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Aula 02 AFRFB 2009 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

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CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
1 
 
LEGISLAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS 
1. INTRODUÇÃO 
Olá, amigos que estão no ‘ponto’, 
Cá estamos novamente juntos, com a Graça de Deus, e a inteligência que Ele nos deu, para prosseguir 
como nosso curso ‘on line’ de legislação tributária, desta vez abordando o IPI. 
 Mas antes gostaria de fazer um adendo quanto aos nossos módulos: na verdade, teremos um sétimo 
capítulo, que abrangerá aspectos legais do ITR, que não foi sequer mencionado na aula anterior. 
Em virtude disso, ele se tornará uma ‘aula-bônus’ para o candidato, sem custo algum – e isto não é papo de 
vendedor! Com isto, nossa seqüência de aulas passa a ser esta: 
- Capítulo I (ou Aula Magna, ou primeira aula, ou ‘aula zero’, como queiram): noções gerais de legislação 
tributária federal interna; 
- Capítulo II: legislação de imposto sobre produtos industrializados (IPI); 
- Capítulo III: legislação do imposto de renda sobre a pessoa física (IRPF), imposto de renda sobre a fonte 
(IRRF) e imposto sobre operações financeiras (IOF); 
- Capítulo IV: legislação do imposto de renda sobre pessoas jurídicas (IRPJ) e Contribuição social sobre o 
lucro líquido (CSLL); 
- Capítulo V: o Simples Nacional, e suas principais características; 
- Capítulo VI: contribuições administradas pela RFB (Pis/Pasep, Cofins e Cide); 
- Capítulo VII: aspectos legais do Imposto Territorial Rural (ITR). 
 E que assim seja; agora voltamos para a programação normal. Para que esta se torne exeqüível, 
recomendamos ter em mãos o RIPI (Decreto 4544/2002) com a tabela TIPI, inclusive, não precisando ser impresso, 
mas pelo menos em meio digital, para que sejam feitas as conferências necessárias. Preparemo-nos, também, para 
um estudo um pouco mais longo – árduo, talvez –, mas que se faz realmente necessário, para maximizar os acertos 
no certame a ser enfrentado. 
 
2. O IPI NO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL 
Inicialmente, vamos localizar o tributo na Constituição, sem perder de vista que cabe a ela sua instituição. 
Sem maiores dificuldades, veremos que ela tem respaldo no artigo 153, IV, da Carta Magna. 
No CTN, há menção sobre o tributo nos artigos 46 a 51. No âmbito infralegal, nosso principal diploma 
será o decreto 4544/2002 (Regulamento do IPI-RIPI), mas também mencionaremos algo encontrado na lei 9779/99, 
sendo esta última muito ‘badalada’ ultimamente, e nós veremos o porquê. 
 
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3. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS: SELETIVIDADE, NÃO-CUMULATIVIDADE E AS 
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS 
Antes de adentrarmos de vez nos aspectos infralegais, vale registrar que o Poder Executivo, do momento 
em que se tornar necessário atingir os objetivos da política econômica governamental, mantida a seletividade em 
função da essencialidade ou, ainda, para corrigir distorções, está autorizado a reduzir as alíquotas até zero, ou a 
majorá-las em até 30 unidades ao percentual de incidência fixado em lei, tudo nos termos do art. 64 e seu parágrafo 
único da RIPI. 
As alterações de alíquotas, na forma da legislação citada, são efetuadas através de decretos do Presidente da 
República como, por exemplo, os que foram editados a partir do final de 2008 e reduziram o IPI de carros, motos, 
alguns eletrodomésticos e materiais de construção. 
 Registre-se, ainda, que IPI não está sujeito ao princípio da anterioridade, ou seja, à vedação de sua 
cobrança ou do seu aumento no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que o instituiu ou o 
aumentou (CF, art. 150-III-b, c/c seu § 1º). Assim, dentro do ano civil podem ser revogadas isenções, alteradas 
disposições relativas ao cálculo do imposto, com o aumento da base de cálculo e/ou alíquotas, bem assim incluídos 
no campo de incidência produtos até então não-tributados. 
A partir da vigência da Emenda Constitucional no 42/2003, o IPI passou a obedecer ao princípio da 
anterioridade nonagintídia, não podendo ser cobrado antes de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada 
a lei que o tenha instituído ou aumentado. Entretanto, continua fora do alcance do princípio da anterioridade 
(CF/88, art. 150, inciso III, alínea "c", e § 1o, com redação da EC no 42/2003). 
Trocando em miúdos: os aumentos de alíquotas, quer sejam efetuados por lei ou por decreto do Poder 
Executivo, bem assim a inclusão de novos produtos no campo de incidência do imposto, somente poderão entrar 
em vigor decorridos 90 dias da data da publicação do respectivo ato, ainda que dentro do mesmo exercício 
financeiro (ano civil ou calendário) da referida publicação. 
 Agora sim, falemos da seletividade e não-cumulatividade. O § 3º do mesmo artigo 153 da CF 
estabelece, na qualidade de comando constitucional dirigido ao legislador, quanto aos princípios constitucionais 
que regem o IPI, que este será: 
 a) seletivo, em função da essencialidade do produto: determina que o IPI deve estabelecer diferenciação 
entre produtos mais ou menos essenciais. A tributação, pois, deverá atingir mais acentuadamente os supérfluos e 
menos os necessários. O legislador atende à Constituição pelo uso de alíquotas que apresentarão as variações. 
 b) não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas 
anteriores: sobretudo quando relativamente aos mesmos produtos ou às matérias-primas, produtos intermediários e 
materiais de embalagem empregados na sua industrialização. O legislador atende a tal diretriz por meio de sistema 
de crédito do imposto. Entendia-se que esta norma constitucional sempre foi considerada determinante da 
compensação só nos casos em que os produtos estivessem sujeitos a efetivo pagamento do mesmo imposto na 
operação considerada, mas com o advento da lei 9779/99, em seu artigo 11, dispôs-se que, a partir de 01/01/99, 
também cabe o direito ao crédito nos casos em que as matérias-primas, produtos intermediários e materiais de 
embalagem adquiridos sejam empregados na industrialização de produtos isentos ou sujeitos a alíquota zero, 
entendimento este consolidado e ratificado pelo Ripi/02, no Capítulo X – a partir do artigo 163 –, em que trata com 
minúcias do assunto. É claro que não estará de todo esgotado, visto que tivemos recente julgado do STF sobre este 
assunto, que abordaremos mais adiante, em tópico especial. 
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3.1 ESCLARECIMENTOS SOBRE A TABELA DE INCIDÊNCIA DO IPI (TIPI) 
 Sem perder de vista que o IPI tem por fundamento o artigo 153, inciso IV, da Constituição Federal – que 
concede competência à União para instituir imposto “sobre produtos industrializados” – esclareça-se que tal 
disposição deixa fora do campo de incidência do IPI os produtos naturais (animais, vegetais e minerais), desde que 
não tenham sofrido nenhum processamento de industrialização. 
 A Tabela de Incidência do IPI relaciona todas as coisas existentes, objeto de comercialização, portanto, 
mercadorias, quer sejam produtos naturais ou industrializados. Os produtos naturais evidentemente estão seguidos 
da notação NT (que significa não tributado), isto por força da norma constitucional básica que estabelece a 
incidência do imposto somente sobre os produtos industrializados. 
 Os produtos industrializados, assim considerados também os produtos naturais que tenham sofrido um 
processo mínimo de elaboração ou beneficiamento, poderão constar da Tipi seguidos da alíquota de incidência, 
ainda que zero, ou da notação NT. 
 Os produtos relacionados na Tipi com a notação NT estão divididos em 3 categorias: 
a) Produtos naturais (animais, vegetais e minerais) em estado bruto, sem que tenham passado por qualquer 
processo de elaboração, para os quais a União não tem competência para instituire cobrar o IPI: 
 Neste caso, não há que se falar em imunidade, mas em falta de autorização constitucional para que seja 
cobrado o imposto sobre tais produtos. Ex: galos e galinhas vivos (0105.11), couve-flor frescas ou refrigeradas 
(0704.10.00), sulfato de bário natural (baritina) (2511.10.00). 
 b) Produtos industrializados que, por determinação da Constituição, não possam ser alcançados pela 
incidência do imposto Estes são os produtos imunes ao IPI. Ex: Derivados de petróleo: gasolinas (2710.11.5), 
querosenes (2710.19.1), óleo lubrificante (2710.19.3); os minerais do País, beneficiados; os livros (49.01), os 
jornais e os periódicos (49.02.); energia elétrica (2716.00.00). 
 c) Produtos industrializados que o legislador ordinário não quis tributar. Ex: moedas (71.18); cal 
viva (2522.10.00) e outros. 
 Os produtos industrializados, ou operações com eles realizadas, podem ser desonerados do IPI pela 
imunidade, não-incidência, isenção, tributação à alíquota zero ou suspensão do imposto. 
 
3.2 IMUNIDADES 
 A imunidade tributária do IPI encontra-se disciplinada no Título IV do Ripi. 
 Em determinados casos a imunidade é objetiva, refere-se diretamente ao produto, proibindo a sua cobrança 
em qualquer operação em que os mesmos estejam envolvidos. Estes produtos estão relacionados na Tipi seguidos 
da notação NT. Exemplo: livros, revistas, jornais e periódicos. 
 Em outros casos, refere-se às operações em que qualquer produto ou determinado produto esteja sendo 
objeto da imunidade. Exemplo: papel destinado a impressão de livros, jornais e periódicos; produtos destinados ao 
exterior; ouro quando definido em lei como ativo financeiro. 
Cumpre esclarecer que gozam de imunidade, relativamente ao IPI (RIPI, art. 18) (daqui para frente, quando 
informarmos somente o artigo e complementos, estes serão tirados do RIPI): 
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I – os livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão (CF, art. 150-VI-“d”); 
II – os produtos industrializados destinados ao exterior (CF, art. 153, § 3º, III); 
III – o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial (CF,art. 153,§5º); 
IV – a energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis, e minerais do País (CF, art. 155, § 3º, e Emenda 
Constitucional nº 03/93). 
 Agora ressalte-se o seguinte: é obrigatória a emissão de nota fiscal na saída de produto tributado, mesmo 
que isento ou de alíquota zero, ou quando imune, de estabelecimento industrial ou equiparado a industrial, ou ainda 
de estabelecimento comercial atacadista (obrigação acessória, não se confunde com a principal) (art. 333-I). 
Para melhor entendermos isto, a seguir teceremos alguns comentários sobre o primeiro caso de imunidade 
acima elencado. 
 Os livros, os jornais e os periódicos estão classificados na TIPI nas posições 49.01 e 49.02, com a notação 
da sigla NT (não-tributados); livres, portanto, de qualquer obrigação relacionada com o IPI, com exceção dos 
jornais e periódicos, com publicidade, para os quais a Tipi atribuiu alíquota zero. Tratando-se de produtos imunes, 
estranha-se a sua inclusão no campo de incidência do IPI, ainda que, pela fixação da alíquota zero, não se obriguem 
os estabelecimentos que os produzam ao pagamento do imposto. 
 O papel jornal e outros papéis utilizados na impressão de livros, jornais e periódicos, porém, classificam-se 
em posições tributadas (mais precisamente na 48.01 e outras – alíquotas de 15% e 5%), tornando indispensável a 
fixação de normas tendentes a assegurar o gozo do direito instituído pela Constituição. Assim, o Ripi estabeleceu 
que cessará a imunidade do referido papel quando este for consumido ou utilizado em finalidade diversa da 
prevista, ou destinado a pessoas diferentes de empresas jornalísticas ou editoras ou estabelecimento distribuidor de 
fabricante do produto. 
Isto acontecendo, deverão agir como contribuintes os que o consumirem ou utilizarem em outra finalidade, 
ou remeterem a pessoas diferentes das acima citadas, ocorrendo o fato gerador no início do consumo ou utilização, 
ou na saída para destinatário que não seja empresa jornalística ou editora. 
Cessará, também, a imunidade do papel quando for encontrado em poder de pessoa física ou jurídica que 
não seja fabricante, importador, ou seus estabelecimentos distribuidores, bem como que não sejam empresas 
jornalísticas ou editoras, sendo assim obrigada ao pagamento do imposto como responsável (arts. 20, 24-IV, 25-
VIII e 35-VIII). A RFB poderá estabelecer normas e requisitos especiais a serem observados pelas firmas ou 
estabelecimentos que realizem operações com o papel destinado a impressão de livros, jornais e periódicos (art. 18, 
§ 1º). Os estabelecimentos que realizam operações com papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos 
estão sujeitos a registro especial na RFB e a apresentação da Declaração Especial de Informações Relativas ao 
Controle de Papel Imune (DIF-Papel Imune), conforme estabelecido na IN SRF n.º 71/2001 e alterações seguintes. 
 A segunda hipótese se refere à destinação de produtos industrializados ao exterior, onde deverá ser 
comprovada com a sua saída do País. A RFB poderá estabelecer normas e requisitos visando essa comprovação, 
inclusive quanto ao trânsito, dentro do Território Nacional, do produto a ser exportado (vide art. 18, §§ 1º e 2º). 
O terceiro caso não gera maiores controvérsias, bastando entender o que seja ativo financeiro ou 
instrumento cambial; no primeiro caso, estamos tratando do ouro físico, produzido em barras ou lingotes; o 
segundo se refere ao ouro escritural, quando temos títulos emitidos por instituição financeira lastreados por reservas 
de ouro do país emissor ( o chamado ‘padrão ouro’). Em ambos os casos, incide somente o IOF. 
 Quanto ao quarto caso de gozo da imunidade, entende-se como derivados do petróleo os produtos 
decorrentes da transformação do petróleo, por meio de conjunto de processos genericamente denominado refino ou 
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refinação, classificados quimicamente como hidrocarbonetos (art. 18, § 3º). Se a imunidade estiver condicionada à 
destinação do produto, e a este for dado destino diverso, ficará o responsável pelo fato sujeito ao pagamento do 
imposto e da penalidade cabível, como se a imunidade não existisse (art. 18, § 4º). 
Temos, ainda, a imunidade constitucional de que são titulares os órgãos do Poder Público da União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios, atualmente prevista no artigo 150-VI-“a” da CF (imunidade recíproca), que 
se refere apenas ao patrimônio, à renda e aos serviços, e exclui o nascimento da obrigação tributária principal 
relativa a esses impostos. Sendo assim, as pessoas que transacionarem com os órgãos do Poder Público não 
poderão excluir, nas transações que efetuarem, as parcelas relativas aos impostos a que sejam obrigadas como seus 
contribuintes e que, de acordo com a legislação vigente, devam constar destacadas na nota fiscal. 
A vedação de instituir impostos de que trata a alínea "a" do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal 
aplica-se às importações realizadas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, não sendo exigível o 
imposto de importação e o imposto sobre produtos industrializados nessas operações. 
Essa disposição estende-se às importações realizadas por autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo 
poder público, desde que os bens importados estejam vinculados a suas finalidades essenciais, ou sejam delas 
decorrentes, nos termos do § 2º do art. 150 da CF. 
 
4. ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL E EQUIPARADO A INDUSTRIAL 
 Vejamos, então, qual a definição dada pelo RIPI, em seu Título II. 
 
4.1 ESTEBELECIMENTO INDUSTRIAL 
O Estabelecimento industrial industrializa produtos sujeitos à incidênciado imposto; ou seja, é o que 
executa operações definidas na legislação do IPI como de industrialização – quais sejam: transformação, 
beneficiamento, montagem, acondicionamento,reacondicionamento, renovação e recondicionamento – e da qual 
resulte um produto tributado, ainda que de alíquota zero, ou isento (Considera-se estabelecimento industrial todo 
aquele que industrializar produtos sujeitos ao imposto." (art. 8º). As expressões "fábrica" e "fabricante" são 
equivalentes a "estabelecimento industrial", como definido acima (art. 518-II). 
 Se o produto industrializado estiver sujeito à alíquota zero, ou for isento, embora não haja imposto a ser 
destacado nem recolhido, ele estará obrigado a emitir nota fiscal e proceder às demais obrigações relativas à 
escrituração fiscal prevista no Ripi, pois está definido como sujeito passivo de obrigações acessórias (art. 22); se 
não, chega-se à conclusão de não ser estabelecimento industrial, para fins do IPI, aquele que elabora produtos 
classificados na Tipi como NT (não-tributados), bem assim os resultantes de operações excluídas do conceito de 
industrialização pelo artigo 5º . 
 Para que o estabelecimento seja definido como industrial, nenhum dispositivo da legislação do IPI exige 
que as matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, empregados na operação de 
industrialização sejam de sua propriedade. 
E ainda, o estabelecimento caracteriza-se como industrial mesmo que só utilize mão-de-obra, elaborando 
produtos tributados com emprego de insumos (inclusive semi-acabados), recebidos do encomendante, mesmo que a 
operação de industrialização seja feita fora do estabelecimento industrializador e ainda que este não tenha 
estabelecimento fixo. 
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 Desta forma, tornam-se sem relevo, por exemplo, se o estabelecimento que industrializa “foi contratado 
para gerenciar a industrialização”, se o fisco está diante de “condições precárias de elaboração do produto, 
irregularidade formal na constituição das pessoas jurídicas, inexistência de estabelecimento fixo, clandestinidade ou 
inabitualidade no exercício da atividade; ou ainda, se se trata de “ sociedade de economia mista que fabrica 
postes de concreto, para utilização no próprio ramo que explora (produção e/ou distribuição de energia elétrica)”. 
 Sendo industrial o contribuinte, está obrigado ao recolhimento do imposto que destacar nas notas fiscais. 
Outra curiosidade reside no fato de que se o adquirente negar-se a lhe pagar o preço total constante da nota fiscal 
em nada modifica o valor da exação, vale o escrito. 
4.2 ESTEBELECIMENTO EQUIPARADO A INDUSTRIAL 
Define-se estabelecimento equiparado a industrial quando este der saída a matérias-primas, produtos 
intermediários ou material de embalagem, adquiridos de terceiros, para outro estabelecimento da mesma firma ou 
de terceiros, para industrialização ou revenda pelo adquirente. 
Neste caso fica compulsoriamente equiparado, como comerciante de bens de produção relativamente a essa 
operação de saída, ficando obrigado a efetuar o destaque do imposto (art. 9º, § 4º), salvo se, tratando-se de 
transferência para estabelecimento industrial ou atacadista da mesma firma, optar pela saída com a suspensão do 
imposto autorizada pelo artigo 42, inciso X, do Ripi. Se a saída dos referidos produtos se der com destino a 
consumidores (não industriais nem revendedores), os produtos sairão sem destaque do imposto, devendo o 
estabelecimento industrial proceder à anulação do crédito do imposto registrado no momento de sua aquisição, se 
efetuado (art. 193-I-“f”). 
 O Ripi engloba sob o título de equiparados a industrial diversos tipos de estabelecimentos que, embora não 
executando operações de industrialização, exercem atividades que os sujeitam ao pagamento do IPI e cumprimento 
de obrigações acessórias. Assim, sempre que a operação equipara o seu executor a industrial, esse se torna 
contribuinte do imposto, devendo então cumprir todas as obrigações previstas no Ripi e legislação complementar, 
especialmente emitir nota fiscal com destaque do imposto, efetuando o seu recolhimento no prazo próprio. 
 Embora não executem operações de industrialização, por ficção legal, nas situações previstas nas normas 
de equiparação, é como se os produtos sujeitos à incidência fossem neles industrializados. A interdependência entre 
empresas, prevista no artigo 520, não é, por si só, motivadora de equiparação a estabelecimento industrial. 
Vejamos, detalhadamente, cada um dos casos de equiparação a industrial: 
a) Equiparação dos Importadores – são equiparados a industrial os estabelecimentos importadores de produtos 
de procedência estrangeira, que derem saídas a estes (art. 9º-I). 
 O importador ao importar produtos tributados está definido como contribuinte do imposto, ocorrendo o fato 
gerador no momento do desembaraço aduaneiro (arts. 24-I e 34-I). Tais disposições estão em harmonia com a 
norma constante do artigo 2º do Ripi, que estabelece a incidência também para os produtos estrangeiros. 
Não se cogita, portanto, se o importador industrializa ou não produtos. O fato de ele importar do exterior o 
produto lá industrializado é bastante para o caracterizar como contribuinte do IPI. 
 A atividade de importar o produto do exterior, todavia, não é suficiente para caracterizar o estabelecimento 
como equiparado a industrial, sujeitando-o às obrigações acessórias previstas no Ripi. A equiparação somente 
ocorre quando o estabelecimento importador dá saída, num sentido lato, aos produtos por ele importados (art. 9º-I). 
 A equiparação do importador a estabelecimento industrial independerá do título jurídico a que se faça a 
importação ou de que decorra a saída dos produtos do estabelecimento importador; finalidade a que os mesmos se 
destinem; inabitualidade no exercício da atividade que dê origem a tributação; ou de cláusula contratual que atribua 
a terceiros o ônus de ressarcir o importador dos encargos fiscais que advierem do ato. 
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b) Equiparação dos Estabelecimentos, Atacadistas e Varejistas, de Importadores – são equiparados a 
industrial os estabelecimentos, atacadistas ou varejistas, que receberem, para comercialização, diretamente da 
repartição aduaneira que os liberou, produtos importados por outro estabelecimento da mesma firma (art. 9º-II). 
Para melhor entendermos o que estamos falando, segue um breve roteiro do fluxo de um desembaraço aduaneiro. 
Os produtos saem da repartição da RFB, assim considerada a área do porto, aeroporto ou zona de fronteira, 
que processar seu desembaraço aduaneiro, diretamente para o estabelecimento (atacadista ou varejista) da mesma 
firma, acompanhados de nota fiscal - que fará referência ao número e à data do Registro da DI no Siscomex, e 
indicará o valor do IPI pago no momento do desembaraço, calculado proporcionalmente à quantidade dos produtos 
remetidos, IPI esse que poderá ser creditado pelo estabelecimento recebedor dos produtos (arts. 422 e 164-VI) - 
emitida pelo estabelecimento importador, sem destaque do imposto, pois, desta feita, não ocorre fato gerador. 
 Se os produtos saírem da repartição da RFB para estabelecimento de outra firma ou de terceiros (na 
terminologia empregada pelo Ripi), o tratamento fiscal é completamente diferente, ocorrendo fato gerador do 
imposto na saída dos produtos da área do porto, aeroporto ou zona de fronteira sob controle aduaneiro, local 
caracterizado como repartição da RFB (art. 35-III). 
c) Equiparação das Filiais Atacadistas, de Importadores, Industriais e Encomendantes – são equiparados a 
industrial as filiais e outros estabelecimentos atacadistas que exerçam o comércio de produtos importados, 
industrializados ou mandados industrializar por outro estabelecimento damesma firma (art. 9º-III). Não são 
considerados estabelecimentos comerciais atacadistas (não se incluindo, portanto, entre os equiparados a industrial) 
as filiais e demais estabelecimentos que, a título de locação, dêem saídas a produtos importados ou industrializados 
por outros estabelecimentos da mesma firma. 
Mas se o estabelecimento comercial atacadista realiza também operações a título de locação ou 
arrendamento, sobre essas operações estará agindo como equiparado a industrial e contribuinte do imposto, em face 
da inequívoca ocorrência do fato gerador, tendo em vista o disposto no artigo 38. 
 Os estabelecimentos que revendem produtos industrializados, importados ou mandados industrializar por 
outro estabelecimento da mesma firma e produtos industrializados, importados ou mandados industrializar por 
estabelecimentos de outras firmas, somente são equiparados pela revenda de produtos recebidos do estabelecimento 
da mesma firma. 
Com relação à revenda de produtos recebidos de estabelecimentos de outras empresas (estabelecimentos de 
terceiros) não há equiparação a industrial, agindo o estabelecimento como simples comerciante. No primeiro caso, 
os produtos sairão do estabelecimento equiparado acompanhados de nota fiscal com destaque do imposto; no 
segundo caso, de nota fiscal sem destaque do imposto. 
 Uma filial de estabelecimento industrial ou importador, que realize vendas no balcão, tanto a varejo quanto 
por atacado, ficará equiparada a estabelecimento industrial se, em um mesmo semestre civil, estas últimas vendas 
forem superior ao limite de 20%, estabelecido no artigo 14. 
d) Equiparação dos Estabelecimentos Comerciais na Industrialização por Encomenda - são equiparados a 
estabelecimento industrial (portanto, contribuintes) os estabelecimentos comerciais de produtos cuja 
industrialização haja sido realizada por outro estabelecimento da mesma firma ou de terceiro, mediante a remessa, 
por eles efetuada, de matérias-primas, produtos intermediários, embalagens, recipientes, moldes, matrizes ou 
modelos (art. 9º-IV). 
 Os dizeres "moldes, matrizes ou modelos" guardam relação de semelhança com os seus antecedentes 
(matérias-primas, produtos intermediários, embalagens, recipientes), pois se referem a coisas corpóreas, não 
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abrangendo meras especificações, ainda que por escrito, referentes a determinado padrão, marca ou tipo de produto 
a ser industrializado. 
Desta forma, estabelecimento que manda industrializar produtos em estabelecimentos de terceiros sem 
fornecer matérias-primas, produtos intermediários, embalagens, recipientes, moldes, matrizes ou modelos, não é 
equiparado, por esse fato, a estabelecimento industrial, ainda que determine especificações sobre a padronagem, 
marca ou tipo do produto que mandou industrializar. 
Se, dentro dessa hipótese, o autor da encomenda é um estabelecimento industrial, relativamente a essa 
operação de encomenda estará agindo como mero comerciante. As obrigações fiscais relativas ao produto assim 
encomendado terão que ser cumpridas pelo executor da industrialização. 
 No caso de produtos sujeitos ao regime da Lei nº 7.798/89 (industrialização por encomenda), o 
encomendante responde solidariamente com o estabelecimento industrial pelo cumprimento da obrigação principal 
e acréscimos legais (art. 27-V). 
 Por outro lado, não são equiparados os comerciantes de produtos NT (não-tributados), ainda que mandem 
industrializar em outro estabelecimento, da mesma firma ou de terceiros, as respectivas embalagens, fornecendo as 
matérias-primas necessárias. 
Por não serem as embalagens comercializadas separadamente do seu conteúdo, inocorre a incidência do 
imposto na saída de produtos NT embalados, uma vez que as embalagens seguem o regime de tributação dos 
produtos acondicionados. 
O IPI sobre as embalagens é devido na saída do estabelecimento executor da encomenda, não cabendo, na 
hipótese, a suspensão prevista no inciso VII do artigo 42. 
e) Equiparação dos Estabelecimentos Comerciais de Bebidas Produzidas por Encomenda – são equiparados a 
industrial os estabelecimentos comerciais de produtos do capítulo 22 (bebidas) da Tipi, cuja industrialização tenha 
sido encomendada a estabelecimento industrial, sob marca ou nome de fantasia de propriedade do encomendante, 
de terceiro ou do próprio executor da encomenda (art. 9º-V). Neste caso, remetemos o leitor aos comentários do 
item anterior, no que couber. 
f) Equiparação dos Atacadistas de Jóias – são equiparados a industrial os estabelecimentos comerciais 
atacadistas dos produtos classificados nas posições 71.01 a 71.16 da Tipi – Pérolas naturais ou cultivadas, pedras 
preciosas ou semipreciosas, e semelhantes, metais preciosos, metais folheados ou chapeados de metais preciosos, e 
suas obras (art. 9º-VI). O comércio atacadista de bijuterias (de fantasia) de metais comuns ou de outros materiais 
diferentes dos acima citados, produtos classificados na posição 71.17 da Tipi, não equipara quem o realize a 
estabelecimento industrial. 
g) Equiparação dos Atacadistas e Cooperativas de Produtores de Bebidas – são equiparados a 
industrial os estabelecimentos atacadistas e cooperativas de produtores que derem saída a bebidas alcoólicas de 
produção nacional, classificadas nas posições 22.04, 22.05, 22.06 e 22.08 da Tipi, acondicionadas em recipientes 
de capacidade superior ao limite máximo permitido para venda a varejo, com destino aos seguintes 
estabelecimentos (art. 9o-VII): 
i) industriais que utilizem as bebidas mencionadas como insumo na fabricação de outras bebidas; 
ii) atacadistas e cooperativas de produtores; 
iii) engarrafadores dos mesmos produtos. 
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Em que pese a equiparação, os referidos produtos sairão obrigatoriamente com suspensão do imposto, 
obedecidas as disposições da referida legislação (art. 43). 
h) Equiparação dos Atacadistas de Perfumes e Cosméticos de Procedência Estrangeira – são equiparados a 
industrial os estabelecimentos comerciais atacadistas que adquirirem de estabelecimentos importadores produtos de 
procedência estrangeira, classificados nas posições 33.03 a 33.07 da Tipi (art. 9º-VIII). 
A IN SRF nº 259/02 estabelece normas relativas ao aproveitamento do crédito do IPI relativo aos produtos 
existentes em estoque, no momento que os estabelecimentos passaram a ser equiparados a industrial. 
i) Equiparação dos Adquirentes de Produtos de Procedência Estrangeira Importados por sua Encomenda ou 
por Sua Conta e Ordem – são equiparados a industrial os estabelecimentos, atacadistas ou varejistas, que 
adquirirem produtos de procedência estrangeira, importados por sua encomenda ou por sua conta e ordem, por 
intermédio de pessoa jurídica importadora (art. 9º-IX – Lei n.º 11.281/06, art. 13). 
A operação de comércio exterior realizada com utilização de recursos de terceiro, presume-se por conta e 
ordem deste terceiro (art. 9º-IX e § 2º – Lei n.º 10.637/2002, art. 27). 
Já importação promovida por pessoa jurídica importadora que adquire mercadorias no exterior para 
revenda a encomendante predeterminado não configura importação por conta e ordem de terceiros. 
A operação de comércio exterior realizada, por encomenda, em desacordo com os requisitos e condições 
estabelecidos pela RFB presume-se por conta e ordem de terceiros, para fins de determinação da responsabilidade 
solidária, equiparação a industrial e demais normas previstas nos arts. 77 a 81 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 
2001. (Lei nº 11.281/2006, art. 11, caput e § 2º). 
Considera-se importação para revenda a encomendante predeterminado aquela realizada com recursos 
próprios da pessoa jurídica importadora, participando ou não o encomendante das operações comerciais relativas à 
aquisição dos produtosno exterior (Lei nº 11.281/2006, art. 11, § 3º, com redação do art. 18 da Lei nº 
11.452/2007). A RFB poderá (art. 9º, § 1º – Lei nº 11.281/2006, art. 11, § 1º): 
I – estabelecer requisitos e condições para a atuação de pessoa jurídica importadora por encomenda ou por sua 
conta e ordem de terceiro; e 
II – exigir prestação de garantia como condição para a entrega de mercadorias, quando o valor das importações for 
incompatível com o capital social ou o patrimônio líquido do importador ou do adquirente. 
O adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no caso de importação realizada por sua 
encomenda ou por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora, é solidariamente responsável 
pelo pagamento do imposto e acréscimos legais (art. 27-III, e Lei nº 11.281/2006, art. 12). 
Complementam estas leis as INs SRF 225/2002 e 634/2006, que estabelecem , respectivamente, requisitos 
e condições para a atuação de pessoa jurídica importadora em operações procedidas por conta e ordem de terceiros, 
e para revenda a encomendante predeterminado. 
j) Equiparação dos Atacadistas de Automóveis – são equiparados a industrial os estabelecimentos atacadistas 
dos produtos da posição 87.03 da Tipi – Automóveis de passageiros e outros veículos automóveis principalmente 
concebidos para transporte de pessoas (exceto os da posição 87.02), incluídos os veículos de uso misto (“station 
wagons”) e os automóveis de corrida (art. 9º-X). 
A equiparação aplica-se, inclusive, ao estabelecimento fabricante dos produtos da posição 87.03 da Tipi, 
em relação aos produtos da mesma posição, produzidos por outro fabricante, ainda que domiciliado no exterior, que 
revender (art. 9º-X, § 3º). Ficou suspensa no período de 15/04/1999 a 30/06/2000 (Lei nº 10.184/2001, art. 8o, e MP 
nº 1.771-25, de 08/04/99). 
l) Equiparação dos Atacadistas a que se refere a Lei nº 7.798/89, arts. 7º e 8º – são equiparados a industrial os 
estabelecimentos atacadistas que adquirirem os produtos relacionados no Anexo III da Lei nº 7.798/89 de 
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estabelecimentos industriais ou dos estabelecimentos equiparados a industrial de que tratam os incisos I, II, III, IV e 
V do art. 9º do Ripi, desde que o adquirente e o remetente dos produtos sejam empresas controladoras, controladas 
ou coligadas (Lei nº 6.404/76, art. 243, §§ 1º e 2º), interligadas ou interdependentes (Ripi, art.520) (art. 10 e § 1º). 
 Para fins desta equiparação, o Poder Executivo está autorizado a excluir produtos ou grupo de produtos 
cuja permanência se torne irrelevante para a arrecadação do imposto, ou a incluir outros cuja alíquota seja igual ou 
superior a 15% (art. 10, § 2º). Os produtos das posições 40.11, 40.12 e 40.13 (pneus e câmaras de ar), citados no 
Anexo III da Lei nº 7.798/89, foram excluídos; e os produtos dos códigos 2402.20.00 e 2402.90.00 Ex 01 
(cigarros), incluídos pelo Decreto nº 99.061/90. 
Todavia, em razão da sistemática de cálculo do imposto incidente sobre os cigarros do código 2402.20.00, 
atualmente estabelecida na forma dos arts. 1º a 6º da Lei nº. 7.798/89, a norma não tem eficácia na comercialização 
desses produtos. 
 As bebidas dos capítulos 21 e 22 dos códigos citados no Anexo III da Lei nº 7.798/89 estão sujeitas ao 
regime de tributação estabelecido pelo artigo 1º dessa mesma lei, pelo qual pagarão o imposto uma única vez (art. 
4º da citada lei), salvo no caso de industrialização por encomenda. Os produtos dos códigos 3301.90.30, 33.03, 
33.04, 33.05, 33.06 e 33.07 da Tipi (perfumes e outros produtos de toucador e higiene), citados no Anexo III da Lei 
nº 7.798/89, foram excluídos pelo Decreto nº 1.217/94. 
m) Equiparação dos Atacadistas de Produtos das Posições 87.01 a 87.05 Industrializados por Encomenda – 
e, finalmente, equipara-se a estabelecimento industrial a empresa comercial atacadista adquirente dos produtos 
classificados nas posições 87.01 a 87.05 da Tipi (que atende pelo belo nome de ‘produtos autopropulsados’), 
industrializados por encomenda por conta e ordem de pessoa jurídica domiciliada no exterior, da qual é controlada 
direta ou indiretamente (art. 114). 
n) Estabelecimentos Equiparados a Industrial por Opção – os estabelecimentos a que se referem os artigos 8º, 
9º, 10 e 114 do Ripi são compulsoriamente contribuintes do imposto. Já aqueles citados no artigo 11, somente serão 
contribuintes se assim o desejarem, ou seja, se optarem por esta condição. 
Pode parecer descabido um estabelecimento comercial querer espontaneamente pagar imposto; no entanto, 
tal fato pode ser de interesse do estabelecimento vendedor a fim de possibilitar ao adquirente efetuar, pelo seu valor 
integral, o crédito do IPI relativo aos produtos comercializados. 
 Podem optar pela condição de equiparado a industrial (contribuinte) os estabelecimentos comerciais que 
derem saídas a bens de produção, para outros estabelecimentos industriais ou revendedores (art. 11-I). 
 São bens de produção (art. 519): i) matérias-primas; ii) produtos intermediários, inclusive os que, embora 
não integrando o produto final, sejam consumidos ou utilizados no processo industrial; iii) produtos destinados a 
embalagem e acondicionamento; iv) ferramentas empregadas no processo industrial, exceto as manuais; e v) 
máquinas, instrumentos, aparelhos e equipamentos, inclusive suas peças, partes e outros componentes, que se 
destinem a emprego no processo industrial. 
São produtos intermediários as ferramentas manuais e as intermutáveis, bem assim quaisquer outros bens 
que não sendo partes nem peças de máquinas, sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de 
propriedades físicas ou químicas, em função de ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação ou 
proveniente de ação exercida diretamente pelo bem em industrialização, sendo, portanto, consumidas no processo 
industrial, ainda que, ao final, apresentem partes residuais. 
 Uma vez adotada a opção, e enquanto prevalecer esta, agirá o optante como contribuinte do imposto 
relativamente aos bens de produção que saírem de seu estabelecimento e que sejam destinados a industriais e 
revendedores. As hipóteses previstas no dispositivo em questão têm de ocorrer cumulativamente: saída de bens de 
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produção e que esses bens se destinem a industriais, para emprego no processo industrial, ou a comerciantes 
(atacadistas ou varejistas), para revenda. 
 Para saber se o adquirente é estabelecimento industrial, comercial ou consumidor (dúvidas que são 
freqüentemente levantadas), no momento da venda, da qual resulta a necessidade da emissão de nota fiscal para 
documentá-la, o vendedor deverá exigir a apresentação do Cartão do CNPJ do comprador. 
Não caracteriza venda por atacado, a venda de bens de produção a particulares em quantidade que não 
exceda a normalmente destinada ao seu próprio uso; conseqüentemente, o vendedor não será considerado, no caso, 
estabelecimento atacadista. Pode se equiparar a industrial, nessa categoria, o estabelecimento que tenha como 
atividade única a aquisição de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, para posterior 
transferência para outros estabelecimentos industriais ou revendedores da mesma firma. 
 Entendem-se como revendedores não só os adquirentes que revendam diretamente os bens, como os que o 
façam indiretamente, empregando os produtos adquiridos em construções, oficinas de conserto e outros. Assim, 
quando os comerciantes de bens de produção, optantes, efetuarem vendas a tais estabelecimentos, deverão destacar 
o correspondente imposto. Podem, também, optar pela condição de equiparado a industrial as cooperativas que se 
dedicarem a venda em comum de bens de produção, constituídas nos termos da Lei nº. 5.764/71, que receberemprodutos de seus associados para comercialização (art. 11-II). 
 O exercício da opção será formalizado mediante alteração dos dados cadastrais do estabelecimento, no 
CNPJ, para sua inclusão como contribuinte do imposto. A desistência da condição de contribuinte do imposto será 
formalizada, também, mediante alteração dos dados cadastrais (art. 12). Aos estabelecimentos optantes cumprirá, 
ainda, observar as normas constantes no art. 13 e incisos. 
 
5. SUJEITO PASSIVO: CONTRIBUINTES E RESPONSÁVEIS 
Esse assunto, só para constar, encontra-se disciplinado no Título V, Capítulo II do RIPI. 
 
5.1 CONTRIBUINTES 
Diz o CTN, em seu artigo 51: 
“Contribuinte do imposto é: 
 I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; 
 II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar; 
 III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior; 
 IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão.” 
 É o sujeito passivo da obrigação tributária principal obrigado ao pagamento do imposto ou penalidade 
pecuniária quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador (art. 21-I). 
Estão elencados no RIPI em seu art. 24 e incisos. 
 OBS: os estabelecimentos importadores e os distribuidores de papel de impressa somente se enquadram 
como contribuintes do IPI se não observarem a destinação estabelecida para o papel que goza da imunidade. 
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A pessoa jurídica contribuinte do imposto optante pela inscrição no Simples e que atenda ao disposto na 
Lei 9.317/96 recolhia o imposto mensalmente em conjunto com os demais impostos e contribuições, nos termos 
especificados na referida Lei (arts. 117 a 120). A partir de 01/07/2007 entraram em vigor as normas tributárias 
relativas às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte previstas na Lei Complementar nº 123/2006 e alterações 
(o Simples Nacional, também conhecido como ‘Supersimples’). 
Com isto, as ME e EPP que tenham aderido a este regime, desde que exerçam atividade industrial, deverão 
recolher o IPI devido junto com os demais tributos previstos neste enquadramento, com vencimento até o dia 15 de 
cada mês, excepcionalizando-se da regra geral das outras empresas. 
Automonia dos Estabelecimentos: Para os efeitos da legislação do IPI, os vários estabelecimentos de uma 
mesma empresa são considerados autônomos, devendo cada um cumprir as obrigações tributárias principal e 
acessórias previstas no Ripi, independentemente do fato de ser matriz ou filial. 
Cada estabelecimento terá as suas próprias notas fiscais e os seus livros fiscais, que devem ser conservados 
e escriturados no próprio estabelecimento (arts. 24, parágrafo único, 313, e 518-III e IV). 
 As expressões "firma" e "empresa", quando empregadas em sentido geral, compreendem as firmas em 
nome individual, e todos os tipos de sociedade, quer sob razão social, quer sob designação ou denominação 
particular (art. 518-I). A expressão "estabelecimento", em sua delimitação, diz respeito ao prédio em que são 
exercidas atividades geradoras de obrigações, nele compreendidos, unicamente, as dependências internas, galpões e 
áreas contínuas muradas, cercadas ou por outra forma isoladas, em que sejam, normalmente, executadas operações 
industriais, comerciais ou de outra natureza. A expressão "seção", quando relacionada com o estabelecimento, diz 
respeito a parte ou dependência interna dele (art. 518-III e VI). 
 Como se vê, o conceito de "estabelecimento" não vincula a uma edificação, mas ao prédio, assim entendido 
o terreno e as edificações nele existentes, que são consideradas dependências internas. Se houver edificações 
separadas pela via pública, não há que se falar em dependências internas, mas em estabelecimentos distintos. 
Se o estabelecimento de uma empresa mantém dependências situadas em outros locais fora do 
estabelecimento principal, para onde remete a mercadoria fabricada para fins de beneficiamento ou qualquer outro, 
passando pela via pública, há que se falar em estabelecimentos distintos. 
Importadores de Produtos Estrangeiros: são contribuintes os importadores, tanto pessoa física quanto 
jurídica, não se levando em conta o destino a ser dado aos produtos importados, se para consumo, utilização, 
comércio, industrialização, locação, e por aí vai. 
 Os produtos nacionais saídos do território brasileiro que a este retornem têm o mesmo tratamento tributário 
dado ao produto de procedência estrangeira, salvo se submetido ao regime aduaneiro de exportação temporária. 
 Importador é qualquer pessoa física ou jurídica que importe produtos do exterior. É quem como tal esteja 
caracterizado no registro da declaração da importação e no conhecimento de carga, mesmo que seja um simples 
escritório administrativo. Com relação a aplicação da legislação do IPI, em face do princípio da autonomia dos 
estabelecimentos, é importante a exata identificação do estabelecimento importador pelo seu número de ordem do 
CNPJ e domicílio fiscal (endereço). 
 O fato gerador do imposto é o desembaraço aduaneiro, que consiste no ato final do despacho e da 
conferência aduaneira, procedimentos administrativos tendentes a verificar a regularidade da importação através do 
exame dos documentos exigidos e da conferência física dos produtos, completando-se com a sua liberação feita 
pela autoridade fiscal competente. 
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 Denomina-se nacionalizado o produto estrangeiro depois de submetido ao desembaraço aduaneiro. Assim, 
produto nacionalizado é o produto de procedência estrangeira devidamente legalizado através do processo de 
despacho aduaneiro, estando, pois, autorizado a circular no território brasileiro. 
 Todavia, ele não perde a condição de “produto de procedência estrangeira”, estando sujeito às obrigações 
previstas no RIPI, e na legislação concernente ao Imposto de Importação, para os produtos de procedência 
estrangeira em circulação no território brasileiro, bem assim, no caso de descumprimento dessas obrigações, às 
penalidades estipuladas para infrações relativas a produtos de procedência estrangeira, que são mais gravosas que 
as previstas para os produtos nacionais. 
 O importador, com relação ao fato de importar produto do exterior, não se caracteriza como 
estabelecimento equiparado a industrial. Tal caracterização somente ocorre quando ele dá saída do seu 
estabelecimento, a qualquer título, a produto estrangeiro que tenha importado. 
Não encontra amparo legal pretensão do importador de se furtar ao pagamento do tributo e elidir a sua 
caracterização como contribuinte do mesmo, fundado em considerações quanto a destinação do produto, natureza 
jurídica da operação de que decorra o fato gerador (venda, doação, e outros), ao caráter eventual e transitório da 
importação, ou, ainda, alegando que exerce unicamente atividades de comércio, a inabitualidade no exercício da 
atividade ou a incapacidade física ou funcional das instalações para receber produtos importados. O comerciante de 
mercadorias nacionais que, embora esporadicamente, importar e vender produtos estrangeiros, mesmo em 
quantidade irrelevante em função do volume dos seus negócios, fica equiparado a estabelecimento industrial, 
sujeitando-se ao pagamento do IPI no desembaraço e na saída dos bens importados. 
5.2 RESPONSÁVEIS 
 É o sujeito passivo da obrigação tributária principal obrigado ao pagamento do imposto ou penalidade 
pecuniária quando, sem revestir a condição de contribuinte, ou seja, sem que tenha relação pessoal e direta com a 
situação que constitua o respectivo fato gerador, sua obrigação decorrer de expressa disposição de lei (art. 21-II). 
 São responsáveis pelo pagamento do IPI (art. 25 e incisos):I – o transportador, em relação aos produtos tributados que transportar, desacompanhados da 
documentação comprobatória de sua procedência; 
 II – o possuidor ou detentor, em relação aos produtos tributados que possuir ou mantiver para fins de venda 
ou industrialização, desacompanhados da documentação comprobatória de sua procedência; 
III – o estabelecimento adquirente de produtos usados cuja origem não possa ser provada, pela falta de 
marcação, se exigível, de documento fiscal próprio ou de recibo do vendedor ou transmitente, de que conste nome, 
endereço, CPF, IDT, bem assim descrição minuciosa e o preço ou valor de cada objeto; 
 IV – o proprietário, o possuidor, o transportador ou qualquer outro detentor de produtos nacionais, do 
Capítulo 22 (bebidas) e do código 2402.20.00 (cigarros) da Tipi, saídos do estabelecimento industrial com 
imunidade ou suspensão do imposto, para exportação, que forem encontrados no País em situação diversa, salvo se 
em trânsito, quando: 
a) destinados a uso ou consumo de bordo em embarcações ou aeronaves de tráfego internacional, com pagamento em 
moeda conversível; 
b) destinados a Lojas Francas, em operação de venda direta, nos termos e condições estabelecidos pelo art. 15 do 
Decreto-Lei nº 1.455/76 (nova redação dada pela Lei nº 11.307/2006); 
c) adquiridos por empresa comercial exportadora, com o fim específico de exportação, e remetidos diretamente do 
estabelecimento industrial para embarque de exportação ou para recintos alfandegados, por conta e ordem da adquirente; 
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d) remetidos a recintos alfandegados ou a outros locais onde se processe o despacho aduaneiro de exportação; 
V – os estabelecimentos que possuírem produtos, tributados ou isentos, sujeitos a serem rotulados ou 
marcados, ou ainda ao selo de controle, quando não estiverem rotulados, marcados ou selados; 
 VI – os que desatenderem as normas e requisitos a que estiver condicionada a imunidade, a isenção ou a 
suspensão do imposto; 
 VII – a empresa comercial exportadora, em relação ao imposto que deixou de ser pago, na saída do 
estabelecimento industrial, referente aos produtos por ela adquiridos com o fim específico de exportação, nas 
seguintes hipóteses: a) tenha transcorrido 180 dias da data da emissão da nota fiscal de venda pelo estabelecimento 
industrial, não houver sido efetivada a exportação; b) os produtos forem revendidos no mercado interno ou; c) 
ocorrer a destruição, o furto ou roubo dos produtos; 
 VIII – a pessoa física ou jurídica que não seja empresa jornalística ou editora, em cuja posse for 
encontrado o papel, destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, no gozo da imunidade e; 
IX – o estabelecimento comercial atacadista de produtos sujeitos ao regime da Lei no 7.798/89, que possuir ou 
mantiver produtos desacompanhados da documentação comprobatória de sua procedência, ou que deles der saída. 
O recolhimento do imposto após os prazos previsto na legislação será efetuado com os acréscimos 
moratórios (multa de mora e juros de mora). O recolhimento do imposto pelos responsáveis definidos nos incisos I, 
II, III, VI, VII, VIII e IX do art. 25, e no art. 27, será considerado fora do prazo, sujeitos a multa de mora e juros de 
mora, e nos casos dos incisos I e II do art. 25 não exclui a responsabilidade por infração do contribuinte quando 
este for identificado. (art. 204 c/c arts 25, e 469 a 472) 
Transportador – Suas Obrigações: os transportadores somente podem aceitar despachos ou efetuar o transporte 
de produtos que estejam acompanhados dos documentos fiscais exigidos pelo Ripi. Devem verificar, ainda, se os 
volumes nos quais os produtos estejam acondicionados estão de acordo com sua discriminação nos documentos 
fiscais, não devendo receber para transporte quando do documento fiscal não constar a discriminação dos volumes, 
ou quando esta esteja incompleta, impossibilitando ou dificultando a sua identificação, bem assim, se do 
documento fiscal consta a indicação do nome e endereço do remetente e do destinatário (art. 262). 
 Os transportadores são pessoalmente responsáveis pelo extravio dos documentos que lhes tenham sido 
entregues pelos remetentes das mercadorias (art. 263). Suspeitando o transportador que as mercadorias a serem 
transportadas estão em situação irregular, deverá (art. 264): 
a) tomar as medidas necessárias à sua retenção no local de destino; 
b) comunicar o fato à unidade da RFB do destino, 
c) aguardar, durante cinco dias, as providências da referida unidade da RFB. 
Idêntico procedimento será adotado se a suspeita vier a ocorrer na descarga das mercadorias (art. 264, 
parágrafo único). Neste caso, a Receita Federal poderá adotar normas que condicionem ao prévio exame da 
regularidade de sua situação a entrega, pelos transportadores, aos respectivos destinatários, de produtos de 
procedência estrangeira e dos nacionais cujo controle entenda necessário (art. 265). 
Os transportadores são responsáveis pelo pagamento do IPI em relação aos produtos tributados que 
transportar desacompanhados da documentação comprobatória de sua procedência (art. 25-I). 
Os transportadores ficam sujeitos ao pagamento da multa de 75% ou 150% do valor do imposto sempre que 
transportarem produtos, ainda que isentos do imposto, desacompanhados dos documentos fiscais exigidos ou 
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quando estes, por não atenderem as exigências legais e regulamentares, forem considerados sem valor legal (art. 
488, § 1o-II c/c seu caput). 
 Tratando-se de produtos de procedência estrangeira, estarão estes produtos, inclusive os de alíquota zero e 
os não-tributados, sujeitos à pena de perdimento e o transportador à multa de 50% do valor comercial dos mesmos 
produtos, desde que saiba ou deva presumir, pelas circunstâncias do caso, terem sido introduzidos clandestinamente 
no País ou importados irregular ou fraudulentamente (arts. 513 e 491). Caberá ainda a aplicação da pena de 
perdimento do veículo, prevista na legislação do Imposto de Importação. Mediante intimação escrita, as empresas 
transportadoras e os transportadores singulares, são obrigados a prestar aos AFRF todas as informações de que 
disponham com relação aos produtos, negócios ou atividades de terceiros (art. 437-III). 
Possuidor ou Detentor – Suas Obrigações: os fabricantes, comerciantes e depositários que receberem ou 
adquirirem para industrialização, comércio ou depósito, ou para emprego ou utilização nos respectivos 
estabelecimentos, produtos tributados ou isentos, deverão examinar se eles se acham devidamente rotulados ou 
mercados ou, ainda, selados se estiverem sujeitos ao selo de controle, bem assim se estão acompanhados dos 
documentos fiscais exigidos e se estes satisfazem a todas as prescrições do Regulamento (art. 266). Na nota fiscal 
relativa a produtos adquiridos ou recebidos deverá ser anotada a data da entrada do produto no estabelecimento, no 
mesmo dia do seu recebimento (art. 266, § 4º). 
 No caso de falta do documento fiscal que comprove a procedência do produto e identifique o remetente 
pelo nome e endereço, ou de produto que não se encontre selado, rotulado ou marcado, quando exigido o selo de 
controle, a rotulagem ou a marcação, não poderá o destinatário recebê-lo, sob pena de ficar responsável pelo 
pagamento do imposto, se exigível, e sujeito às sanções cabíveis (art. 266, § 3o). 
Verificada qualquer outra irregularidade, diferente da falta de rotulagem, marcação, selo de controle ou do 
documento fiscal, os produtos poderão ser recebidos, todavia, o recebedor deverá comunicar a irregularidade 
constatada ao remetente da mercadoria, dentro de oito dias, contados do seu recebimento, ou antes do seu consumo, 
venda ou utilização, se o início se verificar em prazo menor. 
A comunicação seráfeita por escrito, devendo ser conservada em seu arquivo cópia do documento, com 
prova do seu recebimento. A comunicação feita desta forma exime de responsabilidade os recebedores ou 
adquirentes, que, caso contrário estarão sujeitos às mesmas multas cominadas aos remetentes da mercadoria para a 
falta verificada (arts. 266, §§ 1o e 2o, e 492). 
 Cabe, ainda, a referida comunicação na ocorrência de dúvidas pelo adquirente quanto ao valor tributável 
adotado pelo remetente. Relativamente aos produtos que tenham sido recebidos sem o documento fiscal previsto no 
RIPI ou que não estejam rotulados, marcados ou selados, o adquirente ou recebedor (comerciante, industrial ou 
depositário) estará caracterizado como responsável, sujeito, portanto, ao pagamento do imposto, da multa e demais 
acréscimos legais (art. 25-V). 
 Os que possuírem produtos tributados ou isentos desacompanhados da documentação comprobatória de sua 
procedência, para venda ou industrialização, estão sujeitos à multa prevista no art. 488, caput e parágrafos. 
 Se a nota fiscal apresentada pelo adquirente for considerada sem valor para efeitos fiscais, conforme 
previsto no artigo 330, os produtos serão tidos como desacompanhados de nota fiscal, ficando o adquirente 
caracterizado como responsável. 
 Se a nota fiscal contém irregularidades qualificadas como sanáveis, nos casos previstos no artigo 330, ou 
naqueles em que as indicações consideradas essenciais pelo citado artigo constam da nota fiscal, mas de maneira 
incorreta, desde que a incorreção não seja grosseira, não possibilitando lesão ao fisco e permita a convalidação da 
nota fiscal, deverão ser observadas as exigências previstas no RIPI (comunicação ao remetente etc.), as quais, uma 
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vez atendidas, eximirão o estabelecimento recebedor dos produtos de qualquer responsabilidade quanto à 
irregularidade do documento fiscal. 
Documentos Fiscais que Comprovam a Procedência das Mercadorias: são os seguintes os documentos fiscais 
que comprovam a regularidade fiscal das mercadorias recebidas pelos fabricantes, comerciantes ou depositários, 
desde que emitidos nas situações previstas no RIPI, com observância das exigências ali contidas, ou na legislação 
específica (art. 359): 
 a) prova do registro da declaração da importação no Siscomex, quando se tratar de produto importado 
diretamente do exterior pelo próprio estabelecimento; 
 b) Guia de Licitação, quando se tratar de produto estrangeiro ou nacional adquirido, pelo próprio 
estabelecimento, em licitação promovida pela RFB; 
 c) Nota Fiscal, modelos 1 ou 1-A, quando se tratar de produtos adquiridos de fabricantes e comerciantes, ou 
recebidos de outro estabelecimento da mesma firma, de depositários, ou em devolução; 
 d) Nota Fiscal, modelos 1 ou 1-A, nos casos previstos para sua emissão na entrada de produtos; 
 e) recibo do vendedor ou transmitente, do qual conste o nome e endereço, número de inscrição no Cadastro 
de Pessoas Físicas, o número e nome da repartição expedidora de sua carteira de identidade, bem assim a descrição 
minuciosa e o preço ou valor de cada objeto, no caso de produtos usados adquiridos de particulares, assim também 
compreendidos os recebidos em troca ou como parte de pagamento de outros, sendo que, tratando-se de produto 
estrangeiro, deverá estar acompanhado de declaração de responsabilidade, assinada pelo vendedor, sobre a entrada 
legal no País (art. 513, § 5º-I). 
 f) no caso de produto trazido do exterior como bagagem, em cujo desembaraço tenha sido recolhido o 
imposto, pelos documentos comprobatórios da entrada do produto no País e do recolhimento do tributo devido por 
ocasião do respectivo desembaraço (art. 513, § 5º-II). 
Responsável como Contribuinte Substituto: é, ainda, responsável, por substituição, o industrial ou equiparado a 
industrial, mediante requerimento, em relação às operações anteriores, concomitantes ou posteriores às saídas que 
promover, nas hipóteses e condições estabelecidas pela RFB (art. 26). 
Este responsável, denominado contribuinte substituto, é o industrial ou equiparado a Industrial que recebe 
matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, inclusive na forma de partes, peças, 
componentes e acessórios, com suspensão do imposto, a fim de serem empregados no seu processo de 
industrialização, mediante autorização da RFB, tendo por base os artigos 26 e 46 do RIPI. 
 O contribuinte substituído é solidariamente responsável pelo pagamento do imposto em relação ao qual 
estiver sendo substituído, no caso de inadimplência do contribuinte substituto (art. 27-I). 
O contribuinte substituído é o estabelecimento industrial ou equiparado a industrial que, mediante 
autorização da RFB, remete matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, inclusive na 
forma de partes, peças, componentes e acessórios, com suspensão do imposto, a fim de serem empregados no 
processo de industrialização do destinatário, mediante autorização da RFB, tendo por base os artigos 26 e 46 do 
RIPI. A IN SRF nº 260/2002 dispõe sobre o regime especial de substituição tributária relativo ao IPI de que tratam 
os artigos 26 e 46. 
Responsabilidade Solidária dos Administradores: são solidariamente responsáveis com o sujeito passivo, no 
período de sua administração, gestão ou representação, os acionistas controladores, e os diretores, gerentes ou 
representante de pessoas jurídicas de direito privado, pelos créditos tributários decorrentes do não recolhimento do 
imposto no prazo legal (art. 28). 
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Outros Casos de Responsabilidade Solidária: são solidariamente responsáveis (art. 27 e incisos): 
 I – o contribuinte substituído, pelo pagamento do imposto em relação ao qual estiver sendo substituído, no 
caso de inadimplência do contribuinte substituto; 
II – o adquirente ou cessionário de mercadoria importada beneficiada com isenção ou redução do imposto 
pelo pagamento do imposto e acréscimos legais; 
III – o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no caso de importação realizada por sua 
encomenda ou por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora, pelo pagamento do imposto e 
acréscimos legais; 
IV – o estabelecimento industrial de produtos classificados no código 2402.20.00 (cigarros) da Tipi, com a 
empresa comercial exportadora, na hipótese de operação de venda com o fim específico de exportação, pelo 
pagamento dos impostos, contribuições e respectivos acréscimos legais, devidos em decorrência da não efetivação 
da exportação. Essa disposição aplica-se também nos casos de produtos destinados a uso ou consumo de bordo em 
embarcações ou aeronaves de tráfego internacional, inclusive por meio de ship’s chandler; 
V – o encomendante de produtos sujeitos ao regime de que trata a Lei nº 7.798/89 com o estabelecimento 
industrial executor da encomenda, pelo cumprimento da obrigação principal e acréscimos legais. 
 
 
6. PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS E INDUSTRIALIZAÇÃO 
 
Produto Industrializado – Operação de Industrialização – Conceito e Tipos 
 Produto industrializado é o resultante de qualquer das operações definidas como industrialização, mesmo 
incompleta, parcial ou intermediária (art. 3º). 
 Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, 
a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, independentemente do processo utilizado 
e da localização e condições das instalações ou equipamentos utilizados, as quais estão exemplificadas, no Ripi, 
como transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento ou reacondicionamento e renovação ou 
recondicionamento (art. 4º e parágrafo único). 
Transformação: é a operação de industrialização que, exercida sobrematéria-prima e/ou produto intermediário, 
importe na obtenção de espécie nova. Realizada a operação de transformação surge um novo produto, geralmente 
de classificação fiscal diversa daquela das matérias-primas e produtos intermediários a partir dos quais foi 
elaborado (art. 4º-I). 
De acordo com a conceituação retro, caracterizam transformação, dentre outros exemplos, as seguintes 
operações, ressalvadas as exclusões previstas no artigo 5º, ainda que o produto resultante seja isento ou de alíquota 
zero: confecção de maquetes, com matérias-primas fornecidas pelo confeccionador ou pelo encomendante; faixas, 
cartazes ou painéis de propaganda, para venda ou locação a terceiros; toalhas, guardanapos, e outros, através da 
feitura de bainhas e costuras nas extremidades de tecidos previamente cortados; cartões postais; telas, para 
terceiros, a serem utilizadas em gravação pelo processo de serigrafia; armaduras de ferro para concreto armado; e 
"visores panorâmicos" para veículos, a partir de chapas de acrílico, cortadas e curvadas sob determinados modelos. 
 Os exemplos seguintes, dentre tantos outros, não caracterizam transformação: 
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 – a simples separação mecânica de resíduos metálicos contidos em escórias de usinas (sem que haja 
qualquer modificação prevista no artigo 4º do RIPI), irrelevante que a operação seja executada no estabelecimento 
do autor da encomenda ou do próprio executor, em escórias remetidas por aquele e; 
– colocação de produtos em obras de construção civil no mesmo estado em que saíram do estabelecimento. 
Beneficiamento: a operação de beneficiamento importa em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o 
funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto, sem que seja em decorrência de colocação 
ou substituição de embalagem. Supõe-se a preexistência de produto novo que, mantendo a sua individualidade e a 
sua identidade originais, tem aperfeiçoado o seu funcionamento, utilidade, acabamento ou aparência (art. 4º-II). 
Caso a alteração da apresentação do produto se dê em razão da colocação de embalagem, ainda que em 
substituição da original, a operação correspondente está conceituada como acondicionamento ou 
reacondicionamento, também definida no RIPI como industrialização, salvo quando a embalagem colocada se 
destine apenas ao transporte da mercadoria (art. 4º-IV). 
A operação de beneficiamento distingue-se da operação de renovação ou recondicionamento, também 
definida no RIPI como industrialização, pelo fato de que esta última somente se processa sobre produtos usados, 
diferentemente do beneficiamento, que tem por objeto bens sem uso ou semi-acabados. 
 De acordo com entendimentos constantes em atos normativos expedidos pela Receita Federal, constituem 
operações de industrialização caracterizadas como beneficiamento, dentre outras: 
– a atividade de confecção de cópias ou duplicatas de chaves consistentes no recorte, a máquina, de chaves semi-
acabadas, às quais o confeccionador imprime as ranhuras correspondentes ao "segredo" da fechadura, 
reproduzindo-as a partir do modelo fornecido pelo cliente. As chaves para cadeados, fechaduras e ferrolhos (código 
8301.70.00), apresentadas isoladamente, estão sujeitas à alíquota zero; 
– a colocação de fechaduras, puxadores e porta-etiquetas, de fabricação própria do estabelecimento, ou de terceiros, 
em armários, fichários e arquivos adquiridos semi-acabados de terceiros; no caso, os produtos semi-acabados são 
complementados com os acessórios citados, resultando melhorados em seu funcionamento e aparência exterior; 
– o corte de ferro em comprimentos certos e determinados pela planta; dobradura dos pedaços de acordo com os 
desenhos dos mesmos na planta para confecção posterior de armadura de ferro para concreto; o feitio de furos e 
roscas em tubos ou canos destinados a instalação de gás liquefeito; 
– a filtragem de azeite ou de produtos semelhantes, importados ou adquiridos no mercado interno, a granel ou não, 
por comerciante que exerça tal atividade, operação esta que melhora a utilidade e/ou a aparência do produto; 
– a gravação de fita virgem, a reprodução da fita gravada para o acetato (disco), bem assim, a gravação de discos de 
propaganda comercial, mais conhecida como "jingles" ou "spots", mesmo quando feitas por encomenda de 
terceiros com ou sem fornecimento de matéria-prima pelo encomendante; 
– o preparo (gravação) e a reprodução de matriz e submatriz de videocassete contendo obra cinematográfica 
consistente em imagem, enredo, som, movimento e cor, posta em "tape" e acondicionamento de modo a permitir 
sua reprodução em aparelhos de televisão domésticos, ainda que encomendado por terceiro, com ou sem o 
fornecimento de matéria-prima; 
– as operações executadas sobre chapas de ferro e aço e que as tornem onduladas ou corrugadas; que lhes dão 
formas diferentes da retangular e da quadrada, tais como discos, perfilados, flanges e cantoneiras; as que lhes 
modificam a espessura, tais como desbastes ou laminação que constituem aperfeiçoamento ou alteração da 
utilização do produto; 
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– o retrabalhamento de tubos de aço de importação própria (ou adquiridos no mercado interno) para atender 
condições de qualidade e especificações técnicas e que importe em aperfeiçoar a utilização, o acabamento e/ou a 
aparência do produto; 
De conformidade com atos da Receita Federal, não constituem operações de beneficiamento: 
– o adicionamento de mínima quantidade de "dope" ao asfalto, porque a adição não provoca qualquer 
alteração nas características do asfalto; 
 – a substituição de caixas e de pulseiras de couro por pulseiras de ouro, realizada em relógios; 
– o corte de chapas de eucatex, sob diversos moldes, seguido de revestimento interno de veículos, 
pertencentes a terceiros, com a utilização de parafusos, frisos e peças de madeira; 
– a operação de desbobinamento e corte de papel reativo térmico “fac-simile”, que não sofrer nenhuma 
alteração quanto a sua gramatura, qualificação intrínseca e utilização; 
– a operação de corte em perfis de alumínio, no único intuito de reduzir-lhe o comprimento, para emprego 
como contramarcos de janelas e vãos de edifícios; 
– a pintura executada diretamente sobre paredes, muros, tapumes, leito de estada ou rua, etc., para 
publicidade, sinalização do trânsito, orientação turística ou outros fins; 
– os processos de beneficiamento a que é submetido o sal-marinho ou salmoura, desde a extração da 
substância natural até a obtenção do produto refinado, pronto para consumo, ainda que lhe sejam adicionadas outras 
substâncias que não lhe modifiquem os caracteres; 
 – os processos de beneficiamento de águas minerais, mesmo que exijam a adição de outras substâncias, que 
lhes não resultem modificação essencial, como, por exemplo, a adição de gás carbônico; 
 – a simples redução de tamanho, por corte e/ou serragem de produto (folha, telha, placa etc., de madeira, 
ferro, aço, plástico, vidro e outros) que mantenha todas as suas características e formas originais, sem alterar a 
espessura, mesmo que seja para atender encomenda ou pedido dos adquirentes; 
 – a simples colocação de antenas e conversores tipo UHF em aparelhos de televisão, por comerciante 
revendedor, visto que estes acessórios são inerentes ao funcionamento normal do televisor; 
Montagem: consiste na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte novo produto ou unidade autônoma, 
ainda que sob a mesma classificação fiscal (art. 4º-III). 
 Só se caracteriza a montagem como industrialização se o produto final resultante da reunião constituir um 
novo produto ou unidade autônoma, em que os produtos partes e peças integrantes percam a sua individualidade, 
em termos de classificação fiscal, passandoo conjunto a ter classificação fiscal própria e única, ainda que seja a 
mesma das partes que o compõem. 
Se o bem resultante da montagem, em face das regras de classificação fiscal vigente, não puder ser 
classificado como um todo, para efeito da legislação do IPI, inexistirá industrialização. 
 A montagem, como as demais operações de industrialização, pode ser realizada dentro ou fora do 
estabelecimento industrial. Caracterizada a operação de montagem fora do estabelecimento, o fato gerador ocorre 
no momento em que ficar concluída a operação industrial, assim considerada a data da entrega do produto ao 
adquirente ou aquela em que se iniciar o consumo ou a utilização do produto (art. 33-VII e parágrafo único). 
Todavia, alerta-se aqui para as exclusões do conceito de industrialização (montagem) previstas no inciso 
VIII do artigo 5º. Tratando-se de reunião de produtos, peças ou partes importados, montados em outros nacionais 
ou mesmo estrangeiros, o produto resultante será considerado nacional. 
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 Constituem operações de montagem, dentre outras, a colocação de carroçarias em chassis de caminhão, ou 
outros veículos, nas suas várias modalidades: a) o estabelecimento fabrica a carroçaria e efetua a sua montagem em 
chassi por ele adquirido de terceiros; b) o estabelecimento fabrica a carroçaria e efetua a sua montagem em chassi 
recebido do próprio adquirente (encomendante) e; c) o estabelecimento adquire a carroçaria e o chassi e monta o 
veículo para revenda ou sob encomenda de terceiros. 
 
Também constitui montagem a colocação acima quando tanto a carroçaria quanto o chassi forem recebidos 
de terceiro encomendante da operação, para uso próprio ou para revenda. Em qualquer das modalidades se 
caracteriza a industrialização, visto que das operações efetuadas resulta um novo produto – veículo completo: 
caminhão, ônibus, furgão, bugre etc. – que terá classificação fiscal própria. 
 
A operação de montagem não se confunde com a operação de renovação ou recondicionamento. 
 
Assim, ainda que a carroçaria seja colocada em chassi usado, mesmo que para uso do próprio 
encomendante, ficará caracterizada a operação de industrialização (montagem). A classificação fiscal será a do 
veículo e não a da carroçaria colocada, ou do chassi recebido. 
 
Seguem outros exemplos de operações de montagem: 
a) a montagem de aparelhos eletrônicos, efetuada por profissional autônomo em sua residência ou em oficina por 
encomenda direta do usuário do produto, se o valor do material aplicado no preparo do produto for superior a 40% 
do valor total cobrado ao adquirente; 
b) a montagem de óculos de sombra, fantasia, ou qualquer outro, que são expostos à venda na seção de varejo do 
próprio estabelecimento montador, remetidos para filiais ou para estabelecimentos de terceiros; 
c) a montagem de mecanismos importados em caixas, também importadas, para fabricação de relógios; 
 
 Não constituem operações de montagem: 
 a) a instalação de "dutos" (canalizações pelas quais o ar condicionado é insuflado pela unidade 
condicionadora para os recintos a que se destina, geralmente confeccionados de chapas isoladas com eucatex, em 
cujos terminais, colocados em cada recinto, são fixadas bocas ou "grelhas") recebidos prontos e acabados, quando 
simplesmente colocados no local, sem a realização de qualquer beneficiamento. Se os "dutos" forem 
confeccionados no local de sua instalação, com as respectivas peças e partes para ai trazidas, essa operação 
constitui industrialização; 
 b) a instalação no local de uso, de tubulações para gás liquefeito, consistente na junção de tubos, luvas, 
manômetros, válvulas de registro, reguladores etc., ligados a reservatórios do combustível em questão (tanques, 
botijões etc.), com produtos peças e partes recebidas prontas e acabadas. Se forem efetuadas, no local da instalação, 
operações de abertura de furos, roscas etc. estas serão consideradas industrialização (beneficiamento), sujeitando ao 
IPI os produtos em que tais operações forem realizadas; 
 Também não se considera montagem a simples colocação ou instalação, no local de uso, de esquadrias 
metálicas ou de madeira, balcões frigoríficos, sorveterias, vitrinas, esquadrias, boxes, guindastes, tanques, moinhos, 
anúncios luminosos, armários divisórios e janelas, de vidro ou de madeira, e outros, saídos do estabelecimento 
industrial já prontos e acabados, inclusive montados. 
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Se houver montagem, a partir de partes e peças, ou qualquer tipo de industrialização no local, 
anteriormente à instalação do produto, caracterizado estará o fato gerador definido como início do consumo ou da 
utilização do produto. 
 
Acondicionamento ou Reacondicionamento: é a operação de industrialização que importa em alterar a 
apresentação do produto, pela colocação de embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando a 
embalagem colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria. Poderá referir-se a produtos nacionais ou 
estrangeiros (art. 4º-IV). Diz-se que ocorre o reacondicionamento quando a colocação da embalagem é feita em 
substituição à original. 
 A operação em lide somente será considerada como industrialização, sujeitando o produto à incidência do 
IPI, quando a forma de embalagem do produto puder ser entendida como "acondicionamento de apresentação", na 
forma do disposto no artigo 6º do RIPI. 
Este tipo de embalagem está definido pelo inciso II do artigo 6º, por exclusão do disposto no inciso I e § 1o 
do mesmo artigo, ou seja, o não atendimento de qualquer uma das condições estabelecidas para caracterizar o 
acondicionamento destinado apenas ao transporte, configura embalagem de apresentação. 
 Fica caracterizada a operação de acondicionamento/reacondicionamento sempre que se engarrafar, embalar 
etc. quaisquer produtos tributados em unidades, ainda que sem dizerem promocionais, entendendo-se como 
unidade, a menor quantidade que isoladamente possa ser apresentada a consumo. Excetua-se, contudo, conforme a 
parte final do dispositivo regulamentar, os casos em que a operação se destine apenas ao transporte da mercadoria. 
Já o produto transportado em caminhões-tanque está sendo transportado a granel, ou seja, sem qualquer 
embalagem. Havendo mais de um acondicionamento do mesmo produto (o produto acondicionado é colocado 
dentro de outra embalagem) prevalece, para fins de caracterizar ou não a operação de acondicionamento, a menor 
embalagem em que o produto estiver apresentado. 
 Para os efeitos do IPI, é produto nacional aquele resultante de operação de industrialização realizada no 
País, ainda que consista em mera colocação de embalagem de apresentação em produto de procedência estrangeira. 
Constituem operações de acondicionamento/reacondicionamento, dentre outros: 
– o acondicionamento (enlatamento) de azeite e óleos vegetais, importados ou nacionais, adquiridos a granel; 
– o corte e acondicionamento de tecidos em peças de menor metragem; 
– o engarrafamento de vinho (ou outras bebidas); 
– a colocação de castanhas (do Pará ou de caju) da posição 08.01 da Tipi em latas de folhas de flandres 
inteiramente soldadas ou apenas soldadas em determinados pontos, de forma a melhor consolidar o fechamento; 
– a colocação de chocolate ou outros produtos semelhantes, quando reacondicionados em pequenos sacos plásticos, 
com nome e endereço do reacondicionador. 
 
Não constituem operações de acondicionamento: 
 – a colocação de produtos em sacos plásticos ou semelhantes, destinados a entrega às filiais, quando os 
mesmos (sacos) retornam à matriz; 
– a mera aposição de rótulos e/ou a realização de pequenas e irrelevantes alterações na embalagem original 
de produtos adquiridos de terceiros, tais como a simples pintura de latas, respeitadas as

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