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Assistencia a criança com disturbios oncológicos

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Assistência de Enfermagem à Criança com
Distúrbios Oncológicos
Os tumores podem ser subdivididos em:
● Hematológicos - leucemias e linfomas
● Sólidos - neuroblastoma,
hepatoblastoma, tumores ósseos e
partes moles
Sinais e sintomas
- Febre prolongada
- Palidez
- Diminuição da visão
- Dores nos ossos/juntas
- Perdas do equilíbrio
- Perda de peso
- Sangramentos
- Manchas roxas pelo corpo
- Vômito
- Dores de cabeça
Atenção! Estudos indicam que o
diagnóstico do câncer infantil é
frequentemente retardado devido a falha
no reconhecimento dos sinais de
apresentação. Reconstituir a história e
fazer um exame físico detalhado são os
primeiros passos apropriados na
avaliação da criança.
Estágios de surgimento de um
tum�
INICIAÇÃO
As células sofrem efeito dos agentes
cancerígenos (primeiro mutágeno) que
provocam alterações em alguns de seus
genes. Nessa fase, as células
encontram-se “iniciadas” para ação de um
segundo mutágeno.
PROMOÇÃO
Em razão das ações do segundo
mutágeno, ocorre proliferação celular e
desenvolvimento tumoral. Mecanismos
celulares não conseguem reparar os
danos sofridos. Múltiplas mutações e
seleção clonar asseguram cada vez mais
variantes anormais e agressivas, levando
à progressão da doença.
PROGRESSÃO
Caracteriza-se pelo aumento progressivo
da atividade mitótica e irreversível das
células alteradas. Essa piora biológica
está relacionada com a capacidade
maligna do tumor e sua perda de
diferenciação. Nesse estágio, o câncer já
está instalado e evolui com as
manifestações clínicas.
Incidência dos principais tumores na
infância e adolescência
Como diferenciar?
DOR NA PERNA
Dor do crescimento
- Normalmente acontecem em
crianças entre 5 a 10 anos e não
possuem alta intensidade
- Incômodo na região das coxas,
atrás do joelho e panturrilhas.
Sendo que pode acontecer em
uma das pernas ou nas duas.
Leucemia
- A dor é mais intensa e aumenta ao
longo dos dias
- Pode acontecer em qualquer
período do dia e para aliviá-la é
preciso utilizar analgésicos.
MANCHAS NA PELE
Manchas roxas
- Decorrente de traumas mais
intensos
- Causam a mudança da coloração
da pele, deixando com cores
típicas de hematomas
Leucemia
- Hematomas extensos e
considerados desproporcionais ao
trauma
- Investigar hematomas que surgem
sem um trauma correspondente
que o justifique
FEBRE
Virose
- A febre viral costuma ter um curso
relativamente agudo, surgindo em
associação com sintomas
respiratórios como tosse, coriza,
falta de apetite e eventualmente
diarreia.
- Quase sempre há relatos de
contato recente com outra criança
ou adulto com os mesmos
sintomas.
Leucemia
- A febre é persistente e recorrente
C�ticoide e investigação de CA
O corticoide retarda o diagnóstico do CA
infantil e mascara nos exames.
- Prednisolona e/ou Dexametasona
por mais de 48h pode impedir o
diagnóstico de neoplasia.
- O diagnóstico dos linfomas é feito
pela análise anatomopatológica de
uma biópsia linfonodal, massa
abdominal, massa mediastinal ou
até mesmo mielograma (avaliação
da medula óssea)
- O uso de corticoides reduz a
doença linfonodal, massa e
infiltração medular.
Diagnóstico
Analisado sinais e sintomas, exames
laboratoriais (hemograma principal),
exames de imagem e biópsia da medula
óssea.
Pet-ct oncológico
Permite uma análise minuciosa do
metabolismo e da anatomia do corpo do
paciente
É indicado em:
- casos suspeitos de câncer
- análise do estágio de um tumor
- avaliação de eficácia de
tratamento
- planejamento de radioterapia
- verificar a saúde de corações que
já tenham sofrido infartos
- analisar a função cerebral em
detalhes
Exames laboratoriais
- Hemograma
- Plaquetas
Plaquetopenia (plaquetas muito abaixo do
comum) ou hemácias muito abaixo do
comum podem indicar câncer.
Cuidados com a saúde da criança
- Até os 6 meses a criança deve ser
avaliada mensalmente
- Dos 6 aos 18 meses (1a6m) as
visitas devem ser trimestrais
- Visitas semestrais entre os 2 e 4
anos
- Visitas anuais dos 5 aos 19
A primeira coleta de sangue deve ser feita
com um ano de idade, sendo possível
checar indícios de anemia e estoque de
ferro.
A partir dos 10 anos, devem ser
adicionados a esses testes, perfil lipídico
para avaliar o metabolismo das gorduras
no sangue, colesterol e triglicérides.
Principais cateteres centrais de
longa permanência utilizados na
oncologia pediátrica
Portocath
São produzidos com borracha
siliconizada, no qual a extremidade distal
se acopla a uma câmara puncionável, a
qual deve permanecer sob a pele
implementada no tecido subcutâneo da
região torácica.
Neste reservatório será realizada a
punção e a infusão da medicação
quimioterápica.
Ele proporciona diminuição da dor e da
ansiedade que ocorre devido ao número
elevado de punções venosas periféricas,
além de proporcionar maior liberdade e
segurança para que o paciente possa
brincar e realizar suas atividades do dia a
dia.
A punção do reservatório deve ser feito
através da pele, adotando uma técnica
estéril. Para isso, recomenda-se o uso de
luvas estéreis, material esterilizado (cuba
rim, cuba redonda e campo estéril),
realização da assepsia adequada da pele
utilizando clorexidina alcoólica a 2% ou
PVPI. Além disso, a punção deve ser feita
fazendo o uso da agulha especial do tipo
Huber, sendo esta introduzida
perpendicular até alcançar o fundo do
reservatório.
Após a punção, a agulha do tipo Huber
deve ser estabilizada com película estéril,
para que o sítio de inserção seja
visualizado e complicações sejam
identificadas o mais brevemente possível.
A troca do curativo deve ser realizada a
cada 7 dias ou antes a depender das
condições do sítio de inserção e da rotina
da instituição.
PICC
PICC é um cateter venoso central,
confeccionado em material macio e
flexível inserido através de uma veia
periférica e posicionado no sistema
venoso central - Junção-Cavo Atrial.
O enfermeiro, desde que habilitado e
capacitado, possui respaldo pelo COFEN
através resolução nº258/2001 para o
procedimento de inserção e manutenção
do cateter PICC.
Cuidados de enfermagem com
portocath e PICC
- Realizar teste de fluxo e refluxo
rotineiramente
- Realizar flushing da via com pelo
menos 10 mL de solução salina
sempre antes e após infusões de
medicamentos e soluções
- NUNCA USAR SERINGA <10ML
- No PICC usar somente seringas
de 10mL com exceção das
seringas de salinas
pré-preenchidas
- Observar sítio de inserção e
possíveis sinais de inflamação
como dor local, eritema
- É necessário realizar a troca do
curativo a cada 7 dias ou antes
caso necessário
- Nos intervalos entre as infusões
intermitentes, atentar-se para
manter a via salinizada
- Ao ganhar alta, certificar-se de que
o cateter foi selado com solução
Taurolidina
P� que usar cateteres de longa
permanência?
O uso de cateteres centrais de longa
permanência são uma ótima escolha para
pacientes com prognóstico de uma terapia
medicamentosa a longo prazo,
especialmente quando esta envolve a
administração de antineoplásicos.
Além de proteger a criança e o
adolescente da necessidade de múltiplas
punções - evitando a dor e o risco de
infecção, o uso desta família de cateteres
tem como benefício proteger a integridade
vascular dos pacientes, evitando
complicações como flebite, infiltração e
extravasamento.
Principais complicações de
c�rente sanguínea - oncologia
FLEBITE
Inflamação de uma veia, podendo ser
acompanhada de dor, eritema, edema,
endurecimento e/ou um cordão palpável .
INFILTRAÇÃO/EXTRAVASAMENTO
A infiltração é a saída de uma solução ou
fármaco não vesicante para o espaço
extravascular, por sua vez, o
extravasamento é a saída de uma solução
ou fármaco com potencial vesicante para
o espaço extravascular. Seus sinais e
sintomas incluem dor no local, edema,
eritema e calor, falta de retorno venoso,
descoloração da pele, redução da
mobilidade do membro e endurecimento
do sítio de punção
Os quimioterápicos vesicantes são os
responsáveis pelas reações mais graves e
exuberantes, pois provocam irritação
severa com formação de vesículas e
destruição tecidual quando extravasado
para o vaso sanguíneo.
MedicamentosVesicantes
Administrar via cateter venoso central
devido a alto risco de ulceração e necrose
se administrador por acesso venoso
periférico
Epinefrina Norepinefrina
Vasopressina Bicarbonato de
sódio 8,4%
Cloreto de Cálcio
10%
Gluconato de
Cálcio 10%
Medicamentos Vesicantes - administrar
por acesso venoso periférico se
respeitadas as concentrações abaixo.
Caso não seja possível administrar na
concentração recomendada, considerar o
uso CVC. Se o paciente possuir CVC,
utilizar essa via.
Amiodarona ≤ 2mg/mL
Dobutamina ≤ 1mg/mL
Dopamina ≤ 1,6 mg/mL
Cloreto de
Potássio 19,1%
≤ 6mL/250 mL
diluente
Cloreto de sódio
20%
≤10 mL/100 mL
diluente
Esmolol ≤10 mg-L
Tiopental ≤ 25 mg/mL
Manitol 20% ≤ 50 mL/200mL
diluente
Demais medicamentos vesicantes:
Contrastes: Outros:
Diatrizoato de
Meglumina
Aminofilina
Iodixanol Azul de Metileno
Iohexol Dentrole
Iopamidol Diazepam
Iopromida Fenitoína
Iotalamato Prometazina
Ioversol Fenilefrina
Metaraminol
Medicamentos irritantes - utilizar o maior
volume de diluição proposto para ajudar a
prevenir flebite no paciente
Aciclovir (>7mg/mL) Doxiciclina
Anfotericina B Eritromicina
Azitromicina Ertapenem
Cefalotina Ganciclovir
Cefazolina Gentamicina
Cefepima Imipenem/Cilastatina
Cefotaxima Penicilina
Ceftriaxona Pentamidina
Cefuroxima Piperacilina/Tazobactam
Ciprofloxacino Sulfametoxazol/Trimetoprima
Claritromicina Tigeciclina
Clindamicina Vancomicina
Outros
Clorpromazina
Etomidato
Fenobarbital
Flumazenil
Tratamentos
Quimioterapia
A quimioterapia antineoplásica consiste
no emprego de substâncias químicas,
isoladas ou em combinação, com o
objetivo de tratar neoplasias. Corresponde
a uma modalidade de tratamento
sistêmico, que contrasta com a cirurgia e
a radioterapia, mais antigas e de atuação
localizada.
Classificação da quimioterapia:
- Curativa
- Adjuvante
- Neoadjuvante
- Combinada
- Paliativa
Ciclos quimioterápicos
- Ciclos inespecíficos
- Ciclos específicos
- Fase-específicos
Radioterapia
A radioterapia é um tratamento que utiliza
radiação ionizante com finalidade
terapêutica e tem por objetivo atingir e
destruir as células malignas, impedindo
sua multiplicação e/ou determinando a
morte celular; ao mesmo tempo, a
radioterapia preserva o tecido normal
adjacente.
Classificação da radioterapia
- Curativa ou definitiva
- Paliativa
Ciclos radioterápicos
- Teleterapia
- Braquiterapia
Cirurgia
A cirurgia continua sendo um dos pilares
do tratamento do câncer. A excisão
cirúrgica de tumores sólidos para a
maioria dos tumores, considerando o
estádio da neoplasia, ainda é a opção de
tratamento mais efetiva, porém,
atualmente, vem sendo associada a
outras modalidades terapêuticas, como a
quimioterapia e a radioterapia.
Objetivos do tratamento cirúrgico:
- Cura
- Prolongamento de vida, no caso
de pacientes não curáveis
- Alívio de sintomas claramente
definidos
- Controle local da doença como
forma de evitar complicações
subsequentes
Ações e cuidados de enfermagem
ao paciente pediátrico
- Vigilância durante a administração
dos antineoplásicos
- Abordar com a família conceitos
sobre cuidados paliativos
- Atentar-se para as queixas do
paciente, principalmente sinais de
inapetência, enjoos, temperatura
elevada e queixas de perda de
audição
- NÃO instalar quimioterápicos em
acessos periféricos

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