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EDUCAÇÃO POPULAR E COMPETÊNCIA REPUBLICANA_ Resumo

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EDUCAÇÃO POPULAR E
“COMPETÊNCIA” REPUBLICANA:
Resumo
● Este texto trata do estigma em torno da educação
popular, vista como um ambiente apenas para
pessoas politicamente envolvidas e sensibilizadas.
Isso pode levar a clichês, fórmulas batidas e
palavras vazias usadas para cobrir deficiências
intelectuais.
● A expansão quantitativa das vagas escolares não é
suficiente para saldar a dívida política que é a
possibilidade de cada indivíduo "tornar-se alguém"
na ótica republicana. A educação popular é vista
como formadora de uma competência republicana
que precisa ser melhor definida conceitualmente.
● O texto examina o projeto de Instrução Pública e
Educação Nacional de 1789 que propunha a
educação como tarefa essencial de "formar o corpo
político da Nação". O ideal republicano buscava
corrigir injustiças por meio de medidas sociais
corretivas, como a escola.
● Discute a tensão entre racionalismo e romantismo
na educação popular e examina as noções de
"emancipação", "libertação" e "opressão" como
slogans pedagógicos e políticos questionáveis.
● O texto fala sobre competências para participação
cidadã na sociedade moderna. Ele destaca que a
escola é importante para adquirir essas
competências, mas existem outras instituições
educativas na sociedade. As competências não são
apenas habilidades técnicas, mas também incluem
a capacidade de definir e avaliar objetivos. Além
disso, as competências só fazem sentido na
relação com o outro e exigem uma "condição
constante" que coloca continuamente em questão
todas as outras competências.
● As competências têm um peso relativo e podem ter
diferentes significados em contextos sociais e
culturais diferentes. No entanto, o autor argumenta
que é desejável que todos os cidadãos tenham
competências para participar do debate público e
que a educação escolar possa proporcionar essas
competências. O autor destaca a importância da
competência argumentativa como uma das
competências necessárias para a participação
cidadã, enfatizando que a língua é um
instrumento de poder e que a competência
argumentativa envolve a capacidade de se fazer
escutar e de impor a recepção.
● Competência argumentativa é uma habilidade
que depende de outras duas competências: a
proposicional e a decisória.
● A competência proposicional é a habilidade de
sugerir um ponto de vista e propor alternativas
de acordos. É importante reconhecer que todo
argumento é frágil e que só pode ser fortalecido
na medida em que é compartilhado com outros.
● A competência decisória é a habilidade de
escolher entre alternativas que foram avaliadas
com base em suas substâncias e consequências
sociais ou individuais. Decidir requer considerar
um conjunto de argumentos, pesar sua validade
substantiva e encontrar justificativas que
conduzam a uma escolha. Para decidir de forma
justa, é preciso ter consciência de continuidade e
evitar interesses privados disfarçados de
interesses coletivos. Para isso, é necessário
definir critérios que orientem a avaliação ou
decisão.
● A competência mais importante é a
competência auto-interrogativa, que permite
questionar os fundamentos das certezas
individuais e sociais.
● A democracia é vista como um regime político e
social capaz de questionar seus próprios
fundamentos e se reinventar continuamente.
Dotar indivíduos da competência
auto-interrogativa não garante a instalação ou
preservação da democracia, mas pode facilitar o
exercício reflexivo e alertar contra preconceitos.
● A exclusão não é apenas um fenômeno social ou
econômico, mas também uma incapacidade
linguística de dizer sua própria exclusão. A
escola pode oferecer competências para dar ao
mundo um significado que só pode existir
através de uma rede complexa de preparação
argumentativa. A escola voltada para as classes
mais fragilizadas da sociedade deve oferecer a
possibilidade de tornar os indivíduos visíveis.

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