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resumo direito tributário 2

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Aula 02
1 – IMUNIDADES
A imunidade não exime certo ente das obrigações acessórias instituídas pela legislação tributária e de se submeter à fiscalização tributária. Para o STF (RE 250.844), “exigir de entidade imune a manutenção de livros fiscais é consentâneo com o gozo da imunidade tributária (...)”. A manutenção de livros fiscais é um exemplo de obrigação acessória.
1.1 - Conceito de Imunidade, Isenção e Não Incidência
INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA: Quando a situação prevista em lei se concretizar, houve incidência tributária (ocorre o fato gerador).
NÃO INCIDÊNCIA: Podemos citar três situações (não ocorre o fato gerador)
· A pessoa política não faz uso da competência tributária que lhe foi conferida. Podemos dizer que seria o caso de um tributo instituído “pela metade”, em que o ente não prevê todas as hipóteses de incidência capazes de gerar a tributação;
· A pessoa política não possui competência tributária para determinar certas situações fáticas como hipótese de incidência. Esta hipótese se refere a situações que fogem do raio de incidência daquele tributo. Por exemplo, o IPVA não pode incidir sobre bicicletas;
· A pessoa política é “barrada” pela CF/88. Ou seja, há certo dispositivo constitucional que inibe a possibilidade de o ente prever aquela situação como hipótese de incidência do tributo. Obs>( pode ser considerada como hipótese de não incidência constitucionalmente qualificada. Por tal motivo, é denominada IMUNIDADE. )
A imunidade pode ser considerada uma incompetência tributária.
ISENÇÃO: Trata-se de um benefício fiscal concedido pelo ente político, por intermédio de lei Ou seja, é a dispensa legal do pagamento do tributo.( o fato gerador ocorre.)
A doutrina clássica, preconizada por Amílcar de Araújo Falcão1, dentre outros, defende que a isenção constitui apenas em dispensa legal do pagamento do tributo, isto é, o fato gerador ocorre, a obrigação tributária chega a existir, mas não o crédito tributário, tendo em vista que ocorre a sua exclusão, nos termos do art. 175, I, do CTN. Esta(doutrina clássica) é a linha adotada pelo STF (ADI 286).
A doutrina mais moderna entende que, em casos de isenção, não há ocorrência do fato gerador, de forma que a obrigação tributária não chega a existir
O STF (RMS 22.192/DF) já decidiu que, embora o art. 195, § 7°, da CF/88, mencione a palavra “isentas”, a interpretação que deve ser dada é a de que se trata de verdadeira imunidade.
Por fim, cabe destacar o conceito de alíquota zero, que é mais uma hipótese em que o tributo acaba não sendo cobrado. Nesse caso, ocorre o fato gerador, contudo, o valor do tributo é nulo, já que a alíquota é zero.
Obs. Para respoder algumas questões Basta saber que a imunidade tributária é definida apenas em norma constitucional. Portanto, lei complementar não pode instituir, por exemplo, imunidades tributárias relativas ao ICMS ou a qualquer outro tributo.
1.2 – Classificação das Imunidades Segundo a Doutrina
1. Classificação quanto ao parâmetro para concessão: subjetivas, objetivas ou mistas.
· IMUNIDADE SUBJETIVA: parâmetro as pessoas ex: imunidade recíproca. De acordo com o art. 150, VI, a, da CF/88, é vedado à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios instituir impostos sobre o patrimônio, a renda ou serviços, uns dos outros.Obs> a imunidade subjetiva não exime as pessoas por ela abrangidas da responsabilidade pela retenção de tributos, caso estejam designadas pela lei como Responsável tributário. 
· IMUNIDADE OBJETIVA: as coisas. Ex: imunidade cultural. De acordo com o art.150, VI, d, da CF/88, é vedado a todos os entes federativos instituir impostos sobre os livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
MISTAS. As coisas e as pessoas ao mesmo tempo ex: imunidade que impede a incidência do Imposto sobre Propriedade Territorial Rural sobre as pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel. 
2. Classificação quanto à origem: ontológicas e políticas
· As imunidades ontológicas são aquelas que decorrem do princípio da isonomia e do pacto federativo. Ou seja, são imunidades que, ainda que não houvesse sua previsão constitucional, existiriam. Ex: a imunidade recíproca. 
· As imunidades políticas são aquelas que só existem por decisão expressa do legislador constituinte. Ex: Por exemplo a imunidade cultural
3. Classificação quanto à forma de previsão: explícitas ou implícitas
· Explícitas: as imunidades expressas no próprio texto constitucional.
· Implícitas: é possível também que algumas imunidades não tenham sido reconhecidas expressamente, mas, por decorrerem de princípios constitucionais. Até o momento, não temos exemplos de imunidades implícitas.
4. Classificação quanto à necessidade de regulamentação: incondicionadas e condicionadas
· Imunidades forem incondicionadas, como, por exemplo, a imunidade recíproca, não há necessidade de edição de lei, produzindo efeitos imediatamente.
· As imunidades condicionadas, que são aquelas que dependem de regulamentação por lei, para que possam produzir efeitos. Como exemplos, podemos citar a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da CF/88. Trata-se da imunidade referente às instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos. Estas só poderão gozar da benesse constitucional, caso haja regulamentação legal. As imunidades condicionadas constituem normas de eficácia limitada, pois se faz necessária uma regulamentação infraconstitucional.
5. Classificação quanto ao alcance: gerais e específicas
· Imunidade é denominada geral ou genérica: o legislador constituinte optou por incluir vários tributos e todos os entes federativos dentro de certas imunidades. Por exemplo, a imunidade recíproca veda a instituição de diversos impostos (sobre patrimônio, renda ou serviços) e tal vedação é extensiva à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios.
· imunidade pode ser denominada específica, tópica ou especial: as imunidades são mais restritas, alcançando tributos específicos e, por consequência, apenas o ente competente para instituí-los. Ex: imunidade concedida ao IPI sobre operações de exportação.
2 – ESPÉCIES DE IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
2.1 – Imunidade Recíproca = também denominada imunidade intergovernamental
o art. 150, VI, a, da CF/88, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios instituir IMPOSTOS sobre o patrimônio, renda ou serviços uns dos outros. IMPOSTOS (obs. Não é taxa nem contribuição nem tributo) 
A imunidade recíproca constitui cláusula pétrea. Por esse motivo, não é possível haver proposta de emenda constitucional com o objetivo de abolir ou restringir tal princípio. 
Conforme jurisprudência do STF, a imunidade recíproca somente se aplica ao imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente beneficiado, na qualidade de contribuinte de direito.
· Contribuinte de direito é aquele eleito pela lei para recolher o tributo.
· Contribuinte de fato é o que arca realmente com o ônus do tributo.
Ementa: TRIBUTÁRIO. ICMS. SERVIÇOS DE ENERGIA ELÉTRICA. MUNICÍPIO. CONTRIBUINTE DE FATO. IMUNIDADE RECÍPROCA. ART. 150, VI, A, DA CONSTITUIÇÃO. INAPLICABILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I - A imunidade do art. 150, VI, a, da Constituição somente se aplica ao imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio ente beneficiado, na qualidade de contribuinte de direito. II - Como o Município não é contribuinte de direito do ICMS relativo a serviços de energia elétrica, não tem o benefício da imunidade em questão, uma vez que esta não alcança o contribuinte de fato. Precedentes. III – Agravo regimental improvido. (STF, ARE 663.552-AgR/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Julgado em 28/02/2012)
Para a Suprema Corte (ARE 663.552), a imunidade recíproca somente se aplica se o ente beneficiado estiver na condição de contribuinte de direito, não o alcançando como contribuinte de fato.
Por outro lado, a referida imunidade pode se aplicar em operações de importação de bens, quando o ente federado for o importador. Neste caso, perceba que há a identidadedo contribuinte de fato e do contribuinte de direito, não havendo transferência do ônus tributário (STF, AI 518.405-AgR).
Além destas situações, podemos acrescentar que o STF (AI AgR/RS 174.808 e RE 196.415/PR) já considerou ilegítima a incidência de IOF sobre aplicações financeiras dos entes federados, bem como a tributação da renda resultante de tais aplicações pelo IR.
O reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. (STF, RE 259.976-AgR). 
Ressalte-se ainda que, para o STF (ADI 2.024 e RE 364.202/RS, respectivamente), a imunidade recíproca não pode ser invocada para as contribuições previdenciárias e para as taxas.
há que se lembrar de que esta limitação constitucional ao poder de tributar é extensiva a outras pessoas jurídicas, de acordo com o art. 150, § 2°, da CF/88.
“Art. 150: (...) 
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.” 
Esta restrição não foi feita em relação aos entes políticos, como demonstra a ementa do seguinte julgado:
"O julgado recorrido contempla a conclusão de que a União não está condicionada ao ônus de comprovar vinculação do bem tributado a uma finalidade pública, o que somente ocorre nos casos das autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo poder público no que se refere à tributação do patrimônio, renda e serviços vinculados a suas finalidades essenciais. (...)” (STF, RE 635.012/RJ, Decisão Monocrática, Rel. Min. Dias Toffoli, Julgado em 07/02/2013)
Para o STJ, o ônus de provar que o patrimônio da autarquia está desvinculado dos seus objetivos institucionais é do ente tributante.
A aplicação desta imunidade às autarquias e às fundações públicas, o entendimento predominante no STF (RE 407.099/RS e AC 1.550-2) é o de que a benesse é extensível também às empresas públicas (EP) e às sociedades de economia mista (SEM) prestadoras de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. 
Contudo, o que deve ser considerado é que existem dois tipos de EP e SEM, isto é, há aquelas exploradoras de atividade econômicas (sujeitas ao art. 173, da CF/88) e há as prestadoras de serviços públicos (sujeitas ao art. 175, da CF/88). As únicas abrangidas pela imunidade recíproca são as prestadoras de serviço público.
Nesse sentido, o STF já concedeu imunidade às seguintes EP e SEM: 
 Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) – (STF, RE 407.099); 
 Infraero – (STF, RE 524.615-AgR); 
 Companhia de Águas e Esgoto de Rondônia (CAERD) – (STF, AC 1.550-2/RO); 
 Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) – (STF, RE 253.472) 
 Casa da Moeda do Brasil (CMB) – (STF, RE 610.517)
· As sociedades de economia mista prestadoras de ações e serviços de saúde, cujo capital social seja majoritariamente estatal, gozam da imunidade tributária prevista na alínea a do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal”.
· De acordo com a Suprema Corte, é irrelevante a circunstância de a atividade desempenhada estar ou não sujeita a monopólio estatal, para fins de aplicação da imunidade recíproca.
Ressalte-se que a OAB – entidade não integrante da administração pública indireta – também foi alcançada pela imunidade recíproca, no entendimento do STF (RE 259.976-AgR). De acordo com a Suprema Corte, a OAB desempenha atividade própria de Estado, motivo que faz com que ela também esteja imune. A OAB é imune, mas a Caixa de Assistência dos Advogados não é!
A atividade delegada em si, caso seja exercida com intuito lucrativo, não há que se falar em imunidade. É o caso, por exemplo, dos serviços de registros públicos, cartorários e notariais, que, por terem intuito lucrativo e serem devidamente remunerados, não estão imunes (STF, ADI 3.089). O simples fato de o serviço ter natureza pública não basta para ficar caracterizada a imunidade!
“Art. 150: (...) 
§ 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.”
O que se deve ficar atento é ao motivo que fez o legislador constituinte inserir esta exceção, que é o fato de não permitir que haja concorrência desleal.
Há que se destacar que o STF (RE 242.827) já decidiu que a imunidade recíproca extensiva alcança o INCRA – autarquia federal -, desobrigando-o de pagar ICMS sobre a exploração de unidade agroindustrial.
Súmula STF 583 - Promitente-comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano.
Comentários de questão:
1.Tanto os objetivos como os efeitos do reconhecimento da aplicação da imunidade constitucional recíproca são passíveis de submissão ao crivo jurisdicional, em um exame de ponderação, não bastando a constatação objetiva da propriedade do bem.
2. A União, almejando facilitar o escoamento da produção nacional de biocombustível para o exterior, construiu estrutura portuária em imóvel integrante de seu domínio econômico, situado em determinado município brasileiro. Para se viabilizarem as atividades do porto, os serviços portuários foram delegados à pessoa jurídica de direito privado que se utiliza do acervo patrimonial portuário pertencente à União. Nessa situação, o referido município não pode cobrar IPTU da empresa delegatária, a qual, todavia, é contribuinte de taxa de limpeza urbana.
De acordo com o STF (RE 253.394/SP), o patrimônio continua imune à tributação pelo IPTU, sujeitando-se, obviamente à cobrança de taxas, pois estas não foram objetos da imunidade prevista no art. 150, da CF/88.
3. Os papéis necessários à publicação dos jornais e periódicos estão abrangidos pela chamada imunidade tributária recíproca. Comentário: A questão tenta confundir o candidato, misturando os conceitos da imunidade recíproca – que é subjetiva – com as características da imunidade cultural. Questão errada.
2.2 – IMUNIDADE RELIGIOSA
O art. 150, VI, b, da CF/88 veda que todos os entes federativos cobrem impostos sobre os templos de qualquer culto. Levando em consideração o disposto no art. 5°, VI, da CF/88, podemos dizer que a liberdade de culto é um direito individual, o que faz com que a imunidade ora analisada se configure uma cláusula pétrea.
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b"(templos) e "c"(partidos, etc..), compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
A imunidade religiosa é incondicionada!
 A imunidade religiosa somente alcança os impostos, não sendo extensiva, no entendimento do STF (RE 129.930), às contribuições sindicais, , as taxas e contribuição de melhoria etc... 	
A imunidade protege os “templos”, devemos entender que o legislador constituinte quis dizer que a vedação abrange também o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais da entidade religiosa.
Neste rumo, ainda que um imóvel pertencente a determinada entidade religiosa encontre-se alugado para terceiros, a imunidade subsiste, pois embora a atividade exercida não esteja de acordo com o disposto no art. 150, § 4°, da CF/88, para o STF, basta que os recursos gerados estejam sendo vertidos para as finalidades essenciais de tais entidades.
A Suprema Corte (RE 578.562), dando entendimento extensivo à imunidade religiosa, entende que os cemitérios que consubstanciam extensões destas entidades também são alcançados pela vedação constitucional em tela. Cuidado!!!!Não são todos os cemitérios .....
A MAÇONARIA não é alcançada pela imunidade religiosa, já que nas lojas maçônicas não se professa qualquer religião.
2.3 Imunidade dos Partidos Políticos, Entidades Sindicais dos Trabalhadores, Instituições de Educação e de Assistência Social.
De acordo com o art. 150, VI, c, da CF/88, é vedado a todos os entes políticos cobrar impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços dos partidos políticos e suas fundações, dos sindicatos de trabalhadores e das instituições de educação e assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei.
Sem fins lucrativos : “Requisito a ser preenchido tão somente pelas instituições de educação e assistência social, uma vez que os partidos políticos e suas fundações, bem como as entidades sindicais de trabalhadores, são entes que, por sua própria natureza, não objetivam lucro.”
Atendidos os requisitos da lei: esse critério é para todos que foram mencionados
Somente sindicatos de trabalhadores estão abrangidos pela imunidade. Os sindicatos dos empregadores ou de setores (ou categorias) econômicos não estão.
A norma constitucional exigir a edição de uma lei, para que as instituições de educação e assistência social gozem da referida imunidade. Perceba que, quando uma lei for fixar normas sobre a constituição e o funcionamento das referidas entidades, basta que se edite uma lei ordinária. Contudo, De acordo com o art. 146, II, da CF/88, é necessária a edição de lei complementar para regular tais limitações ao poder de tributar,no caso o CTN..
Em seu art. 14, a Lei 5.172/66 elenca os requisitos para que as já mencionadas entidades gozem da imunidade:
“Art. 14 – (...) 
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; 
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; 
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.”
Na falta de cumprimento destes requisitos, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício da imunidade tributária, conforme preconiza o art. 14, § 1°.
Podem obter resultado financeiro positivo, pois isso é essencial para que qualquer entidade se desenvolva. No entanto, o que é vedado pelo CTN é que haja distribuição de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título, inclusive aos sócios, gerentes etc. Também não se pode confundir a repartição de lucros com a justa remuneração de seus colaboradores pelos trabalhos desenvolvidos na entidade. Isso é permitido.
Somente o patrimônio, a renda e os serviços vinculados às finalidades essenciais da entidade estarão imunes aos impostos sobre eles incidentes. Trata-se, pois, da mesma restrição feita à imunidade religiosa, disposta no art. 150, § 4°, da CF/88
Sumulas importantes:
Súmula Vinculante 52 - Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas.(igual a religiosas)
(RE 144.900), são imunes os serviços não relacionados às finalidades essenciais das entidades, desde que a receita deles destine-se ao financiamento de tais finalidades. No caso concreto, foi considerado imune de ISS o serviço de estacionamento de veículos prestado por hospital em pátio interno.
Também foi considerado imune do IPTU imóvel de propriedade de uma entidade beneficente, em cujas instalações era mantida uma livraria. A imunidade subsiste, neste caso, pois o que importa é que as rendas auferidas sejam revertidas para a manutenção de suas atividades institucionais.
Já foi considerado imune pelo STF “a renda obtida pelo SESC na prestação de serviços de diversão pública, mediante a venda de ingressos de cinema ao público em geral”.
Para o STF, as escolas de ensino profissionalizante estão enquadradas no rol de entidades do art. 150, VI, c. Cite-se, como exemplo, o SENAC e o SENAI.
Os imóveis estejam sendo utilizados como escritório e residência de membro da entidade, continuam imunes.
Em 2013, a Primeira Turma da Colenda Corte, de forma divergente, decidiu que a constatação de que imóvel vago ou sem edificação não seria suficiente, por si só, para destituir a garantia constitucional da imunidade tributária.
O entendimento predominante no STF é o de que a imunidade das entidades de assistência social abrange o ICMS incidente sobre a comercialização de bens por elas produzidos. desde que a atividade seja relacionada com as finalidades essenciais da entidade. Contudo, o STJ (RMS 46.170-MS, julgado em 23/10/2014) ressaltou que tal imunidade não se aplica em relação ao ICMS decorrente da prática econômica desenvolvida por entidade de assistência social sem fins lucrativos que tem por finalidade realizar ações que visem à promoção da pessoa com deficiência, quando desempenhar atividade franqueada da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
 Se a questão mencionar que o bem foi adquirido e passou a integrar o patrimônio da entidade, haverá imunidade. 
 Se houver apenas menção de que a entidade está na posição do contribuinte de fato, não haverá imunidade.
Além de tais casos, devemos guardar que a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da CF/88, também “abrange o Imposto de Importação e o Imposto sobre Produtos Industrializados, que incidem sobre bens a serem utilizados na prestação de seus serviços específicos” (STF, RE 243.807).
Destaque-se também - e isso já foi objeto de questão do CESPE - que tal imunidade estende-se ao Imposto sobre operações financeiras (IOF) o imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou as relativas a títulos ou valores mobiliários. (STF, RE 192.899-AgR)
O ensino de línguas estrangeiras também caracteriza-se como atividade educacional para aplicação da imunidade tributária, consoante o entendimento firmado pelo STF no RMS 24.283.
Súmula STF 730 - A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.Observe, entretanto, que a CF/88 não abarcou no art. 150, VI, c, as entidades de previdências, mas tão somente as de assistência social. Então, no entender do STF, somente se não houver contribuição dos beneficiários é que a entidade se caracterizará como assistencial, fazendo jus, assim, à imunidade. Outro ponto digno de nota é o que foi disposto no art. 202, § 3°, da 
CF/88, como vemos a seguir: 
“Art. 202 – (...) 
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado.”
Fazendo uma relação, portanto, com o que acabamos de ver, não será possível que uma entidade tenha patrocinadores públicos e, ao mesmo tempo, goze da imunidade do art. 150, VI, c. 
2.4 – Imunidade Cultural
Art. 150, VI, d, da CF/88 estabelece que é vedado a todos os entes federados instituírem impostos sobre os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão.
Uma grande diferença entre as demais imunidades já vistas durante a aula e a cultural: esta é objetiva, incidindo sobre “coisas”, ao passo que as demais são subjetivas, sendo parâmetro para concessão a “pessoa”.
Seguindo essa linha de entendimento, poderíamos dizer que a imunidade não alcança o Imposto de Renda, por exemplo, incidente sobre os lucros auferidos pelas editoras.
No mesmo sentido, as operações financeiras realizadas pelas empresas que industrializam tais produtos não podem ser imunizadas do IOF (STF, RE 504.615-AgR).
É cláusula pétrea
Súmula STF 657 - A imunidade prevista no art. 150, VI, d, daCF abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.
Tinta especial para jornal, não-ocorrência de imunidade tributária. Apenas estão imunes livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão, bem como outros insumos, desde que assimiláveis ao papel!
Não há proteção constitucional à prestação de serviços de composição gráfica ou de impressão onerosos a terceiros (RE 723.018-AgR).
O STF (RE 630.462-AgR) também considerou que os serviços de distribuição de periódicos, revistas, publicações, jornais e livros não estão abrangidos pela imunidade cultural. Portanto, nesse caso, incide o ISS (Imposto sobre Serviços) normalmente.
Além disso, não há que se falar em análise do valor cultural, como requisito para conceder a imunidade. De acordo com o STF, “os álbuns de figurinhas e os respectivos cromos adesivos estão alcançados pela imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “d”, da Constituição Federal”.
A referida imunidade também abrange as apostilas.
Destaque-se que a inserção de anúncios e publicidade em listas telefônicas, com o objetivo de permitir a divulgação das informações a custo zero para os assinantes, não descaracteriza a imunidade em tela (RE 199.183).
No entanto, é de se ressaltar que os encartes de propaganda com exclusiva índole comercial não podem ser considerados imunes.
Comentários a questão:
Manuais técnicos no formato de apostilas virtuais não gozam da imunidade tributária conferida aos livros, visto que só é considerado livro, para efeitos fiscais, o que pode ser impresso e identificado como tal. 
 Comentário: até o momento, o STF somente possui jurisprudência pacífica no que se refere às apostilas impressas. No que se refere a livros, jornais e revistas eletrônicos, o tema será decidido com repercussão geral no RE 330.817/RJ. Por ora, a meu ver a questão deveria ter sido considerada correta pelo CESPE. Poderíamos até forçar algumas interpretações, mas isso não vem ao caso. Questão errada.
2.5 – Imunidade em favor da produção musical brasileira
EC 75/2013, cujo projeto foi denominado PEC da Música. Vamos ver o que diz o seu texto: 
“Art. 1º O inciso VI do art. 150 da Constituição Federal passa a vigorar acrescido da seguinte alínea e: 
VI . instituir impostos sobre: 
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.”
Entedendo:
· Fonogramas :Registro sonoro em suporte material (CDs ou disco de vinil) 
· Videofonogramas : Registro de imagem e som em suporte material (DVDs). 
· Obras Musicais :Relativas a música. 
· Obras Literomusicais: Espetáculos ou reunião social em que se lêem trechos literários ou poemas e que há apresentações musicais.
Enfim, você deve saber o seguinte: 
· Os fonogramas e videofonogramas devem ser produzidos no Brasil; 
· As obras não precisam ser dos autores brasileiros. Entretanto, devem ser, no mínimo, interpretadas por artistas brasileiros; 
· Abrange os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham; 
· A etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser não está imune.
3 - OUTRAS ESPÉCIES DE IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
· São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: (a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; (b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal (art. 5°, XXXIV);
· Ação popular, salvo comprovada má-fé, é isento (imune) de custas judiciais, as quais são consideradas taxas pelo STF (art. 5°, LXXIII);
· São gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei, o registro civil de nascimento e a certidão de óbito (art.5°, LXXVI);
· São gratuitas as ações de “habeas-corpus” e “habeas-data”, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania (art. 5°, LXXVII);
· As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação (art. 149, §2°I);
· O IPI não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior (art. 153, §3°, III);
· O ITR não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel (art. 153, §3°, II);
· O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do IOF, sendo imune de qualquer outro tributo (art. 153, §5°);
· O ICMS não incidirá (art. 155, §2°, X): 
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior; 
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; 
c) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita;
· À exceção do II, IE e ICMS nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas à energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País (art. 155, §3°); Observação: A imunidade se refere a todos os demais impostos, com exceção do II, IE e ICMS. Nesse sentido, vejamos uma importante súmula do STF: Súmula STF 659 - É legítima a cobrança da COFINS, do PIS e do FINSOCIAL sobre as operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.
· O ITBI não incidirá sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados a patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil (art156, §2°,I);
· São isentas (imunes) de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária (art. 184, §5°);
· A contribuição previdenciária não incide sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social (art. 195, II);
· São isentas (imunes) de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei (art. 195, §7°);
· A celebração do casamento é gratuita, portanto, imune a taxas (art. 226, § 1º).
3.1 – A imunidade das entidades assistenciais, relativas à contribuição para a seguridade social.
Art. 195 - (...): 
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
são “isentas”, podemos afirmar, com base nos conceitos vistos no início da aula, que se trata de imunidade (STF, RMS 22.192/DF).
Lei Ordinária: Fixação de normas sobre a constituição e o funcionamento da entidade educacional ou assistencial imune (Requisitos formais para o gozo da imunidade); 
Lei Complementar: Lindes da imunidade (Condições materiais para o gozo da imunidade) Por analogia, a lei complementar aplicável ao caso é aquela prevista no art. 14 do CTN, que se refere à imunidade do art. 150, VI, c. 
Comentários a questões:
Possui imunidade de contribuição social para seguridade social a entidade beneficente de assistência social que atenda às exigências estabelecidas em lei sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. 
Comentário: A questões combinou a literalidade do art. 195, I, a, que define uma das possíveis contribuições sociais para seguridade social, com a imunidade prevista no art. 195, § 7º,da CF/88, referente às contribuições para seguridade social. Portanto, questão correta.

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