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AULA 11 - ARTROPLASTIA DE JOELHO E QUADRIL - REABILITAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA Professora Tamiris Melo 1. Introdução O tratamento fisioterapêutico para pacientes com osteoartrite (OA) de joelho e de quadril tem como objetivo principal melhorar a dor, aumentar a mobilidade e reduzir as limitações causadas por essa condição. Isso envolve a abordagem das deficiências, como a fraqueza muscular e a diminuição da flexibilidade nas articulações. No contexto clínico, a abordagem ao paciente com osteoartrite se concentra em intervir nas deficiências específicas que eles apresentam, que incluem fraqueza muscular e perda de flexibilidade articular. O tratamento visa melhorar esses aspectos para proporcionar alívio da dor, aumento da funcionalidade e qualidade de vida para o paciente. 2. Classificações Para entender a condição do paciente com OA, é crucial avaliar em que estágio da patologia ele se encontra, ou seja, o quão avançada está a degeneração da articulação. É importante ressaltar que, em muitos casos, os pacientes podem apresentar exames de imagem que indicam uma considerável degeneração da articulação, mas não necessariamente manifestam sinais clínicos de dor e incapacidade. Por outro lado, há situações em que os pacientes relatam muita dor e significativa limitação funcional, mas os exames de imagem não demonstram uma degeneração tão grave. Independentemente disso, compreender o grau de degeneração é fundamental, pois esse fator pode ser um indicador importante para a possibilidade de o paciente se submeter a uma cirurgia de artroplastia no futuro. Portanto, a avaliação do estágio da OA desempenha um papel crucial na determinação do plano de tratamento e na tomada de decisões em relação à cirurgia. 2.1. Kellgren-Lawrence: A classificação Kellgren-Lawrence é um sistema de classificação radiográfica da OA. Foi desenvolvida por Harry Kellgren e Eric Lawrence em 1957 e é amplamente utilizada para avaliar a gravidade da OA em diferentes articulações, incluindo o joelho. A classificação é baseada em quatro critérios: Espessura da cartilagem articular: Na OA, a cartilagem articular se desgasta, levando a uma redução do espaço entre os ossos. WPS_1660134844 Ink WPS_1660134844 Ink Osteofitose: Os osteófitos são saliências ósseas que se formam na borda das articulações afetadas pela OA. Esclerose óssea: A esclerose óssea é um espessamento do osso subcondral, que é a camada de osso que fica logo abaixo da cartilagem articular. Deformidade articular: A deformidade articular é uma alteração na forma da articulação, que pode ser causada pelo desgaste da cartilagem articular ou pelo crescimento dos osteófitos. A classificação Kellgren-Lawrence é dividida em cinco graus, de 0 a 4, sendo 0 a ausência de OA e 4 a OA grave. Grau 0 Não há alterações radiológicas visíveis. Grau 1 Estreitamento do espaço articular duvidoso e possível osteófitos na borda. Grau 2 Possível estreitamento do espaço articular e osteófito definido. Grau 3 Estreitamento do espaço articular, com múltiplos osteófitos moderados, alguma esclerose subcondral e possível deformidade do contorno ósseo. Grau 4 Notável estreitamento do espaço articular, com severa esclerose subcondral, com deformidade definida do contorno ósseo e presença de grandes osteófitos. Tabela 1: classificação Kellgren-Lawrence. A classificação Kellgren-Lawrence é um método objetivo para avaliar a gravidade da OA. É útil para acompanhar a progressão da doença ao longo do tempo e para orientar o tratamento. A classificação Kellgren-Lawrence tem algumas limitações. Uma delas é que é baseada em critérios radiológicos, que nem sempre refletem a gravidade dos sintomas da OA. Outra limitação é que a classificação pode ser subjetiva, dependendo da interpretação do avaliador. Figura 1: classificação Kellgren-Lawrence. 2.2. Bombelli: A classificação de Bombelli é uma forma de categorizar a osteoartrite do quadril com base em diferentes critérios. Ela considera os seguintes aspectos: Etiologia: Mecânica: relacionada a defeitos na forma da cabeça femoral, colo do fêmur ou acetábulo, podendo ser causada por fatores como coxa valga, vara, sequelas de epifisiólise, doença de Perthes e sobrecarga. Metabólica: associada a condições como osteoporose, osteomalácia e gota. Combinada: envolve uma combinação de fatores mecânicos e metabólicos. Morfológica: Súpero-lateral: caracterizada pela cabeça femoral deslizando súpero-lateralmente ao acetábulo, ocorrendo em condições como displasia do desenvolvimento do quadril (DDQ), valgo excessivo, Perthes e epifisiólise. Concêntrica: envolve a perda uniforme da cartilagem e do espaço articular, com a cabeça femoral mantendo-se esférica e apresentando poucos osteófitos. Interna: caracterizada pela diminuição da cartilagem e espaço articular na porção interna da cabeça femoral, que entra em contato com o fundo acetabular. O espaço articular superior pode estar normal ou reduzido e pode evoluir para protrusão acetabular. Ínfero-medial: a forma mais rara, com diminuição do espaço ínfero-medial da cabeça femoral e acetábulo, resultando em grandes osteófitos inferiores. O espaço articular superior está frequentemente aumentado. Reação Biológica: Atrófica: a cabeça femoral diminui e assume uma forma elíptica com tendência à luxação. Normotrófica: a cabeça femoral é deformada, apresentando esclerose e osteófitos inferiores. Hipertrófica: a cabeça femoral torna-se maior e deformada devido ao grande número de osteófitos. Amplitude de Movimento: Rígido: limitação severa de movimento de flexão, abdução e adução. Hipomóvel: limitação moderada de movimento de flexão, abdução e adução. Móvel: menor limitação de movimento de flexão, abdução e adução. 2.3. Tonnis: A classificação de Tonnis avalia o grau de OA do quadril, baseado em achados radiográficos. A classificação de Tonnis tem quatro graus, que são: Grau 0: Sem sinais de OA. O espaço articular, a esfericidade da cabeça do fêmur e a densidade óssea estão normais. Grau I: OA leve. Há aumento da esclerose óssea, diminuição leve do espaço articular e perda leve ou nenhuma da esfericidade da cabeça do fêmur. Grau II: OA moderada. Há formação de pequenos cistos (bolsas de líquido) no osso, diminuição moderada do espaço articular e perda moderada da esfericidade da cabeça do fêmur. Grau III: OA grave. Há formação de grandes cistos no osso, diminuição acentuada ou obliteração (fechamento) do espaço articular e deformidade acentuada da cabeça do fêmur. Tabela 2: classificação de Tonnis. Figura 2: classificação de Tonnis. A classificação de Tonnis é útil para orientar o diagnóstico, o prognóstico e o tratamento da OA do quadril. Quanto maior o grau, maior é a gravidade da doença. 3. Avaliação Compreender a complexidade e o grau de comprometimento da articulação em pacientes com osteoartrite é fundamental para um tratamento adequado. Para isso, é essencial realizar uma avaliação física e funcional abrangente, bem como utilizar instrumentos de avaliação quantitativos que permitam uma análise mais objetiva da condição do paciente. 3.1. Instrumentos de Avaliação: Quando se trata de instrumentos de avaliação para pacientes com OA, existem diversas opções disponíveis, alguns específicos para a articulação do quadril e outros para a articulação do joelho. Alguns dos instrumentos mais comuns e amplamente encontrados na literatura incluem o WOMAC, o HHS e o LEFS. Vale ressaltar que o HHS foi originalmente desenvolvido para avaliar a condição de pacientes submetidos a cirurgias de prótese, mas também é utilizado para pacientes que ainda não passaram por cirurgia. Para o joelho, instrumentos como o Lysholm e o IKDC são comumente empregados, entre outros. É altamente recomendado o uso do WOMAC, LEFS e HHS como ferramentas de avaliação, tanto no pré-tratamento quanto no pós-tratamento. É fundamental realizar a avaliação do pa- ciente logo no início do tratamento, a fimde obter dados comparativos ao longo do acompa- nhamento subsequente, que pode incluir visitas de follow-up aos 3, 6, 9 e 12 meses. Isso ajuda a monitorar a evolução do paciente, a eficácia do tratamento e a adaptar as estratégias de cuidado de acordo com as necessidades específicas de cada indivíduo ao longo do tempo. WOMAC (Western Ontario and McMaster University): O questionário WOMAC é um instrumento de avaliação da qualidade de vida de pacientes com OA de joelho e quadril. Ele é composto por 24 questões divididas em três dimensões: dor, rigidez e função física. Cada questão tem cinco opções de resposta, que variam de 0 (nenhuma) a 4 (extrema). A pontuação total do questionário varia de 0 (melhor estado de saúde) a 96 (pior estado de saúde). O questionário WOMAC foi desenvolvido em 1982 por Bellamy e colaboradores, com o objetivo de medir os sintomas e as limitações funcionais causados pela OA. Ele foi tradu- zido e validado para vários idiomas, incluindo o português. O questionário WOMAC é consi- derado um dos mais utilizados e confiáveis para avaliar a qualidade de vida de pacientes com OA, sendo sensível a mudanças clínicas e a intervenções terapêuticas. Ele também pode ser usado para comparar diferentes populações e grupos de pacientes com OA. HHS (Harris Hip Score): O instrumento de avaliação HHS é um questionário que mede a qualidade de vida relacionada ao quadril de pacientes com OA ou que foram submetidos à artroplastia total do quadril. Ele foi desenvolvido em 1969 por Harris e colaboradores, com o objetivo de avaliar o resultado funcional da cirurgia de substituição do quadril. O HHS é composto por quatro domínios: dor, função, deformidade e mobilidade. Cada domínio tem uma pontuação máxima, que varia de 11 a 44 pontos. A pontuação total do questionário varia de 0 (pior estado de saúde) a 100 (melhor estado de saúde). O HHS é aplicado pelo profissional de saúde, que entrevista o paciente e observa seu desempenho em alguns testes físicos, como caminhar, subir escadas e sentar-se. O HHS é considerado um instrumento clássico e amplamente utilizado para avaliar a qualidade de vida relacionada ao quadril. Ele possui propriedades psicométricas adequadas, como validade, confiabilidade e sensibilidade a mudanças clínicas. Ele também foi traduzido e adaptado para vários idiomas, incluindo o português. No entanto, alguns estudos apontam algumas limitações do HHS, como o fato de ser influenciado pela idade e pelo peso do paciente, não abranger aspectos emocionais e sociais da qualidade de vida e não ser sensível a pequenas mudanças funcionais. LEFS (Lower Extremity Functional Scale): O LEFS é um instrumento que mede a funcionalidade dos membros inferiores de pacientes com diferentes condições musculoesqueléticas, incluindo a OA. Ele foi desenvolvido na década de 1990 por Binkley e colaboradores, com o objetivo de avaliar o impacto da dor e da limitação funcional nos membros inferiores. O LEFS é composto por 20 questões que abordam atividades cotidianas, como caminhar, subir escadas, sentar-se, levantar-se, correr, etc. Cada questão tem cinco opções de res- posta, que vai de 0 (extrema dificuldade ou impossibilidade) a 4 (sem dificuldade). A pon- tuação total do questionário varia de 0 (pior funcionalidade) a 80 (melhor funcionalidade). O LEFS possui uma versão traduzida e validada para o português (LEFS-Brasil), que apresenta boa confiabilidade, consistência interna e validade. O LEFS pode ser usado para avaliar a funcionalidade de idosos com OA de joelho e quadril, sendo sensível a mudanças clínicas e a intervenções terapêuticas. 3.2. Exame Físico: Inspeção: Na avaliação física de um paciente com OA, é essencial observar a qualidade da articula- ção e identificar sinais inflamatórios, especialmente em pacientes em pós-operatório ime- diato. Alguns sinais importantes a serem monitorados incluem a presença de secreção purulenta ou sanguinolenta na ferida pós-operatória, aumento da vermelhidão na região, edema acentuado e aumento da temperatura local. Palpação: A palpação é uma ferramenta valiosa para avaliar a condição da articulação e dos tecidos moles ao redor. Em pacientes em pós-operatório imediato, é crucial verificar se há inchaço na panturrilha em comparação com o lado contralateral, uma vez que isso pode indicar a possibilidade de trombose venosa profunda. Esse sinal deve ser avaliado prontamente, tanto em ambientes hospitalares quanto clínicos. Perimetria: A perimetria é uma ferramenta valiosa para quantificar o aumento do volume do edema no membro inferior do paciente. Essa medida quantitativa ajuda a monitorar a resposta ao tratamento e a determinar se o edema está diminuindo, o que é um indicador positivo no manejo da OA. Avaliação da dor: A avaliação da dor é um componente crucial no tratamento da OA, e além das escalas nu- méricas de dor e escalas verbais de classificação, o uso de um algômetro de pressão é uma ferramenta valiosa. Ambas as escalas podem ser utilizadas para medir a dor em repouso ou durante atividades, em ambientes agudos ou ambulatoriais. Pode ser questionado ao paciente como uma média da dor ao longo da última semana ou a dor relatada no momento da avaliação. É importante notar que, embora a hiperalgesia possa ocorrer em resposta a estímulos mecânicos, térmicos ou químicos, a literatura científica é mais desenvolvida na avaliação da hiperalgesia mecânica. Um algômetro de pressão mecânica é frequentemente utilizado para medir o limiar de dor à pressão, que é definido como a quantidade mínima de pressão na qual a sensação de pressão se transforma em sensação de dor. Estudos mostraram uma correlação negativa forte entre a avaliação do limiar de dor à pressão e a intensidade da dor em pacientes com osteoartrite do quadril. Além disso, foi encontrada uma associação significativa entre a avaliação do limiar de dor à pressão e a dor autorreferida no quadril, embora não tenha sido encontrada uma associação significativa entre a avaliação do limiar de dor à pressão e a presença ou gravidade da OA do quadril visualizada em radiografias. Avaliação força muscular: A avaliação da força muscular é um aspecto importante na gestão da OA. A avaliação da força do músculo quadríceps femoral é fortemente recomendada, uma vez que desem- penha um papel crucial na estabilidade do joelho. Além disso, a avaliação dos músculos re- lacionados ao quadril, como os rotadores laterais e abdutores, é moderadamente recomen- dada. Existem várias maneiras de avaliar a força muscular, incluindo o uso de dinamômetros isocinéticos, como o Biodex System, ou dinamômetros manuais. Na ausência desses equipamentos, é possível avaliar a força muscular por meio do teste de repetição máxima ou com resistência manual. É importante considerar a relação entre os músculos agonistas e antagonistas, particularmente a relação entre o quadríceps e os músculos isquiotibiais. Em indivíduos saudáveis, o quadríceps é geralmente mais forte do que os isquiotibiais, com uma proporção de cerca de 60:40. No entanto, essa relação pode ser afetada em pacientes com OA, e a avaliação da força muscular ajuda a identificar desequilíbrios que podem contribuir para sintomas e disfunções articulares. Avaliação da amplitude de movimento (ADM): A avaliação da ADM pode ser realizada de forma passiva e ativa em diferentes posições, como decúbito dorsal, decúbito ventral e sentado. A fim de obter medidas precisas, é recomendável o uso de um goniômetro. Além disso, é importante usar o mesmo goniômetro em todas as avaliações de ADM, a fim de reduzir erros de medida e manter a consistência ao longo do acompanhamento do paciente. Isso ajuda a monitorar a progressão da mobilidade e a determinar a eficácia das intervenções de tratamento ao longo do tempo. 3.3. Testes Funcionais: A avaliação do desempenho físico desempenha um papel crucial no tratamento de pacientes com OA, e existemvárias medidas recomendadas para essa finalidade: Timed Up and Go Test (TUG): O TUG é uma avaliação funcional amplamente recomendada e visa avaliar a capacidade do paciente de realizar uma série de atividades que refletem a função cotidiana. O teste envolve a transição do paciente de uma posição sentada para uma posição de pé, usando a força de extensão do joelho para se levantar da cadeira. Em seguida, o paciente caminha por um percurso de 3 metros, abrangendo a velocidade da marcha. Durante o percurso, o paciente contorna um obstáculo, demonstrando seu equilíbrio, capacidade de desviar de obstáculos e dinâmica das articulações do membro inferior. O teste é realizado três vezes, e a média dos tempos é registrada para a pontuação final. O TUG é uma ferramenta útil para avaliar a função física e a capacidade do paciente de realizar atividades do dia a dia. Ele oferece informações valiosas sobre a mobilidade, equilíbrio e habilidades de locomoção, auxiliando na determinação do estado funcional do paciente e na avaliação da eficácia das intervenções de tratamento. Teste de Sentar e Levantar em 30 segundos: Este teste é moderadamente recomendado e envolve o paciente sendo posicionado em frente a uma cadeira, com as mãos cruzadas e os pés descalços. É contado quantas vezes o paciente consegue se sentar e levantar da cadeira em 30 segundos. Os padrões de normalidade variam de acordo com a faixa etária: entre 60 e 65 anos, espera-se que o paciente realize cerca de 14 a 16 repetições; entre 65 e 69 anos, entre 13 e 15 repetições; entre 70 e 79 anos, entre 12 e 14 repetições; e entre 80 e 89 anos, cerca de 10 a 12 repetições. Teste de Caminhada de 6 Minutos: O Teste de Caminhada de 6 Minutos é outra avaliação moderadamente recomendada que visa medir a capacidade do paciente de caminhar continuamente por um período de 6 minutos. Esse teste fornece informações valiosas sobre a resistência física do paciente e sua capacidade de realizar atividades de locomoção por um período prolongado. Caso o espaço no consultório não seja suficiente para realizar o teste de caminhada de 6 minutos, uma alternativa é marcar no chão uma distância de 30 metros e pedir ao paciente que caminhe em volta desse percurso. Em seguida, você pode computar quantos metros o paciente conseguiu percorrer durante o período de 6 minutos. Essa adaptação permite que o teste seja realizado mesmo em espaços com restrições de espaço, fornecendo informa- ções úteis sobre a resistência do paciente e seu desempenho em atividades de locomoção. A combinação desses testes e escalas fornece informações valiosas sobre o desempenho físico dos pacientes com osteoartrite, auxiliando no desenvolvimento de estratégias de trata- mento personalizadas e na prevenção de quedas, principalmente em pacientes mais idosos. Figura 3: Timed Up and Go Test Figura 4: teste de sentar e levantar por 30 segundos. Figura 5: teste de caminhada de 6 minutos. 4. Tratamento 4.1. Tratamento Medicamentoso: Para o tratamento medicamentoso de pacientes com OA, uma abordagem comum envolve o uso de medicamentos anti-inflamatórios e a consideração de opções alternativas, como condroprotetores. Anti-inflamatórios: Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) são frequentemente prescritos para aliviar a dor e a inflamação associadas à OA. Condroprotetores: Condroitina e glucosamina são frequentemente usadas como condroprotetores para proteger e restaurar a cartilagem articular. Embora a eficácia desses suplementos seja objeto de debate, alguns pacientes relatam benefícios no alívio dos sintomas. Injeções intra-articulares: Injeções de corticosteroides: em casos de inflamação grave e dor, os médicos podem recomendar injeções de corticosteroides diretamente na articulação afetada para proporcionar alívio temporário dos sintomas. Injeções de ácido hialurônico: essas injeções visam aumentar a viscosidade do fluido sinovial da articulação, proporcionando alívio da dor e melhorando a mobilidade em algumas pessoas. 4.2. Tratamento Fisioterapêutico: O tratamento fisioterapêutico desempenha um papel fundamental na gestão da osteoartrite OA e pode envolver diversas abordagens para aliviar a dor, melhorar a mobilidade e a função das articulações afetadas. Educação: Educar o paciente sobre a natureza da OA, seus sintomas e a importância de manter a adesão ao tratamento é crucial. Informações claras podem ajudar a reduzir o medo e a ansiedade do paciente em relação à condição. A combinação de educação e exercícios é mais eficaz do que apenas os exercícios, pois ajuda a motivar o paciente e a alterar as crenças negativas relacionadas à dor e à gravidade da OA. Terapia Manual: A terapia manual, como as técnicas de Mulligan e Maitland, pode ser usada para melhorar a mobilidade da articulação e reduzir a dor. A terapia manual em tecidos moles, como a liberação miofascial em pontos gatilho e áreas tensas, também pode auxiliar no processo de redução de dor. Figura 6: exemplo de técnica de terapia manual do conceito Mulligan para a articulação coxofemoral. Exercícios resistidos: É importante incluir exercícios que visem os músculos que desempenham um papel fundamental na marcha. Isso pode incluir os músculos dos membros inferiores, como quadríceps, isquiotibiais, glúteos e panturrilhas. Os exercícios de agachamento isométrico na bola podem ser usados para fortalecer os músculos dos membros inferiores. A inclusão de um elástico abaixo dos háluces pode ajudar a ativar os músculos intrínsecos dos pés, que desempenham um papel importante na marcha. À medida que o paciente progride, o agachamento livre com carga pode ser introduzido. Exercícios que envolvem trocas posturais, como sentar e levantar de um assento, são úteis para melhorar a força dos músculos quadríceps e glúteos, e a mobilidade das articulações. O uso da estratégia do quadril pode ser benéfico para reduzir o desconforto. Exercícios de ponte ou elevação pélvica visam fortalecer os músculos extensores do quadril e flexores do joelho, contribuindo para uma melhor estabilidade durante a marcha. Exercícios como "ostra" e SLR lateral podem ser incluídos para fortalecer os abdutores e rotadores laterais do quadril, ajudando a melhorar o controle da articulação do quadril. A flexão de quadril pode ser incorporada para fortalecer o iliopsoas, um músculo importante na marcha e na flexão do quadril. Estudos demonstram que um programa de treinamento de força de 12 semanas pode resultar em aumento da força muscular e potência, além de melhorar a função em pacientes com OA. No entanto, é importante personalizar o programa de exercícios com base nas necessidades e capacidades individuais de cada paciente, além de monitorar de perto o progresso e ajustar o programa conforme necessário. Figura 7: exemplos de exercícios de agachamento. Figura 8: exemplos de exercícios de ponte e SLR lateral. Figura 9: exemplos de exercícios para iliopsoas. Figura 10: exercícios de trocas posturais de sentar e levantar do assento. Uso de dispositivos auxiliares: Em pacientes com OA, os dispositivos auxiliares, como bengalas ou andadores, podem ser utilizados para melhorar a função e reduzir a sobre-carga nas articulações afetadas. Esses dispositivos auxiliares são especialmente úteis para pacientes que experimentam dor intensa ou que têm dificuldade em suportar o peso nas articulações. Treino de equilíbrio e de marcha: O treino de marcha e de equilíbrio desempenham um papel crucial no tratamento de pacientes com OA, especialmente aqueles que apresentam déficits de equilíbrio e marcha. Treino de marcha: o treino de marcha visa melhorar a qualidade da marcha do paciente. Isso inclui a correção de padrões de marcha prejudicados e o ensino de uma marcha mais eficiente e equilibrada. O treino de marcha pode resultar em um aumento na velocidade de marcha, melhor mobilidade e melhora na capacidade de realizaratividades diárias. Treino de equilíbrio: o treino de equilíbrio é fundamental para pacientes com OA, pois ajuda a prevenir quedas e melhora a confiança do paciente em suas habilidades de locomoção. Os exercícios de equilíbrio visam fortalecer os músculos estabilizadores, melhorar a propriocepção e a capacidade de resposta do sistema neuromuscular.
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