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PLANEJAMENTO REPRODUTIVO Prof.ª Esp.: Amanda Vieira de Oliveira AULA 02 CICLO MENSTRUAL Ciclo menstrual é o tempo que vai do primeiro dia de uma menstruação até o dia que antecede a menstruação seguinte. Em geral, 28 dias, mas sua duração varia de mulher para mulher e, numa mesma mulher, ao longo da vida reprodutiva. Doença, mudanças de ritmo de trabalho, alterações emocionais podem alterar o ciclo menstrual. A cada ciclo menstrual, ocorre a ovulação. SE NÃO OCORRER FECUNDAÇÃO Menstruação: o óvulo liberado vive, mais ou menos, 24h. Se não ocorrer a fecundação nesse tempo, o óvulo é reabsorvido pelo organismo. QUEDA DA PROGESTERONA -> MENSTRUAÇÃO COMO OCORRE A GRAVIDEZ Ovulação: liberação do óvulo pelo ovário, isso ocorre, geralmente uma vez por mês, a cada ciclo menstrual. Fecundação: Encontro do espermatozóide com o óvulo. Para isso acontecer é preciso que a mulher tenha ovulado. Portanto, a mulher não é fértil durante todo o ciclo menstrual, só é fértil no período da ovulação. O QUE SÃO MÉTODOS ANTICONCEPTIVOS São maneiras, medicamentos, objetos e cirurgias usados pelas pessoas para evitar a gravidez. Existem métodos femininos e masculinos. A escolha dever ser livre e informada. Não existe um método melhor que o outro, cada um tem vantagens e desvantagens. Assim como também não existe um método 100% eficaz, todos tem sua probabilidade de falha. Antes de iniciar o uso de métodos anticoncepcionais, o(a) paciente deve ser adequadamente orientado(a) pelo profissional de saúde com informações acuradas sobre todos os métodos anticoncepcionais disponíveis. Os esclarecimentos adequados permitem a tomada de decisão baseada em informações, traduzindo a “escolha livre e informada”. O planejamento reprodutivo tem que ser trabalhado juntamente com a prevenção das ISTs/HIV/Aids, e a dupla proteção deve ser sempre estimulada. Os métodos contraceptivos podem ser classificados de várias maneiras. MÉTODOS COMPORTAMENTAIS Baseiam-se na percepção de fertilidade, nas alterações fisiológicas durante o ciclo menstrual e na vida útil dos espermatozoides e óvulos, permitindo a identificação de um período específico em que existe a possibilidade de fecundação. São também conhecidos como métodos comportamentais, de abstinência periódica ou naturais. Vantagens: • Não requerem investimentos financeiros; • São aceitos pelos seguimentos religiosos que se opõem a contracepção. Desvantagens: • Índice grande de falhas; • Problemas relacionados a sexualidade em alguns deles. Observação: e importante salientar que nenhum dos métodos comportamentais deve ser encorajado para uso isolado pela paciente e/ou pelo casal. Método Ogino-Knaus (tabelinha) Método da temperatura basal corporal Método do muco cervical (Billings) Método Sinto-Térmico Outros métodos (Ex.: coito interrompido) MÉTODOS COMPORTAMENTAIS MÉTODO OGINO-KNAUS (TABELINHA) • Baseia-se no fato de que a duração da 2ª fase do ciclo menstrual (pós- ovulatório) é relativamente constante, com a ovulação ocorrendo entre 11 a 16 dias antes da próxima menstruação; • Análise do padrão menstrual da mulher, durante 6 a 12 meses período fértil; • A mulher é orientada registrar, durante pelo menos 6 meses, o 1º dia de cada menstruação; 1. Verificar a duração de cada ciclo, desde o 1º dia da menstruação até o dia que antecede a menstruação seguinte; 2. Verificar o ciclo mais curto e o mais longo e calcular a diferença entre eles. Se a diferença entre o ciclo mais longo e o mais curto for de 10 dias ou mais não deve usar este método (ciclos irregulares). 3. Subtraindo-se 18 do ciclo mais curto dia do início do período fértil. Subtraindo-se 11 do ciclo mais longo dia do fim do período fértil. Vantagens: • Estimula a mulher a conhecer o próprio corpo; • Pode ser utilizado para orientação do período fértil em mulheres que desejam gravidez. Desvantagens: • Mulheres com ciclos variáveis (com mais de 6 dias) não devem usar esse método, pois o período de abstinência será muito longo, podendo reduzir a eficácia do método. Eficácia: • Extremamente variável (sempre com taxas de falhas elevadas). Contraindicações: • Ciclos menstruais irregulares, com diferença igual ou superior a seis dias entre o ciclo mais curto e o mais longo; • Pós-menarca, pré-menopausa, pós-parto, pós-aborto imediato e primeiros ciclos após o uso de contraceptivos hormonais; • Amenorreia; • Lactação; • Alterações psíquicas que impossibilitem o uso do método. MÉTODO DA TEMPERATURA BASAL CORPORAL • Baseia-se na alteração térmica ocorrida após a ovulação. A temperatura basal deve ser aferida apos seis horas de sono. Com a medida sendo realizada diariamente, e elaborada uma curva. • Com a ovulação, o folículo se transforma em corpo lúteo, que secreta progesterona. • O efeito termogênico da progesterona promove a elevação da temperatura, que pode ser usada para identificar o dia da ovulação. Eficácia: • Extremamente variável (sempre com taxas de falhas elevadas). Contraindicação: • Mulheres com alterações psíquicas graves. Vantagens: • Estimula a mulher a conhecer o próprio corpo; • Pode ser utilizado para orientar o período fértil em mulheres que desejam gestação. Desvantagens: • Na vigência de doenças que cursem com febre, a eficácia pode estar comprometida; • Período de abstinência grande em ciclos longos, podendo comprometer a eficácia do método. O fundamento desse método consiste nas modificações do muco cervical relacionadas ao estímulo hormonal. Sob estimulação estrogênica, o muco se torna abundante, aquoso, transparente. Após a ovulação, quando o corpo lúteo passa a secretar a progesterona, o muco torna-se escasso, espesso, opaco. MÉTODO DO MUCO CERVICAL (BILLINGS) Identificação do período fértil consiste na auto-observação das características do muco cervical e da sensação por ele provocada na vulva; No início do ciclo, é espesso, grumoso, dificultando a ascensão dos espermatozoides pelo canal cervical; Ação estrogênica produz na vulva sensação de umidade e lubrificação, indicando o tempo de fertilidade, quando os espermatozoides tem maior facilidade de penetração no colo uterino; Na fase fértil o muco é transparente, elástico, escorregadio e fluido, semelhante à clara de ovo. Vantagens: • Estimula a mulher a conhecer o próprio corpo; • Pode ser utilizado para orientar o período fértil em mulheres que desejam gestação. Desvantagens: • Durante a excitação, após atividade sexual, apos uso de produtos vaginais e na vigência de corrimento vaginal, a avaliação do muco pode estar comprometida. Eficácia: • Extremamente variável (sempre com taxas de falhas elevadas). Contraindicação: • Mulheres com alterações psíquicas graves. MÉTODO SINTOTÉRMICO (TEMPERATURA CORPORAL BASAL + SECREÇÕES CERVICAIS + OUTROS SINAIS Consiste na utilização de múltiplos marcadores do período fértil. Para identificar o início do período fértil: • Fazer cálculo do calendário; • Analisar o muco. Para identificar o fim do período fértil: • Observar variações do muco; • Identificar a queda da temperatura basal. OBSERVAÇÃO DE OUTROS SINAIS DA OVULAÇÃO: Dor abdominal Sensação de peso nas mamas, mamas inchadas ou doloridas Variações de humor e/ou da libido Outros sintomas e sinais (enxaqueca, náuseas, acne, aumento do apetite, aumento de peso, sensação de distensão abdominal, entre outros). OUTROS MÉTODOS COMPORTAMENTAIS COITO INTERROMPIDO O homem, na iminência da ejaculação, retira o pênis da vagina, ejaculando fora desta. O coito interrompido, apesar de ser muito usado, não deve ser estimulado como método anticoncepcional, pois: • É grande a possibilidade de falha, considerando que o liquido que sai pouco antes da ejaculação pode conter espermatozoides; • Ha situações em que o homem não consegue interromper a relação antes da ejaculação; • Pode desencadear problemas sexuais; • Exposição as ISTs. MÉTODOS DEFINITIVOS Os métodos contraceptivos definitivos,ou cirúrgicos, são: • Laqueadura tubária. (corte das tubas) • Vasectomia (corte dos ductos deferentes) Uma complicação séria da ligadura tubária é o arrependimento. Algumas mulheres, alguns anos após serem submetidas ao procedimento, retornam solicitando sua reversão por desejarem nova gravidez. Por isso, é fundamental que antes de realizar um procedimento de esterilização, exista a convicção de que a paciente tem perfeita consciência do caráter definitivo do método, e de que está absolutamente certa de que não deseja mais ter filhos. Do ponto de vista legal, deve-se obedecer a lei do planejamento familiar. Entende-se por planejamento familiar o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. LEI DO PLANEJAMENTO FAMILIAR • É proibida sua utilização para qualquer tipo de controle demográfico; • Para o exercício do direito ao planejamento familiar, serão oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção; • A prescrição só poderá ocorrer mediante avaliação e acompanhamento clínico e com informação sobre os seus riscos, vantagens, desvantagens e eficácia; A ESTERILIZAÇÃO VOLUNTÁRIA SÓ DEVE SER INDICADA NAS SEGUINTES SITUAÇÕES: Em homens e mulheres com capacidade civil plena; > 21 anos ou, pelo menos, com 2 filhos vivos; Aguardar prazo de 60 dias entre a expressão do desejo e a realização; Lei 14.443/22 (Atualizada) I – em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de vinte e um anos de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação de fecundidade, incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização precoce. II – Risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório escrito e assinado por dois médicos. MÉTODOS ACEITOS: laqueadura tubária e vasectomia ou de outro método cientificamente aceito, sendo vedada através da histerectomia e a ooferectomia. LEI 14.443/22 (ATUALIZADA) Art. 10. Somente é permitida a esterilização voluntária nas seguintes situações: OBS.: ALTERAÇÃO NO ART. 3º - Exclui a necessidade de consentimento expresso de ambos os cônjuges para a esterilização. REFERÊNCIAS • Protocolo de Planejamento Sexual e Reprodutivo. Coordenação de Atenção Integral à Saúde da Mulher e Perinatal. Prefeitura de Belo Horizonte. 2022. • UNFPA Brasil e Johnson & Johnson Foundation. Guia para saúde sexual e reprodutiva e atenção obstétrica. Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde (CONASEMS). Maio 2022 • Brasil. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica : Saúde das Mulheres / Ministério da Saúde, Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Brasília : Ministério da Saúde, 2016. • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 1. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013.
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