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Artroplastia de Joelho e Quadril - Introdução

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AULA 9 - ARTROPLASTIA DE JOELHO E QUADRIL - INTRODUÇÃO
Professora Tamiris Melo
1. Introdução
 De acordo com a Osteoarthritis Research Society International (OARSI), a osteoartrite (OA) do
quadril e do joelho figura como uma das principais causas de dor crônica e limitações na
mobilidade em escala global, exercendo um impacto profundamente negativo na qualidade de
vida dos afetados, superando até mesmo as condições musculoesqueléticas mais prevalentes.
 Ademais, diversos fatores são identificados como precursores para o desenvolvimento da OA
do quadril e do joelho, tais como o envelhecimento da população, o aumento da obesidade
em âmbito global e o crescimento das lesões intra-articulares.
 Estimativas a nível mundial apontam que cerca de 250 milhões de pessoas são acometidas
anualmente por estas condições de OA.
 O ônus que a OA representa está se tornando um desafio significativo para os sistemas de
saúde em todo o mundo, sendo classificado como um dos problemas prioritários no Global
Burden of Disease (GDB) de 2010 em termos de anos vividos com incapacidade.
 No ano 2000, a OA era considerada uma doença grave, de natureza degenerativa e
progressiva. Em 2019, a OA foi reclassificada como uma síndrome complexa, que envolve não
apenas a degeneração progressiva da articulação, mas também apresenta componentes
inflamatórios.
 Embora a condição seja frequentemente descrita usando termos como artrose, osteoartrose e
osteoartrite, o termo mais preciso é osteoartrite, uma vez que a doença possui um caráter
inflamatório além da degeneração articular.
2. Degradação Versus Osteoartrite
 A degradação e a perda da cartilagem articular são elementos proeminentes na OA, embora
não sejam, por si só, critérios definidores do diagnóstico.
 Os sinais e sintomas que caracterizam essa síndrome incluem:
 Dor intensa;
 Perda da função articular;
 Comprometimento da qualidade de vida
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 A OA é uma condição sistêmica que afeta a totalidade da articulação, acarretando alterações
estruturais na cartilagem, no osso subcondral, nos ligamentos, na cápsula articular, na
membrana sinovial e nos músculos periarticulares.
3. Classificação de Outerbridge
 A classificação de Outerbridge é um método para avaliar o grau de lesão da cartilagem articular.
Essa classificação é muito utilizada para avaliar a condromalácia patelar, que é o amolecimento
e desgaste da cartilagem da patelar.
 A classificação de Outerbridge se baseia na profundidade e extensão da lesão de cartilagem, e
divide em quatro graus:
 Grau 0: cartilagem normal, sem alterações visíveis;
 Grau 1: amolecimento e edema da cartilagem, sem defeitos ou irregularidades na
superfície;
 Grau 2: defeito de espessura parcial com fissuras que não excedem 1,25 cm de diâmetro;
 Grau 3: fissura na cartilagem maior que 1,25 cm com uma área atingindo o osso
subcondral (camada de osso logo abaixo da cartilagem);
 Grau 4: erosão da cartilagem articular com exposição do osso subcondral.
 A classificação de Outerbridge é importante para orientar o diagnóstico, o tratamento e o
prognóstico das lesões condrais. A classificação pode ser feita por meio de exames de imagem,
como radiografia, tomografia ou ressonância magnética, ou por meio de artroscopia, que é um
procedimento cirúrgico que permite visualizar diretamente a articulação por uma câmera
introduzida por uma pequena incisão na pele.
Quadro 1: classificação de Outerbridge.
4. Prevalência e Fatores de Risco
 A OA geralmente afeta indivíduos na sexta década de vida, com uma prevalência maior em
mulheres do que em homens (relação de 2:1), frequentemente apresentando associações com
comorbidades.
 As articulações mais comumente acometidas pela OA são os joelhos, quadris e mãos.
 Fatores de risco incluem:
 Sobrepeso ou obesidade, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 25,
aumentando o risco de OA no joelho.
 Lesões articulares anteriores, representando um risco significativo para o desenvolvimento
da OA.
 Sexo feminino, sendo um potencial fator de risco para o desenvolvimento da OA.
 Nódulos de Heberden, associados a um risco moderado de OA no joelho.
 Tabagismo, aumentando o potencial risco de desenvolver OA.
 Idade avançada, constituindo um fator de risco potencial para a OA.
 Ocupação, com um risco baixo para a OA.
 Atividade física, com níveis elevados de atividade de impacto, podendo estar relacionados
ao desenvolvimento da OA.
 Comorbidades, como doenças de base e depressão, que podem ter relação com o desen-
volvimento da OA, embora mais estudos sejam necessários para comprovar essa associa-
ção.
5. Fatores Modificáveis
 O prognóstico desses pacientes se torna mais complexo à medida que as comorbidades se
tornam mais severas e agressivas.
 Pesquisas recentes têm ampliado a compreensão das abordagens para esses pacientes,
destacando a interação entre a dor, a biomecânica e os hábitos de vida. Isso exige
intervenções que considerem todos esses fatores em conjunto.
 Quando se trata da perda de peso, é comum que profissionais de saúde enfrentem desafios ao
abordar questões relacionadas ao peso com os pacientes.
 No entanto, é importante notar que pacientes com OA que conseguem reduzir seu peso
corporal podem experimentar uma diminuição dos sintomas e uma melhora na função. De fato,
a perda de apenas 5% do peso corporal pode estar associada a mudanças positivas nos
resultados clínicos e mecânicos. Além disso, os benefícios clinicamente significativos tendem a
aumentar à medida que a perda de peso atinge a faixa de 5% a 10%.
6. Osteoartrite de Joelho e Quadril
6.1. Osteoartrite no Joelho:
 Maior prevalência entre as mulheres;
 Associação com a obesidade devido ao aumento das células inflamatórias, como a
interleucina-3, que desencadeia a inflamação;
 Histórico de lesões articulares prévias como fator de risco;
 Mau alinhamento articular;
 Alterações na força do quadríceps.
6.2. Osteoartrite no Quadril:
 Associada ao impacto femoroacetabular e à displasia do quadril;
 Maior risco na meia-idade;
 Desalinhamento precoce devido a condições médicas prévias ou traumas ortopédicos.
7. Impacto Socioeconômico
 A OA tem implicações significativas nos aspectos econômicos e sociais, com custos diretos e
indiretos consideráveis:
 Custos Diretos: incluem despesas relacionadas à medicação, procedimentos médicos,
consultas, tratamento de recidivas e reabilitação.
 Custos Indiretos: compreendem o absenteísmo no trabalho e a redução da produtividade.
 De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a gonartrose (OA de joelho) é a
terceira maior causa de aposentadoria por invalidez, enquanto a coxartrose (OA de quadril)
ocupa a 12ª posição nesse ranking, com base em dados de 2017.
 É importante notar que, ao longo do período de 1990 a 2016, a prevalência da OA aumentou,
consolidando-se como um problema de saúde crescente.
 O risco vitalício de desenvolver OA é de aproximadamente 25% no caso do quadril, e esse
risco aumenta para 45% quando se trata do joelho com OA. Isso ressalta a importância da
abordagem e da gestão eficaz dessa condição.
Quadro 2: análise da Global Burden of Disease das principais doenças em 1990 e em 2016, onde a OA subiu algumas
posições na classificação.
8. Osteoartrite Primaria e Secundária
8.1. Osteoartrite Primária:
 É caracterizada pelo aumento do desgaste tecidual que ocorre naturalmente com o processo
de envelhecimento.
8.2. Osteoartrite Secundária:
 Está relacionada a condições adversas, como traumatismos ortopédicos, doenças sistêmicas,
problemas de desenvolvimento da articulação do quadril na infância e lesões ligamentares.
 A osteoartrite é uma condição dinâmica e ativa, resultante de um desequilíbrio entre o processo
de reparação e a destruição dos tecidos articulares. Ela não é simplesmente uma doença
degenerativa passiva.
 A patogênese complexa da osteoartrite envolve fatores mecânicos, inflamatórios e metabólicosque contribuem para a destruição estrutural e a falha da articulação sinovial. Isso demonstra
que a OA é uma condição multifatorial e não se limita apenas ao desgaste relacionado à idade.

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