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HISTÓRIA-COMPARADA-DA-PINTURA-DA-MÚSICA-E-DA-LITERATURA-1

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1 
 
 
 
HISTÓRIA COMPARADA DA PINTURA, DA MÚSICA E DA 
LITERATURA 
2 
 
 
Sumário 
 
NOSSA HISTÓRIA 3 
INTRODUÇÃO 4 
Historia da Pintura 5 
Literatura comparada 18 
A história da música 24 
CONCLUSÃO 39 
REFERENCIAS 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A história da pintura é o termo para designar todo o conjunto manifestações 
artísticas dentro da pintura. Assim como a história da arte, ela é dividida em períodos 
e fases, de modo a facilitar o estudo e a comparação entre os diferentes movimentos 
artísticos. A história da pintura começa nos tempos pré-históricos e perpassa todas 
as culturas. 
A história da literatura procura entender todas as modificações que a produção 
literária passou ao longo da evolução da sociedade. A Literatura busca influência nela 
mesma para sempre ter a possibilidade de abrir novos caminhos e novas idéias. É 
por esta razão que o entendimento correto sobre cada estilo é tão importante, pois 
através dessa compreensão temos uma visão geral da Literatura e da sociedade que 
a produziu. 
A música do Brasil se formou a partir da mistura de elementos europeus, 
africanos e indígenas, trazidos pelos colonizadores portugueses, que se espantaram 
com a maneira de vestir dos nativos e a maneira como faziam música. 
A música brasileira mistura elementos de várias culturas, principalmente as 
culturas chamadas formadoras, que eram a dos colonizadores portugueses, dos 
nativos e dos escravos. Os primeiros professores de música no Brasil foram os padres 
jesuítas, responsáveis pela catequese dos indígenas, a partir de 1549. No sul do brasil 
os Jesuítas construíram as Missões, que era um projeto que além de levar cultura aos 
índios, também os ensinavam a religião católica. 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Historia da Pintura 
 
 
 
Pintura é uma técnica que utiliza pigmentos em forma líquida para colorir uma 
superfície, atribuindo tons e texturas, esta superfície pode ser tela, papel ou parede. 
A pintura é diferente do desenho por usar pigmentos líquidos. 
A cor é o elemento essencial da pintura. A estrutura fundamental de uma obra 
é composta pela relação entre as massas coloridas. 
A pintura faz parte da vida do ser humano desde o Renascimento, foi umas 
das principais formas de representação dessa época, está presente nos dias atuais. 
A pintura se expressa através da superfície onde será produzida e dos 
materiais, como pincéis e tintas, que lidam com os pigmentos. 
 
6 
 
 
Além da pintura convencional existe a pintura figurativa, que é a reprodução de 
um tema familiar à realidade natural ou interna do artista. 
A pintura refere-se genericamente à técnica de aplicar pigmento em forma 
pastosa, líquida ou em pó a uma superfície, a fim de colori-la, atribuindo-lhe matizes, 
tons e texturas. 
Em um sentido mais específico, é a arte de pintar uma superfície, tais como 
papel, tela, ou uma parede (pintura mural ou de afrescos). Devido ao fato de grandes 
obras de arte, tais como a Mona Lisa e A Última Ceia, do renascentista Leonardo Da 
Vinci, serem pinturas a óleo, a técnica é historicamente considerada uma das mais 
tradicionais das artes plásticas. Com o desenvolvimento tecnológico dos materiais, 
outras técnicas tornaram-se igualmente importantes como, por exemplo, a tinta 
acrílica. 
Diferencia-se do desenho pelo uso dos pigmentos líquidos e do uso constante 
da cor, enquanto aquele apropria-se principalmente de materiais secos. 
No entanto, há controvérsias sobre essa definição de pintura. Com a variedade 
de experiências entre diferentes meios e o uso da tecnologia digital, a ideia de que 
pintura não precisa se limitar à aplicação do “pigmento em forma líquida”. Atualmente 
o conceito de pintura pode ser ampliado para a “representação visual através das 
cores”. Mesmo assim, a definição tradicional de pintura não deve ser ignorada. O 
concernente à pintura é pictural, pictórico, pinturesco, ou pitoresco. 
 
Cor 
 
7 
 
 
Na pintura, um dos elementos fundamentais é a cor. A relação formal entre as 
massas coloridas presentes em uma obra constitui sua estrutura básica, guiando o 
olhar do espectador e propondo-lhe sensações de calor, frio, profundidade, sombra, 
entre outros. Estas relações estão implícitas na maior parte das obras da História da 
Arte e sua explicitação foi uma bandeira dos pintores abstratos ou não-figurativos. A 
cor é considerada por muitos artistas como a base da imagem. 
A pintura acompanha o ser humano por toda sua história. Ainda que durante o 
período grego clássico não tenha se desenvolvido tanto quanto a escultura, a Pintura 
foi uma das principais formas de representação dos povos medievais, do 
Renascimento até o século XX. 
Mas é a partir do século XIX com o crescimento da técnica de reprodução de 
imagens, graças à Revolução Industrial, que a pintura de cavalete perde o espaço 
que tinha no mercado. Até então a gravura era a única forma de reprodução de 
imagens, trabalho muitas vezes realizado por pintores. Mas com o surgimento da 
fotografia, a função principal da pintura de cavalete, a representação de imagens, 
enfrenta uma competição difícil. Essa é, de certa maneira, a crise da imagem única e 
o apogeu de reprodução em massa. 
No século XX a pintura de cavalete se mantém através da difusão da galeria 
de arte. 
Mas a técnica da pintura continua a ser valorizada por vários tipos de designers 
(ilustradores, estilistas, etc.), especialmente na publicidade. Várias formas de 
reprodução técnica surgem nesse século, como o vídeo e diversos avanços na 
produção gráfica. 
A longo do século XX vários artistas experimentam com a pintura e a fotografia, 
criando colagens e gravuras, artistas como os dadaístas e os membros do pop art, só 
para mencionar alguns. Mas é com o advento da computação gráfica que a técnica 
da pintura se une completamente à fotografia. A imagem digital, por ser composta por 
pixels, é um suporte em que se pode misturar as técnicas de pintura, desenho, 
escultura (3D) e fotografia. 
8 
 
 
A partir da revolução da arte moderna e das novas tecnologias, os pintores 
adaptaram técnicas tradicionais ou as abandonaram , criando novas formas de 
representação e expressão visual. 
 
Pintura figurativa e abstrata 
 
 
Quando o artista pretende pintar num quadro uma realidade que é familiar, 
natural e sensível ou interna, a pintura é essencialmente a representação pictórica de 
um tema: é uma pintura figurativa. O tema pode ser uma paisagem (natural ou 
imaginada), uma natureza morta, uma cena mitológica ou cotidiana, mas 
independente disto a pintura manifestar-se-á como um conjunto de cores e luz. Esta 
foi praticamente a única abordagem dada ao problema em toda a arte ocidental até 
meados doinício do século XX. 
 
9 
 
 
A partir das pesquisas de Paul Cézanne, os artistas começaram a perceber 
que era possível lidar com realidades que não necessariamente as externas, 
dialogando com características dos elementos que são próprios da pintura, como a 
cor, a luz e o desenho. Com o aprofundamento destas pesquisas, Wassily Kandinsky 
chegou à abstração total em 1917. A pintura abstrata não procura retratar objetos ou 
paisagens, pois está inserida em uma realidade própria. 
A abstração pode ser, porém, construída, manifestando-se em uma realidade 
concreta porém artificial. Esta foi a abordagem dos construtivistas e de movimentos 
similares. Já os expressionistas abstratos, como Jackson Pollock, não construíam a 
realidade, mas encontravam-na ao acaso. Este tipo de pintura abstrata resulta 
diametralmente oposta à primeira: enquanto aquela busca uma certa racionalidade e 
expressa apenas as relações estéticas do quadro, esta é normalmente caótica e 
expressa o instinto e sensações do artista quando da pintura da obra. 
 
Técnica 
 
O segredo sãos os diversos tipos diferentes de tintas. Toda pintura é formada 
por um meio líquido, chamado médium ou Substâncias aglutinante, que tem o poder 
de fixar os pigmentos (meio sólido e indivisível) sobre um suporte. 
 
10 
 
 
A escolha dos materiais e técnica adequadas está diretamente ligada ao 
resultado desejado para o trabalho e como se pretende que ele seja entendido. Desta 
forma, a análise de qualquer obra artística passa pela identificação do suporte e da 
técnica utilizadas. 
O suporte mais comum é a tela (normalmente feita com um tecido tensionado 
sobre um chassis de madeira), embora durante a Idade Média e o Renascimento o 
afresco tenha tido mais importância. É possível também usar o papel (embora seja 
muito pouco adequado à maior parte das tintas). 
Quanto aos materiais, a escolha é mais demorada e, normalmente, envolve 
uma preferência pessoal do pintor e sua disponibilidade. O papel é suporte comum 
para a aquarela e o guache, e eventualmente para a tinta acrílica. 
As técnicas mais conhecidas são: a pintura a óleo, a tinta acrílica, o guache, a 
aquarela, a caseína, a resina alquídica, o afresco, a encáustica e a têmpera de ovo. 
É também possível lidar com pastéis e crayons, embora estes materiais estejam mais 
identificados com o desenho. 
 
Paisagem 
 
11 
 
 
Paisagem é um conceito que tem sido utilizado nas artes e na ciência, 
principalmente na Geografia, na Ecologia e na Arquitetura Paisagista. De acordo com 
a Convenção Europeia da Paisagem: “designa uma parte do território, tal como é 
apreendida pelas populações, cujo carácter resulta da ação e da interação de fatores 
naturais e/ou humanos”. 
É um conceito que mantém uma forte relação com o visual e com o 
imediatamente percebido. Em uma definição do senso comum, paisagem é definida 
como a porção visível do espaço, bem como sua representação. Contudo, sua 
abordagem científica vai muito além desta concepção. Numa abordagem científica, a 
paisagem está relacionada principalmente a padrões espaciais e processos formados 
pelas relações entres os componentes naturais e aqueles construídos, sendo o visível 
apenas um de seus aspectos. 
Por incluir aspectos da natureza e sociedade, o conceito de paisagem tem sido 
considerado como um guarda-chuva para projetos de melhoria da qualidade 
ambiental e urbana, a exemplo daqueles apoiados pela Iniciativa Latinoamericana da 
Paisagem. 
 
Pintura no Brasil 
 
Assunção de Nossa Senhora, de Mestre Ataíde, teto da igreja de São 
Francisco, Ouro Preto, início do século XIX. Ataíde representa um dos primeiros 
momentos de originalidade na pintura erudita brasileira. 
12 
 
 
 
Pinturas populares contemporâneas, Bahia. 
A pintura no Brasil nasceu com os primeiros registros visuais do território, da 
natureza e dos povos nativos brasileiros, realizados por exploradores e viajantes 
europeus cerca de cinquenta anos após o Descobrimento. Os índios já realizavam há 
muito tempo algumas formas de pintura no corpo, em paredes de grutas e em objetos, 
mas sua arte não influenciou a evolução posterior da pintura brasileira, que passou a 
ser dependente de padrões trazidos pelos conquistadores e missionários 
portugueses. 
No século XVII a pintura no Brasil já experimentava um desenvolvimento 
considerável, ainda que difuso e limitado ao litoral, e desde então conheceu um 
progresso ininterrupto e sempre com maior pujança e refinamento, com grandes 
momentos assinaláveis: o primeiro no apogeu do Barroco, com a pintura decorativa 
nas igrejas; depois, na segunda metade do século XIX, com a atuação da Academia 
Imperial de Belas Artes; na década de 1920, quando se inicia o movimento 
modernista, que teve sucesso em introduzir um sentido de genuína brasilidade na 
pintura produzida no país, e em tempos recentes, quando a pintura brasileira começa 
a se destacar no exterior e o sistema de produção, ensino, divulgação e consumo da 
pintura está firmemente estabilizado através de muitos museus, cursos universitários 
e escolas menores, exposições e galerias comerciais, além de ser uma atividade que 
conta com inúmeros praticantes profissionais e amadores. 
 
Pinturas rupestres da Serra da Capivara. 
Relativamente pouco se conhece a respeito da arte pictórica praticada no Brasil 
de antes da descoberta do território pelos portugueses. Os povos indígenas que foram 
encontrados pelo colonizador não praticavam a pintura como era conhecida na 
Europa, usando tintas na ornamentação corporal e na decoração de artefatos de 
cerâmica. Dentre as relíquias indígenas que sobreviveram desta época destaca-se 
um bom acervo de peças das culturas Marajoara, Tapajós e Santarém, mas tanto a 
tradição de cerâmica como a de pintura corporal foram preservadas pelos índios que 
ainda vivem no Brasil, estando entre os elementos mais distintivos de suas culturas. 
13 
 
 
Também ainda existem diversos painéis pintados com cenas de caça e outras figuras, 
realizados por povos pré-históricos em grutas e paredões rochosos em certos sítios 
arqueológicos. Estas pinturas provavelmente tinham funções rituais e teriam sido 
vistas como dotadas de poderes mágicos, capazes de capturar a alma dos animais 
representados e assim propiciar boas caçadas. O conjunto parietal mais antigo 
conhecido é o da Serra da Capivara, no Piauí, que exibe pinturas rupestres datadas 
de 32 mil anos atrás. Entretanto, nenhuma destas tradições se incorporou à corrente 
artística introduzida pelo colonizador, a qual se tornou predominante. Como disse 
Roberto Burle Marx, a arte do Brasil colonial é em todos os sentidos uma arte da 
metrópole portuguesa, embora em solo brasileiro tenha passado por várias 
adaptações ditadas pelas circunstâncias especificamente locais do processo 
colonizador. 
 
Precursores 
 
Entre os primeiros exploradores da terra recém-descoberta vieram alguns 
artistas e naturalistas, encarregados de fazer o registro visual da fauna, flora, 
geografia e povo nativo, trabalhando apenas com a aquarela e a gravura. Pode-se 
citar o francês Jean Gardien, que realizou as ilustrações de animais para o livro 
Histoire d'un Voyage faict en la terre du Brésil, autrement dite Amerique, publicado 
em 1578 por Jean de Léry, e o padre André Thevet, que afirmou ter realizado do 
natural as ilustrações para seus três livros científicos editados em 1557, 1575, e 1584, 
onde se incluía um retrato do índio Cunhambebe.[3] 
A produção dos viajantes ainda mostrava os traços da arte renascentista tardia 
(maneirista), e se insere mais no âmbito da arte europeia, para cujo público foi 
produzida, do que brasileira, ainda que seja de grande interesse pelos seus retratos 
da paisagem e da gente dos primeiros tempos da colonização. O primeiro pintor 
europeu que deixou obra no Brasil de que se tem notícia foi o padre jesuíta Manuel 
Sanches (ou Manuel Alves), quepassou por Salvador em 1560 a caminho das Índias 
Orientais mas deixou pelo menos um painel pintado no colégio da Companhia de 
Jesus desta cidade. Mais importante foi o frei Belchior Paulo, que aqui aportou em 
14 
 
 
1587 junto com outros jesuítas, e deixou obras de decoração espalhadas em muitos 
dos maiores colégios jesuítas até seu rastro se perder em 1619. Com Belchior se 
inicia efetivamente a história da pintura no Brasil. 
 
 
Os 5 Pintores mais conhecidos do mundo 
 
A Arte em si já é um conceito muito antigo, e dentro da arte a pintura talvez 
seja a área mais conhecida. Porém, ainda que seja algo antigo, o conhecimento de 
muitas pessoas sobre arte ou pintores não passa de já ter ouvido falar ou visto na 
televisão o quadro “Mona Lisa”. E é para mudar isso que nós trouxemos hoje uma 
lista de 5 pintores que estão entre os mais conhecidos do mundo, contendo e um 
breve resumo sobre quem eles eram e fotos de algumas de suas obras. 
 
1 – Cândido Portinari (1903 – 1962) 
 
15 
 
 
Grande pintor brasileiro, filho de imigrantes italianos, nascido em uma fazenda 
em São Paulo. Estudou na Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro e passou por 
diversos países europeus. Uma de suas principais características era retratar 
questões sociais do Brasil. 
 
Algumas de suas obras: 
“CAFÉ” – PORTINARI 
“OS RETIRANTES” – PORTINARI 
“O LAVRADOR DE CAFÉ” – PORTINARI 
 
2 – Leonardo da Vinci (1452-1519 
 
Pintor renascentista italiano que também tinha excelente desenvoltura em 
áreas como arquitetura, matemática, engenharia e outras. Trabalhou grande tanto em 
seu país de origem como também na França, onde trabalhou para o Rei Francisco I. 
 
Algumas de suas obras: 
“MONA LISA” – LEONARDO DA VINCI 
16 
 
 
“A ÚLTIMA CEIA” – LEONARDO DA VINCI 
“MADONNA LITTA” – LEONARDO DA VINCI 
 
3 – Michelangelo (1475-1564) 
 
Nascido na Itália, Michelangelo foi um dos maiores artistas e escultores de sua 
época, mesmo não tendo o apoio de seus pais no início de sua carreira. Além de 
pinturas e esculturas também trabalhou com arquitetura e poesia. Pintou o teto da 
Capela Sistina, admirada até hoje por centenas de pessoas. 
 
Algumas de suas obras: 
AFRESCOS DO TETO DA CAPELA SISTINA 
JULGAMENTO FINAL 
 
4 – Pablo Picasso (1881-1973) 
17 
 
 
 
Artista espanhol que trabalhou principalmente na França. Passou por diversas 
fases em sua carreira, como a chamada “Fase Azul”, período no qual suas obras eram 
predominadas por tons de azul e a “Fase Rosa”, sendo predominantes as cores rosa 
e vermelho. Passou também pelo cubismo e dedicou-se a áreas como esculturas e 
cerâmicas. 
 
Algumas de suas obras: 
“THE TRAGEDY” – PICASSO 
“QUEEN ISABEL” – PICASSO 
“FEMME AU MIROIR” – PICASSO 
 
5 – Van Gogh (1853-1890) 
18 
 
 
 
 
Pintor nascido na Holanda, Van Gogh passou por cidades como Londres e 
Paris, onde recebeu influência de mestres do impressionismo. Sofria de depressão, 
cortou sua própria orelha e acabou morrendo três dias após dar um tiro em si mesmo. 
“STARRY NIGHT” – VAN GOGH 
PAISAGEM DE OUTONO, VAN GOGH 
A PONTE LANGLOIS EM ARLES, VAN GOGH 
 
 
Literatura comparada 
 
19 
 
 
Literatura Comparada é o ramo da Teoria Literária que estuda, através da 
comparação dos diferentes textos literários junto de seus grupos linguísticos, como, 
as regras gramaticais, intertextualidades, culturas e nacionalidades, pontos que 
buscam uma relação de aproximação ou afastamento, sendo possível entre dois ou 
mais textos, incidindo o seu foco não somente na comparação da literatura em si, mas 
com maior ênfase nas respectivas teorias da literatura. Embora seja mais praticado 
com trabalhos em diferentes idiomas, os estudos no campo da literatura comparada 
podem também ser realizados com trabalhos em um mesmo idioma, de diferentes 
nações ou culturas na qual a língua é falada. Também pode abranger a comparação 
de diferentes tipos de artes; por exemplo, pode investigar a relação entre filmes e 
obras literárias . 
Em outras palavras, a Literatura Comparada pode ser compreendida como um 
campo interdisciplinar cujos “praticantes” estudam literatura transversalmente às 
fronteiras nacionais, ao tempo, às línguas, aos gêneros, aos limites entre a Literatura 
e as demais artes, assim como qualquer outra disciplina (literatura e psicologia, 
filosofia, ciências, história, arquitetura, sociologia e política). 
A Literatura Comparada, doravante LC, consiste em uma abordagem 
multidisciplinar que configura-se nos estudos comparativos das literaturas em 
diferentes áreas linguísticas, mas também de diferentes mídias e tipos de arte. O 
comparatista pode se interessar pelas literaturas nacionais, assim como pela música, 
pela Pintura e pelo Cinema, por exemplo. A prática dessa disciplina exige o domínio 
de muitas linguagens e conhecimentos em mais de um domínio de pesquisa. Por sua 
natureza pluralista, a LC encoraja o intercâmbio entre as disciplinas e os lugares de 
pesquisa. 
A expressão “Literatura Comparada” surge no século XIX e usa-se da 
comparação de estruturas com a finalidade de extrair leis gerais da literatura. 
Consagrada academicamente na França, tem sua primeira cátedra em Lyon, em 
1887, seguida por Sorbonne, 1910. Mas apenas nos primeiros decênios do século 
XX, ela ganha estatura de disciplina reconhecida, tornando-se objeto de ensino 
regular nas grandes universidades européias e norte-americanas e dotando-se de 
bibliografia específica e público especializados. Suas grandes representações foram 
a Escola Francesa (criada nos princípios de fonte e influência), a Escola Americana 
20 
 
 
(despojada de inflexões nacionalistas, grande ecletismo, fácil absorção de noções 
teóricas), Escola Soviética (compreensão da literatura como produto da sociedade). 
Inicialmente, a LC fazia comparações e distinções implícitas entre “literaturas 
maiores” e “literaturas menores”, sendo as primeiras as que, por via de uma maior 
força quantitativa e qualitativa, funcionariam como verdadeiros modelos ou “fontes” 
para as segundas, que se limitariam assim a um papel secundário, periférico, de 
integração de influências provenientes dos modelos. Esse comparatismo configurava-
se como uma relativização de uma hierarquia (“imagologia”, o estudo das imagens 
culturais que um determinado povo provoca em outra literatura nacional). Cabe 
salientar que os estudos comparados existiam muito antes de adentrarem o campo 
da literatura em si 
O conceito de Weltliteratur (“literatura mundial”) proposto ainda no século XVIII 
por Goethe (escritor, romancista, dramaturgo e filósofo alemão), corresponde assim 
a este intuito que pretende evitar um isolacionismo literário, sublinhando ainda a 
continuidade relativamente ao modelo anterior de uma “república das letras" 
(República das letras é uma expressão cunhada na Itália e que designa um espaço 
imaginário no qual estão todos os textos produzidos pelo Ocidente desde a 
Antiguidade, isto é, desde os gregos), no interior da qual os pressupostos 
nacionalistas eram relativamente pouco atuantes. Pelo contrário, a LC desenvolver-
se-á e sistematizar-se-á adentro do que poderemos designar como um “paradigma 
nacionalista”, o que explica que ela seja considera frequentemente, como uma 
disciplina pela qual os gestos e as vontades de entendimento internacionalista 
encontram um canal quase exclusivo. É ao longo, então, do século XIX que se 
assistirá à progressiva implantação institucional da disciplina, quer através de cursos 
universitários que se reclamam do comparatismo, quer através da publicação de 
obras que integram já esta designação, quer ainda através da publicação de revistas 
em que a “literatura comparada” surge como propósito fundador. 
A LC nasceu em um âmbito em que cada nação fechava-se dentro de si 
mesma e era necessário combater esse isolacionismo nacionalista. Ela ficou um 
longo tempo limitada aos estudos de autores emrelação biográfica. Mas hoje, sob 
influência notadamente das pesquisas norte-americanas, ela se abriu para os estudos 
temáticos e ideológicos. 
21 
 
 
 
A Escola Americana, verbi gratia, era vernaculamente alinhada às visões 
internacionalistas de Goethe e Posnett (possivelmente refletindo o desejo pós-guerra 
de uma cooperação internacional), procurando por exemplos de confianças 
universais do ser humano baseadas nos arquétipos literários que apareciam por toda 
a literatura a todo tempo e em todo lugar. 
A LC pressupõe a existência e a prática de uma atitude comparativa que, no 
entanto, apresenta um âmbito e um escopo muito mais amplos e ambiciosos, se bem 
que metodologicamente menos consistentes. Reconhecendo que a comparação se 
configuraria como um meio, uma metodologia de analise e estudo e não como algo 
fechado em si. 
Surgida de uma necessidade de evitar o fechamento em si das nações recém 
constituídas e com uma intenção de cosmopolitismo literário, a LC deixa de exercer 
essa função “internacionalista” para converter-se em uma disciplina que põe em 
relação diferentes campos científicos. 
A atitude comparativa foi central, por exemplo, para que a literatura e a cultura 
latinas se pensassem nas suas relações e especificidades face à literatura e cultura 
gregas; ou na forma como a Idade-Média integrou e reformulou essa herança 
clássica, diversificando-a através das específicas direções que viriam a constituir as 
várias literaturas nacionais. 
Não deveremos confundir a área dos estudos de recepção com o “velho” 
estudo de fontes e influências: não só porque a tônica não é já a da produção (o 
autor), mas sim a da recepção (o leitor e suas diversas configurações), mas, 
sobretudo, porque se passa a insistir quer no caráter dinâmico da história literária 
quer nas relações culturais que o literário pressupõe. Bem como o caráter universal 
da literatura. 
 
Crise 
Desvinculando-se da exclusividade dos estudos franceses e de uma postura 
clássica, René Wellek em 1958, no 2º Congresso da recém-criada Association 
22 
 
 
Internationale de Littérature Comparée, polemicamente intitula a sua conferência “The 
crisis of comparative literature” (Wellek, 1959). A “crise” diagnosticada e analisada por 
Wellek, e que ele faz radicar na fundamentação historicista e positivista do modelo 
comparatista tradicional, levará a que, progressivamente, se assista a uma clara 
renovação dos objetos e métodos da disciplina, protagonizada pela crescente 
importância da Teoria literária nos estudos literários em geral e na Literatura 
Comparada em particular. 
Para Wellek, a LC estava restringindo-se a analise de fragmentos e estudos de 
fontes e influencias, com isso, geraria um enorme desprestigio da área. Defendia, 
ainda, que a analise focasse no texto em si e não em questões externas e contextuais. 
Conforme, Guillén (1985), “as fronteiras de uma nação não rasuram nem 
conseguem esbater as passagens culturais e mais especificamente literárias que 
estão na base de qualquer dita ‘literatura nacional’” . 
 
 
Áreas de Atuação 
Enfim, o campo de atuação da LC é hoje altamente diversificado: por exemplo, 
comparatistas frequentemente estudam literatura chinesa, árabe e de grandes 
línguas mundiais e de outras regiões, assim como o fazem com o Inglês e as 
literaturas européias. 
Há marcas em muitas partes do mundo de que a disciplina vem prosperando, 
especialmente na Ásia, na América Latina e no Mediterrâneo. As atuais tendências 
da LC também refletem a crescente importância dos estudos culturais nos campos da 
literatura. 
Outra área de atuação da LC é o campo da tradução. Relacionados de modo 
muito forte com esta área, os estudos de tradução afirmam-se progressivamente 
como zona cujo crescente impacto e fundamentação teórica tem inclusivamente 
levado à sua defesa como área comparatista privilegiada. 
 
23 
 
 
Em síntese, a LC parece poder surgir como espaço reflexivo privilegiado para 
a tomada de consciência do caráter histórico, teórico e cultural do fenômeno literário, 
quer insistindo em aproximações caracterizadas por fenômenos “transtemporais” e 
supranacionais quer acentuando uma dimensão especificamente cultural, visível, por 
exemplo, em áreas como os estudos de tradução ou os estudos Inter semióticos. 
Daqui decorrem três tendências centrais para o entendimento das perspectivas atuais 
do comparatismo: uma tendência multidisciplinar (e mesmo eventualmente 
interdisciplinar); uma tendência interdiscursiva, visível no desenvolvimento das 
relações com áreas como a história, a filosofia, a sociologia e a antropologia; 
finalmente, uma tendência Inter semiótica, que tenta colocar o fenômeno literário no 
quadro mais alto das manifestações artísticas humanas. De todas elas ressalta um 
aspecto comum: o de que a LC situa-se na área particularmente sensível da “fronteira” 
entre nações, línguas, discursos, práticas artísticas, problemas e conformações 
culturais. E esta colocação faz dela um campo de indagações particularmente fértil 
para a colocação de problemas que, se tomados em absoluto, dificilmente poderão 
encontrar uma formulação epistemológica significativa. 
 
PERÍODOS LITERÁRIOS NO BRASIL 
 
Dividido em dois momentos: 
 
- Literatura do período colonial (Literatura de Informação, Barroco e Arcadismo 
– 1500 até 1822) 
 
Nesse período ocorreram várias manifestações literárias de um grupo 
composto por alguns escritores que copiavam os padrões e tendências de Portugal. 
 
24 
 
 
- Literatura do período nacional ( Romantismo, Realismo – Naturalismo, 
Parnasianismo, Simbolismo, Pré-Modernismo, Modernismo, Pós-Modernismo – da 
Independência até os dias de hoje). 
Todos os acontecimentos históricos e marcantes da história do Brasil 
contribuíram para fortalecer os movimentos literários. O público cresceu e com isso 
estimulou os escritores a melhorar cada vez mais suas obras. 
 
A história da música 
 
A música do Brasil é uma das expressões mais importantes da cultura 
brasileira. Formou-se, principalmente, a partir da fusão de elementos europeus, 
indígenas e africanos, trazidos por colonizadores portugueses e pelos escravos. 
Até o século XIX, Portugal foi a principal porta de entrada para a maior parte 
das influências que construíram a música brasileira, tanto a erudita como a popular, 
introduzindo a maioria do instrumental, o sistema harmônico, a literatura musical e 
boa parcela das formas musicais cultivadas no país ao longo dos séculos, ainda que 
diversos destes elementos não fossem de origem portuguesa, mas genericamente 
europeia. A maior contribuição do elemento africano foi a diversidade rítmica e 
algumas danças e instrumentos — a exemplo do maracatu —, que tiveram um papel 
maior no desenvolvimento da música popular e folclórica. O indígena praticamente 
não deixou traços seus na corrente principal, salvo em alguns gêneros folclóricos de 
ocorrência regional. 
25 
 
 
 
A partir de meados do século XVIII se intensificou o intercâmbio cultural com 
outros países além da metrópole portuguesa, provocando uma diversificação, como 
foi o caso da introdução da ópera italiana e francesa, das danças como a zarzuela, o 
bolero e habanera de origem espanhola, e das valsas e polcas germânicas, que se 
tornaram vastamente apreciadas. Com a crescente influência de elementos 
melódicos e rítmicos africanos, a partir de fins do século XVIII a música popular 
começou a adquirir uma sonoridade caracteristicamente brasileira, que se consolida 
na passagem do século XIX para o século XX principalmente através da difusão do 
lundu, do frevo, do choro e do samba. 
No século XX verificou-se um extraordinário florescimento tanto no campo 
erudito como no popular, influenciado por uma rápida internacionalização da cultura 
e pelo desenvolvimento de um contexto interno mais rico e propício ao cultivo das 
artes. É o período em que a música nacionalganha também em autonomia e 
identidade própria, embora nunca cessasse — e de fato crescesse — a entrada de 
novas referências estrangeiras. A produção de Villa Lobos é o primeiro grande marco 
do brasilianismo musical erudito, mais tarde desenvolvido por muitos outros 
compositores, e combatido por outros, que adotam estéticas como o dodecafonismo 
e mais tarde a música concreta e a música eletrônica. No mesmo período a música 
popular ganha o respeito das elites e consolida gêneros que se tornaram marcas 
registradas do Brasil, como o samba e a bossa nova, ao mesmo tempo em que o rock 
e o jazz norte-americanos são recebidos no país com grande sucesso, adquirem 
feições próprias e conquistam legiões de fãs. Gêneros regionais de origem folclórica 
como a música sertaneja, o baião, o forró e vários outros também ganham força e são 
ouvidos em todo o território nacional. 
Esse crescimento exponencial em quantidade e qualidade da atividade musical 
ao longo do século XX, que inclui o surgimento de inúmeras escolas básicas e 
academias superiores, gravadoras, fábricas de instrumentos, orquestras sinfônicas e 
conjuntos diversificados, emissoras de rádio e televisão, editoras de partituras, 
festivais e outras vias de produção e divulgação, tornou a música brasileira conhecida 
e apreciada internacionalmente, sendo objeto também de intenso estudo 
especializado no Brasil e no estrangeiro. 
26 
 
 
Primórdios 
 
O que se conhece dos primeiros tempos da música erudita no Brasil é muito 
pouco. Não se pode pintar um panorama da música nacional durante os dois 
primeiros séculos de colonização sem sermos obrigados a deixar amplos espaços em 
branco. Os primeiros registros de atividade musical consistente provêm da presença 
dos padres jesuítas, estabelecidos aqui desde 1549. Dez anos depois já haviam 
fundado aldeamentos para os índios (as chamadas reduções) com alguma estrutura 
educativa musical. Nestes tempos de desbravamento e fundação de uma nova 
civilização, as cidades eram poucas e mesmo as mais importantes não passavam de 
pequenos povoados. É testemunha da importância atribuída à música a contratação, 
já em 1553, de Francisco de Vaccas como mestre-de-capela da Catedral de Salvador, 
o que também indica a existência de uma estrutura mínima para uma prática musical 
estável apenas quatro anos após a fundação da cidade. 
Um século mais tarde as reduções do sul do Brasil, fundadas por jesuítas 
espanhóis, conheceriam um florescimento cultural vigoroso e exuberante, onde 
funcionaram verdadeiros conservatórios musicais, e relatos de época atestam a 
fascinação do índio pela música da Europa e sua competente participação tanto na 
construção de instrumentos como na prática instrumental e vocal. Os padrões de 
estilo e interpretação eram naturalmente todos da cultura da Europa, e o objetivo 
desta musicalização do gentio era acima de tudo catequético, com escassa ou nula 
contribuição criativa original de sua parte. Com o passar dos anos os índios 
27 
 
 
remanescentes dos massacres e epidemias foram se retirando para regiões mais 
remotas do Brasil, fugindo do contato com o branco, e sua participação na vida 
musical nacional foi decrescendo até quase desaparecer por completo. 
 
O Classicismo 
 
 
Fator crucial para a transformação da vida musical e dos parâmetros estéticos 
brasileiros seria a chegada da corte portuguesa ao Rio de Janeiro em 1808. Até então 
o Rio não se distinguia em nada de outros centros culturais do país, sendo mesmo 
inferior a Minas e aos centros nordestinos, mas a presença da corte alterou 
radicalmente a situação, concentrando todas as atenções e servindo como grande 
estímulo a um outro florescimento artístico, já de molde claramente classicista. Dom 
João VI havia trazido consigo a vasta biblioteca musical dos Bragança - uma das 
melhores da Europa na época - e rapidamente mandou vir músicos de Lisboa e 
castrati da Itália, reorganizando a Capela Real agora com cerca de 50 cantores e uma 
centena de instrumentistas, e mandou construir um suntuoso teatro, chamado de Real 
Teatro de São João. A música profana contou com a presença de Marcos Portugal, 
nomeado Compositor da Corte e Mestre de Música dos Infantes, e de Sigismund von 
Neukomm, que contribuíram com apreciável quantidade de obras próprias e também 
para divulgar na capital o trabalho de importantes autores europeus, como Mozart e 
Haydn. 
Neste ambiente atuou o primeiro grande compositor brasileiro, o padre José 
Maurício Nunes Garcia. Homem de grande cultura para sua origem - era mulato e 
pobre - foi um dos fundadores da Irmandade de Santa Cecília no Rio, professor de 
muitos alunos, Pregador Régio e Mestre da Capela Real da Sé durante a estada de 
28 
 
 
Dom João VI no Brasil. Deixou extensa obra de alta qualidade, onde se destacam a 
Missa Pastoril, a Missa de Santa Cecília, o Officium de 1816, e as intensamente 
expressivas Matinas de Finados, para coro a capella, além de alguma música 
instrumental e obras teóricas.[14] São interessantes neste período também as figuras 
de Gabriel Fernandes da Trindade, compositor de modinhas e das únicas peças 
camerísticas remanescentes do início do século XIX, um conjunto de refinados Duos 
Concertantes para violinos,[15] Damião Barbosa de Araújo, que segundo Vasco Mariz 
foi na Bahia o que o padre Maurício representou no Rio, e João de Deus de Castro 
Lobo, que atuou nas já decadentes Mariana e Ouro Preto, mas deixando obra de 
grande qualidade. 
Este período de brilho não duraria muito. Em 1821 o rei foi obrigado a retornar 
a Lisboa, levando consigo a corte, e a vida cultural no Rio esvaziou-se de súbito. 
Apesar do entusiasmo de Dom Pedro I pela música, sendo ele mesmo autor de 
algumas peças e da música do Hino da Independência, a difícil situação financeira 
gerada pela independência não permitia muitos luxos. O incêndio do Teatro de São 
João em 1824 foi outro golpe, apesar de ter sido restaurado e reinaugurado sob o 
nome de Teatro de São Pedro de Alcântara e continuar com suas récitas operísticas. 
Com a abdicação de Dom Pedro em 1831 e a consequente instabilidade política e 
social durante a menoridade de seu sucessor, o cenário se estreitou ainda mais e foi 
dissolvida a Capela Imperial, permanecendo um punhado de músicos. 
 
Romantismo 
 
 
29 
 
 
A figura central nestes tempos difíceis foi Francisco Manuel da Silva, discípulo 
do Padre José Maurício e sucessor de seu mestre na Capela. Apesar de ser 
compositor de escassos recursos, merece crédito por sua importante atividade 
organizadora, fundando o Conservatório de Música do Rio de Janeiro e sendo o 
regente do Teatro Lírico Fluminense e depois da Ópera Nacional. Também foi o autor 
do Hino Nacional Brasileiro. Sua obra refletiu a transição do gosto musical para o 
Romantismo, quando o interesse dos compositores nacionais recaiu principalmente 
sobre a ópera. Neste campo a maior figura foi sem dúvida Antônio Carlos Gomes, 
que compôs óperas com temas nacionalistas mas com estética europeia, tais como Il 
Guarany e Lo Schiavo, que conquistaram sucesso em teatros europeus exigentes 
como o La Scala, em Milão. 
O bel canto estava em seu auge na Europa, e era apreciadíssimo no Brasil, 
especialmente na capital, mas também em Recife, São Paulo e Salvador. Há registro 
de inúmeras representações de obras de Rossini, Bellini, Donizetti e mesmo Verdi, 
além de compositores franceses como Meyerbeer, Adam e Hérold. Em 1857 foi criada 
a Ópera Nacional, sob inspiração de José Amat, e logo a iniciativa foi respaldada pelo 
governo. De início dedicada a apresentação de zarzuelas e óperas cômicas, logo 
passou a incorporar ao repertório obras sérias brasileiras de José Ferreira, Elias 
Álvares Lobo e Carlos Gomes, e algumas óperas estrangeiras foram encenadas no 
vernáculo. A voga da ópera perduraria até meados do século XX e seria o motivo para 
a construção de uma série de teatros importantes,como o Amazonas de Manaus, o 
Municipal do Rio, o São Pedro em Porto Alegre, o da Paz em Belém e diversos outros, 
todos de proporções majestosas e decorados com requintes de luxo.[18] 
Apesar da primazia da ópera a música instrumental também era praticada, 
sendo o piano o instrumento privilegiado. Alguns pianistas importantes realizaram 
recitais aqui, como Sigismond Thalberg em 1855, e Gottschalk fez furor com sua 
Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro. Nesta época algumas associações 
privadas se organizaram para realização de recitais e concertos destinados a sócios 
em São Paulo, onde Alexandre Levy criou o Clube Haydn, e no Rio, onde o Clube 
Mozart, fundado em 1867, e o Clube Beethoven, de 1882, realizaram centenas de 
concertos. 
30 
 
 
Entre os meados do século XIX e o início do século XX tiveram um papel 
importante através de sua produção com características progressistas Leopoldo 
Miguez, seguidor da escola wagneriana, Glauco Velásquez, de curta e brilhante 
aparição, e Henrique Oswald, que empregava elementos do impressionismo musical 
francês. 
 
Villa Lobos. 
 
Após Carlos Gomes passou-se a prestar mais atenção ao que poderia 
constituir uma música autenticamente brasileira. Neste sentido o rico folclore nacional 
foi a peça-chave, e compositores utilizaram seus temas para elaborações eruditas, 
embora ainda seguidoras em linhas gerais de escolas estrangeiras. Brasílio Itiberê da 
Cunha também foi um dos precursores desta corrente, com sua rapsódia A Sertaneja, 
para piano, escrita entre 1866 e 1869. Outros nomes importantes são Luciano Gallet 
e Alexandre Levy, de escola europeia, mas que uma forma ou outra buscaram 
incorporar elementos tipicamente nacionais em sua produção. O caminho estava 
aberto, e um sabor definitivamente brasileiro pode ser encontrado na obra de Antônio 
Francisco Braga, e especialmente em Alberto Nepomuceno, a figura dominante do 
período, que empregou largamente ritmos e melodias do folclore em uma síntese 
31 
 
 
inovadora e efetiva com as estruturas formais de matriz europeia. A atuação de 
Nepomuceno também foi importante por ter ele sido presidente da primeira 
associação brasileira dedicada a concertos sinfônicos públicos.[20] 
Um momento importante foi a realização da Semana de Arte Moderna de 1922. 
Apesar de ter incluído relativamente pouca música em sua programação, o 
movimento teria impacto na reformulação dos conceitos sobre a arte nacional. 
Naquela ocasião se apresentou Heitor Villa Lobos, que viria a ser a figura maior do 
nacionalismo musical brasileiro. Ao lado de outros modernistas da literatura e das 
artes plásticas, como Mário de Andrade e Di Cavalcanti, que na época entendiam, 
assim como a geração anterior, o folclore como a base de uma música legitimamente 
nacional, Villa Lobos empreendeu aprofundadas pesquisas sobre o folclore musical 
brasileiro, que incorporou largamente em sua produção, e era dono de uma inspiração 
enérgica e apaixonada. Soube fazer seus elementos nacionais e estrangeiros, 
eruditos e populares, criando um estilo próprio de grande força e poder evocativo, em 
uma produção caudalosa que empregava desde instrumentos solo, onde o violão teve 
um papel de destaque, até grandes recursos orquestrais em seus poemas sinfônicos, 
concertos, sinfonias, bailados, e óperas, passando pelos múltiplos gêneros da música 
de câmara vocal e instrumental. Villa Lobos também desempenhou um papel decisivo 
na vida musical do país em virtude de sua associação com o governo, conseguindo 
introduzir o ensino do canto orfeônico em todas as escolas de nível médio. Das suas 
obras são notáveis a série dos Choros, das Bachianas Brasileiras, as suítes 
intituladas A Prole do Bebê, o Rudepoema, os bailados Uirapuru e Amazonas, e o 
Noneto. 
Outros compositores de gabarito também abordaram em maior ou menor grau 
o nacionalismo, como Oscar Lorenzo Fernández, Francisco Mignone, Camargo 
Guarnieri, Luís Cosme, Osvaldo Lacerda e José de Lima Siqueira, e traços desta 
tendência podem ser encontrados até a contemporaneidade. A grande adesão de 
músicos respeitados deu uma força irresistível à renovação do cenário musical 
brasileiro, e o violento combate entre os acadêmicos e os modernistas que dominou 
as artes visuais da primeira metade do século se repetiu na música, enfrentando 
grande resistência dos setores conservadores, renovando os conceitos sobre arte 
erudita e arte popular e abrindo um frutífero diálogo entre ambas. O movimento 
brasileiro acompanhava uma tendência internacional, que teve grande impacto nas 
32 
 
 
Américas e na Europa oriental. Ao mesmo tempo, as bases do sistema tonal, que 
prevalecera desde o barroco, começavam a ser fortemente abaladas com a 
introdução de outros sistemas, como o serialismo e o dodecafonismo de Schoenberg, 
enquanto que novas pesquisas apareciam no campo da instrumentação, do ritmo e 
das formas musicais 
 
Vanguardas modernistas e sínteses contemporâneas 
 
A despeito de seus avanços em relação à eclética estética da belle époque, a 
escola nacionalista foi identificada por parte dos músicos como servil à política 
centralizadora de Getúlio Vargas. Em 1939 foi criado o Movimento Música Viva, 
liderado pelo compositor, professor e musicólogo Hans Joachim Koellreutter, e por 
Egídio de Castro e Silva, advogando a adoção de uma estética internacionalizante 
derivada do dodecafonismo. Faziam parte deste grupo Claudio Santoro, César Guerra 
Peixe, Eunice Catunda e Edino Krieger. O movimento tinha conotações políticas e 
alguns de seus membros militavam na esquerda ou tinham ligações com ela. 
 
33 
 
 
Koellreutter adotava métodos revolucionários de ensino, respeitando a 
individualidade do aluno e estimulando a livre criação antes mesmo do conhecimento 
aprofundado das regras tradicionais de composição (harmonia, contraponto e fuga). 
O Movimento editou uma revista e apresentava uma série de programas radiofônicos 
divulgando seus princípios e obras de música contemporânea. Em 1946 foi publicado 
um Manifesto, expressando sua negação do academismo e do formalismo, e sua 
defesa de uma música exercida conscientemente e com compromisso social, e que 
refletisse a sociedade e pensamento contemporâneos, mas flexibilizando suas 
posturas em direção a uma recuperação de elementos diatônicos e populares ainda 
considerados capazes de veicular a verdade musical da sua época. O movimento 
encontrou continuidade, embora numa interpretação peculiar, em um núcleo formado 
em torno da Universidade Federal da Bahia, com Ernst Widmer e Lindembergue 
Cardoso, dentre outros. 
Mais adiante Guerra Peixe e Santoro seguiriam um caminho independente e 
centrado em regionalismos, influenciando a música popular brasileira instrumental. 
Outros autores, em busca de um pluralismo idiomático, que fizeram uma utilização 
livre de materiais tradicionais ou progressistas, folclóricos ou tonais, foram Marlos 
Nobre, Almeida Prado, e Armando Albuquerque, criadores de estilos muito 
característicos. 
Nos anos 60 um novo impulso criativo apareceu com o movimento Música 
Nova, liderado por Gilberto Mendes e Willy Corrêa de Oliveira, fundado em 1963 
buscando sintetizar o serialismo com as pesquisas mais recentes sobre 
microtonalidade, processos eletroacústicos e a música concreta, empregando novos 
recursos notacionais e reavaliando conceitos da semiótica musical, com grande 
influência sobre a música para teatro. A paradigmática peça Beba Coca-Cola, de 
Gilberto Mendes sobre texto de Décio Pignatari, causou sensação em sua estreia em 
1968 e inaugurou uma tendência multimedia e performática no panorama musical 
brasileiro. 
Atualmente todas as correntes contemporâneas encontram representantes 
brasileiros, e a música erudita no país segue a tendência mundial de usar livremente 
tanto elementos experimentais quanto consagrados. Um dado importante foi a 
introdução da música eletrônica.34 
 
 
A música popular brasileira é resultado da confluência cultural de três etnias: o 
índio, o branco e o negro, dos quais herdamos todo o instrumental, o sistema 
harmônico, os cantos e as danças. Como manifestação cultural expressiva, ela surgiu 
no início do século XIX, nos principais centros do então Brasil Colônia, notadamente 
Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia, entoada por pessoas que cantavam modinhas 
e lundus ao violão, ao piano ou acompanhadas por bandas instrumentais.[30] Os dois 
principais gêneros musicais urbanos nos tempos do Império e do início da República 
eram o lundu e a modinha, apreciados tanto em saraus literário-musicais da elite da 
época e quanto nas ruas, tabernas e lares mais simples. Sozinhos ou em grupo, 
instrumentistas ao violão saíam à noite pelas ruas e residências entoando músicas 
românticas e cristalizando, ao final do século XIX, a tradição da seresta. 
Origens 
Os primeiros exemplos de música popular no Brasil datam do século 17, como 
o lundu, uma dança africana que chegou ao Brasil diretamente com os escravos 
vindos da Angola. 
Mais tarde o lundu, que no início não era cantado, evoluiu assumindo um 
caráter de canção urbana e se tornando popular como dança de salão. 
A Modinha 
A modinha é uma canção de caráter sentimental de feição bastante 
simplificada, muitas vezes de estrutura estrófica e acompanhada apenas de uma viola 
ou guitarra, e sendo de apelo direto ás pessoas comuns. 
O Choro 
Surgiu em torno de 1880 e logo adquiriu uma feição própria, onde o improviso 
tinha um papel principal, e estabilizando-se na formação para uma flauta, um 
cavaquinho e eum violão, e mais tarde ampliando seu instrumental. 
O Samba 
Surgiu em 1838, com influência da modinha, do maxixe e do lundu. Em meados 
do séc. 20, a palavra samba definia diferentes tipos de música introduzidos pelos 
escravos africanos, e sempre conduzidos por diversos tipos de batuques, mas que 
assumiam características próprias em cada estado brasileiro. 
35 
 
 
Em 1917 o samba saiu das rodas de improvisações dos morros cariocas, e foi 
considerado representante da música popular. Com o passar dos anos, surgiram 
outras vertentes do samba urbano carioca, que ganharam denominações próprias 
como a bossa nova, o samba-rock, pagode e outros. 
Além de ser um dos gêneros musicais mais populares do Brasil, o samba é 
bastante conhecido no exterior a partir da música “Aquarela do Brasil”, de Ary 
Barroso, depois se estendeu através de Carmen Miranda, que levou o samba para os 
EUA, e consagrou também a Bossa Nova. 
A Bossa Nova foi um movimento urbano, originado no fim dos anos 50 em 
saraus de universitários e músicos da classe média. No início era apenas uma forma 
diferente de cantar samba, mais logo incorporou elementos do jazz e desenvolveu um 
contorno intimista, leve e coloquial, com base na voz solo e no piano, ou violão. 
Depois da bossa nova, na década de 60, o samba ganhou novas 
experimentações com outros gêneros, como rock e o funk, e experimentados por 
vários artistas, onde foram introduzidos novos estilos de composição e interpretação, 
como o surgimento da Música Popular Brasileira. 
Depois do samba, e com a crescente abertura do Brasil á cultura globalizada 
dos anos 90, diversos gêneros e subgêneros musicais surgiram em todo o Brasil, 
como pagode, axé, sertanejo, lambada, e outros. 
Dentro da classe de músicas tradicionais podem ser incluídas as praticadas 
pelos remanescentes das tribos de índios que no ano passado povoavam todo o 
território nacional e hoje vivem confinados em reservas, especialmente na região 
amazônica e centro-oeste, onde o contato com o colonizador foi menos profundo e 
transformador. 
 
 
 
 
 
36 
 
 
A música popular hoje 
 
Com a crescente abertura do Brasil à cultura globalizada dos anos 90 em 
diante, concomitante ao maior conhecimento, valorização e divulgação de suas 
próprias raízes históricas, sua música vem mostrando grande originalidade e 
variedade, observadas na criativa fusão de influências diversas e na riqueza de 
gêneros musicais encontrados hoje em dia, como o samba, a música sertaneja, o rock 
brasileiro, o samba-reggae, o baião, o forró, a lambada, a música eletrônica, os 
regionalistas, entre tantos outros. Depois de pioneiros como Carmen Miranda, muitos 
outros nomes deram à música popular brasileira divulgação internacional, e hoje ela 
tem aceitação em muitas partes do mundo, e apesar de fazer uso de uma pluralidade 
de referenciais globais, mantém um caráter distintivo que é rapidamente reconhecido 
e apreciado no estrangeiro,Diz Martha Tupinambá de Ulhôa: 
 
"São muitos ritmos, tradicionais e importados, locais e transnacionais. Nessa 
cena globalizada onde fica a especificidade da música brasileira? A questão sugere 
uma reflexão sobre essa trajetória, com influências e adaptações de música 
estrangeira e, também, com a articulação de uma linguagem musical muito particular. 
O aspecto rítmico é sem dúvida o elemento mais marcante dessa discussão. Mas o 
ritmo é muito mais que uma seqüência de durações organizadas num motivo, 
reconhecível aqui e ali. Existem aspectos rítmicos muito sutis na música popular 
brasileira, responsáveis por seu molho e sua ginga. Esse estilo brasileiro de fazer 
música foi construído num longo processo histórico de contatos, empréstimos e trocas 
entre gêneros brasileiros e estrangeiros. [...] Novos gêneros musicais se formam a 
partir da ação deliberada de músicos ao privilegiar determinadas manifestações 
37 
 
 
melódicas, rítmicas, tímbricas e harmônicas. São práticas musicais, por seu lado 
fundadas e fundidas a práticas sociais histórica e geograficamente específicas".[40] 
Nota-se uma substancial predominância das mulheres no campo da 
interpretação de canções: desde as divas da era do rádio até os dias atuais as 
mulheres são maioria. Em 2006 mais de 100 discos de intérpretes femininas foram 
lançadas. No mesmo período, foram lançados apenas 34 discos de intérpretes 
masculinos. 
 
A música popular tradicional ou folclórica 
 
Inserida dentro da música popular brasileira está a chamada música tradicional 
ou folclórica, um sub-gênero que é constituído por expressões musicais transmitidas 
de geração em geração em zonas onde os modernos meios de comunicação e o 
mercado de consumo ainda não exercem decisivamente sua influência diluidora. 
Contudo, a definição do que seja a música "folclórica" é difícil, pois a música popular 
em geral muitas vezes guarda importantes traços do que usualmente se considera 
tipicamente folclórico, tais como a espontaneidade e a aceitação coletiva.[54][55] 
Porém, ela se distingue pela virtual ausência de interesse comercial na 
produção; muitas vezes tem autoria anônima ou coletiva; está essencialmente 
vinculada à oralidade, numa transmissão tradicional através das gerações; pode dar 
bastante espaço para o improviso e a variação; pode fazer uso de estruturas e 
harmonias incomuns em outras produções populares, como as formas da ladainha e 
do repente, ou o uso dos modos medievais, e está na maior parte das vezes ligada a 
cerimônias ou festividades tradicionais, bem como a lendas e mitos característicos de 
38 
 
 
cada região, tendo fortes características funcionais, havendo, por exemplo, canções 
de trabalho, canções de brincar e ninar, e cânticos devocionais, entre outras.Pode 
ainda preservar influências arcaicas, onde são detectáveis traços medievais europeus 
ou indígenas e negros muito antigos, ou de elementos étnicos específicos quando 
pertencem a regiões de imigração de populações de fora do Brasil, como ocorre no 
Rio Grande do Sul, que recebeu grandes levas de italianos, açorianos e alemães.[58] 
Dentre as mais típicas estão as congadas, da região centro-nordeste do país, 
os ternos-de-reis, associados a ritos religiosos católicos, o repentismo, gênero de 
desafio musical em improviso, de larga difusão em todoo Brasil com estilos diversos, 
as cirandas, as cantigas de roda, que fazem parte do universo infantil, catira, cururu, 
toada, fandango, jongo (caxambu), samba de roda, coco, bambelô, embolada, 
milonga, pajada, rancheira, bugio, carimbó, entre muitos outros gêneros que 
constituem um riquíssimo acervo musical que tem inspirado compositores do porte de 
Villa-Lobos. 
A partir do final da década de 60 um trabalho de resgate da música popular 
brasileira de raiz foi feito pelo pesquisador Marcus Pereira que através de sua 
gravadora 'Discos Marcus Pereira' levantou o que ficou conhecido como o 'Mapa 
musical do Brasil' indo da música da cidade até as regiões mais remotas do interior 
do país, tendo como destaque uma série de 16 álbuns de música folclórica de cada 
região do Brasil, podendo ser classificado como um documento da música popular 
brasileira com dimensões antropológicas e sociológicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 
 No Brasil o campo das artes, apresenta um particular vigor em todas estas 
instâncias. 
Além disso, possui uma importância cultural e política que tem muito pouco 
paralelo em outros países, mesmos entre os chamados “países desenvolvidos”. No 
campo da música, o Brasil já tem tradição, obras consagradas e experiências 
instigantes. 
Estamos começando a cuidar do patrimônio musical acumulado, com a 
organização de acervos e catálogos (embora ainda nos falte muito nesta área). Mas 
ainda e preciso de mais estudiosos especialistas que encarem seriamente o tema. 
As Artes são a manifestação artística, social e cultural, é a expressão de 
sentimentos, é uma representação. É algo importante e essencial, que está presente 
em nossas vidas diariamente, através das músicas, artes, literatura, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
REFERENCIAS 
 
BALDENSPERGER, FERDINAND. 1921, “LITTÉRATURA COMPARÉE: LE MOT ET LA 
CHOSE”, REVUE DE LITTÉRATURE COMPARÉE,1(1), PP. 5-29, 1921. 
 
BASSNET, SUSAN, 1992, COMPARATIVE LITERATURE. AN INTRODUCTION, OXFORD, 
BLACKWELL 
 
BORGES, J.L. O ESCRITOR ARGENTINO E A TRADIÇÃO. IN: OBRAS COMPLETAS DE 
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