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Guia de Estudo de Gestão Escolar Funções e Competências

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Gestão Escolar 
Funções e Competências 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
MÓDULO 1 – Conceito e Funções da Gestão 
1.1 Conceito de Gestão 
1.2 Funções da Gestão 
1.3 Competências Individuais e Gestão 
 
MÓDULO 2 - Paradigmas da Organização do Trabalho escolar 
2.1. O que são paradigmas? 
2.2. Organizações na Sociedade Contemporânea 
2.3. Planejamento Escolar: Avaliação, metas e programação 
 
MÓDULO 3 - Formação continuada: fazeres do Coordenador 
Pedagógico 
3.1. Conceito de formação 
3.2. Formação continuada 
3.3. O papel do Coordenador Pedagógico 
 
MÓDULO 4 – O papel do diretor na atualidade 
 
4.1 Administração e Gestão Escolar – concepções paradigmáticas 
4.2 Funções e competências do diretor e do gestor escolar na atualidade 
4.3. Gestão escolar democrática 
 
MÓDULO 5 - Equipe Gestora como mediadora dos indicadores de 
qualidade 
 
5.1. Equipe Gestora 
5.2. Indicadores de Qualidade: a ação mediadora da 
Equipe Gestora 
 
 
 
 
 
Conceito e Funções da Gestão 
 
 
 
Professores: Carlos Eduardo Damian Leite e Sofia Lara 
Todão Szenczi 
Nome da Disciplina:– Conceito e Funções da Gestão – 
Faculdade Campos Elíseos (FCE) – São Paulo – 2017. 
Guia de Estudos – Módulo 1 – Conceito e Funções da 
Gestão. 1. Conceito 2. Funções 3. Gestão. 
Faculdade Campos Elíseos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Conversa Inicial 
 
No primeiro módulo da disciplina “Gestão Escolar”, discutiremos o conceito e 
as funções pertinentes à gestão, bem como a forma com que a gestão é 
utilizada em função das competências individuais. 
 
Agora, com a descrição de toda a trajetória, podemos iniciar a nossa jornada 
de estudos. 
 
Ótimo aprendizado! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1.1 Conceito de Gestão 
Os princípios pelos quais as organizações voltadas para a 
Administração são regidas mostram-se como reflexo de como a própria 
sociedade busca ser direcionada. É função de cada indivíduo agir de acordo 
com concepções da gestão, que possam fortalecer os laços em relação ao 
convívio social e ao respeito mútuo, de modo que diversas realizações sejam 
efetivadas e que o progresso seja uma constante nesse cenário. 
A manutenção dos valores propagados pelas instituições relacionadas à 
Administração se reflete na necessidade de serem repensadas as concepções 
que os próprios cidadãos possuem, diante de suas necessidades e das 
atitudes que efetivam, ou até mesmo toleram, a fim de que se possam obter os 
resultados desejados, diante do obstáculo que a gestão tradicional se torna, 
diante de uma gestão totalmente retrógrada e ineficaz. 
Na verdade, os preceitos adotados pela Administração devem estar em 
sintonia com as possibilidades de se trabalhar a gestão em função da 
competência e dinamismo, tendo em vista que são princípios bem recebidos 
pela sociedade como um todo. 
As organizações que atuam com aspectos empresariais, tais como a 
gestão, possuem uma relevância econômica e sociocultural bastante 
significativa, com base na forma com que a sociedade se organiza, por meio de 
funções específicas e definidas por parte dos indivíduos, que por sua vez 
retornam de forma positiva para a própria sociedade. 
A partir do momento em que as organizações direcionam sua 
preocupação para atender as premissas sociais, pode-se considerar que são 
oficializados ideais voltados para o cumprimento de suas realizações, com a 
satisfação de expectativas dos seus públicos garantida. 
 
 
 
Tais ideais podem ser atingidos por meio de valores estabelecidos de 
acordo com a demanda dos indivíduos atendidos pela organização, com a 
devida atenção aos preceitos aos quais a empresa pretende atender, de forma 
que sempre venha a ter a devida valorização por parte dos diversos públicos 
que busca atender. 
Conforme as expectativas dos públicos são atendidas, verifica-se que os 
ideais de uma organização estão relacionados com valores como integridade, 
respeito, ética, cidadania e eficiência. A existência desses valores no contexto 
das organizações é fundamental para que as mesmas possam exercer suas 
funções da melhor maneira. 
A forma com que as organizações podem atuar de modo cada vez mais 
significativo possui relação com a imagem que a sociedade faz dessas 
entidades, conforme as mesmas são vistas enquanto mantenedoras de 
processos lentos, prejudiciais à sociedade, com procedimentos ineficazes, que 
apenas tende a atrasar os processos voltados à gestão empresarial. 
 
De que forma a gestão tende a influenciar as ideias e atitudes 
individuais? 
 
A gestão empresarial na qual o gestor assume um papel exclusivo de 
chefe não seria equivalente ao que se visualiza nas organizações atualmente, 
com relação aos processos lentos que são adotados em ocasiões diversas, 
atrasando totalmente as funções de cada colaborador, à medida que exige uma 
série de procedimentos específicos, envolvendo vários setores. 
Na verdade, a concepção de gestão empresarial vai muito além, já que 
compreende uma metodologia pela qual a Administração se efetiva, inclusive 
no âmbito público, pode ser efetivada, à medida que são adotados certos 
 
 
 
padrões para as ações que devem ser realizadas por estas instituições, em 
busca do atendimento efetivo da sociedade. 
Desta forma, pode-se considerar que os procedimentos de gestão 
podem muito bem ser adotados como princípios pelos quais a Administração 
pode ser efetivada, em função das ações que as mesmas devem efetivar com 
base nos compromissos e exigências que possui para com seus públicos. 
Portanto, a partir do momento em que as próprias instituições adotam 
um padrão voltado para a oferta de qualidade em seus serviços, pode-se 
analisar que a gestão empresarial tende a ser renovada para o devido 
atendimento dos cidadãos que com ela contam. 
 
 Síntese 
 
Os princípios pelos quais as organizações voltadas para a Administração são 
regidas mostram-se como reflexo de como a própria sociedade busca ser 
direcionada. Na verdade, os preceitos adotados pela Administração devem 
estar em sintonia com as possibilidades de se trabalhar a gestão em função da 
competência e dinamismo, tendo em vista que são princípios bem recebidos 
pela sociedade como um todo. As organizações que atuam com aspectos 
empresariais, tais como a gestão, possuem uma relevância econômica e 
sociocultural bastante significativa, com base na forma com que a sociedade se 
organiza, por meio de funções específicas e definidas por parte dos indivíduos, 
que por sua vez retornam de forma positiva para a própria sociedade. Tais 
ideais podem ser atingidos por meio de valores estabelecidos de acordo com a 
demanda dos indivíduos atendidos pela organização, com a devida atenção 
aos preceitos aos quais a empresa pretende atender, de forma que sempre 
venha a ter a devida valorização por parte dos diversos públicos que busca 
atender. 
 
 
 
 
 
 Na formação da sociedade, a humanidade seguiu o princípio sistêmico de 
organização, inclusive no setor profissional, que da busca pela satisfação das 
necessidades básicas dos indivíduos, passou a produzir para gerar lucro, 
contando com a ação dos trabalhadores, que disponibilizavam sua mão-de-
obra para esta finalidade, em troca de recursos financeiros que também 
garantissem sua sobrevivência, em meio ao modo de produção capitalista. 
A sociedade, enquanto organização maior, seria então subdividida em 
organizações menores, as empresas, responsáveis pela oferta de produtos e 
serviços a outros indivíduos que neles necessitam, denominados 
consumidores, por meio de negociações cotidianas. 
Tais negociações são regidas por uma relação entre oferta e demanda, 
em que um produto ou serviço é oferecido por uma oferta (preço de venda) 
baixa, para que haja uma alta demanda (procura). Com o aumentoda 
demanda, a oferta tende a aumentar, até que haja uma diminuição na procura 
inicial, que faz com que o processo reinicie com uma nova queda na oferta. 
No entanto, a busca pelo desenvolvimento econômico não se torna 
exclusiva na existência do ser humano. Para se considerar bem-sucedido, 
também se esforça para obter o desenvolvimento intelectual, sociocultural e 
ético. Especificamente no âmbito sociocultural, existe um estado em que se 
encontra o indivíduo em uma determinada ocasião, a que se denomina “status”. 
Existem vários momentos nos quais o mesmo se manifesta: no caso de 
uma compra, o indivíduo sente-se satisfeito não apenas com o produto ou 
serviço que adquiriu, mas também com suas funções e características, além de 
outros atributos que irão diferenciar o consumidor dos demais, em todo o 
mercado. A marca, enquanto identificação de uma empresa, normalmente 
representada por um logotipo, é um dos elementos que contribui para esta 
diferenciação. O ato de transferir valores a mais para um mesmo produto ou 
serviço, inclusive com a intenção de classificá-lo como diferente ou inovador, é 
chamado de valor agregado. 
 
 
 
Nas estratégias de mercado das organizações, isso auxiliará não 
somente na oferta, como também na fixação do produto ou serviço na mente 
do consumidor, tornando-o fiel ao mesmo. Trata-se de um dos princípios do 
Marketing, enquanto conjunto de princípios e técnicas voltados à satisfação dos 
consumidores, por meio da oferta de produtos e serviços. 
Com base no Marketing, as organizações seguem estratégias voltadas 
ao produto ou serviço, ao custo que o mesmo terá na venda, o local em que 
esta será realizada e a promoção (veículos de comunicação). Diante dessas 
questões, relacionadas ao modo como um produto é aceito e promovido, 
dentro do ciclo capitalista de produção, venda e consumo, vale destacar que 
produzir, mesmo tendo ligação direta com o consumir, depende cada vez mais 
do modo de ofertar. 
No ato de ofertar um produto ou serviço, inclusive por meio da venda, 
além da preocupação com esta ação e com o lucro a ser obtido, também há um 
esforço voltado à garantia de que o consumidor fique verdadeiramente 
satisfeito com o que lhe é oferecido. Nesse momento, o consumidor deve ter a 
confiança de que está usufruindo de algo diferenciado e com características 
únicas. 
Com relação aos aspectos organizacionais, cabe-se a análise das 
atuações de quem determina os aspectos da cultura organizacional. Este 
elemento atinge questões referentes aos colaboradores, que se submetem a 
aspectos como a missão, a visão e os valores e princípios, possuindo ainda 
uma bagagem cultural variada, em uma perspectiva individual. 
Se forem considerados os aspectos individuais, têm-se indivíduos que 
se adaptam às exigências de uma empresa autoritária, tanto quanto aqueles 
que não conseguem exprimir valores e opiniões sem, portanto, criar a atitude 
necessária em uma organização que possua ideais participativos. 
Ocorrem tais discordâncias de acordo com as diferenças entre a cultura 
do colaborador e a cultura que é propagada no âmbito organizacional. Questão 
esta que é perfeitamente compreensível, diante das diferenças individuais que 
podem ser percebidas no contexto sociocultural contemporâneo. 
 
 
Neste momento, a orientação de quem estiver em um patamar superior 
na organização em questão auxilia, e muito, não apenas na adaptação do 
indivíduo de acordo com seus preceitos culturais, como também na sua 
compreensão sobre como deve agir, sem que haja um choque entre ideias e 
para que tal indivíduo possa realizar suas atividades sem quaisquer 
comprometimentos – inclusive devido a desentendimentos na relação 
interpessoal. 
 
Quais aspectos se destacam ao se analisar a cultura 
organizacional? 
 
A orientação, por parte dos superiores na hierarquia para com os demais 
colaboradores, no ambiente organizacional, facilita o processo de adaptação da 
cultura individual à da organização, conduzindo suas atividades de maneira 
eficaz, ao longo do desenvolvimento profissional dos mesmos. 
Uma questão antropológica deve ser considerada nesse ponto, a fim de 
que as atitudes dos colaboradores sejam compreendidas, à medida que a 
adaptação a outras ideias e culturas se relaciona à forma como o ser humano 
analisa, perpassa ou tolera situações adversas, em favor do que julga mais 
pertinente ou urgente realizar em um determinado momento. 
É interessante perceber que é natural ao ser humano a apreensão de 
informações de maneira seletiva, em meio a todas as situações do cotidiano 
organizacional, que disponibiliza uma quantidade enorme de informações, por 
meio de várias fontes. O conhecimento é gerado com a apreensão do que 
realmente interessa ao colaborador e, consequentemente, é o que será 
armazenado pelo cérebro de modo efetivo. 
As organizações refletem este contexto na atualidade, que por sua vez, 
está presente na criatividade com que muitas ações são adotadas no âmbito 
 
 
organizacional. Assim, também o indivíduo que possui dificuldades diante de 
situações inusitadas, ou mesmo de uma cultura heterogênea, a fim de que esta 
variedade trabalhe a favor da relação interpessoal dos colaboradores. 
A partir desta adaptação quase incondicional dos indivíduos ao que lhes 
é diferente ou estranho, surgem recursos que possibilitam o estímulo dos 
mesmos no contexto organizacional, a partir do esforço por desenvolver a 
motivação nos diversos níveis hierárquicos. 
 Síntese 
 
A sociedade, enquanto organização maior, seria então subdividida em 
organizações menores, as empresas, responsáveis pela oferta de produtos e 
serviços a outros indivíduos que neles necessitam, denominados 
consumidores, por meio de negociações cotidianas. A sociedade, enquanto 
organização maior, seria então subdividida em organizações menores, as 
empresas, responsáveis pela oferta de produtos e serviços a outros indivíduos 
que neles necessitam, denominados consumidores, por meio de negociações 
cotidianas. No ato de ofertar um produto ou serviço, inclusive por meio da 
venda, além da preocupação com esta ação e com o lucro a ser obtido, 
também há um esforço voltado à garantia de que o consumidor fique 
verdadeiramente satisfeito com o que lhe é oferecido. Nesse momento, o 
consumidor deve ter a confiança de que está usufruindo de algo diferenciado e 
com características únicas. Com relação aos aspectos organizacionais, cabe-
se a análise das atuações de quem determina os aspectos da cultura 
organizacional. Este elemento atinge questões referentes aos colaboradores, 
que se submetem a aspectos como a missão, a visão e os valores e 
princípios, possuindo ainda uma bagagem cultural variada, em uma 
perspectiva individual. 
 
 
 
 
 
 1.2 Funções da Gestão 
 
O planejamento estratégico é uma ação relevante para toda e qualquer 
organização se desenvolver plenamente, a fim de que seu empreendimento 
seja estruturado com base nos diversos fatores de influência, internos e 
externos, com foco nas ações que podem ser desenvolvidas a partir dos 
mesmos. Neste sentido, são definidas estratégias, a fim de que os efeitos das 
realizações negativas sejam minimizados, ou mesmo anulados, de modo que 
sejam obtidos o maior número de benefícios possível. 
A partir de ações de planejamento estratégico, percebe-se que os 
fatores externos à organização constituem fenômenos de ordem política, 
econômica e/ou sociocultural que, sem o devido controle, podem gerar efeitos 
drásticos ou ainda anular o desenvolvimento da empresa, afetando suas ações 
e o relacionamento com seus públicos. Tais aspectos são considerados em 
meio às previsões realizadas, em função de se lidar com problemas de 
complexidades variadas. 
Com relação atendimento ao público não é diferente, pois o 
planejamento estratégico vida definir ações voltadas a todos os elementos 
pertencentes à organização, de modoque sejam adequadamente apontados 
os perigos inerentes ao modo como a empresa atua com seus recursos 
materiais e humanos, bem como o mercado no qual atua ou possui a pretensão 
de atuar. Cabe-se também o planejamento com relação ao âmbito interno da 
organização, a fim de que se garanta aos colaboradores um ambiente de 
trabalho que propicie a motivação, a integração e a produção de resultados 
eficazes. 
As profundas mudanças que surgiram no contexto organizacional 
sugerem que o planejamento estratégico seja empregado em função das ações 
 
 
 
promovidas pela empresa, em função de superação de obstáculos e 
reconhecimentos de conquistas, inclusive com base nos desafios encontrados 
no contexto mercadológico contemporâneo, com foco voltado para a 
manutenção de aspectos físicos, materiais, humanos e patrimoniais. 
O ambiente organizacional é tido como um meio dinâmico, em que a 
diversidade impera e a variedade de ideias e princípios comandam as 
realizações possíveis. Neste sentido, faz-se fundamental lidar com os preceitos 
do planejamento estratégico, para que o suporte oferecido pela organização 
seja respaldado por aspectos como a governança empresarial qualificada, a 
integração efetiva com o negócio, estrutura de trabalho em equipe com 
excelência, uso de recursos tecnológicos atualizados, bem como o emprego de 
inteligência estratégica, com as devidas considerações para com a eficiência 
dos processos, incluindo o de segurança. 
Há o compromisso firmado pela organização para com seus públicos 
variados, dentre consumidores, fornecedores, acionistas, imprensa e governo 
(que constituem o denominado “público externo”) e os colaboradores (que 
constituem o “público interno”). Desse modo, verifica-se que a responsabilidade 
em termos de segurança e suporte dizem respeito não apenas à reputação da 
instituição empresarial como um todo, mas também para com todos os 
indivíduos que fazem parte de seus públicos integrando, por sua vez, a 
sociedade atual. 
 
Por quais motivos a empresa se valer com relação ao 
planejamento? 
 
Unindo-se as concepções de planejamento estratégico à segurança e 
prevenção aos riscos, verifica-se que são necessárias ações como o 
monitoramento constante do negócio, a percepção dos cenários de mercado e 
 
 
a manutenção permanente dos colaboradores envolvidos na mobilização para 
a resolução de eventuais dificuldades. Nesse sentido, a integração e 
participação efetiva de todos os públicos, bem como a visão sistematizada da 
organização como um todo, faz-se primordial. 
Em função da preservação de valores, as organizações adquirem uma 
consciência com relação ao planejamento estratégico, com um enfoque 
específico à valorização organizacional, visto que os prejuízos da organização 
atingem, de forma direta, os seus públicos externo e interno. É com base nesta 
proteção à instituição e todos os níveis de indivíduos envolvidos no cotidiano 
da mesma, que procedimentos de desenvolvimento de valores e princípios 
devem fazer parte das realizações de planejamento da organização atuante. 
 
 Síntese 
 
O planejamento estratégico é uma ação relevante para toda e qualquer 
organização se desenvolver plenamente, a fim de que seu empreendimento 
seja estruturado com base nos diversos fatores de influência, internos e 
externos, com foco nas ações que podem ser desenvolvidas a partir dos 
mesmos. A partir de ações de planejamento estratégico, percebe-se que os 
fatores externos à organização constituem fenômenos de ordem política, 
econômica e/ou sociocultural que, sem o devido controle, podem gerar efeitos 
drásticos ou ainda anular o desenvolvimento da empresa, afetando suas 
ações e o relacionamento com seus públicos. Tais aspectos são considerados 
em meio às previsões realizadas, em função de se lidar com problemas de 
complexidades variadas. Unindo-se as concepções de planejamento 
estratégico à segurança e prevenção aos riscos, verifica-se que são 
necessárias ações como o monitoramento constante do negócio, a percepção 
dos cenários de mercado e a manutenção permanente dos colaboradores 
envolvidos na mobilização para a resolução de eventuais dificuldades. 
 
 
 
 
A função administrativa reside no exercício da liderança em todos os 
níveis hierárquicos, a fim de que a organização seja eficaz nos processos de 
comunicação e no estímulo da motivação, necessárias a toda atividade que 
requeira o envolvimento geral de seus colaboradores. Tais elementos são 
relevantes a todos os envolvidos, portanto, a fim de que sejam atingidas as 
devidas metas organizacionais, a partir da interpretação das ações 
necessárias. 
Para que se atinja o sucesso organizacional, devem estar as relações de 
poder pautadas não por ameaças aos colaboradores, mas sim a um patamar 
mais digno e respeitoso, principalmente com relação aos cargos de níveis mais 
baixos da pirâmide hierárquica. O poder da organização tende a desenvolver 
uma cultura voltada para o inter-relacionamento e para a aplicação de opiniões 
diversas em suas realizações. 
Em relação ao pensamento das organizações consideradas inovadoras 
que, com princípios diferenciados, tendem a se destacar no mercado, diante 
das que ainda assumem uma atitude conservadora, podem ser considerados 
três níveis de abordagem: institucional, intermediário e operacional. O primeiro 
nível aborda a organização como um todo, o segundo aborda cada setor de 
forma detalhada e o terceiro, cada operação em separado. 
Uma organização é apenas considerada conservadora diante de sua 
cultura, quando a mesma apresenta padrões rígidos, sem qualquer 
consideração a crenças e valores individuais. Também é um indicador o modo 
pelo qual o colaborador se comporta diante do cotidiano, sempre preocupado 
não em realizar o trabalho necessário a sua maneira, mas sim em se portar da 
forma como a organização realmente julga correta. 
Normalmente, as organizações geridas por uma política familiar tendem 
a ser conservadoras, pois a cultura que permeia esse âmbito organizacional é 
aquela colocada por essa política, enquanto padrão para todos os que nele 
atuam. Contudo, tal visão do relacionamento interpessoal não considera as 
 
 
 
individualidades, os hábitos, as crenças e os valores que os colaboradores 
trazem para a organização como bagagem sociocultural. 
 
 
Você concorda que as organizações empresariais 
contemporâneas tendem a valorizar as individualidades? 
 
A liberdade de concepções, portanto, é o que diferencia uma 
organização inovadora da conservadora, apresentando em sua cultura 
concepções e ações próprias, com base nos princípios trazidos pelos próprios 
colaboradores. A tendência das organizações que desejam o reconhecimento 
social é a valorização destes elementos, para que a manutenção da relação 
interpessoal ocorra de forma positiva, seja entre colaboradores de um mesmo 
setor ou ainda entre superiores e subordinados. 
Trabalhar com a ideia de liberdade de concepções envolve os 
colaboradores, que promovem a gestão empresarial, de maneira efetiva, com 
base nos estudos e ações que ofertam à sociedade um serviço de qualidade, 
priorizando-se os valores que podem ser considerados fundamentais, a fim de 
que esta instituição esteja sempre pronta a atender às necessidades de cada 
indivíduo, ainda com base na ética e na cidadania. 
No desenvolvimento dos colaboradores em relação à atuação nas 
empresas, existe uma preocupação, por parte da Gestão de Pessoas no 
contexto sociocultural atual, de que aqueles que integram o âmbito empresarial 
devem estar atentos às necessidades que o mercado possui, assim como se a 
empresa na qual atuam está devidamente preparada para lidar com os 
aspectos pertencentes a este contexto. 
Uma das questões mais relevantes ao se pensar em um trabalho voltado 
ao mercado e, consequentemente, aos consumidores de uma empresa, é a de 
 
 
saber lidar com os sentimentos,as sensações, os valores, as crenças e as 
emoções alheios a cada colaborador, sendo que este deve ser capaz de 
analisar, compreender e lidar, da melhor forma, com cada um destes aspectos 
subjetivos dos públicos empresariais. 
 
A partir destas considerações, verifica-se também que é fundamental 
que os colaboradores saibam se colocar no lugar dos consumidores, sabendo 
identificar não apenas os elementos individuais, bem como os coletivos, que 
fazem com que uma determinada imagem da empresa seja gerada e 
propagada para toda a sociedade, em momentos positivos e, especialmente, 
nos negativos. 
A principal capacidade subjetiva que um colaborador deve demonstrar 
nesses momentos é a empatia: saber como se colocar no lugar do consumidor, 
questionando-se o que ele deseja, de que modo ele costuma consumir o 
produto/serviço da empresa, o que já foi exigido da parte dele para com o 
produto/serviço e quais modificações poderiam ser feitas, a fim de que o 
produto/serviço da empresa pudesse efetivar a superação de expectativas de 
seus públicos. 
Com a empatia, um colaborador possui a capacidade de examinar 
também as necessidades dos consumidores e transformá-las em desejos, 
inclusive de compra. Entretanto, isto só lhe é possível se o mesmo puder 
desenvolver um aspecto voltado às competências – em especial, as 
emocionais. Neste caso, a ideia é a de que o colaborador possa empregar e 
desenvolver suas ações pautado pela chamada Inteligência Emocional. 
Consiste a Inteligência Emocional enquanto empenho do colaborador 
em se desenvolver como ser humano, buscando novas formas de pensar e agir 
com relação a questões de cunho psicológico, social e cultural. Como 
consequência da aquisição de tal capacidade, suas reações a determinados 
imprevistos passam a ser controladas com maior frequência (ou pelo menos 
ele tende a amenizar os efeitos emocionais de um problema que lhe surja 
repentinamente). 
 
 
Com o desenvolvimento desta atitude proativa, baseada na Inteligência 
Emocional, o colaborador passa a agir de outra forma ao se deparar com um 
determinado obstáculo, ganhando tempo e energia para a devida resolução 
dos problemas, bem como o respeito de seus colegas de empresa e 
superiores, já que o indivíduo que tende a analisar as problemáticas com 
calma, de forma racional, tende a conquistar uma reputação positiva como 
colaborador. A tendência, inclusive, passa a ser dos problemas serem 
confiados a este colaborador, tendo em vista que possui a técnica para resolvê-
los efetivamente. 
Além da possibilidade de ascensão profissional, inclusive para cargos de 
gestão, devido à eficiência do colaborador na resolução de problemas, o uso 
da Inteligência Emocional torna-o também um líder, facilitando ainda mais sua 
mudança de atitudes e postura, aproximando-o de seus colegas e/ou 
subordinados, por transmiti-los o controle necessário para que um problema 
seja analisado como um obstáculo a mais para a empresa – e não como uma 
barreira final e intransponível. 
Enfim, a Inteligência Emocional pode constituir uma ferramenta 
fundamental para a devida compreensão de valores, emoções e atitudes 
alheios, a fim de que os colaboradores possam ser estimulados para uma 
devida atuação, em prol das necessidades da empresa, a fim de que a mesma 
se destaque de forma inovadora no mercado atual. 
 Síntese 
A função administrativa reside no exercício da liderança em todos os níveis hierárquicos, a fim de 
que a organização seja eficaz nos processos de comunicação e no estímulo da motivação, 
necessárias a toda atividade que requeira o envolvimento geral de seus colaboradores. Em 
relação ao pensamento das organizações consideradas inovadoras que, com princípios 
diferenciados, tendem a se destacar no mercado, diante das que ainda assumem uma atitude 
conservadora, podem ser considerados três níveis de abordagem: institucional, intermediário e 
operacional. O primeiro nível aborda a organização como um todo, o segundo aborda cada setor 
de forma detalhada e o terceiro, cada operação em separado. Uma organização é apenas 
 
considerada conservadora diante de sua cultura, quando a mesma apresenta padrões rígidos, 
sem qualquer consideração a crenças e valores individuais. Consiste a Inteligência Emocional 
enquanto empenho do colaborador em se desenvolver como ser humano, buscando novas formas 
de pensar e agir com relação a questões de cunho psicológico, social e cultural. Como 
consequência da aquisição de tal capacidade, suas reações a determinados imprevistos passam a 
ser controladas com maior frequência. 
 
 
 1.3 Competências Individuais e Gestão 
 
Quando as características da gestão empresarial são analisadas, 
verificar-se uma tendência da mesma ser desenvolvida com base na relação 
entre chefe e colaboradores, sendo que o primeiro, enquanto gestor, é tido 
como aquele que controla todas as ações e supervisiona estes, de forma 
rigorosa, com relação ao que devem ou não realizar no cotidiano da instituição. 
Entretanto, o contexto contemporâneo das empresas exige uma postura 
do gestor não apenas enquanto chefe, mas também na posição de líder, para 
que o mesmo possa não somente realizar cobranças e punições, mas também 
realize o devido direcionamento dos colaboradores nas funções específicas 
que possuem, bem como venha a motivá-los de modo efetivo, obtendo deles a 
melhor contribuição possível. 
O planejamento é a melhor contribuição de um gestor que deseja 
efetivar a atitude de líder dentre seus colaboradores, a fim de que os mesmos 
possam se preparar efetivamente para quaisquer obstáculos que surjam, tanto 
no âmbito interno (quebra de equipamento, erro de um colaborador ou um 
departamento) quanto no externo (perda de fornecedores ou falha com o 
consumidor). 
Planejar-se significa, no contexto da gestão empresarial, estar 
preparado com relação a qualquer variante, a fim de que possíveis problemas 
sejam evitados, a partir de erros cometidos anteriormente pela equipe. O 
planejamento deve ser algo cíclico, que possa conduzir os colaboradores a 
 
 
uma análise constante de seus feitos, das conquistas obtidas junto à empresa, 
de formas com que os problemas foram contornados e os resultados de tais 
resoluções. 
 
O planejamento empresarial é um recurso relevante 
 para a gestão? 
 
Uma das estratégias que podem ser adotadas para com o planejamento 
estratégico empresarial, para que o mesmo seja efetivo e alcance as devidas 
realizações, é atentar ao ciclo PDCA, formado pelas palavras em inglês Plan = 
Planejar, Do = Fazer, Check = Checar e Act = Agir. Destaca-se a ideia de que, 
após o agir, retoma-se o planejar, a fim de que as ações da empresa sejam 
constantemente planejadas, feitas e checadas. 
Uma outra ação que complementa a gestão empresarial inovadora é a 
instituição que posiciona como prioridade em suas realizações a necessidade 
que seus consumidores possuem. Nesse sentido, o produto não é feito antes 
de que seja devidamente analisada a demanda que o mercado possui, 
correndo menos riscos de não satisfazer as necessidades dos indivíduos. 
Esta acaba por se caracterizar em uma estratégia muito pertinente para 
que a empresa possa ser capaz de evitar gastos com a produção, 
armazenamento, transporte, distribuição e publicidade de seus produtos. 
Portanto, a inovação transforma, inclusive, a maneira tradicional pela qual uma 
empresa realiza as devidas ações para manter-se no mercado e efetivar seu 
ciclo de vida. 
O que fortalece uma empresa no mercado é a forma como ela se 
destaca dentre as demais, criando assim seus diferenciais junto aos seus 
públicos. Esses diferenciais podem estar ligados à qualidade de seus produtos 
e/ou serviços, ao atendimento realizado em seus pontos de venda, a facilidade 
de compra e pagamento nos mesmos, ou ainda benefícios que podem ser 
 
 
incluídos após a compra, ou seja, na etapa chamada “pós-venda”. É nessemomento em que os consumidores podem desejar, por exemplo, tirar dúvidas 
sobre as funções e garantia de suas aquisições – e um canal de comunicação 
como o serviço de atendimento ao cliente (SAC) acaba por se fazer totalmente 
valioso e eficiente no fortalecimento da relação com os mesmos. 
Uma manifestação que acaba por tornar viável esta forma de 
pensamento empresarial, com a criação do produto a partir de uma análise 
crítica e minuciosa do contexto sociocultural é a denominada startup, termo em 
inglês que identifica uma empresa que nasce em torno de uma ideia, com uma 
equipe reduzida, mas com esforços direcionados para que um determinado 
produto ou serviço seja bem sucedido, a partir do momento em que pode ser 
devidamente trabalhado em função de seu sucesso junto aos clientes. 
Assim, pode-se dizer que não há inovação empresarial se a empresa 
não está disposta a se reinventar, tampouco aos seus procedimentos e à forma 
pela qual lida com seus colaboradores. Somente deste modo é que a 
contribuição destes será totalmente voltada à criação e inovação, sem que a 
empresa perca seu posicionamento no mercado, garantindo ainda a satisfação 
(ou mesmo superação) das expectativas de seus consumidores. 
Quando as características da gestão empresarial são analisadas, verificar-se uma 
tendência da mesma ser desenvolvida com base na relação entre chefe e colaboradores, 
sendo que o primeiro, enquanto gestor, é tido como aquele que controla todas as ações e 
supervisiona estes, de forma rigorosa, com relação ao que devem ou não realizar no 
cotidiano da instituição. O planejamento é a melhor contribuição de um gestor que deseja 
efetivar a atitude de líder dentre seus colaboradores, a fim de que os mesmos possam se 
preparar efetivamente para quaisquer obstáculos que surjam, tanto no âmbito interno 
(quebra de equipamento, erro de um colaborador ou um departamento) quanto no externo 
(perda de fornecedores ou falha com o consumidor). Acaba por se caracterizar em uma 
estratégia muito pertinente para que a empresa possa ser capaz de evitar gastos com a 
produção, armazenamento, transporte, distribuição e publicidade de seus produtos. 
 
 
 
 Síntese 
 
A partir do desenvolvimento da empatia, além da Inteligência Emocional, 
um colaborador possui a capacidade de também desenvolver outras 
concepções em torno de sua atuação, fazendo com que possa se compreender 
de modo mais efetivo e entenda os outros colaboradores, de acordo com as 
particularidades que os mesmos possuem. 
Nesse sentido, podem ser verificadas a existência e desenvolvimento de 
duas inteligências, oriundas da Inteligência Emocional: a inteligência 
interpessoal e a inteligência intrapessoal. São muito relevantes para que as 
emoções e demais aspectos subjetivos sejam devidamente trabalhados, em 
função de sua atuação empresarial, bem como sua interação pessoal com os 
demais colaboradores da instituição em que atua. 
Com relação à inteligência interpessoal, pode-se classificá-la como 
aquela que é desenvolvida a partir do momento em que a pessoa possui uma 
predisposição para atuar junto às demais pessoas, relacionando-se com elas e 
garantindo que as mesmas sejam devidamente exploradas em suas 
competências, inclusive trabalhando com a devida compreensão de suas 
crenças, emoções, pensamentos e atitudes. 
Já a inteligência intrapessoal possui relação com a forma com que o 
indivíduo se relaciona consigo mesmo, em relação a seus valores e a 
concepção que faz de si mesmo e dos outros, a fim de que possa compreendê-
los em função de uma relação duradoura, incluindo as realizações promovidas 
em torno dos objetivos da empresa, que dependem da relação efetiva entre 
colaboradores. 
Portanto, a inovação transforma, inclusive, a maneira tradicional pela qual uma empresa 
realiza as devidas ações para manter-se no mercado e efetivar seu ciclo de vida. 
 
 
 
Com base nesses aspectos, pode-se complementar a ideia de liderança 
a partir do desenvolvimento de ambas as inteligências, pois para a devida 
compreensão de outrem, o colaborador que deseja atuar como gestor e líder 
deve se empenhar em entender a si mesmo, suas expectativas e anseios, a fim 
de que possa estimular os demais colaboradores, garantindo a eficiência dos 
mesmos a partir de um controle emocional efetivo. 
 
Quais características o gestor deve assumir para atuar como 
líder? 
 
Toda e qualquer ação voltada à empresa tem seu reflexo diretamente 
projetado sobre seus públicos, que por sua vez constituem a sociedade na qual 
se insere. Por isso, o desenvolvimento adequado de seus colaboradores deve 
ser efetivamente concebido e trabalhado, em função de novas práticas para 
com a realidade da instituição. 
Posicionando-se as inteligências inter e intrapessoal como elementos da 
cultura da empresa, esta tende a assimilar novas formas de realizações, tais 
como a oferta de produtos e/ou serviços, o atendimento ao consumidor, a 
comunicação estabelecida com seus públicos, a forma com que os 
colaboradores são estimulados à capacitação, à inovação e criatividade em 
suas funções, bem como a relação entre os mesmos tende a ser real e 
efetivamente exercida. 
O processo comunicacional é trabalhado pela organização não como um 
procedimento paralelo, mas em conjunto às demais realizações da instituição. 
Os meios de comunicação utilizados são divididos, de acordo com o público, 
em internos – voltados aos colaboradores – e externos – público que não 
participa das realizações cotidianas da organização. 
 
 
 
Com relação ao público externo de uma organização, destacam-se os 
stakeholders, dentre consumidores, fornecedores, acionistas, empresas 
concorrentes, imprensa e governo, que equivalem a todos os interessados, de 
forma direta ou indireta, contribuindo para sua ascensão socioeconômica. 
Como público interno, a empresa identifica seus colaboradores, dentre 
estagiários, terceirizados, operacionais de nível técnico, tático, administrativo, 
gerentes, supervisores, diretores e o gestor. 
 
Sabe-se que os meios de comunicação acompanham o cotidiano do 
homem contemporâneo, sempre o informando a respeito dos acontecimentos, 
fenômenos e as possibilidades de crescimento pessoal e profissional. Da 
mesma forma, as organizações procuram estabelecer contato com seus 
públicos, por meio de mídias específicas, que transmitem as informações 
pertinentes a cada um – desenvolvendo, inclusive, aspectos motivacionais para 
com os mesmos. 
 Síntese 
A partir do desenvolvimento da empatia, além da Inteligência Emocional, um 
colaborador possui a capacidade de também desenvolver outras concepções em 
torno de sua atuação, fazendo com que possa se compreender de modo mais 
efetivo e entenda os outros colaboradores, de acordo com as particularidades que 
os mesmos possuem. Nesse sentido, podem ser verificadas a existência e 
desenvolvimento de duas inteligências, oriundas da Inteligência Emocional: a 
inteligência interpessoal e a inteligência intrapessoal. O processo comunicacional é 
trabalhado pela organização não como um procedimento paralelo, mas em conjunto 
às demais realizações da instituição. Os meios de comunicação utilizados são 
divididos, de acordo com o público, em internos – voltados aos colaboradores – e 
externos – público que não participa das realizações cotidianas da organização. 
 
 
 
 
Considerações Finais 
Finalizando o módulo, esperamos que você tenha compreendido as 
concepções sobre os ideais das organizações, os processos organizacionais e 
a forma com que a gestão é utilizada em função das competências individuais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com relação ao público externo de uma organização, destacam-se os stakeholders, 
dentre consumidores, fornecedores, acionistas, empresas concorrentes, imprensa e 
governo, que equivalem a todos os interessados, de forma direta ou indireta, 
contribuindo para sua ascensãosocioeconômica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paradigmas da Organização do Trabalho escolar 
 
 
Roseli A. de A. Matos Moreira 
Disciplina Gestão Escolar: funções e competências 
Módulo 2 – Paradigmas da Organização do Trabalho 
escolar - Faculdade Campos Elíseos (FCE) – São Paulo 
– 2017. 
Guia de Estudos – Módulo 2 Paradigmas da 
Organização do Trabalho escolar 
1. O que são paradigmas? 2. Organizações na 
Sociedade Contemporânea 3. Planejamento Escolar: 
Avaliação, metas e programação. 
Faculdade Campos Elíseos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Conversa Inicial 
 
No segundo módulo, refletiremos sobre Paradigmas da Organização do 
Trabalho Escolar. Para tanto, resgataremos o significado da palavra paradigma 
e os paradigmas fundantes da Educação Brasileira. Abordaremos as teorias 
que sustentam cada paradigma, os modos de organização da 
contemporaneidade e o trajeto entre panejar e executar. 
 
Agora, com a descrição de toda a trajetória, podemos dar continuidade a nossa 
jornada de estudos. 
 
 
Ótimo aprendizado! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2.1. O QUE SÃO PARADIGMAS? 
 
A escola atua em diferentes direções e por meio de diferentes 
concepções. Coletivamente existe um perfil que se constitui e que define os 
caminhos que o grupo de educadores seguirá. Nem sempre esse perfil é 
explicitado nos documentos da escola, mas certamente se fazem representar 
na atuação de seus membros constituindo, então, paradigmas que conduzem 
os dizeres e fazeres do grupo. 
Etimologicamente, o termo paradigma tem origem no 
grego paradeigma que significa modelo ou padrão, correspondendo a algo que 
vai servir de modelo ou exemplo a ser seguido em determinada situação. 
A educação brasileira em seus mais de quinhentos anos de existência já 
passou por vários paradigmas e muitas vezes esses coexistem o que torna 
ainda mais plural o cenário das escolas e da educação de modo geral. 
Ao tratarmos das teorias de currículo atualmente podemos citar três 
perspectivas pelas quais a educação brasileira vem se estruturando em sua 
história. São elas: Tradicional, Crítica e Pós-critica. Cada uma delas exprime 
um paradigma, ou seja apresentam formas de enxergar a criança, a escola e a 
sociedade e as soluções para os problemas que a educação apresenta. Cada 
paradigma sofre a influência de questões sócio-políticas-culturais e por isso se 
diferenciam muitas vezes drasticamente. 
O paradigma tradicional tem seu alicerce os pressupostos de Taylor 
que caracterizam-se pela ênfase nas tarefas, objetivando o aumento da 
eficiência ao nível operacional. A ideia principal é a racionalização do trabalho, 
que envolve a divisão de funções dos trabalhadores; e o fazer as tarefas de 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trabalhador
 
 
modo mais inteligente, ou seja, segundo ele, com a máxima economia de 
esforço e tempo. 
Tomando por base as ideias de Taylor, John Franklin Bobbitt pretendia 
administrar a educação e a escola como uma empresa de onde deveria se 
obter lucros concretos, com amostras em números e resultados. Bobbitt 
defendia uma educação utilitarista na qual seria ensinado aquilo que de fato o 
aluno pudesse usar em sua vida real. Tais pressupostos reconheciam o modelo 
industrial como a grande referência e por isso a aprendizagem era vista como 
ato mecânico, em que por transmissão o professor passaria os conhecimentos 
aos alunos. A precisão nos resultados era um fator essencial para Bobbitt que 
defendia que a educação deveria ser tão eficiente quanto qualquer outra 
empresa, já que considerava a escola como tal. 
Teóricos como Bobbitt, por exemplo, acreditavam que a educação 
deveria ser conduzida pelas características da vida ocupacional adulta com 
caráter propedêutico, ou seja, preparar para o futuro. Assim, o estabelecimento 
de padrões era considerado tão importante na educação quanto numa fábrica 
, pois, a educação, tal como na fábrica, era entendida como um processo de 
moldagem. Assim defendia-se que era possível estabelecer padrões definitivos 
para os vários produtos educacionais, desconsiderando, assim, os 
pressupostos da psicologia infantil. 
Assim, a ação da escola limitava-se a ser uma atividade burocrática, 
desprovida de sentido e fundamentada na concepção de que o ensino estava 
centrado na figura do professor, que transmitia conhecimentos específicos aos 
alunos, estes vistos apenas como meros repetidores dos assuntos 
apresentados sem qualquer preocupação em fazer questionamentos radicais 
em relação ao modelo de sociedade vigente. Os modelos tradicionais de 
educação tinham como referencia a pergunta “Como fazer?” Não se 
preocupando com o “Por quê?” e “Pra quê?” 
 
 
 
Contemporâneo e contrário a Bobbitt estava Dewey, cuja preocupação 
estava mais voltada para a democratização do que com o funcionamento da 
economia. O modelo de ensino-aprendizagem defendido por Dewey estava 
focado no aluno como sujeito da própria aprendizagem. A teoria prevê ainda, 
que a aprendizagem deve partir da problematização dos conhecimentos 
prévios do aluno. Como importante ativista e defensor da democracia, Dewey, 
também participou de movimentos em defesa das causas sociais. Entendia a 
educação como um fenômeno de extrema importância, capaz de proporcionar 
um espaço democrático para as diferentes classes sociais por meio de uma 
metodologia fundamentada no interesse e na experiência do sujeito. 
O paradigma Crítico, ao contrário do tradicional, trouxe para o debate a 
relação entre educação e produção e entre escola e economia. O modelo 
crítico revela o descontentamento com as desigualdades e injustiças sociais e 
segue em dois eixos: denunciar e anunciar. 
Ao denunciar, tal modelo, preocupava-se em descrever o modelo de 
organização de classes com base capitalista que era pautado no modo de 
reprodução e legitimação das desigualdades sociais, pois encontrava-se 
pautado na cultura dominante . Portanto, nesse caso o currículo da escola está 
baseado nos propósitos cultura dominante e por isso, se expressa na narrativa 
dominante. Crianças e jovens das classes dominantes compreendem 
facilmente esse código, afinal durante toda a vida estiveram mergulhadas 
nesse código. Desses modos se sentem à vontade no perfil cultural e afetivo 
constituído por esse código. Contudo, para as crianças e jovens das classes 
dominadas, esse é um código impossível de decifrar. Eles não sabem do que 
se trata. Ao mesmo tempo que as crianças das classes dominantes percebem 
seu capital cultural reconhecido e validado, as crianças e jovens das classes 
dominadas têm sua cultura desconsiderada e minimizada, assim entendem que 
seu capital cultural, considerado baixo ou nulo, não passa qualquer 
reconhecimento ou valorização. 
 
 
 
Para o paradigma crítico cabe a escola a valorização de todas as 
culturas não acreditando que houvesse culturas superiores e inferiores, mas 
sim culturas diferentes. Nessa perspectiva cabe perguntar: Por que 
determinado conhecimento é válido e está em detrimento de um outro 
considerado não-válido? 
Em contrapartida, ao anunciar, a escola crítica defende uma escola 
capaz de conscientizar crianças e jovens para que, ao serem cientes de sua 
realidade, seja local ou global, possam emancipar-se e libertar-se de um 
pensamento hegemônico, homogeneizador para seguir numa linha de 
resistência a estes padrões preestabelecidos. Nesse contexto, nos deparamos 
com teóricos importantes como Gramsci, Giroux e Paulo Freire. 
Tais Teóricos desacreditavam de uma tomada do poder que não fosse 
precedida por mudanças de mentalidade. Para eles, os agentes principais 
dessas mudanças seriam os intelectuais e um dos seus instrumentos mais 
importantes, para a conquista da cidadania, seria a escola, daí a criação do 
termo intelectual orgânico que se refere ao intelectual que se mantém ligado 
a sua classesocial de origem atuando como porta voz desta. 
Tomando por base o conceito de intelectual orgânico defende-se a ideia 
de que o professor precisa ser intelectual transformador, termo criado por 
Giroux que significa entender o professor como um agente de socialização, 
propiciadora de atividades reflexivas e libertadoras. 
Paulo Freire, faz forte crítica a educação tradicional que intitula de 
educação bancária, pautada, segundo ele, em ações mecânicas de 
reprodução de conhecimento e transmissão desse. É um modelo que se 
confunde com o ato de depósito bancário. Para Freire, a escola tem por 
incumbência desenvolver um olhar crítico sobre a macro e a microestrutura nas 
quais os sujeitos se encontram para que construam significados sociais em 
substituição a transmissão de fatos e informações. 
 
 
 
Pedagogia do Oprimido, foi um termo construído por Freire como uma 
nova forma de relacionamento entre professor, estudante, e sociedade, que 
inclui relação dialógica contrária à manipulação das classes menos favorecidas 
pela "cultura dominante", através dos meios de comunicação. Defendia que a 
população em si precisa ser conduzida ao diálogo que entende como canal de 
libertação. 
Contudo, para Freire esse processo de conhecimento deve proporcionar 
ao sujeito sua emancipação e isso se torna possível quando homens e 
mulheres se educam mutuamente num processo de intersubjetividade. Nessa 
perspectiva traz para o debate a educação problematizadora na qual entende-
se que os sujeitos estão implicados no ato d e construção do conhecimento. O 
mundo que é entendido como objeto a ser conhecido não é simplesmente 
transmitido; a ação pedagógica não consiste simplesmente trazer informações 
sobre o mundo. Outrossim, educador e educandos constroem, dialética e 
dialogicamente, um conhecimento de mundo. 
Assim, pode-se afirmar que, segundo as ideias de Freire, o 
conhecimento não é doado ou imposto, mas uma evolução organizada e 
sistematizada com a participação dos educandos em todas as fases da 
construção desse conhecimento. 
 
O paradigma pós-crítico, também conhecido como pós colonialista se 
propõe a analisar as relações de poder entre as diferentes nações que 
compõem a herança econômica, política e cultural europeia, na qual prevalece 
o padrão masculino, branco e europeu. Não nega a existência de um conteúdo 
cultural hegemônico e regulador no currículo, mas analisa esta reprodução 
como limitada, nesse contexto, traz como perspectiva o multiculturalismo, O 
termo multiculturalismo se refere a uma pluralidade cultural que convive de 
forma harmônica, ou seja, a coexistência de várias culturas em um mesmo 
espaço territorial, seja esse macro ou micro. Por isso, o termo cultura passa a 
ser substituído por culturas e o currículo é pensado a partir construção de 
 
 
 
identidades, diante do que se aloca a questão “para quem se constrói o 
currículo?” 
 
Outro aspecto relevante é o fim das metanarrativas, ou seja, das 
narrativas totalizantes com teorias e explicações abrangentes e de caráter 
hegemônico. Em contraponto as metanarrativas privilegia a mistura, o 
hibridismo e a mestiçagem de culturas. 
 
 
Enquanto o paradigma crítico coloca a emancipação e libertação das 
classes populares como um dos principais pilares para o fim das desigualdades 
sociais, a teoria pós-crítica dá ênfase às questões de gênero, raça, etnia e 
sexualidade, expressas pelas minorias no que se refere às relações de poder. 
Assim podemos afirmar que a teoria pós-colonial, juntamente com o feminismo, 
o movimento negro, entre outros, clama pela a inclusão das expressões 
culturais que refletem a o modo de atuação dos grupos cujas identidades 
culturais e sociais são colocadas à margem pelo pensamento eurocêntrico das 
classes dominantes. 
 
Assim, podemos afirmar que o paradigma pós-critico estuda os impactos 
que as nações colonizadoras deixaram na cultura dos países colonizados, 
considerada superior, no que tange a campos como política, filosofia, artes e 
teoria literária, mas também observa as produções dos “colonizados” com a 
riqueza e diversidade que essas possuem, dando escuta às vozes até então 
silenciadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em síntese: 
 
Paradigmas são elementos fundantes, aquilo que sugere um padrão , um 
modelo a ser seguido. Na Educação podemos verificar a existência de três 
principais paradigmas: Tradicional, Crítico e pós-crítico. 
 
O paradigma tradicional apoia-se no modelo industrial e prima pela eficiência, 
máxima utilização de tempos e o armazenamento de informações, dando ao 
aprendizado o caráter cumulativo e ao ensino o caráter transmissivo. Nesse 
contexto, o professor é visto como detentor do saber e o aluno como tábula 
rasa a ser preenchida pelo conhecimento que será transmitido. 
 
O paradigma crítico é marcado por pensadores de grande expressão como 
Bourdieu, Passeron, Paulo Freire, entre outros. Tem sua matriz na teoria 
marxista, ou seja no materialismo histórico e visa a formação de sujeitos 
autônomos e críticos. 
Esse paradigma busca também denunciar a opressão de grupos hegemônicos 
que impõem sua cultura como única e válida, desconsiderando as demais, já 
que são vistas como subculturas. Enquanto o paradigma tradicional se pauta 
na transmissão de conhecimento o paradigma crítico tem como eixo central a 
problematização da realidade que se pretende decifrar para compreendê-la e 
transformá-la. 
 
O paradigma pós-critico, busca desconstruir os paradigmas anteriores 
defendendo a valorização da diversidade cultural, de gênero e étnica e racial. 
Faz crítica as metanarrativas e promove a desnaturalização dos discursos 
hegemônicos e traz á luz as diferentes narrativas, diferentes identidades e, 
portanto, diferentes subjetividades. 
 
 
 
 
2.2. ORGANIZAÇÕES NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA 
 
Do grego "organon", organização significa instrumento, utensílio. Muitas são as 
formas de organização na contemporaneidade, e, diferentemente da indústria 
onde a organização é burocrática e fundamentada na racionalidade técnica do 
trabalho, além da centralização e do controle sobre as pessoas, a escola, 
também entendida como organização, considera em seu trabalho a história de 
vida de seus sujeitos e reconhece necessidades e objetivos no cotidiano 
escolar, onde se constrói conhecimento coletivamente. 
 
Somente a partir de 1827 a escola no Brasil passou a ser considerada 
legalmente como organização. Antes a educação ocorria nos lares, com 
professores particulares até determinado nível e posteriormente eram 
encaminhados para a Europa para que pudessem estudar em colégios 
especializados. Contudo, na Europa já havia há muito tempo a escola como 
organização social inclusive com Universidades. 
 
 É a partir da ideia de grupo e dos papeis que seus membros desempenham 
que a sociedade contemporânea se constitui em suas organizações. Daí a 
necessidade ad estruturação desses grupos para a evolução das organizações. 
Nesse contexto a escola também se insere. 
 
Assim, como afirma Sousa (2006:38): 
 
As organizações constituem sistemas complexos que interagem 
constantemente com um número significativo de outros sistemas, 
também com grande complexidade. Em função disso, uma 
organização não se encontra isolada, nem é auto-suficiente. Ao 
contrário, existe ao seu redor todo um contexto que deve ser 
considerado em sua existência e estudo: o ambiente. Dessa forma, 
as organizações, como os seus ambientes, são dinâmicas. 
 
 
Portanto, é possível afirmar que a autonomia da organização escolar é 
relativa e não absoluta. Autonomia não é concessão, é fruto de uma trajetória 
que implica em conhecimento e aprendizagem, que requer responsabilidade do 
gestor e corresponsabilidade da equipe. Nesse contexto, espera-se a presença 
de sujeitos críticos, argumentativos, propositivos e desejosos de mudanças. 
Entende-se,portanto, que o sujeito é peça central da estrutura social. 
Assim, é preciso ressaltar a importância do envolvimento por todos os 
atores da escola: gestores, professores, alunos, pais, demais funcionários e 
representantes da comunidade local, afinal é insuficiente que, apenas a equipe 
escolar tome consciência da importância da participação. 
É preciso criar condições e mecanismos que favoreçam a gestão 
participativa. Dessa forma autonomia se constitui como poder reconhecido à 
escola para tomada de decisões conforme seu projeto pedagógico e em função 
das competências e dos meios que lhe estão postos. 
Em síntese: 
 
 
A escola como organização se constituiu em 1827, quando a educação 
ministrada por pedagogos deixou de ser nos lares para ser na escola. 
Caracteriza-se como organização, pois possui controle da participação, da 
pluralidade de ideias e estratégias, dos conflitos, poderes, da liderança e 
mudança e da organização dos espaços e tempos. 
 
Atualmente se defende a proposta de uma escola como organização 
autônoma, mas há um risco em acreditar que essa autonomia seja absoluta. A 
autonomia da escola como vimos anteriormente é relativa, já que como 
organização faz parte de uma conjuntura e de uma estrutura organizacional 
maior que é a sociedade. 
 
 
 2.3. PLANEJAMENTO ESCOLAR: AVALIAÇÃO, METAS 
E PROGRAMAÇÃO 
Segundo Chiavenato (2004: 166-167): 
 
O planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente 
quais são os objetivos a serem atingidos e como se deve fazer para 
alcançá-los. Trata-se, pois, de um modelo teórico para a ação futura. 
Começa com a determinação dos objetivos e detalha os planos necessários 
para atingi-los da melhor maneira possível. Planejar é definir os objetivos e 
escolher antecipadamente o melhor curso de ação para alcançá-los. O 
planejamento define onde se pretende chegar, o que deve ser feito, quando, 
como e em que sequência. 
Planejar, portanto, é uma ação humana que perpassa vários setores de 
nossa vida. É processo contínuo, pois planejamos e replanejamos a todo 
momento. Por ser voltado para ações futuras visa antecipar eventuais 
dificuldades e também resultados positivos. 
Por indicar ações futuras possui caráter flexível o que possibilita fazer 
ajustes e correções de curso, adequando-se às intercorrências do processo. 
Para tanto, faz-se necessário que o planejamento inclua momentos de 
avaliação desde o seu início até a sua finalização. Avaliar, contudo não se trata 
de mensurar para classificar e rotular pessoas e processos, mas sim para 
acompanhar os momentos que foram planejados e tomar decisões sobre a 
continuidade ou não do que foi pretendido. 
Planejamento atualmente é visto como instrumento de organização da 
prática educacional. Nesse contexto, precisaremos definir que tipo de 
conhecimento nos propomos a discutir e quais os efeitos desse na formação de 
valores e princípios. 
 
 
Planejar auxilia a concretização de nossos objetivos, pois pauta nossas 
ações prevendo a concretização de nossas ideias e ideais. Para que o 
planejamento seja eficiente é necessário analisar a realidade, projetar 
finalidades e buscar formas de mediação do conhecimento sobre essa 
realidade, propondo formas interativas para a realização do planejamento, 
buscando organizar o trabalho. Assim, planejamento prevê objetivos, criticidade 
e comprometimento dos educadores e educandos. 
Ao refletirmos sobre planejamento, necessariamente pensamos sobre 
avaliação, contudo, durante muito tempo na história da educação acreditou-se 
que a avaliação se dava somente no final de cada processo e daí que teria 
como função aprovar ou reprovar ações e pessoas. Hoje sabemos que a 
avaliação media todo o processo. 
Não se pode começar um planejamento da estaca zero. É preciso 
resgatar ações consolidadas e não consolidadas no processo para começar 
uma nova etapa. Nesse caminho a avaliação diagnóstica ganha papel 
relevante já que traz a campo os conhecimentos, ações e expectativas que do 
grupo sobre o processo educativo. 
A avaliação diagnóstica, tanto inicial como do processo permite 
evidenciar aspectos positivos e negativos do percurso e por isso, é capaz de 
evitar a detecção tardia de dificuldades no processo com vistas a organização 
do mesmo. Diagnosticar supera a ação de verificação já que requer tomada de 
atitude ante aos dados levantados. Assim, por meio da avaliação diagnóstica é 
possível identificar determinada realidade, observar se o os percursos estão de 
acordo com o que se projetou e refletir sobre possíveis causas de dificuldades 
que eventualmente ocorram. 
 Avaliar – Planejar – Avaliar, são etapas que se completam e que 
passam a fazer sentido quando a partir delas estabelecemos Metas. Mas, o 
que são Metas? Trata-se do resultado final a ser alcançado pelo gestor e sua 
equipe, e que precisarão de grande empenho para atingi-lo. As metas bem 
 
 
delimitadas favorecem ao gestor selecionar quais atividades serão executadas, 
por quem serão realizadas e quando serão alcançadas. 
 
 Em síntese: 
 
Considerações Finais: 
 
Finalizando o módulo 2, esperamos que você tenha compreendido os 
diferentes paradigmas existentes e muitas vezes co-existentes no interior da 
escola, paradigmas esses que explicam narrativas e fazeres dos atores desse 
processo. 
Esperamos também que tenha ficado clara a importância da avaliação no 
processo de planejamento das organizações educativas, como modo de 
acompanhamento do processo a fim de redimensioná-lo continuamente. 
 
 
Como discutimos anteriormente é condição essencial da gestão o Planejamento. 
Planejar implica enxergar possibilidades futuras e organização do fazer. Ao 
planejar somos capazes de antecipar problemas e indicar possibilidades de 
superação. 
Por meio do planejamento se definem objetivos e metas a ser alcançados, o que 
favorece traçar a trajetória que se pretende seguir. Podemos dizer portanto, que 
o planejamento é desenvolvido para alcançarmos uma situação futura desejada, 
otimizando esforços e recursos. 
Nesse processo parte importante é a avaliação que se dá durante todo o 
percurso. A avaliação diagnóstica, tanto inicial como processual auxiliará no 
levantamento de problemas, dificuldades, mas também de resultados bem 
sucedidos. Avaliar implica no acompanhamento do processo educacional em prol 
da qualidade social desse. 
 
 
 
 
 
 
 
Formação continuada: fazeres do Coordenador Pedagógico 
 
 
Roseli A. de A. Matos Moreira 
Disciplina Gestão Escolar: funções e competências 
Módulo 3 – Formação continuada: fazeres do 
Coordenador Pedagógico – Faculdade Campos Elíseos 
(FCE) – São Paulo – 2017. 
Guia de Estudos – Módulo 3 – Formação continuada: 
fazeres do Coordenador Pedagógico 
. 
1. Conceito de formação - 2. Formação continuada - 3. O 
papel do Coordenador Pedagógico 
Faculdade Campos Elíseos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Conversa Inicial 
 
 
No terceiro módulo, discutiremos o fazer do Coordenador Pedagógico e sobre 
o conceito de formação, tão utilizado na atualidade, mas poucas vezes 
discutido. Nesse contexto, aprofundaremos a discussão sobre mediação, co-
autoria e estratégias de formação. 
Agora com a descrição de toda a trajetória, podemos iniciar a nossa jornada de 
estudos do terceiro módulo. 
 
 
Ótimo aprendizado! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3.1. Conceito de formação 
 
 
Nas últimas décadas muitas foram as pesquisas sobre formação de 
professores e muitas delas buscavam discutir o termo formação e sua 
diferenciação de outros que pareciam ser sinônimos como treinamento e 
capacitação. Outra questão igualmente importante refere-se aos termos 
formação inicial e formação continuada que veremos no próximo tópico. 
 
Para iniciar o debate é preciso lembrar que formaçãoé processo e que, 
por isso, não se dá num determinado período da vida do profissional, mas sim 
durante toda a sua atuação. Não estamos aqui falando de formação que 
delimita os fazeres técnicos ou o passo a passo do professor, mas sim de uma 
formação que garanta reflexão sobre os fundamentos da profissão e isso 
significa discutirmos a lógica da atuação docente e seus contextos a fim de 
construirmos uma consciência crítica sobre o ser professor. 
 
A palavra treinamento ocupa lugar importante na década de 1980 e tem 
suas bases na ideia de transmissão de conhecimentos e concebe o ensino e a 
aprendizagem como processos independentes e não relacionais, cabendo ao 
formador o papel do ensino e ao formando o papel da aprendizagem. Nesse 
contexto, formar significa transferir conhecimento, por um lado e assimilá-lo por 
outro. Discussões em torno do fazer docente não fazem parte desse cenário 
que preocupa-se essencialmente com o que o professor deve saber para 
ensinar e não o que deveria saber sobre como ensina e como seu aluno 
aprende. Treinar pressupõe avaliar os resultados para saber da eficácia. Assim 
o professor em processo de treinamento passará por avaliação que evidencie 
se aprendeu a realizar do modo como lhe foi ensinado. É um modelo bastante 
técnico e coincide com os pressupostos do tecnicismo. 
 
 
 
Capacitar, segundo o dicionário Larousse, significa fazer capaz, habilitar, 
convencer e persuadir, verbos esses que negam o percurso do professor que 
já se encontra em atuação (habilitar) negando ainda o diálogo à medida que 
tem como propósito impor uma determinada ideia (convencer). O termo 
capacitação muito próximo do termo treinamento visa munir o professor de 
conhecimentos e possibilidades de criação para que possa solucionar 
problemas. Visa dar sugestões que apresentem alternativas no ambiente de 
trabalho, dotando o “capacitado” de meios eficazes para resolver problemas e 
realizar determinadas tarefas pré-estabelecidas. 
 
Formação, diferentemente de treinamento e capacitação, é palavra utilizada 
com base nos estudos da teoria crítica e tem como referências importantes 
Paulo Freire, Madalena Freire, Pichon-Rivière, Antonio Nóvoa, entre outros. A 
formação continuada pressupõe conflitos didático-pedagógicos que movem os 
educadores a buscar saídas e não uma “grande saída”. A dinâmica de trabalho 
é marcada pelo o uso reflexivo de diferentes textos sendo que dentre esses 
estão os registros dos alunos e os apontamentos dos professores, além é claro 
dos referenciais teóricos. 
 
Na perspectiva de formação continuada o grupo ganha destaque no 
processo que tem suas bases nas relações vinculares existentes. Tal foco se 
dá com base nos estudos de Pichon-Rivière (1988) e o que esse intitula de 
grupos operativos que segundo ele são constituídos por observação 
sistemática que se realiza juntamente com a análise da operações da mente 
em sua inter-relação social e no contínuo intercambio com o mundo externo (p. 
24). 
 
Reconhecer a matriz da formação continuada em Pichon-Rivière 
significa expressar a importância do grupo num espaço relacional no qual 
ensinar e aprender seguem no processo grupal, de forma coesa. É no grupo e 
com o grupo que a formação é tecida com a construção de caminhos novos ou 
redimensionamento dos já existentes, buscando complementaridade entre os 
 
 
 
saberes dos que compõem o grupo. Assim, teoria e prática se interagem, 
promovendo a construção de conhecimentos críticos em que o sujeito tem 
consciência do seu aprendizado e de suas incompletudes. A respeito disso 
podemos afirmar que construímos saberes por meio de leituras e discussões 
de pontos de vista acerca da prática docente e da teoria nas qual essa se 
sustenta refletindo sobre a prática vivida, bem como pelo relato de práticas de 
outrem na troca de saberes e experiências. Desse modo, é possível observar a 
ação do outro, mas também a própria ação de um ângulo diferenciado, ou seja, 
de fora do cotidiano que muitas vezes nos deixa com visão obscura sobre a 
realidade. Essa análise não é uma ação meramente racional, ao contrário, 
conjuga aspectos cognitivos e afetivos que se inter-relacionam na ação 
educativa. 
Dessa forma, podemos afirmar que a formação é um processo coletivo, 
reflexivo e propositivo, pois ocorre com o sujeito na relação com seu grupo, faz 
com que se aprenda a apensar na ação educativa concreta e também a 
redimensione. 
Em síntese: 
 
Ao tratar de formação é preciso lembrar que estamos diante de um termo 
polissêmico para o qual cabem diferentes interpretações. Assim, treinar, 
capacitar e formar não são sinônimos, pois partem de referenciais teóricos 
distintos e tem como eixo concepções também distintas. Enquanto para os 
termos treinar e capacitar aprendizagem é processo de transmissão e 
recepção; para o termo formar a aprendizagem refere-se a tomada de 
consciência sobre o processo de construção de conhecimento e da própria 
prática vigente no cotidiano escolar. Portanto, formar é mais que transmitir 
conhecimento é promover reflexões sobre fazeres e discursos dos educadores 
que em grupo constroem consciência sobre suas bases teórica e práticas e 
podem optar por mantê-las ou ressignificá-las. 
 
 
 
 
3.2. Formação Continuada 
 
Uma vez feita a diferenciação das palavras: formação, treinamento e 
capacitação, podemos nos debruçar sobre a diferenciação entre Formação 
Inicial e Formação Continuada. 
 
Formação inicial refere-se a etapa de preparação formal de futuros 
professores numa instituição específica, propiciando-lhes aquisição de 
conhecimentos pedagógicos e disciplinares específicos, como também, 
conceitos teórico-práticos. 
 
Gatti (2014) em estudo realizado para a Fundação Carlos Chagas sobre 
formação inicial de professores para a educação básica em cursos de 
graduação revela o panorama preocupante, dada a insuficiência da formação 
oferecida para subsidiar a atuação de um profissional docente na educação 
básica. Um dos fatores de maior destaque nesse estudo é a ausência de 
debate sobre as práticas educativas e a pequena abordagem nas 
metodologias. Ou seja, ainda hoje o enfoque é técnico e não prático-reflexivo o 
que evidentemente compromete a atuação dos futuros professores. Contudo, a 
formação inicial é apenas uma primeira etapa do processo de profissionalidade 
do professor. 
 
Construir uma identidade profissional requer um investimento contínuo e 
permanente no e do professor que está sempre se observando, se 
compreendendo, se ressignificando. Contudo, a formação inicial é base para 
outras formações futuras e muito contribui para a identidade do profissional e 
por isso dialoga com a formação continuada quando essa é constituída nas 
bases prático-reflexivas. 
 
 
 
 O trabalho de formação continuada numa perspectiva prático-reflexiva 
possibilita o conflito ao problematizar as “certezas pedagógicas” dos 
professores e proporciona a compreensão de seus fazeres e de suas lógicas. 
Nesse processo o professor é capaz de desvelar-se para o grupo e para si 
mesmo. Observa-se como se estivesse de fora e é capaz de, olhando para si, 
redimensionar seus fazeres, sempre refletindo sobre as teorias que alicerçam 
suas práticas, num movimento de práxis, ou seja ação-reflexão-ação, por isso 
dialógica e dialética. 
 
A ação dialógica se explicita na medida em que Diálogo não só para 
conversar, mas para transformar o mundo, ou de “pronunciar o mundo”. Pois o 
diálogo como afirma Freire (2005: 91), 
 
(…) é este encontro dos homens [e mulheres], mediatizados pelo mundo 
para pronunciá-lo, não se esgotando, portanto, na relação eu-tu. Esta é a 
razão porque não é possível o diálogo entreos que querem a pronúncia do 
mundo e os que não a querem; entre os que negam aos demais o direito de 
dizer a palavra e os que se acham negados deste direito. 
 
Assim a relação dialógica é possível quando percebidos de humildade 
em nossas ações não nos consideramos inferiores, tampouco superiores ao 
outro, mas somente diferentes e incompletos, gerando consciência de si como 
parte do mundo em que vive e diz respeito à ideia de que deve existir um 
intercâmbio contínuo de saberes. 
 
Portanto, a formação continuada poderá ajudar o professor a enfrentar, 
com maior segurança e competência, os desafios postos pela educação 
contemporânea dentro da real necessidade da escola. 
 
 
 
 
 
 
 
Em síntese: 
 
 
Formação inicial refere-se ao processo de formação pelo qual o professor 
passa nos cursos de graduação nos quais espera-se tenha acesso a uma base 
sobre as teorias pedagógicas e reflexões sobre os fazeres didáticos-
pedagógicos. Contudo, pesquisas recentes mostram que longe do desejado a 
formação inicial tem se preocupado com aspectos técnicos, desconsiderando 
ou minimizando as abordagens teórico-práticas. 
 
A formação continuada revela-se por si de grande importância para que o 
profissional de educação continue aprimorando e ressignificando sua prática 
docente. Dentro de um cenário em que a formação inicial não cumpre seu 
papel torna-se ainda mais evidente a importância da formação continuada, 
visto que colocará em debate, numa relação dialógica as ideias e os fazeres 
pedagógicos vigentes. 
 
 
 
3.3. O papel do Coordenador Pedagógico na Formação 
Continuada 
 
Coordenar verbo transitivo direto: organizar de forma metódica; estruturar, 
ordenar, conjugar, concatenar, interligar. Pelo significado da palavra coordenar 
podemos compreender ainda que parcialmente a importância do Coordenador 
Pedagógico no interior da escola. Apesar de muitas vezes ser colocado como 
 
simples elo entre direção e professores o coordenador pedagógico quando 
ciente de seu papel tem função primordial. O termo interligar nos diz muito, pois 
 
 
ao se pensar no conhecimento como rizoma, que estabelece inter-relações 
complexas, sabemos o quão importante se faz um profissional que tem como 
um de seus papeis interligar saberes, conjugando sentidos. Assim, coordenar 
frente à formação continuada é condição primeira do coordenador pedagógico 
na atualidade. Um dos perfis esperados do coordenador pedagógico é que ele 
seja formador. 
 
Mas o que significa ser formador? 
 
Numa perspectiva prático-reflexiva, podemos afirmar que formar implica 
em promover dúvidas mais do que responder perguntas, pois o coordenador 
tem o desafio de provocar reflexões complexas que façam com que os 
professores superem o senso comum e possam construir a práxis como 
recurso contínuo dos momentos de formação. A práxis é certamente um 
processo dialético pouco ou nada confortável no processo de formação, pois 
nos lança a um conflito interno intenso, provocando-nos para a dúvida, para a 
percepção da falta e, portanto, para a necessidade de busca de novas saídas, 
novos desafios e novas perguntas. 
O coordenador pedagógico tem tarefa importante na mediação do 
processo de formação, ou seja, na busca da aprendizagem como processo de 
construção de conhecimento, a partir da reflexão crítica das experiências e do 
processo de trabalho dos educadores. É preciso que compreenda sua 
importância como mediador, pois além de articular conhecimentos é preciso 
articular relações interpessoais e transformando-as em relações cada vez mais 
vinculares. 
O coordenador contudo, não pode se esquecer de que não fará pelo 
outro, nem para o outro, mas sim com o outro. Num processo de coautoria a 
formação será tecida no grupo sob a mediação do coordenador que precisa ser 
consciente de seu papel. 
 
 
 
 
A avaliação diagnóstica também é atribuição do coordenador 
pedagógico que necessariamente precisa conhecer as necessidades do grupo 
com o qual trabalha de modo que possa buscar recursos teóricos, práticos e 
metodológicos para abordá-las. 
 
Sabemos hoje que o interior da escola é local privilegiado para a 
formação docente, sem desconsiderar é claro os momentos de cursos e 
congressos que muito contribuem para a formação dos professores. O interior 
da escola facilita a expressão de todos que dela fazem parte e requer um clima 
de confiança para que exponham suas experiências e suas fragilidades, e, é 
nesse contexto que o coordenador pode e deve investir no fortalecimento das 
relações vinculares. 
 
Outro fator importante é a rotina na formação. Ações esporádicas pouco 
contribuem, pois perdem na continuidade e na construção de pertencimento de 
cada professor ao grupo o que, em geral, dificulta sua atuação como sujeito em 
formação. 
 
O trabalho de formação compreende envolvimento dos professores 
como desejosos de aprender e dispostos a se questionarem. Já ao 
coordenador cabe o interesse por mediar aprendizagens e buscar saber como 
o professor constrói seus conhecimentos e em que condições será capaz de 
torna-los prática. 
 
Tomando por base os estudos de Fusari (2003) é possível destacar a 
corresponsabilidade do coordenador na formação do professor e é a partir 
dessa corresponsabilidade pelo processo de construção de conhecimento do 
professor e de sua profissionalidade que é possível refletir o ato de formação 
na escola como um movimento de profunda singularidade. 
 
Esse movimento ao qual me reporto pode variar de um formato de 
cursos no modelo tradicional até o de reflexão sobre as bases de formação dos 
docentes e de proposições de atuação seja pela reflexão seja por oficinas que 
 
 
 
problematizem a prática docente no que se refere a ações bem sucedidas ou 
com dificuldades. 
 
Muitas são as possibilidades de desenhar a formação no interior da escola, 
mas temos que nos preocupar com um modo de organização que reconheça 
os professores como profissionais capazes de articular competências técnicas, 
teóricas, práticas e éticas. 
 
 
Hoje sabemos que os modos de conduzir a formação são intitulados de 
estratégias de formação. As mais recentes têm fundamentação nos 
pressupostos da investigação sobre a prática docente pautada nas ideias de 
teóricos como Dewey, Zeichner e Schön com conceitos fundantes como mostra 
o quadro abaixo: 
 
 
 
 
Do ponto de vista de Dewey o pensamento reflexivo tem caráter 
funcional, que emerge do confronto com situações de tensão, e, cuja finalidade 
é garantir ao professor meios adequados de atuação para enfrentar as 
situações de ensino e de aprendizagem. Zeichner encontrou eco em Dewey 
quanto ao processo de emancipação do professor, que espera-se seja capaz 
 
 
 
de tomar decisões sobre seu modo de ensinar e concomitantemente encontrar 
significação na própria ação e na reflexão sobre o processo do ensino e 
aprendizagem. Outro teórico relevante nesse contexto é Schön que entende 
que a partir da observação das práticas profissionais, o pensar sobre a ação 
num fórum coletivo é o centro da reflexão sobre a prática, e que tais reflexões 
colaboram para as tomadas de decisões, bem como, para a construção e troca 
de conhecimento e experiências. 
Para os três teóricos citados acima a reflexão surge associada ao modo 
como se lida com os problemas da prática e com a possibilidade da incerteza, 
estando aberto a novas hipóteses, dando forma a esses problemas e 
descobrindo novos caminhos, chegando então às possíveis soluções. Assim, o 
processo de formação continuada numa perspectiva teórico-prática/prático-
reflexiva requer estratégias de formação que problematizem o fazer docente, 
promovendo investigações e reflexões sobre esses. 
Com base no pensamento de Dewey e também dos outros estudiosos 
mencionados, é possível afirmar que convivemos hoje com duas abordagens 
dentro da perspectiva da prática docente: a tradicional

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