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Apostila Avaliação e Intervenção Psicopedagógica

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2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO 
PSICOPEDAGÓGICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumara Luiz Bento Ferreira 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO ---------------------------------------------------------------------------- 06 
MÓDULO I- Introdução a Avaliação Psicopedagógica ------------------------- 07 
O que é avaliação e intervenção Psicopedagógica------------------------------------07 
Sobre as dificuldades de aprendizagem escolar---------------------------------------09 
Como estruturar uma avaliação psicopedagógica ------------------------------------11 
Primeira consulta, Anamnese, EOCA, Vínculo terapêutico e Análise da Hipótese 
Diagnóstica --------------------------------------------------------------------------------------13 
Funções executivas e atenção--------------------------------------------------------------15 
Ferramentas avaliativas: instrumentos da Psicopedagogia, Testes de rastreio do 
Autismo e de TDAH ----------------------------------------------------------------------------17 
MÓDULO II- Avaliação a Intervenção Psicopedagógica-------------------------- 21
 
Psicopedagogia Clínica- Introdução aos aspectos básicos do Diagnóstico 
Psicopedagógico -------------------------------------------------------------------------------21 
Principais Transtornos e síndromes que podem causar desafios/dificuldades de 
aprendizagem: Dislexia, Disortografia, Disgrafia, Discalculia, TDAH, TPAC e 
TOD------------------------------------------------------------------------------------------------24 
Principais Transtornos e Deficiência: Transtorno do Espetro Autista- TEA, 
Transtornos Desintegrativos e Deficiência Intelectual --------------------------------33 
Diagnóstico Operatório - Provas Piagetianas ------------------------------------------ 37 
Teoria da Epistemologia Convergente (Jorge Visca)----------------------------------42 
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Instrumentos e técnicas Projetivas na avaliação Psicopedagógica -----------------46 
Ferramentas: Instrumentos, escalas e técnicas Psicopedagógicas para 
Avaliação dos Aspectos Educacionais e Funções Executivas ---------------------48 
Instrumentos de Avaliação e intervenção para Consciência Fonológica --------53 
Avaliação dos Aspectos Psicomotores, coordenação motora ampla e fina, 
coordenação visomotora, lateralidade, esquema corporal, orientação temporal e 
espacial e sequência lógica; Habilidades adaptativas e Atividades de Vida Social 
e autônoma- AVAS e Aspectos Emocionais, afetivos e comportamentais-------55 
O uso do lúdico no processo de avaliação e intervenção psicopedagógica -----59 
Avaliação e proposta de intervenção para crianças com Transtornos Funcionais 
Específicos: TDAH, TPAC e TOD ---------------------------------------------------------61 
Avaliação e proposta de intervenção para crianças com Transtorno Funcionais 
Específicos: Dislexia, Disortografia, Disgrafia, Discalculia --------------------------67 
Avaliação e Intervenção Psicopedagógica em crianças com diagnóstico de 
Deficiência Intelectual -------------------------------------------------------------------------69 
Avaliação e Intervenção Psicopedagógica no Transtorno do Espectro Autista-
TEA -----------------------------------------------------------------------------------------------71 
Intervenção com atividades de Ginástica Cerebral ----------------------------------75 
Proposta de Intervenção Psicopedagógica para o Atendimento e orientação da 
Família -------------------------------------------------------------------------------------------79 
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Elaboração do Parecer/ Informe Psicopedagógico -----------------------------------81 
Devolutiva e Encaminhamentos -----------------------------------------------------------85 
MÓDULO III: PRÁTICAS PSICOPEDAGÓGICAS -----------------------------------87 
1-Clínica -----------------------------------------------------------------------------------------87 
O primeiro contato com o paciente e sua família --------------------------------------87 
Anamnese (qual a melhor anamnese para a sua demanda?)-----------------------88 
Como elaborar a avaliação Psicopedagógica: Quais ferramentas: testes e 
instrumentos utilizar? --------------------------------------------------------------------------89 
Como estruturar e realizar a EOCA? ------------------------------------------------------90 
 As estratégias interventivas para as demandas comportamentais, 
desenvolvimento e aprendizagem----------------------------------------------------------92 
2-Educacional: ---------------------------------------------------------------------------------94 
Avaliação e Intervenção no contexto escolar, observação no contexto escolar e 
principais testes no processo de avaliação ----------------------------------------------94 
Elaboração do PEI -----------------------------------------------------------------------------96 
O trabalho do Atendimento Educacional Especializado- AEE, Adequação 
Curricular e Inclusão ---------------------------------------------------------------------------98 
Mediação junto a Equipe Escolar e atuação em casos de violência, bullying e 
evasão escolar---------------------------------------------------------------------------------103 
3-Hospitalar:-----------------------------------------------------------------------------------104 
A atuação e papel do Psicopedagogo no contexto hospitalar e humanização da 
saúde--------------------------------------------------------------------------------------------104 
O processo de aprendizagem no contexto de internação e práticas 
psicopedagógicas----------------------------------------------------------------------------105 
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4-Empresarial:-------------------------------------------------------------------------------107 
Atuação e papel do Psicopedagogo no contexto organizacional e os diversos 
setores de trabalho -------------------------------------------------------------------------107 
 Avaliação e intervenção no comportamento, habilidades sociais, cognitivas, 
inteligência emocional e psicopatologias----------------------------------------------109 
Programa de Transição---------------------------------------------------------------------110 
CONCLUSÃO---------------------------------------------------------------------------------111 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ----------------------------------------------------113 
ANEXOS ---------------------------------------------------------------------------------------117 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. APRESENTAÇÃO 
 
Diante a pandemia da Covid-19 no Brasil e no mundo, no qual em 
praticamente todos os lugares as aulas presenciais foram suspensas e muitas 
crianças e adolescentes ficaram estudando de forma remota por meio de aulas 
síncronas e assíncronas, provavelmente teremos um aumento significativo de 
crianças e adolescentes que poderão ser encaminhadas para o processo de 
avaliação psicopedagógica. 
 E foi pensando também nessa possibilidade que acreditamos a 
importância de promover um curso de avaliação eintervenção psicopedagógica, 
observando que muitas crianças e adolescentes não conseguiram acompanhar 
as aulas de forma remota e apresentaram dificuldades e defasagem de 
aprendizagem ao retornar as aulas presenciais. Importante pensar nessa lacuna 
que existe e nas possibilidades de sanar as dificuldades que irão aparecer. 
 Essa apostila tem como objetivo apresentar a vocês os principais tópicos 
relacionados com a avaliação e intervenção psicopedagógica. 
 O primeiro módulo é uma introdução ao processo, no qual realizei a 
definição de avaliação e intervenção psicopedagógica, sobre as dificuldades de 
aprendizagem, como estruturar uma avaliação, a primeira consulta, as funções 
executivas no processo de aprendizagem, e os principais instrumentos 
avaliativos. 
 O segundo módulo, é apresentado o passo a passo de uma avaliação, 
trazendo os principais autores da área. Trouxemos os principais transtornos 
funcionais específicos e síndromes, Epistemologia Convergente, Provas 
operatórias, principais ferramentas, testes e escalas. Acredito que esse módulo 
está muito completo e irá instrumentalizar você a realizar uma avaliação e 
intervenção psicopedagógica de qualidade. 
 O terceiro módulo, trouxemos as práticas psicopedagógicas, na área 
clinica que é a mais conhecida, seguida da Educacional/ Escolar, a Hospitalar e 
por fim Empresarial/ Organizacional. 
 Aproveitem esse material que foi preparado com muito planejamento, 
esmero, carinho e qualidade. E vamos juntos aperfeiçoar a nossa prática 
profissional. 
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MÓDULO I- INTRODUÇÃO A AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA 
 
 
O que é avaliação e intervenção psicopedagógica 
 
 A psicopedagogia é um campo de conhecimento em que a psicologia e a 
pedagogia interagem, com objetivo de facilitar o processo de ensino-
aprendizagem. Nesse sentido, a psicopedagogia é a ciência que permite 
investigar a pessoa e o seu ambiente nas várias etapas de aprendizagem que 
abarca a sua vida, seja os desafios e dificuldades apresentadas, e também as 
potencialidades. 
 Sendo a Psicopedagogia uma ciência que visa estudar a aprendizagem 
em suas diferentes relações e circunstâncias, ela se ocupa do processo de 
aprendizagem e suas variações e da construção de estratégias para a superação 
do não-aprender, tendo como um de seus focos principais a autoria do 
pensamento e da aprendizagem (PICETTI &MARQUES, 2016). 
 Cabe salientar que a Psicopedagogia visa compreender o ser aprendente 
como um todo, entendendo todas as dimensões da pessoa em seus distintos 
processos: cognitivos, afetivos, emocionais, sociais, culturais, orgânicos, 
psíquicos e pedagógicos. 
 Dessa forma para conhecer os desafios e dificuldades de aprendizagem 
do estudante e suas potencialidades e com isso elaborar estratégias de 
intervenção é preciso realizar a avaliação psicopedagógica. 
 A avaliação psicopedagógica é o processo no qual visa investigar as 
relações do estudante com o conhecimento e os seus vínculos com a 
aprendizagem, procurando considerar os aspectos emocionais, sociais e 
cognitivos. De acordo com Weiss (2012), o diagnóstico psicopedagógico, nada 
mais é que um processo de investigação, uma pesquisa, do que não vai bem 
com a pessoa em relação ao que se era esperado. É o esclarecimento de uma 
queixa, que pode ser do próprio estudante, da família e em sua maioria da 
escola. 
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 Importante destacar que, na avaliação psicopedagógica a intenção é 
obter a compreensão global da forma de aprender e dos desvios que pode estar 
acontecendo nesse processo. 
 De acordo com Sampaio (2018), a avaliação psicopedagógica é como 
montar um grande quebra-cabeças, pois conforme vai se encaixando as peças, 
vai se descobrindo o que tem por trás dos sintomas que a pessoa apresenta. As 
peças do quebra cabeça vêm do próprio estudante, da família, da escola, e a 
forma de montá-las, depende de quem está conduzindo a avaliação, no caso, o 
psicopedagogo, pois precisa levar em consideração todos os aspectos objetivos 
e subjetivos observados nos diversos âmbitos: cognitivo, familiar, pedagógico e 
social. 
 Após todo o processo de avaliação, em que o psicopedagogo já tem a 
visão global da pessoa, a sua contextualização na família, na escola e no seu 
meio social, elabora-se um documento contendo todas as etapas do processo, 
com a intenção de apresentar tudo o que foi realizado, investigado e quais os 
encaminhamentos a realizar e um desses pode ser a intervenção 
psicopedagógica, como pontua Weiss (2012). 
 A intervenção psicopedagógica tem como objetivo auxiliar o estudante 
nos seus desafios e dificuldades de aprendizagem apresentados durante o 
processo de avaliação, por isso para cada pessoa é preciso criar plano de 
intervenção, baseado no que é preciso intervir. 
A intervenção psicopedagógica visa por meio de atividades escolhidas e 
direcionadas pelo psicopedagogo contribuir no processo de ensino 
aprendizagem da pessoa e mediar a relação do aprendente com a construção 
do saber. Durante as intervenções podem realizar atividades tanto pedagógicas 
como lúdicas. 
Importante salientar que, a avaliação e intervenção psicopedagógica pode 
ser realizada por profissionais com especialização na área da psicopedagogia, 
seja psicólogo, pedagogo ou de outra formação, mas que tenha a experiência e 
o conhecimento para tal. 
E muitos perguntam: somente criança e adolescentes que podem ser 
avaliados? A reposta é não. Muitos adultos também procuram o profissional de 
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psicopedagogia para avaliação e até mesmo intervenção. Adultos esse que 
tiveram um histórico de dificuldade de aprendizagem quando criança, ou até 
mesmo adultos que procuram conhecer como aprendem e como melhorar seu 
desempenho nos estudos. 
 
 
Sobre as dificuldades de aprendizagem escolar 
 
 Boa parte das famílias que procuram pela avaliação psicopedagógica de 
uma criança, de um adolescente e até mesmo de um adulto, percebem que estes 
apresentam ou apresentaram alguma dificuldade de aprendizagem escolar. 
 Geralmente o profissional de psicopedagogia é procurado pois, a escola 
observou que a criança ou adolescente apresenta desafios e dificuldades de 
aprendizagem que para a sua faixa etária já teriam sido vencidas. Em outros 
momentos percebem desafios comportamentais que também estão contribuindo 
para a não aprendizagem. 
 Por vezes, o professor relata que a criança apresenta uma linguagem oral 
com trocas de fonemas, ou que ainda não consegue escreve o seu prenome. 
Outros percebem uma agitação motora e dificuldade no processo de 
alfabetização. Alguns adolescentes apresentam desafios na atenção e 
concentração para concluir as atividades. E muitas vezes acontece de os pais 
também perceberem esses desafios e confirmar com o professor da criança ou 
adolescente. E acontece ainda de alguns médicos perceberem durante uma 
consulta que a criança apresenta um olhar fugaz, estereotipias, dificuldades de 
socialização e interação com seus pares. 
 Mas antes de falar sobre o que dificuldade de aprendizagem escolar, 
precisamos saber o que é aprendizagem e temos muitos teóricos que trazem o 
conceito de aprendizagem diante a perspectiva de sua teoria. 
De um modo geral aprendizagem pode ser considerada como o resultado 
de uma organização dos esquemas mentais desenvolvidos em diferentes 
estágios com influência do ambiente, assimilação dos valores culturais e demais 
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aspectos funcionais, conceituada como a capacidade de compreender, conhecer 
e observar as informações obtidas(CHIARELLO, 2019). 
No entanto a aprendizagem e formas de aprender vem sendo estudadas 
ao longo de muitos anos e as teorias clássicas como Comportamentalismo, 
Cognitivismo, Humanismo e Teoria Sócio-Histórica são as mais conhecidas 
quando estudamos a psicologia da aprendizagem ou do desenvolvimento. 
Para os comportamentalistas, aprender implica mudanças no 
comportamento, destacando as teorias do reflexo, associacionista, Behaviorismo 
de Watson e o Behaviorismo de Skinner (BARBOSA, 2015, p.16). 
Já no cognitivismo busca entender a ocorrência dos processos mentais 
durante a aprendizagem. Os cognitivistas entendem que se aprende a partir da 
construção do conhecimento e a base do cognitivismo está na cognição, dando 
ênfase aos processos da mente, percepção e compreensão, como retrata bem 
Piaget. 
O Humanismo, tendo como representante Carl Rogers, destaca que 
aprender leva a autonomia e auto- realização do ser. Tem a atenção voltada para 
o ensino centrado no aluno e a sua principal preocupação é o crescimento 
pessoal. 
E a teoria Sócio-Histórica de Lev Vygotsky, Luria e Leontiev, destacando 
a influência das questões culturais, históricas e sociais as quais agem 
diretamente na aprendizagem do indivíduo, nesta perspectiva a mediação é uma 
atividade indispensável para a aprendizagem do aluno. 
Diante das abordagens descritas cada uma procura investigar como a 
aprendizagem acontece e também passam a perceber quando ela não ocorre e 
então passam a investigar os motivos. Sendo assim as dificuldades de 
aprendizagem podem acontecer por vários motivos: por uma desordem ou 
disfunção neurológica, causada por lesões cerebrais, desenvolvimento 
inadequado do cérebro ou desconformidade química. Ou as dificuldades surgem 
a partir de obstáculos encontrados no processo de ensino-aprendizagem 
causados pelos fatores externos, metodologias inapropriadas, conflitos pessoais 
e diferenças culturais, como pontua Chiarello (2019) em seu artigo. 
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E é no ambiente escolar que percebe as dificuldades de aprendizagem de 
crianças e de adolescentes. E também é nesse ambiente que os transtornos de 
aprendizagem se tornam mais evidentes. Sendo que é nesse momento que 
muitas crianças recebem diagnósticos de Transtorno de Hiperatividade e Déficit 
de Atenção- TDAH, Dislexia, Discalculia, Disgrafia, Disortografia, Transtorno do 
Processo Auditivo Central- TPAC, Transtorno do Espectro Autista- TEA, 
Transtorno Opositor Desafiador- TOD e Deficiência Intelectual. Transtornos que 
falaremos mais adiante. 
Enfim, as dificuldades de aprendizagem escolar são um dos maiores 
motivos para os encaminhamentos de avaliação e intervenção psicopedagógica. 
 
Como estruturar uma avaliação psicopedagógica 
 
 Para a realização da avaliação psicopedagógica é preciso estruturar e 
criar um roteiro para que aconteça da melhor maneira possível a partir da queixa 
que foi levada até o psicopedagogo. 
 Importante destacar que, a forma de realizar a avaliação 
psicopedagógica, depende da postura teórica adotada. Aqui vou apresentar 
duas teorias mais conhecidas de estruturar e realizar uma avaliação. 
 De acordo com Weiss (2012) para iniciar o processo de avaliação é 
importante que o psicopedagogo tenha claro dois grandes eixos: o eixo 
horizontal que se explora o presente, a contextualização da queixa atual, 
centrada nas causas que coexistem temporalmente com o sintoma. E o eixo 
vertical, que é o histórico, no qual se busca a construção geral da pessoa, 
procurando contextualizar em vários momentos. 
 Nesse sentido, Weiss (2012) inicia a avaliação utilizando os seguintes 
instrumentos: Entrevista Familiar Exploratória Situacional (EFES), Entrevista 
com toda família, incluindo pais e irmãos, (anamnese), Entrevista Operativa 
Centrada na Aprendizagem (EOCA), as sessões lúdicas centradas na 
aprendizagem (em crianças), provas e testes diversos, de acordo com a 
necessidade, entrevistas com equipe da escola ou outros profissionais 
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envolvidos, depois elabora a Síntese Diagnóstica e entrevista de Devolução e 
encaminhamentos. 
 Porém, na linha teórica da Epistemologia Convergente de Jorge Visca, a 
avaliação inicia-se por uma consulta inicial de cunho contratual com os pais e ou 
responsáveis, para explicar todo o processo, depois segue para a Entrevista 
Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA), testes e provas diversos de 
acordo com a necessidade, Anamnese que visa nesse momento, conhecer toda 
a história da pessoa, posteriormente a elaboração do informe e por fim a 
devolutiva e encaminhamentos como destaca Sampaio (2018). 
 Pode ser perceber que a diferença entre as duas propostas está na 
escolha de quando será realizada a Anamnese. A Epistemologia Convergente 
acredita que ao realizar a Anamnese logo no início do processo avaliativo pode 
“contaminar” o psicopedagogo e fica-se preocupado com os indícios já relatados. 
Já a outra abordagem não percebe problema em já conhecer tudo sobre a 
pessoa que estará em avaliação (SAMPAIO, 2018). 
 É muito importante destacar, que esta diferença não vai alterar o resultado 
da sua avaliação e nem tem pouco irá prejudicar o seu trabalho, o importante é 
você seguir a estrutura que escolheu para desempenhar a sua avaliação. 
 Sobre a quantidade de sessões para o processo de avalição, depende 
muito do que precisa ser avaliado, geralmente a avaliação acontece em 10 
sessões, sendo a primeira sessão a entrevista com os pais ou responsáveis para 
firmar o contrato, a segunda para Anamnese ou a EOCA (conforme sua base 
teórica), da terceira até a sétima sessão, a aplicação de provas operatórias, 
projetivas e provas pedagógicas, se necessário, oitava sessão (a Anamnese no 
caso da Epistemologia Convergente) e nona e décima sessão a devolutiva e 
encaminhamentos. 
 O principal é que você enquanto pessoa que está avaliando a criança, o 
adolescente ou até mesmo o adulto, tenha um plano estruturado de avaliação. 
Procure sempre fazer um específico para cada paciente e de forma que você 
consiga realizar todo processo dentro de um período satisfatório. 
 
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Primeira consulta, Anamnese, EOCA, Vínculo terapêutico e 
Análise da Hipótese Diagnóstica 
 
 O passo inicial para iniciar o processo de Avaliação Psicopedagógica é a 
primeira consulta com que será avaliado, com os pais ou responsáveis. Nessa 
primeira consulta o profissional em psicopedagogia ouvirá a queixa inicial, e irá 
explicar como será todo o processo. 
É na primeira consulta que se estabelece o contrato com a família, o valor 
das sessões, caso realizado em uma clínica, a quantidade de sessões, o tempo 
determinado de cada sessão, a frequência, se será uma vez por semana ou 
mais. 
Nesse contato é importante destacar que para a avaliação acontecer da 
melhor maneira possível é preciso dedicação também por parte da família, sendo 
assim é preciso não faltar, chegar no horário combinado, explicar para a pessoa 
que vai passar pela avaliação, principalmente as crianças, sobre a ida dela às 
sessões, avisar com antecedência se não puder comparecer. 
Caso queira formalizar tudo que foi acordado, é interessante ter um 
contrato impresso, com todas as explicações e cláusulas para que sempre possa 
ser consultado por ambos. 
Lembrando: a primeira consulta é o momento dos pais ou responsáveis 
e até mesmo de quem será avaliado tirar todas as dúvidas e entender todo o 
processo. Procure explicar da melhor maneira como se fosse para você. 
No primeiro encontro além do contrato também será realizada a Entrevista 
Familiar Exploratória Situacional (EFES), de acordo com Weis (2012), tem comoobjetivo a compreensão da queixa nas dimensões familiar e escolar, captar as 
relações e as expectativas familiares centrada na aprendizagem escolar, a 
expetativa em relação ao psicopedagogo, a aceitação e o comprometimento da 
pessoa que será avaliada e também de sua família. Nesse momento procure 
criar um clima de confiança, demonstre que a sua intenção é de fazer o melhor 
trabalho possível e que você tem conhecimento do que irá ser feito. Nessa 
entrevista é importante que estejam os pais ou responsáveis e a criança ou 
adolescente. 
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Após a primeira consulta com todos os esclarecimentos e dúvidas 
sanadas, iniciado o vínculo terapêutico com a criança ou adolescente e a família, 
o próximo passo é a Anamnese. 
A Anamnese é uma entrevista, com foco mais específico, é considerada 
como um dos pontos cruciais para um bom diagnóstico, visando coletar dados 
importantes sobre a história da pessoa na família, integrando passado, presente 
e projeções para o futuro, permitindo perceber a inserção deste na sua família e 
a influência das gerações passadas neste núcleo e no próprio. Na anamnese, 
são levantados dados das primeiras aprendizagens, evolução geral da pessoa, 
história clínica, história da família nuclear, história das famílias materna e paterna 
e história escolar (WEISS, 2012). Mais a frente detalharemos sobre a Anamnese. 
Em seguida o psicopedagogo dará início ao atendimento individualizado 
com a criança ou adolescente em que seguira para a Entrevista Operativa 
Centrada na Aprendizagem- EOCA. A EOCA é a primeira entrevista realizada 
com a criança ou adolescente no processo de avaliação psicopedagógica, e o 
seu objetivo é investigar os vínculos que ela possui com o objetos e conteúdos 
da aprendizagem escolar, observando a suas defesas, as condutas evitativas e 
como enfrenta novos desafios. Isto é, perceber o que a criança e adolescente 
sabe fazer e o que aprendeu a fazer (SAMPAIO, 2018). 
A EOCA é uma proposta de Jorge Visca, e tem a intenção de investigar o 
modelo de aprendizagem da pessoa. E no qual se deve observar três aspectos 
que fornecerão um sistema de hipóteses a serem verificados em outros 
momentos do diagnóstico, que são: A temática, a dinâmica e o produto feito pela 
pessoa. Vamos explicar melhor sobre a EOCA, mais adiante, aqui é só uma 
breve introdução. 
É a partir da EOCA que se pode extrair o primeiro sistema de hipóteses, 
por meio das observações realizadas, procurando levar em consideração a 
dinâmica, a temática e o produto. Depois da análise de Hipóteses Diagnóstica é 
possível separar os testes e provas que serão utilizados no processo de 
avaliação, de acordo com a sua faixa etária, que veremos mais adiante com 
todas as explicações. 
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16 
 
 
 
Esses são os primeiros passos da avaliação psicopedagógica, em outra 
aula falaremos de forma detalhada sobre todos os processos. 
 
Funções executivas e atenção 
 
 No processo de avaliação psicopedagógica é de suma importância ter 
conhecimento das funções executivas e atenção, pois faz parte do processo de 
aprendizagem do indivíduo. Por isso faz-se necessário a definição das funções 
executivas e atenção para melhor compreensão. 
Funções executivas constituem um conjunto de habilidades que são 
fundamentais para o controle consciente e deliberado sobre ações, 
pensamentos e emoções. Elas possibilitam a pessoa gerenciar diferentes 
aspectos da vida com autonomia, isto é, tomar decisões com independência e 
responsabilidade. É possível considerar três dimensões das funções executivas 
que, apesar de distintas, são interligadas. São elas a memória de trabalho, o 
controle inibitório e a flexibilidade cognitiva (COSTA, et al, 2016). 
A Memória de trabalho, permite armazenar, relacionar e pensar 
informações no curto prazo. Sem essa capacidade, por exemplo, o indivíduo não 
se lembraria do que estava fazendo após ser interrompido. O Controle 
inibitório, possibilita controlar e filtrar pensamentos, ter o domínio sobre atenção 
e comportamento. Conseguir ler um texto, mesmo na presença de barulhos 
incômodos, é um exemplo de uso dessa habilidade. E a Flexibilidade 
cognitiva, permite mudar de perspectiva no momento de pensar e agir, e 
considerar diferentes ângulos na tomada de decisão. Por exemplo, essa 
capacidade é fundamental para o indivíduo perceber um erro e poder corrigir 
(COSTA, et al, 2016). 
Considera-se que a partir das três dimensões, ou componentes principais 
das funções executivas (memória de trabalho, controle inibitório e flexibilidade 
cognitiva), são construídas as funções executivas de ordem superior, que 
envolvem a capacidade de raciocínio, solução de problemas e planejamento. 
Além disso, as três dimensões, das funções executivas são essenciais para a 
construção de diversas habilidades fundamentais para a autonomia individual, 
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como criatividade, perseverança, cooperação, respeito mútuo, disciplina e 
flexibilidade (COSTA, et al, 2016). 
Outra função cognitiva que precisamos avaliar e que é importante no 
processo de aprendizagem é a Atenção, que consiste num processo cognitivo 
que permite escolhermos um estímulo relevante e, em consequência, dar-lhe 
uma resposta. Esta habilidade cognitiva é uma função essencial no nosso dia a 
dia. Nesse sentido a atenção não pode ser reduzida a somente um aspecto, pois 
deve ser entendida por meio dos seus subsistemas componentes, que por vezes 
são evidenciados em função da demanda de uma tarefa (MENEZES et al., 2012). 
Existem vários estudos sobre a atenção e a literatura cientifica nos traz a 
separação entre a atenção de orientação voluntária e atenção de orientação 
involuntária ou automática. Sendo que a atenção voluntária ocorre 
intencionalmente, está ligada as motivações e interesses, enquanto que a 
involuntária ocorre mediante eventos inesperados no ambiente e o indivíduo não 
é o agente de escolha da sua atenção (MENEZES et al., 2012; LIMA, 2005). 
Mas também existe outra subdivisão da atenção, baseada na maneira 
como ela operacionalizada que são: seletiva, sustentada, alternada e dividida. A 
atenção seletiva é a capacidade de o indivíduo privilegiar determinados 
estímulos, ignorando os estímulos distratores ou irrelevantes. A atenção 
sustentada é a capacidade de o indivíduo manter o foco atencional em 
determinado estímulo e sustentar por um período de tempo de modo consistente. 
A atenção alternada é a capacidade de alternar o foco atencional entre duas ou 
mais tarefas. E a atenção dividida é a capacidade de desenvolver duas tarefas 
simultaneamente (MENEZES et al., 2012; LIMA, 2005). 
Diante de toda explicação para a avaliação de funções executivas, em 
muitos momentos avaliam-se também a atenção. Atualmente existem muitos 
testes e baterias para avalição das funções executivas e atenção. Falaremos de 
alguns testes que podem ser utilizados, como o Teste de Atenção por 
Cancelamento, para crianças e adolescentes de 5 a 14 anos e Teste de Torre 
de Londres para crianças e adolescentes de 11 a 14 anos. 
No entanto sabe-se que existem vários testes psicológicos que podem ser 
utilizados no processo de avaliação psicopedagógica, e também na avalição 
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neuropsicológica, porém cabe salientar que estes testes só podem ser aplicados 
por psicólogos conforme dispõe o Art. 13 da lei 4.119/62 e amparado pelo Código 
de Ética Profissional do Psicólogo. 
Alguns testes que podem ser utilizados no processo na avaliação 
psicopedagógica como: WISC-IV- Escala de Inteligência Wechsler para 
crianças,Figuras Complexas de Rey, Neupsilin, entre outros. Porém nesse curso 
não veremos esses testes específicos. 
 
Ferramentas avaliativas: instrumentos da Psicopedagogia, 
Testes de rastreio do Autismo e de TDAH. 
 
 Sabe-se que para a avaliação psicopedagógica faz o uso de vários 
instrumentos e testes, nesse tópico falaremos de alguns principais que podem 
ser utilizados nesse processo. 
 Importante destacar que as provas e testes devem ser selecionados de 
acordo com a necessidade diante as hipóteses formuladas nas entrevistas com 
a família e na EOCA. 
 Segue abaixo os instrumentos, testes e provas utilizados: 
 
INSTRUMENTOS DA PSICOPEDAGOGIA 
Os instrumentos da psicopedagogia auxiliam o psicopedagogo a 
identificar dificuldades e desafios de fala, leitura ou escrita, bem como 
dificuldades psicomotora e visomotoras. A identificação do que não está bem por 
meio dos testes psicopedagógicos permite que profissional elabore o plano de 
intervenção mais apropriado para utilizar na clínica, na escola e junto aos pais. 
 
 Provas Operatórias Piagetianas 
Consiste em provas que foram desenvolvidas por Jean Piaget para 
auxiliar na compreensão do funcionamento das habilidades lógicas do indivíduo, 
permitindo investigar e identificar o nível cognitivo, bem como atrasos em relação 
a idade cronológica (ALVES, et al, 2021). De acordo com Sampaio (2018), é por 
meio das provas operatórios que enquanto profissionais teremos condições de 
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conhecer o funcionamento e o desenvolvimento das funções lógicas da pessoa. 
Pois uma criança com dificuldades de aprendizagem poderá ter uma díade 
cognitiva diferente da idade cronológica. 
As provas operatórias piagetianas são classificadas em provas de 
conservação, classificação, seriação e mensuração espacial. São treze provas 
operatórias, a saber: Conservação de pequenos conjuntos discretos de 
elementos; Conservação de superfície; Conservação dos líquidos; Conservação 
de Massa; Conservação de Peso; Conservação de Volume; Conservação de 
Comprimento; Mudança de Critério (Dicotomia); Inclusão de Classes; 
Intersecção de Classes; Seriação de Palitos; Combinação de Fichas e Predição, 
como destaca (ALVES, et al,2021). 
O objetivo da utilização das provas piagetianas é identificar o estágio de 
desenvolvimento da criança, bem como seu nível de desenvolvimento cognitivo, 
não se importando com o erro ou acerto das respostas. O primeiro nível, 
expressa que a criança não compreendeu os conceitos avaliados. O segundo 
nível refere-se àquelas crianças que apresentam respostas incompletas, que 
alcançaram parcialmente êxitos nas respostas. Já o terceiro nível é quando as 
respostas foram dadas com êxito e argumentações claras (SAMPAIO, 2018). 
Existe no mercado kit prontos para aplicação de provas operatórias, 
porém você pode construir o seu de acordo com as suas possibilidades. 
Teremos no curso uma aula específica para explicitar melhor sobre as 
Provas Operatórias de Piaget. 
Outros instrumentos e testes que podem ser utilizados na avaliação 
psicopedagógica: 
 
 IAR- Instrumento de Avaliação do Repertório Básico para a 
alfabetização, que é um instrumento de auxílio para os educadores que 
atuam com crianças da faixa pré-escolar (5-6 anos) e do primeiro ano do 
Ensino Fundamental. 
 CONFIAS – Consciência Fonológica Instrumento de Avaliação 
Sequencial é um instrumento que tem como objetivo avaliar a consciência 
fonológica de forma abrangente e sequencial. 
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 TDE – Teste de Desempenho Escolar: é um instrumento que busca 
oferecer de forma objetiva uma avaliação das capacidades fundamentais 
para o desempenho escolar, mais especificamente da escrita, aritmética 
e leitura. 
 
 Teste de Competência de Leitura: Sampaio (2018) sugere, o Teste de 
Competência de Leitura que consiste no teste no qual entrega-se ao 
sujeito um texto e observa-se a velocidade da leitura. 
 
 TCLPP - Teste De Competência de Leitura De Palavras e Pseudo: Visa 
avaliar a competência de leitura silenciosa de palavras isoladas. 
 
TESTES DE RASTREIO DO AUTISMO 
 
 M-CHAT: teste de rastreio recomendado pela Sociedade Brasileira de 
Pediatria, em caso de suspeita de TEA. Para crianças de 16 a 30meses 
de idade. 
 CARS- Escala de Avaliação de Autismo na Infância: questionário 
também utilizado por profissionais da área da saúde, em crianças a partir 
de 2 anos. 
 
 ATA – Escala de Avaliação de Traços Autísticos: busca averiguar a 
possibilidade de presença de autismo em crianças, a partir e 2 anos de 
idade, parecido com o CARS 
 
Ao longo de pesquisas, observa-se que existe vários testes de rastreio 
para traços de autismo. Porém vamos nos ater a somente esse três, que 
falaremos também na aula referente a Avaliação e Intervenção no Transtorno do 
Espectro Autista- TEA. 
 
 
 
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TESTE DE RASTREIO DE TDAH: 
 SNAP –IV: questionário que pode ser preenchido pela família e também 
pelo professor da criança ou adolescente. 
 
 ETDAH- pais - Escala de Avaliação de comportamento infanto-
juvenis no TDAH em ambiente familiar: avalia os comportamentos de 
crianças e adolescentes no ambiente familiar. 
 
 ETDAH- CriAd- Escala de Auto avaliação do TDAH: versão para 
crianças e adolescentes: a própria criança ou adolescente se auto 
avaliam em relação a atenção, hiperatividade/impulsividade. 
 
 ASRS 18: questionário de rastreio para adultos, muito parecido com o 
SNAP-IV e é autoaplicável. 
 
 
Na aula referente a avaliação e intervenção dos transtornos funcionais 
abordarei sobre melhor sobre os instrumentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO II - Avaliação a Intervenção Psicopedagógica 
 
 Nesse módulo será abordado modelos de avaliações e sugestões de 
intervenções Psicopedagógicas que podem ser realizadas em sua prática 
clínica, desde avaliação de crianças, adolescentes e adultos com dificuldades de 
aprendizagem, até daqueles que já possuem diagnóstico. 
 
Psicopedagogia Clínica- Introdução aos aspectos básicos do 
Diagnóstico Psicopedagógico 
 
 O processo de Avaliação psicopedagógica até o seu fim tem um longo 
percurso. Na maioria das vezes o momento inicial é a queixa, isto é, o motivo 
para que se realize a avaliação psicopedagógica e o término acontece com a 
devolução para aqueles que a solicitaram. 
 Muitas vezes a queixa para avaliação vem da família da criança e 
adolescente ou até mesmo da própria pessoa quando já é adulta. Pode vir 
também do médico que realiza o acompanhamento. Mas no caso de crianças e 
adolescentes também pode vir da escola, seja do professor que tem o contato 
direto com o aprendente ou da coordenação pedagógica. 
 Algumas queixas são bem conhecidas como: “ Meu filho não aprende 
nada”, ou “ Em sala de aula parece estar em outro lugar, voando”, ou “ essa 
criança não para quieta um segundo”, ou “ não compreendo nada do que ele 
fala”, ou “ ele me desafia em sala de aula”, ou ainda “ ela lê, mas não consegue 
escrever, as frases dela não têm sentido”. Dentre outra muitas queixas que 
aparecem nesse primeiro momento. 
 A questão é que a queixa é somente uma frase falada no primeiro contato, 
por isso precisa ser escutada ao longo da avaliação e procurar refletir com o 
olhar diferenciado para o significado que ela traz. Em muitos momentos, a família 
repete o mesmo que a escola apontou como queixa, ou a suspeita do médico, 
como destaca Weiss (2012). 
 No processo de avaliação é preciso buscar pela unidade, coerência e 
integração com a intençãode evitar que vire uma “colcha de retalhos”. “É 
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importante percebe o sintoma, que é o que emerge da personalidade em 
interação social em está inserido o sujeito” (WEISS, 2012, p.31). 
 Por isso na avalição clínica é preciso segundo Weiss (2012), observar 
dois eixos o horizontal, que a visão do presente, o aqui e agora e o vertical que 
é a visão do passado, da construção do sujeito. No eixo horizontal realiza a 
contextualização que permite evidenciar o aqui e agora e nesse eixo utiliza-se 
os seguintes instrumentos: Entrevista com a família (exploratória), a EOCA – 
Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem, Sessões Lúdicas, provas, 
testes diversos, diagnóstico operatório, entrevista com professores da criança ou 
adolescente e até mesmo análise de documentos e materiais produzidos na 
escola. Já no eixo vertical, que busca a construção histórica do indivíduo, pode-
se usar, a entrevista de anamnese, com a família, e também com a escola, além 
de laudos, relatórios escolares, álbuns de fotografia, entre outros. 
Como Weiss (2012) destaca que o objetivo básico da avaliação 
psicopedagógica é de identificar os desafios básicos no modelo de 
aprendizagem da pessoa que o impedem de crescer na aprendizagem no nível 
esperado. O Modelo de aprendizagem é um conjunto dinâmico que estrutura os 
conhecimentos que o sujeito já possui, quais estilos utilizados nessa 
aprendizagem, a mobilidade e o funcionamento cognitivos, as modalidades de 
aprendizagem assimilativa e acomodativa e suas distorções, os hábitos 
adquiridos, as motivações presentes, as ansiedades, o vínculo da pessoa com o 
conhecimento, o que significa a aprendizagem para o sujeito, a sua família e até 
mesmo a escola. 
E quando nesse processo de avaliação o profissional consegue perceber, 
analisar e compreender o modelo de aprendizagem da pessoa avaliada, e com 
isso permite refletir sobre os desafios e dificuldades apresentados com a 
integração dos dados é que surge o Prognóstico e também o conteúdo para a 
devolução da avaliação. 
É importante salientar que o processo de avaliação psicopedagógica já 
pode ser considerado também uma intervenção junto a pessoa avaliada, a 
família e até mesmo a escola. 
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Destaco ainda que muitos preocupam-se com quais instrumentos utilizar, 
se precisa utilizar todos os instrumentos oferecidos, mas adianto a vocês que 
não precisa aplicar todos os instrumentos disponíveis, por isso é de muita 
importância o planejamento da avaliação e das intervenções. Pois o trabalho se 
torna fiel quando de fato seguimos o planejamento. Falo isso por experiência 
profissional. 
 E por onde começar a avaliação? Comece recebendo a queixa e seguindo 
as sugestões que aqui serão apresentadas. 
 Como saber que instrumentos eu vou precisar utilizar em cada caso? Ao 
longo das aulas a seguir falarei dos instrumentos que poderão ser utilizados em 
cada caso. 
 Aqui vou explicitar uma sugestão de sequência diagnóstica para o seu 
planejamento, pois a avaliação é composta de vários momentos, claro que 
dependendo de cada caso e claro que no decorrer da avaliação essa sequência 
pode ser modificada. Pois a avaliação não é imutável. 
 Sequencia diagnóstica proposta por Weiss (2012): 
1- Entrevista Inicial para recebimento da queixa principal e contrato com 
a família; 
2- Entrevista Familiar Exploratória Situacional; 
3- Entrevista de Anamnese; 
4- Sessões Lúdicas Centrada na aprendizagem (para crianças ou até 
mesmo adolescentes); 
5- Provas e testes (quando necessário); 
6- Síntese Diagnóstica; 
7- Entrevista de Devolução e Encaminhamentos 
 
Porém pode acontecer outras modificações ao longo da avaliação, 
podendo incluir também a EOCA, conforme proposta de Jorge Visca (1987) 
baseado na Epistemologia Convergente, sendo que a EOCA acontece logo após 
o contato inicial com a queixa. 
 No módulo I falei um pouco sobre a primeira consulta, a anamnese, a 
EOCA, e de como comumente pode acontecer a avaliação psicopedagógica. E 
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vou trazer o passo a passo especifico no módulo III em que falarei da prática da 
Psicopedagogia Clínica. 
 
Principais Transtornos Funcionais Específicos: Dislexia, 
Disortografia, Disgrafia, Discalculia, TDAH, TPAC e TOD 
 
 O presente tópico visa apresentar de forma objetiva e clara os principais 
Transtornos Funcionais Específicos que podem levar a desafios e dificuldades 
de aprendizagem. 
 Na maioria das vezes a solicitação de uma avaliação psicopedagógica em 
pessoas que tem a suspeita de um Transtorno Funcional Especifico, vem do 
médico que acompanha, da escola ou até mesmo da família. Comumente a 
queixa da avaliação vem acompanhada de um discurso de que o indivíduo não 
aprende, não escreve, não realiza leitura, apresenta erros ortográficos 
grosseiros, apresenta-se desafiador, parece não compreender comandos e 
vários outros. 
 Mas antes de definir os transtornos em questão. Tenho certeza que a 
pergunta é: Mas o que são Transtornos Funcionais Específicos? 
 De acordo com o DSM-5, o transtorno específico da aprendizagem é um 
transtorno do neurodesenvolvimento com uma origem biológica que é a base 
das anormalidades no nível cognitivo as quais são associadas com as 
manifestações comportamentais. A origem biológica inclui uma interação de 
fatores genéticos, epigenéticos e ambientais que influenciam a capacidade do 
cérebro para perceber ou processar informações verbais ou não verbais com 
eficiência e exatidão. 
 Já o Classificação Internacional de Doenças-CID esclarece que a 
etiologia dos Transtornos de Aprendizagem não é conhecida, mas que há "uma 
suposição de primazia de fatores biológicos, os quais interagem com fatores não-
biológicos". 
Os dois manuais informam que os transtornos não podem ser 
consequência de: 
 Falta de oportunidade de aprender; 
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 Descontinuidades educacionais resultantes de mudanças de escola; 
 Traumatismo ou doença cerebral adquirida; 
 Comprometimento na inteligência global; 
 Comprometimentos visuais ou auditivos não corrigidos. 
 
Enfim, os transtornos funcionais específicos se configuram em um 
conjunto de sintomas que provocam uma série de perturbações na 
aprendizagem do estudante. Dentre os distúrbios de aprendizagem mais comuns 
estão: dislexia, disgrafia, disortografia, discalculia - e transtornos de atenção e 
hiperatividade (CUSTÓDIO & PEREIRA, 2013). Além disso é considerado 
também o Transtorno do Processamento Auditivo Central – TPAC embora o 
Transtorno Opositor Desafiador- TOD, não seja um Transtorno Especifico 
Funcional, frequentemente nos deparamos com ele na clínica ou escola, por isso 
a proposta de falar um pouco sobre o assunto. 
 
 Dislexia 
 É uma específica dificuldade de aprendizado da linguagem: em leitura, 
soletração, escrita, em linguagem expressiva ou receptiva, linguagem corporal e 
social. Importante destacar que não é o resultado da má alfabetização, 
desatenção, condição sócio- econômica ou baixa Inteligência. É uma condição 
hereditária com alterações genéticas neurológicas (ACAMPORA, 2019; 
CUSTÓDIO&PEREIRA, 2013). 
 Os principais sinais da dislexia são: a dificuldade de escrever, inversão de 
letras, leitura lenta no qual pronuncia uma sílaba por vez, troca de fonemas 
semelhantes como a letra b com a letra p ou até mesmo visualmente parecidos, 
como a letra q com a letra p (ACAMPORA, 2019). 
 Geralmente a pessoa com dislexia tem aprendizagem dentro do esperado 
em outras disciplinas, porémpode ter apresentado atraso de fala, dificuldade 
com rimas na pré-escola, confusões temporal-espacial, desafios em relação a 
consciência fonológica, e dificuldade na relação entre letra (grafema) e som 
(fonema) como salienta Acampora (2019). 
 
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 Disgrafia 
 A Disgrafia é uma alteração da escrita ligada normalmente a problemas 
perceptivo-motores. Isto é, para escrever é necessário o desenvolvimento da 
coordenação visomotora, para que realize movimentos finos e precisos no 
desenho das letras (ACAMPORA, 2019). 
 Também chamada de letra feia a Disgrafia ocorre devido a criança não 
conseguir recordar a grafia correta da letra. Ao tentar recordar a grafia, apresenta 
a sua escrita muito lenta e por vezes, ilegível. Essa deficiência em traçar a letra 
corretamente não significa que ela tenha algum déficit intelectual ou neurológico. 
Embora algumas crianças com disgrafia também possuam disortografia, essas 
não estão associadas (SAMPAIO, 2018). 
 
 Disortografia 
 A Disortografia caracteriza-se por troca de fonemas na escrita, 
aglutinação ou separação indevida das palavras, confusão com as sílabas, 
omissões de letras e inversões, dificuldades em perceber as sinalizações 
gráficas, coo parágrafos, acentuação e pontuação. É uma escrita com muitos 
erros e fica aparente logo a pessoa adquiriu os mecanismos da leitura e da 
escrita (ACAMPORA, 2019). 
 As causas da Disortografia é as alterações na linguagem, como: um 
atraso na aquisição ou no desenvolvimento e a utilização da linguagem, com 
pobreza de vocabulário. Ela não compromete o traçado ou a grafia. Destaca-se 
que até o terceiro ano do Ensino Fundamental que as crianças façam rocas 
ortográficas pois a relação entre o fonema e a grafema ainda não estão sendo 
dominados por completo (ACAMPORA, 2019). 
 
 Discalculia 
 A discalculia é um distúrbio neurológico que afeta a habilidade com 
números. É um transtorno estrutural da maturação das habilidades matemáticas, 
que se manifesta fazendo com que a pessoa confunda em operações 
matemáticas, conceitos matemáticos, formulas, sequencias numéricas, ao 
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realizar contagens, sinais numéricos e até mesmo na utilização da matemática 
no cotidiano (ACAMPORA, 2019). 
 A pessoa com discalculia apresenta dificuldades em sequenciar números, 
compreender os sinais das quatro operações, lembrar os passos para realizar 
as operações, contar objetos e aprender a tabuada (CUSTÓDIO & PEREIRA, 
2013). 
 Acampora (2019), destaca que o distúrbio neurológico que provoca a 
Discalculia não causa deficiência mentais. 
 
 TDAH- Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade 
 O TDAH é um transtorno neurológico. Sua origem é genética. Para a 
Associação Brasileira do Déficit de Atenção-ABDA é um transtorno 
neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente 
acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas 
desatenção, inquietude e impulsividade. 
 Ele é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes 
encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, 
em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da 
metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora 
os sintomas de inquietude sejam mais brandos. 
 O DSM-5 destaca que o TDAH com um padrão persistente de desatenção 
e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento e no 
desenvolvimento, que pode ser caracterizado pela combinação de Desatenção 
e Hiperatividade e Impulsividade. 
Para a pessoa que tem o diagnóstico fechado de TDAH, muitas vezes é 
preciso fazer uso de medicação. A medicação mais conhecida é a Ritalina, de 
curta duração, porém existem outras no mercado de longa duração como a 
Concerta, a Venvanse e pode utilizados outras medicações adjuvantes. Porém 
precisa se prescrita por um médico e ser acompanhado sistematicamente. No 
entanto, outras medidas e intervenções podem ser aliadas a pessoas com 
TDAH, veremos mais a frente sugestões de intervenção. 
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Pessoas com o diagnóstico de TDAH se não acompanhadas podem 
apresentar complicações como: baixo auto estima, comportamento disruptivo, 
atraso e dificuldades de aprendizagens, desafios nas habilidades sociais, 
comportamento de oposição ou conduta, exclusão escolar, abuso de 
substâncias, alterações no comportamento, problemas emocionais e 
dificuldades acadêmicas. 
 
 TPAC- Transtorno do Processamento Auditivo Central 
O Transtorno do Processamento Auditivo Central – TPAC pode ser 
descrito como uma dificuldade que o sujeito tem em lidar com as informações 
que chegam por meio da audição. É um transtorno funcional da audição, no qual 
o indivíduo detecta os sons normalmente, mas tem dificuldades em interpretá-
los. Também pode ser considerado como uma dificuldade em processar a 
informação auditiva da forma correta (PEREIRA, 2018). 
O Transtorno do Processamento Auditivo Central costuma produzir 
dificuldades diárias no processo de comunicação oral, na leitura e escrita, 
incluindo o desempenho escolar e a compreensão da linguagem. Além dos 
prejuízos acadêmicos, é comum que esses indivíduos tenham algum tipo de 
dificuldade de adaptação social (PEREIRA, 2018). 
Segundo Pereira (2018), os sintomas comportamentais do Transtorno do 
Processamento Auditivo Central poderão apresentar-se com características 
diferentes entre os indivíduos, e esta diferença vai ocorrer dependendo da 
habilidade auditiva que esteja em déficit, ou dependendo do subtipo no qual foi 
classificado o TPAC. 
De acordo com Pereira (2018) existe vários autores que classificam os 
tipos de TPAC, os estudiosos Bellis (2002), Ferre (1997) e Sanchez (2013), 
classificam o TPAC em três subperfis primários e dois secundários, são eles: 
Subperfil primários do TPAC: 
 Déficit de Decodificação Auditiva: 
 Déficit de Prosódia ou não verbal: 
 Déficit de Integração Auditiva: 
 
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Subperfil secundário do TPAC: 
 Déficit de Associação Auditivo- Linguístico: 
 Déficit de Organização de Saída/Resposta: 
 
Vamos exemplificar cada subtipo para que você entenda da melhor 
maneira de acordo com os autores citados por Pereira (2018): 
 
Déficit de Decodificação Auditiva: 
Solicitam a repetição da mensagem ou utilizam as expressões: Hã? O quê? 
Como? Durante a conversa. Tal fato ocorre porque a análise do sinal acústico 
está comprometida prejudicando a compreensão da mensagem recebida, ou 
seja, apresentam dificuldades em reconhecer e discriminar os sons, 
principalmente os da fala; Ex.: Mãe pergunta: Você viu a cola? 
Dificuldade de discriminação auditiva especialmente em ambientes ruidosos, 
ou seja, possuem déficit para ouvir na presença de ruído. 
Tempo de atenção auditiva reduzido, ou seja, em atividades que necessitam 
se manter por muito tempo escutando, sem outros estímulos visuais, por 
exemplo, se cansam com mais facilidade. Podendo ter um aprendizado 
deficitário pelo tempo da atenção auditiva ser reduzida; 
 
Déficit de Prosódia ou não verbal: 
 Dificuldades em reconhecer ênfase, entonação, expressões de emoções 
e sentimentos daquilo que está sendo falado. Ou seja, tem dificuldade de 
compreender o subliminar da comunicação, por não entender o tom de voz do 
interlocutor. Desta forma, podem interpretar erroneamente a mensagem, pois 
não percebem se aquilo que está sendo falado é brincadeira ou agressão; 
Dificuldades de ler silenciosamente; 
Dificuldades em compreender piadas ou “a moral da estória”; 
Geralmentesuas maiores defasagens serão nas aulas de Cálculo, 
Geometria, Música e Artes. 
 
 
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Déficit de Integração Auditiva: 
Necessitam de mais tempo para realizarem atividades que exigem a 
formulação e a execução de respostas. Por isto, muitas vezes são considerados 
mais lentos; 
Apresentam o processamento da informação mais lento, podendo 
“esquecer” ou não compreender parte da tarefa quando transmitida através de 
frases complexas, e em ordens seguidas. Por exemplo, lembrando somente as 
duas ou três últimas sentenças ou palavras faladas por outra pessoa; 
Podem apresentar dificuldades em acompanhar tarefas multimodais, ou 
seja, que utilizam a integração auditiva e visual, como por exemplo, o ditado, a 
anotação da explicação do professor, ou acompanhar a correção das tarefas; 
Dificuldades no ritmo, como por exemplo, em acompanhar o ritmo da 
música ou coreografia; 
Apresentam dificuldades em entender a ideia central da mensagem, do 
que está ouvindo ou lendo; 
Dificuldades para dar início a tarefas complexas, para mudar de uma 
tarefa para outra, e/ou para completar ou finalizar uma tarefa, isto quando é 
determinado um prazo/tempo; 
 
Déficit de Associação Auditivo- Linguístico: 
Dificuldades em compreender o que ouvem. Este sintoma aparece com 
mais frequência em sentença complexas e em sentenças que incluem várias 
formas temporais (antes, depois, primeiro, então), espaciais (sobre, dentro, fora, 
ao lado) e outros conceitos relacionados. Desta forma, podem solicitar a 
repetição da mensagem, ou utilizar as expressões: Hã?, O quê?, Não entendi!; 
Frequentemente só compreendem instruções simplificadas; 
Na escrita é muito comum apresentarem erros gramaticais, de pontuação 
e do emprego do tempo verbal; 
A grande maioria tem dificuldade em fazer sozinha qualquer tarefa 
acadêmica. 
Dificuldades na memória auditiva (responsável por toda a informação 
auditiva de curto prazo que recebemos do que está ao nosso redor); 
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Baixa habilidade em comunicação, apresentando déficit em vocabulário, 
semântica (significado) e sintaxe (na estrutura das palavras dentro da frase). 
 
Déficit de Organização de Saída/Resposta: 
 Apresentar dificuldade para nomear rapidamente e resgatar verbalmente 
uma informação. Muitas vezes dizendo, por exemplo: “Como que é mesmo o 
nome daquela coisa que coloca no pão e que tem na geladeira” (porque 
esqueceu o nome da palavra manteiga); 
Alteração nas funções executivas (atenção sustentada e memória 
operacional ou de trabalho); 
Podem ser considerados bagunceiros ou desorganizados, por 
apresentarem dificuldades nas habilidades de organizar, sequencializar, planejar 
ou resgatar as informações adequadas para executar tarefas. 
Deixar atividades de sala de aula e/ou provas com questões incompletas 
ou sem resposta, ou esquecer de realizar alguma tarefa em sala de aula ou em 
casa que fora solicitada pelo professor; 
Pouca motivação para execução de tarefa e por consequência também 
podem comprometer o desempenho das atividades que são solicitadas tanto da 
escola, quanto em casa; 
 
Atenção: 
 Para crianças e adolescentes que foram diagnosticados com TPAC, além 
da avaliação psicopedagógica ou neuropsicológica, devem ser acompanhados 
pelo profissional da fonoaudiologia e realizar o exame de PAC, no qual detecta 
se tem ou não o Transtorno do Processamento Auditivo Central. 
Muitas vezes, o indivíduo precisa da terapia de cabine, que se chama 
Terapia de PAC, na terapia de Processamento Auditivo Central, o profissional de 
Fonoaudiologia irá intermediar esse processo, realizando exercícios verbais e 
não verbais, dentro e/ou fora da cabine acústica, capazes de estimular o córtex 
cerebral e, utilizando a plasticidade cerebral do indivíduo, minimizar as 
dificuldades de compreensão de fala em ambientes gerais ou específicos. 
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O profissional que realiza a avaliação psicopedagógica pode auxiliar em 
estratégias para lidar com os desafios do TAC, mas é o profissional de 
fonoaudiologia que melhor orientará a família da necessidade da realização de 
atendimento fonoaudiólogico para a reabilitação das habilidades auditivas que 
se apresentam em déficit, bem como encaminhará para outras avaliações ou 
acompanhamentos médicos e/ou terapêuticos dependendo de cada caso, como 
bem salienta Pereira (2018). 
 
 TOD – Transtorno Opositor Desafiador 
 O TOD se caracteriza por comportamentos desafiadores, irresponsável, 
agressivo, com dificuldades para assumir erros e responsabilidades, apresenta 
humor irritável e índole vingativa. 
Segundo Jorge, Ribeiro e André (2019), o TOD pode ainda apresentar as 
seguintes características: crueldade com animais ou crianças menores, 
destruição dos pertences de outra criança, crises de birra e de desobediência, 
condutas incendiárias e roubos. 
O Transtorno Opositor Desafiador não é considerado um transtorno de 
aprendizagem, visto que seus sintomas não afetam diretamente o processo de 
ensino aprendizagem, mas seu comportamento e atitudes dificultam o convívio 
social entre o aluno e todos ao seu redor, necessitando de regras bem definidas 
e respeitadas e da compreensão por parte dos professores que ele possui uma 
patologia e que suas especificidades devem ser trabalhadas como destacam os 
autores Jorge, Ribeiro e André (2019). 
Segundo a Classificação Internacional de Doenças, pode-se dizer que o 
TDO é caracterizado por ser um Transtorno de conduta que se manifesta 
habitualmente em crianças jovens, apresenta como características um 
comportamento provocador, desobediente ou perturbador e não acompanhado 
de comportamentos delituosos ou de condutas agressivas ou dissociais graves. 
Para que um diagnóstico positivo possa ser feito, o transtorno deve 
corresponder aos seguintes critérios gerais citados em F-91 (capítulo da 
classificação internacional de doenças que aborda e caracteriza os distúrbios de 
conduta), são eles: 
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 Manifestações excessivas de agressividade e de tirania; 
 Crueldade com relação a outras pessoas ou a animais; 
 Destruição dos bens de outrem; 
 Condutas incendiárias; roubos; mentiras repetidas; cabular aulas e fugir 
de casa; crises de birra e de desobediência anormalmente frequentes e 
graves. 
A presença de manifestações nítidas de um dos grupos de conduta 
precedentes é suficiente para o diagnóstico, mas atos dissociais isolados não o 
são. 
Portanto ainda segundo a Classificação Internacional de Doenças esta 
categoria deve ser utilizada com prudência, em particular nas crianças com mais 
idade, dado que os transtornos de conduta que apresentam uma significação 
clínica se acompanham habitualmente de comportamentos dissociais ou 
agressivos que ultrapassam o quadro de um comportamento provocador, 
desobediente ou perturbador. 
Por isso em algum momento poderá se deparar com uma criança com 
suspeita de TOD e precisará realizar uma avalição psicopedagógica. 
 
Principais Transtornos e Deficiência: Transtorno do Espetro 
Autista- TEA, Transtornos Desintegrativos e Deficiência 
Intelectual 
 O presente tópico visa apresentar de forma objetiva e clara os principais 
Transtornos, Síndromes e Deficiência que podem levar a desafios e dificuldades 
de aprendizagem. 
 TEA -Transtorno do Espetro Autista 
 De acordo com DSM-5 o Transtorno do Espectro Autista é novo nome 
para categoria, que inclui transtorno autístico (autismo), Transtorno de Asperger,Transtorno Desintegrativo da Infância e Transtorno Global ou Invasivo do 
desenvolvimento sem outra especificação. 
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 Atualmente, os domínios para o TEA incluem deficiências na 
comunicação, na interação social, nos interesses restritos e nos 
comportamentos repetitivos. A chamada tríade autista (ACAMPORA, 2019). 
Agora o DSM-5 são realizadas distinções de acordo com a nível de gravidade à 
interação e comunicação: Nível 1- pouco dependente, nível 2- dependência 
moderada, nível 3- muito dependente. 
De acordo com o DSM-5, são esses os critérios de diagnóstico: 
A-Deficiências persistentes na comunicação e interação social: 
 Limitação na reciprocidade social e emocional; 
 Limitação nos comportamentos de comunicação não verbal utilizados 
para interação social; 
 Limitação em iniciar, manter e entender relacionamentos, variando de 
dificuldades com adaptação de comportamento para se ajustar as 
diversas situações sociais. 
B-Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, 
manifestadas pelo menos por dois dos seguintes aspectos observados ou pela 
história clínica: 
 Movimentos repetitivos e estereotipados no uso de objetos ou fala; 
 Insistência nas mesmas coisas, aderência inflexível às rotinas ou padrões 
ritualísticos de comportamentos verbais e não verbais; 
 Interesses restritos que são anormais na intensidade e foco; 
 Hiper ou hiporreativo a estímulos sensoriais do ambiente 
 
C- Os sintomas devem estar presentes nas primeiras etapas do 
desenvolvimento. Eles podem não estar totalmente manifestos até que a 
demanda social exceder suas capacidades ou podem ficar mascarados por 
algumas estratégias de aprendizado ao longo da vida 
 
D- Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo nas áreas social, 
ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento atual do paciente. 
 
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E- Esses distúrbios não são melhores explicados por deficiência cognitiva ou 
atraso global do desenvolvimento. 
 
 Ainda de acordo com o DSM-5 no que se refere ao comprometimento da 
interação, enfatizam-se os prejuízos persistentes na comunicação e na interação 
social em vários contextos, e no que tange ao comportamento, citam-se padrões 
repetitivos e restritos dos comportamentos, interesses ou atividades, há 
referências à hipo ou hiper-reatividades a estímulos sensoriais ou a intenso 
interesse nos aspectos sensoriais do ambiente. 
O TEA pode se manifestar já nos primeiros meses de vida ou se 
apresentar após período inicial de desenvolvimento aparentemente normal 
seguido por regressão do desenvolvimento (autismo regressivo), o que ocorre 
em cerca de 30% dos casos diagnosticados. 
Também apresentam dificuldades sociais para compartilhar interesses, 
iniciar ou manter interações sociais; possuem dificuldades em compreender 
expressões faciais de sentimentos e afetos. Comportamentos estereotipados 
são observados (como bater palmas ou flapping – movimentar os braços como 
que batendo asas), os interesses são limitados, e há dificuldade em mudar 
rotinas, dentre outras alterações. 
Por isso é preciso conhecer sobre o TEA, pois provavelmente a criança 
com suspeita ou hipótese diagnóstica pode ser encaminhada pelo médico que 
acompanha para uma avaliação psicopedagógica. 
 
 Transtornos Desintegrativos 
 Os Transtornos Desintegrativos implicam na perda de funções e 
capacidade previamente adquirida pela criança e que a uma perceptível 
regressão. Para a realização do diagnóstico a perda deve ocorrer após dois anos 
de idade e antes dos dez anos e antes da regressão precisa ter o 
desenvolvimento claro das competências da linguagem, comunicação verbal, 
jogo, relações sociais e condutas adaptativas (ACAMPORA, 2019). 
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 Nesse sentido, o critério para o diagnóstico é que deve haver a perda de 
pelo menos em duas destas cinco áreas (COLL, 2004, apud ACAMPORA,2019): 
1- Linguagem Expressiva e Receptiva; 
2- Competências Sociais e adaptativas; 
3- Controle de esfíncteres vesicais e/ou anais; 
4- Jogo; 
5- Destrezas motoras 
Por isso, muitas vezes se faz necessário o processo de avaliação 
psicopedagógica. 
 Deficiência Intelectual 
 De acordo com o DSM-5 a Deficiência intelectual é um transtorno com 
início no período do desenvolvimento que inclui déficits funcionais, tanto 
intelectuais quanto adaptativos, nos domínios conceitual, social e prático. O 
DSM-5 caracteriza a Deficiência Intelectual em Leve, Moderada, Grave e 
Profunda. 
 Para o diagnóstico é preciso preencher os seguintes critérios: 
 Déficits em funções intelectuais como raciocínio, solução de problemas, 
planejamento, pensamento abstrato, juízo, aprendizagem acadêmica e 
aprendizagem pela experiência confirmado tanto pela avaliação clínica 
quanto por testes de inteligência padronizados e individualizados. 
 Déficits em funções adaptativas que resultam em fracasso para atingir 
padrões de desenvolvimento e socioculturais em relação a independência 
pessoal e responsabilidade social. Sem apoio continuado, os déficits de 
adaptação limitam o funcionamento em uma ou mais atividades diárias, 
como: comunicação, participação social e vida independente, e em 
múltiplos ambientes, como em casa, na escola, no local de trabalho e na 
comunidade. 
 Início dos déficits intelectuais e adaptativos durante o período do 
desenvolvimento. 
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Importante destacar que a avaliação da deficiência Intelectual não é 
somente psicopedagógica, neurológica ou neuropsicológica, precisa ser 
biopsicossocial, e realizada por uma equipe multidisciplinar, de acordo com a Lei 
nº 13.146/2015, precisa considerar: 
I- Os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; 
II- Os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; 
III- A limitação no desempenho de atividades; 
IV- A restrição de participação 
As causas da Deficiência Intelectual advêm de vários processos 
patológicos que afetam o funcionamento do sistema nervoso central que podem 
ser: hereditariedade (mutações genéticas); alterações no desenvolvimento 
embrionário; alterações cromossômicas (Síndrome de Down e outras síndromes, 
como o X- frágil); dano causado por toxinas durante a gestação (álcool, drogas); 
problemas na gravidez (infecção urinária); desnutrição fetal, prematuridade, 
hipóxia, traumas encefálicos; influencias ambientais e outros transtornos 
mentais, maus tratos quando bebê, falta de estimulação social, linguística e 
outras; 
Essas são os Transtornos e deficiências que a escola, os pais e até 
mesmo médicos podem solicitar avaliação psicopedagógica. 
 
Diagnóstico Operatório - Provas Piagetianas 
 
 As provas operatórias são baseadas nas fases de desenvolvimento de 
Jean Piaget. A provas piagetianas pode auxiliar na compreensão do 
funcionamento das habilidades lógicas do indivíduo, permitindo investigar e 
identificar o nível cognitivo, bem como atrasado em relação a idade cronológica. 
 Piaget dividiu o desenvolvimento humano em quatro estágios vividos de 
acordo com cada pessoa. Que são: sensório motor – até os dois anos de idade, 
nesse estágio a criança busca adquirir o controle motor e aprender sobre objetos 
físicos que o rodeia; o estágio simbólico ou pré-operatório – de dois a 8 anos de 
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idade, nesse estágio a criança busca habilidade verbal; o estágio operatório 
concreto- entre 7/8 anos a 11/12 anos de idade, nesse estágio a criança lida comconceitos abstratos, números e relacionamentos; o estágio operatório formal- de 
12/14 anos a 15 anos, no qual a criança começa a ter raciocínio lógico e 
sistemático (OLIVEIRA, 2012). 
 As provas operatórias ou piagetianas são classificadas em provas de 
conservação, classificação, seriação e mensuração espacial. São treze provas: 
Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos, Conservação de 
superfície, Conservação de líquidos, Conservação de massa, Conservação de 
peso, Conservação de massa, Conservação de peso, Conservação de volume, 
Conservação de comprimento, Mudança de critério (dicotomia), Inclusão de 
classes, Intersecção de classes, Seriação de palitos, Combinação de Fichas e 
Predição. 
 Para aplicação das provas operatórias é preciso de muita atenção, para 
quem ainda não se sente seguro para aplicação, sugiro ter um roteiro de 
aplicação, você mesmo pode elaborar o seu roteiro, da melhor forma que 
convier. 
 Sampaio (2018) destaca para aplicar as provas, deve-se aplicar várias 
provas de conservação em uma mesma sessão, para que não haja uma possível 
contaminação das repostas da pessoa. É interessante que alterne entre provas 
de conservação, classificação e seriação. 
 É muito importante anotar as respostas do avaliado, até mesmo as 
reações, postura, falar, as reações diante o desconhecido, os seus argumentos 
e questionamento, como manipula os objetos, como organiza o material 
(SAMPAIO,2018). 
 Para a avaliação, as respostas são divididas em três níveis, segundo 
Sampaio (2018): 
 Nível 1: Não há conservação, o sujeito não atinge o nível operatório nesse 
domínio; 
 Nível 2 ou intermediário: As respostas apresentam oscilações, 
instabilidade ou não são completas. Em um momento, conservam, em 
outro não. 
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 Nível 3: As respostas demonstram aquisição da noção, sem vacilação. 
 
 Atenção: Algumas crianças não obtêm êxito em apenas uma prova e 
apresentam acerto operatório nas demais. Porém isso não significa que ela 
esteja em defasagem. É preciso analisar o resultado geral das provas. 
 Sampaio (2018) relaciona quais provas podem ser utilizadas na aplicação 
das provas operatórias: 
 Seleção das provas operatórias para pensamento operatório 
concreto de acordo com a idade: 7 anos (seriação, conservação de 
pequenos conjuntos discretos de elementos; conservação de massa; 
Conservação de comprimento; Conservação de superfície; Conservação 
de líquido; Espaço unidimensional); 8 a 9 anos (todos de 7 anos, mais 
quantificação de inclusão de classes, interseção de classe e Espaço 
bidimensional); 10 a 11 anos (todos de 8 anos, mais a conservação de 
volume) 
 Seleção das provas para pensamento formal: acima de 12 anos, 
procure iniciar com conservação de volume, caso não consiga, aplique as 
provas de pensamento formal, caso ainda tenha dificuldade aplica as 
provas anteriores, depois aplique a combinação de fichas; permutação de 
fichas, predição espaço tridimensional. 
 
 É sempre importante perguntar ao avaliado, após cada resolução de 
atividade, como ele sabe, peça para explicar como resolveu, com o objetivo de 
observar como o avaliado pensa e que argumentos utiliza. O avaliado pode 
conservar, mas também pode apresentar desafios em argumentar e explica 
como denota Sampaio (2018). 
 
 Aplicação das Provas operatórias: 
 De acordo com o que apresentamos, pode-se perceber que a aplicação 
das provas operatórias é extensa, por isso é preciso o roteiro, e também é 
preciso por dividir em etapas de aplicação. Não é recomendado aplicar tudo no 
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mesmo dia, procure dividir em sessões. Aplicar tudo na mesma sessão pode 
levar o avaliado a fadiga e a responder de forma aleatória, por já estar cansado. 
 Vamos então para aplicação na prática, o roteiro de provas operatórias 
piagetianas elaborada pelo Professor Jefferson Baptista Macedo (2014) que se 
encontra bem didático e que pode ser utilizado incialmente. Depois de você 
poderá criar o seu próprio roteiro. 
 É importante que você já tenha preparado todo o material para a 
avaliação, conforme venho enfatizando é preciso planejamento, para que tudo 
aconteça da melhor maneira possível. 
 
Segue um exemplo de aplicação de prova de conservação. 
 
Prova de conservação: 
 Número: 10 fichas vermelhas e 10 fichas azuis 
 
 
 
 Disponha sobre a mesa 6 a 8 fichas azuis (para a criança de 4 anos, usar 
6 fichas), alinhando-as. Pedir à criança que faça outra fileira igual com as fichas 
vermelhas, dizendo: Faça outra fileira com as suas fichas e coloque a mesma 
quantidade como eu fiz com as azuis. 
 Espere a criança realizar e depois faça o seguinte questionamento: você 
tem certeza que estas duas fileiras têm a mesma quantidade de fichas? 
Como você sabe disso? A preparação é finalizada quando a criança dá uma 
resposta positiva para o questionamento. Anote as repostas. 
 Depois faça uma modificação na disposição das fichas de uma das 
fileiras, espaçando-as, de modo que uma fique mais comprida do que a outra, a 
faça o seguinte questionamento: E agora? As fileiras ainda têm a mesma 
quantidade (tanto) de fichas? Como você sabe disso? Se a resposta for 
negativa, pergunte: Onde tem mais? Como você sabe? Independente da 
resposta faça a contra argumentação. 
Como pode ser realizada a contra argumentação: 
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Conservação: Olha como esta fila é mais comprida do que a outras, será que 
aqui não tem mais fichas? 
Não- Conservação: Você se lembra que antes havia uma ficha em frente a 
outra? 
Retorno: Se arrumarmos as fichas como antes, as fileiras ficarão iguais? 
 
Posteriormente faça uma nova preparação: 
 
 
 
 
 Faça um círculo com as fichas azuis e peça à criança para ajudar e fazer 
a mesma coisa com as fichas vermelhas de modo que fiquem idênticos. Anotar 
o que a criança fez e perguntar: Você tem certeza que os círculos têm a mesma 
quantidade? Há a mesma quantidade (tanto) de fichas vermelhas e azuis? Como 
você sabe? A preparação é finalizada quando a criança dá uma resposta positiva 
para o questionamento. 
 Em seguida junte as fichas de um dos círculos e pergunte: E agora? Ainda 
há mesma quantidade de fichas azuis e vermelhas? Como você sabe disso? 
Agora faça a contra-argumentação: 
Conversação: Veja como os círculos são diferentes? Será mesmo que tem a 
mesma quantidade? 
Não- conservação: Você se lembra que antes havia uma ficha vermelha em 
frente a uma azul? 
Retorno: Se arrumamos os círculos como antes, eles serão iguais? 
 
Formação da Hipótese Diagnóstica: 
Possui Noção de Conservação de quantidade- afirma a igualdade da 
quantidade mesmo quando a correspondência ótica deixa de existir. 
Argumentações lógicas: 
De identidade: Colocamos a mesma quantidade, você somente espalhou; 
De Reversibilidade simples: Se esticar vai ficar igual 
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De Reversibilidade por reciprocidade: esta fileira é mais comprida porque as 
fichas estão separadas, mas a quantidade é a mesma. 
Não possui Noção de Conservação de Quantidade- Quando admite que a 
quantidade de um conjunto é maior ou menor, quando a configuração espacial é 
modificada; 
Transição: Algumas vezes admite e outras nega a conservação 
 
Diante desse exemplo, pode-se ter a avaliação da prova de conservação: 
Nível 1- Não conservador 
Nível 2- Transição 
Nível 3- Conservador 
Qual nível encontra-se a criança que avaliou: 1, 2 ou 3. 
 
 E dessa forma, você pode proceder em todas as provas operatórias. 
Lembrando que é importante sempre anotar todas as observações.

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