letra “a”. 
 
A sétima questão é letra “e”. 
 
As imunidades são normas constitucionais que colaboram 
no desenho das competências impositivas, uma vez que impedem a 
incidência tributária. 
 
A letra “a” é incorreta, uma vez que as imunidades 
tributárias são instituídas pela CF/88 e podem ser reguladas pela lei 
complementar, que cabe regular as limitações constitucionais ao 
poder de tributar (imunidades tributárias e princípios constitucionais 
tributários), segundo o art. 146, II, da CF/88. 
 
A letra “b” é incorreta, pois as imunidades tributárias se 
aplicam as taxas e contribuições sociais, conforme observaremos 
no item 2 desta aula. 
 
A letra “c” é incorreta, eis que as imunidades tributárias 
são instituídas pelo texto constitucional 
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A letra “d” é incorreta, uma vez que a imunidade tributária 
concernente aos impostos é extensiva aos partidos políticos, no que 
se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas 
atividades essenciais, conforme §4° do art. 150 da CF/88. 
 
A oitava questão é a letra “d”. 
 
As imunidades tributárias impossibilitam que sejam 
previstos fatos geradores da obrigação tributária para os casos por 
ela abrangidos, eis que falta competência tributária para os entes 
federativos no caso. 
 
A letra “a” é incorreta, uma vez queas imunidades 
tributárias se aplicam às taxas e aos impostos sobre o comércio 
exterior (II e IE). 
 
A letra “b” é incorreta, eis que as imunidades tributárias só 
podem ser instituídas pelo texto constitucional. 
 
A letra “c” é incorreta, uma vez que a imunidade tributária 
concernente aos impostos é extensiva às autarquias e às fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao 
patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades 
essenciais ou às delas decorrentes, de acordo com o §2° do art. 
150 da CF/88. 
 
A letra “e” é incorreta, pois a imunidade tributária é 
hipótese de não-incidência constitucionalmente qualificada. 
 
A nona é a letra “c”. 
 
A questão cobra o art. 173, §2°, da CF/88, dispondo que 
“as empresas públicas e as sociedades de economia mista não 
poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor 
privado”. Portanto, se as empresas do setor privado gozam de 
privilégios fiscais, as empresas públicas e as sociedades de 
economia mista também poderão gozar dos mesmos privilégios, 
obedecendo-se o princípio da isonomia. 
 
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E também cobra o art. 173, §1°, II, afirmando que a lei 
estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade 
de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade 
econômica de produção ou comercialização de bens ou de 
prestação de serviços, dispondo sobre a sujeição ao regime 
jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos 
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e 
tributários. 
 
A décima questão é verdadeira, cobrando a jurisprudência 
do STF sobre o tema, a saber: 
 
“Imóveis situados no porto, área de domínio público da 
União, e que se encontram sob custódia da companhia, 
em razão de delegação prevista na Lei de Concessões 
Portuárias. Não-incidência do IPTU, por tratar-se de bem e 
serviço de competência atribuída ao poder público (artigos 
21, XII, f e 150, VI, da Constituição Federal). Taxas. 
Imunidade. Inexistência, uma vez que o preceito 
constitucional só faz alusão expressa a imposto, não 
comportando a vedação a cobrança de taxas. Agravo 
regimental a que se nega provimento.” (AI 458.856-AgR, 
Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 5-10-04, DJ de 20-4-
07) 
 
A décima primeira (11) questão é falsa, uma vez que a 
imunidade tributária recíproca não alcança as taxas, mas apenas os 
impostos. 
 
A décima segunda (12) é letra “e”. 
 
A letra “a” é incorreta, uma vez que abrange apenas os 
impostos. 
 
A letra “b” é incorreta, pois segundo dicção explícita 
alcança apenas impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns 
dos outros. 
 
As letras “c” e “d” são incorretas, eis que não alcança as 
empresas públicas e sociedades de economia mista relacionadas 
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com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas 
aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja 
contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, de 
acordo com o §3° do art. 150 da CF/88. 
 
A décima terceira é a letra “b”, segundo art. 150, VI, “a”, da 
CF/88. 
 
1.2 Imunidade dos Templos de Qualquer Culto 
 
A imunidade dos templos de qualquer culto, igualmente 
denominada de imunidade religiosa, está prevista no art. 150, VI, “b” 
e §4°, da CF/88, alcançando os impostos sobre o patrimônio, a 
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das 
entidades religiosas. 
 
A imunidade dos templos de qualquer culto tem 
fundamento na preservação da liberdade religiosa, eis que o texto 
constitucional garante a inviolabilidade da liberdade de consciência 
e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos 
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de 
culto e a suas liturgias, de acordo com o art. 5°, VI. 
 
Neste contexto, o Brasil é um Estado laico, pois não há 
uma religião oficial e a imunidade deve abranger qualquer culto 
religioso, atingindo, portanto, todas as religiões. 
 
Segundo o STF, por exemplo, a imunidade tributária 
prevista no art. 150, VI, “b”, proíbe o IPTU sobre imóveis de 
propriedade dos templos que se encontram alugados, eis que deve 
abranger não somente os prédios destinados ao culto, mas, 
também, o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as 
finalidades essenciais das entidades religiosas (RE 325.822). 
 
O STF também entende que os cemitérios que 
consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão 
abrangidos pela imunidade religiosa, como a impossibilidade da 
incidência de IPTU em relação a eles (RE 578.562). 
 
Vamos para as questões: 
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14. (FGV/Advogado/2008/Senado Federal) Em 
determinado município houve a cobrança de 
IPTU sobre área que a Sociedade da Igreja de 
São Jorge utiliza como cemitério. Essa cobrança: 
(A) é legal, pois a norma imunizante inscrita no 
artigo 150, VI, “b”, refere-se tão-somente aos 
templos de qualquer natureza. 
(B) é constitucional, pois a imunidade do artigo 
150, VI, “b”, só compreende os templos e a casa 
do celebrantes. 
(C) é inconstitucional, por ferir o disposto no 
artigo 150, VI, “b”, que protege a liberdade de 
expressão religiosa. 
(D) é válida, se ficar provado que há recursos 
arrecadados com a exploração do cemitério. 
(E) é ineficaz, em face da isenção de que os 
templos gozam, bem como todas as atividades 
relacionadas à liberdade religiosa. 
 
15. (CESPE/Delegado/RN/2009) Os cemitérios 
que consubstanciam extensões de entidades de 
cunho religioso não estão abrangidos pela 
imunidade tributária prevista na CF, uma vez que 
as normas que tratam de renúncia fiscal devem 
ser interpretadas restritivamente. 
 
A décima quarta (14) é letra “c” e a décima quinta (15) é 
falsa, de acordo com o entendimento do STF, a saber: 
 
“Recurso extraordinário. Constitucional. Imunidade 
Tributária. IPTU. Artigo 150, VI, b, CF/88. Cemitério. 
Extensão de entidade de cunho religioso. Os cemitérios 
que consubstanciam extensões de entidades de cunho 
religioso estão abrangidos pela garantia contemplada no 
artigo 150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade da 
incidência de IPTU em relação a eles. A imunidade aos 
tributos de que gozam os templos de qualquer culto é 
projetada a partir da interpretação da totalidade que o texto 
da Constituição é, sobretudo do disposto nos artigos 5º, VI, 
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19, I e 150, VI, “b”. As áreas da incidência e da imunidade 
tributária são antípodas.” (RE 578.562, Rel. Min. Eros 
Grau, julgamento em 21-5-08, DJE de 12-9-08) 
 
1.3 Imunidade dos Partidos Políticos, Entidades 
Sindicais dos Trabalhadores, Instituições de Educação 
e de Assistência Social 
 
O texto constitucional estabelece a proibição de se criar 
impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, 
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos 
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, 
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei, bem como dispõe 
que tal vedação compreende somente o patrimônio, a renda e os 
serviços, relacionados com as finalidades essenciais destas 
entidades, segundo o art. 150, VI, “c” e §4°. 
 
Neste contexto, salienta-se que o enunciado “sem fins 
lucrativos” diz respeito às instituições de educação e de assistência 
social, estabelecendo o STF que a CF/88 remete à lei ordinária a 
fixação de normas sobre a constituição e o funcionamento da 
entidade educacional ou assistencial imune, mas não os lindes da 
imunidade, que, quando susceptíveis de disciplina 
infraconstitucional,ficou reservado à lei complementar, de acordo 
com o art. 146, II (ADI 1.802-MC). 
 
Deste modo, para ser considerada entidade “sem fins 
lucrativos” se deve atender o art. 14 do CTN, estabelecendo os 
requisitos de: 
 
(i) não distribuir qualquer parcela de seu 
patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; 
(ii) aplicar integralmente, no País, os seus 
recursos na manutenção dos seus objetivos 
institucionais; 
(iii) manterem escrituração de suas receitas e 
despesas em livros revestidos de formalidades 
capazes de assegurar a sua exatidão. 
 
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Portanto, na falta de cumprimento destes requisitos, a 
autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício da 
imunidade tributária. 
 
A respeito da abrangência desta imunidade, destaca-se 
desde já que ainda quando alugado a terceiros, permanece imune 
ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas 
pelo art. 150, VI, c, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado 
nas atividades essenciais de tais entidades (Súmula 724 do 
STF), bem como que a imunidade tributária conferida a instituições 
de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, apenas 
alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não 
houver contribuição dos beneficiários (Súmula 730 do STF). 
 
Com base na súmula 724, o STF assentou a imunidade de 
instituição de educação sem finalidade lucrativa (SENAC) 
relativamente ao ITBI referente à aquisição por ela de imóvel locado 
a terceiro, destinando-se os aluguéis a ser aplicados em suas 
finalidades institucionais (RE 235.737). 
 
Por sua vez, o STF entende que a utilização do imóvel 
para atividade de lazer e recreação não configura desvio de 
finalidade com relação aos objetivos da fundação caracterizada 
como entidade de assistência social e decisão que afasta o desvio 
de finalidade para o fim de assegurar a imunidade tributária com 
base no reconhecimento de que a atividade de recreação e lazer 
está no alcance dos objetivos da fundação e não agride o texto 
constitucional (RE 236.174). 
 
Da mesma forma, o fato de os imóveis estarem sendo 
utilizados como escritório e residência de membros das instituições 
de educação e assistência social, sem fins lucrativos, não afasta a 
imunidade prevista no artigo 150, inciso VI, alínea c, § 4º da 
Constituição Federal (RE 221.395). 
 
Noutro ponto, a imunidade em favor das instituições de 
assistência social, abrange o II e o IPI, que incidem sobre bens a 
serem utilizados na prestação de seus serviços específicos (RE 
243.807). 
 
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Nesse rumo, o STF tem entendido que a imunidade das 
entidades de assistência social abrange o ICMS incidente sobre a 
importação de mercadorias utilizadas na prestação de serviços 
específicos (AI 669.257-AgR) e também o ICMS incidente as 
aquisições de produtos no mercado interno, desde que os bens 
adquiridos integrem o patrimônio dessas entidades beneficentes (AI 
535.922-AgR). 
 
Tal entendimento é fundamentado na premissa de que não 
há que “invocar, para o fim de ser restringida a aplicação da 
imunidade, critérios de classificação dos impostos adotados por 
normas infraconstitucionais, mesmo porque não é adequado 
distinguir entre bens e patrimônio, dado que este se constitui do 
conjunto daqueles. O que cumpre perquirir, portanto, é se o bem 
adquirido, no mercado interno ou externo, integra o patrimônio da 
entidade abrangida pela imunidade” (RE 203.755). 
 
O STF também tem reconhecido a imunidade de 
instituição de ensino e de entidade de assistência social, sem fins 
lucrativos, referente ao IOF sobre operações bancárias (RE 
249.980-AgR, RE 241.090). 
 
Com feito, eventual renda obtida pela instituição de 
assistência social mediante cobrança de estacionamento de 
veículos em área interna da entidade, destinada ao custeio das 
atividades desta, também está abrangida pela imunidade (RE 
144.900), bem como a renda obtida na prestação de serviços de 
diversão pública, mediante a venda de ingressos de cinema ao 
público em geral, e aproveitada em suas finalidades assistenciais 
(AI 155.822-AgR). 
 
Agora é hora das questões: 
 
16. (AFRF/2005/ESAF) No tocante às imunidades 
tributárias conferidas às instituições de 
assistência social sem fins lucrativos, só uma 
afirmação não pode ser feita: 
a) É subordinada, entre outros, ao requisito de 
que apliquem integralmente no País os seus 
recursos na manutenção de seus objetivos 
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institucionais, ou de outros que com estes 
guardem semelhança. 
b) Somente alcançam as entidades fechadas de 
previdência social privada se não houver 
contribuição dos beneficiários. 
c) Não excluem a atribuição, por lei, às 
instituições de assistência social, da condição de 
responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter 
na fonte. 
d) Não dispensa tais entidades do cumprimento 
de obrigações tributárias acessórias, como a de 
manterem escrituração de suas receitas e 
despesas em livros revestidos de formalidades 
capazes de assegurar sua exatidão. 
e) Ainda quando alugado a terceiros, permanece 
imune ao IPTU o imóvel pertencente a tais 
instituições, desde que o valor dos aluguéis seja 
aplicado nas atividades essenciais de tais 
entidades. 
 
17. (ATN/Recife/2003/ESAF) É vedado à União, 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios 
instituir impostos sobre patrimônio, renda ou 
serviços das instituições de educação e de 
assistência social, sem fins lucrativos. No 
entanto, de acordo com o Código Tributário 
Nacional, tal imunidade tributária é subordinada à 
observância, pelas referidas instituições, do 
seguinte requisito, entre outros: 
a) aplicarem integralmente, no Brasil ou em suas 
controladas no exterior, os seus recursos na 
manutenção dos seus objetivos institucionais. 
b) não distribuírem qualquer parcela de seu 
patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título. 
c) no caso de instituições de educação, 
oferecerem gratuitamente pelo menos 50% das 
vagas de seus cursos regulares a alunos 
carentes. 
d) não remunerarem seus empregados com 
salários superiores aos pagos por empresas 
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públicas, em se tratando de cargos de iguais 
atribuições. 
e) não distribuírem qualquer parcela de seu 
patrimônio ou de suas rendas, a título de lucro ou 
participação no seu resultado. 
 
18. (AFTE RN/2004/ESAF) Avalie o acerto das 
afirmações adiante e marque com V as 
verdadeiras e com F as falsas; em seguida, 
marque a resposta correta. 
( ) A imunidade tributária conferida pela 
Constituição Federal a instituições de assistência 
social sem fins lucrativos somente alcança as 
entidades fechadas de previdência social privada 
se não houver contribuição dos beneficiários. 
( ) É permitido à União exigir imposto sobre a 
renda auferida por Municípios que provenha de 
aluguel de imóveis a eles pertencentes. 
( ) O imóvel pertencente a entidade sindical de 
trabalhadores, ainda quando alugado a terceiros, 
permanece imune ao imposto sobre propriedade 
predial e territorial urbana (IPTU), desde que o 
valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades 
essenciais de tal entidade. 
a) V, V, V. 
b) V, V, F. 
c) V, F, V. 
d) F, F, V. 
e) F, V, F. 
 
19. (ESAF/SEFAZ/SP/2009) A imunidade sobre o 
patrimônio, renda ou serviços instituída em favor 
das instituições de assistência social não alcança 
o ICMS incidente sobre os bens por elas 
fabricados, posto repercutir economicamente no 
consumidor e não atingir o patrimônio, nem 
desfalcar as rendas, nem reduzir a eficácia dos 
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A décima sexta (16) é letra “a”, porque o CTN dispõe 
“aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção 
dos seus objetivos institucionais” (art. 14, II) e não tem qualquer 
referência a parte final do que está expresso nesta letra (“ou de 
outros que com estes guardem semelhança”). 
A letra “b” é correta, de acordo com súmula 730 do STF. 
 
As letras “c” e “d” são corretas, segundo art. 9°, §1°, c/c 
art. 14, III, do CTN. 
 
A letra “e” é correta, de acordo com súmula 724 do STF. 
 
A décima sétima (17) é letra “b”. 
 
O art. 14 do CTN estabelece os seguintes requisitos: (i) 
não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas 
rendas, a qualquer título; (ii) aplicar integralmente, no País, os seus 
recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais e (iii) 
manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros 
revestidos de formalidades capazes de assegurar a sua exatidão. 
 
A décima oitava (18) é letra “c” (V, F, V). 
 
A imunidade tributária conferida pela Constituição Federal 
a instituições de assistência social sem fins lucrativos somente 
alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não 
houver contribuição dos beneficiários, segundo a súmula 730 do 
STF. 
Não é permitido à União exigir IR auferida por Municípios 
que provenha de aluguel de imóveis a eles pertencentes, eis que 
esta renda está abrangida pela imunidade recíproca disposta no art. 
150, VI, “a”, da CF/88. 
 
O imóvel pertencente a entidade sindical de trabalhadores, 
ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao imposto 
sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU), desde que o 
valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tal 
entidade, de acordo com a súmula 724 do STF. 
 
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A décima nona (19) é falsa, de acordo com a 
jurisprudência do STF, a saber: 
 
“ICMS. Imunidade. (...). Aquisição de mercadorias e 
serviços no mercado interno. Entidade beneficente. A 
imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da 
Constituição, compreende as aquisições de produtos no 
mercado interno, desde que os bens adquiridos integrem o 
patrimônio dessas entidades beneficentes.” (AI 535.922-
AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 30-9-08, DJE 
de 14-11-08) 
 
“Tributário. ICMS. Imunidade. Operações de importação de 
mercadoria realizada por entidade de assistência social. 
(...) A jurisprudência da Corte é no sentido de que a 
imunidade prevista no art. 150, VI, c, da Constituição 
Federal abrange o ICMS incidente sobre a importação de 
mercadorias utilizadas na prestação de seus serviços 
específicos”. (AI 669.257-AgR, Rel. Min Ricardo 
Lewandowski, julgamento em 17-3-09, 1ª Turma, DJE de 
17-4-09). 
 
1.4 Imunidade dos Livros, Jornais, Periódicos e o Papel 
destinado a sua impressão 
 
A imunidade dos livros, jornais, periódicos e do papel 
destinado a sua impressão, também chamada de imunidade 
cultural, está prevista no art. 150, VI, “d”, visando concretizar 
diversas normas jurídicas constitucionais, tais como a livre 
manifestação de pensamento (art. 5°, IV), da atividade artística, 
intelectual, científica e da comunicação (art. 5°, IX) e o acesso à 
informação (art. 5°, XIV). 
 
Segundo a súmula 657 do STF, a imunidade cultural 
abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de 
jornais e periódicos. 
 
Nessa senda, o STF entende como imunes os filmes 
destinados à produção de capas de livros, denominados de “filme 
Bopp” (AI 597.746-AgR); o chamado papel fotográfico — filmes não 
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impressionados (RE 203.859); o papel, papel fotográfico e papel 
para artes gráficas consumidos no processo produtivo do jornal (RE 
276.842-ED); os materiais relacionados somente com papel, tais 
como papel fotográfico, papel telefoto, filmes fotográficos, 
sensibilizados, não impressionados, para imagens monocromáticas, 
papel fotográfico para fotocomposição por laser (RE 178.863). 
 
Assim sendo, o STF assenta a impossibilidade de a 
imunidade cultural ser estendida a outros insumos não 
compreendidos no significado do enunciado papel destinado à sua 
impressão (RE 324.600-AgR). 
 
Destarte, não tem imunidade a tinta utilizada para a 
impressão dos livros, jornais e periódicos ou os serviços de 
composição gráfica necessários à confecção dos livros, jornais e 
periódicos (RE 230.782). 
 
Por sua vez, o STF compreende que o poder constituinte 
originário não fez qualquer ressalva quanto ao valor artístico ou 
didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade 
cultural de uma publicação, assim, não cabe ao aplicador da norma 
constitucional afastar a imunidade cultural instituída para proteger 
direito tão importante ao exercício da democracia, por força de um 
juízo subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor pedagógico 
de uma publicação (RE 221.239). 
 
Neste sentido, a imunidade alcança o álbum de figurinhas; 
listas telefônicas (RE 114.790); as chamadas apostilas para estudo, 
considerando-as manuais técnicos didáticos (RE 183.403). 
 
Entretanto, o produto tem que ser algo considerado livro, 
jornal ou periódico, o que não inclui, por exemplo, cadernos e 
blocos de papel para anotações, livros contábeis, calendários, 
agendas de anotações e os encartes exclusivos de propaganda 
distribuídos com jornais e periódicos (RE 213.094). 
 
Noutro ponto, ressalta-se que esta imunidade é objetiva, 
pois se relaciona aos livros, jornais, periódicos e o papel destinado 
a sua impressão, portanto não se estende às editoras, autores, 
empresas jornalísticas ou de publicidade, que permanecem sujeitas 
à tributação pelas receitas e pelos lucros auferidos (RE 206.774). 
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Com efeito, não são alcançados pela imunidade cultural os 
impostos incidentes sobre os rendimentos das atividades da livraria, 
da banca de jornal ou dos empresários deste ramo. 
 
As questões sobre o assunto são as que se segue: 
 
20. (CESPE/Analista/INSS/2008) A imunidade 
tributária concedida a jornais não alcança a tinta 
utilizada para a impressão. 
 
21. (CESPE/TCE/GO/2007/adaptada) A CF veda 
a instituição de impostos sobre jornais, mas a 
imunidade não abrange tinta especial utilizada 
para a confecção dos mesmos. 
 
22. (ESAF/Procurador do TCE/GO/2007) Entre as 
afirmativas abaixo, relativas à imunidade e 
isenções tributárias, assinale a correta. 
a) Os partidos políticos são entidades imunes, 
benefício que não se estende às suas fundações. 
b) A imunidade de entidade educacional sem fins 
lucrativos não é extensiva aos aluguéis de 
apartamento de sua propriedade revertidos às 
suas finalidades institucionais. 
c) A imunidade tributária incidente sobre livros só 
é extensível ao papel nele utilizado se a obra tiver 
fins didático-educacionais. 
d) A isenção por prazo certo e em função de 
determinadas condições atendidas pelo sujeito 
passivo gera direito adquirido. 
e) A empresa pública Caixa Econômica Federal, 
que exerce atividade econômica, é abrangida 
pela imunidade tributária recíproca, não se 
sujeitando ao pagamento de imposto sobre 
propriedade de veículos automotores incidentes 
sobre seus carros. 
 
23. (AFRF/2003 – ESAF) · Entidade fechada de 
previdência privada, que só confere benefícios 
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aos seus filiados desde que eles recolham as 
contribuições pactuadas, goza de imunidade 
tributária? 
· Segundo entendimentofirmado pelo Supremo 
Tribunal Federal, filmes fotográficos destinados à 
composição de livros, jornais e periódicos estão 
abrangidos por imunidade tributária? 
· A Constituição Federal veda a instituição de 
contribuição social para a seguridade social sobre 
o lucro auferido por pessoas jurídicas, que 
decorra de comercialização de livros, jornais, 
periódicos e papel destinado a sua impressão? 
a) Não, sim, não. 
b) Não, não, sim. 
c) Não, não, não. 
d) Sim, sim, não. 
e) Sim, não, sim. 
 
24. (FCC/Defensoria Pública Estadual/São 
Paulo/2009) A respeito das limitações do poder 
de tributar, assinale a opção INCORRETA. 
(A) A imunidade prevista sobre a tributação do 
patrimônio, renda ou serviços das instituições de 
assistência social inclui as rendas recebidas dos 
imóveis alugados, quando aplicadas em suas 
finalidades essenciais. 
(B) A concessão da imunidade sobre livros, 
jornais e periódicos independe da prova do valor 
cultural ou pedagógico da publicação. 
(C) À União, aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios é vedado instituir impostos sobre 
o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, 
inclusive nas hipóteses em que o patrimônio, a 
renda ou os serviços estejam relacionados com 
explorações de atividades econômicas regidas 
pelas normas aplicáveis a empreendimentos 
privados. 
(D) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios estabelecer diferença tributária 
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entre bens e serviços, de qualquer natureza, em 
razão de sua procedência ou destino. 
(E) Segundo entendimento consolidado no 
Supremo Tribunal Federal, a imunidade tributária 
recíproca se estende à Empresa Brasileira de 
Correios e Telégrafos, ECT, por se tratar de 
empresa pública prestadora de serviço público de 
prestação obrigatória e exclusiva do Estado. 
 
A vigésima (20) e a vigésima primeira são verdadeiras, de 
acordo com a jurisprudência dominante no STF (RE 324.600-AgR; 
RE 244.698-AgR). 
 
A vigésima segunda questão (22) é letra “d”. 
 
A isenção por prazo certo e em função de determinadas 
condições atendidas pelo sujeito passivo gera direito adquirido. 
 
Lembre novamente que de acordo com o art. 178 do CTN, 
as isenções podem revogadas a qualquer tempo, salvo as isenções 
condicionais (onerosas) e por prazo certo. 
 
Assim, conforme o entendimento sumulado 544 do STF: 
“Isenção tributária concedida sob condição onerosa não pode ser 
livremente suprimida”. 
 
Com base nesta súmula do STF, a jurisprudência 
predominante adota o seguinte posicionamento a respeito da 
interpretação do art. 178 do CTN: (i) A isenção pode ser revogada; 
(ii) Caso seja revogada e se trate se isenção incondicional, não há 
que se observar o princípio da anterioridade, conforme 
entendimento predominante no STF, estabelecendo que “revogada 
a isenção, o tributo torna-se imediatamente exigível. Em caso 
assim, não há que se observar o princípio da anterioridade, dado 
que o tributo já é existente.”; (iii) Caso seja isenção por prazo certo 
e condicional, não há que se falar em revogação, porque se trata de 
isenção irrevogável, havendo direito adquirido. 
 
A letra “a” é incorreta, pois os partidos políticos são 
entidades imunes, benefício que se estende às suas fundações, 
conforme art. 150, VI, “c”, da CF/88. 
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A letra “b” é incorreta, pois a imunidade de entidade 
educacional sem fins lucrativos é extensiva aos aluguéis de 
apartamento de sua propriedade revertidos às suas finalidades 
institucionais, de acordo com súmula 724 do STF. 
 
A letra “c” é incorreta, segundo jurisprudência do STF: 
 
“Álbum de figurinhas. Admissibilidade. A imunidade 
tributária sobre livros, jornais, periódicos e o papel 
destinado à sua impressão tem por escopo evitar 
embaraços ao exercício da liberdade de expressão 
intelectual, artística, científica e de comunicação, bem 
como facilitar o acesso da população à cultura, à 
informação e à educação. O Constituinte, ao instituir esta 
benesse, não fez ressalvas quanto ao valor artístico ou 
didático, à relevância das informações divulgadas ou à 
qualidade cultural de uma publicação. Não cabe ao 
aplicador da norma constitucional em tela afastar este 
benefício fiscal instituído para proteger direito tão 
importante ao exercício da democracia, por força de 
um juízo subjetivo acerca da qualidade cultural ou do 
valor pedagógico de uma publicação destinada ao 
público infanto-juvenil.” (RE 221.239, Rel. Min. Ellen 
Gracie, julgamento em 25-5-04, DJ de 6-8-04). No mesmo 
sentido: RE 179.893, Rel. Min. Menezes Direito, 
julgamento em 15-4-08, 1ª Turma, DJE de 30-5-08. 
 
A letra “e” é incorreta, pois a empresa pública Caixa 
Econômica Federal exerce atividade econômica, não estando 
abrangida pela imunidade tributária recíproca, sujeitando-se ao 
pagamento de imposto sobre propriedade de veículos automotores 
incidentes sobre seus carros, conforme §3°, do art. 150, da CF/88. 
 
A vigésima terceira (23) questão é a letra “a” (Não, sim, 
não). 
 
Entidade fechada de previdência privada, que só confere 
benefícios aos seus filiados desde que eles recolham as 
contribuições pactuadas, não goza de imunidade tributária, 
segundo a súmula 730 do STF. 
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Segundo entendimento firmado pelo Supremo Tribunal 
Federal, filmes fotográficos destinados à composição de livros, 
jornais e periódicos estão abrangidos por imunidade tributária, de 
acordo com a súmula 657 do STF. 
 
A Constituição Federal não veda a instituição de 
contribuição social para a seguridade social sobre o lucro auferido 
por pessoas jurídicas, que decorra de comercialização de livros, 
jornais, periódicos e papel destinado a sua impressão. Lembre que 
esta imunidade cultural é objetiva ou real. 
 
A vigésima quarta questão é letra “c”. 
 
A letra “c” é incorreta, eis que à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios não é vedado instituir impostos 
sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, inclusive nas 
hipóteses em que o patrimônio, a renda ou os serviços estejam 
relacionados com explorações de atividades econômicas regidas 
pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, segundo art. 
150, §3°, da CF. 
 
A letra “a” é correta, segundo a súmula 724 do STF. 
 
A letra “b” é correta, de acordo com a jurisprudência do 
STF já citada no corpo da aula e na questão 22. 
 
A letra “d” é correta, segundo art. 152 da CF/88, que será 
estudado na próxima aula. 
 
A letra “e” é correta, porque segundo entendimento 
consolidado no Supremo Tribunal Federal, a imunidade tributária 
recíproca se estende à Empresa Brasileira de Correios e 
Telégrafos, ECT, por se tratar de empresa pública prestadora de 
serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. 
 
Veja algumas decisões neste sentido: 
 
“Constitucional. Tributário. Imposto sobre a propriedade de 
veículos automotores (IPVA). Imunidade recíproca. 
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Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). 
Exame da índole dos serviços prestados. Diferenciação 
entre serviços públicos de prestação obrigatória e serviços 
de índole econômica. Art. 150, VI, a, e § 3º da 
Constituição. Em juízo cautelar, reputa-se plausível a 
alegada extensão da imunidade recíproca à propriedade 
de veículos automotores destinados à prestação de 
serviços postais.” (ACO 765-AgR, Rel. p/ o ac. Min. 
Joaquim Barbosa, julgamento em 5-10-06, DJ de 15-12-
06). No mesmo sentido: RE 437.889, Rel. Min. Carlos 
Velloso, julgamento em 14-12-04, DJ de 18-2-05. 
 
“Decisão que deferiu opedido de tutela antecipada, nos 
termos do RE 407.099-5/RS, 2a Turma, Rel. Min. Carlos 
Velloso, DJ 6-8-2004. Suspensão da exigibilidade da 
cobrança de IPVA sobre os veículos da Empresa Brasileira 
de Correios e Telégrafos — ECT. Este Tribunal possui 
firme entendimento no sentido de que a imunidade 
recíproca, prevista no art. 150, VI, a, da CF, estende-se à 
ECT” (ACO 811-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, 
julgamento em 26-4-07, DJ de 14-12-07) 
 
“Tributário. Imunidade recíproca. (...) Extensão. Empresa 
pública prestadora de serviço público. Precedentes da 
Suprema Corte. Já assentou a Suprema Corte que a 
norma do art. 150, VI, a, da Constituição Federal alcança 
as empresas públicas prestadoras de serviço público, 
como é o caso da autora, que não se confunde com as 
empresas públicas que exercem atividade econômica em 
sentido estrito. Com isso, impõe-se o reconhecimento da 
imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da 
Constituição Federal." (ACO 959, Rel. Min. Menezes 
Direito, julgamento em 17-3-08, DJE de 16-5-08). 
 
2. Imunidades tópicas ou específicas 
 
Neste item, vamos listar outras quinze imunidades 
específicas previstas explicitamente no texto maior, a saber: 
 
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(i) São a todos assegurados, independentemente do 
pagamento de taxas: (a) o direito de petição aos Poderes Públicos 
em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; (b) a 
obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de 
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal (art. 5°, 
XXXIV); 
 
(ii) Ação popular, salvo comprovada má-fé, é isento (diga-
se tecnicamente imune) de custas judiciais, que é uma taxa de 
serviço público (art. 5°, LXXIII); 
 
(iii) São gratuitos para os reconhecidamente pobres, na 
forma da lei, o registro civil de nascimento e a certidão de óbito (art. 
5°, LXXVI); 
 
(iv) São gratuitas as ações de “habeas-corpus” e “habeas-
data”, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da 
cidadania (art. 5°, LXXVII); 
 
(v) As contribuições sociais e de intervenção no domínio 
econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de 
exportação (art. 149, §2°, I); 
 
(vi) O IPI não incidirá sobre produtos industrializados 
destinados ao exterior (art. 153, §3°, III); 
 
(vii) O ITR não incidirá sobre pequenas glebas rurais, 
definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua 
outro imóvel (art. 153, §3°, II); 
 
(viii) O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro 
ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do 
IOF (art. 153, §5°), isto é, não pode incidir qualquer outro tributo; 
 
(ix) O ICMS não incidirá: a) sobre operações que destinem 
mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a 
destinatários no exterior; b) sobre operações que destinem a outros 
Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e 
gasosos dele derivados, e energia elétrica; c) nas prestações de 
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serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e 
de sons e imagens de recepção livre e gratuita (art. 155, §2°, X); 
 
(x) À exceção do II, IE e ICMS nenhum outro imposto 
poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços 
de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e 
minerais do País (art. 155, §3°), isto é, a imunidade se refere 
apenas aos impostos (exceto II, IE e ICMS), podendo incidir, por 
exemplo, contribuições tributárias. Lembre da súmula 659 do STF, 
dispondo que é “legítima a cobrança da COFINS, do PIS e do 
FINSOCIAL sobre as operações relativas a energia elétrica, 
serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis 
e minerais do país”; 
 
(xi) O ITBI não incidirá (a) sobre transmissão de bens ou 
direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em 
realização de capital; (b) sobre a transmissão de bens ou direitos 
decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa 
jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do 
adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos; (c) 
locação de bens imóveis; (d) arrendamento mercantil (art. 156, §2°, 
I); 
 
(xii) São isentas (diga-se tecnicamente imune) de 
impostos federais, estaduais e municipais as operações de 
transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma 
agrária (art. 184, §5°); 
 
(xiii) A contribuição previdenciária não incide sobre 
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de 
previdência social (art. 195, II); 
 
(xiv) São isentas (diga-se tecnicamente imune) de 
contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de 
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei 
(art. 195, §7°); 
 
(xv) A celebração do casamento é gratuita, portanto, 
imune a taxas (art. 226, § 1º). 
 
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Vamos para as questões finais: 
 
25. (FCC/Assessor Jurídico/TCE/PI/2009) Sobre 
imunidade tributária é correto afirmar, EXCETO 
(A) só alcança impostos federais. 
(B) vem prevista na Constituição Federal. 
(C) equivale a incompetência tributária. 
(D) não pode ser instituída por lei. 
(E) difere da isenção, que pressupõe 
competência do ente para sua concessão. 
 
26. (AFTN/set/94 – ESAF) A Constituição da 
República prevê que sobre a energia elétrica 
podem incidir somente 
a) dois impostos. 
b) três impostos. 
c) os impostos de importação e de exportação. 
d) imposto único sobre energia elétrica. 
e) impostos estaduais e municipais. 
 
27. (AFTN/94/ESAF) Quando atendam os 
requisitos estabelecidos na lei, não podem ser 
cobrados impostos que incidam sobre a renda, 
serviços e patrimônio, bem como a contribuição 
para a seguridade social, das seguintes espécies 
de entidades: 
a) partidos políticos. 
b) instituições beneficentes de educação. 
c) fundações dos partidos políticos. 
d) instituições beneficentes de assistência social. 
e) entidades sindicais dos trabalhadores. 
 
 
A vigésima quinta questão é letra “a”, pois, além dos 
impostos, a imunidade alcança outros tributos. 
 
A vigésima sexta questão é letra “b”, porque à exceção do 
II, IE e ICMS nenhum outro imposto poderá incidir sobre 
operações relativas a energia elétrica, serviços de 
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telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais 
do País, de acordo com o art. 155, §3°, da CF/88. 
 
A vigésima sétima questão é letra “d”, segundo o art. 150, 
VI, “c” c/c §7°, do art. 195 da CF/88. 
 
SÍNTESE FUNDAMENTAL DA AULA 
(I) A CF/88 estabelece sob o titulo “Limitações ao Poder de Tributar” 
os princípios constitucionais tributários, bem como as chamadas 
imunidades tributárias. 
 
(II) A imunidade tributária pode ser conceituada como uma hipótese 
constitucional de intributabilidade ou de não-incidência 
constitucionalmente qualificada.Nesse rumo, a doutrina destaca o 
aspecto formal e material da imunidade tributária. A respeito do 
aspecto formal, entende-se que a imunidade é a impossibilidade 
jurídica da tributação, em razão da ausência de competência 
tributária dos entes federativos. Sob o aspecto material ou 
substancial, compreende-se que a imunidade é o direito público 
subjetivo de não ser tributado, segundo o especificado 
expressamente ou implicitamente nas normas constitucionais. 
 
(III) A imunidade tributária não exclui a atribuição, por lei, às 
entidades nele referidas, da condição de responsáveis pelos 
tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da prática 
de atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de 
obrigações tributáriaspor terceiros. 
 
(IV) A imunidade tributária recíproca se refere à proibição da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios de instituir 
impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, bem 
como é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e 
mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à 
renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou 
às delas decorrentes. 
 
(V) Noutro ponto, a imunidade recíproca não se aplica ao 
patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de 
atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a 
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou 
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pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o 
promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente 
ao bem imóvel. 
 
(VI) Em princípio, a imunidade tributária recíproca não alcançaria as 
empresas públicas e sociedades de economia mista, salvo quando 
exerçam atividades tipicamente estatais. Assim, o STF afirma que a 
imunidade recíproca alcança a empresa pública prestadora de 
serviço público e a sociedade de economia mista prestadora de 
serviço público, pois estas não se confundem com empresas 
públicas que exercem atividade econômica em sentido estrito. 
 
(VII) Neste contexto, o STF compreendeu que a Empresa Brasileira 
de Infra-Estrutura Aeroportuária - INFRAERO está abrangida pela 
imunidade tributária recíproca, uma vez que é empresa pública 
federal que tem por atividade-fim prestar serviços de infra-estrutura 
aeroportuária, mediante outorga da União, a quem 
constitucionalmente deferido, em regime de monopólio, tal encargo, 
de acordo com o art. 21, XII, “c”. Do mesmo modo, em relação a 
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), reputando-se 
plausível a extensão da imunidade recíproca à propriedade de 
veículos automotores destinados à prestação de serviços postais, 
bem como se estendeu a aplicação da imunidade recíproca à 
CAERD – Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia, sociedade 
de economia mista estadual prestadora de serviço público. 
 
(VIII) A imunidade dos templos de qualquer culto alcança os 
impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados 
com as finalidades essenciais das entidades religiosas. 
 
(IX) O STF também entende que os cemitérios que consubstanciam 
extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela 
imunidade religiosa, como a impossibilidade da incidência de IPTU 
em relação a eles. 
 
(X) O texto constitucional estabelece a proibição de se criar 
impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, 
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos 
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, 
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei, bem como dispõe 
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que tal vedação compreende somente o patrimônio, a renda e os 
serviços, relacionados com as finalidades essenciais destas 
entidades. 
 
(XI) Neste contexto, salienta-se que o enunciado “sem fins 
lucrativos” diz respeito às instituições de educação e de assistência 
social, estabelecendo o STF que a CF/88 remete à lei ordinária a 
fixação de normas sobre a constituição e o funcionamento da 
entidade educacional ou assistencial imune, mas não os lindes da 
imunidade, que, quando susceptíveis de disciplina 
infraconstitucional, ficou reservado à lei complementar, conforme o 
art. 146, II, do texto magno. 
 
(XII) Deste modo, para ser considerada entidade “sem fins 
lucrativos” se deve atender ao art. 14 do CTN, que estabelece os 
requisitos de: (i) não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio 
ou de suas rendas, a qualquer título; (ii) aplicar integralmente, no 
País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos 
institucionais; (iii) manterem escrituração de suas receitas e 
despesas em livros revestidos de formalidades capazes de 
assegurar a sua exatidão. 
 
(XIII) A respeito da abrangência desta última imunidade, destaca-se 
desde já que ainda quando alugado a terceiros, permanece imune 
ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas 
pelo art. 150, VI, c, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado 
nas atividades essenciais de tais entidades (Súmula 724 do 
STF), bem como que a imunidade tributária conferida a instituições 
de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, apenas 
alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não 
houver contribuição dos beneficiários (Súmula 730 do STF). 
 
(XIV) A imunidade dos livros, jornais, periódicos e do papel 
destinado a sua impressão, também chamada de imunidade 
cultural, está prevista no art. 150, VI, “d”, visando concretizar 
inúmeras normas jurídicas constitucionais, tais como a livre 
manifestação de pensamento (art. 5°, IV), da atividade artística, 
intelectual, científica e da comunicação (art. 5°, IX) e o acesso à 
informação (art. 5°, XIV). 
 
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(XV) Segundo a súmula 657 do STF, a imunidade cultural abrange 
os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais 
e periódicos. 
 
(XVI) Nessa senda, o STF entende como imunes os filmes 
destinados à produção de capas de livros, denominados de “filme 
Bopp”; o chamado papel fotográfico — filmes não impressionados; o 
papel, papel fotográfico e papel para artes gráficas consumidos no 
processo produtivo do jornal; os materiais relacionados somente 
com papel, tais como papel fotográfico, papel telefoto, filmes 
fotográficos, sensibilizados, não impressionados, para imagens 
monocromáticas, papel fotográfico para fotocomposição por laser. 
 
(XVII) Com efeito, o STF assenta a impossibilidade de a imunidade 
cultural ser estendida a outros insumos não compreendidos no 
significado do enunciado papel destinado à sua impressão. 
Destarte, não tem imunidade a tinta utilizada para a impressão dos 
livros, jornais e periódicos ou os serviços de composição gráfica 
necessários à confecção dos livros, jornais e periódicos 
 
(XVIII) Por sua vez, o STF compreende que o poder constituinte 
originário não fez qualquer ressalva quanto ao valor artístico ou 
didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade 
cultural de uma publicação, assim, não cabe ao aplicador da norma 
constitucional afastar a imunidade cultural instituída para proteger 
direito tão importante ao exercício da democracia, por força de um 
juízo subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor pedagógico 
de uma publicação. Neste sentido, a imunidade alcança o álbum de 
figurinhas; listas telefônicas; as chamadas apostilas para estudo, 
considerando-os manuais técnicos didáticos. Entretanto, o produto 
tem que ser algo considerado livro, jornal ou periódico, o que não 
inclui, por exemplo, cadernos e blocos de papel para anotações, 
livros contábeis, calendários, agendas de anotações e os encartes 
exclusivos de propaganda distribuídos com jornais e periódicos. 
 
(XIX) Existem imunidades específicas ou tópicas previstas 
explicitamente na CF/88, tais como as das contribuições sociais e 
de intervenção no domínio econômico que não incidirão sobre as 
receitas decorrentes de exportação e das taxas concernentes a 
obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de 
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. 
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QUESTÕES TRATADAS EM AULA 
 
1. (ESAF/SEFAZ/SP/2009) As imunidades tributárias são 
classificadas em: 
a) ontológicas e políticas. 
b) proporcionais e progressivas. 
c) diretas e indiretas.

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