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Segurança Pública Municipal

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Curso Superior de Tecnologia em Segurança Pública Municipal 
 
 
 
 
 
Atores e agendas prioritárias de 
segurança e justiça 
 
 
 
 
 
Eduardo Pazinato da Cunha 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
Coordenação de Educação a Distância 
Faculdade de Direito de Santa Maria - FADISMA 
 
 
 
 
 
Copyright ​© 2020 - FADISMA - Todos os direitos reservados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Versão 1.0 - Atualizada em 14 de maio de 2020 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENTENDA OS ÍCONES 
 
Atenção: indica pontos de maior relevância no             
texto. 
Biografia: ​é um ​breve resumo biográfico           
acerca do autor. 
Interatividade: remete o tema para outras           
fontes: livros, filmes, músicas, sites, programas           
de tv, etc. 
Glossário: indica a definição de um termo,             
palavra ou expressão utilizada no texto. 
Nota explicativa: tem por objetivo explicar algo             
que foi mencionado no texto. 
Pense nisso: ​instiga para refletir sobre o             
assunto. 
Saiba mais: informações que enriquecem o           
assunto, podem ser curiosidades ou notícias           
relacionadas ao tema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Versão 1.0 - Atualizada em 14 de maio de 2020 2 
 
ATORES E AGENDAS PRIORITÁRIAS DE 
SEGURANÇA E JUSTIÇA 
 
Para início de estudo 
 
O presente conteúdo visa identificar o papel e as                 
principais atribuições das instituições e dos profissionais que               
atuam no campo da Segurança Pública e da Justiça Criminal                   
no Brasil contemporâneo, além de verificar as principais               
Agendas ​Prioritárias de Segurança e Justiça, a partir da                 
socialização da Agenda Prioritária da Segurança Pública             
(2014); da Agenda Municipal de Segurança Cidadã (2016) e                 
das Reformas Institucionais da Segurança Pública e da               
Justiça Criminal (no Brasil e no exterior), com destaque para                   
a necessária reforma das polícias.  
Para tanto, a apostila divide-se em dois tópicos               
principais: 
1. Agentes de Segurança Pública e da Justiça Criminal               
no Brasil contemporâneo; 
2. Agendas Prioritárias de Segurança e Justiça. 
Vamos iniciar? 
 
1. Agentes de Segurança Pública e da Justiça 
Criminal no Brasil contemporâneo 
 
O Sistema de Justiça Criminal abrange órgãos dos               
Poderes Executivo e Judiciário em todos os níveis da                 
federação, ou seja, em âmbito federal, estadual e municipal e,                   
também Poder Legislativo, com a produção das normas               
penais pelo Congresso Nacional. De modo geral, é possível                 
dividir a organização do sistema em três frentes principais,                 
quais sejam: ​segurança pública​, ​justiça criminal e ​execução               
penal ​(FERREIRA; FONTOURA, 2008, p. 15). Isto quer dizer que                   
a atuação do poder público ocorre desde a prevenção de                   
infrações penais até a aplicação e execução de penas e                   
sanções nos sistemas carcerários​, por exemplo. Para que               
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GLOSSÁRIO 
 
Prioritária: ​que tem 
prioridade; que são 
mais importantes.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Versão 1.0 - Atualizada em 14 de maio de 2020 3 
 
você possa se familiarizar e conhecer o Sistema de Justiça                   
Criminal como um todo, passaremos a análise geral de cada                   
um dos subsistemas: segurança pública, justiça criminal e               
execução penal. 
 
1.1 Segurança Pública 
 
O artigo 144 da ​Constituição Federal de 1988               
estabelece que a segurança pública é dever do Estado, além                   
de ser direito e responsabilidade de todos. Além disso,                 
importa realizar a leitura do artigo 144 em conjunto com o                     
artigo 6º, ambos da Constituição Federal, que apresenta a                 
segurança como um direito social. Ou seja, a segurança é um                     
direito garantidor de outros direitos. Não haverá direito à                 
segurança sem a segurança dos direitos.  
De acordo com a CF, os órgãos que exercem a                     
preservação da ordem pública e da incolumidade das               
pessoas e do patrimônio são: Polícia Federal, Polícia               
Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, Polícias Civis,             
Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, as               
Polícias Penais Federal, Estaduais e Distrital (esta última               
acrescida pela ​Emenda Constitucional nº 104 de 2019​) e as                   
Guardas Municipais (esta última como possibilidade aos             
municípios, no parágrafo 8º). 
Além destes, o ​Sistema Único de Segurança Pública               
(SUSP), que regulamentou o parágrafo sétimo do artigo 144                 
da CF, incluiu como integrantes operacionais do Sistema de                 
Segurança Pública, além das guardas municipais e dos já                 
mencionados, os órgãos do sistema penitenciário, os             
institutos oficiais de criminalística, medicina legal e             
identificação, a Secretaria Nacional de Segurança Pública             
(Senasp), as secretarias estaduais de segurança pública ou               
congêneres, a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil                 
(Sedec), a Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas               
(Senad), os agentes de trânsito e a guarda portuária.  
Em âmbito nacional, a competência para os assuntos               
de Segurança Pública é do atual ​Ministério da Justiça e                   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOTA EXPLICATIVA 
 
De acordo com o 
site do Ministério da 
Justiça e Segurança 
Pública​, o “​Sistema 
Único de Segurança 
Pública (Susp)​ foi 
instituído pela Lei 
13.675, sancionada 
em 11 de junho de 
2018. O Susp cria 
uma arquitetura 
uniforme para a 
segurança pública 
em âmbito nacional, 
a partir de ações de 
compartilhamento 
de dados, operações 
integradas e 
colaborações nas 
estruturas de 
segurança pública 
federal, estadual e 
municipal”.  
 
 
 
 
 
 
 
 Versão 1.0 - Atualizada em 14 de maio de 2020 4 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc104.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13675.htm
https://www.novo.justica.gov.br/
https://legado.justica.gov.br/seus-direitos/elaboracao-legislativa/projetos/susp
https://legado.justica.gov.br/seus-direitos/elaboracao-legislativa/projetos/susp
https://legado.justica.gov.br/seus-direitos/elaboracao-legislativa/projetos/susp
 
Segurança Pública​. Em linhas gerais, vinculados a este               
Ministério estão a Secretaria Nacional de Segurança Pública               
(Senasp), o Departamento da Polícia Federal e o               
Departamento de Polícia Rodoviária Federal. À Polícia Federal               
compete: (i) investigar/apurar infrações penais contra a             
ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e                     
interesses da União ou de suas entidades autárquicas e                 
empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática               
tenha repercussão interestadual ou internacional e exija             
repressão uniforme; (ii) prevenir e reprimir o tráfico ilícito de                   
drogas; (iii) exercer funções de polícia marítima, aeroportuária               
e de fronteiras; e (iv) exercer funções de polícia judiciária da                     
União (artigo 144, §1º,da CF/88). Já a Polícia Rodoviária e                     
Ferroviária Federal compete o patrulhamento ostensivo das             
rodovias e ferrovias, respectivamente (artigo 144, §§2º e 3º,                 
da CF/88). 
Em âmbito estadual, os órgãos responsáveis pela             
Segurança Pública são as Polícias Civis, as Polícias Militares                 
e Corpo de Bombeiros, as quais são subordinadas ao Poder                   
Executivo estadual. A Polícia Militar é quem realiza o                 
policiamento ostensivo com o objetivo de proteção à ordem                 
pública, e a Polícia Civil, por sua vez, é a responsável pelas                       
investigações de infrações penais, com exceção das             
militares. Aos Corpos de Bombeiros Militares, além das               
atribuições definidas em lei, incumbe a execução de               
atividades de defesa civil (artigo 144, §§ 4º e 5º, CF/88). 
Além disso, frisa-se que com a Emenda Constitucional               
nº 104 de 2019 foi acrescido aos órgãos de segurança                   
pública tanto em âmbito federal, como estadual, às Polícias                 
Penais, as quais, vinculadas ao órgão administrador do               
sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a                   
segurança dos estabelecimentos penais. 
Já em âmbito municipal, o § 8º do artigo 144 da CF/88                       
estabelece que compete aos Municípios constituir Guardas             
Municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e                 
instalações. Tratam-se de Guardas Civis, que, de acordo com                 
o ​Estatuto Geral das Guardas Municipais​, cumprem a função                 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
Não é objetivo deste 
estudo especificar 
todas as 
competências​ de 
cada órgão da 
justiça criminal, mas 
sim apresentar um 
panorama geral da 
sua estrutura.  
 
 Versão 1.0 - Atualizada em 14 de maio de 2020 5 
https://www.novo.justica.gov.br/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13022.htm
 
de proteção municipal preventiva.  
 
1.2 Justiça Criminal 
 
Os órgãos de ​Justiça Criminal no Brasil organizam-se               
nos níveis federal e estadual. Em âmbito federal, temos os                   
juízes federais, os Tribunais Regionais Federais, o Ministério               
Público Federal e a Defensoria Pública da União. Na esfera                   
estadual, compõem o sistema de justiça criminal, os juízes                 
estaduais, os Tribunais de Justiça, os Ministérios Públicos e                 
as Defensorias Públicas Estaduais. Cada um destes órgãos               
possuem as suas ​competências expressas na Constituição             
Federal e nas suas legislações específicas. (FERREIRA;             
FONTOURA, 2008, p. 15) 
Os ​juízes​, tanto em âmbito federal como estadual,               
constituem aquilo que chamamos de primeiro grau de               
jurisdição. Ou seja, fazem parte da da primeira instância da                   
hierarquia judiciária. Os ​Tribunais Regionais Federais e os               
Tribunais de Justiça representam, via de regra, o segundo                 
grau de jurisdição federal e estaduais, respectivamente. Por               
exemplo: um juiz (primeiro grau) decidiu por condenar               
determinado acusado. O advogado do acusado recorrerá da               
decisão do juiz ao Tribunal competente (segundo grau).  
O ​Ministério Público​, por sua vez, é instituição               
considerada essencial à justiça a qual incumbe “a defesa da                   
ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses               
sociais e individuais indisponíveis” (artigo 127, CF/88). Na               
área criminal, cabe, principalmente, ao Ministério Público,             
tanto na esfera Estadual como na Federal - cada qual com                     
suas competências específicas - promover a ação penal               
pública e exercer o ​controle externo da atividade policial​.  
As ​Defensorias Públicas​, assim como o Ministério             
Público, também são consideradas instituições essenciais à             
justiça pela Constituição Federal e atuam cada qual dentro de                   
suas esferas de competências (estadual ou federal/União).             
De modo geral, cabe às Defensorias a orientação jurídica, a                   
promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos                 
 
 
 
SAIBA MAIS 
 
No caso do ​Poder 
Judiciário​, as 
competências​ estão 
previstas entre os 
artigos 92 e 106 da 
Constituição 
Federal. Sobre o 
Ministério Público​, 
as regras e 
competências estão 
dispostas entre os 
artigo 127 e 130-A 
da CF/88. No 
tocante às 
Defensorias 
Públicas​, as regras e 
competências 
gerais estão 
estabelecidas entre 
os artigos 134 e 135 
da CF/88. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Versão 1.0 - Atualizada em 14 de maio de 2020 6 
 
individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos                 
necessitados (artigo 134, CF/88). Essa defesa é assegurada               
constitucionalmente em todos os graus, tanto judicial, como               
extrajudicialmente.  
 
1.3 Execução penal 
 
A execução penal ​diz respeito a quem incumbe cuidar                   
do direito de punir que o Estado detém​. A execução penal                     
"tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou                 
decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica               
integração social do condenado e do internado", de acordo                 
com o artigo 1º da ​Lei 7.210/84 - Lei que institui a Execução                         
Penal no Brasil​.  
 
A execução penal fica predominantemente a cargo dos               
estados, que organizam o sistema penitenciário de             
acordo com as leis nacionais e locais em vigor. No                   
âmbito do governo federal, além dos órgãos do Poder                 
Judiciário, existem os órgãos do Poder Executivo             
encarregados de definir a política penitenciária e             
fiscalizar sua aplicação nos estados. (FERREIRA;           
FONTOURA, 2008, p. 22). 
 
No Brasil, estamos longe de concretizar aquilo que               
dispõe a ​Lei de Execução Penal​. Por exemplo, o artigo 10 da                       
Lei dispõe que a assistência material, à saúde, jurídica,                 
educacional, social e religiosa ao preso, ao internado e ao                   
egresso é dever do Estado. A precarização dos espaços                 
penitenciários e a superpopulação carcerária existente no             
Brasil são apenas dois exemplos de que há um grande                   
descompasso entre o oferecimento de tratamento           
humanitário e o cumprimento de pena no país.   
 
2. Agendas prioritárias de segurança e justiça 
 
As agendas prioritárias de segurança e justiça podem               
ser considerados instrumentos estratégicos no âmbito da             
segurança pública, as quais partem de estudos científicos e                 
sugerem, diante do contexto de segurança pública, do               
sistema de justiça criminal e de acordo com a necessidade                   
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Versão 1.0 - Atualizada em 14 de maio de 2020 7 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm
 
de cada local, as prioridades em relação à segurança, visando                   
a redução da violência e da criminalidade.  
 
2.1 Agenda Prioritária da Segurança Pública (2014) 
 
Em 2014, o Instituto Sou da Paz, em parceria com                   
organizações e especialistas da área de SegurançaPública,               
entre eles Instituto Igarapé, Bruno Paes Manso (NEV/SP),               
Claudio Beato (CRISP/MG), Eduardo Pazinato (Instituto           
Fidedigna/RS), Haydée Caruso (UNB/DF) e outros, elaboraram             
a ​Agenda Prioritária de Segurança Pública (2014)​. Neste               
documento, seis propostas principais foram aventadas,           
conforme síntese elaborada a partir do documento original e                 
também de matéria publicada no Congresso em Foco (2014):  
1. Construção de um novo pacto federativo para a               
segurança pública: apontou-se a necessidade de           
redefinição das responsabilidades dos entes         
federativos e da necessária qualificação de gestores             
públicos para colocar em prática as políticas públicas               
na área. 
2. Aperfeiçoamento da capacidade de difusão e gestão             
das informações de segurança pública: a importante             
criação de um sistema padronizado e integrado de               
gestão de informações, que seja disponibilizado de             
forma transparente para a sociedade como um todo. 
3. Redução de homicídios: a necessidade da criação de               
um Plano Nacional de Redução de Homicídios, com               
ênfase para as investigações policiais e fortalecimento             
do controle de armas e munições, com investigação,               
informação, dados.  
4. Reforma do modelo policial: investimentos em polícias             
integradas de ciclo completo, que atue desde a               
prevenção até a investigação de forma integrada.  
5. Modernização da política criminal e penitenciária:           
demonstração de que encarceramento em massa não             
é a solução; necessidade de se pensar medidas               
alternativas à prisão, ampliar acesso à justiça e o                 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Versão 1.0 - Atualizada em 14 de maio de 2020 8 
https://igarape.org.br/wp-content/uploads/2015/05/agenda_priorit_ria_2014.pdf
 
controle do Estado sobre as prisões, com a integração                 
dos sistemas de segurança pública e de justiça               
criminal.  
6. Revisão de aspectos da política de drogas:             
necessidade de políticas alternativas ao         
encarceramento de pequenos traficantes e usuários e             
de ações que visem de fato combater a criminalidade                 
em torno do tráfico de drogas.  
O objetivo da Agenda foi apresentar temas e propostas                 
que poderiam servir para subsidiar os e as candidatos(as) ao                   
Governo Federal e melhorar a qualidade do debate público                 
nas eleições federais de 2014. Em casos concretos, a partir                   
de análises das situações de cada município, esses seis                 
macro temas destacados precisam ser aprofundados e             
pensados de acordo com a localidade e necessidade.  
 
2.2 Agenda Municipal de Segurança Cidadã (2016) 
 
Em 2016, com vistas às eleições municipais da época,                 
os Institutos Igarapé, Sou da Paz e Fidedigna, lançaram a                   
Agenda Municipal de Segurança Cidadã​. O documento             
propunha a estruturação da atuação municipal na prevenção               
da violência, considerada a principal competência do             
município na esfera da segurança pública. Tal estrutura foi                 
pensada a partir de 4 eixos prioritários:  
➔ Eixo 1 - Estabelecimento de estruturas de gestão,               
financiamento, monitoramento e avaliação da Agenda           
Municipal de Segurança Cidadã: chama-se atenção           
para a importância da gestão política do projeto (no                 
caso, o prefeito), a importância da criação de uma                 
estrutura de governança integrada ao gabinete do             
prefeito, a definição de metas e mecanismos de               
monitoramento e avaliação, a dotação orçamentária           
para implementação da Agenda, a promoção de             
parcerias estratégicas entre os governos (Federal,           
Estadual e Municipal), setor privado, sociedade civil e               
associações locais, a instituição de um Conselho             
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Versão 1.0 - Atualizada em 14 de maio de 2020 9 
https://igarape.org.br/wp-content/uploads/2016/08/NT_Agenda-Municipal-de-Seguran%C3%A7a-Cidad%C3%A3-Eleicoes-Municipais-2016-16-08.pdf
 
Municipal de Segurança Cidadã e o desenvolvimento             
de um plano de comunicação.  
➔ Eixo 2 - Produção e coleta de dados e informações                   
para diagnóstico, monitoramento e avaliação: as           
ações de prevenção da violência precisam ser             
focalizadas, por isso é importante que haja a criação                 
de uma plataforma para coleta sistemática de dados               
de diferentes secretarias do município e a capacitação               
de gestores para coleta e análise de dados e                 
informações, por exemplo.  
➔ Eixo 3 - Fortalecimento dos fatores de proteção e                 
redução dos fatores de risco de grupos populacionais,               
áreas geográficas e comportamentos mais         
suscetíveis à violência: o município deve investir na               
elaboração e implementação de ações focalizadas,           
sobretudo voltadas aos grupos populacionais mais           
vulneráveis à violência, entre eles: crianças, jovens,             
mulheres, usuários de drogas, e outros, além de               
considerar diferentes dinâmicas a partir da perspectiva             
racial e de gênero.   
➔ Eixo 4 - Orientação das ações da Guarda Municipal                 
para a mediação de conflitos e resolução de               
problemas: é imprescindível, por exemplo, que haja a               
modernização das guardas, a orientação adequada           
para ações em áreas de maior incidência criminal e de                   
grupos vulneráveis, a capacitação dos integrantes da             
Guarda Municipal para fortalecimento de sua função             
mediadora e a busca de cooperação e o intercâmbio                 
de informações entre Guarda e Polícias.  
 
2.3 Reformas Institucionais da Segurança Pública e da               
Justiça Criminal (no Brasil e no exterior), com destaque para                   
a necessária reforma das polícias 
 
No Brasil e no exterior já há muito se discute reformas                     
institucionais da Segurança Pública e da Justiça Criminal a                 
partir de diversas frentes. Um dos debates sempre intensos e                   
necessários é a reforma das polícias. ​Pesquisas têm               
 
 Versão 1.0 - Atualizada em 14 de maio de 2020 10 
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/04/11/datafolha-aponta-que-51percent-dos-brasileiros-tem-medo-da-policia-e-47percent-confiam-nos-policiais.ghtml
 
demonstrado que a maior parte da população brasileira de                 
um modo geral não confia nas polícias. É desde a                   
redemocratização que uma reestruturação das polícias no             
Brasil se mostra necessária.  
Na Agenda Prioritária de Segurança Pública de 2014,               
acima referida, os especialistas no assunto apontam para o                 
esgotamento do modelo constitucional das polícias e             
sugerem algumas alternativas, entre elas. (SOU DA PAZ et al,                   
2014, p. 8-9): 
➔ Implementar polícias integradas de ciclo completo: os             
trabalhos das Polícia Militar, responsável pelo           
patrulhamento ostensivo, e da Polícia Civil,           
responsável pela investigação das infrações, é           
dificultado pela falta de integração dos trabalhos de               
segurança. Ainda não se sabe qual caminho seria o                 
mais adequado e estudos nessesentido precisam             
avançar, mas parece haver uma enorme necessidade             
de se pensar em polícias de ciclo completo, ou seja,                   
que atuem desde a prevenção até a investigação.  
➔ Fortalecer o controle externo da atividade policial: ​o               
fortalecimento aconteceria a partir da criação de             
Ouvidorias de Polícia autônomas e regulamentação do             
artigo 129 da Constituição Federal que prevê o               
Ministério Público como agente do controle externo da               
atividade policial.  
➔ Alterar a natureza da atividade policial: ​sugerem,             
neste aspecto, a revisão de códigos disciplinares com               
a necessária adequação à CF de 1988, a extinção da                   
justiça militar especializada para as polícias militares,             
a exclusão de subordinação das polícias militares ao               
Exército e regulamentação do direito à sindicalização e               
greve de Policiais Militares.  
➔ Reformar as carreiras das diferentes polícias           
garantindo a entrada única e a possibilidade de               
progressão até o nível mais alto da hierarquia:               
sugere-se organizar a estrutura da complexa carreira             
policial, com o objetivo de fortalecer e motivar a                 
 
 Versão 1.0 - Atualizada em 14 de maio de 2020 11 
 
carreira.  
As mudanças e reformas são sempre lentas e               
graduais. Ainda, Beato e Ribeiro (2016, p. 190) lembram que                   
"reformas do âmbito da justiça e das polícias são eventos                   
raros" e que, geralmente, acontecem "no esteio de agudas                 
crises institucionais".  
Exemplos disso são os casos de ​Colômbia e ​Peru​. No                   
caso colombiano, uma grave crise de corrupção sistêmica               
levou a reformas legislativas profundas na polícia, com a                 
reestruturação da instituição para obter maior transparência e               
possibilidade de denúncias de desvios de polícias da               
corporação. No Peru houve a unificação das polícias por meio                   
de leis e é considerado um caso de sucesso, pois conseguiu                     
atingir com a reforma uma mudança efetiva na relação entre                   
polícia e cidadãos, inclusive incorporando-os às questões             
ligadas à prevenção de crimes.  
Beato e Ribeiro (2016, p. 193) ainda chamam atenção                 
para o fato de que todos os ​modelos de sucessos analisados                     
por eles (que podem ser conferidos ​aqui​) ​possuem um ponto                   
em comum: ​mudanças nas práticas de ensino, tempo e                 
formação dos policiais​. ​A qualificação dos profissionais de               
segurança também pode ser um caminho para uma política                 
de segurança mais efetiva.  
 
Conclusão 
 
Apresentou-se nesta parte do conteúdo programático o             
papel e as principais atribuições das instituições e dos                 
profissionais que atuam no campo da Segurança Pública (de                 
acordo com a Constituição Federal e o Sistema Único de                   
Segurança Pública) e do Sistema de Justiça Criminal no                 
Brasil Contemporâneo. Para fins didáticos e também para               
uma melhor compreensão do conteúdo, optou-se por verificar               
o sistema de justiça criminal a partir de três frentes                   
principais: segurança pública, justiça criminal e execução             
penal. 
 
 Versão 1.0 - Atualizada em 14 de maio de 2020 12 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-60892016000400009
 
Além disso, verificou-se a importância da criação e               
reflexão sobre agendas prioritárias de segurança e justiça,               
com foco nos exemplos da Agenda Prioritária da Segurança                 
Pública (2014); da Agenda Municipal de Segurança Cidadã               
(2016) e das Reformas Institucionais da Segurança Pública e                 
da Justiça Criminal (no Brasil e no exterior), com destaque                   
para a necessária reforma das polícias.  
Para refletir 
 
Você considera ser necessário uma reforma estrutural nas               
polícias brasileiras?  
  
    
Revisão de conceitos 
 
➔ O Sistema de Justiça Criminal abrange órgãos dos               
Poderes Executivo e Judiciário em todos os níveis da                 
federação, ou seja, em âmbito federal, estadual e               
municipal. 
 
➔ O artigo 144 da Constituição Federal de 1988               
estabelece que a segurança pública é dever do Estado,                 
além de ser direito e responsabilidade de todos. 
 
➔ Polícias Penais: instituídas a partir da Emenda             
Constitucional nº 104 de 2019, a quem cabe a                 
segurança dos estabelecimento penais.  
 
➔ As agendas prioritárias de segurança e justiça podem               
ser considerados instrumentos estratégicos no âmbito           
da Segurança Pública, as quais partem de estudos               
científicos e sugerem, diante do contexto de segurança               
pública e da justiça criminal e de acordo com a                   
necessidade de cada local, as prioridades em relação à                 
segurança, visando a redução da violência e da               
 
 
 
 
 Versão 1.0 - Atualizada em 14 de maio de 2020 13 
 
criminalidade. 
    
Para complementar os estudos 
 
➔ Agenda Prioritária de Segurança Pública (2014):           
https://igarape.org.br/wp-content/uploads/2015/05/a
genda_priorit_ria_2014.pdf 
 
➔ Agenda Municipal de Segurança Cidadã (2016):           
https://igarape.org.br/wp-content/uploads/2016/08/N
T_Agenda-Municipal-de-Seguran%C3%A7a-Cidad%C3%
A3-Eleicoes-Municipais-2016-16-08.pdf 
 
 
 
 
Referências bibliográficas 
 
BEATO, Claudio Filho; RIBEIRO, Ludmila. Discutindo a reforma 
das polícias no Brasil. In: ​Civita - Dossiê​: Segurança pública e 
reforma das polícias na América Latina, v. 16. n.4, out-dez, 
2016. Disponível em: 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151
9-60892016000400009​. 
 
BRASIL. ​Constituição Federal de 1988​. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituica
o.htm​. 
 
FERREIRA, Helder; FONTOURA, Natália de Oliveira. Sistema de 
Justiça Criminal no Brasil: Quadro institucional e um 
diagnóstico de sua atuação. In: ​IPEA​, Texto para discussão. 
1330, mar. 2008. Brasília, 2008. Disponível em: 
https://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_conte
nt&view=article&id=4884. 
 
SOU DA PAZ et al. ​Agenda Prioritária de Segurança Pública​. 
São Paulo: Instituto Sou da Paz: a paz na prática, 2014.  
 
SOU DA PAZ; FIDEDIGNA; IGARAPÉ. ​Agenda Municipal de 
Segurança Cidadã. Eleições Municipais 2016​. Disponível em: 
https://igarape.org.br/wp-content/uploads/2016/08/NT_Age
 
 
 
 
 Versão 1.0 - Atualizada em 14 de maio de 2020 14 
https://igarape.org.br/wp-content/uploads/2015/05/agenda_priorit_ria_2014.pdf
https://igarape.org.br/wp-content/uploads/2015/05/agenda_priorit_ria_2014.pdf
https://igarape.org.br/wp-content/uploads/2016/08/NT_Agenda-Municipal-de-Seguran%C3%A7a-Cidad%C3%A3-Eleicoes-Municipais-2016-16-08.pdf
https://igarape.org.br/wp-content/uploads/2016/08/NT_Agenda-Municipal-de-Seguran%C3%A7a-Cidad%C3%A3-Eleicoes-Municipais-2016-16-08.pdf
https://igarape.org.br/wp-content/uploads/2016/08/NT_Agenda-Municipal-de-Seguran%C3%A7a-Cidad%C3%A3-Eleicoes-Municipais-2016-16-08.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-60892016000400009
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-60892016000400009
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://igarape.org.br/wp-content/uploads/2016/08/NT_Agenda-Municipal-de-Seguran%C3%A7a-Cidad%C3%A3-Eleicoes-Municipais-2016-16-08.pdfnda-Municipal-de-Seguran%C3%A7a-Cidad%C3%A3-Eleicoes-
Municipais-2016-16-08.pdf​. 
 
 
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https://igarape.org.br/wp-content/uploads/2016/08/NT_Agenda-Municipal-de-Seguran%C3%A7a-Cidad%C3%A3-Eleicoes-Municipais-2016-16-08.pdf
https://igarape.org.br/wp-content/uploads/2016/08/NT_Agenda-Municipal-de-Seguran%C3%A7a-Cidad%C3%A3-Eleicoes-Municipais-2016-16-08.pdf

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