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Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 2 AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA Sumara Luiz Bento Ferreira Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 3 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ---------------------------------------------------------------------------- 06 MÓDULO I- Introdução a Avaliação Psicopedagógica ------------------------- 07 O que é avaliação e intervenção Psicopedagógica------------------------------------07 Sobre as dificuldades de aprendizagem escolar---------------------------------------09 Como estruturar uma avaliação psicopedagógica ------------------------------------11 Primeira consulta, Anamnese, EOCA, Vínculo terapêutico e Análise da Hipótese Diagnóstica --------------------------------------------------------------------------------------13 Funções executivas e atenção--------------------------------------------------------------15 Ferramentas avaliativas: instrumentos da Psicopedagogia, Testes de rastreio do Autismo e de TDAH ----------------------------------------------------------------------------17 MÓDULO II- Avaliação a Intervenção Psicopedagógica-------------------------- 21 Psicopedagogia Clínica- Introdução aos aspectos básicos do Diagnóstico Psicopedagógico -------------------------------------------------------------------------------21 Principais Transtornos e síndromes que podem causar desafios/dificuldades de aprendizagem: Dislexia, Disortografia, Disgrafia, Discalculia, TDAH, TPAC e TOD------------------------------------------------------------------------------------------------24 Principais Transtornos e Deficiência: Transtorno do Espetro Autista- TEA, Transtornos Desintegrativos e Deficiência Intelectual --------------------------------33 Diagnóstico Operatório - Provas Piagetianas ------------------------------------------ 37 Teoria da Epistemologia Convergente (Jorge Visca)----------------------------------42 Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 4 Instrumentos e técnicas Projetivas na avaliação Psicopedagógica -----------------46 Ferramentas: Instrumentos, escalas e técnicas Psicopedagógicas para Avaliação dos Aspectos Educacionais e Funções Executivas ---------------------48 Instrumentos de Avaliação e intervenção para Consciência Fonológica --------53 Avaliação dos Aspectos Psicomotores, coordenação motora ampla e fina, coordenação visomotora, lateralidade, esquema corporal, orientação temporal e espacial e sequência lógica; Habilidades adaptativas e Atividades de Vida Social e autônoma- AVAS e Aspectos Emocionais, afetivos e comportamentais-------55 O uso do lúdico no processo de avaliação e intervenção psicopedagógica -----59 Avaliação e proposta de intervenção para crianças com Transtornos Funcionais Específicos: TDAH, TPAC e TOD ---------------------------------------------------------61 Avaliação e proposta de intervenção para crianças com Transtorno Funcionais Específicos: Dislexia, Disortografia, Disgrafia, Discalculia --------------------------67 Avaliação e Intervenção Psicopedagógica em crianças com diagnóstico de Deficiência Intelectual -------------------------------------------------------------------------69 Avaliação e Intervenção Psicopedagógica no Transtorno do Espectro Autista- TEA -----------------------------------------------------------------------------------------------71 Intervenção com atividades de Ginástica Cerebral ----------------------------------75 Proposta de Intervenção Psicopedagógica para o Atendimento e orientação da Família -------------------------------------------------------------------------------------------79 Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 5 Elaboração do Parecer/ Informe Psicopedagógico -----------------------------------81 Devolutiva e Encaminhamentos -----------------------------------------------------------85 MÓDULO III: PRÁTICAS PSICOPEDAGÓGICAS -----------------------------------87 1-Clínica -----------------------------------------------------------------------------------------87 O primeiro contato com o paciente e sua família --------------------------------------87 Anamnese (qual a melhor anamnese para a sua demanda?)-----------------------88 Como elaborar a avaliação Psicopedagógica: Quais ferramentas: testes e instrumentos utilizar? --------------------------------------------------------------------------89 Como estruturar e realizar a EOCA? ------------------------------------------------------90 As estratégias interventivas para as demandas comportamentais, desenvolvimento e aprendizagem----------------------------------------------------------92 2-Educacional: ---------------------------------------------------------------------------------94 Avaliação e Intervenção no contexto escolar, observação no contexto escolar e principais testes no processo de avaliação ----------------------------------------------94 Elaboração do PEI -----------------------------------------------------------------------------96 O trabalho do Atendimento Educacional Especializado- AEE, Adequação Curricular e Inclusão ---------------------------------------------------------------------------98 Mediação junto a Equipe Escolar e atuação em casos de violência, bullying e evasão escolar---------------------------------------------------------------------------------103 3-Hospitalar:-----------------------------------------------------------------------------------104 A atuação e papel do Psicopedagogo no contexto hospitalar e humanização da saúde--------------------------------------------------------------------------------------------104 O processo de aprendizagem no contexto de internação e práticas psicopedagógicas----------------------------------------------------------------------------105 Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 6 4-Empresarial:-------------------------------------------------------------------------------107 Atuação e papel do Psicopedagogo no contexto organizacional e os diversos setores de trabalho -------------------------------------------------------------------------107 Avaliação e intervenção no comportamento, habilidades sociais, cognitivas, inteligência emocional e psicopatologias----------------------------------------------109 Programa de Transição---------------------------------------------------------------------110 CONCLUSÃO---------------------------------------------------------------------------------111 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ----------------------------------------------------113 ANEXOS ---------------------------------------------------------------------------------------117 Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 7 1. APRESENTAÇÃO Diante a pandemia da Covid-19 no Brasil e no mundo, no qual em praticamente todos os lugares as aulas presenciais foram suspensas e muitas crianças e adolescentes ficaram estudando de forma remota por meio de aulas síncronas e assíncronas, provavelmente teremos um aumento significativo de crianças e adolescentes que poderão ser encaminhadas para o processo de avaliação psicopedagógica. E foi pensando também nessa possibilidade que acreditamos a importância de promover um curso de avaliação eintervenção psicopedagógica, observando que muitas crianças e adolescentes não conseguiram acompanhar as aulas de forma remota e apresentaram dificuldades e defasagem de aprendizagem ao retornar as aulas presenciais. Importante pensar nessa lacuna que existe e nas possibilidades de sanar as dificuldades que irão aparecer. Essa apostila tem como objetivo apresentar a vocês os principais tópicos relacionados com a avaliação e intervenção psicopedagógica. O primeiro módulo é uma introdução ao processo, no qual realizei a definição de avaliação e intervenção psicopedagógica, sobre as dificuldades de aprendizagem, como estruturar uma avaliação, a primeira consulta, as funções executivas no processo de aprendizagem, e os principais instrumentos avaliativos. O segundo módulo, é apresentado o passo a passo de uma avaliação, trazendo os principais autores da área. Trouxemos os principais transtornos funcionais específicos e síndromes, Epistemologia Convergente, Provas operatórias, principais ferramentas, testes e escalas. Acredito que esse módulo está muito completo e irá instrumentalizar você a realizar uma avaliação e intervenção psicopedagógica de qualidade. O terceiro módulo, trouxemos as práticas psicopedagógicas, na área clinica que é a mais conhecida, seguida da Educacional/ Escolar, a Hospitalar e por fim Empresarial/ Organizacional. Aproveitem esse material que foi preparado com muito planejamento, esmero, carinho e qualidade. E vamos juntos aperfeiçoar a nossa prática profissional. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 8 MÓDULO I- INTRODUÇÃO A AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA O que é avaliação e intervenção psicopedagógica A psicopedagogia é um campo de conhecimento em que a psicologia e a pedagogia interagem, com objetivo de facilitar o processo de ensino- aprendizagem. Nesse sentido, a psicopedagogia é a ciência que permite investigar a pessoa e o seu ambiente nas várias etapas de aprendizagem que abarca a sua vida, seja os desafios e dificuldades apresentadas, e também as potencialidades. Sendo a Psicopedagogia uma ciência que visa estudar a aprendizagem em suas diferentes relações e circunstâncias, ela se ocupa do processo de aprendizagem e suas variações e da construção de estratégias para a superação do não-aprender, tendo como um de seus focos principais a autoria do pensamento e da aprendizagem (PICETTI &MARQUES, 2016). Cabe salientar que a Psicopedagogia visa compreender o ser aprendente como um todo, entendendo todas as dimensões da pessoa em seus distintos processos: cognitivos, afetivos, emocionais, sociais, culturais, orgânicos, psíquicos e pedagógicos. Dessa forma para conhecer os desafios e dificuldades de aprendizagem do estudante e suas potencialidades e com isso elaborar estratégias de intervenção é preciso realizar a avaliação psicopedagógica. A avaliação psicopedagógica é o processo no qual visa investigar as relações do estudante com o conhecimento e os seus vínculos com a aprendizagem, procurando considerar os aspectos emocionais, sociais e cognitivos. De acordo com Weiss (2012), o diagnóstico psicopedagógico, nada mais é que um processo de investigação, uma pesquisa, do que não vai bem com a pessoa em relação ao que se era esperado. É o esclarecimento de uma queixa, que pode ser do próprio estudante, da família e em sua maioria da escola. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 9 Importante destacar que, na avaliação psicopedagógica a intenção é obter a compreensão global da forma de aprender e dos desvios que pode estar acontecendo nesse processo. De acordo com Sampaio (2018), a avaliação psicopedagógica é como montar um grande quebra-cabeças, pois conforme vai se encaixando as peças, vai se descobrindo o que tem por trás dos sintomas que a pessoa apresenta. As peças do quebra cabeça vêm do próprio estudante, da família, da escola, e a forma de montá-las, depende de quem está conduzindo a avaliação, no caso, o psicopedagogo, pois precisa levar em consideração todos os aspectos objetivos e subjetivos observados nos diversos âmbitos: cognitivo, familiar, pedagógico e social. Após todo o processo de avaliação, em que o psicopedagogo já tem a visão global da pessoa, a sua contextualização na família, na escola e no seu meio social, elabora-se um documento contendo todas as etapas do processo, com a intenção de apresentar tudo o que foi realizado, investigado e quais os encaminhamentos a realizar e um desses pode ser a intervenção psicopedagógica, como pontua Weiss (2012). A intervenção psicopedagógica tem como objetivo auxiliar o estudante nos seus desafios e dificuldades de aprendizagem apresentados durante o processo de avaliação, por isso para cada pessoa é preciso criar plano de intervenção, baseado no que é preciso intervir. A intervenção psicopedagógica visa por meio de atividades escolhidas e direcionadas pelo psicopedagogo contribuir no processo de ensino aprendizagem da pessoa e mediar a relação do aprendente com a construção do saber. Durante as intervenções podem realizar atividades tanto pedagógicas como lúdicas. Importante salientar que, a avaliação e intervenção psicopedagógica pode ser realizada por profissionais com especialização na área da psicopedagogia, seja psicólogo, pedagogo ou de outra formação, mas que tenha a experiência e o conhecimento para tal. E muitos perguntam: somente criança e adolescentes que podem ser avaliados? A reposta é não. Muitos adultos também procuram o profissional de Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 10 psicopedagogia para avaliação e até mesmo intervenção. Adultos esse que tiveram um histórico de dificuldade de aprendizagem quando criança, ou até mesmo adultos que procuram conhecer como aprendem e como melhorar seu desempenho nos estudos. Sobre as dificuldades de aprendizagem escolar Boa parte das famílias que procuram pela avaliação psicopedagógica de uma criança, de um adolescente e até mesmo de um adulto, percebem que estes apresentam ou apresentaram alguma dificuldade de aprendizagem escolar. Geralmente o profissional de psicopedagogia é procurado pois, a escola observou que a criança ou adolescente apresenta desafios e dificuldades de aprendizagem que para a sua faixa etária já teriam sido vencidas. Em outros momentos percebem desafios comportamentais que também estão contribuindo para a não aprendizagem. Por vezes, o professor relata que a criança apresenta uma linguagem oral com trocas de fonemas, ou que ainda não consegue escreve o seu prenome. Outros percebem uma agitação motora e dificuldade no processo de alfabetização. Alguns adolescentes apresentam desafios na atenção e concentração para concluir as atividades. E muitas vezes acontece de os pais também perceberem esses desafios e confirmar com o professor da criança ou adolescente. E acontece ainda de alguns médicos perceberem durante uma consulta que a criança apresenta um olhar fugaz, estereotipias, dificuldades de socialização e interação com seus pares. Mas antes de falar sobre o que dificuldade de aprendizagem escolar, precisamos saber o que é aprendizagem e temos muitos teóricos que trazem o conceito de aprendizagem diante a perspectiva de sua teoria. De um modo geral aprendizagem pode ser considerada como o resultado de uma organização dos esquemas mentais desenvolvidos em diferentes estágios com influência do ambiente, assimilação dos valores culturais e demais Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 11 aspectos funcionais, conceituada como a capacidade de compreender, conhecer e observar as informações obtidas(CHIARELLO, 2019). No entanto a aprendizagem e formas de aprender vem sendo estudadas ao longo de muitos anos e as teorias clássicas como Comportamentalismo, Cognitivismo, Humanismo e Teoria Sócio-Histórica são as mais conhecidas quando estudamos a psicologia da aprendizagem ou do desenvolvimento. Para os comportamentalistas, aprender implica mudanças no comportamento, destacando as teorias do reflexo, associacionista, Behaviorismo de Watson e o Behaviorismo de Skinner (BARBOSA, 2015, p.16). Já no cognitivismo busca entender a ocorrência dos processos mentais durante a aprendizagem. Os cognitivistas entendem que se aprende a partir da construção do conhecimento e a base do cognitivismo está na cognição, dando ênfase aos processos da mente, percepção e compreensão, como retrata bem Piaget. O Humanismo, tendo como representante Carl Rogers, destaca que aprender leva a autonomia e auto- realização do ser. Tem a atenção voltada para o ensino centrado no aluno e a sua principal preocupação é o crescimento pessoal. E a teoria Sócio-Histórica de Lev Vygotsky, Luria e Leontiev, destacando a influência das questões culturais, históricas e sociais as quais agem diretamente na aprendizagem do indivíduo, nesta perspectiva a mediação é uma atividade indispensável para a aprendizagem do aluno. Diante das abordagens descritas cada uma procura investigar como a aprendizagem acontece e também passam a perceber quando ela não ocorre e então passam a investigar os motivos. Sendo assim as dificuldades de aprendizagem podem acontecer por vários motivos: por uma desordem ou disfunção neurológica, causada por lesões cerebrais, desenvolvimento inadequado do cérebro ou desconformidade química. Ou as dificuldades surgem a partir de obstáculos encontrados no processo de ensino-aprendizagem causados pelos fatores externos, metodologias inapropriadas, conflitos pessoais e diferenças culturais, como pontua Chiarello (2019) em seu artigo. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 12 E é no ambiente escolar que percebe as dificuldades de aprendizagem de crianças e de adolescentes. E também é nesse ambiente que os transtornos de aprendizagem se tornam mais evidentes. Sendo que é nesse momento que muitas crianças recebem diagnósticos de Transtorno de Hiperatividade e Déficit de Atenção- TDAH, Dislexia, Discalculia, Disgrafia, Disortografia, Transtorno do Processo Auditivo Central- TPAC, Transtorno do Espectro Autista- TEA, Transtorno Opositor Desafiador- TOD e Deficiência Intelectual. Transtornos que falaremos mais adiante. Enfim, as dificuldades de aprendizagem escolar são um dos maiores motivos para os encaminhamentos de avaliação e intervenção psicopedagógica. Como estruturar uma avaliação psicopedagógica Para a realização da avaliação psicopedagógica é preciso estruturar e criar um roteiro para que aconteça da melhor maneira possível a partir da queixa que foi levada até o psicopedagogo. Importante destacar que, a forma de realizar a avaliação psicopedagógica, depende da postura teórica adotada. Aqui vou apresentar duas teorias mais conhecidas de estruturar e realizar uma avaliação. De acordo com Weiss (2012) para iniciar o processo de avaliação é importante que o psicopedagogo tenha claro dois grandes eixos: o eixo horizontal que se explora o presente, a contextualização da queixa atual, centrada nas causas que coexistem temporalmente com o sintoma. E o eixo vertical, que é o histórico, no qual se busca a construção geral da pessoa, procurando contextualizar em vários momentos. Nesse sentido, Weiss (2012) inicia a avaliação utilizando os seguintes instrumentos: Entrevista Familiar Exploratória Situacional (EFES), Entrevista com toda família, incluindo pais e irmãos, (anamnese), Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA), as sessões lúdicas centradas na aprendizagem (em crianças), provas e testes diversos, de acordo com a necessidade, entrevistas com equipe da escola ou outros profissionais Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 13 envolvidos, depois elabora a Síntese Diagnóstica e entrevista de Devolução e encaminhamentos. Porém, na linha teórica da Epistemologia Convergente de Jorge Visca, a avaliação inicia-se por uma consulta inicial de cunho contratual com os pais e ou responsáveis, para explicar todo o processo, depois segue para a Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA), testes e provas diversos de acordo com a necessidade, Anamnese que visa nesse momento, conhecer toda a história da pessoa, posteriormente a elaboração do informe e por fim a devolutiva e encaminhamentos como destaca Sampaio (2018). Pode ser perceber que a diferença entre as duas propostas está na escolha de quando será realizada a Anamnese. A Epistemologia Convergente acredita que ao realizar a Anamnese logo no início do processo avaliativo pode “contaminar” o psicopedagogo e fica-se preocupado com os indícios já relatados. Já a outra abordagem não percebe problema em já conhecer tudo sobre a pessoa que estará em avaliação (SAMPAIO, 2018). É muito importante destacar, que esta diferença não vai alterar o resultado da sua avaliação e nem tem pouco irá prejudicar o seu trabalho, o importante é você seguir a estrutura que escolheu para desempenhar a sua avaliação. Sobre a quantidade de sessões para o processo de avalição, depende muito do que precisa ser avaliado, geralmente a avaliação acontece em 10 sessões, sendo a primeira sessão a entrevista com os pais ou responsáveis para firmar o contrato, a segunda para Anamnese ou a EOCA (conforme sua base teórica), da terceira até a sétima sessão, a aplicação de provas operatórias, projetivas e provas pedagógicas, se necessário, oitava sessão (a Anamnese no caso da Epistemologia Convergente) e nona e décima sessão a devolutiva e encaminhamentos. O principal é que você enquanto pessoa que está avaliando a criança, o adolescente ou até mesmo o adulto, tenha um plano estruturado de avaliação. Procure sempre fazer um específico para cada paciente e de forma que você consiga realizar todo processo dentro de um período satisfatório. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 14 Primeira consulta, Anamnese, EOCA, Vínculo terapêutico e Análise da Hipótese Diagnóstica O passo inicial para iniciar o processo de Avaliação Psicopedagógica é a primeira consulta com que será avaliado, com os pais ou responsáveis. Nessa primeira consulta o profissional em psicopedagogia ouvirá a queixa inicial, e irá explicar como será todo o processo. É na primeira consulta que se estabelece o contrato com a família, o valor das sessões, caso realizado em uma clínica, a quantidade de sessões, o tempo determinado de cada sessão, a frequência, se será uma vez por semana ou mais. Nesse contato é importante destacar que para a avaliação acontecer da melhor maneira possível é preciso dedicação também por parte da família, sendo assim é preciso não faltar, chegar no horário combinado, explicar para a pessoa que vai passar pela avaliação, principalmente as crianças, sobre a ida dela às sessões, avisar com antecedência se não puder comparecer. Caso queira formalizar tudo que foi acordado, é interessante ter um contrato impresso, com todas as explicações e cláusulas para que sempre possa ser consultado por ambos. Lembrando: a primeira consulta é o momento dos pais ou responsáveis e até mesmo de quem será avaliado tirar todas as dúvidas e entender todo o processo. Procure explicar da melhor maneira como se fosse para você. No primeiro encontro além do contrato também será realizada a Entrevista Familiar Exploratória Situacional (EFES), de acordo com Weis (2012), tem comoobjetivo a compreensão da queixa nas dimensões familiar e escolar, captar as relações e as expectativas familiares centrada na aprendizagem escolar, a expetativa em relação ao psicopedagogo, a aceitação e o comprometimento da pessoa que será avaliada e também de sua família. Nesse momento procure criar um clima de confiança, demonstre que a sua intenção é de fazer o melhor trabalho possível e que você tem conhecimento do que irá ser feito. Nessa entrevista é importante que estejam os pais ou responsáveis e a criança ou adolescente. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 15 Após a primeira consulta com todos os esclarecimentos e dúvidas sanadas, iniciado o vínculo terapêutico com a criança ou adolescente e a família, o próximo passo é a Anamnese. A Anamnese é uma entrevista, com foco mais específico, é considerada como um dos pontos cruciais para um bom diagnóstico, visando coletar dados importantes sobre a história da pessoa na família, integrando passado, presente e projeções para o futuro, permitindo perceber a inserção deste na sua família e a influência das gerações passadas neste núcleo e no próprio. Na anamnese, são levantados dados das primeiras aprendizagens, evolução geral da pessoa, história clínica, história da família nuclear, história das famílias materna e paterna e história escolar (WEISS, 2012). Mais a frente detalharemos sobre a Anamnese. Em seguida o psicopedagogo dará início ao atendimento individualizado com a criança ou adolescente em que seguira para a Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem- EOCA. A EOCA é a primeira entrevista realizada com a criança ou adolescente no processo de avaliação psicopedagógica, e o seu objetivo é investigar os vínculos que ela possui com o objetos e conteúdos da aprendizagem escolar, observando a suas defesas, as condutas evitativas e como enfrenta novos desafios. Isto é, perceber o que a criança e adolescente sabe fazer e o que aprendeu a fazer (SAMPAIO, 2018). A EOCA é uma proposta de Jorge Visca, e tem a intenção de investigar o modelo de aprendizagem da pessoa. E no qual se deve observar três aspectos que fornecerão um sistema de hipóteses a serem verificados em outros momentos do diagnóstico, que são: A temática, a dinâmica e o produto feito pela pessoa. Vamos explicar melhor sobre a EOCA, mais adiante, aqui é só uma breve introdução. É a partir da EOCA que se pode extrair o primeiro sistema de hipóteses, por meio das observações realizadas, procurando levar em consideração a dinâmica, a temática e o produto. Depois da análise de Hipóteses Diagnóstica é possível separar os testes e provas que serão utilizados no processo de avaliação, de acordo com a sua faixa etária, que veremos mais adiante com todas as explicações. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 16 Esses são os primeiros passos da avaliação psicopedagógica, em outra aula falaremos de forma detalhada sobre todos os processos. Funções executivas e atenção No processo de avaliação psicopedagógica é de suma importância ter conhecimento das funções executivas e atenção, pois faz parte do processo de aprendizagem do indivíduo. Por isso faz-se necessário a definição das funções executivas e atenção para melhor compreensão. Funções executivas constituem um conjunto de habilidades que são fundamentais para o controle consciente e deliberado sobre ações, pensamentos e emoções. Elas possibilitam a pessoa gerenciar diferentes aspectos da vida com autonomia, isto é, tomar decisões com independência e responsabilidade. É possível considerar três dimensões das funções executivas que, apesar de distintas, são interligadas. São elas a memória de trabalho, o controle inibitório e a flexibilidade cognitiva (COSTA, et al, 2016). A Memória de trabalho, permite armazenar, relacionar e pensar informações no curto prazo. Sem essa capacidade, por exemplo, o indivíduo não se lembraria do que estava fazendo após ser interrompido. O Controle inibitório, possibilita controlar e filtrar pensamentos, ter o domínio sobre atenção e comportamento. Conseguir ler um texto, mesmo na presença de barulhos incômodos, é um exemplo de uso dessa habilidade. E a Flexibilidade cognitiva, permite mudar de perspectiva no momento de pensar e agir, e considerar diferentes ângulos na tomada de decisão. Por exemplo, essa capacidade é fundamental para o indivíduo perceber um erro e poder corrigir (COSTA, et al, 2016). Considera-se que a partir das três dimensões, ou componentes principais das funções executivas (memória de trabalho, controle inibitório e flexibilidade cognitiva), são construídas as funções executivas de ordem superior, que envolvem a capacidade de raciocínio, solução de problemas e planejamento. Além disso, as três dimensões, das funções executivas são essenciais para a construção de diversas habilidades fundamentais para a autonomia individual, Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 17 como criatividade, perseverança, cooperação, respeito mútuo, disciplina e flexibilidade (COSTA, et al, 2016). Outra função cognitiva que precisamos avaliar e que é importante no processo de aprendizagem é a Atenção, que consiste num processo cognitivo que permite escolhermos um estímulo relevante e, em consequência, dar-lhe uma resposta. Esta habilidade cognitiva é uma função essencial no nosso dia a dia. Nesse sentido a atenção não pode ser reduzida a somente um aspecto, pois deve ser entendida por meio dos seus subsistemas componentes, que por vezes são evidenciados em função da demanda de uma tarefa (MENEZES et al., 2012). Existem vários estudos sobre a atenção e a literatura cientifica nos traz a separação entre a atenção de orientação voluntária e atenção de orientação involuntária ou automática. Sendo que a atenção voluntária ocorre intencionalmente, está ligada as motivações e interesses, enquanto que a involuntária ocorre mediante eventos inesperados no ambiente e o indivíduo não é o agente de escolha da sua atenção (MENEZES et al., 2012; LIMA, 2005). Mas também existe outra subdivisão da atenção, baseada na maneira como ela operacionalizada que são: seletiva, sustentada, alternada e dividida. A atenção seletiva é a capacidade de o indivíduo privilegiar determinados estímulos, ignorando os estímulos distratores ou irrelevantes. A atenção sustentada é a capacidade de o indivíduo manter o foco atencional em determinado estímulo e sustentar por um período de tempo de modo consistente. A atenção alternada é a capacidade de alternar o foco atencional entre duas ou mais tarefas. E a atenção dividida é a capacidade de desenvolver duas tarefas simultaneamente (MENEZES et al., 2012; LIMA, 2005). Diante de toda explicação para a avaliação de funções executivas, em muitos momentos avaliam-se também a atenção. Atualmente existem muitos testes e baterias para avalição das funções executivas e atenção. Falaremos de alguns testes que podem ser utilizados, como o Teste de Atenção por Cancelamento, para crianças e adolescentes de 5 a 14 anos e Teste de Torre de Londres para crianças e adolescentes de 11 a 14 anos. No entanto sabe-se que existem vários testes psicológicos que podem ser utilizados no processo de avaliação psicopedagógica, e também na avalição Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 18 neuropsicológica, porém cabe salientar que estes testes só podem ser aplicados por psicólogos conforme dispõe o Art. 13 da lei 4.119/62 e amparado pelo Código de Ética Profissional do Psicólogo. Alguns testes que podem ser utilizados no processo na avaliação psicopedagógica como: WISC-IV- Escala de Inteligência Wechsler para crianças,Figuras Complexas de Rey, Neupsilin, entre outros. Porém nesse curso não veremos esses testes específicos. Ferramentas avaliativas: instrumentos da Psicopedagogia, Testes de rastreio do Autismo e de TDAH. Sabe-se que para a avaliação psicopedagógica faz o uso de vários instrumentos e testes, nesse tópico falaremos de alguns principais que podem ser utilizados nesse processo. Importante destacar que as provas e testes devem ser selecionados de acordo com a necessidade diante as hipóteses formuladas nas entrevistas com a família e na EOCA. Segue abaixo os instrumentos, testes e provas utilizados: INSTRUMENTOS DA PSICOPEDAGOGIA Os instrumentos da psicopedagogia auxiliam o psicopedagogo a identificar dificuldades e desafios de fala, leitura ou escrita, bem como dificuldades psicomotora e visomotoras. A identificação do que não está bem por meio dos testes psicopedagógicos permite que profissional elabore o plano de intervenção mais apropriado para utilizar na clínica, na escola e junto aos pais. Provas Operatórias Piagetianas Consiste em provas que foram desenvolvidas por Jean Piaget para auxiliar na compreensão do funcionamento das habilidades lógicas do indivíduo, permitindo investigar e identificar o nível cognitivo, bem como atrasos em relação a idade cronológica (ALVES, et al, 2021). De acordo com Sampaio (2018), é por meio das provas operatórios que enquanto profissionais teremos condições de Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 19 conhecer o funcionamento e o desenvolvimento das funções lógicas da pessoa. Pois uma criança com dificuldades de aprendizagem poderá ter uma díade cognitiva diferente da idade cronológica. As provas operatórias piagetianas são classificadas em provas de conservação, classificação, seriação e mensuração espacial. São treze provas operatórias, a saber: Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos; Conservação de superfície; Conservação dos líquidos; Conservação de Massa; Conservação de Peso; Conservação de Volume; Conservação de Comprimento; Mudança de Critério (Dicotomia); Inclusão de Classes; Intersecção de Classes; Seriação de Palitos; Combinação de Fichas e Predição, como destaca (ALVES, et al,2021). O objetivo da utilização das provas piagetianas é identificar o estágio de desenvolvimento da criança, bem como seu nível de desenvolvimento cognitivo, não se importando com o erro ou acerto das respostas. O primeiro nível, expressa que a criança não compreendeu os conceitos avaliados. O segundo nível refere-se àquelas crianças que apresentam respostas incompletas, que alcançaram parcialmente êxitos nas respostas. Já o terceiro nível é quando as respostas foram dadas com êxito e argumentações claras (SAMPAIO, 2018). Existe no mercado kit prontos para aplicação de provas operatórias, porém você pode construir o seu de acordo com as suas possibilidades. Teremos no curso uma aula específica para explicitar melhor sobre as Provas Operatórias de Piaget. Outros instrumentos e testes que podem ser utilizados na avaliação psicopedagógica: IAR- Instrumento de Avaliação do Repertório Básico para a alfabetização, que é um instrumento de auxílio para os educadores que atuam com crianças da faixa pré-escolar (5-6 anos) e do primeiro ano do Ensino Fundamental. CONFIAS – Consciência Fonológica Instrumento de Avaliação Sequencial é um instrumento que tem como objetivo avaliar a consciência fonológica de forma abrangente e sequencial. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 20 TDE – Teste de Desempenho Escolar: é um instrumento que busca oferecer de forma objetiva uma avaliação das capacidades fundamentais para o desempenho escolar, mais especificamente da escrita, aritmética e leitura. Teste de Competência de Leitura: Sampaio (2018) sugere, o Teste de Competência de Leitura que consiste no teste no qual entrega-se ao sujeito um texto e observa-se a velocidade da leitura. TCLPP - Teste De Competência de Leitura De Palavras e Pseudo: Visa avaliar a competência de leitura silenciosa de palavras isoladas. TESTES DE RASTREIO DO AUTISMO M-CHAT: teste de rastreio recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, em caso de suspeita de TEA. Para crianças de 16 a 30meses de idade. CARS- Escala de Avaliação de Autismo na Infância: questionário também utilizado por profissionais da área da saúde, em crianças a partir de 2 anos. ATA – Escala de Avaliação de Traços Autísticos: busca averiguar a possibilidade de presença de autismo em crianças, a partir e 2 anos de idade, parecido com o CARS Ao longo de pesquisas, observa-se que existe vários testes de rastreio para traços de autismo. Porém vamos nos ater a somente esse três, que falaremos também na aula referente a Avaliação e Intervenção no Transtorno do Espectro Autista- TEA. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 21 TESTE DE RASTREIO DE TDAH: SNAP –IV: questionário que pode ser preenchido pela família e também pelo professor da criança ou adolescente. ETDAH- pais - Escala de Avaliação de comportamento infanto- juvenis no TDAH em ambiente familiar: avalia os comportamentos de crianças e adolescentes no ambiente familiar. ETDAH- CriAd- Escala de Auto avaliação do TDAH: versão para crianças e adolescentes: a própria criança ou adolescente se auto avaliam em relação a atenção, hiperatividade/impulsividade. ASRS 18: questionário de rastreio para adultos, muito parecido com o SNAP-IV e é autoaplicável. Na aula referente a avaliação e intervenção dos transtornos funcionais abordarei sobre melhor sobre os instrumentos. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 22 MÓDULO II - Avaliação a Intervenção Psicopedagógica Nesse módulo será abordado modelos de avaliações e sugestões de intervenções Psicopedagógicas que podem ser realizadas em sua prática clínica, desde avaliação de crianças, adolescentes e adultos com dificuldades de aprendizagem, até daqueles que já possuem diagnóstico. Psicopedagogia Clínica- Introdução aos aspectos básicos do Diagnóstico Psicopedagógico O processo de Avaliação psicopedagógica até o seu fim tem um longo percurso. Na maioria das vezes o momento inicial é a queixa, isto é, o motivo para que se realize a avaliação psicopedagógica e o término acontece com a devolução para aqueles que a solicitaram. Muitas vezes a queixa para avaliação vem da família da criança e adolescente ou até mesmo da própria pessoa quando já é adulta. Pode vir também do médico que realiza o acompanhamento. Mas no caso de crianças e adolescentes também pode vir da escola, seja do professor que tem o contato direto com o aprendente ou da coordenação pedagógica. Algumas queixas são bem conhecidas como: “ Meu filho não aprende nada”, ou “ Em sala de aula parece estar em outro lugar, voando”, ou “ essa criança não para quieta um segundo”, ou “ não compreendo nada do que ele fala”, ou “ ele me desafia em sala de aula”, ou ainda “ ela lê, mas não consegue escrever, as frases dela não têm sentido”. Dentre outra muitas queixas que aparecem nesse primeiro momento. A questão é que a queixa é somente uma frase falada no primeiro contato, por isso precisa ser escutada ao longo da avaliação e procurar refletir com o olhar diferenciado para o significado que ela traz. Em muitos momentos, a família repete o mesmo que a escola apontou como queixa, ou a suspeita do médico, como destaca Weiss (2012). No processo de avaliação é preciso buscar pela unidade, coerência e integração com a intençãode evitar que vire uma “colcha de retalhos”. “É Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 23 importante percebe o sintoma, que é o que emerge da personalidade em interação social em está inserido o sujeito” (WEISS, 2012, p.31). Por isso na avalição clínica é preciso segundo Weiss (2012), observar dois eixos o horizontal, que a visão do presente, o aqui e agora e o vertical que é a visão do passado, da construção do sujeito. No eixo horizontal realiza a contextualização que permite evidenciar o aqui e agora e nesse eixo utiliza-se os seguintes instrumentos: Entrevista com a família (exploratória), a EOCA – Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem, Sessões Lúdicas, provas, testes diversos, diagnóstico operatório, entrevista com professores da criança ou adolescente e até mesmo análise de documentos e materiais produzidos na escola. Já no eixo vertical, que busca a construção histórica do indivíduo, pode- se usar, a entrevista de anamnese, com a família, e também com a escola, além de laudos, relatórios escolares, álbuns de fotografia, entre outros. Como Weiss (2012) destaca que o objetivo básico da avaliação psicopedagógica é de identificar os desafios básicos no modelo de aprendizagem da pessoa que o impedem de crescer na aprendizagem no nível esperado. O Modelo de aprendizagem é um conjunto dinâmico que estrutura os conhecimentos que o sujeito já possui, quais estilos utilizados nessa aprendizagem, a mobilidade e o funcionamento cognitivos, as modalidades de aprendizagem assimilativa e acomodativa e suas distorções, os hábitos adquiridos, as motivações presentes, as ansiedades, o vínculo da pessoa com o conhecimento, o que significa a aprendizagem para o sujeito, a sua família e até mesmo a escola. E quando nesse processo de avaliação o profissional consegue perceber, analisar e compreender o modelo de aprendizagem da pessoa avaliada, e com isso permite refletir sobre os desafios e dificuldades apresentados com a integração dos dados é que surge o Prognóstico e também o conteúdo para a devolução da avaliação. É importante salientar que o processo de avaliação psicopedagógica já pode ser considerado também uma intervenção junto a pessoa avaliada, a família e até mesmo a escola. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 24 Destaco ainda que muitos preocupam-se com quais instrumentos utilizar, se precisa utilizar todos os instrumentos oferecidos, mas adianto a vocês que não precisa aplicar todos os instrumentos disponíveis, por isso é de muita importância o planejamento da avaliação e das intervenções. Pois o trabalho se torna fiel quando de fato seguimos o planejamento. Falo isso por experiência profissional. E por onde começar a avaliação? Comece recebendo a queixa e seguindo as sugestões que aqui serão apresentadas. Como saber que instrumentos eu vou precisar utilizar em cada caso? Ao longo das aulas a seguir falarei dos instrumentos que poderão ser utilizados em cada caso. Aqui vou explicitar uma sugestão de sequência diagnóstica para o seu planejamento, pois a avaliação é composta de vários momentos, claro que dependendo de cada caso e claro que no decorrer da avaliação essa sequência pode ser modificada. Pois a avaliação não é imutável. Sequencia diagnóstica proposta por Weiss (2012): 1- Entrevista Inicial para recebimento da queixa principal e contrato com a família; 2- Entrevista Familiar Exploratória Situacional; 3- Entrevista de Anamnese; 4- Sessões Lúdicas Centrada na aprendizagem (para crianças ou até mesmo adolescentes); 5- Provas e testes (quando necessário); 6- Síntese Diagnóstica; 7- Entrevista de Devolução e Encaminhamentos Porém pode acontecer outras modificações ao longo da avaliação, podendo incluir também a EOCA, conforme proposta de Jorge Visca (1987) baseado na Epistemologia Convergente, sendo que a EOCA acontece logo após o contato inicial com a queixa. No módulo I falei um pouco sobre a primeira consulta, a anamnese, a EOCA, e de como comumente pode acontecer a avaliação psicopedagógica. E Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 25 vou trazer o passo a passo especifico no módulo III em que falarei da prática da Psicopedagogia Clínica. Principais Transtornos Funcionais Específicos: Dislexia, Disortografia, Disgrafia, Discalculia, TDAH, TPAC e TOD O presente tópico visa apresentar de forma objetiva e clara os principais Transtornos Funcionais Específicos que podem levar a desafios e dificuldades de aprendizagem. Na maioria das vezes a solicitação de uma avaliação psicopedagógica em pessoas que tem a suspeita de um Transtorno Funcional Especifico, vem do médico que acompanha, da escola ou até mesmo da família. Comumente a queixa da avaliação vem acompanhada de um discurso de que o indivíduo não aprende, não escreve, não realiza leitura, apresenta erros ortográficos grosseiros, apresenta-se desafiador, parece não compreender comandos e vários outros. Mas antes de definir os transtornos em questão. Tenho certeza que a pergunta é: Mas o que são Transtornos Funcionais Específicos? De acordo com o DSM-5, o transtorno específico da aprendizagem é um transtorno do neurodesenvolvimento com uma origem biológica que é a base das anormalidades no nível cognitivo as quais são associadas com as manifestações comportamentais. A origem biológica inclui uma interação de fatores genéticos, epigenéticos e ambientais que influenciam a capacidade do cérebro para perceber ou processar informações verbais ou não verbais com eficiência e exatidão. Já o Classificação Internacional de Doenças-CID esclarece que a etiologia dos Transtornos de Aprendizagem não é conhecida, mas que há "uma suposição de primazia de fatores biológicos, os quais interagem com fatores não- biológicos". Os dois manuais informam que os transtornos não podem ser consequência de: Falta de oportunidade de aprender; Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 26 Descontinuidades educacionais resultantes de mudanças de escola; Traumatismo ou doença cerebral adquirida; Comprometimento na inteligência global; Comprometimentos visuais ou auditivos não corrigidos. Enfim, os transtornos funcionais específicos se configuram em um conjunto de sintomas que provocam uma série de perturbações na aprendizagem do estudante. Dentre os distúrbios de aprendizagem mais comuns estão: dislexia, disgrafia, disortografia, discalculia - e transtornos de atenção e hiperatividade (CUSTÓDIO & PEREIRA, 2013). Além disso é considerado também o Transtorno do Processamento Auditivo Central – TPAC embora o Transtorno Opositor Desafiador- TOD, não seja um Transtorno Especifico Funcional, frequentemente nos deparamos com ele na clínica ou escola, por isso a proposta de falar um pouco sobre o assunto. Dislexia É uma específica dificuldade de aprendizado da linguagem: em leitura, soletração, escrita, em linguagem expressiva ou receptiva, linguagem corporal e social. Importante destacar que não é o resultado da má alfabetização, desatenção, condição sócio- econômica ou baixa Inteligência. É uma condição hereditária com alterações genéticas neurológicas (ACAMPORA, 2019; CUSTÓDIO&PEREIRA, 2013). Os principais sinais da dislexia são: a dificuldade de escrever, inversão de letras, leitura lenta no qual pronuncia uma sílaba por vez, troca de fonemas semelhantes como a letra b com a letra p ou até mesmo visualmente parecidos, como a letra q com a letra p (ACAMPORA, 2019). Geralmente a pessoa com dislexia tem aprendizagem dentro do esperado em outras disciplinas, porémpode ter apresentado atraso de fala, dificuldade com rimas na pré-escola, confusões temporal-espacial, desafios em relação a consciência fonológica, e dificuldade na relação entre letra (grafema) e som (fonema) como salienta Acampora (2019). Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 27 Disgrafia A Disgrafia é uma alteração da escrita ligada normalmente a problemas perceptivo-motores. Isto é, para escrever é necessário o desenvolvimento da coordenação visomotora, para que realize movimentos finos e precisos no desenho das letras (ACAMPORA, 2019). Também chamada de letra feia a Disgrafia ocorre devido a criança não conseguir recordar a grafia correta da letra. Ao tentar recordar a grafia, apresenta a sua escrita muito lenta e por vezes, ilegível. Essa deficiência em traçar a letra corretamente não significa que ela tenha algum déficit intelectual ou neurológico. Embora algumas crianças com disgrafia também possuam disortografia, essas não estão associadas (SAMPAIO, 2018). Disortografia A Disortografia caracteriza-se por troca de fonemas na escrita, aglutinação ou separação indevida das palavras, confusão com as sílabas, omissões de letras e inversões, dificuldades em perceber as sinalizações gráficas, coo parágrafos, acentuação e pontuação. É uma escrita com muitos erros e fica aparente logo a pessoa adquiriu os mecanismos da leitura e da escrita (ACAMPORA, 2019). As causas da Disortografia é as alterações na linguagem, como: um atraso na aquisição ou no desenvolvimento e a utilização da linguagem, com pobreza de vocabulário. Ela não compromete o traçado ou a grafia. Destaca-se que até o terceiro ano do Ensino Fundamental que as crianças façam rocas ortográficas pois a relação entre o fonema e a grafema ainda não estão sendo dominados por completo (ACAMPORA, 2019). Discalculia A discalculia é um distúrbio neurológico que afeta a habilidade com números. É um transtorno estrutural da maturação das habilidades matemáticas, que se manifesta fazendo com que a pessoa confunda em operações matemáticas, conceitos matemáticos, formulas, sequencias numéricas, ao Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 28 realizar contagens, sinais numéricos e até mesmo na utilização da matemática no cotidiano (ACAMPORA, 2019). A pessoa com discalculia apresenta dificuldades em sequenciar números, compreender os sinais das quatro operações, lembrar os passos para realizar as operações, contar objetos e aprender a tabuada (CUSTÓDIO & PEREIRA, 2013). Acampora (2019), destaca que o distúrbio neurológico que provoca a Discalculia não causa deficiência mentais. TDAH- Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade O TDAH é um transtorno neurológico. Sua origem é genética. Para a Associação Brasileira do Déficit de Atenção-ABDA é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos. O DSM-5 destaca que o TDAH com um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento e no desenvolvimento, que pode ser caracterizado pela combinação de Desatenção e Hiperatividade e Impulsividade. Para a pessoa que tem o diagnóstico fechado de TDAH, muitas vezes é preciso fazer uso de medicação. A medicação mais conhecida é a Ritalina, de curta duração, porém existem outras no mercado de longa duração como a Concerta, a Venvanse e pode utilizados outras medicações adjuvantes. Porém precisa se prescrita por um médico e ser acompanhado sistematicamente. No entanto, outras medidas e intervenções podem ser aliadas a pessoas com TDAH, veremos mais a frente sugestões de intervenção. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 29 Pessoas com o diagnóstico de TDAH se não acompanhadas podem apresentar complicações como: baixo auto estima, comportamento disruptivo, atraso e dificuldades de aprendizagens, desafios nas habilidades sociais, comportamento de oposição ou conduta, exclusão escolar, abuso de substâncias, alterações no comportamento, problemas emocionais e dificuldades acadêmicas. TPAC- Transtorno do Processamento Auditivo Central O Transtorno do Processamento Auditivo Central – TPAC pode ser descrito como uma dificuldade que o sujeito tem em lidar com as informações que chegam por meio da audição. É um transtorno funcional da audição, no qual o indivíduo detecta os sons normalmente, mas tem dificuldades em interpretá- los. Também pode ser considerado como uma dificuldade em processar a informação auditiva da forma correta (PEREIRA, 2018). O Transtorno do Processamento Auditivo Central costuma produzir dificuldades diárias no processo de comunicação oral, na leitura e escrita, incluindo o desempenho escolar e a compreensão da linguagem. Além dos prejuízos acadêmicos, é comum que esses indivíduos tenham algum tipo de dificuldade de adaptação social (PEREIRA, 2018). Segundo Pereira (2018), os sintomas comportamentais do Transtorno do Processamento Auditivo Central poderão apresentar-se com características diferentes entre os indivíduos, e esta diferença vai ocorrer dependendo da habilidade auditiva que esteja em déficit, ou dependendo do subtipo no qual foi classificado o TPAC. De acordo com Pereira (2018) existe vários autores que classificam os tipos de TPAC, os estudiosos Bellis (2002), Ferre (1997) e Sanchez (2013), classificam o TPAC em três subperfis primários e dois secundários, são eles: Subperfil primários do TPAC: Déficit de Decodificação Auditiva: Déficit de Prosódia ou não verbal: Déficit de Integração Auditiva: Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 30 Subperfil secundário do TPAC: Déficit de Associação Auditivo- Linguístico: Déficit de Organização de Saída/Resposta: Vamos exemplificar cada subtipo para que você entenda da melhor maneira de acordo com os autores citados por Pereira (2018): Déficit de Decodificação Auditiva: Solicitam a repetição da mensagem ou utilizam as expressões: Hã? O quê? Como? Durante a conversa. Tal fato ocorre porque a análise do sinal acústico está comprometida prejudicando a compreensão da mensagem recebida, ou seja, apresentam dificuldades em reconhecer e discriminar os sons, principalmente os da fala; Ex.: Mãe pergunta: Você viu a cola? Dificuldade de discriminação auditiva especialmente em ambientes ruidosos, ou seja, possuem déficit para ouvir na presença de ruído. Tempo de atenção auditiva reduzido, ou seja, em atividades que necessitam se manter por muito tempo escutando, sem outros estímulos visuais, por exemplo, se cansam com mais facilidade. Podendo ter um aprendizado deficitário pelo tempo da atenção auditiva ser reduzida; Déficit de Prosódia ou não verbal: Dificuldades em reconhecer ênfase, entonação, expressões de emoções e sentimentos daquilo que está sendo falado. Ou seja, tem dificuldade de compreender o subliminar da comunicação, por não entender o tom de voz do interlocutor. Desta forma, podem interpretar erroneamente a mensagem, pois não percebem se aquilo que está sendo falado é brincadeira ou agressão; Dificuldades de ler silenciosamente; Dificuldades em compreender piadas ou “a moral da estória”; Geralmentesuas maiores defasagens serão nas aulas de Cálculo, Geometria, Música e Artes. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 31 Déficit de Integração Auditiva: Necessitam de mais tempo para realizarem atividades que exigem a formulação e a execução de respostas. Por isto, muitas vezes são considerados mais lentos; Apresentam o processamento da informação mais lento, podendo “esquecer” ou não compreender parte da tarefa quando transmitida através de frases complexas, e em ordens seguidas. Por exemplo, lembrando somente as duas ou três últimas sentenças ou palavras faladas por outra pessoa; Podem apresentar dificuldades em acompanhar tarefas multimodais, ou seja, que utilizam a integração auditiva e visual, como por exemplo, o ditado, a anotação da explicação do professor, ou acompanhar a correção das tarefas; Dificuldades no ritmo, como por exemplo, em acompanhar o ritmo da música ou coreografia; Apresentam dificuldades em entender a ideia central da mensagem, do que está ouvindo ou lendo; Dificuldades para dar início a tarefas complexas, para mudar de uma tarefa para outra, e/ou para completar ou finalizar uma tarefa, isto quando é determinado um prazo/tempo; Déficit de Associação Auditivo- Linguístico: Dificuldades em compreender o que ouvem. Este sintoma aparece com mais frequência em sentença complexas e em sentenças que incluem várias formas temporais (antes, depois, primeiro, então), espaciais (sobre, dentro, fora, ao lado) e outros conceitos relacionados. Desta forma, podem solicitar a repetição da mensagem, ou utilizar as expressões: Hã?, O quê?, Não entendi!; Frequentemente só compreendem instruções simplificadas; Na escrita é muito comum apresentarem erros gramaticais, de pontuação e do emprego do tempo verbal; A grande maioria tem dificuldade em fazer sozinha qualquer tarefa acadêmica. Dificuldades na memória auditiva (responsável por toda a informação auditiva de curto prazo que recebemos do que está ao nosso redor); Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 32 Baixa habilidade em comunicação, apresentando déficit em vocabulário, semântica (significado) e sintaxe (na estrutura das palavras dentro da frase). Déficit de Organização de Saída/Resposta: Apresentar dificuldade para nomear rapidamente e resgatar verbalmente uma informação. Muitas vezes dizendo, por exemplo: “Como que é mesmo o nome daquela coisa que coloca no pão e que tem na geladeira” (porque esqueceu o nome da palavra manteiga); Alteração nas funções executivas (atenção sustentada e memória operacional ou de trabalho); Podem ser considerados bagunceiros ou desorganizados, por apresentarem dificuldades nas habilidades de organizar, sequencializar, planejar ou resgatar as informações adequadas para executar tarefas. Deixar atividades de sala de aula e/ou provas com questões incompletas ou sem resposta, ou esquecer de realizar alguma tarefa em sala de aula ou em casa que fora solicitada pelo professor; Pouca motivação para execução de tarefa e por consequência também podem comprometer o desempenho das atividades que são solicitadas tanto da escola, quanto em casa; Atenção: Para crianças e adolescentes que foram diagnosticados com TPAC, além da avaliação psicopedagógica ou neuropsicológica, devem ser acompanhados pelo profissional da fonoaudiologia e realizar o exame de PAC, no qual detecta se tem ou não o Transtorno do Processamento Auditivo Central. Muitas vezes, o indivíduo precisa da terapia de cabine, que se chama Terapia de PAC, na terapia de Processamento Auditivo Central, o profissional de Fonoaudiologia irá intermediar esse processo, realizando exercícios verbais e não verbais, dentro e/ou fora da cabine acústica, capazes de estimular o córtex cerebral e, utilizando a plasticidade cerebral do indivíduo, minimizar as dificuldades de compreensão de fala em ambientes gerais ou específicos. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 33 O profissional que realiza a avaliação psicopedagógica pode auxiliar em estratégias para lidar com os desafios do TAC, mas é o profissional de fonoaudiologia que melhor orientará a família da necessidade da realização de atendimento fonoaudiólogico para a reabilitação das habilidades auditivas que se apresentam em déficit, bem como encaminhará para outras avaliações ou acompanhamentos médicos e/ou terapêuticos dependendo de cada caso, como bem salienta Pereira (2018). TOD – Transtorno Opositor Desafiador O TOD se caracteriza por comportamentos desafiadores, irresponsável, agressivo, com dificuldades para assumir erros e responsabilidades, apresenta humor irritável e índole vingativa. Segundo Jorge, Ribeiro e André (2019), o TOD pode ainda apresentar as seguintes características: crueldade com animais ou crianças menores, destruição dos pertences de outra criança, crises de birra e de desobediência, condutas incendiárias e roubos. O Transtorno Opositor Desafiador não é considerado um transtorno de aprendizagem, visto que seus sintomas não afetam diretamente o processo de ensino aprendizagem, mas seu comportamento e atitudes dificultam o convívio social entre o aluno e todos ao seu redor, necessitando de regras bem definidas e respeitadas e da compreensão por parte dos professores que ele possui uma patologia e que suas especificidades devem ser trabalhadas como destacam os autores Jorge, Ribeiro e André (2019). Segundo a Classificação Internacional de Doenças, pode-se dizer que o TDO é caracterizado por ser um Transtorno de conduta que se manifesta habitualmente em crianças jovens, apresenta como características um comportamento provocador, desobediente ou perturbador e não acompanhado de comportamentos delituosos ou de condutas agressivas ou dissociais graves. Para que um diagnóstico positivo possa ser feito, o transtorno deve corresponder aos seguintes critérios gerais citados em F-91 (capítulo da classificação internacional de doenças que aborda e caracteriza os distúrbios de conduta), são eles: Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 34 Manifestações excessivas de agressividade e de tirania; Crueldade com relação a outras pessoas ou a animais; Destruição dos bens de outrem; Condutas incendiárias; roubos; mentiras repetidas; cabular aulas e fugir de casa; crises de birra e de desobediência anormalmente frequentes e graves. A presença de manifestações nítidas de um dos grupos de conduta precedentes é suficiente para o diagnóstico, mas atos dissociais isolados não o são. Portanto ainda segundo a Classificação Internacional de Doenças esta categoria deve ser utilizada com prudência, em particular nas crianças com mais idade, dado que os transtornos de conduta que apresentam uma significação clínica se acompanham habitualmente de comportamentos dissociais ou agressivos que ultrapassam o quadro de um comportamento provocador, desobediente ou perturbador. Por isso em algum momento poderá se deparar com uma criança com suspeita de TOD e precisará realizar uma avalição psicopedagógica. Principais Transtornos e Deficiência: Transtorno do Espetro Autista- TEA, Transtornos Desintegrativos e Deficiência Intelectual O presente tópico visa apresentar de forma objetiva e clara os principais Transtornos, Síndromes e Deficiência que podem levar a desafios e dificuldades de aprendizagem. TEA -Transtorno do Espetro Autista De acordo com DSM-5 o Transtorno do Espectro Autista é novo nome para categoria, que inclui transtorno autístico (autismo), Transtorno de Asperger,Transtorno Desintegrativo da Infância e Transtorno Global ou Invasivo do desenvolvimento sem outra especificação. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 35 Atualmente, os domínios para o TEA incluem deficiências na comunicação, na interação social, nos interesses restritos e nos comportamentos repetitivos. A chamada tríade autista (ACAMPORA, 2019). Agora o DSM-5 são realizadas distinções de acordo com a nível de gravidade à interação e comunicação: Nível 1- pouco dependente, nível 2- dependência moderada, nível 3- muito dependente. De acordo com o DSM-5, são esses os critérios de diagnóstico: A-Deficiências persistentes na comunicação e interação social: Limitação na reciprocidade social e emocional; Limitação nos comportamentos de comunicação não verbal utilizados para interação social; Limitação em iniciar, manter e entender relacionamentos, variando de dificuldades com adaptação de comportamento para se ajustar as diversas situações sociais. B-Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, manifestadas pelo menos por dois dos seguintes aspectos observados ou pela história clínica: Movimentos repetitivos e estereotipados no uso de objetos ou fala; Insistência nas mesmas coisas, aderência inflexível às rotinas ou padrões ritualísticos de comportamentos verbais e não verbais; Interesses restritos que são anormais na intensidade e foco; Hiper ou hiporreativo a estímulos sensoriais do ambiente C- Os sintomas devem estar presentes nas primeiras etapas do desenvolvimento. Eles podem não estar totalmente manifestos até que a demanda social exceder suas capacidades ou podem ficar mascarados por algumas estratégias de aprendizado ao longo da vida D- Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo nas áreas social, ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento atual do paciente. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 36 E- Esses distúrbios não são melhores explicados por deficiência cognitiva ou atraso global do desenvolvimento. Ainda de acordo com o DSM-5 no que se refere ao comprometimento da interação, enfatizam-se os prejuízos persistentes na comunicação e na interação social em vários contextos, e no que tange ao comportamento, citam-se padrões repetitivos e restritos dos comportamentos, interesses ou atividades, há referências à hipo ou hiper-reatividades a estímulos sensoriais ou a intenso interesse nos aspectos sensoriais do ambiente. O TEA pode se manifestar já nos primeiros meses de vida ou se apresentar após período inicial de desenvolvimento aparentemente normal seguido por regressão do desenvolvimento (autismo regressivo), o que ocorre em cerca de 30% dos casos diagnosticados. Também apresentam dificuldades sociais para compartilhar interesses, iniciar ou manter interações sociais; possuem dificuldades em compreender expressões faciais de sentimentos e afetos. Comportamentos estereotipados são observados (como bater palmas ou flapping – movimentar os braços como que batendo asas), os interesses são limitados, e há dificuldade em mudar rotinas, dentre outras alterações. Por isso é preciso conhecer sobre o TEA, pois provavelmente a criança com suspeita ou hipótese diagnóstica pode ser encaminhada pelo médico que acompanha para uma avaliação psicopedagógica. Transtornos Desintegrativos Os Transtornos Desintegrativos implicam na perda de funções e capacidade previamente adquirida pela criança e que a uma perceptível regressão. Para a realização do diagnóstico a perda deve ocorrer após dois anos de idade e antes dos dez anos e antes da regressão precisa ter o desenvolvimento claro das competências da linguagem, comunicação verbal, jogo, relações sociais e condutas adaptativas (ACAMPORA, 2019). Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 37 Nesse sentido, o critério para o diagnóstico é que deve haver a perda de pelo menos em duas destas cinco áreas (COLL, 2004, apud ACAMPORA,2019): 1- Linguagem Expressiva e Receptiva; 2- Competências Sociais e adaptativas; 3- Controle de esfíncteres vesicais e/ou anais; 4- Jogo; 5- Destrezas motoras Por isso, muitas vezes se faz necessário o processo de avaliação psicopedagógica. Deficiência Intelectual De acordo com o DSM-5 a Deficiência intelectual é um transtorno com início no período do desenvolvimento que inclui déficits funcionais, tanto intelectuais quanto adaptativos, nos domínios conceitual, social e prático. O DSM-5 caracteriza a Deficiência Intelectual em Leve, Moderada, Grave e Profunda. Para o diagnóstico é preciso preencher os seguintes critérios: Déficits em funções intelectuais como raciocínio, solução de problemas, planejamento, pensamento abstrato, juízo, aprendizagem acadêmica e aprendizagem pela experiência confirmado tanto pela avaliação clínica quanto por testes de inteligência padronizados e individualizados. Déficits em funções adaptativas que resultam em fracasso para atingir padrões de desenvolvimento e socioculturais em relação a independência pessoal e responsabilidade social. Sem apoio continuado, os déficits de adaptação limitam o funcionamento em uma ou mais atividades diárias, como: comunicação, participação social e vida independente, e em múltiplos ambientes, como em casa, na escola, no local de trabalho e na comunidade. Início dos déficits intelectuais e adaptativos durante o período do desenvolvimento. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 38 Importante destacar que a avaliação da deficiência Intelectual não é somente psicopedagógica, neurológica ou neuropsicológica, precisa ser biopsicossocial, e realizada por uma equipe multidisciplinar, de acordo com a Lei nº 13.146/2015, precisa considerar: I- Os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; II- Os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; III- A limitação no desempenho de atividades; IV- A restrição de participação As causas da Deficiência Intelectual advêm de vários processos patológicos que afetam o funcionamento do sistema nervoso central que podem ser: hereditariedade (mutações genéticas); alterações no desenvolvimento embrionário; alterações cromossômicas (Síndrome de Down e outras síndromes, como o X- frágil); dano causado por toxinas durante a gestação (álcool, drogas); problemas na gravidez (infecção urinária); desnutrição fetal, prematuridade, hipóxia, traumas encefálicos; influencias ambientais e outros transtornos mentais, maus tratos quando bebê, falta de estimulação social, linguística e outras; Essas são os Transtornos e deficiências que a escola, os pais e até mesmo médicos podem solicitar avaliação psicopedagógica. Diagnóstico Operatório - Provas Piagetianas As provas operatórias são baseadas nas fases de desenvolvimento de Jean Piaget. A provas piagetianas pode auxiliar na compreensão do funcionamento das habilidades lógicas do indivíduo, permitindo investigar e identificar o nível cognitivo, bem como atrasado em relação a idade cronológica. Piaget dividiu o desenvolvimento humano em quatro estágios vividos de acordo com cada pessoa. Que são: sensório motor – até os dois anos de idade, nesse estágio a criança busca adquirir o controle motor e aprender sobre objetos físicos que o rodeia; o estágio simbólico ou pré-operatório – de dois a 8 anos de Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 39 idade, nesse estágio a criança busca habilidade verbal; o estágio operatório concreto- entre 7/8 anos a 11/12 anos de idade, nesse estágio a criança lida comconceitos abstratos, números e relacionamentos; o estágio operatório formal- de 12/14 anos a 15 anos, no qual a criança começa a ter raciocínio lógico e sistemático (OLIVEIRA, 2012). As provas operatórias ou piagetianas são classificadas em provas de conservação, classificação, seriação e mensuração espacial. São treze provas: Conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos, Conservação de superfície, Conservação de líquidos, Conservação de massa, Conservação de peso, Conservação de massa, Conservação de peso, Conservação de volume, Conservação de comprimento, Mudança de critério (dicotomia), Inclusão de classes, Intersecção de classes, Seriação de palitos, Combinação de Fichas e Predição. Para aplicação das provas operatórias é preciso de muita atenção, para quem ainda não se sente seguro para aplicação, sugiro ter um roteiro de aplicação, você mesmo pode elaborar o seu roteiro, da melhor forma que convier. Sampaio (2018) destaca para aplicar as provas, deve-se aplicar várias provas de conservação em uma mesma sessão, para que não haja uma possível contaminação das repostas da pessoa. É interessante que alterne entre provas de conservação, classificação e seriação. É muito importante anotar as respostas do avaliado, até mesmo as reações, postura, falar, as reações diante o desconhecido, os seus argumentos e questionamento, como manipula os objetos, como organiza o material (SAMPAIO,2018). Para a avaliação, as respostas são divididas em três níveis, segundo Sampaio (2018): Nível 1: Não há conservação, o sujeito não atinge o nível operatório nesse domínio; Nível 2 ou intermediário: As respostas apresentam oscilações, instabilidade ou não são completas. Em um momento, conservam, em outro não. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 40 Nível 3: As respostas demonstram aquisição da noção, sem vacilação. Atenção: Algumas crianças não obtêm êxito em apenas uma prova e apresentam acerto operatório nas demais. Porém isso não significa que ela esteja em defasagem. É preciso analisar o resultado geral das provas. Sampaio (2018) relaciona quais provas podem ser utilizadas na aplicação das provas operatórias: Seleção das provas operatórias para pensamento operatório concreto de acordo com a idade: 7 anos (seriação, conservação de pequenos conjuntos discretos de elementos; conservação de massa; Conservação de comprimento; Conservação de superfície; Conservação de líquido; Espaço unidimensional); 8 a 9 anos (todos de 7 anos, mais quantificação de inclusão de classes, interseção de classe e Espaço bidimensional); 10 a 11 anos (todos de 8 anos, mais a conservação de volume) Seleção das provas para pensamento formal: acima de 12 anos, procure iniciar com conservação de volume, caso não consiga, aplique as provas de pensamento formal, caso ainda tenha dificuldade aplica as provas anteriores, depois aplique a combinação de fichas; permutação de fichas, predição espaço tridimensional. É sempre importante perguntar ao avaliado, após cada resolução de atividade, como ele sabe, peça para explicar como resolveu, com o objetivo de observar como o avaliado pensa e que argumentos utiliza. O avaliado pode conservar, mas também pode apresentar desafios em argumentar e explica como denota Sampaio (2018). Aplicação das Provas operatórias: De acordo com o que apresentamos, pode-se perceber que a aplicação das provas operatórias é extensa, por isso é preciso o roteiro, e também é preciso por dividir em etapas de aplicação. Não é recomendado aplicar tudo no Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 41 mesmo dia, procure dividir em sessões. Aplicar tudo na mesma sessão pode levar o avaliado a fadiga e a responder de forma aleatória, por já estar cansado. Vamos então para aplicação na prática, o roteiro de provas operatórias piagetianas elaborada pelo Professor Jefferson Baptista Macedo (2014) que se encontra bem didático e que pode ser utilizado incialmente. Depois de você poderá criar o seu próprio roteiro. É importante que você já tenha preparado todo o material para a avaliação, conforme venho enfatizando é preciso planejamento, para que tudo aconteça da melhor maneira possível. Segue um exemplo de aplicação de prova de conservação. Prova de conservação: Número: 10 fichas vermelhas e 10 fichas azuis Disponha sobre a mesa 6 a 8 fichas azuis (para a criança de 4 anos, usar 6 fichas), alinhando-as. Pedir à criança que faça outra fileira igual com as fichas vermelhas, dizendo: Faça outra fileira com as suas fichas e coloque a mesma quantidade como eu fiz com as azuis. Espere a criança realizar e depois faça o seguinte questionamento: você tem certeza que estas duas fileiras têm a mesma quantidade de fichas? Como você sabe disso? A preparação é finalizada quando a criança dá uma resposta positiva para o questionamento. Anote as repostas. Depois faça uma modificação na disposição das fichas de uma das fileiras, espaçando-as, de modo que uma fique mais comprida do que a outra, a faça o seguinte questionamento: E agora? As fileiras ainda têm a mesma quantidade (tanto) de fichas? Como você sabe disso? Se a resposta for negativa, pergunte: Onde tem mais? Como você sabe? Independente da resposta faça a contra argumentação. Como pode ser realizada a contra argumentação: Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 42 Conservação: Olha como esta fila é mais comprida do que a outras, será que aqui não tem mais fichas? Não- Conservação: Você se lembra que antes havia uma ficha em frente a outra? Retorno: Se arrumarmos as fichas como antes, as fileiras ficarão iguais? Posteriormente faça uma nova preparação: Faça um círculo com as fichas azuis e peça à criança para ajudar e fazer a mesma coisa com as fichas vermelhas de modo que fiquem idênticos. Anotar o que a criança fez e perguntar: Você tem certeza que os círculos têm a mesma quantidade? Há a mesma quantidade (tanto) de fichas vermelhas e azuis? Como você sabe? A preparação é finalizada quando a criança dá uma resposta positiva para o questionamento. Em seguida junte as fichas de um dos círculos e pergunte: E agora? Ainda há mesma quantidade de fichas azuis e vermelhas? Como você sabe disso? Agora faça a contra-argumentação: Conversação: Veja como os círculos são diferentes? Será mesmo que tem a mesma quantidade? Não- conservação: Você se lembra que antes havia uma ficha vermelha em frente a uma azul? Retorno: Se arrumamos os círculos como antes, eles serão iguais? Formação da Hipótese Diagnóstica: Possui Noção de Conservação de quantidade- afirma a igualdade da quantidade mesmo quando a correspondência ótica deixa de existir. Argumentações lógicas: De identidade: Colocamos a mesma quantidade, você somente espalhou; De Reversibilidade simples: Se esticar vai ficar igual Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 43 De Reversibilidade por reciprocidade: esta fileira é mais comprida porque as fichas estão separadas, mas a quantidade é a mesma. Não possui Noção de Conservação de Quantidade- Quando admite que a quantidade de um conjunto é maior ou menor, quando a configuração espacial é modificada; Transição: Algumas vezes admite e outras nega a conservação Diante desse exemplo, pode-se ter a avaliação da prova de conservação: Nível 1- Não conservador Nível 2- Transição Nível 3- Conservador Qual nível encontra-se a criança que avaliou: 1, 2 ou 3. E dessa forma, você pode proceder em todas as provas operatórias. Lembrando que é importante sempre anotar todas as observações.Como destaquei as provas operatórias são extensas e seria provavelmente um outro curso e como estamos em um curso de avaliação e intervenção psicopedagógica vamos seguir para outros aspectos importantes também nesse processo. Teoria da Epistemologia Convergente (Jorge Visca) Jorge Visca, é argentino, psicólogo, foi o idealizador da teoria Epistemologia Convergente. A literatura sobre a teoria elaborada por Visca destaca que a Epistemologia Convergente constitui-se a partir das contribuições de outras três grandes linhas de pensamento – a Epistemologia Genética de Jean Piaget; a Psicanálise de Sigmund Freud; e a Psicologia Social de Pichón Riviere. Seu objetivo era de propor um modelo que servisse de base clínica para o processo diagnóstico, o tratamento corretor e por último como processo preventivo (BUENO & ALMEIDA, 2017). De acordo com Visca (1987) a aprendizagem depende de uma estrutura no qual envolva o cognitivo, afetivo e social, no qual estão interligadas. Nesse Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 44 sentido a inteligência se constrói a partir da ação mútua do sujeito e o contexto social, que para aprender pensar socialmente é indispensável a orientação do condutor e o contato do aprendente com outros de si por isso a Epistemologia Convergente. O processo de ensino e aprendizagem é entendido, portanto, como um processo global uma vez que envolve a dimensão cognitiva – das estruturas que possibilitam o conhecimento; a dimensão afetiva – das emoções, motivação e inclinações para o ato de aprender; e a dimensão social – referente ás particularidades do meio social e cultural de cada sujeito (BUENO &ALMEIDA, 2017). A teoria da psicologia genética de Jean Piaget, aborda a construção das aprendizagens em estruturas cognitivas, na qual os conceitos são construídos pelo indivíduo para compreender e responder às experiências que decorrem do meio em que vive. Ao se reportar a teoria de Piaget, Visca compreendeu que ninguém pode tornar-se capaz de aprender algo acima do nível de estrutura perceptiva que demonstra (OLIVEIRA, 2012). Falamos sobre Piaget na aula anterior, e lá apresentamos as fases do desenvolvimento de Piaget. No entanto é importante destacar que na Epistemologia Convergente o desenvolvimento cognitivo não se respalda apenas no aspecto psicogenético. Os elementos afetivos e sociais também estão presentes no desenvolvimento e na aprendizagem do ser humano como bem destaca Oliveira (2012). A teoria psicanalítica também embasa a Epistemologia Convergente. Na visão da teoria duas pessoas podem ter o mesmo nível cognitivo e distinto em relação a um objeto, porém aprenderão de forma distintas pois possuem personalidades diferentes. Cabe relembrar que Freud investigava utilizando o método interpretativo, buscando significado aquilo que era manifesto. Para Visca a Psicanálise releva a importância das relações afetivas dos bons e maus vínculos estabelecidos pelo sujeito quando está diante do seu objeto de aprendizagem. Assim, para Visca cada contexto oferece diferentes crenças, conhecimentos, atitudes e habilidades (OLIVEIRA, 2012). Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 45 E a última linha teórica que inspirou Visca foi da psicologia social. Visca então se fundamenta em Pinchon-Rivière, que considera “o estabelecimento do vínculo como um principal atributo no processo de aprendizagem, caracterizando a formação do grupo operativo como uma unidade de funcionamento na aplicação no campo psicoterapêutico e na educação” (OLIVEIRA, 2012, p.23). Diante das fundamentações téoricas utilizada por Visca para embasar a teoria, a epistemologia convergente dentro de uma perspectiva integradora de três teorias possibilita ao psicopedagogo, psicólogo e educador refletir sobre os mais diversos causados problemas que aparecem no decorrer do processo de ensino e aprendizagem, como bem pontua Oliveira (2012). Partindo desta concepção é que Visca elabora sua proposta de avaliação diagnóstica, reiterando sempre seu caráter corretor e também preventivo no sentido de fazer com que o sujeito supere os obstáculos que estejam impedindo- o de aprender. Assim emergem não só as contribuições para o contexto psicopedagógico clínico, mas também para o âmbito educacional, de sala de aula e para as estratégias de ensino e aprendizagem escolar (BUENO &ALMEIDA, 2017). Na Epistemologia Convergente todo o processo de avaliação psicopedagógica, é estruturado para que se possa observar a interação entre o cognitivo e afetivo e no qual se resulta a aprendizagem. Por isso Visca estrutura o diagnóstico psicopedagógico da seguinte forma de acordo com (SAMPAIO, 2018). 1- Inicia-se com a primeira sessão com a entrevista contratual, o objetivo dessa entrevista é de colher os dados pessoais, ouvir a queixa que trazem sobre o que a criança, ou adolescente vem apresentando, explicar como é o trabalho do profissional, a quantidade de sessões, frequência, valores e demais dúvidas referentes ao processo naquele momento; 2- A realização da EOCA- Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem, que tem a intenção de investigar o modelo de aprendizagem da pessoa. É primeira sessão realizada com o avaliado, busca investigar os vínculos Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 46 que tem com os objetos e conteúdos de aprendizagem escolar, observar suas defesas, condutas evitativas e como enfrenta novos desafios; 3- Na terceira e quarta sessão geralmente aplica-se a provas operatórias, com o objetivo de conhecer o funcionamento e o desenvolvimento das funções lógicas da pessoa. A aplicação das provas permite investigar o nível cognitivo em que o avaliado se encontra e se há defasagem para a sua faixa etária de idade; 4- A quinta e sexta sessão é aplicação de técnicas projetivas, que tem como objetivo investigar os vínculos que a pessoa pode estabelecer em três grandes domínios: a escola, a família e consigo mesmo, por meio das técnicas projetivas é possível reconhecer três níveis em relação ao grau de consciência dos distintos aspectos que constituem o vínculo de aprendizagem; 5- Na sétima e oitava sessão, pode acontecer a aplicação de outros testes de acordo com a necessidade que o avaliador percebeu até o presente momento. E pode ser testes de avaliação de coordenação motora ampla e fina, esquema corporal, lateralidade, orientação espacial, temporal, sequência lógica, consciência fonológica, entre outras; 6- Somente na nona sessão que na Epistemologia Convergente realiza a Anamnese, que é uma entrevista realizada com os pais ou responsáveis, com o objetivo de resgatar a história de vida da pessoa, colher dados importantes que possam esclarecer fatos observados ao longo da avaliação. A anamnese é peça fundamental para avaliação, pois é por meio dela que vão ser revelados informações do passado, do presente da pessoa, e com todo histórico. Irá observar a visão da família sobre a criança ou adolescente, sobre a expectativa do nascimento, da gestação, dos primeiros anos de vida, desenvolvimento e crescimento; 7- A última sessão é a devolutiva de toda a avaliação psicopedagógica, essa acontece por meio de uma comunicação verbal, realizada aos pais ou responsáveis e o avaliado, dos resultados obtidos por meio da investigação. É importante também que além da comunicação verbal Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 47 entregue a família um relatório ou parecer, permitindo que os envolvidos tenham tudo documentado. Enfim, a Epistemologia Convergente de Visca, o ser humano aprende sem interrupções desde seu nascimento até a morte. A teoriafundamenta-se na assimilação recíproca das contribuições das escolas piagetianas, psicanalíticas e da psicologia social O que se entende a aprendizagem como uma variável dependente dos aspectos afetivos, cognitivos e escoais que acontecem ao mesmo tempo (OLIVEIRA, 2012). Instrumentos e Técnicas Projetivas na avaliação Psicopedagógica A aplicação de instrumentos e técnicas projetivas tem por objetivo procurar investigar os vínculos que o sujeito pode estabelecer em três grandes domínios: o escolar, o familiar e consigo mesmo (SAMPAIO, 2018). Weiss (2012), destaca que o princípio básico das técnicas projetivas é uma forma do sujeito perceber, interpretar e estruturar o material ou a situação que reflete os aspectos fundamentais do psiquismo. Assim é possível buscar relações com a apreensão do conhecimento, como procurar, evitar, distorcer, omitir esquecer algo que lhe é apresentado. Com o uso de técnicas projetivas pode-se detectar, obstáculos afetivos existentes nesse processo de aprendizagem de nível geral e especificamente escolar. O objetivo das técnicas projetivas é de descobri como o sujeito usa seus próprios recursos cognitivos a serviço da expressão de sus emoções. O importante é a leitura psicopedagógica das situações trazidas pelo o indivíduo, pois muitas vezes o não saber lidar com a emoções impacta no processo de ensino aprendizagem (WEISS, 2012). Weiss (2012), destaca que existem três grupos de técnicas projetivas que podem ser utilizados na avaliação psicopedagógica, que são: Técnica dos relatos, o grafismo e as provas projetivas Psicopedagógicas. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 48 A técnica de relatos: os testes mais utilizados são o CAT- Teste de Apercepção Infantil e o TAT- Teste de Apercepção Temática. Esses dois testes trabalham com estruturas, forma de aplicação, registro e avaliação semelhantes. O número de pranchas a ser utilizado depende de cada caso. E o mais importante é o bom registo dos relatos e atitudes do avaliado durante a aplicação das pranchas. O TAT, por exemplo é um teste composto de 19 pranchas com gravuras e uma em branco. Ele se baseia no pressuposto de que o avaliado, estado muito envolvido na tarefa, esquece-se de se defender e relata coisas sobre os personagens que se aplicam a própria pessoa. Avalia-se o protagonista, o aspecto formal que é narrativa, a linguagem, os sentimentos e emoções. Já o CAT- pode ser aplicado como uma brincadeira, como por exemplo, “conte uma história dos animais que aparecem na prancha? ” Observe e anote tudo que o avaliado trouxe. O uso do grafismo na avaliação psicopedagógica, é de fácil aplicação somente lápis e papel podem ser utilizados, somo sugestão solicite ao avaliado que realize um desenho da figura humana, pode ser dele mesmo. E conte uma história sobre o desenho, o profissional pode realizar perguntas. Existe ainda o Teste projetivo do HTP- Casa, Arvore e Pessoa, no qual esses três temas são agrupados numa sequência mobilizadora e analisados em conjunto. É importante observar a produção dos desenhos por onde a criança começa, se ela conta uma história do desenho no processo. Importante destacar, não confundir, ao analisar o desenho, os aspectos evolutivos com aspectos patológicos, embasar na fase de desenvolvimento da criança, ou adolescente. Sobre as provas projetivas Psicopedagógicas, existem inúmeras, no entanto a proposta é ter um olhar psicopedagógico, pois algumas provas são nitidamente escolares, outras relacionadas ao contexto familiar, ou até da vida de uma forma geral, mas sempre indo pelo viés do processo de aprendizagem. Como exemplo de provas projetivas Psicopedagógicas, temos: Dupla Educativa: elaborada por Malvina Oris e Pichona Ocampo, que analisa de acordo com proposta de Jorge Visca, cujo objetivo é pesquisar o vínculo com a aprendizagem, o professor, os objetos escolares. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 49 Eu e meus companheiros: elaborado por Sara Bozzo, no qualo objetivo é pesquisar vínculos com os colegas de turma e com a escola, sentimentos vividos em sala de aula e expectativas; A planta da sala de aula: no qual visa pesquisar a representação geográfica da sala de aula e campo psicológico da sala de aula, as posições dos alunos e a desejada pelo avaliado. Família Educativa: prova no qual se desenha uma família realizando alguma atividade, o objetivo é pesquisa as relações de aprendizagem dentro da família, o modelo de aprendizagem que os diferentes membros da família possuem e transmitem. Como podem visualizar, existem várias técnicas projetivas que podem ser utilizadas no processo de avaliação psicopedagógica, porém importante salientar que os teste de TAT, CAT e HTP, são exclusivos do uso do profissional de psicologia, sendo vetado a aplicação de outros profissionais. Weiss (2012) destaca que as provas e testes não podem ser utilizados, apenas, entro dos limites propostas nos seus objetivos, mas, sim, analisados como dados que permitem diferentes perspectivas na compreensão integrada do avaliado. Ferramentas: Instrumentos, testes e escalas Psicopedagógicas para Avaliação dos Aspectos Educacionais e Funções Executivas De acordo com Weiss (2012) o uso de testes e provas não é indispensável num processo de avaliação psicopedagógica. Ele representa um recurso a mais a ser explorado pelo profissional em alguns casos. Importante destacar que os testes e provas são selecionados de acordo com a necessidade surgida em função de hipóteses expostas na entrevista com os familiares e nas atividades iniciais realizadas com a criança, adolescente ou adulto. Weiss (2012) salienta que por ser um meio auxiliar, é fundamental a observação cuidadosa, a escuta durante o processo de execução e a leitura psicopedagógica possível de ser feita do produto realizado. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 50 É sempre bom relembrar que durante a avaliação psicopedagógica precisamos ver a pessoa como um todo: questões familiares, escolares, sociais, afetivas, cognitivo. Existem muitos instrumentos e escalas que podem ser utilizados na avaliação psicopedagógica, aqui apresentaremos alguns deles: IAR- Instrumento de Avaliação do Repertório Básico para a alfabetização: Que tem como objetivos: avaliar o repertório comportamental das crianças no que diz respeito aos pré-requisitos fundamentais para a aprendizagem da leitura e escrita; possibilitar informações que indicarão se a criança está em condições ideais de iniciar a alfabetização propriamente dita; fornecer aos professores informações seguras sobre que habilidades ou conceitos deverão ser treinados para que a criança possa iniciar a aprendizagem da leitura e escrita. Teste de Competência de Leitura: Esse teste pode ser usado em pessoas de todas as faixas etárias, apesar de poder ser aplicado em todas as faixas etárias, é preciso que a criança já encontre-se alfabetizada (SAMPAIO, 2018). Enquanto a pessoa realiza a leitura, você como profissional que está avaliando, vai somar a quantidade de palavras lidas, nos cinco minutos e dividir o resultado por cinco para saber o número de palavras lidas em um minuto. Esse teste pode ser usado em casos de suspeita de Dislexia, pois a pessoa com dislexia costuma ler menos de 50 a 60 palavras por minuto. Após a leitura do texto pode-se também realizar algumas perguntas sobre o texto, como quem são os personagens, o que aconteceu, para realizar uma síntese oral, síntese escrita e pode-se realizar também ditado com palavras do texto. Fonte: Site Amazon Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br- CNPJ: 40.090.634/0001-05 51 TCLPP - Teste De Competência de Leitura De Palavras e Pseudo: Visa avaliar a competência de leitura silenciosa de palavras isoladas. Avaliação da compreensão Leitora de Textos Expositivos. O teste em questão tem como objetivo principal auxiliar os psicopedagogos e fonoaudiólogos na avaliação da compreensão leitora dos pacientes a eles encaminhados. TDE II – Teste de Desempenho Escolar: é um instrumento que busca oferecer de forma objetiva uma avaliação das capacidades fundamentais para o desempenho escolar, mais especificamente da escrita, aritmética e leitura. Indica de uma maneira abrangente, quais as áreas da aprendizagem escolar que estão preservadas ou prejudicadas no examinando. A faixa etária abrange a avaliação de escolares de 1ª a 6ª séries do Ensino Fundamental, ainda que possa ser utilizado com algumas reservas, para a 7ª e 8ª séries. Teste de Sondagem de Escrita: o presente teste visa saber em que fase da escrita a pessoa encontra, principalmente para crianças que estão na fase alfabetização. Se estão na fase pré-silábica, silábico alfabético ou alfabético. Entregue para a criança uma folha de papel A4, lápis e borracha, solicite que a criança escreva o nome dela; dite as palavras uma a uma e peça que escreva: elefante, formiga, cachorro, tigre e rã. Faça o ditado de uma frase e pela que escreva: O cachorro pisou na formiga. Entregue a criança dois cartões escrito em cada um: Boi e no outro cartão aranha e peça-lhe que aponte onde está escrito a palavra boi e onde está escrito Fonte: site amazon Fonte: site Amazon Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 52 a palavra aranha. Pode fazer isso com outras palavras, com isso irá observar a superação do realismo nominal. Para observações das questões matemáticas, pode-se fazer o uso de instrumentos como jogo de pega varetas e dominó como sugere Sampaio (2018), com pega varetas pode-se observar as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão, bem como também com o dominó. Pode ser propor ainda situações problemas para observar o raciocínio lógico. Lembrando que precisa ser de acordo com a faixa etária da pessoa que está em avaliação. Há ainda os testes de avaliação das Funções Executivas e atenção que citei no módulo I, que são: Teste de Atenção por Cancelamento que foi desenvolvido por Montiel e Seabra (2009, 2012) que consiste em três matrizes impressa com diferentes tipos de estímulos. A pessoa que está realizando o teste deve assinalar todos os estímulos iguais ao solicitado, avaliando assim a atenção seletiva. Sendo que o teste tem um tempo determinado para ser aplicado (GODOY, 2012). Na primeira parte do instrumento avalia a atenção seletiva e consiste numa prova de cancelamento de figura numa triz impressa com seis tipos de estímulos (círculo, quadrado, triangulo, cruz, estrela, retângulo), elas são expostas de forma aleatória, sendo que a figura-alvo fica indicada na parte superior da folha (GODOY, 2012). A segunda parte do teste também avalia a atenção seletiva, porém com grau de dificuldade maior, sendo que a tarefa é semelhante a da primeira parte, porém a figura-alvo é composto por figuras duplas. Assim deverá procurar um par de figuras geométricas (GODOY, 2012). Na terceira parte do teste, atenção seletiva também é avaliada, porém demanda a avaliação de alternância, pois é preciso mudar de foco em cada linha. Nessa parte o estímulo-alvo muda a cada linha (GODOY, 2012). Para realização do teste em cada parte é de 1 minuto. Para correção são computados o número de acertos, erros, alvos cancelados indevidamente, alvos não cancelados. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 53 Teste da Torre de Londres: busca avaliar a capacidade de planejamento, decisão estratégica e de resolução de problemas em crianças e adolescentes. O objetivo do Torre de Londres é oferecer um teste com níveis progressivos de dificuldade. O teste baseia-se na utilização de um instrumento que é constituído por três hastes verticais de comprimentos diferentes, três esferas coloridas (uma vermelha, uma verde e azul): a pessoa deve transpor estas esferas em um determinado número de movimentos de modo a obter a configuração indicada pelo profissional. Para todos os itens do teste, há sempre uma mesma posição inicial das esferas encaixadas nas hastes, cabendo ao sujeito reorganizá-las, de acordo com aposição-alvo apresentada em um caderno de aplicação. Nesse sentido, a medida que a pessoa evolui de um item para outro teste, o nível de dificuldade aumenta proporcionalmente ao número de movimentos necessários para solucionar cada uma das tarefas. Por isso é fundamental inicialmente planejar ouse já, pensar antes, representar mentalmente cada passo, para executar (MENEZES, DIAS & SEABRA, 2012). Na correção do teste, serão consideradas respostas corretas quando a solução fora alcançada com número mínimo de movimentos. São oferecidas três tentativas para cada posição apresentada, se naquele item não conseguir realizar a pontuação é zero. O tempo de aplicação do teste é de cerca 15 a 20 minutos (MENEZES, DIAS & SEABRA, 2012). Fonte: Livro: Avaliação neuropsicológica cognitiva: atenção e funções executiva Fonte: Site Amazon Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 54 Saliento que para avaliação psicopedagógica não é necessário fazer uso de todas ferramentas aqui apresentadas, porém é preciso conhecer, pois cada uma pode ser utilizada de acordo com a queixa e hipótese do avaliado. Instrumentos de Avaliação e intervenção para Consciência Fonológica É muito importante a realização da Consciência Fonológica, principalmente de crianças pequenas e que estão iniciando a alfabetização. Até mesmo das crianças com suspeita de Dislexia ou TPAC. Segundo Sampaio (2018), alguns estudos mostram que pessoas com dislexia pode ter prejuízo na identificação de rima, manipulação de fonemas, que caracteriza-se em um desafio na consciência fonológica, é por isso, a dificuldade da leitura, apesar de ter um nível dentro do esperado em relação a inteligência. Cabe destacar que muitas vezes também ocorre com os TPAC. Mas como avaliar a consciência fonológica? Existem algumas maneiras que vou exemplificar para vocês. Separe figuras que terminam com o mesmo som, por exemplo: sapo- mato-gato-pato; leão-pião-balão-mamão; pode utilizar com outras terminações e mostre a criança as figuras e peça para que fale o nome de cada uma. Peça para criança colocar as figuras juntas que tem o mesmo som. Outra forma, é apresentar figuras diversas que as palavras comecem com o mesmo som, por exemplo: macaco-maçã-mala; panela- paçoca-palhaço; caneta-cachorro-cabelo. Peça para colocar as figuras juntas que tem o mesmo som inicial. Outra atividade que pode ser utilizada são as Rimas, fale para criança três palavras, no qual somente uma irá rimar com a outra, por exemplo: caneta- livro, gaveta e geladeira; papel- lápis, borracha e pastel. Pode também solicitar que durante a avaliação escreva palavras que rimem. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 55 Pode ainda, fazer a troca de letras, por exemplo: Se a palavra é SOL e eu trocar a letra O pela letra A, que palavra forma? Se a palavra é PATO e eu troco a letra P pela letra G, que palavra forma? Sampaio (2018) ainda sugere observar a escrita de palavras que começam com sons semelhantes. Em uma folha de papel, separe em duas colunas e coloque letra F e letra V. Informe que irárealizar o ditado de palavras que começam com essas letras e peça para escrever na coluna correspondente aquela letra. Pode fazer também com a letra p e b, d e t, pois são letras com sons semelhantes e que confundem muito quem está no processo de alfabetização. Existe ainda outro teste específicos para avaliação da Consciência Fonológica, como o CONFIAS – Consciência Fonológica Instrumento de Avaliação Sequencial. A utilização deste instrumento possibilita a investigação das capacidades fonológicas, considerando a relação com a hipótese da escrita (Ferreiro & Teberosky, 1991). Além disso, contribui para a prática na alfabetização e instrumentaliza profissionais de diferentes áreas tais como fonoaudiólogos, psicopedagogos, psicólogos e educadores, podendo também, subsidiar pesquisas acadêmicas na área da linguagem, da psicologia cognitiva e da educação. Faixa etária: a partir de 4 anos de idade. Fonte: Site Amazon Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 56 Avaliação dos Aspectos Psicomotores, coordenação motora ampla e fina, coordenação visomotora, lateralidade, esquema corporal, orientação temporal e espacial e sequência lógica; Habilidades adaptativas e Atividades de Vida Social e autônoma- AVAS e Avaliação dos Aspectos emocionais, afetivos e comportamentais Na avaliação psicopedagógica é muito importante, avaliar também os aspectos psicomotores, bem como as habilidades adaptativas e de vida social e autônoma, principalmente de crianças pequenas e de crianças que estão ingressando no processo de alfabetização. Para essa avaliação é preciso de alguns materiais, mas faça de acordo com o que você pode utilizar, aproveite esse momento no qual trabalhamos mais o movimento e crie. O importante é observar se os parâmetros avaliados estão de acordo com a idade de desenvolvimento do avaliado. Avaliação da Coordenação Motora Ampla: Na avaliação da coordenação motora ampla, procuramos avaliar o momento da criança, por exemplo, como ela corre, pula, salta, dança, sobe de desce escadas. Sugiro que faça um pequeno circuito com alguns obstáculos para que possa observar os movimentos da criança. Avaliação da Coordenação Motora fina: Na avaliação da coordenação motora fina, observamos por meio de movimentos se a criança consegue alinhavar, fazer o movimento de pinça correto, realizar traço em cima de uma linha. Nesse momento poderá oferecer pedacinhos de canudos e fio de barbante e solicitar que passe o barbante por dentro do pedacinho de canudo, pode fazer uso de pregador de roupa e pedir para abri-lo e fechar em algum papel, pode pedir para separar alguns grãos de um por um. Pode ainda fazer uso de peças de lego para observar o encaixe e desencaixe, a força. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 57 Avaliação da Coordenação Viso motora: Na avaliação da coordenação viso motora, no qual observa-se se tem capacidade de observar, reconhecer e usar as informações visuais em relação as forma, figuras e objetos. Para essa avaliação pode entregar figuras geométrica e solicitar que reproduza numa folha de papel. Alguns psicólogos fazem uso do teste Gestáltico Viso-motor de Bender (B-SPG), que visa observar as questões psicomotoras e espaciais. Também pode fazer utilizar outras atividades para avaliar como: realização de transposição de objetos de um recipiente para outro, montagem de quebra-cabeça com peças adequadas para a idade, realizar pareamento de figuras iguais e diferentes. Lateralidade: Na avaliação da lateralidade, no qual observa-se qual é mão dominante, chuta a bola com qual perna, qual o olho dominante. Nesse momento pode sugerir um jogo com bola, observando com qual perna chuta, durante a realização de um desenho observar com qual mão usa para desenhar, para observa o olho dominante, pode fazer um buraco no papel entregar e pedir para olhar pelo buraco no papel, geralmente leva o buraco para o olho dominante. Segundo Sampaio (2018), para suspeita de dislexia é muito importante fazer a avaliação da lateralidade, pois alguns estudos mostram a dificuldade que muitos têm em relação a esse aspecto. Crianças com dificuldade na lateralidade, pode apresentar dificuldade de identificar posição de letra, confundindo como p,q,b,d; ler da direita pra esquerda, escrever espelhado, confundir números como por exemplo o 6 9. Esquema Corporal: Na avaliação do esquema corporal, no qual observa-se se tem o conhecimento do seu próprio corpo e se reconhece o outro. Pode ser realizado por meio do desenho da figura humana, e observar se desenhou toda a figura Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 58 com cabeça, tronco, pernas, braços e etc. Pode também fazer em forma de brincadeira, como a brincadeira do Mestre Mandou. Orientação Temporal: Na avaliação de Orientação Temporal, visa observar se tem conhecimento de turnos do dia como: está de manhã, de noite? Dias da semana, Meses do ano, em que ano estamos, que horas tomamos o café da manhã, almoçamos e jantamos, quando é hora de dormir, se já sabe olhar as horas em relógio de ponteiros. Lembrando que precisamos observar de acordo com a idade de cada um. Orientação Espacial: Na avaliação de Orientação Espacial, que vis observar se tem conhecimento de situar-se e orienta-se em relação aos objetos, as pessoas e o seu próprio corpo num espaço. Pode-se fazer uso de quebra-cabeças, adequado para a idade, pedir para desenhar a sala de aula, ou a casa. Com um objeto pode colocá-lo em várias posições e perguntar em posição se encontra. Como colocar o objeto em cima da mesa, embaixo da mesa, atrás da cadeira, a frente da cadeira, ao lado. E assim percebendo se responde de forma assertiva ou não. A dificuldade de organização espacial pode refletir no posicionamento de letras, em ordenar letras e palavras, bem como antecessores e sucessores (SAMPAIO, 2018). Sequência lógica: Avaliar a sequência lógica é muito importante, pois observa-se se consegue organizar os acontecimentos de acordo como estes acontecem. Observa-se também o pensamento, a atenção e memória. Para avaliação pode oferecer cartões com figuras que juntos formas uma história sequenciada. Pode também cantar uma música, iniciar a música e pedir para continuar. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 59 Habilidades adaptativas e Atividades de Vida Social e autônoma- AVAS A avaliação das Habilidade Adaptativas e Atividades de Vida Social e Autônoma, muitas vezes realizadas com crianças no qual encontra-se com suspeita do Transtorno do Espectro Autista ou Deficiência Intelectual. As Habilidade Adaptativas e Atividades de Vida Social e Autônoma, são habilidades que temos em nos adaptar ao ambiente e que conseguimos realizar de maneira autônoma, como a Comunicação, como a pessoa se comunica, Cuidados pessoais: vestir-se, limpar-se, higienizar-se, tomar banho sozinho, calçar sapatos ou sandálias. Habilidade sociais: como é a socialização; Saúde e segurança, se tem noção de perigo, se avisa que não está se sentindo bem, Desempenho escolar: diferencia a hora de brincar e de fazer atividades, cuidado com objetos escolares, guarda e organiza os objetos e materiais; Essas informações podem ser observadas ao longo do processo e avaliação, ou até mesmo na anamnese realizada com os pais ou responsáveis. Avaliação dos Aspectos emocionais, afetivos e comportamentais A avaliação dos aspectos emocionais afetivos e comportamentais é muito importante para observamos como o avaliado lida com as emoções,com a mudança de ambientes, como é seu comportamento mediante a situações. Esses aspectos podem ser observados durante toda avaliação, como reage quando chega ao consultório, como lida com contrariedades ou não fazemos o que deseja, como lida com frustrações. Demonstra ser uma pessoa, afetuosa, carinhosa, arredia, impulsiva. Para crianças em avaliação para o TEA, demonstra alguma reação. Como é seu comportamento quando chega em alguns lugares específicos. Apresenta episódios de birra, como eles são. Nesse contexto tudo isso pode ser observado e também perguntado aos pais ou responsáveis na Anamnese. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 60 O uso do lúdico no processo de avaliação e intervenção psicopedagógica O brincar é uma das melhores maneiras de estabelecer um vínculo, principalmente no processo de avaliação psicopedagógica com crianças. E é no brincar que também conseguimos avaliar muitos aspectos. Analisamos a forma do brincar, se é funcional ou não, o jogo simbólico. Aspectos esses fundamentais em crianças que estão em investigação para o TEA. Weiss (2012, p.75) destaca “é no espaço do brincar transicional, da criança-outro, individuo-meio, dá-se a aprendizagem”. E por isso, o processo lúdico é fundamental na avaliação psicopedagógica com crianças. No ambiente clinico e até mesmo escolar, é interessante, observar a idade das crianças para preparar a brincadeira, isso mesmo, é preciso também planejar com o que brincar, porque em momentos direcionar para obter os resultados. Depois pode deixar a criança brincar livremente também para observar esse momento. Por exemplo com crianças pequenas, é interessante levar brinquedos que geralmente as crianças adoram, como dinossauros. Nesse momento explore, os sons dos dinossauros, o que os dinossauros, fazem, onde eles vivem, o que eles comem, qual o dinossauro mais bravo, o mais legal. E assim vai observando a linguagem da criança, o foco atencional, a organização de ideias, entre outros. Aqui também pode trabalhar jogos de imitação, estatua, e jogos musicais. Crianças pequenas gostam muito de música. Com crianças maiores que já estão no processo de alfabetização pode utilizar jogos alfabéticos, com silabas, palavra, jogos da memória, quebra- cabeças, e até mesmo propor um jogo em que a criança coloque regras, uma corrida de carros, brincadeira de bonecas, por exemplo. Para observar atenção concentração e resolução de problemas tem o a Hora do Rush, que muitos adoram, como também o dominó. Com adolescentes também pode usar brincadeiras, jogos que utilizem raciocínio lógico, resolução de problemas, planejamento geralmente utiliza, jogos de tabuleiro ou com regras já definidas, temos tantos jogos no mercado, como Imagem & Ação, Jogo de detetive, Dama, Monopoly, entre tanto outros. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 61 Como salienta Weiss (2012), ao abrir espaço de brincar durante a avaliação psicopedagógica, estamos possibilitando um movimento de direção a saúde, pois o brincar é saudável. Rompe-se assim a fronteira ente o diagnóstico e tratamento. Acrescento mais, ao realizar a avaliação de maneira lúdica, já estamos também intervindo junto a criança e adolescente. Em sua experiência pratica Weiss (2012), observou que a sessão lúdica centrada na aprendizagem, fornece dados também sobre aspectos afetivos gerais da aprendizagem, ao adotar o uso do lúdico, começou a obter resultado satisfatório na avaliação, conseguindo diminuir o tempo do diagnóstico e o número de instrumentos. Na sessão Lúdica Centrada na Aprendizagem, Weiss (2012) propõe: o enquadramento específico que é onde acontecerá a sessão, a sala, o tempo, o material, o papel do profissional (observação); O modo do brincar, o que acontece nessa brincadeira, como a criança uso o material disponível, a relação com os objetos, se permanece centrada na brincadeira, resolve situações problemas, convida o profissional para brincar, ou brinca sozinha. Enfim, como já foi dito, muito pode ser observado nesse momento lúdico e de brincadeiras. O importante é observar a aprendizagem e investigar o que está envolvido nesse processo e a sua relação com a queixa. Observar, o que faz, como faz, como organiza esse fazer e também as múltiplas facetas cognitivas, afetivos, sociais e corporais. E assim, realizar interligações com os testes já realizados e as entrevistas realizadas com os pais ou responsáveis. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 62 Avaliação e proposta de intervenção para Transtornos Funcionais Específicos: TDAH, TPAC e TOD Nas aulas anteriores vimos claramente as ferramentas que podem ser utilizadas no processo de avaliação de forma em geral. Nesse tópico apresentarei os instrumentos, escalas para avaliação dos Transtorno Funcionais Específicos do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade- TDAH, Transtorno do Processamento Aditivo Central e Transtorno Desafiador opositor- TOD. Na avaliação psicopedagógica para pessoas com suspeita de TDAH pode-se fazer o uso de escalas: SNAP –IV É um questionário muito utilizado para rastrear o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, foi construído a partir dos sintomas do Manual de Diagnóstico e Estatística – IV Edição (DSM-IV) da Associação Americana de Psiquiátrica. O professor da criança também pode preencher o questionário. Em anexo pode-se encontrar a tradução validada pelo GEDA – Grupo de Estudos do Déficit de Atenção da UFRJ e pelo Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência da UFRGS. O questionário é composto de 18 questões no qual responde-se as escalas, nem um pouco, só um pouco, bastante e demais. Como avaliar: 1) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 1 a 9 = existem mais sintomas de desatenção que o esperado numa criança ou adolescente. 2) se existem pelo menos 6 itens marcados como “BASTANTE” ou “DEMAIS” de 10 a 18 = existem mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que o esperado numa criança ou adolescente. O questionário SNAP-IV é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios (critério A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são necessários. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 63 IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico de TDAH apenas com o critério A! Existem outros critérios, que veremos em breve. ETDAH- pais - Escala de Avaliação de comportamento infanto- juvenis no TDAH em ambiente familiar A escala em questão foi desenvolvida para avaliar os comportamentos infanto-juvenis (em crianças e adolescentes com idades entre 2 e 17 anos) em ambiente familiar, tendo os pais como fonte de informação no entendimento dos possíveis prejuízos de atenção hiperatividade e impulsividade, dificuldades emocionais e comportamentais, bem como a intensidade do prejuízo existente (moderado e grave). ETDAH- CriAd- Escala de Auto avaliação do TDAH: versão para crianças e adolescentes A escala em questão foi desenvolvida para trazer o entendimento da própria criança e do adolescente (com idades entre 6 e 15 anos) a respeito dos possíveis prejuízos de atenção, hiperatividade / impulsividade, bem como a intensidade do prejuízo (moderado ou grave). Os resultados observados com a aplicação da ETDAH-CriAd permitem a elaboração de um plano de intervenção psicológica, neuropsicológica, médica, escolar, social, psicopedagógica e psicoeducativa, e servem como medida de acompanhamento, ou seja, de monitoramento dos benefícios alcançados após intervenção e da necessidade deredirecionamento do plano interventivo. Fonte: site Amazon Fonte: site amazon Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 64 ASRS 18 É um questionário de rastreio para adultos, muito parecido com o SNAP- IV, aplicação segue o mesmo formato. É um questionário autoaplicável, que foi traduzido para a língua portuguesa, composto de 18 questões no qual responde- se as escalas, nunca, raramente, algumas vezes, frequentemente, muito frequentemente. Como avaliar: Se os itens de desatenção da parte A (1 a 9) e/ou os itens de hiperatividade-impulsividade da parte B (1 a 9) têm várias respostas marcadas como FREQUENTEMENTE ou MUITO FREQUENTEMENTE existe chances de ser portador de TDAH (pelo menos 4 em cada uma das partes). O questionário ASRS-18 é útil para avaliar apenas o primeiro dos critérios (critério A) para se fazer o diagnóstico. Existem outros critérios que também são necessários. IMPORTANTE: Não se pode fazer o diagnóstico de TDAH apenas com os sintomas descritos na tabela. Acampora (2019) destaca que de acordo com o DSM-5 o diagnóstico só e feito quando a criança atinge 6 anos de idade, pois é nesta época que ela começa a vivenciar situações específicas de aprendizagem onde um padrão de comportamento estruturado é necessário. Para a desatenção seis ou mais dos seguintes sintomas devem estar presentes de uma forma desadaptativa por um período de seis meses: Deixar de prestar atenção com frequência na escola, gerando muitos erros por descuido; Tem dificuldade persistente em manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas; Parece não escutar quando falam com ele, com frequência; Com frequência, não segue instruções e não termina uma atividade que começou; Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 65 Dificuldade de organizar tarefas e atividades frequentemente; Com frequência, evita ou antipatiza com as atividades que exijam esforço mental constante; Perde coisas com frequência; É facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa; Frequentemente apresenta esquecimentos com atividades diárias. Para Hiperatividade ou Impulsividade, seis ou mais dos seguintes sintomas devem estar presentes de uma maneira desadaptativa por um período de no mínimo seis meses: Remexe mãos ou pés ou se remexe na cadeira com frequência; Com frequência, não consegue permanecer sentado em sua cadeira; Frequentemente ocorre em demasia onde isso é inadequado; Dificuldade em brincar ou se envolver em atividades prazerosas em silêncio; Está frequentemente “ a mil” ou “ todo vapor”; Fala demais; Com frequência, responde apressadamente antes de a pergunta ter sido formulada; Tem frequente dificuldade em aguardar sua vez; Repetidas vezes interrompe ou entra no assunto dos outros. Em relação ao TDAH, pode ocorrer a presença de apenas desatenção, apenas hiperatividade ou impulsividade, ou de ambos. Geralmente, o transtorno deve começar antes dos sete anos de idade e manifestar e vários contextos como na escola, em casa, em outras atividades sociais. Porém é importante salientar que preencher a maioria das características não significa que tenha o TDAH, por isso necessária avaliação psicopedagógica e por vez neuropsicológica. Na avaliação psicopedagógica para o TDAH, além das escalas supracitadas, também pode realizar atividades lúdicas e demais atividades já citadas anteriormente. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 66 Em relação o Transtorno do Processamento Auditivo Central, conforme vimos na aula sobre a definição do Transtornos Funcionais Específicos, geralmente o diagnóstico é realizado pelo profissional de fonoaudiologia e com o otorrinolaringologista. Profissionais responsáveis pelo laudo e relatório médico. Nesse sentido, a avaliação psicopedagógica para crianças ou adolescentes com suspeita de TPAC podem ser realizadas por meio de provas e testes, bem como sessões lúdicas e jogos pedagógicos. Já para crianças com suspeita de TOD- Transtorno Opositor Desafiador, além das atividades já propostas para os outros, também é um diagnóstico mais clinico e que devem observar: Como é comportamento da criança em vários ambientes como escola, casa e com pessoas de um modo em geral. Além disso observar que tipo de prejuízo essa criança tem, se é social, afetivo, de aprendizagem. Geralmente não são crianças bem quistas na escola, tem a fama de caudadores de problemas e as pessoas acabam evitando a criança. Os sintomas já podem ser percebidos a partir dos 4-5 anos. Por volta de 6-8 anos a situação começa a complicar, e é aí que se pode fechar o diagnóstico. Para avaliação do TOD existe também escala de avaliação na qual avalia o comportamento da criança, que se chama Escala de Avaliação e Transtornos de Comportamento Disruptivo para Pais e Professores, criada por William E. Pelham Jr. A escala é comportas por 45 afirmações no qual os pais e professores irã responder sobre o comportamento da criança. A escala vai de Nada, Pouco, Muito e Demais. Para correção é preciso observar os itens 3, 13,15, 17,24,26,28,39. Nestes itens se 4 ou mais deles estiverem “muito” ou “demais”, tanto descrito pelos pais quanto pelos professores é positivo para o TOD. Vocês podem encontrar a escala de forma fácil na internet. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 67 Sugestões de intervenção: TDAH, TPAC e TOD Depois do processo de avaliação psicopedagógica, e ao perceber que as crianças, adolescentes precisam de intervenção. É necessário criar um planejamento interventivo que abarque os desafios e dificuldades. Por isso muitas vezes o plano precisa ser individualizado, porém irei sugerir algumas intervenções que encontramos na literatura. Para os três tipos de Transtorno, pode-se utilizar atividades que trabalhem a autorregulação e as funções executivas, temos como exemplo o PIAFEX - que é um programa de intervenção em autorregulação e Funções Executivas, que tem o objetivo de estimular o engajamento e o desenvolvimento das funções executivas em crianças. No Piafex existe 43 atividades estruturadas, dividas em módulos básicos e que pode utilizar de acordo com os desafios e dificuldades apresentados pela criança ou adolescente. Por exemplo: o primeiro módulo é de organização de materiais/ rotina e manejo do tempo: na etapa 1- faça a rotina do dia, com todas atividades que serão utilizadas, na etapa 1- é execução da atividade e o check quando terminar, na etapa 3- é verificar se todo o planejamento foi executado. Demonstrei esse exemplo pois sabe-se que muitas pessoas com TDAH, TPAC ou TOD apresentam desafios em concluir atividades é essa é boa estratégia para trabalhar com eles. Além disso, pode-se trabalhar também com a ginastica cerebral que contribui no desenvolvimento da atenção, memória. Teremos uma aula sobre Ginástica Cerebral como auxílio nas intervenções. Segue ainda sugestões: Sempre que der instruções a criança ou adolescente peça-o para repetir; Dê comandos de cada vez e simples; Procure não criticar ou apontar a falha da criança, é importante também elogiar quando fizerem tudo correto; Procure utilizar atividades mais visuais; Fonte: Site Amazon Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 68 Realizar intervenções orais com a criança ou adolescente; Dê exemplos de como realizar a atividade proposta. Defina metas e objetivos claros, pois assim é de melhor entendimento; Ofereça também atividade motoras. Existem uma infinidade de modelos de intervenção e de sugestões para trabalhar com TDAH, TPAC e TOD, se desejam ser profissionais especialistas na área não deixem de estudar e pesquisar para se manterem atualizados. Avaliação e proposta de intervenção para Transtornos Funcionais Específicos: Dislexia, Disortografia, Disgrafia, Discalculia A avaliação dos Transtorno Funcionais- Dislexia, Disortografia, Disgrafia e Discalculia que são transtornos relacionados a desafios e dificuldades na leitura, escrita e números, são muito parecidas. Para avaliação de leitura temos teste e escala como: IAR- Instrumento de Avaliação do Repertório Básico para a alfabetização; Teste de Competência de Leitura; TCLPP - Teste De Competência de Leitura De Palavras e Pseudo; TDE – Teste de Desempenho Escolar; Teste de Sondagem de Escrita, entre vários outros que podem subsidiar nesse processo de avaliação psicopedagógica. Todos os testes acima já fiz um apanhando de como podem ser aplicados, muitos podem ser adquiridos também pela internet. No entanto é importante destacar que além dos testes, é preciso ainda fazer uso de atividades lúdicas com as crianças e adolescentes pois contribuem muito na avaliação, assim como também observação do material escolar que pode ser solicitado a família ou a escola. Para crianças com Dislexia, Disortografia, Disgrafia e Discalculia, também pode fazer uso do programa do Piafex com atividades que pode ser aplicada de acordo com a dificuldade de cada um. Assim também como a Ginástica Cerebral. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 69 Segue algumas estratégias para trabalhar com crianças e adolescentes com: Dislexia: Inicie a intervenção com a leitura de uma história conhecida pela criança ou adolescente, pode utilizar até gibis, leia apontando as palavras, pode pedir também para ler uma palavra o outra. Após a leitura peça para que fale um pouco sobre a história e o quais palavras chamou mais atenção; Pode escrever a palavra e pedir para a criança repetir e depois solicitar que ela escreva; Pode ainda escrever palavras em cartões e pedir para que leia; Além disso pode usar jogos, as crianças adoram. Elogie sempre que a criança acertar isso as motiva. Os exemplos acima também podem ser usados para crianças com Disgrafia e Disortografia, mas ainda pode trabalhar com exercícios grafomotores, com pinturas com dedo, pincel, até mesmo caligrafia, para crianças com Disgrafia. Para a Disortografia trabalhar atividades de percepção visual-espacial, trabalhar também com processamento fonológico. Discalculia: Trabalhe com papel quadriculado para aprender a organizar as ideias no papel, no qual cada número estará dentro de um quadradinho; Leia para ele problemas matemáticos e solicite a leitura dele também; Incentive a criança a desenhar figuras que representem os problemas que ele está resolvendo; Tente apresentar os problemas de maneira prática e até mesmo concreta para que possa manipular; Pratique estimar (tentar adivinhar) como uma forma de começar a resolver problemas de matemática; Ofereça outras ferramentas para utilizar, como calculadora, tabuadas, formulas; Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 70 Principalmente procure não tratar a matemática como uma matéria ruim ou muito difícil, muito é questão de explicação e entendimento. Existem várias outras formas de trabalhar com a dislexia, disgrafia, Disortografia e Discalculia. Mas o principal é que no processo de intervenção procure sempre incentivar a criança e o adolescente, e tentar trabalhar desmitificando a questão do “eu não consigo aprender”, explique que é um processo e que se realizar todas as atividades propostas irá avançar. Avaliação e Intervenção Psicopedagógica para Deficiência Intelectual A avaliação psicopedagógica em crianças e adolescentes com suspeita ou até mesmo com diagnóstico de Deficiência Intelectual, acontece de acordo com a demanda e queixa que o profissional recebe. Podem ser realizadas as provas operatórias, bem como testes projetivos e Testes psicológicos de avaliação da inteligência, que só podem ser aplicadas por psicólogos. Os testes psicológicos devem ser de acordo com a faixa etária da criança e adolescente e alguns também são de acordo com a escolaridade. Existem muitos testes para avaliação da Inteligência, como o WISC- IV, que avalia instrumento para capacidade intelectual de crianças e adolescentes (de 6 a 16 anos). É composto de vários subtestes, cada um medindo um aspecto diferente da inteligência. O desempenho nestes subtestes é resumido em 3 medidas compostas: QIs Verbal, de Execução e Total que oferecem estimativas das capacidades intelectuais dos indivíduos. O teste TIG-NV- Teste de inteligência geral não verbal, com o objetivo avaliar desempenhos característicos dos testes de inteligência não verbais e possibilita uma análise neuropsicológica, a qual permite identificar os tipos de raciocínios errados e os processamentos envolvidos na sua execução, além das classificações habituais do potencial intelectual possibilita uma classificação dos sujeitos em termos de Percentil ou QI, além da classificação da inteligência de Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 71 acordo com o grau de escolaridade (Fundamental, Médio e Superior), nas idades de 10 a 79 anos. Para crianças pequenas tem a Escala de Maturidade Mental Colúmbia- (CMMS 3), tem como objetivo avaliar a capacidade de raciocínio geral de crianças de 3 anos e 0 meses a 9 anos e 11 meses de idade. Devido a sua praticidade para aplicação, correção e interpretação, o teste é indicado para compor protocolos de avaliação multidimensional de crianças com suspeitas de déficits cognitivos. Existem outros testes e escalas que podem ser utilizados na avaliação de crianças e adolescentes com suspeita ou diagnóstico de Deficiência Intelectual. Sabe-se que a Deficiência Intelectual envolve diversos desafios em relação a aprendizagem, como também dificuldades em adaptação social, nas questões do autocuidado, nas questões relacionadas a linguagem, por isso a avaliação precisa envolver outros instrumentos como citamos acima, e caso necessário também avaliação neuropsicológica. Como sempre fora dito, além da avaliação precisa-se pensar na intervenção, como as crianças e adolescentes com Deficiência Intelectual também apresentam desafios nas questões de autorregulação e funções executivas, também pode ser utilizado o Piafex, exemplo esse já sinalizado na aula de Transtornos Funcionais. A avaliação psicopedagógica proporcionou que você enquanto profissional conheça a criança e o adolescente que avaliou, por isso saberá quais as potencialidades e desafios que possuem para realizar a intervenção mais adequada. Explique com clareza como deseja que a criança e o adolescentes se comporte durante a intervenção, procure fazer isso antes de iniciar, faça combinados e rotina com eles. Importante destacar que as atividades de intervenção propostas para Deficiência intelectual precisam ser planejadas e as informações/instruções precisam ser claras e curtas. Além disso, em muitos momentos, é preciso apresentar como se realiza para que o outro tente fazer igual. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 72 Procure utilizar itens concretos para explicar os conceitos e assim crie oportunidades para que a criança ou adolescente pratique o conceito novo que aprendeu. Utilize jogos pedagógicos que trabalham memória, atenção, concentração, tomada de decisões e planejamento,esses jogos podem ser tanto presenciais, como também em plataformas na internet. Enquanto profissional utilize sua criatividade e planejamento para alcançar os objetivos da intervenção psicopedagógica, algumas atividades darão super certo, outras não. Mas o importante é o desenvolvimento da criança e adolescente que está sendo acompanhado por você. Avaliação e Intervenção Psicopedagógica no Transtorno do Espectro Autista-TEA Para o diagnóstico do TEA, atualmente, os domínios incluem deficiências na comunicação, na interação social, nos interesses restritos e nos comportamentos repetitivos. A chamada tríade autista (ACAMPORA, 2019). O processo de avaliação psicopedagógica do Transtorno do Espectro Autista, quando há a suspeita ou já o diagnóstico partirá da tríade citada acima, no qual o profissional irá observar e analisar criteriosamente. Pode-se fazer na avaliação a aplicação de provas operatórias, testes psicológicos já citados, bem como o uso de escalas de avaliação para contribuir, que são: M-Chat: Um dos testes de rastreio utilizado para o Transtorno do Espectro Autista é o M-CHAT, recomendado pela Sociedade Brasileira de pediatria e que deve ser utilizado em consultas pediátricas, até mesmo no Sistema Único de Saude- SUS segundo a lei 13.438/17, caso suspeita de TEA. O formulário de M-CHAT possui 23 questões do tipo sim/não, que devem ser respondidas pelos pais de crianças entre 16 e 30 meses de idade. Ao final Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 73 soma-se todas as pontuações e se for superior a 8 é preciso uma avaliação cautelosa da criança. CARS- Escala de Avaliação de Autismo na Infância Outro teste de rastreio comumente usado é o CARS (Escala de Avaliação de Autismo na Infância) é um questionário frequentemente utilizado por profissionais da área da saúde para averiguar a possibilidade da presença de autismo em crianças. Costuma ser aplicada a crianças a partir dos 2 anos de idade e é considerada uma ferramenta pré-diagnóstica bastante confiável. Dentre todas as escalas de avaliação do autismo, a CARS é a de maior validação e preferência. ATA – Escala de Avaliação de Traços Autísticos A escala é um questionário utilizado por profissionais da área da saúde para averiguar a possibilidade da presença de autismo em crianças, assim como a escala CARS. Pode ser aplicada a crianças a partir dos 2 anos de idade e é considerada uma ferramenta pré-diagnóstica bastante confiável. Sua utilização é fácil, de modo que possa ser preenchida também pelos próprios pais. As escalas aqui apresentadas, são facilmente encontradas na internet, porém devem ser aplicadas com cautela. Existem outros testes de rastreio, porém esses são os mais utilizados. Em sua maioria, é importante que as crianças e adolescentes diagnosticados com TEA e que já realizaram avaliação psicopedagógica, sejam atendidos por equipe multidisciplinares, de acordo com as demandas que foram observadas durante a avaliação. Os profissionais geralmente envolvidos são psicólogos, psicopedagogos, neuropediatras, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, entre outros. Existem vários métodos de trabalhos interventivos com o TEA, no Brasil os mais conhecidos são o ABA- Analise do comportamento Aplicada; TEACCH- Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits Relacionados à Comunicação, Terapia de Integração Sensorial. Ainda tem-se outros métodos de intervenção, porém nesse momento vamos nos ater as esses. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 74 Método ABA e método TEACCH: De acordo com Acampora (2019), os métodos ABA e TEACCH se baseiam em uma proposta terapêutica comportamentalista, isto é, entendem que os comportamentos são operantes, ou seja, quando um indivíduo se comporta, esse comportamento opera sobre o ambiente, promovendo uma resposta do ambiente que funciona como reforçador positivo ou negativo para esse comportamento. Os objetivos programáticos desses métodos são: Promover um desenvolvimento normal dos aspectos cognitivo, linguístico e social; Promover aprendizagem; A redução da rigidez e estereotipia; Eliminar os comportamentos desadaptativos; Alivio do sofrimento familiar Educação e conscientização da comunidade para aceitação do indivíduo. O método ABA, é uma metodologia estritamente comportamental que trabalha com uso de reforçadores, concretos ou sociais, na modelagem do comportamento autista. É uma Instrução Programada, uma maneira de ensinar que possuem princípios, como por exemplo: os comportamentos dever ser reforçados positivamente, o feedback deve ser imediato; a criança deve ser comparada com ela mesma; os conteúdos devem ser apresentados em uma ordem de complexidade crescente; expor a criança somente ao material preparado, entre outros princípios (ACAMPORA, 2019). O método TEACCH, é uma composição entre o cognitivismo e o condicionamento operante, sendo uma adaptação da terapia cognitivo comportamental ao autismo e também a crianças com dificuldades na área da comunicação. O método utiliza princípios e técnicas de análise do comportamento, mas também alguns aspectos que auxiliam nas dificuldades especificas encontradas no autismo. Nesse método os pais também auxiliam na elaboração e aplicação (ACAMPORA, 2019). Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 75 O TEACCH, parte do pressuposto que no tratamento com autistas, toda e qualquer situação dever ser estruturada, com material disponível, sequência e tempo de duração preestabelecidos, fazendo uso do recurso visual, no qual são introduzidas a linguagem gestual ou a de cartões (ACAMPORA, 2019). Método de Terapia de Integração social: Segundo Acampora (2019), na Terapia de integração Sensorial, são usadas brincadeiras, jogos e atividades lúdicas para organizas a estimulação sensorial. O ambiente precisa conter equipamentos e recursos que promovam sensações e informações sensoriais variadas e desafiadoras. Importante destacar que depende das necessidades de cada criança. Nesse método auxilia na consciência corporal por meio da coadunação dos estímulos percebidos pelo sistema tátil, vestibular e proprioceptivo, pois uma vez a ausência de consciência corporal no autismo se daria por déficit nessa área sensorial, o incentivo ao desenvolvimento de seu esquema corporal, com a avaliação e a instauração dos níveis adequados de estimulação sensorial é considerado um ótimo recurso como afirma Acampora (2019). Brito (2017) destaca que é importante lembrar sempre, que ao selecionar e utilizar estratégias com TEA deve-se levar em consideração que: crianças e adultos com TEA apresentam dificuldades e habilidades com graus variáveis em relação ao seu desenvolvimento social, linguístico, cognitivo, motor e emocional. Para intervir é preciso entender e conhecer o indivíduo, por isso a importância da avaliação psicopedagógica, por isso é preciso analisar cada caso e escolher a melhor maneira de intervir, Brito (2017), sugere as seguintes intervenções: A criança que apresenta desafios na comunicação por exemplo, pode usar recursos comunicativos como empregar frases objetivas e curtas, evitar uso de muitas metáforas, palavras e expressões de duplo sentido. Aproveitar para conversar com a criança usando palavras simples e curtas, incentive a chamar as pessoas pelo nome. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 76 Faça uso de quadros de rotina diária em casa, na terapia e na escola, passo a passo de algumas situações do cotidiano, por exemplo, de como usar o banheiro ou tomar banho. Busque oportunidadespara elogiar a criança. Ensine e elogie formas adequadas de se comunicar, compartilhar, esperar, etc. Faça pedidos que você sabe que a criança ensine e elogie formas adequadas de se comunicar, compartilhar, esperar, etc. Divida as tarefas e atribuições em partes e passos menores, ou peça para a criança fazer somente uma parte da tarefa, como por exemplo: guardar uma peça de cada vez do jogo ao invés de pedir que guarde todas as peças de uma só vez. Busque elogiar quando a criança atender as solicitações. Use interesses específicos e preferências da criança para incentivar habilidades e talentos. Brincadeiras simples com bolinhas de sabão e cócegas podem proporcionar situações muito importantes em relação ao contato visual, atenção compartilhada e habilidades sociais, por exemplo. Faça atividades motoras que também incentivem o compartilhamento das situações como jogo de boliche, basquete, futebol, jogar bola um para o outro ou jogar para o alto e pegar, sempre mostrando como essas situações podem ser prazerosas. Entre outras tantas atividades que podem ser realizadas. Existem uma gama de intervenções, como já orientei, seja criativo e também planeje seus atendimentos. Intervenção com atividades de Ginástica Cerebral Já deixei aqui várias sugestões de intervenções, porém trarei uma que acredito ser muito interessante de se trabalhar com todas as crianças, adolescentes e até mesmo adultos e idosos. Principalmente com pessoas com o diagnóstico de Transtornos Funcionais Específicos, que é a Ginástica Cerebral. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 77 A ginástica cerebral surgiu na Califórnia, nos Estados Unidos, no meio dos anos 70. Seu precursor foi o Dr. Paul Dennison, pioneiro da pesquisa cerebral aplicada e criador da educação cinestésica. As descobertas de Dennison se basearam na compreensão da interdependência do desenvolvimento acadêmico, do desenvolvimento físico e da aquisição da linguagem. Em outras palavras, o especialista descobriu que todas essas áreas estavam ligados entre si. Consequentemente, a estimulação de uma contribuiria para o desenvolvimento das outras. Somente no ano de 1990 a ginástica cerebral foi aceita como uma das técnicas de ponta específicas para educação pela National Learning Foundation (SOUZA, 2019). A ginástica cerebral é baseada na neurociência, tendo conceito de neuroplasticidade cerebral. Assim, é a capacidade do cérebro em se modificar conforme os estímulos que ele recebe. Isto é, o cérebro humano consegue se adequar de acordo com os estímulos, podendo melhorar suas atividades. Dessa forma, quanto maior e mais ativa for a conexão entre os neurônios, mais fortalecida será suas reservas cognitiva e, com isso, melhor será sua longevidade. O nosso cérebro é composto por dois hemisférios. O direito geralmente está associado ao pensamento linear, aos números, ao raciocínio lógico e ao uso da linguagem. Já o hemisfério direito é considerado o lado criativo, ligado às artes, às emoções, às sensações e à imaginação (SOUZA, 2019). A ginástica cerebral é um método de ativação simultânea desses dois hemisférios. Ela está baseada na educação cinestésica e pode ser usada para melhorar a capacidade de aprendizado e, consequentemente, provocar um aumento de desempenho nas mais diversas atividades e funções. Inclusive, no trabalho (SOUZA, 2019). Para isso, a ginástica cerebral usa uma série de atividades e movimentos mecânicos simples. Esses exercícios são responsáveis por ativar partes do cérebro que normalmente não costumam ser utilizadas, aprimorando o funcionamento do órgão. Com isso, é possível aumentar a concentração, a criatividade, a leitura e a escrita, além da capacidade de raciocínio (SOUZA, 2019). Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 78 De acordo com Souza (2019) os benefícios da Ginástica Cerebral são: melhora do equilíbrio, percepção e coordenação motora, autoconhecimento, disposição para novas experiência e aprendizados, maior facilidade para muar hábitos, clareza de pensamentos e melhora da organização, cooperação, aumento da consciência maior capacidade para fazer novas escolhas, aumento da autoestima e autoconfiança, desenvolvimento da criatividade e resolução de problemas, redução do estresse, e vários outros. Para que exista uma melhora definitiva de funções como a concentração, raciocínio e memória, é necessário que você estimule e condicione sempre o seu cérebro. Algumas atitudes simples já podem ajudar nesse processo, como: Aprender coisas novas constantemente, pois isso ajuda a eliminar falhas e estimular o surgimento de neurônios; Estudar um outro idioma ou viver experiências culturais. E quanto maior for a diferença, melhor. Por exemplo, é preferível aprender japonês do que francês; Estimular áreas pouco usadas do cérebro. Por exemplo, se você é engenheiro, pode aprender a tocar um instrumento musical; Meditar e fazer atividades relaxantes ou prazerosas, pois isso favorece a atividade cerebral. Atividades que podem ser utilizadas na intervenção: Teste das cores Nesta atividade você deve escrever o nome de várias cores usando um lápis ou caneta de outra cor (que não seja o nome que você estiver escrevendo). Por exemplo: Você pega um lápis vermelho e escreve a palavra “verde“. Depois pega um lápis azul e escreve a palavra “amarelo“. Em seguida, tente ler em voz alta as cores em que as palavras estão escritas (e não o texto). O teste faz com forcemos os dois lados do cérebro e que trabalhem juntos, já que um tenta ler a linguagem enquanto o outro dará prioridade às cores. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 79 Conexões de memória: Em um papel escreva palavras simples, peça para a pessoa observar a lista de palavras por 2 minutos e tente memorizar o maior número de palavras possível. Depois cubra a lista e peça para escrever as palavras em uma folha em branco, o máximo de palavras que lembrar. Contando Estrelas Observe as estrelas sobrepostas e responda as perguntas: - Quantas estrelas você consegue ver? - Quantos triângulos você pode contar? - A quantas estrelas a maior delas se sobrepõe? Importante destacar que existem milhares de atividades que pode realizar na intervenção com crianças, adolescentes e até mesmo adultos. E as atividades Livro Cama Lama Azul Mão E Pato Oi Sim Verde Amarelo Roxo Preto Azul Laranja Rosa Branco Vermelho Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 80 de Ginástica cerebral pode ser de memória, atenção, numérica, ritmos musicais entre tantos outros. Use da sua criatividade para usar nas intervenções. Proposta de Intervenção Psicopedagógica para o Atendimento e Orientação da Família Durante o processo de avaliação e intervenção psicopedagógica, não é somente a criança ou o adolescente que estão envolvidos. A família também está e precisa muitas vezes de ser acolhida, de ter um olhar e escuta sensível. Isso porque, a queixa que a família traz, também interfere com a dinâmica familiar. Além disso, faz a própria família pensar que tem culpa em relação a queixa ou a situação em que se encontram. A participação da família no processo de aprendizagem é de suma importância e a necessidade de se esclarecer e instrumentalizar os pais quanto as suas possibilidades em ajudar seus filhos com dificuldades de aprendizagem é evidenciada ao manifestaremfalta de conhecimento, ou insegurança em como fazê-lo (COSTA et al, 2018). Por esse motivo é importante deixar a família a par de todo o processo de avaliação e intervenção psicopedagógica e explicar de forma clara e objetiva todas as etapas da avaliação. Sabe-se que a família exerce um papel crucial no desenvolvimento da criança e adolescente, pois é na família que se realizam as aprendizagens básicas com linguagem, sistema de valores e o controle da impulsividade, aspectos esses que fazem parte da avaliação e também na intervenção (COSTA et al, 2018). Diante do momento delicado que a família está passando, segue algumas sugestões de como atender e orientá-la: Peça a família para orientar a criança ou adolescente sobre o processo de avaliação e intervenção psicopedagógica, principalmente se forem pequenas e se tiverem suspeita de TEA; Oriente a família quanto a importância de uma rotina familiar adequada; Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 81 Desenvolva junto a família e as crianças um quando de combinados (regras e rotinas) e até mesmo recompensas semanais, caso necessário; Lembre a família que cada pessoa é singular, para que esta evite comparações do seu filho ou filha com um irmão ou irmã, ou com outras crianças; Importante a família entender que não é bom ofensas para com a criança ou adolescente e até mesmo brigas e discussões sobre de quem a culpa da criança “ser” ou “estar” assim; Oriente a família a ficar mais próximo do filho ou filha, dos gostos dele e de procurar estabelecer vínculos sadios; A família precisa também fortalecer o vínculo com a escola da criança ou adolescente; Ofereça aos pais dicas de brincadeiras e jogos que podem realizar junto com os filhos para aproximá-los e também como processo de intervenção fora do consultório ou ambiente escolar; Destaque aos pais as potencialidades dos filhos e filhas, muitas vezes, eles ficam tão preocupado com o “problema” que percebe outros aspectos positivos; Oriente a família que a criança e adolescente estão em desenvolvimento constante e que é necessário para que eles aprendam dar certa autonomia, não fazer tudo pelos filhos; Essas são algumas orientações que podem ser realizadas com a família de uma maneira em geral, assim como as crianças e adolescentes não são iguais, as famílias também não são e como profissionais precisamos ter isso bem claro. Para isso o trabalho interventivo do profissional deve estar pleno do seu saber, da sua criatividade, da sua perspicácia, para que tenha condições de adaptar o trabalho em conjunto com a família frente às ocorrências provenientes das dificuldades no processo do aprender (COSTA et al, 2018). Portanto é importante enquanto profissional auxiliar nesse elo de pais/ responsáveis e filhos, durante todo o processo irá ouvir muito e também poderá Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 82 auxiliar da melhor maneira cada um. Pois lembre-se que tanto o processo de avaliação quanto de intervenção psicopedagógica gera expectativa em todos e precisamos ser cautelosos e também ter um olhar diferenciado para cada um que passar por nós. Elaboração do Parecer/ Informe Psicopedagógico Após a realização de toda a avaliação psicopedagógica, faz-se necessário a escrita de um documento informando tudo o que foi observado, avaliado e analisado. Alguns profissionais denominam de parecer psicopedagógico, outros de informe psicopedagógico. Nesse tópico vamos abordar os aspectos principais que precisam estar nesse documento, pois é com ele que apresentaremos os dados da nossa avaliação, de como ela foi realizada, quais ferramentas utilizamos, e os encaminhamentos. O parecer ou informe psicopedagógico precisa se escrito cuidadosamente, porque por vezes irá ser entregue ao médico que acompanha a criança ou adolescente, será levado a escola e também demais profissionais para o qual poderá ser encaminhado. Tenha muito cuidado com a redação, com o que será escrito e relatado e com o uso de uma linguagem acessível a todos. Sabemos que muitos testes, em seus manuais exemplificam a escrita do resultado, mas que em momentos a família pode não compreender, por isso explicar no próprio relatório como a criança ou adolescente fez. Acampora (2019) destaca que jamais se deve redigir a mesma coisa para a tesouraria de uma empresa, para uma escola. O nível de profundidade do assunto, o resguardo ético da vida do avaliado e sua família devem ser preocupações nesse momento. Nesse sentido o parecer ou informe tem como objetivo central resumir as conclusões que se chegou na busca às perguntas iniciais a queixa e que levaram a avaliação psicopedagógica. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 83 É interessante ter um roteiro para escrita do parecer ou informe, por isso segue abaixo um roteiro proposto por Weiss (2012) complementado pelo de Acampora (2019): Roteiro: 1- Dados Pessoais: Nome completo; Data de nascimento; Idade em anos e meses; Nome dos pais/responsáveis; Endereço; Telefone; Nome da escola que estuda; Série, ano e turno de estudo; 2- Motivo da Avaliação: Nesse espaço é preciso relatar a queixa na visão da família, e da escola, caso houver. Caracterizar o encaminhamento feito para um diagnóstico psicopedagógico pela escola, médico, fonoaudiólogo entre outros 3- Período da avaliação e número de sessões: Descreve em que momento avaliação acontece, data de início e término, o número de sessões, se houve alguma interrupção, se houve faltas e as justificativas. 4- Instrumentos Utilizados: Relate os instrumentos utilizados no processo de avaliação, quais entrevistas foram utilizadas (Entrevista familiar, Anamnese, EOCA), quais foram as atividades lúdicas, os diferentes testes e escalas. Pode colocar até por ordem de aplicação. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 84 5- Análise dos resultados nas diferentes áreas: Faz-se um relato descritivo de cada área ou domínio (aspectos cognitivos, pedagógico, psicomotor, comportamental, afetivo-social), pode escrever até mesmo em tópicos. Na área pedagógica procure dar uma visão do nível pedagógico de forma global e da especificidade nos diferentes campos, como leitura, escrita e cálculo. Nos aspectos cognitivos procure situar o nível da estrutura do pensamento, memória, percepção, atenção, funcionamento cognitivo e seus possíveis desafios. Acrescente nesse espaço o observado sobe sua capacidade de antecipação, sequência lógica entre outros. Na área psicomotora: situe o uso do corpo em diversas situações, aspectos de normalidade. Como está o esquema corporal, autoimagem e aspectos psicomotores. Nas questões afetivas social: além de colocar sobre a dinâmica familiar, da estrutura da família, pode colocar também como ele se mostra durante a avaliação. Por exemplo: Nas questões cognitivas foi possível avaliar que a criança fornece seus dados de identificação, relatando sua idade e seu nome, o nome de seus pais, fazendo assim uso da linguagem oral. Em relação a atenção..., nas atividades de memória observou-se... Em relação a questão pedagógica percebe que reconhece cores, formas geométricas, realiza a escrita do seu nome encontrando-se no nível alfabético. Realiza problemas matemáticos simples e operações matemáticas de adição subtração e multiplicação, porém apresenta desafios na divisão. No aspecto psicomotor, faz uso da pega do lápis de forma adequada, apresenta desenvolvimento adequado para sua idade. Reconhece parte do corpo em si e no outro. Salta, pula,corre. Na questão comportamental nota-se agitação motora, ou por vezes recusa-se realizar a atividade proposta. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 85 No que concerne o aspecto afetivo social apresenta ser carinhoso, responde a tudo que lhe é perguntado. A família é composta de 4 pessoas, sendo pai, mãe, a criança e mais um irmão. 6-Síntese dos resultados- Hipótese Diagnóstica: Nesse tópico faz-se uma síntese do que foi analisado, estabelecendo-se a relação entre as diferentes áreas em função do motivo da avaliação. É uma reelaboração dos dados e suas interligações, de modo a se ter uma visão global do avaliado em relação a questão da aprendizagem e assim formular hipótese diagnóstica final. 7-Prognóstico: Relata-se a hipótese final sobre o possível estado futuro do avaliado em relação ao momento do diagnóstico. É uma visão condicional, baseada no que poderá acontecer ou não a partir das recomendações e indicações. Pode-se fazer referência aos indicadores dos testes, como: bom nível intelectual, atitude colaborativa. 8- Recomendações e indicações: Orientações a pais e escola: sugestão de posição se sentar na sala, troca de turma, como lidar com a criança e adolescente em casa, sugestões quanto rotina de estudo e em casa. Indicações para demais profissionais: fonoaudiologia, psicopedagogia, terapia família, psicoterapia, neurologista, pediatra, entre outros. 9- Observações: Caso necessário acrescentar aqui alguns dados específicos, por exemplo: recorte de sessões ou testagem; interferência durante o processo, análise da visita a escola. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 86 10- Data final da elaboração do parecer ou informe, com local e estado e por fim assinatura do profissional que realizou a avaliação. Devolutiva e Encaminhamentos De acordo com Sampaio (2018) a devolução da avaliação psicopedagógica é uma comunicação verbal, realizada junto aos pais/responsáveis e ou ao avaliado, dos resultados obtidos por meio de uma investigação que utilizou do processo de diagnóstico para obter resultados. É um momento que gera muita expectativa e ansiedade nos envolvidos, seja da família, e até mesmo do profissional que conduziu todo o processo. Da família que não sabe ainda do resultado e do profissional que ainda não sabe como o resultado será recebido. Sampaio (2018), orienta que a devolutiva seja realizada também a criança e adolescente, pois ele é o ator principal, claro que utilizando uma linguagem adequada para idade. É importante agendar o momento da devolutiva, pois ela também é computada como parte do processo de avaliação. Sugiro como experiência realizar a leitura do parecer ou informe, por isso, para esse dia já esteja com ele redigido e em mãos e tenha também duas ou três cópias para que os pais ou responsáveis o acompanhe na leitura. Leia os Dados pessoais, confira se os dados estão corretos. Depois prossiga a leitura sempre explicando cada tópico, isso é importante para que os pais ou responsáveis compreendam o processo. Quando chegar na parte da avaliação em si, pode oferecer até exemplos aos pais de forma oral, para que assim eles compreendam melhor. Se for uma criança ou adolescente com suspeita de TDAH, ou Dislexia por exemplo, pode aproveitar o momento posterior a leitura do parecer, para explicar sobre o transtorno e o tratamento. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 87 Sampaio (2018), sugeres que se for um diagnóstico de defasagem cognitiva, é interessante explicar as fases do desenvolvimento da criança e em que nível a criança se encontra em relação a sua idade cronológica. Se observou durante a avaliação aspectos relacionados ao Transtorno do Espectro Autista, sugira a família o acompanhamento do neuropediatra, explicando os desafios apresentados pela criança. Saliento que por mais que você tenha conhecimento, experiência por vezes é importante ter cautela junto a família, por isso sempre deixe claro que a avaliação é daquele momento. E que com intervenções pode mudar. Muitas vezes após a leitura do parecer ou informe, os pais ficam com dúvidas, ou não acredita no que está escrito, procure explicar da melhor forma possível, pois alguns mostram resistência, não concorda com o que foi observado. Se os pais resistem muito a questão do tratamento ou intervenção, pode usar exemplos de outros casos, para motivar, mas nunca como comparação. Explique que em alguns casos, quanto mais cedo a intervenção, mais o prognóstico é favorável. Sampaio (2018) ainda orienta que é importante apresentar os aspectos positivos do avaliado, para que o mesmo se sinta valorizado. Pois algumas crianças e adolescentes já se encontram tão desmotivados e com auto estima tão baixa que revelar suas potencialidades é uma forma de motivar e mostrar que são capazes de superar os desafios com as intervenções adequadas. Após a leitura abra um espaço de tira-dúvidas sobre a avaliação e também de conversa. Apresente as orientações a família pertinentes ao que foi visto na avaliação e também os encaminhamentos necessários para profissionais de outras áreas de acordo com as dificuldades apresentadas na avaliação, neuropediatra, psicólogo, fonoaudiólogo, psiquiatria, terapia ocupacional, entre outros. Por fim, faça a devolutiva como um momento também de acolhida e escuta sensível, pois é fundamental. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 88 MÓDULO III: PRÁTICAS PSICOPEDAGÓGICAS O presente módulo tem como objetivo apresentar as práticas do profissional de psicopedagogia, na área clínica e institucionais como: educacional, hospitalar e empresarial/organizacional, procuramos apresentar como pode ser o trabalho do profissional em cada área em questão. 1- Clínica Sabe-se que a psicopedagogia clinica é a mais conhecida e a quem mais os profissionais trabalham. Nesse sentido, a intenção é apresentar de forma geral como é o trabalho e como pode ser realizado. O primeiro contato com o paciente e sua família No módulo II fizemos um apanhado bem interessante sobre a avaliação e intervenção psicopedagógica. O primeiro contato com o paciente, em sua maioria vem da família da criança ou adolescente. A família entra em contato com o profissional, agendando um dia e horário para conversarem sobre a avaliação. É no primeiro encontro que o profissional recebe a queixa, como já fora dito, pode ser da família, da escola e do médico e até mesmo do próprio paciente. Após esse contato é estabelecido o contrato com o número de sessões, que variam entre 8 e 10 sessões. Claro que depende da queixa e de contexto. Após esse primeiro encontro inicia-se a avalição psicopedagógica propriamente dita. É pertinente reforçar nesse momento que o planejamento da avaliação é muito importante. Uma avaliação preparada faz com que tenhamos o melhor retorno de quem está sendo avaliado. Se o profissional seguir a linha da Epistemologia Convergente, fará a Anamnese no final da avaliação, como já vimos na aula em que falamos do criador Jorge Visca. Se seguir a linha de Weiss, inicia o processo com a Anamnese. Em seguida a esse momento, tem-se a entrevista com a criança e segue para avaliação com testes, provas, entre outros. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 89 Muitos profissionais procuram a escola da criança e adolescente para entrevista o professor, coordenador pedagógico e observar o avaliado no ambiente escolar, é muito importante esse momento, pois é nele que observamos comopode ser a relação da criança ou adolescente com o professor, com os colegas de sala. No entanto, é preciso que essa observação seja permitida pelos pais, escola e até mesmo pelo avaliado em questão. Portanto, é nesse primeiro contato que enquanto profissional temos todos os subsídios para realizar a melhor avaliação e consequentemente intervenção. Anamnese (qual a melhor anamnese para a sua demanda?) De acordo com vários autores e profissionais que trabalham com avaliação e intervenção psicopedagógica, o momento da anamnese é um dos mais importantes, pois é com ela que vamos adentrar a história da criança, do adolescente e até mesmo do adulto, se este for o avaliado. É na anamnese, que vamos descobrir a história antes de nascer, da concepção, gestação, do nascimento e do seu desenvolvimento. Recolhemos também informações da família toda, dos pais, e de outros familiares. Levantamos ainda dados de como é relação da família com a aprendizagem, como é a dinâmica familiar, dentre outros. Cabe destacar, que a melhor anamnese é aquela que você realiza como se fosse uma conversa, é importante ter um roteiro semiestruturado, mas que esse roteiro não seja somente um questionário, como salienta Weiss (2012, p. 67) “não me parece proveitoso transformar a anamnese num simples questionário”. É interessante que a entrevista de anamnese transcorra de forma que o relato espontâneo da família já seja em si um dado. É também na anamnese que investigamos o desenvolvimento cognitivo, motor, social e emocional da criança e do adolescente. Observa-se como processou o seu desenvolvimento, os controles, aquisição de hábitos, a interiorização de normas, a aquisição da fala, o sono, a sexualidade (WEISS, 2012). Cabe destacar que na anamnese observa-se se os padrões do desenvolvimento encontram-se dentro da faixa de normalidade, se houve Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 90 alguma defasagem significativa ou se ocorreram problemas neurológicos ou algum acidente de percurso (WEISS, 2012). É importante contextualizar a história da família da criança e do adolescente que está sendo avaliado, na perspectiva socioeconômica e cultural. Durante a anamnese também é fundamental conhecer o histórico escolar, se houver troca constantes de escola, de professor, como foi o processo de alfabetização, ou se ainda está em processo (WEISS, 2012). Weiss (2012) ainda destaca que por vezes, solicita que a família leve álbuns de fotografia, relatórios da escola. E acrescento até mesmo o cartão da criança. Enfim, a anamnese é o momento de maior informação que teremos de quem será avaliado. Por isso, faça com calma e deixe em aberto ao final sempre se existe algo que a família queria falar e que não foi perguntado, por vezes é nesse momento que surge outros pontos importantes que ainda não foram mencionados. Como elaborar a avaliação Psicopedagógica: Quais ferramentas: testes e instrumentos utilizar? Considero essa parte uma das mais importantes no processo de avaliação, o planejamento. Para realizar a avaliação é preciso planejar e é nesse planejamento e que separamos quais testes iremos utilizar, os roteiros e as escalas. Costuma-se realizar o planejamento depois do primeiro contato com família, no qual recebe-se a formalização da queixa, nesse momento escolha as ferramentas que irá utilizar. Por exemplo a família chegou com a queixa de que a criança com 7 anos de idade, não para quieta, tem dificuldades para prestar atenção, gosta muito de conversar, mas não gosta de estudar, é muito impulsivo e na escola não para sentado, é o tempo todo atrapalhando a aula, por isso, está com dificuldade de alfabetização. Diante a queixa apresentada, quais ferramentas utilizaria? Acredito que perante o que foi dito podemos começar com a anamnese, posteriormente fazer Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 91 uso de atividades lúdicas, com materiais para a sua idade (jogos, desenhos), pode também aplicar a EOCA, depois realizar a avaliação do nível pedagógico de leitura e escrita (leitura de texto, solicitação de leitura da criança, ditado), o Snap IV para os pais e professor, avaliação com testes do HTP (somente psicólogos pode aplicar), alguma outra prova projetiva: dupla educativa, família educativa. Avaliar Consciência Fonológica, coordenação motora, visomotora, lateralidade, esquema corporal, orientação temporal, espacial, sequência lógica. Poderia dar outros exemplos, mas a intenção é que perante todo as ferramentas apresentadas no módulo II, você consiga realizar o planejamento de acordo com as queixas. Saliento ainda que durante a avaliação pode acrescentar outro teste, de acordo com o que for percebido. O exemplo que coloquei geralmente é para crianças com suspeita de TDAH, mas também muitas das atividades pode ser utilizada em outras queixas. Como estruturar e realizar a EOCA? Na aula que trouxe sobre a história da Epistemologia Convergente de Jorge Visca (1987, p.73), falou-se sobre a EOCA, que é a Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem, é um instrumento rico, porém de simples aplicação. Pois o que é interessante se observar é os conhecimentos, atitudes, destrezas, mecanismo d de defesa, ansiedades, áreas de expressão da conduta, níveis de operatividade, mobilidade horizontal e vertical, dentre outros. Sampaio (2018) destaca que na EOCA deve-se observar três aspectos que fornecerão um sistema de hipóteses as serem verificados: A temática- que é tudo aquilo que o sujeito diz (tem-se sempre um aspecto manifesto e outro latente); A dinâmica- é tudo aquilo que o sujeito faz, isto é, gestos, tons de voz, postura entre outros; O produto- é tudo aquilo que o sujeito deixa no papel. Mas, e como podemos estruturar e realizar a EOCA? Para realização da EOCA, é necessário separar o material que será utilizado: folhas de papel A4, folhas com pauta, lápis, borracha, caneta, régua, Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 92 compasso, esquadro, lápis de cor, canetinha, tesoura, cola, um texto, livro, revistas, gibis e pode ainda incluir jogos como quebra cabeça, dama ou outros. Com crianças pequenas, pode utilizar ainda massinha de modelar, legos, e livros para faixa etária. E com adolescentes e adultos, pode utilizar outras atividades e jogos. Conforme Sampaio (2018) é a primeira sessão do avaliado. Por isso é importante se apresentar e perguntar o motivo de estarem ali, o que vai ser feito. Mostre a criança onde sentar e apresente os materiais, peça para nomear os objetos. Depois oriente o que precisa realizar: gostaria que me mostrasse o que você sabe fazer, o que já lhe ensinaram a fazer e o que aprendeu a fazer. E pode usar o que quiser. Observe e registre a postura do avaliado, como se senta, que materiais utiliza, se conclui a atividade, quanto tempo permanece realizando-a. Posteriormente, converse com o avaliado, o que foi que ele produziu, peça para mostrar. Se concluiu a atividade, convide para realizar outra. Atenção: A EOCA precisa ser realizada em uma só sessão; O material deve estar todo distribuído a mesa; Diga principalmente se for criança, que naquele momento utilizará somente o material a mesa; Anote todo o comportamento, principalmente os de fuga da atividade; A recusa por escrever, ou ler pode ser indicativo de dificuldades na área; Se ficar paralisado, convide a fazer o que já sabe; Importante que o material seja de acordo com a idade; Deixe os materiais em sua embalagem para que observe a autonomia do avaliado; Segundo Sampaio (2018), na EOCA, já podemos observar a modalidade de aprendizagem- hipoassimilativa, hiperassimilativa,hipoacomadativa, hipoassimilativa. Hipoassimilativa: bastante tímido, quase não fala, não explora os objetos na mesa, fica numa mesma atividade. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 93 Hiperassimilativa: vários assuntos enquanto realiza a atividades, conversa, pergunta, questiona, no entanto, não costuma ouvir porque já está formulando outra pergunta. Prende-se a detalhes e não observa o todo. Hipoacomadativa: dificuldade de estabelecer vínculos emocionais e cognitivos. Pode também não explorar muito objetos, normalmente permanece em uma mesma atividade. Hipoassimilativa: apresenta dificuldade de criar, prefere copiar, repete o que aprende sem questionar, é muito obediente, aceita tudo. Depois da aplicação da EOCA, pode-se realizar o primeiro sistema de hipóteses que são: nível cognitivo, nível de leitura, se rejeita leitura e escrita, vínculo negativo ou positivo com aprendizagem sistemática, desafios para planejar e organizar, modalidade da aprendizagem, problemas de fala, de visão, suspeita de algum transtorno como TDAH, Dislexia, entre outras hipóteses. Como já fora dito, a EOCA é uma ferramenta simples, mas no qual podemos observar muito do avaliado. As estratégias interventivas para as demandas comportamentais, desenvolvimento e aprendizagem Após a avaliação psicopedagógica, com a formulação de hipóteses, com a observação das potencialidades e dificuldades, após a realização da devolutiva para os pais, pode sugerir a intervenção psicopedagógica. Sabemos que durante a avaliação já estamos também intervindo, porém é preciso após esse processo criar o planejamento de intervenção. Existe uma quantidade enorme de atividades que pode ser utilizada na intervenção, porém tem que ser de acordo com as dificuldades apresentadas. No caso de uma criança com desafios comportamentais, pode-se utilizar atividades que trabalhe o controle inibitório, um dos métodos interessante de utilizar é o Piafex, que traz atividades para trabalhar autoregulação e funções executivas, como por exemplo a atividade, aprendendo a lidar com objetivos de médio e longo prazo, no qual estimula crianças a cumprir rotina no dia a dia Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 94 escolar ou até mesmo de tarefas específicas. Trazendo para clínica no momento de intervenção combine como será realizada as atividades e determine tempo para cumpri-las. As intervenções relacionadas ao desenvolvimento e aprendizagem depende da avaliação psicopedagógica, se na avaliação por exemplo você percebeu que a criança apresenta dificuldade na consciência corporal, como atividade pode apresentar um boneco e fazer com que a criança explore o objeto e pergunte onde está a cabeça do boneco, joelho, ombro, pode ir dificultando com membros e locais que não costumamos perguntar. Outro exemplo é solicitar que imite os movimentos que você faz. Se a criança apresenta desafios em relação a conhecimento de cores, a cada sessão pode apresentar uma cor nova e sempre procurar que todos os materiais trabalhados tenham a mesma cor da qual irá aprender. Se apresenta dificuldade com coordenação motora fina, trabalhar com uso de pinça, transposição, alinhavos. Se for um adolescente com dificuldade de orientação quanto aos meses do ano, apresentar a ele cada mês e relacionar com alguma figura. E depois solicitar que ele diga a que mês cada figura corresponde. Crianças que apresenta impulsividade, pode utilizar jogos com prêmios e consequências caso não realize. Durante a intervenção elogie o comportamento positivo e tente ignorar os comportamentos inapropriados. Se tem desafios em relação a consciência fonológica, apresente atividades como: imitar onomatopeias de objetos conhecidos como por exemplo, tic-tac do relógio, vrum de um carro, o alarme de um carro, entre outros. Como falei anteriormente, existe muitas atividades para se trabalhar com os desafios e dificuldades que observarmos na avaliação psicopedagógica. Faça com que o momento da intervenção seja diferente da sala de aula, procure despertar na criança e adolescente que aprender é muito bom e que todos têm a capacidade de aprender no seu momento. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 95 2-Educacional: Atualmente existem muitos profissionais de psicopedagogia que atuam no contexto escolar e educacional, pode ser o pedagogo com especialização em psicopedagogia, ou psicólogo escolar com especialização em psicopedagogia. Avaliação e Intervenção no contexto escolar, observação e principais testes no processo de avaliação. Atualmente muitas escolas em seu quadro de colaboradores tem o profissional psicopedagogo ou especialista em psicopedagogia, sendo pedagogo ou psicólogo escolar. E geralmente são eles responsáveis pela avaliação e intervenção psicopedagógica no contexto educacional. Normalmente o contexto de avaliação é o próprio ambiente escolar. E como profissional que trabalho nesse ambiente. Quando o profissional está inserido no contexto da criança ou adolescente que será avaliado, acredito ter um ponto positivo, pois estamos onde na maioria das vezes percebe as dificuldades de aprendizagem. Pois é no contexto educacional que temos a presença de inúmeros estudantes que não acompanham o ritmo acadêmico da turma e por isso são encaminhados para avaliação psicopedagógica. E como acontece o processo de avaliação psicopedagógica no contexto educacional? Geralmente a queixa vem do professor da criança ou adolescente. Os motivos são variados: dificuldade na aprendizagem da leitura, da escrita, em cálculos matemáticos, baixo rendimento escolar, multirrepetência, hiperatividade, problemas emocionais, comportamentais, cognitivos, como: memória, atenção, compreensão, entre tantos outros motivos. No entanto, por estar no ambiente escolar, é preciso ter cautela, para que a criança ou adolescente que está em avaliação, não seja rotulado como uma pessoa com dificuldades de aprendizagem, e muito menos diagnosticado antecipadamente, sem o relatório médico. A avaliação psicopedagógica precisa ser norteador para o médico e também para a intervenção que poderá ser realizada. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 96 Mas como pode ser a avaliação no ambiente escolar? Para o processo de avaliação, quase sempre fazemos o uso das ferramentas que utiliza-se na prática clínica, claro que de forma adaptada para a área educacional. Aqui vou apresentar um modelo que costumo realizar na escola em que atuo há muitos anos: Após receber a queixa do professor, que formalizamos por meio de uma ficha de encaminhamento, no qual o professor preenche falando sobre os desafios apresentados pela criança ou adolescente, como é em sala de aula, o que já aprendeu, entre outros; Segundo passo é entrar em contato com a família, para conhecer a relação familiar, o que a família acha do encaminhamento do professor, e se autoriza a avaliação. Geralmente a avaliação acontece no contra turno, para não atrapalhar o momento de aula. Nessa conversa com os pais, já realizamos a anamnese e explicamos todo o processo; Terceiro passo, é o planejamento da avaliação de acordo com a queixa do professor e com os dados colhidos pela família; Quarto passo é o início da avaliação em si. Nesse primeiro momento com a criança, explicamos como será, apresentamos nossa sala, e realizamos os testes de leitura, escrita e outros; Nos próximos 3 encontros continuamos a avaliação realizando provas, testes e outros. Em alguns casos, ainda fazemos uso de testes psicológicos (claro se na equipetiver psicólogo). Depois da avaliação escrevemos o relatório ou parecer psicopedagógico; O documento produzido é entregue a família em formato de devolutiva, bem como também ao professor que encaminhou. Após todo esse processo, a criança ou adolescente pode ser atendido na escola pela equipe psicopedagógica semanalmente, para intervenção. E então Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 97 elaboramos um plano interventivo. Assim, como também assessoramos o professor da criança ou adolescente de como pode intervir em sala de aula. Importante salientar que, já existem escolas com modelos diferentes de atendimentos, algumas possuem uma equipe especializada composta por pedagogo e psicólogo escolar, para trabalhar com crianças e adolescentes com Transtornos Funcionais Específicos e outro profissional na mesma escola que trabalham com crianças com diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista- TEA e deficiências: física, intelectual, auditiva e visual. Isso já acontece em escolas públicas do Distrito Federal-DF. Mas em outras escolas, e estados brasileiros existe o profissional ou equipe multidisciplinar que realiza a avaliação e intervenção psicopedagógica. Elaboração do PEI O Plano Educacional Individualizado, mais conhecido pela sigla PEI, é um documento elaborado pelo professor a partir de uma avaliação de uma criança ou adolescente com necessidade educacional específica. Como já fora dito o plano é elaborado a partir da avaliação psicopedagógica de acordo com as necessidades, potencialidades e desafios de crianças ou adolescentes com deficiências, transtornos globais de desenvolvimento, até mesmo altas habilidades/Superdotação ou com outras dificuldades de aprendizagem. Importante salientar que o PEI é único para cada aluno, o PEI visa registrar esse caráter individual de cada aluno para que, usando estratégias adequadas, ele possa aprender, assim como os outros estudantes, no ensino regular. O PEI precisa ser aprovado pelo responsável quando criança ou adolescente e deve ser revisado periodicamente, a fim de que o professor possa acompanhar o desenvolvimento do aluno e mudar as estratégias conforme observação em sala de aula e no convívio desse aluno com a comunidade escolar. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 98 Conforme a Instrução normativa PRE/IFSP nº 001, de 20 de março de 2017, o PEI é composto de informações gerais sobre o estudante, de sugestões de encaminhamentos e de um programa pedagógico. Mas como elaborar um PEI? A construção do PEI consiste em quatro etapas: Conhecer o Aluno: Traçar um perfil com suas habilidade e necessidades. Conhecer sua história, seus gostos, seus conhecimentos já adquiridos e o que ele precisa aprender; Estabelecer Metas: Nesta etapa, você deve definir as metas de curto, médio e longo prazo. Avaliar o que a criança deve aprender em cada espaço de tempo a partir do seu perfil; Elaboração do Cronograma: Com as metas traçadas, você precisa definir como e quando elas serão executadas; Avaliação: Você precisa realizar o Registro Avaliativo do aluno organizando os procedimentos e avaliando as metas alcançadas. Para a construção do Plano Educacional Individualizado por meio de estratégias de ensino específicas pauta-se no plano educacional da turma. Por isso utiliza as estratégias gerais para atingir metas específicas como também auxiliar na produção de materiais de modo a colaborar com a aprendizagem da criança ou adolescente. Sendo assim, todos os conteúdos delimitados para serem trabalhados com a turma devem ser inclusos no PEI, como também foram elencados os mesmos objetivos. Pois é partir dos objetivos gerais que alguns serão selecionados para focar na intervenção. O que deve ter no PEI (BARBOSA & CARVALHO, 2019): Identificação da criança ou adolescente: precisa conter todos os dados que identificam o aluno, além dos nomes e assinaturas dos pais e/ou responsáveis, data de ingresso na escola, data da elaboração do plano, entre outros; Relato básico da criança ou adolescente: retrata a história de vida da criança ou adolescente, o seu percurso escolar, e etc; Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 99 Necessidades Educacionais Especiais: são as necessidades educacionais próprias do estudante em decorrência da sua deficiência ou dificuldade; Habilidades, potencialidades, afinidades, interesses e dificuldades: tudo isso encontra-se no relatório de avaliação psicopedagógica; Objetivos e metas: aquilo que deve ser alcançado e em quanto tempo; Metodologias e materiais de apoio: quais metodologias serão usadas, e quais materiais serão utilizados; Critérios e métodos de avaliação: avaliação do processo, lembrando de comparar a criança e o adolescente com ele mesmo; Revisão e reformulação do PEI: o documento precisa ser revisado e reescrito, se necessário. Lembrando: O PEI é um documento dinâmico e flexível e pode ser revisitado e reelaborado sempre que preciso. É preciso que quando elaborado tenha a data para avaliar, podendo ser a cada bimestre, semestre, conforme com quem elaborou. Ao realizar pesquisas na internet encontramos vários modelos, e até mesmo como preencher. Faça sempre com atenção e pensando no melhor desenvolvimento e aprendizagem da criança e adolescente. O trabalho do Atendimento Educacional Especializado- AEE, Adequação Curricular e Inclusão. No tópico anterior falamos sobre o documento PEI, que pode também ser elaborado pelo professor do Atendimento Educacional Especializado, em conjunto com o professor regente. O Atendimento Educacional Especializado- AEE é compreendido como um conjunto de atividades, serviços e recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucional e continuamente, para complementar ou suplementar à formação dos estudantes com deficiências, transtorno do espectro autista e Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 100 altas habilidades/superdotação no ensino comum, com vistas à autonomia e independência. As atividades desenvolvidas pelo AEE diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização (BRASIL, 2015a). Para desenvolver as atividades propostas no AEE os professores devem ter como base de sua formação, inicial e continuada, conhecimentos que os habilitem para o exercício da docência e formação específica para na área da Educação Especial. A oferta do AEE deve acontecer nas salas de recursos multifuncionais (SRM), que são ambientes dotados de mobiliário, equipamentos e materiais didáticos (BRASIL, 2010). Os encontros das crianças com o professor do AEE acontecem em períodos específicos por semana, no contraturno. Em outros momentos, o profissional também deve realizar um diálogo constante com professores e estudantes. Esse trabalho deve estar previsto no Projeto Político Pedagógico de cada escola e organizado pelo conjunto de profissionais: gestores escolares, secretaria de Educação e educadores. Importante destacar que o trabalho do professor do AEE tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela. Consideram-se serviços e recursos da educação especial àqueles que asseguram condições de acesso ao currículo por meio da promoção da acessibilidade aos materiais didáticos, aos espaços e equipamentos, aos sistemasde comunicação e informação e ao conjunto das atividades escolares. São atribuições do professor do atendimento educacional especializado, (BRASIL, 2010): Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 101 Identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de acessibilidade e estratégias considerando as necessidades específicas dos alunos público-alvo da educação especial; Elaborar e executar plano de atendimento educacional especializado, avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade; Organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos multifuncional; Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros ambientes da escola; Estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e na disponibilização de recursos de acessibilidade; Orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade utilizados pelo aluno; Ensinar e usar recursos de Tecnologia Assistiva, tais como: as tecnologias da informação e comunicação, a comunicação alternativa e aumentativa, a informática acessível, o soroban, os recursos ópticos e não ópticos, os softwares específicos, os códigos e linguagens, as atividades de orientação e mobilidade entre outros; de forma a ampliar habilidades funcionais dos alunos, promovendo autonomia, atividade e participação. Estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando a disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares. Promover atividades e espaços de participação da família e a interface com os serviços setoriais da saúde, da assistência social, entre outros. Nesse sentido o professor do AEE, juntamente com o professor regente da criança ou adolescente elaboram adequações curriculares que são compreendidas como medidas pedagógicas que se destinam ao atendimento Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 102 dos estudantes com necessidades educacionais especiais de modo a favorecer a sua escolarização. As adequações curriculares correspondem ao conjunto de modificações nos elementos físicos e materiais do ensino, bem como aos recursos pessoais do professor e ao seu preparo para trabalhar com os estudantes. Essas adequações são definidas como alterações ou recursos especiais, materiais ou de comunicação voltados a facilitar a aplicação do currículo escolar de forma mais compatível com as características específicas do estudante (DISTRITO FEDERAL, 2010). Essas medidas focalizam a diversidade da população escolar e pressupõem o tratamento diferenciado como ação estratégica na propagação da igualdade de oportunidades educacionais. Por isso em relação às especificidades das adequações curriculares, é necessário atentar-se às habilidades adaptativas e à funcionalidade do estudante, a fim de definir quais aspectos necessitam sofrer alterações, de quais formas e com qual intensidade devem ser estabelecidas. É importante salientar que as adequações curriculares não dizem respeito em qual turma onde o estudante está inserido (classe inclusiva, classe especial ou instituição educacional especializada), mas à necessidade educacional especial apresentada por ele. Independentemente da intensidade, toda e qualquer adequação que se fizer necessária, torna-se relevante. Isso porque essas adequações são imprescindíveis para o processo de ensino e de aprendizagem (DISTRITO FEDERAL, 2010). Para elaboração da adequação curricular é imprescindível conhecer o estudante deve-se observá-lo a fim de que possa saber como ele pensa, sente, se relaciona, deseja, cria, recria e constrói sua própria história. Portanto, nas instituições educacionais, deve ser oferecido um currículo que respeite as necessidades dos estudantes, pois, somente assim, ele conseguirá desenvolvê- lo com eficiência e interesse (DISTRITO FEDERAL, 2010). No processo de elaboração da adequação é preciso seguir alguns elementos como: organizativa (organização da sala, e de materiais didáticos); Objetivos e conteúdos (prioridade de áreas e conteúdo de acordo com a Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 103 funcionalidade; Avaliativas (instrumentos e técnicas para avaliação); Procedimentos Didáticos e Atividades de Ensino-Aprendizagem (adaptação aos métodos, duração das atividades propostas) (DISTRITO FEDERAL, 2010). Mediante ao que foi apresentado sobre o professor do AEE e das atividades em que precisa atuar, importante destacar que todo seu trabalho contribui para o processo de inclusão escolar, que tem como objetivo garantir o direito de todos a educação. Oportunizando e valorizando as diferenças, contemplando as diversidades, com a intenção de garantir a participação de todos, sem exceção. A luta pela inclusão escolar é histórica, fazendo um breve resgate ao longo da década de 90, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e movimentos sociais em defesa dos direitos das pessoas com deficiência se mobilizaram em torno desse tema, resultando na publicação de importantes documentos. Desde a Declaração de Salamanca (1994) até a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2006 e incorporada à Constituição federal, na forma da Lei Brasileira de Inclusão (LBI), em 2015, um amplo cobertor legal se formou para amparar o combate à segregação e ao capacitismo. A LBI é uma grande conquista, definindo a deficiência como atributo que não pode ser descolado do contexto, uma vez que se dá na interação de uma pessoa que possui uma ou mais características que divergem do padrão com barreiras. Em outras palavras, a deficiência – seja ela de que ordem for – só existe na relação com um mundo repleto de impedimentos para a plena inclusão da pessoa que a possui. A inclusão garante direitos e promove a aprendizagem, estimulando a autonomia e a independência das pessoas com deficiência em todas as fases da vida. Dessa forma, o Brasil estabeleceu na Meta 4 do Plano Nacional de Educação o objetivo de universalizar para a população de 4 a 17 anos com deficiência o acesso à educação de acordo com o modelo de inclusão. A abordagem prioriza o direito de todos os estudantes frequentarem as salas regulares, combatendo qualquer discriminação Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 104 O professor do Atendimento Educacional Especializado é um dos atores para que a inclusão escolar aconteça, mas toda a escola, precisa estar envolvida nesse projeto. Por isso inclusão escolar precisa sempre ser pauta na escola em que atua e precisa constar nos documentos escolares, na formação continuada dos professores e na prática do dia a dia. Mediação junto a Equipe Escolar, atuação em casos de violência, bullying e evasão escolar O profissional ou especialista em psicopedagogia pode atuar no contexto educacional, não somente na avaliação e intervenção psicopedagógica. De forma institucional o profissional pode atuar na colaboração junto a equipe escolar, com elaboração de estratégias pedagógicas para escola, no assessoramento aos professores, no auxílio na construção de documentos pedagógicos da escola, entre outras atividades que pode ser exercida pelo profissional de psicopedagogia. O profissional também pode atuar em casos de violência, bullying e evasão na escola, com projeto voltadosa prevenção. Sabemos que a violência permeia o ambiente escolar, e por vezes é nele que se manifesta, por isso o profissional em psicopedagoga pode atuar por meio de projetos que possam prevenir. Assim como também em casos de bullying e cyberbullying que vem aumentando consideravelmente no ambiente escolar. Trabalhar com projetos, utilizando exemplos, as consequências e propor uma campanha juntos as crianças e adolescentes. Além disso, o psicopedagogo pode atuar com a evasão escolar, principalmente, nesse momento, em que voltamos as aulas semi presencias e presencias. Realizando busca ativa e enfatizando a importância da escola. No ambiente escolar o psicopedagogo tem uma gama de projetos, trabalhos para realizar, aproveite a sua criatividade e faça a diferença no processo de ensino e aprendizagem dos estudantes. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 105 3-Hospitalar: A atuação e papel do Psicopedagogo no contexto hospitalar e humanização da saúde O profissional de psicopedagogia, como já fora dito pode atuar além da psicopedagogia clínica e escolar, que são as áreas mais comuns. Além delas existe a atuação do psicopedagogo na área hospitalar e também empresarial (que falaremos na próxima aula). Diante o processo de ensino aprendizagem, que acontece em todos os lugares, o ambiente hospitalar muitas vezes também de aprendizagem, muitas crianças ou até mesmo adultos permanecem muito tempo hospitalizado e por vezes precisa de avaliação psicopedagógica e intervenção. Por isso o psicopedagogo no ambiente hospitalar tem como foco principal auxiliar os processos de aprendizagens e também o desenvolvimento cognitivo, emocional e educacional, favorecendo a recuperação da pessoa. A oferta do trabalho psicopedagógico no ambiente hospitalar deve ser pensada com cautela, pois não pode ser reduzido à mera transferência das práticas do ensino regular ao ensino hospitalar, considerando as diferentes demandas dos diversos alunos-pacientes. Assim como a área hospitalar que atuando diretamente no desenvolvimento cognitivo, afetivo e educacional favorece a recuperação do indivíduo que se encontra enfermo e distante da escola, evitando um futuro fracasso escolar, e intervindo nas dificuldades de aprendizagem encontradas durante as sessões feitas no decorrer do período de internamento, como salienta Pereira (2015). Para tanto, precisamos falar também sobre a humanização no contexto da saúde. Importante destacar que humanizar é proporcionar uma condição humana, isto é, tornar um ambiente mais agradável, que possa desenvolver uma escuta sensível, como traz Pereira (2015), humanizar a forma de ver as coisas com carinho, compaixão e domínio emocional, isso não quer dizer que devemos olhar para essas crianças, adolescentes, ou adultos com pena, mas ter a sensibilidade e a compreensão para ajudá-las de forma que ele supere suas dificuldades e obstáculos. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 106 De acordo com Porto (2008) o ambiente hospitalar exclui atividades da rotina de qualquer pessoa seja ela criança, adolescente, adulto ou idoso. A singularidade de cada sujeito fica restrito a um número de prontuário, número da enfermaria e leito. Por isso, Psicopedagogia no contexto hospitalar visa promover o desenvolvimento não apenas na área cognitiva por meio de atividades psicopedagógicas, como por exemplo, a ciências, história, matemática, escrita e leitura, como também trabalham a criança ou o adolescente com o aspecto afetivo, gerando uma interação com o meio e com o próximo, por intermédio de jogos psicopedagógicos e brincadeiras lúdicas. Mas no ambiente hospitalar, pode realizar avaliação e intervenção? Sim, pode! Pode-se criar todo um planejamento de avaliação de acordo com a demanda e pode utilizar as ferramentas e instrumentos já apresentado aqui no nosso curso. E na intervenção o psicopedagogo precisa estar atento a detalhes pequenos, mas que se tornam riquíssimos na hora da tomada de decisão e principalmente quando se trata de um âmbito hospitalar, como ficou bem claro, que não se tem muito tempo para agir em uma intervenção com crianças em espaço hospitalar. Um outo fator é que um profissional só terá êxito em suas intervenções se tiver um olhar humanizado isso leva a um trabalho eficaz com qualidade e profissionalismo como já destacou Pereira (2015) em seu trabalho. O processo de aprendizagem no contexto de internação e práticas psicopedagógicas Sabemos que o ambiente hospitalar não é um ambiente mais promissor para promovermos a aprendizagem, porém apesar de ser um contexto em que se lembra o tempo inteiro de adoecimento, sofrimento. O trabalho do psicopedagogo pode ser um “oásis” nesse ambiente. A Psicopedagogia hospitalar é um ramo da educação que proporciona a criança e ou adolescente hospitalizado uma recuperação mais aliviada através de atividades lúdicas, pedagógicas e recreativas, ou seja, uma forma de humanizar, de tornando mais prazeroso aquele ambiente pesado que na maioria Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 107 das vezes traz infelicidade para as crianças. Sabemos que a felicidade não é sempre as vinte e quatro horas do dia, mais em contrapartida a importância de levar alguns momentos de felicidade para os mesmos é grandiosa. Por isso a necessidade do pedagogo e do psicopedagogo é de suma importância dentro dos parâmetros educacionais e sociais, no entanto o trabalho destes profissionais ainda tem muito a ser estudado na unidade de saúde (PEREIRA,2015). Importante salientar que o profissional que buscar atuar na área, tenha qualificação, formação e habilidades e além disso, tenha o prazer de trabalhar no ambiente de hospital, no qual lidará com boas e más notícias. Para que exista um processo educativo no ambiente hospitalar é preciso uma elaboração cuidadosa atendendo-se para as circunstancias educacional do desenvolvimento no aluno paciente (PEREIRA,2015). Diante um cenário humanizador se faz necessário a intervenção psicopedagógica, para um melhor rendimento de crianças e adolescentes em um ambiente hospitalar, logo a intervenção de um psicopedagogo é relevante para transformar sofrimento de angústia e solidão em possibilidades de melhorias e incentivo para um desempenho educacional (DAVI, 2019). Nesse sentido as práticas psicopedagógicas no ambiente hospitalar visa reduzir todo ócio que envolve as crianças e adolescentes enfermos, já que o uso do lúdico estimula a criatividade e proporciona a socialização, outras alternativas também são consideradas no processo de aprendizagem de crianças, como o uso de brinquedotecas, musicas, teatros, demonstrando uma pedagogia transformadora em prol da saúde e bem-estar dessas crianças (PORTO, 2008) Porto (2008) ainda salienta que no processo de hospitalização é importante a atuação do psicopedagogo que, por ser um profissional interdisciplinar está apto a executar atividades diversas, bem como, promover a autoestima e direcionar caminhos para que o hospitalizado consiga conviver com suas limitações e dificuldades devido a enfermidade. Existe a necessidade de uma equipe para acompanhar, direta ou indiretamente, todo o processo de internação, que em geral são enfrentadas de forma diferente por cada indivíduo hospitalizado. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 108 Logo nota-se que psicopedagogos podem contribuir consideravelmente com indivíduos hospitalizados, promovendo o autoconhecimento, desenvolvimento da autonomia e responsabilidade no tratamento promovendo a saúde e bem-estar do enfermo, proporcionando aprendizadosobre si, estimulando melhorias em sua qualidade de vida (DAVI, 2019). Importante salientar que a proposta de um atendimento pedagógico dentro de um hospital necessita de um ambiente adequado para este atendimento. Uma vez que necessita de um ambiente adaptado para que a criança hospitalizada possa explorá-lo e interagir da melhor maneira possível, conforme suas demandas internas. E assim sendo um paciente com essa assistência de um psicopedagogo poderá ter uma melhora significativa da experiência de uma internação (DAVI, 2019). Lembrando que o processo de hospitalização é bastante complicado e doloroso esse torna ainda mais difícil para uma criança, por ser um ambiente de corredores obscuro, com processos cirúrgicos, exames laboratoriais, com aplicação de soro, este se torna um ambiente informal, embora a sala hospitalar tente transmitir um ensino formal de educação não se pode fugir da realidade, mas amenizar esta situação traz uma diferença tamanha e a aprendizagem acontece sem que o aluno paciente se dê conta (PEREIRA, 2015). Portanto, se desejam trabalhar na área de psicopedagogia hospitalar, procurem se especializar, pois é fundamental, é um ambiente desafiador, porém como muitos trazem em sua fala, é também um trabalho gratificante. 4-Empresarial: Atuação e papel do Psicopedagogo no contexto organizacional e os diversos setores de trabalho. Sabemos que as organizações e empresas estão passando por muitas transformações, principalmente nesse momento, em que estamos enfrentando a pandemia do Coronavírus. No qual tivemos que nos reinventar, aprender uma nova forma de trabalhar e também de nos relacionar, já que muitos começaram Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 109 a trabalhar em home-office, outros continuaram a trabalhar presencial, e ainda aqueles que estão no trabalho híbrido. Diante de tudo o que está acontecendo, o que pode vir a acontecer e de como as organizações são dinâmicas, venho nesse tópico falar sobre o trabalho da psicopedagogia empresarial ou organizacional. No entanto, nota-se o quanto a empresarial no Brasil é pouco disseminada e estudada. São poucas organizações que tem a presença de profissionais da psicopedagogia em seu quadro de colaboradores. Ressalta-se que o profissional psicopedagogo nas organizações tem condições de atuar em pelo menos dois setores, ressalvada a peculiaridade de cada empresa: o departamento de Recursos Humanos e o departamento de Educação Corporativa ou de Treinamento e Desenvolvimento, como ressalta Miranda e Garcia (2015). Você deve estar se perguntando, como pode ser o trabalho do profissional em psicopedagogia no contexto empresarial/organizacional? Em que ele atua? Qual é o público –alvo? A função do psicopedagogo empresarial/organizacional é promover o desenvolvimento e avaliar ações quanto à aprendizagem do indivíduo no contexto grupal, facilitando a construção e o compartilhamento do conhecimento coletivo, incentivando novas formas de relacionamentos, criando harmonia entre gestores e colaboradores, podendo atuar junto ao profissional de RH, assumindo um papel importante, avaliando e controlando a aprendizagem, favorecendo a qualidade nos processos de recrutamento, seleção e organização de pessoal, bem como levantando o diagnostico organizacional, dando subsídios significativos e perfis específicos e estabelecendo princípios didáticos aos treinamentos. É utilizar possibilidades criativas e eficazes através da reflexão grupal, conseguir uma real transformação do indivíduo, e isso é aprendizagem (GERVASIO; RODRIGUES,2014). De acordo com Bossa (2011, p.48) o psicopedagogo pode “realizar processos de orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo”. Sua atuação reside na análise dos fatores em que ocorre o aprendizado, bem como dos que podem dificultá-lo, para poder construir seu modelo de intervenção, seja ele individual ou grupal. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 110 O psicopedagogo na empresa poderá intervir também em problemas de concentração, como por exemplo: organizar tarefas do dia a dia, arquivos, eventos, e tarefas que requeiram atenção concentrada, nos erros que advêm da incorreta compreensão de uma orientação -intervir tanto com o colaborador que orienta como com o orientado, apresentações em grupo pertinentes à rotina do trabalho, dentre outras, conforme a dinâmica de ações que fazem parte da cultura organizacional da empresa (MIRANDA;GARCIA, 2015). O profissional em psicopedagogia, pode ainda trabalhar em outras áreas da empresa além das já citadas, pode atuar no setor de prevenção e promoção de saúde, em campanhas no ambiente organizacional, oferecendo palestras, workshops dentre outros. Além disso pode atuar ainda com projeto de acolhimento com os colaborados portadores de deficiência, colaborando no processo de ensino e aprendizagem. Alguns estudiosos destacam que o psicopedagogo empresarial pode atuar em duas linhas no contexto das organizações: preventiva e terapêutica, sendo que a preventiva desempenha uma prática docente, envolvendo a preparação de vários profissionais da empresa ou atuar dentro da própria empresa. Na linha terapêutica, o psicopedagogo empresarial trata das dificuldades de aprendizagem diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas, orientando líderes e gerentes, estabelecendo contato com profissionais das áreas, pois tais dificuldades são multifatoriais em sua origem e, muitas vezes no seu tratamento. Avaliação e intervenção no comportamento, habilidades sociais, cognitivas, inteligência emocional e psicopatologias O profissional em psicopedagogia pode atuar ainda no processo de avaliação e intervenção nos comportamentos, nas habilidades sociais e cognitivas. A avaliação pode voltar-se para a apreciação de aspectos psicomotor-perceptivo, linguísticos cognitivos do indivíduo, tendo em vista as dificuldades que se apresentam e buscam a compreensão do significado dos sintomas de aprendizagem na organização da personalidade do indivíduo e seu contexto social. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 111 No processo de intervenção o psicopedagogo pode adequar as estratégias a serem utilizadas, diante ao que foi avaliado e observado. Por vezes envolve em situações complexas, por isso é preciso que o psicopedagogo tenha conhecimentos sobre funcionamento de grupos, o histórico e cultura de organização, como também, o desenvolvimento administrativo, bem como o equilíbrio emocional e um código de ética profissional muito bem elaborado e dirigido, pois trabalhar com grupos e estar permanentemente administrando conflitos (GERVASIO; RODRIGUES,2014). Outro aspecto que o psicopedagogo pode trabalhar e até interdisciplinarmente é com a Inteligência Emocional, em muitos momentos dentro de uma organização, colaboradores passam por situações em que interferem na sua produção e aprendizagem, pois somos sujeitos dotados se emoções e sentimentos, e por vezes a não resolução de problemas ou conflitos entre colegas de trabalho, ou questões pessoas podem ser afetar. E e aí que entra o trabalho do psicopedagogo, procurar compreender o que está acontecendo e elaborar estratégias para que o colaborador ou relações não sejam afetadas. Além das áreas de atuação já citadas, o profissional de psicopedagogia pode atuar junto a colaboradores que apresentam diagnóstico de alguma psicopatologia e que realiza acompanhamento. De forma ética e com estratégias especificas para cada colaborador. Também pode atuar com grupos, palestras, informes sobre e principalmente no processo de acolhimento. Já que o ambiente organizacional, por vezespode ter sido o gatilho adoecedor. Por isso é preciso também ter conhecimento das psicopatologias. Programa de Transição Outra área de atuação do profissional de psicopedagogia, são os programas de transição que podem ser oferecidos pelas empresas. No qual o psicopedagogo, pode atuar com outros profissionais. O programa de transição pode depender de cada organização, algumas realizam para pessoas que estão próximas a se aposentar, outros para transição de carreira (troca de cargo). Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 112 O trabalho do psicopedagogo costuma ser bem pontual, no processo de escuta, acolhimento e de estratégias para se trabalhar de acordo com a demanda. Por fim, o psicopedagogo empresarial/organizacional em como finalidade estimular o desenvolvimento de relações interpessoais, o estabelecimento de vínculos, a utilização de métodos de compatíveis com as mais recentes concepções a respeito desse processo. Procura envolver equipes de colaboradores, ajudando-os a ampliar o olhar em torno da empresa e circunstancias de produção do conhecimento, ajudando o empregado a superar os obstáculos que se interpõem ao pleno domínio das ferramentas necessárias à leitura do mundo. Nesse sentido, o psicopedagogo empresarial/organizacional não só contribuirá com o desenvolvimento dos colaboradores, como também contribuirá com a evolução da empresa. CONCLUSÃO E chegamos ao final do nosso curso, e quanto material e aprendizagens aconteceram por aqui, não é? Espero que tenham gostado do curso de avaliação e intervenção psicopedagógica. O objetivo do curso era de proporcionar e instrumentalizar você para atuar na área de forma, clara e prática. Que você possa planejar a sua avaliação da melhor maneira possível e que a intervenção seja bem pensada de acordo com os resultados colhidos na avaliação. Iniciamos o curso falando sobre a definição, passando pelas dificuldades de aprendizagem, seguindo para como elaborar uma avaliação. Trouxe ainda os principais teóricos e exemplos de avaliação. Falamos sobre os principais Transtornos Funcionais Específicos e sobre Transtorno do Espectro Autista e outras deficiências. Em relação a sugestões de intervenção trouxemos várias sugestões, estratégias, instrumentos de intervenção como o Piafex e a ginástica cerebral. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 113 Ainda trouxemos as principais práticas psicopedagógicas nas áreas: clínica, educacional, hospitalar e empresarial. Áreas de atuação da psicopedagogia. Agora é com vocês, coloquem o conhecimento aprendido em prática e desejo uma ótima atuação e trabalho. Um abraço afetuoso e até breve. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 114 REFERÊNCIAS: ACAMPORA, Bianca. Psicopedagogia clínica: o despertar das potencialidades. 4ºed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2019. ALVES, Adriano de Souza. Et al. Aplicação Das Provas Piagetianas Para Avaliação Do Processo Cognitivo Da Criança No Contexto Escolar: Um Relato de Caso. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 03, Vol. 04, pp. 77-93. Março de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/provas-piagetianas= BARBOSA, Priscila de Souza. Dificuldades de Aprendizagem. 2015. Disponível em: <oincrivelze.com. br/ >. Acesso em: 27 de outubro de 2021. BARBOSA, Vânia Benvenuti; CARVALHO, Marcos Pavani de. Conhecimentos necessários para elaborar o Pano Educacional Individualizado. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais. Rio Pomba, 2019. BRASIL. 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Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. 14ª ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2012. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 118 Anexos Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 119 Modelo de Anamnese Entrevista de Anamnese Data: ____/____/______ 1.Dados de Identificação: Nome: _________________________________________________________ Data de nascimento: ________/_________/ ________. Idade: ___________ Naturalidade: ___________________ Nome da mãe: ___________________________________________________ Nome do pai: ____________________________________________________ Responsável: ____________________________________________________ Endereço Residencial: _____________________________________________ Telefones: ______________________________________________________ 2.Motivo da queixa para avaliação psicopedagógica: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 3.Indicativos de algum diagnóstico, qual? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 4.Realiza atendimento complementares, onde? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 120 5.Concepção: Idades do pais na época: Mãe:______ Pai:_______ Número de gestações anteriores: _________________________ Algum aborto: ______________ 6. Gestação e parto: Realizou o pré natal?: ( ) Sim ( ) Não Apresentou alguma intercorrência: ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Fez algum tipo de cirurgia: ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Alguma doença durante a gestação: ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Fez uso de alguma medicação: ( ) Sim ( ) Não Se sim qual? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Relate como se sentiu ao longo da gestação: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 121 Fale sobre o parto, de quantas semanas, como foi o parto, passou por alguma intercorrência? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Como estava a condição da criança ao nascer? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 7.Alimentação: Amamentou: ( ) Sim ( ) Não Se sim, por quanto tempo:__________________________________________ Com quantos meses iniciou a alimentação pastosa:______________________ E alimentos sólidos: _______________________________________________ Faz uso do copo: ( ) Sim ( ) Não Como está alimentação atual: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Preferência alimentar, por: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Alergia de algum alimento: ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________8.Histórico da Infância: Alguma doença: ( ) Sim ( ) Não Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 122 Se sim quais? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Precisou de internação: ( ) Sim ( ) Não Se sim, por qual motivo e quanto tempo? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Já apresentou convulsões? ( ) Sim ( ) Não Se sim, quando e como foi? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Alguma cirurgia: ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 9.Sono Como é o sono? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 10.Desenvolvimento psicomotor Com qual idade sustentou a cabeça, sentou, engatinhou e andou? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Com qual mão costuma pegar os objetos: _____________________________ Apresenta alguma dificuldade motora, qual? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 123 11. Controle de esfíncteres: Faz uso de fralda? ( ) Sim ( ) Não Se sim, em que momentos: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Se não, em que momento deixou de usar a fralda: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 12. Linguagem e Comunicação: Iniciou os Balbucios: ______________________________________________ As primeiras palavras: _____________________________________________ Demorou a falar: ( ) Sim ( ) Não: _________________________________ Apresentou ou apresenta algum desafio na fala: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Faz uso de outro para se comunicar. ( ) Sim ( ) Não Se sim, como isso acontece: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Comunica-se por choro: ( ) Sim ( ) Não Fala compreensível: ( ) Sim ( ) Não Compreende comandos simples: ( ) Sim ( ) Não Apresenta sialorréia: ( ) Sim ( ) Não Apresenta alguma mania, ou esteriotipia: ( )Sim ( ) Não Se sim, qual: ____________________________________________________ Tem birras com frequência: ( ) Sim ( ) Não Se sim, como é a birra: ____________________________________________ 13. Escolaridade: Com qual idade ingressou a escola: __________________________________ Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 124 Como foi a adaptação: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Já encontra-se alfabetizado: _______________________________________________________________ Já mudou de escola? Quais? Em que séries e com qual idade? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Em qual escola estuda atualmente: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Local: __________________________________________________________ Série e turno: ____________________________________________________ Nome do professor atual:___________________________________________ Coordenador: ____________________________________________________ Realiza tarefas sozinho (a)? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Que ajuda a criança nas tarefas quando e preciso: ______________________ _______________________________________________________________ Já foi reprovado? Se sim, qual série e quando? _________________________ _______________________________________________________________ Relate algum fato importante que aconteceu na vida escolar do seu filho ou filha: ___________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Quais são as queixas mais frequentes: ________________________________ _______________________________________________________________ Apresenta dificuldades na leitura: ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual? ____________________________________________________ _______________________________________________________________ Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 125 Dificuldade na escrita: ( ) Sim ( ) Não Se sim,qual? ____________________________________________________ _______________________________________________________________ Coordenação motora: ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Em matemática: ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual? ___________________________________________________ _______________________________________________________________ Esquece o que aprende: ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual? ____________________________________________________ _______________________________________________________________ Como é a letra?__________________________________________________ _______________________________________________________________ Apresenta atenção para realizar as atividades? _________________________ _______________________________________________________________ O que reconhece: ( ) Cores, quais: ______________________________________________ ( ) Números, quais: ____________________________________________ ( ) Dinheiro, quais notas: _________________________________________ ( ) Letras do alfabeto, quais: ______________________________________ ( ) Meses do ano, quais: _________________________________________ _______________________________________________________________ ( )Dias da semana, quais: _________________________________________ _______________________________________________________________ Faz uso da tesoura de forma funcional: _______________________________ 14. Comportamento: Como é humor habitual: ____________________________________________ _______________________________________________________________ Prefere brincar sozinho ou em grupos? ________________________________ Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 126 _______________________________________________________________ _______________________________________________________________Estranha mudanças de ambiente? ___________________________________ _______________________________________________________________ Adapta-se facilmente ao meio? ______________________________________ _______________________________________________________________ Aceita regras: ____________________________________________________ _______________________________________________________________ Apresenta apatia, teimosia ou agressividade: ___________________________ _______________________________________________________________ Apresenta algum medo? ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual? ____________________________________________________ Quais as brincadeiras e brinquedos preferidos: _________________________ _______________________________________________________________ Como se comporta quando está sozinha: _______________________________________________________________ E quando está em família: _______________________________________________________________ Com pessoas desconhecidas: _______________________________________________________________ Com quem mais gosta de ficar e por quê? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ A criança já presenciou algum conflito familiar: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Tem amigo: _____________________________________________________ 15. Autonomia: A criança: ( ) veste-se sozinho ( ) tira a roupa sozinho Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 127 ( ) Toma banho sozinho ( ) Higieniza-se sozinho ( ) Calça sapato ou sandália sozinho ( ) Escova os dentes ( ) Alimenta-se sozinho ( ) Guarda os objetos sozinho Obs.: Se for adolescente ou adulto coloque a idade com quem realizou. 16. Visão, Audição: Apresenta algum problema de visão: _______________________________________________________________ Faz uso de óculos: _______________________________________________ Já realizou alguma cirurgia: _________________________________________ Apresenta algum problema de audição: _______________________________ Parece não ouvir quando é chamado: _________________________________ Já realizou exame de audiometria: ___________________________________ 17.Relacionamento: Como é o relacionamento com outras crianças: _________________________ _______________________________________________________________ Como é a relação como professores e colegas de sala de aula: ____________ _______________________________________________________________ Como é relação com os pais: _______________________________________ _______________________________________________________________ Com os irmãos: __________________________________________________ _______________________________________________________________ Quais são os hábitos de lazer da família: ______________________________ _______________________________________________________________ Fazem as refeições juntos:__________________________________________ _______________________________________________________________ Faz uso de alguma medicação: ( ) Sim ( ) Não Se sim, qual? ____________________________________________________ Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 128 18. Outros: Algo que não perguntei e que gostariam de falar: ________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura de um dos responsáveis: __________________________________ Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 129 SCALA SNAP-IV (Versão em português: (MATOS, P et al. Revista de Psiquiatria RS, v. 3, n. 28, p. 290-297, set./dez. 2006) Marque um X na coluna que melhor descreve o comportamento da criança ou adolescente. Nem um pouco Só um pouco Bastante Demais 1. Não consegue prestar muita atenção a detalhes, ou comete erros por descuido nos trabalhos da escola ou tarefas 2. Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades de lazer. 3. Parece não estar ouvindo quando se fala diretamente com ele. 4. Não segue instruções até o fim e não termina deveres de escola, tarefas ou obrigações. 5. Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades 6. Evita, não gosta ou se envolve contra a vontade, em tarefas que exigem esforço mental prolongado. 7. Perde coisas necessárias para atividades (brinquedos, deveres da escola, lápis ou livros) 8. Distrai-se com estímulos externos. 9. É esquecido em atividades do dia a dia. 10. Mexe com as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira 11. Sai do lugar na sala de aula ou em outras situações em que se espera que fique sentado. 12. Corre de um lado para o outro ou sobe demais nas coisas em situações em que isto é inapropriado. 13. Tem dificuldade em brincar ou envolver-se em atividades de lazer de forma calma. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 130 14. Não para ou frequentemente está a “mil por hora”. 15. Fala em excesso. 16. Responde perguntas de forma precipitada antes que elas tenham sido terminadas. 17. Tem dificuldade em esperar sua vez. 18. Interrompe os outros ou se intromete (nas conversas, jogos, etc.) Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 131 Escala para adultos de TDAH- ASRS-18 Mattos P, Segenreich D, Saboya E, Louzã M, Dias G, Romano M. Adaptação Transcultural para o Português da Escala Adult Self-Report Scale (ASRS-18, versão1.1) para avaliação de sintomas do Transtorno de Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH) em adultos. Revista Brasileira de Psiquiatria. Marque um X na coluna que melhor descreve o comportamento da criança ou adolescente. Nunca Raramente Algumas Vezes Frequen temente Muito Frequen temente Parte A 1. Com que frequência você comete erros por falta de atenção quando tem de trabalhar num projeto chato ou difícil? 2. Com que frequência você tem dificuldade para manter a atenção quando está fazendo um trabalho chato ou repetitivo? 3. Com que frequência você tem dificuldade para se concentrar no que as pessoas dizem, mesmo quando elas estão falando diretamente com você? 4. Com que frequência você deixa um projeto pela metade depois de já ter feito as partes mais difíceis? 5. Com que frequência você tem dificuldade para fazer um trabalho que exige organização? 6. Quando você precisa fazer algo que exige muita concentração, com que frequência você evita ou adia o início? 7. Com que frequência você coloca as coisas fora do lugar ou tem de dificuldade de encontrar as coisas em casa ou no trabalho? 8. Com que frequência você se distrai com atividades ou barulho a sua volta? 9. Com que frequência você tem dificuldade para lembrar de compromissos ou obrigações? Parte B 1. Com que frequência você fica se mexendo na cadeira ou balançando as mãos ou os pés quando precisa ficar sentado (a) por muito tempo? Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 1322. Com que frequência você se levanta da cadeira em reuniões ou em outras situações onde deveria ficar sentado (a)? 3.Com que frequência você se sente inquieto (a) ou agitado (a)? 4. Com que frequência você tem dificuldade para sossegar e relaxar quando tem tempo livre para você? 5. Com que frequência você se sente ativo (a) demais e necessitando fazer coisas, como se estivesse “com um motor ligado”? 6. Com que frequência você se pega falando demais em situações sociais? 7. Quando você está conversando, com que frequência você se pega terminando as frases das pessoas antes delas? 8. Com que frequência você tem dificuldade para esperar nas situações onde cada um tem a sua vez? 9. Com que frequência você interrompe os outros quando eles estão ocupados? Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 133 Escala de Avaliação e Transtornos de Comportamento Disruptivo para Pais e Professores. Criada por William E. Pelham Jr. Assinale nos quadros de acordo com o comportamento da criança Assertivas Nada= 0 Pouco=1 Muito =2 Demais=3 1. Frequentemente interrompe ou se intromete nas atividades dos outros (em geral as conversas ou atividades lúdicas e jogos) 2.Tem fugido de sua casa ou escola pelo menos 2 vezes quando ainda vive com seus pais ou cuidadores (ou uma vez sem retornar por um longo período) 3. Frequentemente argumenta desnecessariamente com adultos 4. Frequentemente para obter vantagens ou favores ou evitar obrigações. 5. Frequentemente inicia luta corporal ou brigas com seus parentes de casa. 6. Tem sido fisicamente cruel com as pessoas. 7. Fala excessivamente 8. Tem roubado itens ou coisas 9.Distrai-se facilmente por estímulos. 10. Frequentemente se engaja em atividades físicas perigosas sem considerar os riscos e sem noção de perigo. 11. Frequentemente mata aulas (antes dos 13 anos) 12. Inquietude excessiva com as mãos e os pés e durante postura sentada. 13. É rancorosamente vingativo. 14. Frequentemente usa linguagem obscena. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 134 15.F requente responsabiliza os outros pelos seus erros ou comportamentos inadequados 16. Tem deliberadamente destruído as propriedades dos outros. 17. Frequentemente desafia ou se recusa concordar com opiniões ou regras de adultos. 18. Parece frequentemente não atender quando se fala diretamente com ele(a). 19. Frequentemente responde precocemente antes das perguntas serem completadas. 20. Frequentemente inicia lutas físicas e brigas com pessoas que não conhece ou que vivem na sua escola ou vizinhança. 21. Frequentemente pula de uma atividade para outra. 22. Tem frequentemente dificuldade de participar uma atividade em silêncio. 23. Frequentemente falha em cumprir atividades que exigem observação de detalhes e comete erros na escola, em casa e/ou com os trabalhos. 24. Frequentemente emburra e aborrece por pouca coisa. 25. Frequentemente levanta ou anda em momentos em que se espera que fique sentado e tranquilo. 26. Frequentemente e sensível e facilmente se aborrece com os outros. 27. Frequentemente não segue instruções e fracassam em tarefas escolares, trabalhos da escola ou pesquisas no ambiente onde se faz estas atividades (mas não por comportamento opositivo ou porque não entendeu as instruções). Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 135 28. Temperamento explosivo facilmente. 29. Tem frequente dificuldade em sustentar a atenção em tarefas ou atividades lúdicas. 30.Tem dificuldade em esperar a sua vez. 31. Forçou ou força alguém a manter elações sexuais. 32. Aplica bullying, intimida ou ameaça as pessoas. 33. Frequentemente quer sempre chegar logo na frente e faz as coisas correndo. 34. Frequentemente perde coisas objetos necessários para tarefas e atividades (brinquedos, materiais escolares, lápis, livros ou instrumentos quaisquer). 35. Frequentemente se agita e corre excessivamente em situações nas quais não se recomenda ou não se é esperado (em adolescentes e adultos, pode ser em situações onde se esteja o descanso ou subjetivamente se espera que sossegue). 36. Aplica atos cruéis com animais. 37. Frequentemente evita, não gosta ou fica relutante para se engajar em atividades. 38. Fica fora de casa com frequência mesmo com a proibição dos pais, começando antes dos 13 anos. 39. Deliberadamente aborrece as pessoas. 40. Tem roubado de forma a confrontar com a vítima (assalto, puxa objetos, extorsão, e roubo à mão armada). 41. Estraga deliberadamente coisa, patrimônios, causando sérios danos. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 136 42. Tem evidente dificuldade e organizar tarefas e atividades sequenciais. 43. Tem quebrado e devastado muitas coisas da casa, do carro ou da escola 44. Frequentemente é esquecido para atividades rotineiras de vida 45. Tem usado instrumentos ou armas que tem causado sérios danos físicos às pessoas ou instituições. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 137 ESCALA (CARS)- CHILDHOOD AUTISM RATING SCALE Schopler,E; Reichler,RJ; Renner,BR Escala para avaliação complementar ao diagnóstico de Autismo e gravidade (Leve, moderado e Grave) Fonte: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/12936/000634977.pdf 1 - Relacionamento inter-pessoal Pontos Sintomas 1 Sem evidencia de dificuldade ou anormalidade: o comportamento da criança é apropriado para a idade. Alguma timidez, inquietação ou prejuízo pode ser observado, mas não a um nível diferente (atípico) quando comparado com outra de mesma idade. 1,5 2 Grau leve de anormalidade: A criança evita olhar o adulto nos olhos; evita o adulto; demonstra dificuldade quando é forçado a tal; é extremamente tímido; não é tão sociável com um adulto quanto uma criança normal de mesma idade; fica agarrada aos familiares de forma mais intensa que outras de mesma idade. 2,5 3 Grau moderado: A criança as vezes demonstra isolamento. Há necessidade de esforço persistente para obter sua atenção. Há um contato mínimo por iniciativa da criança (o contato pode ser impessoal). 3,5 4 Grau severo: A criança é isolada realmente, não se dando conta do que o adulto está fazendo; nunca responde as iniciativas do adulto ou inicia contato. Somente as tentativas muito intensas para obter sua atenção tem algum efeito positivo. 2 - Imitação Pontos sintomas 1 Apropriada: A criança imita sons, palavras e movimentos que são apropriados para seu nível de desenvolvimento. 1,5 2 Grau leve de anormalidade: A criança imita comportamentos simples como bater palmas ou palavras isoladas na maior parte do tempo. As vezes reproduz uma imitação atrasada (após tempo de latência) Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 138 2,5 3 Grau moderado: A criança só imita as vezes e mesmo assim precisa de considerável persistência e auxílio do adulto. Frequentemente reproduz uma imitação atrasada. 3,5 4 Grau severo: A criança raramente ou mesmo nunca imita sons, palavras, ou movimentos mesmo com auxílio de adultos ou após período de latência. 3 - Respostaemocional Pontos sintomas 1 Resposta apropriada para a idade e situação: A resposta emocional (forma e quantidade) demonstra sintonia com a expressão facial, postura corporal e modos. 1,5 2 Grau leve de anormalidade: A criança ocasionalmente demonstra alguma inadequação na forma e quantidade das reações emocionais. Às vezes as reações são não relacionadas a objetos ou acontecimentos do “entorno”. 2,5 3 Grau moderado: Há presença definitiva de sinais inapropriados na forma e quantidade das respostas emocionais. As reações podem ser inibidas ou exageradas, mas também podem não estar relacionadas com a situação. A criança pode fazer caretas, rir ou ficar estática apesar de não estarem presentes fatos que possam estar causando tais reações. 3,5 4 Grau severo: As respostas são raramente apropriadas as situações: quando há determinado tipo de humor é muito difícil modificá-lo mesmo que se mude a atividade. O contrário também é verdadeiro podendo haver enorme variedade de diferentes reações emocionais durante um curto espaço de tempo mesmo que não tenha sido acompanhado por nenhuma mudança no meio ambiente. 4 - Expressão corporal Pontos Sintomas 1 Apropriada: A criança se move com a mesma facilidade, agilidade e coordenação que outra da mesma idade. 1,5 Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 139 2 Grau leve de anormalidade: Algumas peculiaridades “menores” podem estar presentes como movimentos desajeitados, repetitivos, coordenação motora pobre, ou presença rara de movimentos não usuais descritos no próximo item. 2,5 3 Grau moderado: Comportamentos que são claramente estranhos ou não usuais para outras crianças de mesma idade. Podem estar presente: peculiar postura de dedos e corpo, auto-agressão, balançar- se, rodar e contorcer-se, movimentos serpentiformes de dedos ou andar na ponta dos pés. 3,5 4 Grau severo: Movimentos frequentes ou intensos (descritos acima) são sinais de comprometimento severo do uso do corpo. Estes comportamentos podem estar presentes apesar de um persistente trabalho de modificação comportamental assim como se manterem quando a criança está envolvida em atividades. 5 - Uso do objeto Pontos Sintomas 1 Uso e interesse apropriado: A criança demonstra interesse adequado em brinquedos e outros objetos relativos a seu nível de desenvolvimento. Há uso funcional dos brinquedos. 1,5 2 Grau leve de anormalidade: A criança apresenta menos interesse pelo brinquedo que a criança normal ou há um uso inapropriado para a idade (bater o brinquedo no chão ou colocá-lo na boca). 2,5 3 Grau moderado: Há muito pouco interesse por brinquedos e objetos ou o uso é disfuncional. Pode haver um foco de interesse em uma parte insignificante do brinquedo, ficar fascinado com o reflexo de luz do objeto, ou eleger um excluindo todos os outros. Este comportamento pode ao menos ser parcialmente ou temporariamente modificável. 3,5 4 Grau severo: A criança pode apresentar os sintomas descritos acima porém com uma intensidade e frequência maior. Há significativa dificuldade em distrair a criança quando está “ocupada” com estas atividades inadequadas e é extremamente difícil modificar o uso inadequado do uso dos objetos. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 140 6 - Adaptação a mudanças Pontos Sintomas 1 Idade apropriada na resposta: Apesar da criança notar e comentar sobre as mudanças de rotina, há uma aceitação sem grandes distúrbios. 1,5 2 Grau leve de anormalidade: Quando o adulto tenta modificar algumas rotinas a criança continua com a mesma atividade ou no uso dos mesmos materiais, porém pode ficar facilmente “confusa” assim com aceitar a mudança. Ex: fica muito agitada quando é levada numa padaria diferente / o caminho para a escola é mudado, mas é acalmada facilmente. 2,5 3 Grau moderado: Há resistência as mudanças da rotina. Há uma tentativa de persistir na atividade costumeira e é difícil acalmá-la; ficam raivosos ou tristes quando há modificação. 3,5 4 Grau severo: Quando ocorrem mudanças a criança apresenta reações graves que são difíceis de serem eliminadas. Se são forçadas a modificarem a rotina podem ficar extremamente irritados/raivosos ou não cooperativos e talvez respondam com birras. 7 - Uso do olhar Pontos Sintomas 1 Idade apropriada na resposta: O uso do olhar é normal para a idade. A visão é usada junto com os outros sentidos como a audição e tato, como forma de explorar os objetos. 1,5 2 Grau leve de anormalidade: A criança precisa ser lembrada de vez em quando para olhar para os objetos. A criança pode estar mais interessada em olhar para espelhos e luzes que outras crianças da mesma idade, ou ficar olhando para o espaço de forma vaga. Pode haver evitação do olhar. 2,5 3 Grau moderado: A criança precisa ser lembrada a olhar o que está fazendo. Podem ficar olhando para o espaço de forma vaga; evitação do olhar; olhar para objetos de modo peculiar; colocar objetos muito próximos aos olhos apesar de não terem déficit visual. 3,5 4 Grau severo: Há uma persistência recusa em olhar para pessoas ou certos objetos e podem apresentar outras peculiaridades no uso do olhar em graus extremos como os descritos acima. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 141 8 - Uso da audição Pontos Sintomas 1 Idade apropriada na resposta: O uso da audição é normal para a idade. A audição é usada junto com os outros sentidos como a visão e tato. 1,5 2 Grau leve de anormalidade: Pode haver falta de resposta a certos sons, assim como uma hiper-reação. As vezes a reação é atrasada, as vezes é necessário a repetição de um determinado som para “ativar” a atenção da criança. A criança pode apresentar uma resposta catastrófica a sons estranhos a ela. 2,5 3 Grau moderado: A resposta aos sons podem variar: ignorá-lo das primeiras vezes, ficar assustado com sons de seu cotidiano, tampar os ouvidos. 3,5 4 Grau severo: Há uma sub ou hiper-reatividade aos sons, de uma forma extremada, independentemente do tipo do som. 9 - Uso do paladar, olfato e do tato Pontos Sintomas 1 Normal: A criança explora novos objetos de acordo com a idade geralmente através dos sentidos. O paladar e olfato são usados apropriadamente quando o objeto é percebido como comível. Quando há dor resultante de batida, queda, ou pequenos machucados a criança expressa seu desconforto, porém sem uma reação desmedida. 1,5 2 Grau leve de anormalidade: A criança persiste no levar e manter objetos na boca, em discrepância de outras da mesma idade. Pode cheirar ou colocar na boca, de vez em quando, objetos não comestíveis. A criança pode ignorar ou reagir de forma exacerbada a um beliscão ou alguma dor leve que numa criança normal seria expressada de forma adequada (leve). 2,5 3 Grau moderado: Pode haver um comportamento de grau moderado de tocar, cheirar, lamber objetos ou pessoas. Pode haver uma reação não usual a dor de grau moderado, assim como sub ou hiper-reação. 3,5 Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 142 4 Grau severo: Há um comportamento de cheirar, colocar na boca, ou pegar objetos - pela sensação em si - sem o objetivo de exploração do objeto. Pode haver uma completa falta de resposta a dor assim como uma hiper-reação a algo que é só levemente desconfortável. 10 - Medo e nervosismo Pontos Sintomas 1 Normal: O comportamento é apropriado a situação e a idade da criança. 1,5 2 Grau leve de anormalidade: De vez em quando a criança demonstra medo e nervosismo que é levemente inapropriado (para mais ou menos) quando comparado a outras de mesma idade. 2,5 3 Graumoderado: A criança apresenta um pouco mais ou um pouco menos de medo que uma criança normal mesmo quando comparado a outra de menor idade colocada em situação idêntica. Pode ser difícil entender o que está causando o comportamento de medo apresentado, assim como é difícil confortá-la nessa situação. 3,5 4 Grau severo: Há manutenção de medo mesmo após repetidas experiências de esperado bem-estar. Na consulta de avaliação a criança pode estar amedrontada sem razão aparente. É extremamente difícil acalmá-la. Pode também não apresentar medo/sentido de auto-conservação a cachorros não conhecidos, a riscos da rua e trânsito, como outras que as da mesma idade evitam. 11 - Comunicação verbal Pontos Sintomas 1 Normal: A comunicação verbal é apropriada a situação e a idade da criança. 1,5 2 Grau leve de anormalidade: A fala apresenta um atraso global. A maior parte da fala é significativa, porém pode estar presente ecolalia ou inversão pronominal em idade onde já não é normal sua presença. Algumas palavras peculiares e jargões podem estar presentes ocasionalmente. 2,5 3 Grau moderado: A fala pode estar ausente. Quando presente a comunicação verbal pode ser uma mistura de fala significativa + fala Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 143 peculiar como jargões; comerciais de TV; jogo de futebol; reportagem sobre o tempo + ecolalia + inversão pronominal. Quando há fala significativa podem estar presentes um excessivo questionamento e preocupação com tópicos específicos. 3,5 4 Grau severo: Não há fala significativa; há grunhidos, gritos, sons que lembram animais ou até sons mais complexos que se aproximam da fala humana. A criança pode mostrar persistente e bizarro uso de conhecimento de algumas palavras ou frases. 12 - Comunicação não-verbal Pontos Sintomas 1 Normal: A comunicação não-verbal é apropriada a situação e a idade da criança. 1,5 2 Grau leve de anormalidade: O uso da comunicação não-verbal é imaturo, p.ex: a criança somente aponta/mostra sem precisão o que quer numa situação em que a criança normal de mesma idade aponta ou demonstra por gestos de forma mais significativa o que quer. 2,5 3 Grau moderado: A criança é incapaz, geralmente, de expressar necessidades e desejos através de meios não-verbais, assim como é, geralmente, incapaz de compreender a comunicação não-verbal dos outros. Pegam na mão do adulto o levando ao objeto desejado, mas são incapazes de mostrar através de gestos o objeto desejado. 3,5 4 Grau severo: Há somente uso de gestos bizarros e peculiares que não aparentam significado. Demonstram não terem conhecimento do significado de gestos ou expressões faciais de terceiros. 13 - Atividade Pontos Sintomas 1 Normal: A atividade é apropriada a situação e a idade da criança, quando comparada a outras. 1,5 2 Grau leve de anormalidade: Pode haver uma leve inquietação ou alguma lentidão de movimentos. O grau de atividade interfere somente de forma leve na performance da criança. Geralmente é possível encorajar a manter um nível adequado de atividade. 2,5 Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 144 3 Grau moderado: A criança pode ser inquieta e ter dificuldade de ficar quietar. Pode aparentar ter uma quantidade infinita de energia e não querer/ter vontade de dormir a noite. Pode também ser letárgica e exigir grande esforço para modificação deste comportamento. Podem não gostar de jogos que requeiram atividade física e assim “passar” por preguiçosos. 3,5 4 Grau severo: Há demonstração de níveis de atividade em seus extremos: hiper ou hipo, podendo também passar de uma para outra. É difícil o manejo desta criança. Quando há hiper-atividade ela está presente em todos os níveis do cotidiano, sendo necessário quase que um constante acompanhamento por parte de um adulto. Se a criança é letárgica é muito difícil motivá-la a alguma atividade. 14 - Grau e consistência das respostas da inteligência Pontos Sintomas 1 Normal: A criança é inteligente como uma criança normal de sua idade não havendo nenhuma habilidade não-usual ou problema. 1,5 2 Grau leve de anormalidade: A criança não é tão inteligente quanto uma criança de mesma idade e suas habilidades apresentam um atraso global em todas as áreas, de forma equitativa. 2,5 3 Grau moderado: Em geral a criança não é tão inteligente quanto outra de mesma idade, entretanto há algumas áreas intelectivas que o funcionamento beira o normal. 3,5 4 Grau severo: Mesmo em uma criança que geralmente não é tão inteligente quanto uma normal de mesma idade, pode haver um funcionamento até melhor em uma ou mais áreas. Podem estar presentes certas habilidades não-usuais como p.ex: talento para música, ou facilidade com números. 15 - Impressão geral Pontos Sintomas 1 Não há autismo: A criança não apresentou nenhum sintoma característico de autismo. 1,5 2 Autismo de grau leve: A criança apresentou somente alguns poucos sintomas ou grau leve de autismo. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 145 2,5 3 Autismo de grau moderado: A criança apresentou um número de sintomas ou um moderado grau de autismo. 3,5 4 Autismo de grau severo: A criança apresentou muitos sintomas ou um grau severo de autismo. Pontuação o A contagem total do teste será feita no final, o Durante a coleta das informações deve-se ter em mente que o comportamento da criança deve ser balizado com outra (normal) de mesma idade. o As “notas” variam de 1 a 4. o A “nota” 1 significa que o comportamento está dentro dos limites da normalidade para outra criança de mesma idade. o A “nota” 2 é “dada” para quando houver pequena anormalidade, quando comparada a outra criança de mesma idade. o A 3 indica que a criança examinada apresenta um grau moderado de comprometimento no assunto pesquisado. o A 4 é para aquela cujo comportamento é severamente anormal para a idade. o Os meios pontos são para serem usados quando o comportamento situar- se entre os dois itens, Resultado final: o Normal: 15 – 29,5, o Autismo leve/moderado: 30 – 36,5, o Autismo grave: acima 37. M-CHAT em Português Fonte: LOSAPIO & PONDÉ, Rev Psiquiatr RS. 2008;30(3) – 221-229. Por favor, preencha as questões abaixo sobre como seu filho geralmente é. Por favor, tente responder todas as questões. Caso o comportamento na questão seja raro (ex. você só observou uma ou duas vezes), por favor, responda como se seu filho não fizesse o comportamento. 1.Seu filho gosta de se balançar, de pular no seu joelho, etc.? Sim Não Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 146 2. Seu filho tem interesse por outras crianças? Sim Não 3. Seu filho tem interesse por outras crianças? Sim Não 4. Seu filho gosta de brincar de esconder e mostrar o rosto ou de esconde-esconde? Sim Não 5. Seu filho já brincou de faz-de-conta, como, por exemplo, fazer de conta que está falando no telefone ou que está cuidando da boneca, ou qualquer outra brincadeira de faz-de-conta? Sim Não 6. Seu filho já usou o dedo indicador dele para apontar, para pedir alguma coisa? Sim Não 7. Seu filho já usou o dedo indicador dele para apontar, para indicar interesse em algo? Sim Não 8. Seu filho consegue brincar de forma correta com brinquedos pequenos (ex. carros ou blocos) sem apenas colocar na boca, remexer no brinquedo ou deixar o brinquedo cair? Sim Não 9. O seu filho alguma vez trouxe objetos para você (pais) para lhe mostrar este objeto? Sim Não 10. O seu filho olha para você no olho por mais de um segundo ou dois? Sim Não 11. O seu filho já pareceu muito sensível ao barulho (ex. tapando os ouvidos)? Sim Não 12.O seu filho sorri em resposta ao seu rosto ou ao seu sorriso? Sim Não 13. seu filho imita você? (ex. você faz expressões/caretas e seu filho imita?) Sim Não 14. O seu filho responde quando você chama ele pelo nome? Sim Não 15. Se você aponta um brinquedo do outro lado do cômodo, o seu filho olha para ele? Sim Não 16. Seu filho já sabe andar? Sim Não 17. O seu filho olha para coisas que você está olhando? Sim Não 18. O seu filho faz movimentos estranhos com os dedos perto do rosto dele? Sim Não 19. O seu filho tenta atrair a sua atenção para a atividade dele? Sim Não 20. Você alguma vez já se perguntou se seu filho é surdo? Sim Não 21. O seu filho entende o que as pessoas dizem? Sim Não 22. O seu filho às vezes fica aéreo, “olhando para o nada” ou caminhando sem direção definida? Sim Não 23. seu filho olha para o seu rosto para conferir a sua reação quando vê algo estranho? Sim Não ATA – Autistic Traits Assessment (Avaliação de Traços Autistas) Nome da criança: ________________________________________ Idade: _________ Data da aplicação: ____/____/____ Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 147 Responda as questões de acordo com sua percepção sobre a criança. Marque um X sobre os comportamentos que você observa na criança. I. INTERAÇÃO SOCIAL 1. Não sorri 2. Ausência de aproximações espontâneas 3. Não busca companhia 4. Busca constantemente seu cantinho (esconderijo) 5. Evita pessoas 6. É incapaz de manter um intercâmbio social (conversa com trocas, pergunta e resposta) 7. Isolamento intenso II. AMBIENTE 1. Não responde às solicitações 2. Mudança repentina de humor 3. Mantém-se indiferente, sem expressão 4. Risos compulsivos 5. Birra e raiva frequente 6. Excitação motora ou verbal (ir de um lugar a outro, falar sem parar) III. PESSOAS AO SEU REDOR 1. Utiliza-se do adulto como um objeto (por exemplo, levando a mão do adulto até o interruptor, para acender a luz) 2. O adulto lhe serve como apoio para conseguir o que deseja (por exemplo, faz a perna do adulto de ponte para o carrinho passar) 3. O adulto é essencialmente um meio para suprir uma necessidade (por exemplo, a aproximação tem o objetivo principal de pedir coisas) 4. Se o adulto não responde às suas demandas, atua interferindo na conduta desse adulto (por exemplo, desliga a TV que o adulto esteja assistindo, ameaça quebrar algo, joga coisas no adulto, toma coisas da mão do adulto como pirraça) IV. RESISTÊNCIA A MUDANÇAS 1. Insistente em manter a rotina (por exemplo, prefere fazer sempre o mesmo passeio ou comer sempre a mesma coisa) 2. Grande relutância em aceitar fatos que alteram sua rotina, tais como mudanças de atividade, horário ou mobília 3. Apresenta resistência a mudanças, persistindo na mesma resposta ou atividade (por exemplo, brincar sempre do mesmo jeito) Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 148 V. BUSCA DE UMA ORDEM RÍGIDA 1. Ordenação dos objetos de acordo com critérios próprios e pré-estabelecidos 2. Prende-se a uma ordenação espacial (cada coisa tem um lugar próprio rígido para ficar) 3. Prende-se a uma sequência temporal (por exemplo, só pode por a meia depois da blusa) 4. Prende-se a uma correspondência pessoa-lugar (por exemplo, a mesma pessoa precisa sentar sempre no mesmo lugar) VI. CONTATO VISUAL 1. Desvia o olhar, não olhando nos olhos ou olhando sempre rapidamente 2. Olha para outra direção quando é chamado 3. Expressão do olhar vazio e sem vida (sem expressão de emoções, indiferente) 4. Quando segue os estímulos com os olhos, somente o faz de maneira intermitente (não contínua, ou seja, com pausas) 5. Fixa os objetos com um olhar periférico, não central (olhar de lado, com a cabeça um pouco virada e não de frente) 6. Dá a sensação de que não olha VII. MÍMICA INEXPRESSIVA 1. Se fala, não utiliza a expressão facial, gestual ou vocal com a frequência esperada 2. Não mostra uma reação antecipatória (como um ‘suspense’ pelo que vai acontecer) 3. Não expressa através da mímica ou olhar aquilo que quer ou o que sente 4. Imobilidade facial VIII. DISTÚRBIOS DE SONO 1. Não quer ir dormir (relutância frequente, choro, birra, resistência intensa e prolongada) 2. Levanta-se muito cedo 3. Sono irregular (em intervalos) 4. Troca o dia pela noite 5. Dorme poucas horas IX. ALTERAÇÃO NA ALIMENTAÇÃO 1. Seletividade alimentar rígida (ex.: come o mesmo tipo de alimento sempre) 2. Come outras coisas além de alimentos (papel, insetos) 3. Quando pequeno, não mastigava 4. Apresenta uma atividade ruminante (fica um tempo longo com a comida na boca, de um lado para o outro, antes de engolir) 5. Vômitos Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 149 6. Come grosseiramente, esparrama a comida ou a atira 7. Rituais (por exemplo, esfarelar alimentos antes da ingestão) 8. Ausência de paladar (falta de sensibilidade gustativa) X. CONTROLE DOS ESFÍNCTERES 1. Medo de sentar-se no vaso sanitário 2. Utiliza os esfíncteres para manipular o adulto (por exemplo, ameaça fazer xixi no local errado de propósito) 3. Utiliza os esfíncteres como estimulação corporal, para obtenção de prazer 4. Tem controle diurno, porém o noturno é tardio ou ausente XI. EXPLORAÇÃO DOS OBJETOS (APALPAR, CHUPAR) 1. Morde e engole objetos não alimentares 2. Chupa e coloca as coisas na boca 3. Cheira tudo 4. Apalpa tudo, examina as superfícies com os dedos de forma minuciosa XII. USO INAPROPRIADO DOS OBJETOS 1. Ignora os objetos ou mostra um interesse momentâneo 2. Pega, golpeia ou simplesmente os atira no chão 3. Conduta atípica com os objetos (segura indiferentemente nas mãos ou gira) 4. Carrega insistentemente consigo determinado objeto 5. Se interessa somente por uma parte do objeto ou do brinquedo 6. Coleciona objetos estranhos 7. Utiliza os objetos de forma particular (pouco usual) e inadequada XIII. ATENÇÃO 1. Quando realiza uma atividade, fixa a atenção por curto espaço de tempo ou é incapaz de fixá-la 2. Age como se fosse surdo 3. Tempo de latência de resposta aumentado, entende as instruções com dificuldade. 4. Resposta retardada 5. Muitas vezes dá a sensação de ausência XIV. AUSÊNCIA DE INTERESSE PELA APRENDIZAGEM 1. Não quer aprender 2. Cansa-se muito depressa, ainda que de atividade que goste 3. Esquece rapidamente 4. Insiste em ser ajudado, ainda que saiba fazer 5. Insiste constantemente em mudar de atividade Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 150 XV. FALTA DE INICIATIVA 1. É incapaz de ter iniciativa própria 2. Busca a comodidade 3. Passividade, falta de interesse 4. Lentidão 5. Prefere que outro faça o trabalho para ele XVI. ALTERAÇÃO DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO 1. Mutismo 2. Estereotipias vocais (fazer sempre os mesmos sons) 3. Entonação incorreta 4. Ecolalia imediata e/ou retardada (repetir palavras ou falas que acabou de ouvir, imediatamente ou algum tempo depois) 5. Repetição de palavras ou frases que podem (ou não) ter valor comunicativo 6. Emite sons estereotipados quando está agitado e em outras ocasiões, sem nenhuma razão aparente 7. Não se comunica por gestos 8. As interações com o adulto nunca são um diálogo XVII. NÃO MANIFESTA HABILIDADES E CONHECIMENTOS 1. Ainda que saiba fazer uma coisa, não a realiza porque não quer, mesmo que solicitado 2. Não demonstra o que sabe, até ter uma necessidade primária ou um interesse específico 3. Aprende coisas, porém somente as demonstra em determinados lugares e com determinadas pessoas 4. Às vezes, surpreende por suas habilidades inesperadas XVIII. REAÇÕES INAPROPRIADAS ANTE A FRUSTRAÇÃO 1. Reações de desagrado intenso caso seja esquecida alguma coisa 2. Reações de desagrado intenso caso seja interrompida algumaatividade que goste 3. Desgostoso quando os desejos e as expectativas não se cumprem 4. Reações de birra XIX. RESPONSABILIDADES 1. Não assume nenhuma responsabilidade, por menor que seja 2. Para chegar a fazer alguma coisa, há que se repetir muitas vezes ou elevar o tom de voz XX. HIPERATIVIDADE/ HIPOATIVIDADE Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05 151 A criança pode apresentar desde agitação, excitação desordenada e incontrolada, até grande passividade, com ausência total de resposta. Estes comportamentos não têm nenhuma finalidade. 1. A criança está constantemente em movimento 2. Mesmo estimulada, não se move 3. Barulhento, a maioria das coisas que faz geram ruído/barulho 4. Vai de um lugar a outro, sem parar 5. Fica pulando (saltando) no mesmo lugar 6. Não se move nunca do lugar onde está sentado XXI. MOVIMENTOS ESTEREOTIPADOS E REPETITIVOS Ocorrem em situações de repouso ou atividade, com início repentino. 1. Balança-se 2. Olha e brinca com as mãos e os dedos 3. Tapa os olhos e as orelhas 4. Dá pontapés 5. Faz caretas e movimentos estranhos com a face 6. Fica rodopiando ou rodando objetos 7. Caminha na ponta dos pés ou saltando, arrasta os pés, anda fazendo movimentos estranhos 8. Torce o corpo, mantém uma postura desequilibrada, posições estranhas, pernas dobradas, cabeça recolhida aos pés, extensões violentas do corpo XXII. IGNORA O PERIGO 1. Não se dá conta do perigo 2. Sobe em todos os lugares 3. Parece insensível à dor XXIII. APARECIMENTO DOS SINTOMAS ANTES DOS 36 MESES (DSM-IV)* O último item da escala (XXIII) não possui subescalas/subitens e refere-se à visão geral dos sintomas assinalados no decorrer da escala. Se os sintomas assinalados nos itens anteriores já estavam presentes antes dos 3 anos (36 meses) de idade, marque 2 pontos para o item XXIII. Se apareceram depois dessa idade, não pontuar este item. Ellocursos Educacional e Profissional - contato@ellocursos.com.br - CNPJ: 40.090.634/0001-05