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Avaliação Diagnóstica Psicopedagógica Clínica ENTREVISTA COM O SUJEITO Nome: Data de nascimento: _ Idade: Escola Atual: Série: _ Período: Nome do Professor: O que disseram que você vinha fazer aqui? Por que você acha que veio aqui? Você acha que tem alguma dificuldade? Em que? Gostaria de fazer um trabalho comigo para verificarmos onde posso lhe ajudar? CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PROFISSIONAL PARA REALIZAÇÃO DO ATENDIMENTO PSICOPEDAGÓGICO São partes no presente instrumento particular de Contrato de Prestação de Serviço Profissional, de um lado, como CONTRATADO/A: ........................................................................ ........................................................................................................................................................, proprietário/a do Espaço Psicopedagógico .................................................................................... ........................................................................................................................................................, portador/a do RG .........................................................., CPF , CF ..................................................., inscrito/a na Associação de Psicopedagogia – Seção .........................., sob nº ......................., com certificado de pós-graduação Lato Sensu em Psicopedagogia, registrado no , sob nº ..........................................., fls. ........................................, livro , situado em ………....................................................………......................................................… e, de outro, como CONTRATANTE: O/A Sr./a ............................................................................... ........................................................................................................................................................, portador/a do RG .........................................................., CPF , residente e domiciliado/a na cidade de .......................................................................................... ............................................................., no , pelos serviços de atendimento Psicopedagógico pela profissional, o/a CONTRATANTE se compromete pagar ao/à CONTRATADO/A a importância de R$ , ............................................................................................... (reais) por cada encontro realizado. O valor total referente aos atendimentos fica no valor mensal de R$ R$ .................................................., (reais). NORMAS DE FUNCIONAMENTO: Temos por finalidade o esclarecimento de alguns critérios básicos que englobam o êxito do tratamento, a fim de estabelecer com esses procedimentos a igualdade de direito e deveres que norteiam nossos interesses comuns. DO PAGAMENTO 1. Deverá ser efetuado no primeiro dia de atendimento, o valor mensal pela quantidade total no mês. 2. O não comparecimento deverá ser informado com antecedência de no mínimo 24 horas, neste caso o valor é cobrado, tendo a possibilidade de reposição, mediante aos horários disponíveis. 3. O tempo de duração são de 50 minutos, ficando o atraso na responsabilidade do cliente 4. O não comparecimento sem justificativa por duas sessões consecutivas, implicará, na disponibilidade do horário. 5. Caso o não comparecimento seja do profissional, a sessão não será cobrada ou veremos a possibilidade de reposição. OBSERVAÇÕES 1. As sessões que incidirem nos dias feriados serão descontadas da mensalidade. 2. É necessário priorizar o dia e horário do seu atendimento, para que outras atividades não venham interferir na terapia. A SUA DEDICAÇÃO É IMPRESCINDÍVEL Cordialmente, .................................................................................. [Psicopedago/a] Estou ciente das normas de funcionamento. .........................................................., ........... de ............................ de ............ NOME DO CLIENTE ASSINATURA DO CLIENTE OU RESPONSÁVEL O QUE É ANAMNESE? É o levantamento de dados sobre todo histórico gestacional, familiar, social e escolar do avaliado. ANAMNESE PSICOPEDAGÓGICA DADOS DO ALUNO Nome: Data de nascimento: Idade: Sexo: ( ) F ( ) M Naturalidade: Nacionalidade: Nome da mãe: Nome do pai: Estado civil dos pais: casados ( ) divorciados ( ) outros ( ) Como a criança reagiu ao divórcio? Descreva os pais: Possui irmãos: sim ( ) não ( ) Quantos irmãos: Descreva os irmãos: Há alguma queixa familiar? Religião da família: DADOS DA ESCOLA Escola: Nível: fundamental ( ) médio ( ) superior ( ) Série: Histórico da escola (missão, visão, valores e proposta pedagógica): Formação técnica dos professores: Sistema de avaliação: Número de alunos por turma: Quem encaminhou o aluno? Qual a queixa? Disciplina/s em que a criança apresenta dificuldade/s: Metodologia de ensino do/s professor/es dessa/s disciplina/s. Como é feita a avaliação do aluno? Como é o relacionamento do professor/aluno? Como a criança se sente na presença do professor? A criança é reprimida ou tem liberdade para expressar suas ideias e opiniões? Explique. HISTÓRICO DE VIDA DO ALUNO A gravidez foi desejada? Sim ( ) Não ( ) Como foi a gestação e o parto? Amamentação? (assimilação/acomodação, afetividade) Peito ( ) Mamadeira ( ) Tem hora para comer? Sim ( ) Não ( ) Com que idade deixou as fraldas? Como lidou com essa mudança? EVOLUÇÃO PSICOMOTORA DA CRIANÇA Engatinhou? Sim ( ) Não ( ) Com que idade começou a andar? Como aprendeu a andar? ( ) Se sentia seguro OU ( ) Inseguro Como foi a brinquedos)? evolução dos movimentos (segurar colher, rabiscos, segurar É estabanado? Sim ( ) Não ( ) É agitado? Sim ( ) Não ( ) Brinca com segurança? Sim ( ) Não ( ) Tem medo de brincar no parque? Sim ( ) Não ( ) Com qual idade começou a falar? Sim ( ) Não ( ) Falavam para ele/ela repetir? Sim ( ) Não ( ) Ele trocava as letras? Sim ( ) Não ( ) Quais letras? Sim ( ) Não ( ) Era corrigido? Sim ( ) Não ( ) Atualmente, ainda troca letras? Sim ( ) Não ( ) Consegue contar uma história com começo, meio e fim? Sim ( ) Não ( ) Dorme quantas horas por dia? Dorme tranquilo? Sim ( ) Não ( ) Tem sono é agitado? Sim ( ) Não ( ) Tem pesadelos? Sim ( ) Não ( ) Dorme sozinho? Sim ( ) Não ( ) Tem medo de dormir sozinho? Sim ( ) Não ( ) Que horas acorda? Que horas vai dormir? HISTÓRIA CLÍNICA DA CRIANÇA Tem problema respiratório (bronquite, asma)? Sim ( ) Não ( ) Alergias? Se sim, quais? Sim ( ) Não ( ) Internações? Sim ( ) Não ( ) Cirurgias? Sim ( ) Não ( ) Tem problemas de visão? Sim ( ) Não ( ) Tem problemas de audição? Sim ( ) Não ( ) Outros tratamentos: ASPECTOS DE RELACIONAMENTO A criança gosta de chamar a atenção para si? Sim ( ) Não ( ) Tem dificuldade de dividir brinquedos? Sim ( ) Não ( ) Apresenta mudança de comportamento variando o humor sem motivo aparente? Sim ( ) Não ( ) Aceita ser disciplinado? Sim ( ) Não ( ) Respeita as regras impostas? Sim ( ) Não ( ) ASPECTO DE RACIOCÍNIO A criança reconhece quando erra? Sim ( ) Não ( ) Tenta justificar os erros? Sim ( ) Não ( ) Presta atenção quando é solicitada? Sim ( ) Não ( ) Compreende o que é solicitado? Sim ( ) Não ( ) Acompanha o curricular escolar proposto? Sim ( ) Não ( ) ASPECTO DA LINGUAGEM ORAL Presta atenção a detalhes quando faz a leitura? Sim ( ) Não ( ) Expressa seu pensamento com sequência lógica? Sim ( ) Não ( ) Apresenta inibição ao falar? Sim ( ) Não ( ) Troca letras ou fonemas ao falar? Sim ( ) Não ( ) Expressa suas ideias com segurança? Sim ( ) Não ( ) ASPECTO DA LINGUAGEM ESCRITA Apresenta letra legível? Sim ( ) Não( ) Orientação espacial? Sim ( ) Não ( ) Omite letras? Sim ( ) Não ( ) Repete letras? Sim ( ) Não ( ) Obedece ao sentido lógico? Sim ( ) Não ( ) Apresenta noção de realidade/fantasia? Sim ( ) Não ( ) DADOS DA FAMÍLIA Os pais brigam na frente da criança? Sim ( ) Não ( ) Corrigem a criança na frente dos outros? Sim ( ) Não ( ) Como é o critério de disciplina na família? A família é harmônica? Sim ( ) Não ( ) Os pais costumam brincar com os filhos? Sim ( ) Não ( ) A criança demostra alegria em casa? Sim ( ) Não ( ) A criança apresenta ciúme ou inveja? Sim ( ) Não ( ) A criança apresenta isolamento ao contato social? Sim ( ) Não ( ) AVALIAÇÃO DA CRIANÇA Qual a percepção que a criança tem de si? A criança consegue descrever a família? Sim ( ) Não ( ) Qual é a percepção que ela tem da sua família? Qual é a percepção que ela tem da escola? Como a criança se imagina no futuro? A criança tem brinquedos pedagógicos? Sim ( ) Não ( ) Tem acesso a livros? Sim ( ) Não ( ) Tem acesso a brinquedos eletrônicos? Sim ( ) Não ( ) Como é a alimentação? SITUAÇÕES VIVIDAS PELA CRIANÇA Nascimento de irmãos? Sim ( ) Não ( ) Mudança de escola? Sim ( ) Não ( ) Mudança de cidade/país? Sim ( ) Não ( ) Desemprego? Sim ( ) Não ( ) Separação? Sim ( ) Não ( ) Apresenta noção de realidade/fantasia? Sim ( ) Não ( ) Morte? Se sim, de quem? Como a criança se comportou? Sim ( ) Não ( ) Há alguém que “protege” a criança quando é disciplinada? Sim ( ) Não ( ) A criança relaciona-se bem com o pai? Sim ( ) Não ( ) A criança relaciona-se bem com a mãe? Sim ( ) Não ( ) Quem a ajuda nas tarefas escolares? Sim ( ) Não ( ) Qual o programa de TV preferido da criança? Sim ( ) Não ( ) Orientações aos pais: .........................................................., ........... de ............................ de ............ (carimbo e assinatura do/a profissional) Avaliação Cognitiva A avaliação cognitiva serve para detectar dificuldades de aprendizagem, nível de desenvolvimento intelectual, nível de percepção visual, auditiva, raciocínio lógico e matemático, capacidade de interpretação e compreensão, capacidade de autonomia, planejamento e execução de tarefas, organização, tomada de decisão, memórias (sensoriais, de trabalho, curto prazo, longo prazo), leitura, escrita, vocabulário, etc. 1. Consignas e Intervenções As consignas e intervenções possibilitam observar: · A possibilidade de mudança de conduta; · A desorganização ou reorganização do sujeito; · As justificativas verbais ou pré-verbais; · A aceitação ou a recusa do outro (assimilação, acomodação, introjeção, projeção). Tipos de consignas e intervenções: · De abertura: “Gostaria que você me mostrasse o que sabe fazer, o que lhe ensinaram e o que você aprendeu. Esse material é para que você utilize como desejar, pode escolher e usar o que quiser”. Para mudança de atividade: · Consigna aberta: “Gostaria que você me mostrasse o que quisesse com esses materiais”. · Consigna fechada: “Gostaria que você me mostrasse outra coisa que não seja (...)” ou “Gostaria que você me mostrasse algo diferente do que já me mostrou”. · Consigna direta: “Gostaria que me mostrasse algo de... (matemática, escrita, leitura)”. · Consigna múltipla: “Você pode ler, escrever, pintar, recortar desenhar, etc.?” · Consignas para pesquisa: “Para que serve isto, o que você fez, que horas são, que cor você está utilizando?”. As respostas geralmente após a consigna de abertura são: a) Sujeito começa a fazer algo (desenha, pinta, recorta, etc.) b) Pede que lhe indique o que precisa fazer, ao que se responde: “O que você quiser”. c) Fica totalmente paralisado sem poder reagir. Mesmo diante do modelo múltiplo não realiza nada. Qualquer uma das respostas já são dados significativos para a avaliação. Quando o entrevistado apresenta alguma produção, é aconselhável que se incida sobre ela, perguntando, argumentando, investigando, apresentando um problema, pedindo que relate o que leu, escreveu ou desenhou. Observa-se o grau de mobilidade e de modificabilidade1 do entrevistado. Fatores de observação durante a EOCA Por meio da observação do tema, da dinâmica e do produto, pode se observar o sintoma e as causas históricas coexistentes (ansiedade, defesa, funções, nível de pensamento utilizado, grau de exigência, aquisições automáticas, aspectos da lateralidade, organização, ritmo de trabalho, interesses, etc). Estes três níveis de observação são indicadores do primeiro sistema de hipóteses: · Temática: Consiste em tudo que o sujeito diz, o que terá, como toda conduta humana, um aspecto manifesto e outro latente. · Dinâmica: Consiste em tudo que o sujeito faz e não é estritamente verbal: gestos, tom de voz, postura corporal, a forma de sentar ou de pegar o lápis etc. podem ser mais reveladoras que os comentários e até mesmo que o produto. · Produto: É o que o sujeito deixa gravado no papel, na dobradura, na colagem etc, incluindo a sequência em que foram feitos. Dimensão afetiva Alguns indicadores: · Alterações no campo geográfico e o de consciência (distração, inadequação da postura, fugas etc.) · Aparecimento de condutas defensivas (medos, resistência à tarefas, à mudanças, à ordens etc.) 1 Modificabilidade Cognitiva Estrutural (MCE) consiste na capacidade que o organismo humano possui de mudar a estrutura do seu funcionamento, considerando a inteligência como um processo dinâmico de autorregulação apto para dar respostas aos estímulos ambientais. · Ordem e escolha dos materiais. Aparecimento de condutas reativas (choro, ansiedade etc.) Dimensão cognitiva Alguns indicadores: · Leitura dos objetos e situação. · Utilização adequada dos objetos. · Estratégias utilizadas na produção de tarefas. · Organização Planejamento da atividade (antecipação). · Nível de pensamento utilizado. 2. Postura do Examinador · Deve ser um mero observador da conduta do avaliado, participando com intervenções somente quando achar necessário. · Lança mão de vários tipos de consignas para maior riqueza das observações. · Colocar limites quando achar necessário. · Quando o avaliado apresenta dificuldades para entrar na tarefa, deverá utilizar consigna múltipla para facilitar a decisão do avaliado. · Caso o avaliado permaneça sem iniciativa, devemos lembrar também que esta também é uma postura a ser analisada, é uma forma de agir frente a situações novas, deve ser avaliada em seus vários fatores. · Se necessário, pode ser feitas mais de uma entrevista de EOCA. 3. Formas de Registro · Papel pautado dividido em duas colunas, sendo a da esquerda maior, pois servirá para as anotações do que ocorrerá na entrevista e a coluna da direita para anotações das hipóteses levantadas. · Deve-se anotar tudo que ocorrer, postura, ações, palavras, frases etc. 4. Levantamento das Hipóteses As hipóteses serão levantadas de acordo com as observações feitas durante a entrevista. Levando-se em conta as três linhas de pesquisa que serão realizadas: cognitiva, afetiva e orgânico-funcionais. Quando as hipóteses nos levarem a uma área específica (por exemplo: psicologia, fonoaudiologia, neurologia etc.), deve-se pedir a avaliação de um profissional competente, sempre que possível. Quando respondemos essas perguntas, temos o estilo de aprendizagem do avaliado. Também podemos fazer a avaliação pelo modelo EOCA, o modelo Quadrante de Hermann, modelo de Kolb, modelo de Gardner, modelo Programação Neurolinguística ou modeloFelder e Silveman. Modelo Avaliação do Estilo de Aprendizagem EOCA Serve para investigar o modelo de aprendizagem do sujeito, os vínculos que possui com os objetos e os conteúdos da aprendizagem. É oportunidade para observar condutas evitativas e como enfrenta desafios. Material: Crianças menores: massa de modelar, cubos, jogos de encaixe, livros. Crianças maiores: folhas lisas, folhas pautadas, lápis, borracha, régua, compasso,lápis de cor, canetinha, cola, livro, revista, jogos. Adolescentes e adultos: conversação e atividades como jogos, teste da árvore, casa, família. Psicopedagogo: Ponha o material sobre a mesa e peça para o aprendiz para iniciar a EOCA. CHECK LIST 1. Você sabe por que está aqui? Ansiedade Sim ( ) Não ( ) Expectativa Sim ( ) Não ( ) 2. Identifique o material que está sobre a mesa (dar nome aos objetos) Observador Sim ( ) Não ( ) Nomeia tudo Sim ( ) Não ( ) Apresenta dificuldade em lembrar-se dos nomes dos objetos Sim ( ) Não ( ) Possui fala infantilizada Sim ( ) Não ( ) 3. Gostaria de saber o que você sabe fazer com o material que está sobre a mesa Como é sua postura (ao sentar)? Qual material evita? Qual sua preferência? Terminou o que começou? Sim ( ) Não ( ) Mexe em tudo e nada realiza? Sim ( ) Não ( ) Evita tocar os objetos? Sim ( ) Não ( ) É ansioso/a? Sim ( ) Não ( ) 4. Converse com o aprendiz sobre o que ele produziu. Peça que continue mostrando o que mais já aprendeu. O aprendiz continuou a mesma atividade? Sim ( ) Não ( ) Ficou falando coisas que nada se relacionava com a atividade? Sim ( ) Não ( ) Se nega a ler ou escrever? Sim ( ) Não ( ) O aprendiz ficou paralisado? Sim ( ) Não ( ) 5. Observar a modalidade da aprendizagem O aprendiz é tímido, não explora os objetos, fica na mesma atividade sempre? Sim ( ) Não-hipoassimilativo ( ) O aprendiz apresenta dificuldade em estabelecer vínculos emocionais e cognitivos, fica na mesma atividade? Sim ( ) Não-hipoassimilativo ( ) O aprendiz tem dificuldade em criar ou prefere copiar? Sim ( ) Não-hipoassimilativo ( ) 6. O aprendiz: Articula o pensar como fazer? Sim ( ) Não ( ) Dificuldades com planejamento e organização? Sim ( ) Não ( ) Planeja bem? Sim ( ) Não ( ) Medo/resistência em utilizar os materiais? Sim ( ) Não ( ) Prefere conversar a produzir algo? Sim ( ) Não ( ) Descontentamento com suas produções? Sim ( ) Não ( ) Perfeccionismo (auto exigência)? Sim ( ) Não ( ) Problema na visão/fala? Sim ( ) Não ( ) Necessidade em agradar? Sim ( ) Não ( ) Dificuldade com a coordenação motora? Sim ( ) Não ( ) Suspeita de dislexia? Sim ( ) Não ( ) Suspeita de TDAH? Sim ( ) Não ( ) Outras hipóteses: .........................................................., ........... de ............................ de ............ (carimbo e assinatura do/a profissional) Nome do/a Profissional MODELO DE CHECKLIST DE PROVAS OPERATÓRIAS DE PIAGET Diagnóstico Operatório Após intensas pesquisas, Jean Piaget e colaboradores, elaboraram as provas do diagnóstico operatório que determinam o grau de aquisição de algumas noções chaves do desenvolvimento cognitivo, tais como: noção de tempo, espaço, conservação, causalidade, número etc. Por meio das provas operatórias é possível detectar o nível da estrutura cognitiva com a qual o sujeito opera diante da situação apresentada, ou seja, o nível de pensamento alcançado pelo sujeito. As idades cronológicas apresentadas para os diversos níveis de desenvolvimento estão relacionadas às condições socioculturais. Momento do Diagnóstico 1. Vínculo. 2. Clarear o que se vai fazer. 3. Apresentação do material da prova. (Quando o sujeito manuseia deve-se ouvir o que ele diz) 4. A ordem ou consigna. 5. A pergunta propriamente dita não precisa ser translúcida que dirija ou direcione a resposta. 6. Resposta. 7. Primeira transformação do objeto, introdução de uma variável nula, ou seja, não transforma o aspecto considerado. 8. Pedido de argumentação. 9. Resposta argumentada por: · Identidade: Quando o sujeito percebe que não se acrescenta nada ao material utilizado. · Identidade subjetiva: Quando o sujeito identifica que a quantidade de material dada possui a mesma quantidade. · Reversibilidade: Quando o sujeito argumenta “se você voltar a forma antiga”. · Compensação: Quando o sujeito argumenta compensando as diferenças das formas apresentadas: “é mais comprida; mais larga etc”. Pode ser conservadora ou não. 10. Contra argumentação: Pode-se contradizer o pensamento exprimido pelo sujeito (tentar levar em consideração o ponto de vista do sujeito e pesquisar se a resposta tem um esquema ou é por mero acaso). 11. Justificação: Resposta do sujeito, pode ser conservadora ou não. 12. Segunda transformação 13. Sequência dos passos anteriores Observações: Quando o sujeito, na argumentação ou justificativa, responde “não sei”, pode ter dificuldades no aspecto operativo, possui a imagem, mas não opera mentalmente, ou pode estar no nível intermediário entre um período e outro. Provas Horizontais 1. Seriação 2. Números pequenos 3. Dicotomia · Quantidade e inclusão de classes · Interseção de classes · Transvasamento de líquidos · Massa · Peso · Comprimento · Espaço unidimensional · Superfície · Espaço bi e tridimensional · Substâncias homogêneas 4. Provas complementares e suplementares: são provas para avaliar os patamares intermediários mais sutis, para se saber se o sujeito está longe ou perto do nível. · Peso (complementar heterogêneo) · Ilhas · Combinações e permutações PROVAS DO DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO Atualmente, as provas do diagnóstico operatório foram selecionadas por pesquisas baseadas nos trabalhos de Bärbel Inhelder2 e são assim relacionadas: 1. Provas de Classificação: Avaliam o domínio do sujeito a respeito da classificação. São elas: conservação do número, matéria e líquido. 2. Provas de Seriação: Consta de 10m palitos graduados para serem organizados segundo seu tamanho. 3. Mudança de critério ou Dicotomia: Consta de fichas com os atributos de cor, forma e tamanho, que devem ser destacados pelo sujeito, conforme ordem dada. 4. Qualificação da inclusão de classes: Esta prova pode ser realizada com flores, como o original, ou com animais ou frutas, pois permite avaliação da qualificação inclusiva a respeito das classes com os elementos das subclasses. 5. Interseção de classes: Nesta prova se investiga o grau de operatividade a respeito das operações lógicas no trato com as classes. 6. Conservação: A conservação diz respeito a igualdade e possibilita a percepção de que mesmo diante de transformações o objeto conserva sua identidade, integridade ou qualidade em questão. Estas questões são importantes para os processos reguladores das atividades do sujeito em sua adaptação frente a realidade. O que se observa nestas provas é o êxito ou não na variável quantitativa em conteúdos distintos. Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos: Prova das fichas ou dos números, possibilita a verificação da conservação da equivalência numérica com quantidades discretas, apesar das transformações que foram expostas. Parte-se da correspondência termo a termo. Conservação da quantidade de líquido: Prova do transvasamento de líquido, investiga-se o grau de conservação com um material físico continuo em diversas variáveis. Composição da quantidade de líquido. Nesta prova o sujeito deve encontrar a solução num processo de síntese, diferente do anterior que era por meio da análise do material. Conservação da quantidade de matéria: Prova da massa que utiliza um novo material (massa de modelar), mas está correlacionada a anterior. 2 Bärbel Elisabeth Inhelder (1913-1997) foi uma psicóloga suíça mais conhecida por seu trabalho Jean Piaget e suas contribuições para o desenvolvimento infantil. Conservação de peso: Esta prova tem êxito no segundo nível das operações concretas e indaga sobre o grau de aquisição da invariância de peso. Conservação de volume: Esta conservação é alcançada por volta dos 11 a 13 anos dentro do período das operações concretas. Conservação de comprimento: Esta prova é somente administrada somente quando o sujeito atingiu a conservação das equivalências numéricas, pois ela estuda a capacidade dos mesmos a respeito da transposição ou reconstrução deste conhecimento ao nível da conservação de um contínuo unidimensional– o comprimento e a largura. 7. Provas do pensamento formal ou Hipotético dedutivo: São as provas de combinatórias entre os elementos, que possibilitam perceber se o sujeito alcançou o nível de pensamento formal, apesar do material ser concreto, a formulação do pensamento exige um sistema de lógica proporcional. APLICAÇÃO DAS PROVAS As provas consistem em situações experimentais elaboradas, contudo a técnica utilizada nessas provas é igual a todas basicamente. Consta em se interrogar o avaliado frente aos fenômenos observáveis e/ou manipuláveis a partir dos quais se leva o sujeito a raciocinar. Variam somente segundo a natureza lógica dos problemas ou de fenômenos físicos. Quadro de seleção de provas conforme a idade Até 6 anos · Provas de conservação: de pequenos conjuntos discretos de elementos da quantidade de líquido. · Provas de classificação: de mudanças de critério ou dicotomia. · Provas de seriação. 6 a 7 anos · Provas de conservação: de pequenos conjuntos discretos de elementos da quantidade de líquido, da quantidade de matéria, da composição da quantidade de líquido. · Provas de classificação: de mudanças de critério ou dicotomia, interseção de classes ou qualificação da inclusão de classes. · Provas de seriação. 8 a 9 anos · Provas de conservação: da largura, de peso, do volume. · Provas de classificação: interseção de classes ou qualificação da inclusão de classes. · Provas de seriação. 10 a 12 anos · Provas de conservação: da quantidade de matéria, da largura, da composição da quantidade de líquido, de peso. · Provas de classificação: interseção de classes ou qualificação da inclusão de classes. 12 anos em diante · No caso de se obter êxito na prova de conservação de volume, administra-se as provas para o pensamento formal. Nome: Data: Idade cronológica: Quadro de resultados esperados das provas conforme a idade Prova Não conservação Conduta intermediária Conservação Conservação de quantidades 4-5 anos 5-7 anos A partir de 7 anos Classificação 4-5 anos 5-6 anos A partir de 6 anos Seriação 3-4 anos 6 anos (Tateamento) 7-8 anos Inclusão de classes 5-6 anos 6-7 anos 7-8 anos Transvasamento de líquidos 5-6 anos 6-7 anos A partir de 7 anos Composição quantidade de líquidos 5-6 anos 6-7 anos A partir de 7 anos Conservação quantidade matéria 5-6 anos 6-7 anos A partir de 7 anos Conservação de superfície 5-6 anos 6-7 anos A partir de 7 anos Conservação de peso 6-7 anos 7-8 anos A partir 8-9 anos Conservação de comprimento 6-7 anos 7-8 anos A partir 8 anos Interseção de classe 4-5 anos 6 anos 7-8 anos Conservação de volume 7-8 anos 9-10 anos 11-12 anos Composição de pesos 7-8 anos 9 anos 10-12 anos Combinação de fichas Permutação de fichas Fases de desenvolvimento segundo Piaget Nível Observações Pré-operatório Intuitivo global Intuitivo articulado Operatório Operatório-concreto Concreto hipotético Operatório-formal Dedutivo ou formal O DESENHO INFANTIL NA AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA Os estudos sobre o desenho infantil vêm ganhando destaque por diferentes pesquisadores, que analisaram o desenvolvimento das crianças e identificaram inúmeras concepções pedagógicas, de forma a compreender o que ocorre quando elas desenham. O desenho como primeiro meio pelo qual a criança se expressa significativamente, visto que, primeiramente por meio das garatujas ou rabiscos, isto é, seus primeiros registros, ela manifesta sua particularidade e seu próprio padrão de expressão. As crianças aperfeiçoam sua capacidade de criar, entrando em contato com o seu mundo imaginário e representando sua realidade. Dessa forma, o desenho infantil pode revelar o grau de maturidade, do equilíbrio emocional e afetivo, bem como do desenvolvimento motor e cognitivo da criança. Por meio do desenho, a criança (re)cria suas próprias formas expressivas, integrando percepção, imaginação, sensibilidade e reflexão, noções que podem ser exploradas para avaliação psicopedagógica. Dessa forma, considerar os desenhos infantis como material de análise é pertinente, pois assim como a escrita, a evolução do desenho se configura por etapas. Assim, é fundamental que o profissional compreenda as características da trajetória construída segundo o desenvolvimento simbólico das crianças. FASES DO DESENHO INFANTIL SEGUNDO PIAGET Segundo Piaget, a criança desenha, elaborando conceitualmente objetos e eventos, isto é, ela desenha “mais o que sabe do que realmente consegue ver”. Daí a relevância de se compreender o processo de construção do desenho junto ao enunciado verbal que nos é dado pelo sujeito. 1ª Fase) GARATUJA · Período Sensório-motor (0 a 2 anos de idade). · A figura é inexistente, a criança utiliza a imaginação, por imaturidade da coordenação motora, o desenho é desordenado. 2ª Fase) PRÉ-ESQUEMATISMO · Período pré-operatório (2 a 7 anos de idade). · A criança consegue fazer relação entre desenho, o pensamento e a realidade, porém, os desenhos ainda são dispersos. · As cores não possuem relação com a realidade, mas com os sentimentos. · A figura humana está relacionada com a maturação da percepção e desenvolvimento cognitivo. 3ª Fase) ESQUEMATISMO · Período operatório-concreto (7 a 12 anos de idade). · A criança começa a expressar suas experiências, a percepção começa a amadurecer. · Utiliza a linha como base e começa a perceber o espaço, o conceito de figura humana, mas ainda apresenta exageros, omissões e as cores são relacionadas ao estado de emoção. 4ª Fase) REALISMO · Corresponde também ao período operatório-concreto (7 a 12 anos de idade). · É a fase da transição das operações concretas para as formais. · Nesta fase, a criança apresenta noção de espaço, abandona as linhas como base, a figura humana apresenta roupas e formas. 5ª Fase) PSEUDONATURALISMO · Período operatório-formal (+ de 12 anos de idade). · Nesta fase, o adolescente não utiliza o abstrato e desenho espontâneo. · O desenho segue a personalidade, utilizam formas da sua personalidade. · O visual está relacionado com a realidade e suas emoções. · O desenho assume a comunicação sem palavras, expressa sentimentos, inteligência, nível da maturação neurológica. FASES DO DESENHO INFANTIL SEGUNDO LOWENFELD Apesar da criança já possuir a inteligência representativa, não é capaz de fazer de conta no plano gráfico. Esta defasagem ocorre por conta da construção do símbolo no bidimensional ser mais complexa do que a partir do próprio corpo. Assim, a mesma criança que é capaz de fazer de conta que alimenta sua boneca por meio de jogo simbólico, usando símbolos, não sabe ainda desenhar símbolos que tomam uma coisa por outra. Quando desenha sua ação sobre o plano gráfico é, portanto, pré-simbólica. Viktor Lowenfeld3 (1970) estudou o desenho infantil, em especial a fase pré- simbólica, relacionando-o nas seguintes fases: 1ª Fase) RABISCAÇÃO DESORDENADA OU GARATUJA · 2 a 4 anos de idade. · A criança desenha sem intenção alguma de escrever ou desenhar, apenas pelo prazer de rabiscar. · Dentro desse mesmo estágio há ainda a Rabiscação Longitudinal e a Rabiscação. 3 Viktor Lowenfeld (1903-1960) foi professor de educação artística na Pennsylvania State University . Suas ideias influenciaram muitos educadores de arte nos Estados Unidos do pós-guerra. Ele defendia que as "maneiras pelas quais crianças em diferentes estágios de desenvolvimento artístico devem ser estimuladas por meios e temas apropriados, e (...) o currículo (...) guiado principalmente por considerações desenvolvimentistas". Rabiscação Longitudinal: A criança aprecia seus traçados e observa suas produções (movimento intencional). Ela não abandona as garatujas, mas já aparecem bolinhas, cruzes, quadrados etc. (símbolos praticamente isolados). Rabiscação: A criança nomeia seus desenhos e traça o que imagina e o que viveu, por meio do simbolismo. A figura humana já é perceptível, ela fecha os seus traços para formar braços, pernas, cabeça, de forma queesses são para abraçar, caminhar e pensar. Elas conseguem reconhecem para que servem os desenhos. A fabulação se inicia, evidenciando a criatividade e invenção da criança. 2ª Fase) FIGURAÇÃO PRÉ-ESQUEMÁTICA · 4 a 7 anos de idade. · A criança começa a utilizar representações simbólicas. · Utilizam variedade de traços (linhas, círculos, formas ovais) que podem ser caracterizados como membros de suas figuras, por exemplo: braços, pernas, olhos, cabeça. 3ª Fase) FIGURAÇÃO ESQUEMÁTICA · 7 a 9 anos de idade. · A criança começa a utilizar representações simbólicas e faz relações de referências socioculturais, para desenharem casas, pessoas, animais etc. · Utilizam variedade de traços (linhas, círculos, formas ovais) que podem ser caracterizados como membros de suas figuras, por exemplo: braços, pernas, olhos, cabeça. 4ª Fase) FIGURAÇÃO REALISMO · 9 a 12 anos de idade. · A criança começa a apresentar conceitos de formas, se encontra mais detalhista, desenhando tudo o que vê. · Há distinção no tamanho dos objetos, compreendendo que o que está na frente é maior e esconde o que está atrás. 5ª Fase) PSEUDOREALISMO · 12 anos de idade em diante. · O adolescente se preocupa com a perfeição e a profundidade do desenho, o que torna esse mais elaborado. Diante de tudo que foi exposto, o que se deve avaliar no desenho? · O estado emocional da criança pelas cores e estilística do desenho. · O nível intelectual em que se encontra. · A maturidade da percepção visual. · O nível de socialização da criança e quais patologias estão relacionadas. · A coordenação motora e patologias relacionadas, dentre outros. CHECK-LIST DA AVALIAÇÃO DO DESENHO LIVRE Serve para investigar a maturidade psicomotora e o nível de aprendizagem do aluno bem como a as emoções: como se sente, como se vê dentro do cenário, contexto etc. CHECK LIST Tamanho de desenho ( ) Pequeno ( ) Grande Tamanho das personagens ( ) Pequeno ( ) Grande Quem aparece maior? Quem não aparece no desenho? Exemplo: pai, mãe, irmão etc. Distanciamento das personagens: ( ) Separados por alguma barreira ( ) Presos em quadrados As personagens: ( ) Possuem pés e mãos ( ) Não possuem pés e mãos Faltam olhos, orelha e/ou boca ( ) Sim ( ) Não O desenho condiz com o que foi pedido? ( ) Sim ( ) Não (Se a resposta for não, pode indicar conduta evitativa relacionada à situação solicitada) O sujeito a ser solicitado: Se recusa a desenhar ( ) Sim ( ) Não Se recusa a escrever ( ) Sim ( ) Não Usa borracha ( ) Sim ( ) Não Posição do desenho na folha ( ) Superior - Exigente ( ) Inferior - Impulsivo ( ) Direita – Progressivo ( ) Esquerda - Regressivo ( ) Superior Direita / Exigente - Progressivo ( ) Superior Esquerda / Exigente - Regressivo ( ) Inferior Direita Impulsivo - Progressivo ( ) Inferior Esquerda Impulsivo - Regressivo Fonte: Visca, 2008, p.23 Se a pessoa for alfabetizada peça para escrever os nomes no desenho ou falar algo. Se ela se negar, não deve forçar, pois pode estar relacionado a algum conflito que não deseja relembrar. Posição do desenho na folha (O título revela o vínculo estabelecido com a aprendizagem, se condiz com o desenho) O sujeito apresenta criatividade ao escolher o título? ( ) Sim ( ) Não O título foi pouco elaborado? ( ) Sim ( ) Não Relato do desenho Boa expressão oral? ( ) Sim ( ) Não Existe negação e repressões? ( ) Sim ( ) Não Conclusões: PROVAS PROJETIVAS As provas projetivas são utilizadas no contexto psicopedagógico como um meio de analisar e depurar o sistema de hipóteses. Elas devem ser aplicadas quando há suspeita de implicações emocionais ou vínculos negativos com a aprendizagem. Ao ser submetido à prova projetiva, o sujeito projeta para fora de si o que se recusa a reconhecer em si mesmo ou o ser em si. Segundo Piaget “por meio do jogo simbólico, a criança no período pré-operatório assimila o real ao eu e consegue com este artifício suportar suas vivências pessoais e familiares, seus conflitos e problemas”. Por meio das provas projetivas pretende-se que haja a manifestação do inconsciente, sem medos e/ou repressões. Aparecem aqui, através de estímulo, manifestações inconscientes com marcas deixadas pelas vivências dos sujeitos. Nesse sentido, ao aplicar as provas projetivas, o profissional deve ter a clareza de que elas expressam uma realidade subjetiva relacionada com a vivência particular do sujeito. Não se trata da realidade como ela é, mas a realidade que o sujeito vê. Assim, as provas projetivas devem ser adaptadas ao tipo de investigação que se pretende realizar e a especificidade do sujeito. As provas projetivas psicopedagógicas foram organizadas pelo professor Jorge Visca (1935-2000) 4 e, segundo ele, são recursos, dentre outros, para a compreensão de variáveis emocionais que condicionam a aprendizagem positiva ou negativamente. O objetivo de se utilizar uma prova projetiva psicopedagógica é verificar as significações do ato de aprender e as relações vinculares que se formam com o conhecimento e as figuras ensinantes. A criança brinca para reviver momentos felizes e prazerosos ou para elaborar seus traumas e desprazeres, o desenho é um dos instrumentos que o profissional poderá utilizar para avaliação da subjetividade, ou seja, no desenho e na brincadeira a criança revela dados importantes do seu dia a dia, dos seus impulsos inconscientes e da sua personalidade. A prova projetiva serve para detectar bloqueios emocionais, dificuldades de aprendizagem causadas por influência psicológica. Dessa forma, é necessário fazer a análise do desenho minuciosamente, considerando os traços, a idade da criança, o tamanho do desenho, o lado, o ano que está cursando. Lembrando que existem testes da árvore, da casa, dos animais, etc. Segundo Freud, os mecanismos de defesa são proteções inconscientes do ego para bloquear tudo que possa gerar sofrimentos, angústias, solidão, esses mecanismos são encontrados em todos os seres humanos. Para Freud, esses 4 Jorge Visca é um psicólogo social argentino, divulgador da Psicopedagogia no Brasil. Formulou a Epistemologia Convergente, que concebe a atividade clínica voltada para a integração de três frentes de estudo da Psicologia: Psicogenética (Piaget), Psicanálise (Freud) e Psicologia Social (Rivière). mecanismos são saudáveis, porém, em excesso, podem demonstrar um problema psicológico. Os mecanismos de defesa são vários, mas citaremos três deles: · Sublimação: É um deslocamento ou alteração dos impulsos do ID desviando para comportamentos aceitáveis socialmente. A criança sádica sublima seus impulsos para a sala de aula, um exemplo é gostar de pesquisar estrutura fisiológica de um animal. · Recalque: É o ato de expulsar da consciência tudo que é inaceitável, ele é automático. O recalque volta a aparecer em atos falhos, sonhos e lapsos de linguagem. Na educação, a criança pode bloquear a construção do conhecimento por não se relacionar bem com o professor, pela transferência também não gostará da matéria que aquele ensina. · Transferência: É o ato de transferir sentimentos como o amor ou ódio para outra pessoa no relacionamento. A transferência na aprendizagem é muito importante, por meio dela o aluno gostará do professor ou irá odiá-lo, isso dependerá do seu relacionamento familiar, visto que essa é a fase na qual a criança transfere seus sentimentos para o professor e para a matéria que este ensina; se houver amor familiar, o aluno transferirá esse amor para o professor e para a matéria. Segundo Freud, a pessoa aprende a amar algo por amor a alguém. Na Prova Projetiva, o profissional deverá avaliar no desenho como o avaliado se sente na família, na escola e com os colegas e como ele se relaciona com o professor, além do nível de desenvolvimento emocional e cognitivo. Esses dados são muito importantes na construção da aprendizagem. A forma como a criança faz a transferência do amor de mãe para o professor, ou a indiferença, se essa criança não recebeu amor de mãe, todas essas informaçõessubjetivas, ou seja, emocionais, podem ser indicadores de uma dificuldade de aprendizagem ou de socialização. Apresentamos a seguir os três temas que mais utilizamos com os alunos: família, contexto escolar e algo que eles gostem (preferência). O Teste da Família Tem o objetivo de avaliar como se dá o relacionamento global da família, bem como em suas diferentes partes. É necessário deixar claro que antes de se realizar esse teste é preciso investigar qual a visão que o aluno tem de família e como se encontra sua família, visto que, nos dias atuais, há grande variação na estrutura familiar, que outrora era formada basicamente por pai, mãe e filhos. Atualmente, sabe-se que as famílias podem ser formadas por avós, mãe e filhos; ou por mãe e filhos; por filhos de pais separados que casaram com um novo cônjuge e assim por diante. Todas essas relações devem ser conhecidas e esclarecidas para evitar distorções na análise do teste. O procedimento do teste é o seguinte: É solicitado ao aluno que desenhe uma família qualquer, que não a sua própria família, dessa forma liberamos o aluno tanto no nível inconsciente quanto no nível crítico para falar de sua família que pode ser representada como é na realidade ou como o ele mesmo a idealiza. Posteriormente pedimos que dê nomes a cada um dos indivíduos representados no desenho e que conte uma história sobre essa família. Teste do Par Educativo Tem o objetivo de obter informações a respeito do vínculo estabelecido em relação à aprendizagem, como foi internalizado por ele o processo de aprender e como percebe aquele que ensina e o que aprende. Os dados obtidos darão condições para elaboração de hipóteses a respeito da visão do aluno de si, dos professores, de seus companheiros de classe e até mesmo da instituição educativa. Quanto ao aspecto estritamente pedagógico, podemos avaliar o nível de redação, ortografia, criatividade literária etc. Esse teste consiste em instruir o aluno para que desenhe duas pessoas: “uma que ensina e outra que aprende”. Também solicitamos ao aluno que conte ou escreva uma história relacionada ao desenho. Teste Livre Pode ser sobre algo que o aluno goste. Tem como objetivo observar o que faz sentido emocional e concreto no dia a dia do aluno. A partir desse teste livre, é possível conhecer um pouco mais as áreas de interesse dela no contexto sócio afetivo. É válido salientar que, durante o processo, é necessário que o profissional faça as intervenções, questionando o aluno do que ele quer dizer com o desenho, mesmo que as interpretações posteriores sejam realizadas. É imprescindível que o profissional analise a partir do significado que o aluno fornecer, não apenas ao seu olhar clínico. TÉCNICAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS Baseadas na teoria de Jorge Visca e Alícia Fernandez As técnicas projetivas psicopedagógicas têm o objetivo de investigar a rede de vínculos que o sujeito possui em três domínios: o escolar, o familiar e consigo mesmo. Em cada um destes domínios, guardando as diferenças individuais, é possível reconhecer três níveis em relação ao grau de consciência dos distintos aspectos que constituem o vínculo da aprendizagem. Apresentamos a seguir um quadro com os diversos domínios, suas correspondentes técnicas projetivas e os objetivos de cada uma: Domínio Prova Investigação Idade Escolar Par educativo Vínculo com aprendizagem 6 a 7 anos Eu e meus companheiros Vínculo com os componentes da classe 7 a 8 anos Plano da Sala de Aula A representação do campo geográfico da sala de aula e a desejada 8 a 9 anos Familiar Planta da Casa A planta da casa onde habita, sua representação real e desejada 8 a 9 anos Os quatro momentos do dia Os vínculos ao longo do dia 6 a 7 anos Família educativa O vínculo da aprendizagem com o grupo familiar e cada um dos integrantes da mesma 6 a 7 anos Consigo mesmo O desenho em episódios A delimitação da permanência da identidade psíquica em função dos afetos 6 a 7 anos O dia do meu aniversário A representação que se tem de si e do contexto físico sócio dinâmico no momento de transição de uma idade para outra 6 a 7 anos Desenho de minhas férias As atividades escolhidas durante o período de férias escolares 6 a 7 anos Fazendo o que mais gosto O tipo de atividade que mais gosta 6 a 7 anos ANÁLISE DAS PROVAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICO 1. Domínio: Escolar Par educativo Indicadores Características Significados Tamanho total Muito grande ou muito pequeno Vínculo negativo com a aprendizagem Dimensão razoável Relação equilibrada. Vínculo positivo e negativo estão equilibrados Tamanho dos personagens Pequeno Desvalorização Grande Supervalorização (persecutório) Tamanho dos objetos Muito pequeno Depósito de projeções negativas Muito grande Cisão de quem aprende e quem ensina Posições Frente a frente Bom vínculo com a aprendizagem Lado a lado Vínculo regular com a aprendizagem Docente de costas para a turma O aluno sente-se rechaçado pelo docente O aluno de costas para o docente O aluno rechaça o docente Distância entre os personagens e o objeto de aprendizagem Grande distância Não comprometimento com o conteúdo e transmissão de conhecimentos Mínima distância Supervalorização de conhecimentos sobre o ato de transmissão Distância adequada Quem ensina usa os conteúdos como instrumento para ensinar e aprender Perspectiva Com perspectiva Vínculo maduro do ponto de vista afetivo, cognitivo e social Âmbito onde se dá a cena Escolar Centralidade na aprendizagem sistemática, pode ser positivo ou negativo Extraescolar Melhor vínculo assistemático com a aprendizagem Características corporais Só cabeças Supervalorização do intelectual que pode ser persecutório Corpo do docente inacabado Agressão oculta a quem ensina Simplificação dos personagens Quando não há dificuldades em desenhar, significa uma desvalorização do vínculo de aprendizagem com o docente Título do desenho Nega o vínculo com a aprendizagem Resume as características do vínculo Relato Pode ser considerado como uma projeção, pela qual é possível analisar o vínculo estabelecido através: a) conteúdo mesmo; b) sua correspondência com o desenho; c) sua relação com o título. Importante: A análise o título do desenho e o relato permite observar os mecanismos de dissociação, negação e repressão Eu e os meus companheiros Indicadores Características Significados Tamanho total Grande Bom vínculo em relação à aprendizagem e aos colegas Pequeno Vínculo negativo Tamanho do personagem principal Igual Relação igualitária: aceita e é aceito Grande Liderança ou incapacidade para descentrar-se Pequeno Rebaixar-se e sentimento de ser vítima do grupo Posição Centralizado (concêntrica) Comunicação reflexiva e sensível (profunda) Lado a lado Comunicação superficial Inclusão de docente Inclusão Grande afeto pelo docente Relação deficitária com os colegas (dependência) Relato ou comentário sobre colegas a) Verificar a ocorrência de contradições entre a fala e o desenho. b) Comentários gerais dão uma visão do conjunto e indicam como o entrevistado está inserido no grupo ou deseja estar. c) Comentários pessoais revelam os subvínculos com cada membro do grupo. Plano da sala de aula Indicadores Características Significados Tamanho da sala Muito grande Falta de limites adequados; descontrole Pequeno Restrição, que se manifesta como uma inibição Disposição Tradicional Respostas rígidas ou ordenadas Localização quando é a escola do entrevistado Em frente Bom vínculo em relação ao docente e/ou vínculo negativo em relação à aprendizagem No fundo Vínculo negativo em relação ao docente e/ou à aprendizagem Na lateral Vínculo negativo em relação ao docente e/ou à aprendizagem No centro Vínculo positivo em relação à aprendizagem e aos colegas e vínculo positivo ou negativo em relação aodocente Não se localiza na sala Vínculo negativo em relação ao espaço geográfico 2. Domínio: Familiar Família Educativa Indicadores Características Significados Posição dos personagens Frente ao processo Grupo familiar não é um referencial adequado Vínculo com a aprendizagem não excessivamente positivo ou negativo Em meio ao processo O entrevistado considera o grupo como referência para desenvolver e integrar meios de aprendizagem Fora do processo Há carência de modelos significativos de identificação Plano de minha casa Indicadores Características Significados Tamanho do plano da casa Desenho pequeno Inibição para o uso do espaço Diminuição do uso potencial emocional com que investe nas situações e objetos com que aprende Desenho que ocupa a folha inteira Expansão egotista Aprendizagem positiva (desde que não haja um descontrole motor) Desenha utilizando mais de uma folha Descontrole Falta de antecipação Vínculo negativo ou instável em relação à aprendizagem em geral Vínculo negativo ou instável em relação ao estudo sistemático em particular Desenhar pessoas A inclusão de pessoas neste desenho pode ter diversos e contraditórios significados em relação à aceitação e rechaço Aberturas Representadas, esquecidas, transladas e objetivas encontram-se ligadas diretamente aos canais de comunicação reais ou imaginárias Ponto de vista Interno Sente-se incluído no contexto familiar e que o mesmo é um continente adequado Externo Sente-se estranho e admira a casa Espaço representados Interior da casa Privilegia-se a aprendizagem formal de tipo intelectual Jardim, horta, parque, galinheiro e espaços abertos Valoriza a aprendizagem vinculada ao corpo e à natureza Comentários sobre dormitório Os comentários podem revelar aceitação, rechaço, indiferença ou objetividade Detectar as tentativas realizadas ou não para mudar a habitação Detectar o grau de aceitação Detectar a resistência que o meio lhe oferecer Escolha do dormitório A maneira como e por quem foi escolhido possui grande importância a partir dos 8 a 10 anos O lugar de estudo Revela o vínculo em relação à aprendizagem que se estabelece nas situações e os estilos de aprendizagem que podem ser estruturadas Lugar de reunião familiar Onde, quem, com, por que e quando se reúnem são perguntas que revelam os modelos familiares da aprendizagem Os quatro momentos de um dia Indicadores Características Significados Adequação à consigna Desenho adequado à consigna Capacidade de adaptação às exigências externas Tolerância a frustração Os momentos escolhidos Eleição automática Vida monótona e sem criatividade Eleição em função da carga afetiva positiva Dinamismo, criatividade Uso instrumental e enriquecedor do tempo Eleição em função da carga afetiva negativa Apatia, solidão e deposição de impulsos agressivos manifestos ou latentes Atividade realizada Indica os gostos do sujeito e imposições externas, as aspirações e frustrações, as identificações e o potencial de organização que possui As pessoas Modelo de identificação Modelos de aprendizagem familiar, que pode ser compacto ou diversificado O campo geográfico da cena Na casa (parcial ou totalmente) em dependência adequada ou não, realizando atividades de acordo ou desacordo com o lugar Indicam o estilo de vínculo, a adequação e a flexibilidade destes desacordos com o lugar Os objetivos do ambiente Indica como se encontra povoado o mundo interno do sujeito Revela a realidade objetiva quanto aos ambientes físicos: desprovido, sobrecarregado, ordenado, confuso ou indiscriminado Os detalhes do desenho O tipo de traços, proporções, posições, retoques, detalhes, estereotipias, mobilidade etc. Sequência espacial Sequência A, B, C, D Princípio da realidade e da capacidade de acomodação, aprendizagem realista Sequência temporal Com sequência lógica Uso ordenado do tempo Alta tolerância à frustração Sem sequência lógica Impulsividade Uso desordenado do tempo Baixa tolerância à frustração Aprendizagem inconstante Sequência do relato em concordância com a espacial Reforça os aspectos assinalados na sequência espacial Sequência do relato em concordância com a temporal Reforça os aspectos assinalados na sequência temporal Sequência do relato em concordância com as sequências espacial e temporal Severa desorganização temporal e, consequentemente, severas dificuldades de aprendizagem 3. Domínio: Consigo mesmo Desenhos em episódios Indicadores Características Significados Tempo e espaço Pode ser observado através da transformação ou não de objetos animados (árvores, flores), de estados de tempo (sol nuvens, chuva), das estações (primavera, verão, inverno) O tema Pode ser único, com critério estável ou não Os afetos Simples ou complexos Elementos relacionais ou sociais Adequadamente elaborados ou não em termos de comunicação e movimento Fazendo o que mais gosta Indicadores Características Significados Indecisão na hora do tema desenhar, apagar ou mudar de tema Pode indicar problema entre o desejo do sujeito e uma forte proibição do meio ou contradições entre distintos interesses não adequadamente discriminados ou hierarquizados Indecisão na eleição do tema Apagar objetos sem mudar de tema Indica a consolidação de uma eleição e uma marcada tendência ao perfeccionismo Relato Coerência no relato é produto de maior influência de censura sobre o domínio verbal que sobre a produção gráfica Coerência entre o relato e o desenho revela os conflitos sujeito- realidade e do sujeito consigo mesmo Contexto espacial e temporal onde ocorre pode significar a realização possível Nas minhas férias Indicadores Características Significados Adequação à consigna Adequação Vínculo positivo Flexível com a capacidade de acomodação Não adequação Vínculo negativo e rígido, com predominância da assimilação e pouca criatividade Atividade representada Depositarão os desejos mais íntimos e das capacidades que se deseja desenvolver Desenho Continua fazendo o mesmo Porque gosta muito do que faz, porque não sabe fazer algo diferente (falta de criatividade) ou representa predomínio da assimilação Realiza algo totalmente distinto Criatividade, flexibilidade, tendência a acomodação e capacidade de aprendizagem Leva acabo uma atividade Capacidade de aprendizagem criadora Dia do meu aniversário Indicadores Características Significados Tamanho total Muito grande ou muito pequeno Vínculo negativo em relação à aprendizagem Tamanho razoavelmente dimensionado Relação equilibrada Vínculos positivos e negativos equilibrados Tamanho dos personagens Pequeno Desvalorização Grande Supervalorização Posições De frente Vínculo positivo De costas Vínculo negativo Indicadores geográficos Rodeado de pessoas Possui um mundo interno rodeado de identificações múltiplas que indicam uma adequada capacidade de aprendizagem em termos qualitativos e quantitativos Sozinho Aprendizagem predominante assimilativa Dificuldade em descentrar o pensamento Posição Frente a frente sugere identificação introjetiva positiva. Todas as outras indicam introjetivas negativas Presentes recebidos Os mesmos representam objetos desejados Espaço geográfico Própria casa Atitude realista Lugar público Posição de abertura para aprendizagens Fora do contexto real possível Pode sugerir uma capacidade criadora ou um mundo imaginário do impossível, compensador de sentimentos de frustrações com baixa tolerância e uma predominância do princípio do prazer sobre o da realidade A idade do personagem que faz aniversário comparada com a idade do entrevistado diz respeito a aceitação do mesmo neste momento da vida: Se for menor pode significar desejo de não crescer e não aprender Se for igual indica aceitação e uma tolerância a aprendizagem Quando é maior regularmente indicaalto nível de aspiração A caracterização dos demais personagens determina aceitação ou rechaço As contradições entre o desenho e o relato revelam o grau de coerência ou não dos aspectos em conflito que implicam ou não perturbações nos vínculos que o entrevistado estabelece consigo mesmo Advertências Necessárias A interpretação de cada uma das provas projetivas deve ser feita em função do sujeito em particular e do total de informações que se obteve. O total de técnicas aqui expostas não significa a necessidade de que se utilizem todas. É adequado usar somente aquelas que considere necessárias em função das hipóteses formuladas. Isso implica em: · Aplicar somente uma prova. · Aplicar provas de alguns domínios. · Aplicar todas as provas de um único domínio. · Aplicar todas as provas, algo pouco comum. · Certos indicadores de uma técnica se superpõem com os de outra. Os critérios para interpretação sugeridos para cada prova devem somar-se aos critérios gerais para a interpretação das provas projetivas. Os indicadores e significados encontrados não implicam numa questão fechada ou sem lugar para dúvidas, cada profissional poderá realizar novas descobertas, ampliando os aspectos de indicadores e significados. (VISCA, Jorge. Técnicas Projetivas Psicopedagógicas. Argentina: 1994). EXAME MOTOR Coordenação fina Diadococinesia (Marionetes) Capacidade de executar movimentos rápidos, repetidos e alternados. Testes de diadococinesia podem avaliar tanto a fala quanto os membros superiores. · Coloque-se diante da criança com os braços dobrados na altura dos cotovelos, lateralmente. · Balance as mãos de um lado para outro. · Peça para a criança que observe execute os mesmos movimentos que o profissional fizer (primeiro com uma e depois com as duas mãos). Pianotages (Contar com os dedos) · Com os braços dobrados lateralmente na altura dos cotovelos, encoste suavemente a ponta de cada dedo na ponta do polegar. · Pedir para a criança executar o mesmo movimento utilizando apenas uma e depois a outra mão. Cópia · Coloque a folha na horizontal e ofereça lápis colorido. · Peça para que a criança pegue o lápis e copie o que está vendo. Coordenação Global · Andar – Ande pela sala livremente · Correr – Corra numa determinada direção · Pegar e arremessar a bola com as duas mãos, em seguida com uma, e depois com a outra mão. Equilíbrio Dinâmico · Andar em uma linha reta · Andar em uma linha curva · Andar com um pé na frente do outro Equilíbrio Estático · Ficar parado com os pés e os braços ao longo do corpo de olhos fechados (10 segundos). · Ficar num pé só (perna dobrada na altura do joelho para trás, permanecer por 10 segundos). Repetir com o outro pé. Dissociação · Abrir e fechar as mãos juntas · A criança sentada com as mãos sobre a mesa faz o movimento com a esquerda e a direita. · Abrir e fechar as mãos alternadamente. · Dissociação entre mão direita e mão esquerda: a criança bate as duas mãos sobre a mesa e depois só a direita, novamente as duas e depois só a direita. · Dissociação entre mãos e pés: bater um pé e bater palmas, bater o outro e bater palmas. Lateralidade · Qual a sua mão direita? · Qual a sua mão esquerda? · Qual seu pé direito? · Qual seu pé esquerdo? · Qual seu olho direito? · Qual minha mão esquerda? · Qual minha mão direita? Coloque a: · Mão ESQUERDA no olho DIREITO · Mão DIREITA no olho ESQUERDO · Mão ESQUERDA na orelha DIREITA · Mão DIREITA na orelha ESQUERDA · Mão esquerda no olho ESQUERDO · Mão DIREITA no olho ESQUERDO Predominância lateral – Dominância da mão · Atirar a bola · Pregar um prego · Escovar os dentes · Pentear-se · Girar o trinco da porta · Escrever dominância do olho · Telescópio (tubo de cartolina) · Rifle Dominância dos pés · Chutar a bola · Jogo de amarelinha Esquema Corporal · Peça à criança reconhecer as partes do corpo em si e no examinador. Se a criança tiver mais de 6 anos solicitar mais detalhadamente. Orientação Espacial Pesquisar com a criança noções de espaço · O que tem acima de você? · O que tem abaixo de você? · O que tem à sua frente? · O que tem atrás de você? · De que lado seu está o objeto? Relação perto – longe · O que tem perto de você aqui na sala? · O que tem longe de você aqui na sala? · Você mora perto ou longe da cidade? · A clínica é perto ou longe da sua casa? · Qual das duas (casa ou clínica) é mais perto da cidade? Orientação Temporal Noção de velocidade · Peça para a criança andar devagar · Peça para a criança andar bem depressa · Peça para a criança andar de pressa e você faz o mesmo percurso a passos lentos e pergunta quem chegou primeiro e por quê? · O que anda mais depressa: o coelho ou a tartaruga? · Como você chega primeiro em um lugar, correndo ou pulando? Noção de tempo · O que você estava fazendo antes de vir aqui? · Qual o exercício que você fez antes deste? · Para você entrar numa sala em que a porta está fechada, o que você precisa fazer? · O que você fez depois que entramos aqui? · O que você faz depois que põe o pijama? · O que você faz antes do almoço? · O que você faz depois do almoço? Ritmo · Peça à criança que bata com o lápis sobre a mesa no ritmo dela · Peça à criança que bata com o lápis na mesa em um ritmo lento e depois mais rápido. · Peça à criança que escute bem e faça como o examinador. Suspenda após quatro estruturas erradas. (colocar um anteparo para que a criança não veja o lápis enquanto bate). Ensaio O O 1ª sequência OOO 2ª sequência OO OO 3ª sequência O OO 4ª sequência O O O 5ª sequência OOOO 6ª sequência O OOO 7ª sequência OO O O 8ª sequência O O O O Nome: Examinador: Data: / / Psicomotricidade - Condutas observadas Observação Coordenação fina Diacocinesia Pianotagem Cópia Coordenação global Andar livremente Pegar com as duas mãos Arremessar com uma das mãos Equilíbrio dinâmico Trocar e jogar a bola Andar em linha reta Andar em linha curva Andar com um pé na frente do outro Equilíbrio estático Ficar parado em pé Manter-se em um pé Manter-se no outro pé Dissociação Abrir e fechar as mãos juntas Abrir e fechar as mãos alternadas Dissociação entre mão DIREITA e ESQUERDA Dissociação entre mãos e pés Lateralidade Simples em si Simples em outro Imitar gestos Predominância lateral Olhos Pés Mãos Esquema corporal Denominação em si Denominação o outro Orientação espacial Posição no espaço A B C D E Relação perto longe A B C D E F Orientação temporal Noção de velocidade A B C E F Noção de tempo A B C D E F G Ritmo Próprio ritmo da criança A Ritmo lento e rápido B Imitar batidas do examinador C 1 2 3 4 5 6 7 8 O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA REALIZADO PELA CRIANÇA História da escrita A escrita, enquanto sistema semiótico usado para representar de forma gráfica a linguagem verbal, foi construída pela humanidade durante milhares de anos. Para pessoas já alfabetizadas, parece fácil a compreensão de uma palavra, cada sinal gráfico corresponde a um som na mesma. Porém, esta compreensão alfabética da escrita não foi a primeira que surgiu na sua construção social (REGO, 1983). O homem, na busca de uma comunicação mais duradoura, encontrou formas de se comunicar graficamente. Uma das formas de registro, mais antigas encontradas na história escrita é a Pictografia. Essa forma gráfica que não se refere diretamente à linguagem verbal, são desenhos figurativos usados como linguagem comunicativa (espécie de desenhos que representam objetos). Na evolução de sua história, a escrita passou a ser utilizada como representação de ideias. Esta fase foi denominada Ideografia. Como o nome diz, os ideogramas não são apenas as ideias de objetos representados, são mais abstratos. Nesta etapa, o homem lançou mãoda arbitrariedade, passando a representar graficamente substantivos abstratos, o que era impossível na fase anterior. Exemplo: os chineses representam a cor vermelha com o desenho de uma rosa, uma cereja e um flamingo. Apesar do aprimoramento, nesta fase ideográfica a representação gráfica ainda não tinha relação com o som das palavras. Depois deste momento, a evolução da escrita chega a representação da linguagem verbal articulada. Esta etapa foi denominada Logografia. Rego (1983), considera a Logografia como um grande passo para a história escrita, pois nela surgem as representações dos aspectos sonoros da palavra. Apesar de serem utilizados desenhos figurativos, eles não tinham a finalidade de representar o objeto em si e nem uma ideia, seu objetivo era combinar dois pictogramas com o intuito de representar dois ou mais segmentos sonoros de uma palavra. Esta representação não exigia uma correspondência som/símbolo. Um desenho ou um sinal podia representar um ou mais sons de uma palavra. Desta forma tornou-se possível representar graficamente outras palavras além dos substantivos. A Logografia surgiu na impossibilidade prática de uma representação icônica generalizada. Esta preocupação de representar aspectos sonoros da palavra deu margem ao aparecimento da Fonografia, que tem como característica principal a representação da palavra em uma sequência fônica, fazendo corresponder para cada sílaba fonética, um grafema diferente, dando origem aos silábicos. Os sistemas silábicos exigiam um número significativo de grafemas, tornando sua aplicação pouco prática. A grande inovação da escrita Silábica se baseia numa análise da palavra enquanto forma linguística, isto é, sequência de sons, desmembrando-a em sílabas, que são unidades sonoras e não necessariamente unidades de significado. Reduzindo de forma significativa os sinais a serem utilizados na escrita, surge a escrita Alfabética, na qual as letras constituem a representação de unidades mínimas das palavras, que são as formas. Este sistema de escrita proporcionou o aparecimento das leis de combinação, possibilitando representar todas as palavras utilizadas na linguagem verbal com poucos signos. Esse breve histórico permite afirmar que a linguagem escrita é fruto de uma construção do homem, calçada nas necessidades de comunicação e perpetuação desta linguagem. Emilia Ferreiro, Doutora da Universidade de Genebra, onde foi orientada e colaboradora de Jean Piaget, desenvolveu várias pesquisas sobre a comunicação da língua escrita em crianças. Segundo a autora, a criança constrói a linguagem escrita, passando em seu desenvolvimento pelas mesmas sequências e etapas que a humanidade passou para chegar ao sistema de escrita alfabética. Muito embora tenha constatado na análise de produção escrita que algumas crianças saltem etapas, observou-se também que uma etapa posterior nunca aparece antes de outra mais primitiva. Psicogênese da linguagem Emília Ferrero nasceu na Argentina em 1937, fez doutorado sob orientação de Piaget, na Universidade de Genebra, na área de Psicolinguística Genética. Publicou em coautoria com Ana Teberosky o livro “Los sistemas de escritura en el desarollo del niño”, e com Margarida Gomez Palácio, “Nuevas perspectivas sobre los processos de lectura y escritura. As pesquisas de Ferrero indicam como a criança concebe o processo de escrita, o qual não é resultado de cópia de um modelo externo, mas é um processo de construção pessoal. As crianças reinventam a escrita, inicialmente precisam compreender o processo de construção e as normas de produção. Segundo Ferrero, o processo de construção da escrita como a concebemos segue uma longa trajetória até chegar à leitura e a escrita. Na faixa dos seis anos, a criança faz a distinção entre texto e desenho, somente uma minoria não consegue fazer a distinção e, estatisticamente, esse número é maior em crianças pertencentes às classes sociais baixas, que tem menor contato com material escrito. No processo descrito por Ferrero, as crianças percebem que para cada som, há uma determinada forma. As fases do processo são: · Primeira fase: Dá-se início da construção. A criança tenta reproduzir os traços básicos da escrita com que elas têm contato. Nessa fase, o que vale é intenção da criança, ela elabora a hipótese de que a escrita dos nomes é proporcional ao tamanho do objeto e entende apenas sua própria escrita. · Segunda fase: A hipótese é de que para ler coisas diferentes é preciso usar formas diferentes. A criança procura combinar as letras que é capaz de reproduzir. · Terceira fase: São feitas tentativas de dar valor sonoro para cada uma das letras que compõe a palavra. Nessa fase, a criança usa formas gráficas para escrever palavras com duas sílabas. · Quarta fase: Ocorre a transição da hipótese silábica para a alfabética. Nessa fase, ela concebe que escrever é representar progressivamente as partes sonoras das palavras, embora, não a façam corretamente. · Quinta fase: A criança atinge o estágio da escrita alfabética. Ela compreende que para cada um dos caracteres da escrita há valores menores que a sílaba. A criança é capaz de formar a representação de inúmeras sílabas, mesmo daquelas sobre as quais não tenha se exercitado. TABELA 1: CRITÉRIOS ESTABELECIDOS PARA APLICAÇÃO DA PROVA ESCRITA DE QUATRO PALAVRAS E UMA FRASE SEGUNDO FERREIRO E TEBEROSKY (1991) Avaliação da escrita (Ferreiro e Teberosky, 1991) Número de pontos Nível da escrita Características 4 Nível alfabético Cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores sonoros menores que a sílaba. Não atende à norma Ortográfica 3 Nível silábico– alfabético Manifestação alternante de valor silábico ou fonético para as diferentes letras 2 Nível silábico Cada letra vale por uma sílaba. Escrita com ou sem o predomínio do valor convencional 1 Nível pré-silábico Marcado por escritas que não apresentam nenhum tipo de correspondência sonora, isto é, sem relação com grafia e som 0 ––––––––– Somente rabiscos Etapas da História Escrita Processo Construído pela Criança 1ª Etapa Pictográfica Desenho do objeto de forma livre, não havia convenção Desenhando o objeto a criança inicia sua construção gráfica representativa 2ª Etapa Ideográfica Desenho da ideia Inicia da convenção Distingue a diferença entre o desenho e a letra Faz sua primeira descoberta: a convenção 3ª Etapa Logográfica Desenho do som Início da fonética Descobre que a palavra é o desenho do som e não do objeto 4ª Etapa Silábica Desenho arbitrário do som, onde cada sinal gráfico corresponde a um som Faz a hipótese silábica Descobre a correspondência som/sinal gráfico 5ª Etapa Alfabética Redução de sinais Surgimento das leis de combinação Correspondência fonema/ grafema A criança faz sua mais importante descoberta: as leis da combinação Nível Categoria Subcategoria 1º Nível Pré-silábico A – Grafismos primitivos, escritas unificadas ou sem controle de qualidade Grafismo primitivo Escritas unigráficas Escritas sem controle de qualidade B – Escritas Fixas Escritas fixas com predomínio de grafias convencionais C – Escritas diferenciadas (com predomínio de grafias convencionais) 1. Sequência de repertório fixo com quantidade variável 2. Quantidade constante com repertório fixo parcial 3. Quantidade variável com repertório Parcial 4. Quantidade constante com repertório de posição variável 5. Quantidade variável com repertório Variável D – Escrita diferenciada com valor sonoro inicial Quantidade e repertório variáveis e presença de valor sonoro inicial. 2º Nível Silábico A – Escritas silábicas iniciais 1. Escritas silábicas iniciais, sem o predomínio do valor sonoro convencional 2. Escritas silábicas iniciais com valor sonoro convencional sem correspondência sonora 3. Escritas silábicas iniciais com valor sonoro em escritas e correspondência B – Escritas silábicas com marcada exigência de qualidade 1. Escrita silábica commarcada exigência de quantidades e sem predomínio do valor sonoro convencional 2. Escrita silábica com marcada exigência de qualidade e predomínio do valor sonoro Convencional C – Escritas silábicas escritas 1. Escritas, sem predomínio do valor sonoro convencional 2. Escritas silábicas com predomínio do valor sonoro convencional 3º Nível Silábico Escritas silábico-alfabéticas 1. Escrita Silábico-alfabética sem predomínio de valores sonoros 2. Escrita Silábico-alfabética com predomínio de valores sonoros convencionais 4º Nível Alfabético Escritas alfabéticas Escritas alfabéticas em predomínio do valor sonoro convencional Escrita alfabética com falhas na utilização dos valores sonoros convencionais Escritas alfabéticas com valor sonoro AVALIAÇÕES PARA CRIANÇAS DE 6-7 ANOS DE IDADE (Elaborado e cedido pelo CTM) Organização sequencial · Histórias em tirinhas · Completar sentenças · Avaliar as funções executivas, a atenção, a concentração, memória Processamento auditivo · Ritmos/sons · Palavras simétricas · Memória Processamento visual · Figuras incompletas · Figura/fundo · Reconhecimento de figuras e imagens Processamento visuoespacial · Copiar letras e palavras · Compreensão de comando do enunciado · Organização espacial O que o profissional precisa observar e avaliar? · Memórias (de todos os sentidos) · Atenção · Planejamento · Funções executivas · Organização execução · Sequência lógica · Linguagem Desenvolvimento da linguagem X Desenvolvimento biológico O desenvolvimento da linguagem obedece ao processo de desenvolvimento biológico da criança: Idade Observação Até 2 meses Chora e movimenta o corpo 2 a 3 meses Produz sons 4 a 7 meses Pronuncia sílabas 8 a 12 meses Forma os primeiros vocábulos 12 a 18 meses Apresenta vocabulário de 10 a 50 palavras 2 anos Forma frases de 3 a 4 palavras 3 anos Compreende quase tudo que ouve 4 a 5 anos A linguagem da criança é parecida com a do adulto Postura do profissional · A primeira coisa a fazer é estimular a linguagem e corrigir o déficit linguístico. · Deve-se evitar gritos. · Falar devagar. · Utilizar recursos verbais e imagens para o aprendiz fazer associações. · A música e instrumentos musicais podem ser ferramentas de terapia na aprendizagem e desenvolvimento da fala e sons. · Os estímulos sensoriais; visual, auditivo, tátil, vestibular e o proprioceptivo devem ser explorados. NÍVEIS DE AQUISIÇÃO DA ESCRITA 1. Nível Pré-Silábico Neste nível as escritas são alheias à busca de correspondência entre grafias e sons. A construção gráfica de um significado está determinada por outro tipo de considerações, como no caso da Pictografia e da Ideografia nas etapas da evolução escrita. Grafismos primitivos, escritas unigráficas ou sem controle de qualidade São classificadas nesta categoria: · As escritas que não são formadas por grafias convencionais (letras e números). · As que só se constituem de um elemento (convencional ou não). · Aquelas em que não há limites a não ser que haja condições materiais para controlar a quantidade dos elementos da escrita · Grafismo Primitivo: Nesta primeira subcategoria, observada por Emilia Ferrero, predominam as garatujas e pseudoletras. São os primeiros intentos para escrever. Exemplos: 1. Brigadeiro 2. Pipoca 3. Suco 4. Bis · Escrita unigráfica: Caracteriza-se por utilizar só uma grafia para cada palavra ou frase a representar. Cada linha representa uma palavra ou frase. · A quantidade é constante · O repertório pode ser fixo (utilizado na mesma grafia) · O repertório pode ser variável A (brigadeiro) L (pipoca) F (suco) C (bis) – Escrita sem controle de quantidade: Precede o ato de escrever. Para cada palavra escreve-se uma linha com muitos símbolos, geralmente, iguais, tomando como referência o início e o fim da linha. É determinada pela observação que é o limite do papel que controla a quantidade de sinais a serem utilizados. Exemplos: 1. Borboleta 2. Peixe 3. O gato bebe leite Fonte: nivelesdeescr.blogspot.com/2015/10/niveles-de-escritura-1.html Escritas fixas Estas escritas se utilizam grafias convencionais (na sua totalidade ou com pouquíssimas exceções) e pelo controle de qualidade desta grafia (não usa uma só letra, nem um número indeterminado). Não apresenta a exigência de diferenciar os sinais ao representar nomes diferentes. Cada letra não possui ainda valor sonoro por si só. Assim, a leitura permanece realizada de modo global (Picolli; Camini, 2013). Predomina a escrita em letra de imprensa maiúscula (Multieducação). – Escrita fixa: A mesma série de letras, na mesma ordem, serve para representar diferentes nomes. A criança nesta subcategoria já adquiriu grafias convencionais, mas não usa para reproduzir diferenças objetivas em sua escrita. Exemplos: A O 8 (borboleta) A O 8 (mar) A O 8 (gato) A L N I (brigadeiro) A L N I (pipoca) A L N I (suco) A L N I (bis) Escritas Diferenciadas Estas formas de escrita se utilizam, predominantemente, de grafias convencionais, utiliza o controle de qualidade e se preocupa em produzir diferenciações intencionais, muito embora não existe a compreensão de critérios de correspondência sonora. – Quantidade constante com repertório fixo: Essa escrita mantém a quantidade de elementos gráficos, porém a mesma grafia é mantida no início, no final ou no meio da representação, servindo as demais para diferenciar. – Quantidade variável com repertório fixo/parcial: Como na subcategoria anterior, aparecem constantemente algumas grafias, na mesma ordem e no mesmo lugar e outras grafias de formas diferentes, em ordens diferentes de uma representação para outra. A diferença está na quantidade de grafias, que não é sempre a mesma. Isso indica um elemento a mais para diferenciação. Exemplos: S A M T (brigadeiro) A M T (pipoca) A M T S A (suco) S A T (bis) – Quantidade constante com repertório e posição variável: nestes casos a quantidade de grafia se mantém em todas as representações, porém se usam recursos de diferenciação qualitativa: trocam-se as letras ao passar de uma escrita para outra, ou troca-se a ordem das letras. Exemplos: H R U M (brigadeiro) A S G K (pipoca) O N B J (suco) C F T V (bis) · Quantidade variável e repertório variável: estas escritas expressam a máxima diferenciação controlada que permite o nível pré-silábico: variar a quantidade e o repertório para diferenciar uma escrita da outra. As variações na quantidade de grafia podem ter relação com o tamanho do objeto que se representa. Exemplos: R A M Q N (brigadeiro) A B E A M F (pipoca) G E P F A (suco) O S D L (bis) · Escritas diferenciadas com valor sonoro inicial e/ou final: As diferenciações entre escritas se representam plenamente desenvolvidas nesta categoria, com o acréscimo de um dado importante, que é a presença de letra com correspondência sonora (uma só letra, quase sempre a primeira). Esta categoria é uma zona intermediária entre a ausência de correspondência sonora (nível pré-silábico). No entanto, a letra que inicia a escrita não é fixa nem aleatória, mas tem relação com o valor sonoro da primeira sílaba da palavra (prenúncio do nível silábico). Além disso a quantidade e o repertório são variáveis. Exemplos: I M S A B R O (brigadeiro) I B R N S A (pipoca) U R M T O (suco) I N B O X I X (bis) 2. NÍVEL SILÁBICO Comparando com a evolução da escrita universal, este nível corresponde às etapas Logográficas e Fonográficas. Quando a criança compreende que as diferenças das representações escritas se relacionam com as diferenças sonoras da palavra, busca descobrir que tipo de recorte da palavra é aquele que corresponde com os elementos da palavra escrita. No nível silábico existe claramente esta tentativa de corresponder grafia e sílaba sonora (geralmente uma grafia para cada sílaba), o que não inclui problemas derivados de exigências de quantidade mínima de letras. Escritas silábicas iniciais Nesta categoria aparecem as primeiras tentativas de escrever designando