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CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO Responsabilidade Tributária. Conceito. Responsabilidade dos Sucessores. Responsabilidade de Terceiros. Responsabilidade por Infrações 1. Responsabilidade Tributária. Conceito. O sujeito passivo é o devedor da relação jurídico-tributária. Nesse rumo, conforme falei na aula passada, de acordo com o CTN há dois tipos de sujeitos passivos da obrigação principal: (i) sujeito passivo direto que é o contribuinte (art. 121, inc. I, do CTN), sendo aquele que tem uma relação pessoal e direta com o fato gerador. (ii) sujeito passivo indireto que é o responsável tributário (art. 121, inc. II, do CTN), sendo uma terceira pessoa escolhida por lei para pagar o tributo, sem que tenha realizado o fato gerador. Desta forma, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação, de acordo com o art. 128 do CTN. Com efeito, a lei formal, ao designar o terceiro como responsável tributário, pode excluir a responsabilidade tributária do contribuinte ou atribuí-la ao contribuinte em caráter supletivo do cumprimento da obrigação tributária, hipótese de responsabilidade tributária propriamente dita. Cabe aqui distinguir a responsabilidade por transferência e a responsabilidade por substituição. Na responsabilidade por transferência, como sujeito passivo da relação tributário pode aparecer o contribuinte e/ou o responsável tributário, de forma solidária ou subsidiária. Assim, tal responsabilidade é denominada de superveniente, derivada ou de 2°grau. Nessa senda, originariamente, o sujeito passivo é o contribuinte e, posteriormente, em razão de acontecimento superveniente ao fato gerador, a responsabilidade tributária é transferida ao responsável tributário. Já na responsabilidade por substituição, o sujeito passivo da relação tributária é o responsável tributário, desde o início da relação jurídico-tributária. Por isto, é denominada de responsabilidade originária ou de 1° grau, 1 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO pois a lei criadora do tributo estabelece que o sujeito passivo seja de pronto o responsável tributário. Desta maneira, em princípio, não existe relação jurídico-tributária entre o Fisco e o substituído, sendo o substituto totalmente responsável pelo débito tributário e chamado por parte minoritária da doutrina de sujeito passivo direto. Tema que cabe ser discutido na responsabilidade por substituição é a responsabilidade do contribuinte substituído, em caso de não recolhimento do tributo pelo substituto. No caso, conforme o art. 128 do CTN, a lei pode excluir a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. Em outras palavras, é a lei formal de cada tributo que deve tratar sobre a matéria. Decerto, pode a lei estabelecer o dever de pagar o tributo ao substituto e excluir o substituído ou o dever de pagar o tributo ao substituto, porém, o substituído continua obrigado supletivamente. Ou seja, para provas de concurso, vamos adotar a lei específica do tributo ou o art. 128 do CTN. Contudo, nas questões da ESAF, vamos perceber que em duas provas recentes (2007 e 2008) a banca adotou equivocadamente a compreensão geral (sem especificar qualquer tipo de tributo) que deve existir responsabilidade supletiva do substituído, apesar das críticas severas de todos os professores de direito tributário especializados que eu conheço, em razão exatamente da opção (“ou”) estabelecida expressamente pelo art. 128 do CTN. Assim, a doutrina dominante estabelece os seguintes tipos de responsabilidade tributária: (i) responsabilidade por substituição prevista no art. 150, §7°, da CF/88 e de acordo com o art. 128 do CTN; (ii) responsabilidade por transferência, esta comporta três situações possíveis: (iia) responsabilidade por solidariedade (arts. 124 e 125 do CTN); (iib) responsabilidade dos sucessores (arts. 129 a 133 do CTN)e (iiic) responsabilidade de terceiros, também chamada por parte da doutrina de responsabilidade por substituição ou transferência por substituição (arts. 134 e 135 do CTN). (iii) responsabilidade por infração à legislação (arts. 136 a 138 2 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO do CTN). Com efeito, anotamos que a responsabilidade tributária deve ser sempre prevista em lei formal e abrange os tributos e as multas tributárias, eis que o CTN fala em responsabilidade pelo crédito tributário. Passamos a detalhar cada um dos tipos de responsabilidade tributária. 2. Substituição tributária “para frente”, Substituição tributária “para trás” e Retenção na fonte. A substituição tributária objetiva proporcionar maior eficiência e segurança na arrecadação e fiscalização tributária. Neste sentido, pode ocorrer a substituição tributária “para frente” e a substituição tributária “para trás”. O instituto denominado de substituição tributária para frente ou substituição tributária subseqüente ou progressiva, que é juridicamente realizável no pagamento de imposto ou contribuição é previsto no art. 150, §7°, da CF/88, fruto da Emenda Constitucional (EC) n° 3/93, que afirma: “A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido”. Destacamos que o STF entendeu pela legitimidade desta sistemática, mesmo antes da EC n° 3/93. Decerto, a pessoa que a lei ordena que substitua o contribuinte é chamada de “responsável por substituição” ou, ainda, “contribuinte substituto”, ou “substituto tributário”. Este é uma terceira pessoa escolhida pela lei, que vem e ocupar o lugar do contribuinte, antes da ocorrência do fato gerador. Destarte, acontece a antecipação do recolhimento do tributo cujo fato gerador ocorrerá (se ocorrer) em um momento posterior (“para frente”). Isto é, o crédito tributário pode ser exigido antes da ocorrência do fato gerador da obrigação principal. Neste sentido, a substituição tributária para frente é considerada uma ficção jurídica, pois ocorre a antecipação do pagamento do tributo, sem que se disponha de base de cálculo apta a dimensionar o fato gerador, uma vez que 3 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO este ainda não ocorreu (fato gerador presumido). Deste modo, na substituição tributária pra frente, o responsável tributário deve pagar um ou mais tributos (impostos ou contribuições), incidentes sobre situações futuras. Assim, exemplificando, os impostos incidentes em toda uma "cadeia produtiva" poderão ser pagos antecipadamente, deformando o caráter plurifásico de tributos como o ICMS e o IPI. Por conseguinte, tais impostos passam a ter caráter monofásico, eis que acontece o pagamento por antecipação e não mais diversos pagamentos em toda a cadeia produtiva, propiciando comodidade e praticidade ao fisco. Com efeito, no ICMS, o art. 6° da LC 87/06 dispõe que a lei estadual poderá atribuir a contribuinte do impostoou a depositário a qualquer título a responsabilidade pelo seu pagamento, hipótese em que assumirá a condição de substituto tributário. Nessa senda, por exemplo, normalmente, no caso de veículos novos, ao deixarem a indústria em direção às concessionárias, deve-se pagar o ICMS, antes mesmo de ocorrer o fato gerador. Do mesmo modo, nas indústrias de cigarro e refrigerante, em que o ICMS é recolhido na saída da indústria. Podemos citar igualmente o caso do ICMS que é recolhido nas refinarias de combustíveis e não nos postos varejistas. Ou seja, o recolhimento do ICMS se dá novamente antes da ocorrência do fato gerador. Noutro ponto, nas contribuições tributárias para o financiamento da seguridade social (COFINS) e para o programa de integração social (PIS) também acontece a substituição tributária pra frente. As refinarias, por exemplo, são responsáveis tributárias pelo pagamento antecipado destas contribuições, que, em tese, deveriam ser devidas pelos distribuidores e comerciantes varejistas de combustíveis. Ponto importante e muito cobrado em concurso é a restituição do imposto ou contribuição na substituição tributária para frente. A CF/88 estabelece que deva ser assegurado a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido (CF, art. 150, §7°). Com base em tal dispositivo, o art. 10 da LC 87/06 (ICMS) estatui que é assegurado ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor do 4 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO imposto pago por força da substituição tributária, correspondente ao fato gerador presumido que não se realizar. E a interpretação ainda atual do STF é exatamente esta, ou seja, a restituição restringe-se apenas à hipótese de não ocorrer o fato gerador presumido, não havendo que se falar em tributo pago a maior ou a menor por parte do contribuinte substituído (ADI 1.851/AL, RE 309.405-ED/MT, AI 337.655-AgR/RS, RE 373.011-AgR). É relevante salientarmos a seguinte decisão (leading case1) que atualmente prevalece no STF, a saber: “A EC n. 03/93, ao introduzir no art. 150 da CF/88 o § 7º, aperfeiçoou o instituto, já previsto em nosso sistema jurídico- tributário, ao delinear a figura do fato gerador presumido e ao estabelecer a garantia de reembolso preferencial e imediato do tributo pago quando não verificado o mesmo fato a final. A circunstância de ser presumido o fato gerador não constitui óbice à exigência antecipada do tributo, dado tratar-se de sistema instituído pela própria Constituição, encontrando-se regulamentado por lei complementar que, para definir-lhe a base de cálculo, se valeu de critério de estimativa que a aproxima o mais possível da realidade. A lei complementar, por igual, definiu o aspecto temporal do fato gerador presumido como sendo a saída da mercadoria do estabelecimento do contribuinte substituto, não deixando margem para cogitar-se de momento diverso, no futuro, na conformidade, aliás, do previsto no art. 114 do CTN, que tem o fato gerador da obrigação principal como a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. O fato gerador presumido, por isso mesmo, não é provisório, mas definitivo, não dando ensejo a restituição ou complementação do imposto pago, senão, no primeiro caso, na hipótese de sua não-realização final. Admitir o contrário valeria por despojar-se o instituto das vantagens que determinaram a sua concepção e adoção, como a redução, a um só tempo, da máquina-fiscal e da evasão fiscal a dimensões mínimas, propiciando, portanto, maior comodidade, economia, eficiência e celeridade às atividades de tributação e arrecadação". (ADI 1.851) 1 Precedente ou jurisprudência fundamental, que está origem das demais decisões no mesmo sentido. 5 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO Por sua vez, também existe a substituição tributária “para trás” ou regressiva, com base no art. 128 do CTN. Ao contrário da substituição “para frente”, na substituição tributária “para trás” ocorre a postergação (adiamento ou diferimento) do pagamento do tributo para momento posterior à ocorrência do fato gerador, ou seja, não há contemporaneidade do pagamento com o fato gerador. O saudoso Celso Ribeiro Bastos pontua exemplarmente tal instituto: “O diferimento é o não recolhimento do ICMS em determinada operação ficando adiado para etapa posterior. Por esta técnica, o pagamento do imposto incidente sobre a saída de determinada mercadoria (no caso do ICMS) é transferido para as etapas posteriores de sua circulação.” Deste modo, por exemplo, adia-se o pagamento do ICMS por mera conveniência da administração fiscal, uma vez que o substituído (produtor rural – leite cru ou cana em caule; ferro velho) não dispõe de aparato contábil para efetuar o recolhimento tributário, razão pela qual o ônus tributário recai sobre o substituto legal tributário (fábrica de laticínio; usina de cana de açúcar; fábrica que utiliza da sucata). Portanto, deve-se recolher o tributo na “entrada” do bem do estabelecimento adquirente. Por fim, realçamos o instituto da retenção na fonte. O parágrafo único do art. 45 do CTN é o exemplo clássico da retenção na fonte, dispondo que “a lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam”. Decerto, existe uma discussão doutrinária forte sobre a natureza jurídica da retenção na fonte. São três correntes: (i) é uma espécie de substituição tributária “pra trás”; (ii) é uma espécie de responsabilidade tributária simples, nos termos do art. 121, II, do CTN; (iii) é uma obrigação tributária acessória ou dever instrumental do agente arrecadador. O que importa realmente é você saber o atual entendimento do STJ, que é o seguinte: (a) a falta de retenção do imposto de renda (IR) pela fonte pagadora não isenta o contribuinte do pagamento do tributo, 6 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO pois é ele quem tem relação direta e pessoal com a situação que configura o fato gerador da exação. Isto é, a falta de cumprimento do dever de recolher na fonte pelo responsável tributário, não exclui a obrigação do contribuinte, que auferiu a renda, de oferecê-la à tributação (ERESP 644.223/SC e 380.081/SC); (b) a responsabilidade do contribuinte só será excluída se ocorrer comprovação de que a fonte pagadora reteve o IR a que estava obrigada (REsp 795.131⁄AL). (c) o contribuinte continua obrigado a declarar o valor por ocasião do ajuste anual do IR, podendo, inclusive, receber restituição ou ser obrigado a suplementar o pagamento do IR (REsp 652.293⁄PR). Vamos para as questões: 26. (AFRF/2003 /ESAF) O texto abaixo sobre substituição tributária é reprodução do § 7º do art. 150 da Constituição Federal. Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto. “_____[I]______ poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de _____[II]_____ pelo pagamento _______[III]_____, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso ______[IV]_______ o fato gerador presumido.” a) [I] A lei...[II] responsável...[III] de impostos ou contribuição...[IV] não se realize. b) [I] A legislação tributária...[II]substituto tributário...[III] de tributos...[IV] não ocorra. c) [I] Resolução do CONFAZ...[II] responsável...[III] do ICMS...[IV] se efetive. d) [I] Somente lei complementar...[II] substituto tributário...[III] do ICMS...[IV] não se materialize. e) [I] Medida Provisória...[II] substituto legal...[III] de impostos e contribuições...[IV] ocorra. A resposta é a letra “a”, pois, segundo a literalidade do § 7° do art. 150, da CF/88, “A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de impostos ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido”. 27. (Juiz Federal/5ª Região/1999) Em nosso sistema tributário, a característica mais marcante da substituição progressiva decorre a) da presunção da ocorrência do fato gerador. b) da ruptura do nexo de solidariedade entre o contribuinte e o substituto. 7 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO c) da inexistência do lançamento tributário. d) dos efeitos acumulativos do pagamento do tributo. e) da progressividade das alíquotas. A resposta é a letra “a”, pois a característica mais marcante da substituição tributária progressiva ou “pra frente” decorre essencialmente da presunção da ocorrência do fato gerador. 28. (TCE/PE/2004/CESPE/UNB) A situação jurídica em que uma sociedade comercial que se dedica ao comércio varejista de venda de refrigerantes, cujo ICMS foi retido pelo distribuidor que recolheu, diretamente ao Estado, o valor de tal tributo, denomina-se substituição tributária para trás. O enunciado é falso, eis que não é a substituição tributária “para trás”, mas sim a substituição tributária “para frente” ou progressiva a situação caracterizada na questão. 29. (AFRF/2005/TA/ESAF) A lei tributária pode atribuir responsabilidade solidária: a) a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação. b) a diversas pessoas, cabível a invocação, por elas, do benefício de ordem, não do benefício de divisão. c) quando não haja comunhão de interesses relativamente à situação que constitua fato gerador da obrigação principal. d) restrita às hipóteses expressas no Código Tributário Nacional. e) a quem tenha interesse comum no fato imponível, caso em que será exigível o tributo, integralmente, de cada um dos coobrigados. De acordo com o art. 128 do CTN, a resposta é a letra “a”. 30. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2007.2) A ______ decorre de disposição de lei, atribuindo ao contribuinte-substituto a responsabilidade pela retenção do imposto em relação ao fato gerador futuro a que está vinculado. Em caso do não-cumprimento da obrigação pelo contribuinte- substituto, recai sobre o contribuinte substituído a chamada ________ de recolher o imposto devido na operação. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, desde o momento em que __________. Assinale a opção que contém as palavras que preencham de forma correta as lacunas acima. a) tributação indireta / repercussão tributária o crédito tributário seja objeto de execução fiscal ajuizada. 8 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO b) substituição tributária / responsabilidade supletiva/regularmente inscrito como dívida ativa. c) translação da responsabilidade tributária/responsabilidade derivada o juiz despache a petição inicial de execução fiscal. d) substituição tributária / responsabilidade para trás o devedor seja / citado. e) alteração da responsabilidade/responsabilidade cardeal/ notificado o contribuinte da constituição do crédito tributário. Esta questão trata de dois temas, que são a substituição tributária e a inscrição em dívida ativa. Nesse rumo, a resposta considerada como certa foi a letra “b”. De acordo com a interpretação do §7°, do art. 150, da CF/88, pode-se dizer que a substituição tributária decorre de disposição de lei, atribuindo ao contribuinte-substituto a responsabilidade pela retenção do imposto em relação ao fato gerador futuro a que está vinculado. Por sua vez, o segundo item estabelece um enunciado polêmico: “Em caso do não-cumprimento da obrigação pelo contribuinte-substituto, recai sobre o contribuinte substituído a chamada responsabilidade supletiva de recolher o imposto devido na operação”. É polêmico, pois, de acordo com o art. 128 do CTN, a lei pode excluir a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. Trovando em miúdos, é a lei formal de cada tributo que deve tratar sobre a matéria. Decerto, pode a lei estabelecer o dever de pagar o tributo ao substituto e excluir o substituído ou o dever de pagar o tributo ao substituto, porém, o substituído continua obrigado supletivamente. E o enunciado não se refere especificadamente a qualquer tributo, devendo-se aplicar a opção do art. 128 do CTN. Já o terceiro item, está de acordo com o art. 185 do CTN, dispondo que “presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, desde o momento em que regularmente inscrito como dívida ativa. 31. (FTE/AL/2002/CESPE/UNB) No sistema tributário brasileiro, o crédito tributário pode ser exigido antes da ocorrência do fato gerador da obrigação principal. É verdadeira, de acordo com a sistemática da substituição tributária “pra frente”. 9 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 32. (AFRE MG/2005/ESAF) Assinale a opção correta. “A lei poderá atribuir a sujeito passivo da obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido” – art. 150, § 7º da CRFB/88. O dispositivo referido veicula: a) o instituto da substituição tributária para frente. b) o lançamento por homologação. c) um privilégio do crédito tributário. d) hipótese de responsabilidade por sucessão. e) sujeição passiva extraordinária. aula. A resposta é a letra “a”, conforme exaustivamente exposto em “sala” de 33. (ESAF/AFE/2007/CE) No regime de substituição tributária, o entendimento atual do Supremo Tribunal Federal permite afirmar-se que: a) a operação realizada por preço inferior ao que tenha servido de base para o cálculo do imposto faz nascer o direito à compensação da diferença. b) existe a responsabilidade solidária sobre o tributo. c) assegura-se ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor pago em qualquer hipótese. d) a restituição ocorre apenas nas hipóteses em que o fato gerador presumido não vier a acontecer. e) assegura-se ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor pago apenas na hipótese em que este (substituído) venha a assumir também a condição de substituto. AL). É a letra “d”, de acordo com a jurisprudência atual do STF (ADI 1851-4- 34. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2009) O caminhão tanque de uma distribuidora de combustível, sujeita ao regime de substituição tributária, transportava, pela rodovia Castelo Branco, gasolina para distribuição em postos de combustíveis na cidade de Bauru. Durante o trajeto,sofreu um acidente e perdeu todo o combustível transportado. Neste caso, nos termos da Constituição Federal, e com relação ao ICMS substituição tributária, é correto afirmar que (A) trata-se de causa de remissão do crédito tributário e, portanto, o ICMS não será devido. (B) trata-se de causa de anistia do crédito tributário e, portanto, o ICMS não será devido. 10 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO (C) a distribuidora poderá compensar o ICMS devido nesta operação com o montante cobrado nas anteriores. (D) trata-se de causa de isenção do crédito tributário e, portanto, o ICMS não será devido. (E) é assegurada a imediata restituição da quantia paga a título de ICMS, posto não ter ocorrido o fato gerador presumido. No caso, a interpretação do texto leva ao entendimento de que a distribuidora de combustível já havia antecipado o pagamento do ICMS e não ocorreu a futura e real venda de combustível ao chamado popularmente de posto de “gasolina”. Assim, a resposta é a letra “e”, pois caso não ocorra o fato gerador presumido, o §7°, do art. 150, da CF/88, assegura que deve acontecer à imediata restituição da quantia já paga. 35. (FGV/AFE/RJ/2009) Com relação ao instituto da substituição tributária, aplicado ao ICMS, analise as seguintes afirmativas: I. Trata-se de um mecanismo legal pelo qual a responsabilidade pelo pagamento do imposto pode ser atribuída a sujeito passivo outro que não o contribuinte, destinatário constitucional do tributo. II. A chamada “substituição tributária para frente” tem relação direta com o instituto da responsabilidade por sucessão prevista no artigo 129 do Código Tributário Nacional. III. Trata-se de uma decorrência lógica do perfil plurifásico do ICMS. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente a afirmativa III estiver correta. (D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (E) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. O item I é verdadeiro, de acordo com o §7°, do art. 150, da CF/88. . O item II é falso, a substituição tributária para “frente” não tem relação direta com o instituto da responsabilidade por sucessão prevista no artigo 129 do CTN, mas sim com o §7°, do art. 150, da CF/88 e o art. 128 do CTN, quando fixa que a lei pode estabelecer a responsabilidade tributária. O item III é falso, eis que na substituição tributária “pra frente” acontece o recolhimento antecipado do tributo. Portanto, não ocorrem diversos pagamentos da cadeia produtiva, mas somente o pagamento do tributo pelo substituto tributário. Destacamos que esta alternativa não é fácil na “agonia” da prova. Por exemplo, a alternativa estaria correta se o enunciado estabelece-se que a 11 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO substituição tributária é aplicada nos tributos que têm o perfil plurifásico. Acho que, em decorrência deste fato, muitos candidatos erraram tal questão. De pronto, visualizaram que a substituição tributária é aplicada no IPI e no ICMS e, por conseguinte, o item estaria correto. Portanto, a resposta é a letra “a”. 36. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2009) Considere a seguinte situação: diretores de uma empresa que está sendo adquirida por outra pactuaram com a adquirente que suportarão o pagamento do ICMS devido até a data do ato da aquisição. Neste caso, a Fazenda (A) poderá cobrar o ICMS da empresa adquirente, posto que as convenções particulares não podem ser opostas à Fazenda Pública. (B) não poderá investir contra a empresa adquirente, posto que, por convenção particular, foi alterado o sujeito passivo da obrigação tributária. (C) não poderá investir contra a empresa adquirente, posto que esta não praticou o fato gerador da obrigação tributária. (D) poderá cobrar o ICMS da empresa adquirente pelo regime da substituição tributária para frente. (E) poderá responsabilizar os diretores por descumprimento do dever de pagar o tributo. A resposta desta questão é a combinação dos arts. 123 e 133 do CTN, que será explicado no próximo ponto desta aula. Portanto, é a letra “a”. 37. (CESPE/Promotor de Justiça/RN/2009) A lei pode atribuir a terceiro responsabilidade tributária originária pelo cumprimento da obrigação tributária como sujeito passivo direto, a fim de facilitar a fiscalização e o recolhimento do tributo devido. A respeito desse assunto, é correto afirmar que A o enunciado corresponde a responsabilidade por sucessão. B o enunciado cuida de responsabilidade por solidariedade. C a lei não pode impor a terceiro a referida responsabilidade. D o enunciado trata de responsabilidade por substituição, cujas modalidades são de substituição para frente e substituição para trás. E a atribuição de responsabilidade a terceiro, pelo pagamento de obrigação tributária, pode ser instituída por ato administrativo, desde que haja previsão de todos os fatos que a geraram. A resposta é a letra “d”. Lembro que é corrente minoritária denomina o substituto tributário de sujeito passivo direto, que, segundo classificação doutrinária dominante, é o contribuinte que tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador (CTN, art. 121, I). 12 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO (CESPE/Delegado da Polícia Federal/2004) A fiscalização tributária apreendeu em estabelecimento farmacêutico controle paralelo de vendas de três anos anteriores à fiscalização, sem emissão de notas fiscais, de cápsulas para emagrecimento compostas de substância capaz de causar dependência psíquica e acionou imediatamente a polícia, que efetuou a prisão em flagrante do sócio-gerente por tráfego de entorpecente, já que tal substância estava estocada em prateleira, vindo a ser proferida sentença condenatória com trânsito em julgado. Com base na situação hipotética acima, julgue os itens a seguir. Esta questão trata de vários temas. 38. A lei não descreve atos ilícitos como hipótese de incidência do tributo, entretanto, a autoridade fazendária poderá exigir o tributo decorrente da venda dos psicotrópicos. É verdadeira, de acordo com o art. 118, I, do CTN. 39. O proprietário do estabelecimento cometeu, em tese, crime contra a ordem tributária. É verdadeira. Este tema não cai na prova do dia 5 e 6 de Dezembro, pois é um crime tributário praticado por particular e não por funcionário público. De acordo com o art. 1°, da Lei 8.137/90, constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal; III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável; IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. . 40. Se o estabelecimento em consideração for uma farmácia de manipulação e tiver fabricado as cápsulas apreendidas, o município poderá cobrar o ICMS devido sobre as vendas realizadas.É falsa, eis que o município não pode cobrar ICMS, mas somente os Estados e o Distrito Federal. 13 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 41. A responsabilidade penal tributária e a tributária penal não se confundem, apesar de ambas adotarem a responsabilidade subjetiva. É falsa. A responsabilidade penal tributária e a tributária penal realmente não se confundem. Porém, a responsabilidade penal tributária é subjetiva e a responsabilidade tributária penal, em regra, é objetiva, segundo os termos do art. 136 do CTN, que estabelece: “Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato”. 42. Na hipótese considerada, se o produto comercializado for sujeito a substituição tributária, não gerará, para a farmácia, obrigação de recolher ICMS. A resposta está correta. O enunciado trata de uma hipótese. Se o produto comercializado for sujeito a substituição tributária, a obrigação de recolher ICMS é dos fabricantes das cápsulas para emagrecimento e não do comerciante farmacêutico. 43. (CESPE/Auditor INSS/1998) Qualquer pessoa, independentemente de sua relação com o fato gerador da obrigação tributária, pode ser apontada pela lei como responsável tributário. É falsa, pois, de acordo com o art. 128 do CTN, sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação. 3. Responsabilidade dos Sucessores. Antes de comentar o item, vamos citar os importantes arts. 129 a 133 do CTN, que tratam da responsabilidade tributária dos sucessores, eis que muitas questões apenas cobram a literalidade dos dispositivos. Então, faça a leitura bem atenta destas regras, a saber: Art. 129. O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data. 14 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub- rogação ocorre sobre o respectivo preço. Art. 131. São pessoalmente responsáveis: I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação; III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão. Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual. Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. § 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial: I – em processo de falência; II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial. § 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em 15 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO recuperação judicial; II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária. § 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. Na responsabilidade dos sucessores, percebe-se que a obrigação tributária se transfere para outro devedor em virtude do “desaparecimento” do devedor original ou por venda do imóvel ou do estabelecimento empresarial, sendo que, em princípio, a obrigação tributária se transfere para o comprador. Desta forma, disserta-se que é importante, para fins de atribuição da responsabilidade por sucessão, a data da ocorrência do fato gerador e não a data da constituição do crédito tributário. Assim, segundo o art. 129 do CTN, esta responsabilidade se aplica por igual aos créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data. Decerto, a doutrina classifica os casos de responsabilidade dos sucessores da seguinte forma: (i) responsabilidade por sucessão imobiliária (CTN, art. 130); (ii) responsabilidade por sucessão pessoal (CTN, art. 131); (iii) responsabilidade por sucessão empresarial (CTN, arts. 133 e 133). Nesse rumo, por exemplo, a responsabilidade por sucessão acontece no caso em que (a) o proprietário de determinado imóvel urbano falece sem pagar IPTU, passando a responsabilidade para o espólio (bens que alguém, morrendo, deixou), conforme art. 131, III, do CTN; (b) bem móvel é alienado (vendido) com dívidas de IPVA (art. 131, I, do CTN); (c) bem imóvel é alienado com dívidas de IPTU (art. 130 do CTN), dentre outros exemplos. Deste modo, na responsabilidade por sucessão imobiliária os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis (IPTU, ITR), e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens (taxa de lixo domiciliar), ou a contribuições de melhoriasobre a valorização do imóvel, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação (CTN, art. 130). 16 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO O título que prova a quitação tributária é, por exemplo, a certidão negativa de débitos tributários. No caso, o arrematante em hasta pública (leilão) não é responsável tributário pelo pagamento do tributo sobre bens imóveis, ocorrendo a sub- rogação real sobre o preço do bem arrematado, conforme o parágrafo único do art. 130 do CTN. tema: Vejamos a seguinte decisão jurisprudencial esclarecedora sobre o “Consoante o art. 130 do CTN, parágrafo único, há sub-rogação do crédito tributário sobre o preço pelo qual arrematado o bem em hasta pública. O adquirente recebe o imóvel desonerado dos ônus tributários devidos até a data da realização da praça.” (STJ. AgRg no REsp 849025/RS) Todavia, devemos esclarecer que atualmente a jurisprudência do STJ tem estendido tal regra também aos bens móveis e semoventes. Senão, vejamos: “O credor que arremata veículo em relação ao qual pendia débito de IPVA não responde pelo tributo em atraso. O crédito proveniente do IPVA subroga-se no preço pago pelo arrematante. Alcance do art. 130, parágrafo único, do CTN. Se, entretanto, o bem foi adjudicado ao credor, é encargo deste, depositar o valor correspondente ao débito por IPVA. (REsp 905.208/SP, DJ 31⁄10⁄2007) “A arrematação de bem em hasta pública é considerada como aquisição originária, inexistindo relação jurídica entre o arrematante e o anterior proprietário do bem. Os débitos anteriores à arrematação subrogam-se no preço da hasta. Aplicação do artigo 130, § único do CTN, em interpretação que se estende aos bens móveis e semoventes. (REsp Nº 807.455/RS, DJ 11/11/2008). Ainda sobre o art. 130, parágrafo único, do CTN, o STJ também já decidiu que se edital do leilão prevê a responsabilidade do arrematante por dívidas tributárias, há a renúncia tácita do adquirente do bem, que é apta a afastar a incidência do dispositivo no caso. Isto é, prestigiando-se as normas do leilão, o STJ compreende que aquele que participa do leilão, inclusive procedendo a arrematação do bem, aceita as condições contidas no edital do leilão e, por consequência, renúncia 17 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO tacitamente ao disposto no parágrafo único do artigo 130 do CTN (por exemplo, REsp Nº 716.438/PR, DJ 17/12/2008). . Por outro lado, na responsabilidade por sucessão pessoal, existem três regras fundamentais: (a) o adquirente ou remitente, responde pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos (é a regra geral - art. 131, I); (b) o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, responde pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da meação (art. 131, II); (c) o espólio, responde pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão (art. 131, III). Na hipótese dos incisos II e III, do art. 131, do CTN, denominado também de sucessão causa mortis ou hereditária, verificamos algumas hipóteses relevantes: (i) tributos devidos pelo de cujus (“morto”) até a data da morte (“abertura da sucessão”), o responsável é o espólio; (ii) tributos devidos pelo de cujus não pagos pelo espólio até a data da partilha ou adjudicação, responde o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, limitado ao montante do seu respectivo quinhão (bens transferidos a cada um); (iii) fatos geradores ocorridos após a partilha ou adjudicação, os sucessores e o cônjuge meeiro são contribuintes e não responsáveis. Destacamos que o sucessor a qualquer título é considerado o indivíduo que passa a ser proprietário do bem em razão do falecimento do proprietário anterior. E a responsabilidade tributária é limitada à data da partilha ou da adjudicação, porque, a partir desse momento, o sucessor adquire a condição de proprietário do bem. Decerto, a responsabilidade tributária é limitada ao valor do bem transferido. Lembramos aqui também o entendimento da jurisprudência do STJ afirmando que, além do tributo, também pode ser cobrada a multa aplicada antes da sucessão, a saber: “É iterativo o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que a multa aplicada antes da sucessão incorpora-se ao patrimônio do contribuinte, podendo ser exigida do sucessor nas hipóteses que restar configurada a responsabilidade por sucessão” (STJ. REsp 530811/PR. DJ de 26/03/07) 18 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO Noutro ponto, na responsabilidade por sucessão empresarial, de acordo com os incisos I e II, do art. 133 do CTN, a pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato: (i) integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; (ii) subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. Aqui há benefício de ordem, devendo-se cobrar a dívida tributária do alienante e, na hipótese de inadimplência deste, cobra-se do adquirente. O entendimento atual do STJ é também que o sucessor responde pela multa, a saber: “A responsabilidade tributária não está limitada aos tributos devidos pelos sucedidos, mas também se refere às multas, moratórias ou de outra espécie, que, por representarem dívida de valor, acompanham o passivo do patrimônio adquirido pelo sucessor. Nada obstante os art. 132 e 133 apenas refiram-se aos tributos devidos pelo sucedido, o art. 129 dispõe que o disposto na Seção II do CTN aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição, compreendendo o crédito tributário não apenas as dívidas decorrentes de tributos, mas também de penalidades pecuniárias (art. 139 c/c § 1º do art. 113 do CTN).” (REsp 1017186/SC, DJe 27/03/2008) Destacamos que a Lei Complementar 118/2005, como objetivo de adequar o CTN a nova Lei de recuperação judicial, extrajudicial e falência do empresário e da sociedade empresária (11.101/2005), acrescentou algumas regras ao art. 133 do CTN. Primeiro, visando satisfazer os credores do falido e também a recuperação judicial da empresa, estabeleceu que art. 133 não se aplica na hipótese de alienação judicial: (a) em processo de falência; (b) de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial (CTN, §1°, do art. 133). Segundo, objetivando evitar fraudes neste último procedimento, dispõe que não se aplica o § 1° do art. 133 quando o adquirente for: (a) sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo 19 CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO devedor falido ou em recuperação judicial; (b) parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, dodevedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou (c) identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária. Terceiro, com o objetivo de preservar a ordem de classificação dos créditos na falência, dispõe que, em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. Por sua vez, na sucessão societária, de acordo com o art. 132 do CTN, a pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. Desse modo, a pessoa jurídica resultante da operação societária será responsável pelos tributos devidos até a data do ato das respectivas operações. Com efeito, destacamos que são quatro, segundo o ordenamento vigente, os casos de operações societárias, pelas quais as sociedades empresariais mudam o seu perfil societário, com o objetivo de dotá-las de forma mais adequada à realização dos negócios sociais e do cumprimento das obrigações tributárias, que são as seguintes: (i) Fusão, sendo a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova; (ii) Transformação, que é a operação de mudança de tipo societário, por exemplo, a sociedade empresarial limitada torna-se sociedade anônima, ou vice-versa; (iii) Incorporação, considerada a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra; (iv) Cisão, que pode ser total ou parcial. A cisão total é a operação pela qual se extingue uma pessoa jurídica, transferindo todo o seu patrimônio para outras duas pessoas jurídicas. Já a cisão parcial acontece quando houver apenas a subtração de parte de patrimônio de uma pessoa jurídica, com o objetivo de compor o patrimônio de outras pessoas jurídicas. 20 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO Constata-se que o art. 132 do CTN não fez menção explícita a cisão. Entretanto, o entendimento é que o CTN não faz referência expressa em virtude do conceito de cisão ser somente normatizado pela Lei de Sociedades Anônimas – S/A (Lei 6.404/76), não afastando, por conseguinte, a sua inclusão dentre as hipóteses de responsabilidade tributária por sucessão previstas no art. 132 do CTN, considerando-se a cisão como uma espécie de transformação. Vejamos algumas decisões neste sentido: “A empresa resultante de cisão que incorpora parte do patrimônio da outra responde solidariamente pelos débitos da empresa cindida.” (STJ, REsp 970585/RS, DJe 07/04/2008) “No caso de fusão, transformação (cisão) ou incorporação, a empre- sa primitiva, da qual surgiu uma nova, somente será responsável tributária pelos fatos geradores ocorridos até a data da fusão, transformação (cisão) ou incorporação.” (TRF-1ª Região. AC 94.01.25061-8/BA) “A empresa que sucede outra empresa, objeto de cisão, é res- ponsável tributária, por sucessão, (arts. 132 e 133 do CTN).” (TRF- 1ª Região. AC 1997.33.00.001849-7/BA) “A cisão implica solidariedade, aplicando-se ao caso o art. 132 do CTN e o art. 233 da Lei 6.404/76” (TRF-4ª Região. AMS 2005.71.08.010323-8/RS. DJe de 25/04/07.) Vamos para as questões: 44. (TTN/94/ESAF) Um tabelião perante o qual se praticou ato que consista em fato gerador de tributo, e mostrando-se impossível a exigência do cumprimento da obrigação tributária principal de qualquer das partes no ato, a) é responsável pelo tributo, solidariamente. b) é sujeito passivo originário c) é contribuinte solidário d) é contribuinte, sem solidariedade e) não pode ser sujeito passivo, mas está obrigado a prestar todos os esclarecimentos que lhe sejam pedidos pela Fazenda Pública A resposta é a letra “a”, segundo o art. 134, V, do CTN, que trataremos no próximo item. 45. (TTN/94/ESAF) “A” arrematou em hasta pública um imóvel, sendo certo que o anterior proprietário, “B”, há quatro anos deixava 21 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO de pagar o imposto sobre a propriedade territorial urbana. Esse crédito tributário a) deve ser cobrado de B, que é o contribuinte. b) deve ser cobrado de A, que é o responsável. c) deve ter-se como sub-rogado no preço da arrematação. d) deve ser cobrado do oficial do registro de imóveis, que é o contribuinte. e) não pode ser mais cobrado, pois já se encontra alcançado pela prescrição. CTN. A resposta é a letra “c”, conforme o parágrafo único do art. 130 do 46. (AFRF/2000/ESAF) (i) Os créditos tributários relativos ao imposto territorial rural sub- rogam-se na pessoa do adquirente do imóvel? (ii) E se constar do título a prova de sua quitação, é o adquirente responsável por esses créditos tributários? (iii) Responde o espólio pelos tributos devidos pelo falecido até a data da abertura da sucessão? a) sim, sim, sim. b) não, não, sim. c) sim, não, não. d) não, não, não. e) sim, não, sim. O item I a resposta foi sim, segundo a banca examinadora, pois os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes. Porém, deveria ser ressalvada a hipótese de constar do título de aquisição a prova de quitação do ITR. O item II é não, pois se constar do título a prova de sua quitação, é o tabelião responsável por esses créditos tributários, em razão do art. 134, VI, do CTN. O item III é sim, de acordo com o art. 131, III, do CTN. Portanto, a resposta é a letra “e”. 47. (PFN/1998/ESAF) Assinale a opção correta. a) A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável por sucessão pelos tributos cujos fatos geradores ocorrerem a partir da data do ato, e as pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, 22 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO transformadas ou incorporadas, são responsáveis exclusivas pelos tributos devidos até essa data. b) Na liquidação de uma sociedade em nome coletivo, há responsabilidade dos sócios-gerentes pelas dívidas relativas a seus atos, mas esta é limitada à proporção de sua participação no capital social. c) A responsabilidade do agente, por infrações, depende da existência do elemento subjetivo (dolo ou culpa), salvo disposição de lei em contrário. d) Segundo decorre do Código Tributário Nacional (CTN), a lei não pode atribuir de modo implícito a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, nem a quem seja desvinculado do fato gerador da respectiva obrigação. e) O disposto na Seção da Responsabilidade dos Sucessores, no CTN, restringe-se aos créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, não se aplicando aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, ainda que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referidadata. A letra “a” é falsa, porque a pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas (CTN, art. 132). A letra “b” é falsa, porque na liquidação de uma sociedade em nome coletivo, há responsabilidade dos sócios-gerentes pelas dívidas relativas a seus atos, apenas pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos (CTN, art. 135, III). A letra “c” é falsa, porque a responsabilidade do agente, por infrações, independe da existência do elemento subjetivo (dolo ou culpa), salvo disposição de lei em contrário, conforme expresso no art. 136 do CTN. A letra “d” é verdadeira, pois, segundo decorre do art. 128 do CTN, a lei não pode atribuir de modo implícito a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, nem a quem seja desvinculado do fato gerador da respectiva obrigação. A letra “e” é falsa, uma vez que o disposto na Seção da Responsabilidade dos Sucessores (arts. 129 a 133), no CTN, aplica-se por igual aos créditos tributários definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos, e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data (CTN, art. 129). 23 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO 48. (ESAF/Auditor Fiscal/Natal/2008) Sobre a responsabilidade tributária, assinale a única opção correta. a) O responsável tributário integra a relação jurídico tributária como devedor de um tributo, mesmo que não possua vinculação com o fato gerador da obrigação. b) Segundo a doutrina majoritária, a responsabilidade “por substituição” compreende as situações de responsabilidade “por sucessão” e “de terceiros”. c) Na transferência da obrigação tributária relativa a um bem imóvel, decorrente da morte do proprietário, o espólio torna-se sujeito passivo na condição de contribuinte. d) Na responsabilidade por substituição, a ausência de retenção ou pagamento do tributo pelo responsável não exime a obrigação do contribuinte em cumprir a obrigação principal. e) No caso de arrematação de bem móvel em hasta pública pelo credor, o arrematante adquire o bem livre de quaisquer ônus, não se investindo na figura de responsável pelo pagamento de tributos cujos fatos geradores tenham ocorrido até a data da aquisição. A letra “a” é falsa, porque o responsável tributário integra a relação jurídico-tributária como devedor de um tributo apenas quando possua vinculação com o fato gerador da obrigação. (CTN, art. 128). A letra “b” é falsa, uma vez que, segundo a doutrina majoritária, a responsabilidade por transferência comporta três situações possíveis: (ii) responsabilidade por solidariedade (arts. 124 e 125 do CTN); (ii) responsabilidade dos sucessores (arts. 129 a 133 do CTN) e (iii) responsabilidade de terceiros (arts. 134 e 135 do CTN). A letra “c” é falsa, uma vez que o espólio é pessoalmente responsável pelos tributos devidos pelo “de cujus” até a data da abertura da sucessão (CTN, art. 131, III). Isto é, o espólio é responsável tributário e não contribuinte. A letra “d” é foi considerada verdadeira pela banca. Porém, segundo o art. 128 do CTN, “sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. Isto é, existe uma opção do legislador ordinário. Portanto, como a questão não específica o tributo, entendo que deveria ser considerada incorreta, o que não aconteceu. A letra “e” segundo a banca também é falsa, adotando-se o entendimento expresso no parágrafo único do art. 130 do CTN, estabelecendo que no caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o 24 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO respectivo preço. Porém, segundo interpretação literal, o caso é de bens imóveis, conforme o caput do próprio art. 130 do CTN. 49. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2007.2/adaptada) Leia o enunciado e indique a opção correta, entre as cinco que se seguem. Segundo o art. 133 do Código Tributário Nacional (CTN), a pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde integralmente pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade. No entanto, segundo o mesmo Código, a) a responsabilidade tributária será apenas subsidiária com o alienante, se este prosseguir na exploração, e se tratar de alienação judicial em processo de falência. b) não haverá responsabilidade do adquirente, integral ou subsidiária, quando se tratar de alienação judicial em processo de falência, salvo quando o adquirente for sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperação judicial; parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão tributária. c) não haverá responsabilidade integral do adquirente em caso de alienação judicial em processo de falência, mas subsiste a subsidiária. d) não haverá responsabilidade do adquirente em caso de alienação consensual, extra-processo, de cuja deliberação haja participado o representante da Fazenda Nacional. e) a responsabilidade tributária do falido será excluída, no caso de alienação determinada pelo juízo universal de falência. A resposta é a letra “b”, de acordo com o art. 133, §§1° e 2°, do CTN. 50. (ESAF/Procurador da Fazenda Nacional/2007.1) A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato, subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar, dentro de seis meses, a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou 25 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. No entanto, há casos em que isso não ocorrerá. Entre os casos em que não haverá responsabilidade por sucessão, está a de qualquer alienação judicial a) a sócio da falida. b) a sociedade controlada pelo devedor em recuperação judicial. c) em processo de falência, a um concorrente do devedor que não tenharelação com ele nem com sócio seu. d) em processo de liquidação extrajudicial quando a relação com o devedor é de mero cunhadio. e) em processo de falência quando a relação com o falido for até o quinto grau. A resposta é a letra “c”, de acordo com o art. 133, §§1° e 2°, do CTN. 51. (FGV/AFE/RJ/2009) A respeito da aquisição, a qualquer título, de fundo de comércio, estabelecimento comercial, industrial ou profissional, para fins de responsabilidade tributária, é correto afirmar que: (A) implicará sempre, para o adquirente, responsabilidade integral. (B) não haverá responsabilidade do adquirente na hipótese de se tratar de alienação judicial de filial ou unidade produtiva isolada em processo de recuperação judicial. (C) a extensão da responsabilidade do adquirente não se altera em função do fato de o alienante (do estabelecimento) cessar a exploração de comércio, indústria ou atividade. (D) nos casos de aquisição de mero estabelecimento, não há que se falar em responsabilidade por sucessão, o que apenas ocorre nos casos de aquisição da própria pessoa jurídica titular do estabelecimento. (E) o contrato firmado com o alienante, pelo qual este assume a responsabilidade pelos débitos gerados durante sua gestão, poderá ser oposto, pelo adquirente, ao Fisco. A letra “b” é a correta, pois, em regra, o art. 133, §1°, inc. II, do CTN estabelece a exclusão da responsabilidade tributária do adquirente de unidade produtiva isolada ou filial, no curso de processo de recuperação judicial, com o objetivo de incentivar a arrematação do estabelecimento empresarial. 52. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2009) A responsabilidade tributária deve vir prevista em lei, como decorrência dos princípios da legalidade e da tipicidade. Com previsão no Código Tributário Nacional, é responsável tributário (A) o alienante de estabelecimento comercial, pelos tributos cujos fatos geradores sejam anteriores à alienação. (B) o adquirente de estabelecimento comercial, pelos tributos cujos fatos geradores sejam anteriores à alienação, quando o alienante só 26 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO retomar a exploração de comércio, indústria ou atividade seis meses após a alienação. (C) o alienante de veículo automotor e o alienante de bem imóvel, pelos tributos cujos fatos geradores sejam anteriores à alienação. (D) o incapaz submetido ao poder familiar, tutela ou curatela, pelos tributos cujos fatos geradores tenha praticado. (E) cada um dos sócios por obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato ou estatuto social de empresa, independentemente da qualidade de representante legal. A letra “b” é a correta, conforme o art. 133, I e II, do CTN. (CESPE/Procurador Federal/2007) A BM Confecções Ltda. adquiriu o estabelecimento empresarial da Divina Vestuário Feminino Ltda., continuando a exploração da atividade deste estabelecimento, sob outra razão social. Quanto à situação hipotética acima e às normas atinentes à obrigação tributária, julgue os itens a seguir. 53. A responsabilidade tributária da BM Confecções Ltda. abrange as multas moratórias e punitivas devidas pela Divina Vestuário Feminino Ltda., por expressa disposição legal. É falsa, pois, por expressa disposição legal (CTN, art. 133, I e II), a responsabilidade tributária da BM Confecções Ltda. abrange apenas os tributos. Ressaltamos que no entendimento do STJ é outro, a saber: “A responsabilidade tributária não está limitada aos tributos devidos pelos sucedidos, mas abrange as multas, moratórias ou de outra espécie, que, por representarem penalidade pecuniária, acompanham o passivo do patrimônio adquirido pelo sucessor. Segundo dispõe o artigo 113, § 3º, do CTN, o descumprimento de obrigação acessória faz surgir, imediatamente, nova obrigação consistente no pagamento da multa tributária. A responsabilidade do sucessor abrange, nos termos do artigo 129 do CTN, os créditos definitivamente constituídos, em curso de constituição ou „constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações tributárias surgidas até a referida data‟, que é o caso dos autos”. (REsp 959389 / RS DJe 21/05/2009). 54. A BM Confecções Ltda. responderá integralmente pelos tributos devidos pela Divina Vestuário Feminino Ltda. até a data do ato de aquisição do estabelecimento empresarial, se a alienante cessar a exploração da atividade. 27 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO É verdadeira, de acordo como art. 133, I, do CTN. 55. (CESPE/Procurador Estadual/ES/2008) Se, no curso de ação de execução fiscal, certo contribuinte adquirir, em leilão judicial, um veículo automotor cujo antigo proprietário não tenha quitado as dívidas do imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) e de multas por excesso de velocidade, nesse caso, a arrematação terá o efeito de extinguir os ônus que incidem sobre o bem arrematado, passando este ao arrematante livre e desembaraçado dos encargos tributários. A CESPE cobrou a jurisprudência do STJ, a saber: “TRIBUTÁRIO - ARREMATAÇÃO JUDICIAL DE VEÍCULO - DÉBITO DE IPVA - RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA - CTN, ART. 130, PARÁGRAFO ÚNICO. 1. A arrematação de bem em hasta pública é considerada como aquisição originária, inexistindo relação jurídica entre o arrematante e o anterior proprietário do bem. 2. Os débitos anteriores à arrematação subrogam-se no preço da hasta. Aplicação do artigo 130, § único do CTN, em interpretação que se estende aos bens móveis e semoventes”. (CESPE/Auditor INSS/1997) Cabe aos estados e ao DF instituir o IPVA (Constituição, art. 155). Um cidadão, servidor público sob investigação com base na Lei da Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429, de 02/06/1992), possui quatro automóveis importados, com valor unitário de R$ 60.000,00, das marcas AA, BB, CC e DD e resolve alienar o da marca CC a um cunhado seu, por R$ 60.000,00. Depois da alienação, gasta todo o dinheiro da alienação e vem a falecer, deixando, por testamento, os outros três automóveis, um para cada um de seus três filhos, seus únicos herdeiros. Na data do óbito, o servidor devia, em tributos federais, o valor de R$ 300.000,00 e os automóveis eram seu único patrimônio. Diante dessa situação, julgue os itens abaixo. Esta questão é muito boa. 56. Os sucessores do contribuinte falecido não serão legalmente obrigados a responder, individualmente, por mais do que R$ 60.000,00. É certa, de acordo com o art. 131, II, do CTN. 57. O espólio, se fosse constituído de patrimônio superior à dívida tributária surgida até a data da abertura da sucessão, suportaria todo o valor do crédito da Fazenda Pública. 28 www.pontodosconcursos.com.br CURSO ON-LINE - DIREITO TRIBUTÁRIO P/ AFRFB, ATRFB, ICMS/SP E ICMS/RJ PROFESSOR: EDVALDO NILO É certa, de acordo com o art. 131, III, do CTN. 58. O adquirente do veículo CC responderá pelos tributos incidentes sobre o automóvel, ainda que anteriores à venda. É certa, de acordo com o art. 131, I, do CTN. 59. Se a venda houvesse sido de bem imóvel e existisse, na escritura de compra e venda, a prova da quitação dos tributos sobre ele incidentes, o adquirente não responderia por eles. É certa, de acordo com o caput, do art. 130, do CTN. 60. Se o servidor fosse casado, o cônjuge sobrevivente responderia, em qualquer caso, pela integralidade da dívida tributária. É falsa, de acordo com o art. 131, II,do CTN. 29 www.pontodosconcursos.com.br
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