Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Unidade 3 Livro Didático Digital Pedro Libaldi Neto Gestão de Riscos em Investimentos Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autor PEDRO LIBALDI NETO Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS Pedro Libaldi Neto Olá, Pessoal! Meu nome é Pedro Libaldi Neto, sou formado em Gestão de Políticas Públicas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, também sou especialista em Gestão Pública pela Universidade Federal de São João Del-Rei e também sou formado em Administração de Empresas pela Universidade Anhanguera. Atuo na área de fiscalização e auditoria de órgãos públicos há 12 anos, sou professor há 11 anos e leciono em escolas e fundações governamentais, além de ser conteudista de cursos preparatórios para concursos públicos. Espero propiciar um curso agradável e de grande valia para a vida profissional de todos vocês. Um forte abraço e bons Estudos! O AUTOR Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: ICONOGRÁFICOS INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova com- petência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Modelo de precificação de ativos de capital 10 O downside do modelo de precificação de ativos de capital, a medida ômega, a linha de mercado de capitais e a linha de segurança de mercado 17 Downside do modelo de precificação de ativos de capital 17 A medida ômega 19 Linha de mercado de capitais (CML) 21 Linha de segurança de mercado (SML) 22 Modelo de precificação de ativos de capital expandido 24 Modelo dos três fatores 32 Gestão de Riscos em Investimentos 7 UNIDADE 03 Gestão de Riscos em Investimentos8 Nesta unidade você irá aprender sobre o modelo de precificação de capital - CAPM, onde serão abordados conceitos que irão proporcionar o aprofundamento sobre os modelos de riscos e retornos. Veremos, também, a utilização da medida ômega no aprimoramento dos modelos CAPM. Aprenderemos sobre a utilização das linhas de mercado de capital e de segurança de mercado, sondo ambas necessárias às técnicas de análise de mercado. Conheceremos os modelos adjacentes ao CAPM, estudados através do modelo de precificação de capital estendido. E, por fim, conheceremos o modelo CAPM baseado em três fatores. INTRODUÇÃO Gestão de Riscos em Investimentos 9 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar você no atingimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Aprender sobre o modelo de precificação de ativos de capital. 2. Conhecer o downside do modelo de precificação de ativos de capital, a medida ômega, a linha de mercado de capitais e a linha de segurança de mercado. 3. Conhecer modelo de precificação de ativos de capital expandido. 4. Estudar o modelo dos três fatores. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conheci- mento? Ao trabalho! OBJETIVOS Gestão de Riscos em Investimentos10 Modelo de precificação de ativos de capital INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você haverá compreendido a análise de risco e de retorno através do modelo de precificação de ativos de capital CAPM, conhecer as variâncias do CAPM através do downside, da medida ômega dos modelos expandidos e as linhas de mercado de capitais e de segurança de mercado. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá! Mãos à obra! No processo de tomada de decisão em relação à negociação de papéis no mercado, há extrema necessidade de se verificar a eficiência dos mesmos em comparação com a perspectiva de potencialização de lucros acerca do valor negociado. Bem como analisar as premissas que acabam determinando as decisões sobre os investimentos mais corretos a serem executados. Para Fellet (2016) apud Sharpe (1964), Lintner (1965) e Mossin (1966), o Capital Asset Pricing Model (CAPM) ou Modelo de Precificação de Ativos de Capital conseguem proporcionar a determinação do preço em função do relacionamento entre o retorno esperado e o risco para qualquer ativo financeiro, partindo do pressuposto de um mercado em equilíbrio. Fellet (2016, p. 22) afirma que: O CAPM (Capital Asset Pricing Model) está embasado na Teoria do Portfólio de Harry Markowitz, desenvolvida entre os anos de 1952 e 1959, sendo que o desenvolvimento de tal modelo permitiu que as ideias de Markowitz fossem simplificadas. O CAPM em sua forma tradicional foi desenvolvido conceitualmente por Sharpe (1964), Lintner (1965) e Mossin (1966). Ele descreve determinadas hipóteses restritivas, no sentido de proporcionar uma teoria sobre o prêmio de risco de mercado. Lintner (1965) descreve as premissas nas quais o CAPM se baseia, como a aversão ao risco por parte dos investidores, Gestão de Riscos em Investimentos 11 que têm a alternativa de investimento em títulos sem risco que oferecem um retorno positivo (ou tomar emprestado à mesma taxa de juros), podendo vendê-los se assim o desejarem. Figura 1: Pressupostos básicos do CAPM Fonte: Fernandéz (2002) Fellet (2016. P. 22) apud Brown e Walter (2012) apresentam diversas pesquisas empíricas que demonstram que o CAPM continua sendo de grande relevância, seja para as firmas em seus orçamentos de capital, para as agências regulatórias na fixação de preços ou para os acadêmicos que continuam a estimar o prêmio pelo risco de mercado e a usar o CAPM no ensino de finanças corporativas. Guimarães (2014, online) ainda infere que o risco de mercado pode ser definido como a possibilidade de um investidor experimentar perdas em seus investimentos por conta de fatores que afetam a performance do mercado (s) através do qual ele realiza seus investimentos. O risco de mercado, também conhecido como risco sistemático, não pode ser reduzido ou eliminado através da diversificação. Porém, em alguns casos, tal risco pode ser compensado através de operações de hedge. http://www.abcdodinheiro.com.br/2011/01/por-que-diversificar-ou-devo-colocar-os.html Gestão de Riscos em Investimentos12 Figura 2: Curva do risco sistemático (mercado) Fonte: Guimarães (2014, online). A busca de hedge, ou proteção contra oscilações inesperadas nos preços, é uma prática antiga. Ela começou em meados do século XIX no mercado de commodities agrícolas de Chicago. Agricultores e pecuaristas que traziam seus produtos à cidade para vender queriam reduzir o risco de quedas súbitas nas cotações. Se muita gente levasse sua produção ao mercado no mesmo dia, a oferta seria muito superior à demanda e os preços desabariam. Para evitar esse risco, compradores e vendedores passaram a negociar os preços antes da entrega. Essa foi a origem das operações a termo. Posteriormente, essas operações foram aperfeiçoadas e deram origem aos modernos derivativos, hoje comuns no mercado financeiro.Os derivativos financeiros mais usados são as opções de compra (calls), as opções de venda (puts) e os contratos futuros. A combinação desses instrumentos permite a montagem de diversas operações de hedge. Para saber mais sobre esse tema Uma das principais características do CAPM é a de que os ativos de risco variável podem receber a distribuição de probabilidade do retorno futuro. Tal prática permite que os agentes visualizem o equilíbrio demonstrado no retorno livre de risco. Desta forma, o prêmio pelo risco de mercado, abordado pelo CAPM, apresenta o retorno excessivo de qualquer instituição. Gestão de Riscos em Investimentos 13 Figura 3: Componentes do CAPM Fonte: Fellet (2016, p. 22) apud (SHARPE, 1964; LINTNER, 1965; MOSSIN, 1966). Dentro do CAPM, os papéis dos investidores x mercado traz grande destaque, haja vista serem os principais atores nas operações financeiras. Sendo assim, as características de cada um podem interferir nas operações em detrimento das particularidades de cada um conforme a figura abaixo: Figura 4: Características do CAPM Fonte: O autor, adaptado de Fellet (2016). Para que o modelo de precificação de ativos de capital seja utilizado de maneira efetiva e eficaz, o ambiente das negociações deve propiciar um cenário com perspectivas favoráveis ao desenvolvimento do CAPM, neste sentido, diante das análises prévias dos investidores, estes deverão determinar as hipóteses que possam identificar os fatores que colaboradores para a utilização do modelo de precificação e ativos. Gestão de Riscos em Investimentos14 Figura 5: Hipóteses para o desenvolvimento do CAPM Fonte: O autor, adaptado de Assaf Neto (2010). A média variância também pode ser utilizada no CAPM no intuito de auxiliar a análise de retorno, fazendo com que os investidores as utilizem de modo a alocar os recursos usufruídos, assim sendo: INVESTIMENTOS COM RISCOS IGUAIS → MAIOR RETORNO INVESTIMENTOS DE RETORNOS IGUAIS → MENOR RISCO Fellet (2016, p. 23) apud (ROGERS; SECURATO, 2009) Asseveram que a principal ideia subjacente ao CAPM é a combinação de um ativo livre de risco com um nível de retorno mínimo a uma carteira formada por ativos com riscos. Esse modelo determina a relação linear existente entre o retorno do capital e o risco do ativo. O CAPM tem sido aplicado para se encontrar o custo de capital das empresas e para precificar ativos. O CAPM é representado pela seguinte equação: Ri = Rf + β(Rm – Rf) Onde: Ri = retorno de um ativo; Rf = Retorno do ativo livre de risco; Gestão de Riscos em Investimentos 15 B = Medida de risco do ativo em relação a uma carteira de referência (coeficiente de risco sistemático da ação); Rm = taxa esperada de retorno sobre o portfólio geral do mercado; (Rm – Rf) = taxa de prêmio relativo ao risco de mercado. Para Fellet (2016, p. 24) apud (Damodaran, 2011, p. 174): O retorno aumenta de modo linear em função do risco siste- mático ou não diversificável, risco este inerente ao mercado. O risco não-sistemático não é remunerado, pois ele pode ser eliminado por meio da diversificação do portfólio. O prêmio relativo ao risco de mercado é a diferença entre a taxa projetada de retorno sobre a carteira de mercado e a taxa livre de risco. O prêmio de risco é o prêmio oferecido pelo mercado por se assumir uma quantidade média de risco sistemático além do tempo de espera do dinheiro, que seria a taxa livre de risco: (Rm - Rf). Desta forma, o prêmio “é definido como a diferença entre os retornos médios sobre as ações e os retornos médios sobre os títulos de risco zero para um longo período histórico. Ao abordarmos o conceito de ativo livre de risco, trazemos a premissa de que o retorno esperado sempre será o retorno real. O CAPM, ao incluir este conceito na teoria de Markowitz apresentou uma grande evolução na teoria de análise de carteiras. Fellet (2016, p. 27) apud Perlin e Cereta (2004) buscam explicitar que um dos principais motivos da exclusão de outros parâmetros estatísticos deve-se à assertiva de dentro do CAPM de que os rendimentos de mercado possuem, sobretudo, distribuição normal, o que levaria à caracterização das ações apenas com base nos desvios padrões e nas médias de rendimentos. Contudo, para esses pesquisadores, essa simplificação não corresponde ao comportamento estatístico do mercado acionário, uma vez que o mesmo não segue distribuições normais, apresentando, na grande maioria dos casos, valores significativos de curtose e assimetria. Inserto na análise de variância, a curtose é considerada, dentro da distribuição da curva de frequência, como o menor ou maior grau de “achatamento”, considerando sua comparação com uma curva normal. Gestão de Riscos em Investimentos16 A expressão da curtose é dada pela seguinte fórmula: K = DQ = C3 – C1 C90 – C10 2 (C90 – C10) Para esta análise, temos três resultados possíveis: MESOCÚRTICA – Se o valor de K for igual a 0,263, o seu grau de achatamento será igual ao da curva normal; PLATICÚRTICA- Se o valor de K for maior que 0,263, o seu grau for mais achatado do que a curva normal; e LEPTOCÚRTICA – Se o valor de K for menor do que 0,263, o seu grau será menos achatado que a curva normal. Apresentamos abaixo o gráfico os resultados possíveis Figura 6: Gráfico com resultados da curtose Fonte: https://bit.ly/2YFXGma RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o modelo de precificação de ativos de capital teve sua essência advinda do modelo de portfólio de Markowitz, cujas premissas fornecem estruturas e possibilidades de análises para uma gestão de riscos efetiva. Gestão de Riscos em Investimentos 17 O downside do modelo de precificação de ativos de capital, a medida ômega, a linha de mercado de capitais e a linha de segurança de mercado INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de entender as análises e ferramentas utilizadas na gestão de riscos. Sendo assim, uma variação do modelo de precificação de ativos irá auxiliar no planejamento de investimentos. Aliados às ferramentas de planejamento, temos as definições de medida ômega, e as linhas de mercado e de segurança. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Downside do modelo de precificação de ativos de capital Para Paiva (2005), o modelo de mensuração de ativos financeiros CAPM, como visto anteriormente, foi criado na década de 1960 e, deste então, vem sendo protagonista de fervorosos embates teóricos em todo o mundo. Um dos questionamentos mais usuais é se a medida de risco beta é a ferramenta mais apropriada para mensurar o risco. O CAPM proporciona análises para que os investidores aumentem a função utilidade. No entanto, este processo depende de dois quesitos: média e variância, ambas apresentadas no retorno do portfólio. Contudo, existem questionamentos sobre a validação do CAPM não utilizar como o beta como parâmetro, mas, relativizá-lo ao sustento teórico do beta. A definição sobre qual medida de dispersão adotar na análise de portfólio dependerá do formato da distribuição dos retornos das ações (Paiva, 2005). Gestão de Riscos em Investimentos18 Tabela 1: Medida de risco baseada na variância e semivariância OS ATIVOS POSSUEM O MESMO GRAU DE DESVIO → VARIÂNCIA COMO MEDIDA DE RISCO OS ATIVOS POSSUEM GRAUS DE DISPERSÃO DIFERENTES → SEMIVARIÂNCIA COMO MEDIDA DE RISCO Fonte: Markovwitz (1959). Para Paiva (2005, p. 52) apud Markovitz (1959): A escolha entre variância e sem variância como medida de dispersão em uma análise de portfólio dependerá, além da avaliação do formato da distribuição, de algumas outras variáveis. Essas variáveis podem ser custo, conveniência e familiaridade. Analisando-se as medidas por essas condições, pode-se concluir quea variância é superior em todos os quesitos. Contudo, essa superioridade da variância sobre o custo, conveniência e familiaridade não impede que se utilize a sem variância, uma vez que as análises baseadas na sem variância tendem a produzir melhores portfólios, pois a variância considera retornos extremamente altos e extremamente baixos igualmente indesejáveis. Uma análise focada na variância busca eliminar ambos os extremos. A análise baseada na sem variância, por outro lado, concentra seus esforços na redução de perdas. Paiva (2005) apud LÓPEZ e GARCIA (2003) consideram a sem variância e o sem desvio-padrão como medidas de dispersão ideais. Desta feita, a média sempre será igual quando acontece a simetria da rentabilidade dos ativos em função da medição do risco através do desvio-padrão e pela variância. Contudo, Paiva (2005) assevera que, se a distribuição é assimétrica, como ocorre normalmente nos mercados emergentes, o desvio-padrão e a variância deixam então de ser medidas eficazes de risco, pois a probabilidade de se obter um rendimento acima da média é diferente da probabilidade de se atingir um rendimento abaixo da média (ou vice- Gestão de Riscos em Investimentos 19 versa). Nestes casos, adotam-se a sem variância e o sem desvio-padrão como medidas de dispersão ideais. A fórmula do risco sem variância é apresentada desta forma: S2 = E {Min [(rx – T), 0] 2 } Em que: S2 = semivariância; rx = retorno do portfólio x; T = ponto arbitrado. A aplicação da semivariância deverá seguir os seguintes critérios metodológicos: rx – T se rx – T for menor ou igual a zero; rx – T = 0 se rx – T for maior que zero. A medida ômega A medida de ômega tem o intuito de apresentar uma determinação menos restritiva em relação às determinações de eficiência de mercado e da média e variância abordadas no modelo tradicional do CAPM. Para Vasconcelos (2013, p. 25), a vantagem da medida Ômega advém do fato de toda a informação da distribuição de retornos serem consideradas, ou seja, todos os momentos superiores são levados em conta em conjunto sem a necessidade de calculá-los. Funções utilidade também não são necessárias, é preciso assumir apenas que os indivíduos são avessos ao risco e não saciáveis. Além disso, as características de risco e recompensa podem ser descritas em torno de qualquer nível de retorno e não apenas da média. A medida Ômega deve apresentar um ponto de retorno mínimo que será determinado pelo investidor, este ponto será L. Ao utilizar a medida ômega, a interpretação das regiões será da seguinte forma: Gestão de Riscos em Investimentos20 REGIÃO DE GANHOS → x > L REGIÃO DE PERDAS → x < L Seja x uma variável aleatória (distribuição de retornos) que assume valores α ≤ x ≤ m, a medida de performance Ômega é definida como: Ω(L) = ∫ bL [1-Fx(X)]dx ∫ bL Fx(X)dx Figura 7: Gráfico da medida ômega Fonte: Vasconcelos (2013, p.26). Vasconcelos (2016, p. 27) apud Markowitz (1952) destacam que: A medida Ômega utiliza o ExpectedShortfall como medida de risco, respeitando todos os axiomas das medidas coerentes de risco e considerando como risco apenas a parte referente às perdas da distribuição dos retornos dos ativos. De modo a justificar a escolha da medida Ômega para a seleção de ativos de risco, é importante levar em conta a seguinte questão: será que no mundo real, os agentes levam em consideração os momentos superiores das distribuições de retorno para tomar suas decisões de investimento? A resposta mais provável a essa pergunta é não. Entretanto, é razoável acreditar que, no mundo real, agentes não-saciáveis desejem o maior ganho possível ao investir, ao mesmo tempo que exigem um prêmio pelo risco da perda. Gestão de Riscos em Investimentos 21 Essa intuição está presente nos modelos financeiros desde Markowitz (1952), que tentou considerar as dimensões recompensa e risco ao maximizar a razão entre a média (recompensa) e a variância (risco). Na medida ômega, o ExpectedShortfall (ES) demonstra a média da perda caso esta ocorra. Do mesmo modo, o Expected Chance (EC) demonstra a média do ganho caso este ocorra. Linha de mercado de capitais (CML) Diante da CML, os retornos abaixo de L são tidos como perda, enquanto retornos acima de L serão tratados como ganhos. Vasconcelos (2016) apud (Keating e Shadwick 2002) determinam que, a partir deste ponto, o retorno limite L, escolhido pelo investidor representativo, será tratado como um custo de oportunidade desse investidor e, que, somente haverá lucro econômico caso existam ganhos superiores a este custo. Isto é, se o custo de oportunidade do investidor representativo é L, então se pressupõe que exista alguma forma deste investidor ter um retorno certo que seja exatamente L. Os valores de EC e ES desta oportunidade que rende L. serão: ECL = E[Max (X – L; 0] = 0 ESL = E[Max (L – X; 0] = 0 Para que haja compatibilidade entre a CML Ômega e a CML original, torna-se necessário a exibição de um portfólio que apresente uma carteira da fronteira eficiente Ômega, bem como um ativo sem risco. Vasconcelos (2016, p. 30) seja α > 0 a proporção da renda investida na carteira de mercado, m, então: ECp = E[Max α{Rm + (1 – α)L-L; 0}] ESp = E[Max α{Rm - (1 – α)L; 0}] No entanto, para que só exista uma CML, é preciso pressupor que os investidores tenham expectativas homogêneas com relação a EC e ES, que são funções de L. O custo de oportunidade dos investidores Gestão de Riscos em Investimentos22 também deve ser homogêneo para que exista um único conjunto de oportunidades. Esse conjunto único poderia ser assumido se todos os investidores reconhecem a taxa básica de juros de uma economia (rf) como seu custo mínimo de oportunidade (L) (Vasconcelos, 2016, p. 32). Linha de segurança de mercado (SML) A linha de mercado de segurança (SML) é uma linha delineada em um gráfico que serve como uma representação gráfica do modelo de precificação de ativos de capital (CAPM), que mostra diferentes níveis de risco sistemático ou de mercado de vários títulos negociáveis conspirados contra o retorno esperado de todo o mercado em um determinado momento. Também conhecida como a “linha característica”, o SML é um visual do modelo de precificação de ativos de capital (CAPM), onde o eixo x do gráfico representa risco em termos de beta e o eixo y do gráfico representa o retorno esperado. Veremos abaixo a representação da SML. Figura 8: Linha de Segurança de Mercado Fonte: Vasconcelos (2013, p. 37) Se uma carteira apresentar o mesmo nível de risco da carteira de mercado, a SML possibilitará que seja considerado comparar o portfólio com a CML. Haja vista que o retorno justo esperado também levará em conta um único preço do risco de mercado. Porém, caso o objetivo seja comparar ativos individuais, visando mensurar o retorno de equilíbrio desses ativos, Vasconcelos (2016, p. 33) diz que é preciso avançar um pouco mais até a SML Ômega. Seja m a Gestão de Riscos em Investimentos 23 carteira de mercado que faz com que a CML tangencie a fronteira ótima, e i um outro ativo qualquer considerado isoladamente. Suponha um portfólio p que seja composto pela carteira de mercado m e pelo ativo i: ECp = E[Max{ α Ri + (1 – α)Rm-L; 0}] ESp = E[Max{L-( α Ri + (1 – α) Rm); 0}] RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter conhecido o downside do modelo de precificação de ativos de capital que é amplamente utilizado no planejamento da gestão de riscos. Bem como as ferramentas da medida ômega e das linhas de mercado e de segurança, cujas premissas são voltadas às análises das médias e variâncias utilizadas na análise de investimentos. Gestão de Riscos em Investimentos24 Modelo de precificação de ativos de capitalexpandido INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você será capaz de sobre a importância da utilização desta variação do modelo de precificação de ativos de capital na análise de investimentos, tendo em vista a relação com fatores intrínsecos aos países onde as operações financeiras serão realizadas. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! O CAPM, como objeto de estudo, apresentou inúmeras determinações e trabalhos acerca da validade e aplicabilidade da teoria. Neste sentido, o trabalho de Godfrey e Espinosa (1996) propõe um quadro prático que pode ser usado para determinar as taxas de desconto e precificação de ativos, na avaliação de oportunidades de investimento em mercados emergentes. Figura 9: Tipos dos principais riscos que afetam a maior parte dos países em desenvolvimento Fonte: O autor, adaptado de Godfrey e Espinosa (1996) Gestão de Riscos em Investimentos 25 Este modelo é baseado no conceito de aplicação de um fator de correção que não seja possível a sua alteração em detrimento do tempo. É apresentado um fator corretivo de índice 0,60 O modelo tenta contornar o problema através da aplicação de um fator de correção de 0,60, sendo considerado no cálculo do crédito páis, de modo que não haja alteração naquele. Eis o modelo de Godfrey e Espinosa (1996): Ri = Rf ,US + RC + (σL/σUS)(Rm ,US – Rf ,US) x 0,60 Onde: Ri = retorno esperado de um ativo; Rf ,US = taxa livre de risco dos EUA; RC = prêmio de risco-país; σL = desvio padrão do retorno do mercado local; σUS = desvio padrão do retorno do mercado dos EUA; Rm ,US = retorno do mercado dos EUA. Uma característica importante na gestão de riscos é a particularidade de cada país que deve ser levada em consideração. No caso de países emergentes, podemos inferir mais de uma característica capaz de apresentar um impacto significativo na gestão de risco. Para tanto, a figura abaixo, de acordo com Fellet (2016, p. 30) apud Lessard (1996), assevera o seguinte: Figura 10: Riscos dos países emergentes Fonte: O autor adaptado de Fellet (2016, p. 30) apud Lessard (1996) Gestão de Riscos em Investimentos26 O Modelo de Lessard (1996) determina que as economias com alto índice de risco advêm de países emergentes. Fellet (2016, p. 30) apud Lessard (1996) entendem que: Um prêmio suplementar é atribuído aos mercados emergentes, muitas vezes de forma arbitrária, já que tais ajustes podem não refletir adequadamente as informações sobre a natureza desses riscos, ou a capacidade de gerenciamento desses riscos. Visto que, podem ser tomadas ações para reduzi-los, sendo capazes de transferir algumas das exposições a riscos específicos, como operações de hedge de câmbio, ou seguro contra risco político. Esse risco político se relaciona tanto à incerteza econômica dos governos locais como às políticas de regulação locais. Não obstante a existência de premissas para que a validação do modelo de precificação de ativos de capital seja efetivada, existem fatos que, caso se concretizem, acabam dificultando tal tarefa. Segundo Lessard (1996), existe violações daquelas premissas que dão suporte ao modelo de precificação de ativos de capital, são: Figura 11: Violações das premissas que permeiam o CAPM Fonte: O autor, adaptado de Lessard (1996). Segundo Fellet (2016, p. 30) apud (LESSARD, 1996; PEREIRO, 2002), o beta captura o efeito dos riscos de mercado dos países-alvo, mas eles não refletem os impactos potenciais sobre fluxos de caixa esperados, riscos como ação expropriatória, inadimplência e assim por diante. O ideal Gestão de Riscos em Investimentos 27 é que o impacto de tais riscos seja estimado por combinar avaliações de especialistas de possíveis eventos e cenários com as estimativas do fluxo de caixa os impactos de cada um destes e não obrigatoriamente por meio de sua inclusão na taxa. ACESSE: Na estimativa de riscos, uma das vertentes a serem analisadas é a situação de cenários encontrados nos países cujos capitais são objetos de negociação. Nestes cenários, temos a condição das ações expropriatórias ou ações de desapropriação, cujo intuito é a destituição da propriedade de outrem. Em determinadas situações, a propriedade pode ser transferida para o poder público mediante a supremacia do interesse público sobre o privado. Quer saber mais sobre isso, acesse: https://bit.ly/2OJLrRn Dessa forma é incluído o risco-país como é apresentado no modelo: Ri = Rf ,US + RC + βc L ,US βUS (Rm ,US – Rf ,US) Onde: Ri = retorno esperado de um ativo; Rf ,US = taxa livre de risco dos EUA; RC = prêmio de risco-país; βc L ,US = beta do país e o retorno do mercado local; βUS = beta dos EUA; Rm ,US = retorno do mercado dos EUA. Não considerando a moeda nem a nacionalidade, ao analisar o modelo CAPM Global, toma-se o conceito de que o risco e retorno devem ser analisados como um trade-off de todos os ativos. Dado que a volatilidade de um índice global é menor do que a de um índice nacional, uma empresa com uma maior correlação com o índice global que com o índice nacional terá um aumento do beta global. Essa estimativa representa o risco sistemático da empresa, dentro de uma carteira de títulos globalmente diversificada. https://bit.ly/2OJLrRn Gestão de Riscos em Investimentos28 Fellet (2016, p. 32) apud Mariscal e Hargis (1999) relatam a relevância do risco na precificação dentro do mercado de ações, através da seguinte situação: Os elevados níveis de volatilidade do mercado tornam medidas com base em indicadores de mercado contemporâneos altamente instáveis e o histórico limitado faz com que seja impossível determinar tendências a longo prazo. Assim é desenvolvido um modelo com base em variáveis fundamentais do local e do mercado global. O estudo de Mariscal e Hargis (1999) contribui com estimativas de longo prazo de taxas de desconto para 23 mercados emergentes. A metodologia pode ser usada em qualquer país, sendo o requisito básico: um conjunto de âmbito nacional e global de indicadores financeiros e econômicos. O modelo foi especificado como: Ri = Rf ,US + RC + (σL/σUS) + βLL(Rm ,US – Rf ,US) (1-R) +Rid Onde: Ri = retorno esperado de um ativo; Rf ,US = taxa livre de risco dos EUA; SAIBA MAIS: Na linguagem de operações financeiras, temos o termo trade-off que assume a tradução de perde e ganha, isto é, num contexto geral, as empresas devem abrir mão de algo em algum momento para que em outro momento elas possam lograr vantagem. Dentro das análises efetuadas na gestão de riscos, o trade-off é comumente utilizado no dia a dia e, por se tratar de uma decisão importante, muitos fatores envolvidos são levados em consideração. Numa outra acepção do termo trade-off, podemos considerá-lo no contexto estratégico, haja visto o resultado poder demandar um período de tempo maior do que o esperado. Para saber mais sobre trade-off acesse: https://bit.ly/3bqbN4D https://bit.ly/3bqbN4D Gestão de Riscos em Investimentos 29 RC = prêmio de risco-país; σL = desvio padrão do retorno do mercado local; σUS = desvio padrão do retorno do mercado dos EUA; βLL = beta local em relação ao índice do mercado local; Rm ,US = retorno do mercado dos EUA; R = é a correlação entre o retorno do mercado local e o título de dívida do governo usado para medir o risco país. Pereiro (2001) assume que a diversificação do portfólio com variação geográfica, através da integração entre os mercados financeiros acaba com o risco país e acaba segmentando as economias de países emergentes. No entanto, em razão da segmentação, faz-se necessário a utilização do CAPM Local. Eis o modelo apresentado: Ri = Rfg + Rc +βLL (RmL – RfL) Onde: Ri = retorno esperado de um ativo; Rfg = taxa livre de risco global; Rc = prêmio de risco país; βLL = beta local em relação ao índice de mercado local; RmL = retorno de mercado local; RfL = taxa livre de mercado local. O CAPM é uma metodologia a serutilizada em mercados estáveis, e as conclusões favoráveis ao CAPM deveriam ser reavaliadas em mercados emergentes como é o caso do mercado brasileiro. Seu estudo descreve um modelo que utiliza padrões de benchmark, e descreve os ajustes necessários às empresas brasileiras, incorporando ao cálculo o risco-país e utilizando valores de referência extraídos de uma economia mais estável como a dos Estados Unidos (FELLET, 2016 p. 36) apud ASSAF NETO et al (2008). Gestão de Riscos em Investimentos30 Para Fellet (2016, p. 37) apud Assaf Neto et al (2008): O cálculo do prêmio de risco de mercado com base em dados históricos em países emergentes como o Brasil apresenta problemas referentes à confiabilidade das informações e volatilidade. Alguns fatores são críticos, como o longo período de altas taxas de inflação, a dispersão da rentabilidade da carteira de mercado de ações e sua concentração em poucas ações. No modelo proposto, o prêmio pelo risco de mercado refere- se à economia dos Estados Unidos, acrescido de uma medida do risco-país. O risco-país procura refletir o risco da economia do país, cuja proxy é a diferença entre as taxas de remuneração do bônus do governo norte-americano (T-Bond) e o bônus do governo brasileiro (C-Bond) e pode ser entendido como um spread pelo risco de inadimplência. No mercado financeiro, quando o valor de venda de um ativo financeiro (títulos, ações ou transações financeiras) é maior do que o valor de compra, damos o nome de SPREAD. No Brasil, o resultado obtido entre a taxa de empréstimos e a média ponderada das taxas de captação dos certificados de depósitos bancários também é considerado spread (CVM, 2017). SAIBA MAIS: O benchmarking é uma referência de ferramenta a ser utilizada como condicionante de melhoria de eficiência. Sua utilização é baseada em comparações e analogias que possam retratar através de pesquisas cujos gestores consideram diferenciais para a atuação no seu ramo. O benchmarking pode ser utilizado tanto na análise de comportamento, cultura organizacional, produtos e serviços e até a sistemática de trabalho de uma organização como um todo. Quer saber mais sobre benchmarking? Acesse: https://bit.ly/2OGunMc https://bit.ly/2OGunMc Gestão de Riscos em Investimentos 31 Ao incorporar o risco país com referências da economia americana, utiliza-se a técnica de benchmark com o intuito de se adaptar o modelo CAPM ao mercado brasileiro. Sendo assim, de acordo com Assaf Neto et al (2008), eis a fórmula elaborada: Ri = Rf ,US + Βu (Rm ,US – Rf ,US) + Rc Onde: Ri = retorno esperado de ativos; Rf ,US = taxa livre de risco dos EUA Βu = beta médio desalavancado de empresas do mesmo setor dos EUA, alavancado com a estrutura de capital média do setor no Brasil. (Rm ,US – Rf ,US) = prêmio de mercado dos EUA; Rc = prêmio de risco-país. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a gestão de riscos, particularmente em relação aos investimentos, depende de um planejamento detalhado e da identificação dos fatores que podem comprometer as operações com os ativos. Gestão de Riscos em Investimentos32 Modelo dos três fatores INTRODUÇÃO: Ao término deste capítulo você poderá identificar metodologias que auxiliam a análise de carteiras de investimentos, sobretudo quando utilizamos comparações através do tamanho, valores de mercado e patrimoniais. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Em se tratando do beta de mercado, evidenciamos a existência de mais fatores influenciadores em relação aos retornos esperados das ações. Assim sendo, Fellet (2016, p. 52) apud Fama e French (1992) Com base nesse cenário: Investigaram a explicação dos retornos de alguns fatores associados a características das empresas, tais como: tamanho, representado pelo valor de mercado (VM), índice book-to- market ou relação valor patrimonial/valor de mercado (VP/VM), alavancagem, relação lucro/preço por ação. Eles constataram que tais variáveis conseguiam capturar parcela relevante do retorno das carteiras não explicada pelo beta do CAPM. Entretanto não há necessidade de usar todas as variáveis em conjunto, já que algumas delas são correlacionadas. Para Fama e French (2007), a covariância é mais perceptível retornando nas ações de pequenas empresas do que nas de grandes empresas, tudo isso baseado, também, na verificação dos índices book-to-market. Assim sendo, destacam ainda que em se tratando de tamanho e índice book- to-market, os ricos apresentados não são considerados diversificáveis. Nesta esteira de resultados, Fellet (2016, p. 44) apud Fama e French (1993) propuseram que: O uso de um modelo de três fatores para explicar o retorno das ações destacaria o primeiro fator a tratar do excesso de retorno da carteira de mercado de referência em relação ao Gestão de Riscos em Investimentos 33 ativo livre de risco denominado fator mercado, sendo similar ao utilizado no CAPM. São acrescidos mais dois fatores: o fator tamanho que é a diferença entre o retorno da carteira de ações de empresas pequenas (baixo valor de mercado) e grandes (alto valor de mercado). O fator tamanho é conhecido como Small Minus Big (SMB), o outro fator trata da diferença entre os retornos da carteira de ações de empresas de alta capitalização e da carteira composta por empresas de baixa capitalização. Sendo representada pelo índice book-to-market, ou seja, a razão entre o valor contábil e o valor de mercado) conhecido como High Minus Low (HML). SAIBA MAIS: A média Price/Book é tida como uma razão entre o valor patrimonial efetivo e o valor de mercado, lembrando que esta apuração, no que diz respeito ao valor patrimonial, as informações são apuradas através dos livros obrigatórios e dos relatórios contábeis. Esta média também é conhecida como “book – to – Market”. Os resultados obtidos demonstram o quanto a empresa representa para o mercado financeiro. Isto é, se a proporção aferida for maior do que 1, significa que a valorização da empresa é maior do que aquilo que os relatórios apontam. De outro lado, se se a proporção aferida for menor do que 1, significa que a valorização da empresa é menor do que aquilo que os relatórios apontam. Para saber mais sobre o assunto acesse: https://bit.ly/2Sfe5vL A equação do modelo é apresentada a seguir: R i = Rf + β(Rm – Rf) + s(SMB) + h(HML) Onde: Ri = retorno esperado de um ativo; Rf = retorno do ativo livre de risco; https://bit.ly/2Sfe5vL Gestão de Riscos em Investimentos34 Rm = taxa esperada de retorno sobre o portfólio geral do mercado; (Rm – Rf) = taxa do prêmio relativo ao risco de mercado. SMB = prêmio pelo fator tamanho; HMB = prêmio pelo fator book-to-market B, s e h = representam as sensibilidades em relação aos fatores mercado, tamanho e valor contábil/valor de mercado, respectivamente. As empresas com altos índices book-to-market são mais prováveis de estarem em dificuldades financeiras e que as pequenas empresas podem ser mais sensíveis a mudanças nas condições da economia Fellet (2016) apud Fama e French (1993). Fellet (2016) consigna que a inclusão do efeito tamanho foi documentada originalmente por Banz (1981), que constatou que o desempenho histórico de carteiras formadas por ações de acordo com o tamanho da empresa, sendo medido, também, pelo valor de mercado. CARTEIRAS DE EMPRESAS DE BAIXO VALOR DE MERCADO RETORNOS MÉDIOS ↑ CARTEIRAS DE EMPRESAS DE ALTO VALOR DE MERCADO RETORNOS MÉDIOS ↓ Fonte: Fama e French (1993). Figura 12: Gráfico do modelo de três fatores Fonte: www.clubedefinancas.com.br http://www.clubedefinancas.com.br Gestão de Riscos em Investimentos 35 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora,só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a utilização do modelo dos três fatores contribui para que a prática da análise de investimentos seja permeada por uma gestão de riscos eficiente. Gestão de Riscos em Investimentos36 BIBLIOGRAFIA B3 - Brasil Bolsa Balcão. Disponível em: <https://bit.ly/3datAfY. Acessado em: 06/12/2019. Comissão de Valores Mobiliários, Análise de Investimentos: Histórico, Principais Ferramentas e Mudanças Conceituais para o Futuro. Associação de Analistas e Profissionais de Investimentos no Mercado de Capitais - APIMEC; Comissão de Valores Mobiliários. Rio de Janeiro: CVM, 2017. Comissão de Valores Mobiliários, Mecanismos para Acesso a Recursos para Investimento. Disponível em: https://bit.ly/30QQINP. Acessado em: 04/12/2019. Comissão De Valores Mobiliários, CVM. Brasil, 2020. Disponível em: www.cvm.gov.br. Acesso em: 10/12/2019. ESTRADA, J. Systematic Risk in Emerging Markets: The D-Capm. Emerging Markets Quarterly. New York, v. 14, n. 6, p. 365-379, Spring 2002. Fellet, B. G. Avaliação de Modelos de Precificação de Ativos no Mercado Acionário Brasileiro. Bianca Gabriel Fellet – Brasília, DF, 2016. 99 p. Guimarães. F. G., RISCO DE MERCADO. Setembro 2014. Disponível em: https://bit.ly/2YHQYfC. Acessado em 19/12/2019 LEMES JÚNIOR, A. B.; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. P. M. S. Administração Financeira: Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. Lessard, D. incorporating Country Risk in the Valuation of Offshore Projects. Journal of Applied Corporate Finance Vol. 9, No. 3 (1996): 52-63 LINTNER, J. The valuation of risk assets and the selection of risky investments in stock portfolios and capital budgets. Review of Economics and Statistics. Cambridge, MA, USA, v.47, n.1, p.13-37, Feb. 1965. Paiva, F. D. Modelos de Precificação de Ativos Financeiros de Fator Único: Um Teste Empírico dos Modelos Capm e D-Capm. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v. 12, n. 2, p. 49-65, abril/junho 2005. http://www.cvm.gov.br http://doi.org/10.1111/j.1745-6622.1996.tb00298.x http://doi.org/10.1111/j.1745-6622.1996.tb00298.x Pedro Libaldi Neto Gestão de Riscos em Investimentos Modelo de precificação de ativos de capital O downside do modelo de precificação de ativos de capital, a medida ômega, a linha de mercado de capitais e a linha de segurança de mercado Downside do modelo de precificação de ativos de capital A medida ômega Linha de mercado de capitais (CML) Linha de segurança de mercado (SML) Modelo de precificação de ativos de capital expandido Modelo dos três fatores
Compartilhar