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APOSTILA AVALIAÇÃO COM TESTES PSICOPEDAGÓGICO

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Prévia do material em texto

Avaliação Diagnóstica Psicopedagógica Clínica
ENTREVISTA COM O SUJEITO
Nome: 	
Data de nascimento: _ 		Idade: 	
Escola Atual: 	
Série: 	_ 		Período: 	
Nome do Professor: 	 O que disseram que você vinha fazer aqui?
Por que você acha que veio aqui?
Você acha que tem alguma dificuldade? Em que?
Gostaria de fazer um trabalho comigo para verificarmos onde posso lhe ajudar?
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PROFISSIONAL PARA REALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO
São partes no presente instrumento particular de Contrato de Prestação de Serviço Profissional, de um lado, como CONTRATADO/A: ........................................................................
........................................................................................................................................................, proprietário/a do Espaço Psicopedagógico ....................................................................................
........................................................................................................................................................,
portador/a do RG .........................................................., CPF	,
CF ..................................................., inscrito/a na Associação de Psicopedagogia – Seção
.........................., sob nº ......................., com certificado de pós-graduação Lato Sensu em Psicopedagogia, registrado no	,
sob nº ..........................................., fls. ........................................, livro	,
situado em ………....................................................………......................................................…
e, de outro, como CONTRATANTE: O/A Sr./a ...............................................................................
........................................................................................................................................................,
portador/a do RG .........................................................., CPF	,
residente e domiciliado/a na cidade de ..........................................................................................
............................................................., no	,
pelos serviços de atendimento Psicopedagógico pela profissional, o/a CONTRATANTE se compromete pagar ao/à CONTRATADO/A a importância de R$	,
............................................................................................... (reais) por cada encontro realizado.
O valor total referente aos atendimentos fica no valor mensal de R$ R$
..................................................,	(reais).
NORMAS DE FUNCIONAMENTO:
Temos por finalidade o esclarecimento de alguns critérios básicos que englobam o êxito do tratamento, a fim de estabelecer com esses procedimentos a igualdade de direito e deveres que norteiam nossos interesses comuns.
DO PAGAMENTO
1. Deverá ser efetuado no primeiro dia de atendimento, o valor mensal pela quantidade total no mês.
2. O não comparecimento deverá ser informado com antecedência de no mínimo 24 horas, neste caso o valor é cobrado, tendo a possibilidade de reposição, mediante aos horários disponíveis.
3. O tempo de duração são de 50 minutos, ficando o atraso na responsabilidade do cliente
4. O não comparecimento sem justificativa por duas sessões consecutivas, implicará, na disponibilidade do horário.
5. Caso o não comparecimento seja do profissional, a sessão não será cobrada ou veremos a possibilidade de reposição.
OBSERVAÇÕES
1. As sessões que incidirem nos dias feriados serão descontadas da mensalidade.
2. É necessário priorizar o dia e horário do seu atendimento, para que outras atividades não venham interferir na terapia.
A SUA DEDICAÇÃO É IMPRESCINDÍVEL
Cordialmente, ..................................................................................
[Psicopedago/a]
Estou ciente das normas de funcionamento.
.........................................................., ........... de ............................ de ............
NOME DO CLIENTE
ASSINATURA DO CLIENTE OU RESPONSÁVEL
O QUE É ANAMNESE?
É o levantamento de dados sobre todo histórico gestacional, familiar, social e escolar do avaliado.
ANAMNESE PSICOPEDAGÓGICA
	DADOS DO ALUNO
	Nome:
	Data de nascimento:
	Idade:
	Sexo: (	) F (	) M
	Naturalidade:
	Nacionalidade:
	Nome da mãe:
	Nome do pai:
	Estado civil dos pais:	casados ( )	divorciados (	)	outros ( )
	Como a criança reagiu ao divórcio?
	Descreva os pais:
	Possui irmãos: sim ( )	não ( )
	Quantos irmãos:
	Descreva os irmãos:
	Há alguma queixa familiar?
	Religião da família:
	DADOS DA ESCOLA
	Escola:
	Nível: fundamental ( )	médio ( )	superior ( )
	Série:
	Histórico da escola (missão, visão, valores e proposta pedagógica):
	Formação técnica dos professores:
	Sistema de avaliação:
	Número de alunos por turma:
	Quem encaminhou o aluno?
	Qual a queixa?
	Disciplina/s em que a criança apresenta dificuldade/s:
	Metodologia de ensino do/s professor/es dessa/s disciplina/s. Como é feita a avaliação do aluno?
	Como é o relacionamento do professor/aluno? Como a criança se sente na presença do professor?
	A criança é reprimida ou tem liberdade para expressar suas ideias e opiniões? Explique.
	HISTÓRICO DE VIDA DO ALUNO
	A gravidez foi desejada?
	Sim ( )	Não (	)
	Como foi a gestação e o parto?
	Amamentação?
(assimilação/acomodação, afetividade)
	Peito	(	)
Mamadeira (	)
	Tem hora para comer?
	Sim ( )	Não (	)
	Com que idade deixou as fraldas?
	Como lidou com essa mudança?
	EVOLUÇÃO PSICOMOTORA DA CRIANÇA
	Engatinhou?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Com que idade começou a andar?
	Como aprendeu a andar?
	(
	) Se sentia seguro OU (
	) Inseguro
	
	Como	foi	a brinquedos)?
	evolução
	dos
	movimentos
	(segurar
	colher,	rabiscos,
	segurar
	É estabanado?
	Sim ( )
	Não (
	)
	É agitado?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Brinca com segurança?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Tem medo de brincar no parque?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Com qual idade começou a falar?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Falavam para ele/ela repetir?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Ele trocava as letras?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Quais letras?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Era corrigido?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Atualmente, ainda troca letras?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Consegue contar uma história com começo, meio e fim?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Dorme quantas horas por dia?
	Dorme tranquilo?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Tem sono é agitado?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Tem pesadelos?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Dorme sozinho?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Tem medo de dormir sozinho?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Que horas acorda?
	Que horas vai dormir?
	HISTÓRIA CLÍNICA DA CRIANÇA
	Tem problema respiratório (bronquite, asma)?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Alergias? Se sim, quais?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Internações?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Cirurgias?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Tem problemas de visão?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Tem problemas de audição?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Outros tratamentos:
	ASPECTOS DE RELACIONAMENTO
	A criança gosta de chamar a atenção para si?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Tem dificuldade de dividir brinquedos?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Apresenta mudança de comportamento variando o humor
sem motivo aparente?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Aceita ser disciplinado?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Respeita as regras impostas?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	ASPECTO DE RACIOCÍNIO
	A criança reconhece quando erra?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Tenta justificar os erros?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Presta atenção quando é solicitada?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Compreende o que é solicitado?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Acompanha o curricular escolar proposto?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	ASPECTO DA LINGUAGEM ORAL
	Presta atenção a detalhes quando faz a leitura?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Expressa seu pensamento com sequência lógica?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Apresenta inibição ao falar?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Troca letras ou fonemas ao falar?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Expressa suas ideias com segurança?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	ASPECTO DA LINGUAGEM ESCRITA
	Apresenta letra legível?
	Sim (
	)
	Não(
	)
	Orientação espacial?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Omite letras?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Repete letras?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Obedece ao sentido lógico?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Apresenta noção de realidade/fantasia?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	DADOS DA FAMÍLIA
	Os pais brigam na frente da criança?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Corrigem a criança na frente dos outros?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Como é o critério de disciplina na família?
	A família é harmônica?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Os pais costumam brincar com os filhos?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	A criança demostra alegria em casa?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	A criança apresenta ciúme ou inveja?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	A criança apresenta isolamento ao contato social?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	AVALIAÇÃO DA CRIANÇA
	Qual a percepção que a criança tem de si?
	A criança consegue descrever a família?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Qual é a percepção que ela tem da sua família?
	Qual é a percepção que ela tem da escola?
	Como a criança se imagina no futuro?
	A criança tem brinquedos pedagógicos?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Tem acesso a livros?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Tem acesso a brinquedos eletrônicos?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Como é a alimentação?
	SITUAÇÕES VIVIDAS PELA CRIANÇA
	Nascimento de irmãos?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Mudança de escola?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Mudança de cidade/país?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Desemprego?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Separação?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Apresenta noção de realidade/fantasia?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Morte? Se sim, de quem? Como a criança se comportou?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Há alguém que “protege” a criança quando é disciplinada?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	A criança relaciona-se bem com o pai?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	A criança relaciona-se bem com a mãe?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Quem a ajuda nas tarefas escolares?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Qual o programa de TV preferido da criança?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Orientações aos pais:
.........................................................., ........... de ............................ de ............
(carimbo e assinatura do/a profissional)
Avaliação Cognitiva
A avaliação cognitiva serve para detectar dificuldades de aprendizagem, nível de desenvolvimento intelectual, nível de percepção visual, auditiva, raciocínio lógico e matemático, capacidade de interpretação e compreensão, capacidade de autonomia, planejamento e execução de tarefas, organização, tomada de decisão, memórias (sensoriais, de trabalho, curto prazo, longo prazo), leitura, escrita, vocabulário, etc.
1. Consignas e Intervenções
As consignas e intervenções possibilitam observar:
· A possibilidade de mudança de conduta;
· A desorganização ou reorganização do sujeito;
· As justificativas verbais ou pré-verbais;
· A aceitação ou a recusa do outro (assimilação, acomodação, introjeção, projeção).
Tipos de consignas e intervenções:
· De abertura: “Gostaria que você me mostrasse o que sabe fazer, o que lhe ensinaram e o que você aprendeu. Esse material é para que você utilize como desejar, pode escolher e usar o que quiser”.
Para mudança de atividade:
· Consigna aberta: “Gostaria que você me mostrasse o que quisesse com
esses materiais”.
· Consigna fechada: “Gostaria que você me mostrasse outra coisa que não seja (...)” ou “Gostaria que você me mostrasse algo diferente do que já me mostrou”.
· Consigna direta: “Gostaria que me mostrasse algo de... (matemática,
escrita, leitura)”.
· Consigna múltipla: “Você pode ler, escrever, pintar, recortar desenhar,
etc.?”
· Consignas para pesquisa: “Para que serve isto, o que você fez, que horas são, que cor você está utilizando?”.
As respostas geralmente após a consigna de abertura são:
a) Sujeito	começa	a	fazer	algo	(desenha,	pinta,	recorta,	etc.)
b) Pede que lhe indique o que precisa fazer, ao que se responde: “O que você
quiser”.
c) Fica totalmente paralisado sem poder reagir. Mesmo diante do modelo múltiplo não realiza nada. Qualquer uma das respostas já são dados significativos para a avaliação.
Quando o entrevistado apresenta alguma produção, é aconselhável que se incida sobre ela, perguntando, argumentando, investigando, apresentando um problema, pedindo que relate o que leu, escreveu ou desenhou.
Observa-se o grau de mobilidade e de modificabilidade1 do entrevistado.
Fatores de observação durante a EOCA
Por meio da observação do tema, da dinâmica e do produto, pode se observar o sintoma e as causas históricas coexistentes (ansiedade, defesa, funções, nível de pensamento utilizado, grau de exigência, aquisições automáticas, aspectos da lateralidade, organização, ritmo de trabalho, interesses, etc).
Estes três níveis de observação são indicadores do primeiro sistema de hipóteses:
· Temática: Consiste em tudo que o sujeito diz, o que terá, como toda conduta humana, um aspecto manifesto e outro latente.
· Dinâmica: Consiste em tudo que o sujeito faz e não é estritamente verbal: gestos, tom de voz, postura corporal, a forma de sentar ou de pegar o lápis etc. podem ser mais reveladoras que os comentários e até mesmo que o produto.
· Produto: É o que o sujeito deixa gravado no papel, na dobradura, na colagem etc, incluindo a sequência em que foram feitos.
Dimensão afetiva
Alguns indicadores:
· Alterações no campo geográfico e o de consciência (distração, inadequação da postura, fugas etc.)
· Aparecimento de condutas defensivas (medos, resistência à tarefas, à mudanças, à ordens etc.)
1 Modificabilidade Cognitiva Estrutural (MCE) consiste na capacidade que o organismo humano possui de mudar a estrutura do seu funcionamento, considerando a inteligência como um processo dinâmico de autorregulação apto para dar respostas aos estímulos ambientais.
· Ordem e escolha dos materiais. Aparecimento de condutas reativas (choro, ansiedade etc.)
Dimensão cognitiva
Alguns indicadores:
· Leitura dos objetos e situação.
· Utilização adequada dos objetos.
· Estratégias utilizadas na produção de tarefas.
· Organização Planejamento da atividade (antecipação).
· Nível de pensamento utilizado.
2. Postura do Examinador
· Deve ser um mero observador da conduta do avaliado, participando com intervenções somente quando achar necessário.
· Lança mão de vários tipos de consignas para maior riqueza das observações.
· Colocar limites quando achar necessário.
· Quando o avaliado apresenta dificuldades para entrar na tarefa, deverá utilizar consigna múltipla para facilitar a decisão do avaliado.
· Caso o avaliado permaneça sem iniciativa, devemos lembrar também que esta também é uma postura a ser analisada, é uma forma de agir frente a situações novas, deve ser avaliada em seus vários fatores.
· Se necessário, pode ser feitas mais de uma entrevista de EOCA.
3. Formas de Registro
· Papel pautado dividido em duas colunas, sendo a da esquerda maior, pois servirá para as anotações do que ocorrerá na entrevista e a coluna da direita para anotações das hipóteses levantadas.
· Deve-se anotar tudo que ocorrer, postura, ações, palavras, frases etc.
4. Levantamento das Hipóteses
As hipóteses serão levantadas de acordo com as observações feitas durante a entrevista. Levando-se em conta as três linhas de pesquisa que serão realizadas: cognitiva, afetiva e orgânico-funcionais.
Quando as hipóteses nos levarem a uma área específica (por exemplo: psicologia, fonoaudiologia, neurologia etc.), deve-se pedir a avaliação de um profissional competente, sempre que possível.
Quando respondemos essas perguntas, temos o estilo de aprendizagem do avaliado. Também podemos fazer a avaliação pelo modelo EOCA, o modelo Quadrante de Hermann, modelo de Kolb, modelo de Gardner, modelo Programação Neurolinguística ou modeloFelder e Silveman.
Modelo Avaliação do Estilo de Aprendizagem
EOCA
Serve para investigar o modelo de aprendizagem do sujeito, os vínculos que possui com os objetos e os conteúdos da aprendizagem. É oportunidade para observar condutas evitativas e como enfrenta desafios.
Material:
Crianças menores: massa de modelar, cubos, jogos de encaixe, livros.
Crianças maiores: folhas lisas, folhas pautadas, lápis, borracha, régua, compasso,lápis de cor, canetinha, cola, livro, revista, jogos.
Adolescentes e adultos: conversação e atividades como jogos, teste da árvore, casa, família.
Psicopedagogo:
Ponha o material sobre a mesa e peça para o aprendiz para iniciar a EOCA.
	CHECK LIST
	1. Você sabe por que está aqui?
	Ansiedade
	Sim ( )
	Não (
	)
	Expectativa
	Sim ( )
	Não (
	)
	
	2. Identifique o material que está sobre a mesa (dar nome aos objetos)
	Observador
	Sim ( )
	Não (
	)
	Nomeia tudo
	Sim ( )
	Não (
	)
	Apresenta dificuldade em lembrar-se dos nomes dos objetos
	Sim ( )
	Não (
	)
	Possui fala infantilizada
	Sim ( )
	Não (
	)
	
	3. Gostaria de saber o que você sabe fazer com o material que está sobre a mesa
	Como é sua postura (ao sentar)?
	Qual material evita?
	Qual sua preferência?
	Terminou o que começou?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Mexe em tudo e nada realiza?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Evita tocar os objetos?
	Sim ( )
	Não (
	)
	É ansioso/a?
	Sim ( )
	Não (
	)
	4. Converse com o aprendiz sobre o que ele produziu. Peça que continue mostrando
o que mais já aprendeu.
	O aprendiz continuou a mesma atividade?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Ficou falando coisas que nada se relacionava com a
atividade?
	Sim ( )
	Não (
	)
	Se nega a ler ou escrever?
	Sim ( )
	Não (
	)
	O aprendiz ficou paralisado?
	Sim ( )
	Não (
	)
	
	5. Observar a modalidade da aprendizagem
	O aprendiz é tímido, não explora os objetos, fica na mesma
atividade sempre?
	Sim ( )
Não-hipoassimilativo ( )
	O aprendiz apresenta dificuldade em estabelecer vínculos
emocionais e cognitivos, fica na mesma atividade?
	Sim ( )
Não-hipoassimilativo ( )
	O aprendiz tem dificuldade em criar ou prefere copiar?
	Sim ( )
Não-hipoassimilativo ( )
	6. O aprendiz:
	Articula o pensar como fazer?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Dificuldades com planejamento e organização?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Planeja bem?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Medo/resistência em utilizar os materiais?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Prefere conversar a produzir algo?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Descontentamento com suas produções?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Perfeccionismo (auto exigência)?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Problema na visão/fala?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Necessidade em agradar?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Dificuldade com a coordenação motora?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Suspeita de dislexia?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Suspeita de TDAH?
	Sim (
	)
	Não (
	)
	Outras hipóteses:
.........................................................., ........... de ............................ de ............
(carimbo e assinatura do/a profissional) Nome do/a Profissional
MODELO DE CHECKLIST DE PROVAS OPERATÓRIAS DE PIAGET
Diagnóstico Operatório
Após intensas pesquisas, Jean Piaget e colaboradores, elaboraram as provas do diagnóstico operatório que determinam o grau de aquisição de algumas noções chaves do desenvolvimento cognitivo, tais como: noção de tempo, espaço, conservação, causalidade, número etc.
Por meio das provas operatórias é possível detectar o nível da estrutura cognitiva com a qual o sujeito opera diante da situação apresentada, ou seja, o nível de pensamento alcançado pelo sujeito.
As idades cronológicas apresentadas para os diversos níveis de desenvolvimento estão relacionadas às condições socioculturais.
Momento do Diagnóstico
1. Vínculo.
2. Clarear o que se vai fazer.
3. Apresentação do material da prova.
(Quando o sujeito manuseia deve-se ouvir o que ele diz)
4. A ordem ou consigna.
5. A pergunta propriamente dita não precisa ser translúcida que dirija ou direcione a resposta.
6. Resposta.
7. Primeira transformação do objeto, introdução de uma variável nula, ou seja, não transforma o aspecto considerado.
8. Pedido de argumentação.
9. Resposta argumentada por:
· Identidade: Quando o sujeito percebe que não se acrescenta nada ao material utilizado.
· Identidade subjetiva: Quando o sujeito identifica que a quantidade de material dada possui a mesma quantidade.
· Reversibilidade: Quando o sujeito argumenta “se você voltar a forma antiga”.
· Compensação: Quando o sujeito argumenta compensando as diferenças das formas apresentadas: “é mais comprida; mais larga etc”. Pode ser conservadora ou não.
10. Contra argumentação: Pode-se contradizer o pensamento exprimido pelo sujeito (tentar levar em consideração o ponto de vista do sujeito e pesquisar se a resposta tem um esquema ou é por mero acaso).
11. Justificação: Resposta do sujeito, pode ser conservadora ou não.
12. Segunda transformação
13. Sequência dos passos anteriores
Observações: Quando o sujeito, na argumentação ou justificativa, responde “não sei”, pode ter dificuldades no aspecto operativo, possui a imagem, mas não opera mentalmente, ou pode estar no nível intermediário entre um período e outro.
Provas Horizontais
1. Seriação
2. Números pequenos
3. Dicotomia
· Quantidade e inclusão de classes
· Interseção de classes
· Transvasamento de líquidos
· Massa
· Peso
· Comprimento
· Espaço unidimensional
· Superfície
· Espaço bi e tridimensional
· Substâncias homogêneas
4. Provas complementares e suplementares: são provas para avaliar os patamares intermediários mais sutis, para se saber se o sujeito está longe ou perto do nível.
· Peso (complementar heterogêneo)
· Ilhas
· Combinações e permutações
PROVAS DO DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO
Atualmente, as provas do diagnóstico operatório foram selecionadas por pesquisas baseadas nos trabalhos de Bärbel Inhelder2 e são assim relacionadas:
1. Provas de Classificação: Avaliam o domínio do sujeito a respeito da classificação. São elas: conservação do número, matéria e líquido.
2. Provas de Seriação: Consta de 10m palitos graduados para serem organizados segundo seu tamanho.
3. Mudança de critério ou Dicotomia: Consta de fichas com os atributos de cor, forma e tamanho, que devem ser destacados pelo sujeito, conforme ordem dada.
4. Qualificação da inclusão de classes: Esta prova pode ser realizada com flores, como o original, ou com animais ou frutas, pois permite avaliação da qualificação inclusiva a respeito das classes com os elementos das subclasses.
5. Interseção de classes: Nesta prova se investiga o grau de operatividade a respeito das operações lógicas no trato com as classes.
6. Conservação: A conservação diz respeito a igualdade e possibilita a percepção de que mesmo diante de transformações o objeto conserva sua identidade, integridade ou qualidade em questão. Estas questões são importantes para os processos reguladores das atividades do sujeito em sua adaptação frente a realidade. O que se observa nestas provas é o êxito ou não na variável quantitativa em conteúdos distintos.
Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos: Prova das fichas ou dos números, possibilita a verificação da conservação da equivalência numérica com quantidades discretas, apesar das transformações que foram expostas. Parte-se da correspondência termo a termo.
Conservação da quantidade de líquido: Prova do transvasamento de líquido, investiga-se o grau de conservação com um material físico continuo em diversas variáveis.
Composição da quantidade de líquido. Nesta prova o sujeito deve encontrar a solução num processo de síntese, diferente do anterior que era por meio da análise do material.
Conservação da quantidade de matéria: Prova da massa que utiliza um novo material (massa de modelar), mas está correlacionada a anterior.
2 Bärbel Elisabeth Inhelder (1913-1997) foi uma psicóloga suíça mais conhecida por seu trabalho Jean Piaget e suas contribuições para o desenvolvimento infantil.
Conservação de peso: Esta prova tem êxito no segundo nível das operações concretas e indaga sobre o grau de aquisição da invariância de peso.
Conservação de volume: Esta conservação é alcançada por volta dos 11 a 13 anos dentro do período das operações concretas.
Conservação de comprimento: Esta prova é somente administrada somente quando o sujeito atingiu a conservação das equivalências numéricas, pois ela estuda a capacidade dos mesmos a respeito da transposição ou reconstrução deste conhecimento ao nível da conservação de um contínuo unidimensional– o comprimento e a largura.
7. Provas do pensamento formal ou Hipotético dedutivo: São as provas de combinatórias entre os elementos, que possibilitam perceber se o sujeito alcançou o nível de pensamento formal, apesar do material ser concreto, a formulação do pensamento exige um sistema de lógica proporcional.
APLICAÇÃO DAS PROVAS
As provas consistem em situações experimentais elaboradas, contudo a técnica utilizada nessas provas é igual a todas basicamente. Consta em se interrogar o avaliado frente aos fenômenos observáveis e/ou manipuláveis a partir dos quais se leva o sujeito a raciocinar. Variam somente segundo a natureza lógica dos problemas ou de fenômenos físicos.
	Quadro de seleção de provas conforme a idade
	
Até 6 anos
	· Provas de conservação: de pequenos conjuntos discretos de elementos da quantidade de líquido.
· Provas de classificação: de mudanças de critério ou dicotomia.
· Provas de seriação.
	
6 a 7 anos
	· Provas de conservação: de pequenos conjuntos discretos de elementos da quantidade de líquido, da quantidade de matéria, da composição da quantidade de líquido.
· Provas de classificação: de mudanças de critério ou dicotomia, interseção de classes ou qualificação da inclusão de classes.
· Provas de seriação.
	
8 a 9 anos
	· Provas de conservação: da largura, de peso, do volume.
· Provas de classificação: interseção de classes ou qualificação da inclusão de classes.
· Provas de seriação.
	
10 a 12 anos
	· Provas de conservação: da quantidade de matéria, da largura, da composição da quantidade de líquido, de peso.
· Provas de classificação: interseção de classes ou qualificação da inclusão de classes.
	
12 anos em diante
	· No caso de se obter êxito na prova de conservação de volume, administra-se as provas para o pensamento formal.
Nome:	 Data:		 Idade cronológica: 		 
	Quadro de resultados esperados das provas conforme a idade
	Prova
	Não
conservação
	Conduta
intermediária
	Conservação
	Conservação de quantidades
	4-5 anos
	5-7 anos
	A partir de 7 anos
	Classificação
	4-5 anos
	5-6 anos
	A partir de 6 anos
	Seriação
	3-4 anos
	6 anos
(Tateamento)
	7-8 anos
	Inclusão de classes
	5-6 anos
	6-7 anos
	7-8 anos
	Transvasamento de líquidos
	5-6 anos
	6-7 anos
	A partir de 7 anos
	Composição quantidade de líquidos
	5-6 anos
	6-7 anos
	A partir de 7 anos
	Conservação quantidade matéria
	5-6 anos
	6-7 anos
	A partir de 7 anos
	Conservação de superfície
	5-6 anos
	6-7 anos
	A partir de 7 anos
	Conservação de peso
	6-7 anos
	7-8 anos
	A partir 8-9 anos
	Conservação de comprimento
	6-7 anos
	7-8 anos
	A partir 8 anos
	Interseção de classe
	4-5 anos
	6 anos
	7-8 anos
	Conservação de volume
	7-8 anos
	9-10 anos
	11-12 anos
	Composição de pesos
	7-8 anos
	9 anos
	10-12 anos
	Combinação de fichas
	
	
	
	Permutação de fichas
	
	
	
	Fases de desenvolvimento segundo Piaget
	Nível
	Observações
	
Pré-operatório
	Intuitivo global Intuitivo articulado Operatório
	Operatório-concreto
	Concreto hipotético
	Operatório-formal
	Dedutivo ou formal
O DESENHO INFANTIL NA AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
Os estudos sobre o desenho infantil vêm ganhando destaque por diferentes pesquisadores, que analisaram o desenvolvimento das crianças e identificaram inúmeras concepções pedagógicas, de forma a compreender o que ocorre quando elas desenham.
O desenho como primeiro meio pelo qual a criança se expressa significativamente, visto que, primeiramente por meio das garatujas ou rabiscos, isto é, seus primeiros registros, ela manifesta sua particularidade e seu próprio padrão de expressão.
As crianças aperfeiçoam sua capacidade de criar, entrando em contato com o seu mundo imaginário e representando sua realidade. Dessa forma, o desenho infantil pode revelar o grau de maturidade, do equilíbrio emocional e afetivo, bem como do desenvolvimento motor e cognitivo da criança. Por meio do desenho, a criança (re)cria suas próprias formas expressivas, integrando percepção, imaginação, sensibilidade e reflexão, noções que podem ser exploradas para avaliação psicopedagógica.
Dessa forma, considerar os desenhos infantis como material de análise é pertinente, pois assim como a escrita, a evolução do desenho se configura por etapas. Assim, é fundamental que o profissional compreenda as características da trajetória construída segundo o desenvolvimento simbólico das crianças.
FASES DO DESENHO INFANTIL SEGUNDO PIAGET
Segundo Piaget, a criança desenha, elaborando conceitualmente objetos e eventos, isto é, ela desenha “mais o que sabe do que realmente consegue ver”. Daí a relevância de se compreender o processo de construção do desenho junto ao enunciado verbal que nos é dado pelo sujeito.
1ª Fase) GARATUJA
· Período Sensório-motor (0 a 2 anos de idade).
· A figura é inexistente, a criança utiliza a imaginação, por imaturidade da coordenação motora, o desenho é desordenado.
2ª Fase) PRÉ-ESQUEMATISMO
· Período pré-operatório (2 a 7 anos de idade).
· A criança consegue fazer relação entre desenho, o pensamento e a realidade, porém, os desenhos ainda são dispersos.
· As cores não possuem relação com a realidade, mas com os sentimentos.
· A figura humana está relacionada com a maturação da percepção e desenvolvimento cognitivo.
3ª Fase) ESQUEMATISMO
· Período operatório-concreto (7 a 12 anos de idade).
· A criança começa a expressar suas experiências, a percepção começa a amadurecer.
· Utiliza a linha como base e começa a perceber o espaço, o conceito de figura humana, mas ainda apresenta exageros, omissões e as cores são relacionadas ao estado de emoção.
4ª Fase) REALISMO
· Corresponde também ao período operatório-concreto (7 a 12 anos de idade).
· É a fase da transição das operações concretas para as formais.
· Nesta fase, a criança apresenta noção de espaço, abandona as linhas como base, a figura humana apresenta roupas e formas.
5ª Fase) PSEUDONATURALISMO 
· Período operatório-formal (+ de 12 anos de idade).
· Nesta fase, o adolescente não utiliza o abstrato e desenho espontâneo.
· O desenho segue a personalidade, utilizam formas da sua personalidade.
· O visual está relacionado com a realidade e suas emoções.
· O desenho assume a comunicação sem palavras, expressa sentimentos, inteligência, nível da maturação neurológica.
FASES DO DESENHO INFANTIL SEGUNDO LOWENFELD
Apesar da criança já possuir a inteligência representativa, não é capaz de fazer de conta no plano gráfico. Esta defasagem ocorre por conta da construção do símbolo no bidimensional ser mais complexa do que a partir do próprio corpo. Assim, a mesma criança que é capaz de fazer de conta que alimenta sua boneca por meio de jogo simbólico, usando símbolos, não sabe ainda desenhar símbolos que tomam uma coisa por outra. Quando desenha sua ação sobre o plano gráfico é, portanto, pré-simbólica.
Viktor Lowenfeld3 (1970) estudou o desenho infantil, em especial a fase pré- simbólica, relacionando-o nas seguintes fases:
1ª Fase) RABISCAÇÃO DESORDENADA OU GARATUJA
· 2 a 4 anos de idade.
· A criança desenha sem intenção alguma de escrever ou desenhar, apenas pelo prazer de rabiscar.
· Dentro desse mesmo estágio há ainda a Rabiscação Longitudinal e a Rabiscação.
3 Viktor Lowenfeld (1903-1960) foi professor de educação artística na Pennsylvania State University . Suas ideias influenciaram muitos educadores de arte nos Estados Unidos do pós-guerra. Ele defendia que as "maneiras pelas quais crianças em diferentes estágios de desenvolvimento artístico devem ser estimuladas por meios e temas apropriados, e (...) o currículo (...) guiado principalmente por considerações desenvolvimentistas".
Rabiscação Longitudinal: A criança aprecia seus traçados e observa suas produções (movimento intencional). Ela não abandona as garatujas, mas já aparecem bolinhas, cruzes, quadrados etc. (símbolos praticamente isolados).
Rabiscação: A criança nomeia seus desenhos e traça o que imagina e o que viveu, por meio do simbolismo. A figura humana já é perceptível, ela fecha os seus traços para formar braços, pernas, cabeça, de forma queesses são para abraçar, caminhar e pensar. Elas conseguem reconhecem para que servem os desenhos. A fabulação se inicia, evidenciando a criatividade e invenção da criança.
2ª Fase) FIGURAÇÃO PRÉ-ESQUEMÁTICA
· 4 a 7 anos de idade.
· A criança começa a utilizar representações simbólicas.
· Utilizam variedade de traços (linhas, círculos, formas ovais) que podem ser caracterizados como membros de suas figuras, por exemplo: braços, pernas, olhos, cabeça.
3ª Fase) FIGURAÇÃO ESQUEMÁTICA
· 7 a 9 anos de idade.
· A criança começa a utilizar representações simbólicas e faz relações de referências socioculturais, para desenharem casas, pessoas, animais etc.
· Utilizam variedade de traços (linhas, círculos, formas ovais) que podem ser caracterizados como membros de suas figuras, por exemplo: braços, pernas, olhos, cabeça.
4ª Fase) FIGURAÇÃO REALISMO
· 9 a 12 anos de idade.
· A criança começa a apresentar conceitos de formas, se encontra mais detalhista, desenhando tudo o que vê.
· Há distinção no tamanho dos objetos, compreendendo que o que está na frente é maior e esconde o que está atrás.
5ª Fase) PSEUDOREALISMO
· 12 anos de idade em diante.
· O adolescente se preocupa com a perfeição e a profundidade do desenho, o que torna esse mais elaborado.
Diante de tudo que foi exposto, o que se deve avaliar no desenho?
· O estado emocional da criança pelas cores e estilística do desenho.
· O nível intelectual em que se encontra.
· A maturidade da percepção visual.
· O nível de socialização da criança e quais patologias estão relacionadas.
· A coordenação motora e patologias relacionadas, dentre outros.
CHECK-LIST DA AVALIAÇÃO DO DESENHO LIVRE
Serve para investigar a maturidade psicomotora e o nível de aprendizagem do aluno bem como a as emoções: como se sente, como se vê dentro do cenário, contexto etc.
	CHECK LIST
	Tamanho de desenho
	( ) Pequeno
	(
	) Grande
	Tamanho das personagens
	( ) Pequeno
	(
	) Grande
	Quem aparece maior?
	Quem não aparece no desenho? Exemplo: pai, mãe, irmão etc.
	Distanciamento das personagens: ( ) Separados por alguma barreira
( ) Presos em quadrados
	As personagens:
( ) Possuem pés e mãos
( ) Não possuem pés e mãos
	Faltam olhos, orelha e/ou boca
	( ) Sim
	
	(	) Não
	O desenho condiz com o que foi pedido?
	( ) Sim
	
	(	) Não
	(Se a resposta for não, pode indicar conduta evitativa relacionada à situação solicitada)
	O sujeito a ser solicitado:
	Se recusa a desenhar
	( ) Sim
	
	(	) Não
	Se recusa a escrever
	( ) Sim
	
	(	) Não
	Usa borracha
	( ) Sim
	
	(	) Não
	Posição do desenho na folha
	
	( ) Superior - Exigente
	( ) Inferior - Impulsivo
	( ) Direita – Progressivo
	( ) Esquerda - Regressivo
	( ) Superior Direita / Exigente - Progressivo
	
	( ) Superior Esquerda / Exigente - Regressivo
	
	( ) Inferior Direita Impulsivo - Progressivo
	
	( ) Inferior Esquerda Impulsivo - Regressivo
	
	Fonte: Visca, 2008, p.23
	
	Se a pessoa for alfabetizada peça para escrever os nomes no desenho ou falar algo. Se ela se negar, não deve forçar, pois pode estar relacionado a algum conflito que não deseja relembrar.
	Posição do desenho na folha
(O título revela o vínculo estabelecido com a aprendizagem, se condiz com o desenho)
	O sujeito apresenta criatividade ao escolher o título?
	( ) Sim
	
	(	) Não
	O título foi pouco elaborado?
	( ) Sim
	
	(	) Não
	Relato do desenho
	Boa expressão oral?
	( ) Sim
	
	(	) Não
	Existe negação e repressões?
	( ) Sim
	
	(	) Não
	Conclusões:
PROVAS PROJETIVAS
As provas projetivas são utilizadas no contexto psicopedagógico como um meio de analisar e depurar o sistema de hipóteses. Elas devem ser aplicadas quando há suspeita de implicações emocionais ou vínculos negativos com a aprendizagem.
Ao ser submetido à prova projetiva, o sujeito projeta para fora de si o que se recusa a reconhecer em si mesmo ou o ser em si. Segundo Piaget “por meio do jogo simbólico, a criança no período pré-operatório assimila o real ao eu e consegue com este artifício suportar suas vivências pessoais e familiares, seus conflitos e problemas”.
Por meio das provas projetivas pretende-se que haja a manifestação do inconsciente, sem medos e/ou repressões. Aparecem aqui, através de estímulo, manifestações inconscientes com marcas deixadas pelas vivências dos sujeitos.
Nesse sentido, ao aplicar as provas projetivas, o profissional deve ter a clareza de que elas expressam uma realidade subjetiva relacionada com a vivência particular do sujeito. Não se trata da realidade como ela é, mas a realidade que o sujeito vê. Assim, as provas projetivas devem ser adaptadas ao tipo de investigação que se pretende realizar e a especificidade do sujeito.
As provas projetivas psicopedagógicas foram organizadas pelo professor Jorge Visca (1935-2000) 4 e, segundo ele, são recursos, dentre outros, para a compreensão de variáveis emocionais que condicionam a aprendizagem positiva ou negativamente.
O objetivo de se utilizar uma prova projetiva psicopedagógica é verificar as significações do ato de aprender e as relações vinculares que se formam com o conhecimento e as figuras ensinantes.
A criança brinca para reviver momentos felizes e prazerosos ou para elaborar seus traumas e desprazeres, o desenho é um dos instrumentos que o profissional poderá utilizar para avaliação da subjetividade, ou seja, no desenho e na brincadeira a criança revela dados importantes do seu dia a dia, dos seus impulsos inconscientes e da sua personalidade. A prova projetiva serve para detectar bloqueios emocionais, dificuldades de aprendizagem causadas por influência psicológica.
Dessa forma, é necessário fazer a análise do desenho minuciosamente, considerando os traços, a idade da criança, o tamanho do desenho, o lado, o ano que está cursando. Lembrando que existem testes da árvore, da casa, dos animais, etc.
Segundo Freud, os mecanismos de defesa são proteções inconscientes do ego para bloquear tudo que possa gerar sofrimentos, angústias, solidão, esses mecanismos são encontrados em todos os seres humanos. Para Freud, esses
4 Jorge Visca é um psicólogo social argentino, divulgador da Psicopedagogia no Brasil. Formulou a Epistemologia Convergente, que concebe a atividade clínica voltada para a integração de três frentes de estudo da Psicologia: Psicogenética (Piaget), Psicanálise (Freud) e Psicologia Social (Rivière).
mecanismos são saudáveis, porém, em excesso, podem demonstrar um problema psicológico. Os mecanismos de defesa são vários, mas citaremos três deles:
· Sublimação: É um deslocamento ou alteração dos impulsos do ID desviando para comportamentos aceitáveis socialmente. A criança sádica sublima seus impulsos para a sala de aula, um exemplo é gostar de pesquisar estrutura fisiológica de um animal.
· Recalque: É o ato de expulsar da consciência tudo que é inaceitável, ele é automático. O recalque volta a aparecer em atos falhos, sonhos e lapsos de linguagem. Na educação, a criança pode bloquear a construção do conhecimento por não se relacionar bem com o professor, pela transferência também não gostará da matéria que aquele ensina.
· Transferência: É o ato de transferir sentimentos como o amor ou ódio para outra pessoa no relacionamento. A transferência na aprendizagem é muito importante, por meio dela o aluno gostará do professor ou irá odiá-lo, isso dependerá do seu relacionamento familiar, visto que essa é a fase na qual a criança transfere seus sentimentos para o professor e para a matéria que este ensina; se houver amor familiar, o aluno transferirá esse amor para o professor e para a matéria. Segundo Freud, a pessoa aprende a amar algo por amor a alguém.
Na Prova Projetiva, o profissional deverá avaliar no desenho como o avaliado se sente na família, na escola e com os colegas e como ele se relaciona com o professor, além do nível de desenvolvimento emocional e cognitivo. Esses dados são muito importantes na construção da aprendizagem. A forma como a criança faz a transferência do amor de mãe para o professor, ou a indiferença, se essa criança não recebeu amor de mãe, todas essas informaçõessubjetivas, ou seja, emocionais, podem ser indicadores de uma dificuldade de aprendizagem ou de socialização.
Apresentamos a seguir os três temas que mais utilizamos com os alunos: família, contexto escolar e algo que eles gostem (preferência).
 O Teste da Família
Tem o objetivo de avaliar como se dá o relacionamento global da família, bem como em suas diferentes partes. É necessário deixar claro que antes de se realizar esse teste é preciso investigar qual a visão que o aluno tem de família e como se encontra sua família, visto que, nos dias atuais, há grande variação na estrutura familiar, que outrora era formada basicamente por pai, mãe e filhos. Atualmente, sabe-se que as famílias podem ser formadas por avós, mãe e filhos; ou por mãe e filhos; por filhos de pais separados que casaram com um novo cônjuge e assim por diante. Todas essas relações devem ser conhecidas e esclarecidas para evitar distorções na análise do teste. O procedimento do teste é o seguinte: É solicitado ao aluno que desenhe uma família qualquer, que não a sua própria família, dessa forma liberamos o aluno tanto no nível inconsciente quanto no nível crítico para falar de sua
família que pode ser representada como é na realidade ou como o ele mesmo a idealiza. Posteriormente pedimos que dê nomes a cada um dos indivíduos representados no desenho e que conte uma história sobre essa família.
 Teste do Par Educativo
Tem o objetivo de obter informações a respeito do vínculo estabelecido em relação à aprendizagem, como foi internalizado por ele o processo de aprender e como percebe aquele que ensina e o que aprende. Os dados obtidos darão condições para elaboração de hipóteses a respeito da visão do aluno de si, dos professores, de seus companheiros de classe e até mesmo da instituição educativa. Quanto ao aspecto estritamente pedagógico, podemos avaliar o nível de redação, ortografia, criatividade literária etc. Esse teste consiste em instruir o aluno para que desenhe duas pessoas: “uma que ensina e outra que aprende”. Também solicitamos ao aluno que conte ou escreva uma história relacionada ao desenho.
 Teste Livre
Pode ser sobre algo que o aluno goste. Tem como objetivo observar o que faz sentido emocional e concreto no dia a dia do aluno. A partir desse teste livre, é possível conhecer um pouco mais as áreas de interesse dela no contexto sócio afetivo.
É válido salientar que, durante o processo, é necessário que o profissional faça as intervenções, questionando o aluno do que ele quer dizer com o desenho, mesmo que as interpretações posteriores sejam realizadas. É imprescindível que o profissional analise a partir do significado que o aluno fornecer, não apenas ao seu olhar clínico.
TÉCNICAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS
Baseadas na teoria de Jorge Visca e Alícia Fernandez
As técnicas projetivas psicopedagógicas têm o objetivo de investigar a rede de vínculos que o sujeito possui em três domínios: o escolar, o familiar e consigo mesmo. Em cada um destes domínios, guardando as diferenças individuais, é possível reconhecer três níveis em relação ao grau de consciência dos distintos aspectos que constituem o vínculo da aprendizagem.
Apresentamos a seguir um quadro com os diversos domínios, suas correspondentes técnicas projetivas e os objetivos de cada uma:
	Domínio
	Prova
	Investigação
	Idade
	
Escolar
	Par educativo
	Vínculo com aprendizagem
	6 a 7 anos
	
	Eu e meus companheiros
	Vínculo com os componentes da classe
	7 a 8
anos
	
	Plano da Sala de Aula
	A representação do campo geográfico da sala de aula e a desejada
	8 a 9 anos
	
Familiar
	Planta da Casa
	A	planta	da	casa	onde	habita,	sua
representação real e desejada
	8 a 9 anos
	
	Os quatro momentos do dia
	Os vínculos ao longo do dia
	6 a 7
anos
	
	Família educativa
	O vínculo da aprendizagem com o grupo
familiar e cada um dos integrantes da mesma
	6 a 7
anos
	
Consigo mesmo
	O desenho em episódios
	A delimitação da permanência da identidade psíquica em função dos afetos
	6 a 7 anos
	
	
O dia do meu aniversário
	A representação que se tem de si e do contexto físico sócio dinâmico no momento de transição de uma idade para outra
	
6 a 7 anos
	
	Desenho de minhas férias
	As atividades escolhidas durante o período de férias escolares
	6 a 7 anos
	
	Fazendo o que mais gosto
	
O tipo de atividade que mais gosta
	6 a 7 anos
ANÁLISE DAS PROVAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICO
1. Domínio: Escolar
Par educativo
	Indicadores
	Características
	Significados
	
Tamanho total
	Muito grande ou muito pequeno
	Vínculo negativo com a aprendizagem
	
	Dimensão razoável
	Relação equilibrada. Vínculo positivo e negativo estão equilibrados
	Tamanho dos personagens
	Pequeno
	Desvalorização
	
	Grande
	Supervalorização (persecutório)
	Tamanho dos objetos
	Muito pequeno
	Depósito de projeções negativas
	
	Muito grande
	Cisão de quem aprende e quem ensina
	
Posições
	Frente a frente
	Bom vínculo com a aprendizagem
	
	Lado a lado
	Vínculo regular com a aprendizagem
	
	Docente de costas para a turma
	O aluno sente-se rechaçado pelo docente
	
	O aluno de costas para o docente
	O aluno rechaça o docente
	
Distância entre os personagens e o objeto de aprendizagem
	
Grande distância
	Não comprometimento com o conteúdo e transmissão de conhecimentos
	
	Mínima distância
	Supervalorização de conhecimentos sobre o ato de transmissão
	
	Distância adequada
	Quem ensina usa os conteúdos como instrumento para ensinar e aprender
	Perspectiva
	Com perspectiva
	Vínculo maduro do ponto de vista afetivo, cognitivo e social
	
Âmbito onde se dá a cena
	
Escolar
	Centralidade na aprendizagem sistemática, pode ser positivo ou negativo
	
	Extraescolar
	Melhor vínculo assistemático com a aprendizagem
	
Características corporais
	Só cabeças
	Supervalorização do intelectual que pode ser persecutório
	
	Corpo do docente inacabado
	Agressão oculta a quem ensina
	
	
Simplificação dos personagens
	Quando não há dificuldades em desenhar, significa uma desvalorização do vínculo de
aprendizagem com o docente
	Título do desenho
	Nega o vínculo com a aprendizagem
	
	Resume as características do vínculo
	
Relato
	Pode ser considerado como uma projeção, pela qual é possível analisar o vínculo estabelecido através: a) conteúdo mesmo; b) sua correspondência com o desenho; c) sua relação com o título.
	Importante: A análise o título do desenho e o relato permite observar os mecanismos de
dissociação, negação e repressão
Eu e os meus companheiros
	Indicadores
	Características
	Significados
	
Tamanho total
	Grande
	Bom vínculo em relação à aprendizagem e aos colegas
	
	Pequeno
	Vínculo negativo
	
Tamanho do personagem principal
	Igual
	Relação igualitária: aceita e é aceito
	
	Grande
	Liderança ou incapacidade para descentrar-se
	
	Pequeno
	Rebaixar-se e sentimento de ser vítima do grupo
	
Posição
	Centralizado (concêntrica)
	Comunicação reflexiva e sensível
(profunda)
	
	Lado a lado
	Comunicação superficial
	Inclusão de docente
	
Inclusão
	Grande afeto pelo docente Relação deficitária com os colegas
(dependência)
	
Relato ou comentário sobre colegas
	a) Verificar a ocorrência de contradições entre a fala e o desenho.
b) Comentários gerais dão uma visão do conjunto e indicam como o entrevistado está inserido no grupo ou deseja estar.
c) Comentários pessoais revelam os subvínculos com cada membro do grupo.
Plano da sala de aula
	Indicadores
	Características
	Significados
	
Tamanho da sala
	Muito grande
	Falta de limites adequados; descontrole
	
	Pequeno
	Restrição, que se manifesta como uma inibição
	Disposição
	Tradicional
	Respostas rígidas ou ordenadas
	
Localização quando é a escola do entrevistado
	
Em frente
	Bom vínculo em relação ao docente e/ou vínculo negativo em relação à aprendizagem
	
	No fundo
	Vínculo negativo em relação ao docente e/ou à aprendizagem
	
	Na lateral
	Vínculo negativo em relação ao
docente e/ou à aprendizagem
	
	
No centro
	Vínculo positivo em relação à aprendizagem e aos colegas e vínculo positivo ou negativo em relação aodocente
	
	Não se localiza na sala
	Vínculo negativo em relação ao
espaço geográfico
2. Domínio: Familiar
Família Educativa
	Indicadores
	Características
	Significados
	
Posição dos personagens
	
Frente ao processo
	Grupo familiar não é um referencial adequado
Vínculo com a aprendizagem não excessivamente positivo ou negativo
	
	
Em meio ao processo
	O entrevistado considera o grupo como referência para desenvolver e integrar meios de aprendizagem
	
	Fora do processo
	Há carência de modelos significativos de identificação
Plano de minha casa
	Indicadores
	Características
	Significados
	
Tamanho do plano da casa
	
Desenho pequeno
	Inibição para o uso do espaço Diminuição do uso potencial emocional com que investe nas situações e objetos com que aprende
	
	
Desenho que ocupa a folha inteira
	Expansão egotista
Aprendizagem positiva (desde que não haja um descontrole motor)
	
	
Desenha utilizando mais de uma folha
	Descontrole
Falta de antecipação
Vínculo negativo ou instável em relação à aprendizagem em geral Vínculo negativo ou instável em relação ao estudo sistemático em particular
	Desenhar pessoas
	A inclusão de pessoas neste desenho pode ter diversos e contraditórios significados em relação à aceitação e rechaço
	Aberturas
	Representadas, esquecidas, transladas e objetivas encontram-se ligadas diretamente aos canais de comunicação reais ou imaginárias
	
Ponto de vista
	
Interno
	Sente-se incluído no contexto familiar e que o mesmo é um continente adequado
	
	Externo
	Sente-se estranho e admira a casa
	
Espaço representados
	Interior da casa
	Privilegia-se a aprendizagem formal de tipo intelectual
	
	Jardim, horta, parque, galinheiro e espaços abertos
	Valoriza a aprendizagem vinculada ao corpo e à natureza
	
Comentários sobre dormitório
	Os comentários podem revelar aceitação, rechaço, indiferença ou objetividade
Detectar as tentativas realizadas ou não para mudar a habitação Detectar o grau de aceitação
Detectar a resistência que o meio lhe oferecer
	Escolha do dormitório
	A maneira como e por quem foi escolhido possui grande importância a partir dos 8 a 10 anos
	O lugar de estudo
	Revela o vínculo em relação à aprendizagem que se estabelece nas situações e os estilos de aprendizagem que podem ser estruturadas
	Lugar de reunião
familiar
	Onde, quem, com, por que e quando se reúnem são perguntas que revelam os modelos familiares da aprendizagem
Os quatro momentos de um dia
	Indicadores
	Características
	Significados
	Adequação à consigna
	
Desenho adequado à consigna
	Capacidade de adaptação às exigências externas Tolerância a frustração
	
Os momentos escolhidos
	Eleição automática
	Vida monótona e sem criatividade
	
	Eleição em função da carga afetiva positiva
	Dinamismo, criatividade
Uso instrumental e enriquecedor do tempo
	
	Eleição em função da carga afetiva negativa
	Apatia, solidão e deposição de impulsos agressivos manifestos ou latentes
	Atividade realizada
	Indica os gostos do sujeito e imposições externas, as aspirações e frustrações, as identificações e o potencial de organização que possui
	
As pessoas
	Modelo de identificação
Modelos de aprendizagem familiar, que pode ser compacto ou diversificado
	O campo geográfico da cena
	Na casa (parcial ou totalmente) em dependência adequada ou não, realizando atividades de acordo ou desacordo com o lugar
	Indicam o estilo de vínculo, a adequação e a flexibilidade destes desacordos com o lugar
	Os objetivos do ambiente
	Indica como se encontra povoado o mundo interno do sujeito
Revela a realidade objetiva quanto aos ambientes físicos: desprovido, sobrecarregado, ordenado, confuso ou indiscriminado
	Os detalhes do desenho
	O tipo de traços, proporções, posições, retoques, detalhes, estereotipias, mobilidade etc.
	Sequência espacial
	
Sequência A, B, C, D
	Princípio da realidade e da capacidade de acomodação, aprendizagem realista
	
Sequência temporal
	Com sequência lógica
	Uso ordenado do tempo Alta tolerância à frustração
	
	
Sem sequência lógica
	Impulsividade
Uso desordenado do tempo Baixa tolerância à frustração Aprendizagem inconstante
	Sequência do relato em concordância com a espacial
	
Reforça os aspectos assinalados na sequência espacial
	Sequência do relato em concordância com a temporal
	
Reforça os aspectos assinalados na sequência temporal
	Sequência do relato em concordância com as sequências espacial e temporal
	
Severa	desorganização	temporal	e,	consequentemente,	severas dificuldades de aprendizagem
3. Domínio: Consigo mesmo
Desenhos em episódios
	Indicadores
	Características
	Significados
	Tempo e espaço
	Pode ser observado através da transformação ou não de objetos animados (árvores, flores), de estados de tempo (sol nuvens, chuva), das estações (primavera, verão, inverno)
	O tema
	Pode ser único, com critério estável ou não
	Os afetos
	Simples ou complexos
	Elementos relacionais ou sociais
	Adequadamente elaborados ou não em termos de comunicação e movimento
Fazendo o que mais gosta
	Indicadores
	Características
	Significados
	Indecisão na hora do tema desenhar, apagar ou mudar de tema
	Pode indicar problema entre o desejo do sujeito e uma forte proibição do meio ou contradições entre distintos interesses não adequadamente discriminados ou hierarquizados
Indecisão na eleição do tema
	Apagar objetos sem mudar de tema
	Indica a consolidação de uma eleição e uma marcada tendência ao perfeccionismo
	
Relato
	Coerência no relato é produto de maior influência de censura sobre o domínio verbal que sobre a produção gráfica
	
	Coerência entre o relato e o desenho revela os conflitos sujeito- realidade e do sujeito consigo mesmo
	
	Contexto espacial e temporal onde ocorre pode significar a realização possível
Nas minhas férias
	Indicadores
	Características
	Significados
	
Adequação à consigna
	
Adequação
	Vínculo positivo
Flexível com a capacidade de acomodação
	
	
Não adequação
	Vínculo negativo e rígido, com predominância da assimilação e pouca criatividade
	Atividade representada
	Depositarão os desejos mais íntimos e das capacidades que se deseja desenvolver
	
Desenho
	
Continua fazendo o mesmo
	Porque gosta muito do que faz, porque não sabe fazer algo diferente (falta de criatividade) ou representa predomínio da assimilação
	
	
Realiza algo totalmente distinto
	Criatividade, flexibilidade, tendência a acomodação e capacidade de aprendizagem
	
	Leva acabo uma atividade
	Capacidade de aprendizagem criadora
Dia do meu aniversário
	Indicadores
	Características
	Significados
	
Tamanho total
	Muito grande ou muito pequeno
	Vínculo negativo em relação à aprendizagem
	
	Tamanho razoavelmente dimensionado
	Relação equilibrada
Vínculos positivos e negativos equilibrados
	Tamanho dos personagens
	Pequeno
	Desvalorização
	
	Grande
	Supervalorização
	Posições
	De frente
	Vínculo positivo
	
	De costas
	Vínculo negativo
	
Indicadores geográficos
	
Rodeado de pessoas
	Possui um mundo interno rodeado de identificações múltiplas que indicam uma adequada capacidade de aprendizagem em termos qualitativos e quantitativos
	
	
Sozinho
	Aprendizagem predominante assimilativa
Dificuldade em descentrar o pensamento
	
	
Posição
	Frente a frente sugere identificação introjetiva positiva. Todas as outras indicam introjetivas negativas
	
	Presentes recebidos
	Os mesmos representam objetos desejados
	
Espaço geográfico
	Própria casa
	Atitude realista
	
	Lugar público
	Posição de abertura para aprendizagens
	
	
Fora do contexto real possível
	Pode sugerir uma capacidade criadora ou um mundo imaginário do impossível, compensador de sentimentos de frustrações com baixa tolerância e uma predominância do princípio do prazer sobre o da realidade
	
	A idade do personagem que faz aniversário comparada com a idade do entrevistado diz respeito a aceitação do mesmo neste momento da vida: Se for menor pode significar desejo de não crescer e não aprender
Se for igual indica aceitação e uma tolerância a aprendizagem Quando é maior regularmente indicaalto nível de aspiração
	
	A caracterização dos demais personagens determina aceitação ou rechaço
	
	As contradições entre o desenho e o relato revelam o grau de coerência ou não dos aspectos em conflito que implicam ou não perturbações nos vínculos que o entrevistado estabelece consigo mesmo
Advertências Necessárias
A interpretação de cada uma das provas projetivas deve ser feita em função do sujeito em particular e do total de informações que se obteve.
O total de técnicas aqui expostas não significa a necessidade de que se utilizem todas. É adequado usar somente aquelas que considere necessárias em função das hipóteses formuladas. Isso implica em:
· Aplicar somente uma prova.
· Aplicar provas de alguns domínios.
· Aplicar todas as provas de um único domínio.
· Aplicar todas as provas, algo pouco comum.
· Certos indicadores de uma técnica se superpõem com os de outra.
Os critérios para interpretação sugeridos para cada prova devem somar-se aos critérios gerais para a interpretação das provas projetivas.
Os indicadores e significados encontrados não implicam numa questão fechada ou sem lugar para dúvidas, cada profissional poderá realizar novas descobertas, ampliando os aspectos de indicadores e significados. (VISCA, Jorge. Técnicas Projetivas Psicopedagógicas. Argentina: 1994).
EXAME MOTOR
Coordenação fina
Diadococinesia (Marionetes)
Capacidade de executar movimentos rápidos, repetidos e alternados. Testes de diadococinesia podem avaliar tanto a fala quanto os membros superiores.
· Coloque-se diante da criança com os braços dobrados na altura dos cotovelos, lateralmente.
· Balance as mãos de um lado para outro.
· Peça para a criança que observe execute os mesmos movimentos que o profissional fizer (primeiro com uma e depois com as duas mãos).
Pianotages (Contar com os dedos)
· Com os braços dobrados lateralmente na altura dos cotovelos, encoste suavemente a ponta de cada dedo na ponta do polegar.
· Pedir para a criança executar o mesmo movimento utilizando apenas uma e depois a outra mão.
Cópia
· Coloque a folha na horizontal e ofereça lápis colorido.
· Peça para que a criança pegue o lápis e copie o que está vendo.
Coordenação Global
· Andar – Ande pela sala livremente
· Correr – Corra numa determinada direção
· Pegar e arremessar a bola com as duas mãos, em seguida com uma, e depois com a outra mão.
Equilíbrio Dinâmico
· Andar em uma linha reta
· Andar em uma linha curva
· Andar com um pé na frente do outro
Equilíbrio Estático
· Ficar parado com os pés e os braços ao longo do corpo de olhos fechados (10 segundos).
· Ficar num pé só (perna dobrada na altura do joelho para trás, permanecer por 10 segundos). Repetir com o outro pé.
Dissociação
· Abrir e fechar as mãos juntas
· A criança sentada com as mãos sobre a mesa faz o movimento com a esquerda e a direita.
· Abrir e fechar as mãos alternadamente.
· Dissociação entre mão direita e mão esquerda: a criança bate as duas mãos sobre a mesa e depois só a direita, novamente as duas e depois só a direita.
· Dissociação entre mãos e pés: bater um pé e bater palmas, bater o outro e bater palmas.
Lateralidade
· Qual a sua mão direita?
· Qual a sua mão esquerda?
· Qual seu pé direito?
· Qual seu pé esquerdo?
· Qual seu olho direito?
· Qual minha mão esquerda?
· Qual minha mão direita?
Coloque a:
· Mão ESQUERDA no olho DIREITO
· Mão DIREITA no olho ESQUERDO
· Mão ESQUERDA na orelha DIREITA
· Mão DIREITA na orelha ESQUERDA
· Mão esquerda no olho ESQUERDO
· Mão DIREITA no olho ESQUERDO
Predominância lateral – Dominância da mão
· Atirar a bola
· Pregar um prego
· Escovar os dentes
· Pentear-se
· Girar o trinco da porta
· Escrever dominância do olho
· Telescópio (tubo de cartolina)
· Rifle
Dominância dos pés
· Chutar a bola
· Jogo de amarelinha
Esquema Corporal
· Peça à criança reconhecer as partes do corpo em si e no examinador. Se a criança tiver mais de 6 anos solicitar mais detalhadamente.
Orientação Espacial
Pesquisar com a criança noções de espaço 
· O que tem acima de você?
· O que tem abaixo de você?
· O que tem à sua frente?
· O que tem atrás de você?
· De que lado seu está o objeto?
Relação perto – longe 
· O que tem perto de você aqui na sala?
· O que tem longe de você aqui na sala?
· Você mora perto ou longe da cidade?
· A clínica é perto ou longe da sua casa?
· Qual das duas (casa ou clínica) é mais perto da cidade?
Orientação Temporal
Noção de velocidade 
· Peça para a criança andar devagar
· Peça para a criança andar bem depressa
· Peça para a criança andar de pressa e você faz o mesmo percurso a passos lentos e pergunta quem chegou primeiro e por quê?
· O que anda mais depressa: o coelho ou a tartaruga?
· Como você chega primeiro em um lugar, correndo ou pulando?
Noção de tempo 
· O que você estava fazendo antes de vir aqui?
· Qual o exercício que você fez antes deste?
· Para você entrar numa sala em que a porta está fechada, o que você precisa fazer?
· O que você fez depois que entramos aqui?
· O que você faz depois que põe o pijama?
· O que você faz antes do almoço?
· O que você faz depois do almoço?
Ritmo 
· Peça à criança que bata com o lápis sobre a mesa no ritmo dela
· Peça à criança que bata com o lápis na mesa em um ritmo lento e depois mais rápido.
· Peça à criança que escute bem e faça como o examinador. Suspenda após quatro estruturas erradas. (colocar um anteparo para que a criança não veja o lápis enquanto bate).
	Ensaio
	O
	O
	
	1ª sequência
	
	OOO
	
	2ª sequência
	
	OO
	OO
	3ª sequência
	
	O
	OO
	4ª sequência
	
	O	O
	O
	5ª sequência
	
	OOOO
	
	6ª sequência
	O	OOO
	
	
	7ª sequência
	OO	O
	O
	
	8ª sequência
	
	O	O O O
	
Nome:	 Examinador: 	
Data:	/	/
	Psicomotricidade - Condutas observadas
	Observação
	Coordenação fina
	Diacocinesia
	
	
	Pianotagem
	
	
	Cópia
	
	Coordenação global
	Andar livremente
	
	
	Pegar com as duas mãos
	
	
	Arremessar com uma das mãos
	
	
Equilíbrio dinâmico
	Trocar e jogar a bola
	
	
	Andar em linha reta
	
	
	Andar em linha curva
	
	
	Andar com um pé na frente do outro
	
	Equilíbrio estático
	Ficar parado em pé
	
	
	Manter-se em um pé
	
	
	Manter-se no outro pé
	
	
Dissociação
	Abrir e fechar as mãos juntas
	
	
	Abrir e fechar as mãos alternadas
	
	
	Dissociação entre mão DIREITA e ESQUERDA
	
	
	Dissociação entre mãos e pés
	
	
Lateralidade
	Simples em si
	
	
	Simples em outro
	
	
	Imitar gestos
	
	Predominância lateral
	Olhos
	
	
	Pés
	
	
	Mãos
	
	Esquema corporal
	Denominação em si
	
	
	Denominação o outro
	
	
Orientação espacial
	
Posição no espaço
	A
	
	
	B
	
	
	C
	
	
	D
	
	
	E
	
	
Relação perto longe
	A
	
	
	B
	
	
	C
	
	
	D
	
	
	E
	
	
	F
	
Orientação temporal
	
Noção de velocidade
	A
	
	
	B
	
	
	C
	
	
	E
	
	
	F
	
	
Noção de tempo
	A
	
	
	B
	
	
	C
	
	
	D
	
	
	E
	
	
	F
	
	
	G
	
Ritmo
	Próprio ritmo da criança
	A
	
	Ritmo lento e rápido
	B
	
	Imitar batidas do examinador
	C 1 2 3 4 5 6 7 8
O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA REALIZADO PELA CRIANÇA
História da escrita
A escrita, enquanto sistema semiótico usado para representar de forma gráfica a linguagem verbal, foi construída pela humanidade durante milhares de anos.
Para pessoas já alfabetizadas, parece fácil a compreensão de uma palavra, cada sinal gráfico corresponde a um som na mesma. Porém, esta compreensão alfabética da escrita não foi a primeira que surgiu na sua construção social (REGO, 1983).
O homem, na busca de uma comunicação mais duradoura, encontrou formas de se comunicar graficamente. Uma das formas de registro, mais antigas encontradas na história escrita é a Pictografia. Essa forma gráfica que não se refere diretamente à linguagem verbal, são desenhos figurativos usados como linguagem comunicativa (espécie de desenhos que representam objetos).
Na evolução de sua história, a escrita passou a ser utilizada como representação de ideias. Esta fase foi denominada Ideografia. Como o nome diz, os ideogramas não são apenas as ideias de objetos representados, são mais abstratos. Nesta etapa, o homem lançou mãoda arbitrariedade, passando a representar graficamente substantivos abstratos, o que era impossível na fase anterior. Exemplo: os chineses representam a cor vermelha com o desenho de uma rosa, uma cereja e um flamingo. Apesar do aprimoramento, nesta fase ideográfica a representação gráfica ainda não tinha relação com o som das palavras.
Depois deste momento, a evolução da escrita chega a representação da linguagem verbal articulada. Esta etapa foi denominada Logografia. Rego (1983), considera a Logografia como um grande passo para a história escrita, pois nela surgem as representações dos aspectos sonoros da palavra. Apesar de serem utilizados desenhos figurativos, eles não tinham a finalidade de representar o objeto em si e nem uma ideia, seu objetivo era combinar dois pictogramas com o intuito de representar dois ou mais segmentos sonoros de uma palavra. Esta representação não exigia uma correspondência som/símbolo. Um desenho ou um sinal podia representar um ou mais sons de uma palavra. Desta forma tornou-se possível representar graficamente outras palavras além dos substantivos. A Logografia surgiu na impossibilidade prática de uma representação icônica generalizada.
Esta preocupação de representar aspectos sonoros da palavra deu margem ao aparecimento da Fonografia, que tem como característica principal a representação da palavra em uma sequência fônica, fazendo corresponder para cada sílaba fonética, um grafema diferente, dando origem aos silábicos.
Os sistemas silábicos exigiam um número significativo de grafemas, tornando sua aplicação pouco prática.
A grande inovação da escrita Silábica se baseia numa análise da palavra enquanto forma linguística, isto é, sequência de sons, desmembrando-a em sílabas, que são unidades sonoras e não necessariamente unidades de significado.
Reduzindo de forma significativa os sinais a serem utilizados na escrita, surge a escrita Alfabética, na qual as letras constituem a representação de unidades mínimas das palavras, que são as formas. Este sistema de escrita proporcionou o aparecimento das leis de combinação, possibilitando representar todas as palavras utilizadas na linguagem verbal com poucos signos.
Esse breve histórico permite afirmar que a linguagem escrita é fruto de uma construção do homem, calçada nas necessidades de comunicação e perpetuação desta linguagem.
Emilia Ferreiro, Doutora da Universidade de Genebra, onde foi orientada e colaboradora de Jean Piaget, desenvolveu várias pesquisas sobre a comunicação da língua escrita em crianças. Segundo a autora, a criança constrói a linguagem escrita, passando em seu desenvolvimento pelas mesmas sequências e etapas que a humanidade passou para chegar ao sistema de escrita alfabética. Muito embora tenha constatado na análise de produção escrita que algumas crianças saltem etapas, observou-se também que uma etapa posterior nunca aparece antes de outra mais primitiva.
Psicogênese da linguagem
Emília Ferrero nasceu na Argentina em 1937, fez doutorado sob orientação de Piaget, na Universidade de Genebra, na área de Psicolinguística Genética. Publicou em coautoria com Ana Teberosky o livro “Los sistemas de escritura en el desarollo del niño”, e com Margarida Gomez Palácio, “Nuevas perspectivas sobre los processos de lectura y escritura.
As pesquisas de Ferrero indicam como a criança concebe o processo de escrita, o qual não é resultado de cópia de um modelo externo, mas é um processo de construção pessoal. As crianças reinventam a escrita, inicialmente precisam compreender o processo de construção e as normas de produção.
Segundo Ferrero, o processo de construção da escrita como a concebemos segue uma longa trajetória até chegar à leitura e a escrita. Na faixa dos seis anos, a criança faz a distinção entre texto e desenho, somente uma minoria não consegue fazer a distinção e, estatisticamente, esse número é maior em crianças pertencentes às classes sociais baixas, que tem menor contato com material escrito.
No processo descrito por Ferrero, as crianças percebem que para cada som, há uma determinada forma. As fases do processo são:
· Primeira fase: Dá-se início da construção. A criança tenta reproduzir os traços básicos da escrita com que elas têm contato. Nessa fase, o que vale é intenção da criança, ela elabora a hipótese de que a escrita dos nomes é proporcional ao tamanho do objeto e entende apenas sua própria escrita.
· Segunda fase: A hipótese é de que para ler coisas diferentes é preciso usar formas diferentes. A criança procura combinar as letras que é capaz de reproduzir.
· Terceira fase: São feitas tentativas de dar valor sonoro para cada uma das letras que compõe a palavra. Nessa fase, a criança usa formas gráficas para escrever palavras com duas sílabas.
· Quarta fase: Ocorre a transição da hipótese silábica para a alfabética. Nessa fase, ela concebe que escrever é representar progressivamente as partes sonoras das palavras, embora, não a façam corretamente.
· Quinta fase: A criança atinge o estágio da escrita alfabética. Ela compreende que para cada um dos caracteres da escrita há valores menores que a sílaba. A criança é capaz de formar a representação de inúmeras sílabas, mesmo daquelas sobre as quais não tenha se exercitado.
TABELA 1: CRITÉRIOS ESTABELECIDOS PARA APLICAÇÃO DA PROVA ESCRITA DE QUATRO PALAVRAS E UMA FRASE SEGUNDO FERREIRO E TEBEROSKY (1991)
	Avaliação da escrita (Ferreiro e Teberosky, 1991)
	Número de pontos
	Nível da escrita
	Características
	
4
	
Nível alfabético
	Cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores sonoros menores que a sílaba. Não atende à norma
Ortográfica
	
3
	Nível silábico– alfabético
	Manifestação alternante de valor silábico ou fonético para as diferentes letras
	
2
	
Nível silábico
	Cada letra vale por uma sílaba. Escrita com ou sem o predomínio do valor convencional
	
1
	
Nível pré-silábico
	Marcado por escritas que não apresentam nenhum tipo de correspondência sonora, isto é, sem relação com grafia
e som
	
0
	
–––––––––
	
Somente rabiscos
	Etapas da História Escrita
	Processo Construído pela Criança
	1ª Etapa
Pictográfica
	Desenho do objeto de forma livre, não havia convenção
	Desenhando o objeto a criança inicia sua construção gráfica representativa
	2ª Etapa
Ideográfica
	Desenho da ideia Inicia da convenção
	Distingue a diferença entre o desenho e a letra
Faz sua primeira descoberta: a convenção
	3ª Etapa
Logográfica
	Desenho do som Início da fonética
	Descobre que a palavra é o desenho do som e não do objeto
	4ª Etapa
Silábica
	Desenho arbitrário do som, onde cada sinal gráfico corresponde a um som
	Faz a hipótese silábica
Descobre a correspondência som/sinal gráfico
	5ª Etapa
Alfabética
	Redução de sinais Surgimento das leis de combinação Correspondência fonema/ grafema
	A criança faz sua mais importante descoberta: as leis da combinação
	Nível
	Categoria
	Subcategoria
	
1º Nível
Pré-silábico
	A – Grafismos primitivos, escritas unificadas ou sem controle de qualidade
	Grafismo primitivo Escritas unigráficas
Escritas sem controle de qualidade
	
	B – Escritas Fixas
	Escritas fixas com predomínio de grafias convencionais
	
	
C – Escritas diferenciadas (com predomínio de grafias convencionais)
	1. Sequência de repertório fixo com quantidade variável
	
	
	2. Quantidade constante com repertório
fixo parcial
	
	
	3. Quantidade variável com repertório
Parcial
	
	
	4. Quantidade constante com repertório de
posição variável
	
	
	5. Quantidade variável com repertório
Variável
	
	D – Escrita diferenciada com valor
sonoro inicial
	Quantidade e repertório variáveis e
presença de valor sonoro inicial.
	
2º Nível
Silábico
	
A – Escritas silábicas iniciais
	1. Escritas silábicas iniciais, sem o predomínio do valor sonoro convencional
	
	
	2. Escritas silábicas iniciais com valor sonoro convencional sem correspondência sonora
	
	
	3. Escritas silábicas iniciais com valor
sonoro em escritas e correspondência
	
	
B – Escritas silábicas com marcada exigência de qualidade
	1. Escrita silábica commarcada exigência de quantidades e sem predomínio do valor
sonoro convencional
	
	
	2. Escrita silábica com marcada exigência de qualidade e predomínio do valor sonoro
Convencional
	
	
C – Escritas silábicas escritas
	1. Escritas, sem predomínio do valor
sonoro convencional
	
	
	2. Escritas silábicas com predomínio do
valor sonoro convencional
	
3º Nível
Silábico
	
Escritas silábico-alfabéticas
	1. Escrita Silábico-alfabética sem predomínio de valores sonoros
	
	
	2. Escrita Silábico-alfabética com
predomínio de valores sonoros convencionais
	
4º Nível
Alfabético
	
Escritas alfabéticas
	Escritas alfabéticas em predomínio do valor sonoro convencional
	
	
	Escrita alfabética com falhas na utilização
dos valores sonoros convencionais
	
	
	Escritas alfabéticas com valor sonoro
AVALIAÇÕES PARA CRIANÇAS DE 6-7 ANOS DE IDADE
(Elaborado e cedido pelo CTM)
Organização sequencial
· Histórias em tirinhas
· Completar sentenças
· Avaliar as funções executivas, a atenção, a concentração, memória
Processamento auditivo
· Ritmos/sons
· Palavras simétricas
· Memória
Processamento visual
· Figuras incompletas
· Figura/fundo
· Reconhecimento de figuras e imagens
Processamento visuoespacial
· Copiar letras e palavras
· Compreensão de comando do enunciado
· Organização espacial
O que o profissional precisa observar e avaliar?
· Memórias (de todos os sentidos)
· Atenção
· Planejamento
· Funções executivas
· Organização execução
· Sequência lógica
· Linguagem
Desenvolvimento da linguagem X Desenvolvimento biológico
O desenvolvimento da linguagem obedece ao processo de desenvolvimento biológico da criança:
	Idade
	Observação
	Até 2 meses
	Chora e movimenta o corpo
	2 a 3 meses
	Produz sons
	4 a 7 meses
	Pronuncia sílabas
	8 a 12 meses
	Forma os primeiros vocábulos
	12 a 18 meses
	Apresenta vocabulário de 10 a 50 palavras
	2 anos
	Forma frases de 3 a 4 palavras
	3 anos
	Compreende quase tudo que ouve
	4 a 5 anos
	A linguagem da criança é parecida com a do adulto
Postura do profissional
· A primeira coisa a fazer é estimular a linguagem e corrigir o déficit linguístico.
· Deve-se evitar gritos.
· Falar devagar.
· Utilizar recursos verbais e imagens para o aprendiz fazer associações.
· A música e instrumentos musicais podem ser ferramentas de terapia na aprendizagem e desenvolvimento da fala e sons.
· Os estímulos sensoriais; visual, auditivo, tátil, vestibular e o proprioceptivo devem ser explorados.
NÍVEIS DE AQUISIÇÃO DA ESCRITA
1. Nível Pré-Silábico
Neste nível as escritas são alheias à busca de correspondência entre grafias e sons. A construção gráfica de um significado está determinada por outro tipo de considerações, como no caso da Pictografia e da Ideografia nas etapas da evolução escrita.
Grafismos primitivos, escritas unigráficas ou sem controle de qualidade
São classificadas nesta categoria:
· As escritas que não são formadas por grafias convencionais (letras e números).
· As que só se constituem de um elemento (convencional ou não).
· Aquelas em que não há limites a não ser que haja condições materiais para controlar a quantidade dos elementos da escrita
· Grafismo Primitivo: Nesta primeira subcategoria, observada por Emilia Ferrero, predominam as garatujas e pseudoletras. São os primeiros intentos para escrever. Exemplos:
	
	1. Brigadeiro
	
	2. Pipoca
	
	3. Suco
	
	4. Bis
· Escrita unigráfica: Caracteriza-se por utilizar só uma grafia para cada palavra ou frase a representar. Cada linha representa uma palavra ou frase.
· A quantidade é constante
· O repertório pode ser fixo (utilizado na mesma grafia)
· O repertório pode ser variável
A (brigadeiro)
L (pipoca)
F (suco)
C (bis)
– Escrita sem controle de quantidade: Precede o ato de escrever. Para cada palavra escreve-se uma linha com muitos símbolos, geralmente, iguais, tomando como referência o início e o fim da linha. É determinada pela observação que é o limite do papel que controla a quantidade de sinais a serem utilizados. Exemplos:
	
	1. Borboleta
	
	2. Peixe
	
	3. O gato bebe leite
	Fonte: nivelesdeescr.blogspot.com/2015/10/niveles-de-escritura-1.html
	
Escritas fixas
Estas escritas se utilizam grafias convencionais (na sua totalidade ou com pouquíssimas exceções) e pelo controle de qualidade desta grafia (não usa uma só letra, nem um número indeterminado). Não apresenta a exigência de diferenciar os sinais ao representar nomes diferentes. Cada letra não possui ainda valor sonoro por si só. Assim, a leitura permanece realizada de modo global (Picolli; Camini, 2013). Predomina a escrita em letra de imprensa maiúscula (Multieducação).
– Escrita fixa: A mesma série de letras, na mesma ordem, serve para representar diferentes nomes. A criança nesta subcategoria já adquiriu grafias convencionais, mas não usa para reproduzir diferenças objetivas em sua escrita. Exemplos:
	A O 8 (borboleta)
A O 8 (mar)
A O 8 (gato)
	A L N I (brigadeiro) A L N I (pipoca) A L N I (suco)
A L N I (bis)
Escritas Diferenciadas
Estas formas de escrita se utilizam, predominantemente, de grafias convencionais, utiliza o controle de qualidade e se preocupa em produzir diferenciações intencionais, muito embora não existe a compreensão de critérios de correspondência sonora.
– Quantidade constante com repertório fixo: Essa escrita mantém a quantidade de elementos gráficos, porém a mesma grafia é mantida no início, no final ou no meio da representação, servindo as demais para diferenciar.
– Quantidade variável com repertório fixo/parcial: Como na subcategoria anterior, aparecem constantemente algumas grafias, na mesma ordem e no mesmo lugar e outras grafias de formas diferentes, em ordens diferentes de uma representação para outra. A diferença está na quantidade de grafias, que não é sempre a mesma. Isso indica um elemento a mais para diferenciação. Exemplos:
S A M T (brigadeiro)
A M T (pipoca)
A M T S A (suco)
S A T (bis)
– Quantidade constante com repertório e posição variável: nestes casos a quantidade de grafia se mantém em todas as representações, porém se usam recursos de diferenciação qualitativa: trocam-se as letras ao passar de uma escrita para outra, ou troca-se a ordem das letras.
Exemplos:
H R U M (brigadeiro) A S G K (pipoca) O N B J (suco)
C F T V (bis)
· Quantidade variável e repertório variável: estas escritas expressam a máxima diferenciação controlada que permite o nível pré-silábico: variar a quantidade e o repertório para diferenciar uma escrita da outra. As variações na quantidade de grafia podem ter relação com o tamanho do objeto que se representa. Exemplos:
R A M Q N (brigadeiro) A B E A M F (pipoca) G E P F A (suco)
O S D L (bis)
· Escritas diferenciadas com valor sonoro inicial e/ou final: As diferenciações entre escritas se representam plenamente desenvolvidas nesta categoria, com o acréscimo de um dado importante, que é a presença de letra com correspondência sonora (uma só letra, quase sempre a primeira). Esta categoria é uma zona intermediária entre a ausência de correspondência sonora (nível pré-silábico). No entanto, a letra que inicia a escrita não é fixa nem aleatória, mas tem relação com o valor sonoro da primeira sílaba da palavra (prenúncio do nível silábico). Além disso a quantidade e o repertório são variáveis. Exemplos:
	I M S A B R O (brigadeiro)
	I B R N S A (pipoca)
	U R M T O (suco)
	I N B O X I X (bis)
2. NÍVEL SILÁBICO
Comparando com a evolução da escrita universal, este nível corresponde às etapas Logográficas e Fonográficas.
Quando a criança compreende que as diferenças das representações escritas se relacionam com as diferenças sonoras da palavra, busca descobrir que tipo de recorte da palavra é aquele que corresponde com os elementos da palavra escrita.
No nível silábico existe claramente esta tentativa de corresponder grafia e sílaba sonora (geralmente uma grafia para cada sílaba), o que não inclui problemas derivados de exigências de quantidade mínima de letras.
Escritas silábicas iniciais
Nesta categoria aparecem as primeiras tentativas de escrever designando

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