Buscar

Definicao e aplicabilidade de programas e laudos de saude e seguranca ocupacional- PPRA, PCMSO, PCMAT, LTCAT

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Definição e aplicabilidade de programas e laudos de saúde
e segurança ocupacional: PPRA, PCMSO, PCMAT, LTCAT
Vários fatores podem impactar no desempenho de uma empresa e, conforme o nível desses impactos a
empresa pode enfrentar dificuldades para se manter operante com um fluxo de caixa positivo. Assim, é
necessário conhecer e gerenciar todos os aspectos relevantes que podem contribuir para o sucesso do
empreendimento. Normalmente, o “sucesso” é medido por meio do lucro líquido em determinado período de
tempo.
Para que se atendam às metas de desempenho estabelecidas, a empresa precisa gerenciar as áreas de
recursos humanos, de responsabilidade fiscal, da qualidade e do controle de processo produtivo, do meio
ambiente, da segurança do trabalho, entre outras. O destaque de qualquer organização é seu setor produtivo ou
seus serviços oferecidos, conforme o segmento econômico da empresa. Nesta área, a gestão da qualidade é de
extrema importância e contém como foco a padronização da qualidade de seu produto ou serviço e a adoção de
mecanismos que permitam a melhoria contínua de seus processos. Estão ligados ao desempenho fatores como
capacitação dos funcionários, aquisição de máquinas e equipamentos, controle da qualidade dos insumos e das
matérias-primas, do produto ou do serviço ofertado.
Evidentemente, a qualidade do processo ou do serviço final, em uma visão ampla, depende que os demais
processos ocorram de forma organizada e consistentemente. Por exemplo, é importante que os funcionários
estejam alinhados às diretrizes da empresa e que esta tenha uma política de retenção de talentos:
responsabilidades típicas da área de recursos humanos. Já a área contábil, apoia a empresa na gestão financeira
e na auditoria contábil, além de executar tarefas como o controle de recolhimento de impostos e de emissão de
notas fiscais. Essas duas áreas podem estar integradas na empresa e contribuem para a tomada de decisão por
parte da direção sobre a condução das atividades e dos novos investimentos.
Durante a produção de um bem, a empresa utiliza, como já comentado, matérias-primas e insumos, mas
nem tudo que ingressa é transformado em um produto final, uma parte acaba como resíduo, seja ele sólido,
líquido ou gasoso. Para transformar a matéria-prima em produto final, são empregadas utilidades como energia
elétrica, vapor-d’água, água líquida. Uma parte do que é empregado pode acabar gerando resíduos. Por
exemplo, uma caldeira para produção de vapor-d’água precisa queimar algum combustível, assim são esperados
resíduos gasosos e sólidos como resultado dessa queima. Resíduos também podem ser gerados na manutenção
de máquinas, como peças contaminadas com óleo lubrificante e o próprio óleo já usado. Dessa forma, a empresa
precisa gerenciar os impactos ambientais de seus processos, portanto deve contar com uma área de meio
ambiente, para, em um primeiro momento, garantir o atendimento legal às legislações municipais, estaduais e
federais sobre o tema e, em um segundo momento, estudar como integrar ou reutilizar os resíduos gerados no
próprio processo. A reutilização de resíduos traz impactos positivos no fluxo de caixa, pois reduz a demanda por
matérias-primas e utilidades.
06/01/2024, 18:18
Página 1 de 26
Todo o processo produtivo ou a prestação de algum
serviço pode expor os funcionários a perigos com
determinado nível de risco associado. Quando esse nível
de risco é passível de atenção, significa que algum
prejuízo à integridade ou à saúde pode ocorrer devido à
exposição aos perigos.
Quando a organização não atua para eliminar a fonte do perigo ou para manter o nível de risco em um
patamar aceitável, ela assume uma posição contrária aos seus objetivos de crescimento. Quando um acidente
ocorre e é necessário o afastamento do trabalhador, um posto fica vago na empresa e deve ser preenchido para
que o nível de produção seja mantido. Isso pode acarretar custos com novas contratações e treinamento da mão
de obra; por outro lado, a empresa também pode ser penalizada com o pagamento de indenização decorrente do
evento danoso. Evidentemente, isso é apenas um exemplo entre as várias possibilidades.
A gestão de segurança e saúde no trabalho é parte
integrante do gerenciamento global da empresa para a
obtenção de bons resultados. Manter um ambiente
saudável e seguro é uma tarefa que envolve o correto
planejamento para execução de atividades críticas,
investimentos em segurança de máquinas, treinamentos
com foco em segurança, auditorias, atendimento aos
requisitos legais, entre outros. Essa gestão não é
realizada isoladamente, ela está ligada a programas de
segurança, em especial aqueles exigidos por normas
regulamentadoras (NR), como o Programa de
Gerenciamento de Riscos previsto na NR-1.
Assim, o gerenciamento preventivo com base nas NRs é uma parte importante para minimizar a
possibilidade de doenças ocupacionais e acidentes do trabalho, mas outros aspectos devem ser considerados,
como a exigência da elaboração de laudos previstos na legislação trabalhista (como os laudos de insalubridade e
de periculosidade) e na legislação previdenciária (como o Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho –
LTCAT). A elaboração desses laudos pode evitar alguns problemas futuros referentes ao pagamento de
indenizações.
O gerenciamento de segurança é realizado pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e
Medicina do Trabalho (SESMT) ou por empresas de consultoria, com o apoio da direção da empresa que é a
responsável por fornecer os recursos necessários, sejam de pessoas, equipamentos ou de estrutura.
Normalmente, a direção da empresa desconhece os detalhes da área de segurança e saúde do trabalho, assim é
papel do SESMT, e isso inclui o técnico de segurança do trabalho, orientar a direção da empresa sobre o motivo
06/01/2024, 18:18
Página 2 de 26
e a necessidade da elaboração e da implementação de programas e da elaboração de laudos. Antes da etapa de
orientação, é necessário conhecer os objetivos e o campo de aplicação dos programas e laudos existentes da
esfera trabalhista e previdenciária que contêm relação direta ou indireta com a área de saúde e segurança no
trabalho, e assim determinar quais são aplicáveis à empresa.
Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR
O programa
A NR-1 estabelece a necessidade de elaboração do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). O
programa contém um foco preventivo e é aplicado para controlar a exposição aos perigos relacionados aos
agentes biológicos, físicos e químicos, à ergonomia e aos acidentes. A norma não estabelece um modelo
padronizado para o programa, entretanto ela define os itens mínimos que o compõem e o seu fluxo de
elaboração e acompanhamento.
O programa é composto, no mínimo, por dois documentos: o inventário de riscos e o plano de ação.
Como o PGR é formado basicamente pelo inventário de riscos e pelo plano de ação, é evidente que etapas
anteriores devem ser conduzidas até que se chegue ao inventário e ao planejamento. Basicamente, essas etapas
usam de mecanismos de reconhecimentos de perigos e de uma ou mais ferramentas de avaliação de riscos.
A etapa de reconhecimento, ou identificação de perigos, como define a NR-1, é composta pela descrição
dos perigos e do seu potencial para lesões ou doenças ocupacionais, pela indicação das fontes geradoras ou das
condições nas quais os trabalhadores estão expostos aos perigos e pela identificação dos trabalhadores ou
grupos de trabalhadores que estão sujeitos a esse perigo. É possível notar que essas informações estão
presentes no próprio inventário, o que é lógico, uma vez que essa etapa busca reunir dados para a elaboração
dele. Quando os perigos forem identificados antes da atividade ou de a operação entrar em execução, por
exemplo, como na mudança de tecnologia de um processo produtivo, é possível realizar ajustes antes que os
empregados estejam realmente expostos, usando a mesma ideia de identificação e avaliação de riscos.
Umavez que todos os perigos sejam identificados, deve-se conduzir a avaliação de riscos, a qual utiliza
ferramentas para definição do nível de risco associado (ou algo equivalente) e da prioridade de controle. Essas
ferramentas podem ser específicas para cada fator de risco ou globais. Normalmente, elas estão fundamentadas
na avaliação de três pontos: a severidade da lesão ou da doença associada ao perigo ou agente de risco, a
probabilidade de ocorrência do evento danoso ou da exposição e a frequência dessa exposição. Também faz
parte dessa avaliação de risco a análise das medidas de controle empregadas, o que é avaliado dentro da
probabilidade de ocorrência. Como resultado do cruzamento dessas informações, tem-se o nível de risco
associado que definirá a necessidade ou prioridade de controle. Tipicamente, o nível de risco contém de três a
cinco níveis que variam do tolerável até o intolerável. As ferramentas de avaliação de riscos apresentam algumas
recomendações sobre quais tipos de controles devem ser aplicados e sua urgência. Quando várias ferramentas
são utilizadas, é importante criar um padrão único para definição de prioridades, pois uma ferramenta pode
apresentar três níveis e outra cinco níveis. Assim, é necessária uma análise de equivalência entre os níveis.
06/01/2024, 18:18
Página 3 de 26
Clique ou toque para visualizar o conteúdo.
O PGR, segundo a NR-1, pode ser elaborado de
forma a contemplar toda a organização, ou pode ser
elaborado por atividades ou setores. Esse é um fato
importante, pois permite a adequada gestão dos riscos de
acordo com as caraterísticas da exposição.
Por exemplo, uma empresa que tem um setor administrativo e um setor de produção, pode optar por realizar
dois PGRs, um para o setor administrativo e outro para o setor de produção, se julgar que o gerenciamento
poderá ocorrer de uma forma eficaz dessa maneira.
Campo de aplicação e pontos importantes
O PGR é um programa criado para agregar o gerenciamento que estava disperso na legislação trabalhista,
por exemplo, a antiga NR-9 apresentava um programa de gerenciamento voltado aos agentes biológicos, físicos
e químicos; a NR-17 tratava e ainda trata da análise ergonômica, e os fatores de risco de acidentes eram e ainda
são tratados em diversas normas regulamentadoras. Muitas organizações realizavam um atendimento parcial do
gerenciamento de risco e um dos fatos que contribuía para isso era a necessidade de conduzir basicamente três
análises distintas: uma para a NR-9, uma para a NR-17 e outra para a questão de acidentes. O PGR unifica o
gerenciamento de riscos em apenas um programa, englobando também os resultados da análise de acidentes e
de doenças ocupacionais prevista da NR-4 e o planejamento para emergências, que, eventualmente, pode ser
conduzido por documento próprio, mas ligado ao PGR.
Dessa maneira, o PGR contém um campo de
aplicação que alcança todos os segmentos econômicos,
incluindo a construção civil, uma vez que a própria NR-18
indica que o gerenciamento de riscos deve ser feito com
base na NR-1. As exceções ocorrem para a NR-22, que
contém PGR próprio, e para a NR-31, que conta com um
programa específico.
06/01/2024, 18:18
Página 4 de 26
Algumas empresas estão dispensadas da elaboração do PGR, como o microempreendedor individual (MEI),
as microempresas (ME) e as empresas de pequeno porte (EPP), de graus de risco 1 e 2, segundo a NR-4, desde
que o levantamento preliminar de perigos não aponte uma exposição ocupacional a agentes biológicos, físicos e
químicos, de acordo com a NR-9, e que declarem as informações digitais de acordo com o estabelecido pela NR-
1. Independente da dispensa do PGR, essas empresas continuam obrigadas a cumprir as normas
regulamentadoras.
As empresas obrigadas a elaborar o PGR devem revisar sua avaliação de riscos e, consequentemente, seu
inventário e plano de ação a cada dois anos, no máximo. Um prazo de até três anos pode ser admitido se a
empresa portar uma certificação em um sistema de gestão de saúde e segurança no trabalho, como a ISO
45001. A avaliação de riscos, além dos tempos previstos, deve ser conduzida também quando as medidas de
controle forem aplicadas para avaliar o novo nível de risco, quando ocorrem mudanças no ambiente de trabalho
que possam inserir novos perigos ou mudar o nível de risco, na mudança dos requisitos legais, entre outros.
Informação aos trabalhadores
A implementação de um programa envolve diversas etapas que contêm como foco o controle da exposição
dos trabalhadores aos fatores de risco. Muitos desses controles dependem direta ou indiretamente dos
trabalhadores. Por exemplo, o emprego de equipamentos de proteção individual é um controle que depende
diretamente do trabalhador no que se refere ao seu adequado uso. Controles que envolvem rotinas de trabalho,
como manter recipientes de produtos químicos fechados quando seu uso não ocorre, é outro exemplo de medida
que depende diretamente das ações do empregado. Sistemas de proteção de máquinas, que resguardam a
integridade do trabalhador evitando o contato com elementos móveis, são controles que independem do
trabalhador, mas, ainda assim, ele deve estar consciente da importância desse elemento e da proibição expressa
de qualquer modificação de sua estrutura, por exemplo, para tornar o trabalho mais célere.
Há dois pontos básicos relacionados aos empregados e que impactarão diretamente no sucesso de muitas
medidas de controle. O primeiro ponto está na informação e conscientização dos empregados sobre a existência
dos fatores de riscos a que eles estão expostos. Em alguns casos, o trabalhador reconhece os fatores de risco
por alguma característica inerente e diretamente perceptível.
06/01/2024, 18:18
Página 5 de 26
06/01/2024, 18:18
Página 6 de 26
06/01/2024, 18:18
Página 7 de 26
Nem sempre o fator de risco está claro para quem executa a atividade. Por exemplo, na figura 2, há agentes
químicos presentes, mas o trabalhador poderá não perceber uma parte deles, pois ele conta apenas com seus
sentidos para a identificação. Já na figura 3, a atividade poderá envolver engolfamento se a rede não for isolada
ou se a rede for pluvial e ocorrerem chuvas em áreas mais elevadas. Esse perigo pode não estar claro para o
trabalhador.
O segundo ponto que pode impactar no sucesso das medidas de controle está ligado também aos fatores
de risco, mas agora relacionados à extensão de seus efeitos à saúde ou à integridade. Esse conhecimento por
parte dos trabalhadores é fundamental no sentido de que pode alertá-los sobre a importância do emprego
adequado ou mesmo sobre a existência de determinadas medidas.
Assim, uma vez que todos os fatores de risco ou as
situações potenciais forem identificadas e as medidas de
controle forem definidas, os empregados devem receber
instruções formais sobre os perigos, os riscos e as
consequências, suas fontes ou condições de trabalho que
possam resultar na exposição aos perigos e sobre os
controles adotados para reduzir a exposição ou o risco de
doença ou acidente. Além disso, é importante que sejam
reforçadas as obrigações ou os deveres do empregado
com relação aos controles adotados.
Essas informações podem ser repassadas em treinamentos, diálogos diários de segurança (DDS), em
treinamentos de integração ou de outras maneiras, desde que sejam eficazes, e devem estar de acordo com o
item 1.4 da NR-1. Conforme a abordagem e a disposição de recursos, as informações podem ser repassadas
com o uso de recursos audiovisuais. Seja qual for o formato adotado, é importante realizar algum registro
cobrindo aspectos como assuntos abordados (conteúdo programático), identificação do instrutor, carga horária.
Para os DDSs, um registro mais simples pode ser adotado e normalmente está associado à programação de
assuntos, de suas datas e do público-alvo.
Evidentemente, é importante que ocorra uma adaptação na linguagem. O trabalhador não está habituado
com muitos dos jargões da área de segurança, logo,isso deve ser considerado na hora da comunicação. Por
exemplo, o agente “ruído”, em termos técnicos, pode ser contínuo, intermitente ou de impacto; no
desenvolvimento de um programa de segurança ou na avaliação quantitativa da exposição essa diferenciação é
importante (se contínuo/intermitente ou de impacto); já em um treinamento é suficiente o termo “ruído”. À medida
que o técnico de segurança do trabalho conhece o seu público, ele pode adequar a linguagem de modo a tornar a
comunicação mais clara.
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO
06/01/2024, 18:18
Página 8 de 26
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO
O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), exigido pela NR-7, é um programa
voltado ao monitoramento da saúde dos trabalhadores e é aplicável a todos os segmentos econômicos. Esse
programa contém duas diferenças básicas dos demais programas de saúde e segurança no trabalho. A primeira
diferença é que a NR-7 determina um profissional para sua elaboração, no caso o médico do trabalho, e essa
determinação não ocorre em nenhum outro programa de saúde e segurança no trabalho, para qualquer membro
do SESMT. A segunda diferença reside na elaboração desse programa, pois ele não é realizado a partir de um
levantamento de campo de perigos relacionados a cada tarefa ou atividade, ao invés disso, o PCMSO é
construído com dados de outro programa, o PGR, previsto na NR-1, e, antes disso, o PPRA.
Uma vez que o PGR está disponível para o médico do trabalho, ele, com base nos riscos ocupacionais
identificados e classificados pelo PGR, pode determinar os meios adequados de monitoramento da saúde,
considerando o tipo de atividade que o trabalhador executa e/ou os fatores de risco com os quais esse
trabalhador tem contato em sua jornada de trabalho. Por exemplo, para um trabalhador exposto ao ruído
intermitente acima do nível de ação, o programa deve determinar a necessidade de exames audiométricos,
independente do uso de protetores auditivos. No caso de um empregado que realizará um trabalho em altura, o
PCMSO deve verificar periodicamente a aptidão para o trabalho, considerando as patologias que poderão
originar mal súbito e queda de altura.
Quando algum desvio na saúde é encontrado ou
uma suscetibilidade individual é detectada, o programa
deve ser capaz de fornecer dados suficientes para avaliar
a necessidade de afastamento das tarefas
desempenhadas ou definir uma estratégia de
acompanhamento específica para o empregado.
O acompanhamento da saúde é realizado por meio das vigilâncias passivas e ativas.
O programa deve incluir a previsão para os exames admissional, periódico, de retorno ao trabalho, de
mudanças de riscos ocupacionais, demissional e complementares, este último a critério médico.
Uma vez por ano, o médico responsável pelo PCMSO deve elaborar um relatório das conclusões do
programa, devendo constar informações como o número e os tipos de exames realizados e a incidência e
prevalência de doenças ocupacionais. Assim, é possível concluir que esse programa pode avaliar indiretamente
Na vigilância passiva, os dados são obtidos quando os trabalhadores procuram os serviços médicos
voluntariamente por alguma questão, como desconforto, por exemplo.
A vigilância ativa envolve a realização de exames médicos específicos e coleta dos sinais e sintomas de
prejuízos à saúde relacionados aos agentes nocivos a que o trabalhador está exposto.
06/01/2024, 18:18
Página 9 de 26
as medidas de controle adotadas no PGR, pois, se os trabalhadores apresentam indícios do desenvolvimento de
doenças ocupacionais ou se estão submetidos a exposições elevadas no ambiente de trabalho, algo na
estratégia de prevenção está inadequado. Essa relação reforça a necessidade de uma elaboração sólida do PGR
e da correta condução e análise da implementação de seu planejamento.
Embora o PCMSO seja importante, em alguns
casos, as empresas estão dispensadas de sua
elaboração. Empresas de graus de risco 1 e 2, conforme
a NR-4, e que declararem suas informações de forma
digital, quando MEI (microempreendedor individual), ME
(microempresa) e EEP (empresa de pequeno porte),
desde que não identifiquem exposições ocupacionais a
agentes físicos, químicos, biológicos e ergonômicos,
estão dispensadas de elaborarem o programa. Essa
dispensa não exclui a necessidade de exames médicos
ocupacionais admissionais, demissionais e periódicos. O
relatório anual também não é de obrigação para ME e
EPP enquadradas nessa condição e para as MEI em
qualquer caso.
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), extinto em 2022, é um programa preventivo, com
foco nos riscos biológicos, físicos e químicos (agentes ambientais), exigido pela antiga versão da NR-9, sendo
aplicável a todos os segmentos econômicos, exceto nas atividades previstas pela NR-22, que contém programa
próprio.
O PPRA era estruturado com base nas quatro áreas da higiene ocupacional, sendo que a elaboração do
programa envolvia a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o controle dos riscos. Assim, como o atual
PGR, definido na NR-1, o PPRA tinha um plano de ação (etapa de controle) baseado na priorização de controles
definidos na etapa de avaliação de riscos e ambos eram apoiados pela antecipação e pelo reconhecimento. Os
agentes de acidentes e de ergonomia somente eram analisados pelo PPRA quando guardavam alguma relação
com os agentes ambientais.
O programa era descrito em um documento base com alguns elementos constitutivos mínimos:
planejamento anual com indicação das metas e das prioridades, plano de ação, descrição das formas de registro,
manutenção e divulgação dos dados e definição da frequência e da forma de avaliação. Além do
acompanhamento previsto da implementação e eficácia de suas ações, a saúde dos trabalhadores era
acompanhada com base no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) previsto na NR-7.
06/01/2024, 18:18
Página 10 de 26
Em 2022, o PPRA deixa de existir, sendo substituído
por um programa mais amplo, o PGR. Embora extinto, o
PPRA deve ter sua documentação gerenciada por 20
anos, assim, os programas elaborados devem ser
armazenados por esse período.
Se o programa for composto por outros documentos como, por exemplo, relatórios das avaliações
ambientais e descrição da ferramenta de análise de riscos, esses documentos devem ser armazenados também.
Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho – PCMAT
O Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho (PCMAT), vigente até o primeiro semestre de
2022, caracteriza-se por ser um programa voltado à indústria da construção civil, previsto pela antiga NR-18. O
PCMAT foi substituído pelo PGR previsto na NR-1, e a nova NR-18 atual apenas faz algumas considerações
sobre o PGR.
Devido à dinâmica de uma obra, as atividades e os fatores de risco envolvidos variam de tipo e/ou
intensidade, respectivamente, ao longo da construção. O papel do PCMAT era acompanhar essas mudanças,
propondo medidas preventivas de controle adequadas a cada etapa da obra. Ele englobava todos os fatores de
riscos, incluindo aqueles tratados pelo PPRA, embora não houvesse uma determinação em norma da
substituição do PPRA pelo PCMAT.
O programa era aplicável a obras com mais de 20 trabalhadores e sua estrutura deveria conter o projeto e
as especificações técnicas das medidas de proteção coletiva de acordo com a etapa da obra, leiaute do canteiro
de obras, um programa educativo relacionado aos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, entre outros.
Os registros ligados e o próprio PCMAT devem ser
mantidos por 20 anos. Assim, mesmo que o programa
perca sua exigência legal em 2022, sua documentação
deverá ser mantida.
A única exceção ocorre para as obras iniciadas antes dessa data, mas que foram concluídas após ela.
Nesse caso, o PCMAT terá sua validade até o final da obra.
Laudo de insalubridade
Legislação
06/01/2024, 18:18Página 11 de 26
O laudo de insalubridade é um laudo previsto na legislação trabalhista, especificamente na NR-15. O
objetivo do laudo é caracterizar ou não a exposição em condições insalubres aos agentes biológicos, físicos e
químicos, e determinar o percentual do adicional de insalubridade. O laudo é de elaboração obrigatória e está a
cargo do empregador definir um engenheiro de segurança do trabalho ou médico do trabalho para a sua
realização.
O adicional de insalubridade é divido em três percentuais: 10% (ou mínimo), 20% (ou médio) e 40% (ou
máximo) incidentes sobre o salário mínimo da região. A norma fixa essas faixas de acordo com o agente em
análise e determina quais as situações e os agentes devem ser avaliados. Muitos dos agentes com os quais o
trabalhador está em contato em seu ambiente de trabalho não estão listados na norma; logo, não há de se
pensar em adicional de insalubridade relativo a esses agentes. É nesse fato que reside a principal diferença entre
o laudo e as medidas preventivas estipuladas por outras normas de segurança. As ações de prevenção devem
alcançar todos os fatores de risco aos quais o trabalhador está exposto, enquanto o laudo de insalubridade está
preso ao texto jurídico dessa norma.
A NR-15 é estruturada em anexos, alguns dos quais apresentam parâmetros quantitativos e outros
requerem uma avaliação qualitativa para a análise de insalubridade. Esses anexos estão divididos da seguinte
forma:
06/01/2024, 18:18
Página 12 de 26
Anexo
[1]
Título Avaliação
1 Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente Quantitativa
2 Limites de tolerância para ruídos de impacto Quantitativa
3 Limites de tolerância para exposição ao calor Quantitativa
5 Radiações ionizantes Quantitativa
6 Trabalho sob condições hiperbáricas Qualitativa
7 Radiações não ionizantes Qualitativa
8 Vibração Quantitativa
9 Frio Qualitativa
10 Umidade Qualitativa
11
Agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de
tolerância e inspeção no local de trabalho
Quantitativa
12 Limites de tolerância para poeiras minerais Quantitativa
13 Agentes químicos Qualitativa
13-A Benzeno e operações diversas[2]-[3] Qualitativa
14 Agentes biológicos Qualitativa
[1] – O Anexo 4 foi revogado em 1990.
[2] – O anexo não contém um título.
[3] – Não há no texto normativo a definição do grau de insalubridade para benzeno.
Tabela 3 – Relação de anexos da NR-15
Embora os anexos sejam claros sobre as condições necessárias para a caracterização de insalubridade, há
algumas decisões de tribunais de justiça que alteraram o entendimento de alguns agentes ou anexos. Essas
decisões estão apresentadas como súmulas do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Superior Tribunal
Federal (STF). Um exemplo famoso dessa alteração é aquele estipulado pela Súmula n.º 448 do TST, mais
especificamente em seu segundo item, que trata sobre a limpeza de instalações sanitárias:
A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande circulação, e a respectiva
coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e escritórios, enseja o pagamento de adicional
de insalubridade em grau máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE n.º
3.214/1978 quanto à coleta e industrialização de lixo urbano.
06/01/2024, 18:18
Página 13 de 26
Então, mesmo que o Anexo 14 da NR-15 não faça a previsão sobre essa atividade (limpeza de sanitários), o
tribunal fez essa consideração e inclui essa atividade. Isso demonstra que, eventualmente, algumas conclusões
de laudos ou mesmo reclamatórias trabalhistas podem se valer de determinações como essas, e não apenas do
texto normativo.
O adicional de insalubridade não configura um direito adquirido sendo que seu pagamento poderá ser
suspenso ou poderá ocorrer somente nos períodos de efetiva exposição. A suspensão do adicional pode ocorrer
quando o empregador eliminar o agente ou neutralizá-lo. A neutralização ocorre com o emprego de medidas de
ordem geral que reduzam a intensidade ou a concentração do agente para valores abaixo do limite de tolerância
ou com o emprego de equipamentos de proteção individual.
Elaboração e estrutura
A etapa de inspeção em campo para levantamento de dados é a primeira na elaboração do laudo de
insalubridade. Segue-se a essa etapa a avaliação quantitativa dos agentes que tenham limite de tolerância. Essa
avaliação é melhor conduzida quando o profissional que elaborará o laudo é funcionário da empresa e já conhece
as rotinas e os agentes. É importante que a avaliação quantitativa seja representativa da exposição e que seja
acompanhada pelo responsável, caso contrário os dados produzidos poderão levar a conclusões equivocadas.
Quando uma avaliação não é conduzida adequadamente, podem ocorrer duas condições, principalmente se
forem envolvidas avaliações quantitativas: a exposição ser super ou subestimada. No caso de superestimar o
risco (intensidade, concentração), a empresa pode pagar o respectivo adicional sem que ele seja realmente
devido; no caso contrário, a empresa deixará de pagá-lo quando ele for devido, assim correndo o risco de
ressarcir o trabalhador no caso de uma ação judicial.
Uma vez que a avaliação seja realizada, é necessário que se produza o laudo de insalubridade com as
conclusões. O laudo pode envolver apenas um agente da NR-15 ou envolver uma série de situações ou funções
com exposição a diversos agentes. Não há uma estrutura geral para o laudo de insalubridade definida na norma,
entretanto é importante que o laudo seja conduzido tecnicamente, que exponha com clareza a metodologia
utilizada para a avaliação do agente e a conclusão sobre o enquadramento. Em alguns, como no Anexo 8
(vibração), a NR-15 apresenta a estrutura básica do laudo, que deve contemplar:
a. Objetivo e datas em que foram desenvolvidos os procedimentos
b. Descrição e resultado da avaliação preliminar da exposição, realizada de acordo com a NR-9
c. Metodologia e critérios empregados, inclusas a caracterização da exposição e a
representatividade da amostragem
d. Instrumentais utilizados, bem como o registro dos certificados de calibração
e. Dados obtidos e respectiva interpretação
f. Circunstâncias específicas que envolveram a avaliação
g. Descrição das medidas preventivas e corretivas eventualmente existentes e indicação das
necessárias, bem como a comprovação de sua eficácia
h. Conclusão
06/01/2024, 18:18
Página 14 de 26
Ainda, no Anexo 8, a norma indica que a avaliação deva ocorrer de acordo com a metodologia estabelecida
pela Fundacentro. No caso de vibração de corpo inteiro, deve-se seguir o disposto na Norma de Higiene
Ocupacional n.º 9, conhecida como NHO-9, e, para vibração de mãos e braços, o disposto na NHO-10.
Perícia judicial
Muitas vezes, a empresa pode se deparar com uma ação trabalhista referente ao adicional de insalubridade
e, nesse caso, uma perícia judicial ocorrerá a fim de determinar se houve enquadramento no período reclamado.
Assim, um laudo de insalubridade será elaborado pelo perito que o juiz determinar, sendo ele médico do trabalho
ou engenheiro de segurança do trabalho. O laudo elaborado para a empresa poderá ser juntado no processo
como elemento pelo advogado de defesa da empresa.
A perícia é conduzida de acordo com o que está presente na “inicial”. Nela constam o objeto da perícia, se
de insalubridade e/ou periculosidade, em quais situações o reclamante alega que estava exposto ou as
atividades que exercia, os agentes, entre outros. O perito conduz a perícia de forma a produzir a prova técnica
que caracteriza ou não a insalubridade, ele não é responsável por determinar se as informações são verídicas ou
não, isso é papel do juiz. Assim, se na “inicial” o trabalhador alega que esteve exposto ao ruído em uma atividade
de detonação de rochas, o perito avaliará o nível de pressão sonora e os documentos juntados pela empresa no
processo para determinar se há enquadramento, mesmo se o funcionário não esteve realmenteexposto.
A atuação do perito é regulada pelo Código de Processo Civil, definido pela Lei n.º 13.105/2015. O artigo
473 do Código contém o seguinte texto direcionado ao perito:
Art. 473. O laudo pericial deverá conter:
I – A exposição do objeto da perícia;
II – A análise técnica ou científica realizada pelo perito;
III – a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e
demonstrando ser predominantemente aceito pelos
especialistas da área do conhecimento da qual se originou;
IV – Resposta conclusiva a todos os quesitos
apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do Ministério
Público.
§ 1.º No laudo, o perito deve apresentar sua
fundamentação em linguagem simples e com coerência lógica,
indicando como alcançou suas conclusões.
06/01/2024, 18:18
Página 15 de 26
§ 2.º É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua
designação, bem como emitir opiniões pessoais que excedam
o exame técnico ou científico do objeto da perícia.
Tanto a empresa quanto o reclamante poderão indicar, cada um, um assistente técnico para acompanhar a
perícia. Os assistentes também podem produzir seus documentos a fim de concluir sobre a exposição. Esses
documentos são juntados no processo pelos advogados de cada parte, e não estão restritos à NR-15; logo, a
empresa poderá utilizar outros documentos e resultados para realizar a sua defesa. Depois da entrega dos
laudos, segue-se a manifestação das partes, a audiência de instrução (que eventualmente pode ocorrer antes),
as alegações finais e a determinação da sentença pelo juiz.
Como discutido, os equipamentos de proteção individual podem descaracterizar um enquadramento, assim,
a gestão dos EPIs é fundamental para proteger a empresa e deve ser realizada de acordo com a NR-6 (em
especial com o item 6.1.1). Por exemplo, se um trabalhador opera em um ambiente com uma concentração de
agente químico acima do limite de tolerância, mas está devidamente protegido por uma máscara de proteção
respiratória, ainda são importantes a comprovação do treinamento desse trabalhador para uso do equipamento, a
comprovação da realização do teste de vedação, entre outros.
O pagamento do adicional de insalubridade não exclui da empresa a responsabilidade de adoção de
medidas corretivas ou de mitigação do agente. Independente do pagamento de adicional, as ações preventivas
devem continuar sendo aplicadas e, inclusive, podem resultar em descaracterização do adicional, reduzindo os
gastos da empresa ao mesmo tempo em que se oferece um ambiente mais seguro ao empregado. O papel do
técnico de segurança do trabalho é importante na condução desse processo no sentido de orientar o empregador
sobre os impactos positivos que podem ser gerados com a gestão da NR-15, além de ser um requisito legal.
Laudo de periculosidade
O laudo de periculosidade é um laudo definido na NR-16. A norma define um conjunto de atividades e
operações perigosas que, uma vez caracterizada, definem a necessidade de um adicional de 30% sobre o salário
para o empregado nessa condição. Embora a norma utilize o termo “perigo”, ele não é aplicado da mesma
maneira que o termo em textos preventivos.
A norma estabelece seis anexos para as atividades periculosas. A caraterização em cada anexo
normalmente depende de alguns fatores como enquadramento em um tipo de atividade listada e operação em
área de risco. Os anexos estão distribuídos da seguinte forma:
Anexo 1 – Atividades e operações perigosas com explosivos
Para enquadramento nesse anexo, a atividade deve estar listada nele e o adicional é devido aos trabalhadores ligados
diretamente à atividade ou que permaneçam na área de risco, conforme o tipo de atividade. O anexo define a área de risco
em função do tipo de explosivo e da quantidade armazenada.
06/01/2024, 18:18
Página 16 de 26
Anexo 2 – Atividades e operações perigosas com inflamáveis
O enquadramento nesse anexo é feito em até quatro etapas, que obedecem a sequência dos itens apresentados na norma.
O primeiro passo compreende a identificação da atividade na listagem apresentada: essa lista define também as condições
para enquadramento. Uma vez atendidas as solicitações, avança-se para a segunda etapa, que é uma etapa de definições.
A terceira etapa compreende a definição da área de risco a ser utilizada para a caraterização. Eventualmente, é necessário
avançar para a etapa quatro, que estabelece algumas exceções. Assim, se o enquadramento for descaracterizado em
qualquer etapa, o adicional de periculosidade não conterá embasamento normativo e não será devido. A definição de
inflamável usada na NR-16 é a estipulada na NR-20.
Anexo 3 – Atividades e operações perigosas com exposição a roubos ou outras espécies de violência física
nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial
Existem duas condições para enquadramento nesse anexo. Primeiro, uma das condições deve ser satisfeita: para as
atividades realizadas por meio de empresas prestadoras de serviço, é necessário que o empregado tenha o curso de
vigilância e que sua empresa esteja registrada no Ministério da Justiça e Segurança. Para os empregados contratados, para
segurança patrimonial ou pessoal, diretamente pela administração pública, direta ou indireta, o registro no Ministério é
dispensado. Se uma dessas condições for satisfeita, o passo seguinte é verificar se a atividade desempenhada é descrita no
anexo.
Anexo 4 – Atividades e operações perigosas com energia elétrica
O anexo, basicamente, estabelece quatro situações, nas quais o enquadramento poderá ocorrer. Três dessas condições
estão ligadas ao enquadramento estipulado na norma e uma está ligada à falha no gerenciamento de segurança. As três
situações envolvem o trabalho em alta tensão, os trabalhos em proximidade (conforme estabelece a NR-10), as operações e
as atividades no sistema elétrico de potência (geração, transmissão e distribuição), respeitando as atividades e as áreas de
risco. Quando o empregado não ingressa com o próprio corpo na área de risco, mas realiza uma manobra nela com o auxílio
de uma ferramenta, isso é equivalente a ingressar com o corpo. O quarto caso está relacionado às manobras no sistema
elétrico de consumo, quando a empresa não atende ao estipulado nas medidas coletivas da NR-10. O anexo ainda
estabelece algumas exceções e define atividades e áreas de risco.
Anexo 5 – Atividades perigosas em motocicleta
Esse anexo apresenta uma única condição para enquadramento: “as atividades laborais com utilização de motocicleta ou
motoneta no deslocamento de trabalhador em vias públicas são consideradas perigosas”. Ele apresenta quatro exceções,
como, por exemplo, o uso da motocicleta no deslocamento entre a empresa e a residência. Ele é um dos anexos mais
judicializados da NR-16.
Anexo (*) – Atividades e operações perigosas com radiações ionizantes ou substâncias radioativas
O anexo apresenta uma extensa lista de atividades e suas áreas de risco para caraterização do enquadramento. Ele
apresenta duas exceções relacionadas aos equipamentos de raios-x móveis para diagnóstico médico. Esse anexo não
contém numeração.
Da mesma forma que os demais laudos discutidos, ele deve ser elaborado por engenheiro de segurança do
trabalho ou por médico do trabalho. As demandas judiciais envolvendo o adicional de periculosidade ocorrem de
forma semelhante às reclamatórias de insalubridade, sendo que, não raro, ambas podem constar na mesma
ação. Da mesma forma como é discutida no laudo de insalubridade, o técnico de segurança tem o papel de
orientar o empregador sobre a necessidade da elaboração do laudo de periculosidade.
Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho – LTCAT
Legislação
06/01/2024, 18:18
Página 17 de 26
Legislação
O Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) é um laudo previsto na Lei n.º 8.213/1991,
no Decreto n.º 3.048/1999 e detalhado na instrução normativa do INSS, a IN 77/2015. Recentemente, o Decreto
n.º 3.048/1999 sofreu algumas alterações pelo Decreto n.º 10.410/2020. A Lei n.º 8.213/1991estabelece, entre
outros pontos, os planos de benefícios da Previdência Social.
Esse laudo, de foco previdenciário, serve de base para o PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), que
posteriormente será utilizado pela Previdência Social para determinação de tempo de serviço em atividade
especial e para a aposentadoria especial. Empresas que tenham empregados em atividade especial também
recolhem alguns tributos de forma diferenciada. Esse laudo contém uma interface com a legislação de segurança
e saúde do trabalho, pois trata de alguns agentes ou fatores de risco que também são de interesse preventivo.
Segundo a legislação previdenciária, quando um trabalhador está exposto a agentes nocivos, o tempo de
atividade considerado para fins de aposentadoria será maior do que aquele realmente trabalhado, representando
uma forma de reduzir o tempo de contribuição necessário para se aposentar em decorrência da exposição aos
agentes. Por exemplo, um trabalhador que realiza atividades de minerações subterrâneas em frente de produção,
terá cumprido o seu período para aposentadoria especial em 15 anos de trabalho. Entretanto, a legislação
previdenciária estabelece uma série de condições, como a necessidade de uma idade mínima de 55 anos para
atividades com tempo de 15 anos de contribuição e a necessidade de a exposição ser de forma permanente.
Essa não é a única regra para aposentadoria especial, há outras atividades que requerem 20 ou 25 anos de
atividade permanente. Caso a exposição ocorra por período de tempo menor, por exemplo 7 anos, esse tempo é
convertido pela previdência para o regime normal de aposentadoria e contará como um tempo maior do que os 7
anos efetivamente trabalhados.
A legislação também elenca quais são os agentes nocivos que caracterizam uma atividade como especial e
as condições para essa caracterização. Uma dessas condições é que a efetiva exposição deve ser, segundo o
Decreto n.º 3.048/1999, de , , . A exposição efetiva é aquela que,
mesmo após a adoção de medidas de controle, não elimine ou neutralize o agente nocivo. As medidas de
controle para a legislação previdenciária são as mesmas da legislação trabalhista (normas regulamentadoras). A
eliminação dentro do conceito do decreto ocorre quando as medidas de controles empregadas evitam a
exposição ao agente; já a neutralização ocorre quando os limites de tolerância não são ultrapassados (avaliação
quantitativa) ou quando é caracterizada de acordo com a avaliação qualitativa.
Os agentes a serem avaliados quantitativamente para comparação com o seu limite de tolerância serão
definidos nos anexos do Decreto n.º 3.048/1999 juntamente com seu limite de tolerância. Caso não exista a
previsão de limite de tolerância na legislação previdenciária, devem ser usados os limites previstos na legislação
trabalhista. Quando a avaliação do agente nocivo deve ocorrer de forma qualitativa, segundo o decreto, os
seguintes elementos devem ser considerados e descritos no laudo:
a. As circunstâncias de exposição ocupacional a determinado agente ou associação de agentes
prejudiciais à saúde presentes no ambiente de trabalho durante toda a jornada de trabalho
b. Todas as fontes e possibilidades de liberação dos agentes mencionados no item “a”
06/01/2024, 18:18
Página 18 de 26
c. Os meios de contato ou exposição dos trabalhadores, as vias de absorção, a intensidade da
exposição, a frequência e a duração do contato
Agentes nocivos
As atividades especiais estão ligadas à exposição aos agentes biológicos, físicos e químicos e definidas no
Anexo IV do Decreto n.º 3.048/1999 (um exemplo é apresentado na tabela 4). A seguinte divisão é realizada
nesse anexo para caracterização de atividade especial relacionada aos agentes nocivos:
Agentes biológicos
Exposição unicamente aos agentes listados nas atividades definidas no anexo
Agentes físicos
Exposição acima dos limites de tolerância ou às atividades descritas no anexo
Agentes químicos
O anexo é exaustivo no sentido em que determina todos os agentes considerados, mas é apenas
exemplificativo no que diz respeito às atividades
Agente nocivo Atividades
Tempo de
exposição[1]
Carvão mineral e
seus derivados
(agente químico)
a) Extração, fabricação, beneficiamento e utilização do
carvão mineral, piche, alcatrão, betume e breu b) Extração,
produção e utilização de óleos minerais e parafinas c)
Extração e utilização de antraceno e negro de fumo d)
Produção de coque
25 anos
Asbestos
(agente químico)
a) Extração, processamento e manipulação de rochas
amiantíferas b) Fabricação de guarnições para freios,
embreagens e materiais isolantes contendo asbestos c)
Fabricação de produtos de fibrocimento d) Mistura,
cardagem, fiação e tecelagem de fibras de asbestos
20 anos
Pressão atmosférica
anormal
(agente físico –
pressão/hiperbárica)
a) Trabalhos em caixões ou câmaras hiperbáricas b)
Trabalhos em tubulões ou túneis sob ar comprimido c)
Operações de mergulho com o uso de escafandros ou
outros equipamentos
25 anos
Vibração
(agente físico)
a) Trabalhos com perfuratrizes e marteletes pneumáticos 25 anos
[1] Tempo de exposição considerando a exposição ao longo do período indicado. Para tempos menores que
o apresentado, uma equivalência é determinada pela Previdência Social.
06/01/2024, 18:18
Página 19 de 26
Tabela 4 – Exemplo de agentes nocivos e tempo de exposição conforme Decreto n.º 3.048/1999
Para a caraterização da atividade especial referente aos agentes nocivos reconhecidos como
carcinogênicos humanos, são considerados apenas o critério qualitativo e a avaliação das medidas de controle.
Sendo assim, o agente precisa ter um CAS (Chemical Abstract Service), estar listado no Anexo IV do Decreto n.º
3.048/1999, listado no grupo 1 da Portaria Interministerial n.º 9/2014, que publica a Lista Nacional de Agentes
Carcinogênicos para Humanos (LINACH), ou em listagem atualizada pela Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho. O exemplo a seguir ilustra uma situação na qual o agente nocivo contém um CAS e está listado no
decreto e na portaria.
Clique ou toque para visualizar o conteúdo.
06/01/2024, 18:18
Página 20 de 26
Situação na qual o agente nocivo possui um CAS e está listado no
decreto e na portaria
Considere uma atividade de solda do tipo brasagem (figura 4), usada para unir dois materiais metálicos,
a qual é realizada com o auxílio de um maçarico para aquecimento do metal de base e do eletrodo de solda
(essa não é a única forma de brasagem). Eletrodos à base de prata, para aplicações que requerem
resistência à vibração mecânica, podem conter também cádmio, zinco e cobre. Assim, durante a soldagem, o
trabalhador poderá estar exposto a fumos de cádmio, entre outros.
Figura 4 – Solda do tipo brasagem
Fonte: <https://www.quora.com/What-is-the-difference-between-braze-welding-and-brazing-1>.
Acesso em: 24 set. 2020.
O cádmio e seus compostos, no caso, os fumos de cádmio, contêm CAS (7440-43-9), estão listados no
Decreto n.º 3.048/1999 e estão definidos como carcinogênicos humanos reconhecidos na Portaria
Interministerial n.º 9/2014, ou seja, estão no grupo 1. Assim, se durante a avaliação qualitativa não ficar
comprovado que as medidas de controle eliminam a nocividade do agente, a atividade será enquadrada
como atividade especial.
06/01/2024, 18:18
Página 21 de 26
Embora o Decreto n.º 3.048/1999 trate da exposição aos agentes biológicos, a classificação presente nele
pode diferir da que o profissional de saúde e segurança no trabalho está habituado no texto da NR-15. As
seguintes situações envolvendo microrganismos e parasitas infectocontagiosos vivos e suas toxinas estão
listadas no decreto:
Trabalhos em estabelecimentos de saúde em contato com pacientes portadores de doenças
infectocontagiosas ou com manuseio de materiais contaminados
Trabalhos com animais infectados para tratamento ou para o preparo de soro, vacinas e outros
produtos
Trabalhos em laboratórios de autópsia, de anatomia e anátomo-histologia
Trabalho de exumaçãode corpos e manipulação de resíduos de animais deteriorados
Trabalhos em galerias, fossas e tanques de esgoto
Esvaziamento de biodigestores
Coleta e industrialização do lixo
As avaliações ambientais, nos casos determinados pelo Anexo IV do Decreto n.º 3.048/1999, devem seguir
a metodologia estabelecida pela Fundacentro ou, na ausência dessa, por outros padrões estabelecidos pelo
Ministério do Trabalho e Previdência. Esse fato pode representar uma economia nas avaliações quantitativas de
exposição. Por exemplo, uma avaliação quantitativa do agente vibração de mãos e braços, segundo a NHO-10,
produzirá dados que podem ser usados para fins do LTCAT, mas também para o laudo de insalubridade e para os
programas de prevenção.
Como o LTCAT tem por base os agentes biológicos, físicos e químicos, muitas vezes ele é confundido com
o laudo de insalubridade. O profissional de segurança deve ter claro que eles contêm finalidades diferentes e
constituem documentos distintos.
Elaboração e estrutura
A elaboração do LTCAT deve ser realizada por engenheiro de segurança do trabalho ou médico do trabalho.
Quando realizada por engenheiro, este deve ser acompanhado do número da ART (Anotação de
Responsabilidade Técnica) emitido pelo CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia). Em qualquer
caso, o registro profissional que elaborou o documento deve ser indicado no laudo.
Embora o técnico de segurança do trabalho não
possa elaborar o laudo, ele deve conhecer os aspectos
envolvidos, pois, em muitos casos, será necessário
06/01/2024, 18:18
Página 22 de 26
contratar uma empresa de consultoria/assessoria para
sua elaboração. Assim, o técnico deve ser capaz de
verificar o atendimento à legislação previdenciária e
assegurar que sua empresa esteja amparada.
O LTCAT deve ser elaborado considerando-se um número mínimo de informações.
Informações IN 77/2015
As informações para elaboração do LTCAT são dadas na IN 77/2015 e são as seguintes:
Se o laudo é individual ou coletivo: a identificação explicita se o laudo é destinado a apenas
um empregado (individual) ou se a toda empresa (coletivo). Para laudos individuais, caso o
engenheiro de segurança do trabalho ou médico do trabalho não pertençam à empresa, uma
autorização deve ser emitida pela contratante para que o levantamento seja realizado, além disso,
deve ser designado um acompanhante da empresa para isso. A autorização pode ser realizada por
meio de assinatura digital e deve ser anexada ao LTCAT. Para laudos coletivos, não há a exigência
explícita da autorização quando o engenheiro ou o médico são terceiros, mas é possível aplicá-la
para evitar qualquer discussão futura.
Veja um exemplo de autorização.
AUTORIZAÇÃO PARA ELABORAÇÃO DE LAUDO
Eu, XXX, portador do CPF XXX, sócio-diretor responsável
pela empresa XXX, inscrita do CNPJ n.º XXX, autorizo o
engenheiro de segurança do trabalho XXX, CPF XXX,
CREA/XX n.º XXX, titular da empresa XXX, inscrita no CNPJ
XXX, para a realização do Laudo Técnico das Condições
Ambientais do Trabalho – LTCAT, na unidade XXX, situada na
Rua XXX, n.º XXX, na cidade XXX.
Fica designado o funcionário XXX, inscrito no CPF XXX,
funcionário da empresa, para realizar o acompanhamento da
elaboração do laudo nos dias XX e XX de XX de XXXX.
Cidade, XX de XX de XXXX.
06/01/2024, 18:18
Página 23 de 26
____________________
XXX
Sócio-diretor
Identificação da empresaIdentificação da empresa: apresentação dos dados da empresa na qual o laudo foi
elaborado. É importante que constem, pelo menos, o nome fantasia da empresa, a razão
social, o CNPJ, o endereço, a unidade, o telefone. Caso a realização ocorra por uma
consultoria/assessoria, é importante que os dados dessa empresa sejam incluídos.
Identificação do setor e da funçãoIdentificação do setor e da função: para cada trabalhador avaliado ou para cada grupo de
trabalhadores, é importante a indicação da função, conforme registro da empresa, e indicação
do setor na qual a atividade executada foi avaliada.
Descrição da atividadeDescrição da atividade: para cada função descrita no LTCAT, é necessária a indicação de
todas as atividades realizadas pelo trabalhador. É importante que seja avaliada também a
frequência da atividade em relação à exposição aos agentes.
Identificação de agente nocivo capaz de causar dano à Identificação de agente nocivo capaz de causar dano à saúde e integridade físicasaúde e integridade física:
os agentes biológicos, físicos e químicos aos quais o trabalhador está exposto devem ser
indicados. Nesse levantamento, devem ser relacionados apenas os agentes arrolados na
legislação previdenciária. Se para determinada condição de exposição não existirem os
agentes nocivos, é importante que essa informação conste no laudo.
Localização das possíveis fontes geradorasLocalização das possíveis fontes geradoras: indicação das fontes geradoras dos
agentes e sua relação com a exposição do funcionário.
Via e periodicidade de exposição ao agente nocivoVia e periodicidade de exposição ao agente nocivo: indicação das vias de exposição do
trabalhador ao agente nocivo e análise se a exposição é efetiva, habitual e permanente.
Metodologia e procedimentos de avaliação do agente Metodologia e procedimentos de avaliação do agente nocivonocivo: descrever a forma de
avaliação do agente nocivo. Para os agentes dos quais são utilizados os limites de tolerância
da NR-15, a avaliação deve ser quantitativa e a metodologia de avaliação deve estar de
acordo com o previsto na IN 77/2015, que faz o uso das Normas de Higiene Ocupacional
(NHOs) da Fundacentro.
Descrição das medidas de controle existentesDescrição das medidas de controle existentes: descrição das medidas de proteção
coletiva e individuais utilizadas pela empresa no momento da elaboração do LTCAT,
relacionadas aos agentes nocivos indicados na legislação previdenciária, e a avaliação de sua
eficácia.
Conclusão do LTCATConclusão do LTCAT: a conclusão do LTCAT deve apresentar uma lista dos agentes
arrolados na legislação previdenciária que existirem na empresa e concluir sobre a
caracterização de atividade especial. A forma de apresentação pode variar, mas é importante
que os dados estejam claros. Caso haja funções que não são enquadradas, essa informação
deve constar também.
Assinatura e identificação do médico do trabalho ou Assinatura e identificação do médico do trabalho ou engenheiro de segurançaengenheiro de segurança: além
da assinatura e nome do profissional, é importante que o número do registro esteja presente.
É possível notar que muitos dos elementos presentes no laudo já são utilizados também em programas
de segurança. Por esse motivo, a legislação previdenciária permite que sejam utilizados outros documentos
em substituição ao LTCAT. Entretanto, esses outros documentos devem contemplar a estrutura mínima do
06/01/2024, 18:18
Página 24 de 26
O laudo pode ser de dois tipos, quando analisada sua temporalidade: contemporâneo ou extemporâneo.
Para exemplificar a diferença entre eles, considere um trabalhador que foi admitido na empresa na data de
12/04/2021. Se o laudo foi realizado durante o período no qual o trabalhador permaneceu na empresa, o laudo é
dito contemporâneo; caso o laudo tenha sido elaborado em data anterior à contratação ou em data posterior à
sua demissão, ele é dito extemporâneo. Um laudo extemporâneo será aceito nas seguintes condições:
a. Quando não houver mudança no leiaute do setor de trabalho
b. Quando não tenha ocorrido substituição de máquinas ou de equipamentos
c. Quando não tenha ocorrido a adoção ou qualquer alteração das medidas de proteção coletiva
d. Quando os níveis de ação para os agentes físicos e químicos, se houver, não tenham sido
atingidos
A legislação não estabelece a frequência de revisão e emissão de um novo laudo, entretanto a lista anterior
pode servir como base para a decisão de nova análise. Durante a elaboração de programas ou de outros
levantamentos envolvendo agentes biológicos, físicos e químicos, podem ser identificadassituações nas quais
uma revisão do laudo deva ser conduzida, mesmo que o objetivo original não seja realizar essa avaliação.
Como conclusão deste tópico, portanto, é importante saber que a legislação previdenciária sofre alterações
de forma constante, e isso atinge também os assuntos ligados ao LTCAT. Diferentemente da legislação de
segurança e saúde do trabalho, que está concentrada nas normas regulamentadoras e na legislação estadual de
prevenção e combate a incêndio, a legislação previdenciária está espalhada em leis, decretos e instruções
normativas. Além disso, a legislação trata de diversos assuntos que não somente aqueles ligados ao laudo, e
isso torna sua interpretação, por vezes, difícil. Um exemplo dessas mudanças está relacionado a um agente de
acidente: a eletricidade. Ela foi considerada como agente a configurar atividade especial, até 05/03/1997, por um
decreto e uma medida provisória, em exposições acima de 250 volts e obedecendo ao estipulado na legislação
da época. Hoje, a aposentadoria especial está relacionada aos agentes físicos, químicos e biológicos.
Essas alterações podem impactar no laudo ao longo do tempo e é importante que o técnico de segurança
tenha um conhecimento mínimo sobre esse laudo e possa apoiar o empregador nas decisões sobre essa área.
Assim, é importante incluir esse gerenciamento dentro da gestão de segurança e saúde do trabalho.
Encerramento
LTCAT. Isso faz com que, na maioria das vezes, essa substituição não seja empregada, pois um programa e
um laudo contêm características distintas, e uni-los pode resultar em uma distorção da finalidade de alguns
deles, por exemplo, um programa pode acabar se restringindo aos agentes previdenciários ao invés de cobrir
os diversos agentes a que se propõe, ou o programa (ou laudo) pode acabar com uma quantidade de
informações desnecessárias de acordo com o seu objetivo.
06/01/2024, 18:18
Página 25 de 26
O conhecimento do profissional prevencionista sobre programas e laudos é fundamental para o correto
gerenciamento das questões de segurança. Um programa apresenta uma série de ações e caráter preventivo
que contribuem para bons resultados; já os laudos auxiliam na definição da necessidade de pagamento de algum
adicional, no recolhimento de tributos e na prestação de informações. O campo de aplicação e os objetivos,
assim como a exigência de estrutura ou de elementos mínimos, também devem ser de domínio do profissional
para o correto atendimento legal e adequada gestão de segurança.
06/01/2024, 18:18
Página 26 de 26

Continue navegando

Outros materiais