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Fundamentos 
da Educação 
e Práticas 
Pedagógicas
Ricardo Leite de Alburquerque
1a Edição / Outubro / 2011
Impressão em São Paulo / SP
Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353
Fundamentos da educação e 
Práticas Pedagógicas
coordenação geral
Nelson Boni
coordenação de Projetos
Leandro Lousada
ProFessor resPonsável
Ricardo Leite de Albuquerque
Projeto gráFico,
diagramação e caPa
João Víctor Gomes Lopes
revisão ortográFica
Célia Ferreira Pinto
coordenadora Pedagógica de cursos ead
Esp. Maria de Lourdes Araujo
1a edição: outubro de 2011
Impressão em São Paulo/SP
Copyright © EaD KnowHow 2011
Nenhuma parte desta públicação pode 
ser reproduzida por qualquer meio sem
a prévia autorização desta instituição.
A345f Albuquerque, Ricardo Leite de.
 Fundamentos da educação e práticas pedagógicas. / 
 Ricardo Leite de Albuquerque. – São Paulo: Know How, 2011.
 208 p.: 21 cm.
	 	 	Inclui	bibliografia
 ISBN: 978-85-8065-150-8
 1. Fundamentos da educação. 2. Práticas pedagógicas. 
 3. Educação continuada. 4. Práticas educativas. I. Título.
 CDD – 370.981
Apresentação
 Você está recebendo o livro-texto da dis-
ciplina de FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO 
E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS, construído es-
pecialmente para este curso, baseado no seu per-
fil	e	nas	necessidades	da	sua	formação.	A	finalida-
de deste livro é disponibilizar aos alunos da EAD 
conceitos e exercícios referentes aos principais 
temas relacionados à Educação, em suas várias 
possibilidades de análise e interpretação.
 Estamos constantemente atualizando e 
melhorando este material, e você pode auxiliar-
-nos, encaminhando sugestões e apontando me-
lhorias, via monitor, tutor ou professor. Desde já, 
agradecemos a sua ajuda. 
 Lembre-se de que a sua passagem por 
esta disciplina será também acompanhada pelo 
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vidas pelo Tira-Dúvidas.
 Toda equipe está à disposição para aten-
dê-lo (a). Seu desenvolvimento intelectual e pro-
fissional	é	o	nosso	maior	objetivo.	
 Acredite no seu sucesso e tenha bons 
momentos de estudo!
Equipe EaD Know How
Carta do Professor
 
 Caro (a) acadêmico (a),
“Educar é crescer. E crescer é viver. Edu-
cação é, assim, vida no sentido mais au-
têntico da palavra.” (Anísio Teixeira)
 Neste livro, empreenderemos estudos so-
bre o processo educacional, na perspectiva de co-
nhecê-lo, não apenas em seus aspectos estruturais 
e/ou funcionais, porém compreender a Educação 
como uma expressão de determinado contexto 
histórico, social, político e cultural.
 Dito desta forma, nossa intenção é am-
pliar a capacidade humana de compreensão das 
múltiplas determinações que originam as socieda-
des, suas formas de organização social, suas for-
mas de comunicação e as transformações, pelas 
quais passa o nosso patrimônio simbólico, no sen-
tido de adequar-se às transformações produzidas 
pelo processo produtivo e pela inserção de novas 
tecnologias no cenário do nosso cotidiano.
 É claro que um estudo com essa caracte-
rística não pode circunscrever-se, exclusivamente, 
a elementos técnicos das propostas de Educação, 
tais como, o domínio dos conceitos básicos das 
teorias educacionais ou o tipo de atividades, que 
podem ser realizadas para a abordagem de deter-
minados conteúdos curriculares formais.
 É preciso buscar uma dimensão con-
ceitual maior do que a esfera tecnicista a que 
as análises especializadas, historicamente, sub-
meteram a concepção moderna de Educação, 
atrelando o desenvolvimento e realização do ser 
humano a uma necessidade mercadológica da 
expansão	industrial	que	se	intensifica,	no	Brasil,	
a partir do século XIX.
 Por isso, neste livro, daremos ênfase aos 
aspectos culturais e históricos do processo edu-
cacional, inclusive, para fazer jus ao título des-
te trabalho, que é “Fundamentos da Educação 
e práticas pedagógicas”, ou seja, compreender a 
Educação com o sentido de universalidade, que 
lhe é imanente, compreendendo suas expressões 
singulares, naquilo que é próprio da sua regiona-
lidade.	Essa	relação	entre	os	conceitos	filosóficos	
de “Universalidade” e “Singularidade” amplia a 
capacidade de compreensão do tema “Educação”, 
elevando-o da condição de uma mera transmissão 
de conhecimentos técnicos para o processo pro-
dutivo, para a projeção de um ser – aluno - que 
constrói o seu próprio processo civilizatório.
 Professor Ricardo Leite de Albuquerque
Sumário
A construção Histórica das Sociedades: 
Fundamentos Histórico-antropológicos
As Tecnologias e as Transformações 
Sociais: Mutações no Processo 
Educacional Contemporâneo
Fundamentos Socio-históricos da 
Educação Brasileira
 
Elementos Conceituais para a 
Compreensão da Psicomotricidade
Práticas Educativas para o Século XXI 
- Teorias que Fundamentam a Educa-
ção Presencial e a Distância, no Brasil: 
Processos de Ensinar e de Aprender
Participando da Blogosfera: Blogs 
como Instrumentos Alternativos 
de Educação, Comunicação 
e Formação Continuada
Plano de Estudos
1
2
3
4
5
6
 10
 6
 32
60
92
120
176
P
Bibliografia 210B
8
Plano de Estudos
 
 Para o nosso estudo, faremos inserções 
substanciais na literatura pertinente aos assuntos 
relacionados à Educação no contexto social, de 
modo a subsidiarmos a compreensão dos meca-
nismos sócio-históricos que determinam os sis-
temas educacionais e, no interior deles, as for-
mas de ensino e de aprendizagem desenvolvidas 
pelas sociedades. Também, faremos sugestões de 
páginas disponibilizadas na internet (WEB), de 
instituições de excelência na área, para subsidiar 
as discussões e ampliar os horizontes interpreta-
tivos dos temas em estudo. 
 Bases Tecnológicas
 Competências
	 Esperamos	que,	ao	final	das	seis	unida-
des, você esteja apto a reconhecer as variáveis 
(políticas, econômicas, sociais e culturais) inter-
venientes	 na	 definição	 das	 políticas	 públicas	 de	
Educação, ao longo da história, bem como tenha 
desenvolvido competência técnica para adequar 
projetos educacionais voltados ao desenvolvi-
mento e expressão social, adequados às exigên-
9
cias da sociedade contemporânea.
 Como o tempo destinado às nossas uni-
dades é relativamente curto, pois trataremos de 
assuntos de relevância histórica, participe ativa-
mente das atividades propostas, utilize os recursos 
informacionais postos à sua disposição, pergunte 
aos seus tutores e aproveite os fóruns de debates. 
A Educação Brasileira necessita de bastante massa 
crítica	para	superar	as	suas	dificuldades.
Carga Horária: 30 horas
A Construção
Histórica das 
Sociedades: 
Fundamentos 
Histórico-
Antropológicos
1
13
 Nesse primeiro tópico (aula 1), faremos 
uma incursão pelos conceitos básicos da área das 
tecnologias,	procurando	dimensionar	o	significado	
contemporâneo das Tecnologias da Informação e 
da Comunicação – TICs, para a manutenção e ou 
transformação das estruturas sociais e o papel es-
tratégico da Educação para a Educação do sécu-
lo XXI. Nesse sentido, faremos nosso estudo em 
dois	tópicos	complementares,	assim	definidos:
 a)	 No	 primeiro	 momento,	 identificare-
mos as bases conceituais das Tecnologias da In-
formação e da Comunicação e algumas concep-
ções sobre os termos trabalhados.
 b) No segundo momento, faremos uma 
ampliação conceitual do termo “Tecnologia”, com o 
objetivo de analisá-lo à luz da sua inserção antropo-
lógica,	 identificando-o	 como	uma	 categoria	 essen-
cial para a compreensão dos processos civilizatórios 
que se sucedem ao longo da existência dos povos. 
Ou seja, para o presente trabalho, a tecnologia é algo 
que está além da mera concepção utilitária de “má-
quinas” e ou “equipamentos”, assumindo o caráter 
mais amplo de “conhecimento” ou “saber fazer”.
 Você já pensou que as tecnologias 
da Informação e da Comunicação – TICs 
estão muito mais presentesna nossa vida 
do que imaginamos?
14
1 - Conceituação Bá-
sica das Tecnologias 
da Informação e da 
Comunicação
“Vivemos num ambiente cada vez mais técni-
co e menos natural: árvores, animais, riachos 
e pedras – a natureza – vão sendo substituídos 
por	automóveis,	fliperamas,	 telefone	e	vídeo	
games, objetos técnicos de todos os tipos e 
com as mais variadas funções e utilidades. 
Este mundo técnico inclui tudo o que é pro-
duto da aplicação da técnica, da mais simples 
ferramenta	 ao	mais	 sofisticado	 equipamento	
industrial, da poltrona ao microcomputador 
doméstico. E nesse mundo reina a deusa má-
quina.” (BELLONI, 2005, pág. 52)
 Nossa aula será baseada essencialmente em 
conhecer os conceitos relacionados às TICs e a rela-
ção destas tecnologias com a formação social. Por-
tanto	se,	ao	final	desta	aula	você,	ainda	tiver	dúvidas,	
é importante que se comunique com o professor 
por meio das ferramentas disponíveis no curso.
15
 A frase acima de Maria Luiza Belloni 
ilustra, com singular propriedade, a orientação 
que será impressa, neste trabalho, à concepção de 
tecnologia para além da sua representação como 
mera máquina para realizar algum trabalho huma-
no. Neste caso, compreendemos a tecnologia no 
seu sentido mais abrangente de “conhecimento” 
socialmente produzido e capaz de desenvolver os 
mais variados e avançados artefatos para a satisfa-
ção das necessidades humanas.
	 O	 que	 nos	 permite	 uma	 primeira	 refle-
xão sobre o assunto: se, como sabemos, a huma-
nidade já desenvolveu conhecimento (tecnologia) 
suficiente	para	suprir	as	necessidades	alimentícias	
da população mundial, bem como necessidades 
de outra ordem, tais como: moradia, trabalho, co-
municação etc., porque presenciamos, em pleno 
século XXI, populações inteiras vivendo em si-
tuação de verdadeira indigência e marginalidade, 
em relação a outras que vivem na opulência e na 
riqueza material?
 Retornaremos a essa questão central, para 
nossa discussão, na unidade 3 dessa aula.
16
 Antes de passarmos à análise das várias 
possibilidades de compreensão do termo, é impor-
tante estabelecermos um pressuposto que estará 
presente no decorrer dos estudos: compreendere-
mos como “Base tecnológica”, o conjunto de to-
das as ferramentas tecnológicas disponíveis para a 
utilização no processo educacional.
 Ou seja, toda e qualquer tecnologia, em 
qualquer área do conhecimento ou da produção, 
pode ter um caráter educacional. O que implica 
rompermos com a ideia, amplamente dissemina-
da, de que existem tecnologias que “servem” para 
educar e outras que “não servem” como ferramen-
ta pedagógica. No âmbito da nossa concepção, o 
que	definirá	o	papel	da	tecnologia	no	processo	de	
ensino e de aprendizagem será a abordagem didá-
tico-metodológica utilizada e não o “caráter” edu-
cacional atribuído a um artefato tecnológico qual-
quer. A título de ilustração, é sempre interessante 
recordar	a	afirmação	de	David	Carraher	(psicólo-
go cognitivista da UFPE): “Não é a informática 
que tem contribuições a dar à Pedagogia. É a Pe-
dagogia que tem contribuições a dar à informáti-
ca.” (citação livre de fala do referido professor em 
Afinal, qual é o significado 
de “tecnologia”?
Breve introdução ao tema
17
 O significado etimológico de “tecnologia”
 “Tecnologia” é uma palavra de origem 
grega e é formada pela aglutinação de Techné, que 
significa	“Arte”,	e	 logos,	que	significa	“Tratado”.	
Na tradução para o português, a palavra adquire 
uma riqueza de possibilidades semânticas, para ex-
plicar toda a sua amplitude. Vejamos:
 
•	 Linguagem	 específica	 de	 uma	 arte	 ou	
ciência.
•	Técnica	moderna	e	sofisticada.
•	Teoria	geral	e	estudos	especializados	so-
bre os procedimentos, instrumentos e ob-
jetos próprios de qualquer técnica, arte ou 
ofício. (Dicionário PRIBERAM - http://
www.priberam.pt)
 Vejamos o que diz a Wikipédia sobre o assunto:
•	É	um	termo	que	envolve	o	conhecimen-
palestra proferida na UNICAMP/Campinas, em 
agosto de 1987) 
 Releia as frases acima. Você con-
corda com o autor? Verifique o que seus 
colegas pensam sobre a “representação” 
que fazemos de tecnologia e o seu caráter 
supostamente educacional. 
18
to	 técnico	 e	 científico	 e	 as	 ferramentas,	
processos e materiais criados e/ou utili-
zados a partir de tal conhecimento. 
 Dependendo do contexto, a tecnologia 
pode ser: 
 a) As ferramentas e as máquinas que aju-
dam a resolver problemas; 
 b) As técnicas, conhecimentos, métodos, 
materiais, ferramentas, e processos usados para re-
solver problemas ou ao menos facilitar a solução 
dos mesmos; 
 c) Um método ou processo de constru-
ção e trabalho (tal como a tecnologia de manufa-
tura, a tecnologia de infraestrutura ou a tecnolo-
gia espacial); 
 d) A aplicação de recursos para a resolução 
de problemas; 
 e) O termo tecnologia também pode ser usa-
do	para	descrever	o	nível	de	conhecimento	científico,	
matemático e técnico de uma determinada cultura; 
 Temos, então, que a tecnologia é de uma 
forma geral, o encontro entre ciência e engenharia. 
Sendo um termo que inclui desde as ferramentas e 
processos simples, tais como: uma colher de madei-
ra e a fermentação da uva, até as ferramentas e pro-
cessos mais complexos já criados pelo ser humano.
19
 Na economia, a tecnologia é o estado atu-
al de nosso conhecimento de como combinar re-
cursos para produzir produtos desejados (e nosso 
conhecimento do que pode ser produzido). 
 Em síntese: podemos perceber que a pa-
lavra	“Tecnologia”	 tem	um	significado	mais	 am-
plo que a mera associação a um artefato qualquer, 
produzido pelo ser humano. A tecnologia é, tam-
bém, conhecimento (saber-fazer), ciência, teoria e 
aplicação. Por isso, a sua importância no processo 
de desenvolvimento de um povo e a necessidade 
imperiosa de adotarmos recursos tecnológicos 
para nosso fazer produtivo, desde processos edu-
cacionais até os elementos culturais que formam a 
nossa consciência de mundo. 
 Estudaremos agora, os vários tipos 
de tecnologia que encontramos na nossa 
existência. A divisão tem um caráter exclu-
sivamente didático, porém o mais impor-
tante é entendermos que a tecnologia é um 
processo de acumulação de conhecimentos 
desenvolvidos pela humanidade. Ao fim, 
todas têm um objetivo: satisfazer a necessi-
dade e a curiosidade humana.

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