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Indaial – 2021 Tecnologias da informação e comunicação aplicadas à educação Prof.ª Karen Cris Sartori Frederico 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Prof.ª Karen Cris Sartori Frederico Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: F852t Frederico, Karen Cris Sartori Tecnologias da informação e comunicação aplicadas à educação. / Karen Cris Sartori Frederico – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 205 p.; il. ISBN 978-65-5663-845-4 ISBN Digital 978-65-5663-840-9 1. Tecnologia e educação. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 370 apresenTação Olá, acadêmico. A generalização da internet como um potente recurso a serviço da sociedade do conhecimento está fomentando o desenvolvimento de novos cursos, como os on-line, os programas de educação a distância e as aplicações de tecnologias educacionais nos cursos presenciais. Por isso, apresentamos a você o livro de Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação. Seja bem-vindo! Na Unidade 1, intitulada Comunicação, Tecnologia e o Ensino: processo de conexão entre mensagens, abordaremos os conceitos básicos de tecnologias da informática, as tecnologias da informática aplicadas à educação, as implicações do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no processo de ensino e aprendizagem e o desempenho e a formação docente no universo digital frente à informação na nova era. Aprenderemos também sobre a democratização do acesso à informação e as tecnologias e o fazer pedagógico do docente. Na Unidade 2, com o título de Produção Didático-Pedagógica Digital de Materiais Instrucionais, aprenderemos sobre comunicação digital (mídia, cultura e subjetividade), convergência tecnológica, organizacional, profissional e cultural (tecnologias e ferramentas visuais) e, por fim, sobre ciberespaço (educação e produção do conhecimento em ambientes virtuais e aprender e desafiar a aprender em ambiente híbrido). Por último, na Unidade 3, que recebe o título de Ferramentas pedagógicas e suas possibilidades, aprenderemos sobre como utilizar as redes sociais, os ambientes virtuais de aprendizagem e os softwares e aplicativos educativos (conceitos, tipos e ferramentas). Esperamos que você aproveite ao máximo o conteúdo deste livro. Qualquer dúvida, lembre-se, estaremos sempre à disposição. Bons estudos! Prof.ª Karen Cris Sartori Frederico Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE sumário UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS ................................................................. 1 TÓPICO 1 — A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO .......................................................................... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 CONCEITOS BÁSICOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO .......................................... 3 2.1 DADOS ............................................................................................................................................. 4 2.2 INFORMAÇÃO .............................................................................................................................. 7 2.3 CONHECIMENTO ........................................................................................................................ 9 3 AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO APLICADAS À EDUCAÇÃO.............................. 11 4 IMPLICAÇÕES DO USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC’S) NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM .......................................................................................................................... 14 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 19 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 21 TÓPICO 2 — A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À INFORMAÇÃO ................................ 23 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 23 2 AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICs) NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO ............................................................................................ 23 2.1 EDUCAÇÃO CONSEQUÊNCIA DE UMA NOVA SOCIEDADE - A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO .................................................................................................................... 24 3 A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À INFORMAÇÃO POR DIFERENTES MEIOS TECNOLÓGICOS E DIGITAIS ....................................................................................... 26 4 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E A COMUNICAÇÃO NO CONTEXTO EDUCACIONAL ................................................................................................ 29 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 35 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 36 TÓPICO 3 — AS TECNOLOGIAS E O FAZER PEDAGÓGICO ................................................ 39 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 39 2 AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DO PROFESSOR ..................................................39 3 AS TECNOLOGIAS NO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO BÁSICA ....................................... 43 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 49 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 60 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 61 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 63 UNIDADE 2 — PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓCICA DIGITAL DE MATERIAIS .............. 71 TÓPICO 1 — MÍDIA, CULTURA E SUBJETIVIDADE ................................................................ 73 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 73 2 COMUNICAÇÃO DIGITAL ......................................................................................................... 73 2.1 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ........................................................................................... 74 2.1.1 O Ser Humano e a Comunicação ....................................................................................... 76 2.1.2 Educação, Cultura e Comunicação Digital ...................................................................... 84 2.2 CULTURA x TECNOLOGIA DIGITAL ..................................................................................... 86 3 O RELACIONAMENTO DAS ORGANIZAÇÕES COM SEUS PÚBLICOS NO AMBIENTE DIGITAL .............................................................................................................. 91 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 95 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 97 TÓPICO 2 — CONVERGÊNCIA TECNOLÓGICA, ORGANIZACIONAL, PROFISSIONAL E CULTURAL ................................................................................ 99 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 99 2 TECNOLOGIAS E MEDIAÇÃO ESCOLAR ............................................................................... 99 2.1 MEDIAÇÃO ESCOLAR ............................................................................................................ 100 3 FERRAMENTAS VISUAIS PARA CONSTRUÇÃO DE MATERIAIS ................................. 101 3.1 FERRAMENTAS PARA CONSTRUÇÃO DE TEXTOS ......................................................... 101 3.1.1 Editores de textos ............................................................................................................... 101 3.1.2 Editores de Apresentação ................................................................................................. 103 3.1.3 Elementos Gráficos ............................................................................................................ 104 3.1.4 Redes Sociais ...................................................................................................................... 106 3.1.5 Ambientes virtuais de aprendizagem ............................................................................ 108 4 DESIGNER INSTRUCIONAL/EDUCACIONAL ...................................................................... 109 4.1 DESIGNER INSTRUCIONAL ................................................................................................... 110 4.2 DESIGNER EDUCACIONAL ................................................................................................... 112 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 114 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 115 TÓPICO 3 — EDUCAÇÃO E PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO EM AMBIENTES VIRTUAIS .................................................................................. 117 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 117 2 CIBERESPAÇO: RELAÇÃO ENSINANTE/APRENDENTE.................................................... 117 3 COMUNIDADE DE APRENDIZAGEM: A CONSTITUIÇÃO DE REDES SOCIOCOGNITIVAS E AUTONOMIA EM AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM ................................................................................................................... 120 4 APRENDER E DESAFIAR A APRENDER EM AMBIENTE HÍBRIDO ................................ 128 4.1 METODOLOGIAS ATIVAS ....................................................................................................... 129 4.2 ENSINO HÍBRIDO ..................................................................................................................... 131 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 134 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 137 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 139 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 140 UNIDADE 3 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POSSIBILIDADES ................ 147 TÓPICO 1 — FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS E SUAS POTENCIALIDADES ............... 149 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 149 2 CONCEITOS E UTILIZAÇÃO DE REDES SOCIAIS ............................................................. 149 2.1 REDES SOCIAIS DIGITAIS: TIPOS E POSSIBILIDADES DE UTILIZAÇÃO .................... 153 2.1.1 Facebook ............................................................................................................................ 154 2.1.2 Twitter.................................................................................................................................. 155 2.1.3 YouTube............................................................................................................................... 156 2.1.4 Instagram ............................................................................................................................ 156 2.1.5 Pinterest ............................................................................................................................... 157 3 REDES SOCIAIS POUCO CONHECIDAS, MAS COM POTENCIAL PEDAGÓGICO ......... 159 3.1 TIKTOK ........................................................................................................................................ 159 3.2 FOURSQUARE ............................................................................................................................ 159 3.3 MYSPACE .................................................................................................................................... 160 3.4 TUMBLR....................................................................................................................................... 160 3.5 PARLER ........................................................................................................................................ 161 3.6 LINKEDIN ................................................................................................................................... 161 3.7 BRAINLY...................................................................................................................................... 161 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 163 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 164 TÓPICO 2 — AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM ............................................... 167 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 167 2 AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM-CONCEITOS E FINALIDADES ............... 167 3 AMBIENTES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM – TIPOS E POSSIBILIDADES ................ 169 3.1 MOODLE .................................................................................................................................... 170 3.2 BLACKBOARD ........................................................................................................................... 172 3.2.1 Totalmente on-line ............................................................................................................. 173 3.2.2 Híbrido ou mesclado ......................................................................................................... 173 3.2.3 Aprimorado pela web ....................................................................................................... 174 3.3 CANVA......................................................................................................................................... 175 4 PLATAFORMAS DE APRENDIZAGENS (AVAS): AMBIENTES DE COLABORAÇÃO E PARTILHA ............................................................................................ 176 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 178 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 179 TÓPICO 3 — SOFTWARES E APLICATIVOS EDUCATIVOS ................................................. 181 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 181 2 SOFTWARES E APLICATIVOS – CONCEITOS E ESPECIFICIDADES ............................. 181 2.1 SOFTWARES EDUCACIONAIS ............................................................................................... 182 2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS SOFTWARES ..................................................................................... 183 2.3 SOFTWARES EDUCACIONAIS EXISTENTES NO MERCADO E SUAS ESPECIFICIDADES .................................................................................................................... 185 3 AVALIAÇÃO DE SOFTWARE ..................................................................................................... 187 3.1 AVALIANDO SOFTWARES ATRAVÉS DE CRITÉRIOS E MODELOS ............................. 189 3.1.1 Norma ISO de produto de software................................................................................ 189 3.2 O MODELO TUP ........................................................................................................................ 190 3.3 O MODELO DE REEVES .......................................................................................................... 192 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 197 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 200 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 201 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 203 1 UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conhecer os aspectos relacionados aos conceitos de tecnologia, educação e o processo de informação na construção do saber; • entender o papel do docente frente aos processos de sua formação e a importância da comunicação para a construção de um processo eficaz de ensino; • compreender a relação entre educação, tecnologia e informação para a elaboração de uma comunicação eficaz através das mídias digitais; • entender a importância do papel do professor na utilização dos meios para a educação. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO TÓPICO 2 – A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À INFORMAÇÃO TÓPICO 3 – AS TECNOLOGIAS E O FAZER PEDAGÓGICO DO DOCENTE 2 Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO 1 INTRODUÇÃO Prezado acadêmico, estamos iniciando os estudos da disciplina Tecnologia da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação e queremos, neste tópico, apresentar a você, alguns conceitos relacionados à tecnologia com foco na comunicação alinhada à educação. Assim, a compreensão dos conceitos sobre tecnologia na educação e a democratização da educação farão parte do nosso estudo nesta unidade para embasar a prática docente. Afinal, a educação e a formação docente estão intimamente ligadas ao ato de se comunicar e é significativa a relação entre o tripé: Tecnologia, Educação e Informação, sem entendermos essa tríade o fazer pedagógico fica comprometido na era digital. Acadêmico, no Tópico 1, abordaremos os conceitos de tecnologias, mas sob o olhar da educação e como é a sua aplicabilidade, no Tópico 2 iremos nos focar na informação, no viés da construção do conhecimento numa era em que o fazer se faz tão importante e no Tópico 3, iremos nos ater no fazer do docente unindo os conceitos trabalhados focando na aplicabilidade. Cabe ressaltar, prezado acadêmico, que você está sendo convidado a analisar, refletir, questionar, pesquisar e construir novas ideias a partir do material aqui apresentado, então faça um ótimo estudo! Vamos à leitura! 2 CONCEITOS BÁSICOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Ao falarmos em tecnologia da informação, com certeza pensamos no profissional da TI, o que não está errado, afinal o conceito de Tecnologia da Informação é mais abrangente do que os de processamentos de dados, sistemas de informação, engenharia de software, informática ou o conjunto de hardware e software, pois também envolve aspectos humanos, administrativos e organizacionais (KEEN, 1993). UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS 4 Ao analisarmos pelo olhar de Alter (1992), o qual faz distinção entre Tecnologia da Informação e Sistemas de Informação, restringindo à primeira expressão apenas os aspectos técnicos, enquanto à segunda corresponderiam as questões relativas ao fluxo de trabalho, pessoas e informações envolvidas. O termo Tecnologia da Informação serve para designar o conjunto de recursos tecnológicos e computacionais para geração e uso da informação. A TI está fundamentada nos seguintes componentes: hardware e seus dispositivos periféricos; software e seus recursos; sistemas de telecomunicações; gestão de dados e informações. Cerqueira e Fonseca (2009, p.130) afirmam que: Um importante ponto a ser observado é que se conceituando a Tecnologia da Informação, temos, além dos equipamentos (hardware) e programas (software), a comunicação dos dados. Atualmente diversastecnologias são empregadas para o tráfego de informações nas organizações, podendo ser citadas as redes de computadores, sistemas de transmissão por fibras óticas, Bluetooth, micro-ondas, telefonia móvel e VoIP. É um verdadeiro arsenal disponível para o funcionamento adequado das empresas, dentro das novas demandas do mercado. Ao falarmos em tecnologia da Informação estamos falando em dados, em fluxo e principalmente em tráfego de conhecimento, e para entender como ocorre é preciso o entendimento da sua evolução, que como todo o processo teve seus momentos. A evolução da Tecnologia da Informação passa por basicamente quatro períodos, sendo que o último se caracteriza pelo surgimento de novos modelos de negócio, onde a ênfase está no atendimento das necessidades de toda a cadeia de valor agregada ao produto da empresa. Os aspectos importantes envolvidos nesta cadeia são o crescimento do grupo de clientes que necessitam de atendimento (demanda), aumento dos canais de distribuição, maior concorrência, utilização ampla da tecnologia para ganho de tempo e velocidade e maior relacionamento com fornecedores e parceiros (MURPHY, 2002 apud ALBERTIN, 2004, p. 30). Assim, cabe salientarmos que o conceito de Tecnologia da Informação tem sua base no conhecimento refletido em equipamentos e programas, criados e desenvolvidos para ambientes coorporativos, visando maximizar o “poder da informação” alinhada à segurança dele, seja em empresas ou em instituições educacionais. 2.1 DADOS Para podermos ter uma informação é preciso entender que ela será composta de um dado, mas o que seria isso? TÓPICO 1 — A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO 5 Dado é qualquer indício ou registro que permita identificar alguma característica de uma entidade ou evento. • “indício ou registro”: porque um dado não é, necessariamente, resultado de uma intenção de registrar alguma coisa – um som qualquer, uma pegada, a sombra de um objeto, o aspecto de uma rocha, podem ser dados; • o dado não precisa ser um registro físico – uma imagem ou um valor, guardados na memória de uma pessoa, ou transmitidos verbalmente, podem ser dados; • “entidade” está representando qualquer coisa, concreta ou abstra- ta, sejam objetos, entes, ideias, fatos, situações etc. (HASHIMOTO, 2003, s.p.). Segundo Ferreira et al. (1999, p. 602), dado é o “princípio em que se assenta uma discussão” ou o “elemento ou base para formação de um juízo”. A informação, segundo Ferreira et al. (1999, p. 1109), é o “ato ou efeito de informar (-se)”, ou seja, o ato de tomar conhecimento, de inteirar-se ou instruir-se sobre algo. No que diz respeito ao conhecimento Ferreira et al. (1999, p. 529) diz que é o “ato ou efeito de conhecer” ou “ideia, noção”. FIGURA 1 - BOLAS DE GOLFE NUM MERCADO. FOTO DE KAPTAIN KOBOLD/FLICKR (CC) FONTE: <https://escoladedados.org/tutoriais/o-que-sao-dados/>. Acesso em: 23 maio. 2021 Analisando a imagem nos deparamos com os seguintes questionamentos no tutorial da Escola de Dados (2021, p. 5): https://escoladedados.org/tutoriais/o-que-sao-dados/ UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS 6 O que você pode dizer sobre essas bolas? Elas são bolas de golfe, correto? Logo, um dos primeiros dados que temos é que elas são usadas para o golfe, um tipo de esporte. Isso já nos ajuda a classificá- las numa taxonomia. Mas há mais coisas. Sabemos a cor delas: branca. A condição delas: usada. Todas têm um tamanho, há um número determinado delas, provavelmente elas têm um valor monetário, e por aí vai. Mesmo os objetos mais comuns levam com eles um monte de dados. Você, também. Você tem um nome (muitas pessoas têm um nome e um sobrenome), uma data de nascimento, peso, altura, nacionalidade etc. Tudo isso são dados. Pelo exemplo das bolas, já é possível ver que há diferentes tipos de dados. As duas principais categorias são dados qualitativos e dados quantitativos. Ao falarmos em dados quantitativos e qualitativos lembra também quan- do realizamos uma pesquisa, então não fica tão longe das paredes das instituições educacionais, mas vamos depurar melhor para entender a linha de raciocínio deste tutorial. Segundo a Escola de Dados (2021, p. 6): Dados qualitativos: tudo o que se refere à qualidade de algo. Uma descrição de cores, textura, uma descrição de experiências, uma entrevista. Tudo isso é dado qualitativo. Dados quantitativos: dados que se referem a números. O número de bolas de golfe, o tamanho, o preço, a nota em uma prova etc. Há outras categorias com as quais você provavelmente vai se deparar: Dados categóricos: são os que categorizam o item que você está descrevendo. A condição de “usadas” das bolas de golfe, por exemplo. Outros exemplos poderiam ser bolas novas, bolas quebradas etc. Dados discretos: são dados numéricos com brechas na sequência entre eles. Por exemplo, a contagem das bolas de golfe. Só pode haver um número inteiro de bolas de golfes (0,3 bolas seria impossível). Notas de prova e tamanhos de calçados são outros exemplos. Dados contínuos: são dados em que todos os valores são possíveis. Não há brechas entre eles. O tamanho das bolas de golfes pode ser qualquer valor, 10,53 mm, 10,54 mm ou 10,536 mm. O tamanho do pé é outro exemplo, ao contrário do tamanho do calçado, que é um dado discreto. Então, podemos dizer que para a tecnologia da informação temos dados estruturados, aqueles que o computador consegue ler, dados semiestruturados tem alguma estrutura mão não está limitada e rígida e o dado não estruturado, aquele que o computador não lê, como nos explica Rocha (2021, p. 4): Dado estruturado Estrutura e organização rígidas e previamente definidas; Dados organizados em relações semânticas (tabelas), com os mesmos atributos para cada registro de dados; Facilmente interpretados por linguagem de máquina; Exemplo: banco de dados. Dado semiestruturado Representação Estrutural Heterogênea; Definição de estrutura à posteriori (estrutura é geralmente definida após a existência e análise dos dados, pois pode estar implícita entre eles, sendo auto descritivos); TÓPICO 1 — A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO 7 Exemplo: XML. Dado não estruturado Não possuem estrutura e formato previamente definidos; Não são de fácil interpretação por ferramentas convencionais; Representam a maioria dos dados corporativos gerados; Exemplos: relatórios, vídeos, fotos e áudios. FIGURA 2 - COMPARAÇÃO ENTRE OS DADOS - AUTOR KÁSSIO H. SOBRAL ROCHA FONTE: <https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/dados-estruturados-e-nao- estruturados/>. Acesso em: 27 maio. 2021 2.2 INFORMAÇÃO Ao analisar a palavra na sua origem, vamos nos deparar que, segundo Houaiss et al. (2001, p. 1615) ela é “o conhecimento obtido por meio de investigação ou instrução”. A informação pode ser entendida como o conjunto de Dados, antes de forma bruta e agora tratados e aplicados de forma homogênea a um contexto. Ferreira et al. (1999, p. 1109) afirmam que a informação constitui de “dados acerca de alguém ou de algo” ou “conhecimento, participação”. Houaiss et al. (2001, p. 1615) afirmam que a informação é “o conhecimento obtido por meio de investigação ou instrução”. Dessa maneira, a Informação é formada por dados relacionados entre si a respeito de algo ou alguém. Ao trabalharmos com a informação como algo que percorre as instituições educacionais de forma síncrona ou assíncrona podemos dizer conforme Messias (2005, p. 10), em que a informação é composta de palavras, ou seja, “a palavra de fácil pronúncia e difícil definição tem sido alvo de investigação em diversos campos científicos, gerando polêmicas no meio acadêmico/científico. O motivo associa-se a sua imprecisão conceitual”. https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/dados-estruturados-e-nao-estruturados/ https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/dados-estruturados-e-nao-estruturados/ UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS 8 Forma síncrona: quando estamos simultaneamentecom alguém nos comunicando ao vivo como no telefone. Forma assíncrona: ocorre ao contrário da síncrona, ou seja, não é realizada de forma ao vivo ao mesmo tempo, é o processo interacional entre indivíduos ou grupos em que o receptor da mensagem não a receberá ou responderá imediatamente, ou seja, o outro interlocutor não replicará simultaneamente, como nas conversas habituais. IMPORTANT E Ainda nesse pensamento, segundo Francelin e Pellegatti (2004, p. 124), “numa disposição formal, o fenômeno da informação é estudado em disciplinas diversas, confirmando assim as ramificações complexas e muitas manifestações a ele associadas”. Seguindo o pensamento de H ashimoto (2003, s.p.): • Informação é uma visão pessoal sobre um conjunto de dados – as relações percebidas associam ao dado um significado próprio, na medida em que são específicas para cada indivíduo, pois dependem de suas experiências anteriores, do que ele tem armazenado em sua memória e de sua capacidade de estabelecer essas relações. Assim, um mesmo conjunto de dados não gera a mesma informação para diferentes pessoas. Nos casos mais simples, envolvendo dados e relações menos complexas, as informações percebidas por diferentes pessoas poderão ser mais semelhantes. Quanto maior a complexidade da Informação, mais ela dependerá do repertório anterior e da capacidade de cada indivíduo de estabelecer essas relações e, portanto, mais pessoal será. • Informação é, portanto, a leitura que cada indivíduo faz de um conjunto de dados, é o significado que lhe atribui ao “internalizar” esses dados. • As relações mencionadas podem ser percebidas intuitivamente, e assim permanecerem, podem ser interpretadas posteriormente, ou podem ser estabelecidas pela reflexão. Em geral haverá uma mistura de todas essas situações. Quando as relações são predominantemente intuídas, e assim permanecem, podemos caracterizar a informação como tácita. Quando grande parte das relações é determinada conscientemente, ou interpretada conscientemente a partir da percepção inicial, ela é explicitável. Em geral a explicitação não pode ser total, pois raramente todas as relações serão determinadas ou interpretadas conscientemente – algumas delas podem permanecer inconscientes ou difíceis de descrever, ou podem estar associadas a impressões, lembranças etc., também difíceis de verbalizar. Sendo assim, a informação faz parte de uma comunicação, seja verbal ou não, mas estabelece relações com os dados estruturados ou não, para podermos construir o conhecimento. TÓPICO 1 — A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO 9 2.3 CONHECIMENTO O conhecimento é algo que não temos como concreto se tornando totalmente abstrato, mas de fácil percepção quando estamos imergidos ou em contato com ele. Alguns autores irão demonstrar de diversos vieses o seu significado e tipos para compreendermos. Segundo Davenport (1998 apud CARVALHO, 2012), conhecimento é a informação que, devidamente tratada muda o comportamento do sistema. O conhecimento é o resultado de um processamento complexo e subjetivo da informação, pois quando a informação é absorvida por um sujeito, ela interage com processos mentais lógicos e não lógicos, experiências anteriores, insights, valores, crenças, compromissos e vários outros elementos que fazem parte da mente do sujeito, pois consciente ou não ele usa seu conteúdo psíquico para trabalhar a informação e como base nisso tomar uma decisão de acordo com o contexto no qual ele está envolvido. Segundo Polanyi (1966 apud CARVALHO, 2012) e Nonaka e Takeuchi (1997 apud CARVALHO, 2012), o conhecimento é formado por uma estrutura paradoxal, na qual se identifica dois componentes aparentemente opostos: o conhecimento tácito e o conhecimento explícito. Para Carvalho (2012), o conhecimento tácito não é um conhecimento palpável, e nem explicável. Esse tipo de conhecimento é profundamente pessoal e por este motivo muito mais difícil de ser compartilhado. […] é altamente pessoal e difícil de formalizar, tornando-se de comu- nicação e compartilhamento dificultoso. As intuições e os palpites subjetivos estão sob a rubrica do conhecimento tácito. O conheci- mento tácito está profundamente enraizado nas ações e na experiên- cia corporal do indivíduo, assim como nas ideias que ele incorpora. (NONAKA; TAKEUCHI, 2008 apud CARVALHO, 2012, p. 12). Para Carvalho (2012), o conhecimento tácito é empírico e prático. Seu contexto é daqui e agora, aborda as sensações e emoções do indivíduo, como também suas crenças, intuições, habilidades e experiência informais, modelos mentais e percepções. Para Cruz (2002), o conhecimento tácito é aquele que todos nós acumula- mos dentro de nós mesmos, ele é fruto do aprendizado, da educação, da cultura e da experiência de vida de cada um. Segundo ele, esse tipo de conhecimento é muito comum em qualquer tipo de organização e considera esse tipo de conhe- cimento como informal. Por esse motivo um dos grandes desafios que qualquer organização tem é o de coletar, organizar e utilizar esse tipo de conhecimento. Quando falamos em conhecimento explícito, Carvalho (2012) afirma que ele pode ser mensurado, além de ser mais racional e teórico. UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS 10 Para Cruz (2002), o conhecimento explícito é aquele compartilhado, que é passado a outros para que esses também desenvolvam suas habilidades e possam gerar mais conhecimento e ser passado a outros e assim por diante formando uma cadeia de desenvolvimento científico, cultural, organizacional, emocional etc. Ele considera esse tipo de conhecimento como formal. Para Carvalho (2012), o conhecimento não é só tácito e nem só explícito, o conhecimento é a soma desses dois tipos, o Quadro 1 mostra a diferença entre os dois componentes do conhecimento. QUADRO 1 – COMPONENTES DO CONHECIMENTO FONTE: Nonaka e Takeuchi (1997 apud CARVALHO, 2012) Cruz (2002) traz um olhar para o conhecimento que será explicito no Quadro 2, o qual tomando como base um ambiente organizacional tanto o conhecimento tácito quanto o conhecimento explícito podem ser classificados quanto ao seu uso em três distintos grupos. QUADRO 2 – GRUPOS DO CONHECIMENTO EXPLÍCITO Conhecimento Estratégico Conhecimento Operacional Conhecimento Emocional Serve para avaliar os setores: econômico, político, social, tecnológico, entidades reguladoras, governo, fornecedores, cliente e concorrentes permitindo que qualquer empresa possa tomar decisões de longo prazo, criar cenários, desenvolver estratégias de atuação, definir políticas, criar produtos e definir o modus operandi. Absolutamente tudo que se faz em qualquer empresa, em qualquer organização, está inserido num processo de negócio. Considera que é preciso levar em conta aspectos socioeconômicos, culturais, religiosos e políticos que serão atingidos por tais conteúdo. FONTE: Adaptado de Cruz (2002) TÓPICO 1 — A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO 11 Sendo assim, segundo McGarry (1999), podemos compreender que o conhecimento é um processo que envolve representações mentais. O ato de conhecer visa o desenvolvimento e a emancipação do sujeito, sendo então a construção do conhecimento um aspecto relevante na prática escolar. Para tal procedimento ocorre a aprendizagem significativa que desafia a criação e recriação de conceitos e soluções para situações problemas. 3 AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO APLICADAS À EDUCAÇÃO Num mundo em que a tecnologia se faz presente num simples controle remoto para adentrar uma porta, as famosas fechaduras de tags, como não refletirmos o seu uso na e para educação? Todo e qualquer recurso bem como ferramenta necessita de utilização da tecnologia da informação, ou seja, dos conceitos trabalhados sobre tecnologia, dado, informação e conhecimento para que possamos entender as transformações de nossa sociedade e as relações. Oliveira (2015, p. 2) afirma que “com o avanço tecnológico dispomos de uma infinidade de equipamentose ou ferramentas com a finalidade de facilitar os afazeres no dia a dia, tanto em nossa casa, quanto no trabalho como também inclusive, no ensino”. Ainda Oliveira (2015, p. 3), “a escola, muitas vezes, eximindo-se de seu papel social, tem deixado de lado a utilização das tecnologias para o ensino, mesmo dispondo minimamente de tais recursos”. Os avanços científicos e tecnológicos impactam diretamente na área social e consequentemente nos processos educativos da escola. As tecnologias educacionais produzem possibilidades de interações entre educador e educando através do uso de “computadores pessoais em rede” permitindo assim o desenvolvimento de diferentes capacidades tanto na vida pessoal e quanto profissional dos sujeitos (ABEGG, 2009). Oliveira (2015, p. 5) aponta que os “Parâmetros Curriculares Nacionais (1996) estabelecem que o uso das tecnologias de informação e comunicação na educação possibilitam o desenvolvimento intelectual, cultural e social dos educandos”. Na Base Nacional Comum Curricular, encontraremos o olhar para as tecnologias nas competências gerais: UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS 12 Competências gerais de forma resumida: 1. Conhecimento. 2. Pensamento científico, crítico e criativo. 3. Repertório cultural. 4. Comunicação. 5. Cultura digital. 6. Trabalho e projeto de vida. 7. Argumentação. 8. Autoconhecimento e autocuidado. 9. Empatia e cooperação. 10. Responsabilidade e cidadania. Competências gerais de forma ampla, conforme texto da BNCC: • Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social e cultural para entender e explicar a realidade (fatos, informações, fenômenos e processos linguísticos, culturais, sociais, econômicos, científicos, tecnológicos e naturais), colaborando para a construção de uma sociedade solidária. • Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e inventar soluções com base nos conhecimentos das diferentes áreas. • Desenvolver o senso estético para reconhecer, valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também para participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. • Utilizar conhecimentos das linguagens verbal (oral e escrita) e/ou verbo-visual (como Libras), corporal, multimodal, artística, matemática, científica, tecnológica e digital para expressar-se e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e, com eles, produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. • Utilizar tecnologias digitais de comunicação e informação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas do cotidiano (incluindo as escolares) ao se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas. • Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao seu projeto de vida pessoal, profissional e social, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. • Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. • Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas e com a pressão do grupo. • Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de origem, etnia, gênero, orientação sexual, idade, habilidade/necessidade, convicção religiosa ou de qualquer outra natureza, reconhecendo-se como parte de uma coletividade com a qual deve se comprometer. UNI TÓPICO 1 — A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO 13 • Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões, com base nos conhecimentos construídos na escola, segundo princípios éticos democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. FONTE: <https://bit.ly/3nw6fwc>. Acesso em: 6 out. 2021. Então, a tecnologia da informação aplicada à educação ganha um olhar especial uma vez que, segundo Abegg (2009, p. 20), “o processo de escolarização necessita do uso de tecnologias como forma a disseminar a informação e comunicação, através de “redes de produção colaborativa de conhecimento””. Hoje a forma como nos conectamos com o mundo é complexa e em forma de uma grande teia ou rede mesmo na qual a forma de comunicar-se não linear e sim através de links e pensamentos através de conectores, mudando inclusive as relações e a cultura. Pretto (2011) e Fileno (2007) afirmam que a forma de escrever hoje se modificou com o uso de celulares, tablets e notebooks criando, assim, novas e diferentes linguagens e/ou formas de comunicação. Conforme Pretto (2011), os adolescentes e jovens vão além do consumo de informações, há uma produção de conhecimento e de cultura através da apropriação destes recursos tecnológicos, assim para a escola as tecnologias de informação e comunicação devem ser entendidas como “elementos de cultura, e não apenas como aparatos tecnológicos [...] que ilustram ou facilitam os processos escolares” (PRETTO, 2011, p. 110). A respeito da cultura, Fileno (2007) afirma que escola e a cultura estão intrinsecamente interligados devendo dessa forma haver uma integração do meio no qual o educando está inserido. Analisando o que os autores nos remetem, hoje os estudantes têm acesso muito mais rápido e fácil às informações, esse fator tornou as aulas expositivas desinteressantes e assim sua presença se tornou limitada, aos eventos protocolares como: exames e atividades extraclasses. O horizonte de uma criança, de um jovem, hoje em dia, ultrapassa claramente o limite físico da sua escola, da sua cidade ou de seu país, quer se trate do horizonte cultural, social, pessoal ou profissional. Diante disso é importante lembrarmos que os professores não nasceram digitalizados, enquanto seus alunos, sim. Segundo Xavier (2005), as novas gerações têm adquirido o letramento digital antes mesmo de ter se apropriado completamente do letramento alfabético ensinado na escola. Essa intensa utilização do computador para a interação entre pessoas a distância, tem possibilitado que crianças e jovens se aperfeiçoem em práticas de leitura e escrita diferentes das formas tradicionais de letramentos e alfabetizações. Essas inúmeras modificações nas formas e possibilidades de utilização da linguagem em geral são reflexos incontestáveis das mudanças tecnológicas que vem ocorrendo no mundo desde que os equipamentos informáticos e as novas tecnologias de comunicação começaram a fazer parte intensamente do cotidiano das pessoas. UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS 14 Sendo assim, a aprendizagem intermediada pela tecnologia da informa- ção aplicada à educação com suas linhas conceituais, gera profundas mudanças no processo de produção do conhecimento, se antes as únicas vias eram de sala de aula, o professor e os livros didáticos, hoje é permitido ao estudante navegar por diferentes espaços de informação, que também nos possibilita enviar, receber e armazenar informações virtualmente. 4 IMPLICAÇÕES DO USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO(TIC’S) NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM A educação e principalmente as salas de aula gritam por mudanças, e nos últimos tempos com os avanços tecnológicos e a própria pandemia do Covid-19, as instituições se obrigaram a colocar em prática tudo que vínhamos estudando, dialogando e pesquisando nas últimas décadas. Nesse momento, fez-se necessário mais que reflexões sobre as práticas pedagógicas, mas principalmente sobre como deveríamos utilizar e através desta discussão percebeu-se as grandes lacunas educacionais. Para Lorenzato (1995, p. 4), Os recursos interferem fortemente no processo de ensino e aprendiza- gem; o uso de qualquer recurso depende do conteúdo a ser ensinado, dos objetivos que se deseja atingir e da aprendizagem a ser desenvol- vida, visto que a utilização de recursos didáticos facilita a observação e a análise de elementos fundamentais para o ensino experimental, contribuindo com o aluno na construção do conhecimento. De acordo com Sancho (2001), o quadro de giz é o meio mais acessível, mais econômico e mais fácil de usar, apesar do inconveniente do professor ficar de costas para os alunos enquanto faz anotações, mas se torna funcional para demonstrações. O giz é muito utilizado nas aulas expositivas, Libâneo (1994) afirma que os conhecimentos, habilidades e tarefas são apresentadas, explicadas ou demonstradas pelo professor e a atividade dos estudantes é receptiva, embora não necessariamente passiva. Diz também que o método expositivo é bastante utilizado nas escolas, apesar das críticas, principalmente por não levar em conta o princípio da atividade do estudante e que apesar desta limitação, é um impor- tante meio de obter conhecimentos. Entre as formas de exposição, menciona a exposição verbal, a demonstração, a ilustração e a exemplificação. Essas formas, segundo o autor, em geral, podem ser conjugadas possibilitando o enriqueci- mento da aula expositiva. TÓPICO 1 — A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO 15 Para uma sociedade em que muitas escolas não conseguem ter acesso ao recurso do wi-fi, a aula expositiva é a que alcança o maior público. Temos outras questões como a formação dos professores, a utilização de ambientes com inter- net e principalmente a desigualdade econômica das famílias. Para Moraes (1997, p. 12), “o simples acesso à tecnologia, em si, não é o as- pecto mais importante, mas sim, a criação de novos ambientes de aprendizagem e de novas dinâmicas sociais a partir do uso dessas novas ferramentas”. Na organização de um novo olhar com a utilização, é preciso compre- ender o fluxo entre ensino e aprendizagem. Masetto (2000, p. 140) afirma que o processo de ensino e de aprendizagem: “considero haver uma grande diferença entre o processo de ensino e o processo de aprendizagem quanto as suas finalida- des e à sua abrangência, embora admita que seja possível se pensar num processo interativo de ensino aprendizagem”. Importante entendermos que ao compreender o processo de ensino apren- dizagem também teremos que analisar a mudança cultural que essa geração do século XXI sofreu, afinal nasceram em uma sociedade tecnológica e conectada, o uso de dispositivos tecnológicos durante a difusão do uso de tecnologias no processo de ensino e de aprendizagem. O que causa o choque com as pessoas nas- cidas anteriormente ao século XXI desenvolveram uma relação com a tecnologia conforme descrita por Prensky (2010, p. 10): Nativos digitais e imigrantes digitais são termos que explicam as dife- renças culturais entre os que cresceram na era digital e os que não. Os primeiros, por causa de sua experiência, têm diferentes atitudes em relação ao uso da tecnologia. Hoje, há muito mais adultos que migra- ram e, nos Estados Unidos, quase todas as crianças em idade escolar cresceram na era digital. Pode ser que em alguns lugares os nativos sejam separados dos imigrantes por razões sociais. Essa articulação entre o entendimento das relações das gerações com a evolução das tecnologias e sua utilização mostra segundo Serres (2013, p. 22), acrescenta que: [...] essa geração que chega à escola é completamente diferente em re- lação às gerações que a antecederam; os alunos e alunas têm outra cabeça, maneiras diferentes de pensar, de conviver, de relacionar, de interagir e de aprender. As grandes barreiras que a educação enfrenta, além da econômica, é a dependência e a sua utilização conforme aponta Kenski (2007, p. 19): [...] as tecnologias invadem as nossas vidas, ampliam a nossa memó- ria, garantem novas possibilidades de bem-estar e fragilizam as capa- cidades naturais do ser humano. Somos muito diferentes dos nossos antepassados e nos acostumamos com alguns confortos tecnológicos – água encanada, luz elétrica, fogão, sapatos, telefone – que nem pode- mos imaginar como seria viver sem eles. UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS 16 Desse modo, embora a tecnologia já faça parte do contexto cultural e social das pessoas, em que principalmente os mais jovens fazem parte de uma cultura na qual as pessoas ficam conectadas em rede por longos períodos, podem aproveitar esta ferramenta para a educação. Porém, os muros das diferenças sociais, das gera- ções e do olhar da escola podem tornar os grandes empecilhos para sua utilização, além da formação e compreensão adequada por parte do corpo docente. TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO CONTEXTO ESCOLAR: POSSIBILIDADES Ao longo das últimas décadas, as tecnologias digitais da informação e comunicação, também conhecidas por TDICs, têm alterado nossas formas de trabalhar, de se comunicar, de se relacionar e de aprender. Na educação, as TDICs têm sido incorporadas às práticas docentes como meio para promover aprendizagens mais significativas, com o objetivo de apoiar os professores na implementação de metodologias de ensino ativas, alinhando o processo de ensino-aprendizagem à realidade dos estudantes e despertando maior interesse e engajamento dos alunos em todas as etapas da Educação Básica. As razões pelas quais as tecnologias e recursos digitais devem, cada vez mais, estar presentes no cotidiano das escolas, no entanto, não se esgotam aí. É necessário promover a alfabetização e o letramento digital, tornando acessíveis as tecnologias e as informações que circulam nos meios digitais e oportunizando a inclusão digital. Nesse sentido, a Base Nacional Comum Curricular contempla o desenvolvimento de competências e habilidades relacionadas ao uso crítico e responsável das tecnologias digitais tanto de forma transversal – presentes em todas as áreas do conhecimento e destacadas em diversas competências e habilidades com objetos de aprendizagem variados – quanto de forma direcionada – tendo como fim o desenvolvimento de competências relacionadas ao próprio uso das tecnologias, recursos e linguagens digitais, ou seja, para o desenvolvimento de competências de compreensão, uso e criação de TDICs em diversas práticas sociais, como destaca a competência geral 5: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva (BNCC, 2018). Nesse contexto, é preciso lembrar que incorporar as tecnologias digitais na educação não se trata de utilizá-las somente como meio ou suporte para promover aprendizagens ou despertar o interesse dos estudantes, mas sim de utilizá-las com os estudantes para que construam conhecimentos com e sobre o uso dessas TDICs. TÓPICO 1 — A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO 17 Para apoiar a construção de currículos escolares e de propostas pedagógicas que contemplem tal uso “ativo” das TDICs nas escolas, o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) elaborou e disponibilizou de forma aberta e gratuita o Currículode Referência em Tecnologia e Computação (2018), que prevê eixos, conceitos e habilidades alinhadas à BNCC e voltadas exclusivamente para o desenvolvimento de competências de exploração e de uso das tecnologias nas escolas, além de propor uma reflexão sobre os usos das TDICs. Os eixos propostos nesse currículo perpassam todas as etapas da educação básica, e são: Basear-se nesses eixos e nas habilidades propostas neste Currículo de Referência pode dar norte aos gestores e professores para implementar o uso de tecnologias no contexto escolar não somente como meio para promoção de aprendizagem ou como forma de estímulo e engajamento dos estudantes, mas também como objeto de conhecimento em si, preparando os alunos para o uso das TDICs nas esferas pessoais e profissionais. Uma discussão importante que se tem feito nos últimos anos e que vale destacar é que não se deve prezar somente pela utilização das tecnologias em si, mas sim pela reflexão crítica e pelo uso responsável. Assim, cabe aos professores trabalharem também conceitos relacionados a segurança na rede, cyberbullying, checagem de fatos (com ênfase nas famosas fake news) e informações e o uso da tecnologia como ferramenta de construção e compartilhamento de conhecimentos. Nesse cenário, o professor não precisa ser o detentor do conhecimento técnico sobre o uso das ferramentas disponíveis, mas sim o mediador que vai auxiliar os estudantes na reflexão sobre os melhores usos possíveis das TDICs. Nas práticas apresentadas no Caderno dos Anos Iniciais destacam- se tanto as práticas com usos das TDICs transversalmente ou para apoiar a implementação da sequência didática, ou seja, sendo suporte para promover a construção de conhecimentos e aprendizagem, quanto as práticas cujo objeto do conhecimento é a própria tecnologia. No relato Sustentabilidade x Educação: Preservar É Nossa Missão! por exemplo, a professora utilizou uma página em uma rede social “para expandir as práticas pedagógicas e alcançar mais pessoas”. Em Professores UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS 18 Mirins e Alunos Escritores de HQ e Informação, apresenta-se o uso de softwares e aplicativos como meio para promover a aprendizagem e estimular a prática da escrita. Já na prática Inclusão Digital como Inovação para Combater o Déficit de Leitura, Produção e Sistematização, o destaque está no uso das TDICs como meio para a promoção de aprendizagem sobre outro objeto de conhecimento, como objetivo de aprendizagem em si e, ainda, como fator motivacional para engajar e envolver os estudantes no tema da sequência didática. No relato, a professora responsável pela prática afirma: “Destaco o uso das TIC como um dos pontos positivos do projeto, pois gerou maior interatividade durante as aulas e, consequentemente, maior interesse e facilidade na compreensão dos componentes curriculares”. Em resumo, incorporar as TDICs nas práticas pedagógicas e no currículo como objeto de aprendizagem requer atenção especial e não pode mais ser um fator negligenciado pelas escolas. É preciso repensar os projetos pedagógicos com o olhar de utilização das tecnologias e recursos digitais tanto como meio, ou seja, como apoio e suporte à implementação de metodologias ativas e à promoção de aprendizagens significativas, quanto como um fim, promovendo a democratização ao acesso e incluindo os estudantes no mundo digital. Para isso, é preciso fundamentalmente revisitar a proposta pedagógica da escola e investir na formação continuada de professores. Além do uso das tecnologias para apoio à prática do ensino, como apresentações digitais, mostras de vídeos etc., e para o desenvolvimento de pesquisas, alguns relatos propõem o uso das TDICs para promover a criação de conteúdos digitais. Uma possibilidade para isso é o uso de softwares para a elaboração de histórias em quadrinhos (HQs). Outra possibilidade está na criação de conteúdos midiáticos ou multimidiáticos. Com o uso de ferramentas simples e acessíveis, os alunos podem criar áudios e vídeos para compartilhar as aprendizagens de uma aula ou sequência didática. Que tal conhecer algumas dessas possibilidades? FONTE: <https://bit.ly/3vKNYyZ>. Acesso em: 1 jun. 2021 19 Neste tópico, você aprendeu que: RESUMO DO TÓPICO 1 • O conceito de Tecnologia da Informação é mais abrangente do que os de processamento de dados, sistemas de informação, engenharia de software, informática ou o conjunto de hardware e software, pois também envolve aspectos humanos, administrativos e organizacionais. • Dados são códigos que constituem a matéria prima da informação, ou seja, é a informação não tratada que ainda não apresenta relevância. Eles representam um ou mais significados de um sistema que isoladamente não pode transmitir uma mensagem ou representar algum conhecimento. • O dado é o menor e mais simples elemento dessa hierarquia, é uma unidade indivisível, objetiva e abundante. Por esse motivo, o dado é o elemento mais fácil de ser manipulado e transportado, seja em um meio de transporte concreto (de um lugar para outro), seja de uma forma abstrata (de um sistema para outro ou de uma pessoa para outra). • A informação seria qualquer estruturação ou organização desses dados. • O conhecimento é a informação processada e transformada em experiência pelo indivíduo. O conhecimento é a capacidade que, o processamento da informação adicionado ao repertório individual, nos dá, de agir e prever o resultado dessa ação. Aprendizagem seria, então, toda exposição a novas informações que, a partir daí, modificam o nosso comportamento e relacionamento com o meio ambiente. • A tecnologia da informação é o conjunto de recursos tecnológicos e compu- tacionais para geração e uso da informação, utilizando também um conjun- to de recursos não humanos dedicados ao armazenamento, processamento e comunicação da informação, bem como o modo como esses recursos estão organizados em um sistema capaz de executar um conjunto de tarefas. • A preocupação com o impacto que as mudanças tecnológicas podem causar no processo de ensino-aprendizagem impõe a área da educação a tomada de posição entre tentar compreender as transformações do mundo, produzir o conhecimento pedagógico sobre ele auxiliar o homem a ser sujeito da tecnologia, ou simplesmente dar as costas para a atual realidade da nossa sociedade baseada na informação. 20 • As tecnologias proporcionam que cidadãos construam seus saberes a partir de comunicação e interações com um mundo de pluralidades, no qual não há limi- tes geográficos, culturais e a troca de conhecimentos e experiências é constante. • Na sociedade atual em que estamos vivendo, por muitas vezes a diversidade cultural, social e econômica são pontos cruciais de distanciamentos, cabe ao homem à tarefa de ser criativo, ter boas ideias. Na era da informação e comunicação é indispensável que as pessoas saibam e consigam identificar o que há de essencial. 21 1 Sabemos que a tecnologia da informação é uma área que utiliza a computação como um meio para produzir, transmitir, armazenar, aceder e usar diversas informações. Como a tecnologia da informação pode abranger e ser usada em vários contextos, a sua definição pode ser bastante complexa e ampla. Sobre a definição de tecnologia da informação, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Análise de dados para respostas rápidas. b) ( ) Designar o conjunto de recursos tecnológicos e computacionais para geração e uso da informação c) ( ) Palavras e frases com efeitos tecnológicos. d) ( ) Pesquisa Operacional com tratamento de dados binários. 2 (ENEM, 2013) A tirinha retrata as questões da influência do uso das tecnologias da informação e da comunicação nas vidas das pessoas. Com base no exposto e na figura, assinale a alternativa CORRETA: AUTOATIVIDADE FONTE: <http://tirasnacionais.blogspot.com>. Acesso em: 13 nov. 2011 A tirinha denota a postura assumida por seu produtor frenteao uso social da tecnologia para fins de interação e de informação. Tal posicionamento é expresso, de forma argumentativa, por meio de uma atitude. a) ( ) Crítica, expressa pelas ironias. b) ( ) Resignada, expressa pelas enumerações. c) ( ) Indignada, expressa pelos discursos diretos. d) ( ) Agressiva, expressa pela contra-argumentação. 22 3 Trabalhar com Tecnologia da Informação aplicada a Educação é um caminho que deve ser percorrido do dado até chegar ao conhecimento, passando por questões tecnológicas e estruturais. Na sua concepção, como seria esse percurso? Disserte sobre isso. 23 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À INFORMAÇÃO 1 INTRODUÇÃO Neste tópico, discutiremos temáticas que envolvem as questões sobre o acesso à informação, as formas como elas chegam até nós e principalmente como as transformamos em conhecimento numa era digital tão complexa em suas relações. Além desses itens, é importante prestar atenção aos detalhes que abordam a educação como grande mentora do processo de democratização e processo de ensino e aprendizagem do saber. Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos a utilização das tecnologias da informação e da comunicação (TICs) na sociedade do conhecimento, como elas podem auxiliar neste processo e o papel da escola como grande centro da alfabetização tecnológica. Um ótimo estudo! 2 AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICs) NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO Os avanços entre as gerações, as mudanças ocorridas nos processos de desenvolvimento e suas consequências na democracia e cidadania, principalmente após março de 2020 com o COVID-19, concorrem para uma sociedade caracterizada pela crescente influência dos recursos tecnológicos e pelo avanço exponencial das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), com impacto nas relações sociais, e principalmente nas instituições sejam elas, empresariais ou educacionais. As TICs foram e podem ser consideradas um dos fatores mais impor- tantes para as profundas mudanças nas relações educacionais e, com a dinâ- mica da inovação, tornam-se imprescindíveis para as novas transformações e o desenvolvimento direto no que tange a sociedade. É a partir da década de 1990 que a educação, a inovação contínua e os avanços tecnológicos passaram a ser vistos como as forças motrizes do desenvolvimento e alicerce no processo de ensino e aprendizagem. 24 UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS Ao abordarmos o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação como ferramentas de geração do desenvolvimento social e intelectual, com ênfase na construção do saber olhando o percurso em que a união tem o foco na finalidade e nas relações existentes entre tecnologia e desenvolvimento, buscando analisar como são conjeturadas as formas de utilização das TICs pelos grupos como docentes e discentes para promover o desenvolvimento e reduzir as desigualdades educacionais promovendo a alfabetização tecnológica. A sociedade da informação é uma nova forma de organização da economia e da sociedade. É entendida como um estágio de desenvolvimento social que é realizado pela capacidade dos indivíduos de adquirir e compartilhar informações (PALHARES et al., 2018). 2.1 EDUCAÇÃO CONSEQUÊNCIA DE UMA NOVA SOCIEDADE - A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO As relações na busca e na organização de como interagimos entre a informação e o conhecimento são diversas, ainda mais numa sociedade que podemos ter acesso à informação de diversas formas. Essas informações podem ser adquiridas em variados meios de comunicação, como a Internet, a televisão e o rádio. Os benefícios que essas tecnologias proporcionam para a sociedade podem comprometer o enriquecimento cultural dos indivíduos. A mídia frequentemente confere a tudo aquilo que parece ter valor objetivo e publicitário uma subjetividade, que tende, portanto, a escravizar a sociedade além de fazer com que esta adquira um caráter consciente (TARGINO, 1995). Segundo Silveira (2019, p. 2): na “sociedade de informação” em que vivemos é baseada na informação e conhecimento, o que é diferente da antiga “sociedade industrial” em que tinha como base a produção e capital. Dessa forma, conforme Silveira (2019), vivemos em uma sociedade em que a informação chega a todo instante com algo novo e sempre atualizado em alta velocidade. As tecnologias estão presentes em todos os ambientes, inclusive na Educação. A união e integração da tecnologia de informação e comunicação na educação favorece, em muito, a aprendizagem podendo aproximar e quebrar barreiras, uma vez que a tecnologia proporciona através do meio tecnológico a possibilidade da construção do conhecimento através interação, troca de ideias e experiências. Numa sociedade em que o conhecimento é e será tão valorizado o saber lidar com a ferramenta e suas potencialidades será o grande diferencial, exemplo disso, é o computador. Ele se tornou um grande aliado na busca do conhecimento, tratando de uma ferramenta que auxilia na resolução de problemas e até mesmo no desenvolvimento de projetos. As TICs têm como característica o fazer e o refazer, transformando o erro em algo que pode ser refeito e reformulado TÓPICO 2 — A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À INFORMAÇÃO 25 instantaneamente para produzir novos saberes, cada indivíduo que explora as tecnologias de informação e comunicação se torna um emissor e receptor de informações, mais especificamente leitor, escritor e comunicador, esse emaranhado de possibilidade ocorre graças ao poder persuasivo das informações contidas nas TICs que envolve o sujeito incitando-o à leitura e à expressão através da escrita textual e hipertextual (RAMOS; CARMO, 2009). Quando analisamos os fatores da educação no que tange a evolução da sociedade e as questões que permeiam as relações com os meios que o conhecimento vai ser construído, notamos que o avanço das sociedades atuais em direção a sociedades futuras pode seguir múltiplas vias, cujo eixo central é diferentes apostas na forma de organizar os recursos de matéria, de energia e informação utilizados em benefício dessas sociedades. Uma das vias desse desenvolvimento pode ser a construção de sociedades baseadas no uso das tecnologias de informação e orientadas pelo conhecimento científico nas decisões que tomam sobre a sua própria organização: sociedades cujo funcionamento terá como suporte fundamental a informação transformada em conhecimento fundamentado, em princípio, no nível das ciências que são o núcleo central da sua cultura e modo de ver a realidade (MASSON; MAINARDES, 2011). Ainda nessa linha de pensamento, Santos e Weber (2013) relatam que, a partir do final do século XX, a intensificação e a abrangência de avanços tecnológicos relacionados à computação têm produzido transformações em diversos meios sociais, tanto presenciais quanto virtuais. Uma das tecnologias que proporcionou o avanço e abrangência atual do ensino a distância é a Internet, que permite a troca de informações entre os participantes de forma rápida e eficiente. Ao alinharmos as formas de construirmos o conhecimento Silveira (2019, p. 10) aponta: a tecnologia não pode ser excluída do modelo pedagógico e comuni- cativo das escolas. Nesse caso, a tecnologia deve ser um aparato para melhorar, transformar e modernizar o ensino, e não para a transfor- mação das estruturas metodológicas e das práticas de aprendizado. Diante desse cenário, a distância transacional pode ser um problema ligado a comunicação na educação. Atualmente, a sociedade está imersa pela era digital que perpassa a tecnologia e suas ferramentas para podermos ter acesso às informações, sejam elas uma simples receita de ovo frito até mesmo um complexo circuito elétrico. A tecnologia é o agente das transformações e o responsável pela criação de novas linguagens, contribuindo para mudar o ambiente natural, os padrões de trabalho, os padrões de consumo e os padrões de lazer exercendo influênciaao homem de maneiras diferenciadas (TARGINO, 1995). As novas formas de nos relacionarmos com a informação e como estamos nos conectando nesta sociedade presenciamos inúmeras mudanças em diversas áreas do conhecimento humano. As tecnologias de informação e comunicação 26 UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS têm provocado mudanças de conduta, de costumes, de consumo, no lazer, nas relações entre os indivíduos e nas formas como eles se comunicam. Recriando, então, novas identidades, novos hábitos sociais, novas formas de interação. 3 A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À INFORMAÇÃO POR DIFERENTES MEIOS TECNOLÓGICOS E DIGITAIS Quando falamos em democratização do acesso estamos falando diretamente ao direito do cidadão em ter a informação inclusive de inclusão. Marques (2019) aponta que os avanços da tecnologia mudaram drasticamente as relações e devido aos avanços tecnológicos houve a necessidade de compartilhar conhecimentos, utilizando novos recursos e possibilitando a criação de um ambiente virtual de aprendizagem. Para Marques (2019, p. 1): com o desenvolvimento dos meios de comunicações a internet mudou a forma de comportamento da sociedade atual. Por ser uma ferramenta que permite a interação e criação de novas linguagens, levando a reflexões, posicionamentos críticos no processo de construção e difusão do saber. Esse processo vai além da esfera municipal, estadual e nacional, rompe com paradigmas cria novos espaços para a produção, possibilitando a comunicação a fim de viabilizar a autoformação do aprendizado por interação entre os colegas. Nessa relação de mudanças e visando a maior conectividade entre as pessoas, encontramos dentro do território brasileiro diferentes realidades de acesso, sendo que antes do COVID-19, em 2018, segundo o IBGE, 4 em cada 10 brasileiros não tinham acesso a internet, um dado que por si só justifica o investimento em políticas de inclusão digital, mas o fato de não terem acesso a internet não quer dizer exatamente que não tenham acesso a tecnologia, já que segundo um levantamento da Fundação Getúlio Vargas de abril/2019 o Brasil tem 230 milhões de smartphones ativos. Segundo o IRIS (Instituto de Referência em Internet e Sociedade), Carmo et al. (2019, p. 4): Estamos no final da segunda década do século XXI, que é descrita com grande frequência como a “era digital” ou “sociedade da informação e do conhecimento”. Esses são termos relacionados a uma tecnologia que surgiu há algumas décadas, com a ideia principal de ser uma rede onde outras redes pudessem operar. A “rede das redes” foi chamada de internet e conquistou escala global graças as suas características predominantes: abertura, acesso e ligação fim-a-fim. Elas se refletem na possibilidade de qualquer dispositivo conectado à rede poder ter acesso exatamente ao mesmo conteúdo ou serviço de qualquer outro, independente de sua localização geográfica, e que a circulação entre esses dispositivos seja recebida da forma como foi enviada. TÓPICO 2 — A DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO À INFORMAÇÃO 27 Para entendermos a democratização e o acesso à informação é preciso retomar os dados e isso Carmo et al. (2019, p. 6) fazem muito e nos traz que: em 2018, a União Internacional de Telecomunicações (UIT), agência da Organização das Nações Unidas (ONU), estimou que 3.9 bilhões de pessoas estão conectadas à internet. Quando este dado é representado em porcentagem, percebe-se que 51,2% da população mundial possui acesso à internet. Esse dado nos mostra que as pessoas estão muito conectadas e buscando interagir através da tecnologia em diferentes espaços e ferramentas. Segundo Gamboa (2012, p. 33), “o advento da internet é considerado ponto de inflexão para o surgimento de revoluções de várias ordens - como a revolução informacional”. Segundo o IBGE (2017), nas últimas cinco décadas, estudos foram desenvolvidos em busca de respostas às perguntas originadas do uso da internet e da adoção de novos processos tecnológicos pela sociedade, por exemplo, segundo pesquisas do IBGE, são consideradas conectadas à internet as pessoas que utilizaram a rede ao menos uma vez nos últimos três meses. Com esses dados notamos que a população e a sociedade em si, num modo geral, utilizam da internet para obter informação e interagir com o mundo, mas Carmo et al., (2019, p. 14) exploram: a adoção das novas tecnologias e o uso da internet por governos, empresas, organizações, professores ou indivíduos possui um denominador comum: a inclusão digital. Ou seja, usufruir das novas formas de geração de renda, conhecimento e relações pessoais possibilitadas pela internet perpassa um processo anterior de inserção dos indivíduos ou grupos no ciberespaço. Esse processo pode ser coordenado pelo próprio indivíduo, por inclusão voluntária, ou estimulado por algum ente - como governos ou organizações sociais - que perceba a importância de oferecer e de inserir cidadãos nos espaços virtuais. Segundo Mori (2021, p. 238): a inclusão digital é recorrentemente compreendida de três formas. A primeira delas entende o significado de inclusão digital como a democratização do acesso às TIC, ou seja, fazer com que a tecnologia chegue até o indivíduo no âmbito de infraestrutura, incluindo, por exemplo, a aquisição de computadores com softwares atualizados e a presença de redes telefônicas na região do usuário. A segunda, entendida como alfabetização digital, compreende que é preciso desenvolver habilidades específicas para usufruir do meio digital, e essas competências são tão importantes quanto a possibilidade do acesso. A última delas aponta para a inclusão digital como a apropriação das TIC pelo indivíduo, quando ele deixa de ser somente um receptor, mas passa a se valer das ferramentas se valendo de sua capacidade criativa e de sua subjetividade. 28 UNIDADE 1 — COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E ENSINO: PROCESSO DE CONEXÃO ENTRE MENSAGENS Estamos percebendo que a democratização da informação vai além do meio, ou seja, do ter o celular, mas da condição do acesso e da oportunidade de po- der entender e inclusive de chegar o sinal em determinadas regiões do nosso Brasil. O acesso às Tecnologias da Informação é condição primeira para o esforço da inclusão digital, a falta de infraestrutura compromete todo o processo subsequente. Entretanto, na sociedade da informação a inclusão digital deve ser compreendida como um passo além do acesso: a plena capacidade do indivíduo interagir, criar e consumir conteúdos, bem como desempenhar tarefas on-line. A inclusão digital dos indivíduos pode significar uma mola propulsora para o seu desenvolvimento em múltiplas esferas, possibilitando o acesso à informação e ao conhecimento, aos serviços prestados on-line, à economia digital, entre outras ferramentas que possibilitam maior qualidade de vida aos sujeitos que interagem com o meio virtual (CARMO; DUARTE; GOMES, 2019, p. 22). O Instituto IRIS mostra algumas alternativas e possibilidades para integrar e incluir para democratizar a informação através das tecnologias, como retrata em sua página que aponta para a importância do olhar da sociedade para as políticas públicas e para programas outrora considerados obsoletos, como a rede “Telecentros” são tão necessários ainda hoje, existe um abismo entre ter acesso a tecnologia, saber usar basicamente alguns recursos para comunicação e ser fluente na tecnologia. O Instituto IRIS (CARMO; DUARTE; GOMES, 2019, p. 2) mencionou também que: uma das experiências que considero mais incríveis para inclusão tecnologia é a formação de comunidades sobre temas específicos, isso porque o conhecimento circula de maneira horizontal, e fugimos do modelo tradicional e verticalizado da educação, isso porque as comunidades entendem o valor da partilha, não criamos apenas ilhas de excelência apenas, isso reduz desigualdades e promove autonomia dos indivíduos. Então, é importante entender que se antes da
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