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CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 13 - Fiscalização Tributária 1. Introdução Prezados (as) alunos (as), Como ainda não saiu o edital do concurso da Receita Federal do Brasil, esta é a nossa aula 13. Lembramos que com aula de hoje já foram mais 540 questões de concursos comentadas e anotadas, e que vamos tentar manter uma média ainda melhor de questões por assunto nas futuras aulas, que passamos a confirmar com vocês, a saber: Aula 14 - Vigência da Legislação Tributária. Aplicação da Legislação Tributária. Interpretação e Integração da Legislação Tributária (31/08). Aula 15 - Legislação Tributária. 4.1. Constituição 4.2. Emendas à Constituição. 4.3. Leis Complementares. 4.4. Leis Ordinárias. 4.5. Leis Delegadas. 4.6. Medidas Provisórias. 4.7. Tratados Internacionais. 4.8. Decretos. 4.9. Resoluções 4.10. Decretos Legislativos. 4.11. Convênios 4.12. Normas Complementares (04/09). Aula 16 - Sujeição Ativa e Passiva. Solidariedade. Capacidade Tributária. Responsabilidade Tributária. Conceito. Responsabilidade dos Sucessores. Responsabilidade de Terceiros. Responsabilidade por Infrações (09/09). Aula 17 - Tributos de Competência dos Estados. Tributos de Competência dos Municípios (16/09). Aula 18 - Simples Nacional. Limitações constitucionais ao Poder de Tributar. Princípios Constitucionais no Direito Tributário (23/09). CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 2 www.pontodosconcursos.com.br Aula extra - Resumo de todos os pontos da Parte Geral de Direito Tributário do edital de 2009 Assim, completaremos a nossa maratona. E vamos ficar no fórum para responder as dúvidas das aulas até 02 de outubro. A previsão do dia da prova do concurso da Receita Federal é para o início de Novembro. Observamos novamente que o nosso curso está atualizado até o dia do envio da aula e que no final vamos elaborar um resumo caprichado de todos os pontos da Parte Geral de Direito Tributário do edital de 2009 (aula extra). Então, vamos em frente. 2. A Administração Tributária A administração tributária é a parte da administração pública direta que cuida da orientação do contribuinte e do responsável tributário, fiscalização e arrecadação do tributo, bem como do treinamento dos servidores públicos que atuam nestas áreas, sobretudo os analistas tributários e auditores-fiscais. Deste modo, o CTN disciplinou a administração tributária em três partes, que são a fiscalização (arts. 194 a 200), a dívida ativa (arts. 201 a 204) e as certidões negativas (arts. 205 a 208). Ressaltamos que a Emenda Constitucional n° 42/2003 estabeleceu dois importantes dispositivos sobre o tema da administração tributária. Assim, a CF/88 estatuiu que as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 3 www.pontodosconcursos.com.br informações fiscais, na forma da lei ou convênio (art. 37, inc. XXII). Nesse rumo, o art. 199 do CTN, concretiza esta regra constitucional, estabelecendo que a Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio. Porém, apenas a União, na forma estabelecida em tratados, acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos. Noutro ponto, o texto constitucional também fixou a competência privativa do Senado Federal para avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios (art. 52, XV). Vamos tratar na aula de hoje da fiscalização tributária, eis que os outros dois temas da administração tributária (dívida ativa e certidões negativas) foram estudados na aula 8. 2.1 Fiscalização Tributária De início, devemos salientar que a legislação tributária, observando o disposto no CTN, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação (art. 194 do CTN). Com efeito, o conceito de legislação tributária deve ser compreendido de acordo com o art. 96 do CTN, abrangendo as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes, sendo que essa legislação aplica-se às CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 4 www.pontodosconcursos.com.br pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal. Porém, em razão do princípio da legalidade tributária e da necessária observância das regras do CTN, ressaltamos que nem todas as normas sobre a competência e os poderes das autoridades administrativas podem ser reguladas exclusivamente por normas infralegais (decretos e normas complementares), tal como as normas referentes à quebra de sigilo fiscal e bancário, que dependem previamente de lei. Por sua vez, para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los, segundo art. 195 do CTN. Destarte, o CTN afasta a possibilidade das pessoas físicas ou jurídicas invocarem normas contratuais, ou até mesmo normas legais de direito civil ou empresarial, que não permitam ou limitem o direito do Fisco competente de fiscalizar e examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos e papéis, ou que limitem a obrigação acessória do sujeito passivo de exibir a regularidade dos seus livros ou documentos contábeis obrigatórios. O próprio Código Civil de 2002 corrobora com o disposto no CTN, estabelecendo que as restrições estabelecidas ao exame da escrituração contábil, em parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício da fiscalização do pagamento dos tributos (art. 1.193). Nesse rumo, estabelece o CTN que as autoridades administrativas federais poderão requisitar o auxílio da força pública federal, estadual ou municipal, e reciprocamente, quando vítimas de embaraço ou desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação dê medida prevista na legislação tributária, ainda que não se configure fato definido em lei como crime ou contravenção (art. 200). CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 5 www.pontodosconcursos.com.br Entretanto, ressaltamos que o CTN não pode e nem exclui os direitos e garantias fundamentais estabelecidos no texto constitucional, tais como o direito à intimidade e a vida privada (art. 5°, X), a inviolabilidade do domicílio (art. 5°, XI), o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas (art. 5°, XII), o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão (art. 5°, XIII), dentre outros. Anotamos também que há normaconstitucional explícita dispondo que é facultada a administração tributária, sobretudo para conferir efetividade ao princípio constitucional da capacidade contributiva, identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte, sempre respeitando os direitos individuais nos termos da lei (art. 145, §1°). O Min. Celso de Mello recentemente assim afirmou sobre o tema: “Não são absolutos os poderes de que se acham investidos os órgãos e agentes da administração tributária, pois o Estado, em tema de tributação, inclusive em matéria de fiscalização tributária, está sujeito à observância de um complexo de direitos e prerrogativas que assistem, constitucionalmente, aos contribuintes e aos cidadãos em geral. Na realidade, os poderes do Estado encontram, nos direitos e garantias individuais, limites intransponíveis, cujo desrespeito pode caracterizar ilícito constitucional. A administração tributária, por isso mesmo, embora podendo muito, não pode tudo. É que, ao Estado, é somente lícito atuar, ‘respeitados os direitos individuais e nos termos da lei’ (CF, art. 145, § 1º), consideradas, sobretudo, e para esse específico efeito, as limitações jurídicas decorrentes do próprio sistema instituído pela Lei Fundamental, cuja eficácia – que prepondera sobre todos os órgãos e agentes fazendários – restringe-lhes o alcance do poder de que se acham investidos, especialmente quando exercido em face do contribuinte e dos cidadãos da República, que são titulares de garantias impregnadas de estatura constitucional e que, por tal razão, não podem ser transgredidas por aqueles que exercem a autoridade em nome do Estado” (HC 82.788). Neste sentido, o STF tem fixado relevantes interpretações e balizas restritivas para a atuação legítima e eficiente da CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 6 www.pontodosconcursos.com.br administração tributária no exercício da sua essencial função de fiscalização tributária, a saber: (i) Inadmissibilidade de apreensão de livros contábeis e documentos fiscais realizada, em escritório de contabilidade, por agentes fazendários e policiais federais, sem mandado judicial e sem consentimento do sujeito passivo da relação tributária, em razão da proteção constitucional da inviolabilidade domiciliar (HC 93.050/RJ, junho/08; ARRE 331.303-7, fevereiro/04); (ii) “Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária, quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação” (Súmula 439 do STF); (iii) “É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo” (Súmula 70 do STF); “É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos” (Súmula 323 do STF); “Ao contribuinte em débito, não é lícito à autoridade proibir que adquira estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais” (Súmula 547 do STF); Estas súmulas proíbem e consideram inconstitucionais as denominadas sanções políticas na seara tributária. Este tipo de sanção é um meio coercitivo indireto de cobrança do tributo utilizado pela administração tributária, que não observa o princípio constitucional do devido processo legal (art. 5º, LIV); (iv) É inconstitucional a obrigação de comprovação de regularidade fiscal na hipótese de transferência de domicílio para o exterior e a vinculação do registro ou arquivamento de contrato social e atos similares à quitação de créditos tributários. Estas medidas são sanções políticas e ofendem ao direito ao exercício de atividades econômicas e profissionais lícitas (CF, art. 170, parágrafo único), ao substantive due process of law (devido processo legal substantivo), em razão da falta de proporcionalidade CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 7 www.pontodosconcursos.com.br e razoabilidade de medidas gravosas que se predispõem a substituir os mecanismos de cobrança de créditos tributários, bem como ao devido processo legal formal, manifestado na garantia de acesso aos órgãos do Executivo ou do Judiciário tanto para controle da validade dos créditos tributários quanto para controle do próprio ato que culmina neste tipo de restrição (ADI 173/DF e ADI 394/DF, setembro/08); (v) Não ofende aos Enunciados 70, 323 e 547 da Súmula do STF e também não afronta a garantia fundamental do livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão (art. 5º, XIII, da CF/88), a apreensão de mercadorias desacompanhadas de documentação fiscal idônea e sua retenção até a comprovação da legitimidade da posse pelo proprietário, uma vez que, neste caso, não se trata de coação para fins de pagamento de valores ao Fisco, mas sim de atribuição inerente a fiscalização do cumprimento da legislação tributária, sendo considerada uma atuação constitucional da administração tributária e medida legítima no exercício do poder de polícia tributário (ADI 395/SP, maio de 2007). Nesse ínterim, devemos dizer que a atividade de fiscalização tributária deve ser documentada, obedecendo ao princípio documental. Esta atividade também não pode ser realizada por prazo indefinido ou por prazo desarrazoado, devendo existir início, meio e fim. Assim, a autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas (CTN, art. 196). Os termos do procedimento de fiscalização tributária serão lavrados, sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em separado deles se entregará cópia autenticada CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 8 www.pontodosconcursos.com.br à pessoa sujeita à fiscalização, de acordo com o parágrafo único do art. 196 do CTN. Com efeito, no âmbito federal, segundo a Portaria n° 11.371, de 12 de Dezembro de 2007, os procedimentos fiscais serão executados, em nome da Receita Federal do Brasil (RFB), pelos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (AFRFB) e instaurados mediante Mandado de Procedimento Fiscal (MPF). Entende-se por procedimento fiscal: (i) de fiscalização, as ações que objetivam a verificação do cumprimento das obrigações tributárias, por parte do sujeito passivo, relativas aos tributos administrados pela RFB, bem como da correta aplicação da legislação do comércio exterior, podendo resultar em constituição de crédito tributário, apreensão de mercadorias, representações fiscais, aplicação de sanções administrativas ou exigências de direitos comerciais; (ii) de diligência, as ações destinadas a coletar informações ou outros elementos de interesse da administração tributária, inclusive para atender exigência de instrução processual. Atualmente, em relação aos tributos federais, o termo de fiscalização tributária é emitido exclusivamente em forma eletrônica e assinado pela autoridade administrativa, mediante a utilização de certificado digital válido. A ciência pelo sujeito passivo deste termo de fiscalização dar-se-á por intermédio da Internet, no endereço eletrônico www.receita.fazenda.gov.br, com a utilização de código de acesso consignado no termo que formalizar o início do procedimento fiscal. O início do procedimento fiscal delineia os contornos jurídicos de dois importantes institutos do direito tributário, que são a exclusão da possibilidade da denúncia espontânea e a antecipação do início do prazo decadencial. O parágrafo único do art. 138 do CTN, dispõe que não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. CURSO ON-LINE- DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 9 www.pontodosconcursos.com.br E o parágrafo único do art. 173 do mesmo Código estabelece que o direito de constituir o crédito tributário extingue-se definitivamente com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. Segundo o art. 7º, do decreto 70.235/72, o procedimento fiscal tem início com: (i) o primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, cientificado o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto; (ii) a apreensão de mercadorias, documentos ou livros; (iii) o começo de despacho aduaneiro de mercadoria importada. Por outro lado, realçamos que os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados deverão ser conservados pelo sujeito passivo da relação tributária até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram, de acordo com o parágrafo único do art. 195 do CTN. 2.1.1 Dever de prestar informações, sigilo profissional e sigilo fiscal No sistema tributário brasileiro, faz parte do regular cumprimento das obrigações tributárias acessórias, o dever de prestar informações ao Fisco. Portanto, de acordo com o art. 197 do CTN, mediante intimação escrita e sem necessidade de autorização judicial, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros: (i) os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício; (ii) os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras; (iii) as empresas de administração de bens; (iv) os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais; CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 10 www.pontodosconcursos.com.br (v) os inventariantes; (vi) os síndicos, comissários e liquidatários; (vii) quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão. Contudo, o parágrafo único do mesmo art. 197, traz relevante ressalva, afirmando que a obrigação de prestar informações não abrange informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão. Assim, em razão do sigilo profissional ou sacerdotal, os advogados, médicos, psicólogos, padres, dentre outros, não estão obrigados a prestar informações sobre confidências de clientes ou de pessoas que lhes procuram. Por exemplo, o art. 26 do Código de Ética da OAB, afirma que advogado deve guardar sigilo, mesmo em depoimento judicial, sobre o que saiba em razão de seu ofício, cabendo-lhe recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou tenha sido advogado, mesmo que autorizado ou solicitado pelo constituinte. Noutro ponto, sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada (proibida) a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades (CTN, art. 198). É o denominado sigilo fiscal, também chamado por corrente doutrinária minoritária de sigilo funcional. Existe ressalva dessa proibição, permitindo a divulgação nas hipóteses de permuta de informações entre os entes federativos, e nos casos de: CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 11 www.pontodosconcursos.com.br (i) Requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça (art. 198, §1°, I, do CTN); (ii) Solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa (art. 198, §1°, II, do CTN); (iii) Requisição de comissão parlamentar de inquérito (CPI), obedecendo-se aos princípios da colegialidade e da motivação, que são, respectivamente, a aprovação pela maioria absoluta dos membros da comissão e a fundamentação do pedido (art. 58, §3°, da CF/88); (iv) Requisição do Ministério Público da União (MPU), desde que concernente a fatos e pessoas determinadas (art. 8°, §2°, da LC 75/1993). Nesse rumo, o intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será realizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo. É permitida, sem qualquer tipo de exceção, a divulgação de informações relativas a: (i) representações fiscais para fins penais; (ii) inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; (iii) parcelamento ou moratória do crédito tributário. 2.1.2 Sigilo bancário Conforme compreensão do STF, as regras específicas sobre o sigilo bancário estão previstas exaustivamente na Lei Complementar 105, de 10 de janeiro de 2001. A referida lei infraconstitucional optou pela possibilidade de fornecimento direto de informações bancárias a autoridades fiscais. Nestes termos, o art. 5o dispõe que o Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à periodicidade e aos limites de valor, CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 12 www.pontodosconcursos.com.br os critérios segundo os quais as instituições financeiras informarão à administração tributária da União, as operações financeiras efetuadas pelos usuários de seus serviços. E o art. 6o da LC 105/01 estabelece que as autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. O resultado dos exames, as informações e os documentos a deverão ser conservados em sigilo, observada a legislação tributária. O STF ainda não se pronunciou definitivamente sobre a constitucionalidade dos arts. 5° e 6° da LC 105/01, o que deve ocorrer quando da análise do mérito das ADI’s 2.386/DF, 2.390/DF, 2.397/DF e 4.010/DF. Destacamos que antes da entrada em vigor da LC 105/01, o entendimento predominante no STF era pela impossibilidade de quebra de sigilo bancário realizada diretamente pelo Fisco. Por sua vez, destacamos também que serão prestadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e pelas instituições financeiras as informações ordenadas pelo Poder Judiciário, preservado o seu caráter sigiloso mediante acesso restrito às partes, que delas não poderão servir-se para fins estranhos à lide (LC 105/01, art. 3°). E que além dos casos previstos neste artigo o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários fornecerão à Advocacia-Geral da União as informações e os documentos necessários à defesa da União nas ações em que seja parte (LC 105/01, art. 3°, §3°). Vamos agora resolver as questões de concurso: CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 13 www.pontodosconcursos.com.br1. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Julgue os itens abaixo segundo o entendimento atualmente dominante no Supremo Tribunal Federal – STF e marque (V) para proposição verdadeira e (F) para a falsa, e a seguir, assinale a opção que apresenta a resposta correta. ( ) O Pleno do Tribunal já analisou a constitucionalidade do inciso II do art. 198, acrescentado pela Lei Complementar n. 104/2001, que admite, em certas condições, o fornecimento de informações fiscais submetidas a sigilo, independente de autorização judicial, para uma autoridade administrativa (inciso II do art. 198 do CTN). ( ) Ao tempo da edição da Lei Complementar n. 104/2001, que alterou o art. 198 do CTN, o Tribunal entendia imprescindível a autorização judicial para a obtenção das informações fiscais submetidas a sigilo. ( ) A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, “c”, da CRFB/1988, alcança as entidades fechadas de previdência social privada, independente de haver ou não contribuições dos beneficiários. ( ) A imunidade prevista no art. 150, VI, “d”, da CRFB/1988, abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. a) V, V, V, F b) F, V, V, V c) V, V, F, V d) V, F, V, F e) F, V, F, V 2. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Considerando o tema “Lei Complementar n. 105, de 10/01/01” e as disposições da citada lei, marque, a seguir, a opção que apresenta a assertiva correta. a) A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando necessária para apuração de crime contra a CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 14 www.pontodosconcursos.com.br Administração Pública, pelo juiz, apenas na fase judicial. b) Além das requisições judiciais, o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários podem fornecer à Advocacia-Geral da União as informações e os documentos necessários à defesa da União nas ações em que seja parte. c) A constitucionalidade da LC n. 105/01 foi declarada pelo STF em ADIn específica. d) A inconstitucionalidade da LC n. 105/01 foi declarada pelo STF em ADIn específica. e) Os agentes fiscais tributários da União podem examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, como providência prévia à instauração de procedimento fiscal. 3. (ESAF/Auditor Fiscal/CE/2007) De acordo com o disposto no art. 198 do Código Tributário Nacional, os servidores fazendários não podem divulgar informações obtidas sobre a situação econômica ou financeira de sujeitos passivos, em razão do ofício. Entre as hipóteses a seguir, assinale as que constituem exceção a essa regra e marque a opção correspondente. Não constitui (em) violação ao dever funcional de manutenção do sigilo das informações obtidas pelos servidores da Fazenda Pública: I. fornecimento de informações a autoridade Judiciária. II. divulgação de informações relativas a parcelamento ou moratória. III. fornecimento de informações a membro do Ministério Público. IV. divulgação de informações relativas a inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública. a) Todos os itens estão corretos. b) Estão corretos apenas os itens I e III. c) Estão corretos apenas os itens II e IV. d) Estão corretos apenas os itens I, II e III. e) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 15 www.pontodosconcursos.com.br 4. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2009) Na realização de atividade fiscalizatória, os agentes fiscais podem entrar nos estabelecimentos dos contribuintes. Sobre o procedimento de fiscalização é correto afirmar que (A) não se aplicam os princípios da inviolabilidade do domicílio, do direito à intimidade e do sigilo da correspondência, tendo em vista o poder de polícia conferido à administração tributária. (B) existem restrições, pois o contribuinte não está obrigado a exibir livros contábeis ou fiscais obrigatórios, visto que a Constituição Federal lhe garante o direito à intimidade. (C) realiza-se informalmente e não precisa ser documentado. (D) deverá ser documentado por meio de termos específicos lavrados, sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos ou, quando lavrados em separado, o sujeito passivo deverá ficar com cópia autenticada. (E) é possível ao sujeito passivo até a sua conclusão, se valer da denúncia espontânea em relação às infrações praticadas, beneficiando-se do pagamento sem imposição de multas. 5. (FCC/Assessor Jurídico/TCE/PI/2002) No exercício da fiscalização, as autoridades administrativas federais, estaduais e municipais (A) não podem prestar-se mutuamente assistência para fiscalização dos tributos respectivos, mesmo que tal assistência venha ser prevista em lei ou em convênio, por obediência dos princípios do sigilo fiscal e da territorialidade. (B) podem permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização dos tributos, mesmo na ausência de tratados, acordos ou convênios. (C) não podem divulgar informações obtidas em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 16 www.pontodosconcursos.com.br contribuinte, mesmo quando solicitadas pelo Poder Judiciário no interesse da justiça. (D) não se encontram impedidas de fornecerem informações relativas a representações fiscais para fins penais. (E) não podem divulgar informações relativas a inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública. 6. (FCC/Procurador/RR/2006) Considere as seguintes afirmações sobre a Administração Tributária: I. O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será realizado mediante processo regular instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo. II. É vedada a divulgação de informações relativas a representações fiscais para fins penais. III. É vedada a divulgação por parte da Fazenda Pública de informação obtida em razão do ofício sobre a situação financeira ou econômica do sujeito passivo. IV. É vedada a divulgação de informação relativas a inscrições na dívida ativa. V. É permitida a divulgação de informações relativas a parcelamento ou moratória. SOMENTE estão corretas as afirmações (A) I, II e V. (B) I, II e IV. (C) I, III e V. (D) II, III, e IV. (E) III, IV e V. 7. (FCC/Procurador do Estado do PI/2005) É vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública, de informação obtida em razão de ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo, ressalvada a hipótese de (A) Procedimentos impositivos instaurados contra o contribuinte. (B) Inscrições de débitos fiscais na Dívida Ativa. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 17 www.pontodosconcursos.com.br (C) Requisição da autoridade policial. (D) Requisição de órgão da imprensa escrita. (E) Requisição de partido político. 8. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2009) Em relação à fiscalização tributária, analise as afirmativas a seguir: I. Determina o código tributário nacional que a autoridade administrativa que presidir quaisquer diligências de fiscalização deverá, preferencialmente, lavrar termo autônomo de início do respectivo procedimento, cuja cópia será entregue ao sujeito fiscalizado; caso haja recusa de recebimento do aludido termo pelo contribuinte, o início da ação fiscal há de ser certificado em um dos livros fiscais a serem exibidos na forma da legislação. II. Somente antes do início de qualquer procedimento de fiscalização é possível ao contribuinte se socorrer do benefício da denúncia espontânea, afastando-se a responsabilidade por infrações à legislação tributária, desde que haja o pagamentointegral do tributo devido acrescido dos juros de mora. III. O artigo 195 do CTN reza que “para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los”. Com base nesse dispositivo, o Supremo Tribunal Federal editou súmula de modo a consolidar o entendimento de que se sujeitam à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, ilimitadamente, independentemente dos pontos objeto da investigação. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente a afirmativa III estiver correta. (D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 18 www.pontodosconcursos.com.br 9. (CESPE/Procurador Estadual/ES/2008) O servidor público da secretaria de fazenda estadual que obtiver, em razão de seu ofício, informações acerca da situação econômica de certo contribuinte tem o dever de sigilo quanto aos dados do contribuinte, exceto nos casos de solicitações de outras autoridades administrativas no interesse da administração pública. 10. (CESPE/Procurador Estadual/ES/2008) É lícita à fazenda pública federal e estadual a permuta de informações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização dos tributos. 11. (CESPE/OAB/SP/2009.1) O CTN veda a divulgação, por parte da fazenda pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício público sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades. Constitui exceção ao dever de sigilo fiscal a (A) permuta de informações entre a União e Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos previstos em tratados, acordos ou convênios. (B) permuta de informações entre quaisquer entidades do Poder Executivo federal, na forma estabelecida por lei ou convênio. (C) requisição de autoridade administrativa ou judiciária, exclusivamente sobre litígios de natureza criminal. (D) solicitação de autoridade administrativa no interesse da administração pública federal, em qualquer hipótese. A primeira questão é a letra “e” (F, V, F, V). O primeiro item é falso, pois o Pleno do STF ainda não analisou a constitucionalidade do inciso II do art. 198, acrescentado CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 19 www.pontodosconcursos.com.br pela Lei Complementar n. 104/2001, que admite, em certas condições, o fornecimento de informações fiscais submetidas a sigilo, independente de autorização judicial, para uma autoridade administrativa (inciso II do art. 198 do CTN). O segundo item é verdadeiro, porque ao tempo da edição da Lei Complementar n. 104/2001, que alterou o art. 198 do CTN, o Tribunal entendia como imprescindível a autorização judicial para a obtenção das informações fiscais submetidas a sigilo. O terceiro item é falso, porque a imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, “c”, da CRFB/1988, alcança as entidades fechadas de previdência social privada, apenas quando não houver contribuições dos beneficiários, de acordo com a súmula 730 do STF. O quarto item é verdadeiro, uma vez que a imunidade prevista no art. 150, VI, “d”, da CRFB/1988, abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos, segundo a súmula 657 do STF. A segunda questão é a letra “b”, conforme art. 3°, §3°, da LC 105/01. A letra “a” é falsa, uma vez que a quebra de sigilo poderá ser decretada, quando necessária para apuração de crime contra a Administração Pública, pelo juiz, não se fazendo a restrição para apenas ocorrer na fase judicial. Pode acontecer também da decretação pelo juiz da quebra de sigilo bancário na fase de inquérito policial. As letras “c” e “d” são falsas, pois a constitucionalidade ou inconstitucionalidade da LC n. 105/01 ainda não foi declarada pelo STF em ADIn específica. A letra “e” é falsa, porque os agentes fiscais tributários da União podem examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, somente quando houver CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 20 www.pontodosconcursos.com.br processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente, segundo art. 6°, caput, da LC 105/01. A terceira questão é a letra “e”, pois a pergunta é feita de acordo com 198 do CTN, que não elenca o fornecimento de informações a membro do Ministério Público. Portanto, conforme o art. 198 do CTN, estão corretos apenas os itens I, II e IV. A quarta questão é a letra “d”, conforme parágrafo único do art. 196 do CTN. A letra “a” é falsa, pois se aplicam no procedimento de fiscalização tributária os princípios da inviolabilidade do domicílio, do direito à intimidade e do sigilo da correspondência,. A letra “b” é falsa, porque o direito constitucional à intimidade estabelecido pela CF/88 não abrange o dever de exibição de livros contábeis ou fiscais obrigatórios pelo contribuinte. A letra “c” é falsa, uma vez que o procedimento de fiscalização tributária precisa ser documentado, obedecendo ao princípio documental. A letra “e” é falsa, pois, de acordo com o parágrafo único do art. 138 do CTN, não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. A quinta questão é a letra “d”, conforme §3°, inc. I, do art. 198, do CTN. A letra “a” é falsa, pois as autoridades administrativas federais, estaduais e municipais podem prestar-se mutuamente assistência para fiscalização dos tributos respectivos, devendo tal assistência venha ser prevista em lei ou em convênio, conforme art. 199 do CTN. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 21 www.pontodosconcursos.com.br A letra “b” é falsa, pois apenas a União pode permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização dos tributos, na forma estabelecida em tratados, acordos ou convênios, conforme parágrafo único do art. 199 do CTN. A letra “c” é falsa, pois as autoridades administrativas federais, estaduais e municipais podem divulgar informações obtidas em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do contribuinte, quando requisitadas pelo Poder Judiciário no interesse da justiça, de acordo com o §1°, inc. I, do art. 198, do CTN. A letra “e” é falsa, porque as autoridades administrativas federais, estaduais e municipais podem divulgar informações relativas a inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública, conforme §3°, inc. II, do art. 198, do CTN. A sexta questão é a letra “c”. Estão corretas somente as afirmações I, III e V. O primeiro item é verdadeiro, porque o intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será realizado mediante processo regular instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, conforme §2°, do art. 198, do CTN. O segundo item é falso, porque é permitida a divulgação de informações relativas a representações fiscais para fins penais, conforme §3°, inc. I, do art. 198, do CTN. O terceiro itemé verdadeiro, porque, em regra, é vedada a divulgação por parte da Fazenda Pública de informação obtida em razão do ofício sobre a situação financeira ou econômica do sujeito passivo, de acordo com o art. 198, caput, do CTN. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 22 www.pontodosconcursos.com.br O quarto item é falso, porque é autorizada a divulgação de informações relativas a inscrições na dívida ativa, conforme §3°, inc. II, do art. 198, do CTN. O quinto item é verdadeiro, uma vez que é permitida a divulgação de informações relativas a parcelamento ou moratória, segundo o §3°, inc. III, do art. 198, do CTN. A sétima é “b”. É permitida a divulgação de informações relativas a inscrições de débitos fiscais na dívida ativa, conforme §3°, inc. II, do art. 198, do CTN. A oitava questão é a letra “b”. Somente a afirmativa II é verdadeira, conforme art. 138 do CTN. O item I é falso, porque determina o art. 196 do CTN que a autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas. Nesse sentido, o parágrafo único do art. 196 do CTN, dispõe que os termos a que se refere este artigo serão lavrados, sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em separado deles se entregará, à pessoa sujeita à fiscalização, cópia autenticada pela autoridade a que se refere este artigo. O item III é falso, porque o artigo 195 do CTN reza que “para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los”. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 23 www.pontodosconcursos.com.br Assim, com base nesse dispositivo, o Supremo Tribunal Federal editou súmula 439 de modo a consolidar o entendimento de que “estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária, quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação”. A nona questão é incorreta, pois está incompleta e fala apenas de uma exceção. Assim, não está de acordo com o art. 198 e seus parágrafos. Em regra, respondem pelo pagamento do crédito tributário os bens gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula (art. 184 do CTN). A décima questão é incorreta, pois é lícito somente a Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em tratados, acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos. A décima primeira questão é a alternativa “a”, de acordo com o parágrafo único do art. 199 do CTN. QUESTÕES TRATADAS EM AULA 1. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Julgue os itens abaixo segundo o entendimento atualmente dominante no Supremo Tribunal Federal – STF e marque (V) para proposição verdadeira e (F) para a falsa, e a seguir, assinale a opção que apresenta a resposta correta. ( ) O Pleno do Tribunal já analisou a constitucionalidade do inciso II do art. 198, acrescentado pela Lei Complementar n. 104/2001, que admite, em certas condições, o fornecimento de informações fiscais submetidas a sigilo, independente de autorização judicial, para uma autoridade administrativa (inciso II do art. 198 do CTN). ( ) Ao tempo da edição da Lei Complementar n. 104/2001, que alterou o art. 198 do CTN, o Tribunal entendia imprescindível a autorização judicial para a obtenção das informações fiscais submetidas a sigilo. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 24 www.pontodosconcursos.com.br ( ) A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, “c”, da CRFB/1988, alcança as entidades fechadas de previdência social privada, independente de haver ou não contribuições dos beneficiários. ( ) A imunidade prevista no art. 150, VI, “d”, da CRFB/1988, abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. a) V, V, V, F. b) F, V, V, V. c) V, V, F, V. d) V, F, V, F. e) F, V, F, V. 2. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2006) Considerando o tema “Lei Complementar n. 105, de 10/01/01” e as disposições da citada lei, marque, a seguir, a opção que apresenta a assertiva correta. a) A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando necessária para apuração de crime contra a Administração Pública, pelo juiz, apenas na fase judicial. b) Além das requisições judiciais, o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários podem fornecer à Advocacia-Geral da União as informações e os documentos necessários à defesa da União nas ações em que seja parte. c) A constitucionalidade da LC n. 105/01 foi declarada pelo STF em ADIn específica. d) A inconstitucionalidade da LC n. 105/01 foi declarada pelo STF em ADIn específica. e) Os agentes fiscais tributários da União podem examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, como providência prévia à instauração de procedimento fiscal. 3. (ESAF/Auditor Fiscal/CE/2007) De acordo com o disposto no art. 198 do Código Tributário Nacional, os servidores fazendários não podem divulgar informações obtidas sobre a situação econômica ou financeira de sujeitos passivos, em razão do ofício. Entre as hipóteses a seguir, assinale as que constituem exceção a essa regra e marque a opção correspondente. Não constitui (em) CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 25 www.pontodosconcursos.com.br violação ao dever funcional de manutenção do sigilo das informações obtidas pelos servidores da Fazenda Pública: I. fornecimento de informações a autoridade Judiciária. II. divulgação de informações relativas a parcelamento ou moratória. III. fornecimento de informações a membro do Ministério Público. IV. divulgação de informações relativas a inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública. a) Todos os itens estão corretos. b) Estão corretos apenas os itens I e III. c) Estão corretos apenas os itens II e IV. d) Estão corretos apenas os itens I, II e III. e) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. 4. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2009) Na realização de atividade fiscalizatória, os agentes fiscais podem entrar nos estabelecimentos dos contribuintes. Sobre o procedimento de fiscalização é correto afirmar que (A) não se aplicam os princípios da inviolabilidade do domicílio, do direito à intimidade e do sigilo da correspondência, tendo em vista o poder de polícia conferido à administração tributária. (B) existem restrições, pois o contribuinte não está obrigado a exibir livros contábeis ou fiscais obrigatórios, visto que a Constituição Federal lhe garante o direito à intimidade. (C) realiza-se informalmente e não precisa ser documentado. (D) deverá ser documentado por meio de termos específicos lavrados, sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos ou, quando lavrados em separado, o sujeito passivo deverá ficar com cópia autenticada. (E) é possível ao sujeito passivo até a sua conclusão, se valer da denúncia espontânea em relação às infrações praticadas, beneficiando-se do pagamento sem imposição de multas. 5. (FCC/Assessor Jurídico/TCE/PI/2002) No exercício da fiscalização, as autoridades administrativas federais, estaduais e municipais (A) não podem prestar-se mutuamente assistênciapara fiscalização dos tributos respectivos, mesmo que tal assistência venha ser prevista em lei ou em convênio, por obediência dos princípios do sigilo fiscal e da territorialidade. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 26 www.pontodosconcursos.com.br (B) podem permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização dos tributos, mesmo na ausência de tratados, acordos ou convênios. (C) não podem divulgar informações obtidas em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do contribuinte, mesmo quando solicitadas pelo Poder Judiciário no interesse da justiça. (D) não se encontram impedidas de fornecerem informações relativas a representações fiscais para fins penais. (E) não podem divulgar informações relativas a inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública. 6. (FCC/Procurador/RR/2006) Considere as seguintes afirmações sobre a Administração Tributária: I. O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será realizado mediante processo regular instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo. II. É vedada a divulgação de informações relativas a representações fiscais para fins penais. III. É vedada a divulgação por parte da Fazenda Pública de informação obtida em razão do ofício sobre a situação financeira ou econômica do sujeito passivo. IV. É vedada a divulgação de informação relativas a inscrições na dívida ativa. V. É permitida a divulgação de informações relativas a parcelamento ou moratória. SOMENTE estão corretas as afirmações (A) I, II e V. (B) I, II e IV. (C) I, III e V. (D) II, III, e IV. (E) III, IV e V. 7. (FCC/Procurador do Estado/PI/2005) É vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública, de informação obtida em razão de ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo, ressalvada a hipótese de (A) Procedimentos impositivos instaurados contra o contribuinte. (B) Inscrições de débitos fiscais na Dívida Ativa. (C) Requisição da autoridade policial. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 27 www.pontodosconcursos.com.br (D) Requisição de órgão da imprensa escrita. (E) Requisição de partido político. 8. (FGV/Fiscal de Rendas/RJ/2009) Em relação à fiscalização tributária, analise as afirmativas a seguir: I. Determina o código tributário nacional que a autoridade administrativa que presidir quaisquer diligências de fiscalização deverá, preferencialmente, lavrar termo autônomo de início do respectivo procedimento, cuja cópia será entregue ao sujeito fiscalizado; caso haja recusa de recebimento do aludido termo pelo contribuinte, o início da ação fiscal há de ser certificado em um dos livros fiscais a serem exibidos na forma da legislação. II. Somente antes do início de qualquer procedimento de fiscalização é possível ao contribuinte se socorrer do benefício da denúncia espontânea, afastando-se a responsabilidade por infrações à legislação tributária, desde que haja o pagamento integral do tributo devido acrescido dos juros de mora. III. O artigo 195 do CTN reza que “para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los”. Com base nesse dispositivo, o Supremo Tribunal Federal editou súmula de modo a consolidar o entendimento de que se sujeitam à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, ilimitadamente, independentemente dos pontos objeto da investigação. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente a afirmativa III estiver correta. (D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 9. (CESPE/Procurador Estadual/ES/2008) O servidor público da secretaria de fazenda estadual que obtiver, em razão de seu ofício, informações acerca da situação econômica de certo contribuinte tem o dever de sigilo quanto aos dados do contribuinte, exceto nos casos de solicitações de outras autoridades administrativas no interesse da administração pública. CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 28 www.pontodosconcursos.com.br 10. (CESPE/Procurador Estadual/ES/2008) É lícita à fazenda pública federal e estadual a permuta de informações com Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização dos tributos. 11. (CESPE/OAB/SP/2009.1) O CTN veda a divulgação, por parte da fazenda pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício público sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades. Constitui exceção ao dever de sigilo fiscal a (A) permuta de informações entre a União e Estados estrangeiros no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos previstos em tratados, acordos ou convênios. (B) permuta de informações entre quaisquer entidades do Poder Executivo federal, na forma estabelecida por lei ou convênio. (C) requisição de autoridade administrativa ou judiciária, exclusivamente sobre litígios de natureza criminal. (D) solicitação de autoridade administrativa no interesse da administração pública federal, em qualquer hipótese. GABARITO 1. E 2. B 3. E 4. D 5. D 6. C 7. B 8. B CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 29 www.pontodosconcursos.com.br 9. Incorreto 10. Incorreto 11. A
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