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Teorias-sociológicas-clássicas_-Comte-Durkheim-Weber-e-Marx

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INTRODUÇÃO À 
SOCIOLOGIA 
PARA TERAPIA 
OCUPACIONAL 
AULA 2
ABERTURA 
Olá!
As teorias sociológicas clássicas são elementos extremamente importantes para a 
Sociologia como campo científico, pois foi por meio delas que os profissionais do campo, já 
no século XX, desenvolveram leituras e abordagens de pesquisas sobre as dinâmicas 
sociais neste século tão cheio de mudanças estruturais e comportamentais e 
conflitos bélicos mundiais. Embora essas teorias tenham sido elaboradas a partir de 
contextos diferentes, entre os séculos XIX e início do século XX, elas têm um ponto em 
comum: a intenção de criar uma leitura sobre os problemas e interações sociais que possa 
não apenas explicá-los, mas oferecer soluções, partindo da utilização de regras e 
metodologias próprias e, mesmo que mantendo diálogos com áreas como a Filosofia, o 
Direito e a Economia, fortalecendo a empiria da ciência cujo objeto é próprio e não 
necessita de ancoragens em outras ciências: a Sociologia.
Nesta aula, você vai aprender que as leituras produzidas pelos cientistas que elaboraram 
tais teorias têm relação estreita com seus contextos sociais e históricos, e que tais relações 
foram pautadas por instabilidades, alterações e rupturas estruturais e quebra de velhos 
paradigmas sociais. Você vai conhecer as principais teorias de Auguste Comte, Karl 
Marx, Émile Durkheim e Max Weber. Por meio dessas teorias, as leituras sociais passaram 
a orientar pela forma de interação das estruturas com os sujeitos sociais, 
fomentando as leituras estruturalistas, funcionalistas, interacionistas e de conflito. Além 
disso, conhecerá as marcas de influência e os diálogos entre sociólogos 
contemporâneos e as teorias sociológicas clássicas. 
Bons estudos
Teorias 
Sociológicas 
Clássicas
REFERENCIAL TEÓRICO
As teorias sociológicas clássicas são consideradas os fundamentos 
teórico-metodológicos da Sociologia como campo científico independente, por 
conta disso, houve um intenso trabalho por parte dos intelectuais e 
pesquisadores que as desenvolveram na tentativa de provar a existência de um 
objeto específico da área, e para a construção de metodologias de análise próprias.
Na obra Sociologia Contemporânea, base teórica para essa aula, leia o capítulo 
Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Weber e Marx, e saiba mais 
sobre esse assunto. Além disso, conheça elementos-chave das teorias de Comte, 
Marx, Durkheim e Weber, considerados os fundadores das abordagens clássicas 
da disciplina, e as influências dessas teorias na elaboração das teorias 
funcionalistas, de conflito e interacionista.
Ao final deste estudo, você terá aprendido a:
• Descrever as teorias sociológicas de Auguste Comte, Émile Durkheim, Max Weber
e Karl Marx.
• Reconhecer as teorias sociológicas contemporâneas funcionalista, de conflito e
interacionista.
• Relacionar as teorias contemporâneas às teorias clássicas.
Boa leitura.
Teorias sociológicas 
clássicas: Comte, 
Durkheim, Weber e Marx
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Descrever as teorias sociológicas de Auguste Comte, Émile Durkheim, 
Max Weber e Karl Marx.
 Reconhecer as teorias sociológicas contemporâneas funcionalista, de 
conflito e interacionista.
 Relacionar as teorias contemporâneas às teorias clássicas.
Introdução
Neste capítulo, você vai conhecer as principais teorias que fundamenta-
ram a abordagem clássica da sociologia. Essas teorias foram a razão da 
consolidação da sociologia como ciência. Além disso, forneceram as bases 
para a profissionalização do campo, no século XX. Como você vai ver, as 
teorias clássicas estão intimamente ligadas com rupturas estruturais e com 
a reorganização das relações sociais provocada pela Revolução Industrial.
Ao longo do texto, você vai conhecer os fundamentos das teorias de 
Auguste Comte, Karl Marx, Émile Durkheim e Marx Weber, teóricos cujos 
trabalhos formaram as teorias sociológicas clássicas. Você vai ver que essas 
teorias deram origem a correntes sociológicas específicas no século XX, 
como o funcionalismo, a teoria do conflito, o estruturalismo e o intera-
cionismo simbólico. Além disso, você vai verificar que as transformações 
ocorridas entre o final do século XX e o início do XXI promoveram novos 
olhares sobre e da sociologia. Porém, esses novos olhares continuam 
buscando referências nas teorias clássicas.
Teorias sociológicas clássicas e a solução 
das questões sociais
As teorias sociológicas combinam instrumentos de identifi cação de estruturas 
e dinâmicas sociais a uma teoria que as explica. São compostas, portanto, 
por teoria e método de análise específi cos. É possível que um pesquisador 
utilize uma teoria sociológica já estabelecida como base para o seu trabalho, 
mas acrescente a ela suas perspectivas particulares, novos conceitos. Quando 
isso acontece, há a criação de uma “corrente” ou uma “escola sociológica”: 
um conjunto de pesquisadores que utilizam como base as teorias e métodos 
de um pesquisador pioneiro. Nesse caso, eles corroboram a visão precursora, 
mas acrescentam suas perspectivas particulares ou novas possibilidades de 
metodologia de pesquisa ou análise/interpretação de dados.
Por exemplo: Marx elaborou a teoria do materialismo histórico. Essa é 
uma teoria marxista. Autores que posteriormente utilizam esse aporte teórico 
estão se valendo de uma teoria marxista. Se eles utilizam a mesma teoria para 
explicar outras abordagens, que aprofundam, esclarecem ou fortalecem essa 
teoria, então são parte de uma “escola” de produção de conhecimento — no 
caso, a escola marxista. O mesmo acontece com os outros teóricos clássicos 
da sociologia. Veja, a seguir, a definição de cada uma das teorias clássicas.
Augusto Comte e o positivismo
Como fi lho de nobres franceses, Comte assistiu de forma muito próxima à 
derrocada da monarquia absolutista e conheceu os caminhos que levariam à 
revolução. A desordem e o caos estabelecidos no processo, para ele, poderiam 
ser evitados, mesmo durante a troca de um regime por outro. A maneira de 
manter e promover a ordem seria o planejamento e o rigor na execução desse 
planejamento. Por isso, ele entende que as ciências naturais, como a física, 
teriam muito a oferecer na criação de elementos que permitissem compreender 
comportamentos sociais e orientar os passos para uma transformação social. 
Assim, Comte desenvolve uma linha de análise derivada dos fundamentos de 
Isaac Newton, que chama de física social (COMTE, 2016).
Comte analisa a sociedade como um todo, sem se pautar nas escolhas ou 
comportamentos individuais. Ele determina que a felicidade e o bem-estar 
social só são alcançados quando a organização e o planejamento compreendem 
também a visão da sociedade como conjunto. Todos deveriam cumprir os mes-
mos passos, sem exceções, estabelecendo assim a ordem. O mais interessante é 
Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Weber e Marx2
que, para que a noção de desenvolvimento em conjunto pudesse funcionar, seria 
necessária a disposição individual, ou seja, a vontade pessoal de participar do 
processo. Uma vez que cada indivíduo conhecesse os benefícios coletivos da 
ordem e da disciplina, os avanços sociais e o bem-estar geral seriam cada vez 
mais fortalecidos. Por isso, esse pensador acreditava que cientistas deveriam 
ocupar os espaços da elite política, porque apenas eles entenderiam como 
aplicar os procedimentos para a ordem social, sem se corromper por paixões.
Comte (2016) propunha adotar as etapas de investigação das ciências naturais 
para as interações sociais, como a observação e a experimentação. Para ele, os 
fenômenos sociais poderiam ser compreendidos da mesma forma que os fenôme-
nos naturais; não haveria diferença entre eles. Com isso, ele não pretendia dizer 
que todas as ciências são iguais e que deveriam utilizar a mesma metodologia, e 
sim que, para além das especificidades, o olhar científico deveria pautar a leitura 
dos fenômenos que têm impacto sobre a vidahumana. O filósofo procurava, 
com isso, afastar a leitura de fenômenos sociais da religião e do misticismo, 
salientando que as causas dos problemas sociais e suas possíveis soluções não 
poderiam vir de leituras teológicas nem metafísicas.
Os fenômenos sociais, assim como os naturais, seriam regidos por leis. 
Para prever e controlar quadros sociais específicos, seria necessário observar e 
conhecer tais leis, assim como se faz com os fenômenos da natureza. Essas leis 
não seriam afetadas por elementos externos, como movimentos históricos, mas 
seriam constantes e verificáveis. O caos que emerge de tempos em tempos em 
algumas sociedades viria, portanto, da não observância e do desconhecimento das 
leis dos fenômenos sociais, mas seu conhecimento permitiria a previsibilidade.
A previsibilidade contida na compreensão das leis que regem os fenôme-
nos sociais constituiria o chamado espírito positivo, que, aliado à noção do 
todo, do conjunto, direcionada ao bem público, culminaria com o bem-estar 
social. Para Comte (2016), o termo “positivo” era produto da observação da 
realidade, afastada de paixões políticas e religiosas ou de qualquer crença no 
sobrenatural. Tal observação possibilitaria ações úteis e específicas.
Auguste Comte (2016) entendia que a humanidade estava em constante 
evolução e que só havia uma direção a ser seguida. Assim, ele determinou 
três estágios de desenvolvimento das civilizações, o que denominou lei dos 
três estados. Veja a seguir.
  Estado teológico: aqui, haveria uma leitura causal da existência humana, 
pautada na crença de que forças sobrenaturais superiores comandariam 
e determinariam as ações e situações vivenciadas.
3Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Weber e Marx
  Estado metafísico: nesse momento, a humanidade passaria a dissociar 
a realidade de elementos abstratos sobrenaturais, mas ainda assim iden-
tificaria causas externas às leis sociais para os fenômenos vivenciados, 
como o Estado, a natureza, o mercado.
  Estado positivo: seria inteiramente científico, e as leituras de mundo e 
dos fenômenos seriam inteiramente baseadas na observação científica 
da realidade, sem a presença de determinismos teológicos ou a presença 
de forças abstratas. O estado positivo configuraria o grau máximo de 
desenvolvimento da humanidade.
A compreensão positivista do mundo levou Comte a criar a chamada 
Religião da Humanidade, que não se trata de um culto ao ser humano. Na 
verdade, a religião, para Comte, seria a composição em perfeito equilíbrio 
do intelecto e do espírito (mente) direcionados para a razão, enquanto o culto 
a seres sobrenaturais seria classificado como teologia (COMTE, 2016). Para 
ele, somente a racionalidade poderia manter as sociedades em equilíbrio e 
segurança, e isso viria somente por intermédio da ciência. A determinação de 
passos que levassem à observação e à classificação científica das dinâmicas 
sociais poderia acabar com o caos vivido por seu país à beira da revolução. A 
criação da ciência da sociedade, ou seja, a sociologia, era um passo importante 
para a conquista da racionalidade e do estado positivo.
Karl Marx e o materialismo histórico
O materialismo histórico pode ser compreendido como a ideia de que as 
transformações históricas vivenciadas pela humanidade são derivadas das 
relações de produção (MARX; ENGELS, 2000). As formas de produção de 
mercadorias defi niriam as organizações e as relações sociais em seu entorno, 
e a alteração do modelo produtivo alteraria também todas os relacionamentos 
sociais. Esse é o princípio norteador da leitura de mundo de Marx.
Marx viveu em um contexto diferente do de Comte. Observava não uma 
situação de ruína, como o filósofo francês em relação à nobreza, mas o cres-
cimento econômico da Inglaterra, bem como os efeitos do fortalecimento do 
capitalismo nesse país. Nesse cenário, surge uma relação conflituosa entre 
burgueses, os detentores dos meios de produção, e operários. O sistema de 
economia feudal inteiramente rural deu espaço à produção fabril, especialmente 
das indústrias têxteis, potencializadas pelo desenvolvimento de maquinários 
e pela utilização do carvão como combustível.
Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Weber e Marx4
Houve um rápido crescimento de moradores nas cidades, como Londres, 
e diminuiu o número de vagas nas fábricas, gerando desemprego e fome. 
Mas condições insalubres de trabalho e condições indignas de vida não eram 
problema para donos de fábricas, já que as condições sociais e econômicas 
ofereciam mão de obra abundante e barata, favorecendo seu lucro e a acumu-
lação de capital. O capitalismo, assim, definia novas formas de extratificação 
social, novas classes sociais e, com elas, novas dinâmicas de relacionamento. 
Para Marx, tais dinâmicas se pautavam sempre na exploração da classe traba-
lhadora pela burguesia, sendo essa uma característica inerente ao capitalismo.
Mas há similaridades entre Marx e o filósofo positivista, embora não um 
diálogo entre suas teorias. Enquanto o primeiro acreditava que o ápice do de-
senvolvimento humano era o positivismo, Marx acreditava que os movimentos 
da história encaminhavam as sociedades a uma única direção: o comunismo. 
A leitura das relações sociais feita por Marx tem muita influência de econo-
mistas, como Adam Smith e David Ricardo. Por isso, apesar de corroborar a 
ideia de diáletica proposta por Hegel, Marx assume que as dinâmicas sociais e 
o desenrolar histórico se definem a partir do quadro socioeconômico, não do 
panorama político (MOCELIN; AZAMBUJA, 2011). Marx também identifica 
pontos positivos no capitalismo, como as inovações tecnológicas. Porém, o 
pressuposto da acumulação do capital prescinde da exploração da força de 
trabalho, da alienação e da manutenção da desigualdade, o que levaria a tensões 
e conflitos entre as classes sociais. Tais conflitos causariam ao rompimento 
das estruturas e chegariam, por fim, ao comunismo.
Você pode se perguntar quais seriam as explorações salientadas por Marx, 
já que estar inserido no mercado de trabalho é um objetivo de praticamente todo 
indivíduo na contemporaneidade. O autor entendia que o trabalho envolvido no 
processo de produção não era remunerado da maneira correta. A classe bur-
guesa era proprietária dos maquinários que produziam as mercadorias, mas ela 
precisava dos operários para se perpetuar. O valor produzido pelos operários na 
forma de mercadoria não retornava a eles, que recebiam um valor pelo emprego 
de sua força de trabalho, mas não tinham correspondentes no valor do produto 
final. A diferença entre o valor da mercadoria e o valor pago ao operário foi 
definida por Marx como mais-valia, e esta era apropriada pelo proprietário.
O operário poderia não ter consciência dessa exploração e da capacidade 
revolucionária de sua classe, que seria a responsável por tomar os meios de 
produção e levar a sociedade ao comunismo. Para além da ausência de cons-
ciência de classe, Marx identificava que a organização capitalista de produção 
gerava a situação de alienação do trabalhador. Este, pela necessidade de vender 
sua força de trabalho, não se percebia como ser humano livre e dotado de 
5Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Weber e Marx
capacidade criativa. Por isso, em seu Manifesto do Partido Comunista, Marx, 
ao lado de Friedrich Engels (2000), estimulou que operários e trabalhadores 
tivessem consciência da exploração vivida e da capacidade revolucionária que 
portavam, incitando-os a se unirem contra a dominação burguesa.
Marx pautava suas teorias na dialética materialista, ou seja, na ideia de que 
os conflitos causados pelo cenário de produção mercadológica criariam as 
condições para a mudança estrutural nas sociedades. Essa é uma visão baseada 
na dialética de Hegel. Porém, o filósofo que inspirou Marx acreditava que as 
mudanças seriam produto de conflitos na esfera política. Marx sustentava que 
não havia outra possibilidade para as organizações sociais que não a organizaçãodo operariado para a tomada de poder rumo a uma sociedade sem classes sociais, 
sem exploração e sem desigualdades. Em tal sociedade, cada homem poderia 
criar a sua produção da maneira como idealizasse. Além disso, Marx acreditava 
que as desigualdades e tensões inerentes ao capitalismo é que incitariam, crise 
após crise (MARX; ENGELS, 2006), a caminhada rumo ao comunismo.
Metodologicamente, Marx não acreditava na neutralidade científica, e sim 
na responsabilidade social de cientistas e pesquisadores. Além disso, acreditava 
ter encontrado as leis para compreender as dinâmicas sociais da humanidade, e 
tais leis se baseavam na luta de classes. Essas lutas teriam dado origem a todas 
as transformações sociais e políticas importantes, do feudalismo para o mercanti-
lismo, do mercantilismo para o capitalismo e, futuramente, do capitalismo para o 
comunismo. Por isso, a luta de classes foi considerada por ele o “motor da história”.
Émile Durkheim e as regras do método sociológico
Durkheim vive o período da Terceira República Francesa e parte do período 
conhecido como Belle Époque (BAERT; SILVA, 2014). Os princípios da 
democracia e do liberalismo estavam consolidados no país e não havia os 
mesmos desequilíbrios e tensões sociais presenciados por Comte e Marx. O 
sociólogo francês defi ne técnicas e passos específi cos para a observação cien-
tífi ca dos fenômenos sociais. Além disso, entende que a sociologia possui um 
objeto próprio. Por isso, ainda que a metodologia possa se assemelhar àquela 
das ciências naturais, haveria a necessidade de adequar os passos ao campo. 
Intelectualmente, Durkheim tinha infl uências positivistas e racionalistas, de 
autores como Comte, Rousseau e Tocqueville. Ele elaborou suas teorias a 
partir de uma visão funcionalista, que percebe o todo.
Sua abordagem teórica se fundamenta na ideia de que a explicação sociológica 
deriva da causalidade, ou seja, há causas e efeitos para os fenômenos sociais 
(DURKHEIM, 2007). O que o diferencia de outros pesquisadores é a ideia de 
Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Weber e Marx6
que essas causas são exteriores aos indivíduos, configurando o que chamou de 
fatos sociais. Para Durkheim, toda ação empreendida por um indivíduo em 
sociedade poderia ser considerada um fato social. Efetivamente, o sociólogo 
acreditava que as ações escolhidas para serem praticadas não eram aleatórias, 
mas produtos do conhecimento social que induz os indivíduos a reproduzirem 
os fatos sociais. Assim, os fatos sociais seriam as ações que têm sentido quando 
praticadas em sociedade. O casamento, por exemplo, seria um fato social, porque 
tem um significado social específico, pautado por perspectivas civis e religiosas.
A ideia do fato social pressupõe que a sociedade é externa ao indivíduo e que 
não é formada por suas ações. A visão durkheimiana de sociedade é funcionalista. 
Ou seja, para Durkheim (2007), a sociedade se constitui como um organismo, 
um todo social que existe e se articula de forma independente dos indivíduos. 
Essa noção pode ser confusa: uma sociedade não precisa necessariamente de 
indivíduos para se constituir? Sim, precisa. Porém, na visão de Durkheim, as 
formas de organização não partem de ideias individuais, que são expostas a outros, 
acordadas e assim reproduzidas. Para ele, as ações empreendidas socialmente 
só são reproduzidas porque são fatos sociais, porque têm um significado social. 
Assim, a sociedade é que imprimiria nos indivíduos o sentido das práticas sociais.
Metodologicamente, Durkheim se afasta do pressuposto de Marx sobre a 
responsabilidade do cientista social e do sociólogo nas questões e problemas 
sociais que observa. Para o sociólogo francês, a verdadeira ciência social só 
se constitui quando há neutralidade científica, ou seja, quando há um distan-
ciamento entre o pesquisador e seu objeto, quando suas concepções pessoais 
(políticas, ideológicas ou religiosas) estão completamente afastadas do exercício 
científico. É por isso que a elaboração das regras do método sociológico 
tem tanta importância para os sociólogos que se seguiram a Durkheim. Essas 
regras salientam que a ciência que observa e estuda a sociedade e as interações 
sociais não é pautada por interesses pessoais.
A neutralidade científica em Durkheim pode ser explicada por seu próprio 
distanciamento de ideologias políticas. Diferentemente de Karl Marx e Augusto 
Comte, Durkheim se colocava igualmente contra o comunismo e o liberalismo. 
O primeiro modelo lhe parecia utópico e inalcançável, e o segundo, causador da 
anomia. A anomia é outro ponto fundamental na teoria durkheimiana. Ela des-
creve um estado de perda total do significado da vida para indivíduos. Segundo 
Durkheim (2007), as sociedades imersas no liberalismo, focadas quase que somente 
na produção e no consumo, ofereceriam o cenário para a instalação da anomia.
Em seu livro O Suicídio, Durkheim descreve como a anomia pode levar 
à situação do suicídio. O sentido da vida seria restaurado a partir da coesão 
social. A própria sociedade, o sentimento de pertencimento e o reconheci-
7Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Weber e Marx
mento das estruturas que orientam as dinâmicas e práticas sociais afastariam 
as possibilidades de anomia. Do ponto de vista ideológico, a coesão social 
também se colocava como uma opção viável para amenizar os efeitos do 
liberalismo, já que, por meio dela, as tensões entre patronato e operariado 
se extinguiriam. Afinal, as ações sociais seriam direcionadas a atender às 
necessidades e produzir significados sociais para as duas classes.
Max Weber e a sociologia compreensiva
Max Weber vive durante a Alemanha de Bismarck, num período em que o país 
expandia os pressupostos da social-democracia. É nesse momento que surgem 
as primeiras leituras críticas não marxistas ao capitalismo industrial. Isso 
ocorre pois há uma visão pessimista quanto ao desenvolvimento do modelo, 
pela difi culdade de absorção da produção extensa e pelos problemas causados 
pelo neoimperialismo, um dos cenários responsáveis pelas tensões que levaram 
à Primeira Guerra Mundial. O sociólogo foi intelectualmente infl uenciado por 
Immanuel Kant, George Simmel, Nietzsche e Karl Marx. Além disso, criticava 
o positivismo de Comte (MOCELIN; AZAMBUJA, 2011).
A perspectiva weberiana buscava identificar leis que pudessem explicar os 
fenômenos sociais, mas não propunha o distanciamento científico de Durkheim. 
Na verdade, Weber, influenciado pelas perspectivas kantianas, acreditava que a 
observação científica era pautada também por estruturas internas do pesquisador. 
Dessa forma, a própria escolha de um objeto de pesquisa poderia ser indicador de 
características específicas do cientista como indivíduo, além de expressar o seu 
contexto histórico, social e cultural. Esse quadro, no entanto, não diminuiria a 
importância das ciências sociais nem a excelência de alguns métodos, mas Weber 
enfatiza que os dados científicos são apenas uma parte da realidade, aquela per-
cebida pelo pesquisador. Ao manter o olhar sobre determinado objeto e procurar 
compreender suas causas e, a partir delas, as consequências para o meio social, o 
sociólogo teria como função dar ordem ao caos (MOCELIN; AZAMBUJA, 2011).
Weber relativiza a análise das ações e comportamentos sociais, uma vez que 
compreende que cada um deles tem significados individuais e pessoais para além 
daqueles percebidos socialmente. Além disso, a cultura seria uma construção 
conjunta de sujeitos sociais, e os significados construídos não teriam sentido 
fora da compreensão humana, de forma que não poderia haver determinismo 
histórico, como aqueles percebidos nas análises de Comte (o desenvolvimento 
culminaria no estado positivista) e de Marx (a história encaminharia as sociedades 
para o comunismo). Especificidades culturais e históricas teriam importância 
fundamental, para Weber, para os direcionamentos sociais.
Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Weber e Marx8Weber procura compreender os comportamentos sociais tanto a partir de 
instituições, como Estados e organizações industriais/comerciais, quanto a partir 
de comportamentos individuais. Para isso, define o conceito de tipo médio, ou 
seja, comportamentos reproduzidos por indivíduos a partir dos significados que 
esses comportamentos e ações possuem socialmente. Também elabora o conceito 
de esferas sociais, espaços sociais em que tipos médios de comportamentos se 
desenvolvem, caracterizando aquele espaço e o diferenciando de outros. Consi-
dere, por exemplo, a família, a escola e a igreja: cada um desses espaços sociais 
permite e reproduz determinado tipo de comportamento social. A cultura seria 
o produto do trânsito de indivíduos entre diferentes esferas sociais.
Diferentemente de Durkheim, portanto, Weber não possui uma visão funcio-
nalista, ou seja, não possui a visão de que o todo influencia o comportamento de 
um indivíduo. Para ele, o conjunto de esferas sociais, em que os tipos médios de 
comportamento se definem, é elaborado a partir da compressão de significados 
apreendidos por indivíduos e sua escolha em reproduzi-los. Assim, as culturas e 
organizações sociais seriam produtos também das estruturas mentais dos sujeitos.
Apesar de manter o foco na compreensão da causalidade dos fenômenos 
sociais, Weber também estudou a perspectiva econômica dos mercados, sua 
dinâmica e suas influências sobre o contexto social. A luta entre classes 
observada por Marx é substituída pela dominação nas abordagens de Weber. 
No mercado, no Estado e nas esferas sociais, os três tipos puros de dominação 
é que definiriam os processos de luta e tensão:
  dominação legal — fomentada por leis;
  dominação tradicional — pautada por estruturas culturais tradicionais, 
como o patriarcado;
  dominação carismática — baseada em características pessoais e 
intransferíveis da figura pessoal do líder (WEBER, 2003).
As análises de Weber dão origem à escola chamada sociologia compre-
ensiva, que se define pela noção de causalidade dos fenômenos sociais e 
também pela noção de relatividade. Nesse sentido, especificidades culturais 
e históricas influenciariam os contextos sociais, políticos e econômicos tanto 
quanto a visão do próprio pesquisador.
Como você pode observar, as teorias sociológicas clássicas emergem entre 
o século XIX e o início do século XX. Apesar de suas especificidades, pode-
-se afirmar que as alterações econômicas e nos meios de produção foram 
preponderantes para a construção das análises de Comte, Marx, Durkheim 
e Weber. A partir da leitura deste texto, você também pode desconstruir um 
9Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Weber e Marx
mito: a leitura e a influência de um autor importante não significa a reprodução 
irrestrita de suas teorias.
Marx foi influenciado por Adam Smith, mas criou uma teoria oposta à do 
inglês. Weber foi influenciado também por Marx, mas desconsidera o comunismo 
como possibilidade e não concorda com a ideia de materialismo histórico. Isso 
confirma um ponto importante: é necessário e frutífero conhecer os autores 
que melhor retrataram e analisaram seu contexto social, histórico e político. 
Com base nisso, o pesquisador pode, a partir de seu contexto social, cultural 
e histórico, produzir trabalhos que corroborem ou refutem leituras anteriores.
A modernidade pode estar presente nas teorias sociológicas! Mesmo as leituras clássicas 
podem ser utilizadas como parâmetro para compreender o mundo contemporâneo. 
Você sabe, por exemplo, quais alterações a Terceira Revolução Industrial — a revolução 
da comunicação feita pela internet, ainda na década de 1980 — causou nos padrões 
de relacionamentos sociais?
As mídias digitais e o acesso quase constante que parte da população tem a essas 
plataformas alteraram a leitura de mundo de muita gente. A noção do que é velocidade, 
do que é presença e do que é atenção: tudo isso pode ser alterado por essas novas 
formas de comunicação. O interacionismo simbólico pode ser uma das teorias a auxiliar 
a compreensão desse processo. Para saber mais, leia o artigo de Renata Francisco 
Baldanza e Nelsio Rodrigues Abreu “Telefones celulares, redes sociais e interacionismo 
simbólico: conexões possíveis”, disponível no link a seguir.
https://goo.gl/e1qa3p
Teorias sociológicas contemporâneas: 
funcionalista, de conflito e interacionista
O século XX não ofereceu rupturas tão intensas como as vividas pelos teó-
ricos da sociologia no século XIX. Contudo, ofereceu transformações mais 
rápidas e mais eventos de instabilidade social, política e econômica, além de 
Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Weber e Marx10
duas guerras mundiais. Por isso, os sociólogos que emergem nesse contexto 
trabalham com cenários diferentes dos vividos pelos autores clássicos. Mas, 
por outro lado, se apoiam nas teorias desses autores para estabelecer suas 
próprias leituras, fomentando o que se denomina sociologia contemporânea.
A sociologia contemporânea passa a produzir análises segmentadas das 
interações culturais, menos amplas do que as dos teóricos clássicos, que abar-
cavam economia, política e sociedade. Elas se concentram em facetas, como 
a cultura, o trabalho ou a identidade, por exemplo, embora esses segmentos 
tenham conexões com os cenários políticos e econômicos e estes permaneçam 
sendo estudados. Uma marca da sociologia do século XX foi a continuidade 
das escolas sociológicas. Por isso, as produções marxistas, weberianas e 
durkheimianas fomentaram as leituras contemporâneas, como o funcionalismo, 
o interacionismo e a teoria do conflito.
A perspectiva funcionalista compreende a função social sistêmica como um 
organismo ou uma engrenagem. Assim, cada parte contribui para a formação 
do todo. Nesse sentido, o todo é o foco, já que o objetivo dos órgãos é permitir 
que o organismo sobreviva, ou o objetivo das engrenagens é permitir que o 
maquinário funcione. Derivado especialmente da abordagem de Durkheim, o 
funcionalismo teve especial influência nas leituras e produções antropológicas da 
primeira metade do século XX, nas obras de Marcel Mauss e Radcliffe-Brown, 
por exemplo. Há ainda a derivação teórica para o funcional-estruturalismo. 
As teorias sociológicas do conflito são aquelas derivadas da noção de 
mudança estrutural a partir de tensões entre partes sociais, como no caso em 
que Marx definiu a luta de classes como o motor da história. Portanto, tratam-
-se de leituras marxistas (que aplicam as mesmas teorias em suas abordagens 
científicas) e derivadas do marxismo (que utilizam o aporte metodológico de 
Marx, mas que consideram outras particularidades e teorias).
A teoria sociológica interacionista, conhecida também como interacio-
nismo simbólico, é derivada da sociologia compreensiva, que esteve presente 
nas leituras weberianas. Parte do princípio de que as sociedades e culturas são 
diferentes. Portanto, o significado social de uma ação precisa ser compreendido 
a partir do sistema simbólico presente naquela cultura. A ação seria preenchida 
de significado por meio da leitura simbólica de outras ações semelhantes que 
dão sentido à ação individual.
11Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Weber e Marx
Há um pensamento comum que coloca em oposição as teorias de Max Weber e de 
Karl Marx, como se uma confrontasse a outra, mas isso não é verdade. Na realidade, os 
dois autores quase foram contemporâneos: Weber nasceu cerca de 60 anos depois de 
Marx. Os dois dividiram o mesmo contexto histórico, estavam imersos no trajeto de 
acomodação das alterações sociais e econômicas (de produção e consumo) causadas 
pela Revolução Industrial. Suas teorias trabalham o mesmo objeto, mas a partir de 
olhares diferentes. Até mesmo porque Marx dialoga com a filosofia e com a economia, 
e Weber se posiciona claramente na produção de uma análise social. Por isso, tenha 
a certeza: não havia disputas entre as teorias dos dois autores. Alguns comentaristas 
que produziram releiturase questionamentos teóricos a partir do século XX é que 
passaram a comparar seus escritos, seus objetivos e seus alcances.
Teorias sociais contemporâneas 
e a profissionalização da sociologia
A sociologia contemporânea surge de um processo que só foi possibilitado 
pelas leituras e teorias promovidas pelos autores das teorias clássicas: a profi s-
sionalização. A profi ssionalização trouxe a possibilidade de que profi ssionais 
da área da sociologia exercessem as análises, em detrimento de profi ssionais de 
áreas correlatas, especialmente da fi losofi a, da economia e do direito. Trata-se 
do produto de um esforço realizado por décadas até que, a partir da década 
de 1930, pudesse se concretizar. A profi ssionalização, no entanto, levou os 
sociólogos profi ssionais à especialização. As teorias sociais clássicas emergem 
como forma de resposta ao caos e à instabilidade provocados pelas rupturas 
sistêmicas dos séculos XVIII e XIX; elas procuravam demonstrar uma saída. 
As teorias sociais especializadas, porém, oferecem inúmeras abordagens 
intelectuais sobre especifi cidades das ações e comportamentos sociais.
Entre 1930 e 1960, a teoria social proposta por Talcott Parsons fundamentou 
as leituras sociológicas em todo o mundo. Parsons propunha uma leitura social 
estrutural-funcionalista, segundo a qual as estruturas sociais, especialmente as 
de dominação, condicionavam os comportamentos sociais (BAERT; SILVA, 
2014). Por isso, leituras em que existiam parâmetros de transferência de valores 
Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Weber e Marx12
e regras de comportamento se estabeleceram, como as que tratam de trocas 
entre culturas e entre gerações. A alteração de paradigma acontece com as 
mobilizações estudantis na década de 1960 e os confrontos contra as ditaduras 
no Cone Sul e na África. As mobilizações sociais colocaram a sociedade civil 
numa forma de diálogo horizontalizado com os Estados, e não mais vertica-
lizado, seguindo as determinações políticas institucionais.
Sociólogos como Karl Mannheim têm suas leituras pautadas nesse contexto, 
assim como profissionais brasileiros, como Marialice Foracchi. As décadas de 
1970 e 1980 abriram o espaço para as leituras do interacionismo simbólico, que 
relativizavam as ações sociais a partir da constituição do espaço social em que 
emergiam. Afinal, as mobilizações estudantis, por exemplo, que emergiram 
num mesmo segmento temporal, se desenrolaram com múltiplos resultados 
nos diversos países em que aconteceram. Nesse momento, emergem sociólogos 
como Pierre Bourdieu (que carrega também pontos da sociologia francesa 
pautada em Durkheim). Há a tentativa de aliar a sociologia estruturalista à 
perspectiva interpretativa, de modo que extrapolasse as versões anteriores que 
se pautavam em determinismo e voluntarismo. Os sociólogos procuravam o 
caminho do meio, com propensão a uma ou outra direção.
O fim do século XX trouxe aos sociólogos novas perspectivas e novas 
questões sociais (provocadas pela Terceira Revolução Industrial), que algumas 
das teorias clássicas já não ajudavam a responder. As tecnologias alteraram 
novamente os sistemas e padrões de produção e consumo. Mas a mais intensa 
alteração se deu no tocante à maleabilidade das fronteiras territoriais provoca-
das pela globalização e pelas telecomunicações, especialmente pela internet. O 
novo paradigma põe em questionamento o que é o Estado e quem é o indivíduo 
na modernidade. As identidades se tornam voláteis e, ao mesmo tempo, há uma 
busca para que elas não se dissolvam completamente. Nesse cenário, emergem 
leituras que analisam as relações estabelecidas, como em Manuel Castells, e 
a quebra de conexões sociais reais fomentada pelo isolacionismo tecnológico, 
como em Zygmunt Bauman e em Boaventura Sousa Santos.
O século XXI permite à sociologia uma abordagem mais etnológica quanto 
às questões identitárias, mas também imprime a responsabilidade política 
da manutenção das identidades culturais, especialmente nas temáticas sobre 
feminismo e raça, como em Judith Butler e na retomada de Angela Davis por 
trabalhos como os de Chimamanda Ngozi Adichie.
13Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Weber e Marx
BAERT, P.; SILVA, F. C. Teoria social contemporânea. Lisboa: Mundos Sociais, 2014.
COMTE, A. Discurso sobre o espírito positivo: ordem e progresso. São Paulo: Edipro, 2016.
DURKHEIM, É. As regras do método sociológico. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
MARX, K. ENGELS, F. Manifesto do partido comunista. Petrópolis: Vozes, 2000.
MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: Martin Claret, 2006.
MOCELIN, D. G.; AZAMBUJA, L. R. Marx, Weber e Durkheim: quadro comparativo sobre 
o pensamento dos autores clássicos da sociologia. In: ALMEIDA, M. L.; PICCININI, V. C.; 
OLIVEIRA, S. Sociologia e administração, relações sociais nas organizações. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2011. 
WEBER, M. Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Martin Claret, 2003.
Leituras recomendadas
BALDANZA, R. F.; ABREU, N. R. Telefones celulares, redes sociais e interacionismo sim-
bólico: conexões possíveis. Mediaciones Sociales, n. 11, 2012. Disponível em: <http://
revistas.ucm.es/index.php/MESO/article/view/41271>. Acesso em: 5 dez. 2018.
SANTOS, B. de. S. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. São 
Paulo: Cortez, 1997.
Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Weber e Marx14
PORTFÓLIO
O QUE É O POSITIVISMO DE AUGUSTE COMTE?
Acesse https://www.youtube.com/watch?v=wvkslsfuY4c
No vídeo selecionado para esta atividade, você encontra a resposta para a questão acima 
descrita.
Assista ao vídeo e, ao final, faça uma reflexão sobre a importância do positivismo para a 
sociologia
PESQUISA
O tripé da Sociologia: Durkheim, Weber e Marx (ft. Tese Onze)
Acesse https://www.youtube.com/watch?v=T_tUOFvGEWg
No vídeo de hoje temos a participação mais que especial da Sabrina Fernandes, do 
canal Tese Onze, pra falar sobre os três autores considerados o tripé da Sociologia: 
Durkheim, Weber e Marx. O que os diferencia? E o que fez deles autores tão 
importantes nessa disciplina?
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