Buscar

Ebook - Salário-utilidade (Assistência médica, transporte, alimentação)

Prévia do material em texto

Salário-utilidade (Assistência
médica, transporte, alimentação)
2
PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL, SEM AUTORIZAÇÃO.
Lei nº 9610/98 – Lei de Direitos Autorais
3
Introdução
Modalidades de Salário
O salário é uma verba complexa que se forma com diversos itens, dentre eles o salário
fixo, comissões, adicionais e o salário utilidade, também conhecido como salário in natura.
Assim, é certo afirmar que o salário é a contraprestação do serviço oferecido pelo
empregado. Existem diversas modalidades de salários:
Por unidade de tempo: em razão do tempo à disposição do empregador (hora,
dia, semana, quinzena, mês etc.);
Por unidade de produção: salário calculado proporcionalmente à produção
desenvolvida pelo empregado;
Por unidade de obra: salário fixado por determinada obra, independentemente do
tempo gasto em sua realização;
Por tarefa: faz-se a média da produção. Com base nesta, o empregado obriga-se a
produzir determinada quantidade em uma jornada, percebendo a remuneração
previamente fixada se concluir o trabalho no tempo previsto. Se o trabalho for
concluído antes do prazo, será paga a mesma remuneração, dispensando-se o
empregado do restante da jornada. Se concluído depois, será pago um acréscimo no
preço da tarefa;
Por oportunidade de ganho: salário pago ao empregado por terceiros, em razão
dos serviços prestados por conta e risco do empregador (ex.: gorjeta);
Salário misto: combinação de várias formas de estipulação, segundo a convenção
das partes.
Salário-utilidade
Salário-utilidade ou in natura é uma modalidade que está prevista no artigo 458 da CLT,
que estabelece regramento para que essa remuneração seja efetivamente in natura.
Assim, para que o bem seja considerado salário utilidade, não pode ter qualquer
correlação a itens necessários para o desempenho de suas atividades laborais, tais como
EPI's. O pagamento ao trabalhador deve ocorer por meio do fornecimento de gêneros ou
de serviços (alimentação, habitação, etc.). Essa modalidade tem a limitação de 70% do
salário, sendo obrigatório que os outros 30% (trinta por cento) sejam pagos em dinheiro
(moeda correnta nacional). Dentro dos 70% há ainda limitações, por exemplo, se for
empregado urbano, o pagamento de habitação é limitado a 25% e no pagamento de
alimentação há o limite de 20%.
Inexiste na legislação uma relação dos itens que se enquadram como salário in natura,
sabendo-se que para essa configuração é necessário entender que a função desse tipo de
salário é funcionar como uma gratificação ao trabalhador.
Em outras palavras, podemos afirmar que esse pagamento deve ter o condão de
remunerar o empregado pela contraprestação do serviço prestado e não para
desempenhar o seu trabalho.
4
Os requisitos importantes para configuração do salário utilidade são habitualidade, pois
deve haver uma constância no fornecimento em questão e também não pode ser exigido
nenhum pagamento do empregado, por menor qu seja, para possibilitar o fornecimento
desse benefício.
Podemos citar como exemplo de salário utilidade (in natura), o fornecimento de alimentos,
desde que não seja incluído no PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador),
fornecimento de veículo da empresa ou locado pela empresa, ou ainda fornecimento de
meios de transporte próprio da empresa, para uso do empregado, não só em serviço, mas
também na sua vida particular.
Nesse caso, o tempo proporcional do uso na vida pessoal é que se considera verba in
natura ou ainda fornecimento de meios de transporte próprio da empresa para locomoção
do empregado, ida e volta ao trabalho, ou para outras localidades em razão do trabalho,
sem qualquer coparticipação do trabalhador, também pode ser entendido como salário in
natura.
O mesmo se dá com o fornecimento de equipamentos como computador, celular, entre
outros. O fornecimento de moradia também é considerado salário utilidade, bem como as
despesas acessórias da residência, como água, luz, gás, etc.
O fornecimento de seguro de vida, sem ser coletivo ou por força da CCT – Convenção
Coletiva de Trabalho (norma sindical), plano de saúde ou seguro saúde, assistência
médica, também fornecidos pela empresa de forma voluntária e sem que seja de forma
coletiva ou por determinação da CCT, também se enquadram como salário utilidade.
5
Referências
BRASIL. Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis
do Trabalho. Decreto-Lei Nº 5.452, de 1º de Maio de 1943. Brasília, 1943.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de
1988. Brasília, DF: Presidente da República, 2023.
BRASIL. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da
Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Lei Nº
8.212, de 24 de julho de 1991. Brasília, 1991.
BRASIL. Lei nº 9.876, de 26 de novembro de 1999. Dispõe sobre a contribuição
previdenciária do contribuinte individual, o cálculo do benefício, altera
dispositivos das Leis nos 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, e dá
outras providências. Lei nº 9.876, de 26 de novembro de 1999. Brasília, 1999.
BRASIL. Lei Complementar nº 103, de 14 de julho de 2000. Autoriza os Estados e o
Distrito Federal a instituir o piso salarial a que se refere o inciso V do art. 7o da
Constituição Federal, por aplicação do disposto no parágrafo único do seu art.
22. Lei Complementar Nº 103, de 14 de julho de 2000. Brasília, 2000.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Lei Nº 10.406,
de 10 de janeiro de 2002. Brasília, 2002.
FACHINI, Tiago. Direito do trabalho: características, divisões e princípios. 2022. In:
Projuris.
RODRIGUES, Adriano; GOMES, Josir Simeone. CONTABILIDADE EMPRESARIAL: textos e
casos sobre CPC e IFRS. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. 320 p.

Continue navegando