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PLANEJAMENTO REPRODUTIVO Prof.ª Esp.: Amanda Vieira de Oliveira AULA 01 O QUE É PLANEJAMENTO REPRODUTIVO É um conjunto de ações em que são oferecidos todos os recursos, tanto para auxiliar a ter filhos, ou seja, recursos para concepção, quanto para prevenir uma gravidez indesejada, ou seja, recursos para anticoncepção. • É um direito sexual e reprodutivo e assegura a livre decisão da pessoa sobre ter ou não ter filhos. • Direito das pessoas assegurado na Constituição Federal e na Lei nº9.263, de 12 de janeiro de 1966, que regulamenta o planejamento familiar, e deve ser garantido pelo governo. LEI Nº 9.263, DE 12 DE JANEIRO DE 1996 INCLUI: • Assistência à concepção e contracepção; • Atendimento pré-natal; • Assistência ao parto, puerpério e ao neonato; • Controle de IST’s; • Controle e prevenção dos cânceres cérvico-uterino, de mama, de próstata e de pênis; • DEVER do estado, através do SUS; • Permitida a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros, desde que autorizada, fiscalizada e controlada pelo órgão de direção nacional do SUS. SAÚDE SEXUAL A OMS define a saúde sexual como um estado de bem estar físico, mental, emocional e social em relação à sexualidade (e não somente a ausência de doenças e disfunções). Para a saúde sexual ser atingida e mantida, os direitos sexuais e reprodutivos de todas as pessoas, em todas as idades e em todos os contextos devem ser respeitados, protegidos e assegurados, possibilitando experiências sexuais satisfatórias e seguras, livres de coerção, discriminação e violência. DIREITOS SEXUAIS • O direito de viver e expressar livremente a sexualidade sem violência, discriminações e imposições, e com total respeito pelo corpo do(a) parceiro(a); • O direito de escolher o(a) parceiro(a) sexual; • O direito de viver plenamente a sexualidade sem medo, vergonha, culpa e falsas crenças; • O direito de viver a sexualidade, independentemente de estado civil, idade ou condição física; • O direito de escolher se quer ou não quer ter relação sexual; • O direito de expressar livremente sua orientação sexual: heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade; • O direito de ter relação sexual, independentemente da reprodução; • O direito ao sexo seguro para prevenção da gravidez e de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e Aids; • O direito a serviços de saúde que garantam privacidade, sigilo e um atendimento de qualidade, sem discriminação; • O direito a informação e a educação sexual e reprodutiva. • O profissional de saúde da ESF pode contribuir para a oferta de uma atenção de qualidade no campo da saúde sexual. CABE AO PROFISSIONAL: • Escutar a paciente; • Ser proativo(a), no que se refere a abordar nos atendimentos os temas de sexualidade e qualidade da atividade sexual: satisfação, pratica do sexo seguro, existência e tipos de dificuldades; • Considerar, na abordagem, o contexto de vida da pessoa ou do casal, influencias religiosas, culturais, educação sexual, qualidade da relação e da comunicação com o(a) parceiro(a), uso de álcool e outras drogas, desejo ou não em relação a ter filhos, entre outras questões relacionadas a saúde sexual; • Prestar suporte emocional e psicológico (acolhimento, escuta qualificada); • Orientar e ajudar a desfazer mitos e tabus, com uma abordagem positiva do prazer sexual; • Quando houver dificuldades sexuais, discutir as possibilidades para a realização de mudanças graduais, no sentido de buscar maior satisfação; • Dialogar sobre a possibilidade de o casal aumentar o repertorio sexual (local, posições, etc.); • Incentivar a comunicação entre os parceiros, o que resultara em maior confiança e segurança para solicitar um ao outro o que desejam; • Trabalhar com a pessoa o direito que ela tem em se sentir confortável, para sentir e dar prazer; • Buscar despertar na pessoa a consciência de que ela também tem responsabilidade pelo seu próprio prazer; • Incentivar o autoconhecimento; • Identificar e substituir, quando possível, medicamentos que possam interferir na saúde sexual e na saúde reprodutiva; • Instituir tratamentos para as doenças ou condições que estejam interferindo na saúde sexual: doenças ginecológicas, urológicas, doenças crônico-degenerativas, tais como: hipertensão arterial, diabetes, entre outras; • Garantir o acesso a informações, métodos e meios para a regulação da fecundidade e para a proteção contra as ISTs/HIV/Aids; DIREITOS REPRODUTIVOS • O direito de as pessoas decidirem, de forma livre e responsável, se querem ou não ter filhos, quantos filhos desejam ter e em que momento de suas vidas; • O direito de acesso a informações, meios, métodos e técnicas para ter ou não ter filhos; • O direito de exercer a sexualidade e a reprodução livre de discriminação, imposição e violência; • Abordagem coletiva: ações educativas, que devem anteceder a primeira consulta e fornecer a clientela os conhecimentos necessários para posterior escolha e utilização dos métodos; • Avaliação clinica individual: devem ser realizados anamnese, exame geral e ginecológico (incluindo exame das mamas e rastreamento para câncer de colo uterino) para estabelecer o perfil da usuária dentro dos critérios de elegibilidade dos métodos; Orientações para a prevenção do câncer de próstata e de pênis, incluindo recomendações para o autoexame, principalmente para homens com idade acima de 50 anos; • Ações de prevenção do câncer de colo de útero e de mama: identificação da data da última coleta do exame preventivo do câncer de colo de útero e avaliação da necessidade de realização de nova coleta, de acordo com o protocolo vigente; • Orientação para prevenção de ISTs/HIV/Aids, com incentivo à dupla proteção; • Orientação para a escolha dos recursos à concepção ou à anticoncepção, incentivando a participação ativa na decisão individual ou do casal; Avanço dos Direitos Sexuais e Reprodutivos ATRIBUIÇÕES EM SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA ESCOLHAS REPRODUTIVAS devem ser RESPEITADAS, independente das condições sociais e econômicas das pessoas. Se a escolha é ENGRAVIDAR • Se a ESCOLHA é ENGRAVIDAR e se há dificuldades para conceber naturalmente, mulheres e homens devem ter acesso à investigação e ao tratamento de problemas de saúde que dificultam a fertilidade, inclusive o acesso às tecnologias de alta complexidade (como, por exemplo, fertilização in vitro), quando necessário. Se a escolha é EVITAR • Se a ESCOLHA é EVITAR a gravidez, mulheres e homens devem ter acesso às informações e aos métodos contraceptivos reversíveis, bem como à esterilização cirúrgica voluntária (laqueadura tubária e vasectomia), conforme os critérios da lei federal n◦ 9.263/96. PROJETOS REPRODUTIVOS SÃO SINGULARES A RESPONSABILIDADE DOS HOMENS EM RELAÇÃO À SAÚDE REPRODUTIVA Para o pleno desenvolvimento de homens e mulheres, é importante a construção de parcerias igualitárias, baseada no respeito entre os parceiros e em responsabilidades compartilhadas. Portanto, é fundamental o envolvimento dos homens com relação a paternidade responsável, à prevenção de gestação não desejada ou de alto risco, à prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, dividindo também com as mulheres as responsabilidades com relação à criação dos filhos e à vida doméstica. GESTAÇÕES NÃO PLANEJADAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS Apesar das inúmeras opções contraceptivas disponíveis atualmente, cerca de metade das gestações no mundo não e planejada. De acordo com a OMS, as gestações não planejadas estão associadas a complicações maternofetais, como abortos inseguros, mortalidade materna e neonatal/infantil e também a riscos sociais, como baixa escolaridade e desemprego. Sabe-se que gestações indesejadas são mais frequentes em: • Mulheres com idade inferior ou igual a 19 anos (quatro vezes mais frequentes quando comparadas com a idade adulta); • Baixa escolaridade (quanto menos anos de escolaridade, maior é a frequência de gestação não planejada); • Populações de baixo nível socioeconômico (cincovezes mais frequente quando comparadas com a população de alto nível socioeconômico) e vulneráveis, às quais o acesso aos métodos contraceptivos continua a ser uma grande preocupação no sentido de corrigir a desigualdade global. CONHECIMENTO DO CORPO É importante que homens e mulheres conheçam o funcionamento do seu corpo. o Entender melhor como agem os métodos anticoncepcionais, de modo que possam planejar a gravidez, quando ela for desejada. o Compreender e a realizar cuidados para evitar doenças sexualmente transmissível. O CORPO DO HOMEM BOLSA ESCROTAL: tem a função de proteger os testículos e também de manter a sua temperatura adequada. PÊNIS: tem duas partes: o corpo e a glande. A glande é a cabeça do pênis e é recoberta por uma pele chamada de prepúcio. A uretra passa por dentro do pênis. Desempenha duas funções: a função urinária, que é liberar a urina que vem da bexiga, e a função sexual e reprodutiva, que é a penetração e a ejaculação do esperma. O PÊNIS Os testículos são dois e ficam dentro da bolsa escrotal. São responsáveis pela produção e armazenamento dos espermatozoides, e pela produção da testosterona (hormônio). Epidídimo: Armazena e matura os espermatozoides Canais deferentes: Leva os espermatozoides até a uretra Vesículas seminais: produz frutose (alimenta o espermatozoide) Próstata: Mantem o PH do sêmen (neutraliza a vagina com PH 8,1 a 8,4) O CORPO FEMININO O sistema reprodutor feminino é formado pelos órgãos genitais internos e externos. • Os órgãos internos são: vagina, ovários, tubas uterinas e útero. • Os órgãos externos são: monte de Vênus (monte púbico) e vulva, que engloba os grandes lábios, os pequenos lábios e o clitóris. Local muscular e elástico que vai da vulva até o colo do útero. A vagina se contrai e relaxa conforme a vontade da mulher. É o local por onde o pênis penetra na relação sexual, por onde sai o sangue menstrual e por onde passa o bebê no parto normal. VAGINA O hímen é uma pele fina e elástica que cobre parcialmente a entrada da vagina e que geralmente se rompe na primeira relação sexual. Algumas mulheres possuem o hímen complacente, que é mais resistível e flexível e que não se rompe na relação sexual. São dois, têm forma arredondada e tamanho aproximado ao de um ovo de codorna. Estão localizados de um lado e de outro do útero. Funções: Guardar e amadurecer os óvulos. Produzir os hormônios femininos OVÁRIOS REFERÊNCIAS • Protocolo de Planejamento Sexual e Reprodutivo. Coordenação de Atenção Integral à Saúde da Mulher e Perinatal. Prefeitura de Belo Horizonte. 2022. • UNFPA Brasil e Johnson & Johnson Foundation. Guia para saúde sexual e reprodutiva e atenção obstétrica. Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde (CONASEMS). Maio 2022 • Brasil. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica : Saúde das Mulheres / Ministério da Saúde, Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Brasília : Ministério da Saúde, 2016. • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 1. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013.