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Aula 00 AFRFB 2009 FINANÇAS PÚBLICAS TEORIA

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CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI 
 
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Finanças Públicas para AFRF 
 
 
Aula Demonstrativa 
 
 
 
 
 
Estimados (as) batalhadores (as), 
 
 
 
É chegada a hora da preparação intensiva para o concurso de Auditor Fiscal 
da Receita Federal do Brasil. Como vocês já devem estar carecas de saber, foi 
publicada no Diário Oficial a autorização para a realização do concurso para 
preenchimento de 450 novas vagas. Ao meu entender este número pode ser até ser 
considerado baixo quando comparado com o quantitativo de vagas do concurso de 
2005, no entanto, acredito fielmente que se trata apenas do início do processo de 
(re) composição dos quadros de pessoal, tanto pelo crescente volume de 
aposentadorias que estão ocorrendo, quanto pela efetiva necessidade de pessoal 
adicional. É bom lembrar que em 2002 foi divulgado um edital ainda no primeiro 
semestre e outro novo edital já no segundo semestre do mesmo ano. Toda esta 
descrição é para estimulá-los ainda mais a ir em frente, com todo o afinco possível, 
tendo a dedicação e, mais do que tudo, persistência de que a vitória ou melhor, a 
aprovação, será a recompensa por tanto esforço e superação. 
 
 Falando um pouco da matéria de Finanças Públicas a ser estudada e 
analisada nestas aulas, destaco a vocês que toda a sua estruturação se dará de 
acordo com o conteúdo programático do edital de 2005. Procuraremos direcionar as 
aulas tornando a matéria a mais esmiuçada possível, direcionando-a ao 
entendimento do conteúdo e à resolução de questões tanto dos últimos concursos 
para o próprio cargo de Auditor da Receita Federal quanto para as demais carreiras 
congêneres, sempre dando ênfase às questões de certames elaborados pela banca 
da ESAF. 
 
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Adentrando a matéria, iniciamos nossa aula falando um pouco a respeito da 
cobrança do tema Finanças Públicas nas provas para Auditor. A intervenção do 
Estado na economia se dá por meio da imposição de tributos, sendo esta mesma 
intervenção objetivada na arrecadação de recursos destinados ao atendimento das 
funções por este exercidas. A parte da matéria finanças públicas cobrada o último 
edital para o concurso de AFRF refere-se aos princípios que norteiam a forma ideal 
bem como os objetivos que o Estado deve ter quando da imposição do ônus 
tributário. 
 
Um outro ponto a se destacar é o que se refere ao escopo de cobrança de 
Tópicos sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. Na última prova ela se 
restringiu, de forma geral, aos pontos relacionados à receita tributária, atividade fim 
do cargo de AFRF. Entendemos que este escopo deve ser ampliado já na próxima 
prova, motivo pelo qual deveremos abordar alguns tópicos distintos da análise da 
receita tão somente. 
 
 Gostaria de ressaltar a vocês que grande parte das análises que realizaremos 
ao longo das aulas partirão de conceitos econômicos, sejam micro ou 
macroeconômicos. Devido a esta caracterísitica recomendo fortemente o estudo da 
cadeira de economia, uma vez que, conforme pode ser verificado pelo próprio edital, 
as matérias encontram-se diretamente inter-relacionadas. 
 
 O calendário inicialmente proposto do curso, sujeito a eventuais alterações, 
será o seguinte: 
 
 Aula 1 – Dia 4 de junho de 2009 
 
 Conteúdo Programático: 1. Os princípios teóricos de tributação. 2. Impostos, 
tarifas, contribuições fiscais e parafiscais: definições. 
 
 Aula 2 – Dia 18 de junho de 2009 
 
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 Conteúdo Programático: 3. Tipos de impostos. Progressivos, Regressivos, 
Proporcionais. Diretos e Indiretos. 4. Carga Fiscal. Progressiva. Regressiva. Neutra. 
Carga Fiscal Ótima. 
 
 Aula 3 – Dia 2 de julho de 2009 
 
 Conteúdo Programático: 5. Impactos sobre o consumidor e a indústria de 
cada tipo de imposto. 6. Efeitos da ausência ou do excesso de cobrança de 
impostos. 
 
 Aula 4 – Dia 16 de julho de 2009 
 
 Conteúdo Programático: 7. Lei de Responsabilidade Fiscal; Ajuste Fiscal; 
Contas Públicas – Déficit Público; Resultado nominal e operacional; Necessidades 
de financiamento do setor público. 
 
 Aula 5 – Dia 30 de julho de 2009 
 
 Conteúdo Programático: 8. Sistema Tributário Brasileiro. Classificação da 
Receita Orçamentária. 
 
 
Descrito o funcionamento do curso bem como a matéria componente de cada 
uma das aulas, passemos agora ao estudo inicial da matéria de Finanças Públicas. 
 
Um abraço, 
 
 
 
 
 
 
 
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1. Definição das Finanças Públicas, seus objetivos, metas e abrangências 
 
Podemos nos valer das palavras de um dos mais importantes estudiosos das 
finanças públicas para assim defini-la: 
 
De acordo com Musgrave1, “Finanças Públicas é a terminologia que tem sido 
tradicionalmente aplicada ao conjunto de problemas da política econômica que 
envolvem o uso de medidas de tributação e de dispêndios públicos”. 
 
Esta definição baseia-se no fato de que a necessidade da atuação econômica 
do poder público prende-se na constatação de que a simples existência do sistema 
de mercado (consumidores versus produtores) não consegue cumprir 
adequadamente algumas tarefas e funções que visam o bem-estar da população. A 
maneira pela qual o Estado intervém no processo econômico é dependente da série 
de instrumentos pela qual este dispõe, inclusive em termos do financiamento de 
suas atividades. 
 
 Sendo assim, podemos dizer que o estudo das Finanças Públicas abrange a 
emissão de moeda e títulos públicos, a captação de recursos pelo Estado, sua 
gestão e seu gasto, para atender às necessidades da coletividade e do próprio 
Estado. Na captação dos recursos são estudadas as diversas formas de receitas, 
obtidas em decorrência do patrimônio do Estado, do seu endividamento ou por força 
do seu poder tributário. Uma vez captados os recursos impõe-se a sua 
administração até o efetivo dispêndio. 
 
 
1 MUSGRAVE, R. A. Teoria das Finanças Públicas. São Paulo. Atlas, 1974. 
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 As fontes geradoras de receitas são a tributação, classificada como receita 
derivada do poder coercitivo do Estado e o endividamento público, representado 
pela emissão e resgate de títulos da dívida pública. 
 
 A capacidade do Estado de tomar empréstimos está substancialmente 
determinada pelo potencial de recursos compulsórios que, ano a ano, ele tem 
condições de mobilizar da sociedade. Deste ponto ressalta-se o porque da 
tributação constituir um dos principais condicionantes do endividamento público. 
 
 Veremos no decorrer das aulas que as receitas utilizadas para aplicação nas 
chamadas despesas públicas não são somente as tributárias, assim também 
chamada de receitas derivadas, mas também as chamadas receitas originárias, 
aquelas associadas à exploração do patrimônio do Estado, como o próprio 
endividamento público. 
 
2. Funções do Governo 
 
Conforme verificamos anteriormente, o Estado necessita financiar sua 
atividade intervencionista na sociedade. Essa atuação é devida à existência do que 
agora denominamos de “Falhas de Mercado”, situação na qual a simples interação 
entre consumidores e produtores não leva a melhor alocação possível dos recursos 
econômicos. Trata-se pois de mais um dos fundamentos no qual o próprio Estado 
se utiliza para arrecadar recursos visando direcionar a sua ação as funções básicas 
por ele exercidas, assim denominadas como funções alocativa, distributivae função 
estabilizadora. 
 
A função alocativa é aquela que atribui ao Estado a responsabilidade pela 
alocação dos recursos existentes na economia quando, pela livre iniciativa de 
mercado, isto não for possível. Um bom exemplo da função alocativa é representado 
pela iniciativa do Estado em realizar obras que trarão grandes benefícios à 
população. Um caso polêmico, mas revestido da função básica de alocação dos 
recursos pelo Estado é a transposição do Rio São Francisco, que mesmo podendo 
trazer custos ambientais e sociais negativos para parte da população do Sertão 
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Nordestino, resultará em um significativo aumento do bem-estar da própria 
população, levando água, saúde e riqueza a uma região bastante castigada pela 
seca. 
 
A função distributiva é representada de fato pela melhoria na chamada 
distribuição da renda gerada na economia. Políticas de tributação progressiva da 
renda com a conseqüente adoção por parte do governo de políticas como o 
programa Bolsa Família, representam claramente uma política distributiva do 
governo, retirando, a princípio, daqueles que ganham mais e repassando-os àqueles 
que ganham menos. 
 
A função estabilizadora é caracterizada pelas políticas adotadas pelo 
Estado, nesta incluída a própria figura de BACEN, no intuito de manter constante o 
nível de preços, através tanto do controle da demanda agregada (quantidade de 
bens e serviços consumidos na economia), estimulando assim o crescimento da 
renda e o controle dos níveis de déficit e dívida pública, quanto pelo controle da 
oferta de moeda na economia, já que é exatamente a moeda o instrumento de 
estímulo da demanda agregada via disseminação do crédito. 
 
 
Adendo: A função reguladora 
 
Com a o processo de desestatização implementado pelo Estado brasileiro no 
fim dos anos 70 e intensificado a parti dos anos 90, surgiu a necessidade a que este 
mesmo Estado passasse a controlar as atividades em que antes este atuava 
diretamente, constituindo para isso uma série de Agências Reguladoras que 
passaram a ter como missão a regulação dos serviços públicos concedidos à 
iniciativa privada, nos moldes dos regimes de concessão de rodovias, portos, 
distribuição de energia elétrica e telefonia. 
 
Vejamos agora a resolução de algumas questões cobradas nos últimos 
certames em que este matéria foi cobrada de forma explícita, inclusive pela ESAF. 
 
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(AFC/STN – ESAF/2008) A aplicação das diversas políticas econômicas a fim de 
promover o emprego, o desenvolvimento e a estabilidade, diante da incapacidade do 
mercado em assegurar o atingimento de tais objetivos, compreende a seguinte 
função do Governo: 
 
a) Função Estabilizadora. 
b) Função Distributiva. 
c) Função Monetária. 
d) Função Desenvolvimentista. 
e) Função Alocativa. 
 
 
 Resposta: 
 
O conceito de políticas econômicas está estritamente associado ao uso das 
políticas fiscal ou monetária. No caso da política fiscal, esta visa estimular o 
crescimento da renda e do emprego por meio de estímulos à demanda agregada, 
especialmente por meio ou do aumento dos gastos governamentais ou pela redução 
da tributação, nos moldes do atualmente realizado pelo governo com a redução do 
IPI sobre diversos bens industrializados. No caso da política monetária o estímulo se 
dá pelo aumento da quantidade de moeda (crédito) em circulação, permitindo a 
população o uso destes recursos para realizar a compra de bens e serviços. 
 
A partir destes conceitos podemos concluir que a função destacada a partir do 
enunciado da questão refere-se à função estabilizadora. 
 
Gabarito: letra “a”. 
 
(APO/Séc. Plan./Econ./SP – ESAF/2009) A atuação do governo na economia tem 
como objetivo eliminar as distorções alocativas e distributivas e de promover a 
melhoria do padrão de vida da coletividade. Tal atuação pode se dar das seguintes 
formas, exceto: 
 
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a) complemento da iniciativa privada. 
b) compra de bens e serviços do setor público. 
c) atuação sobre a formação de preços. 
d) fornecimento de bens e de serviços públicos. 
e) compra de bens e serviços do setor privado. 
 
Resposta: 
 
Essa questão a princípio para ser pouco objetiva em termos das respostas 
disponíveis, uma vez que algumas assertivas visam mais confundir o candidato do 
que ajudá-lo a resolver a questão proposta. Vejamos a análise de cada uma das 
assertivas: 
 
a) O complemento da iniciativa privada pode estar ligado, por exemplo, à 
participação do governo no processo de melhoria no processo produtivo 
implementado por determinada empresa. Ex: A implantação de um pólo produtivo, 
em região pouco explorada economicamente, imputa ao Estado a necessidade de 
complementar, em termos de infra-estrutura, a atividade privada. A construção de 
uma rodovia/ferrovia para escoamento da produção pode ser considerada como um 
atendimento por parte do governo dentro da sua função alocativa. 
Opção correta 
 
b) A compra de bens e serviços do setor público não gera resultados em termos de 
estímulo à atividade econômica uma vez que a própria ação do gasto fica restrita à 
atividade estatal. Uma segunda questão é o fato de que a participação do Estado no 
processo econômico visa estimular a maior interação entre consumidores e 
produtores, o que, a princípio, não ocorreria na situação em análise. 
Opção Incorreta – gabarito 
 
c) O processo de atuação sobre a formação de preços está diretamente ligado a 
mais nova função governamental, qual seja a função reguladora. Nesta assertiva o 
termo “formação de preços” parece não estar associado à subida ou queda de 
preços devido ao problema inflacionário mas sim a formação de preços a partir das 
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chamadas estruturas de mercado, tais como o monopólio, o oligopólio e outras. 
Adicionalmente, esta intervenção pode ainda estar relacionada a participação das 
chamadas agências reguladoras na formação dos preços que remunerarão a 
atividade exploratória concedida a iniciativa privada. 
Opção correta 
 
d) O fornecimento de bens e serviços públicos pode ser entendido como o 
oferecimento pelo Estado daquelas atividades associadas a própria existência de 
uma sociedade organizada, tais como justiça, educação, serviço policial e forças 
armadas. 
Opção correta 
 
e) A compra de bens e serviços do setor privado é a própria caracterização de uma 
política fiscal expansionista, na qual o Estado se utiliza dos recursos captados da 
sociedade por meio de tributos para realizar o aumento de gastos públicos, o que 
tende a estimular a demanda agregada, gerando impactos positivos sobre a renda e 
o emprego. 
Opção correta 
 
 
 
Espero poder revê-los em nossa primeira aula. 
 
Um grande abraço a todos e ótimos estudos! 
 
Francisco

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