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Módulo 4 - O processo de revisão

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1
Avaliadores de
Artigo Científico
O processo de revisão4
2
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Enap, 2021
SAIS - Área 2-A -70610-900 - Brasília, DF
Conteudista:
Claudio Paixão Anastácio de Paula (conteudista, 2021); 
Eliane Pawlowski de Oliveira Araújo (conteudista, 2021); 
Fernanda Oliveto (conteudista, 2021); 
Keila Rêgo Mendes (conteudista, 2021); 
Diretoria de Desenvolvimento Profissional.
3
Sumário
Unidade 1: Noções básicas do processo de revisão ............................................................4
1.1 Tipos de revisão ............................................................................................................................................... 4
1.1.1 Revisão triplo-cego ..................................................................................................................................... 6
1.2 Roteiro de revisão ........................................................................................................................................... 7
1.2.1 O título ............................................................................................................................................................ 9
1.2.2 O resumo ......................................................................................................................................................11
1.2.3 Os gráficos, figuras, tabelas e diagramas .........................................................................................12
Referências .............................................................................................................................................................13
Unidade 2: Decisões possíveis e elaboração do parecer ................................................. 14
2.1 Decisões possíveis ........................................................................................................................................14
2.2 A elaboração do parecer .............................................................................................................................15
Referências .............................................................................................................................................................21
4
1.1 Tipos de revisão
Após discutirmos sobre o processo editorial e sobre as competências que um avaliador deve ter para analisar 
de forma qualificada um artigo científico, é importante que você reconheça a importância da avaliação e as 
diferentes formas de como ela pode acontecer.
Unidade 1: Noções básicas do processo de revisão
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer as noções básicas do processo de revisão, identificando os tipos 
possíveis, seguindo um roteiro de revisão e compreendendo os aspectos característicos de uma boa revisão científica.
Neste módulo, serão apresentadas noções básicas do processo de revisão, como os tipos de revisões, as 
decisões possíveis em uma avaliação e a forma mais assertiva de elaboração do parecer.
O módulo 4 está estruturado da seguinte forma:
O processo de revisão
M
Ó
D
U
LO
4
• Unidade 1 – Noções básicas do processo de revisão
• Unidade 2 – Decisões possíveis e elaboração do parecer
Das possibilidades de avaliação, a revisão por pares é considerada a forma mais efetiva e eficaz 
de garantir que a literatura acadêmica mantenha a qualidade, confiabilidade, integridade e 
consistência. É claro que nenhum processo é perfeito: fraude, plágio, favorecimento e outras 
limitações ainda podem ocorrer, mas, mesmo assim, a avaliação por pares é, de longe, o método 
mais eficiente de evitar distorções.
Graças à possibilidade de se publicar online, o número de periódicos e artigos aumenta constantemente 
em todo o mundo. Como há um pequeno número de pesquisadores disponíveis, o trabalho de revisão por 
pares, que demanda tempo e precisa ser minucioso, tem sofrido atropelos. Os prazos são curtos, os autores 
são muitos, e são poucos os avaliadores. 
Por causa disso, formou-se um consenso nas publicações sobre a necessidade de que sejam treinadas 
novas gerações de avaliadores e a consciência de que essa prática é essencial para que o sistema de revisão 
por pares possa se manter. Mas quais são os tipos possíveis de avaliação?
5
Revisão por pares aberta 
Revisão simples-cego
Na revisão aberta, todos sabem quem são as partes envolvidas. Uma pequena parcela de pesquisadores a 
considera efetiva por oferecer comentários menos cáusticos ou corrosivos do que nos tipos de revisão onde 
os avaliadores e/ou os autores não são identificados.
Supostamente essa prática envolveria os avaliadores e os autores em um rico e frutífero debate científico, 
além de que, ao se tornarem conhecidos, possibilitaria aos avaliadores entenderem melhor o conteúdo, 
o contexto e as motivações da escrita do artigo e ajudar a detectar plágios. Porém, há aqueles que a 
criticam justamente por julgarem que essa proximidade faz com que os avaliadores sejam menos críticos 
por receio de se exporem (especialmente quando se trata de avaliadores mais jovens) e por dar aos autores 
a oportunidade de influenciarem ou pressionarem os avaliadores (e mesmo de se estabelecerem disputas 
entre ambos). Há, finalmente, os que acreditam que esses questionamentos não fazem sentido já que 
seria muito difícil manter o anonimato absoluto, uma vez que temas, autocitações e estilo acabariam por 
denunciar a origem e a identidade dos autores.
Uma das questões relevantes em relação às revisões por pares abertas ou simples-cego (onde se deixa 
visível a identificação dos autores – ver abaixo) é viés de gênero, sexo ou étnico-racial. Há muitos estudos 
mostrando uma menor propensão a financiar, promover e publicar a produção de mulheres e minorias. Seja 
esse enviesamento consciente ou inconsciente, o fato é que menos mulheres e minorias são solicitadas 
a revisar artigos, e artigos escritos por mulheres e minorias são menos citados. Esse argumento pesa 
bastante em favor dos modelos de revisão por pares nos quais as identidades dos envolvidos estão ocultas.
Revisão simples-cego.
Fonte: CEPED/UFSC (2021).
Existe a revisão simples-cego (aquela em que autores são conhecidos dos avaliadores, mas os avaliadores 
permanecem anônimos para os autores.). Esse tipo de avaliação tem como vantagens, em relação à 
revisão aberta ou revisão aberta publicada ao final do artigo, uma menor possibilidade de acontecerem 
vieses, encorajarem opiniões honestas e o foco na qualidade do manuscrito, porém estas vantagens são 
potencializadas nas avaliações duplo e triplo-cego. É importante ressaltar que os críticos a essa opção 
sugerem que instituições de menor prestígio e autores de países em desenvolvimento correm o risco de 
serem prejudicados nesta modalidade, além dela permitir que avaliadores de grupos competidores atrasem 
a publicação de trabalhos de concorrentes propositadamente.
6
Revisão duplo-cego
Há a revisão duplo-cego (caracterizada pelo anonimato entre autores e avaliadores). A vantagem da 
avaliação duplo-cego, e que a mantém como a favorita entre as avaliações, é que ela ajuda a evitar que 
os artigos submetidos sejam avaliados subjetivamente segundo a apreciação do avaliador em relação à 
identidade do autor e a qual instituição ou grupo ele se afilia. Isso, supostamente, diminuiria as chances de 
que autores de países periféricos ou de instituições menos renomadas tenham menos oportunidades de 
publicar seus artigos.
Outra vantagem é que o fato de ter o seu nome omitido, ajuda aos avaliadores a se concentrarem na 
qualidade das suas avaliações e a se sentirem seguros para emitirem opiniões sinceras sem temer a retaliação 
futura de seus colegas acadêmicos por fazer críticas a nomes e instituições com os quais, eventualmente, 
possa manter relações. Além disso, o processo duplo-cego evita que um pesquisador renomado ou de uma 
instituição considerada “de ponta” tenha seus artigos aprovados apenascom base nesses critérios e não 
na qualidade intrínseca da obra em questão.
1.1.1 Revisão triplo-cego
Revisão duplo-cego.
Fonte: CEPED/UFSC (2021).
Revisão triplo-cego.
Fonte: CEPED/UFSC (2021).
E há, ainda, a revisão triplo-cego, na qual apenas o editor-chefe conhece a identidade e afiliação dos 
autores e avaliadores, porém os editores associados não. Essa avaliação aumenta ainda mais as vantagens 
(e possivelmente, também a chance de serem estimulados comentários corrosivos) das versões simples e 
duplo-cego.
7
1.2 Roteiro de revisão
Existem, na literatura, várias sugestões de elementos essenciais que devem constar na avaliação de um 
artigo. A maioria delas aponta para a necessidade de se avaliar o escopo do artigo (se ele se encaixa no perfil 
da publicação); se ocorreu plágio; se o título, o resumo e as palavras-chave traduzem convenientemente o 
conteúdo do artigo; se as citações foram corretamente desenvolvidas; se o artigo possui coerência interna 
em suas partes; se o tema é relevante; se problema, hipóteses e objetivos são consistentes; se a metodologia 
é adequada aos objetivos e se ela permite que outros pesquisadores reproduzam o experimento ou 
compreendam as condições em que as experimentações e observações foram feitas; se os resultados estão 
corretamente apresentados e analisados; se a discussão dos resultados está correta (oferecendo sustentação 
às conclusões que o artigo sugere ter alcançado); e se as referências foram corretamente apresentadas.
Qualquer que seja o roteiro escolhido, é essencial que o trabalho 
equilibre objetividade e correção com cortesia.
Você consegue se lembrar qual é o propósito da revisão? Bem, além de informar ao editor se o trabalho pode 
ou não ser publicado (e em que condições), é oferecer aos autores críticas construtivas que os ajudem a 
melhorar os artigos ou, no caso de uma rejeição, informar os motivos dela e como eles podem, futuramente, 
corrigir essas falhas.
De todo modo, é importante que cada avaliador tenha um roteiro e o siga para proceder a revisão sem 
desconsiderar pontos importantes. No entanto, como em todas as atividades, esse processo vem com a 
prática e não custa nada consultar o roteiro até que essa experiência vá se automatizando.
O roteiro será extremamente importante para orientá-lo quando você for redigir o parecer final da sua 
avaliação de forma a garantir a melhor contribuição possível tanto para o editor quanto para os autores.
Um bom roteiro pessoal poderia seguir a sequência sugerida a seguir (que pode ser adaptada por você de 
modo a torná-la mais orgânica ao seu estilo de leitura e escrita). No entanto, lembre-se de que o roteiro 
proposto vai e volta através do texto referindo-se a vários movimentos em sua aproximação com obra 
(avaliando resumo, conteúdo técnico, escrita e apresentação etc.), esses momentos na realidade são 
sobrepostos. Foram divididos assim apenas para facilitar a sua descrição, mas, como você perceberá, 
muitas vezes será mais natural desenvolver essas avaliações simultaneamente, na medida em que você for 
trabalhando com o material.
Além das avaliações abertas, simples, duplo e triplo-cego, existem as revisões abertas publicadas ao 
final do artigo, que abrem espaço para discussões pós-publicação, e a substituição da revisão por pares 
por revisão pós-publicação. As pessoas que defendem a revisão aberta publicada em seguida ao artigo 
sustentam que ela tem como vantagens assegurar, pela exposição da sua imagem de avaliadores que 
precisam exibir publicamente os seus pareceres, a honestidade, a conscienciosidade e a gentileza na 
redação dos comentários, além de encorajar o debate entre autor e revisor, envolvendo, inclusive, outros 
pesquisadores, caso se aproveite a flexibilidade das interações online e se opte por incluir comentários de 
terceiros. O reconhecimento público da importância do trabalho dos avaliadores é outro ponto de destaque. 
Ainda assim, nem tudo é perfeito: a pressão grupal pode impor, pelo receio de retaliações ou exposição, um 
freio às críticas que, embora severas, precisem ser feitas.
Os defensores das revisões pós-publicação ressaltam a forma como ela incentiva o diálogo e amplia o escopo 
dos comentários para além dos revisores, abrindo o diálogo para que outros leitores apontem inconsistências 
no artigo. Seus críticos argumentam que, sem uma curadoria adequada, a discussão corre o risco de se 
transformar num debate infinito e pouco frutífero entre pontos de vista competidores ou concorrentes.
8
Tabuleiro. 
Fonte: CEPED/UFSC (2021)
Agora, acompanhe os detalhes de cada uma das etapas de revisão do roteiro. Avante!
1ª etapa: leitura inicial e elaboração de resumo do conteúdo 
Comece lendo o artigo e resumindo o seu conteúdo com suas próprias palavras, isso permitirá que você 
identifique se o título, o resumo e as palavras-chave descrevem, de fato, o conteúdo do trabalho. Além 
disso, permitirá que você avalie a relevância do tema com mais segurança. Nesse exercício, é importante 
incluir o que foi feito, qual a contribuição e quais os impactos dessa contribuição. Após isso ser feito, você 
pode utilizar o seu resumo para avaliar a correção e a coerência dos tópicos mencionados. Esse resumo 
pode e deve ser incluído no seu parecer final. Isso irá demonstrar para os autores e para o seu editor que 
você leu e entendeu o artigo.
2ª etapa: avaliação do conteúdo técnico
Cumprida essa etapa, você pode começar a avaliar o conteúdo técnico. De novo, a leitura que você fez 
inicialmente e o resumo que você elaborou irão ajudá-lo. O conteúdo que você avaliou quando fez a leitura 
para o resumo é relevante? Se sim, registre isso para o seu parecer. O trabalho responde a uma questão 
válida de pesquisa? Se não, registre o porquê (lembre-se do seu parecer). A metodologia de pesquisa 
está bem descrita? (além de estar atento a universo, amostra, possíveis sujeitos etc. Lembre-se que os 
leitores precisam ter acesso às condições em que o experimento foi realizado para que possam reproduzi-
lo). Registre. Como você avalia a qualidade dos resultados e argumentos utilizados na apresentação deles? 
Registre. Existe alguma incoerência que o faça suspeitar da ocorrência de falhas? Registre. Faça uma 
avaliação geral da análise e da discussão dos resultados e avalie o impacto delas. Você tem conhecimento 
de trabalhos relacionados que os autores não consideraram? Isso teria sido relevante? As conclusões 
derivadas do trabalho proposto se sustentam?
9
3ª etapa: avaliação da escrita do artigo
Um outro momento da avaliação deve ser dedicado à escrita e à apresentação do trabalho. Uma sugestão é 
que você comece seguindo a ordem que o leitor normalmente segue para se decidir se ele irá se interessar, 
ou não, pela leitura do trabalho. O leitor, usualmente, começa sua relação com o trabalho a partir da leitura 
do título. O título é um elemento fundamental do trabalho. Se o título chamou a atenção dele, ele passa ao 
resumo, se o resumo o interessou, ele pode até fazer o download do trabalho, mas talvez ele não o leia. 
Tendo baixado o trabalho, ele irá olhar a apresentação geral do trabalho, os gráficos, tabelas, quadros e 
figuras. Se ele encontrar coisas que lhe chamem a atenção ele será capturado e fará o que todo autor ou 
editor deseja: o mergulho na obra. 
Mesmo nesse processo, se ele perceber que foi enganado, e a promessa feita no título e no resumo não 
forem cumpridas pelo texto, ele irá abandonar a leitura do trabalho que correrá o risco de se tornar apenas 
mais um trabalho relegado ao ostracismo. Nenhuma revista deseja isso! Por isso, a escrita e a apresentação 
são tão importantes. Elas são a porta de entrada do leitor no universo do autor e, considerando que as 
pessoas têm que começar a se relacionar com uma publicação por algum lugar, são a porta de entrada da 
própria revista.
4ª etapa: adequação das partes do artigo
Feito isso, mãos à obra! Comece avaliando o argumento básico do artigo. É possível entender como ele 
se desenvolveu? O desenvolvimentofoi bom ou não? Registre o motivo para seu parecer final. Em caso 
negativo, aponte sugestões para salvá-lo, caso isso seja possível. Agora, você pode ir avaliando ponto a 
ponto.
5ª etapa: elaboração do parecer
Cumpridas essas etapas, você está pronto a finalizar o seu parecer e utilizar as suas anotações para: a) 
preencher o formulário padronizado com base no roteiro que você aplicou para orientar a avaliação e 
b) identificar, dentre as decisões possíveis de serem assinaladas, aquela opção que melhor descreve a 
condição do trabalho após a avaliação que você efetuou.
Finalmente, você pode elaborar, de modo embasado e qualificado, o parecer da avaliação.
1.2.1 O título
Como já foi mencionado, o título é um elemento fundamental do trabalho. Ele é o caminho que conduz o 
leitor ao trabalho. Sendo assim, o título deve:
• ser curto (considere sugerir a extração de palavras em excesso. Identificar o assunto com o menor 
número de palavras possível);
• demonstrar fidelidade ao conteúdo (não vender uma coisa que não será entregue pelo texto – o 
essencial é que o título indique a conclusão, se não for possível, que indique o tema ou o objetivo); 
• ser compreensível (não somente para os especialistas da área, mas também para as áreas correlatas). 
10
Veja os exemplos de análises e sugestões dos títulos:
• Exemplo 1
Avaliação sobre o impacto do acúmulo de rejeitos de: mineração nas margens dos rios em hábitos 
reprodutivos de aves migratórias (note que há diversos elementos não essenciais e que não contribuem em 
nada para a transmissão da ideia central).
Assoreamento por rejeitos de mineração e reprodução de aves migratórias.
Unidades de conservação atravessadas por rodovias: impactos ambientais.
Inovação em educação ambiental no Parque Estadual do Morro do Diabo.
• Exemplo 2
Apontamentos sobre atropelamentos de animais, poluição e contaminação em uma unidade de conservação 
atravessada por rodovias: o caso da Reserva Biológica de Sooretama (note que além de elementos 
desnecessários, a identificação do local onde foi feito o estudo só faria diferença caso o local fosse uma 
variável essencial ao estudo. No caso, os pontos essenciais são o fato de existirem rodovias cruzando 
unidades de conservação e isso produzir impactos ambientais).
• Exemplo 3 
Estudo sobre a experiência inovadora com Educação ambiental no Parque Estadual do Morro do Diabo 
(observe que toda pesquisa é um estudo, não é necessário escrever o óbvio e que, nesse caso, é importante 
incluir o local – que é uma variável – no título).
• Exemplo 4 
Descrição sumária do impacto de flores afetadas pelo fungo Fusarium sacchari no universo das Melipona 
scutellaris => Esse é um caso onde o contrassenso do próprio título sugeriria que ele fosse reescrito. 
Como se pode descrever sumariamente um universo? E, como alguém pode pretender incluir em um artigo 
tudo (que é o que dá a entender o uso da palavra universo) o que diz respeito a uma espécie de abelhas? 
Finalmente, quem, além de um público muito específico, sabe que as Melipona scutellaris são abelhas? 
Após uma cuidadosa leitura do texto, as contribuições do artigo, caso existissem, poderiam ser resumidas 
como:
Inflorescências transformadas pelo fungo Fusarium sacchari e ciclo vital das abelhas Uruçu (Melipona 
scutellaris).
11
1.2.2 O resumo
Analisado o título, você pode se dedicar ao resumo. Indicações sobre esse tema já foram feitas anteriormente 
neste curso, e você pode consultá-las se necessário. Em linhas gerais, o resumo (caso seja adotado um 
modelo estruturado) deve conter as seguintes partes:
Introdução: Informando, sinteticamente, o contexto e a problemática estudada; 
Objetivo: claramente explicitado; 
Métodos: procedimentos metodológicos adotados, população estudada, local, análises estatísticas 
utilizadas, amostragem, etc.;
Resultados: devem ter sido selecionados apenas os mais relevantes em relação aos objetivos. Se for um 
trabalho quantitativo, devem ser incluídos resultados numéricos e seu significado estatístico; 
Conclusões: apenas as conclusões mais relevantes, novos estudos recomendados e as limitações do 
estudo. No caso de um resumo não estruturado (ou criativo), esses elementos essenciais também devem 
estar presentes ainda que não em uma apresentação linear. 
Constatada a presença desses elementos, você deve avaliar: o resumo descreve o que foi lido no artigo? Ou, 
partindo do caminho inverso, você sabia o que iria ler quando leu o resumo? Registre sua avaliação para o 
seu parecer.
Você deve guardar isso! Duas partes essenciais do texto de um artigo são a introdução e a conclusão que, 
apesar de se comunicarem com o todo do trabalho, devem contar histórias próprias de forma a dar ao leitor, 
quando ele as lê separadamente, uma clara noção de continuidade interna. Por isso, nesse momento, é 
importante avaliar: a introdução e conclusão contam uma história própria?
Como avaliar se o que foi escrito em uma introdução apresenta essa coerência narrativa? Uma boa sugestão 
é observar se, através da redação do texto introdutório, o autor foi capaz de demonstrar que o problema 
no qual se insere a pesquisa é relevante e se o objetivo é uma proposta que merece atenção. Caso seja 
um tema já bem explorado, existe uma novidade metodológica? Ou caso nada disso seja novidade, existe 
um contexto novo? Esse contexto novo é relevante? Se existirem associações de variáveis, como essas 
variáveis se associam para influenciar a questão estudada? O autor deixou isso claro?
A mesma preocupação com a lógica interna da subseção deve ter existido e ser facilmente identificada 
na conclusão (no caso de existir uma seção específica para isso) ou, no caso de as conclusões serem 
apresentadas na discussão, elas devem estar claramente expressas nesse bloco. Em ambos os casos, 
os dados ou evidências devem sustentá-las. É essencial que os resultados (dados e abstrações) sejam 
diferenciados claramente das conclusões. 
Um aspecto mais formal que não deve ser deixado de lado, por parte dos autores, na avaliação de um artigo, 
trata-se das orientações quanto ao formato, tamanho e outros parâmetros especificados nas diretrizes para 
submissão de trabalhos. Eles seguiram? Se não seguiram, registre e reserve para a redação do seu parecer final.
12
Gráficos, figuras, tabelas e diagramas. 
Fonte: CEPED/UFSC (2021).
Gráficos, figuras, tabelas e diagramas são legíveis 
e claros? O que vai definir a necessidade desses 
elementos de comunicação deve ser a lógica da 
pesquisa. A presença desses elementos sempre 
deverá estar amparada por alguma necessidade 
lógica na apresentação do conteúdo da pesquisa.
É claro que a beleza da apresentação ou a preferência 
do autor pode ser levada em consideração, porém 
esses elementos não podem se sobrepor à clara e 
correta apresentação dos dados. Deve-se observar, 
ainda, se existem informações desnecessárias ou 
faltantes nesses elementos. Os gráficos e figuras 
devem ter o máximo de informações possíveis 
(sem, no entanto, poluí-lo), as informações 
complementares devem constar na legenda. Os 
gráficos são utilizados, geralmente, para ressaltar 
visualmente as diferenças. Se for importante que 
sejam destacados números detalhados (com casas 
decimais, por exemplo), a melhor apresentação 
deverá ser através de uma tabela. É importante 
levar tudo isso em consideração. Se existirem 
quaisquer dessas inconsistências, elas devem ser 
registradas e apontadas. 
Você precisa se lembrar, finalmente, que nenhum 
desses elementos deve ficar “flutuando” entre os 
parágrafos do texto, eles precisam sempre ter a 
sua entrada anunciada de alguma forma. 
É essencial verificar se as referências e citações estão 
formatadas adequadamente. Para isso, recorra às 
especificações da revista a qual o artigo foi submetido. 
Paralelamente, é importante ressaltar que, 
embora muitas publicações brasileiras utilizem 
como orientação as normas da ABNT para 
referências (NBR 6023:2018 e suas erratas de 
2020) e citações (NBR 10520:2002),outras 
publicações utilizam outros sistemas de 
normas, como Vancouver ou mesmo as normas 
da American Psychology Association (APA). 
É preciso levar em consideração esse detalhe, 
porque muitos autores, por hábito, costumam 
misturar estilos por esquecimento ou, muito 
comumente por aproveitarem (copiando e 
colando) partes das referências já formatadas 
de artigos redigidos sob outros modelos.
É essencial avaliar e apontar a existência de erros 
de digitação e outros tipos de erro semelhantes. 
Sugere-se fazer uma lista com os principais 
tipos de erros apontados, indicando-os por 
categorias: gramaticais (referentes ao conjunto 
de prescrições e regras que determinam o 
uso considerado da língua escrita e falada), 
ortográficos (referentes ao desconhecimento 
das regras para a correta grafia das palavras), 
de digitação (chamados de typos) e outros. 
Se existirem muitos erros (mais de 10), é 
importante advertir ao autor de que há múltiplos 
e erros sérios e que se faz necessária atenção a 
eles antes da publicação. Se o uso do idioma no 
artigo for fraco (seja o Português ou o Inglês), 
deve ser aconselhada a procura de ajuda para a 
revisão ou mesmo a reescrita do texto antes da 
submissão final.
Com este tópico, você termina o estudo do conteúdo selecionado para esta unidade. Vamos fazer uma 
verificação se está conseguindo aprender o que tratamos aqui? Execute as atividades disponibilizadas. 
Qualquer dúvida, retorne ao texto!
1.2.3 Os gráficos, figuras, tabelas e diagramas
13
Referências
BRAGA, Maria Elisa Rangel. Como escrever artigo científico. 2013. Disponível em: 
http://aai.bireme.org/wp-content/blogs.dir/2/files/2013/08/Como-avaliar-artigo-
cientifico_2013.pdf.
BRANDÃO, Anarosa Alves Franco; COSTA, Anna Helena Reali. Metodologia de Pesquisa 
Científica em Engenharia de Computação. 2019. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/
pluginfile.php/2097205/mod_resource/content/2/Aula3-2016.pdf.
LEMLE, Marina. Revisão por pares: entre o ‘duplo-cego’ e a transparência total do processo 
de avaliação de artigos.[online] Blog de HCS-Manguinhos. 2019. Disponível em: http://www.
revistahcsm.coc.fiocruz.br/revisao-por-pares-do-duplo-cego-a-abertura-total/.
NASSI-CALÒ, Lilian. Avaliação por pares: modalidades, prós e contras [online]. SciELO em 
Perspectiva, 2015. Disponível em: https://blog.scielo.org/blog/2015/03/27/avaliacao-por-
pares-modalidades-pros-e-contras/.
OLIVEIRA, Carla. O processo de revisão por pares aberta [online]. Periódicos UFMG, 2020. 
Disponível em: https://www.ufmg.br/periodicos/o-processo-de-revisao-por-pares-
aberta/.
PORTO, Flávia; GURGEL, Jonas Lírio. Sugestão de roteiro para avaliação de um artigo 
científico. Rev. Bras. Ciênc. Esporte 40 (2), Apr-Jun 2018. https://doi.org/10.1016/j.
rbce.2017.12.002.
SILVA, Cláudio N. N.; SILVEIRA, Murilo A. A.; MUELLER, Suzana P. M. Sistema de revisão por 
pares na ciência: o caso de revistas científicas do Brasil, da Espanha e do México. Estudos 
em Comunicação n. 21, 2015. DOI: 10.20287/ec.n21.a17.
SPINAK, Ernesto. Sobre as vinte e duas definições de revisão por pares aberta… e mais [online]. 
SciELO em Perspectiva, 2018. Disponível em https://blog.scielo.org/blog/2018/02/28/
sobre-as-vinte-e-duas-definicoes-de-revisao-por-pares-aberta-e-mais/.
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2097205/mod_resource/content/2/Aula3-2016.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2097205/mod_resource/content/2/Aula3-2016.pdf
http://www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/revisao-por-pares-do-duplo-cego-a-abertura-total/
http://www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/revisao-por-pares-do-duplo-cego-a-abertura-total/
https://www.ufmg.br/periodicos/o-processo-de-revisao-por-pares-aberta/
https://www.ufmg.br/periodicos/o-processo-de-revisao-por-pares-aberta/
https://doi.org/10.1016/j.rbce.2017.12.002
https://doi.org/10.1016/j.rbce.2017.12.002
14
2.1 Decisões possíveis
Lembre-se de que o seu parecer deve comunicar e justificar assertivamente, ao editor e ao autor, a decisão 
tomada. Em síntese, o seu texto de conclusão da revisão deve informar o motivo pelo qual o artigo irá 
interessar à audiência do periódico. Lembre-se de que a sua orientação geral deve ser muito bem justificada.
Geralmente há algumas opções padronizadas pelo periódico que deverão ser utilizadas como recomendação geral.
Unidade 2: Decisões possíveis e elaboração do parecer
Objetivo de aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de identificar as decisões possíveis a serem tomadas após a avaliação, 
além de reconhecer o método de elaboração do parecer.
Aceitar ou rejeitar? 
Fonte: CEPED/UFSC (2021)
1 Aceitar o texto em sua versão atual sem revisões;
2 Aceitar após revisões menores (novo 
processo de avaliação é desnecessário);
3 Aceitar depois de maiores revisões (e após 
uma nova avaliação);
4 Rejeitar, mas com o incentivo de que ele 
seja reenviado em outro formato (por exemplo, 
artigo de opinião, ensaio ou relato de pesquisa 
em andamento – caso exista alguma dessas 
opções disponíveis).
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Com base no que acabou de ler, você consegue responder o que pode ser levado em conta ao se aceitar 
ou rejeitar um artigo? Bem, há vários motivos possíveis para se aceitar ou rejeitar um artigo. Um artigo 
pode ser aprovado, por exemplo, quando for excelente (com uma grande contribuição para a área); quando 
o artigo for muito bom (quando ele apresenta boas contribuições); quando ele atende aos requisitos para 
ser publicado (apresenta algumas contribuições) e, finalmente; quando ele pode vir a ser aceito se for 
modificado (quando ele apresenta contribuições, mas apresenta pontos que merecem ser corrigidos e, caso 
isso seja feito, pode ser recomendada aceitação).
No que diz respeito à rejeição, um artigo deve ser rejeitado:
1 Quando não se encaixa no escopo da 
revista (nesse caso isso deve ser indicado 
aos autores e pode ser feita uma sugestão de 
publicação alternativa);
2 Se for fraco (quando apresenta pouca ou 
nenhuma contribuição para a área ou quando 
ele não está pronto para a publicação);
3 Quando você tem dúvidas se o artigo deve 
ou não ser aceito (mas, nesse caso, você deve 
indicar que, caso outros avaliadores divirjam, 
você não se oporia fortemente à sua aceitação);
4 Quando for inaceitável admiti-lo na 
publicação (quando ele não apresentar 
nenhuma contribuição, quando ele for falho 
– apresentar erros graves, falhas éticas na 
condução do estudo, falhas metodológico-
científicas, equívocos de análise e 
interpretação dos resultados e outros erros 
que o desqualifiquem).
É sugerido que, ao enviar seus comentários ao editor, caso seja possível assinalar a opção de não mostrar 
essa parte da avaliação aos autores, você informe ao editor sobre as condições em que a avaliação foi 
conduzida. Caso isso não seja possível, e existam situações a serem relatadas, você deve utilizar outros 
canais de comunicação com ele para informar:
• Qual é o seu nível de expertise na área específica do artigo e, em função disso, o quão confiante você 
está quanto à sua visão do artigo; 
• Quanto tempo você usou nesta revisão, e se você teve a oportunidade de verificar realmente as 
equações e dados apresentados. Se não tiver podido se comunicar de tal maneira, é essencial dizer 
isso ao editor para que ele possa ser capaz de contornar a dificuldade (o mesmo se aplica se você não 
dominar parte do conteúdo); 
• Você tem, ainda, o dever de informar se existem potenciais conflitos de interesse, e caso tenha recorrido 
a colegas, você deve informar que recorreu a eles e dar reconhecimento a essas pessoas que o ajudaram. 
2.2 A elaboração do parecer
Finalmente, ao elaborar o seu parecer para dar o feedback ao autor inserindo-o no local apropriado do 
formulário, você deve utilizar todas as anotações que fez ao longo da avaliação do trabalho para redigir, 
abordando ponto por ponto, a partir do resumo que você fez, os aspectos positivos e negativos do trabalho 
– em outras palavras, elaborar, de modo embasado e qualificado, o parecer final da avaliação.Lembre-se de 
introduzir o resumo que você fez para orientar a sua compreensão do texto no início do parecer, colocar em 
evidência para o autor que você realmente leu e compreendeu o trabalho.
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LEMBRE-SE: ao redigir o feedback, tenha três coisas em mente: coloque o conteúdo claramente, 
escreva numa forma neutra e polida, e procure elaborar suas frases de uma maneira equilibrada 
(utilizando exemplos e sendo respeitoso, ainda que tenha que falar com firmeza). Isso ajudará o 
autor a compreender melhor o que você tem a dizer.
Exemplos práticos
Leia os pareceres e a justificativa para cada um, analisando se é um bom parecer ou se precisa ser melhorado, 
no sentido de auxiliar, de fato, os autores no aperfeiçoamento de sua competência como pesquisadores e 
escritores de artigos científicos.
PARECER 1
Ainda que o artigo se insira dentro da temática relevante da promoção da higiene oral e dos cuidados bucais 
voltados para prevenir cáries e que esta seja de extrema importância, ele é mal formulado e apresenta resultados 
pífios. Desconsidera que a relação entre a percepção de educadores e alunos sobre os bochechos fluorados 
e a motivação dos pesquisados, embora subentendida, não é explicitada em momento nenhum no texto. 
Ao ignorar essa ideia, falha miseravelmente na tentativa de tornar o artigo interessante e passa a sustentar 
pesquisa inteira pela, pobre, justificativa de que bochechos fluoretados são preconizados. A motivação dos 
autores não fica clara. O impacto para a área de conhecimento é pobre e os métodos de pesquisa propostos 
são simplórios. Falando de questões pontuais, o escopo do artigo se encaixa no perfil da publicação e não 
há sinais de plágio. O título e o resumo traduzem convenientemente o conteúdo do artigo, no entanto, 
as palavras-chave não, faltando mencionar “percepções individuais”. As citações foram corretamente 
desenvolvidas e o artigo possui coerência interna em suas partes. O tema é pouco relevante e de pouco 
impacto. O problema foi mal formulado e as hipóteses que os autores perseguem sem muita convicção não 
claras. Os objetivos são simplórios e a pesquisa não tem relevância explicitada. A metodologia é adequada 
ao objetivo pobre e espelha a limitação dos autores como um todo, porém utiliza escolas sem e com atenção 
de saúde bucal por cirurgião-dentista, mas não explicita se as utilizou como grupo controle. Ainda que ela 
permita que outros pesquisadores reproduzam o experimento e compreendam as condições em que as 
experimentações e observações foram conduzidas, a pergunta é: para quê eles se dariam a esse trabalho? Os 
poucos resultados são corretamente apresentados e analisados numa discussão primária e infantil (quase 
risível), ainda que correta (uma mera reafirmação do óbvio). As conclusões são tão pobres e óbvias que o 
artigo e, obviamente, a pesquisa da qual ele resultou, poderiam perfeitamente não existir. As referências 
foram corretamente apresentadas. Nesse sentido o meu parecer é de que o artigo deve ser rejeitado por 
considerá-lo inadequado à publicação.
Embora os argumentos e a avaliação estejam corretos, eles são apresentados de forma pouco 
polida, chegando, em alguns momentos a ser deselegante e beirar o ofensivo chegando a 
fazer juízos de valor sobre as capacidades intelectuais dos autores. Ainda que a argumentação 
apresente, em alguns pontos, alguns exemplos que ilustrem os seus argumentos, em grande 
parte da conclusão do parecer isso não acontece. Essa forma de se expressar limita a capacidade 
comunicativa do texto, dificultando que o autor compreenda em que elas se fundamentam. 
Finalmente, o parecer não apresenta sugestões que possam corrigir as limitações encontradas.
Não é um parecer adequado.
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PARECER 2
Embora a temática global da promoção da higiene oral e dos cuidados bucais como alternativas para a 
prevenção às cáries seja de extrema importância, o artigo apresenta alguns problemas que merecem ser 
destacados. A relação entre a percepção de educadores e alunos sobre a realização de bochechos fluorados 
e a motivação dos professores para incentivá-la e dos alunos para praticá-la, embora subentendida, não é 
explicitada em momento nenhum no texto (que apoia a pesquisa inteiramente na preconização dos referidos 
bochechos, levando o leitor (nos melhores casos) a trabalhar com a suposição de que a percepção seja o 
elemento importante do estudo e, nos piores casos, a simplesmente ignorá-la. Em função disso, uma vez que 
a motivação do estudo não é claramente exposta nesse quesito (e que, talvez, ela nem esteja suficientemente 
clara para os próprios autores), a metodologia utilizada acaba não sendo adequada ao aprofundamento 
dessa questão, o que resulta em um estudo pouco relevante, tanto do ponto de vista do tema específico (a 
investigação da percepção de professores e alunos quanto a uma ação de cuidado oral específica), quanto 
em termos de seu impacto para a área de conhecimento. Ainda sobre a metodologia, qual é o propósito de se 
incluírem escolas onde a prática da atenção bucal não é praticada se esse material não é utilizado na análise 
como elemento de comparações (na condição de grupo controle)? O artigo se beneficiaria da realização de 
uma etapa qualitativa onde fosse aprofundada a análise das percepções dos sujeitos investigados através de 
uma amostragem destes, ou da introdução de outras alternativas no questionário utilizado (uma adaptação do 
instrumento) que vinculassem percepções e motivações de forma mais elaborada e, na análise, pudessem ser 
tratadas através de estatística multivariada. Isso aprofundaria o valor de uma avaliação que trabalha com dados 
complexos como os de natureza psicológica. Falando de questões pontuais, o escopo do artigo se encaixa 
no perfil da publicação e não há sinais de plágio. O título e o resumo traduzem convenientemente o conteúdo 
do artigo, no entanto, as palavras-chave não, faltando a menção às “percepções individuais” ou algum termo 
semelhante que expresse esse descritor. As citações foram corretamente desenvolvidas e o artigo possui 
coerência interna em suas partes. O tema, devido à forma como a pesquisa foi formulada, tornou-se pouco 
relevante e de pouco impacto. Uma vez que o problema não foi bem formulado em função da não explicitação 
da relação entre as percepções dos envolvidos e a prática efetiva do hábito de higiene bucal, as hipóteses dele 
derivadas não ficaram claras e, consequentemente, objetivos embora consistentes com os de uma pesquisa 
de natureza descritiva não tem a sua relevância explicitada (ou seja, não é demonstrado, na apresentação 
da ideia, o motivo pelo qual se deva realizar tal investigação). Como já exposto acima, a metodologia é 
adequada ao objetivo, proposto, porém falha em cumprir o papel subentendido e não explicitado no texto, e 
embora permita que outros pesquisadores reproduzam o experimento e compreendam as condições em que 
as experimentações e observações foram conduzidas, se revela incapaz de demonstrar a associação entre 
importância das percepções dos pesquisados e a prática da higiene bucal. Falta ainda à metodologia, uma 
explicação quanto aos motivos de ter sido proposto o estudo de escolas sem e com atenção de saúde bucal 
por cirurgião-dentista e, no entanto, os resultados desses dois grupos terem sido analisados em bloco sem 
nenhuma comparação entre eles. Embora os resultados estejam corretamente apresentados e analisados, 
pela falha estrutural original do trabalho, a discussão dos resultados, embora correta, oferece contribuições 
mínimas para o aprofundamento do tema. Isso se traduz, não somente nas conclusões pobres e óbvias, mas 
também na pobreza de sua sustentação. As referências foram corretamente apresentadas. Nesse sentido, o 
meu parecer é de que o artigo deve ser rejeitado por apresentar pouca ou nenhuma contribuição para a área. 
Sugiro que a pesquisa seja reformulada e que uma nova etapa seja elaborada para atender às necessidades 
da relação que ele se propôs a estabelecer e, nessemeio tempo, sugiro que ele seja reenviado em outro 
formato (como o relato da primeira etapa de uma pesquisa em andamento).
Na sua formulação, o parecer utilizou todas as anotações feitas ao longo da avaliação do trabalho e 
abordou, ponto por ponto, os aspectos positivos e negativos do trabalho, apresentando de modo 
embasado e qualificado, o parecer da final avaliação, colocando em evidência para o autor que o trabalho 
foi lido e compreendido. O feedback colocou o conteúdo claramente, foi escrito de forma neutra e polida, 
embora firme, procurou elaborar as frases de uma maneira equilibrada, utilizou exemplos e foi respeitoso.
É um parecer adequado. 
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PARECER 3
O resumo utiliza o modelo estruturado e, dentro dessa perspectiva é bem feito. A Introdução informa de 
modo sintético, o contexto e a problemática que foram estudados e finaliza com o objetivo que é claramente 
explicitado. A metodologia apresenta claramente os procedimentos metodológicos adotados, bem como 
outros elementos essenciais como: população estudada, local, análises estatísticas utilizadas e amostragem. 
No que diz respeito à discussão, ela é objetivamente conduzida e os resultados, selecionados entre os mais 
relevantes são compatíveis com ela e levam em consideração os resultados numéricos e seu significado 
estatístico. Finalmente as conclusões mais relevantes são apresentadas, ainda que o artigo não faça indicações 
de novos estudos recomendados e as limitações do estudo. Tendo isso em vista, recomendo a publicação do 
artigo sem revisões.
O parecer, embora escrito em linguagem objetiva e respeitosa, não é bem redigido e, por 
não considerar as suas limitações, aparenta ter sido escrito sem uma apreciação detida 
do documento. Não foi abordada a incongruência de se terem estudado as escolas sem e 
com atenção de saúde bucal por cirurgião-dentista e, no entanto, os resultados desses dois 
grupos terem sido analisados em bloco sem ter sido feita nenhuma comparação entre eles.
Não foi levada em consideração, na sua redação, pequena contribuição do estudo para 
a discussão temática em questão e nem a ideia subentendida no título e não explorada 
convenientemente no estudo: a suposta relação entre as percepções dos envolvidos e as 
motivações para a prática efetiva do hábito de higiene bucal através de bochechos fluoretados.
Não é um parecer adequado.
PARECER 4
O escopo do artigo se encaixa no perfil da publicação e não há sinais de plágio. O título e o resumo traduzem 
convenientemente o conteúdo do artigo, porém, as palavras-chave não incluem o termo “percepções”, 
mencionado como ponto fundamental da pesquisa. As citações foram corretamente desenvolvidas e o artigo 
possui coerência interna em suas partes. O tema foi mal desenvolvido e resultou numa pesquisa de pouca 
relevância e de impacto limitado. O problema não foi bem formulado e as hipóteses dele derivadas não 
deixam claras as ideias que subjazem o estudo. Os objetivos, embora consistentes com os de uma pesquisa 
de natureza descritiva, não têm relevância prática. A metodologia é adequada ao objetivo proposto e, embora 
permita a reprodução do experimento e descreva com clareza as condições em que as experimentações 
e observações foram conduzidas, se mostra insuficiente para aprofundar discussão da associação entre 
importância das percepções dos pesquisados e a prática da higiene bucal. O artigo não indica porque utilizou 
grupo estudo e grupo controle e porque, apesar de tê-lo feito, analisou os resultados em bloco. Dessa forma, 
ainda que os resultados tenham sido corretamente apresentados e analisados, a discussão dos resultados, 
apesar de correta, contribui pouco para o aprofundamento do tema, resultando em conclusões pobres e 
pouco sustentadas. As referências foram corretamente apresentadas. Em vista do exposto, recomendo a 
rejeição do artigo por considerar que seus resultados contribuem pouco para a área.
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Apesar de escrito de forma objetiva e respeitosa, e de abordar os pontos essenciais do 
estudo, a conclusão do parecer não esmiúça os motivos que levaram a sua rejeição, não 
deixando claro (e com exemplos) para os autores quais foram as suas limitações dificultando 
para eles o aprendizado a partir da experiência. Outro ponto limitante é que o parecer não 
oferece sugestões para melhorar o material, novamente limitando o potencial educativo da 
experiência de rejeição.
A proposta de conclusão, apesar de ter sido escrita de forma objetiva e respeitosa e centrar-
se na limitação principal do artigo, não evidencia que o avaliador percorreu todo o texto com 
sua análise, o que pode deixar margem para os autores imaginarem que a sua apreciação 
negativa se deveu a uma leitura parcial ou superficial do mesmo.
A análise não apontou a incongruência de se terem estudado as escolas sem e com atenção 
de saúde bucal por cirurgião-dentista e, no entanto, os resultados desses dois grupos terem 
sido analisados em bloco sem ter sido feita nenhuma comparação entre eles. Finalmente, 
o parecer não reconhece os méritos do trabalho como uma possível etapa inicial de um 
trabalho posterior melhor elaborado.
Não é um parecer adequado.
Não é um parecer adequado.
PARECER 5
O artigo enfoca a temática global da promoção da higiene oral e dos cuidados bucais como alternativas para a 
prevenção às cáries, mas, embora esse tema seja de extrema importância, ao fazê-lo, o artigo não consegue 
apresentar a relação que sugere entre a percepção de educadores e alunos sobre a realização de bochechos 
fluorados e a motivação dos professores para incentivá-la e dos alunos para praticá-la. Desse modo, baseia 
toda a sua construção apenas na justificativa de que existe uma preconização de bochechos fluoretados, 
supondo que isso basta para justificar um estudo quanto às percepções dos sujeitos de pesquisa sobre o 
assunto. Uma vez que a motivação para o estudo não é claramente explicitada, isso tem impacto direto 
na concepção da metodologia utilizada que acaba não sendo adequada ao aprofundamento da “questão 
subjetiva” sugerida. Também impacta nos resultados, pouco relevantes e que contribuem pouco para a área 
de conhecimento. O artigo se beneficiaria de uma etapa qualitativa para aprofundar a análise das percepções 
dos sujeitos investigados ou de outra proposta metodológico-estatística capaz de vincular, através de 
um estudo quantitativo, as percepções e motivações dos envolvidos de forma mais complexa (estatística 
multivariada?). Diante do exposto, recomendo que o artigo seja rejeitado por não apresentar maturidade 
suficiente na formulação e contribuições pouco relevantes para a área.
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Com esse tópico, terminamos a apresentação do conteúdo selecionado para esta unidade. Vamos fazer 
uma verificação de como foi sua aprendizagem? Execute as atividades disponibilizadas a seguir e veja se 
você compreendeu os principais pontos desenvolvidos. Qualquer dúvida, retorne ao texto!
21
Referências
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http://aai.bireme.org/wp-content/blogs.dir/2/files/2013/08/Como-avaliar-artigo-
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Disponível em https://www.ufmg.br/periodicos/o-processo-de-revisao-por-pares-aberta/.PORTO, Flávia; GURGEL, Jonas Lírio. Sugestão de roteiro para avaliação de um artigo científico
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pares na ciência: o caso de revistas científicas do Brasil, da Espanha e do México. Estudos em 
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http://www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/revisao-por-pares-do-duplo-cego-a-abertura-total/
http://www.revistahcsm.coc.fiocruz.br/revisao-por-pares-do-duplo-cego-a-abertura-total/
https://blog.scielo.org/blog/2015/03/27/avaliacao-por-pares-modalidades-pros-e-contras/
https://blog.scielo.org/blog/2015/03/27/avaliacao-por-pares-modalidades-pros-e-contras/
https://www.ufmg.br/periodicos/o-processo-de-revisao-por-pares-aberta/
https://doi.org/10.1016/j.rbce.2017.12.002
https://blog.scielo.org/blog/2018/02/28/sobre-as-vinte-e-duas-definicoes-de-revisao-por-pares-aberta-e-mais/
https://blog.scielo.org/blog/2018/02/28/sobre-as-vinte-e-duas-definicoes-de-revisao-por-pares-aberta-e-mais/
	Unidade 1: Noções básicas do processo de revisão
	1.1 Tipos de revisão
	1.1.1 Revisão triplo-cego
	1.2 Roteiro de revisão
	1.2.1 O título
	1.2.2 O resumo
	1.2.3 Os gráficos, figuras, tabelas e diagramas
	Referências
	Unidade 2: Decisões possíveis e elaboração do parecer
	2.1 Decisões possíveis
	2.2 A elaboração do parecer
	Referências

Outros materiais