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Contabilidade Intermediaria - Ampli

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1 
 
Unidade 1 / Aula 1 
Bens, diretos e obrigações: entendendo a composição do patrimônio 
Introdução 
 
Olá, estudante! Seja bem-vindo a disciplina de Consultoria Intermediária! 
A contabilidade é a linguagem dos negócios! Para tratar sobre este tema, é 
preciso entender como o patrimônio de uma entidade é formado; como ele 
pode ser organizado e de que forma estas informações podem ser úteis para 
a tomada de decisão. 
Nesta aula, você aprenderá o conceito de patrimônio, a sua formação e seus 
aspectos qualitativos e quantitativos. Também entenderá a diferença entre 
bens e direitos, e como as obrigações são relevantes no cálculo na avaliação 
patrimonial de uma entidade. 
Com este aprendizado, você será capaz de entender como a situação 
patrimonial interfere na tomada de decisão de investidores e credores, bem 
como a lógica da linguagem contábil para poder usá-la no seu dia a dia. 
Vamos começar? 
 
Aprendendo sobre bens, direitos e obrigações 
 
Você certamente já ouviu alguém falar entusiasmado sobre ter um 
patrimônio de fazer inveja, porque tem inúmeros imóveis, veículos e viaja de 
férias todos os anos. Contudo, será que este patrimônio é mesmo de fazer 
inveja? 
Pela ótica da contabilidade, o patrimônio é um meio indispensável para a 
realização das atividades e dos objetivos de uma entidade, com finalidade de 
lucro ou não. Ele pode ser entendido como o conjunto de bens, direitos e 
obrigações de uma pessoa física ou jurídica. 
2 
 
Figura 1 | Composição do Patrimônio. Fonte: elaborada pela autora. 
Os bens podem ser divididos de diversas formas em função da sua utilização 
na entidade, sendo os bens de uso aqueles itens que estão disponíveis para 
uso da entidade de forma imediata e podem ser divididos em tangíveis e 
intangíveis. Os primeiros apresentam forma física e podem ser tocados, e os 
intangíveis não apresentam forma física e, por isso, não podem ser tocados. 
Os direitos são valores que não estão disponíveis de forma imediata. Esses 
valores serão recebidos de terceiros, quer seja em função de uma operação 
que a entidade realizou, como uma duplicata a receber, ou de direitos 
relacionados a valores que foram financiados pela entidade, como é o caso 
de empréstimos concedidos. O dinheiro que está no banco também é um 
direito, pois é da entidade, mas está em poder de terceiros. E, segundo o item 
4.6 do CPC 00(R2) (2019, p. 19), só serão considerados direitos aqueles “que 
têm o potencial de produzir benefícios econômicos”. 
As obrigações, por sua vez, são representadas pelas dívidas da entidade e, 
segundo o CPC 00(R2), indicam as reinvindicações contra a entidade e que 
ela vai precisar pagar a um terceiro. 
3 
 
Segundo o item 4.29 do CPC 00(R2) (2019, p. 22) “a obrigação é sempre devida 
à outra parte (ou partes)”, e como determina o item 4.31 da norma, “muitas 
obrigações são estabelecidas por contrato, legislação ou meios similares e 
são legalmente exigíveis pela parte (ou partes)”. No entanto outras serão 
consideradas em função das práticas, políticas ou declarações usuais da 
entidade, mas em ambas as situações, a entidade não tem alternativa a não 
ser pagar essas obrigações. 
Figura 2 | Diferença entre Bens, Direitos e Obrigações. Fonte: elaborada pela 
autora. 
Um dos papéis da contabilidade é apresentar o patrimônio de uma entidade 
de forma fidedigna, e, para que isso seja possível, os bens, direitos e 
obrigações precisam ser apresentados adequadamente conforme os seus 
aspectos qualitativos e quantitativos. 
Os aspectos qualitativos demostram a nomenclatura dos elementos que 
compõem o patrimônio, dividindo-os em bens, direitos e obrigações, 
organizando-os em função do plano de contas da entidade. Já os aspectos 
quantitativos são aqueles que permitem a apresentação monetária desses 
itens, evidenciando economicamente os elementos do patrimônio. 
4 
 
Por isso, ao voltarmos para analisar a situação inicial desta aula, se a pessoa 
fez aquisições dos imóveis ou dos veículos de forma financiada, ela pode ter 
uma situação patrimonial menos invejável do que o amigo que mora em 
uma casa própria mais modesta, que tem um veículo simples, mas quitado, 
porque o patrimônio de uma pessoa também deve considerar as obrigações 
que ela tem. 
Classificando o patrimônio de uma entidade 
 
Como vimos, o patrimônio é formado pelos bens, direitos e obrigações de 
uma entidade, e, pela ótica da contabilidade, nem sempre o patrimônio de 
alguém está tão saudável quanto se pensa, porque a pessoa pode ter mais 
obrigações do que bens e direitos, o que pode representar uma situação 
patrimonial negativa. 
Segundo o item 1.13 do CPC 00(R2) (2019, p. 6), “informações sobre a natureza 
e os valores dos recursos econômicos e reivindicações da entidade que 
reporta podem auxiliar os usuários a identificar os pontos fortes e fracos 
financeiros”. Por isso, necessitamos entender como classificar patrimônio 
de uma entidade e como apresentá-lo para ajudar o usuário da informação 
contábil nesta análise. 
Bens 
Os bens de uma entidade podem ser classificados de diversas formas em 
função da sua utilização. Como exemplo, imagine que a Companhia ABS S/A 
é uma empresa que vende mercadorias e detém os seguintes bens: 
5 
 
Quadro 1 | Bens da Companhia ABS S/A. Fonte: elaborado pela autora. 
Na classificação destes bens, podemos organizá-los, por exemplo, em bens 
de renda, bens de uso, bens de troca, bens numerários. E essa classificação 
ficaria da seguinte forma: 
Quadro 2 | Exemplo de classificação de bens da Companhia ABS S/A. Fonte: 
elaborado pela autora. 
Também seria possível classificar os bens da Companhia ABS S/A de outra 
forma, em tangíveis e intangíveis, que leva em consideração o fato de 
poderem ou não ser tocados. 
6 
 
Quadro 3 | Exemplo de classificação em bens tangíveis e bens intangíveis BENS 
TANGÍVEIS apresentam forma física. Fonte: elaborado pela autora. 
Poderíamos fazer outras classificações, por isso, vale ressaltar que o Código 
Civil também apresenta outras classes de bens, que podem ser utilizados 
pela entidade para expandir a classificação dos próprios bens. 
Direitos 
Os direitos podem ser divididos em função de uma operação que a entidade 
realizou e, por isso, tem o direito de receber, ou em função do financiamento 
recebido de um terceiro, que lhe dá o direito de receber a quantia devida por 
este terceiro. Além disso, aquilo que é da entidade, mas está em poder de 
terceiros, também é um direito. 
7 
 
Figura 3 | Classificação dos direitos. Fonte: elaborada pela autora. 
As obrigações também podem ser classificadas em função do 
funcionamento – uma vez que determinados gastos permitem que entidade 
realize a sua operação – ou em função de obrigações que surgem com 
terceiros, ou, ainda, em função de obrigações criadas pela própria entidade 
ao gerar uma expectativa em função de políticas ou práticas que ela divulga, 
que são chamadas de obrigações não formalizadas. 
Figura 4 | Classificação das obrigações. Fonte: elaborada pela autora. 
Essa classificação é importante porque ajuda o usuário a entender o 
patrimônio para reconhecer quais bens, direitos e obrigações determinada 
entidade tem e os seus respectivos valores. Todavia, a apresentação destas 
8 
 
informações pode ser melhorada, uma vez que podemos organizar os 
elementos patrimoniais em ativos e passivos e apresentá-las no Balanço 
Patrimonial, de forma que o usuário da informação possa analisar o 
patrimônio e, posteriormente, tomar decisões, como, por exemplo, conceder 
ou não um empréstimo, ou analisar se a entidade tem capacidade financeira 
para pagar as suas obrigações atuais e futuras. 
 
Forma de apresentação do patrimônio 
 
Vimos que o patrimônio pode ter itens tangíveis, como um veículo, e 
intangíveis, como a marca; itens que estão em poder de terceiros, como o 
dinheiro que está no banco, e as obrigações do dia a dia, como salários apagar ou impostos a pagar; ou, ainda, obrigações que são incertas, mas 
precisam ser provisionadas, como é caso de garantias de bens quando a 
entidade gera a expectativa no consumidor por possíveis consertos e, com 
isso, assume um provável desembolso no futuro. 
Mas como deve ser a apresentação do patrimônio de uma entidade? 
A apresentação do patrimônio de uma entidade deve ser feita no Balanço 
Patrimonial, um importante peça contábil que apresenta os ativos, passivos 
e o patrimônio líquido de uma entidade. De um lado, estão os bens e direitos 
e, do outro, as obrigações desta entidade. 
9 
 
Figura 5 | Apresentação do Patrimônio – Balanço Patrimonial. Fonte: elaborada 
pela autora. 
É na hora da apresentação que verificamos a importância dos aspectos 
qualitativos e quantitativos da informação, uma vez que, além dessa 
separação em bens, direitos e obrigações, apresentar o detalhamento do bem 
e o seu valor fará toda a diferença. Se apresentarmos o patrimônio de uma 
entidade que tenha R$ 750.000,00 em imóveis, por exemplo, a apresentação 
fica melhor se houver um detalhamento da composição destes imóveis. 
Figura 6 | Exemplificando os Aspectos Qualitativos e Quantitativos. Fonte: 
elaborada pela autora. 
Mas como preparar a informação para ser feita no Balanço Patrimonial? 
10 
 
O primeiro passo é a identificação dos itens do patrimônio e a identificação. 
Depois, criar um detalhamento destes bens em seus aspectos qualitativos e 
quantitativos para posterior separação em bens, direitos e obrigações. 
Quadro 4 | Classificando patrimônio em bens, direitos e obrigações. Fonte: 
elaborado pela autora. 
O passo seguinte é a organização dos itens em bens e direitos ou obrigações, 
fazendo uma classificação desses bens e direitos como os ativos, e as 
obrigações como o passivo. 
Figura 7 | Classificando o patrimônio em Ativo e Passivo. Fonte: elaborada pela 
autora. 
Essa forma de classificação deve ser feita para todos os elementos do 
patrimônio, ou seja, para todos os bens, direitos e obrigações que compõem 
11 
 
o patrimônio que se pretende representar, de forma que fique visível para o 
usuário qual é a estrutura, dando a cada item o seu respectivo valor 
monetário. 
No entanto, no Balanço Patrimonial, essas informações são classificadas 
considerado uma importante premissa contábil. Do lado esquerdo, ficam 
registrados os bens e direitos (ativos) e, do lado direito, as obrigações 
(passivos). 
Quadro 5 | Representação do Patrimônio no Balanço Patrimonial. Fonte: 
elaborado pela autora. 
Com essa representação, o usuário pode analisar este patrimônio e, 
posteriormente, tomar decisões como, por exemplo, conceder ou não 
empréstimos, ou analisar se a entidade tem capacidade financeira para 
pagar as suas obrigações com vencimentos a curto, médio e longo prazos. 
Você viu como é importante o papel da contabilidade no registro do 
patrimônio e como o registro de uma informação contábil precisa ser feito 
corretamente? Por isso, essa é a responsabilidade principal do profissional 
da contabilidade: registrar o patrimônio da entidade com fidedignidade e 
apresentar corretamente as variações sofridas nele. 
12 
 
 
Videoaula: Bens, diretos e obrigações 
Meu vídeo não funciona 
O patrimônio de uma entidade é formado pelos bens, direitos e obrigações 
que ela tem. Bens, direitos e obrigações devem ser apresentados aos usuários 
de forma qualitativa e quantitativa, de forma que este usuário entenda quais 
são os itens que compõem o patrimônio, o seu respectivo valor e as variações 
sofridas. 
Saiba mais 
 
O patrimônio não é objeto de estudo apenas da contabilidade. Outras ciências 
também estudam o patrimônio, como é o caso da economia, da 
administração e do direito. 
Quando o tema é bens, o Código Civil (NCC) traz, no livro II, as diferentes 
classes de bens sob a ótica do direito. 
Como a contabilidade tem um elo muito forte com o direito, veja como os 
bens são classificados de acordo com este dispositivo legal: 
Código Civil – Livro II – Dos Bens 
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou 
artificialmente. 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais 
sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão aberta. 
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: I - as edificações que, separadas do 
solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; II - 
os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se 
reempregarem. 
Seção II - Dos Bens Móveis 
13 
 
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de 
remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação 
econômico-social. 
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: 
I - as energias que tenham valor econômico; II - os direitos reais sobre objetos 
móveis e as ações correspondentes; III - os direitos pessoais de caráter 
patrimonial e respectivas ações. 
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem 
empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa 
qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. 
Seção III - Dos Bens Fungíveis e Consumíveis 
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da 
mesma espécie, qualidade e quantidade. 
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição 
imediata da própria substância, sendo também considerados tais os 
destinados à alienação. 
Seção IV - Dos Bens Divisíveis 
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua 
substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se 
destinam. 
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por 
determinação da lei ou por vontade das partes. 
Seção V - Dos Bens Singulares e Coletivos 
14 
 
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per 
si , independentemente dos demais. 
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares 
que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. Parágrafo 
único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações 
jurídicas próprias. 
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário 
Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 139, n. 8, p. 1-74, 11 jan. 2002. 
Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm. 
Acesso em: 10 maio 2022. 
 
Unidade 1 / Aula 2 
Representação gráfica do patrimônio 
Introdução 
 
Olá, estudante! 
O aprendizado é um processo contínuo. Quando estudamos contabilidade, 
ele acontece pela evolução no entendimento de determinados conceitos. 
Isso ocorre com o conhecimento sobre o patrimônio. Iniciamos esta jornada 
com os conceitos de bens, direitos e obrigações. Agora, usaremos este 
aprendizado para criar uma visão mais ampla sobre os ativos, passivos e 
patrimônio líquido, o que nos ajudará a entender como formar a 
representação gráfica do patrimônio. 
Também veremos como compreender os elementos do patrimônio, sabendo 
a diferença entre elementos positivos e elementos negativos, bem como o 
que é a equação básica do patrimônio, que demonstra como é a relação entre 
os ativos, passivos e patrimônio líquido. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm
15 
 
Vamos conhecer um pouco mais sobre este tema? 
Apresentação dos elementos patrimoniais 
 
Um dos papéis da contabilidade é apresentar informações sobre uma 
entidade de forma esquematizada e estruturada. Para cumprir este papel, 
fazemos o que se chama de representação gráfica do patrimônio. Por 
intermédio do Balanço Patrimonial, os bens e direitos formam o ativo, e as 
obrigações formam o passivo. 
Segundo o CPC 00(R2) (2019, p. 19), “ativo é um recurso econômico presente 
controlado pela entidade como resultado de eventos passados” e“passivo é 
uma obrigação presente da entidade de transferir um recurso econômico 
como resultado de eventos passados.” (CPC, 2019, p. 22). 
Figura 1 | Reconhecimento de ativos e passivos. Fonte: elaborada pela autora. 
A norma acrescenta que “recurso econômico é um direito que tem o 
potencial de produzir benefícios econômicos.” (CPC, 2019, p. 19) e pode 
produzir benefícios econômicos, por exemplo, quando a entidade recebe 
fluxos de caixa contratuais, quando evita fluxos de saída de caixa, ou ao 
extinguir passivos por meio da transferência do recurso econômico (CPC, 
2019). 
16 
 
Acerca do controle, o item 4.20 do CPC 00(R2) diz que “a entidade controla 
um recurso econômico se ela tem a capacidade presente de direcionar o uso 
do recurso econômico e obter os benefícios econômicos que podem fluir 
dele”. (CPC, 2019, p. 20). 
Com isso, se a entidade tem o controle, fica subentendido que ela tem a 
possibilidade de impedir que outras partes possam direcionar o uso do 
recurso econômico e obter os seus benefícios econômicos. 
Figura 2 | Características de um ativo. Fonte: elaborada pela autora. 
Quando falamos de um passivo, será necessário que três critérios sejam 
satisfeitos para que um ativo seja considerado no patrimônio de uma 
entidade, são eles: 
17 
 
Figura 3 | Critérios para reconhecer um passivo. Fonte: elaborada pela autora. 
Segundo item 4.39 do CPC 00(R2) as obrigações de transferir um recurso 
econômico incluem, por exemplo, obrigações de pagar o valor à vista, de 
entregar produtos ou prestar serviços, de transferir um recurso econômico 
se ocorrer evento futuro incerto específico, e, ainda, obrigações de emitir 
instrumento financeiro se esse instrumento financeiro obrigar a entidade a 
transferir um recurso econômico (CPC, 2019, p. 24). 
Porém, ainda falta entender outro importante elemento do patrimônio, que 
é descrito pelo CPC 00(R2), no item 4.63, como “a participação residual nos 
ativos da entidade após a dedução de todos os seus passivos.” (CPC, 2019, p. 
27). Estamos falando do patrimônio líquido. Ele inclui: as ações emitidas 
pela entidade e algumas obrigações da entidade de emitir outro direito sobre 
o patrimônio líquido. É no patrimônio líquido que estará representado o 
capital social da entidade e, também, o resultado obtido durante o exercício 
social em determinado período. 
Essas conceituações são importantes para que se possa entender as 
variações patrimoniais, uma vez que o patrimônio de uma entidade se altera 
constantemente. Neste caso, os ativos representam os elementos 
positivos do patrimônio, porque representam o que entidade tem de bens ou 
18 
 
de direitos a receber. Os passivos são os valores devidos pela entidade ou 
apresentam caráter restritivo – por isso, são considerados os elementos 
negativos do patrimônio. 
Figura 4 | Elementos Positivos e Negativos do Patrimônio. Fonte: elaborada pela 
autora. 
Porém, ainda falta uma informação importante acerca da forma de 
representar graficamente o patrimônio: conhecer a equação básica do 
patrimônio. Esta equação diz que os ativos de uma entidade serão iguais aos 
passivos mais o patrimônio líquido. 
Desta forma, a apresentação dos elementos patrimoniais pode ser entendida 
pelo usuário da informação e poderá ser ferramenta de apoio para a tomada 
de decisão. 
 
Como entender o patrimônio e seus elementos 
 
Um dos papéis da contabilidade é apresentar informações aos usuários para 
a tomada de decisão; a representação gráfica do patrimônio torna a 
informação mais organizada e facilita a compreensão para a tomada de 
decisão, levando o usuário da informação a ter uma visão esquematizada 
dos bens e direitos e das obrigações da entidade. 
A representação gráfica do patrimônio 
19 
 
Por convenção, ou seja, em função da prática, tem-se utilizado a 
representação gráfica do patrimônio considerando-se que, do lado esquerdo, 
devem estar os bens e diretos e, do lado direito, as obrigações, sempre 
mostrando os itens do patrimônio de forma qualitativa e quantitativa. Neste 
caso teremos: 
Quadro 1 | Representação Gráfica do Patrimônio. Fonte: elaborado pela autora. 
Para que a representação do patrimônio seja mais completa, a contabilidade 
pode apresentar as informações acerca dos bens, direitos e obrigações 
seguindo uma organização que os classifique em ativos e passivos, sendo os 
primeiros formados pelos bens e direitos, e os passivos, pelas obrigações. 
Neste caso, a apresentação dos itens do patrimônio ocorre sem a divisão de 
bens e direitos, como fora apresentado anteriormente. Os bens e direitos são 
apresentados do lado esquerdo do quadro como ativos, e as obrigações, do 
lado direito do quadro como passivos. 
20 
 
Quadro 2 | Representação do Patrimônio Companhia ABS S/A. Fonte: elaborado 
pela autora. 
Outro fator importante da representação gráfica do patrimônio para os 
usuários é a apresentação de períodos diferentes, de forma que o usuário 
possa analisar a evolução do patrimônio em considerando as variações 
patrimoniais ocorridas no período. 
Quadro 3 | Variação do Patrimônio Companhia ABS S/A. Fonte: elaborado pela 
autora. 
É exatamente esta evolução do patrimônio que será avaliada pelo usuário da 
informação para a tomada de decisão quando ele observa a apresentação das 
informações de uma entidade, porque a representação gráfica do patrimônio 
mostra a situação da entidade informando acerca da natureza e os valores 
dos recursos econômicos e reivindicações, além de auxiliar os usuários da 
21 
 
informação a identificarem os pontos fortes e fracos financeiros da entidade 
para tomar decisões. 
Conforme descreve o CPC 00(R2) no item 1.2: 
essas decisões envolvem decisões sobre: (a) comprar, vender ou manter 
instrumento de patrimônio e de dívida; (b) conceder ou liquidar 
empréstimos ou outras formas de crédito; ou (c) exercer direitos de votar ou 
de outro modo influenciar os atos da administração que afetam o uso dos 
recursos econômicos da entidade. (CPC, 2019, p. 5). 
Se, por exemplo, determinada empresa pretende conceder um empréstimo à 
COMPANHIA ABS S/A, ela vai solicitar a apresentação do seu patrimônio e 
vai avaliar, com base nas informações apresentadas, o nível de 
endividamento atual, observando os passivos da empresa no período e sua 
liquidez conforme seus recebimentos, mensurando os ativos dela para, 
então, decidir se empresta o valor solicitado integralmente ou apenas parte 
dele, e qual taxa de juros utilizaria em função do risco que assumiria. 
Dessa forma, podemos concluir que é importante que a contabilidade 
apresente adequadamente a informação de uma entidade, registrando-a 
com fidedignidade para que o usuário possa realizar as suas análises, 
considerando o retorno econômico que terá na entidade que está investindo. 
Além disso, não basta apenas o registro histórico da informação contábil, a 
contabilidade tem por função acompanhar a evolução do patrimônio 
registrando as variações patrimoniais, inclusive realizando ajustes para que 
o valor representado possa ser efetivamente o que mostra as alterações 
patrimoniais da entidade. 
 
Analisando as variações patrimoniais 
 
Vimos que o usuário da informação utiliza a representação gráfica do 
patrimônio para realizar avalições sobre as variações ocorridas no 
patrimônio e tomar decisões. Também constatamos que o patrimônio de 
uma entidade sofre variações, as quais precisam ser corretamente 
representadas no Balanço Patrimonial, em que os ativos, passivos e o 
patrimônio líquido serão apresentados em função de características que 
22 
 
precisam existir para que ocorra o reconhecimento destes como ativos e 
passivos. 
Porém, para que se cumpra a correta representação gráfica do patrimônio, 
precisamos, ainda, de uma importante premissa acerca da forma de 
representar graficamente o patrimônio: a equação básica do patrimônio, a 
qual é representada por um preceito queacompanha a história da 
contabilidade, e que, desde 1494, quando o Frei Luca Paccioli escreveu o 
método das partidas dobradas, se tornou a base da contabilidade. Esta 
equação diz que os ativos de uma entidade serão iguais aos passivos mais o 
patrimônio líquido. 
Figura 5 | Equação básica do patrimônio. Fonte: elaborada pela autora. 
Desta equação surgem as análises sobre o patrimônio que ajudam o usuário 
da informação na tomada de decisão, por trazer o entendimento do que 
ocorreu durante determinado período em uma entidade. 
Vejamos como isso acontece: 
Para começar, imagine que uma entidade resolve iniciar as suas operações 
com um valor de R$100.000,00 depositado na conta bancária da entidade. Na 
apresentação do patrimônio, teríamos a seguinte situação: 
23 
 
Quadro 4 | Equação Patrimonial – Operação 1 – Abertura da empresa. Fonte: 
elaborado pela autora. 
Perceba que os valores do ativo, do passivo e do patrimônio líquido são 
iguais. E, com isso, o usuário da informação entende para onde foi o dinheiro 
investido na entidade. Se esta mesma entidade resolve comprar uma 
máquina no valor de R$ 30.000,00 pagando à vista, no registro da 
contabilidade para este fato contábil teríamos a seguinte apresentação: 
Quadro 5 | Equação Patrimonial – Operação 2 – Compra de uma máquina. Fonte: 
elaborado pela autora. 
Neste caso, houve uma alteração na movimentação das contas, ou seja, o 
dinheiro que estava no banco foi reduzido para que houvesse a compra da 
máquina, mas o total dos ativos e dos passivos e patrimônio líquido ficaram 
novamente iguais. 
24 
 
Se a entidade adquire um empréstimo bancário no valor de R$150.000,00 
para movimentar as suas operações e comprar mercadorias para estoque, e 
este dinheiro for depositado na conta bancária da entidade, na contabilidade 
teríamos a seguinte: 
Quadro 6 | Equação Patrimonial – Operação 3 – Aquisição de empréstimo. Fonte: 
elaborado pela autora. 
Desta vez, o dinheiro do banco aumenta em função do valor recebido do 
empréstimo. O valor do patrimônio aumenta consideravelmente, mas o 
valor dos ativos e do patrimônio líquido permanece igual. No período 
seguinte, a entidade realiza o pagamento do empréstimo bancário no valor 
de R$50.000,00, através da conta bancária da entidade. Na contabilidade, 
teríamos a seguinte: 
Quadro 7 | Equação Patrimonial – Operação 4 – Pagamento empréstimo. Fonte: 
elaborado pela autora. 
25 
 
No registro desta transação ocorre uma redução no dinheiro do banco em 
função de uma subtração do empréstimo realizado. Ou seja, todas as 
situações evidenciam a variação patrimonial da entidade. Mesmo assim, foi 
mantida a equação básica do patrimônio: o total do ativo é igual ao total do 
passivo. 
Com isso, o usuário pode avaliar o que a entidade sofreu de alteração, que 
pode ou não afetar o patrimônio da entidade, mas sempre terá como base 
manter a premissa de que os ativos e os passivos e patrimônio líquido devem 
permanecer iguais. 
Isso ocorre para que se cumpra o método das partidas dobradas e para que a 
contabilidade cumpra o seu papel de evidenciar as modificações do 
patrimônio sob a ótica de demonstrar a origem e aplicação dos recursos 
recebidos. 
 
Videoaula: Representação gráfica do patrimônio 
Meu vídeo não funciona 
A representação gráfica do patrimônio é uma técnica contábil que apresenta 
as variações no patrimônio de uma entidade. Nesta representação, o usuário 
da informação será capaz de identificar os elementos positivos e negativos 
de um patrimônio. Neste vídeo, você entenderá como fazer a representação 
gráfica do patrimônio e a equação patrimonial. 
 
Saiba mais 
 
O conceito de ativo requer o entendimento de três aspectos: o direito, o 
potencial de produzir benefícios futuros e o controle sobre este ativo. 
Para entender melhor esses aspectos, é importante ler o CPC 00(R2) – 
ESTRUTURA CONCEITUAL PARA RELATÓRIO FINANCEIRO, conforme 
previsto no item 4.5 da norma (CPC, 2019, p. 19): 
(a) direito (ver itens de 4.6 a 4.13); 
(b) potencial de produzir benefícios econômicos (ver itens de 4.14 a 4.18); e 
(c) controle (ver itens de 4.19 a 4.25). 
26 
 
CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 00 (R2) - Estrutura 
Conceitual para Relatório Financeiro. CPC, 2019. Disponível 
em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf. Acesso 
em: 10 maio 2022. 
 
Unidade 1 / Aula 3 
Patrimônio líquido e situações líquidas patrimoniais 
Introdução 
 
Olá, estudante! 
Um dos papéis mais importantes da contabilidade é nutrir o usuário com 
informações úteis para a tomada de decisão. A representação gráfica do 
patrimônio, no qual os ativos e passivos são organizados de forma que os 
usuários façam análises, é uma ferramenta poderosa que possibilita adotar 
posições assertivas. 
Por isso, nesta aula, você conhecerá a finalidade da análise da situação 
patrimonial, a diferença entre situação líquida patrimonial positiva, 
negativa e nula e, além disso, entenderá melhor o Balanço Patrimonial, a 
peça contábil mais conhecida. 
 
Entendendo o papel da situação patrimonial 
 
O patrimônio de uma pessoa ou entidade pode parecer luxuoso aos olhos de 
quem vê apenas os bens e não conhece o verdadeiro conceito de patrimônio. 
No entanto, quem aprende os preceitos da contabilidade e passa a olhar o 
patrimônio como um conjunto de bens, direitos e obrigações passa a fazer, 
de forma automática, uma análise da situação patrimonial dessas entidades. 
Isso acontece porque, ao conhecer a lógica contábil, que apresenta o conceito 
de patrimônio líquido, não consegue mais identificar qualquer conjunto de 
bens como algo positivo sem considerar também as obrigações que estão 
envolvidas nessa estrutura. 
Para fazer esta análise, mesmo que de forma informal, o usuário utiliza uma 
premissa contábil que afirma que o patrimônio líquido apresenta a 
verdadeira posição patrimonial de uma entidade. 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf
27 
 
Segundo o CPC 00 (R2), o patrimônio líquido será composto pelo valor 
residual dos ativos quando são descontados todos os seus passivos. Com 
isso, a análise patrimonial de uma entidade não considera apenas os bens e 
direitos, mas também as obrigações, o que significa que o patrimônio líquido 
apresenta efetivamente a riqueza da entidade (CPC, 2019). 
Desta lógica contábil deriva um conceito denominado situação patrimonial, 
que apresenta se o patrimônio é positivo, negativo ou nulo. Para o cálculo da 
situação patrimonial, será necessário descontar os elementos negativos 
(obrigações/passivos) dos elementos positivos (bens e diretos/ativos). Deste 
cálculo surge uma situação patrimonial que pode ser positiva, negativa ou 
nula. 
Figura 1 | Tipos de Situações Patrimoniais. Fonte: elaborada pela autora. 
Essa visão serve, por exemplo, para o usuário da informação verificar o grau 
de endividamento de uma entidade, como também para determinar o nível 
de variação patrimonial num certo período e de que forma o patrimônio vem 
se comportando entre exercícios: se permanece sempre positivo ou se oscila 
entre positivo e negativo. 
O CPC 00(R2) determina que as informações prestadas pela contabilidade 
“são empregadas por usuários ao fazer suas próprias revisões”. Ou seja, o 
usuário decide como usar, mas o papel da contabilidade é gerar a informação 
com fidedignidade (CPC, 2019, p. 10). Por isso, é importante ressaltar que você 
não verá a situação patrimonial calculada quando olhar um Balanço 
28 
 
Patrimonial, porque esta análise será feita pelo usuário. É nesta hora que o 
Balanço Patrimonial se torna a peça mais conhecida e utilizada. 
Balanço Patrimonial 
O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil que encerra a sequência 
de procedimentos contábeis iniciados com a escrituração contábil, 
apresentando, de forma ordenada, os três elementos que compõem o 
patrimônio: ativo, passivo e patrimônio líquido. 
Segundoo item 60 do CPC 26(R1) “a entidade deve apresentar ativos 
circulantes e não circulantes, e passivos circulantes e não circulantes, como 
grupos de contas separados no balanço patrimonial.” (CPC, 2011, p. 18). 
Quadro 1 | Estrutura do Balanço Patrimonial. Fonte: elaborado pela autora. 
Essa norma também ressalta que apenas quando uma apresentação baseada 
na liquidez proporcionar informação confiável e mais relevante, a entidade 
muda a forma de apresentação. Na apresentação do Balanço Patrimonial, as 
contas são organizadas em função das características semelhantes entre si, 
o que facilita a análise da situação patrimonial pelo usuário e potencializa a 
tomada de decisão. 
 
A importância do balanço patrimonial 
 
Você se lembra de que o Balanço Patrimonial apresenta o patrimônio de uma 
entidade e que não temos como tratar da situação patrimonial sem essa 
organização trazida por ele. Mas por que será que o Balanço Patrimonial é 
tão importante para a apresentação do patrimônio? 
29 
 
O Balanço Patrimonial tem, como papel principal, a apresentação dos saldos 
das contas patrimoniais em determinado período. Sua estrutura está 
prevista no CPC 26(R2) – Apresentação das Demonstrações contábeis, na Lei 
6.404/76 e nas normas contábeis NBC TG 1001 e NBC TG 1002, o que faz com 
que empresas de todos os portes adotem a mesma forma de apresentação. 
O Balanço Patrimonial apresenta dois blocos, lado direito e do lado esquerdo. 
Do lado esquerdo do primeiro bloco, temos o ativo, dividido em ativo 
circulante e ativo não circulante, subdividido em realizável a longo prazo, 
investimentos, imobilizado e intangível; do lado direito, temos o passivo, 
subdivido em passivo circulante e passivo não circulante, que trazem as 
exigibilidades com terceiros, e o patrimônio líquido, que completa a 
estrutura (por ser uma obrigação com os sócios) e apresenta, também, o 
resultado do exercício que será apurado na Demonstração do Resultado. 
Quadro 2 | Estrutura do Balanço Patrimonial segundo o CPC 26(R1). Fonte: 
elaborado pela autora. 
E de onde vêm as informações que aparecem em um Balanço Patrimonial? 
Quando uma empresa entra em funcionamento, ela passa a realizar 
transações, as quais precisam ser registradas na contabilidade para 
representar fidedignamente ao patrimônio desta entidade. O Balanço 
Patrimonial apresenta a apuração destas transações e as representa 
graficamente, utilizando o método das partidas dobradas. 
Para entender como isso funciona, imagine que uma entidade inicie as suas 
operações com um capital de R$ 200.000,00 em 01/04 e deposite este valor 
30 
 
na conta bancária da entidade. Se, neste momento, fosse elaborado um 
Balanço Patrimonial, teríamos: 
Quadro 3 | Balanço Patrimonial em 01/04. Fonte: elaborado pela autora. 
Em 06/04, essa entidade compra uma máquina no valor de R$ 30.000,00 
pagando à vista. Ao representarmos isso no Balanço Patrimonial, teríamos: 
Quadro 4 | Balanço Patrimonial – em 06/04. Fonte: elaborado pela autora. 
Veja que a movimentação ocorreu apenas do lado do ativo, porque, do 
dinheiro que estava no banco, foram utilizados R$ 30.000,00 para a aquisição 
da máquina. 
No dia 10/04, a entidade adquire um empréstimo bancário no valor de 
R$150.000,00, a ser pago em 4 parcelas. O dinheiro foi depositado na conta 
bancária da empresa. Após esta transação, o Balanço Patrimonial seria o 
seguinte: 
31 
 
Quadro 5 | Balanço Patrimonial – em 10/04. Fonte: elaborado pela autora. 
Perceba que o empréstimo será apresentado no Passivo Circulante, porque 
será pago em quatro parcelas, o que o caracteriza como empréstimo de curto 
prazo. 
No dia 25/04, a entidade realiza o pagamento do empréstimo bancário no 
valor de R$50.000,00, com débito da conta bancária da entidade. O Balanço 
Patrimonial nesta data seria assim: 
Quadro 6 | Balanço Patrimonial – em 25/04. Fonte: elaborado pela autora. 
É claro que apurar um Balanço Patrimonial a cada transação não seria fácil 
ou prático no dia a dia, mas esta visão serve para entender que todas as 
transações ocorridas na entidade que envolvem o patrimônio, os chamados 
fatos contábeis, modificam o patrimônio, e vem daí a importância da 
representatividade do Balanço Patrimonial. 
32 
 
Ao ser elaborado, o Balanço Patrimonial serve de ferramenta para usuários 
realizarem a avaliação da situação patrimonial de uma entidade, 
verificando se ela está positiva, negativa ou nula. 
 
Analisando a situação patrimonial 
 
Vimos que existem três tipos de situações patrimoniais possíveis: situação 
patrimonial positiva, negativa e nula. Agora, entenderemos um pouco mais 
sobre os tipos de situações existentes. Para começar, vamos analisar o 
patrimônio da SEMPRE POSITIVA S/A, SEMPRE ENDIVIDADA S/A e 
SEMPRE NULA S/A. 
A SEMPRE POSITIVA apresenta, como patrimônio, um imóvel no valor de 
R$ 250.000,00, máquinas e equipamentos que somam R$ 75.000,00, dinheiro 
em caixa no valor de R$10.000,00, dinheiro no banco, no valor de R$ 
25.000,00, mercadorias no estoque no valor de R$90.000,00 e duplicatas a 
receber no valor de R$ 50.000,00. 
A entidade ainda tem um financiamento referente às máquinas no valor de 
R$ 120.000,00, um empréstimo no valor de R$ 80.000,00 e, como comprou as 
mercadorias para revenda a prazo, tem duplicatas a pagar no valor de R$ 
90.000,00. 
O patrimônio da SEMPRE POSITIVA S/A será representado da seguinte 
forma: 
33 
 
Quadro 7 | Balanço Patrimonial SEMPRE POSITIVA S/A. Fonte: elaborado pela 
autora. 
A SEMPRE NEGATIVA anda passando por algumas dificuldades financeiras 
porque não consegue vender as mercadorias que produz e, para tanto, 
precisou pegar um empréstimo para pagar os seus funcionários. Neste 
momento, ela apresenta o seguinte patrimônio: 
Quadro 8 | Balanço Patrimonial SEMPRE NEGATIVA S/A. Fonte: elaborado pela 
autora. 
Já a SEMPRE NULA S/A está saindo de uma fase complicada, mas teve um 
ano com boas vendas, conseguiu quitar uma boa parte das dívidas que tinha, 
está com os pagamentos em dia e começa a pensar que, finalmente, vai tirar 
do papel o projeto de construção da fábrica no terreno que comprou há algum 
tempo. 
34 
 
Para calcular a situação patrimonial de uma entidade, precisamos calcular 
os bens e direitos, ou seja, os seus ativos, e descontar as obrigações, ou seja, 
os seus passivos. Observe que, nessa conta, não devemos considerar os 
saldos das contas que compõem o Patrimônio Líquido (PL). 
A apresentação do patrimônio da SEMPRE NULA S/A é a seguinte: 
Quadro 9 | Balanço Patrimonial SEMPRE NULA S/A. Fonte: elaborado pela autora. 
Para avaliar a situação patrimonial destas entidades, precisamos considerar 
a fórmula da situação patrimonial, em que os bens e direitos serão 
descontados das obrigações. 
Figura 2 | Fórmula da Situação Patrimonial. Fonte: elaborada pela autora. 
Com o resultado obtido, será preciso analisar a situação patrimonial da 
entidade: se é uma situação patrimonial positiva, situação patrimonial 
negativa ou situação patrimonial nula. 
35 
 
Figura 3 | Tipos de Situação Patrimonial. Fonte: elaborada pela autora. 
Agora, analisaremos a situação patrimonial das três empresas 
apresentadas: 
Quadro 10 | Situação Patrimonial SEMPRE POSTIVIA S/A, SEMPRE NEGATIVA S/A 
E SEMPRE NULA S/A. Fonte: elaborado pela autora. 
Ao analisarmos a situação patrimonial da SEMPRE POSITIVA S/A, 
percebemos que os bens superam as obrigações em R$ 210.000,00. E, se os 
bens e direitos são maiores do que as obrigações, então a situação 
patrimonial é positiva. 
No caso da SEMPRE NEGATIVA S/A, os bens estão menores do que as 
obrigações, e a entidade tem um resultado negativo em R$154.000,00, 
apresentando situação patrimonial negativa. 
36 
 
No caso da SEMPRE NULA S/A, os bens e direitos são iguais às obrigações e, 
neste caso, temos uma situação patrimonial nula. 
Perceba que análise é feita em função da apresentação no Balanço 
Patrimonial, mas não estácalculada lá. Este cálculo fica a cargo do usuário, 
que, ao conhecer a estrutura do Balanço Patrimonial, saberá encontrar os 
elementos positivos e negativos e fará os cálculos necessários para a tomada 
de decisão. 
E você? Das três empresas em questão, a qual delas concederia um 
empréstimo? 
 
Videoaula: Situação patrimonial 
Meu vídeo não funciona 
Não basta apenas olhar os bens de uma entidade. Para avaliar como está o 
patrimônio dela, é preciso calcular a sua situação patrimonial considerando 
os bens, direitos e obrigações (e não incluir na conta os saldos da conta do 
PL). Existe uma diferença significativa entre uma situação patrimonial 
positiva, situação patrimonial negativa e uma situação patrimonial nula. 
Esse é o tema deste vídeo. 
 
Saiba mais 
 
A estrutura do Balanço Patrimonial considera uma divisão entre circulante 
e não circulante, tanto no ativo como no passivo. Para entender melhor 
esses aspectos, leia os itens 54-80 do CPC 26(R1), porque lá são apresentados 
detalhes sobre: 
• Informação a ser apresentada no balanço patrimonial 54-59. 
• Distinção entre circulante e não circulante 60-65. 
• Ativo circulante 66-68. 
• Passivo circulante 69-76. 
Além disso, é importante saber o que precisa ser detalhado de forma 
adicional: 
• Informação a ser apresentada no balanço patrimonial ou em notas 
explicativas 77-80. 
Unidade 1 / Aula 4 
37 
 
Origem e aplicação de recursos 
Introdução 
 
Olá, estudante! Com base nos conhecimentos adquiridos até agora vamos 
pensar! 
Uma das técnicas contábeis mais conhecidas é o método das partidas 
dobradas. Ao utilizar este método, a contabilidade também apresenta outro 
conceito importante, o de origens e aplicações de recursos. Assim como 
acontece com os débitos e créditos, para cada origem surgirá uma aplicação. 
Desta visão de origem e aplicação, surgem as estruturas de capitais: capital 
próprio e capital de terceiros para as origens, e capital circulante e capital 
fixo para as aplicações. Com esse conhecimento, o usuário da informação 
compreende se os recursos investidos na entidade estarão no curto ou longo 
prazo, utilizando uma análise baseada no tipo de capital da entidade. 
Vamos começar? 
 
Origem e aplicação de recursos 
 
Sempre que vemos uma empresa famosa sentimos aquela curiosidade: 
“como será que ela surgiu?” 
Sob o aspecto gerencial, toda empresa começa de uma ideia de negócio, 
como forma de solução de um problema ou da necessidade de uma pessoa 
em função da falta de renda. Porém, quando pensamos nisso sob o aspecto 
contábil, a explicação do surgimento de uma entidade tem relação direta 
com os recursos aplicados nela. 
Para a contabilidade, uma empresa surge quando um recurso é utilizado 
para compor seu capital social, que pode ser em dinheiro ou em itens 
avaliados monetariamente. Assim, forma-se o patrimônio de uma entidade, 
e a contabilidade, como ferramenta de controle e gestão do patrimônio, 
fornece uma explicação acerca do capital que deu origem a esta empresa, ao 
informar “de onde surgiu” e “como foi utilizado” o recurso que originou esta 
entidade. 
Isso é possível porque a contabilidade utiliza uma técnica de registro que 
utiliza o método das partidas dobradas e faz com que, desta forma, o registro 
38 
 
contábil apresente, simultaneamente, a origem e a aplicação de recursos, 
que são dois conceitos importantes para o controle do patrimônio, uma vez 
que a origem vai apresentar a forma como os recursos entram na entidade e 
a aplicação em que eles foram utilizados. 
Figura 1 | Origem de Recursos e Aplicação de Recursos. Fonte: elaborada pela 
autora. 
Quando duas pessoas se unem para abrir uma transportadora, para que a 
empresa exista sob a ótica contábil, os sócios terão que oferecer um recurso 
que possa ser mensurado monetariamente e, posteriormente, usá-lo para 
executar a finalidade do negócio, ou seja, para transportar mercadorias. 
Dessa forma, os sócios poderiam entregar determinada quantia e, com este 
dinheiro, comprar um veículo para realizar o transporte. Neste caso, o 
dinheiro representaria a origem do recurso e o veículo a aplicação. 
39 
 
Figura 2 | Origem de Recurso e Aplicação de Recursos. Fonte: elaborada pela 
autora. 
De forma geral, os recursos terão origem de recursos próprios ou recursos de 
terceiros e serão aplicados para suprir as necessidades desta entidade para 
executar o próprio plano de negócios. Porém, qual é a diferença entre os 
recursos próprios e os recursos de terceiros quando analisamos as origens 
de recursos? 
Muitas vezes, a entidade não tem recursos próprios e precisa recorrer a 
terceiros, e, como são tipos de diferentes de obrigações, estas precisam ser 
representadas de forma diferentes também para a análise do usuário da 
informação. 
Figura 3 | Origem dos recursos. Fonte: elaborado pela autora. 
40 
 
Em relação às aplicações, elas demostram como a utilização do recurso 
próprio ou do recurso de terceiros foi feita, e representam os bens e direitos 
adquiridos. Por isso, estarão representadas pelo Ativo da entidade de acordo 
com as características destes ativos. Elas podem ser de curto prazo ou de 
longo prazo. 
Figura 4 | Aplicação dos recursos. Fonte: elaborado pela autora. 
Saber qual é a origem e a aplicação dos recursos ajuda o usuário a entender 
a formação do patrimônio, de forma a conhecer como a entidade se 
comporta em relação aos seus bens, direitos e obrigações, e, posteriormente, 
analisar determinados indicadores da entidade, como grau de 
endividamento da entidade e grau de liquidez, por exemplo. 
 
Demonstração das origens e aplicações de recursos no Balanço Patrimonial 
 
Vimos que o patrimônio de uma entidade também pode ser entendido sob a 
ótica das origens e aplicações de recursos; que os recursos podem ser 
próprios e/ou de terceiros; e que estes precisam ser apresentados 
separadamente em função das suas características. 
Mas como representar isso para os usuários da informação contábil? 
A contabilidade, assim como acontece com os bens e direitos na 
representação gráfica das origens e aplicações, utiliza o Balanço 
Patrimonial para demonstrar as formas das origens e os recursos de uma 
entidade. Nesta representação, do lado direito, estarão dispostas as origens 
dos recursos, representadas pelos recursos próprios e os recursos de 
terceiros, e, do lado esquerdo, a aplicação dos recursos, mostrando como os 
recursos foram consumidos. 
41 
 
Figura 5 | Representação Gráfica das Origens e Aplicações de Recursos. Fonte: 
elaborado pela autora. 
Essa apresentação evidencia que as origens representam as obrigações da 
entidade, que surgem em função do capital investido na entidade pelos 
sócios ou em função do resultado da entidade durante determinado período, 
ou em função dos recursos de terceiros que foram investidos na entidade. 
Ou seja, as origens formam o passivo e o patrimônio líquido da entidade, 
enquanto as obrigações representam os bens e direitos, ou seja, os ativos da 
entidade. 
Vamos pensar na constituição de uma empresa, na qual os sócios 
investiram, cada um, R$200.000,00 em dinheiro. Teríamos, do lado direito, o 
capital social no valor R$ 400.00,00 e, do lado esquerdo, R$400.000,00 em 
dinheiro. 
42 
 
Quadro 1 | Origem de Recursos Próprios. Fonte: elaborado pela autora. 
O Quadro 1 representa uma origem com recursos próprios. No entanto, vimos 
que pode existir a origem de recursos que surgem em função de terceiros, 
como, por exemplo, um empréstimo ou um financiamento. 
Imaginando que a entidade queira comprar um imóvel no valor de 
R$900.000,00, mas não dispõe de recursos para isso, ela pode recorrer aos 
recursos de terceiros e solicitar um financiamento bancário, criando, com 
isso, uma obrigação com o banco para esta aquisição, que lhe concede um 
prazo de pagamento de 15 meses. 
Este fato seria representado da seguinte forma sob a ótica de origem e 
aplicaçãode recursos: 
Quadro 2 | Origem de Recursos de Terceiros. Fonte: elaborado pela autora. 
43 
 
Perceba que, em ambas as situações, ao evidenciar as origens, 
automaticamente foram evidenciadas as aplicações destes recursos. Além 
disso, é possível perceber que, nas representações acima, as aplicações dos 
recursos foram realizadas com a aquisição de bens e direitos, apresentadas 
do lado esquerdo, formando os ativos da entidade. 
O dinheiro no banco é um direito que representa um item de curto prazo, e o 
imóvel é um bem classificado como item de longo prazo. Em contrapartida, 
nas aplicações, ou seja, do lado passivo, o financiamento será considerado 
de longo prazo em função do prazo de pagamento. O curto prazo dentro 
da contabilidade se relaciona a todos os bens e direitos realizáveis em 
moeda ou passíveis de conversão e as obrigações com vencimento até o 
término do ano seguinte. 
É essa visão que o usuário quer ter sobre o patrimônio: se as obrigações 
representam uma preocupação imediata ou se a entidade terá um prazo para 
pagamento de suas obrigações. 
 
Analisando a demonstração das origens e aplicações de recursos 
 
Vimos que uma das formas de representação das origens e aplicações de 
recursos é o Balanço Patrimonial. Porém, será possível avaliar as origens e 
aplicações quando uma empresa já está em funcionamento há algum 
tempo? 
É possível avaliar as origens e aplicações de recursos em qualquer fase de 
uma entidade. Para exemplificar, suponhamos que uma entidade, com cerca 
de cinco anos em operação, tenha apresentado os seguintes fatos no último 
exercício social: 
• Comprou máquinas e equipamentos que totalizaram R$ 200.000,00 
com financiamento bancário, cujo pagamento deve ser feito em 18 
meses. 
• Comprou mercadoria para estoque no valor de R$ 75.000,00, com 
pagamento em 2 parcelas. 
• Adquiriu um veículo no valor de R$ 45.000,00, com pagamento à vista. 
• Além disso, a entidade tem no banco R$ 100.000,00 e o capital social 
da entidade foi de R$145.000,00. 
44 
 
Se demonstrarmos as origens e aplicações de recursos, neste caso, teríamos 
a seguinte representação gráfica: 
Quadro 3 | Origens e aplicações de recursos. Fonte: elaborado pela autora. 
Mas essa apresentação das origens e aplicações pode ser melhorada ao 
organizá-las em função da liquidez e da exigibilidade, ou seja, em função do 
que se transforma em dinheiro primeiro para a entidade, no caso das 
aplicações, e o que será cobrado primeiro, no caso das origens de recursos. 
Quadro 4 | Origens e aplicações de recursos. Fonte: elaborado pela autora. 
Com esta forma de apresentação, é possível avaliar o endividamento da 
entidade e a composição do capital, bem como observar se há mais valor em 
recursos próprios ou recursos de terceiros. É nesse momento que surge o 
conceito de capital de terceiros e capital próprio ao lado das origens, e do 
capital circulante e capital próprio ao lado das aplicações. 
45 
 
Figura 6 | Tipos de Capitais de uma entidade. Fonte: elaborada pela autora. 
Essa estrutura dos capitais auxilia os usuários na avaliação em reconhecer 
como o capital está se comportando ao olhar as suas origens e aplicações. 
Vamos ver como seria essa visão com a empresa que vimos acima? 
Organizando em função dos capitais, ela apresentaria a seguinte estrutura: 
Quadro 5 | Balanço patrimonial. Fonte: elaborado pela autora. 
Essa estrutura de capitais ajuda o usuário a avaliar, por exemplo, se os 
recursos da entidade são, na sua maioria, de origem própria ou se advém de 
terceiros. Em relação às aplicações, o usuário poderia avaliar, por exemplo, 
quanto é utilizado em recursos fixos e se os recursos do capital circulante 
são capazes de liquidar os do capital de terceiros. 
Perceba, no nosso exemplo, que o valor representado no capital circulante é 
suficiente para pagar as obrigações de curto prazo, mas não todas as 
46 
 
obrigações. E, neste caso, se formos pensar em um banco analisando as 
informações para conceder um empréstimo, ele poderá levar em 
consideração o grau de endividamento para aplicar a taxa de juros ao 
empréstimo que será concedido. 
Essa visão tem importância também para a gestão, que deve realizar 
análises e tomar decisões sobre os rumos da entidade considerando estas 
informações geradas pela contabilidade, evitando, com isso, sofrer com 
endividamento ou com fluxo de caixa sem controle, o que normalmente 
acontece quando a entidade vende a prazo e compra à vista. 
Assim, é possível perceber que, tanto a visão das origens e aplicações quanto 
a estrutura de capitais são boas ferramentas para que sejam feitas análises 
do patrimônio de uma entidade. 
 
Videoaula: Origem e aplicação de recursos 
Meu vídeo não funciona 
De onde vem os recursos de uma entidade? Será que os recursos são próprios 
ou de terceiros? E, quando utiliza estes recursos, será que entidade aplica em 
bens e direitos de curto prazo ou de longo prazo? A resposta destas questões 
leva o usuário a tomar decisões importantes com essas informações, tal 
como o endividamento de uma entidade. 
 
Saiba mais 
 
O conceito de Capital Físico e Capital Financeiro faz parte do entendimento 
da estrutura de capital de uma entidade. 
Para entender melhor esses entendimentos leia os itens 8.1 a 8.10 do CPC 00 
(R2) - Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro, porque lá são 
apresentados detalhes acerca da conceitos de capital e manutenção de 
capital: 
• Conceitos de capital (8.1-8.2). 
• Conceitos de manutenção de capital e determinação do lucro (8.3- 8.9). 
• Ajustes para manutenção de capital (8.10). 
CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 00 (R2) - Estrutura 
Conceitual para Relatório Financeiro. CPC, 2019. Disponível 
47 
 
em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf. Acesso 
em: 10 maio 2022. 
 
Unidade 1 / Aula 5 
Revisão da unidade 
Analisando a situação patrimonial de uma empesa 
 
Olá, estudante! Chegamos ao final desta unidade, vamos relembrar os 
conceitos aprendidos ao longo das aulas! 
Sempre que pensamos na composição do patrimônio de uma entidade, 
precisamos lembrar que o patrimônio é composto de 
bens, direitos e obrigações. 
Figura 1 | Composição do Patrimônio. Fonte: elaborada pela autora. 
Os bens são representados por itens que trazem benefícios econômicos 
futuros para a entidade e que podem ser avaliados monetariamente; os 
direitos são valores a ser recebidos ou em poder de terceiros; e as obrigações, 
dívidas ou compromissos que a entidade tem com terceiros. 
Para fazer a representação gráfica, será utilizado o Balanço Patrimonial, o 
qual tem a estrutura prevista no CPC 26(R2) – Apresentação das 
Demonstrações contábeis, na Lei 6.404/76 e nas normas contábeis NBC TG 
1001 e NBC TG 1002. 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf
48 
 
Quadro 1 | Estrutura do Balanço Patrimonial segundo o CPC 26. Fonte: elaborado 
pela autora. 
Perceba que o Balanço Patrimonial está dividido em dois blocos, sendo o 
lado esquerdo o que apresenta os bens e direitos, ou ativos, e o lado direito as 
obrigações, ou os passivos, e o patrimônio líquido. 
O patrimônio de uma entidade surge quando um recurso é investido na 
entidade e dá origem ao capital social dela. Quando este é utilizado, por 
exemplo, para a compra de bens tangíveis, como um veículo ou bens de 
troca, ocorre a aplicação de recurso. 
Quadro 2 | Origem e aplicação dos recursos de uma entidade. Fonte: elaborado 
pela autora. 
Como as entidades realizam atividades o tempo todo, o patrimônio vai 
sofrendo alterações frequentes. E essas alterações precisam ser avaliadas 
49 
 
para a tomada de decisões. Para fazer a análise das alterações patrimoniais, 
utilizamos uma técnica contábil denominada de análise da situação 
patrimonial. Para calculá-la, usamos a equação a seguir: 
Figura 2 | Equação Patrimonial. Fonte: elaborada pela autora. 
Com o resultado desta equação,saberemos se a situação patrimonial desta 
entidade é positiva, negativa ou nula. 
Figura 3 | Situação Patrimonial. Fonte: elaborada pela autora. 
Para exemplificar o que foi visto até agora, imagine que a empresa DELTA 
S/A apresenta os bens, direitos e obrigações a seguir: 
50 
 
Quadro 3 | Composição Patrimonial da empresa DELTA S/A. Fonte: elaborado pela 
autora. 
Se organizarmos o patrimônio da DELTA S/A, considerando a estrutura de 
bens, direitos e obrigações, teremos a seguinte representação gráfica: 
Quadro 4 | Bens, Direitos e Obrigações – DELTA S/A. Fonte: elaborado pela autora. 
Ao analisarmos a situação da DELTA S/A sob a ótica das origens e aplicações 
de recursos, teremos o seguinte: 
51 
 
Quadro 5 | Origem e Aplicação de Recursos – DELTA S/A. Fonte: elaborado pela 
autora. 
No momento de analisar a situação patrimonial de Delta teremos: 
Figura 4 | Situação Patrimonial – DELTA S/A. Fonte: elaborada pela autora. 
Outra forma de organizar o patrimônio seria classificando os bens e direitos 
como ativos e as obrigações como passivos. 
52 
 
Quadro 6 | Balanço Patrimonial – DELTA S/A. Fonte: elaborado pela autora. 
Além das formas apresentadas, também é possível avaliar o patrimônio de 
uma entidade efetuando uma análise da estrutura dos capitais, para 
identificar como está a sua composição. Nesta estrutura, temos que 
caracterizar o patrimônio em capital de terceiros e capital próprio, capital 
circulante e capital próprio. 
Figura 5 | Estrutura de capitais de uma entidade. Fonte: elaborado pela autora. 
Essa estrutura de capitais ajuda o usuário a avaliar se os recursos da 
entidade são de origem própria ou de terceiros, ou se os recursos estão sendo 
utilizados para aquisição de bens fixos ou circulantes, além de avaliar a 
capacidade da entidade em liquidar suas obrigações. 
Representando esta estrutura de capital com o nosso exemplo, teremos: 
53 
 
Quadro 7 | Composição dos Capitais – DELTA S/A. Fonte: elaborado pela autora. 
Essa avaliação serve como referência para o usuário da informação tomar 
decisões, por exemplo, acerca de créditos a serem concedidos; definir sobre 
a participação na entidade e entender a utilização dos recursos nela 
investidos. E é neste momento que você entende como o papel do 
profissional da contabilidade é relevante e que o registro do patrimônio deve 
ser sempre feito com muita responsabilidade e fidedignidade. 
 
Videoaula: Patrimônio 
Meu vídeo não funciona 
O patrimônio de uma entidade não se resume aos seus bens e direitos. Por 
isso, o profissional de contabilidade deve representar fidedignamente o que 
ocorre com o patrimônio, detalhando corretamente as origens e aplicações 
dos recursos, de forma que os usuários possam realizar as análises que 
precisam para entender a estrutura de capital e saber se a situação 
patrimonial da entidade é positiva, negativa ou nula. 
 
Estudo de caso 
 
O dono da empresa ALFA S/A percebeu que o seu negócio não está evoluindo 
tanto quanto havia projetado. Ele observou que anda sobrecarregado com 
tantas atividades operacionais, mas lembra que, desde o plano de negócios, 
sabia que a indústria que havia projetado teria um crescimento ascendente, 
o que aconteceu no começo, a ponto de a entidade precisar comprar mais 
máquinas para produzir, comprovando a sua tese de crescimento. 
54 
 
Atualmente ele até vê o seu faturamento crescer, mas o resultado da 
entidade parece não estar na mesma sintonia. Então, ele começa a 
questionar sobre o que está errando para deixar de crescer como vinha 
ocorrendo. 
Na análise que fez recentemente, ele percebeu que estava precisando, 
inclusive, tomar empréstimos frequentes como o banco para pagar as contas 
do dia a dia, e os juros cobrados estavam cada vez mais altos, o que ele 
também não entendeu, já que possui um patrimônio vultoso, com muitas 
máquinas, equipamentos caros, além de vender bem seus produtos. Ele sabe 
também que os seus clientes são fiéis, porque concede um parcelamento que 
nenhum outro concorrente permite, e os clientes estão sempre comprando 
dele. 
Como não chega a nenhuma conclusão sozinho, este empresário resolve 
contratar você, proprietário de uma empresa de consultoria especializada 
em reestruturação patrimonial para ajudá-lo neste desafio. Logo que o time 
de consultores chegou, você, líder deles, solicitou um Balanço Patrimonial e 
enviou algumas perguntas sobre a operação da entidade, principalmente 
sobre os processos de recebimento e pagamento da empresa. 
Após algum tempo, o empresário enviou para os consultores a seguinte 
documentação, composta por uma lista de bens, direitos e obrigações da 
empresa e o questionário respondido: 
Quadro 8 | Lista de bens, direitos e obrigações da empresa. Fonte: elaborado pela 
autora.
55 
 
Quadro 9 | Questionário sobre as operações de crédito da empresa. Fonte: 
elaborado pela autora. 
Quando você, consultor, recebeu as informações, o industrial lhe pede, já 
ciente do seu conhecimento sobre composição do patrimônio de uma 
entidade, para elaborar o relatório de análise do patrimônio dele, 
apresentando os seguintes pontos: 
1. Total de bens, direitos e obrigações da entidade. 
2. Total das origens e aplicação de recursos desta entidade. 
3. Situação patrimonial desta entidade. 
4. Estrutura de capital dessa entidade. 
5. Análise geral acerca da liquidez e do endividamento da entidade. 
Na realização desta atividade, você pode seguir os seguintes passos: 
1. Faça a representação gráfica do patrimônio organizando os bens, 
direitos e obrigações. 
2. Faça a representação gráfica das origens e aplicações de recursos. 
3. Calcule e apresente a situação patrimonial. 
4. Organize e apresente a estrutura de capital. 
5. Apresente uma análise sobre a liquidez e endividamento desta 
entidade. 
Não deixe de utilizar todo o conhecimento adquirido sobre o patrimônio e 
não esqueça de que as informações apresentadas no seu relatório servirão 
56 
 
para a tomada de decisão do usuário acerca dos rumos da empresa. As 
informações que você apresentar servirão para a continuidade da entidade. 
Neste momento, não esqueça de ler as respostas dadas pelo empresário aos 
questionamentos da consultoria, afinal, a contabilidade trabalha com 
informações quantitativas e qualitativas do patrimônio da entidade.7 
_______ 
Reflita 
Será que todo empresário se preocupa em analisar a situação patrimonial da 
própria empresa com regularidade? 
 
Videoaula: Resolução do estudo de caso 
Meu vídeo não funciona 
A gestão de uma empresa requer avaliações frequentes, sendo que uma das 
principais se faz sobre sua estrutura de capitais. No nosso estudo de caso, o 
empresário percebeu que precisava de ajuda para identificar o que estava 
acontecendo com a sua empresa. 
Em situações como esta, o contador é, na maioria das vezes, a primeira 
pessoa que o empresário procura para buscar informações sobre o seu 
patrimônio. Então, nesta atividade, você está treinando o lado gerencial do 
profissional de contabilidade e realizando um papel importante da 
contabilidade: ser fonte de informações para a tomada de decisão. Porém, 
como ajudar este empresário? 
Na realização desta atividade, você deve seguir os seguintes passos para a 
resolução: 
1. Elaborar a representação gráfica do patrimônio através do Balanço 
Patrimonial. 
2. Calcular e apresentar a situação patrimonial utilizando a equação 
contábil (bens + direitos – obrigações). 
3. Organizar e apresentar a estrutura de capital, separando os capitais 
em capital próprio, capital de terceiros, capital fixo e capital 
circulante. 
57 
 
4. Apresentar uma análise sobre a liquidez e endividamento da 
entidade, avaliando como está sendo utilizado o capital, 
considerando, inclusive as respostas dadas pelo empresário. 
Então, considerando o patrimônio a seguir, prepararemos o relatório para o 
dono da empresa Alfa S/A. 
Quadro 10 | Patrimônio– ALFA S/A. Fonte: elaborado pela autora. 
RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL – EMPRESA ALFA S/A 
Prezado empresário, 
Levantamos os seguintes pontos acerca do seu patrimônio: 
a) Organizando o patrimônio conforme a estrutura de bens, direitos e 
obrigações da ALFA S/A, teremos a seguinte representação gráfica: 
58 
 
Quadro 11 | Bens, Direitos e Obrigações. Fonte: elaborado pela autora. 
A representação gráfica das origens e aplicações de recursos será a seguinte: 
Quadro 12 | Origem e Aplicação de Recursos - ALFA S/A. Fonte: elaborado pela 
autora. 
Com essa representação gráfica, foi possível avaliar dois pontos da sua 
empresa: situação patrimonial e estrutura de capitais, que assim são 
apresentadas: 
b) Quanto à situação patrimonial, temos a seguinte representação: 
59 
 
Quadro 13 | Calculando a Situação Patrimonial. Fonte: elaborado pela autora. 
c) Quanto à estrutura de capital, temos a seguinte representação: 
Quadro 14 | Balanço Patrimonial - ALFA S/A. Fonte: elaborado pela autora. 
A representação da composição dos capitais da entidade fica da seguinte 
forma: 
60 
 
Quadro 15 | Composição do Capital - ALFA S/A. Fonte: elaborado pela autora. 
d) Considerações finais acerca do patrimônio: 
Com as representações gráficas apresentadas, foi possível verificar que a 
situação patrimonial da entidade é positiva, pois os bens e direitos superam 
as obrigações. Mas a análise da estrutura de capital mostrou que o 
endividamento da entidade precisa de atenção, uma vez que o Capital 
Circulante da entidade não é suficiente para pagar o Capital de Terceiros, 
gerando um problema de liquidez, como mostra o quadro abaixo: 
Quadro 16 | Análise da Estrutura de Capital. Fonte: elaborado pela autora. 
Além disso, o Capital Fixo também é relevante nesta equação, em função das 
máquinas e equipamentos, que foram financiados. 
61 
 
Na nossa opinião, a composição da estrutura de capitais é o que causa o 
problema de desempenho e se fundamenta pelas respostas dadas acerca da 
operação da entidade, em especial às perguntas 1 e 2, pelas quais fica 
evidente que as operações se baseiam nas vendas a prazo das mercadorias 
com as compras realizadas à vista. Este ponto precisa ser revisto com 
urgência para tentar reverter o endividamento da entidade. 
Atenciosamente, 
Consultoria 
 
Resumo visual 
 
Para entender a lógica do patrimônio precisamos da seguinte visão: 
Figura | Síntese dos conteúdos trabalhados na Unidade 1. Fonte: elaborada pela 
autora. 
Sobre a estrutura de capitais, é importante entender onde ficam os capitais 
ao analisar o Balanço Patrimonial de uma entidade. 
62 
 
Quadro | Estrutura de Capitais. Fonte: elaborado pela autora. 
 
Unidade 2 / Aula 1 
Contas contábeis 
Introdução 
 
Olá, estudante! 
A contabilidade utiliza técnicas contábeis para realizar o registro, a 
classificação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação dos 
fatos que alteram o patrimônio de uma entidade. Uma destas técnicas é a 
escrituração contábil. Obrigatória por lei, a escrituração é uma das bases de 
atuação do profissional de contabilidade. Ela também precisa ser feita com 
muita atenção e cuidado para evitar erros no lançamento contábil, que é o 
registro do fato contábil pelo método das partidas dobradas e conforme o 
plano de contas elaborado por cada entidade. 
Nesta aula, você aprenderá sobre a essência da escrituração: as contas 
contábeis, suas funções e classificação. Também entenderá sobre a 
importância do plano de contas e como ele precisa ser estruturado. 
Vamos aos estudos? 
 
Contas contábeis 
 
A contabilidade é uma ferramenta importante para a gestão de uma 
entidade, a qual, acima de tudo, precisa cumprir com requisitos legais. Um 
deles é a escrituração, requisito obrigatório previsto no artigo 1.179 do Código 
Civil Brasileiro: 
63 
 
o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema 
de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de 
seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a 
levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. 
(BRASIL, 2002). 
Mesmo empresas de pequeno porte também precisam de escrituração, como 
previsto no artigo 27 da Lei Complementar 123/06: 
as microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples 
Nacional poderão, opcionalmente, adotar contabilidade simplificada para os 
registros e controles das operações realizadas, conforme regulamentação do 
Comitê Gestor. (BRASIL, 2006). 
A escrituração, é uma técnica contábil que registra os fatos que ocorrem no 
patrimônio de uma entidade. Ela é feita de forma manual, mecanizada ou 
digital, e, segundo o artigo 177 da Lei 6.404/76, “a escrituração de uma 
companhia deve ser mantida em registros permanentes” (BRASIL, 1976). 
Nela, cada fato contábil dá origem a um lançamento, classificado segundo a 
natureza, processado pelo método das partidas dobradas e armazenado nos 
livros contábeis, Livro Diário e Livro Razão. E é na hora do lançamento 
contábil que precisamos das contas contábeis, porque ele é feito com as 
contas contábeis previstas no plano de contas da entidade, cuja função é 
registrar e armazenar as informações sobre os elementos patrimoniais. 
O lançamento contábil requer elementos essenciais para cumprir os 
requisitos legais de uma escrituração: a data e local, a conta debitada, a conta 
creditada, histórico e valores. 
Figura 1 | Elementos do Lançamento Contábil - Fonte: elaborada pela autora. 
64 
 
Com isso, o lançamento contábil apresenta uma função temporal, 
qualitativa, monetária e descritiva, porque necessita da data de ocorrência 
do fato contábil, dos valores, da descrição dos fatos e quais elementos 
patrimoniais foram alterados. 
De acordo com o número de contas contábeis, o lançamento pode ter um ou 
mais débitos e um ou mais créditos, sendo possível identificar quatro 
fórmulas de lançamento. 
Figura 2 | Fórmulas do Lançamento Contábil - Fonte: elaborado pela autora. 
As contas contábeis apresentam características e podem ser classificadas 
em função dos elementos, da natureza e da variação dos saldos, da 
movimentação realizada e do seu desdobramento. 
Quadro 1 | Classificação das contas - Fonte: elaborado pela autora. 
65 
 
Essas contas são utilizadas conforme a necessidade de cada empresa, e, por 
isso, cada entidade deve elaborar o seu plano de contas considerando as 
contas a ser utilizadas no registro de suas operações. 
O plano de contas é uma relação padronizada dos títulos ou rubricas que 
foram selecionadas para registro dos fatos contábeis de forma que a conta 
contábil tenha por função apresentar o saldo, atendendo às necessidades 
das entidades e cumprindo com os requisitos mínimos de escrituração: 
apresentar grupo, subgrupo, conta sintética e conta analítica. 
Figura 3 | Estrutura do Plano de Contas - Fonte: elaborada pela autora. 
O plano de contas deve respeitar a natureza das contas e ser uniforme, de 
forma que as contas possam ser analisadas em função das mesmas 
diretrizes. Ele também precisa ser flexível, ou seja, capaz de incluir contas 
inicialmente não previstas ou necessárias. Somente assim a escrituração de 
uma entidade pode cumprir o seu papel informacional. 
 
Classificação das contas contábeis 
 
Vimos que as contas contábeis estão dispostas em um plano de contas para 
manter a uniformidade dos lançamentos e que estas contas podem ser 
classificadas em função dos elementos, da natureza e variação dos saldos, a 
movimentação realizada e o seu desdobramento. Agora, entenderemos um 
pouco mais sobre esta classificação. 
66 
 
Figura 4 | Classificação quanto aos elementos das contas contábeis - Fonte: 
elaborada pela autora. 
As contas patrimoniais registram os bens, os direitos e as obrigações, ou 
seja, os ativos, passivos e patrimônio líquido de uma entidade; as contas de 
resultado apresentam as receitase as despesas de uma entidade; e as contas 
de compensação registram os principais atos administrativos. 
Figura 5 | Classificação quanto a natureza dos saldos - Fonte: elaborada pela 
autora. 
Quanto à natureza do saldo, as contas podem ser devedoras, credoras ou 
redutoras. As primeiras são as contas do ativo, despesa retificadora do 
passivo exigível e retificadora do patrimônio líquido. Já as contas 
credoras são as contas do passivo exigível do patrimônio líquido, de receita 
e retificadoras do ativo. A conta retificadora, também denominada conta 
redutora, diminutiva ou negativa, tem por função reduzir o saldo de outra 
67 
 
conta, como é o caso da depreciação que é uma conta retificadora das contas 
do imobilizado. 
Figura 6 | Classificação quanto a variação da natureza dos saldos - Fonte: 
elaborada pela autora. 
Quanto à variação da natureza do saldo, teremos as contas estáveis, cujo 
saldo só pode ser devedor ou credor sem variação, ou as contas instáveis, 
cujo saldo ora pode ser devedor, ora pode ser credor, como é o caso da conta 
banco. 
Figura 7 | Classificação quanto a movimentação - Fonte: elaborada pela autora. 
Em relação à movimentação que sofrem, as contas podem ser contas 
unilaterais ou contas bilaterais. Será unilateral aquela que, em regra, recebe 
registros apenas a débito ou apenas a crédito. As contas bilaterais, por sua 
vez, apresentam movimentações tanto a débito quanto a crédito, como, por 
exemplo, o que ocorre na conta caixa. 
68 
 
Figura 8 | Classificação quanto ao desdobramento - Fonte: elaborada pela autora. 
Além disso, as contas podem ser classificadas quanto ao desdobramento. 
Nesse caso, temos as contas sintéticas e as contas analíticas. Quando 
analisado o desdobramento da informação contida na conta, a sintética é 
aquela cujo saldo não foi dividido em subcontas no plano de contas da 
entidade. Já a conta analítica apresenta as subcontas, cujo desdobramento 
detalha informações sobre a conta sintética – por exemplo, a entidade pode 
trabalhar com vários bancos. 
Esta classificação é importante para elaboração do plano de contas da 
entidade, de forma que cada uma possa ter a sua função claramente definida, 
evitando erros na escrituração e a necessidade de uma correção futura. 
 
Plano de contas e movimentação das contas 
 
Vimos que o plano de contas é a relação padronizada dos títulos ou rubricas 
que foram selecionadas para registro dos fatos contábeis. O plano de contas 
precisa ser bem estruturado para que o elenco de contas, ou seja, a relação 
de contas, possa representar as necessidades da empresa. Para isso, o plano 
de contas precisa cumprir com os requisitos mínimos de estrutura, ou seja, 
apresentar grupo, subgrupo, conta sintética e conta analítica. 
69 
 
Figura 9 | Estrutura do Plano de Contas - Fonte: elaborada pela autora. 
Um dos pontos importantes da elaboração do plano de contas é a 
determinação do sistema de contas. O sistema de contas define a forma 
como elas serão agrupadas. Ele é feito em função das características comuns 
e das funções das contas, de forma que a análise das informações sobre o 
patrimônio possa ocorrer de forma comparativa, considerando itens com 
características semelhantes. 
Para exemplificar como pode ser organizado um sistema de contas 
(levando-se em conta o agrupamento de contas com características 
comuns), utilizaremos as contas patrimoniais: disponibilidades, estoques, 
imobilizado, passivo circulante e capital social para exemplificar as 
características, a função das contas e quais itens são relacionados nelas. 
Quadro 2 | Exemplo de função das contas - Fonte: elaborado pela autora. 
70 
 
Mas como esse detalhamento ajuda na hora de saber qual conta utilizar para 
determinado fato ocorrido em uma entidade? Para ajudar, imaginemos quais 
contas seriam utilizadas para os seguintes fatos contábeis ocorridos em 
uma entidade: 
Quadro 3 | Fatos Contábeis ALFA S/A - Fonte: elaborado pela autora. 
Na definição das contas utilizada, teremos a seguinte movimentação das 
contas, lembrando que precisamos sempre que um lançamento contábil 
requer elementos essenciais para que se cumpra os requisitos legais de uma 
escrituração: a data e local, a conta debitada, a conta creditada, histórico e 
valores. 
Figura 10 | Classificação dos fatos contábeis da ALFA S/A - Fonte: elaborada pela 
autora. 
Perceba que toda movimentação efetuada com cheques movimentou a conta 
banco e que, para cada bem adquirido, apesar de terem a mesma 
71 
 
classificação no Ativo Imobilizado, foi utilizada uma conta específica. Isso 
ocorre porque uma das funções do sistema de contas é determinar que cada 
uma receba lançamento de itens com características comuns, mas sem a 
generalização, ou seja, apesar destas compras citadas serem contas de itens 
do imobilizado, cada item tem a sua função na entidade. 
Para que o lançamento esteja correto, cabe ao profissional de contabilidade 
efetuar o registro correto do fato contábil considerando os aspectos 
qualitativos e quantitativos do fato ocorrido. 
 
Videoaula: Contas contábeis 
Meu vídeo não funciona 
Como é feita a escrituração de uma entidade? Como deve ser feito o registro 
de uma transação contábil realizada em uma entidade? O que é plano de 
contas? Nesta aula, você verá como a elaboração de um plano de contas é 
importante para o correto registro das variações patrimoniais de uma 
entidade. 
 
Saiba mais 
 
A escrituração contábil é feita de forma manual, mecanizada ou digital. E ao 
falarmos da escrituração digital, não tem como não falar da Escrituração 
Contábil Digital (ECD), que é parte integrante do projeto SPED e tem por 
objetivo a substituição da escrituração em papel pela escrituração 
transmitida via arquivo digital. 
A ECD traz a obrigação de transmitir, em versão digital, os seguintes livros: 
I - Livro Diário e seus auxiliares, se houver; II - Livro Razão e seus auxiliares, 
se houver; III - Livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento 
comprobatórias dos assentamentos neles transcritos. 
Para entender melhor sobre a ECD, acesse também o MANUAL DE 
ORIENTAÇÃO DO LEIAUTE 9 DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DIGITAL (ECD) 
e veja os tópicos: 
1.1. Introdução. 
1.2. Legislação. 
1.3. Pessoas Jurídicas Obrigadas a Entregar o Sped Contábil. 
1.4. Obrigações Acessórias Dispensadas no Caso de Transmissão da 
Escrituração Via Sped Contábil. 
1.5. Prazos para Apresentação dos Livros Digitais. 
1.6. Livros Abrangidos pelo Sped Contábil. 
72 
 
1.16. Lançamentos de Quarta Fórmula e Planos de Contas com 4 níveis. 
1.17. Plano de Contas Referencial para o Sped Contábil. 
 
Fonte: SPED - Sistema Público de Escrituração Digital. Manual de Orientação 
do Leiaute 9 da ECF. SPED, 2022. Disponível em: 
Manual de Orientação do Leiaute 9 da ECD. Acesso em: 23 maio 2022. 
 
Unidade 2 / Aula 2 
Noções de débito e crédito 
Introdução 
 
Olá, estudante! 
O método das partidas dobradas é a essência da escrituração contábil. 
Entender a diferença entre as contas patrimoniais e as contas de resultados 
e compreender as movimentações a débito ou a crédito nestas contas será 
muito importante para o desenvolvimento do seu aprendizado. 
Com o domínio da lógica do débito e crédito, que você vai adquirir nesta 
unidade, você será capaz de realizar a escrituração contábil de uma entidade 
e, sempre que precisar, corrigir algum lançamento feito incorretamente. 
Além disso, este conhecimento fará de você um profissional mais completo 
ao dominar a técnica mais conhecida e divulgada da contabilidade. 
Vamos aos estudos? 
 
Método das partidas dobradas 
 
O objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio de uma entidade, e seu 
objetivo é registrar, controlar e representar este patrimônio através das 
demonstrações contábeis. Para realizar este objetivo, a contabilidade utiliza 
a escrituração dos fatos contábeis ocorridos, por meio do método das 
partidas

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