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1 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
AVALIAÇÃO E 
DIAGNÓSTICO 
PSICOPEDAGÓGICO 
Rosângela Gonçalves 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
EMENTA 
 
IDENTIFICAÇÃO 
 GERAL 
 
DISCIPLINA: Avaliação e Diagnóstico Psicopedagógico Clínico 
PROFESSOR(A): Rosângela Gonçalves 
TURMA: 
 
CARGA HORÁRIA SEMANAL: 8h 
 FINAL: 30h 
 
EMENTA 
 Orientação teórica e prática para diagnóstico clínico das avaliações psicopedagógicas; Orientação 
diagnóstica para os aspectos afetivo-social, aspectos cognitivos, aspectos psicomotores e 
aspectos da aprendizagem formal. 
OBJETIVOS 
GERAL 
Propiciar ao aluno orientação teórica e prática sobre os diagnósticos das avaliações 
psicopedagógicas a fim de aprofundar seu conhecimento acerca dos processos interpretativos e 
avaliativos sobre os testes Psicopedagógicos e encaminhamento clínico. 
 
ESPECÍFICOS 
 
 Diagnosticar as avaliações dos aspectos afetivos-social; psicomotores, cognitivos e 
aprendizagem formal, abrangendo as séries referentes à idade cronológica; 
 Conhecer o processo diagnóstico dos testes avaliativos para as dificuldades de aprendizagem; 
 Possibilitar a abordagem das hipóteses diagnósticas através de casos clínicos; 
 Favorecer o conhecimento das necessidades de atendimento multidisciplinar nas áreas de 
suporte ao tratamento psicopedagógico a partir das avaliações com relatório. 
 Encaminha a construção da Avaliação a ser desenvolvida no espaço clínico. 
 
 
 
 
 
 
 
 3 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
TESTES E TÉCNICAS – DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO 
 Anamnese 
 Hora do Jogo 
 EOCA 
 
ASPECTOS SÓCIOAFETIVO 
 Desenho livre 
 Teste Visão do Futuro (projeção) 
 Técnicas Projetivas (Jorge Visca) 
- Vínculos Escolares: par educativo/eu e meus companheiros /a planta da sala de aula 
- Vínculos Familiares: Desenho em episódios/planta da minha casa/os quatro momentos de um dia 
- Vínculos consigo mesmo: Dia do meu aniversário/Minhas férias/Fazendo o que eu mais gosto. 
 Família qualquer / Própria família / Família cinética 
 Desenho da figura humana 
 Relatos a partir de figura: Papel de carta 
 
ASPECTOS PSICOMOTORES 
 Seriação de dominância lateral 
 Teste de lateralidade espontânea (ABRACAN) 
 Teste de memória 
 Figuras geométricas (Zaldo Rocha) 
 Cubo de Atividades ou Livro Sensorial 
 Teste ABC (Lourenço Filho) 
 Conhecimento e evocação das partes do corpo 
 
ASPECTOS COGNITIVOS 
 Diagnóstico Operatório Piagetiano: 
CONSERVAÇÃO: de pequenos conjuntos; líquido; matéria; peso; comprimento; superfície. 
CLASSIFICAÇÃO: Dicotomia; inclusão e intersecção de classes. 
Combinação e Permutação de fichas. 
 Prova de Realismo nominal (Emília Ferreiro) 
 Torre de Hanói 
ASPECTOS DA APRENDIZAGEM FORMAL 
 Avaliação de Leitura, Escrita e Ortográfica 
 Avaliação da Consciência Fonológica 
 Avaliação da Consciência Sintática 
 Avaliação Matemática 
 
 
OUTROS 
 Material escolar 
 Dislexia 
 TDAH 
 Jogos 
 
 
 
 4 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA PSICOPEDAGÓGICA CLÍNICA 
 
A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana. Como se preocupa com o 
problema da aprendizagem, deve ocupar-se inicialmente dos processos de aprendizagem. E se 
preocupa como se aprende, como esta aprendizagem varia evolutivamente e está 
condicionada por vários fatores, como se produzem as alterações na aprendizagem, 
como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. Adquire características específicas a 
depender do trabalho clínico e preventivo. 
O diagnóstico Psicopedagógico possui especificidade própria que permite, diante 
de uma “queixa motivo” de dificuldades de aprendizagem, fazer uma leitura dinâmica de 
forma global, envolvendo o sujeito, a família e o processo de escolarização, como 
resultado de um conjunto de inter-relações complexas. Para tanto faz-se necessária a 
escolha de referências teóricas que deem respaldo aos instrumentos usados na avaliação 
e aos resultados obtidos na mesma. 
Devido a complexidade de seu objeto de estudo, são importantes à psicopedagogia 
conhecimentos específicos de diversas outras teorias, as quais incidem sobre os 
conhecimentos específicos de diversas outras teorias. Por exemplo: 
 A Psicanálise encarrega-se do mundo inconsciente, das representações 
profundas, operantes através da dinâmica psíquica que se expressa por sintomas e 
símbolos, permitindo-nos levar em conta a face desejada do homem; 
 A Psicologia Social encarrega-se da constituição dos sujeitos, que responde a 
reações familiares, grupais e institucionais, em condições socioculturais e 
econômicas específicas e que contextuam toda a aprendizagem; 
 A Epistemologia e a Psicologia Genética se encarregam de analisar e descrever 
o processo construtivo do sujeito em interações com outros e com objetivos; 
 A Lingüística traz a compreensão da linguagem como um dos meios que o 
caracterizam tipicamente humano e culturais: a língua enquanto código disponível 
a todos os membros da sociedade e a fala como fenômeno subjetivo, evolutivo e 
historiado de acesso a toda estrutura simbólica; 
 A Pedagogia contribui com as diversas abordagens do processo ensino-
aprendizagem, analisando-o do ponto de vista de quem ensina; 
 Os fundamentos na Neuropsicologia possibilitando a compreensão dos 
mecanismos cerebrais que subjazem ao aprimoramento das atividades mentais, 
indicando-nos a que correspondem, do ponto de vista orgânico, todas as evoluções 
ocorridas. 
 
 
 
 
 
 5 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
Diagnóstico 
 
Refere-se a caracterização do sujeito e do meio onde se manifesta o sintoma no 
momento do diagnóstico, fundado no pressuposto que o sintoma é o emergente da 
interação do subsistema, personalidade como o sistema social e seus mediadores. 
Análise do contexto em que se desenvolve o processo de aprendizagem; leitura de 
sintomas que emergem na interação social voltada para o sujeito que aprende; explicação 
de causas que coexistem temporalmente com o sistema; explicação da origem desta 
causa; análise do distanciamento do fenômeno em relação aos parâmetros considerados 
aceitáveis. 
Podem ser observados aspectos como: as características da instituição 
educacional (aprendizagem sistemática), comunidade (aprendizagem assistemática), 
como as condutas exigidas que ajudam na manifestação ou não das dificuldades em um 
outro campo. 
Dentro da caracterização interessa: sexo, idade, meio cultural..., que permitem a 
compreensão de se a conduta é ou não sintomática. 
 
Prognóstico 
Levantamento de hipóteses sobre a configuração futura do fenômeno atual, na 
presença e na ausência dos processos corretores. 
Terapia no campo do aprendizado sistemático (alexia, dislexia, TDAH...), e 
assistemático (sem nomenclatura) podem ou não ser acompanhados de sintomas. 
 
Indicações 
Indicações gerais que incluem outras disciplinas, assim como indicações 
específicas, inerentes a atuação psicopedagógica. 
Análise das causas internas do sujeito contemporâneas ao sintoma e suas 
interações são de extrema relevância para a orientação, também, das indicações e 
recomendações. 
 
As causas que podem provocar o aparecimento de sintomas são três: 
1. A afetividade (predomina os oponentes energéticos da aprendizagem) 
2. As funcionais 
3. O estágio de pensamento (cognitivo) 
 
Origem e evolução são causas históricas e dos sintomas, mediante o 
estacionamento das cadeias casuais, pois as funções e o estágio de pensamento podem 
sofrer alterações orgânicas, emocionais ou mistas e o grau de reversibilidade varia de 
acordo com o inter-relacionamento destes. 
 
 
 
 
 
 
 
 6 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
A QUEIXA 
 
ENTREVISTA PARA ESCLARECER O MOTIVO DA CONSULTA 
 
OBJETIVO: Estabelecer hipóteses sobre aspectos importantes para o diagnóstico de 
aprendizagem. 
 
COM OS PAIS (representantes da família) observar:Significação do sintoma na família ou, com maior precisão, articulação funcional do 
problema de aprendizagem; 
 Significado do sintoma para a família, isto é, as reações comportamentais de seus 
membros ao assumir a presença do problema; relaciona-se os valores da família com 
o respeito ao não aprender; 
 Fantasias de enfermidade e cura e expectativas acerca de sua intervenção no 
processo diagnóstico e de tratamento; sentindo o que a família espera a respeito de 
seu trabalho, modalidade de comunicação do casal e função do terceiro, observar a 
relação dos pais entre si, os valores da família, a comunicação entre os pais e você. 
 
COM A ESCOLA (PROFESSOR ORIENTADOR) observar: 
 Significação do sintoma na escola; 
 Significação do sintoma para o professor, reações dos membros da escola ao 
assumirem o problema; 
 Significado do sintoma, no sentido do que a escola espera a respeito de sua 
intervenção (confirmação do não aprender, como: tirar da responsabilidade da escola 
o fracasso, uma possibilidade de auxílio para o sucesso, uma ameaça externa); 
 Observar os valores da escola, a comunicação entre seus profissionais e entre 
profissionais e aluno; 
 
COM O SUJEITO observar: 
 Visão do sintoma para o sujeito; 
 Significação do problema para o sujeito; 
 Sentido do que o sujeito espera de sua intervenção 
 Observar as modalidades de comunicação do sujeito (pode ser obtida na entrevista 
realizada com o sujeito no primeiro encontro – antes do E.O.C.A.). 
 
 
 
 
 
 
 
 7 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
ENTREVISTA COM O SUJEITO 
 
Você sabe por que está aqui? 
Você sabe o que é uma Psicopedagoga? 
Qual a sua idade? 
Onde você estuda? 
O que você mais gosta de fazer? Por que? 
O que não gosta de fazer? Por que? 
O que você deseja ser quando crescer? Por que? 
O que não deseja ser quando crescer? Por que? 
O que lhe dá mais medo? Por que? 
O que lhe dá mais raiva? Por que? 
O que lhe dá mais pena? Por que? 
O que lhe dá mais vergonha? Por que? 
Quais os seus três maiores desejos? 
Quais as pessoas que você mais gosta? Por que? 
Quais a que você menos gosta? Por que? 
Quais as pessoas que você tem medo? Por que? 
Quais as pessoas que você tem raiva? Por que? 
Quais as pessoas que você tem mais vergonha? Por que? 
Quais suas lembranças mais antigas? Aquelas que você lembra e depois esquece? 
Das coisas que aconteceram na sua vida, qual a melhor? 
E a pior? 
Como você se sente frequentemente? O que você acha de você? 
 
 
 
 
 8 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
INVENTÁRIO DA FIGURA HUMANA 
1. Qual o nome e idade dessa pessoa?_____________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
2. O que esta pessoa está fazendo?_______________________________________________ 
__________________________________________________________________________ 
3. É casado(a) _______ ? Tem filhos?______ Mora com quem?_________________________ 
4. É mais ligada ao pai ou à mãe? _________________________________________________ 
5. De quem essa pessoa mais gosta na vida? ________________________________________ 
6. O que essa pessoa faz? _______________________________________________________ 
7. O que ela pretende ser na vida? ________________________________________________ 
8. O que ela pensa da vida? _____________________________________________________ 
9. Do que ela tem medo? _______________________________________________________ 
10. É uma pessoa alegre ou uma pessoa triste? _______________________________________ 
11. O que deixa essa pessoa muito triste? ___________________________________________ 
12. Qual a maior qualidade dessa pessoa? ___________________________________________ 
13. Qual o maior defeito dessa pessoa? _____________________________________________ 
14. O que as pessoas dizem dela? _________________________________________________ 
15. Ela confia nas pessoas? Por que? _______________________________________________ 
16. Tem namorado(a)? __________________________________________________________ 
17. Já gostou de alguém a ponto de ter alguma experiência sexual? ______________________ 
18. Tem amigos? _________ Onde? ________________________________________________ 
19. Quais são os seus sonhos? ____________________________________________________ 
__________________________________________________________________________
bs.: 
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________ 
 
 
 9 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 E.O.C.A.-ENTREVISTA OPERATIVA CENTRADA NA APRENDIZAGEM 
 
O processo diagnóstico consta por uma série de passos por cujo meio se realiza o 
reconhecimento das dificuldades, o prognóstico e as indicações. 
Entre estes processos destacamos a E.O.C.A. – Entrevista Operativa Centrada na 
Aprendizagem, elaborada pelo professor argentino Jorge Visca, cujo objetivo é de estudar 
as manifestações cognitivo-afetivas da conduta do entrevistado em situação de 
aprendizagem. Permite ainda se obter uma visão conjugada e uma hipótese diretriz do 
interjogo dos aspectos cognitivos e afetivos da aprendizagem, bem como os pontos de 
alerta que deve ser verificada para constatação ou não das hipóteses levantadas. 
A EOCA é utilizada como ponto de partida em todo processo de investigação 
diagnóstica das dificuldades de aprendizagem. 
Este instrumento consiste em uma entrevista estruturada que põe em evidência o 
aprendizado e conta como reativos quaisquer material, dependendo da idade do 
educando e da queixa. Na idade escolar podem ser: folhas pautadas, lápis de escrever, 
borracha, lápis colorido, giz de cera, papéis variados, revistas, tesoura, cola, livros 
de acordo com a idade do entrevistado, apontador, canetas, canetas hidrocor, 
folhas sulfite, régua, etc. 
Os objetos são deixados sobre uma mesa, organizados de tal forma que o 
entrevistado precise abrir as caixas de lápis, o estojo, apontar o lápis preto sem ponta, 
procurar o que deseja observar todo material para decidir o que vai utilizar. 
 
1. CONSIGNAS E INTERVENÇÕES - As consignas e intervenções possibilitam observar: 
 - a possibilidade de mudança de conduta; 
 - a desorganização ou reorganização do sujeito; 
 - as justificativas verbais ou pré-verbais; 
 - a aceitação ou a recusa do outro (assimilação, acomodação, introjeção, projeção). 
 
1.1. Tipos de consignas e intervenções: 
 
_ De abertura: 
“Gostaria que você me mostrasse o que sabe fazer, o que lhe ensinaram e o que você 
aprendeu. Esse material é para que você utilize como desejar, pode usar o que quiser”. 
 
_ Para mudança de atividade: 
- Consigna aberta: “Gostaria que você me mostrasse o que quisesse com esses 
materiais”. 
- Consigna fechada: “Gostaria que você me mostrasse algo diferente do que já me 
mostrou” 
 
 
 10 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
- Consigna Direta: “Gostaria que me mostrasse algo de... (matemática, escrita, leitura)”. 
- Consigna Múltipla: “Você pode ler, escrever, pintar, recortar desenhar, etc?”. 
- Consignas para Pesquisa: “Para que serve isto, o que você fez, que horas são, que cor 
você está utilizando?”. 
 
_ As respostas geralmente após a consigna de abertura são: 
 
a. Sujeito começa a fazer algo (desenha, pinta, recorta, etc) 
b. Pede que lhe indique o que precisa fazer, ao que se responde: “o que você quiser”. 
c. Fica totalmente paralisado sem poder reagir. Mesmo diante do modelomúltiplo não 
realiza nada. 
 
_ Qualquer uma das respostas já são dados significativos para a avaliação. 
 
_ Quando o entrevistado apresenta alguma produção, é aconselhável que se incida sobre 
ela, perguntando, argumentando, investigando, apresentando um problema, pedindo que 
relate o que leu, escreveu ou desenhou. Observa-se o grau de mobilidade e de 
modificabilidade do entrevistado. 
 
1.2. Fatores de observação durante a EOCA 
_ Através da observação do tema, da dinâmica e do produto, pode se observar o 
sintoma e as causas históricas coexistentes (ansiedade, defesa, funções, nível de 
pensamento utilizado, grau de exigência, aquisições automáticas, aspectos da 
lateralidade, organização, ritmo de trabalho, interesses, etc). 
 
_ Estes três níveis de observação são indicadores do 1º sistema de hipóteses: 
 
a. Temática - Consiste em tudo que o sujeito diz, o que terá, como toda conduta humana, 
um aspecto manifesto e outro latente; 
 
b. Dinâmica - consiste em tudo que o sujeito faz e não é estritamente verbal: gestos, tom 
de voz, postura corporal, etc. a forma de sentar ou de pegar o lápis podem ser mais 
reveladoras que os comentários e até mesmo que o produto. 
 
c. Produto - é o que o sujeito deixa gravado no papel, na dobradura, na colagem, etc. 
incluindo a seqüência em que foram feitos. 
 
_ Dimensão afetiva 
- Alguns indicadores: 
 
 
 11 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 Alterações no campo geográfico e o de consciência (distração, inadequação da 
postura, fugas, etc). 
 Condutas defensivas (medos, resistência à tarefas, à mudanças, à ordens, etc). 
 Ordem e escolha dos materiais. 
 Aparecimento de condutas reativas (choro, ansiedade, etc). 
 
_ Dimensão cognitiva 
- Alguns indicadores: 
 Leitura dos objetos e situação 
 Utilização adequada dos objetos 
 Estratégias utilizadas na produção de tarefas 
 Organização 
 Planejamento da atividade (antecipação) 
 Nível de pensamento utilizado 
 
2. POSTURA DO EXAMINADOR 
 Deve ser um mero observador da conduta do avaliado,. 
 Participando com intervenções somente quando achar necessário. 
 Utilizar-se de vários tipos de consignas para maior riqueza das observações. 
 Colocar limites quando achar necessário. 
 Quando o avaliado apresenta dificuldades para entrar na tarefa, deverá utilizar 
consigna múltipla para facilitar a decisão do avaliado. 
 Caso o avaliado permaneça sem iniciativa, devemos lembrar também que esta 
também é uma postura a ser analisada, é uma forma de agir frente a situações novas, 
deve ser avaliada em seus vários fatores. 
 Se necessário, pode ser feitas mais de uma entrevista de EOCA. 
 
3. FORMA DE REGISTRO 
 Papel pautado dividido em duas colunas, sendo a da esquerda maior, pois servirá para 
as anotações do que ocorrerá na entrevista e a coluna da direita para anotações das 
hipóteses levantadas. 
 Deve-se anotar tudo que ocorrer, postura, ações, palavras, frases, etc. 
 
4. LEVANTAMENTO DAS HIPÓTESES 
 as hipóteses serão levantadas de acordo com as observações feitas durante a 
entrevista. Levando-se em conta as três linhas de pesquisa que serão realizadas: 
cognitiva, afetiva e orgânico-funcionais. 
 Quando as hipóteses nos levarem a uma área específica(ex: psicologia, 
fonoaudiologia, neurologia, etc), deve-se pedir a avaliação de um profissional 
competente, sempre que possível. 
 
 
 12 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
PRINCIPAIS OBSTÁCULOS DAS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 
 
1. Obstáculos Funcionais 
- Assimilação - Motor 
- Lentidão - Elaboração mental 
- Domínio especial - Etc 
 
2. Obstáculos Epistemofílicos (emocionais) 
- Estado confusional - Conduta evitativa 
- Perseveração - Mecanismos defensivos 
- Exigência - Etc 
 
3. Obstáculos Epistêmicos (Cognitivos) 
- Desempenho 
- Antecipação 
- Insensibilidade – não percebe determinados conflitos - Não possui mecanismo de 
integração. Ex: colocam-se vários fósforos de tamanhos iguais alinhados com outros 
fósforos de tamanho menor. 
Junta-se até as duas linhas atingirem o mesmo comprimento e pergunta-se se 
os fósforos são iguais. O sujeito não percebe que só o comprimento final é o 
mesmo, mas que os fósforos são diferentes. 
- Assimilação, acomodação - Nível cognitivo - Etc 
 
Observações gerais 
1. Cada nível de estrutura cognitiva corresponde a uma leitura da realidade e um nível de 
evolução afetiva para estabelecer um vínculo com o objeto 
 
2. Cognitivo – Operações lógicas que regulam os intercâmbios com o meio externo, com a 
lógica correspondente ao estágio cognitivo a que percebe o sujeito. 
 
3. Diante de determinada situação, o sujeito passará pelos momentos de indiscriminação, 
objetiva parcial e total, em movimentos de ir e vir. Quando atinge o patamar, pode passar 
para outro no mesmo movimento. 
 
ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO - Marque as questões observadas 
 
Em relação à temática: 
 
 
 13 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
( ) fala muito durante a sessão ( ) Não fala demais durante a sessão 
( ) verbaliza bem as palavras ( ) Expressa com facilidade 
( ) apresenta dificuldades para se expressar verbalmente 
( ) fala de suas ideias, vontades e desejos 
( ) mostra-se retraído para se expor 
( ) sua fala tem lógica e sequência de fatos 
( ) parece viver num mundo de fantasias 
( ) tem consciência do que é real e do que é imaginário 
( ) conversa com o terapeuta sem constrangimento 
 
Observação: 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
 
Em relação à dinâmica (consiste em tudo que o cliente faz) 
( ) o tom de voz é baixo 
( ) o tom de voz é alto 
( ) sabe usar o tom de voz adequadamente 
( ) gesticula muito para falar 
( ) não consegue ficar assentado 
( ) tem atenção e concentração 
( ) muda de lugar e troca de materiais constantemente 
( ) pensa antes de criar ou montar algo 
( ) apresenta baixa tolerância à frustração 
( ) diante de dificuldades desiste fácil 
( ) tem persistência e paciência 
( ) realiza as atividades com capricho 
( ) mostra-se desorganizado e descuidado 
( ) possui hábitos de higiene e zelo com os materiais 
( ) sabe usar os materiais disponíveis, conhece a utilidade de cada um 
( ) ao pegar os materiais, devolve no lugar depois de usá-los 
( ) não guarda o material que usou 
( ) apresenta iniciativa 
( ) ocupa todo o espaço disponível 
( ) possui boa postura corporal 
( ) deixa cair objetos que pega 
( ) faz brincadeiras simbólicas 
( ) leitura adequada à escolaridade 
( ) interpretação de texto adequada à escolaridade faz cálculos 
( ) escrita adequada à escolar 
 
Observação: 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 14 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
Em relação ao produto (é o que o sujeito deixa registrado no papel) 
 
( ) desenha e depois escreve 
( ) escreve primeiro e depois desenha 
( ) apresenta os seus desenhos com forma e compreensão 
( ) não consegue contar ou falar sobre os seus desenhos e escrita 
( ) se nega a descrever sua produção para o terapeuta 
( ) sente prazer ao terminar sua atividade e mostrar 
( ) demonstra insatisfação com os seus feitos 
( ) sente-se capaz para executar o que foi proposto 
( ) sente-se incapaz para executar o que foi proposto 
( ) os desenhos estão no nível da idade do entrevistado 
( ) prefere matérias que lhe possibilite construir, montar criar’ 
( ) fica preso no papel e lápis 
( ) executa a atividade com tranqüilidade 
( ) demonstra agressividade, em seus desenhos e suas criações ou no comportamento 
( ) é criativo(a) 
 
Observação: 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
 
Conclusão: 
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 15 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
OBSERVAÇÃO LÚDICA – HORA DO JOGO 
 
1. CONCEITO 
Toda a criança interage com brinquedos e expressa a realidade do mundo interno e 
sua relação com o mundo externo, pois através do jogo ela define seus papéis, seu 
espaço, mostrando suas relações interpessoais. 
Pode receber os limites que lhe são impostos e demonstra como lidar com eles. 
A observação lúdica é uma técnica de compilação de dados que auxilia a investigar 
os aspectos mais significativos para a formulação das hipóteses. 
Trata-se de uma observação espontânea na qual a motivação por brincar deve ser 
a sua maior preocupação, do que o fato de se sentir observada. 
 
2. OBJETIVOS 
- Auxiliar no diagnóstico de crianças que não responde a outras formas de avaliação. 
- Auxiliar na investigação das dificuldades apresentadas nas áreas diversas de 
desenvolvimento, possibilitando o levantamento de hipóteses. 
 
3. ESTRATÉGIAS 
- Brinquedos diversos de acordo com a faixa etária, o interesse e o que se quer investigar. 
- Os brinquedos são expostos para que a criança interaja com eles. 
 
4. PONTOS A SEREM OBSERVADOS 
- A interação da criança frente ao brinquedo 
- O repertório cognitivo, afetivo, motor, funcional, social 
- O nível e o tipo de linguagem 
- A conduta 
- O uso do brinquedo enquanto função real 
- A proposta de brincadeiras 
- A centralização de brinquedos regressivos ou superiores a idade da criança 
- O levantamento de hipóteses 
 
5. DEMANDA 
A observação lúdica é também indicada no diagnóstico de: 
 
- Crianças portadoras de necessidades especiais em idade pré-escolar ou escolar quando 
não tem repertório de linguagem verbal e não respondem a outras formas de 
investigação; 
- Crianças com suspeita de hiperatividade ou distúrbios de comportamento como autismo, 
psicose, esquizofrenia, etc. e que não respondem a outras formas de investigação. 
 
 
 16 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
INVENTÁRIO DA HORA DO JOGO 
 
Consigna: Aqui está uma caixa com muitas coisas para você brincar com tudo o que você 
quiser; enquanto isso, eu vou observar e fazer algumas anotações aqui. Um pouco antes 
de acabar o tempo, eu lhe aviso”. 
 
1. INVENTÁRIO 
( ) classifica de alguma maneira o conteúdo da caixa 
( ) possibilidade de antecipação 
( ) experimenta o funcionamento do objeto 
( ) avalia os elementos da caixa a medida que vão surgindo as possibilidades de ação 
( ) pega rapidamente o primeiro que encontra e usa 
( ) experimenta antes de usar 
( ) procura um objeto ou instrumento em particular, em função de um projeto 
 
2. ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO DA AÇÃO 
( ) o material começa a fazer parte de uma comparação simbólica através de comparações 
( ) observar as dificuldades surgidas e que e que tem a ver com dificuldades para entender 
 relações, formular hipóteses, apresentar problemas e encontrar soluções. 
 
Aptidão da criança para: Criar ( ) Imaginar ( ) Chamar atenção ( ) produzir um objeto ( ) 
 
Apresenta: Agressividade ( ) Desinteresse ( ) Insegurança ( ) Prazer ( ) 
 
 
3. MATERIAL UTILIZADO PELO PACIENTE 
______________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________ 
 
 ( ) Se a criança trouxer outros assuntos que não tem nada a ver com a atividade, 
significa um indicativo de dificuldade de concentração. 
 
 ( ) Se ela não quiser escrever ou ler, poderá ser um indicativo por leitura e escrita 
ou um vínculo inadequado com a aprendizagem sistemática. 
Obs,: ____________________________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________________________ 
 
 
 17 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO 
 
Características Gerais 
Jean Piaget e colaboradores, após intensas pesquisas, elaboraram as provas do 
diagnóstico operatório que determinam o grau de aquisição de algumas noções chaves do 
desenvolvimento cognitivo, tais como: noção de tempo, espaço, conservação, 
causalidade, numero, etc. 
Por meio das provas operatórias é Possível detectar o nível da estrutura cognitiva 
com que o sujeito opera diante da situação apresentada, ou seja, o nível de pensamento 
alcançado pelo sujeito. 
As idades cronológicas apresentadas para os diversos níveis de desenvolvimento 
estão relacionadas às condições sócio-culturais, sendo portanto, uma idade aproximada. 
 
Momento do Diagnóstico 
1. Vínculo 
2. Clarear o que se vai fazer 
3. Apresentação do material da prova (quando o sujeito manuseia, ouvir o que ele diz). 
4. A ordem ou consigna 
5. A pergunta não precisa ser translúcida que dirija ou direcione a resposta. 
6. Resposta 
7. Primeira transformação do objeto, não transforma o aspecto considerado. 
8. Pedido de argumentação. 
9. Resposta argumentada por: 
 - Identidade: quando o sujeito percebe que não se acrescenta nada ao material 
utilizado 
 - Identidade subjetiva: quando o sujeito identifica que a quantidade de material dada 
possui a mesma quantidade. 
 - Reversibilidade: quando o sujeito argumenta – “se você voltar a forma antiga”. 
 - Compensação: quando o sujeito argumenta compensando as diferenças das formas 
apresentadas: “é mais comprida; mais larga; etc”. Pode ser conservadora ou não. 
10. Contra-argumentação: Pode-se contradizer o pensamento exprimido pelo sujeito 
(tentar levar em consideração o ponto de vista do sujeito e pesquisar se a resposta tem 
um esquema ou é por mero acaso). 
11. Justificação: resposta do sujeito, pode ser conservadora ou não. 
12. Segunda transformação 
13. Sequencia dos passos anteriores 
 
 
 
 18 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
Observações 
Quando o sujeito, na argumentação ou justificativa, responde “não sei”, pode ter 
dificuldades no aspecto operativo, possui a imagem, mas não opera mentalmente, ou 
pode estar no nível intermediário entre um período e outro. 
 
Provas Horizontais 
- Seriação - Massa e Peso 
- Números pequenos - Comprimento 
- Dicotomia- Espaço unidimensional 
- Quantidade e inclusão de classes - Superfície 
- Interseção de classes - Espaço bi e tridimensional 
- Conservação de líquidos - Substâncias homogêneas 
 
Provas complementares e suplementares 
São provas para avaliar os patamares intermediários mais sutis, para se saber se o 
sujeito está longe ou perto do nível. 
- Peso (complementar heterogêneo) 
- Combinações e permutações 
 
PROVAS DO DIAGNÓSTICO OPERATÓRIO 
As provas do diagnóstico operatório adotadas no momento atual, foram 
selecionadas pelos pesquisadores de acordo com os trabalhos de Barbel Inhelder e são 
assim relacionadas: 
 
1. Provas de Classificação – avaliam o domínio do sujeito a respeito da classificação. São 
elas: conservação do número, matéria e líquido. 
 
2. Provas de Seriação – Consta de 10m palitos graduados para serem organizados segundo 
seu tamanho. 
 
3. Mudança de critério ou Dicotomia – consta de fichas com os atributos: cor, forma e 
tamanho, que devem ser destacados pelo sujeito, conforme ordem dada. 
 
4. Qualificação da inclusão de classes – esta prova pode ser realizada com flores, como o 
original, ou com animais ou frutas, pois permite avaliação da qualificação inclusiva a 
respeito das classes com os elementos das subclasses. 
 
5. Interseção de classes – nesta prova se investiga o grau de operatividade a respeito das 
operações lógicas no trato com as classes. 
 
 
 19 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
6. Conservação – a conservação diz respeito a igualdade e possibilita a percepção de que 
mesmo diante de transformações o objeto conserva sua identidade, integridade ou 
qualidade em questão. Estas questões são importantes para os processos reguladores 
das atividades do sujeito em sua adaptação frente a realidade. O que se observa nestas 
prova é o êxito ou não na variável quantitativa em distintos conteúdos. 
6.1. Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos – prova das fichas 
ou dos números, possibilita a verificação da conservação da equivalência numérica com 
quantidades discretas, apesar das transformações que foram expostas. Parte-se da 
correspondência termo a termo. 
 
6.2. Conservação da quantidade de líquido – prova do transvasamento de líquido, 
investiga-se o grau de conservação com um material físico continuo em diversas 
variáveis. 
 
6.3. Conservação da quantidade de matéria – prova da massa, utiliza um novo material 
(massa de modelar), ma está correlacionada a anterior. 
 
6.4. Conservação de peso – esta prova tem êxito no segundo nível das operações 
concretas e indaga sobre o grau de aquisição da invariância de peso. 
 
6.5. Conservação de volume – esta conservação é alcançada por volta dos 11/13 anos 
dentro do período das operações concretas 
 
6.7. Conservação de comprimento – esta prova é somente administrada somente 
quando o sujeito atingiu a conservação das equivalências numéricas, pois ela estuda a 
capacidade dos mesmos a respeito da transposição ou reconstrução deste conhecimento 
ao nível da conservação de um contínuo unidimensional – o comprimento e a largura. 
 
7. Provas do pensamento formal ou Hipotético dedutivo – são as provas de combinatórias 
entre os elementos, que possibilitam perceber se o sujeito alcançou o nível de 
pensamento formal, apesar do material ser concreto, a formulação do pensamento exige 
um sistema de lógica proporcional. 
 
Aplicação das provas 
As provas consistem de uma situação experimental elaborada, mas a técnica 
utilizada para as provas é basicamente igual a todas. Interroga-se o avaliado frente aos 
fenômenos observáveis e/ou manipuláveis a partir dos quais se leva o sujeito a raciocinar. 
Variam somente segundo a natureza lógica dos problemas ou de fenômenos físicos. 
 
 
 
 20 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
Quadro de seleção de provas conforme a idade 
Até 6 anos Provas de conservação: de pequenos conjuntos discretos de elementos da 
quantidade de líquido 
Provas de classificação: de mudanças de critério ou dicotomia 
Provas de seriação 
6 e 7 anos Provas de conservação: de pequenos conjuntos discretos de elementos da 
quantidade de líquido, da quantidade de matéria, da composição da 
quantidade de líquido; 
Provas de classificação: de mudanças de critério ou dicotomia, interseção 
de classes ou qualificação da inclusão de classes. 
Provas de seriação 
8 e 9 anos Provas de conservação: da largura, de peso, do volume. 
Provas de classificação: interseção de classes ou qualificação da inclusão 
de classes 
Provas de seriação 
10 a 12 anos Provas de conservação: da quantidade de matéria, da largura, da 
composição da quantidade de líquido, de peso 
Provas de classificação: interseção de classes ou qualificação da inclusão 
de classes 
12 anos ou 
mais 
No caso de se obter êxito na prova de conservação de volume, administra-se 
as provas para o pensamento formal. 
 
 
 
 
 
EXPLICAÇÃO PASSO-A-PASSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
MODALIDADES DE APRENDIZAGEM 
 
 
 
 
 
 22 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
1- PROVA DE CONSERVAÇÃO DE PEQUENOS CONJUNTOS 
DISCRETOS DE ELEMENTOS 
Material: 10 fichas mesmo tamanho. Sendo 6 de cada cor (ex: azul e vermelho) de 
emborrachado, plástico ou papel cartão. 
 
PASSOS: 
1) Apresentação do material 
2) Inicio da aplicação: Pedir para o sujeito escolher uma cor 
3) Estabelecimento de Identidade Inicial: Colocar um número se ficha em fileiras (6) e 
pedir que o sujeito coloque o mesmo tanto diante das do E. 
EX: Coloque a mesma quantidade de tuas fichas como coloquei das minhas. 
4) 1ª transformação: Alongamento- Esticar uma das coleções e perguntar: como fica 
agora: temos o mesmo tanto ou + ou -. 
Como assim: 
ue seja a resposta do sujeito deve-se contra argumentar com ou sem o 
terceiro. 
 
 
 
 
 
 
 23 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
CONTRA ARGUMENTAÇÕES: 
a) De conservação: Ex: veja como esta fila é mais comprida. Você acha que está maior, 
tem mais fichas? 
b) De não- conservação: Ex: Lembra que antes você disse que tinha o mesmo tanto. 
Agora ficou diferente? 
Com o 3º - Outro menino me disse que havia o mesmo tanto de fichas vermelhas e azuis. 
Você acha que ele estava certo ou errado? 
Diante da resposta, o E. Pede uma justificativa. 
5) 2ª transformação: Encurtamento e seguem-se os mesmos passos da 1ª transformação. 
6) 3ª transformação: Formar um círculo e repete-se como a anterior. 
7) 4ª transformação: Sobrepor às fichas e repete-se como nas demais. 
8) Pergunta por Quoticidade: O E. Coloca as suas fichas debaixo da mão e pergunta: 
Como tenho embaixo da minha mão? O mesmo tanto, ou + ou -? 
Como você sabe? Você pode explicar. 
 
TABELA DE AVALIAÇÃO 
NÍVEL DE 
RESPOSTA 
ESTÁGIO DE 
PENSAMENTO 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
NÍVEL I 
NÃO 
CONSERVATIVA 
INTUITIVO GLOBAL 
Até aproximadamente 
4 ou 5 anos) 
 
 
 Estabelece a Identidade Inicial 
 Após todas as transformações e contra 
 argumentações dá respostas não 
conservativas. 
 Consegue ou não responder adequadamente 
a pergunta de retorno empírico 
 Não responde a pergunta de quoticidade 
NÍVEL II 
TRANSIÇÃO 
INTUITIVO 
ARTICULADO 
 
 Estabelece a Identidade Inicial 
 Oscila entre respostas conservativas e não 
 conservativas. 
 Responde a Pergunta do Retorno Empírico 
 
NÍVEL III 
CONSERVATIVA 
 
 
 
1ª SUB-ESTÁGIO 
DO OPERATÓRIO 
CONCERTO 
(aproximadamente a partir 
de 5 anos) 
 
 
 Para todas as transformações e contra 
argumentações dá-se resposta conservativa. 
 Faz o uso de um ou mais argumentos de- 
Compensação. 
 Responde corretamente a 
 Identidade; reversibilidade e Pergunta de 
quoticidade. 
 
 
 
 
 
 24 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
2 - DICOTOMIA ( mudança de critério) 
Material: 
- Cinco quadrados e círculos grandes a azuis 
- Cinco quadrados e círculos grandes vermelhos 
- Cinco quadrados e círculos pequenos azuis 
- Cinco quadradose círculos pequenos vermelhos. 
- 2 caixas iguais (que tenham a base maior que quatro figuras grandes). 
 
 
 
Passos: 
1) Apresentação do material 
2) Propor a classificação espontânea: Coloque juntos os que se parecem, que têm algo 
de igual. 
 
3) DICOTOMIA: 
 Colocar as duas caixas na frente do sujeito e pedir que divida em grupos, 
colocando em cada caixa os que se parecem e que podem ficar juntos. 
 Quando o sujeito dividiu em dois grupos, pedir o nome para as caixas. 
 Se o sujeito descrever de forma heterogênea, pede-se que diga com menos 
palavras ou utilizar a historinha: Se eu tivesse que guardar as caixas na gaveta, o 
que você acha que eu deveria escrever na tampa para saber o que tem dentro? 
 
 
 
 25 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
4) 1ª Mudança de Critério: 
- Tirar das caixas, juntar na mesa e falar: Você poderia separar outra vez em 2 grupos, de 
um outro jeito, colocando junto as que se parecem? 
Perguntar o nome que daria aos grupos (com menos palavras). 
- Caso o sujeito não saiba, existem 2 alternativas: 
a) Insinuação: Sugerir na caixa uma classificação com alguns elementos (Ex.: tamanho, 
cor ou forma) 
b) Demonstração: Acrescentar mais elementos para deixar mais explicita. 
5) 2º Mudança de Critério: 
 Colocar de volta na mesa e pedir para dividir em dois grupos, de outro jeito. 
 Perguntar o nome que daria aos grupos. 
 Recapitulação: Faz-se a recapitulação quando a criança atinge os três critérios 
usando insinuação ou demonstração. 
 Pedir que o sujeito faça novamente a dicotomia e as mudanças de critério. 
 EX.: Você poderia repetir como você colocou da 1ª, da 2ª e da 3ª vez? 
 Utilizar os critérios já utilizados 
 O resultado final é a recapitulação. 
DICOTOMIA – DOMÍNIO DA CLASSIFICAÇÃO 
NÍVEL DE 
RESPOSTA 
ESTÁGIO DE 
PENSAMENTO 
 
CARACTERÍSTICAS 
NÍVEL I 
AUSÊNCIA 
INTUITIVO 
GLOBAL 
(desde 4 –5 anos) 
 Coleções figurais 
 Montagem de figuras complexas (carro, casa,barco, etc.). 
 Pode classificar por um critério. 
NÍVEL II 
INTERMEDIÁRIO 
INTUITIVO 
ARTICULADO 
(5 – 6 anos) 
 Começo da classificação, não utiliza mais as coleções 
figurais. 
 Realiza e recapitula pelo menos por 2 critérios distintos. 
 Faz a classificação 
NÍVEL III 
ÊXITO 
 
DO OPERATÓRIO 
CONCERTO 
(a partir de 6 anos) 
 Faz a classificação utilizando os 3 critérios (cor forma e 
tamanho). 
 
 
 
 
 26 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
3 – SERIAÇÃO DE PALITOS 
Material: 
Pegar os 10 palitinhos com 6 mm de diferença entre eles 
1 palito número 11 cuja medida é de 3 mm de diferença entre o 5º e o 6º. 
Este palito (que passará ser o 6º palito) deve ter um sinal para identificar (palito de inclusão) – opcional. 
1 anteparo (cartão ou cartolina). 
 
 
PASSOS: 
1) Seriação a Descoberto: Pedir ao sujeito que coloque os palitos em 
uma ordem um ao lado do outro: > para o < ou do < para o > 
 
Se o sujeito não compreender o pedido, o Pp. pode: 
a) Começar a seriação com uns quatro palitos e pedir que o sujeito continue. 
b) Fazer a seriação completa e desarrumar. A seguir pede-se que o sujeito a faça. 
Não permitir que o sujeito coloque os palitos em pé, mas deitados sobre a mesa. 
 
2) Dar o palito da inclusão para que o coloque no lugar certo. 
No caso de não ter o palito da inclusão, pode-se pedir para que o sujeito feche os 
olhos e então se tira o 5 ou 6 e a seguir pede-se que o sujeito o encaixe no lugar 
corresponde. 
 
 
 27 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
3) Seriação com Anteparo: Misturar os palitos colocar um anteparo e dizer ao sujeito: 
Gostaria que você me desse os palitos em 0rdem do < para o > ou do > para o < e eu vou 
colocar atrás do anteparo na mesma ordem que você for me dando. 

O sujeito não pode ordenar antes os palitos, mas pode pegá-los na mão (sem 
ordenar) para entregar. 
Obs. Nunca se diz: Faça uma escada! 
Obs. Os dois últimos passos só são feitos se o sujeito tem êxito no primeiro. 
 
AVALIAÇÃO PROVA DA SERIAÇÃO 
NÍVEL DE 
RESPOSTA 
ESTÁGIO DE 
PENSAMENTO 
 
CARACTERÍSTICAS 
NÍVEL I 
AUSÊNCIA 
INTUITIVO 
GLOBAL 
(desde 4 –5 anos) 
 Ausência de série 
 Pequenas séries sem considerar o tamanho dos 
 palitos seguindo apenas a parte superior. 
NÍVEL II 
INTERMEDIÁRIO 
INTUITIVO 
ARTICULADO 
(5 – 6 anos) 
 Erro por ensaio e erro. 
 Pode incluir um novo palito na série 
 Não tem sucesso atrás do anteparo. 
 
NÍVEL III 
ÊXITO 
 
DO OPERATÓRIO 
CONCERTO 
(a partir de 6 anos) 
 Incluir um novo palito na série 
 Tem sucesso atrás do anteparo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
4 - INTERSECÇÕES DE CLASSES 
MATERIAL: 
- 5 fichas redondas azuis 
- 5 fichas redondas vermelhas 
- 5 fichas quadradas vermelhas 
- 1 cartolina de forma retangular contendo 2 círculos de cores diferentes e também 
diferente das fichas ou dois barbantes de cores diferentes em forma circular. 
 
 
PASSOS: 
1) Colocar as cinco fichas azuis no círculo esquerdo (verde) 
Colocar as redondas vermelhas no meio 
Colocar os quadrados vermelhos no círculo à direita (preto) 
2) Pedir para o sujeito nomear o material e dar as características 
3) Perguntar: -> Por que você acha que coloquei estas no meio? 
1) Tem mais fichas vermelhas ou azuis? 
2) Tem mais fichas redondas ou quadradas? 
3) Tem mais ou iguais redondas e vermelhas? Como você sabe? Você pode me 
explicar? (intersecção) 
 
 
 29 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
4) Olhando todas as fichas redondas e olhando todas as fichas vermelhas, um tem 
mais que o outro ou são iguais? 
5) Tem mais ou menos tanto de fichas quadradas e vermelhas? 
6) Como sabe? (inclusão) 
7) Olhando as fichas quadradas e olhando as fichas vermelhas, um tem mais que o 
outro ou são iguais? 
 
Perguntas Suplementares: * Só se fazem estas perguntas se a criança errar a pergunta 3 e 4. 

O que é que tem neste primeiro circulo? (verde) 
O que é que tem neste outro círculo? (preto) 
 
INTERSECÇÃO DE CLASSES 
NÍVEL DE 
RESPOSTA 
ESTÁGIO DE 
PENSAMENTO 
 
CARACTERÍSTICAS 
NÍVEL I 
AUSÊNCIA 
INTUITIVO 
GLOBAL 
(desde 4 –5 anos) 
 Responde corretamente só as perguntas de comparação de 
elementos da mesma classe (cor e forma) 
 Erra as perguntas complementares;. 
NÍVEL II 
INTERMEDIÁRIO 
INTUITIVO 
ARTICULADO 
 
 Responde corretamente as perguntas de comparação de 
elementos da mesma classe (cor e forma) 
 Responde corretamente as perguntas complementares. 
 Erra as perguntas de elementos que não são da mesma classe 
(inclusão e intersecção); 
NÍVEL III 
ÊXITO 
 
1º SUBESTÁGIO 
DO OPERATÓRIO 
CONCERTO 
(a partir de 7 anos) 
 Todas as questões são respondidas corretamente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
5 - CONSERVAÇÃO DE LÍQUIDOS 
Material: 
2 copos iguais. (A1, A2) 
1 copo cujo diâmetro seja + ou - a metade dos 2 
copos, mais alto que 
o copo testemunho. ( B) 
1 copo + largo e baixo que o copo testemunho. (C) 
4 copinhos cada um dos quais deve ter 
aproximadamente 1/4da 
capacidade do copo testemunho. ( D1,D2,D3, D4) 
2 garrafas com líquido de cores diferentes 
1 toalhinha 
 
 
 
PASSOS: 
1) Identidade inicial: 
- Mostrar os 2 copos iguais ao sujeito pedindo que ele compare os tamanhos 
- Pedir que ele coloque um tanto de água( + ou – a metade) em um copo e depois o 
mesmo tanto no outro copo 
- Perguntar se os 2 têm o mesmo tanto de líquido. 
 
 
 
 31 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
2) 1ª Transvazamento; Alongamento: 
- O E. Pega o líquido de seu copo e derrama no copo + alto e pergunta: 
- Como nós temos agora? O mesmo tanto. + ou -? Por que você acha? 
 
CONTRA-ARGUMENTAÇÃO: 
a) De conservação: Ex.: Mas veja como este copo é alto, será que tem o mesmo tanto 
de líquido como neste outro baixo? O que você acha? 
b) De não-conservação: Ex.: Mas antes você disse que era o mesmo tanto, você acha 
que mudou? Por quê?Veja como este é fino e o outro é largo. Como você acha que fica 
de líquido? (Referir-se ao critério negligenciado: altura/ largura ou nível da água) 
Pergunta de Volta Empírica: Ex.: E se eu voltar a colocar como no início, como teríamos 
de líquido? 
Se o sujeito não responder com sucesso, retoma-se a identidade inicial. 
3) 2º Transvazamento: Achatamento (utilizar o copo mais largo). Repetem-se os passos 
como no 1º transvazamento. 
 
4) 3º Transvazamento: Partição (utilizar os quatro copinhos) Repete-se o procedimento 
anterior. 
 
AVALIAÇÃO PROVA DE LÍQUIDO 
NÍVEL DE 
RESPOSTA 
ESTÁGIO DE 
PENSAMENTO 
 
CARACTERÍSTICAS 
NÍVEL I 
NÃO CONSERVATIVA 
INTUITIVO 
GLOBAL 
(aproximadamente 5 
a 6 anos) 
 Estabelece a Identidade Inicial 
 Após todas as transformações e contra argumentações dá 
respostas não conservativas. 
 Consegue ou não responder adequadamente a pergunta de 
retorno empírico 
NÍVEL II 
TRANSIÇÃO 
INTUITIVO 
ARTICULADO 
 
 Estabelece a Identidade Inicial 
 Oscila entre respostas conservativas e não conservativa. 
 Responde a Pergunta do Retorno Empírico 
NÍVEL III 
CONSERVATIVA 
 
1ª SUBESTÁGIO 
DO OPERATÓRIO 
CONCERTO 
( a partir de 7 anos) 
 Todas as transformações e contra-argumentações 
 dão respostas conservativas. 
 Faz o uso de um ou mais argumentos de – identidade; 
reversibilidade e Compensação. 
 
 
 
 
 
 32 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
6 - CONSERVAÇÃO DE QUANTIDADE DE MATÉRIA 
Material: 2 massas de cores diferentes 
Modificação do Elemento Experimental 
 
 
 
 
 
PASSOS: 
1) Apresentação do material 
2) Estabelecimento de identidade inicial: 
a) Dar as duas bolas de massa já prontas e perguntar ao sujeito se tem o mesmo tanto de massa 
em cada bola, mais ou menos. 
b) Pedir que faça duas bolas com o mesmo tanto de massa e de cores diferentes. 
 
3) 1ª Deformação: Alongamento- Faz-se uma salsicha da massa experimental e 
pergunta-se ao sujeito: E agora, temos o mesmo tanto, + ou -? 
 
Se o sujeito responde sem argumentação pede-se. Ex.: Você pode me explicar? 
 
 
 
 
Igualdade inicial (achatamento) (alargamento) 
 
 (partição) 
 
 
 33 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
CONTRA-ARGUMENTAÇÃO: 
a) De conservação: Ex: A salsicha é mais comprida do que a bola, será que não tem mais 
massa? O que você acha? 
b) De não conservação: Ex. Mas antes você não disse que as 2 bolas tinham o 
mesmo tanto: Mas veja que a Salsicha é mais fina e a bola é bem mais grossa. O 
que você me diz? 
Utilização de uma 3ª pessoa: 
Mas uma menina me disse que havia o mesmo tanto na salsicha e na bola. 
Você acha que ela estava certa ou errada? 
 
Se o sujeito responde sem justificativa, fazer o pedido de justificativa. 
Pergunta de Volta Empírica: Após a justificativa do sujeito faz-se a pergunta de volta 
empírica. 
 
Ex: Se eu voltar a fazer a bolas como no início, como fica? 
Caso o sujeito não saiba responder, retoma-s a identidade inicial (volta empírica). 
 
1) 2ª Deformação: Achatamento (panqueca): Repetir os procedimentos da 1ª deformação. 
 
2) 3ª Deformação: Partição (4 bolinhas): Repetir os procedimentos anteriores). 
NÍVEL DE 
RESPOSTA 
ESTÁGIO DE 
PENSAMENTO 
 
CARACTERÍSTICAS 
NÍVEL I 
Não - CONSERVATIVA 
INTUITIVO 
GLOBAL 
(aproximadamente 5 a 6 
anos) 
 Estabelece a Identidade Inicial 
 Após todas as transformações e contra 
argumentações dá respostas não conservativas. 
 Consegue ou não responder adequadamente a 
 pergunta de retorno empírico 
NÍVEL II 
TRANSIÇÃO 
INTUITIVO 
ARTICULADO 
 
 Estabelece a Identidade Inicial 
 Oscila entre respostas conservativas e não 
 conservativas. 
 Responde a Pergunta do Retorno Empírico 
NÍVEL III 
CONSERVATIVA 
 
1ª SUBESTÁGIO 
DO OPERATÓRIO 
CONCRETO 
( a partir de 7 anos) 
 Todas as transformações e contra argumentações 
 dá respostas conservativas. 
 Faz o uso de um ou mais argumentos de – 
 identidade; reversibilidade e Compensação. 
 
 
 
 
 34 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
7- PROVA: CONSERVAÇÃO DO COMPRIMENTO 
 
Material: 2 correntes de 20 a 30 cm. 
 
 
PASSOS: 
1) Estabelecer a Identidade Inicial: Coloca a mais curta do lado do Pp e a mais 
comprida do lado do sujeito. 
 
Perguntar: Como você acha que são de comprimento as duas correntes: 
 Se ele não compreende o fator comprimento, conta-se a história de dois ratinhos que caminham 
sobre as correntes. Onde o ratinho caminhará mais ou menos ou igual: 
 Quando o sujeito afirmar a diferença propõe-se a primeira situação. 
 
2) 1ª Situação: Coloca-se a corrente mais comprida de um jeito que comece e termine 
junto com a outra. 
Perguntar: Como o ratinho caminhará agora, mais ou menos ou a mesma coisa ? 
 
CONTRA-ARGUMENTAÇÃO 
a) De conservação: O examinador insiste na coincidência dos extremos. 
EX: Os dois acabam no mesmo ponto! Será que o ratinho caminhará igual? Você pode me explicar? 
 
b) De não conservação: Lembrar que no inicio as correntes eram desiguais. 
EX: No início, esticadas, as correntes eram do mesmo comprimento? E agora ficou diferente? 
 
Pergunta de volta Empírica: Após a justificativa do sujeito faz-se a pergunta de volta 
empírica. 
 
 
 
 35 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
Ex: Se esticarmos como no inicio, como você acha que as correntes ficariam de 
comprimento? Igual, ou uma é mais curta ou é mais comprida. 
3) 2ª Situação: Fazer com que a corrente do lado do sujeito pareça mais curta.. 
Repete-se como na 1ª Situação 
 
AVALIAÇÃO - PROVA COMPRIMENTO 
NÍVEL DE 
RESPOSTA 
ESTÁGIO DE 
PENSAMENTO 
 
CARACTERÍSTICAS 
NÍVEL I 
Não - CONSERVATIVA 
INTUITIVO 
GLOBAL 
(aproximadamente 5 
a 6 anos) 
 Estabelece a Identidade Inicial 
 Após todas as transformações e contra argumentações dá 
respostas não conservativas. 
 Consegue ou não responder adequadamente a pergunta 
de retorno empírico 
NÍVEL II 
TRANSIÇÃO 
INTUITIVO 
ARTICULADO 
 
 Estabelece a Identidade Inicial 
 Oscila entre respostas conservativas e não conservativa. 
 Responde a Pergunta do Retorno Empírico 
NÍVEL III 
CONSERVATIVA 
 
1ª SUBESTÁGIO 
DO OPERATÓRIO 
CONCRETO 
( a partir de 7 anos) 
 Todas as transformações e contra-argumentações 
 dão respostas conservativas. 
 Faz o uso de um ou mais argumentos de – 
 identidade; reversibilidade e Compensação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
8 - QUANTIFICAÇÕES DE INCLUSÃO DE CLASSES 
 
MATERIAL: Classes de flores (ex. margaridas e rosas); etc 6 margaridas e 3 rosas 
 
 
PASSOS: 
1) Perguntar se o sujeito conhece flores. Quais flores? 
Se o sujeito não conhece flores, utiliza-se outra classe de elementos. 
Assegurar-se de que o sujeito conhece o nome da classe, perguntando: As rosas são 
flores? As margaridas são flores? 
PERGUNTAS RESPOSTAS 
 B = flores 
A = margaridas 
A’ = rosas 
a) Se você pega as margaridas, com o que 
eu fico? 
(F – M = R) 
b) Se alguém pega as flores de minha mão 
com o que eu fico? 
F – R = M 
c) Se eu fizer um ramalhete com as flores e 
depois devolvê-las. E você fizer um 
ramalhete com as margaridas; quem vai 
ficar com mais? 
F – F = 0 (zero) 
d) Se eu penso fazer um ramalhete com as 
margaridas e você com as flores do 
bouquet, qual dos dois vai fazer o 
ramalhete maior? 
M – F = R 
(ordem direta e inversa) 
 
 
 
 
 
 37 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
AVALIAÇÃO - INCLUSÃO EM CLASSES 
NÍVEL DE 
RESPOSTA 
ESTÁGIO DE 
PENSAMENTO 
 
CARACTERÍSTICAS 
NÍVEL I 
AUSÊNCIA 
INTUITIVO 
GLOBAL 
(aproximadamente 5 
a 6 anos) 
 Não compara corretamente o número de 
 elementos das subclasses. 
 Não acerta as questões de subtração de 
 subclasses que não requerem reversibilidade 
NÍVEL II 
INTERMEDIÁRIO 
INTUITIVO 
ARTICULADO 
 
 As respostas são incompletas 
 Apresenta sucesso nas questões de subtração de 
 subclasses que não requerem reversibilidade 
NÍVEL III 
ÊXITO 
 
1ª SUBESTÁGIO 
DO OPERATÓRIOCONCRETO 
( a partir de 7 anos) 
 Todas as questões são resolvidas corretamente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 38 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
9- CONSERVAÇÃO DE SUPERFÍCIE: 
Material: 
12 cartõezinhos quadrados iguais (4 cm por 4 cm) 
2 cartolinas ou emborrachados verdes (tamanho ofício) que representam os campos 
1 ou 2 herbívoros iguais 
 
Igualdade inicial: 
 
Perguntas iniciais 
 
Perguntas iniciais 
 
Retorno empírico 
 
Primeira modificação espacial: 
 
Segunda modificação espacial 
 
Outra modificação espacial 
sugerida 
 
Terceira modificação espacial 
 
 
PASSOS: 
1) Identidade Inicial: 
 
a) Comprovar a igualdade da superfície das duas cartolinas. 
b) Comprovar a igualdade dos quadradinhos. 
 
 
 
 39 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
Criar o argumento: Vamos fazer de conta que temos dois campinhos (cartolinas verdes) e 
se este cavalinho ( ou outro herbívoro) comer deste e do outro campinho, vai comer o 
mesmo tanto de capim, ou vai comer + num campinho do que no outro, ou - ? 
 
1ª Subtração: Colocar um quadradinho (ou casinha) num dos campos e perguntar: Se o 
dono deste campo colocar uma casinha em seu campo, e o cavalo comer neste campo e 
no outro, será que comerá o mesmo tanto de capim? 
2ª Subtração: Acrescentar uma casinha no outro campo e repetir a mesma 
pergunta. 
3ª Subtração: Acrescentar mais 3 casinhas em cada campo e repetir a mesma pergunta. 
 
6) Realizar as transformações: Distribuir de diferentes maneiras as posições das casinhas 
de um dos campos e voltar a fazer a mesma pergunta. 
 
CONTRA- ARGUMENTAÇÃO 
 
a) De conservação: Ex: Mas veja como aqui tem bastante espaço e no outro parece 
pouquinho. Você acha que o cavalinho vai comer igual nos 2 campos? 
b) De não conservação: Ex Mas antes você tinha dito que o cavalinho comia igual. Agora 
ficou diferente? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 40 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 Combinação de fichas 
Materiais: 
 
- 6 fichas de 
diferentes cores 
com 2,5 cm de 
diâmetro cada 
uma. 
 
 
 
 
 Permutação de fichas 
Materiais: 
 
- 4 fichas de 
diferentes cores 
com 2,5 cm de 
diâmetro cada 
uma. 
 
 
 
 Predição 
Materiais: 
 
- 17 fichas verdes 
- 10 fichas 
amarelas 
- 6 fichas lilases 
- 1 ficha branca 
- 1 saco de pano 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 41 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
 
TÉCNICAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS 
 
Baseadas na teoria de Jorge Visca e Alícia Fernandez 
 
As técnicas projetivas psicopedagógicas têm o objetivo de investigar a rede de 
vínculos que o sujeito possui em três domínios: o escolar, o familiar e consigo mesmo. 
 
Em cada um destes domínios, guardando as diferenças individuais, é possível 
reconhecer três níveis em relação ao grau de consciência dos distintos aspectos que 
constituem o vínculo da aprendizagem. 
 
Em seguida apresentaremos um quadro onde se reproduzem os diversos domínios 
com suas correspondentes técnicas projetivas e os objetivos de cada uma: 
 
 
DOMÍ
NIO 
PROVA INVESTIGAÇÃO IDADE 
Escolar Par educativo 
Eu e meus companheiros 
Planta da Sala de Aula 
Vínculo com aprendizagem 
Vínculo com os componentes da classe 
A representação do campo geográfico da sala de aula e a 
desejada 
6-7 anos 
7-8 anos 
8-9 anos 
Familiar Planta da Casa 
 
Os 4 momentos do dia 
Família Cinética 
A planta da casa onde habita, sua representação real e 
desejada 
Os vínculos ao longo do dia 
O vínculo da aprendizagem com o grupo familiar 
e cada um dos integrantes da mesma 
8-9 anos 
 
6-7 anos 
6-7 anos 
Consigo 
mesmo 
O desenho em episódios 
 
O dia de meu aniversário 
 
 
Desenho de minhas 
férias 
 
Fazendo o que mais 
gosto 
A delimitação da permanência da identidade 
psíquica em função dos afetos 
A representação que se tem de si e do contexto 
físico sociodinâmico em um momento de 
transição de uma idade para outra 
As atividades escolhidas durante o período de 
férias escolares 
O tipo de atividade que mais gosta 
4 anos 
 
6-7 anos 
 
 
6-7 anos 
 
6-7 anos 
 
 
 
 
 42 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
Advertências Necessárias 
 
1. A interpretação de cada uma das provas projetivas devem ser feitas em função do 
sujeito em particular e em função do total de informações que se obteve; 
 
2. O total de técnicas aqui expostas não significa a necessidade de que se utilizem todas. 
 
É adequado usar somente aquelas que se consideram necessárias em função das 
hipóteses que se aja formuladas, podendo significar que: 
 
a. Que se aplique somente uma prova; 
b. Que se aplique provas de alguns domínios; 
c. Que se aplique todas as provas de um único domínio; 
d. Que se apliquem todas as provas, coisa que não é muito comum. 
 
3. Certos indicadores de uma técnica se superpõem com os de outra; 4. Os critérios para 
interpretação sugeridos para cada prova, devem somar-se aos critérios gerais para a 
interpretação das provas projetivas; 
 
4. Os critérios para interpretação sugeridos para cada prova, devem somar-se aos 
critérios gerais para a interpretação das provas projetivas; 
 
5. Os indicadores e significados encontrados não implicam numa questão fechada ou sem 
lugar para dúvidas, cada especialista pode realizar novas descobertas, ampliando os 
aspectos de indicadores e significados. 
 
 Fonte: Visca. Jorge – Técnicas Projetivas Psicopedagógicas – 1994 – Buenos Aires, Argentina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 43 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
ANÁLISE DAS PROVAS PROJETIVAS PSICOPEDAGÓGICAS 
 
PAR EDUCATIVO 
 
 
 
 44 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
EU E MEUS COMPANHEIROS 
 
 
 
 
 
 
 
 45 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
PLANO DE SALA DE AULA 
 
 
 
FAMILIA EDUCATIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 46 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
PLANO DA MINHA CASA 
 
 
 
 
 
 
 
 47 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
OS QUATRO MOMENTOS DE UM DIA 
 
 
 
 
 
 
 48 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
DESENHOS EM EPISÓDIOS 
 
 
 
FAZENDO O QUE MAIS GOSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 49 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
MINHAS FÉRIAS 
 
DIA DO MEU ANVERSÁRIO 
 
 
 
 
 50 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
EXAME MOTOR 
 
1. Coordenação Fixa 
 
Diadococinesia - (Marionetes) 
Coloca-se diante da criança com os braços dobrados na altura dos cotovelos, 
lateralmente, e balanças as mãos de um lado para outro. 
Pedir a criança que observe execute os mesmos movimentos que o profissional 
fizer (primeiro com uma e depois com as duas mãos). 
 
Pianotages – (contar nos dedos) - Com os braços dobrados lateralmente na altura dos 
cotovelos, encostar suavemente a ponta de cada dedo na ponta do polegar. 
Pedir para a criança executar o mesmo movimento utilizando apenas uma e depois 
a outra mão. 
 
Cópia - Colocar a folha na horizontal, lápis colorido. Pedir para que a criança pegue o 
lápis e copie o que está vendo. 
 
2. Coordenação Global 
a. Andar – andar pela sala livremente 
b. Correr – correr numa determinada direção 
c. Pegar e arremessar a bola com as duas mãos e depois com uma e com a outra mão. 
 
3. Equilíbrio Dinâmico 
a. Andar em uma linha reta 
b. Andar em uma linha curva 
c. Andar com um pé na frente do outro 
 
4. Equilíbrio Estático 
a. Ficar parado com os pés e os braços ao longo do corpo de olhos fechados (10 segundos). 
b. Ficar num pé só (perna dobrada na altura do joelho para traz, permanecer por 10 
segundos). Repetir com o outro pé. 
 
5. Dissociação 
- Abrir e fechar as mãos juntas. A criança sentada com as mãos sobre a mesa faz o 
movimento com a “E” e “D”. 
- Abrir e fechar as mãos alternadamente. 
- Dissociação entre mão D e mão E: a criança bate as duas mãos sobre a mesa e depois 
só a direita, novamenteas duas e depois só a esquerda. 
- Dissociação entre mãos e pés: bater um pé e bater palmas, bater o outro e bater palmas. 
 
 
 51 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
6. Lateralidade 
- Qual a sua mão direita? - Qual a sua mão esquerda? 
- Qual seu pé direito? - Qual seu pé esquerdo? 
- Qual seu olho direito? - Qual minha mão esquerda? 
- Qual minha mão direita? 
Coloque a: 
- Mão E no olho D - Mão D no olho E 
- Mão E na orelha D - Mão D na orelha E 
- Mão E no olho E - Mão D no olho D 
Predominância lateral 
Dominância da mão 
- Atirar a bola - Pregar um prego 
- Escovar os dentes - Pentear-se 
- Girar o trinco da porta - Escrever 
Dominância do olho 
- Telescópio (tubo de cartolina) - Rifle 
Dominância dos pés 
- Chutar a bola - Jogo de amarelinha 
 
7. Esquema Corporal 
Pedir que a criança reconheça as partes do corpo em si e no examinador. Se a criança 
tiver mais de 6 anos solicitar mais detalhadamente. 
 
8. Orientação Espacial 
Pesquisar com a criança noções de espaço 
- O que tem acima de você? - O que tem abaixo de você? 
- O que tem a sua frente? - O que tem atrás de você? 
- De que lado seu está o objeto? 
Relação perto – longe 
- O que tem perto de você aqui na sala? - O que tem longe de você aqui na sala? 
- Você mora perto ou longe da cidade? - A clínica é perto ou longe da sua casa? 
- Qual das duas (casa ou clínica) é mais perto da cidade? 
 
9. Orientação Temporal 
 
Noção de velocidade 
- Pedir para a criança andar devagar 
- Pedir para a criança andar bem depressa 
- Pedir para a criança andar de pressa e você faz o mesmo percurso a passos lentos e 
 
 
 52 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 perguntar quem chegou primeiro e por que? 
- O que anda mais depressa: o coelho ou a tartaruga? 
- Como você chega primeiro em um lugar, correndo ou pulando? 
 
Noção de tempo 
- O que você estava fazendo antes de vir aqui? 
- Qual o exercício que você fez antes deste? 
- Para você entrar numa sala em que a porta está fechada, o que você precisa fazer? 
- O que você fez depois que entramos aqui? 
- O que você faz depois que põe o pijama? 
- O que você faz antes do almoço? 
- O que você faz depois do almoço? 
 
10. Ritmo 
- Pedir à criança que bata com o lápis sobre a mesa no ritmo dela 
- Pedir à criança que bata com o lápis na mesa em um ritmo lento e depois mais rápido. 
- Pedir a criança que escute bem e faça como o examinador. Suspender após quatro 
estruturas erradas. (colocar um anteparo para que a criança não veja o lápis enquanto 
bate). 
- Contar em tempo de (segundos) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20. 
 
1 - 000 
2 - 00 00 
3 - 0 00 
4 - 0 0 0 
5 - 0000 
6 - 0 000 
7 - 00 0 0 
8 - 0 0 0 0 
9 - 00 00 00 
10 - 00 000 
11 - 00000 
12 - 00 0 00 
13- 0000 00 
14- 00 000 0 
15- 0 0000 00 
16- 00 0 0 00 
17- 000 0 00 000 
 
Nome: _________________________________________________________________________________________ 
 
Data ____/____/____ Examinador: __________________________________________________________________ 
 
 
 53 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
 
 
 54 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM 
ESCRITA REALIZADO PELA CRIANÇA 
 
A escrita, como sistema semiótico, usada para representar de forma gráfica a 
linguagem verbal, foi construída pela humanidade durante milhares de anos. 
Para pessoas já alfabetizadas, parece fácil a compreensão de uma palavra, cada 
sinal gráfico corresponde a um som na mesma. Porém, esta compreensão alfabética da 
escrita não foi a primeira que surgiu na sua construção social (Rego, 1983). 
O homem, na busca de uma comunicação mais duradoura, encontrou formas de se 
comunicar graficamente. 
Uma das formas de registro, mais antigas, encontradas na história escrita é a 
Pictografia. 
A pictografia é uma forma gráfica que não se refere diretamente à linguagem 
verbal. São desenhos figurativos usados como linguagem comunicativa (espécie de 
desenhos que representam objetos). 
Na evolução de sua história, a escrita passou a ser utilizada como representação 
de idéias. Esta fase foi denominada Ideografia. 
Como o nome está dizendo, ideogramas não são apenas as ideias de objetos 
representados, são mais abstratos. 
O homem, nesta etapa passa a lançar mão da arbitrariedade e passa a representar 
graficamente substantivos abstratos que na fase anterior era impossível. Ex: os chineses 
representam a cor vermelha, com o desenho de uma rosa, uma cereja e um flamingo. 
Nesta fase ideográfica, apesar do aprimoramento, a representação gráfica ainda 
não tinha relação com o som das palavras. 
A evolução da escrita, depois deste momento, chega a representação da 
linguagem verbal articulada. Esta etapa foi denominada Logografia. 
Rego (1983), considera a logografia como um grande passo para a história escrita, 
pois nela surgem as representações dos aspectos sonoras da palavra. Apesar de serem 
utilizados desenhos figurativos, eles não tinham a finalidade de representar o objeto em si 
e nem uma ideia, seu objetivo era combinar dois pictogramas com o propósito de 
representar dois ou mais segmentos sonoros de uma palavra. Esta representação não 
exigia uma correspondência som - símbolo. Um desenho ou um sinal podia representar 
um ou mais sons de uma palavra. 
Desta forma tornou-se possível representar graficamente outras palavras além dos 
substantivos. 
A logografia surgiu na impossibilidade prática de uma representação icônica 
generalizada. 
Esta preocupação de representar aspectos sonoros da palavra deu margem ao 
aparecimento da fonografia, que tem como característica principal a representação da 
 
 
 55 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
palavra em uma sequência fônica, fazendo corresponder para cada sílaba fonética, um 
grafema diferente, dando origem aos silábicos. 
Os sistemas silábicos exigem um grande número de grafemas, tornando pouco 
prática sua aplicação. 
A grande inovação da escrita silábica é que se baseia numa análise da palavra 
enquanto forma linguística, ou seja, sequência de sons, desmembrando-a em sílabas, que 
são unidades sonoras e não necessariamente unidades de significado. 
Reduzindo de forma significativa os sinais a serem utilizados na escrita, surge a 
escrita Alfabética, na qual as letras constituem a representação de unidades mínimas das 
palavras, que são as formas. 
Este sistema de escrita proporcionou o aparecimento das leis de combinação, 
possibilitando, com poucos signos, representar todas as palavras utilizadas na linguagem 
verbal. 
Esta pequena revisão histórica permite que se afirme que a linguagem escrita é 
fruto de uma construção do homem, calçada nas necessidades de comunicação e 
perpetuação desta linguagem. 
Emilia Ferreiro, Doutora da Universidade de Genebra, onde foi orientada e 
colaboradora de Jean Piaget, desenvolveu várias pesquisas sobre a comunicação da 
língua escrita em crianças, levando como hipótese inicial a lei de biogenética de Herckel: 
a ontogênese repete a filogênese, ou seja, o desenvolvimento do ser repete o 
desenvolvimento da espécie. 
A criança, segundo a autora, constrói a linguagem escrita, passando em seu 
desenvolvimento pelas mesmas sequências e etapas que a humanidade passou para 
chegar ao sistema de escrita alfabética. Muito embora tenha constatado na análise de 
produção escrita que algumas crianças saltem etapas, observou-se também que uma 
 
 
 56 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
etapa posterior nunca aparece antes de outra mais primitiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 57 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
1. NÍVEL PRÉ-SILÁBICO 
 
Neste nível as escritas são alheias à busca de correspondência entre grafias e 
sons. 
A construção gráfica de um significado está determinada por outro tipo de 
considerações, como no caso da Pictografia e da Ideografia nas etapas daevolução 
escrita. 
 
Grafismos primitivos, escritas unigráficas ou sem controle de qualidade 
 
As escritas que não são formadas por grafias convencionais (letras e números); as que só 
se constituem de um elemento (convencional ou não); e aquelas em que não há limites a 
não ser as condições materiais para controlar a quantidade dos elementos da escrita, 
foram classificadas nesta categoria. 
 
1. Nesta primeira sub-categoria, denominada por Emilia Ferrero por Grafismo 
Primitivo, predominam as garatujas ou peseudo-letras. Exemplos: 
2. 
 
 
Obs: cada linha representa uma palavra ou frase. 
 
2. A escrita unigráfica caracteriza-se por utilizar só uma grafia para cada palavra ou frase 
a representar 
- A quantidade é constante 
- O repertório pode ser fixo (utilizado na mesma grafia) 
- O repertório pode ser variável 
 
 
 
 
 58 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
 
 
 
3. A escrita sem controle de quantidade é determinada pela observação que é o limite do 
papel que controla a quantidade de sinais a serem utilizados 
 
 
Escritas fixas 
 
Estas escritas se utilizam grafias convencionais (na sua totalidade ou com 
pouquíssimas exceções) e pelo controle de qualidade desta grafia (não usa uma só letra, 
nem um número indeterminado). Não apresenta a exigência de diferenciar os sinais ao 
representar nomes diferentes. Tudo é escrito da mesma maneira. 
 
- Na escrita fixa: a mesma série de letras, na mesma ordem, serve para representar 
diferentes nomes. A criança nesta sub-categoria já adquiriu grafias convencionais mas 
não usa para reproduzir diferenças objetivas em sua escrita. 
 
 
 
 
Escritas Diferenciadas 
 
Esta forma de escrita se utiliza predominantemente de grafias convencionais, utiliza 
o controle de qualidade e se preocupa em produzir diferenciações intencionais, muito 
embora não existe a compreensão de critérios de correspondência sonora. 
 
 
 59 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
1. Sequência de repertório fixo com quantidade variada: as grafias utilizadas aparecem 
sempre na mesma ordem, porém a escrita possui diferentes quantidades de grafias, o que 
determina a diferenciação entre os nomes a serem representados. 
Exemplos: 
 
 
 
2. Quantidade constante com repertório fixo: esta escrita mantém uma mesma quantidade 
de elementos gráficos, porém uma mesma grafia é mantida no início, no final ou no meio 
da representação, servindo as demais para diferenciar. Exemplos: 
 
 
 
3. Quantidade variável com repertório fixo parcial: como na subcategoria anterior, 
aparecem constantemente algumas grafias, na mesma ordem e no mesmo lugar e outras 
grafias de formas diferentes, em ordens diferentes de uma representação para outra. A 
diferença está na quantidade de grafias, que não é sempre a mesma. Isso indica um 
elemento a mais para diferenciação. Exemplo: 
 
 
 
 60 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
 
 
4. Quantidade constante com repertório e posição variável: nestes casos a quantidade de 
grafia se mantém em todas as representações, porém se usam recursos de diferenciação 
qualitativa: trocam-se as letras ao passar de uma escrita para outra, ou troca-se a ordem 
das letras. Exemplo: 
 
 
 
5. Quantidade variável e repertório variável: estas escritas expressam a máxima 
diferenciação controlada que permite o nível pré-silábico: variar a quantidade e o 
repertório para diferenciar uma escrita da outra. 
As variações na quantidade de grafia podem ter relação com o tamanho do objeto que se 
representa. Exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
 61 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
Escritas diferenciadas com valor sonoro inicial 
 
As diferenciações entre escritas se representam plenamente desenvolvidas 
nesta categoria, com o acréscimo de um dado importante: a presença de letra com 
correspondência sonora (uma só letra, quase sempre a primeira). 
 
Esta categoria é uma zona intermediária entre a ausência de correspondência 
sonora (nível pré-silábico); por outro lado a letra que inicia a escrita não é fixa nem 
aleatória, mas tem relação com o valor sonoro da primeira sílaba da palavra (prenúncio 
do nível silábico). Além disso a quantidade e o repertório são variáveis. Exemplos: 
 
 
 
 
 
 
 
2. NÍVEL SILÁBICO 
 
Comparando com a evolução da escrita universal, este nível corresponde às 
etapas Logográficas e Fonográficas. 
Quando a criança compreende que as diferenças das representações escritas se 
relacionam com as diferenças sonoras da palavra, busca descobrir que tipo de recorte da 
palavra é aquele que corresponde com os elementos da palavra escrita. No nível silábico 
existe claramente esta tentativa de corresponder grafia e sílaba sonora (geralmente uma 
grafia para cada sílaba), o que não inclui problemas derivados de exigências de 
quantidade mínima de letras. 
 
Escritas silábicas iniciais 
 
Nesta categoria aparecem as primeiras tentativas de escrever designando a cada 
grafia um valor silábico. Como são as primeiras tentativas, o resultado muitas vezes é 
incompleto e coexistente com escritas que não correspondem com este princípio, e com 
exigência de quantidade mínima de grafias. 
 
 
 
 62 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
1. Escritas silábicas iniciais sem predomínio do valor sonoro convencional: se trata da 
coexistência de escritas silábicas com escritas sem correspondência sonora, todas com 
ausência (completa ou quase total) do valor sonoro convencional. A presença dos tipos de 
escrita pode dever-se a coexistência de diversas hipóteses escritas. Exemplos: 
 
 
 
 
 
 
2. Escritas silábicas iniciais com valor sonoro convencional em escritas sem 
correspondência sonora: a única diferença deste grupo em relação ao grupo anterior é 
que a escrita sem correspondência sonora tem um valor sonoro convencional inicial e as 
escritas com correspondência sonora não apresentam valores sonoros convencionais. 
Exemplos: 
 
 
3. Escritas silábicas iniciais com valor sonoro convencional em escritas com 
correspondência sonora: nesta sub-categoria coexistem escritas com ou sem 
correspondência sonora, como na anterior, porém o valor sonoro convencional pode estar 
presente nas duas. Exemplos: 
 
 
Escritas silábicas com marcada exigência de quantidade 
 
Nesta categoria se agrupam as categorias construídas a partir de análises silábicas 
das palavras, mesmo que em alguns casos apareçam mais grafias que as exigidas por 
tais análises. 
Há o predomínio de uma exigência mínima de quantidade superior a 2. Portanto 
são as escritas dos monossilábicos e dos dissilábicos as que mais apresentam 
dificuldades. Esta situação é tão conflitiva que para compensá-la as crianças se 
 
 
 63 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
descontrolam a tal ponto que não se limitam a escrever com a mínima quantidade que os 
mesmos postulam como necessária, duvidando por vezes da correspondência silábica 
que tem demonstrado manejar perfeitamente em ausência deste conflito. Por isso se fala 
em uma marcada exigência de qualidade. 
 
1. Escritas silábicas com marcada exigência de qualidade e sem predomínio de valor 
sonoro convencional: as escritas que se apresentam aqui tendem a estabelecer uma 
correspondência sistemática entre quantidade de grafias e quantidade de sílabas da 
palavra que se escreve. Os monossílabos e dissílabos normalmente são escritos com 
número superior às suas sílabas, por se entender que com tão poucas sílabas não é 
possível representar a palavra. 
Não há predomínio do valor sonoro convencional neste grupo. Exemplos: 
 
 
 
 
2. Escritas silábicas escritas, com marcada exigência de quantidade e predomínio do 
valor sonoro convencional: a diferença com relação ao grupo anterior é o predomínio do 
valor sonoro convencional nas letras utilizadas. Exemplos: 
 
 
 
Escritas silábicas escritas 
 
São aquelasem que predominam a hipótese silábica (correspondência entre 
quantidade de grafias na escrita e sílabas na palavra que se escreve). 
Esta correspondência se estabelece quase sempre destinando uma grafia para 
cada sílaba, as vezes duas. 
O conflito que aparece na categoria anterior é resolvido em favor da hipótese 
silábica e a criança pode escrever a palavra com um ou mais sinais gráficos. 
 
1. Escritas silábicas escritas sem predomínio do valor sonoro convencional: a relação 
entre quantidade de gráficos e sílabas é sistemática, ainda que não haja quase valor 
sonoro convencional nas letras utilizadas. 
 
 
 64 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
Em alguns casos de exigência de quantidade se subordina inteiramente a hipóteses 
silábicas, e pode assinalar-se uma só grafia para um monossílabo. Em outros casos o 
monossílabo é o único afetado pela exigência de quantidade. Exemplos: 
 
 
2. Escritas silábicas com predomínio do valor sonoro convencional: o que diferencia do 
grupo anterior é o predomínio do valor sonoro convencional. Exemplos: 
 
 
 
 
 
3. NÍVEL SILÁBICO ALFABÉTICO 
 
Escritas silábico-alfabéticas 
 
Neste nível coexistem duas formas de fazer corresponder sons e grafias: a silábica 
e a alfabética. 
Há sistematização no sentido de que cada grafia corresponde a um som: existe a 
possibilidade de alguma falha excepcional, mas o critério de quantidade mínima – que 
afeta marcadamente as produções do nível silábico – é aqui compensado pela análise 
fonética, que permite agregar letras sem afetar a correspondência sonora. 
 
Algumas grafias representam sílabas e outras fonemas. Porém não se trata de 
escritas como omissões, senão com construções com dois tipos de correspondências, 
organizadas pela superação do nível silábico e a preparação para o nível seguinte que 
exige sistematização alfabética. 
 
Longe de construir um quadro patológico, representa o passo intermediário entre 
os dois sistemas de escrita. 
 
1. Escrita silábico-alfabética sem predomínio de valores sonoros 
 
 
 65 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
convencionais: maior número de letras representando o valor sonoro convencional das 
letras. Exemplos: 
 
 
2. Escrita silábico-alfabética com predomínio do valor sonoro convencional: maior número 
de letras representando o valor sonoro convencional. Exemplos: 
 
 
 
 
4. NÍVEL ALFABÉTICO 
 
Este nível deixa de lado a hipótese silábica na construção da escrita, e permite a 
formação de correspondência fonemas e grafemas, o que não exclui erros ocasionais. 
 
Este nível corresponde a etapa alfabética da evolução da escrita universal. 
 
Escritas Alfabéticas 
 
1. Escrita alfabética sem predomínio do valor sonoro convencional: ainda que pareça 
estranho, há crianças que atribuem qualquer fonema a qualquer letra; e muito embora a 
análise de sua produção possa parecer primitiva, ela se encontre no nível mais alto da 
construção. Exemplos: 
 
 
2. Escritas alfabéticas com alguma falha na utilização do valor sonoro convencional: são 
escritas fáceis de interpretar por que além de possuírem a correspondência entre letras e 
fonemas, há predominância de valores sonoros convencionais. 
 
Às vezes se usam letras não pertinentes por desconhecimento da letra 
convencionada por um fonema particular. Não se trata de falha ortográfica. Exemplo: 
 
 
 
 66 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
3. Escritas alfabéticas com valor sonoro convencional: são aquelas que correspondem 
inteiramente ao nosso sistema de escrita, ainda que a ortografia não seja totalmente 
convencional. Exemplos: 
 
 
 
 
Na prática educacional, para fins de avaliação inicial do nível de aquisição de 
escrita, basta analisar as produções das crianças tendo como referencial os quatro níveis. 
As subdivisões são necessárias como conhecimento, para provocar desequilíbrios 
adequados na estimulação e para avaliação do processo da criança após esta 
estimulação. Necessário ressaltar que nem todas as crianças evidenciam em sua 
produção escrita a passagem por todos os níveis de aquisição da escrita. 
Após sua pesquisa com crianças de 1ª série no México, Ferreiro afirma que nas 
escritas silábicas aparece uma discrepância significativa entre o diagnóstico do professor 
e o diagnóstico psicogenético. Tais crianças são muitas vezes considerados casos 
patológicos, de “omissão” da escrita. Ferreiro considera de suma importância fazer os 
professores conhecer este momento evolutivo, que constitui um crescimento e não um 
desvio patológico. Esta sua preocupação existe como um caráter preventivo dos 
transtornos de aprendizagem. Outra medida preventiva sugerida por Ferreiro é o 
prolongamento do tempo real de aprendizagem, já que a maioria da população 
pesquisada chega a 1ª série com um nível inicial considerado silábico ou pré-silábico. 
Emilia Ferreiro nos apresenta uma criança que pensa, participa, constrói sua 
aprendizagem, no lugar daquela criança que tem que aprender a lógica do adulto e é 
preparada para isso a nível de percepção, discriminações e coordenações, mas não a 
nível de compreensão do objeto que vai aprender. 
 
“Nos últimos anos, perdemos de vista o aprendiz, estávamos tão preocupados com 
a mão, o olho, os ouvidos que esquecemos que no comando há sempre um ser 
pensante”. (Weiss – 1985, pg. 116). 
 
Reprodução da apostila: 
BARBOSA, L. M. – A Evolução da Escrita da Humanidade e o Processo de 
Aquisição da Linguagem Escrita Realizado pela Criança. Campinas – SP. Documento 
não publicado. 
 
 
 
 67 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
PROVA DO REALISMO NOMINAL 
 
a) Níveis 
 
1. Total desconhecimento das correspondências entre letras e sílabas com um 
número arbitrário de letras. 
2. Tentativa de Correspondência entre letra e sílaba, com um número arbitrário de 
letras. 
3. Capacidade de antecipar uma representação silábica. Elaboração de hipóteses 
silábicas. 
 
 
b) Interpretação da escrita antes da leitura convencional 
 
1. Quantidade suficiente de caracteres. 
 Esta prova tem por objetivo conhecer o nível de conceituação das crianças sobre qual 
a quantidade de caracteres escritos deve possuir a palavra para ser lida. 
 Todos servem para ler, uns servem e outros não, não descrimina letras e números. 
 Poucas letras não servem para ler, dependendo do contexto uma letra serve ou não. 
 Diferenciação entre letras e números. É possível ser lido independente de ser uma 
palavra de poucos caracteres. Precisa haver uma variedade de caracteres para ser 
lido. 
 
2. Momentos da relação entre números e letras. 
 Confundem-se números e letras. 
 Distinção da função: números servem para contar e letras para ler. 
 Conflito: número serve ou pode ser lido apesar de não ser letra. 
 Em todas as línguas os números são lidos ideograficamente. 
 
3. Características que deve possuir o texto para ser lido: 
 Somente as folhas com desenhos podem ser lidas. 
 É necessário haver tanto o desenho quanto a escrita. 
 Somente as folhas com escrita podem ser lidas. 
 
4. Distinção entre letras e sinais gráficos 
 Os sinais de pontuação são pictográficos, e não fonográficos como as letras. 
 Não existe distinção entre eles, letras ou números. 
 
 
 68 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 Inicio da diferenciação limitado ao ponto, dois pontos, traço e reticências, são 
chamados de pontinhos, risquinhos, mas continuam a ser assimilados como letras. 
 Diferenciação inicial. Alguns são confundidos pela semelhança com números ou letras. 
 Diferenciação entre letras e sinais de pontuação. As crianças podem não 
 nomeá-los mas sabem que estes são letras ou vão com elas. 
 Distinção nítida. Começam a usar denominação adequada e a distinguir a função. 
 
5. Orientação espacial da leitura 
 Não possui a orientação esquerda – direita, de cima para baixo. 
 Transição, hora aponta corretamente e hora não 
 Domina a orientação convencionalda leitura 
 
6. Leitura com imagens, palavras e orações 
 No processo de aquisição de leitura, a criança recorre a fontes de informação visual e 
não visual e coordena estas duas informações para interpretar. 
 Para avaliar o nível desta coordenação, propõe-se que a criança leia um texto 
acompanhado de imagens. 
 Texto e desenho indiferenciado. 
 Diferenciação entre texto e desenho 
 Imagem permite antecipar o texto 
 Leitura de palavras 
 
 Objetivo: observar a maneira que a criança trabalha com o texto escrito sem outra 
referência mais familiar. 
 Leitura de palavras escritas 
 A criança não utiliza nenhum referencial, vai dizendo palavras do seu vocabulário, 
sem relação como que está escrito. 
 Atribui a palavras grandes, nomes grandes e coisas grandes. 
 Se preocupa com a extensão da palavra escrita e da emitida oralmente, sem 
correspondência sonora. 
 Se preocupa com alguns sons da palavra escrita que já conhece. 
 Lê a palavra com falhas e corrige a leitura conforme a compreensão da mesma 
 Lê corretamente 
 
 Leitura de orações 
- Objetivo: observar se a criança tem habilidade de operar simultaneamente com partes 
do enunciado oral e com as palavras do texto. 
 
 
 
 
 
 69 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
Níveis da escrita 
 
Pré-silábico 
 
1. Grafismo Primitivo – uuuuummmmxxx 
Escrita unigráfica – E (cavalo); A (menina bonita) 
Escrita sem controle de quantidade – orcadeoe 
 
 
2. Escritas Fixas – AO8 = mar, boneca, etc 
 
3. Escritas diferenciadas 
Sequência de letras fixas com quantidade variada 
Quantidade constante com repertório fixo parcial 
Quantidade variável com repertório fixo parcial 
Quantidade constante com repertório ou posição variável 
Quantidade variável e repertório variável 
 
4. Escritas diferenciadas com valor sonoro inicial 
Quantidade e repertório variáveis e presença do valor sonoro inicial 
Lápis = asol 
 
Escritas silábicas iniciais com valor sonoro convencional em escritas sem 
correspondência sonora. 
Lápis = Isol 
 
Escritas silábicas iniciais com valor sonoro convencional em escritas com 
correspondência sonora. 
Cavalo = avalo 
 
5. Escritas silábicas com marcada exigência de quantidade (casa = sasa) 
 
Silábico 
 
1. Escritas silábicas iniciais 
 
Escritas silábicas iniciais sem predomínio do valor sonoro inicial. 
(Lápis=i s) 
 
 
 
 70 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
Escritas silábicas com marcada exigência de quantidade e predomínio do valor sonoro 
inicial. 
(Gato = oat; mariposa = aioe) 
Escritas silábicas escritas, com marcada exigência de quantidade e 
predomínio do valor sonoro inicial. 
(cebola = eoa) 
 
2. Escritas silábicas escritas 
 
Escritas silábicas escritas sem predomínio do valor sonoro convencional. 
(cebola = epu) 
Escritas silábicas escritas com predomínio do valor sonoro convencional. 
(cebola = coa) 
 
 
Nível silábico-alfabético 
 
1. Escritas silábico-alfabéticas 
 
Sem predomínio do valor sonoro convencional – gato = tgo 
Com predomínio do valor sonoro convencional – gato = gto 
 
Nível alfabético 
 
1. Escritas alfabéticas 
 
Sem predomínio do valor sonoro convencional. (gato = ootg) 
Com algumas falhas no valor sonoro convencional. (pagamento = pagamato) 
Com valor sonoro convencional. (sal = sal) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 71 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
Ditado 
Palavras não convencionais 
 
tigela 
árvore 
livro 
tubo 
escada 
unha 
figo 
jarra 
fumaça 
aftosa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 72 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
Nome:______________________________________________ Data ____/____/_______ 
1. Diga uma palavra grande:________________________________________________ 
Porque?________________________________________________________________ 
2. Diga uma palavra pequena:_______________________________________________ 
Porque?________________________________________________________________ 
3. Qual é a palavra maior: Formiga ou Boi?_____________________________________ 
Porque?________________________________________________________________ 
4. Qual palavra é maior: Trem ou Telefone?____________________________________ 
Porque?________________________________________________________________ 
5. Diga uma palavra parecida com Bola._______________________________________ 
Porque?________________________________________________________________ 
6. Diga uma palavra parecida com Cadeira. ____________________________________ 
Porque? ________________________________________________________________ 
7. As palavras Baleia e Bala são parecidas?_____________________________________ 
Porque?_________________________________________________________________ 
8. Diante de duas cartelas escritas MESA e CADEIRA, pede-se a criança onde está 
escrito CADEIRA. ( ) Acertou ( ) Errou 
9. Diante de três cartelas escritas COPO, COLO e ÁGUA o examinador chama a atenção 
da criança para a semelhança visual entre as duas primeiras palavras e faz a pergunta: 
Está palavra parecida com COPO é COLO ou ÁGUA? 
( ) Acertou ( ) Errou Como você sabe?______________________________________ 
10. Diante do par de palavras BOI e ARANHA o examinador fala: nas condições que as 
palavras estão escritas, onde você acha que está escrito ARANHA? 
( ) Acertou ( ) Errou E BOI? ( ) Acertou ( ) Errou 
Porque?_________________________________________________________________ 
11. Diante do par de palavras PÉ e DEDO, o Examinador fala: Onde você acha que está 
escrito DEDO? ( ) Acertou ( ) Errou 
Porque?_________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 73 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
PROVA DE LEITURA SEM IMAGEM 
 
 
Nome:______________________________________________Data: ____/____/_______ 
 
Leitura de Palavras 
 
1.1- Apresenta-se para a criança uma lista de palavras e pergunta-se: 
 
O que você acha que está escrito em cada linha da ficha? 
 
1.2- Palavras apresentadas Resposta da Criança 
1._______________________ ___________________________ 
2._______________________ ___________________________ 
3._______________________ ___________________________ 
4._______________________ ___________________________ 
5._______________________ ___________________________ 
6._______________________ ___________________________ 
7._______________________ ___________________________ 
8._______________________ ___________________________ 
9._______________________ ___________________________ 
10.______________________ ___________________________ 
 
1.3-Níveis 
 
( ) Não utiliza o referencial 
( ) Preocupa-se com a extensão da palavra escrita em relação ao tamanho do objeto 
( ) Preocupa-se com a extensão da palavra escrita e da emitida oralmente, sem 
 correspondência sonora 
( ) Preocupa-se com alguns sons da palavra escrita que já conhece 
( ) Leitura da palavra com algumas falhas, reformula o produto em função da 
 compreensão da mesma 
( ) Leitura correta da palavra 
 
OBS: 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
 
 
 
 74 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
PROVA DE LEITURA COM IMAGEM 
1-Leitura de palavra 
1.1- Apresenta-se para a criança 7 fichas onde existem uma figura familiar e um texto 
abaixo de cada imagem. Pergunta-se: há algo para ler? ( )Sim ( ) Não 
Onde? ( ) Apontou ( ) Não apontou O que está escrito? 
 
1.2-Ficha Apresentada Resposta da Criança 
1._______________________ ___________________________ 
2._______________________ ___________________________ 
3._______________________ ___________________________ 
4._______________________ ___________________________ 
5.__________________________________________________ 
6._______________________ ___________________________ 
7._______________________ ___________________________ 
 
1.3-Classificação 
( ) Texto e desenhos não são diferenciados 
( ) O Texto é considerado como uma etiqueta do desenho: nele figura o nome do objeto 
 desenhado; há diferenciação entre texto e desenho. 
( ) As prioridades do texto fornecem indicadores que permitem sustentar a antecipação 
 feita a partir da imagem. 
OBS:___________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
 
2-Leitura de orações 
Apresenta-se para a criança 4 fichas com imagem e texto e pergunta-se: Há algo para 
ler? ( ) Sim ( ) Não Onde? ( ) Acertou ( ) Não acertou O que está escrito? 
 
2.1-Ficha Apresentadas Resposta da Criança 
1._______________________ ___________________________ 
2._______________________ ___________________________ 
3._______________________ ___________________________ 
4._______________________ ___________________________ 
 
2.2-Classificação 
( ) Desenho e escrita não estão diferenciados 
( ) Diferenciação entre escrita e desenho 
( ) Inicio de consideração de algumas propriedades gráficas do texto 
( ) Busca de uma correspondência termo a termo, entre fragmentos gráficos e 
 segmentações sonoras. 
 
 
 
 
 75 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
OBSERVAÇÃO DE LEITURA 
 
 
 
 
 
 
 76 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 77 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
LINGUAGEM ORAL 
 
Quando se fala em linguagem oral é preciso distinguir pronúncia, vocabulário e 
habilidade de formular frases (sintaxe oral). 
 
a) Pronúncia 
 
A pronúncia correta das palavras ou frases é um pré-requisito muito importante para 
aprendizagem da linguagem escrita. Deve ser avaliado de acordo com a idade 
cronológica, com seu estágio de desenvolvimento, levando isto em conta, se a criança 
apresenta dificuldades de pronunciar corretamente as palavras poderá vir a encontrar 
obstáculos na aprendizagem da leitura escrita; por outro lado, se apresenta problemas em 
associar sons que ouve com movimentos articulatórios necessários para sua reprodução 
oral pode-se esperar que também apresente dificuldades em associar os sons falados e 
ouvidos ao movimento gráfico da linguagem escrita. 
É percebido mais depois dos sete anos, no período de alfabetização. 
 
b) Vocabulário 
 
É a capacidade de falar palavras conhecendo seu significado com base na própria 
existência. Crianças que apresentam reduzido vocabulário oral poderão apresentar 
problemas na compreensão dos materiais lidos por que nem tudo que vai conseguir 
decodificar terá correspondência com sua experiência vivida (para compreender tem que 
ter vocabulário – leitura é sua interpretação). 
 
c) Sintaxe Oral 
 
Habilidade de formular oralmente frases com sintaxe correta. Implica na perfeita 
elaboração mental das unidades básicas do pensamento, que são as frases (elaborar 
uma frase corretamente). Ao elaborar a frase mentalmente e ao articulá-la a criança deve 
respeitar a ordem dos vocabulários, os tempos verbais, concordância nominal, etc. 
Quando a criança apresenta dificuldades na sintaxe oral, possivelmente terá na 
linguagem escrita a mesma dificuldade caracterizada por condições das palavras ou 
pronomes, mudança na ordem de apresentação dos vocábulos e outros erros de 
gramática. 
 
- Disortografia – não tem sintaxe escrita por que não teve sintaxe oral anteriormente. 
 
 
 
 
 78 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
Amostra da Linguagem Oral 
(papel de carta) 
 
Objetivo: observar como se dá a expressão oral do indivíduo a vista de uma gravura 
(recepção visual x expressão oral) 
 
Material: gravuras adequadas à faixa etária a ser avaliada. 
- Revistas 
- Relação mãe / filho 
- Situação escolar 
- Animal 
- Criança sozinha 
- Só menino 
- Só menina 
 
Consigna: “Olhe estas figuras. Escolha uma. Agora me conte uma história sobre ela”. 
 
Correção: Observar a criatividade ou descrição. Análise qualitativa: 
a) Se a história tem sentido; 
b) Se existe sequência lógica temporal; 
c) Se existe relação entre fatos e gravuras; 
d) Se há fantasia ou realidade; 
e) Se há alterações fonoarticulatórias; 
f) Como é o vocabulário: rico, pobre, limitado, adequado a idade e ao meio, repetitivo; 
g) Sintaxe (verificar o uso correto de advérbios, pronomes, substantivos, 
concordância verbal, como a criança utiliza); 
 
OBS: ofertar o máximo de seis ou sete gravuras. Usar este teste no final da avaliação 
 h) Como a criança articula as palavras; 
 i) Troca de palavras; 
 j) Anotar como a criança fala. 
 
Síntese 
 
Modelo: quanto a linguagem receptiva observou-se que compreende ordem simples, no entanto 
não consegue entender as mais complexas. No que se refere a linguagem expressiva apresentou 
troca, vocabulário pobre, limitado, não conseguindo elaborar história frente a gravura. 
Apresenta troca fonoarticulatória, demonstrou sequência lógica temporal, fazendo relação 
entre fatos e gravura. Na sua oralidade apresenta sentido semântico adequado, apresenta 
fantasia nos fatos que faz narração. Não faz concordância nominal... 
 
 
 79 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
O SONHO DE MARIA 
 
 O maior sonho de Maria era poder voar com os passarinhos. 
 Certo dia, ela encontrou no jardim uma pomba com a asa 
machucada. 
 Maria cuidou da pobre ave até ela ficar boa. A pombinha, que na 
verdade era uma fada, disse: 
 _Você mostrou que é uma boa menina e eu vou realizar seu 
desejo. E falou as palavras mágicas: 
 _ Camuru camará, que ela comece a voar. 
 Maria ficou com o corpo bem leve e foi subindo devagar. Voou 
bastante, apostou corrida com os passarinhos e achou engraçado ver como 
as pessoas lá embaixo ficaram parecendo formiguinhas. 
 De repente, ela sentiu que estava descendo. O encantamento 
havia acabado. 
 
 
1. Qual era o maior sonho de Maria? 
_________________________________________________________ 
2. O que Maria encontrou no jardim? 
_________________________________________________________ 
3. Quem era a pombinha? 
_________________________________________________________ 
4. Por que a fada realizou o desejo de Maria? 
_________________________________________________________ 
5. Com quem Maria apostou corrida? _____________________________ 
6. Por que as pessoas pareciam formiguinhas?_____________________ 
_________________________________________________________ 
7. De repente Maria sentiu que estava descendo. Por quê? 
_________________________________________________________ 
 
 
 
 80 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
AVALIAÇÃO DE CONSCIÊNCIA SINTÁTICA 
 
Instrução: Eu tenho aqui um bonequinho que fala tudo ao contrário. Vamos ensinar este 
bonequinho a falar corretamente. Olha só como ele fala: “Sorvete ontem tomou Maria”. 
Como é certo falar ? Se o paciente não conseguir corrigir, pode ser orientado. Observe 
agora como ele vai falar: “Menino o laranja gosta”. Agora, você vai ensinar o bonequinho a falar 
corretamente, nas frases abaixo: 
SENTENÇA RESPOSTA 
Está muito chovendo hoje 
Bolsa tirou ele o lápis 
Comprou sorvete um morango de Paulo 
O foi ao parque para menino um 
Na comprou papai bicicleta uma loja 
As passeando criança na estão praça 
Vou papai com a para a praia 
Bravo cachorro muito meu é 
Triste quando ficou Luiz viajou Maria 
O menino chorou triste porque estava 
Instrução: Agora você vai me dizer se o bonequinho falou certo ou errado e vai 
corrigir quando ele falar errado. 
SENTENÇA CORREÇÃO 
O menino está doente. 
A mulher viajou. 
O passarinho fugiram. 
Carla quebrou seu brinquedo nova. 
Os homens dirigiram o carro amanhã. 
Pedro vai para o cinema ontem. 
O professor escreveno quadro. 
As meninas escuto muita música. 
Obs.:___________________________________________________________________
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
 
 
 
 81 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
AVALIAÇÃO DE CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA 
 
1. Avaliação da habilidade de categorizar palavras de acordo com semelhanças 
sonoras no início da palavra. Aliteração. 
 
PALAVRAS DITADAS RESPOSTA 
SAPO - SALA - FOCA 
BIFE - FOLHA - FOGO 
JACA - PINTO - PINCEL 
LAÇO - LATA - LEQUE 
BULE - BOTA - BURRO 
PORCO - PENA - PENTE 
BOTE - VASO - VACA 
COLA - COPO - BOTE 
RATA - LÁPIS - RÁDIO 
NAVE - CASA - CABO 
FILÉ - SINAL - SIRI 
Obs.: ___________________________________________________________________ 
 
2. Avaliação da habilidade de categorizar palavras de acordo com semelhanças 
sonoras no final da palavra. 
PALAVRAS DITADAS RESPOSTA 
LAGO - FOGO - VELA 
LATA - BULE - FITA 
PEIXE - SACO – BICO 
CINTO - FOLHA - PILHA 
FADA - DEDO - RODA 
BOTE - PENTE - RATO 
MURO - VARA - PERA 
DEDO - LAGO - FOGO 
BURRO - CARRO - FOTO 
CASA - BOTA - MESA 
CHAV E - BOTE - PENTE 
Obs.: ___________________________________________________________________ 
 
 
 82 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
3. Escreva palavras que rimem com: 
 
PALAVRAS DITADAS RESPOSTA 
MADEIRA 
GATO 
RUA 
RAIZ 
CANÇÃO 
TOC 
SALA 
FOTO 
BRAÇO 
CAMA 
OVELHA 
ESPELHO 
JANELA 
 
 
AVALIAÇÃO DA ESCRITA E LEITURA 
 
PALAVRA ESCONDIDA 
 
- Descubra e destaque a palavra que está escondida. 
 
COTDAFRIBUIGREJATADACOPLINO 
 
GRIGEDABIPOLUVEROLAPISADIROTE 
 
TIJUPABRINFIDAGORALIBREKEGEDIVELITA 
 
 
 83 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
AVALIAÇÃO DA COMPREENSÃO ORAL 
 
Nome: _________________________________ Idade: __________ Data_______ 
 
1. Escrever e ler as palavras ditadas. (entregar papel e lápis com borracha) 
 
Sol - mar - porta - missa - vento - camisa - laranja - guitarra - 
vaqueiro - foguete - pitomba - tartaruga - jangadeiro - sossegado. 
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________ 
 
2. Escrever uma história. 
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________ 
 
3. Leitura silenciosa. 
 Tempo _____________________ 
 Número de palavras lidas _________________________ 
 Resultado _____________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
 
IDADE NUMERO DE PALAVRAS LIDAS 
 7 a 8 anos 50 a 60 palavras 
8 a 9 anos 60 a 85 palavras 
9 a10 anos 85 a 110 palavras 
10 a11 anos 110 a 125 palavras 
11 a12 anos 125 a 135 palavras 
13 a14 anos 135 a 145 palavras 
 
Gráfico de velocidade na leitura (Dr. Simon) 
 
 
 84 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
Para calcular o resultado – some a quantidade de palavras lidas nos cinco minutos e divida o resultado por 
cinco para saber o número de palavras lidas em um minuto. 
 
OBSERVAÇÃO DA LEITURA 
 
Nome: _________________________________ Idade: __________ Data_______ 
 
DURANTE A LEITURA S N OBSERVAÇÕES 
Campo visual (movimenta a cabeça para ler?) 
Coordenação viso-motora (o movimento dos olhos é 
adequado para acompanhar a leitura?) 
 
Distância dos olhos 
Respiração correta 
Nível de atenção (Interessa-se pela leitura?) 
A leitura silenciosa é sussurrada? 
 
ANÁLISE DA LEITURA S N OBSERVAÇÕES 
Conhece todos os fonemas e sua grafia? 
Substitui fonemas? 
Acrescenta letras ou palavras? 
Ritmo da leitura é acelerado? 
É capaz de respeitar a pontuação? 
Lê com visão global? 
Associa palavra ao significado? 
Compreende o que lê? 
 
Preferência de leitura: ______________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
 
 
 85 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
AVALIAÇÃO DA COMPREENSÃO ORAL 
 
- Leia para a criança e peça-lhe que ouça e diga sim ou não e explique por quê. 
SENTENÇA S N OBSERVAÇÕES 
As batatas são cozidas em água fria. 
Muitas pessoas gostam de passear à noite, pois o sol 
está muito alto e claro 
 
Quando vão ao circo, as crianças gostam de carregar 
elefantes. 
 
O trem de carga carrega muitas pessoas e só andam 
nos trilhos. 
 
O avião é mais rápido que o navio, porque o avião voa e 
o navio não voa. 
 
O homem diz ao seu cachorro: - Lulu, fique de guarda 
que vou viajar. Lulu responde: - pode ir patrão que eu 
tomo conta da casa. 
 
Os pintinhos nascem sempre de ovos e os gatinhos 
nascem da barriga da mãe. 
 
Eu gosto de ir ao cinema, porque lá estudamos muito. 
Mamãe faz bolo e assa-o na geladeira. 
Um boi, a frente de três bois, olhou para trás e contou: 
um, dois, três. 
 
Estava passando na cidade, o céu estava azul, sem 
nenhuma nuvem. De repente, começou a chover e eu 
corri pra casa. 
 
Os alimentos, par não estragar, são guardados na 
geladeira. 
 
Os cavalos que moram no chiqueiro e os porcos que 
moram na cocheira pertencem ao fazendeiro 
 
Os animais mais engraçados que encontramos no circo 
são os macacos e os mais fortes, são os elefantes. 
 
Quando vou viajar, eu arrumo as minhas roupas e 
coloco-as no fogão. 
 
Um carro ia andando pela estrada. De repente, parou 
porque acabou a gasolina. O motorista pegou um balde, 
encheu de água e colocou no tanque. O carro voltou a 
andar e ele continuou a viagem. 
 
 
 
 
 
 
 86 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
ORIENTAÇÃO TEMPORAL 
 
Nome: _____________________________ Idade _________Escolaridade ___________ 
Data da Avaliação: _____/_____/__________ (adequar questões conforme faixa etária) 
 
1. Você sabe me dizer que dia é hoje? 
2. E os outros dias da semana você sabe o nome? 
3. Que dia vem antes de Terça? E depois? 
4. Quantos dias há na semana? 
5. Em que mês estamos? 
6. E os outros meses, você sabe o nome? 
7. Quantos meses têm no ano? 
8. Em que mês é o dia das crianças? 
9. E o Natal é em que mês? 
10. Você sabe o nome das estações do ano? 
11. Em que estação estamos? 
12. Em que mês você faz aniversário? 
13. Em que ano estamos? E o século? 
14. Você sabe identificar as horas em um relógio? 
15. Quantas horas possui um dia? 
16. Quantos minutos tem uma hora? 
17. A que horas você janta? E quando você almoça? 
18. Quando a lua aparece? E o sol? 
19. A que horas você levanta? E deita? 
20. Quem é mais velho, você ou seu pai? Porque? 
21. Agora é de manhã, tarde ou noite? 
22. Quando você precisa colocar o casaco de lã? 
23. Você vai à escola no Domingo? 
24. A que horas você entra na escola? E que você sai? 
 
 
 
 
 87 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
INFORMAÇÃO SOCIAL 
 
Seu Nome_______________________________________________________________ 
Você sabe seu endereço?__________________________________________________ 
Como é o nome de seu pai?_________________________________________________ 
Quantos anos ele tem?_________E o dia do aniversário dele?______________________ 
Qual o nome da sua mãe? __________________________________________________ 
Quantos anos ela tem?_________E o dia do aniversário dela?______________________ 
Ela Trabalha?___________ Oque ela faz?____________________________________ 
Você mora com que?_______________________________________________________ 
Você tem irmãos? _________ Quantos? ___________ O nome e a idade deles 
________________________________________________________________________ 
Com qual você gosta de brincar? ______________ Porque? _______________________ 
________________________________________________________________________ 
Com qual você não gosta de brincar? _____________Porque?______________________ 
________________________________________________________________________ 
O que você mais gosta de comer e beber?______________________________________ 
Com o que você mais gosta de brincar? _______________________________________ 
Que esporte você mais gosta? _______________________________________________ 
Você torce por algum time?___________ Qual? _________________________________ 
Que programa de TV você mais gosta? ________________________________________ 
Você assiste sempre? ______________________________________________________ 
Você tem amigos? ________ O nome deles?____________________________________ 
Onde vocês brincam? ______________________________________________________ 
As pessoas lhe assustam? ___________________________ Por que? ______________ 
 
Observações: ____________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 88 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
OBSERVAÇÃO DO MATERIAL ESCOLAR 
 
ASPECTOS GERAIS S N OBSERVAÇÕES 
Limpe 
Organização 
Ausência de material básico 
Caderno único 
 
 
CADERNOS S N OBSERVAÇÕES 
Data 
Tarefas corrigidas 
Enunciado e respostas junto 
Espaço uniforme entre as palavras 
Escrita cursiva, movimentos corretos 
Uso adequado de margens e pautas 
Pressão para escrever 
Pega lápis corretamente 
Rasuras 
Uso excessivo da borracha 
Uniformidade no tamanho das letras 
 
ESCRITA S N OBSERVAÇÕES 
Omissão de letras, sílabas ou palavras 
Acréscimo de letras ou palavras 
Aglutinação 
Fragmentação 
Substituição por dificuldade visual 
Substituição por dificuldade auditiva 
Emprego de dígrafos 
Emprego de verbos 
Emprego de singular e plural 
Uso de letras maiúsculas e minúsculas 
Uso de pontuação 
Registro de cálculo 
Obs.: ___________________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
 
 
 
 89 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
AVALIAÇÃO DAS CAPACIDADES BÁSICAS PARA APRENDIZAGEM 
 
1. Coordenação motora fina / viso motora 
1.1. cobrir os pontilhados 
1.2. traçar uma linha paralela sem encostar nos lados 
1.3. reproduzir bolhas de sabão 
 
Noção de causalidade 
 
3. Noção de espaço / orientação espacial 
3.1. localização dentro / fora 
3.2. localização frente / traz 
3.3. localização em cima / embaixo 
 
4. Noção de espaço / lateralidade 
4.1. esquerda 
4.2. direita 
 
5. Noção de tempo / orientação temporal 
5.1. seqüência lógica 
5.2. questionário 
 
6. Discriminação visual 
6.1. numerais – identificação modelo esquerda 
6.2. figura diferente 
 
7. Discriminação auditiva 
7.1. palavras que iniciam com o mesmo som 
7.2. palavras que terminam com o mesmo som 
 
8. Noção de tamanho 
8.1. medidas 
8.2. curto – comprido 10. Noção de quantidade 
8.3. largo – estreito 10.1. mais - menos 
 8.4. grosso – fino 11. Percepção 
 11.1. figura fundo 
9. Noção de distância 12. Análise / síntese 
9.1. longe – perto 13. Análise 
 14. Síntese 
 
 
 
 
 90 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 91 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
AVALIAÇÃO GRAFO- PERCEPTIVA 
FIGURAS GEOMÉTRICAS – ZALDO ROCHA 
 
- Tópicos para observação: 
 
-Maturidade gráfica -Inversão de movimento 
-Orientação espacial -Freio inibitório 
-Organização espacial -Tônico 
-Percepção de formas 
 
- Critérios para correção: 
 
1. CÍRCULO: fechamento da circunferência – Idade 3 anos. 
 
2. CRUZ: Posição da figura em relação ao modelo, tamanho relativamente 
proporcional das partes. Idade: 4 anos.b 
 
3. O “X”: os mesmos critérios da cruz - Idade: 5 anos. 
 
4. TRIÂNGULO: Número e tamanho relativamente proporcional dos lados, número e 
equivalência proporcional dos ângulos. Idade: 6 anos. 
 
5. QUADRDO e LOSANGO: Os mesmos critérios do losango. Idade: 7 anos. 
 
6. CRUZ DUPLA: número e tamanho relativamente proporcional das partes, posição 
proporcionalmente correta de cada uma das partes em relação aos eixos vertical e 
horizontal da figura. Idade: 8 anos. 
 
7. HEXÁGONO REGULAR e IRREGULAR: número e tamanho relativamente 
proporcional aos lados, equivalência proporcional entre linhas, direção. Idade: 9 anos. 
 
8. ESPIRAL: equivalência proporcional entre linhas, direção. Idade: 10 anos 
 
9. FIGURA DOS DOZE ANOS: tamanho relativamente proporcional dos lados do 
quadrilátero, encontro das extremidades dos arcos dos ângulos internos. Idade: 12 
anos. 
 
Obs.: Orientar que serão mostradas 12 figuras e que todas cabem no papel. Deve-se 
desenhar o mais parecido possível. 
 
 
 
 
 
 92 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
TESTE DE AUDIBILIZAÇÃO 
 
Adaptado de: GOLBERG, Clarissa S. A Evolução Psicolingüística e suas Implicações na alfabetização. 
 
1. Discriminação Fonética 
Consigna: “Vou dizer duas sílabas e você me dirá se elas são iguais ou diferentes”. 
- 24 pares de sílabas para serem distinguidos pela criança se iguais ou diferentes 
- Anotar cada par errado 
Consigna: vou dizer duas sílabas e você vai me dizer se são iguais ou diferentes. 
 
PARTE I 
1- pa / pa ( ) 9- ga / ca ( ) 17- za / za ( ) 
2- pa / ba ( ) 10- ca / ca ( ) 18- za / sa ( ) 
3- bo / pó ( ) 11- fa / fa ( ) 19- chu / zu ( ) 
4- bo / bo ( ) 12- fa / va ( ) 20- chu / chu ( ) 
5- te / te ( ) 13- ve / ve ( ) 21- go /go ( ) 
6- te / de ( ) 14- fe / ve ( ) 22- go / co ( ) 
7- do / do ( ) 15- si / zi ( ) 23- je / je ( ) 
8- do / to ( ) 16- si / si ( ) 24- je / che ( ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 93 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
MEMÓRIA 
 
2.1. Memória de frases – 6 frases apresentadas que a criança deverá repetir. 
Consigna: Direi algumas frases e gostaria que você os repetisse pra mim. Pode repetir só 
o que você lembrar. Vou dizer só uma vez, por isso preste atenção. 
 
Consigna: “Eu vou dizer uma frase e gostaria que você a repetisse, pode repetir o que 
você lembrar, eu direi uma vez somente, por isso preste atenção”. 
 
PARTE II A 
1- Lúcia faz bolo para a mãe. _______________________________________________ 
2- O animal feroz caiu no buraco. ____________________________________________ 
3- A linda menina faz as tarefas de casa. ______________________________________ 
4- No almoço comi arroz, feijão, pão e guisadinho. _______________________________ 
5- Um pequeno cachorrinho entrou no pátio de minha casa. ________________________ 
6- Pedro e seu irmão sobem no ônibus que vai para a escola. ______________________ 
 
2.2. Memória de dígitos – conjunto de dígitos para a criança repetir. 
Consigna: Agora eu direi alguns números e, como fez com as frases, gostaria que 
repetisse. 
- Anotar a ordem que foi dita pela criança. 
PARTE II B 
1) 3-8-6 ______________ 7) 7-2-0-9 _____________ 
2) 2-7-5 ______________ 8) 1-5-8-6 _____________ 
3) 9-0-4 ______________ 9) 9-4-7-3-1 ___________ 
4) 7-3-2 ______________ 10) 8-4-2-3-9 ___________ 
5) 3-4-1-7 _____________ 11) 5-2-1-8-3 ___________ 
6) 6-1-5-8 _____________ 12) 7-0-4-9-6 ___________ 
 
 
 
 94 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
Consigna: “Eu vou contar uma história bem pequena e gostaria que você repetisse, se 
possível, usando as mesmas palavras”. 
 
Maria ganhou umaboneca. Era uma linda boneca de louça. A boneca tinha os olhos 
azuis e um vestido amarelo de bolinhas vermelhas. Mas, no mesmo dia em que 
Maria ganhou a boneca, ela caiu e quebrou. Maria chorou muito. 
 
2.3. Memória de relatos – 3,4,5,6 fatos que a criança deve repetir. 
Consigna: vou contar umas histórias para você e gostaria que me repetisse, se possível, 
usando as mesmas palavras. 
 
PARTE II C 
a) Relato com três fatos 
1- Ontem era domingo. ____________________________________________________ 
2- As crianças foram jogar bola. _____________________________________________ 
3- E voltaram cansadas. ___________________________________________________ 
 
b) Relato com quatro fatos 
1- O menino estava de aniversário. ___________________________________________ 
2- Convidou seus amiguinhos. _______________________________________________ 
3- Todos cantaram parabéns. _______________________________________________ 
4- E ele ficou feliz. ________________________________________________________ 
 
c) Relato com cinco fatos 
1- A menina foi visitar sua vovó. _____________________________________________ 
2- Que mora perto do parque. _______________________________________________ 
3- Ela andou de roda gigante. ______________________________________________ 
4- Comeu pipoca. ________________________________________________________ 
5- E voltou à noite. _______________________________________________________ 
 
d) Relato com seis fatos 
1- Paulo levou seus brinquedos para a escola. _________________________________ 
2- Na hora do recreio brincou com seus amigos. _______________________________ 
3- Depois guardou tudo na sacola. __________________________________________ 
4- Ele esqueceu um carrinho. ______________________________________________ 
5- E na casa chorou muito. ________________________________________________ 
6- Mas no outro dia a professora entregou. ____________________________________ 
 
3. Conceituação 
3.1. Identificação dos absurdos – 6 frases onde os absurdos são indicados pela criança. 
 
 
 95 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
Consigna: “Vou dizer algumas frases e no final de cada uma delas você me dirá se o fato 
que aconteceu na frase é absurdo ou não, isto é, não pode acontecer ou se pode 
acontecer e porque você achou que é absurdo ou não este fato”. 
 
- 6 frases onde os absurdos deverão ser apontados pela criança. Anotar as respostas 
PARTE III A 
1- O menino e o cachorro calçaram os seus sapatos. ____________________________ 
2- As crianças acenderam a fogueira no rio. ___________________________________ 
3- Como chovia muito o menino jogou-se no lago para não se molhar. ______________ 
4- Joãozinho tem em casa um gato, um cachorro e um leão. ______________________ 
5- Fui na padaria comprar leite, pão casado e manteiga. _________________________ 
6- Quando faltou luz, o menino foi ver televisão. ________________________________ 
 
3.2. Identificação de objetos e situações – identificar um objeto ou situação 
apresentada. 
 
Consigna: “Vou lhe fazer algumas perguntas e você me responderá como souber”. 
- Identificar um objeto ou situação apresentada. Anotar as respostas. 
 
PARTE III B 
1- O que serve para cortar carne? ___________________________________________ 
2- O que serve para escrever? ______________________________________________ 
3- Onde se colocam flores? ________________________________________________ 
4- Quando se toma banho? ________________________________________________ 
5- Quando se bebe água? _________________________________________________ 
 
3.3. Definição de palavras – palavras que a criança deverá repetir por gestos usos, 
descrição, etc. 
 
Consigna: “Vou dizer algumas palavras e você vai repetir depois que eu parar, ok?” 
 
PARTE III C 
1- Tombadouro __________________________________________________________ 
2- Pindamonhangaba _____________________________________________________ 
3- Nabucodonosor _______________________________________________________ 
4- Itapetininga___________________________________________________________ 
5- Constantinopla ________________________________________________________ 
6- Familiaridade __________________________________________________________ 
 
 
 
 96 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
3.4. Organização sintático-semântica – conjunto de três palavras para a criança reunir 
significativamente. 
 
Consigna: “Vou dizer algumas palavras soltas e gostaria que você formasse frases 
usando todas as palavras que eu disser”. 
 
- Conjunto de três palavras para a criança reunir significativamente. Anotar as frases. 
PARTE III D 
1- menino – futebol – domingo ______________________________________________ 
2- escola – criança – tarde _________________________________________________ 
3- praça – balanço – criança _______________________________________________ 
4- viagem – homem – ônibus _______________________________________________ 
5- chuva – inverno – frio ___________________________________________________ 
 
3.5. Avaliação do vocabulário compreensivo – 23 lâminas com 4 desenho, a criança 
deve dizer qual desenho de cada lâmina melhor se encaixa com a palavra dita. 
 
Consigna: “Vou lhe mostrar algumas figuras e dizer uma palavra e você apontará para a 
figura que para você representa esta palavra”. (se necessário dê um exemplo) 
 
- 23 lâminas com 4 desenhos, a criança deve identificar o desenho que melhor se adapte 
a palavra dita pelo examinador. Verificar os erros e anotar. 
 
PARTE III E 
1- Brinquedo_____________________ 
2- Trabalho _____________________ 
3- Queda _______________________ 
4- Transporte ____________________ 
5- Herói ________________________ 
6- Diversão _____________________ 
7- Cansado _____________________ 
8- Organizado ___________________ 
9- Descuidado ___________________ 
10- Quente ______________________ 
11- Veloz _______________________ 
12- Antigo ______________________ 
13- Montar ______________________ 
14- Agradecer ___________________ 
15- Emprestar ___________________ 
16- Competir ____________________ 
17- Pensar _______________________ 
18- Ajudar ______________________ 
19- Perigo ______________________ 
20- Surpresa ____________________ 
21- Coragem ____________________ 
22- Rebeldia ____________________ 
23- Alegria _______________________ 
 
 
 
 
 
 97 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
LOCALIZAÇÃO E EVOCAÇÃO DAS PARTES DO CORPO 
 
 
 
 98 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
 
 
 99 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
 
 
 100 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
 
 101 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
 
 102 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
Consigna: Você fará pontinhos bem fortes, no meio de cada quadradinho desse, o mais 
depressa que você puder. O examinador demonstra em 3 quadradinho e conta 30 
segundos para ele fazer o resto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 103 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
ROTEIRO DE OBSERVAÇÕES DO DESEMPENHO LÓGICO 
MATEMÁTICO 
 
DATA ____/____/______ NOME: _____________________________________________ 
Motivo da Observação: _____________________________________________________ 
 
1. Quanto à disponibilidade para as atividades propostas, atuação, atenção, interesse. 
_______________________________________________________________________ 
 
2. Atuação nas atividades: escolha, respeito a regras, resistência à frustração, excitação 
diante da vitória, compreensão de instrumentos e estratégias, pensamento antecipatório. 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
 
3. Atividades lógico-matemáticas (classificação, seriação). 
_______________________________________________________________________ 
 
4. Técnicasoperatórias 
Adição simples de unidades ________________________________________________ 
Adição simples de dezenas _________________________________________________ 
Adição simples de centenas ________________________________________________ 
Subtração simples ________________________________________________________ 
Subtração com recurso ____________________________________________________ 
Multiplicação com unidades _________________________________________________ 
Multiplicação com dezenas ou centenas_______________________________________ 
Divisão simples___________________________________________________________ 
Divisão até o Passo_______________________________________________________ 
 
5. Atividades de resolução de situações problema raciocínio operação resposta outros 
recursos 
Envolvendo uma operação ________ ________ ________ _____________ 
Envolvendo mais operações ________ ________ ________ _____________ 
Sem dados numéricos ________ ________ ________ _____________ 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
 
6. Atividades relativas a série escolar (de acordo com o programa da escola) 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
 
 
 104 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
7. Geometria 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
 
8. Provas operatórias 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
 
9. Análise do material escolar, conteúdo, desempenho, qualidade de 
manutenção e conservação do material, forma de correção. 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
 
10. Material utilizado pela escola 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
 
11.Alguns aspectos da proposta de trabalho 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
_______________________________________________________________________ 
 
 
___________________________________ 
 Nome da Psicopedagoga 
 
Observações: ____________________________________________________________ 
________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 105 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
TESTE DE SNELLEN (“E” MÁGICO) * 
 
A Criança não precisa saber ler para executar este teste. 
Deve ser apresentado mais ou menos a 6 metros de distância. A criança tem que apontar ou falar para que 
lado o “E” está virado. É aplicado normalmente em idade escolar. 
Tampa-se um olho da criança com um papel, e depois o outro. 
Este teste vai medir a acuidade visual de ambos os olhos. 
Observações durante a avaliação 
 Observada Não Obs. 
Se a criança inclina a cabeça ( ) ( ) 
Se a criança vira a cabeça para o lado ( ) ( ) 
Se os olhos da criança estão lacrimejantes ( ) ( ) 
Se a criança franze a testa ou aperta os olhos ( ) ( ) 
Se a criança fecha um olho ( ) ( ) 
Se a criança pisca muito ( ) ( ) 
 
Sintomas Físicos 
Se existe acúmulo de secreção nos cílios ( ) ( ) 
Se os olhos estão inchados (conjuntivite) ( ) ( ) 
Se as pálpebras estão inflamadas ou vermelhas ( ) ( ) 
Se existe secreção ( ) ( ) 
Sensibilidade anormal à luz ( ) ( ) 
 
Comportamento e reclamações 
Esfrega os olhos constantemente ( ) ( ) 
Apresenta tontura ou náusea após ler ou escrever ( ) ( ) 
Nistagma ( ) ( ) 
Reclama que os olhos estão queimando ou coçando ( ) ( ) 
 
Quando a criança está olhando para objetos distantes 
Se a criança fica com o corpo tenso ou bem rígido ( ) ( ) 
Se existem contorções no rosto para enxergar melhor ( ) ( ) 
Se a criança lança a cabeça para frente ( ) ( ) 
 
Quando a criança está lendo 
Se pisca continuamente ( ) ( ) 
Se segura o livro perto ou longe demais ( ) ( ) 
Se está sempre mudando o livro de posição ( ) ( ) 
Se é desatento a leitura ( ) ( ) 
Se cansa muito durante a leitura ( ) ( ) 
Se cobre um olho com a mão ( ) ( ) 
Se substitui letras parecidas ( ) ( ) 
Apresenta tendência a perder-se nos parágrafos ( ) ( ) 
OBS: qualquer destas trocas pode ser problema de acuidade visual: 
o - a; h – n; e – ç; n – m; f – t 
 
*Curso de avaliação Psicoeducacional da criança excepcional, Universidade Católica do Paraná / SEED, 1983. (Coordenador: 
Professor Dr. Forrest A. Novy). 
 
 
 
 
 106 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 107 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
MATERIAL DE TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO E AVALIAÇÃO 
DAS PROVAS OPERATÓRIAS 
 
1. Provas de Classificação 
 
1.1. Prova de mudança de critério – Dicotomia 
 
A) Descrição de material 
40 figuras geométricas 
5 círculos pequenos azuis 
5 círculos pequenos verdes 
5 círculos grandes azuis 
5 círculos grandes verdes 
5 quadrados pequenos azuis 
5 quadrados pequenos verdes 
5 quadrados grandes azuis 
5 quadrados grandes verdes 
1 caixa com divisórias internas 
 
B) Execução 
O avaliador coloca as fichas em desordem sobre a mesa e pede a criança que às 
descreva. “Diga-me o que você está vendo”. 
 
- Classificação espontânea – consigna possível: “Pode reunir em grupos todas aquelas 
fichas que podem ficar juntas”, “ponha junto àquelas que se parecem muito”. 
Quando a criança termina, pergunta-se o porque de sua classificação. Por exemplo: “por 
que às colocou desta maneira?” (anotar a resposta). 
 
- Dicotomia: apresentar a tampa com a divisão e propor: “agora, poderia fazer somente 
dois montes (grupos....) e colocá-los nestes dois espaços?”. Quando a criança terminar: 
“porque colocou todas estas juntas? E aquelas? Como poderemos chamar estes montes? 
E aqueles?” (anotar). 
 
- Primeira mudança de critério: “poderia colocar agora de outra maneira em dois 
montes?”. Se a criança voltar ao primeiro critério, dizer: “mas isso você já fez, pode 
encontrar outra maneira de colocar junto o que pode ficar junto em dois montes?”. Se for 
necessário, o avaliador inicia a classificação e pede à criança que continue. 
 
 
 
 108 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
- Segunda mudança de critério: “poderia agora colocar de outra maneira em dois 
montes?”. “Pode dispô-lo de novo de outra maneira?”. Às vezes é conveniente pedir a 
criança que recapitule as outras classificações: “como você colocou da primeira vez, e 
depois?” 
 
C) Avaliação 
Resposta do nível 1 – coleção figural: corresponde ao pensamento intuitivo global (4/5 
anos). A criança deste nível só pode agrupar as fichas levando em conta não a totalidade 
delas e sim as semelhanças qualitativas (forma, tamanho, cor, etc.) de um elemento com 
o outro (relação de proximidade). Quer dizer, sabe reconhecer a igualdade ou a diferença 
entre duas fichas, mas não pode ter em conta a relação simultâneade cada ficha com as 
demais. Esta limitação não lhe permite chegar a classificação de todas segundo um 
critério. 
Por exemplo: cor, ou seja, dispor de um plano pré-estabelecido para a classificação. É 
esperado que a intenção da criança em ordenar as fichas vá mudando de critério 
freqüentemente e ela pode não utilizar todos os elementos dados. Encontramos dois tipos 
freqüentes de consulta. 
 
- Alinhamento: chamamos assim por sua disposição linear. A criança alinha algumas 
fichas que tem um par. Tem mudança no critério e geralmente não esgota o material 
(figura 1). 
 
- Figuras Complexas: aqui a criança tenta agrupar algumas fichas em um conjunto 
especial, tendo em conta não tanto à relação de uma ficha com a outra (acentuação na 
semelhança, própria do alinhamento) e sim quem coloca cada elemento em relação com 
outros (acentuação de relação de pertinência). Tomados como partes de um conjunto 
organizado ou com sentido, do ponto de vista de sua forma total. O conjunto total pode 
referir-se a uma mera forma geográfica (exemplo: simetria) ou ter um significado empírico 
(exemplo: “uma casinha, um nenê”) que geralmente a criança expressa verbalmente 
(figura 2). 
 
 
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Figura Geométrica “uma flor” “um trem” 
Figura Empírica 
 
É claro que as condutas classificatórias deste nível não consistem verdadeiras 
classificações (não há coordenação entre a compreensão e a extensão próprias de uma 
classe) daí o nome de coleções. O qualitativo figural faz referência às formas especiais 
em que se dispões a ficha. 
 
Resposta do Nível 2 – coleções são figuras: corresponde a um nível de 
pensamento intuitivo articulado. A criança deste nível pode agrupar as fichas em 
pequenas coleções tendo em conta algum critério único de classificação (forma, tamanho 
ou cor). Quer dizer, forma pequenos montes fundados em uma só semelhança, mas 
essas coleções se justapõem sem nenhuma relação entre si: “é o monte dos quadrados 
grandes azuis, dos círculos pequenos azuis, dos círculos grandes verdes, etc.”; mas para 
a criança, não estão incluídos ou engajados em uma classe mais geral (figuras 
geométricas neste caso). Em termos mais teóricos, diríamos que a criança é capaz de 
começar a coordenar a extensão com compreensão mas ainda não é possível 
compreender a inclusão e por tanto, sua classificação ainda segue sendo uma coleção. 
As crianças mais avançadas deste nível chegam a um começo de reagrupamento 
das sub-coleções em classes gerais; exemplo: agrupam as fichas verdes e por outro lado 
as azuis, mas não são ainda capazes de formular uma antecipação ou previsão de 
critérios. 
Muitas vezes necessitam que o experimentador inicie a classificação, para poder 
continuá-la. Uma conduta possível é que a criança opte (na classificação espontânea) por 
vários critérios simultâneos, mas ainda não pode ser considerada uma classe, pois esta 
surge, como se sabe, de uma operação lógica que, como tal, organiza todo o universo 
possível (neste caso todas as fichas) determinando uma hierarquia inclusiva (figura 3). 
 
 
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Resposta de nível 3 – dicotomia segue os três critérios: as condutas deste nível 
são as próprias de um pensamento operatório. A criança já pode realizar classificações 
hierárquicas, o que permite predizer, efetuar e recapitular corretamente as três dicotomias 
sucessivas, segue o três critérios diferentes: forma, tamanho e cor. No início deste nível, a 
criança pode descobrir a terceira dicotomia, basta uma simples introdução do avaliador 
para que ela capte o critério classificatório restante. 
 
1.2. Prova de Intersecção de classes 
 
A) Descrição do material 
3 classes de fichas 
5 círculos amarelos 
5 círculos azuis 
5 quadrados azuis 
1 prancha de cartão, onde estão desenhados dois círculos, um preto e um verde, que se 
entrecruzam, delimitando três partes, uma das quais é comum aos dois círcuolos. 
 
B) Execução 
 
 
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O avaliador coloca as fichas dentro dos círculos que se cortam, as fichas amarelas e os 
quadrados azuis nas partes laterais e as fichas redondas azuis na parte comum (figura 4). 
Pede-se à criança que nomeie as fichas e suas características e pergunta-se: 
 
1. Por que você acha que colocamos estas fichas redondas azuis no meio? 
A seguir, o avaliador faz as perguntas abaixo: 
 
2. Existem aqui mais fichas amarelas ou mais fichas azuis ou existem números iguais? 
 
3. Existem aqui mais fichas quadradas ou mais fichas redondas, ou existem números 
iguais? 
 
4. Você acha que tem mais, menos ou mesmo tento de fichas quadradas ou de fichas 
azuis? Como você sabe? Pode me mostrar? (pergunta de inclusão; as quadradas estão 
incluídas nas azuis; portanto, as azuis estão em maior quantidade que as quadradas). O 
avaliador deve anotar as respostas das crianças nas fichas. 
 
5. Você acha que tem mais, menos ou o mesmo tanto de fichas redondas ou azuis? 
Como você sabe? Pode me mostrar? (pergunta de interseção; as fichas da interseção são 
incluídas tanto nas azuis quanto nas redondas; portanto, tem a mesma quantidade). 
 
Perguntas suplementares: 
Se a criança não acerta as principais perguntas, o avaliados formula as 
perguntas suplementares, que recaem sobre os conteúdos dos círculos dos círculos e de 
sua interseção: “O que há no círculo negro? Mostra-me. E o círculo verde?” 
 
D) Avaliação 
Resposta do nível 1 – intuitivo global. A criança é capaz de constatar com acerto 
as perguntas que recaem sobre as classes não relacionadas (2 e 3). Mas ainda não 
 
 
 112 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
podem compreender as perguntas referentes a inclusão e a interseção tampouco tem 
êxito nas perguntas suplementares porque não leva em conta o conteúdo da interseção. 
Exemplo: O que há no círculo verde? R: redondas azuis. O que há no círculo preto? R: 
quadrados azuis. 
Respostas do nível 2 – Intuitivo articulado. A partir deste nível observam-se êxitos 
nas perguntas suplementares (a criança se dá conta de que dentro de um círculo estão 
todas as fichas redondas e dentro do outro círculo estão todas as fichas azuis). 
Frente às perguntas 4 e 5, ou seja, de inclusão e de interseção, a criança tem 
duvida e pode responder corretamente ou não a alguma das duas perguntas. 
Resposta do nível 3 – operatório concreto. A criança desse nível de pensamento 
tem um acerto preciso desde o primeiro momento, a todas as perguntas: classes não 
relacionadas (2 e 3), de inclusão (4) e de interseção (5). 
 
1.3. Prova de Classificação de Inclusão de Classes 
 
A) Descrição do Material 
1 ramo com 10 margaridas e 3 rosas vermelhas. 
 
B) Execução 
O avaliados faz com que a criança nomeie as flores e assegura-se de que 
conhece o termo genérico – flores: “As margaridas são flores?”. “As rosas são flores?”. 
“Você conhece outras flores? Quais?”. 
O avaliador irá formulando as seguintes perguntas e anotando as respostas da criança. 
 
1. Neste ramo há mais margaridas ou mais rosas? Depois da resposta a criança, 
pergunta-se: “como você sabe?”. Se a criança responder “rosas” (ou de rosas), pede-se a 
ela que repita a pergunta que foi formulada, e em caso de erro, o avaliado repete a 
pergunta. 
 
2. Existem duas crianças que querem fazer ramos. Uma faz um ramo com margaridas e 
me dá o ramo; a outra faz um ramo com flores. Qual é o ramo que maior? 
 
3.a. Se eu te dou as margaridas? O que sobra no meu ramo? 
3.b. Se eu te dou as flores, o que sobra no meu ramo? 
 
4. Eu vou fazer um ramo com todas as margaridas, e você vai fazer um ramo com todas 
as flores. Quem terá o ramo maior? Como você sabe? 
 
C) Avaliação 
 
 
 
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Resposta do nível 1 – ausência da qualificação da inclusão, 5/6 anos. A criança se 
mostra incapaz de comparar o número de elementos de uma subclasse com o de uma 
classe maisgeral em que está incluída. Procede sistematicamente a comparação das 
duas subclasses e responde, então, que há mais margaridas do que flores. Quando se faz 
a pergunta: “mais margaridas do que?”. Geralmente respondem: “mais margaridas do que 
rosas?”. Neste nível as perguntas que recaem sobre a subtração das subclasses dão 
lugar às vezes a fracassos (pergunta 3.a e 3.b). 
Resposta do nível 2 – condutas intermediárias: se observam poucas condutas 
intermediárias. Notam-se por parte da criança na pergunta: a mais margaridas ou mais 
flores? A criança às vezes responde: “É o mesmo”, justificando esta resposta com o 
argumento: “as margaridas também são flores!”. Neste nível o avaliador constata bem as 
perguntas 3.a e 3.b. 
Resposta do nível 3 – solução da inclusão quantificativa, a partir de 7/8 anos. Todas as 
perguntas recebem respostas corretas, ainda que às vezes, se observam dúvidas e 
estranheza no primeiro enunciado da pergunta 1. 
 
2. Provas de Conservação 
 
2.1. Prova de conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos 
A) Descrição de material 
10 fichas vermelhas 
10 fichas azuis 
 
B) Execução 
Esta prova e administrada em das etapas. 
Primeira Etapa: correspondência em fileira. 
Uma vez que a criança tenha se familiarizado com o material, sugere-se que 
escolha uma cor. O avaliador dispõe de 6 a 7 fichas em fileira (da cor restante) e propõe 
a criança que coloque uma coleção numérica equivalente; quer dizer, que coloque a 
mesma quantidade de fichas (figura 5). A consigna deve ser clara e adequada ao nível da 
criança, por exemplo: “Coloque a mesma quantidade de fichas como eu coloquei nas 
linhas”, ou, “coloque o mesmo número de fichas”, ou, “coloque tantas fichas como eu 
coloquei”, etc. 
 
 
 114 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
Se depois de várias tentativas, a criança não conseguir fazer a 
correspondência termo a termo, o avaliador deve dispor as fichas assegurando-se de que 
a criança se dê conta da equivalência das duas coleções. Exemplo: “você acredita que 
temos o mesmo?”, etc. 
Logo o avaliador espaça suas fichas (figura 6) e procura indagar se a criança 
mantém ou não equivalência de ambos os conjuntos. Exemplo: “Há agora a mesma 
quantidade de fichas vermelhas e azuis? Eu e você temos a mesma quantidade de 
fichas? E onde te parece que há mais fichas? Como você sabe?”, etc. 
As explicações e justificativas dadas pela criança devem ser registradas na 
ficha. Propõe-se, então, a contra-argumentação. Se a resposta é de conservação, o 
avaliador chama a atenção sobre a figuração espacial (distribuição das fichas). “Mas olhe 
como esta linha é mais comprida. Não te parece que a maior tem mais ou que as minhas 
fichas ocupam mais lugar que as suas? Então, será que nós dois continuamos tendo a 
mesma quantidade?”. 
Se a resposta é não conservação, o avaliador recorda a criança a equivalência 
inicial: “Você lembra quando colocamos... uma vez um menino me disse que havia a 
mesma quantidade de fichas vermelhas e azuis, o que você acha?”. 
 
 
 
 
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O avaliador junta a suas fichas e continua indagando sobre a equivalência de 
ambos os conjuntos(fig.7) da mesma maneira descrita. Se for necessário, pede-se passar 
previamente pela correspondência termo a termo, reassegurando, a equivalência, para 
logo continuar com as outras transformações.Pede a criança que justifique suas 
respostas e volte a fazer a pergunta de contra-argumentação e logo de qualidade. 
Pergunta de quantidade – o avaliador esconde suas fichas e logo pede a 
criança que conte suas fichas e lhe pergunta: “Poderia me dizer quantas fichas tenho 
aqui escondidas? Como você sabe?”. 
Segunda etapa: correspondência em círculo. 
Volta-se a reunir as dez fichas de cada cor e o avaliador dispõe logo 7 ou 8 
fichas em forma de círculo (fig 8) e procede da mesma maneira anterior, sendo que a 
criança dispõe suas fichas em uma coleção igual. 
Uma vez constituídas as duas coleções termo a termo, o avaliador faz uma 
pilha com suas fichas (ou um círculo pequeno), e faz a mesma pergunta da primeira 
parte. Não esquecer de formular a pergunta de contra-argumentação, levando em conta 
a nova distribuição e registrar na ficha as perguntas. 
 
C) Avaliação 
Resposta do nível 1 – comparação qualitativa global: não faz a 
correspondência nem mantém a equivalência. As respostas do nível 1 podem ser 
 
 
 116 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
divididas em duas categorias que são: 
Nível simbólico (2 a 4 anos) a criança deste nível só imita a ação, parecendo 
não entender a consigna (fig 9). 
Nível intuitivo Global (4 a 5 anos). A criança percebe somente qualidades globais 
(espaço que ocupa) na figura modelo, mas não pode levar em conta o número de fichas 
apresentadas; portanto, tenta fazer uma semelhança global entre sua produção e a fileira 
modelo. Ao não poder analisar esta figura padrão, descompondo suas qualidades em 
forma de relações logicamente coordenáveis (e suscetíveis de compor-se por meio de 
operações reversíveis) sua produção não passa de ser global e aproximativa, chegando a 
respostas como as mostradas na figura 10. 
 
Quer dizer, a criança deste nível considera que “o mesmo tanto de figuras” 
(equivalência sugerida pela consigna) equivale a reproduzir a superfície total dotada sim 
de uma semelhança estrutural mais ou menos parecida (dispostas em figuras) com igual 
longitude, mas sem possibilidade de analise de detalhamento (sem equivalência 
numérica). Por consequência, não chega a conservação. A resposta da quantidade pode 
ser conseguida neste nível e é uma aquisição pré-numérica (a criança pode conservar a 
cota, mas sem entender o número como uma síntese entre a classe e a série). 
 
 
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Resposta do Nível 2 – correspondência qualitativa de ordem intuitiva: consegue-se a 
correspondência mas não se mantém a conservação. A criança desse nível faz uma 
correspondência termo a termo mas esta correspondência (apesar das aparências) não 
deixa de ser qualitativa e intuitiva (ou seja, não verdadeiramente numérica e operatória); 
isto se comprova quando se altera a configuração (junta-se e separa-se as fichas). A 
criança deixa de reconhecer a equivalência, não existindo a conservação. O problema de 
quantidade é resolvido corretamente. A medida que a criança vai culminando esta etapa, 
é possível observar condutas intermediárias como: 
 
- evidencia juízos de conservação para uma situação, mas não para outra; - pode mostrar 
dúvidas e oscilações de juízo para cada situação, por exemplo: “há mais azuis.....não! 
mais vermelhas....não!as duas são iguais!”. 
- necessita assegurar a conservação mediante recontagem das fichas. Porém em todos 
estes casos, as respostas de conservação não são justificadas por argumentos explícitos 
e completos. 
 
Resposta de Nível 3 – correspondência operatória com equivalência necessária: faz a 
correspondência e mantém a conservação. A criança, ao alcançar esta etapa, já pode 
considerar, ao mesmo tempo as relações de longitude (espaço ocupado) e densidade 
(espaço entre as fichas), conseguindo não somente uma correspondência precisa, como 
também (e nisso reside o progresso desta etapa em relação a precedente) mantendo uma 
equivalência durável (igual número de fichas), mesmo nos casos em que as fileiras 
diferem simultaneamente em longitude e densidade (trocas configuracionais). 
Nas duas situações de provas, a criança consegue, portanto, juízos estáveis de 
conservação que são justificados por um ou vários dos seguintes argumentos: 
 
 
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- Argumento de identidade: há o mesmo número de fichas vermelhas e azuis, porque 
antes havíamos colocado juntas e não tiramos nenhuma, somente juntamos (ou 
separamos). 
- Argumento de compensação: há o mesmo número de fichas vermelhas e azuis, porque 
aqui é uma linha larga,mas há muitos espaços entre as fichas. 
- Argumento de reversibilidade: há o mesmo porque podemos pôr estas fichas juntas (ou 
separadas ou em uma pilha) como estão ao voltar e colocá-las uma ao lado da outra, que 
será igual. Não se colocou nem se tirou nada. 
 
2.2. Prova de Conservação da Quantidade de Matéria 
A) Descrição do material 
2 bolas de massa de modelar de cores diferentes; 
 
B) Execução 
O avaliador pede à criança que iguale as duas bolas: “Você vê estas duas bolas de assa? 
Gostaria que as duas tivessem, a mesma quantidade de massa”. “Se pudéssemos comê-
las, teria que ter o mesmo tanto de massa para comer, o que você deve fazer para que as 
duas tenham a mesma quantidade de massa, nem mais nem menos?”. 
 
Primeira Transformação: transforma-se uma das bolas em salsicha. “e agora, há o 
mesmo tanto de massa para comer na bola e na salsicha, ou alguma tem mais, ou 
menos?”. “como você sabe. Como você pode me explicar?”. 
Na continuação, formula-se a contra-argumentação. No caso de afirmação da 
conservação, o avaliador insiste em uma só dimensão: “olhe que aqui (salsicha) pe muito 
comprida, não acha que há mais para comer aqui do que na bola?”. Ou “outra criança 
havia me dito que na salsicha há mais para comer do que na bola, porque é mais 
comprida, o que você acha disso?”. 
No caso de uma resposta de não conservação, o avaliador recorda a criança a 
igualdade de quantidade inicial: “como foram feitas as bolinhas antes” ou insiste na 
dimensão que a criança passou por alto. “Mas você afirmou que a salsicha é fininha e a 
bola é grossa, não acha que há mais massa na bola do que ali na salsicha?”. 
Pede-se a criança explicações e justificativas que devem ser registradas na ficha. Antes 
de refazer a bola inicial, pergunta-se a criança: “se voltar a fazer uma bola com essa 
salsicha terá ou não a mesma quantidade para comer?”. Se a criança não resolve 
corretamente o problema de “Retorno Empírico” realiza-se o retorno e, se for necessário, 
procede-se a uma tentativa de igualar até que a criança julgue que as quantidades são 
iguais. 
 
 
 
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Segunda Transformação: o avaliador transforma uma das bolas em panqueca 
(bolacha), e procede com na primeira transformação finalizando com o problema de 
“retorno empírico”. 
Terceira Transformação: O avaliador fragmenta uma das bolas em pedacinhos (em 
torno de 8 a 10 pedaços) e procede como nas demais transformações. 
Esta prova, como a prova de conservação de quantidade de líquido, pode ser 
apresentada de forma lúdica. “Vamos imaginar que estamos comendo e esta será a sua 
comida e esta a minha; você tem que fazer com que as duas comidas sejam iguais, para 
que nós dois tenhamos o mesmo tanto para comer...”. Neste caso, acentua-se a ação de 
comer, já que é uma atividade própria do sujeito, ligada a seus esquemas habituais. Isto 
poderá favorecer seu melhor desempenho na nova prova. As diferentes transformações 
são realizadas tanto pelo avaliador, como pela própria criança. 
 
C) Avaliação 
Resposta de nível 1 – não conservação: corresponde a etapa intuitiva global. 
Os juízos das crianças deste nível em cada uma das transformações estão dirigidas a que 
uma das quantidades é maior; exemplo: “há mais na salsicha porque é mais comprida”. 
Frente aos contra-argumentos, o avaliador é quem chama a atenção da criança para a 
dimensão não percebida; exemplo: o comprimento da salsicha. A criança hora mantém 
seu juízo, hora alega que uma tem maior quantidade. Quando a igualdade inicial de 
quantidade é relembrada, não há mudança no juízo da criança. Neste nível o problema de 
“retorno empírico”, a inversibilidade, pode ou não ser resolvida corretamente. 
 
Resposta de nível 2 – são condutas intermediárias próprias do pensamento intuitivo 
articulado. Os juízos oscilam entre a conservação e a não conservação e aparecem de 
três maneiras diferentes: 
- Juízos oscilantes em uma mesma transformação: a criança julga alternadamente que as 
quantidades são iguais e diferentes; por exemplo: “há mais na salsicha, não, há mais na 
bolinha. Há o mesmo tanto para os dois comerem...”. 
- Alternam-se os juízos de conservação e não conservação nas diversas transformações; 
por exemplo: julga que a quantidade é igual na panqueca, mas desigual nos pedacinhos. 
- em função das contra-argumentações, pode surgir uma alternativa de juízo. 
 
Quando o avaliador recorda a igualdade das quantidades iniciais, aparece uma 
resposta 
de conservação. A criança volta a não conservação quando o avaliador insiste na 
diferença das formas. As justificativas dadas para um juízo de conservação, são em geral, 
neste nível, pouco explícitas ou incompletas. Neste nível o problema de “retorno empírico” 
é resolvido corretamente. 
 
 
 
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Resposta de nível 3 – conservação de quantidade de material, conduta própria de 
um pensamento operatório completo, a partir de 7/8 anos. 
Em cada transformação julga-se que as quantidades são iguais. A criança é capaz de dar 
uma ou várias das seguintes explicações (argumentos): 
- argumento de identidade: “Há a mesma quantidade para comer por que não tiramos 
nem colocamos comida”; 
- argumento de reversibilidade: “Há sempre o mesmo para comer porque, se voltar a fazer 
a bola, será o mesmo”; 
- argumento de compensação: “Aqui, panqueca, é igual, mas é mais fina (chata, 
pequena...) que esta, a bola, então continua sendo a mesma”. 
O juízo da conservação se mantém apesar dos contra-argumentos propostos 
pelo avaliador. 
 
2.3. Prova de Conservação de Largura ou Comprimento 
 
A) Descrição do material 
2 barbantes flexíveis de diferentes comprimentos 
 
B) Execução 
O avaliador apresenta a criança os dois barbantes dispostos segundo amostra 
da fig. 11. 
 
 
Pergunta-se a criança: “neste caminho (a) há a mesma quantidade para caminhar que no 
(b), ou há mais para caminhar aqui (a) ou ali (b)? Este caminho (a) é do mesmo 
comprimento que este (b) ou é mais curto ou mais comprido que este (b)?”. 
Leva-se a criança a comprovar e confirmar a desigualdade dos barbantes (a) e (b) e a 
emitir o juízo (a) maior que (b). 
Primeira transformação: o experimentador deforma o barbante (a), fazendo com que os 
extremos de (a) coincidam com os do (b) (Fig 12): “E agora, há a mesma quantidade ou 
não para caminhar sobre este caminho (a) do que sobre o (b)? se duas formigas 
caminhassem, uma sobre este caminho (a) e outra sobre este caminho (b), andariam a 
mesma distância? Como você sabe? Pode me explicar melhor?”. 
 
 
 
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Formula-se a contra-argumentação: em caso da resposta correta, o avaliador 
insiste na coincidência dos extremos de (a) e (b): “mas, observe onde termina este 
caminho (a), justamente como o outro (b). Não tem os dois o mesmo comprimento? 
Como você pode me explicar?”. 
Em caso de resposta incorreta, o avaliador recorda a criança as dimensões iniciais 
desiguais de (a) e (b). “Como era este barbante quando estava estivado? No começo os 
dois tinham o mesmo comprimento?”. Eventualmente, o avaliador insiste nas curvas de 
(a), recorrendo a gestos. “Você vê como este (a) tem curvas e este (b) é completamente 
reto! Pode me explicar?”. 
Coloca-se os dois barbantes ou correntes na posição inicial. 
 
Segunda Transformação: o avaliador torce os barbantes de tal maneira que haja 
uma defasagem em um dos extremos entre os barbantes (a) e (b) (fig 13). 
 
Procede-se como na primeira situação. Fazem-se perguntas de comparação entro os 
comprimentos de (a) e (b), e as contra-argumentações seguem conforme a resposta da 
criança. 
 
C) Avaliação 
 
Resposta de nível 1 – não conservação, por volta dos 6 e 7 anos: nas duas situações de 
deformação, não há conservação de comprimento. Na primeira situação de Coincidência 
dos extremos, julga-se que os comprimentos são iguais e na segunda situação dedefasagem, o barbante cujo extremo está mais afastado é que se considera mais curto. 
Recordar o comprimento na disposição inicial não modifica em nada o juízo da criança. 
 
Resposta de nível 2 – condutas intermediárias: um primeiro nível de conduta 
intermediária consiste em que o juízo seja correto na primeira situação, mas é incorreto 
 
 
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na segunda. Em que nível superior aparecem alguns juízos de conservação na segunda 
situação, mas são instáveis e alteram com respostas não conservadoras. As justificativas 
das respostas conservadoras são pouco explicitas e incompletas. 
Resposta de nível 3 – Conservação, desde os 8 anos: o comprimento é conservado em 
cada uma das situações e os juízos são acompanhados de uma ou várias das 
justificativas seguintes (argumentos): 
- Argumento de identidade: “é o mesmo caminho para caminhar, o que acontece é que 
você dobrou o barbante”; 
- Argumento de reversibilidade: “se colocarmos o caminho todo esticado como antes, fica 
mais longo que o outro, e agora, mesmo terminando aqui, continua sendo igual, mais 
longo”; 
- Argumento de compensação: “este caminho (a) é mais longo, o que acontece e é que 
termina antes porque tem muitas curvas”; 
 
3. Prova de Seriação 
 
3.1. Prova de Seriação de palitos 
 
A) Descrição do material 
Uma série de 10 palitos graduados; 
 
Um palito para intercalar (que denominamos “P”, para diferenciá-lo dos outros 
palitos, deve-se marcá-lo com um ponto colorido em uma das extremidades); 
Um anteparo (pode-se utilizar uma tampa de caixa). 
 
B) Execução 
Esta prova desenvolve-se em 3 momentos. 
 
Primeira Parte: seriação descoberta. 
Apresenta-se a criança os 10 palitos em desordem e, uma vez familiarizado com o 
material, pede-se que faça uma pequena escala com todos os palitos, ou seja, que os 
ordene (série), começando do menor para o maior. 
Deve-se cuidar para que ela trabalhe de forma plana. Se a criança não entender a 
consigna, pode-se mostrar uma série de 3 palitos ou colocar o menor deles, insinuando 
continue a série de maneira crescente. 
Se necessário, pode-se estimular a criança a continuar a série ou corrigi-la. 
Anotar na ficha como a criança opera; como por exemplo a maneira de eleger cada 
elemento, ordem de combinação, resultado final de sua construção, etc. 
Segunda Parte: Verificação de inclusão. 
 
 
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Uma vez acabada a construção da série, pede-se a criança que feche os olhos e retira-se 
um dos elementos (pode ser qualquer um, com exceção dos extremos), informando a 
criança disto. Logo, pede-se que descubra o lugar de onde foi retirado o palito ausente. 
Anotar a resposta. Se necessário, pode-se repetir a experiência. 
Outra modalidade que pode ser utilizada é dar a criança o palito “P”, depois de acabada a 
construção, para que ela o inclua em sua série. Anotar na ficha as conduta da criança. 
Terceira Parte: Situação oculta de um anteparo Se a criança tiver êxito na seriação 
descoberta, volta-se a desordem dos palitos (cuidado em retirar o elemento “P”, se tiver 
sido usado) e inclui-se um anteparo (tampa de caixa) entre a criança e o avaliador. 
Explica-se a criança que desta vez que nós armaremos uma escala à medida que ela vai 
entregando os palitos um a um, começando pelo menor. 
Anotar o procedimento utilizado pela criança na seleção dos palitos e sua ordem. 
 
C) Avaliação 
 
Resposta do Nível 1 – Fracasso na seriação. Podemos distinguir duas etapas 
de acordo com que a criança conseguir: 
 
- antes dos 4 anos – pensamento simbólico: a criança parece não entender a consigna. 
Não existe nenhum ensaio de ordenação. Às vezes, tenta justapor um par de palitos. Mas, 
sem levar em conta a horizontalidade nem a verticalidade. 
- 4 a 5 anos – pensamento intuitivo global: neste nível podemos observar distintos tipos 
de conduta: 
 
1º - A criança ordena por pares (grande / pequeno) ou 3 ou 4 
elementos (grande, médio, pequeno), mas logo não pode mais coordenar. São séries 
justapostas sem ordem de conjunto. 
 
2º - Outra alternativa é que consiga construir uma escala, mas levando em conta somente 
parte superior de cada palito. Ao não considerar a parte inferior (a longitude total de cada 
elemento), a escala assim construída só é regular enquanto figura de conjunto: construída 
pelos extremos superiores. 
Tal construção não apoiada em uma linha horizontal de base, não apresenta uma 
sucessão de palitos de acordo com a ordem real de tamanho (fig. 15). 
 
 
 124 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
3º - Há crianças que conseguem construir uma série completa de completa de 4 a 5 
palitos, mas não pode intercalar os demais. Esta conduta indica um nível mais evoluído 
que os anteriores, mas ainda pertencem ao 1º nível. 
 
Resposta de nível 2 – êxitos por tentativas, pensamento intuitivo articulado. A criança 
consegue fazer a seriação através de tentativas empíricas, realizando comparações por 
pares (sobrepondo os palitos) e construindo a série de próximo a próximo, voltando cada 
vez ao ponto de partida. É uma seriação realizada intuitivamente por comparações 
sucessivas. 
 
A criança consegue intercalar elementos mediante novas tentativas e, em ocasiões, 
começa tudo. Falta-lhe um esquema antecipatório e um método sistematizado (próprio do 
3º nível), quando se utiliza o anteparo (conduta em que geralmente não tem êxito). 
 
Resposta de nível 3 – êxito por método operatório, pensamento operatório concreto. A 
criança consegue, neste nível, facilmente a seriação (com ou sem anteparo) utilizando um 
método sistemático, que consiste em buscar primeiramente, entre todos os elementos, o 
menor; depois, o menos entre os que restam e assim sucessivamente ate completar a 
série (quando esta em ordem crescente). 
 
Este método responde a um esquema propriamente operatório, pois dá testemunho de 
um critério reversível, quer dizer, a criança considera que um elemento qualquer é, ao 
mesmo tempo, maior que os precedentes e menos que os seguintes. 
 
Neste nível a criança consegue facilmente a inclusão de um elemento ausente (segundo 
momento da prova) ou a inclusão dos outros elementos, como é o caso do palito “P”. 
 
 
 
 125 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
DEVOLUÇÕES E ENCAMINHAMENTOS 
 
“Tomei um calmante para fazer a anamnese e o dobro para fazer a devolução”. (Psicopedagoga). 
“Estou ansiosa para saber o que você achou”. (Mãe) 
 
Essas palavras, em epígrafe, de uma profissional em supervisão e de uma mãe, me levaram a detalhar 
aspectos da entrevista, como um meio de levar a reflexão sobre a importância deste momento. É preciso lembrar que 
há coisas comuns numa relação terapêutica, qualquer que seja o paciente ou o profissional, e por essa razão 
relacionamos a seguir alguns pontos básicos desta entrevista. 
O que se entende por devolução é uma comunicação verbal feita ao final de toda avaliação, em que o terapeuta relata 
aos pais e ao paciente os resultados obtidos ao longo do diagnóstico. É uma análise da problemática, seguida de 
sínteses integradoras, que devem ser repetidas sempre que sejam acrescentadas novas informações, e de algum 
modo se re-arrumando a situação no sentido da diminuição das resistências. 
Não é suficiente apenas apresentar conclusões, é necessário aproveitar esse espaço para que os pais assumam 
realmente o problema em todas as suas dimensões, o que significa compreender os aspectos inconscientes ou 
latentes da questão, em lugar de se fixarem apenas no aparente, facilmente visível. 
No caso de crianças, é necessário que se faça algum tipo de devolução no nível de compreensão de idade. Somente 
assim não lhe ficará a sensação de que algo lhe foi tirado, de que não há segredo entre o terapeuta e os pais, de que o 
terapeuta os traiu. 
 
A entrevista de devolução não é um momento isolado do diagnóstico, mas uma partir de um processo 
iniciado com o primeirocontato telefônico, parte de um continuum que se prolonga no tratamento. Pelas suas 
características de ser a apresentação do resultado de uma investigação, ela é também geradora de muita ansiedade 
para o terapeuta, o paciente e os pais. Uma nova relação se formou entre essas pessoas, sobre uma questão que traz 
aspectos explícitos, por outro lado, e implícitos, ou inconscientes, por outro: “Por que eu não aprendo?”, “por que 
meu filho não aprende”. A queixa pode ser verbalizada repetindo expressões faladas na escola, mas, na realidade, há 
questões não explicitas que mobilizam o paciente e seus pais, e que as vezes aparecem ao longo do diagnóstico e que, 
de algum modo, ficam em suspenso até o momento da devolução. 
Assim, citando algumas situações: “Eu tenho um irmão de 34 anos que é inteligente, mas 
nunca aprendeu nada direito, não parava em escola alguma; eu tenho medo que meu filho tenha a mesma coisa do 
tio”. Ou: “minha mãe disse para eu vir com você para ver porque eu não presto atenção na escola, mas eu não sou 
maluco que nem o meu primo, ele é maluco, eu não”. 
Ficam evidentes nestas falas as fantasias que chegam ao momento da devolução, e que estiveram presentes durante 
todo o processo diagnóstico. 
É preciso levar em consideração não só as fantasias de doença, mas também as defesas que a família utiliza 
para não penetrar no que é falado. Nas situações em que florescem resistências é preciso não transformar a 
devolução num duelo entre terapeuta e família na busca do que cada um considera válido ou verdadeiro. É preciso 
que circule muito afeto para que todos sintam o desejo de recolocar suas dúvidas, sentimentos de confusão, para que 
eles possam afetuosamente ver trabalhados e repensados os sentimentos de culpa. A mobilização, obviamente, 
diante desta situação não é apenas da família, mas também da terapeuta, e deve ser repensada pelo terapeuta em 
sua própria supervisão. 
 
Procuro organizar os dados sobre o paciente em 3 grande áreas: 
- Pedagógica; 
 
 
 126 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
- Cognitiva; 
- Afetivo-Social. 
 
A partir daí, ir selecionando o que usar no diálogo, qual a ordem em que falarei, e quais pontos darei mais 
ênfase, quais os pontos que, neste momento, ainda precisarei complementar. Tenho assim um relatório anotado com 
o que considero essencial, e que modifico em função das ocorrências do momento. 
 
Inicio sempre a entrevista recordando a queixa inicial: 
“Você lembra por que a escola pediu para você vir conversar comigo?”. 
Ou: 
“Vocês estão lembrados do que me disseram sobre as questões que a escola levantou?”. 
 
A seguir, faço uma síntese dos procedimentos adotados ou peço ao paciente que relembre o que fez durante as 
sessões: 
“Você lembra as coisas que fez aqui comigo?”. 
É comum responderem: 
“Sei sim, brinquei, você jogou comigo, desenhei, fiz aquele negócio de quebracabeça e código secreto (WISC), li, 
escrevi...”. 
Ou: 
“Fiz àqueles desafios (provas do operatório formal, testes, redação...)”. 
 
Quando sou eu a relembrar para os pais digo: 
“Procurei verificar aspectos pedagógicos: leitura, escrita, o raciocínio matemático, etc, como pensa e resolve 
questões nos testes, como se sente como pessoa, quais as ligações da sua afetividade com a produção intelectual...”. 
Após este momento, toco nos aspectos mais positivos do paciente, nos aspectos que levam a valorização do que faz 
melhor, nas relações destes pontos com a perspectiva de melhoria escolar ou de seu futuro em geral. Este momento é 
importante para a reformulação da auto-estima e de avaliações distorcidas feitas pelos pais. 
“Você faz um desenho excelente”. 
“Você tem grande criatividade para elaborar histórias”. 
“O Raciocínio matemático que você me mostrou é muito bom”. 
“Você respondeu a desafios muito acima de sua idade”. 
 “Você não tem nenhum problema intelectual, fez bem todas as questões que indicavam o funcionamento de sua 
inteligência; parece-me que você pode escolher qualquer profissão...”. 
Em diferentes perspectivas teóricas da psicóloga é estudado o problema do baixo autoconceito, da baixa 
auto-estima como elemento bloqueador no movimento dos indivíduos em busca de novas condutas e de novas 
conquistas. 
O importante é localizar de onde vem este sentimento através das entrevistas de análise projetivas em geral 
e no momento da devolução, tocar neste aspecto tentando produzir um inicio de movimento. 
 
 Continuando a entrevista, analiso os aspectos que estão realmente causando a problemática na 
aprendizagem ou apenas na produção escolar. 
Finalizo fazendo as recomendações e indicações necessárias. As recomendações referem-se aos âmbitos familiares e 
escolares: troca de turma ou de escola, mudança na forma de a família comportar-se em relação ao paciente, como a 
professora poderia agir em síntese, ou uma orientação geral. 
As Indicações referem-se aos atendimentos que se fazem necessários: 
 
 
 127 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
psicopedagógicos, psicoterápicos, fonoaudiológicos, terapêutico-familiares, aulas particulares, etc. É importante 
explicar em que consiste o atendimento proposto: quais as 
suas características, atividades a serem desenvolvidas, sua freqüência habitual e a relação com a problemática 
encontrada. 
A dificuldade de devolução não está apenas num relato organizado resultante do processo diagnóstico, mas 
principalmente na mobilização emocional que deflagra aos pais, o que já vem acontecendo desde a análise. Assim, é 
comum encontrarmos estes fatos na polarização feita entre causas orgânicas e causas emocionais. Recordo o pranto 
comovente de um pai médico que me disse: 
“Agora não adianta mais negar, tenho que aceitar que houve alguma coisa neste parto com sofrimento que alterou 
minha filha...”. 
E de uma mãe que negava qualquer possibilidade de uma etiologia exclusivamente emocional oriunda da 
dinâmica familiar e que me dizia: 
“Você me desculpe, mas vou levá-la num neurologista por que ela só pode ter uma coisa física, pois nós fazemos tudo 
por ela, lá em casa não há problemas”. 
A mobilização não é apenas da família, é também da terapeuta. É preciso que este passe com carinho o 
interesse em fazer deste momento a revisão do caminho percorrido. 
Algumas vezes, após grande mobilização com a devolução, os pais começam a trazer fatos novos que ajudam 
a esclarecer pontos que permaneciam obscuros. 
Cid, 8 anos, sempre desenhava uma pessoa deitada na cama, fato para o qual aparentemente não havia explicação em 
sua história de vida, contada pelos pais, e que eles próprios não conseguiam esclarecer. Soube, nos minutos finais da 
entrevista de evolução, já com os pais se levantando para sair: 
“Vou dizer uma coisa para a senhora: eu sou alcoólatra, fico às vezes arriado na cama dia e noite”. 
Voltamos a conversar sobre os sentimentos e preocupações de Cid expressos através das provas projetivas. 
Foi a circulação de afeto que possibilitou esse novo momento de abertura. 
Algumas vezes tive que lidar com faltas sucessivas dos pais à entrevista de devolução. Percebi que estes 
desejavam adiar ao máximo este momento, pois estava difícil lidar com os objetos persecutórios desta situação 
ligados ao negativo do diagnóstico e do prognóstico. É preciso dar a eles o tempo de que necessitam para diminuir seu 
medo de ouvir e também ampliar ao máximo a atitude afetiva de acolhimento, de compreensão por parte do 
terapeuta. 
A inexperiência do terapeuta pode, algumas vezes, precipitar o momento da devolução ou mesmo condensar 
demais as informações de modo que não haja tempo para uma elaboração – tanto quanto possível – tranqüila por 
parte dos pais. Em algumas situações faço várias sessões de devolução e discussão do encaminhamento. 
A construção da devolução com os pais e o paciente é fundamental na aceitação das indicações, quando são 
necessárias. Deve-se evitar a quebra de continuidade do atendimento, pois no final do diagnósticoé a porta de 
entrada de um atendimento que se inicia com o mesmo terapeuta ou com outro. O importante é que a mobilização 
ocorrida não desapareça, mas seja o “gancho” para começar uma nova faze. 
Afeto e conhecimento ficam intimamente ligados. 
Outra questão é a das diferentes formas de se fazer a devolução: 
 
No consultório 
Inicialmente só o paciente e depois os pais: comumente ocorre com os adolescentes que desejam discutir seu 
próprio caso sozinhos e depois se conversa com os pais. 
Inicialmente só o paciente e depois novamente o paciente junto com os pais. 
A entrevista transcorre desde o inicio com o paciente e seus pais. 
 
 
 128 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
No caso de pais separados, as situações variam de acordo com o nível de entendimento ou conflito deles e a 
existência ou não de novos companheiros que estejam envolvidos com o paciente. 
Na escola 
Somente com o elemento da equipe escolar. 
Com o paciente e o elemento da equipe escolar. 
Com o paciente, seus pais e o elemento da equipe escolar. 
Com os pais e o elemento da equipe escolar. 
A escolha da forma mais adequada é pensada a partir das relações que percebo de aceitação ou negação por parte 
dos pais e das formulações feitas pela escola. 
Procuro sempre fazer a devolução para os pais juntos, evitando a situação, muito freqüente, em que 
“problemas escolares são com a mãe e o pagamento das sessões com o pai”, ficando este sem engajamento afetivo 
com a situação. No caso de pais separados, quando não aceitam a hipótese de sessão conjunta, faço as duas sessões 
separadamente, deixando a critério do paciente comparecer a ambas ou a apenas uma, junto com quem preferir. 
Finalmente é preciso que a devolução se encerre, ficando claros o modelo de aprendizagem do paciente e de 
sua família, suas fachadas saudáveis e suas dificuldades, bem como as possibilidades de mudança na busca do prazer e 
eficiência no aprender. 
 
O Encaminhamento 
No final da devolução, quando surge a necessidade de um entendimento, nova questão se impõe: como fazer 
o encaminhamento quando outro profissional assumirá o paciente? Sempre que é possível promovo um encontro 
com os pais, o paciente e o novo 
terapeuta e assim tento fazer a passagem nesta reunião conjunta, e muitas variáveis interferem nesse caso: 
 O tipo de problema encontrado 
 A idade do paciente 
 As questões familiares 
 O nível de aceitação do paciente e dos pais 
 A confiança dos pais nas diferentes formas de tratamento 
 O tipo de escola 
 O local de residência 
 Os recursos financeiros disponíveis 
Quando os pais me solicitam a indicação de nomes de profissionais, procuro os em função dos critérios já 
expostos, faço um primeiro contato para ver sua disponibilidade, em função da síntese que faço do caso. 
Posteriormente posso ter uma entrevista conjunta com o novo profissional e a família, como já expus, ou apenas uma 
conversa com o novo terapeuta para aprofundar a discussão sobre o caso. 
Como o diagnóstico psicopedagógico é procurado por pacientes de diferentes níveis sócio-econômicos, torna-
se necessário que se tenha além de um fichário com nomes de profissionais, uma listagem de instituições particulares 
e públicas que façam atendimentos de diferentes tipos e com diversidade de formas de pagamentos ou gratuitos, 
para que o diagnóstico não tenha apenas a função de levantar questões e abandoná-las a seguir, sem nenhuma 
tentativa de solução posterior. 
Procuro fazer uma forma de follow-up, acompanhando o paciente até sua alta, quando ele passa a ser 
atendido por outro profissional. Somente através do acompanhamento do processo terapêutico, podemos ter uma 
avaliação das hipóteses que levantamos no final do diagnóstico. Essa apreciação das hipóteses feitas é que me 
permitem reavaliar, aperfeiçoar e aprofundar minhas estratégias diagnósticas. 
 
 
 129 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
Um problema importante surge quando há necessidade de encaminhamento para vários atendimentos. 
Nesta situação, que inclui a possibilidade de atendimento simultâneo ou sucessivo, deve ser pensada pelo terapeuta e 
discutida com a família, pois 
levanta questões como: 
- a realidade sócio-econômica só permite um atendimento de cada vez; 
- atendimentos simultâneos podem submeter o paciente a enquadramentos diferentes, exigindo recursos diversos 
como, por exemplo, uma psicoterapia que trabalhe com a regressão, e um atendimento psicopedagógico em que haja 
um reforço permanente no sentido do crescimento da autonomia no momento presente; 
- o reforço na idéia da doença, e não na de saúde. Transformar o paciente em um “cabide” de profissionais e 
aumentar, para ele, a visão de que “eu sou doente”, “eu sou diferente”. Tal fato é inquestionável apenas no caso de 
deficiências físicas gerais e neurológicas, que tem sua especialidade própria, e cuja discussão foge ao âmbito desse 
trabalho. 
Os problemas escolares criam na família um mal estar no campo social, daí muitas vezes se prioriza o 
atendimento psicopedagógico, que tentará resolver um ponto de urgência melhorando as questões relacionadas a 
esse aspecto. O tratamento psicopedagogo poderá contribuir, de um modo geral, para a mais rápida superação do 
sintoma na área escolar. Nessa visão, antes da alta nesse atendimento, começa se a trabalhar, por exemplo, o início 
do tratamento psicoterápico. Desse modo, evita-se um possível deslocamento do sintoma e ainda se fortalecem as 
aquisições feitas durante o atendimento psicopedagógico. 
Iniciando-se pelo tratamento psicoterápico obtêm-se excelentes resultados, como, por exemplo, quando a 
melhora da comunicação e integração em diferentes grupos, mas sem modificar a curto prazo o quadro de fracasso 
escolar. 
Em caso de quadros psicóticos, neuroses graves ou outras patologias, é necessária um tratamento 
psicoterápico inicial, até que o paciente atinja um ponto tal que tenha condições de perceber a sua própria 
necessidade de aprender e crescer no que respeita a escolaridade; é preciso que se instale nele o desejo de aprender. 
A estratégia na seqüência dos encaminhamentos deve ser cuidadosamente refletida e função das diversas 
variáveis já enumeradas. Por exemplo, no caso de Paula (14 a., C.A.), que, além de deficiência mental apresentava 
problemas de aprendizagem e outros quadros emocionais graves oriundos da distância familiar, foi indicada, em 
primeira instância, terapia familiar, a seguir, um atendimento psicopedagógico e, finalmente, sendo ainda necessária, 
a psicoterapia. O quadro familiar impedia qualquer avanço de Paula: a mãe negava o problema, afirmando que, com o 
tempo, ela atingiria um grau de normalidade no desempenho ao passo que o pai se desesperava, lastimando-se 
permanentemente. Esta hierarquização foi feita porque era necessário em primeiro lugar romper a “couraça” familiar 
impeditiva, uma vez que só possuem recursos financeiros para um atendimento de cada vez. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 130 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
LEVANTAMENTO DE DADOS DO DESEMPENHO ESCOLAR 
 
Prezada professora e/ou Orientadora Educacional 
 
O aluno _______________________________________________ está sendo avaliado nos 
aspectos psicopedagógicos. Para este fim, necessitamos de algumas informações complementares. 
Para tal, contamos com sua valiosa colaboração, respondendo às perguntas que seguem e 
acrescendo observações que julgar necessárias. 
No aspecto sócio-afetivo, os quais pontos favoráveis e que necessitam melhorar, o aluno 
apresenta? (relacionamento com a escola, professores, colegas) 
______________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________ 
Como é o desempenho do aluno? 
- quanto a organização? __________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________- quanto a responsabilidade? ______________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________ 
- quanto a atenção? _____________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________ 
- quanto a motivação? ____________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________ 
- ritmo de trabalho? ______________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________ 
Em quais áreas ou disciplinas apresenta dificuldades? Quando estas se apresentam? 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
Como é o relacionamento família escola? ____________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________ 
Observações complementares que se acharem necessárias: _____________________________________ 
______________________________________________________________________________________ 
______________________________________________________________________________________ 
 
 
 
_____________________ _______________________ 
Orientadora Educacional Professora 
 
 
 
 
 
___________________________________ 
Assinatura da Psicopedagoga 
Pedagoga – Especialista em Psicopedagogia 
 
 
 
 
 131 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
INFORME PSICOPEDAGÓGICO 
 
Ao final do diagnóstico, o psicopedagogo já deve ter formado uma visão global do indivíduo sua 
contextualização na família, na escola e no meio social em que vive. 
Deve ter uma compreensão de seu Modelo de Aprendizagem, o que já aprendeu, o que pode aprender, o que 
aprende no ponto de vista afetivo-social, que recursos possui, se 
os mobiliza ou não, que tomam seus interesses na busca do conhecimento. 
O resguardo ético do indivíduo e de sua família deve merecer atenção. 
O laudo ou informativo tem como finalidade resumir as conclusões a que se chegou na busca de respostas às 
perguntas iniciais que motivaram o diagnóstico. 
Utilizo um pequeno roteiro, que sofre modificações necessárias, conforme o caso em questão. É apenas um 
guia, e não um formulário a ser preenchido. Essa síntese, em sua redação, independe da sequência em que foram 
coletados os dados. 
 
Informe Psicopedagógico 
Dados Pessoais 
Motivação da Avaliação – Encaminhamento 
É necessário se relatar a queixa na visão da família e da escola, quando for o caso. Caracterizar o encaminhamento 
feito para um diagnóstico psicopedagógico pela escola, pediatra, neurologista, psicólogo e outros. 
 
Período de Avaliação e número de Sessões 
Ao definir o período de avaliação, delimita-se a época do ano letivo em que foi feita, a sua extensão, as interrupções 
ocorridas e suas causas. 
Instrumentos Usados 
Relata-se o tipo de sessão usada (lúdica, familiar, EOCA, dramatização, etc.), os diferentes testes e seus objetivos, bem 
como as diferentes entrevistas. 
 
Analisar os Resultados nas Diferentes Áreas 
- Pedagógica; 
- Cognitiva; 
- Afetivo-social; 
- Corporal 
Procura-se fazer um relato descritivo de cada área, podendo incluir ou não resultados de teste, trechos, e 
exemplos de produção do paciente, transcrição de fala, etc. a profundidade dos detalhes colocados dependerá do 
objetivo do laudo. 
Na área pedagógica, é importante dar-se do nível pedagógico do indivíduo de forma global e da 
especificidade nos diferentes campos, como, por exemplo, leitura, escrita e cálculo. 
Na área cognitiva, situa-se o nível da estrutura do pensamento, suas defasagens, seu funcionamento, sua 
mobilidade predominante (mais assimilativo, hiperacomodativo, etc.). Acrescenta-se o observado sobre a capacidade 
de antecipação. 
No item da área afetivo-social, além dos dados pessoais no nível emocional e relacional, e o significado do 
sintoma para o indivíduo e para a família, o nível de reação 
da escola e informações sobre a estrutura familiar. 
- Estrutura familiar: irmãos, posição entre eles, situação dos pais (vivos, falecidos, separados, etc.), com quem vive o 
indivíduo. 
- Dinâmica familiar: relação entre seus membros, papéis exercidos, comunicação familiar do indivíduo e do paciente. 
Por exemplo: 
 Pais analfabetos valorizam a aprendizagem como meio de ascensão social, estimulando sempre o trabalho 
escolar de X, impedindo-o de faltar às aulas; 
 Pais analfabetos, conformados com a situação em que vivem, consideram o filho “burro que nem nós”, sem 
nenhuma valorização à escola; 
 
 
 132 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 Pais de nível universitário, altamente exigentes quanto a produção escolar de X, realizam cobrança de modo 
muito rígido, deixando X muito ansioso nas provas. 
Na área corporal, é importante situar o uso do corpo em situações diversas, aspectos de normalidade, 
aspectos de psicomotricidade, etc. 
 
Síntese dos Resultados – Hipótese Diagnóstica 
É a resposta mais direta a questão inicial levada pela queixa. Faz-se uma síntese do que foi analisado no item 
anterior, estabelecendo-se as relações entre diferentes áreas em relação ao motivo da avaliação. Esse item é uma 
reelaboração dos dados e suas interligações, de modo a ter uma visão global do paciente ante a questão da 
aprendizagem e/ou produção escolar. 
 
Prognóstico 
Relata-se a hipótese final sobre o estado futuro do indivíduo em relação ao momento do diagnóstico. É uma 
visão condicional, baseada no que pode acontecer a partir das recomendações e indicações. Se necessário, pode-se 
fazer referência a indicadores, como, por exemplo, atitude altamente colaboradora, riqueza de expressão simbólica, 
bom nível intelectual, pedido de ajuda expressa nos testes projetivos, etc. 
 
Recomendações e Indicações 
Sintetizam-se aqui as orientações dadas aos pais e à escola: troca de turma ou de escola, forma de posicionar 
o indivíduo em sala de aula, modo de lidar com ele em casa e na escola, reformulação de exigências, atribuição de 
responsabilidades, revelação de fatos, etc. as indicações de atendimentos a serem feitas, seja de psicopedagogia, 
fonoaudiologia, psicoterapia, etc. 
 
Observações: Acréscimo de Dados Conforme casos Especiais 
Exemplos: 
- Alguns dados da história de vida; 
- Postura do indivíduo durante a avaliação; 
- Recorte de sessões ou testagem; 
- Recorte da dinâmica familiar; 
- Interferências durante o processo; 
- Interrupções; 
- Síntese do sistema escolar. Análise mais detalhada do tipo de escola 
(metodologia, exigências, etc.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 133 - Rosângela Gonçalves – ABPp 0175 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
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GOLBERT, C. A. Evolução Psicolingüística e suas Implicações na Alfabetização. Porto Alegre Artes Médicas, 1994 
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WEISS, T. Repensando a Prática da Alfabetização. As idéias de Emília Ferrero na sala de aula. Cad. Pesq. São Paulo (52): 
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