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José Ribamar Lopes Batista Júnior Nayana Bruna Nery Monção [organização] Práticas Inovadoras na Educação Pesquisas e relatos de experiências na pandemia Pipa Comunicação Recife, 2023 José Ribamar Lopes Batista Júnior Nayana Bruna Nery Monção [organização] Práticas Inovadoras na Educação Pesquisas e relatos de experiências na pandemia CAPA E PROJETO GRÁFICO Karla Vidal DIAGRAMAÇÃO Augusto Noronha e Karla Vidal REVISÃO Os organizadores EDITORES Augusto Noronha e Karla Vidal (Pipa Comunicação) http://www.pipacomunica.com.br ESTA OBRA ESTÁ LICENCIADA COM UMA LICENÇA CREATIVE COMMONS ATRIBUIÇÃO-NÃOCOMERCIAL 4.0 INTERNACIONAL. Catalogação na publicação Elaborada por Bibliotecária Janaina Ramos – CRB-8/9166 P912 Práticas inovadoras na educação: pesquisas e relatos de experiências na pandemia / Organizadores José Ribamar Lopes Batista Júnior, Nayana Bruna Nery Monção. – Recife: Pipa Comunicação, 2023. Livro em PDF ISBN 978-65-87033-51-8 1. Educação. I. Batista Júnior, José Ribamar Lopes. II. Monção, Nayana Bruna Nery. III. Título. CDD 370 Índice para catálogo sistemático I. Educação http://www.pipacomunica.com.br COMISSÃO EDITORIAL Editores Executivos Augusto Noronha e Karla Vidal Conselho Editorial Alex Sandro Gomes Angela Paiva Dionisio Caio Dib Carmi Ferraz Santos Cláudio Clécio Vidal Eufrausino Cláudio Pedrosa Clecio dos Santos Bunzen Júnior José Ribamar Lopes Batista Júnior Leila Ribeiro Leonardo Pinheiro Mozdzenski Marcio Gonçalves Pedro F. Guedes do Nascimento Regina Lúcia Péret Dell’Isola Rodrigo Albuquerque Ubirajara de Lucena Pereira Wagner Rodrigues Silva Washington Ribeiro Prefixo Editorial: 87033 www.livrariadapipa.com.br http://www.pipacomunica.com.br/livrariadapipa Apresentação 7 Práticas inovadoras na educação: pesquisas e relatos de experiências na pandemia José Ribamar Lopes Batista Júnior Nayana Bruna Nery Monção Nos últimos 7 (sete) anos, o Colégio Técnico de Floriano (CTF), situado no município do Piauí que faz referência em seu nome e com vínculo à Universidade Federal do Piauí (UFPI), no seu compromisso em relação ao tripé da instituição ENSINO, PESQUISA e EXTENSÃO, incentiva e estimula que ações destas categorias se desenvolvam constantemente no segmento da Educação Médio-Técnico, principal modalidade de ensino da unidade. Dentre suas ações, reconhece-se a Jornada Acadê- mica como um evento já consolidado em nosso estado e um importante palco para proporcionar troca de experiências tanto acadêmica como científica. O ano de 2020, certamente, encontra-se marcado em nossas vidas pelo contexto da pandemia da COVID-19. Em vários cenários, a logística de funcionamento precisou de mudanças ou adaptações e no eixo escolar/acadêmico não foi diferente, os/as docentes e pesquisadores/as buscaram alternativas para prosseguimento daquilo que “ficou parado”. Vimos a necessidade de realizar atividades nas mais diversas esferas (curso de capacitação/aperfeiçoamento, oficinas, palestras), para assim, adquirir habilidade de realizar um ensino emergencial visando suprir a ausência da modalidade presencial. Resultado disso, foi a possibilidade de executar ações fortemente apoiadas pelo uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação e que, muitas delas, farão parte do “novo normal”, considerando a retomada das atividades presenciais. Diante disso, queremos, com o livro “Práticas inovadoras na educação: pesquisas e relatos de experiências na pandemia”, disseminar ações realizadas na pesquisa e na extensão vivenciadas/executadas para servir como suporte de ideia e ressaltar a importância de proporcionar que jovens da Educação Básica e Profissional Técnico pratiquem a ciência. Com base nisso, a obra reúne práticas de Pesquisas e Exten- são realizadas por bolsistas e pesquisadores/as do CTF/UFPI, bem como por membros de outras instituições de ensino que apoiam e reconhecem a Jornada Acadêmica como porta para a divulgação de conhecimentos. Te convidamos a conhecer essas experiências! VIVA À CIÊNCIA e ótima leitura! 9 Sumário Ambiente e saúde 15 O que pode um projeto de extensão com ações formativas e artístico-culturais? Caminhos possíveis, travessias necessárias e afetos alicerçados: relato de experiência Maria Lizandra Mendes de Sousa, Camila Gabrielly Silva do Nascimento, José Ribamar Lopes Batista Júnior Informação e comunicação 35 A divulgação científica no Instagram sobre os produtos de higiene pessoal Maria Eduarda Sousa, Maria Beatriz Ferreira Santos Sousa, Nayana Bruna Nery Monção 49 Canal no YouTube: proposta metodológica para prática inovadora no ensino em administração Sérgio Adriany Santos Moreira 61 Cosmetoloquímica: divulgação de conhecimentos sobre os cosméticos Bianca Rodrigues Conrado de Amorim, Yasmin Veloso Costa, Nayana Bruna Nery Monção 73 Perfume e óleos essenciais: divulgação científica por meio do Instagram Guilherme Brito Rodrigues, Guilherme Alves Procópio, Nayana Bruna Nery Monção Infraestrutura 85 Ambientes restauradores e a importância da presença de elementos naturais na cidade José de Souza Gomes Júnior 99 Consumo consciente de energia elétrica Weslay Vieira de Araujo, Geová Araujo Machado de Carvalho, Maria Elizabete Costa Severiano Linguagens e suas tecnologias 111 A escrita acadêmica na Educação Básica: projeto de extensão do LPT Acadêmico Ana Beatriz Freire de Sousa, Maria Rita Barbosa Luz, Rita de Kassia Vieira Ramalho, Francisco Emanuel Rocha de Santana, José Ribamar Lopes Batista Júnior 129 Curso on-line “Ler e escrever na universidade”: a extensão universitária a serviço do letramento acadêmico Gilmarley Lima de Sousa, Sidney Silva Martins, Marcela Cristiane da Silva, José Ribamar Lopes Batista Júnior 145 Oficina de zine: letramentos e olhar social a partir do conto ‘Pai contra mãe’, de Machado de Assis Maria Eneida Matos da Rosa, Alinne Santana Ferreira, Letícia Ingrid Damasceno da Silva, Luighi Fé Ramos, Vanessa Correia Matos 161 Práticas de letramento e ações extensionistas do LPT Acadêmico Rawane Soares Santos, Luanne Beatriz Fialho de Carvalho, Isaías Gabriel Piauilino Cipriano de Sá, Guilherme Reis de Souza Silva Ferreira, José Ribamar Lopes Batista Júnior 173 Práticas de multiletramento no contexto do projeto TV Radiotec: tecnologias digitais, redes sociais e protagonismo juvenil Hiuan Pacheco Costa, Caio Kácio Ribeiro Lima, Louise Raquel Cardôso de Sousa, Matheus Damasceno Franco, José Ribamar Lopes Batista Júnior 185 Projeto LPT Acadêmico: impacto das práticas de letramento na Educação Básica e no Ensino Superior Marijany da Silva Reis, Lucas Mariel dos Santos de Sá, José Ribamar Lopes Batista Júnior 199 Sobre a produção de textos: o que Manoel de Barros nos ensina? Caio Ferreira Fernandes, Elizabeth Gonçalves Lima Rocha Produção cultural e design 219 Espaço virtual do negro: do esquecimento ao reconhecimento Marli Ferreira de Carvalho Damasceno 237 Projeto TV Radiotec: o uso das ferramentas digitais na formação de conhecimento no Ensino Médio Maria da Conceição Sousa Guimarães, Misael da Silva Almeida, Nicoly Maria dos Reis Dalcastagnê, Pedro Lucas Nascimento Solano, José Ribamar Lopes Batista Júnior Sobre os autores 253 Sobre autores e autoras Capítulo 1 15 O que pode um projeto de extensão com ações formativas e artístico- culturais? Caminhos possíveis, travessias necessárias e afetos alicerçados: relato de experiência Maria Lizandra Mendes de Sousa Camila Gabrielly Silva do Nascimento José Ribamar Lopes Batista Júnior Tessituras iniciais Quando se pensa em uma educação que desenvolva consciência crítica, inserção ao protagonismo social, cultu- ral e político, emancipação, inclusão e criticidade, estamos tecendo articulações pautadas no compromisso social e no direito à vida. Entretanto, ao perceber as realidades, existem dois aspectos que merecem destaque nesse ciclo vicioso de exclusão: por um lado, há distanciamentoentre a educação e os grupos historicamente vulneráveis que, por sua vez, ampliam as mazelas na sociedade e mais distante se torna a inserção ao processo formativo/educativo-crítico; de outro lado, as insti- tuições de ensino formais prendem-se, na grande maioria das vezes, apenas aos conteúdos curriculares – isto se dá devido a exigência de cumprimento da carga horária através das aulas, 16 Práticas inovadoras na educação atividades e provas – impossibilitando, desse modo, discussões acerca de temáticas que surgem na sociedade e nas experiên- cias cotidianas. Embora haja esses impedimentos que intensificam as desi- gualdades sociais, as instituições de ensino formais podem e devem ser um espaço para questionamentos, reflexões e críticas aos temas que permeiam as vivências cotidianas; um espaço rico em relações, inter-relações e interações com vista ao compromisso social, cultural e político. Para tal intento, as escolas necessitam não somente estarem convictas de sua função para com a formação dos sujeitos, mas também numa relação mútua, oportunizando este despertar para o desenvol- vimento sociocultural, político, crítico e emancipatório. Isso se torna viável por meio da interdisciplinaridade. Nesse sentido de impossibilidades é que emerge o Projeto de Extensão Bate & Volta Diálogos. O projeto promove ações interdisciplinares que envolve as áreas de linguagem, saúde, cidadania etc, na busca de uma formação humana, o qual se constitui no desenvolvimento de atividades artístico-culturais, terapêuticas, formativa e educativa com vistas à emancipação, à cidadania, ao protagonismo e à inclusão, bem como a difusão da empatia. Assim, o projeto além de se articular com o ensino, a pesquisa e a extensão, vai também contribuindo para a educação ao opor- tunizar momentos de reflexões sobre as distintas expressões 17 pesquisas e relatos de experiências na pandemia humanas, especialmente juntando formação-educação-acolhi- mento-arte-cultura. Por isto mesmo é que questionamos: O que pode um projeto de extensão com ações formativas e artístico- -culturais? Dessa forma, o objetivo deste trabalho é apresentar e relatar as ações formativas e artístico-culturais do Bate & Volta Diálogos no período de 2021. Na seção a seguir, vocês tecerão encontros com as vozes que afloram as perspectivas do projeto de extensão em questão e que nos permite traçar novos caminhos para a educação. Linguagem, saúde, educação, interdisciplinaridade e extensão: vozes que afloram o diálogo As pessoas são imersas e atravessadas pelos aspectos sociais, culturais, históricos, políticos, econômicos e identitários. Tais aspectos não são fixos, mas sim dialogam no e pelo movimento que transcende as relações preestabelecidas e se ampara no inacabamento. Na sua constituição e no decorrer do desenvol- vimento, as pessoas materializam seu pensamento por meio da linguagem traçando, assim, meios interativos e comunicativos de expressar opiniões e sentimentos. Segundo Orlandi (2015, p. 188-189), “[...] a língua que, na pers- pectiva discursiva, não é vista como um sistema fechado nele mesmo, mas sujeito a falhas, inscreve-se, com suas falhas, na história produzindo os sentidos”. Parece-nos, e é perceptível, 18 Práticas inovadoras na educação que há uma relação entre linguagem e história. E essa relação ocasiona o resgate das identidades, mas também na construção da própria vida e/ou de uma nova vida que, nos embaraços dos percalços cotidianos, (re)produzem sentidos e significados nas relações e ações humanas. Esse movimento relacional de linguagem e história tenciona os diálogos para se refletir sobre a saúde e educação. Os espa- ços educativos formais na sua imersão nos fatores quantitativos esquecem que lidam com pessoas que são distintas, únicas e particulares, que têm sentimentos e dificuldades e que, ao longo do processo formativo, esbarram com muitos problemas físicos, psicológicos e emocionais que afetam seu processo de aprendi- zagem. Nesse sentido, a promoção da saúde apresenta-se como uma forma de pensar e agir em sintonia com este agir educativo, cuja finalidade é a formação de sujeitos e projetos pedagógicos voltados para o direito à vida (DEMARZO; AQUILANTE, 2008). Dessa forma, ao trazer Paulo Freire (2011) para o diálogo, requer-se compreender a educação e o processo de ensino e aprendizagem como possibilidade para a construção do protago- nismo social, político e cultural que abasteçam as/os educandas/ os de aparatos críticos, reflexivos e questionadores tornando-as/ os pessoas ativas de suas realidades e retirando-as/os da passi- vidade imposta pelo sistema opressor – classe dominante. Isto se dá por meio da produção de novos desenhos para a educação repensando o currículo, disciplinas, aulas, avaliações, espaço e tempo e os projetos. 19 pesquisas e relatos de experiências na pandemia Na continuidade de uma educação emancipatória, a interdis- ciplinaridade impulsiona a coerência da construção do conheci- mento de forma coletiva, na ousadia de transformar o exercício do pensar em fenômenos críticos e reflexivos, desconstruir a supremacia da ciência única e penetrar em outros campos e áreas do saber (LEIS, 2005), tencionar outras discussões de temas considerados ordinários e presentes na sociedade. Assim, no exercício da extensão se torna mais um ponto essencial na garantia do desenvolvimento da consciência crítica e de uma educação pautada no compromisso social. A imersão na extensão pelas instituições de ensino formais não pode ser algo isolado e que fuja das experiências cotidianas. Ao contrário, há nela um aguçar pela aproximação, movimento e interação. Conectar sociedade e escolas. Ou seja, a extensão “[...] produzir conhecimento para a transformação social, não vendo a socie- dade como simples fator passivo nesta empreitada, mas como agente ativo, com saberes, viveres e experiências válidas” (SILVA, 2020, p. 29), retirando, desse modo, o distanciamento entre socie- dade e instituições de ensino formais e construindo instrumentos democráticos para a educação. Em face de tudo isto é que se colocam as travessias neces- sárias em torno de uma educação que não retira de si a luta pelo compromisso social, mas que a entende e a tece junto a si e àquelas/es que necessitam dela para ampliar sua conscienti- 20 Práticas inovadoras na educação zação crítica e tirar as fendas que cobrem suas realidades. Desse modo, na seção a seguir, vocês encontrarão os elos escolhidos para a construção deste texto, assim como os caminhos das ações do projeto. Caminhos metodológicos Os elos escolhidos para a construção deste texto correspon- dem a uma pesquisa de abordagem qualitativa, visto que reco- nhecem as “[...] várias possibilidades de se estudar os fenômenos que envolvem os seres humanos e suas intrincadas relações sociais, estabelecidas em diversos ambientes” (GODY,1995, p. 21). Para tal propósito, este trabalho é de natureza descritiva, uma vez que propicia a descrição dos objetos e/ou fenômenos estudados de forma real e precisa (GERHARDT; SILVEIRA, 2009), do tipo relato de experiência. Assim, os caminhos percorridos para alcançar as ações do projeto se estruturam na própria organização das atividades: objetivos, métodos e dia de execução, como pode ser averi- guado nos infográficos abaixo: 21 pesquisas e relatos de experiências na pandemia Infográfico 1. As ações formativas: ciclo de palestras, cursos e oficinas Infográfico 2. As ações artístico-culturais: Zueira literária renascer, Batemoções & Voltamores e som do intervalo Fonte: arquivo do Projeto Bate & Volta Diálogos, 2021. 22 Práticas inovadoras na educação Nesse sentido, na seção seguinte, vocês dialogarão com as experiências ao redor das ações formativas e artístico-culturais desenvolvidas pelo projeto. As ações extensionistas do bate & volta diálogos: relato de experiência Como já reportado, o projeto de extensão “Bate & Volta Diálo- gos”, na perspectivade desenvolver habilidades, difusão da empatia e da cordialidade, bem como da potencialização de criticidades com vistas à emancipação, à cidadania e à inclusão, se organiza e promove ações formativas e educativas, como também artístico-culturais e terapêuticas, o qual iremos abordar apenas as ações formativas e artístico-culturais. As ações são as seguintes: Infográfico 3. Ações desenvolvidas no Projeto de Extensão Bate & Volta Diálogos Fonte: arquivo do Projeto Bate & Volta Diálogos, 2021. 23 pesquisas e relatos de experiências na pandemia As ações formativas: disponibilidade ao diálogo Trazer ações formativas e educativas é promover um ambiente de diálogo, reflexão, criticidade, protagonismo e expansão do pensamento autônomo. E foi assim que emergiram o Ciclo de Palestras e os Cursos e oficinas. O Ciclo de Palestras mobilizou, assim, três pontos que se destacam: questionamentos, incomo- dações e criticidade. Questionamentos, porque ao longo das conversas despertaram outros assuntos que se conectam com as temáticas abordadas. Por exemplo, inseguranças na docência, autossabotagem no percurso educacional, racismo, importân- cia da terapia, cuidado com o outro e a sua relação com o meio ambiente, liberdade de expressão e as fake news, a arte-cultura na promoção do autocuidado, entre outros, que geraram mais ondas de querer saber mais. Incomodações, especialmente, por abordarmos temas polêmicos que giram ao redor da sociedade, a exemplo de pessoas travestis e trans e seu direito à educação. E criticidade já que, ao promover diálogos, ofertamos a oportu- nidade de desenvolver o nosso lado crítico e reflexivo sobre as coisas de forma ampla e complexa. 24 Práticas inovadoras na educação Infográfico 4. Temas das duas edições, 2021.1 e 2021.2, do Ciclo de Palestras Fonte: arquivo do Projeto Bate & Volta Diálogos, 2021. Desse modo, averigua-se que o Ciclo de Palestras oportu- niza para as/os participantes a possibilidade e disponibilidade para o diálogo de temas que circulam na sociedade. Assim, torna-se um espaço potencializador de diálogos, encontros, trocas de vivências e experiências, produzindo incomodações e questionamentos necessários sobre a educação, o ensinar e aprender, além de um alerta de que a educação precisa e exige a disponibilidade para o diálogo, posto que a curiosidade e a 25 pesquisas e relatos de experiências na pandemia inquietação promovem a consciência política na interação da ação-reflexão-ação pela inconclusão do movimento que vai acontecendo dia após dia. Os cursos e as oficinas tencionaram aprendizagens urgentes. Assim, aprendemos que a leitura aguça o pensamento autô- nomo e afasta a população da alienação, bem como diminui os caminhos das notícias falsas; que precisamos conhecer nossas raízes culturais para a construção da identidade tornar-se um elo de nós com nós, ou seja, saber quem somos; que atividade física não é bom apenas para o físico, mas, em especial, para a mente, nos protegendo dos guilhões da ansiedade e depressão, além de que podemos nos divertir em casa; compreendemos que, para editar uma imagem e vídeo, não precisa de aplicativos e recursos sofisticados, os próprios aplicativos mais usuais, como Instagram, nos ofertam uma infinidade de possibilidades; enten- demos que o cuidado com a pele também é um acalento que temos com o amor próprio; e que podemos aprender bastante com os mais jovens, a exemplo dos tantos ensinamentos antes e depois de realizar uma maquiagem. 26 Práticas inovadoras na educação Infográfico 5. Temas das Oficinas e Cursos Fonte: arquivo do Projeto Bate & Volta Diálogos, 2021. Nessa perspectiva, no que se refere às oficinas e cursos, verifica-se a existência de um espaço viável para o processo formativo vinculado ao viés terapêutico que contribui para se pensar na presença da interdisciplinaridade nos processos de ensino e aprendizagem para além dos conteúdos curriculares. Em outras palavras, a educação e a sala de aula pode e deve ser um ambiente propício para um processo formativo articulado com o viés terapêutico e artístico-culturais que, por sua vez, 27 pesquisas e relatos de experiências na pandemia reverbera para a importância da interdisciplinaridade ao possibi- litar contatos com outros campos do saber, mas também refletir os contextos socioculturais, econômicos e políticos que grupos vulneráveis estão inseridos para a busca de uma educação que promova o pensamento crítico-reflexivo-autônomo. Esses movimentos dialógicos e pautados nas experiências cotidianas fazem com que destaquemos que as ações formati- vas e educativas, além de promover um espaço para discutir e aprender de forma mútua, se tornaram um ambiente livre para a promoção de assuntos que cotidianamente vão surgindo na sociedade e que, muitas vezes, não há um lugar nos encontros de sala de aula para serem discutidos. As ações artístico-culturais: o movimento do resgate Desenvolver ações artístico-culturais é oferecer arte em eventos on-line na área da música, da literatura, do teatro e da dança, para a fruição e apreciação estética. Dessa forma, nas ações artístico-culturais temos a ação artística como uma prática pessoal e/ou coletiva que abre caminhos e possibilidade de agir e experienciar atividades artisticamente, assim como uma ação cultural que contribui para o desenvolvimento das relações de ideias, símbolos, formas, obras culturais das pessoas. E são com essas ondas sonoras que se revelaram a Zueira Literária Renas- cer, BatEmoções & VoltAmores e Som do Intervalo. 28 Práticas inovadoras na educação Nesse sentido, a Zueira Literária Renascer é uma ação que proporciona a quem participa um contato maior com a literatu- ras através de poemas e poesias, promovendo um sentimento de pertencimento, inclusão, afetividade, bem como o uso de textos poéticos como ferramenta de lutas por uma sociedade mais humana. Infográfico 6. Zueira Literária Renascer: possibilidades de encontros Fonte: arquivo do Projeto Bate & Volta Diálogos, 2021. Assim, nas poesias e nos poemas compartilhados e partilha- dos nas redes sociais, verificamos: a poesia cura. Essa afirmativa se dá ao fato dos sentimentos e atravessamentos ocasionados pelas palavras declamadas, sentidas, vivenciadas e acolhidas. (Re)Criaram uma rede de elos que, na imensidão do sentir e fazer artístico, não apenas orquestraram interpretações sobre dife- 29 pesquisas e relatos de experiências na pandemia rentes temas cotidianos, mas, principalmente, pelas incomoda- ções que mergulharam em si e nos outros. Há, assim, tessituras de esperanças ao entender que a arte também é um lugar de denúncia e acalento por dias melhores. O BatEmoções & VoltA- mores é uma forma de começarmos a semana com palavras que possam ser um alento à nossa alma, promovendo um sentimento de bem-estar, além de ressignificar situações que vivenciamos diariamente. Infográfico 7. BatEmoções & VoltAmores: ressignificações de si Fonte: arquivo do Projeto Bate & Volta Diálogos, 2021. Nessa perspectiva, o BatEmoções & VoltAmores se mostra uma ação de ressignificações das mais distintas situações que vivenciamos no dia a dia e que, muitas vezes, não paramos para refletir ou, principalmente, não o entendemos como importantes, 30 Práticas inovadoras na educação a exemplo da ausência de autoconhecimento. Uma ação que cria iniciativas de darmos tempo para nós e percebermos que sempre há tempo para recomeçar. Além disso, impulsiona o recomeço, as tentativas e mais tentativas de continuar existindo no existir e no balanço forte das ressignificações. Essas conectividades só são possíveis pelo ato não esgotável de enxergar nossas particulari- dades e limitações não como um aspecto ruim, e sim como um âmbito relevante da essência o qual nos diferencia das demais pessoas. Mensagens para tirar um pouco da carga negativa, especialmente, em tempos de pandemia, e colocar oportunida- des de superação por meio das reflexões. Aopromover ações interdisciplinares para dentro e fora das instituições de ensino, bem como atividades que tenham articula- ções com temas que surgem diariamente na sociedade, estamos fomentando mudanças emancipatórias no agir sobre o mundo, no ser e fazer, na busca das diferentes manifestações do conheci- mento e em romper com as ideias hegemônicas trazendo, assim, vários contextos por diferentes óticas e ângulos. Preocupar-se com a qualidade da educação é disponibilizar não apenas o diálogo, mas também a escuta, a expansão da consciência, da reflexão-ação-reflexão, da criticidade, dos questionamentos, das dúvidas e do aumento dos sonhos para sua prática e realização. Há, então, afetos alicerçados! 31 pesquisas e relatos de experiências na pandemia Tessituras para não finalizar O que pode um projeto de extensão com ações formativas e artístico-culturais? Essa foi a pergunta que mobilizou os diálo- gos-encontros deste texto que teve como objetivo apresentar e relatar as ações formativas e artístico-culturais do Bate & Volta Diálogos no período de 2021. Desse modo, por meio das vozes que alicerçaram essas travessias, averiguamos que uma educação pautada no compromisso social precisa oportunizar espaços para a saúde e para a linguagem. Isto é possível por meio da interdis- ciplinaridade e da extensão. Assim, percebemos que as ações formativas (e educativas) – Ciclo de Palestras e Cursos e oficinas – promovem o incentivo para mudanças nas escolas em busca da construção de uma educação pautada nas vivências humanizadoras, que não reproduz discur- sos hegemônicos, preconceituosos, não inclusivos e discriminató- rios, em sintonia com a consciência política e compromisso social. E, ao trazer as ações artístico-culturais (Zueira Literária Renascer, BatEmoções & VoltAmores e Som do Intervalo) para dentro e fora das instituições de ensino, está-se não apenas demonstrando a importância da interdisciplinaridade no processo de ensino e aprendizagem, mas também promovendo modificações internas e externas nas pessoas. Dessa forma, ações contribuem, potencializam e modificam a vida das pessoas em diferentes campos e contextos, assim como, criam redes ricas em relações humanas, de autoconhe- 32 Práticas inovadoras na educação cimento, autocuidado, empatia e promoção de relações para se pensar em uma educação pautada também na arte e cultura, tal qual salienta que o projeto potencializa o protagonismo social tencionando para o chamamento de novos projetos e pesquisas que levem em consideração o dinamismo interacional que se experiencia no cotidiano, o qual se faz necessário frisar para uma educação, docência, ensino e aprendizagem e sociedade guiada pelo compromisso social. Mas, então, o que pode um projeto de extensão com ações formativas e artístico-culturais? O mínimo que pode é promover diferenças nas vidas das pessoas ao oportunizar espaços repletos de diálogos e empatia. Assim, se fôssemos resumir, diríamos: Pode haver três encontros: caminhos possíveis, travessias necessárias e afetos alicerçados. Então, o projeto pode transformar reencontros. Referências DEMARZO, M. M. P.; AQUILANTE, A. G. Saúde escolar e escolas promotoras de saúde. In: Programa de atualização em medicina de família e comunidade. Porto Alegre, RS: Artmed/Pan-Americana, 2008. v. 3, p. 49-76. GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo (orgs.). Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Ufrgs Editora, 2009. GODOY, Arilda Schmidt. Pesquisa qualitativa: tipos e fundamentos. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, n. 3, p. 20-29, maio 1995. 33 pesquisas e relatos de experiências na pandemia LEIS, Hector Ricardo. Sobre o conceito de interdisciplinaridade. Cadernos de Pesquisa Interdisciplinar em Ciências Humanas, Florianópolis, v. 6, n. 73, p. 1-23, 1 jan. 2005. ORLANDI, Eni Puccinelli. Linguagem e educação social: a relação sujeito, individual e pessoa. Revista Rua, Campinas, v. 2, n. 21, p. 187-198, nov. 2015. SILVA, Wagner Pires da. Extensão universitária: um conceito em construção. Revista Extensão & Sociedade, [s. l], v. 11, n. 2, p. 21-32, 10 nov. 2020. Capítulo 2 35 A divulgação científica no Instagram sobre os produtos de higiene pessoal1 Maria Eduarda Sousa Maria Beatriz Ferreira Santos Sousa Nayana Bruna Nery Monção Introdução Os produtos de higiene pessoal atuam na prevenção do acúmulo de sujeiras e bactérias na pele, que por sua vez atuam como barreira protetora do meio externo ao organismo, esses produtos na pele trazem a sensação de refrescância e deixam a pele com um aspecto mais agradável (COSTA, 2014). Nas antigas civilizações, já era possível identificar a preocupa- ção humana com a pele. No Antigo Egito, por exemplo, os homens e as mulheres utilizavam produtos para o cuidado da pele. Cleó- patra, uma antiga rainha deste povo, viveu entre os anos 69 a.C. a 30 a.C., ela tomava banho em leite e mel com o objetivo de deixar 1. Este trabalho é resultado do projeto de pesquisa Cosmetoloquímica: aspectos químicos presentes em produtos de higiene, cosméticos e perfumes e contou com apoio do CNPq por meio de bolsas de iniciação científica (UFPI/EBTT - Edital PIBIC- EM (Ensino Médio) - 2021/2022). De setembro/2021 a fevereiro/2022, o projeto esteve sob supervisão/orientação da professora Nayana Bruna Nery Monção e, a partir de março/2022, passou a ter o professor José Ribamar Lopes Batista Júnior como supervisor/orientador, conforme processo nº 23111.011673/2022-39 – CPESI/UFPI. 36 Práticas inovadoras na educação a pele macia e radiosa. Atualmente com o grande desenvolvi- mento das pesquisas é possível afirmar que tal prática proporcio- nava efeito, já que ambos apresentam propriedades hidratantes. Já na Grécia Antiga, a população apresentava diversas regras para o banho e para higiene pessoal, mas durante a idade média a sociedade se descuidou e popularizou os banhos coletivos, onde realizavam-se reuniões, até a Igreja Católica interferir e classificar a nudez como pecado moral. A peste negra reduziu a higiene pessoal no século XIV, visto que era um meio de transmissão, apenas no Renascimento, a sociedade voltou a utilizar de forma regular os produtos de higiene, assim como tomar banho, sem temer a água (COSTA, 2014). A cosmética tem como objetivo gerar ao seu usuário mais conforto, segurança e beleza. Os cosméticos de higiene pessoal, segundo Pinheiro e Pinheiro (2007), apresentam substâncias em sua composição com a finalidade de proteger e limpar a pele, sem alterações na sua função e/ou estrutura. De acordo com Tostes (2006), a ciência tem papel de transformação no âmbito social, diante disso, é possível afirmar que a divulgação científica carrega consigo grande importância para a divulgação de doen- ças, impactos sociais e as mais diversas áreas em que a mesma abrange, diante da crescente Revolução Digital, tornando-se irre- vogável reconhecer que a divulgação científica tem como obje- tivo básico, levar questões científicas de maneira mais facilitada para o público leigo. Diante do exposto, este trabalho tem como finalidade avaliar os aspectos químicos presentes na composição 37 pesquisas e relatos de experiências na pandemia dos produtos de higiene pessoal, assim como, através das redes sociais estimular a divulgação científica referente aos produtos de higiene pessoal. Referencial teórico Levando em conta o artigo intitulado como ‘’Panorama da indústria de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos’’, disponi- bilizado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) em sua biblioteca digital, expõe as definições aceitas e regulamen- tadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que considera os produtos de higiene pessoal como prepara- ções constituídas a partir de substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo em qualquer lugar do corpo. De acordo com o mesmo órgão, os produtos de HPPC (higiene pessoal, perfuma- ria e cosméticos) apresentam dois níveis de risco,o primeiro se refere a produtos que não precisam do detalhamento quanto ao seu modo ou restrições de uso, já o segundo precisa do modo de uso e das restrições bem detalhadas em suas embalagens, assim como, a comprovação de eficácia e/ou segurança (CAPA- NEMA et al., 2007). Um dos três segmentos da indústria de HPPC é a higiene pessoal, cujo os produtos são por exemplo: desodo- rantes, absorventes higiênicos, sabonetes, fraldas e produtos de higiene oral. O sabão em barra age na função de juntar substâncias apola- res a substâncias polares, permitindo que substâncias insolúveis 38 Práticas inovadoras na educação em água, sejam removidas por ela, através da emulsificação, que atuam como agentes de solubilização, difundindo compostos, permitindo formular misturas homogéneas, dispersões ou emul- sões de substâncias oleosas com água (COSTA, 2014). Já o sabão líquido, age por meio de agentes tensoativos, tendo como exemplo: sulfosuccinatos, alquil sulfatos (bom poder de limpeza, irritantes – sulfato de lauril e sódio), alquil éter sulfatos (bem tolerados pela pele – lauril éter sulfato de sódio), amidas (estabilizantes de espuma – cocamide, lauramide) e de agentes gelificantes hidrófilos que provocam espumas quando ativados (mexidos) e apresentam poder adstringente (COSTA, 2014). Metodologia O levantamento teórico foi realizado com base em artigos científicos, dissertações, tese e sites em publicações nacionais e internacionais disponíveis, em sua maioria, na ferramenta Google Acadêmico. Os materiais encontrados tratavam da temática sobre produtos de higiene pessoal, considerando seus conceitos quími- cos. As publicações foram produzidas através da plataforma Canva Education e divulgadas através da rede social Instagram, na página @cosmetoloquimica, criada com o intuito de divulgar este conteúdo científico de forma simplificada e didática para que pessoas leigas possam entender. 39 pesquisas e relatos de experiências na pandemia Resultados e discussão Levando em conta o material criado e divulgado até o momento, no total tem-se nove publicações que tratam de diversas áreas da higiene pessoal, dentre elas, considerou-se o contexto pandêmico, a atuação de digitais influencer, o meio ambiente e a saúde íntima da mulher. A seguir, na Figura 1, são apresentadas as capas das publicações realizadas. Figura 1. Capas das publicações divulgadas na página do Instagram com temática relacionadas aos produtos de higiene pessoal Fonte: autoria própria. 40 Práticas inovadoras na educação A postagem “Absorventes descartáveis íntimos: seu impacto no meio ambiente e os meios sustentáveis para sua substituição” (1ª publicação), apresentou elementos a respeito dos absor- ventes descartáveis, onde destacou-se sua composição, consi- derando que a maioria são feitos de etileno e ácido polilático, e que quando descartados de maneira incorreta, apresentam a decomposição lenta, estimulando assim a perda de combustí- veis fósseis e para depleção da camada de ozônio (CAPANEMA et al., 2007). A postagem denominada “Crianças podem utilizar desodorante e antitranspirante?” (2ª publicação) descreveu os riscos, a compo- sição e a melhor opção para a utilização entre os produtos. O odor infantil nem sempre está ligado à puberdade, podendo ser contraído através do contato com roupas contaminadas (BRANCO; ALVES, 2021; LIMA et al., 2020). A postagem intitulada “Utilização de álcool em tempos de Pandemia” (3ª publicação) relatou sobre como o álcool age na prevenção e disseminação da COVID-19. Segundo Oliveira e Lemos (2021), o álcool 70% é o mais recomendado, pois inativa o vírus, através da desnaturação proteica. A postagem “Tipos de Fio Dental” (4ª publicação) relata a respeito dos fios dentais mais vendidos no mercado conven- cional brasileiro. Ao todo foram apresentados cinco tipos, nenhum se destacou de maneira considerável, mas todos tem uma função específica. Em sua maioria, esse tipo de produto é 41 pesquisas e relatos de experiências na pandemia composto de plástico nas embalagens e nylon (fios), elemen- tos estes que não são recicláveis ou biodegradáveis, podendo matar ou prejudicar diversos animais marinhos (ECYCLE, 2022; PANZERI; LARA; PEDRAZZI, 2001). A postagem nomeada como “Calcinhas descartáveis de Jade Picon: seu impacto ao meio ambiente e a saúde da mulher” (5ª publicação) relatou a respeito do impacto que digitais influencers tem frente a seu público. Esses produtos muitas vezes são feitos de tecido sintético, que levam cerca de 400 e 500 anos para se decompor, além do que, irritam a pele, principalmente em áreas tão sensíveis como a da virilha, podendo gerar assaduras. A “digital influencer” acabou, sem nem perceber, estimulando o uso desse tipo de material por outras mulheres, sem levar em conta seu papel na conscientização ecológica (PEIXOTO, 2022). A postagem intitulada “Qual a importância do sabonete facial?” (6ª publicação) descreve a atuação do sabonete facial na pele, seja removendo células mortas, hidratando ou dando proteção para garantir o funcionamento adequado da pele, levando em conta o pH adequado para o rosto (LIMA et al., 2021). Apresen- tou-se também a escala de pH (potencial hidrogeniônico) e sua interpretação, um assunto comumente apresentado na área da Química (VALANDRO, 2016). A publicação intitulada “Excesso de creme dental é indicativo de uma maior limpeza?” (7ª publicação), descaracteriza um mito popular que diz ‘’quanto mais creme dental, maior é a limpeza’’, 42 Práticas inovadoras na educação quando na verdade a utilização de forma exagerada pode causar diversos problemas, devido ao uso elevado de flúor, como a fluo- rose dentária (SILVA et al., 2019; BARROS et al., 2002). Em homenagem ao dia da mulher, a publicação nomeada como “Marion Donovan: criadora das fraldas descartáveis” (8ª publicação), homenageou a empreendedora americana Marion Donovan, que em meio ao cansaço de trocar e lavar as fraldas de pano do filho, inovou o mercado com a criação de fraldas e no decorrer de sua carreira, sempre defendeu a vertente de que era preciso procurar maneiras de facilitar coisas simples (ARAÚJO, 2021; GALAXIE, 2020). O conteúdo da publicação “Shampoo em barra – A nova tendência do universo capilar” (9ª publicação) se refere ao novo tipo de shampoo que surgiu nos últimos anos no mercado da beleza, o shampoo em barra. Esse biocosmético se destaca por ser produzido a partir de ingredientes vegetais, livre de deriva- dos do petróleo, como o óleo mineral, com isso, não agride o meio ambiente, preocupando-se com esse fator, desde a matéria prima até a sua produção (BALBINO, 2022; MARQUES; BORBA; CANDIDA, 2019; OGLE, 2020). 43 pesquisas e relatos de experiências na pandemia Considerações finais Divulgar a ciência é uma importante maneira de disseminar dados científicos para a comunidade em geral. Buscar alterna- tivas para maior acesso de informações, é oportunizar que esse dado impacte de maneira efetiva o público-alvo e considerando hoje, o papel que a internet tem, é utilizar-se dela como estraté- gia para divulgar ainda mais a ciência. O Instagram é uma rede social de grande acesso e tem respaldo para ser utilizado como uma alternativa nesse processo. Neste estudo, a busca para a divulgação de dados referente a temática relacionada aos produ- tos de higiene pessoal foi efetiva, pois, pelo menos cerca de 140 usuários puderam ser atingidos com as publicações. Neste ínterim, foi possível abordar temas das mais diversas vertentes, onde destacou-se sobre os absorventes descartáveis íntimos: seu impacto no meio ambiente e os meios sustentáveis para sua substituição; sobre a possibilidade das crianças poderem utilizar ou não desodorante e antitranspirante; sobre a utilização de álcool em tempos de pandemia; sobre os tipos de fio dental; sobre o uso de calcinhas descartáveis de Jade Picon: seu impacto ao meio ambiente e a saúde da mulher; sobre a importância do sabonetefacial; sobre se o uso excessivo de creme dental é indi- cativo de uma maior limpeza e sobre shampoo em barra: a nova tendência do universo capilar. Também, destacou-se sobre o papel de Marion Donovan, a criadora das fraldas descartáveis, mulher homenageada na semana do dia das mulheres. 44 Práticas inovadoras na educação Referências ARAÚJO, J. C. Se você usou fraldas descartáveis mais confortáveis, agradeça a Marion Donovan. Mega Curioso. 2021. Disponível em https://www.megacurioso.com.br/artes- cultura/119886-se-voce-usou-fraldas-mais-confortaveis- agradeca-a-marion-donovan.htm. Acesso em 6 mar. 2022. BALBINO, E. Shampoo em barra: conheça ótimos motivos para começar a usar. Dicas de Mulher. 2022. Disponível em https:// www.dicasdemulher.com.br/shampoo-em-barra/. Acesso em 19 mar. 2022. BARROS, C. C. A.; BARROS, F. C.; TORTAMANO, N.; ARMONIA, P. L. Riscos de fluorose dentária em crianças com quatro anos de idade que residem no município de São Paulo e utilizam creme dental fluorado. Journal of the Health Sciences Institute, v. 19, n. 2, p. 107-114, 2002. BRANCO, L. S. L.; ALVES, C. A. D. Odor axilar. 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Calcinhas descartáveis de Jade Picon no BBB: entenda o que são e os prós e contras do modelo. G1. 2022. Disponível em https://g1.globo.com/meio-ambiente/ noticia/2022/02/05/calcinhas-descartaveis-de-jade-picon- no-bbb-entenda-o-que-sao-e-os-pros-e-contras-do-modelo. ghtml/. Acesso em 6 fev. 2022. PINHEIRO, L.; PINHEIRO, A. A pele da criança. A cosmética infantil será um mito?. Acta Pediátrica Portuguesa, v. 38, n. 5, p.200-208, 2007. SILVA, M. F.; PECORARO, P. V. B. F.; NEVES, M. C. M.; SOARES, R. S.; OLIVEIRA, H. M. O que os estudantes de medicina aprendem sobre creme dental infantil? Revista Saber Digital, v. 12, n. 1, p. 102-112, 2019. TOSTES, R. A.. A importância da divulgação científica. Revista Acadêmica Ciência Animal, v. 4, n. 4, p. 73-74, 2006. VALANDRO, G. Avaliação do pH de sabonetes líquidos manipulados em duas cidades do Vale do Taquari - Rio Grande do Sul. 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Os desafios de realizar e preparar um ensino- -aprendizagem de forma efetiva proporcionaram formas alter- nativas de metodologias e práticas pedagógicas inovadoras. Para se atentar às novas demandas por metodologias alter- nativas de ensino, as instituições escolares estão cada vez mais adotando ferramentas digitais como Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) e mídias sociais, para interagir com os estu- dantes das novas gerações (LACKA; WONG, 2021). A nova geração de estudantes, imersos em plataformas tecnológicas e metodologias virtuais, são considerados Nati- vos Digitais (PRENSKY, 2001). Os Nativos Digitais demandam atenção especial em sua formação educacional (MAT ZAIN etal., 2021; SHOREY et al., 2021; SZYMKOWIAK et al., 2021). Por isso, tais estudantes carecem de liderança, responsabilidades, regu- 50 Práticas inovadoras na educação lamentos e regras pois priorizam o lazer digital, apresentando dificuldades de adaptação ao novo contexto de aprendizagem virtual (VITVITSKAYA et al., 2022). Moreira (2021) expõe os desafios enfrentados pelos docen- tes – provenientes de gerações anteriores – na escolarização dos nativos digitais e elaboração de estratégias de ensino que contemplem o contexto tecnológico das novas gerações, recon- figurando o processo educacional voltado para as mudanças digitais do século XXI. Assim, com o objetivo de difundir e disseminar os conheci- mentos em Administração para o curso técnico e bacharelado em administração, foi elaborado um canal no Youtube com vídeo- -aulas referentes às disciplinas de: Logística; Fundamentos da Administração; Teoria Geral da Administração e Estratégia para Pequenas e Médias Empresas. Como objetivo secundário de incentivar a leitura e difundir os pensamentos contemporâneos da Administração, o referido canal também foi utilizado para compartilhamento dos vídeos com dicas de leituras do projeto “#oquelerprof?” e criação da playlist “Administrando no dia a dia”. Fundamentação teórica Ambientes tecnológicos e digitais fazem parte da vida dos indi- víduos da geração Z, também conhecida como Nativos Digitais (AFSHAR et al., 2019; MARTINI; SOTILLE; MARTINS, 2017; PRENSKY, 2001), por isso os estudantes dessa geração utilizam tecnologias 51 pesquisas e relatos de experiências na pandemia desde o seu ingresso em ambientes escolares (DA SILVA, PRATES e RIBEIRO, 2016; ZIEDE, SILVA e PEGORARO, 2016; CARVALHO et al., 2019) buscando metodologias não tradicionais de aprendizado. Prenski (2001) nomeou a nova era de estudantes como Nativos Digitais. Esses indivíduos já nasciam imersos às tecnologias no ambiente, e com maior facilidade na compreensão de uma lingua- gem digital. Diferentemente de seus professores, conhecidos como Imigrantes Digitais, que experimentaram as ferramentas digitais ao longo de suas vidas (PRENSKY, 2001). As tecnologias digitais são, para os nativos digitais, parte inte- grante da aprendizagem dos alunos (HENDERSON; SELWYN; ASTON, 2017). Os nativos digitais possuem características peculia- res que os distinguem no seu processo de ensino-aprendizagem, como a busca de um ensino mais flexível com aprendizado rápido e prático, realizando multitarefas com facilidade (VITVITSKAYA et al., 2022). No contexto das mídias sociais como ferramenta de aprendiza- gem, as instituições escolares deveriam abordar tal metodologia de maneira mais prática e eficaz no cotidiano escolar. Porém a lite- ratura em relação à adoção de mídias sociais no contexto escolar ainda é escassa de resultados efetivos (HAMADI et al., 2021). Há ainda que se observar os diferentes níveis de desempe- nho dos alunos face à utilização de ferramentas tecnológicas e acesso à internet, devendo as instituições de ensino estarem preocupadas com os desfavorecidos digitais de forma que não ocorra uma exclusão digital de muitos estudantes, oferecendo, 52 Práticas inovadoras na educação oportunamente, a intervenção digital necessária para o processo de ensino-aprendizagem (BERGDAHL et al., 2020). Frente aos desafios enfrentados pelos docentes para elabo- rar estratégias de ensino a partir de ferramentas tecnológicas (MOREIRA, 2021) também há que se considerar a necessidade de formação e capacitação de professores perante novas meto- dologias para aperfeiçoar o processo de ensino-aprendizagem dos nativos digitais (VERGARA-RODRÍGUEZ; ANTÓN-SANCHO; FERNÁNDEZ-ARIAS, 2022; VITVITSKAYA et al., 2022). Tendo em vista o contexto educacional complexo que se configurou após a pandemia do COVID-19, com metodologias de ensino diversas das tradicionalmente conhecidas, o Youtube se mostrou como uma das plataformas de aprendizagem prefe- ridas dos estudantes para assistir vídeo-aulas, mostrando a força do aprendizado online para um futuro próximo (CHUNG; SUBRA- MANIAM; DASS, 2020). Metodologia A abordagem metodológica para preparação, montagem, gravação e disponibilização dos vídeos aos estudantes e público em geral perpassou por vários processos de “tentativa-erro” ao longo da prática pedagógica. Cursos sobre gravação de vídeo- -aulas e aprendizagem por meio de plataformas tecnológicas fizeram parte do processo de transformação e aperfeiçoamento das aulas disponibilizadas. 53 pesquisas e relatos de experiências na pandemia Resultados Este estudo se mostrou complementar às pesquisas sobre aprendizagem dos Nativos Digitais por meio de ferramentas tecnológicas de ensino (DA SILVA, PRATES e RIBEIRO, 2016; ZIEDE, SILVA e PEGORARO, 2016; MOREIRA, 2017, 2021; CARVALHO et al., 2019; HENDERSON; SELWYN; ASTON, 2017) bem como o ensino- -aprendizagem por meio de mídias sociais (HAMADI et al., 2021; LACKA; WONG, 2021), no caso desta pesquisa a mídia Youtube. Na Figura 1 são mostrados os vídeos mais acessados pelos alunos durante o período pandêmico. Pode ser observado que o número de inscritos correspondiam parcialmente ao número de alunos que estavam matriculados nas disciplinas ministradas. Ou seja, muitos alunos preferiram não se inscrever no canal, mesmo com a facilidade de serem notificados prontamente quando algum vídeo fosse postado no canal. Figura 1. Canal no Youtube (vídeos) Fonte: https://www.youtube.com/channel/UC6U2No7kY32y_mmFMzus9MQ. 54 Práticas inovadoras na educação Na Figura 2 são mostradas as playlists dos projetos menciona- dos neste estudo – a referida figura mostra mais inscritos no canal devido à maior divulgação e consolidação do canal entre diversos estudantes e pessoas interessadas no conteúdo. Foram elabo- radas playlists voltados para os cursos Técnico e Bacharelado em Administração com as seguintes disciplinas: Teoria Geral da Administração I e II; Logística; Estratégia para Pequenas e Médias Empresas e Fundamentos da Administração. Figura 2. Canal no Youtube (playlists) Fonte: https://www.youtube.com/channel/UC6U2No7kY32y_mmFMzus9MQ/ playlists. Também pode ser observada a playlist “O que ler prof? – Versão Tik Tok” com vídeos curtos de até 1 minuto, fruto do projeto de incentivo geral à leitura dos estudantes. Outras playlists encontradas são “Administrando no dia a dia” que apre- senta vídeos sobre o cotidiano da Administração com ideias 55 pesquisas e relatos de experiências na pandemia inovadoras e futuros modelos de gestão, iminentes em nossa Era Digital, para a prática da Administração no século XXI. Uma playlist com vídeos dos Seminários dos Estudantes também foi criada, como forma de incentivo à produção de conteúdo digital sobre a Administração. Por fim, pôde ser observado um engajamento maior nas disci- plinas por meio das vídeo-aulas disponibilizadas quando compa- radas ao período em que estavam sendo disponibilizados apenas materiais de leitura para aprendizagem dos estudantes. Ou seja, a incorporação das vídeo-aulas por meio do Youtube se mostrou mais efetiva no que tange o engajamento e interação dos estu- dantes aos conteúdos ministrados, consoantes aos estudos de Hamadi et al. (2021). Considerações finais As vídeo-aulas das disciplinas e das playlists, bem como os vídeos do projeto “#oquelerprof?” possuem o intuito de propor- cionar ao aluno e a comunidade em geral, que estejam em qual- quer ambiente com acesso à internet e localizado em qualquer lugar do mundo, melhores condições de não perder os conte- údos do ano letivo, estarem atentas às novas abordagens da Administração e incentivar a leitura. Dessa forma, o canal buscou alcançar alunos do Instituto Federal do Espírito Santo e outras instituições de ensino, além do público em geral que se interes- sem pelos temas da Administração e da leitura. 56 Práticas inovadoras na educação Assim, pretende-se disseminar o conhecimento transpassando qualquerbarreira física, de forma que o processo de ensino- -aprendizagem se torne mais efetivo e adequado à realidade do isolamento social provocado pela pandemia do COVID-19. Por conseguinte, consolidando novas metodologias e ferramentas digitais de ensino-aprendizagem para os nativos digitais, além de complementar o processo educacional do século XXI. Visando estudos futuros que relacionem a aprendizagem dos Nativos Digitais por meio de ferramentas tecnológicas, poderiam ser realizadas pesquisas que quantificassem o conhecimento obtido a partir dos meios digitais, no intuito de verificar se a apren- dizagem por metodologias não tradicionais de ensino estão se tornando viável para o novo contexto educacional. Referências AFSHAR, Mohammad A. et al. Instructional strategies for motivating and engraining generation z students in their own learning process. Journal of Education and Practice, v. 10, n. 3, p. 1-20, 2019. BERGDAHL, N. et al. Engagement, disengagement and performance when learning with technologies in upper secondary school. Computers & Education, v. 149, p. 103783, 1 maio 2020. CARVALHO, L. A. DE et al. Tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC’S) e a sala de aula. Perspectivas Online: Humanas & Sociais Aplicadas, v. 9, n. 26, p. 32–51, 19 dez. 2019. CHUNG, E.; SUBRAMANIAM, G.; DASS, L. C. 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Capítulo 4 61 Cosmetoloquímica: divulgação de conhecimentos sobre os cosméticos1 Bianca Rodrigues Conrado de Amorim Yasmin Veloso Costa Nayana Bruna Nery Monção Introdução Desde a antiguidade existem registros do uso de cosméticos, os primeiros relatos tratam-se de egípcios que, para se protege- rem do sol, utilizavam a gordura animal e vegetal, assim como cera de abelhas, mel e leite para produção de cremes corporais. A Bíblia também relata o uso de cosméticos pelo povo israe- lita destacando a utilização de produtos para pintura dos cílios, banhos com bálsamos para amaciar a pele e uso de óleos de banho dos pés de Jesus. Destacam-se ainda, os romanos, que possuem grande relevância no ponto de partida e expansão do uso de maquiagens. Os atores se utilizavam do produto para 1. Este trabalho é resultado do projeto de pesquisa Cosmetoloquímica: aspectos químicos presentes em produtos de higiene, cosméticos e perfumes e contou com apoio do CNPq por meio de bolsas de iniciação científica (UFPI/EBTT - Edital PIBIC- EM (Ensino Médio) - 2021/2022). De setembro/2021 a fevereiro/2022, o projeto esteve sob supervisão/orientação da professora Nayana Bruna Nery Monção e, a partir de março/2022, passou a ter o professor José Ribamar Lopes Batista Júnior como supervisor/orientador, conforme processo nº 23111.011673/2022-39 – CPESI/UFPI. 62 Práticas inovadoras na educação incorporar personagens, que eram produzidos a partir de óleos vegetais por conter pigmentos naturais e rochas (GALEMBECK; CSORDAS, 2011). Na sociedade atual, é quase impossível viver sem a tecno- logia, em destaque aos meios de comunicação. Nesse sentido, surge o pensamento de unir a divulgação científica com a facili- dade de disseminação de conteúdo por meio das redes sociais, objetivando a integração do leitor ao mundo da ciência, comple- mentando seus conhecimentos acerca da temática (LINS et al., 2019). Seguindo esse viés, o objetivo deste trabalho é avaliar os aspectos químicos presentes em cosméticos e propor a expan- são da divulgação científica por meio da produção de materiais com posterior publicação em rede social específica sobre temas que tratam sobre os cosméticos. Referencial teórico O estudo disponibilizado pela Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, que tem como título “A importância dos estudos de pré-formulação na estabilidade dos produtos cosméticos” (LADEIRA et al., 2021), relata a fase de pré-formulação como indispensável para segurança, estabilidade e eficácia do produto cosmético. A pré-formulação compreende a fase anterior ao desenvolvimento em grande escala, ou seja, é o desenvolvimento e seleção dos fármacos que serão utilizados no cosmético 63 pesquisas e relatos de experiências na pandemia desejado. O crescente avanço da indústria cosmética provoca mais rigorosidade no processo de pesquisa e desenvolvimento do produto, em consequência da maior exigência dos consumidores, tornando a etapa de produção e escolhade materiais mais criteriosa. As substâncias selecionadas determinarão a estabilidade física, química e microbiológica do produto. Através da pré-formulação já é possível identificar com antecedência problemas que podem comprometer o cosmético desejado, por meio de testes visando garantir a confiabilidade do produto, assim como a determinação do prazo de validade, eficácia e segurança. Metodologia Foi realizado o levantamento teórico sobre as temáticas rela- cionadas aos cosméticos em artigos científicos, livros, sites e outros, de modo, que sua maioria tivessem relações com concei- tos da Química. Por meio desta pesquisa, o conteúdo selecio- nado era previamente estudado e após isso, realizada confecção das publicações relacionadas. As publicações eram produzidas com o conteúdo sendo explicitado de forma didática, lúdica e simplificada. Para a produção dos materiais foi utilizada a plata- forma de criação e edição Canva Education e divulgadas na rede social Instagram na página criada (@cosmetoloquimica) para o processo de divulgação científica. 64 Práticas inovadoras na educação Resultados e discussão Considerando a divulgação científica realizada até o momento, tem-se a produção e publicação de 12 materiais de leitura, elas tratam de subtemáticas que vão desde a fase de produção dos cosméticos até relatos sobre os efeitos que o uso dos mesmos podem ocasionar. A Figura 1 apresenta as capas das publicações divulgadas. Figura 1. Capa das publicações realizadas na página do Instagram com temáticas relacionadas aos cosméticos Fonte: as autoras. 65 pesquisas e relatos de experiências na pandemia A postagem intitulada “Você sabe como é a atuação dos protetores solares?” (1ª publicação) destaca que o sol, apesar dos benefícios, pode causar também efeitos nocivos em certo grau - podendo, inclusive, causar uma mutação do código gené- tico, tornando-se um potencial precursor do câncer (SANTOS et al., 2018). Diante disso, nessa publicação apresentou-se dados referentes à atuação dos protetores solares, informou-se que os protetores solares atuam como bloqueadores dos raios Ultra- violetas (raios UV) emitidos pelo sol, construindo uma camada protetora sobre a pele e refletindo a radiação, ou através da absorção pela pele, dispersando a radiação. A postagem intitulada “Nanotecnologia aplicada em cosméti- cos” (2ª publicação) tratou sobre a importante tecnologia voltada para o estudo e controle de propriedades em escala nanomé- trica. Nos cosméticos, substâncias em escala nanométricas, são comumente utilizadas em produtos antienvelhecimento e de fotoproteção, devido sua capacidade de penetração nas camadas mais profundas da pele, o que potencializa os efeitos do produto (BARIL et al., 2012). A postagem intitulada “Reações Adversas a Cosméticos” (3ª publicação) tratou sobre danos que podem ser causados pelo uso dos mesmos. Seguindo essa linha, independente do produto aplicado à pele, ele poderá trazer resultados benéfi- cos ou nocivos, a ação varia de um organismo para outro. As principais reações são: irritativas, físicas, fototóxicas, alérgicas, sistêmicas e carcinogênicas (CHORILLI; SCARPA; CORRÊA, 2007). 66 Práticas inovadoras na educação A postagem intitulada “Cosméticos Veganos” (4ª publicação) tratou sobre os cosméticos produzidos sem testes e ingredien- tes de origem animal. O veganismo é aplicado em diferentes áreas da vida, como no vestuário, na alimentação e nos produtos cosméticos, sendo considerado uma filosofia e estilo de vida para muitos (BARROS, 2020). A postagem intitulada “Cosméticos Antienvelhecimento” (5ª publicação) tratou sobre produtos utilizados na inibição de traços estéticos intensificados pelo envelhecimento. Na qual, dentre os benefícios, destacam-se: o aumento da permeação de princípio ativos antienvelhecimento na pele, o estímulo a neocolagênese e neoelastogênese, a minimização de danos causados pela radia- ção ultravioleta, a neutralização de radicais livres, o melhora- mento do aspecto da pele com sinais de envelhecimento (como rugas, vincos e mancha), a diminuição da hiperpigmentação e o favorecimento a resposta aos sinais químicos que promovem o desenvolvimento celular (SILVA et al., 2021). A postagem intitulada “Tinturas Capilares” (6ª publicação) tratou sobre o uso de produtos no cabelo visando uma mudança no visual, principalmente a cor. As tinturas são divididas em três categorias: permanentes, semipermanentes e temporárias, de acordo com o desejo de cada pessoa. Além disso, o produto pode conter substâncias propícias para o câncer, sendo neces- sário cuidados básicos antes, durante e após o uso do cosmético (ARADI; GUTERRES, 2013). 67 pesquisas e relatos de experiências na pandemia A publicação intitulada “Máscaras Faciais” (7ª publicação) tratou sobre o uso de cosméticos nos cuidados com a pele, em específico, as máscaras faciais. Tais produtos objetivam a reno- vação celular, a revitalização da pele, possuem ações tonifican- tes, adstringente, calmante, hidratante e passam a sensação de bem-estar (ELIAS; PEREIRA, 2020). A publicação intitulada “Helena Rubinstein: a mulher que inventou o mercado da beleza” (8ª publicação) foi produzida como uma forma de homenagem às mulheres em comemoração ao dia internacional da mulher (8 de março). Helena Rubinstein se destacou e revolucionou o mercado de beleza, especialmente no ramo dos cosméticos, com a produção de cremes corporais e maquiagem. Construiu um grande império na indústria da beleza no século XX e tem seus valores lembrados até os dias atuais (SOUZA, 2021). A publicação intitulada “Batom: o queridinho da makeup!” (9ª publicação) tratou sobre a história e formulação de um dos cosméticos indispensáveis na maquiagem, o batom. Sua prin- cipal função é dar cor, realçar, definir formato e volume, pode mascarar imperfeições e proteger contra algumas condições ambientais. Está incluso na classe de cosméticos labiais, junta- mente com: gloss/brilho labial, crayons labiais e bálsamo labial (SOARES, 2020). A publicação intitulada “Cosméticos infantis” (10ª publicação) tratou sobre o uso e produção de cosméticos voltados para o público infantil. Produtos cosméticos para essa classe devem 68 Práticas inovadoras na educação ter um cuidado especial na fabricação e componentes utilizados, assim como obedecer a indicação de faixa etária mínima para uso do mesmo (ANTONELLI et al., 2014). A publicação intitulada “Ácido Hialurônico” (11ª publicação) tratou sobre essa importante substância que tem sido bastante utilizada na produção de cosméticos, devido sua alta capacidade hidratante. O ácido hialurônico proporciona à pele elasticidade, suavidade e superfície mais homogênea, sendo um dos mais poderosos hidratantes (PHARMASPECIAL, 2022) A publicação intitulada “Queda Capilar: existem cosméticos para isso?” (12ª publicação) tratou sobre a atuação de cosméticos em combate à queda capilar. Produtos cosméticos podem estar associados a terapia medicamentosa, auxiliando na aparência dos fios e na autoestima, eles estendem a fase crescimento do cabelo, dissimulam as áreas calvas, minimizam a quebra dos fios e aumentam o volume do cabelo (SOUZA, 2019). Considerações finais A ciência tem papel fundamentalmente importante na nossa sociedade visto que ela se baseia em estudos respaldados em dados que visam o bem estar de um coletivo. A linguagem cien- tífica, por meio de artigos científicos da área, por apresentarem uma linguagem técnica, ficam mais limitados a um determi- nado grupo. Na sociedade, deve-se considerar que tais dados não podem estar disponíveis apenas a este grupo, a população 69 pesquisas e relatos de experiências na pandemia precisa ter acesso a esses dados, sendo possível para isso, fazer uso de recursos que proporcionam a disseminação de dados científicos. A divulgação científica busca dispor desses dados de maneira mais acessível e compreensível, considerando atender “o todo”. Neste sentido,o ambiente virtual, é uma ponte de apoio funda- mental, dentre as possibilidades, destacam-se as redes sociais, que são hoje, um canal de comunicação de intensa atividade, como por exemplo, o Instagram, que permite um acesso mais pessoal, mas também que pode ser usado como ponto de divul- gação científica. Nesse sentido, o presente trabalho conside- rando que esta rede tem grande impacto, utilizou-se da mesma para registrar dados relacionados aos cosméticos, considerando seu papel na sociedade e o contexto da área da química. Vários temas foram abordados considerando a divulgação científica, tais como: a atuação de protetores solares, o papel da nanotecnologia, as reações adversas dos cosméticos, as carac- terísticas dos cosméticos veganos, o papel dos cosméticos no processo de antienvelhecimento, as tinturas de cabelo, as carac- terísticas das máscaras faciais e destaque sobre os batons e cosméticos infantis, além disso, tratou-se ainda sobre a substân- cia ácido hialurônico e sobre o uso de cosméticos relacionados a queda de cabelos. Na semana do dia da mulher, foi enfatizado sobre o uma referência de profissional feminina que tem desta- que no setor dos cosméticos, a Helena Rubinstein - “a mulher que inventou o mercado da beleza”. 70 Práticas inovadoras na educação Referências ARALDI, J.; GUTERRES, S. S. Tinturas capilares: existe risco de câncer relacionado à utilização desses produtos? Infarma - Ciências Farmacêuticas, v. 17, n. 7, p. 78-83, 2013. ANTONELLI, A. B.; SATO, J. A.; TAKENAKA, P. T.; FARIA, L. G. Cosméticos infantis. II Simpósio de Assistência Farmacêutica, Centro Universitário São Camilo, 2014. BARIL, M. B., FRANCO, G. F., VIANA, R. S.; ZANIN, S. M. W. Nanotecnologia aplicada aos cosméticos. Visão Acadêmica, v. 13, n. 1, 2012. BARROS, C. Cosméticos veganos: como criar e aproveitar as oportunidades desse mercado. Cleber Barros. 2021. Disponível em https://www.cleberbarros.com.br/como-criar-cosmeticos- veganos/. Acesso em 25 jan. 2022. CHORILLI, M.; SCARPA, M. V.; CORRÊA, M. A. 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Acesso em 18 abr. 2022. SOUZA, I. Quem foi Helena Rubinstein? Cosmética em Foco. 2021. Disponível em https://cosmeticaemfoco.com.br/artigos/quem- foi-helena-rubinstein/. Acesso em 6 mar. 2022. https://dermomanipulacoes.vteximg.com.br/arquivos/Acido_Hialuronico.pdf https://dermomanipulacoes.vteximg.com.br/arquivos/Acido_Hialuronico.pdf https://cosmeticaemfoco.com.br/artigos/formulando-cosmeticos-para-queda-capilar/ https://cosmeticaemfoco.com.br/artigos/formulando-cosmeticos-para-queda-capilar/ https://cosmeticaemfoco.com.br/artigos/quem-foi-helena-rubinstein/ https://cosmeticaemfoco.com.br/artigos/quem-foi-helena-rubinstein/ https://cosmeticaemfoco.com.br/artigos/quem-foi-helena-rubinstein/ https://cosmeticaemfoco.com.br/artigos/quem-foi-helena-rubinstein/ 72 Capítulo 5 73 Perfume e óleos essenciais: divulgação científica por meio do Instagram1 Guilherme Brito Rodrigues Guilherme Alves Procópio Nayana Bruna Nery Monção Introdução A história dos perfumes é muito antiga e data de três mil anos atrás, com a civilização dos egípcios. Além dos propósitos místi- cos (nos templos e no embalsamento dos mortos), eles também utilizavam os perfumes na estética, onde estes detinham um papel na hierarquia social. Outras civilizações da antiguidade faziam o uso de perfumes na sua vida cotidiana, tanto com uma conotação religiosa quanto pessoal. São algumas civilizações onde se encontraram vestígios deste uso: Suméria, Mesopo- tâmia, Índia, Pérsia, Grécia e Roma. No tempo depois de Cristo, também são encontradas referências aos perfumes. Neste perí- 1. Este trabalho é resultado do projeto de pesquisa Cosmetoloquímica: aspectos químicos presentes em produtos de higiene, cosméticos e perfumes e contou com apoio do CNPq por meio de bolsas de iniciação científica (UFPI/EBTT - Edital PIBIC- EM - 2021/2022). De setembro/2021 a fevereiro/2022, o projeto esteve sob supervisão/ orientação da professora Nayana Bruna Nery Monção e, a partir de março/2022, passou a ter o professor José Ribamar Lopes Batista Júnior como supervisor/orientador, conforme processo nº 23111.011673/2022-39 – CPESI/UFPI. 74 Práticas inovadoras na educação odo, além de serem desenvolvidos, passaram a ter suas fórmulas transcritas (LUCCA, 2010). A perfumaria existe há milhares de anos. Teve conotações diferentes durante os períodos em que foi usada hoje e já é considerada uma ciência. A perfumaria vem em uma constante evolução durante os últimos séculos, onde diversas inovações foram sendo e estão sendo criadas (LUCCA, 2010). É muito difícil saber exatamente quando o primeiro perfume surgiu, já que os cheiros são algo que sempre acompanhou a humanidade em sua evolução. No entanto, registros de perfumes já são datados do Egito antigo, onde mostram troca e comércio de perfumes (SILVA et al., 2021). A partir daí, a ciência da perfumaria se desenvolveu muito. Atualmente, existem diversas técnicas para melhorar a liberação das fragrâncias e prolongar seu efeito, sempre tentando encon- trar maneiras de não poluir o meio-ambiente, desenvolvendo processos ecologicamente sustentáveis (LUCCA, 2010). O setor de aromas e fragrâncias em suas diversas aplica- ções, tais como, perfumes finos, fragrâncias de base usadas em domissanitários, cosméticos, brindes de borracha, entre outros, representa não somente um mercado global multibilionário, mas também uma fonte de desenvolvimento científico e de inovação constante (SPEZIALI, 2012). As redes sociais revolucionaram a comunicação científica, mas muitas vezes são subutilizadas. Plataformas como o Insta- gram podem ser usadas para o compartilhamento de conteúdo 75 pesquisas e relatos de experiências na pandemia científicos direcionados a um público em escala global. Por isso, elas podem ser verdadeiras aliadas na promoção da ciência como forma de educação informal, alfabetização científica e visibilidade pública (LEMES et al., 2021). O presente trabalho
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