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SANTO AGOSTINHO

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SANTO AGOSTINHO 
 
1.1 Filosofia e medievo 
A maior contribuição para a formação e o desenvolvimento medieval foi 
grega. Da síntese e a conciliação dos postulados religiosos com postulados 
filosóficos gregos que se iniciaram diversas correntes de pensamento no 
Medievo. 
Aurélio Agostinho, na patrística, que perpetrou a fusão do platonismo com 
o cristianismo 
há que se notar que, em oposição à Antiguidade, o pensamento medieval 
cuidou de proscrever do quadro de atividades humanas louváveis a ação 
política (vita activa), invertendo-se, portanto, o modelo de educação 
(paideia) cidadã construído pelos gregos e pelos romanos, concentrando 
especificamente todos os rumos do saber para a vida contemplativa (vita 
contemplativa). 
→Fundamentalmente, a bagagem intelectual e ideológica que haveria de 
permear os estudos de todo o período medieval cunhou-se 
fundamentalmente à época do baixo medievo. A tradição formou-se em 
torno do neoplatonismo, do pensamento patrístico e dos ensinamentos 
paleocristãos, que delinearam a lógica medievalista. Nesse sentido, a 
filosofia foi incorporada como recurso racional de auxílio ao pensamento 
teológico, que tinha como núcleo a interpretação do texto bíblico. 
 
1.2. Vita theologica 
A concepção agostiniana acerca do justo e do injusto floresce exatamente 
nesta dimensão, ou seja, concebendo uma transcendência que se 
materializa na dicotomia existente entre o que é da Cidade de Deus (lex 
aeterna) e o que é da Cidade dos Homens (lex temporalem). 14 O tema em 
Agostinho remete o estudo do problema da justiça fundamentalmente à 
discussão da relação existente entre lei humana (lex temporalem) e lei 
divina (lex aeterna), 15 onde está compreendido o estudo das diferenças, 
influências, relações etc. existentes entre as mesmas. 
→A justiça em Agostinho identifica-se como humana e como divina 
1.3. Lex aeterna e lex temporalem 
identificar na justiça transitória a imperfeição e a corruptibilidade dos falsos 
juízos humanos, e, na justiça eterna, a perfeição e a incorruptibilidade dos 
juízos divinos. Assim é que se pode identificar nas lições agostinianas a 
presença do dualismo platônico 18 (corpo-alma; terreno-divino; mutável-
imutável; transitório-perene; imperfeito-perfeito; relativo-absoluto; 
sensívelinteligível…), que corporifica radical concepção entre o que é e o 
que deve ser. A justiça, portanto, pode ser dita humana e divina. 
Lei divina → absoluta, imutável, perfeita, infalível, infinitamente boa e justa 
“Essa melhor forma de justiça é a ordem que se dá em Deus” 
Lei humana → imperfeitas, corruptas, incorretas, e até mesmo injustas 
Agostinho está preocupado não só com o relacionamento da lei eterna com 
a humana, de modo que a eterna se veja cada vez mais presente e imiscuída 
na realidade das leis humanas. Agostinho quer mesmo salvaguardar a noção 
de que o Direito só possa ser dito Direito, quando seus mandamentos 
coincidirem com mandamentos de justiça. Conceber o Direito dissociado da 
justiça é conceber um conjunto de atividades institucionais humanas que se 
encontram dissociadas dos anseios de justiça. Mais que isso: “Suprimida a 
justiça que são os grandes reinos senão vastos latrocínios?” 
Todo governo deve pautar-se nos preceitos da lex divina, para ser 
categorizado à conta de governo justo; dissociar governo e divindade é fazer 
do poder temporal um poder vazio, destituído de sentido, ou mesmo 
esvaziado de finalidade superior 
“A justiça, portanto, tem a ver com ordem, da razão sobre as paixões, das 
virtudes sobre os vícios, de Deus sobre o homem” 
 
1.4. Alma, justiça divina e livre-arbítrio 
Nesse sentido é que se pode concluir que Deus preenche a existência 
humana, à medida que a vida eterna é o destino de toda alma por Ele criada; 
galgar o pax aeterna é o destino de toda alma. Assim é que se pode dizer 
que a alma é a vida do corpo, e que Deus é a vida bem-aventurada do 
homem 
Livre- arbítrio → no sentido da auto condução de sua vida, podendo 
escolher entre fazer e não fazer, é o que permite ao homem atuar segundo 
a sua vontade, que pode estar a favor ou contra a lei divina 
não há discernimento acerca do bem e do mal sem a existência do bem e 
do mal 
 
1.5. Preocupações com o Estado 
se pode identificar em seu pensamento uma forte tendência à aceitação de 
uma espiritualização do poder temporal. Essa corresponde à intervenção 
dos chefes espirituais sobre os destinos de um povo, exatamente para 
conduzi-los em direção à pax aeterna. Com isso não se quer dizer senão que 
o poder político deve estar subordinado ao poder divino, ou seja, deve estar 
de acordo com o poder divino, interpretado por seus legítimos 
representantes. Tendo a política humana esse compromisso com o divino, 
o Estado passa a ser, portanto, o meio para a realização da lei eterna. 
“tudo que é humano (sistemas de governo, de justiça etc.) ofusca-se diante 
da contemplação do que é imutável e perfeito (Justiça, Ordem, Bem)”

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