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Análise e avaliação de impactos ambientais

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ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE 
IMPACTOS AMBIENTAIS
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1.
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2
Bárbara Almeida Souza
Londrina 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
2020
ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS 
AMBIENTAIS
1ª edição
3
2020
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada
Paulo de Tarso Pires de Moraes
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Nirse Ruscheinscky Breternitz
Revisor
Ana Cobalchini
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Gilvânia Honório dos Santos
Hâmila Samai Franco dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
__________________________________________________________________________________________ 
Souza, Bárbara Almeida
S729p Análise e avaliação de impactos ambientais/ Bárbara 
Almeida Souza, – 
 Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2020.
 43 p.
 ISBN 978-65-86461-16-9
1. Impactos Ambientais. 2. Poluíção. I. Souza, Bárbara Almeida. Título. 
 
CDD 304.2
____________________________________________________________________________________________
Thamiris Mantovani CRB 8/8753
© 2020 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
4
SUMÁRIO
Conceitos e introdução à avaliação de impacto ambiental __________ 05
Etapas e quadro legal da avaliação de impacto ambiental __________ 20
Metodologias em avaliação de impactos ambiental e a participação 
pública _____________________________________________________________ 34
Estudo de impacto ambiental e o processo de licenciamento ambiental 
______________________________________________________________________ 51
ANÁLISE E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS
5
Conceitos e introdução à 
avaliação de impacto ambiental
Autoria: Barbara Almeida Souza
Leitura crítica: Ana Beatriz Ulhoa Cobalchini
Objetivos
• Apresentar e discutir conceitos fundamentais para 
compreensão da prática de Avaliação de Impactos 
Ambientais (AIA).
• Compreender como é feita a classificação e 
categorização de impactos ambientais.
• Iniciar a discussão sobre a valoração de impactos 
ambientais, etapa fundamental para os estudos de 
impactos ambientais.
6
1. Introdução e conceitos fundamentais
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) se insere no âmbito do 
planejamento ambiental como um mecanismo preventivo para 
subsidiar a tomada de decisão do poder público acerca de projetos de 
desenvolvimento, segundo Sánchez (2013).
A implementação da AIA decorre da busca por soluções para conciliar 
o desenvolvimento econômico e social com as preocupações frente 
às condições de degradação dos ecossistemas e da biodiversidade. 
Tal abordagem requer a inserção das dimensões ambiental, social 
e econômica, nas relações de apropriação dos recursos naturais e 
modo de vida visando a sustentabilidade, ou seja, consideração dos 
pilares de proteção ambiental, justiça social e viabilidade econômica no 
planejamento de atividades econômicas, segundo Souza (2019).
Para compreender o processo de AIA é fundamental que os profissionais 
conheçam os termos utilizados. Apesar de o termo impacto ambiental 
e outros correlatos serem amplamente utilizados e encontrados com 
frequência nas mídias, é necessário compreender as definições da 
literatura técnica para sua correta aplicação.
Sob esta perspectiva, há uma série de termos de grande importância 
para compreensão da prática de AIA, que você conhecerá nos itens a 
seguir.
1.1 Degradação ambiental
É frequente a utilização do termo degradação quando há referência 
às paisagens alteradas pelas atividades antrópicas. A degradação 
ambiental pode ser entendida como um processo de redução 
da qualidade ambiental, em um nível que possa causar estresse 
significativo à sociedade por meio das restrições físicas e sociais 
7
que exerce sobre as opções produtivas disponíveis. Portanto, está 
relacionada a uma mudança ou perturbação de causa humana onde 
são verificadas a redução das condições naturais ou do estado de 
um ambiente, de acordo com Johnson et al. (1997).
A legislação brasileira, por meio da Lei da Política Nacional do Meio 
Ambiente (BRASIL, 1981) considera degradação ambiental como 
“alteração adversa das características do meio ambiente” (art. 3°, 
inciso II). Tal definição é considerada muito ampla, abrangendo 
também a noção de poluição, já que considera prejuízo à saúde, 
à segurança, ao bem-estar das populações, às atividades sociais e 
econômicas, à biosfera e às condições estéticas ou sanitárias do 
meio, segundo Sánchez (2013).
Sob a perspectiva prática, degradação ambiental corresponde ao 
impacto ambiental negativo e é utilizado para qualificar áreas 
que se apresentam alterações adversas dos processos, funções 
ou componentes ambientais. Por exemplo, uma área utilizada 
por atividades de silvicultura, como apresenta a Figura 1, pode 
possui áreas em que o solo foi intensamente alterado e gerando 
degradação do corpo hídrico, podendo ser classificada como área 
degradada.
8
Figura 1 – Exemplo de área degradada pela silvicultura
Fonte: blew_i/ iStock.com. 
1.2 Risco ambiental
O conceito de risco é utilizado em diversas áreas, sendo adaptado de 
acordo com seu contexto de aplicação, como investimentos financeiros, 
segurança do trabalho e geotécnicos, por exemplo. Portanto, de 
forma geral, o termo é associado ao potencial, susceptibilidade, 
vulnerabilidade, sensibilidade ou danos potenciais de um evento.
O risco ambiental remete à possibilidade de ocorrência de eventos 
danosos ao ambiente. Consideram-se riscos ambientais os agentes 
físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho 
que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo 
de exposição, são capazes de causar danos à saúde humana e dos 
ecossistemas.
https://www.istockphoto.com/br/portfolio/blew_i?mediatype=photography
9
1.3 Acidente ambiental
Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB, 
2003), o conceito de acidente é compreendido como um evento anormal 
e indesejado, com potencial para causar danos diretos ou indiretos à 
saúde humana, ao meio ambiente ou a outro bem a proteger.
Os acidentes podem ser divididos em duas categorias: I) naturais, 
ocorrências causadas por fenômenos da natureza, como por exemplo, 
terremotos, maremotos e furacões, entre outros; e II) tecnológicos, 
ocorrências geradas pelas atividades potencialmente impactantes 
desenvolvidas pelo homem, como vazamento ou lançamento 
inadequado de substâncias (gases, líquidos ou sólidos) para a atmosfera, 
solo ou corpos d’água, incêndios florestais ou em instalações industriais.
Há casos emblemáticos de acidentes decorrentes da ação antrópica, 
ou seja, daquelas realizadas pela ação humana. Citam-se os casos dos 
acidentes: Minamata (1954, Japão) – onde o despejo de mercúrio e 
outros metais pesados por uma indústria muito influente da região, 
causou a contaminação da fauna aquática e provocou doenças na 
comunidade local; Bhopal (1984, Índia) – um vazamento em uma 
fábrica de agrotóxicos gerou emissão atmosférica de mais de quarenta 
toneladas de gases tóxicos, causando mortes de habitantes; Exxon 
Valdez (1989, Alasca) – a colisãode um navio petroleiro provocou um 
derramamento de óleo (cerca de quarenta milhões de litros de petróleo), 
contaminando mais de dois mil quilômetros de praias e causando a 
impactos na fauna aquática e prejuízos econômicos, segundo Souza 
(2019).
Mais recentemente, dois acidentes ambientais provenientes do setor de 
mineração marcaram a história brasileira, o rompimento das barragens 
de rejeitos de mineração de ferro, ambos no estado de Minas Gerais: as 
barragens de Fundão, em Mariana (2015); e do Córrego do Feijão, em 
Brumadinho (2019). Tais acidentes ambientais causaram significativos 
10
impactos socioambientais em diversos municípios, conforme percorria 
o trajeto da massa de rejeitos provocado pelo rompimento da barragem 
e da ação da gravidade. Tais acidentes foram considerados os maiores 
acidentes ambientais brasileiros até o momento.
1.4 Impacto ambiental
Antes de conceituar o termo impacto ambiental, que é foco desta 
disciplina, perceba o valor que a palavra impacto possui. Em uma 
consulta a um dicionário de Língua Portuguesa, você pode verificar que 
impacto assume o significado proveniente da física, que seria choque, 
ou seja, o efeito de uma ação e de forma mais ampla, ato ou efeito de 
embater. Assim, expandindo este entendimento, pode-se admitir que 
o termo impacto ambiental seja o efeito que uma ação produz sobre o 
meio ambiente.
Essa interpretação pode ajudar no esclarecimento geral que ajuda 
leigos, porém, é necessário que você compreenda em uma perspectiva 
científica e técnica.
Parte-se das seguintes premissas: a primeira é que os ambientes 
são dinâmicos, ou seja, estão sujeitos a mudanças nos parâmetros 
ambientais; outra premissa é que determinadas atividades humanas 
têm potencial de alterar os parâmetros ambientais. Considerando 
o exposto, o impacto ambiental pode ser entendido a partir da 
comparação de duas situações, de acordo com Wathern (1988): a 
primeira é como a área se comportaria se a atividade não tivesse sido 
iniciada; já a segunda situação, considera a implantação da atividade.
A partir disso, autores consideram que impacto é a diferença entre o que 
aconteceria com a ação e o que aconteceria sem ela.
Cabe esclarecer que impactos ambientais são resultantes das atividades 
humanas. Portanto, as alterações decorrentes de fenômenos naturais 
11
não são consideradas impactos ambientais. No entanto, os impactos das 
ações antropogênicas, como o aumento das emissões de gases de efeito 
estufa, tem potencial de alterar fenômenos naturais climatológicos, 
como maior incidência de eventos extremos, sejam de seca ou de 
tempestades e furacões, segundo Souza (2019).
A presente disciplina adota a definição de impacto ambiental como 
a alteração da qualidade ambiental que resulta da modificação de 
processos naturais ou sociais provocada por ação humana, segundo 
Sánchez (2013). Assim, a AIA pode ser entendida, como processo de 
identificar as consequências futuras de uma ação presente ou proposta 
pela comunidade humana.
A noção de impacto ambiental abrange os efeitos adversos (negativos) 
e também os benéficos (positivos). De forma prática, um impacto 
ambiental é produzido quando uma ação ou atividade implica na 
alteração do ambiente ou de algum de seus componentes. Essa ação ou 
atividade pode ser um programa, um projeto de engenharia, um plano, 
uma lei ou uma disposição administrativa com repercussões ambientais.
Importante destacar que impacto ambiental é diferente de poluição 
ambiental. Existe confusão entre os termos, mas poluição é a emissão 
de matéria ou energia além da capacidade assimilativa do meio. 
Portanto, toda poluição causa impacto ambiental, mas nem todo 
impacto ambiental tem a poluição como causa, de acordo com Sánchez 
(2013).
1.5 Aspecto ambiental
O termo aspecto ambiental é muito empregado no contexto de Sistema 
de Gestão Ambiental (SGA) e, apesar de ser prático, muitas vezes, se 
confunde na sua aplicação.
12
Sua clássica definição vem das normas da ISO 14.001 (ISO, 2015), que 
explica que aspecto ambiental, é o elemento das atividades, produtos ou 
serviços de uma organização, que pode interagir com o meio ambiente.
Para fixar o conceito, considere que as ações desenvolvidas para a 
implantação de um loteamento podem alterar os processos ambientais 
da área, por exemplo, atividade de uso de água pressupõe um consumo 
de recursos naturais (hídricos), este é considerado um aspecto 
ambiental, que, por sua vez, provoca impactos adversos, como a 
redução da disponibilidade de recursos.
Nesse contexto, um aspecto ambiental também pode causar mais de um 
impacto ambiental, no exemplo citado, o consumo de recursos hídricos, 
pode levar a alteração da biota aquática.
2. Processo de identificação, classificação, 
categorização e valoração dos impactos 
ambientais
Considerando os conceitos básicos apresentados, a AIA é o processo 
de identificação, previsão, avaliação e mitigação dos efeitos biofísicos, 
sociais e outros efeitos relevantes das propostas de desenvolvimento 
antes da tomada de decisão e estabelecimentos de compromissos.
De forma convergente, Canter (1996) conceitua AIA como a identificação 
e a avaliação sistemática do impacto potencial (efeitos) dos projetos 
propostos, planos, programas ou medidas legislativas sobre os 
componentes físico-químicos, biológicos, culturais e socioeconômicos do 
ambiente. Em complemento, Erickson (1994), postula que a AIA pode ser 
vista como um processo de identificação e avaliação das consequências 
das ações humanas no meio ambiente e, quando apropriado, apresenta 
medidas mitigadoras para essas consequências.
13
Nessa perspectiva, as atividades seguintes fazem parte do processo de 
AIA: de I) identificação; II) previsão da magnitude; III) avaliação da 
importância, ou seja, valoração dos impactos.
2.1 Identificação e classificação de impactos
Em uma adequada AIA, a identificação de impactos ocorre em diferentes 
fases: I) preliminar ao detalhamento do estudo ambiental, que 
identifica os impactos prováveis do projeto analisado; II) após o 
estudo ambiental, que identifica os impactos potenciais; III) após a 
implantação/operação do projeto, que identifica os impactos reais de 
um projeto.
A identificação preliminar de impactos é considerada uma atividade 
importante para o direcionamento de um estudo ambiental, ou seja, o 
foco que se pretende dar nas investigações dos meios físico (solo, água 
e ar), biótico (flora e fauna) e social (aspectos antrópicos). Sua realização 
parte da formulação de hipóteses acerca das modificações ambientais 
a serem direta ou indiretamente induzidas pelo projeto em análise, de 
acordo com Sánchez (2013). Utiliza-se a consulta de estudos anteriores, 
conhecimento acumulado dos profissionais da área e também a 
literatura científica, manuais e publicações especializadas em avaliação 
de impacto.
A identificação dos impactos decorrentes da implantação do 
empreendimento deve ser sistemática, correlacionando cada ação (ou 
atividade) componente do empreendimento com um ou mais impactos 
ambientais, segundo Souza (2019).
Quando o estudo ambiental é realizado, há mais informações acerca 
das condições ambientais e sociais (diagnóstico) das áreas em que se 
insere o projeto, em razão da apresentação dos projetos ou escopos 
de instalação serem definidos com maior exatidão. E dessa forma, é 
14
possível revisitar os impactos preliminares, a fim de constatar se a lista 
de impactos está condizente com as informações geradas.
Nesse mesmo contexto, na operação do projeto, em que é conduzida 
a fase de acompanhamento da AIA, o empreendedor deve revisar e 
avaliar os impactos reais, incluindo outros que surjam ou suprimindo 
os que não tenha confirmada sua ocorrência. Assim, é possível avaliar 
se há impactos que não foram previstos nos estudos ambientais e, 
consequentemente, implantar medidas de mitigação destes.
Após identificados, os impactos deverão ser classificados. Há uma série 
de critérios amplamente difundidos ediscutidos na literatura, como, 
Erickson (1994): probabilidade de ocorrência; magnitude; duração; 
reversibilidade; relevância com respeito a determinações legais e 
distribuição social dos riscos e benefícios. A Tabela 1 apresenta alguns 
exemplos de critérios para a classificação de impactos.
Outros autores, segundo Sánchez (2013) também consideram critérios: 
possibilidade de recuperação do ambiente afetado; importância 
do ambiente afetado; nível de preocupação pública e repercussões 
políticas.
A prática local recomenda que, na composição dos critérios para 
atribuição da importância dos impactos ambientais, também se observe 
os dispositivos legais sobre os biomas brasileiros, bens tombados 
(considerando-se as premissas de patrimônio estabelecidas por 
órgãos como o Instituto do Patrimônio Humano e Natural – IPHAN ou 
a Fundação Nacional do Índio–FUNAI, seja pelas áreas ocupadas por 
comunidades tradicionais) e outros recursos ambientais valorizados.
Quadro 1 – Exemplos de critérios para a classificação de impactos
 
Critério para classificação
 
Descrição
15
 
Tipo 
 
Refere-se à consequência do 
impacto, podendo direto, aqueles 
decorrentes da implantação ou 
operação do empreendimento; 
ou indireto, que são decorrentes 
de desdobramentos dos impactos 
diretos. 
 
Categoria
 
Considera sua classificação em 
negativo, quando há efeito adverso; 
ou positivo, quando há efeito 
benéfico. 
 
Área de abrangência
 
Refere-se sua abrangência 
espacial, de acordo com as escalas 
estabelecidas pelo estudo de 
impacto ambiental, que pode ser: 
local, quando o impacto ocorre ou 
se manifesta na área diretamente 
afetada pelo empreendimento 
ou na área de influência direta 
definida para o empreendimento; 
regional, quando o impacto 
ocorre ou se manifesta na área de 
influência indireta definida para o 
empreendimento; ou estratégico, 
quando o impacto se manifesta 
em áreas que extrapolam as áreas 
de influência definidas para o 
empreendimento. 
16
 
Duração ou temporalidade
 
Refere-se ao tempo de duração do 
impacto na área, variando como: 
temporário, quando o impacto 
cessa a manifestação de seus efeitos 
em um horizonte temporal definido 
ou conhecido; ou permanente, 
quando um impacto se estende além 
de um horizonte temporal definido 
ou conhecido.
Fonte: Ecoconservation (2017).
2.2 Previsão da magnitude e avaliação da importância
Um projeto pode ter uma lista grande e variada de impactos ambientais. 
Diante da complexidade dos projetos e também da disponibilidade de 
recursos financeiros e humanos, questiona-se: todos devem ser tratados 
da mesma forma?
A prática orienta que não, cada impacto possui características e 
comportamentos distintos e o processo de AIA deve ser conduzido 
para identificar, analisar, prevenir, reduzir ou compensar os impactos 
significativos.
A definição do que é impacto, significativo ou não, é complexa e 
está sujeita a grande subjetividade. Admite-se a consideração das 
características ecológicas e valores culturais e também a percepção do 
público em geral, ou seja, está ligado a subjetividade.
A previsão da magnitude em um processo de AIA significa atribuir um 
grau da importância ou significância dos impactos ambientais, visando 
valorar, classificar ou hierarquizar os impactos identificados.
17
Essa atividade condicionada à qualidade da etapa de previsão 
de impactos, em que ocorre o levantamento de hipóteses sobre 
a magnitude e a intensidade dos potenciais impactos, na qual o 
embasamento técnico tende a reduzir a subjetividade.
A etapa de avaliação da importância dos impactos visa distinguir os 
impactos mais significativos dos demais, pois exatamente sobre os 
significativos se direciona a análise para a demonstração da viabilidade 
ambiental do projeto.
Um exemplo de determinação da importância dos impactos ambientais 
pode ser a partir da relação entre sua magnitude e a sensibilidade do 
ecossistema ou do meio social afetado.
O Quadro 2 demonstra essa relação: a magnitude (caracterizada como 
forte, média e fraca) constitui-se na avaliação da intensidade com 
que a ação altera o meio afetado, além da combinação e do balanço 
dos demais atributos de classificação. Já a sensibilidade, da área onde 
se manifesta um determinado impacto, pode ser determinada a partir 
das informações da área, apresentada no diagnóstico de uma área no 
estudo ambiental.
Quadro 2 – Exemplo de relação para avaliação do Grau de 
Importância dos impactos
 Magnitude
Sensibilidade Forte Média Fraca
Alta Grande Grande Média
Média Grande Média Pequena
Baixa Média Pequena Pequena
Fonte: elaborado pela autora.
18
Assim, o grau de importância é baseado nas relações possíveis de 
ocorrerem, conforme as classificações de magnitude e sensibilidade. 
Por exemplo, um impacto considerado como forte magnitude, 
incidindo sobre um fator ambiental de alta ou média sensibilidade, 
apresenta grau de importância grande. Já quando há o cruzamento 
entre forte magnitude e baixa sensibilidade, ou vice-versa, indica grau 
de importância médio para o impacto. Por fim, impactos de fraca 
magnitude, incidindo sobre fatores de baixa ou média sensibilidade, são 
considerados como grau de Importância pequeno.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. 
Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/LEIS/L6938.htm. Acesso em: 28 abr. 2020.
CANTER, L. W. Environmental impact assessment. 2. ed. New York: McGraw-Hill, 
1996.
COMPANHIA DE TECNOLOGIA E SANEAMENTO AMBIENTAL (CETESB). Manual 
(P4.261)–Orientação para a elaboração de estudos de análise de riscos. São Paulo, 
2003.
ECOCONSERVATION. EDP. RCA da Linha de Transmissão 230 kV Linhares 2 – São 
Mateus 2 e Subestação 230/138-13,8 kV São Mateus 2. 2017. Disponível em: 
https://iema.es.gov.br/Media/iema/Downloads/Relatorios_Tecnicos/2017.10.26%20
-%20Sum%C3%A1rio.pdf. Acesso em: 28 abr. 2020.
ERICKSON, P. A. A practical guide to environmental impact assessment. San 
Diego: Academic Press, 1994.
GLASSON, J.; THERÍVEL, R.; CHADWICK, A. Introduction to environmental impact 
assessment. London: Spon Press, 2012.
INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION (ISO). ISO 14001. 
Environmental management systems: requirements with guidance for use. Geneva, 
2015.
JOHNSON, D. L. et al. Meanings of environmental terms. Journal of environmental 
quality, 26(3), 581-589, 1997.
19
SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental. São Paulo: Oficinade Textos, 
2013.
SOUZA, B. A. EIA-RIMA: estrutura geral e relações. Editora Senac São Paulo, 2019.
WATHERN, P. Environmental impact assessment: theory and practice. Londres: 
Unwin Hyman, 1988.
20
Etapas e quadro legal da avaliação 
de impacto ambiental
Autoria: Barbara Almeida Souza
Leitura crítica: Ana Beatriz Ulhoa Cobalchini
Objetivos
• Descrever o processo da Avaliação de Impacto 
Ambiental (AIA) e o contexto internacional de sua 
aplicação.
• Compreender que a institucionalização da AIA 
atendeu a demandas sociais relativas à proteção da 
qualidade do ambiente para as atuais e as futuras 
gerações.
• Apresentar o quadro legal brasileiro para Avaliação 
de Impacto Ambiental e discutir suas principais 
características.
• Compreender os procedimentos do processo de AIA 
e a finalidade de cada uma de suas etapas. 
 
 
21
1. Processo da Avaliação de Impacto Ambiental
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) originou-se com a finalidade 
de ser um instrumento de planejamento ambiental, com o objetivo de 
examinar as consequências futuras de uma ação presente ou proposta, 
segundo Sánchez (2013).
Pode-se afirmar que a AIA busca viabilizar o uso dos recursos naturais 
nos processos de desenvolvimento. Na prática, tal instrumento, por 
promover a inserção da dimensão ambiental na fase de planejamento 
de projetos, pode prever as consequências futuras advindas da 
instalação e da operação dos empreendimentos e influência nas 
decisõesenvolvidas no planejamento e na tomada de decisões.
A implementação adequada de um processo de AIA proporciona uma 
prévia discussão e uma análise dos impactos ambientais positivos e 
negativos de determinada proposta e possibilita pensar em rearranjos 
de projetos para evitar impactos negativos, bem como maximizar os 
benefícios, ou seja, os impactos positivos.
A AIA também envolve a elaboração e execução de programas de 
monitoramento, compensação e mitigação dos impactos ambientais, 
resultantes de um empreendimento ou atividade, podendo ser 
colocados em prática durante todo seu ciclo de vida.
A AIA, por discutir a viabilidade socioambiental das atividades 
econômicas, introduz uma postura proativa no processo de 
planejamento de projetos e também de sua implantação e desativação.
1.1 Contexto internacional
Foi a partir da década de 1960, diante do crescimento da percepção das 
consequências das ações humanas, que se constatou que o modelo 
22
de avaliação de projetos clássicos, que deixavam de lado os aspectos 
ambientais, era insatisfatório e insuficiente.
A AIA, portanto, vem da necessidade de identificar e incorporar, nos 
processos de planejamento e de tomada de decisão, as possíveis 
consequências ou efeitos ambientais de determinadas atividades 
humanas, aptas a ocasionar degradações ao meio ambiente.
Foi nesse contexto que, em 1970, entrou em vigor, nos Estados Unidos, 
a Lei de Política Ambiental Nacional (National Environmental Policy Act – 
Nepa). Essa foi a primeira lei a estabelecer a obrigação do instrumento 
de AIA para avaliar os impactos ambientais decorrentes de planos, 
programas e projetos que podem gerar efeitos nocivos ao meio 
ambiente, segundo Jay et al. (2007).
Seguindo essa iniciativa, países como o Canadá, a Nova Zelândia e a 
Austrália, que apresentam similaridade ao modelo de desenvolvimento 
e do sistema jurídico e político dos Estados Unidos, incorporaram o 
instrumento de AIA, no início dos anos 1970, em suas legislações.
A partir da instituição da AIA em países precursores, a difusão 
internacional se deu por muitas razões, como a existência de problemas 
de degradação ambiental, comum em vários países, somado ao fato dos 
acidentes ambientais de grandes proporções, resultantes do modelo de 
desenvolvimento adotado até aquele momento.
No continente europeu, a França foi pioneira introduzindo a AIA, em 
1976, em seu sistema de licenciamento. Os demais países a instituíram, 
em 1985, quando a Comissão Europeia passou a exigir que os países-
membros da então Comunidade Econômica Europeia (atual União 
Europeia) adotassem os procedimentos formais de AIA.
Já os países em desenvolvimento, tiveram grande influência da atuação 
de agências bilaterais de fomento ao desenvolvimento, como a U.S. 
23
(Agency for International Development–USAID), e agências multilaterais, 
como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento 
(BID), uma vez que esses bancos passaram a exigir a adoção de 
procedimentos da AIA como condicionantes em seus financiamentos, 
segundo Sánchez (2013).
O Banco Mundial teve um papel importante, na década de 1990, pois 
consolidou procedimentos relativos às considerações ambientais na 
análise de solicitação de empréstimos, que passaram a observar as 
políticas operacionais, orientações que são próximas aos padrões 
internacionais de avaliação de impacto atuais.
Os procedimentos de AIA são, atualmente, empregados em pelo 
menos 181 países e seu estabelecimento é atrelado aos mecanismos 
legais, sendo, portanto, um instrumento de governança ambiental que 
agrega aspectos de caráter político e institucional e as particularidades 
econômicas, sociais e culturais de cada país, de acordo com Morgan 
(2012).
1.2 Quadro legal brasileiro para avaliação de impacto 
ambiental
No Brasil, a institucionalização da AIA ocorreu na década de1980 a partir 
da publicação da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), pela Lei 
Federal n. 6.938/81, cujo principal objetivo é a preservação, melhoria e 
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar 
condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da 
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. O artigo 
9º da Lei estabelece a AIA como um dos instrumentos da PNMA.
A Constituição Federal de 1988 faz referência à AIA, em seu artigo 225, 
que estabelece que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade 
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de 
24
defendê-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações (BRASIL, 
1988).
O capítulo IV, da Constituição Federal de 1988, traz que:
Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público, 
dentre outras providências, exigir, na forma de lei, para a instalação de 
obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação 
do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará 
publicidade. (BRASIL, 1988, Art. 225, IV)
As orientações da implementação da AIA vêm com a Resolução CONAMA 
n. 01/1986, que traz definições, responsabilidades, critérios básicos 
e diretrizes gerais para a implementação da AIA, e também a vincula 
ao sistema de licenciamento. A resolução do CONAMA passa a exigir 
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de impacto 
ambiental (Rima) para o licenciamento de atividades modificadoras do 
meio ambiente, bem como as diretrizes e atividades técnicas para sua 
execução. A citada legislação apresenta, ainda, uma listagem que indica 
os tipos de atividades modificadoras do ambiente cuja instalação e 
operação dependem da aprovação por um processo de AIA.
Sendo de caráter exemplificativo, os órgãos ambientais podem exigir 
a realização de AIA para outros tipos de empreendimentos não 
explicitamente citados na lista da Resolução CONAMA n. 01/1986, 
durante o processo de licenciamento ambiental (CONAMA, 1986).
Vale destacar que o art. 24, da Constituição Federal de 1988, estabeleceu 
a competência concorrente entre a União e os Estados para legislar 
em matéria ambiental. Dessa forma, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios podem estabelecer normas específicas para a realização 
de AIA, desde que atendam às suas peculiaridades e não difiram das 
normas gerais federais. Aos Municípios cabe o estabelecimento de 
normas específicas que atendam o interesse local e suplementem a 
legislação federal e estadual no que couber (BRASIL, 1988).
25
2. Etapas do processo de AIA
A AIA deve ser entendida como um processo concatenado, pois abrange 
atividades e procedimentos estruturados para que se incorporemos 
impactos ambientais no planejamento de projetos e durante sua 
tomada de decisão.
Sánchez (2013) afirma que a AIA tem as seguintes características:
• Conjunto estruturado de procedimentos.
• Condução por regulamentações específicas.
• Registro documental.
• Pluralidade de participantes.
• Direcionado à demonstração da viabilidade ambiental de uma 
proposta.
Ainda que existam diferentes regulamentações para a aplicação da AIA 
entre os países, a literatura internacional define um procedimento com 
atividades obrigatórias para a condução do processo de avaliação. O 
sucesso da avaliação está condicionado à sua aplicação, contemplando 
todas as suas etapas. Sánchez (2013) e Noble (2009) dividem o processo 
da AIA em três etapas, conforme apresentado na Figura 1.
26
Figura 1 – Etapas de um processo de Avaliação de Impacto 
Ambiental 
Fonte: adaptado de Sánchez (2013).
2.1 Etapa inicial ou etapa de triagem
Essa etapa é comumente denominada de triagem ou avaliação/ consulta 
prévia; na literatura internacional, adota-se o nome screening (pré-
seleção ou triagem). É definido, nessa etapa, se o projeto em análise 
deve ser submetido ou não ao procedimento da AIA por apresentar 
potenciais impactos ao meio ambiente. A triagem, no processo, é 
utilizada para selecionar os projetos que, pela incerteza de seus 
possíveisimpactos, requeiram um estudo de maior detalhe e que 
precisem de maior atenção na tomada de decisão pública.
27
Portanto, segundo Gallardo (2018), é a partir da etapa de triagem do 
processo de AIA serão definidos os projetos que demandarão:
I. Elaboração de estudos técnicos aprofundados.
II. Participação pública intensa.
III. Reflexão detalhada e rigorosa sobre as consequências ambientais 
desse projeto.
IV. Capacidade técnica e institucional na comprovação de que o 
projeto é viável ambientalmente.
A decisão sobre o enquadramento considera a possibilidade do projeto 
ter um efeito significativo sobre o meio ambiente, usando julgamento 
profissional, que é obtido por conhecimento e experiência na aplicação 
da AIA.
Considera:
I. Valores, sensibilidade e qualidade do ambiente a ser 
potencialmente impactado.
II. Extensão dos prováveis impactos (intensidade, duração, 
magnitude e área geográfica diretamente afetada).
III. Consequência dos prováveis impactos.
IV. Resiliência do ambiente para absorver os impactos.
V. Impacto cumulativo com outros projetos.
VI. Nível de confiança na previsão de impactos e no sucesso da 
mitigação proposta.
VII. Preocupação pública sobre o efeito provável do projeto.
No Brasil, essa etapa considera a lista da Resolução CONAMA n. 01/1986. 
São exemplos de categorias de empreendimentos sujeitos à AIA e, 
portanto, a elaboração de estudo de impacto ambiental: estradas de 
rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; portos e terminais de 
minério, petróleo e produtos químicos; linhas de transmissão de energia 
28
elétrica acima de 230 kV; extração mineral de grande e médio porte etc 
(BRASIL, 1986).
Os projetos classificados como não potencialmente causadores de 
impacto ambiental, bem como para os que, dada sua repetitividade, 
têm já conhecidos os seus principais impactos, não necessitam 
serem submetidos a um processo de AIA para atestar sua viabilidade 
ambiental. Ao invés disso, podem ter seus impactos ambientais 
gerenciados por outros regramentos existentes na legislação ambiental 
ou estudos ambientais mais simplificados.
Ainda que alguma atividade não esteja na lista, os empreendedores 
podem realizar uma consulta com o órgão ambiental. Essa análise é 
feita a partir de uma apresentação geral do projeto, em que o órgão 
ambiental avalia se as atividades descritas são potenciais de causar 
impacto e se o ambiente da área a ser ocupado possui fragilidades 
ambientais.
2.2 Etapa detalhada
Esta etapa apresenta procedimentos que são aplicados apenas nos 
casos que tenham potencial de causar impactos significativos, ou seja, 
que tenham sido classificados de tal maneira na etapa de triagem. 
Como o próprio nome sugere, a etapa detalhada apresenta um maior 
detalhamento do projeto, contemplando uma série de atividades, 
concentrando grande parte dos esforços na elaboração do Estudo de 
Impacto Ambiental (EIA).
De forma geral, a etapa detalhada engloba:
a) Estabelecimento dos objetivos e do escopo:
Essa subfase é chamada de fase de escopo (ou scoping, na literatura 
internacional) e sua finalidade é especificar quais são os aspectos 
29
relevantes a serem considerados na avaliação de impacto. É nessa fase 
que são definidos quais serão os critérios para a realização dos EIAs, 
bem como seu conteúdo mínimo. Segundo Sánchez (2013) e Gallardo 
(2017), esse conteúdo deve:
I. Direcionar os estudos para responder questões sobre as relações 
entre o projeto de engenharia e meio.
II. Identificar os temas prioritários decorrentes dessas relações 
projeto e meio.
III. Estabelecer limites espaciais, ou seja, em termos de áreas 
e abrangência, para a coleta de dados necessários para o 
entendimento dessas relações.
IV. Identificar as alternativas para realização desse projeto, que 
devem resultar da análise da não realização do projeto até 
detalhada discussão de distintas opções técnicas e de localização 
para esse projeto.
Em termos práticos, o produto dessa etapa representam os termos de 
referência, específicos para determinados tipos de empreendimentos, 
cuja responsabilidade de expedição é dos órgãos ambientais durante 
o processo de licenciamento ambiental dos empreendimentos 
potencialmente poluidores.
Nesse documento, é apresentado um roteiro com a delimitação dos 
recortes temáticos a serem contemplados nos estudos e nas avaliações 
de impactos de um projeto em particular. O termo de referência pode 
ser entendido como uma lista de especificação do que precisa ter no 
EIA e, logicamente, esta atividade deve anteceder o início dos estudos 
ambientais. No Brasil, o Termo de Referência é previsto nos artigos 5º e 
10º da Resolução CONAMA n. 237/1997 (BRASIL, 1997).
b) Elaboração do estudo de impacto (análise de impacto):
30
Consiste na fase em que se analisa a significância desses impactos no 
contexto no qual o empreendimento, plano ou programa está inserido. 
Trata-se de atividade que possui o maior conteúdo técnico-científico e a 
que consome maior quantidade de tempo e recursos. É o procedimento 
que estabelece as atividades de predição e avaliação dos potenciais 
impactos da proposta. A elaboração do EIA e do Rima é realizada nesta 
etapa.
O EIA é considerado a parte central do processo de AIA, por ser 
um conjunto de atividades que engloba o diagnóstico ambiental, a 
identificação, a medição, a interpretação e a quantificação dos impactos, 
a proposição de medidas mitigadoras, os programas de monitoramento 
e o acompanhamento dos resultados das medidas mitigadoras 
propostas, segundo Sánchez (2008).
O EIA é um estudo que alia investigação científica multi e interdisciplinar 
com técnicas de avaliação. No Brasil, as diretrizes gerais estão previstas 
na Resolução CONAMA n. 01/86, que define a necessidade de se realizar 
um diagnóstico ambiental das áreas de influência de um projeto, 
numa perspectiva histórica, que sirva de base à previsão e avaliação 
dos impactos e à proposição, no mesmo documento, de medidas de 
mitigação e compensação cabíveis (CONAMA, 1986).
c) Análise técnica:
Consiste na análise técnica dos estudos, principalmente o EIA, pelas 
autoridades ambientais. Ao órgão ambiental, cabe avaliar tecnicamente 
a qualidade dos estudos ambientais apresentados, subsidiando-o no 
que diz respeito à tomada de decisão sobre dado empreendimento. 
Em uma fase preliminar, cabe às autoridades ambientais averiguar a 
consistência do conteúdo conforme as diretrizes legais estabelecidas, 
como também o pleno atendimento aos termos de referência ou escopo 
definido previamente.
31
d) Consulta pública:
Realiza-se, após a conclusão do EIA/RIMA, auxiliando o processo de 
instrução do processo decisório. A participação pública pode ser feita de 
duas formas: indireta, quando há conselhos representativos de vários 
segmentos da sociedade; e direta, por meio de audiências públicas 
que permitem que o público em geral manifeste sua opinião acerca do 
projeto. As opiniões expressas na consulta pública são consideradas na 
medida do possível, no processo de tomada de decisão.
e) Decisão:
Finaliza a etapa de análise detalhada. Algumas decisões podem ser 
tomadas pelo órgão ambiental, sendo: projeto aprovado; projeto 
aprovado com restrições; projeto rejeitado. A tomada de decisão ocorre 
após ser demonstrada a viabilidade ambiental do projeto apresentado 
no EIA, com as complementações, caso necessárias e com o referendo 
da participação pública.
Quando o projeto é rejeitado, o processo de licenciamento é arquivado. 
Nessa condição, o proponente pode alterar o projeto, considerando-
se outras alternativas técnicas e locacionais, visando sua viabilidade 
ambiental e submeter a um novo processo de licenciamento.
A tomada de decisão no processo brasileiro de AIA é vinculada ao EIA e 
ao sistema de licenciamento ambiental, com os subsídios dos resultados 
da participação pública e da opinião técnica dos órgãos ambientais e 
outros relacionados, que devem se manifestar acerca do projeto em 
análise.
É muito comum a necessidade decomplementação das informações 
apresentadas no EIA, que são, portanto, inseridos na sequência decisória 
após a apresentação do estudo de impacto ambiental.
32
f) Etapa pós-aprovação (quando a resposta for favorável à 
implantação):
Trata-se da etapa após o planejamento do projeto, abrangendo a 
continuidade com a implantação e operação do projeto.
Caso o projeto seja aprovado, isso se dá por meio da aplicação das 
medidas de gestão estabelecidas no EIA, com as quais o empreendedor 
deve assumir um compromisso. Tais medidas devem reduzir, eliminar 
ou compensar os impactos negativos causados pela atividade, ou 
potencializar os impactos positivos.
A etapa de acompanhamento vem sendo recomendada pela literatura 
científica, segundo Cashmore et al. (2007) para que a AIA cumpra seu 
papel de ferramenta de garantir a viabilidade ambiental de um projeto, 
uma vez que o acompanhamento possibilita o reconhecimento da 
intrínseca competência preventiva e da capacidade contínua.
Os resultados da fase de acompanhamento contribuem para melhoria 
da prática de AIA. Gallardo et al. (2016) mostram resultados positivos da 
fase de acompanhamento ambiental do processo de AIA na manutenção 
da qualidade ambiental em ambientes frágeis modificados por grandes 
empreendimentos de engenharia. Os autores mostram o exemplo 
da construção do trecho sul do Rodoanel Mario Covas, em São Paulo, 
no período de 2007 a 2010. Os estudos mostram que a avaliação e 
aprimoramento contínuo, das medidas mitigadoras para controle de 
sedimentos em obras civis e uso de áreas de apoio, foi importante 
para evitar impactos de elevada significância sobre a qualidade dos 
recursos hídricos superficiais das represas Billings e Guarapiranga, que 
abastecem parte da Região Metropolitana de São Paulo.
33
Referências Bibliográficas
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Paulo: Saraiva, 2003.
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Lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
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BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução Conama n. 01, de 23 de janeiro 
de 1986. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legislacao/
CONAMA_RES_CONS_1986_001.pdf. Acesso em: 28 abr. 2020.
CASHMORE, M.; BOND, A.; COBB, D. The contribution of environmental 
assessment to sustainable development: toward a richer empirical understanding. 
Environmental management, v. 40, n. 3, p. 516-530, 2007.
GALLARDO, Amarilis Lúcia Casteli Figueiredo. Avaliação de Impacto: Instrumentos 
de suporte à decisão. São José dos Campos: GEOEduc 2018.
GALLARDO, Amarilis Lúcia Casteli Figueiredo; DE OLIVEIRA E AGUIAR, Alexandre; 
SÁNCHEZ, Luis Enrique. Linking environmental assessment and management 
of highway construction in Southeastern Brazil. Journal of Environmental 
Assessment Policy and Management, 18(01), 2016.
MORGAN, Richard K. Environmental impact assessment: the state of the art. Impact 
Assessment and Project Appraisal, v. 30, n. 1, p. 5–14, 2012.
NOBLE, Bram F. Introduction to environmental impact assessment. A guide to 
principles and practice. 2. ed. Oxford University Press, 2009.
STEPHEN Jay et al. Environmental impact assessment: retrospect and prospect. 
Environmental Impact Assessment Review, v. 27, p. 287-300, 2007.
SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental. São Paulo: Oficina de Textos, 
2013.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6938.htm
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http://www2.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_CONS_1986_001.pdf
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_CONS_1986_001.pdf
34
Metodologias em avaliação 
de impactos ambiental e a 
participação pública
Autoria: Barbara Almeida Souza
Leitura crítica: Ana Beatriz Ulhoa Cobalchini
Objetivos
• Apresentar exemplos de metodologias utilizadas na 
análise de impacto ambiental para as atividades de 
integração de informações, identificação e valoração 
de impactos.
• Compreender como está inserida a participação 
pública na avaliação de impacto ambiental no Brasil.
• Apresentar a função dos programas ambientais 
contidos no estudo de impacto ambiental.
• Discutir a hierarquia de mitigação preconizada na 
avaliação de impacto ambiental.
35
1. Instrumentos e metodologias da análise de 
impacto ambiental
A Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), em que se insere o Estudo 
de Impacto Ambiental (EIA), é uma ferramenta preventiva da gestão 
ambiental. Tem como finalidade inserir a análise socioambiental 
no processo de tomada de decisão, por meio de uma avaliação dos 
impactos de um projeto, antes da implementação da atividade proposta.
Para cumprir essa proposta, a AIA dispõe de algumas ferramentas e 
metodologias que auxiliam sua elaboração e análise, seja no momento 
da consolidação do diagnóstico ambiental, com ferramentas de 
integração de informações dos meios físico, biótico e socioeconômico, 
seja na fase de identificação e na avaliação da importância dos impactos.
O objetivo, aqui, não é esgotar todas as metodologias existentes em AIA, 
mas apresentar de forma breve alguns métodos utilizados na prática 
de elaboração de EIA, no Brasil. Salienta-se que diversas metodologias 
podem ser aplicáveis ao caso em análise e estas são recorrentemente 
atualizadas ou melhoradas pela comunidade técnica e científica. 
 
1.1 Metodologias e integração dos meios físico, biótico e 
socioeconômico
Para avaliar a viabilidade ambiental de uma atividade ou 
empreendimento proposto, a AIA requer que o EIA reúna informações e 
dados dos meios físico, biótico e socioeconômico. Cabe ressaltar que os 
itens a serem abordados foram definidos na etapa de escopo pelo órgão 
ambiental.
Assim, durante a etapa de elaboração do EIA é esperado que seja 
produzida uma grande e variada quantidade de informações de 
diferentes áreas do conhecimento.
36
Diante da intrínseca relação entre os meios, para a adequada avaliação 
de impacto, é fundamental que as análises do EIA sejam realizadas de 
forma a refletir a complexidade do meio, consideran do a integração dos 
diversos temas abrangidos pelo projeto proposto (GLASSON; THÉRIVEL, 
2013; SÁNCHEZ, 2013). Portanto, a integração dessas informações 
torna-se um dos desafios da prática de AIA, pois somente a partir de 
uma análise interdisciplinar e integrada é possível relatar um quadro 
confiável da dinâmica ambiental da área em estudo.
Para isso, um método comumente utilizado é o conhecido como 
superposição de cartas ou overlay. O termo carta vem da utilização 
de cartas com informações geográficas, que são representações planas, 
geralmente, em escala média ou grande, dos aspectos artificiais e 
naturais de uma área.
Esse método pressupõe que diferentes informações sejam integradas 
para compor a análise de uma característica da área, por exemplo: 
analisando conjuntamente as cartas (ou mapas) do tipo de solo, de 
cobertura vegetal, hidrografia, relevo e declividade, é possível que se 
possa aferir informações sobre a susceptibilidade da área aos processos 
erosivos. Esse método está associado a utilização de Sistemas de 
Informações Geográficas (SIG).
O SIG é uma ferramenta computacional imprescindível para 
armazenagem e manipulação de dados em diferentes escalas espaciais 
e temporais e para geração de mapas temáticos, muito utilizadas na 
confecção do diagnóstico ambiental e permitem subsidiar análises 
integradas. O SIG dispõe de softwares, que podem se utilizar de 
informações espaciais, dados de campo e imagens obtidas por 
satélites, radares ou fotografias digitalizadas, que permitem a avaliação 
simultânea de diferentes dados.
Ainda que o método de superposição de cartas não permita avaliar 
a magnitude do impacto, essa ferramenta produz mapas temáticos 
37
utilizados na análise e discussão de questões de conflitos de uso e 
ocupação do solo, comparação de alternativas de projeto etc.
Outro método utilizado para aintegração de informações é o uso de 
indicadores ambientais, que por meio da utilização de parâmetros, 
permitem mensurar a dinâmica ambiental. Gallardo (2018) aponta 
um exemplo utilizado para informações sobre a avaliação da 
qualidade da água, que pode ser expressa por meio de um indicador 
ambiental, na medida em que agrega parâmetros que representam 
condições intrínsecas da qualidade desse recurso natural, como pH, 
cor, temperatura, coliformes fecais e outros. Isso significa que esses 
parâmetros combinados são descritos como indicadores da qualidade 
da água. 
 
1.2 Metodologias de identificação dos impactos 
ambientais
A identificação dos prováveis impactos ambientais é a primeira tarefa 
do procedimento de avaliação, que resulta em uma relação de prováveis 
impactos que serão avaliados, segundo diversos atributos para que se 
interprete suas escalas de importância.
Dessa forma, para se identificar os impactos ambientais, é necessário 
conhecer suas causas ou fontes geradoras, que são as atividades, obras, 
intervenções e demais elementos que compõem o empreendimento, 
nas três principais fases de seu ciclo de vida: implantação, operação e 
desativação.
Na identificação de impactos também podem ser utilizadas 
metodologias para auxiliar a determinação dos impactos previstos, 
considerando-se as diferentes fases do empreendimento. A adequada e 
precisa identificação de impactos auxilia no processo de determinação 
do potencial que um projeto tem de afetar a qualidade ambiental.
38
Uma das metodologias é a Ad hoc, que consiste na realização 
de reuniões entre especialistas de diversas áreas, que possuam 
conhecimento e prática para debater e opinar no projeto proposto. 
A partir do conhecimento acumulado, pode-se utilizar informações 
integrantes de seu acervo técnico de estudos anteriores e 
empreendimentos similares.
Tal método é utilizado, frequentemente, no início da elaboração do EIA, 
visando direcionar os esforços, otimizar os recursos para sua realização 
e reunir diferentes pontos de vista. Objetiva-se, por fim, balizar opiniões 
e eventuais divergências a respeito do projeto e a área afetada.
Outro método utilizado é a elaboração de listas de verificação (checklist), 
prática em que são reunidos, de forma genérica, os prováveis impactos 
ambientais que ocorrem em cada fase do empreendimento. Esse 
método produz um quadro geral de possíveis impactos, que podem 
direcionar às recomendações de alterações no projeto.
As matrizes de impacto ambiental, por sua vez, representam 
as associações entre as ações (ou atividades) de cada fase do 
empreendimento a cada componente ambiental afetado. Tal método 
permite identificar as relações causa e efeito de um projeto sobre o 
meio afetado. De forma geral, utiliza-se método do raciocínio dedutivo, 
em que as consequências de cada ação decorrem de uma relação de 
causa e efeito.
Uma das mais conhecidas e utilizadas na prática de AIA, no Brasil, 
é a Matriz de Leopold, criada em 1971, com o objetivo de avaliar os 
impactos associados a quase todos os tipos de implantação de projetos. 
Na literatura técnica, existem várias aplicações de matrizes com 
diferentes enfoques e objetivos. Um exemplo é o apresentado na Figura 
1, uma matriz de impactos na implantação de uma mineração.
39
Figura 1 – Exemplo de matriz de impacto na fase de implantação de 
um projeto
Fonte: Prominer Projetos (2016).
Para finalizar, cita-se a rede ou diagrama de interação que consiste em 
uma representação gráfica em formato de fluxograma, que demonstra 
uma sequência de as ações/ atividades do projeto e seus impactos 
associados. Um exemplo pode ser observado na Figura 2.
40
Figura 2 – Diagrama de interação da atividade de implantação de 
pecuária
Fonte: elaborada pela autora.
1.3 Metodologias para valoração dos impactos 
ambientais 
 
A atividade de avaliação de impacto de um EIA ocorre em três etapas 
encadeadas: identificação, que tratamos na seção anterior; previsão de 
impactos que traz estimativas da magnitude ou intensidade dos impactos 
previstos, usando, quando apropriado, indicadores quantitativos ou 
qualitativos; e, por fim, uma interpretação da importância dos impactos 
previstos, que é feito por meio da valoração dos impactos.
Conhecido o potencial de mudança na qualidade ambiental preexistente, 
os impactos devem ser avaliados segundo um conjunto de atributos 
ou critérios de importância, que permitirão a classificação de sua 
magnitude. Os métodos para valoração dos impactos ambientais 
subsidiam a atribuição da importância de cada impacto identificado. 
Segundo Sánchez (2013), essa fase da AIA permite:
• Interpretar o significado dos impactos ambientais identificados.
• Facilitar a comparação de alternativas para o projeto.
41
• Determinar a necessidade de medidas adicionais de mitigação ou 
compensação dos impactos apresentados.
• Identificar medidas de valorização dos impactos positivos.
• Determinar a necessidade de alteração ou modificação do design 
do projeto.
Para classificar a significância dos impactos, devem ser seleciona dos os 
critérios e os respectivos atributos, a partir do estabelecimento de uma 
escala de atribuição de grandeza ou valor. Ressalta-se que é de extrema 
importância estabelecer a proposição de uma regra lógica de combi-
nação entre os mesmos, que pode ser apenas de associação qualitativa 
ou com atribuição de pesos.
A interpretação dos impactos propõe estabelecer a importância de cada 
um deles em relação aos fatores ambientais afetados, o que dependerá 
do projeto que se analisa e de sua localização.
A avaliação da importância ou significância dos impactos identi-
ficados é, geralmente, definida com base em critérios variados, como 
abrangência (pontual, local, regional), duração (temporário, permanen-
te), reversibilidade (total, parcial, nula), segundo Erickson (1994). Além 
desses critérios, Glasson, Thérivel e Chadwick (2012) defendem a 
utilização de outros parâmetros, como possibilidade de recuperação 
do ambiente afetado; importância do ambiente afetado; nível de 
preocupação públi ca e repercussões políticas.
A conjugação entre a importância do recurso ambiental, ou cultural 
afetado, e a magnitude do impacto é a principal diretriz para a realização 
da valoração do impacto. Entretanto, como afirma Sánchez (2013), 
não existe uma fórmula universal para realizar essa tarefa. A literatura 
técnica de AIA apresenta vários exemplos e recomendações para a 
seleção e combinação de atributos, visando avaliar a importância dos 
impactos.
42
A valoração dos impactos propõe estabelecer a importância de cada um 
deles em relação aos fatores ambientais afetados, o que dependerá do 
contexto do projeto e de sua localização. Constitui, portanto, uma tarefa 
subjetiva, que implica juízo de valor, o que dificulta sua realização.
Considerando os métodos apresentados nas seções 1.2 e 1.3, o Quadro 
1 reúne, de forma sucinta, a descrição e a aplicação de cada método.
Quadro 1 – Descrição e aplicação dos métodos apresentados
Método Descrição Aplicação
Superposição 
de cartas.
Mapas geradas por 
superposição de mapas 
de recursos e usos.
Elaboração de mapas temáticos 
e análises espaciais.
Ad hoc. Reunião de especialistas. Etapa inicial de realização do EIA.
Listagem. Listagens de fatores e impactos ambientais.
Identificação de impactos 
de forma genérica.
Matrizes. 
Listagem de controle 
bidimensional (fatores 
versus ações).
Identificação de impactos e a 
relação com outras características 
(atividade, aspecto).
Rede de 
integração.
Gráfico ou diagrama da 
cadeia de impacto.
Identificação de impactos e a 
relação com fatores geradores.
Combinação 
e ponderação 
de atributos.
Reunião de atributos e 
estabelecimento de premissas 
para considerar o grau de 
importância de cada impacto.
Determinação da importância/ 
valoração dos impactos.
Fonte: elaborado pela autora.
43
2. Participação pública no processo de tomada 
de decisão
A AIA, invariavelmente, está baseada na discussãode impactos 
sobre bens coletivos e sobre o capital natural, o que pressupõem a 
necessidade de uma discussão ampla e aberta sobre o projeto em 
análise, envolvendo as partes interessadas.
Segundo Gallardo (2018), a participação pública é o principal 
diferencial do instrumento de AIA comparado a outros instrumentos 
de planejamento, em função de seu formato que preconiza a ampla 
publicidade e discussão com o público.
Dentre os objetivos da participação pública, destacam-se:
• Permitir manifestação pública dos cidadãos e garantir mecanismos 
para que estes possam influenciar resultados.
• Aprimorar o projeto com a percepção do público, bem como 
refletir sobre as medidas mitigadoras propostas.
• Transparência com relação à divulgação dos locais, datas e livre 
acesso aos representantes da sociedade civil e moradores.
• Ampla comunicação prévia às comunidades afetadas pelo 
empreendimento pretendido.
• Esclarecer a população local sobre suas inquietações acerca do 
projeto.
• Estabelecer uma via de comunicação entre partes interessadas e 
legitimar o processo de decisão, posteriormente à audiência.
A consulta pública, no Brasil, ocorre por meio das audiências públicas 
ambientais, que são eventos formais, convocados e conduzidos por 
44
um ente governamental, cuja dinâmica segue regras previamente 
estabelecidas e tem como finalidade realizar um debate público, aberto 
a todos os cidadãos, sobre um projeto e seus impactos, segundo 
Sánchez (2013).
Em geral, as audiências públicas ambientais brasileiras são realiza-
das na fase de escopo e/ou na fase de tomada de decisão quanto à 
viabilidade ambiental do empreendimento. As formalidades, a dinâmica 
e duração das audiências variam de acordo com a jurisdição, porém, há 
características em comum em todas as audiências.
Em âmbito federal, sua regulamentação é pautada pela Resolução 
CONAMA n. 09/1987, que disciplina as audiências públicas previstas 
na Resolução CONAMA n. 01/86, abrindo um importante canal para a 
parti cipação (BRASIL, 1986, 1987). Nos termos da legislação ambiental 
federal, a audiência pública não é sempre exigida. O órgão ambiental 
competente deverá promover sua realização quando for julgado 
necessário, ou quando for solicitado por entidade civil, pelo Ministério 
Público, ou por cinquenta ou mais cidadãos. A realização de audiências 
públicas pode ser considerada uma prática democrática, já que a 
consulta popular se refere a uma atividade de democratização das 
relações do Estado para com o cidadão.
Duarte, Ferreira e Sánchez (2016) discutem que a audiência pública é um 
espaço formal para participação, que traz a oportunidade aos atores de 
expressar suas visões e contribuições que po dem orientar a imposição 
de condicionantes para emissão das licen ças ambientais. De maneira 
complementar, tal evento técnico também objetiva a solicitação de 
estudos complementares, no sentido de mitigar impactos negativos e 
garantir que os impactos positivos ocorram da forma esperada.
Para compreender como funciona o processo de tomada de decisão 
na AIA, é necessário esclarecer que há diferentes atores envolvidos: 
o tomador de decisão (órgão público licenciador); o empreendedor 
45
(acompanhado de seus consultores), e a sociedade civil. Este último é 
formado por diferentes grupos que com põem a sociedade civil, como 
fundações, associações, redes, fóruns, grupos, ONGs e movimentos 
sociais, que podem ser representantes se toriais, de grupos empresariais, 
de agendas específicas, como direitos humanos, ambiental, ou mesmo 
de moradores de bairro.
As sugestões e discussões resultantes da participação pública nos 
processos brasileiros de AIA devem ser explicitamente consideradas ou 
refutadas no processo decisório, embasadas por justificativas técnicas e 
legais.
Cabe ressaltar que a tomada de decisão ocorre após a conclusão da 
etapa de análise técnica e consulta pública, esta última em caráter 
consultivo e não deliberativo. Assim, pode ser demonstrada a viabilidade 
ambiental do projeto apresentado no EIA, com as complementações 
caso necessárias.
Nesse modelo de tomada de decisão, os órgãos governamentais 
envolvidos no licenciamento ambiental assumem um poder 
importante. Após a decisão de aprovação de um projeto, se estabelece 
o compromisso firmado entre o Estado e o empreendedor (público 
ou privado) que a execução do projeto (e as outras fases do seu ciclo 
de vida, operação e desativação para alguns casos) deverá ocorrer 
conforme previsto. Caso tais premissas não sejam seguidas, o 
empreendedor está sujeito à processos fiscalizatórios, assim como à 
penalidades previstas em lei em caso de descumprimento.
3.1 Pós-aprovação: implantação das medidas 
mitigadoras e compensatórias
Caso o projeto seja aprovado, o empreendedor (seja do setor público ou 
privado) pode conduzir a implantação/ operação do projeto e iniciar a 
aplicação das medidas de ges tão estabelecidas no EIA.
46
Tais medidas devem ser planejadas com vistas à atenuação da 
magnitude dos impactos ambientais e, consequentemente, garantir a 
viabilidade ambiental demonstrada em que se fundamenta a tomada de 
decisão.
A definição das medidas que comporão os programas de gestão 
ambiental são feitas no EIA, após a finalização da discussão dos impactos 
do projeto em análise. Essa atividade pressupõe a realização da 
hierarquização e a seleção dos impactos ambientais mais significativos, 
que servirão de base à etapa seguinte, de elaboração dos programas 
ambientais ou do plano de gestão ambiental.
Essa etapa consiste na elaboração das medidas a serem executadas no 
empreendimento com a finalidade de minimizar ou eliminar os impactos 
negativos ou reduzir sua magnitude, bem como na apresentação de 
providências a serem adotadas para o acompanhamento da eficiência e 
evolução dessas medidas.
A elaboração das medidas ocorre após a finalização das análises das 
interações entre a ação proposta e o meio ambiente e a definição 
dos impactos mais significativos. Com esses resultados, a equipe 
multidisciplinar possui elementos para nortear as recomendações para 
a redução dos impactos adversos e para a potencialização dos impactos 
benéficos de um projeto.
O conjunto de medidas dos programas pode ser dividido em três 
categorias: I) medidas de capacitação e de gestão; II) medidas 
mitigadoras que visam reduzir a magnitude e a importância dos 
impactos adversos; III) medidas compensatórias para compensar 
a perda de recursos ambientais que não possam ser evitados ou 
adequadamente mitigados; IV) plano de monitoramento ambiental. 
Essas medidas não são previstas aleatoriamente, mas definidas a partir 
da correlação dos impactos ambientais identificados e analisados no EIA. 
A garantia da eficácia das medidas deve ser acompanhada de programas 
47
de monitoramento, que possam aferir o andamento das ações e seus 
resultados, utilizando-se, para isso, indicadores ambientais e/ou outras 
ferramentas.
O plano de monitoramento ambiental deve verificar a eficácia das 
medidas e identificar a necessidade das mesmas serem reavaliadas 
ao longo da vida útil do empreendimento e após seu encerramento. 
O monitoramento pode indicar: se a área alcançou a estabilidade 
ambiental esperada; alertar para a necessidade de ações corretivas, 
caso os impactos ultrapassem certos limites baseados nos padrões 
normativos; pode determinar a eventual necessidade de manutenção 
das medidas de controle ambiental na área; verificar o atendimento 
às condições da licença ambiental ou limites estabelecidos, seja 
voluntariamente ou em decorrência de negociações.
Diante disso, o programa de monitoramento e acompanhamento 
ambiental se configura como uma das principais ferramentas para a 
gestão ambiental do empreendimento. A execução do monitoramento 
deve seguir um plano inicial, mas que estará sujeito a correções, ajustes 
e modificações pelos resultados do próprio monitoramento. O órgão 
pode incluir ou modificar os planos de monitoramento ambiental, caso 
seja convenienteem razão de risco de poluição ou outras condições 
técnicas.
4. Prioridades na adoção das medidas 
mitigadoras ou compensatórias
No trabalho de AIA, é comum usar o termo mitigação, que é utilizado 
com as funções descritas a seguir:
• Eliminar elementos prejudiciais para o meio ambiente de um pro-
jeto proposto.
48
• Minimizar os efeitos adversos reduzindo ou redesenhando um 
projeto.
• Reparar, reabilitar ou restaurar as partes do meio ambiente afe-
tadas negativamente por um projeto, criando ou adquirindo am-
bientes semelhantes.
Sob essa ótica, devem-se realizar esforços para prevenir ou evitar 
impactos após essas ações; devem-se concentrar esforços para 
minimizar e reduzir e, posteriormente, reparar ou restaurar, efeitos 
adversos. Somente depois de considerados esses passos é que 
quaisquer impactos residuais devem ser tratados pela compensação. 
Além dessas medidas, há ainda medidas potencializadoras, que 
consistem em ações com o propósito de maximizar o efeito de um 
impacto positivo. A Figura 3 mostra a ordem preferencial de controle dos 
impactos ambientais e o Quadro 2, alguns exemplos de práticas.
Figura 3 – Ordem preferencial de controle dos impactos ambientais
Fonte: adaptado de Sánchez (2013).
49
Quadro 2 – Exemplos de aplicação da hierarquia de mitigação
Etapa de hierarquia de 
mitigação
Exemplos
Evitar.
Em um projeto de gasoduto, modificação do traçado 
para proteger uma nascente, vegetação ou qualquer 
outro elemento relevante do ambiente.
Reduzir ou minimizar.
Desviar a estrada de acesso de uma instalação 
industrial para contornar um fragmento de 
vegetação nativa e reduzir a necessidade de 
supressão dessa vegetação.
Corrigir.
Plantio de vegetação nativa em uma área lavrada, 
que havia vegetação preteritamente.
Compensar.
Estabelecimento de plantio de vegetação nativa em 
áreas maiores do que foi suprimida.
Fonte: elaborado pela autora.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA n. 01 de 23 de janeiro 
de 1986. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legislacao/
CONAMA_RES_CONS_1986_001.pdf. Acesso em: 29 abr. 2020.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Resolução CONAMA n. 09 de 03 de 
dezembro de 1987. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.
cfm?codlegi=60. Acesso em: 29 abr. 2020.
DUARTE, Carla Grigoletto; FERREIRA, Victoria Helena; SÁNCHEZ, Luís Enrique. 
Analisando audiências públicas no licenciamento ambiental: quem são e o que 
dizem os participantes sobre projetos de usinas de cana-de-açúcar. Saúde e 
Sociedade, v. 25, n. 4, p. 1.075-1.094, 2016.
ERICKSON, Paul A. A practical guide to environmental impact assessment. San 
Diego: Academic Press, 1994.
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_CONS_1986_001.pdf
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_CONS_1986_001.pdf
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=60
http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=60
50
GALLARDO, Amarilis Lúcia Casteli Figueiredo. Avaliação de Impacto Ambiental. 
Ebook Geo Educ, 2018.
GLASSON, John; THÉRIVEL, Riki. Introduction to environmental impact 
assessment. Nova York: Routledge, 2013.
PROMINER PROJETOS. Plano Diretor da Mineração de Itapecerica da Serra da 
Votorantim Cimentos. São Paulo, 2016.
SÁNCHEZ, Luis Enrique. Avaliação de Impacto Ambiental. São Paulo: Oficina de 
Textos, 2013.
51
Estudo de impacto ambiental 
e o processo de licenciamento 
ambiental
Autoria: Barbara Almeida Souza
Leitura crítica: Ana Beatriz Ulhoa Cobalchini
Objetivos
• Apresentar os estudos ambientais requeridos no 
processo de avaliação de impacto e detalhar a 
estrutura do Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
• Compreender o processo de licenciamento 
ambiental.
• Conhecer as atribuições dos órgãos ambientais 
licenciadores.
• Discutir as principais deficiências do licenciamento 
ambiental.
52
1. Estudos ambientais 
Os estudos ambientais são aqueles que objetivam a análise da 
viabilidade ambiental de um empreendimento ou projeto de 
desenvolvimento proposto e, portanto, diretamente relacionados 
ao processo de licenciamento ambiental, conforme constata-se na 
transcrição abaixo da Resolução CONAMA n. 237/1997:
Estudos ambientais são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos 
ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação 
de uma atividade ou empreendimento, apresentados como subsídio para 
a análise da licença requerida, tais como relatório ambiental, plano e 
projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico 
ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e 
análise preliminar de risco (BRASIL, 1986).
 
Dentre os estudos ambientais, existentes no Brasil, o Estudo de Impacto 
Ambiental (EIA), é o destinado às atividades com potencial de causar 
significativo impacto ambiental. O EIA reúne os elementos previstos 
na Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), e é o estudo ambiental mais 
conhecido e discutido. Tendo em vista a sua importância, o item 1.1 
tratará dele com maior profundidade. Apesar do EIA ser mais difundido, 
há outros tipos de estudos que também subsidiam a análise de 
viabilidade ambiental, conforme apresentado no Quadro 1.
53
 
Quadro 1 - Estudos ambientais mais frequentes no processo de 
licenciamento
Nome do estudo Aplicação
Estudo de Impacto 
Ambiental (EIA) e 
Relatório de Impacto 
Ambiental (RIMA).
Destinados a atividades 
modificadoras do meio ambiente 
e exemplificadas no artigo 2, da 
resolução CONAMA n. 01/1986.
O estudo apresenta uma avaliação 
sistemática dos impactos 
ambientais, conforme previsto no 
processo de AIA.
Em geral, é requerido que o 
estudo seja apresentado de 
forma adequada ao público e 
aos responsáveis pela tomada de 
decisão, mediante a realização 
de uma audiência pública com a 
comunidade a ser afetada pelo 
projeto.
Estudo Ambiental 
Simplificado (EAS) ou 
Relatório Ambiental 
Simplificado (RAS).
Definido pela legislação de muitos 
estados brasileiros, destinado a 
analisar e avaliar as consequências 
ambientais de atividades e 
empreendimentos considerados 
de impacto pequeno ou de 
impacto não significativo.
Em âmbito federal, foi definido 
pela Resolução CONAMA n. 
279/2001.
54
Relatório ambiental 
preliminar ou Relatório 
Ambiental Prévio 
(RAP).
Visa instruir requerimentos 
que possam causar impactos 
significativos, podendo definir 
se um empreendimento precisa 
ou não apresentar um EIA para 
prosseguimento da análise.
Estudo de Impacto De 
Vizinhança (EIV).
Instituído pelo Estatuto das 
cidades, Lei n. 10.257/2001., é 
aplicado a áreas urbanas para 
empreendimentos definidos em 
lei municipal específica (BRASIL, 
2001).
Projeto Básico 
Ambiental (PBA):
Apresenta, detalhadamente, 
todas as medidas de controle 
e os programas ambientais de 
um empreendimento. O PBA 
é determinado pela Resolução 
CONAMA n. 06/1987 e é aplicável 
a obras de grande porte, 
especialmente aquelas nas 
quais a União tenha interesse 
relevante como a geração de 
energia elétrica. Deverá apresentar 
um detalhamento de todos os 
programas e projetos ambientais 
previstos, ou seja, aqueles 
provenientes do EIA/ Rima, bem 
como os considerados pertinentes 
pelo órgão licenciador (BRASIL, 
1987).
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.257-2001?OpenDocument
55
Relatório e Plano de 
Controle Ambiental 
(RCA/PCA).
Tem o objetivo de identificar e 
propor medidas mitigadoras 
aos impactos gerados por 
empreendimentos de médio porte. 
O PCA foi instituído pela Resolução 
CONAMA n. 09/1990 para 
concessão da licença de instalação 
de atividades de extração mineral 
de pequeno porte (BRASIL, 1990).
 
Fonte: elaborado pela autora.
O órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou 
empreendimento não é potencialmente causador de significativa 
degradação do meio ambiente, definirá os estudos ambientais 
pertinentes ao respectivo processo de licenciamento, de acordocom o princípio da precaução e proporcionalidade. Isso significa 
que, conforme o empreendimento ocasione menos impacto, poderá 
apresentar estudos ambientais menos elaborados. Contudo, caso o 
empreendimento seja de alta complexidade e potencial gerador de 
muitos impactos, deverá ser apresentado um estudo mais detalhado e 
com diagnóstico mais amplo. 
Segundo o parágrafo 1º, do artigo 12, da resolução CONAMA n. 237/1997 
(BRASIL, 1997), poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados 
para atividades e empreendimentos de pequeno potencial de 
degradação ambiental, conforme citado anteriormente.
Embora não seja frequente sua utilização para fins de licenciamento, 
a Resolução CONAMA n. 237/1997 também cita as opções de 
apresentações de estudos como o plano de manejo, o Plano de 
Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) e a Análise Preliminar de 
Risco (APR) (BRASIL, 1997).
56
O Plano de Manejo é um documento destinado à definir as utilizações 
passíveis dentro das unidades de conservação. A partir de um 
diagnóstico ambiental, estabelecem-se as normas, restrições para o 
uso, bem como plano de ação para manejo dos recursos naturais das 
unidades de conservação.
Já o PRAD é um documento que traz orientações para recuperação 
ambiental de uma determinada área degradada, com aspectos 
operacionais (execução) e seu acompanhamento (monitoramento).
Por fim, a Análise Preliminar de Risco consiste em um estudo que traz 
o levantamento de hipóteses sobre os potenciais riscos ambientais 
existentes de uma operação e traz plano de ação com o objetivo de 
minimizar, controlar e evitar possíveis danos.
1.1 Estudo de Impacto Ambiental
O EIA é o relatório técnico elaborado por equipe especialista e 
multidisciplinar, que alia a investigação científica com a avaliação de 
impacto, sua proposta é subsidiar a tomada de decisão com relação 
à viabilidade de um empreendimento ou atividade, segundo Sánchez 
(2013).
O EIA passou a ser exigência com a Resolução CONAMA n. 01/1986, 
que determinou a obrigatoriedade de elaboração nos casos cuja 
atividades propostas tenham potencial de causar significativos impactos 
ambientais (BRASIL, 1986). A elaboração do EIA ocorre na etapa de 
análise detalhada da avaliação de impacto ambiental, logo após a fase 
de escopo, que determina o conteúdo, abrangência e profundidade 
necessárias para a análise de viabilidade ambiental do empreendimento.
O EIA consolida os resultados de avaliações técnicas sobre a área em 
que se pretende instalar os projetos de desenvolvimento, análise de 
alternativas para o projeto e programas ambientais, com ações de 
57
mitigação dos impactos ambientais que não puderem ser evitados e seu 
respectivo monitoramento.
Considerando os objetivos da AIA, a elaboração do EIA é uma etapa 
determinante, já que é por meio desse documento que é feita a 
identificação e avaliação das prováveis consequências de determinadas 
interferências do empreendimento. O EIA, se elaborado e comunicado 
adequadamente, direciona a tomada de decisão e promove o 
desenvolvimento sustentável no planejamento e na gestão de projetos 
de desenvolvimento.
Nessa perspectiva, o conteúdo do EIA é determinado pelo artigo 5º da 
Resolução CONAMA n. 01/1986, devendo conter minimamente (BRASIL, 
1986):
• A caracterização do empreendimento, bem como o estudo de 
alternativas locacionais e tecnológicas.
• A definição e o diagnóstico ambientais de suas áreas de 
influência, considerando aspectos dos meios físicos, biótico e 
socioeconômico.
• A análise e avaliação dos impactos ambientais do projeto e suas 
alternativas.
• As medidas mitigadoras dos impactos negativos e programas de 
acompanhamento, monitoramento e controle ambiental. 
58
O conteúdo do EIA é apresentado na Figura 1 e explicado a seguir.
Figura 1 – Resumo da estrutura de um EIA 
 
Fonte: elaborada pela autora.
Como o próprio nome sugere, no item caracterização do projeto, o 
empreendimento é descrito nas fases de planejamento, de implantação, 
de operação e, se for o caso, de desativação. Quando a implantação 
do projeto ocorrer em etapas, ou quando forem previstas expansões, 
também devem ser descritas.
Cabe ressaltar que as informações deverão ser detalhadas, sendo 
requerida a apresentação de todas as intervenções previstas para a 
implantação do empreendimento. Sempre que possível, tais dados 
devem ser apresentados de maneira quantitativa e contar com 
informações especializadas.
Para subsidiar os órgãos no processo decisório, o EIA também deve 
explorar as alternativas de um projeto, visando a maximização dos 
benefícios e a minimização dos danos potenciais. Admite-se duas 
abordagens necessárias, uma de alternativas locacionais, relacionadas 
à localização das estruturas; e as alternativas tecnológicas, 
59
relacionadas à possibilidade de substituição de técnicas dos processos 
operacionais.
O objetivo da atividade análise de alternativas é assegurar que o 
proponente considere outras abordagens factíveis, de modo que 
se idealizem projetos ambientalmente menos agressivos e não 
simplesmente se decida se os impactos de cada projeto são aceitáveis 
ou não. Essa etapa é extremamente importante para que o órgão 
licenciador possa ter a visão de outras alternativas, as quais são 
propostas pelo empreendedor e, portanto, exequíveis.
A atividade seguinte é a definição de áreas de influência, que são 
áreas geográficas nas quais são detectáveis os impactos de um projeto. 
Usualmente, e tal como prevê a legislação, a área de influência é 
delimitada em três âmbitos: Área de Influência Indireta (AII), Área de 
Influência Direta (AID) e Área Diretamente Afetada (ADA), que são 
detalhados a seguir: 
• Área Diretamente Afetada (ADA): é a área necessária para 
a implantação do empreendimento, onde ocorrerão todas 
as interferências iniciais e diretas do projeto, incluindo suas 
estruturas de apoio, vias de acesso, bem como todas as demais 
operações unitárias associadas exclusivamente à infraestrutura do 
projeto, ou seja, de uso privativo do empreendimento.
• Área de Influência Direta (AID): é a área geográfica diretamente 
afetada pelos impactos decorrentes do empreendimento/ projeto 
e corresponde ao espaço territorial contíguo e ampliado da 
ADA, como esta deverá sofrer impactos, tanto positivos quanto 
negativos e, possivelmente, impactos primários e secundários.
• Área de Influência Indireta (AII): abrange um território que é 
afetado pelo empreendimento, mas no qual os impactos e efeitos 
decorrentes deste são considerados menos significativos do que 
nos territórios das outras duas áreas de influência (ADA e AID).
60
Na prática, verifica-se que a delimitação de áreas de influência se 
confunde com a delimitação de áreas a serem estudadas no diagnóstico 
ambiental. Sánchez (2013) discute que a definição das áreas de 
influência seria concebível apenas após a previsão de impactos, pois, 
antes disso, a delimitação seria apenas uma hipótese a ser verificada.
A atividade seguinte é o diagnóstico ambiental, que representa um 
retrato da situação prévia ao projeto e virá se contrapor um prognóstico 
ambiental, ou seja, uma projeção da provável situação futura do 
ambiente potencialmente afetado caso a proposta em análise seja 
implementada. Segundo o artigo 6º, da resolução CONAMA n. 01/1986 
reúne: 
 
A descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal 
como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, 
antes da implantação do projeto, considerando:
a. O meio físico: o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os 
recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os 
corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as 
correntes atmosféricas.
b. O meio biológico e os ecossistemas naturais: a fauna e a flora, 
destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de 
valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as 
áreas de preservação permanente.
c. O meio socioeconômico: o uso e ocupação do solo,

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