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 RIB
EIRO
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6670-4
9 7 8 8 5 3 8 7 6 6 7 0 4
Código Logístico
59529
Tecnologias aplicadas 
e inovação 
Patricia Gava Ribeiro
IESDE BRASIL
2020
© 2020 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito da autora e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: vs148 /Shutterstock
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
R371t
Ribeiro, Patricia Gava
Tecnologias aplicadas e inovação / Patricia Gava Ribeiro. - 1. ed. - 
Curitiba [PR] : IESDE, 2020. 
140 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6670-4
1. Tecnologia - Administração. 2. Inovações tecnológicas - Administra-
ção. 3. Tecnologia da informação. I. Título.
20-65033 CDD: 20-65033
CDU: 005.94:004
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Patricia Gava Ribeiro Mestre em Planejamento e Governança Pública pela 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). 
Especialista em Marketing pela Pontifícia Universidade 
Católica do Paraná (PUCPR). Graduada em Ciências 
Econômicas pela Universidade Federal do Paraná 
(UFPR). Atualmente cursa MBA em Gestão Estratégica 
da Inovação e Propriedade Intelectual na Unopar. Atua 
como servidora pública na UTFPR desde 2007. Além 
disso, tem interesse nas áreas de inovação, tecnologia 
e propriedade intelectual, com alguns trabalhos 
publicados nessa temática.
SUMÁRIO
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
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SUMÁRIO
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1 Gestão da inovação tecnológica 9
1.1 Ciência e tecnologia 10
1.2 Invenção e inovação 13
1.3 Tipos de inovação 16
1.4 Natureza ou impacto da inovação 18
1.5 Gestão da inovação tecnológica 23
1.6 Práticas de gestão da inovação 30
2 Inovação e seus fundamentos tecnológicos 37
2.1 Schumpeter e inovação 37
2.2 Revoluções tecnológicas 43
2.3 Panorama da inovação no Brasil 53
3 Modelos de inovação tecnológica 62
3.1 Modelo linear 62
3.2 Modelo paralelo 65
3.3 Modelo Tidd, Bessant e Pavitt (modelo funil) 67
3.4 Modelo de inovação aberta (open innovation) 69
4 A inovação como fonte de competitividade 75
4.1 Noção de cadeia de valor 75
4.2 Inovação como fator de vantagem competitiva 79
4.3 Tecnologias portadoras de futuro 83
5 Gestão da propriedade intelectual 95
5.1 Propriedade industrial e propriedade intelectual 96
5.2 Classificação dos direitos de propriedade intelectual 98
5.3 Propriedade intelectual e desenvolvimento econômico 108
5.4 Propriedade intelectual e transferência de tecnologia 110
5.5 Cooperação entre universidade e empresa 112
6 Incentivos governamentais à inovação tecnológica 119
6.1 Sistema de CT&I 120
6.2 Legislação de incentivo à CT&I 128
6.3 Fontes de fomento à inovação 133
O objetivo desta obra é apresentar ao leitor os diversos aspectos 
relacionados a ciência, tecnologia e inovação, buscando contribuir para 
o aprendizado nessas áreas. Não há, contudo, a pretensão de esgotar 
tão vasto tema, mas sim de apontar caminhos para que o estudante 
possa se aprofundar no assunto.
Assim, foram abordados tópicos considerados relevantes à 
temática, sendo divididos em seis capítulos, de modo a contemplar 
desde conceitos fundamentais, passando pela evolução histórica, que 
resultou na sociedade do conhecimento, até ampliar o estudo sobre a 
importância da inovação à competitividade das empresas bem como 
em relação à proteção adequada dos bens intangíveis decorrentes da 
atividade inovativa. 
Dessa forma, o estudo tem início com a apresentação, no primeiro 
capítulo, dos conceitos de ciência, tecnologia, invenção e inovação, 
tão necessários ao aprofundamento do conhecimento na área. Na 
sequência são vistos os tipos de inovação existentes – de produto, 
de processo, organizacionais e de marketing –, abordando suas 
características e apresentando alguns exemplos. Ainda nesse capítulo 
é tratada a natureza ou o impacto da inovação, trazendo conceitos 
como inovação disruptiva e incremental, entre outros. Ademais, são 
apresentados o tema da gestão da inovação tecnológica e as práticas 
de gestão da inovação mais aplicadas.
No Capítulo 2 busca-se realizar um resgate histórico dos 
acontecimentos a partir da Revolução Industrial, período no qual o 
capitalismo se estabeleceu como sistema econômico, dando início 
aos estudos sobre a inovação e seus impactos. É dado certo destaque 
à figura de Joseph Schumpeter, renomado economista que dedicou 
grande parte de sua vida ao estudo dos impactos das inovações 
tecnológicas na sociedade. Dando continuidade ao trabalho sobre 
Schumpeter, são analisados também os estudos de seus seguidores, 
denominados neoshumpeterianos, apresentando as cinco revoluções 
tecnológicas ocorridas e, ainda, contemplando os pensadores mais 
relevantes de cada período. Nesse capítulo é realizado, também, um 
panorama da inovação no Brasil, destacando alguns dos indicadores 
mais importantes da área.
APRESENTAÇÃO
Vídeo
No Capítulo 3 ressalta-se a importância da utilização de modelos de inovação 
com o objetivo de tornar as empresas mais competitivas, sendo necessário 
buscar aquele que mais corresponda às características e particularidades de 
cada instituição. Sendo assim, apresenta-se, dentre os modelos de inovação 
existentes, quatro utilizados em escala global: modelo linear; modelo paralelo; 
modelo Tidd, Bessant e Pavitt; e modelo de inovação aberta (open innovation).
No quarto capítulo é abordado o importante conceito de cadeia de valor, 
relacionado à geração de vantagem competitiva por parte das empresas. A sua 
definição é fundamental para se compreender como as empresas podem 
se destacar frente à concorrência cada vez mais acirrada, especialmente em 
termos de sustentabilidade. Na sequência, analisa-se como a inovação pode ser 
vista enquanto um fator de vantagem competitiva e, por fim, apresenta-se as 
tecnologias portadoras de futuro, isto é, atividades que em um futuro não muito 
distante possivelmente mudarão o mundo como é conhecido atualmente.
No Capítulo 5 são trazidas diversas questões relativas à propriedade 
intelectual, iniciando por sua diferenciação em relação à propriedade industrial, 
seguida pela classificação dos direitos de propriedade intelectual (direito 
autoral, propriedade industrial e proteção sui generis), que são subdivididos em 
diversas categorias, como marca, patente, desenho industrial, entre outros. 
Salienta-se ainda a importância de compreender a relação entre propriedade 
intelectual e desenvolvimento econômico. Mais além, é analisada a atividade- 
-fim da propriedade intelectual, que consiste na transferência de tecnologia ao 
setor produtivo. Por último, são verificados aspectos referentes à cooperação 
entre universidade e empresa, atividade cada vez mais importante para ambos 
os players e para a sociedade como um todo.
Para o sexto e último capítulo é reservada a abordagem do sistema 
de inovação brasileiro, considerandoque esse é composto por agentes 
políticos, agências de fomento e operadores de ciência, tecnologia e inovação. 
Apresenta-se também as legislações que se destacam no cenário nacional em 
termos de incentivo à inovação, como a Lei de Inovação, a Lei do Bem e o 
Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação. Finalmente, são enfatizadas as 
atividades desempenhadas pelas agências públicas de fomento, bem como 
indicadas duas fontes de financiamento privado à inovação.
Após a leitura, certamente o leitor concluirá que o caminho para o 
desenvolvimento de uma nação necessariamente passa pelo fortalecimento 
do trinômio ciência, tecnologia e inovação.
Sucesso em seus estudos!
Gestão da inovação tecnológica 9
1
Gestão da inovação 
tecnológica
Você consegue imaginar um mundo sem energia elétrica, 
computadores, smartphones, automóveis ou aviões? É quase im-
possível, não é mesmo? Pois bem, essa seria a realidade se não 
existissem pessoas dispostas a questionar, experimentar e ir além. 
Graças a esses indivíduos, há tudo isso hoje.
Para compreender um pouco mais sobre como novos produ-
tos e processos são criados, com muitos revolucionando o funcio-
namento das coisas até então, será necessário conhecer alguns 
conceitos importantes e muito úteis para o aprofundamento do 
conhecimento. Entre eles, destacam-se a ciência, a tecnologia, a 
invenção e a inovação. Todos estão de certa forma interligados, 
embora não de maneira linear, ou seja, não ocorrem de modo ne-
cessariamente sequencial, podem acontecer de maneiras distintas 
e contar com a participação de atores diversos.
Neste capítulo, além da análise de conceitos ligados à inovação, 
serão explanados os tipos de inovação existentes, quais sejam, 
inovações de produto, inovações de processo, inovações organiza-
cionais e inovações de marketing, bem como suas principais carac-
terísticas e exemplos.
Posteriormente, será discutida a natureza ou o impacto da ino-
vação, abordando os termos inovação disruptiva, inovação incremen-
tal, novo sistema tecnológico e novo paradigma técnico-econômico.
Como continuidade aos estudos, será discutida a gestão da ino-
vação tecnológica e, por fim, serão apontadas as práticas de gestão 
da inovação mais utilizadas.
10 Tecnologias aplicadas e inovação
1.1 Ciência e tecnologia 
Vídeo Ao passo que a ciência possui uma ligação maior com a ob-
servação de fenômenos, comprovação de hipóteses e o avanço 
do conhecimento, a tecnologia, por sua vez, está muito mais 
relacionada com as consequências para a sociedade (impactos 
econômicos e sociais), decorrentes da aplicação de novos pro-
dutos, processos e materiais (REIS, 2008).
No caso da ciência, esta pode ser dividida em ciência pura – ou 
básica – e ciência aplicada (Figura 1). A primeira está atrelada à 
investigação, à análise de fenômenos e à tentativa de explicá-los de 
maneira científica. Um exemplo muito claro dessa modalidade de ciên-
cia é o estudo das características do novo coronavírus.
Já a ciência aplicada possui como característica a aplicação do 
conhecimento para buscar a solução de determinado problema, 
procurando criar produtos que atendam às necessidades da so-
ciedade. Como exemplo, pode-se citar a criação de uma vacina 
para prevenção da Covid-19 (infecção causada pelo novo 
coronavírus).
Normalmente, as duas modalidades de ciência 
andam de mãos dadas e não se pode afirmar que 
uma tenha maior importância do que a outra, em-
bora a ciência aplicada seja a mais reconhecida pela 
sociedade em geral.
Ao situar historicamente a dualidade entre ciência bá-
sica e aplicada, consta que o período pós-Segunda 
Guerra foi o momento em que a ciência básica 
passou a ser vista como precursora do progres-
so tecnológico somente se estivesse distanciada 
do empirismo. Isso culminou no modelo linear de 
inovação, em que se acreditava que os avanços 
científicos eram transformados em soluções prá-
ticas por meio de um movimento dinâmico ligan-
do a ciência à tecnologia (STOKES, 2005). Nesse 
modelo, acreditava-se nesta sequência:
Figura 1
Ciência pura e 
ciência aplicada
W
iki
m
ed
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 C
om
m
on
s.
Ciência pura envolve 
estudos de fenômenos.
Ciência aplicada é a 
utilização de estudos 
da ciência pura em 
favor da sociedade.
Gestão da inovação tecnológica 11
Vyac
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Sh
ut
te
rs
to
ck
Pesquisa 
básica 
(pura)
Pesquisa 
aplicada
Desenvolvi-
mento
Produção
Contrariando tal modelo, Stokes (2005) e seus seguidores creem 
na complementaridade entre pesquisa básica e aplicada. Surge, então, 
uma nova proposta de classificação, relacionando conhecimento e apli-
cação prática, formada por quatro quadrantes que especificam a natu-
reza da pesquisa, intitulada quadrante de Pasteur.
Figura 2
Quadrante de Pasteur
BOHR 
Pesquisa básica pura
Bu
sc
a 
de
 n
ov
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 c
on
he
ci
m
en
to
s?
Busca de aplicações práticas?
PASTEUR 
Pesquisa básica ligada 
à aplicação
EDISON 
Pesquisa aplicada 
à aplicação
Fonte: Elaborada pela autora com base em Stokes, 2005.
Na Figura 2, o quadrante superior à esquerda identifica a pesquisa 
básica pura, que representa a busca por novos conhecimentos, contu-
do sem aplicações práticas. Esse quadrante recebeu o nome de Bohr, 
físico dinamarquês, cujo estudo do modelo atômico é classificado como 
ciência pura. O quadrante inferior esquerdo representa os estudos que 
não buscam entendimentos nem aplicações práticas, mas apenas con-
templam fenômenos específicos. A célula no canto direito inferior re-
trata a pesquisa aplicada, que não busca novos conhecimentos, mas 
sim aplicações práticas, denominada quadrante de Edison, cujas pes-
quisas buscavam rentabilidade por meio da comercialização de seus 
12 Tecnologias aplicadas e inovação
inventos. O último quadrante, localizado no canto superior direito, é 
caracterizado pela busca de novos conhecimentos aliada à procura por 
aplicações práticas. Foi batizado de quadrante de Pasteur, justamente 
pelo fato de seus estudos buscarem a solução de um impasse relativo à 
fermentação, fitando uma compreensão do papel dos microrganismos 
no fenômeno, o que culminou no processo industrial da pasteurização 
(elevação da temperatura seguida de súbito resfriamento, com o intui-
to de eliminar os micróbios).
De maneira empírica, pode-se relacionar a ciência com artigos cien-
tíficos, dissertações e teses, sendo um conhecimento de ordem públi-
ca. Já a tecnologia, está mais vinculada com as patentes, por exemplo, 
tendo um caráter, portanto, privado (REIS, 2008).
Vale destacar que tanto a ciência quanto a tecnologia não podem ser 
consideradas neutras, uma vez que retratam o contexto histórico, social e 
político em que estão inseridas. Dessa forma, devem ser compreendidas à 
luz desse contexto, e não de maneira isolada (CASTELLANOS, 2007).
Outro aspecto importante a ser considerado é o fato de que a ciên-
cia serve de base para a tecnologia. Contudo, nem sempre as inovações 
têm como base conhecimentos científicos (MATTOS; GUIMARÃES, 2012), 
podendo ocorrer de modo experimental ou até mesmo acidental.
Para um melhor entendimento dos conceitos, é possível afirmar que a 
ciência, de acordo com Longo (2000, p. 1), pode ser caracterizada como “o 
conjunto organizado dos conhecimentos relativos ao universo, envolven-
do seus fenômenos naturais, ambientais e comportamentais”. Já a tecno-
logia, por sua vez, pode ser compreendida como “o conjunto organizado 
de todos os conhecimentos científicos, empíricos ou intuitivos emprega-
dos na produção e comercialização de bens e serviços” (LONGO, 2000, 
p. 1). Pode, também, ser interpretada como o lado econômico da ciência, 
considerando que a tecnologia, desde o século XIX, tem procurado en-
contrar na ciência novos caminhos para a produção do conhecimento 
técnico. Essa busca resulta em uma reorientação dos rumos da ciência no 
sentido dos interesses econômicos (MACEDO; BARBOSA, 2000).
Entre os aspectos positivos do emprego da tecnologia, podem ser 
citados: aumento da produção de alimentoscom a mecanização; eco-
nomia de escala e maior possibilidade de aquisição de bens de con-
sumo; facilidade de acesso a serviços e à locomoção; diagnósticos e 
tratamentos de saúde mais eficazes. Já como aspectos negativos, é 
Para conferir um exemplo 
da ligação entre ciência 
pura e ciência aplicada, 
leia o artigo Cientistas 
brasileiros desenvolvem 
aplicativo para diagnóstico 
da Covid-19, de Marcelo 
Canquerino, publicado no 
Jornal da USP. 
Disponível em: https://jornal.
usp.br/ciencias/pesquisadores-
da-usp-desenvolvem-aplicativo-
para-diagnostico-da-covid-
19/?fbclid=IwAR0acKxi4CMrx54h-
dsDX9UwzgetKAZO4d_
OsdJfD3Znv1wEfcbIrSNQeYw. 
Acesso em: 19 jun. 2020.
Saiba mais
Com base nos conhecimentos 
adquiridos sobre ciência pura 
e aplicada, relacione cada um 
dos seguintes exemplos com 
uma das seções do quadrante de 
Pasteur: observação de pássaros; 
estudo de Mendel sobre ervilhas; 
linha de montagem de Henry 
Ford e descoberta dos raios X.
Atividade 1
https://jornal.usp.br/ciencias/pesquisadores-da-usp-desenvolvem-aplicativo-para-diagnostico-da-covid-19/?fbclid=IwAR0acKxi4CMrx54h-dsDX9UwzgetKAZO4d_OsdJfD3Znv1wEfcbIrSNQeYw
https://jornal.usp.br/ciencias/pesquisadores-da-usp-desenvolvem-aplicativo-para-diagnostico-da-covid-19/?fbclid=IwAR0acKxi4CMrx54h-dsDX9UwzgetKAZO4d_OsdJfD3Znv1wEfcbIrSNQeYw
https://jornal.usp.br/ciencias/pesquisadores-da-usp-desenvolvem-aplicativo-para-diagnostico-da-covid-19/?fbclid=IwAR0acKxi4CMrx54h-dsDX9UwzgetKAZO4d_OsdJfD3Znv1wEfcbIrSNQeYw
https://jornal.usp.br/ciencias/pesquisadores-da-usp-desenvolvem-aplicativo-para-diagnostico-da-covid-19/?fbclid=IwAR0acKxi4CMrx54h-dsDX9UwzgetKAZO4d_OsdJfD3Znv1wEfcbIrSNQeYw
https://jornal.usp.br/ciencias/pesquisadores-da-usp-desenvolvem-aplicativo-para-diagnostico-da-covid-19/?fbclid=IwAR0acKxi4CMrx54h-dsDX9UwzgetKAZO4d_OsdJfD3Znv1wEfcbIrSNQeYw
https://jornal.usp.br/ciencias/pesquisadores-da-usp-desenvolvem-aplicativo-para-diagnostico-da-covid-19/?fbclid=IwAR0acKxi4CMrx54h-dsDX9UwzgetKAZO4d_OsdJfD3Znv1wEfcbIrSNQeYw
https://jornal.usp.br/ciencias/pesquisadores-da-usp-desenvolvem-aplicativo-para-diagnostico-da-covid-19/?fbclid=IwAR0acKxi4CMrx54h-dsDX9UwzgetKAZO4d_OsdJfD3Znv1wEfcbIrSNQeYw
Gestão da inovação tecnológica 13
possível elencar: redução de recursos naturais; aumento da poluição; 
impacto em relação às mudanças climáticas; elevação dos níveis de de-
semprego e aumento da produção de resíduos.
1.2 Invenção e inovação 
Vídeo Uma das primeiras e mais importantes personalidades que bus-
cou entender o processo de invenções e inovações foi Joseph Alois 
Schumpeter (1883-1950), economista e cientista político da Áustria. 
Seu legado é tão importante que continua sendo estudado e desen-
volvido até hoje, especialmente por pesquisadores denominados 
neoshumpeterianos, como Nathan Rosenberg, Giovanni Dosi, Richard 
Nelson, Sidney Winter, Christopher Freeman e Carlota Perez.
Schumpeter buscou em seus estudos desvendar os mecanismos 
de movimentação da economia no sistema capitalista, principalmente 
aqueles ligados à inovação e à denominada destruição criadora.
Apesar de as invenções existirem desde tempos remotos, como a 
descoberta da roda, por exemplo, a sua transformação em inovação é 
algo bem mais recente. Até o início do século XVIII, anterior à Primeira 
Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra, a principal atividade eco-
nômica existente era a agricultura, sendo que a ciência e a tecnologia 
caminhavam de modo distante uma da outra até então.
A disseminação das inovações ocorreu gradualmente, iniciando na 
indústria têxtil e na produção de ferro. Essas inovações eram realiza-
das por profissionais sem formação científica. A ciência e a tecnologia 
passaram a se aproximar somente após a criação da Escola Politécnica 
por Napoleão Bonaparte. Essa instituição buscava diplomar engenhei-
ros altamente capacitados direcionados ao atendimento de propósitos 
militares (TIGRE, 2006).
A partir da Revolução Industrial, houve uma mudança no mundo 
como existia até aquele momento. Ocorreu a substituição dos méto-
dos de produção artesanais pela produção exercida por máquinas em 
fábricas. Outras mudanças foram: uso da energia a vapor; substituição 
da madeira como combustível pelo carvão; além da transferência dos 
negócios centrados na agricultura por negócios centrados na indústria 
(Quadro 1). A Revolução Industrial, portanto, explicita a primeira ocor-
rência na história de transformação de uma economia essencialmen-
14 Tecnologias aplicadas e inovação
te agrária e com base na capacidade artesanal para outra economia 
orientada pela indústria e pela manufatura fabril (LANDES, 1994).
Quadro 1
Características dos períodos: Pré-Revolução Industrial e Pós-Revolução Industrial
Pré-Revolução Industrial Pós-Revolução Industrial
Modo de produção Artesanato Manufatura Maquinofatura
Combustível Madeira Carvão
Principal atividade 
econômica Agricultura Indústria
Relação de trabalho Trabalho individual Divisão do trabalho Divisão do trabalho dentro das fábricas
Local de trabalho Própria residência Oficinas Fábricas
Meios de produção Próprios Pertencentes ao mes-tre artesão Máquinas
Forma de 
remuneração
De acordo com a pro-
dução
Trabalho assalariado
Redução de salários e aumento na jor-
nada de trabalho
Fonte: Elaborado pela autora.
A sinergia existente entre empresários e inventores, nesse 
momento, representou relevante técnica organizacional da 
Grã-Bretanha para a criação e implementação de novas empresas 
inovativas (FREEMAN; SOETE, 2008). Dessa forma, as inovações dos 
séculos XVIII e XIX geraram uma condição singular ao capitalismo, 
fazendo com que esse sistema, por meio do investimento produtivo, 
impulsionasse o desenvolvimento tecnológico.
Entretanto, somente a partir do início do século XIX, ocorreu o 
uso comercial da ciência (TIGRE, 2006). Thomas Alva Edison, físico 
norte-americano mundialmente conhecido pela invenção da lâmpa-
da incandescente, criou o primeiro departamento de pesquisa e de-
senvolvimento (P&D) em sua companhia, a General Electric (MACEDO; 
BARBOSA, 2000), apelidada por ele de fábrica de invenções.
De acordo com Freeman e Soete (2008), apesar da existência de la-
boratórios ligados às universidades e aos governos anteriormente, foi 
apenas na década de 1870 que os primeiros laboratórios especializa-
dos em P&D foram constituídos na indústria; segundo Castells (2005), 
especificamente na indústria química alemã.
Para aprofundar seu 
conhecimento sobre as 
mudanças advindas da 
Revolução Industrial, 
assista ao vídeo Revolução 
Industrial – resumo 
desenhado, do canal 
Historiar-te.
Disponível em: http://youtu.be/
qpxaj1XEPko. Acesso em: 22 jun. 
2020.
Vídeo
http://youtu.be/qpxaj1XEPko
http://youtu.be/qpxaj1XEPko
Gestão da inovação tecnológica 15
Após a breve contextualização histórica feita até aqui, é de funda-
mental importância diferenciar os termos invenção e inovação, consi-
derando que, muitas vezes, são usados como se tivessem o mesmo 
significado. A invenção (Figura 3) é uma solução nova para um pro-
blema técnico específico, inserido em determinada área tecnológica 
(OMPI/INPI, 2018). Já o conceito de inovação pode ser descrito como a 
solução para uma dificuldade técnica de produção, que resulta de uma 
atividade inventiva direcionada à comercialização (MACEDO; BARBOSA, 
2000). No caso da inovação, a solução não precisa necessariamente ser 
nova como na invenção, podendo ser decorrente de melhorias no pa-
drão existente.
Ainda, segundo o Manual de Oslo (OCDE, 2005, p. 55):
uma inovação é a implementação de um produto (bem ou ser-
viço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou 
um novo método de marketing, ou um novo método organizacio-
nal nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho 
ou nas relações externas.
Figura 3
Invenções dos últimos séculos: motor a vapor em carro de bombeiros (século XVIII); telefone 
(século XIX); primeiro videogame (século XX); e turismo espacial, Virgin Galactic (século XXI).
A invenção estárelacionada à criação de algo que não produz um 
resultado econômico. Nesse sentido, uma descoberta que gera um 
produto ou processo novo, ou melhorado, mas que não atinge o mer-
cado, será somente uma invenção, e não uma inovação.
W
iki
m
ed
ia 
Co
m
m
on
s.
Para consultar o Manual 
de Oslo, com importantes 
diretrizes sobre inovação, 
elaborado pela Organi-
zação para Cooperação 
Econômica e Desenvolvi-
mento (OCDE), acesse o 
link a seguir.
Disponível em: https://www.
finep.gov.br/images/apoio-e-
financiamento/manualoslo.pdf. 
Acesso em: 19 jun. 2020.
Site
“Nem toda descoberta leva 
a uma invenção. E nem toda 
invenção leva a um produto” 
(CARVALHO; REIS; CAVALCANTE, 
2011, p. 23).
Atenção
Thomas Edison e Nikola 
Tesla foram responsáveis 
por inúmeras invenções 
e descobertas científicas 
que até hoje se fazem 
presentes em nosso 
cotidiano. Para conhecer 
um pouco mais sobre os 
processos de criação da 
corrente contínua e da 
corrente alternada, uma 
das criações de Edison e 
Tesla, assista ao vídeo A 
Batalha entre Gênios Niko-
la Tesla & Thomas Edison, 
da National Geographic, 
publicado no canal Bruno 
Guida. 
Disponível em: http://youtu.be/
TjB3t4TpsDo. Acesso em: 19 jun. 
2020.
Vídeo
https://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf
https://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf
https://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf
http://youtu.be/TjB3t4TpsDo
http://youtu.be/TjB3t4TpsDo
16 Tecnologias aplicadas e inovação
Em contrapartida, o processo de inovação vai além de um conceito. 
Ele se constitui no desenvolvimento de uma ideia, transformando-se, 
consequentemente, em um produto ou processo inovador que atin-
ge o mercado por ser economicamente viável (JUNGMANN; BONETTI, 
2010). Observe o esquema a seguir.
 = + Resultadoprático
(comercialização)
InvençãoInovação
Nesse sentido, é interessante destacar que, entre outras caracterís-
ticas, a inovação “envolve a criação de novos projetos, conceitos, for-
mas de fazer as coisas, sua exploração comercial ou aplicação social 
e a consequente difusão para o restante da economia ou sociedade” 
(AUDY, 2017, p. 76).
Para países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, com com-
petência científica restrita para a geração de novas tecnologias e onde 
a criação de inovações radicais por parte das empresas é incipiente, a 
demanda se constitui no mais importante estímulo para que ocorra a 
inovação (TIGRE, 2006).
1.3 Tipos de inovação 
Vídeo Um simples olhar atento ao redor demonstra quantas inovações fa-
zem parte da nossa vida atualmente. Em geral, elas são denominadas 
inovações de produto, mas não são o único tipo existente.
Na visão de Schumpeter (1997), a inovação pode ser classificada em 
cinco tipos distintos:
1. Inserção de um produto novo ou melhorado.
2. Introdução de um método de produção ou comercialização 
distinto dos já existentes.
3. Abertura de um novo mercado.
O filme O menino que 
descobriu o vento (original 
em inglês: The boy who 
harnessed the wind) conta 
a história de um menino 
que mora em um vilarejo 
muito pobre no Malawi e 
que, por meio de seu es-
forço, sua determinação 
e criatividade, consegue 
criar um moinho de 
vento tendo como base 
um livro encontrado na 
biblioteca da escola local.
Direção: Chiwetel Ejiofor. Reino 
Unido/Malawi. Netflix, 2019.
Filme
incipiente: que está no 
começo, inicial.
Glossário
https://pt.wikipedia.org/wiki/Chiwetel_Ejiofor
Gestão da inovação tecnológica 17
4. Obtenção de uma nova matriz de oferta de matérias-primas ou 
de bens semimanufaturados.
5. Geração de estruturas de mercado diversas em uma indústria.
Com base nas definições criadas por Schumpeter, foram estabele-
cidas no Manual de Oslo (OCDE, 2005) quatro categorias de inovações 
que compõem um grupo de transformações ocorridas nas atividades 
empresariais: inovações de produto, inovações de processo, inovações 
organizacionais e inovações de marketing. Essa classificação é a mais 
amplamente adotada por estudiosos, sendo, portanto, pormenorizada 
na sequência.
 • Inovações de produto – referem-se a transformações subs-
tanciais nas possibilidades constantes em produtos e serviços, 
podendo ser completamente novos ou conter avanços significa-
tivos em relação a produtos existentes. Consequentemente, há a 
possibilidade de obtenção de uma vantagem competitiva para a 
empresa no mercado.
Um caso bastante interessante é o da startup brasileira Fazenda 
Futuro, considerada uma das empresas mais inovadoras do mun-
do. Seu diferencial é produzir alimentos no segmento plant based 
que propiciem a sensação de estar degustando carne animal, uti-
lizando apenas ingredientes de origem vegetal.
 • Inovações de processo – envolvem transformações expressivas 
em relação aos modos de produção e de distribuição. “Se a ino-
vação envolve métodos, equipamentos e/ou habilidades para o 
desempenho do serviço novos ou substancialmente melhorados, 
então é uma inovação de processo” (OCDE, 2005, p. 64). Estão 
incluídas nessa modalidade de inovação as transformações con-
sideráveis em softwares e equipamentos.
Um exemplo de inovação de processo é o equipamento VoluTech, 
que se destina a realizar o controle de todos os padrões neces-
sários em tanques de leite, a fim de preservar a qualidade do 
produto, bem como auxiliando a evitar desperdícios, por meio 
de sensores.
 • Inovações organizacionais – estão relacionadas à implantação 
de novos procedimentos organizacionais, tais quais mudanças 
efetuadas na organização do local de trabalho.
Plant based é um concei-
to de alimentação em que 
há eliminação ou redução 
de produtos de origem 
animal, além de haver 
mínimo processamento 
industrial dos alimentos. 
Para saber mais, acesse o 
link a seguir.
Disponível em: https://boaforma.
abril.com.br/dieta/entenda-o-
que-e-a-dieta-plant-based-e-
seus-beneficios/. Acesso em: 19 
jun. 2020.
Site
Para conhecer mais sobre 
o equipamento VoluTech 
e seus benefícios para 
a indústria de laticínios, 
acesse o link a seguir. 
Disponível em: https://
agroemdia.com.br/2020/05/19/
embrapa-inovacao-usa-sensores-
para-medir-com-precisao-volume-
de-leite-em-tanques/. Acesso em: 
19 jun. 2020.
Site
https://boaforma.abril.com.br/dieta/entenda-o-que-e-a-dieta-plant-based-e-seus-beneficios/
https://boaforma.abril.com.br/dieta/entenda-o-que-e-a-dieta-plant-based-e-seus-beneficios/
https://boaforma.abril.com.br/dieta/entenda-o-que-e-a-dieta-plant-based-e-seus-beneficios/
https://boaforma.abril.com.br/dieta/entenda-o-que-e-a-dieta-plant-based-e-seus-beneficios/
https://agroemdia.com.br/2020/05/19/embrapa-inovacao-usa-sensores-para-medir-com-precisao-volume-de-leite-em-tanques/
https://agroemdia.com.br/2020/05/19/embrapa-inovacao-usa-sensores-para-medir-com-precisao-volume-de-leite-em-tanques/
https://agroemdia.com.br/2020/05/19/embrapa-inovacao-usa-sensores-para-medir-com-precisao-volume-de-leite-em-tanques/
https://agroemdia.com.br/2020/05/19/embrapa-inovacao-usa-sensores-para-medir-com-precisao-volume-de-leite-em-tanques/
https://agroemdia.com.br/2020/05/19/embrapa-inovacao-usa-sensores-para-medir-com-precisao-volume-de-leite-em-tanques/
18 Tecnologias aplicadas e inovação
Um exemplo é a plataforma Luizalabs, criada em 2012 pela 
rede varejista Magazine Luiza para oferecer produtos e servi-
ços diferenciados aos clientes, com foco na inovação. Um dos 
projetos da plataforma, o Parceiro Magalu (anteriormente de-
nominado Magazine Você) oferece a possibilidade de criação de 
uma loja virtual por trabalhadores informais ou autônomos, 
em contrapartida ao recebimento de uma comissão pelas ven-
das efetuadas.
 • Inovações de marketing – abrangem a implantação de métodos 
novos de marketing, buscando atender da melhor forma possível 
às necessidades dos consumidores. Podem incluir ações como 
a abertura de novos mercados, ou ter como foco o aumento de 
vendas de um produto específico, determinando o seu reposi-
cionamento no mercado. Mudanças em embalagens e naforma 
de divulgação do produto também são consideradas inovações de 
marketing. A inovação de marketing pode ocorrer tanto com pro-
dutos novos quanto com os que já existem. Além disso, não há 
a obrigatoriedade de desenvolvimento de um novo método de 
marketing pela empresa. O método escolhido pode ser reprodu-
zido de outras instituições.
Um exemplo é a campanha Share a Coke da Coca-Cola, em que 
eram impressos nomes próprios nas embalagens de refrigerante. 
No Brasil, a frase impressa era: “bebendo uma Coca-Cola com...”, 
completada com diversos nomes escolhidos com base em dados 
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), buscando 
despertar nos consumidores uma sensação de compartilhamen-
to de felicidade.
1.4 Natureza ou impacto da inovação 
Vídeo A inovação tanto pode ser disruptiva quanto incremental. Segundo 
o Manual de Oslo (OCDE, 2005), a inovação disruptiva (também cha-
mada de radical), pode ser definida como a que gera uma consequên-
cia considerável em determinado mercado e na atividade econômica 
das empresas que fazem parte desse mercado.
Nesse sentido, a inovação disruptiva está relacionada com a quebra 
dos padrões existentes, também denominados paradigmas. São trans-
formações profundas que permeiam toda a sociedade, alterando o pa-
O filme Tucker: um 
homem e seu sonho 
(original em inglês: Tucker: 
the man and his dream) 
relata a história real de 
um homem visto como 
sonhador, mas que foi 
além do status quo, 
podendo ser considerado 
um visionário. Tucker 
projetou um veículo tido 
como estranho para os 
padrões da época, mas 
que continha muitos 
itens utilizados até os dias 
atuais.
Direção: Francis Ford Coppola. 
Estados Unidos. Paramount, 1988. 
Filme
Confira os recursos 
inovadores introduzidos 
por Tucker nos anos 
1940, e que até hoje são 
referência no mercado 
automobilístico. 
Disponível em: https://www.
uol.com.br/carros/noticias/
redacao/2019/12/02/carro-do-
futuro-da-tucker-feito-em-1948-
vai-a-leilao-nos-estados-unidos.
htm. Acesso em: 19 jun. 2020.
Curiosidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Francis_Ford_Coppola
https://www.uol.com.br/carros/noticias/redacao/2019/12/02/carro-do-futuro-da-tucker-feito-em-1948-vai-a-leilao-nos-estados-unidos.htm
https://www.uol.com.br/carros/noticias/redacao/2019/12/02/carro-do-futuro-da-tucker-feito-em-1948-vai-a-leilao-nos-estados-unidos.htm
https://www.uol.com.br/carros/noticias/redacao/2019/12/02/carro-do-futuro-da-tucker-feito-em-1948-vai-a-leilao-nos-estados-unidos.htm
https://www.uol.com.br/carros/noticias/redacao/2019/12/02/carro-do-futuro-da-tucker-feito-em-1948-vai-a-leilao-nos-estados-unidos.htm
https://www.uol.com.br/carros/noticias/redacao/2019/12/02/carro-do-futuro-da-tucker-feito-em-1948-vai-a-leilao-nos-estados-unidos.htm
https://www.uol.com.br/carros/noticias/redacao/2019/12/02/carro-do-futuro-da-tucker-feito-em-1948-vai-a-leilao-nos-estados-unidos.htm
Gestão da inovação tecnológica 19
drão existente até o momento, e que acabam por criar uma trajetória 
tecnológica. De acordo com Tigre (2019), a inovação disruptiva normal-
mente decorre de atividades de P&D.
Além disso, conforme Audy (2017, p. 77), as “inovações disruptivas 
são dramáticas, criando novas demandas, indústrias, mercados, apli-
cações e processos, econômicos ou sociais”. Consequentemente, é 
estabelecido novo nível tecnológico, propiciando terreno fértil para o 
surgimento de inovações incrementais.
Em contrapartida, a inovação incremental pode ser definida como 
a inserção de qualquer tipo de melhoria em um produto, processo ou 
organização no interior de uma empresa, sem modificação da estru-
tura industrial (FREEMAN; SOETE, 2008). É responsável pela criação de 
sucessivos aperfeiçoamentos, de menor impacto que aqueles relacio-
nados à inovação disruptiva. Essas pequenas melhorias (em um pro-
duto ou nos processos necessários para sua confecção) ocorrem no 
mesmo nível tecnológico em que são empregadas (AUDY, 2017).
Embora as inovações incrementais estejam atreladas aos aspectos 
socioculturais e às necessidades de demanda, elas costumam ocorrer 
de maneira constante dentro das empresas, não sendo necessaria-
mente resultado de atividades de P&D. Muitas vezes, essas inovações 
advêm da experiência acumulada (TIGRE, 2019). Dessa forma, pode-se 
afirmar que muitas inovações incrementais derivam do learning by 
doing, ou seja, do aprender fazendo dentro das atividades industriais.
Ao observar a Figura 4, é possível verificar algumas características 
da inovação incremental, como a criação de melhorias contínuas e o su-
porte às diferentes fases pelas quais passam um produto ou processo.
Figura 4
Inovação disruptiva e inovação incremental
Incremental
Sustentação
Melhoria contínua
Radical
Ruptura
Disruptiva
Fonte: Audy, 2017, p. 77.
Aponte as diferenças entre 
inovação disruptiva e inovação 
incremental.
Atividade 2
20 Tecnologias aplicadas e inovação
Já em relação à inovação disruptiva, as mudanças ocorrem de 
modo radical, promovendo uma ruptura dos paradigmas existentes, 
criando perspectivas e possibilitando um processo de retroalimen-
tação por meio de inovações incrementais.
De acordo com Freeman e Soete (2008), além das denominadas 
inovações disruptivas e incrementais, há ainda que se analisar outras 
duas transformações de impacto na inovação: o novo sistema tecno-
lógico e o novo paradigma técnico-econômico.
Um novo sistema tecnológico pode surgir quando uma área ou 
algumas áreas são impactadas pelo surgimento de um novo hori-
zonte tecnológico.
Com relação às transformações no paradigma técnico-econômico, 
faz-se necessário, primeiramente, compreender de que se trata 
esse paradigma (denominado por alguns autores de paradigma 
tecnoeconômico). Este trata-se, segundo Lastres e Albagli (1999, 
p. 32), do
resultado do processo de seleção de uma série de combina-
ções viáveis de inovações (técnicas, organizacionais e insti-
tucionais), provocando transformações que permeiam toda 
a economia e exercendo importante influência no comporta-
mento da mesma.
Dessa forma, as mudanças no paradigma técnico-econômico são 
responsáveis por alterações profundas no contexto social e econô-
mico, e não somente no aspecto tecnológico (TIGRE, 2019). Os cha-
mados ciclos longos de desenvolvimento são resultado de paradigmas 
tecnológicos que impactam sobremaneira a sociedade, causando 
transformações profundas.
De acordo com Tigre (2019), para que uma tecnologia desenca-
deie um novo paradigma, são necessários os seguintes requisitos: 
custos reduzidos com predisposição a baixar ainda mais; oferta 
abundante e contínua; capacidade de disseminação abrangente; e 
perspectiva de incorporação de tecnologias diversas.
1.4.1 Difusão das inovações
Um aspecto muito importante que vai além da definição da natu-
reza ou do impacto das inovações é o processo de difusão de novos 
produtos e processos na sociedade.
Gestão da inovação tecnológica 21
De acordo com Rogers (2010), autor do livro Diffusion of 
Innovations, a difusão é compreendida como o processo pelo qual 
uma inovação é comunicada por meio de certos canais entre os inte-
grantes de um sistema social.
Ainda segundo Rogers (2010), a adoção de uma inovação traz 
consigo um certo grau de incerteza. Para reduzir essa incerteza, as 
empresas buscam convencer as pessoas de que a relação custo-
-benefício é positiva e a inovação será útil em suas vidas. No caso de 
uma inovação tecnológica, são incorporadas informações que redu-
zem a incerteza a respeito das relações de causa e efeito na solução 
de problemas. Como exemplo prático, pode-se citar que a adoção de 
um sistema residencial de captação de água da chuva reduz a incer-
teza sobre futuros aumentos (estabelecidos pelo governo) na fatu-
ra da companhia de saneamento, uma vez que o consumidor ficará 
menos dependente do abastecimento de água.
Figura 5
Curva de difusão da inovação
Percentagem
 de m
ercado (%
)
Adotantes
25
50
2,5%
13,5%
34% 34%
Abismo
Curva S
In
ov
ad
or
es
Re
ta
rdat
ár
io
s
Ad
ot
an
te
s 
in
ic
ia
is
M
ai
or
ia
 
in
ic
ia
l
M
ai
or
ia
 
ta
rd
ia
16%
75
100
0
Fonte: Elaborada pela autora com base em Rogers, 2010.
Conforme o Manual de Oslo 
(OCDE, 2005, p. 24), “sem 
difusão, uma inovação não tem 
impacto econômico”.
Atenção
22 Tecnologias aplicadas e inovação
Conforme a teoria da difusão de inovações, há cinco grupos distin-
tos de pessoas, classificados de acordo com o tempo de adesão a uma 
inovação (Figura 5). Os primeiros são os inovadores, que correspondem 
a 2,5% da população, pioneiros a testar um novo produto, por serem 
os mais propensos a assumir riscos. Tal grupo tende a compartilhar 
suas experiências por meio das mídias sociais. O segmento seguinte, 
dos adotantes iniciais, constitui um grupo um pouco mais volumoso de 
pessoas em relação aos inovadores (mas ainda assim reduzido no que 
se refere ao total da população – 13,5%). Esse segmento está disposto 
a aderir às inovações adotadas pelos inovadores.
Após esses dois grupos, existe um ponto chamado de abismo, 
que corresponde a um hiato que divide os formadores de opinião do 
restante da maioria da população. Transpor esse ponto é fundamen-
tal para que uma inovação seja de fato difundida.
Ultrapassado o abismo, o próximo grupo é o intitulado maioria 
inicial (correspondente a 34% do total), que leva mais tempo para 
aderir a uma inovação, uma vez que aguarda a opinião dos primei-
ros grupos sobre um produto e só após se assegurar dos benefícios 
é que toma uma decisão favorável. Na sequência, existe o grupo 
denominado maioria tardia (34% da população), representado pelos 
indivíduos que só aderem a uma inovação depois de saberem que 
foi testada e aprovada pela maioria da população. Por último, há 
o grupo dos retardatários (16% dos indivíduos), composto de uma 
parcela da população muito relutante às mudanças e com menor 
acesso aos canais de comunicação.
Para atingir os diferentes grupos, é necessário abordá-los de ma-
neira distinta, utilizando meios e formas de comunicação adequados 
a cada perfil.
Por meio da curva S é possível mensurar o tempo em que a ade-
são a qualquer tipo de inovação passa de 0 a 100% da população. 
O início é plano (inovadores e adotantes iniciais), o meio apresen-
ta uma curva bastante inclinada (maioria inicial e maioria tardia) e 
o final da curva (retardatários) é plano novamente, formando uma 
curva em formato de S.
Considerando a teoria de difusão 
de inovações, em qual dos cinco 
grupos de pessoas organizadas 
de acordo com o tempo de 
adesão a uma inovação você 
acredita estar inserido? Justifi-
que sua resposta.
Atividade 3
Para conhecer um pouco 
mais sobre o funciona-
mento da difusão das 
inovações e os diferentes 
perfis de consumidores, 
assista ao vídeo Difusão 
de inovações: a curva 
em “S”. 
Disponível em: youtu.be/hL-
nO498FPY. Acesso em: 19 jun. 2020. 
(* Embora o vídeo seja bastante 
explicativo, deve ser feita uma 
ressalva em relação à informação 
incorreta de percentagem 
representativa dos adotantes iniciais, 
apresentada como 12,5%, quando o 
correto é 13,5%).
Vídeo
http://youtu.be/hL-nO498FPY
http://youtu.be/hL-nO498FPY
Gestão da inovação tecnológica 23
1.5 Gestão da inovação tecnológica 
Vídeo Nesta seção, anteriormente à apreciação do tema de gestão da 
inovação tecnológica, é de fundamental importância compreender 
preliminarmente que a tecnologia se divide em três áreas primá-
rias, que serão detalhadas na sequência: produto; processos; e in-
formação e comunicação.
1.5.1 Tecnologia e suas três áreas primárias
A tecnologia, como já citado anteriormente, é amplamente respon-
sável pelos efeitos sociais e econômicos causados pela aplicação de 
seus resultados. Ademais, é considerada, também, um dos elemen-
tos primordiais de impacto na concorrência entre empresas (PORTER, 
1998). Nesse contexto, é importante compreender que a tecnologia, 
como mencionado no início da seção, divide-se em três áreas primá-
rias: tecnologia de produto; tecnologia de processos; e tecnologia da 
informação e comunicação (MATTOS; GUIMARÃES, 2012).
Com relação à tecnologia de produto, pode-se afirmar que essa é 
normalmente a mais evidente, sendo clara a aplicação de atividades de 
P&D em sua obtenção. Muitas vezes, novos produtos são obtidos de acor-
do com a demanda imposta pela sociedade. Em outras, os responsá-
veis da área de P&D do setor produtivo procuram se antecipar, criando 
necessidades que as pessoas nem ao menos sabiam que possuíam 
(SEBRAE, 2015). Essa antecipação de desejos, frequentemente, aconte-
ce por meio de práticas de gestão da inovação que buscam prospectar 
tecnologias futuras. Destaca-se, ainda, o fato de que muitos produtos 
tecnológicos gerados instituem a necessidade de criação de produtos 
complementares, que constituem as denominadas inovações incrementais.
A tecnologia de processos, por sua vez, engloba os procedimentos 
utilizados nas empresas para desempenhar suas atividades, podendo 
ser específicas para determinado segmento ou de uso geral.
A terceira área é a tecnologia de informação e comunicação (TIC), 
cuja relevância tem sido cada vez maior, especialmente pelo fato de, 
atualmente, ser a sociedade do conhecimento, em que a informação é 
24 Tecnologias aplicadas e inovação
o elemento-chave para o desenvolvimento socioeconômico. Portanto, 
essa terceira área será mais amplamente discutida.
Conforme Castells (2005), no final do século XX, houve o início de 
um novo paradigma tecnológico, em que a tecnologia, tida como cultu-
ra material, abriu espaço para a tecnologia da informação. De acordo 
com o autor, essa revolução tecnológica é tão significativa quanto a 
Revolução Industrial ocorrida no século XVIII, considerando que, em 
ambas as mudanças tecnológicas, o tecido social, econômico e cultural 
da sociedade foi impactado como um todo. O uso do conhecimento e 
da informação para a criação de novos conhecimentos, retroalimen-
tando o ciclo entre a inovação e sua aplicação, constitui o cerne da atual 
revolução tecnológica. “Pela primeira vez na história, a mente humana 
é uma força direta de produção, não apenas um elemento decisivo no 
sistema produtivo” (CASTELLS, 2005, p. 69).
Para se ter uma ideia da importância das TICs no contexto atual, 
a apresentação de alguns dados e informações é bastante oportuna. 
No cenário mundial, a União Internacional de Telecomunicações (UIT), 
agência oficial da Organização das Nações Unidas (ONU) para divulga-
ção de estatísticas nas áreas de telecomunicações e de tecnologias da 
informação e comunicação, afirma que 53,6% da população mundial 
no final do ano de 2019 (aproximadamente 4,1 bilhões de pessoas) fa-
zia uso da internet (ITU, 2019).
No contexto brasileiro, assim como nos demais países, as TICs têm 
ganhado muito destaque e sido foco de diversos estudos. Ao consul-
tar o documento Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, 
elaborado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comu-
nicações (MCTIC) para o período de 2016 a 2022, é possível conferir a 
intenção dos países em desenvolvimento em reduzir a lacuna digital 
referente aos países desenvolvidos. No caso brasileiro, os obstáculos 
que deverão ser superados são a conectividade a valores acessíveis e 
a disponibilidade tecnológica para áreas longínquas e com reduzida 
quantidade de habitantes (BRASIL, 2016).
Entre as TICs existentes, destacam-se Internet das Coisas, Big Data, 
computação em nuvem, streaming, realidade virtual, realidade aumen-
tada e inteligência artificial.
Você pode aprofundar 
seus conhecimentos a 
respeito da atual era da 
informação (com foco 
especialmente nas TICs), 
lendo o prestigiado livro 
A sociedade em rede: a era 
da informação, do sociólogo 
espanhol Manuel Castells.
CASTELLS, M. 10. ed. São Paulo: Paz 
e Terra, 2009.
Livro
Gestão da inovação tecnológica 25
Internet das Coisas
Originalmente denominada Internet of Things (IoT), compreende a 
possibilidade de conectar dispositivos diversos à internet, combase 
em códigos de comunicação interligando pessoas, objetos, cidades, 
veículos, entre outros. Estima-se que, em 2025, aproximadamente 75 
bilhões de dispositivos conectados de IoT estejam instalados em todo o 
mundo (CARRION; QUARESMA, 2019). Uma das mais importantes apli-
cações de IoT inclui as denominadas smart cities (cidades inteligentes), 
compreendendo cidades que por meio de TICs utilizam seus recursos 
de modo mais eficiente, gerando redução de custos. Como consequên-
cia, tornam-se mais sustentáveis, além de incrementar a qualidade de 
vida de seus habitantes (JOÃO; SOUZA; SERRALVO, 2019).
Big Data
Consiste na área de conhecimento que busca analisar grandes con-
juntos de dados, a fim de extrair informações valiosas que possam 
ser utilizadas na gestão de negócios (MACHADO, 2018). Algumas das 
aplicações de Big Data incluem: I) smart grid (rede elétrica inteligente), 
em que a análise de Big Data auxilia na identificação de problemas em 
transformadores bem como na identificação de comportamentos inco-
muns dos dispositivos conectados; II) saúde eletrônica, possibilitando o 
monitoramento de sintomas dos pacientes on-line para ajustar a pres-
crição ou a adequação de planos de saúde pública conforme os sinto-
mas da população, por exemplo; III) IoT, em que há vários aplicativos 
de Big Data compatíveis com empresas de logística, possibilitando, por 
exemplo, a otimização de rotas de entrega; IV) uso em serviços públi-
cos, como o de abastecimento de água, com a utilização de sensores 
nos dutos para monitoramento do fluxo de água; V) transporte e logís-
tica, com o uso de identificação por radiofrequência (RFID) e do sistema 
de posicionamento global (GPS) para otimização de rotas de ônibus, 
por exemplo; VI) serviços políticos e monitoramento do governo, em 
que os dados levantados são utilizados para monitorar tendências polí-
ticas, com base em postagens em redes sociais (OUSSOUS et al., 2018).
Computação em nuvem
Também chamada de cloud computing, compreende a utilização de 
recursos de computação bastante flexíveis, que podem ser consumi-
dos com base no pagamento sob demanda e que são controlados e 
Para conhecer um pouco 
mais sobre Big Data e 
suas potencialidades, 
assista ao vídeo O que é 
Big Data?, publicado pelo 
canal Algar Tech. 
Disponível em: http://youtu.be/
VIjqX3RhOmc. Acesso em: 22 
jun. 2020.
Vídeo
Conheça o curioso caso 
de utilização de Big Data 
por parte da empresa 
varejista de e-commerce 
Target e saiba qual cone-
xão é possível fazer com 
a Lei Geral de Proteção 
de Dados (LGPD), em 
vigor no Brasil em agosto 
de 2020. 
Disponível em: https://
gazetaarcadas.com/2019/08/23/o-
case-de-marketing-da-target-e-a-
lgpd/. Acesso em: 22 jun. 2020.
Curiosidade
http://youtu.be/VIjqX3RhOmc
http://youtu.be/VIjqX3RhOmc
https://gazetaarcadas.com/2019/08/23/o-case-de-marketing-da-target-e-a-lgpd/
https://gazetaarcadas.com/2019/08/23/o-case-de-marketing-da-target-e-a-lgpd/
https://gazetaarcadas.com/2019/08/23/o-case-de-marketing-da-target-e-a-lgpd/
https://gazetaarcadas.com/2019/08/23/o-case-de-marketing-da-target-e-a-lgpd/
26 Tecnologias aplicadas e inovação
suportados por data centers (RASHID et al., 2020). A praticidade em seu 
uso está relacionada ao fato de que os aplicativos podem ser acessa-
dos por meio de qualquer computador que possua acesso à internet. 
Alguns exemplos de cloud computing são o Google Apps, Dropbox e 
iCloud (Figura 6).
Figura 6
Aplicações de computação em nuvem e Internet das Coisas
Computação em nuvem
Aplicação
Plataforma
Infraestrutura
Portáteis
Telemóveis
Monitorização
Armazenamento 
de objetos
Conteúdo
Identidade
Computação Armazenamento Rede
Motor de 
execução
Filas
Base de 
dados
Colaboração Comunicação Finança
Tablets
Servidores
Desktops
IoT Hospital 2.0
Cidade inteligente Logística inteligente Casa inteligente
 Indústria 4.0 Veículo autônomo Rede inteligente
Agricultura 2.0
Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons.
St
m
oo
l/ 
sh
ut
te
rs
to
ck
Streaming
É uma ferramenta de distribuição de conteúdo multimídia por meio 
da internet. Permite ao usuário acessar o material ao fazer o download 
do aplicativo e criar um perfil para que os recursos sejam atualiza-
dos conforme a demanda (OYEDELE; SIMPSON, 2018). Os serviços de 
streaming mais populares são: YouTube, Netflix e Amazon Prime Video 
(streamings de vídeo); e iTunes Store e Spotify (streamings de música). 
Atualmente, o Brasil ocupa a sexta posição no mundo em visualização 
de streamings, atrás apenas da Índia, da Coreia do Sul, da Austrália, da 
Indonésia e da Tailândia (CUPONATION, 2019).
Realidade virtual e realidade aumentada
A imersão do usuário em um mundo virtual, desassociado do mun-
do real, possibilitado por diversos efeitos de som e imagens é chamada 
de realidade virtual. Em outras palavras, trata-se de uma experiência 
Para entender um pouco 
mais sobre o conceito e a 
aplicabilidade da compu-
tação na nuvem, assista 
ao vídeo Você sabe o que 
é Cloud Computing, ou 
Computação na Nuvem?, 
publicado no Canaltech. 
Disponível em: http://youtu.be/
FDFejm-ovtI. Acesso em: 22 jun. 2020.
Vídeo
http://youtu.be/FDFejm-ovtI
http://youtu.be/FDFejm-ovtI
Gestão da inovação tecnológica 27
que inclui a interação e a imersão proporcionada em tempo real por 
um dispositivo, resultando em imagens gráficas 3D (SILVA et al., 2017). 
As áreas em que a realidade virtual pode ser aplicada incluem: científi-
cas, educacionais, de entretenimento, entre outras. Já a realidade au-
mentada, pode ser definida como a associação de objetos virtuais ao 
ambiente físico do mundo real ampliado, utilizando um equipamento 
como um smartphone, por exemplo. A realidade aumentada potencia-
liza a compreensão e a comunicação entre o usuário e o mundo real. 
Entre as aplicações, há as ligadas ao entretenimento, caso do jogo ele-
trônico Pokémon GO, e as destinadas aos portadores de necessidades 
especiais, como a utilização de recursos de áudio para usuários com 
dificuldades visuais (CARMIGNIANI; FURHT, 2011).
Inteligência artificial (IA)
Pode ser compreendida como a produção de equipamentos que, 
mediante programação prévia, estejam aptos a assimilar conhecimen-
tos utilizando algoritmos bastante estruturados. Tal conhecimento 
pode ser direcionado para a resolução de problemas e facilitar a co-
municação com base nos dados disponibilizados. A IA pode ser sub-
dividida em machine learning (aprendizado contínuo) e deep learning 
(capacitação para a execução de tarefas mais difíceis) (DAMACENO; 
VASCONCELOS, 2018).
O uso adequado das TICs permite às empresas incrementar sua 
capacidade inovativa, obtendo em troca vantagem competitiva no 
mercado em que atuam. Ademais, o novo paradigma tecnológico 
das TICs revoluciona todas as áreas da sociedade, fazendo com que 
a gestão da inovação tecnológica adquira importância fundamental 
como ferramenta de gerenciamento das transformações decorren-
tes do novo paradigma.
1.5.2 Gestão da inovação tecnológica
Na visão de Mattos e Guimarães (2012, p. 63), a “gestão da tecnolo-
gia aborda todos os aspectos de planejamento, organização, execução 
e controle de atividades empresariais desenvolvidas em ambientes in-
tensivos em tecnologia”.
A gestão da inovação tecnológica, igualmente, engloba o gerencia-
mento dos recursos disponíveis por parte da empresa, com o intuito de 
aperfeiçoar os produtos e processos já disponíveis ou, ainda, de aplicar 
Ambientado na África do 
Sul, a força policial em 
Chappie é composta de 
robôs providos de inteli-
gência artificial. Quando 
um deles é danificado, 
seu criador o reconstitui, 
fazendo com que Cha-
ppie tenha emoções e 
pensamentos próprios.
Direção: Neill Blomkamp. Estados 
Unidos, África do Sul, México. Sony 
Pictures Entertainment, 2015.
Filme
Para compreender as 
características e as 
diferenças entre a reali-
dade virtual e a realidade 
aumentada, assista ao 
vídeo Qual é a diferença 
entre Realidade Virtual 
e Realidade Aumentada, 
publicado pelo canal 
GCFAprendeLivre.Disponível em: http://youtu.be/
oJvFwen0ExI. Acesso em: 28 maio 
2020.
Vídeo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Neill_Blomkamp
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sony_Pictures_Entertainment
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sony_Pictures_Entertainment
http://youtu.be/oJvFwen0ExI
http://youtu.be/oJvFwen0ExI
28 Tecnologias aplicadas e inovação
o conhecimento para criar outros, que possam vir a ser produzidos e 
comercializados. Uma gestão tecnológica bem realizada é um dos as-
pectos mais relevantes para o sucesso de uma empresa (LOUREIRO, 
2000). Ainda, nas palavras de Mattos e Guimarães (2012, p. 61), “a tec-
nologia é provavelmente o mais importante fator para o aumento da 
competitividade global de uma empresa”.
E quais os fatores necessários para uma gestão da inovação tec-
nológica de qualidade? Além de proteger a tecnologia utilizando os 
mecanismos de propriedade intelectual e realizar a transferência de 
tecnologia, efetuar práticas de inovação como benchmarking, vigilân-
cia tecnológica e prospecção tecnológica (LOUREIRO, 2000).
Ressalta-se que a gestão da inovação tecnológica deve ser realizada 
de acordo com as características de cada organização, pois não há um 
modelo ideal que possa ser aplicado de maneira generalizada. Nesse 
sentido, além da escolha das práticas de inovação mais adequadas e 
da proteção e transferência da tecnologia, as empresas devem selecio-
nar os projetos que representem maiores oportunidades de sucesso. 
Dessa forma, pode-se imaginar esse processo como um funil de inova-
ção, também denominado funil de oportunidades (Figura 7).
Figura 7
Funil de inovação
Filtro 1
Fase 1
Geração de ideias de 
produto/ processo e 
desenvolvimento do conceito.
Detalhamento das 
fronteiras do projeto 
e do conhecimento 
requerido.
Desenvolvimento 
rápido e focado 
de projetos de 
diferentes tipos.
Fase 2 Fase 3
Filtro 2
Embarcar
Fonte: Bagno, Melo e Cheng, 2018, p. 14.
Ao analisar a Figura 7, é possível perceber a imagem de um funil 
com uma entrada bem ampla, que representa a captação das mais va-
riadas ideias, um corpo um pouco mais estreito em que há análise e de-
talhamento das tecnologias e, por último, uma saída bastante estreita, 
Transferência de tecnologia: 
trata-se do processo de trans-
missão de conhecimento técnico 
de uma instituição para outra. 
No caso do Brasil, os contratos 
de transferência de tecnologia 
são averbados pelo Instituto 
Nacional da Propriedade 
Industrial (INPI).
Glossário
Gestão da inovação tecnológica 29
o que evidencia que as organizações precisam investir seus escassos 
recursos em tecnologias promissoras, a fim de que sejam comerciali-
záveis e lucrativas (BAGNO; MELO; CHENG, 2018). O funil de inovação 
pode, então, ser considerado um “método visual para lidar com novas 
ideias e inovações, e fornece uma base adequada para representar, 
monitorar e gerir a inovação na empresa” (GAVIRA et al., 2007, p. 80).
De maneira bastante ilustrativa, é possível verificar na Figura 8 as 
diversas etapas do funil de inovação, iniciando pelo levantamento (1); 
na sequência, pelo processo de seleção (2); delimitação dos recursos 
disponíveis (3); implementação (4); e, por último, culminando na apren-
dizagem (5).
Figura 8
Processo de gestão da inovação
1
Levantamento
2 
Seleção
5 
Aprendizagem
3 
Definição de 
recursos
4 
Implementação
Reconhecimento
e recompensa
Capacitação Comunicação
Criatividade
Inovação 
introduzida ou 
implementada
Recursos para 
implementar
Proposta 
de ideias
Oportunidade(s) 
e estratégia(s) 
definida(s)
Fonte: Carvalho, Reis e Cavalcante, 2011, p. 57.
Vale ressaltar, igualmente, que a gestão tecnológica concerne 
à competência da empresa de tornar produtivo o conhecimento e 
a informação, além de ter também como meta sempre a melhoria 
contínua. À vista disso, a empresa deve ser compreendida de modo 
abrangente, tornando imperativa a necessidade de se adaptar a novos 
cenários, operando em um ambiente dinâmico com base na troca de 
informações, serviços e recursos.
Para saber mais sobre o 
funil de inovação, leia o 
artigo Gestão da inovação 
tecnológica: uma análise 
da aplicação do funil de 
inovação em uma organi-
zação de bens de consumo.
Disponível em: https://
www.redalyc.org/
pdf/1954/195416699005.pdf.
Acesso em: 22 jun. 2020.
Saiba mais
https://www.redalyc.org/pdf/1954/195416699005.pdf
https://www.redalyc.org/pdf/1954/195416699005.pdf
https://www.redalyc.org/pdf/1954/195416699005.pdf
30 Tecnologias aplicadas e inovação
1.6 Práticas de gestão da inovação 
O despertar de uma consciência quanto à importância da inovação 
vem sendo comprovado pela ampla discussão do tema nos mais diver-
sos setores. Nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, 
o debate sobre essa questão revela-se de suma importância para ala-
vancar o desenvolvimento econômico e social.
Nesse sentido, diversas são as práticas de inovação desenvolvidas 
com o objetivo de contribuir para o processo de gestão da inovação e, 
consequentemente, vir a gerar vantagens competitivas para o setor pro-
dutivo. Entre elas, serão tratadas as práticas de: prospecção tecnológica, 
roadmap, inteligência competitiva, vigilância tecnológica e benchmarking.
Prospecção tecnológica
Pode ser compreendida como o conjunto de atividades de sondagem 
das transformações tecnológicas com o objetivo de adicionar conheci-
mento ao processo de gestão tecnológica. É uma busca de informações 
que possam ajudar a prever possíveis futuros cenários tecnológicos 
(AMPARO; RIBEIRO; GUARIEIRO, 2012). A prática de prospecção tecnoló-
gica permite a identificação de gargalos científicos e tecnológicos, possi-
bilitando a abertura de janelas de oportunidades para a implementação 
da atividade de P&D com consequente impacto social.
Aliado ao conceito de janelas de oportunidades, há também o de 
leapfrogging, que é o salto dado pelas empresas quando surge uma 
tecnologia disruptiva, a fim de se inserir em áreas de alta densidade 
tecnológica, sem a necessidade de transcorrer as fases intermediárias 
(TIGRE; NASCIMENTO; COSTA, 2016).
Roadmap
Prática que teve início com a indústria automotiva dos Estados 
Unidos, mas que foi alavancada especialmente pela empresa Motorola 
entre as décadas de 1970 a 1980 (PROBERT; RADNOR, 2003). Essa ferra-
menta busca prever as etapas indispensáveis para atingir os objetivos 
tecnológicos almejados, podendo ser utilizadas em sua estruturação, 
entre outras técnicas, como questionários, entrevistas e pesquisa de 
patentes (RIBEIRO et al., 2018). Os roadmaps “estruturam a planificação 
estratégica e o desenvolvimento, a exploração de caminhos de cresci-
mento e o acompanhamento das ações que permitem chegar aos ob-
jetivos” (COELHO; BOTELHO JR.; TAHIM, 2012, p. 170).
O termo janelas de oportunida-
des decorre da descontinuação 
de um caminho tecnológico em 
que surgem novas oportunida-
des. A ocorrência de inovações 
disruptivas abre janelas de 
oportunidades para que novas 
empresas especializadas na 
tecnologia inovadora possam 
despontar (TIGRE; NASCIMENTO; 
COSTA, 2016).
Importante
Um exemplo bastante atual de 
leapfrogging é o Nubank, uma 
das mais importantes fintechs 
(abreviação de tecnologia finan-
ceira) do mundo. O Nubank é 
uma startup brasileira que presta 
serviços bancários por meio da 
utilização de smartphones, de 
maneira bem menos burocrática 
que os bancos tradicionais, dis-
ponibilizando acesso a serviços 
como cartão de crédito a taxas 
reduzidas.
Curiosidade
Vídeo
Gestão da inovação tecnológica 31
Figura 9
Esquema de roadmap tecnológico
Tempo
M1 M2Mercado
Investimento de capital/finanças
Cadeia de suprimentos
Funcionários/ 
Habilidades
Produto
Tecnologia
Recursos
Programas 
de P&D
P1
T1
PD1 PD2 PD4 PD6
PD5PD3
T2
T3 T4
P2 P3
P4
Fonte: Adaptada de Phaal, 2018, p. 133.
De acordo com Phaal (2018), o roadmap tecnológico é uma impor-
tante técnica de suporte ao planejamento e gerenciamento tecnológico 
em uma empresa. Embora possa apresentar diversas configurações, a 
maisaceita é a proposta pela European Industrial Research Management 
Association (EIRMA), uma organização independente, sem fins lucrati-
vos, que busca a troca de experiências e melhores práticas em geren-
ciamento de P&D. Com base no tempo, são apresentadas as diversas 
etapas sob as perspectivas comercial e tecnológica, demonstrando que 
há ligações entre os diferentes segmentos (Figura 9).
Inteligência competitiva
É um procedimento de prospecção de curto prazo, que consiste 
em uma avaliação do cenário produtivo, bem como do desempenho 
da concorrência, possibilitando à organização manter sua posição de 
mercado ou obter uma vantagem competitiva. No caso específico da 
inteligência competitiva tecnológica, são levantados e considerados os 
dados relativos à ciência e tecnologia, visando identificar as tendências 
de mercado em um cenário de longo prazo (RIBEIRO et al., 2018).
32 Tecnologias aplicadas e inovação
Para que a inteligência competitiva produza resultados satis-
fatórios, há que se realizar o mapeamento e a prospecção de da-
dos, informações e conhecimento tanto internos quanto externos 
à organização. Além disso, requer o conhecimento de todos os 
stakeholders (VALENTIM, 2002). “A inteligência competitiva pressu-
põe o desenvolvimento da capacidade de identificar, sistematizar e 
interpretar sinais do ambiente externo das organizações, para ali-
mentar processos de decisão” (CANONGIA et al., 2004, p. 232).
Vigilância tecnológica
É uma ferramenta de baixo custo que possibilita a adequação das 
tecnologias existentes àquelas que se destacam no segmento. Nesse 
processo, não há criação de uma tecnologia, nem a possibilidade de 
haver exclusividade sobre seu uso. O benchmarking é um caso de vigi-
lância tecnológica (REIS, 2008). É importante destacar que a vigilância 
tecnológica está orientada à coleta e análise minuciosa de informa-
ções científicas no presente (CARVALHO; REIS; CAVALCANTE, 2011), 
sendo importante a detecção de ameaças e oportunidades externas à 
organização para auxiliar no processo de tomada de decisões.
Benchmarking
Consiste basicamente em uma “ferramenta de gestão utilizada 
para avaliar vários aspectos de uma organização em comparação 
às melhores práticas do setor” (TOLEDO, 2009, p. 144). De acordo 
com o Tribunal de Contas da União (TCU, 2000), existem três tipos 
de benchmarking: benchmarking organizacional, em que são com-
paradas instituições entre si com foco no reconhecimento de boas 
práticas; benchmarking de desempenho, em que a comparação se 
dá por meio de indicadores de desempenho; benchmarking de pro-
cesso, que tem como base a confrontação de processos organiza-
cionais, podendo ocorrer no nível interno (entre departamentos de 
uma mesma instituição) ou no nível externo (entre instituições).
No caso específico da prática de benchmarking tecnológico, tem-se 
como consequência a exposição das lacunas (gaps) tecnológicas 
existentes entre uma instituição e as demais organizações líderes 
em determinado segmento, devendo, portanto, ser uma prática 
constantemente utilizada.
(do inglês, stake = participação 
e holder = titular, detentor), 
representa a parte interessada 
em uma instituição, empresa 
ou em um negócio específico, 
podendo ser um indivíduo ou 
um grupo.
Glossário
Conheça um exemplo 
de aplicação prática de 
benchmarking disponível 
por aplicativo ao usuário 
comum. Para isso, leia o 
artigo Aplicativo permite 
testar o desempenho 
do celular e a saúde da 
bateria, do autor Filipe 
Garrett, publicado no site 
TechTudo.
Disponível em: https://www.
techtudo.com.br/tudo-sobre/
antutu-benchmark.html. Acesso 
em: 22 jun. 2020.
Site
https://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/antutu-benchmark.html
https://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/antutu-benchmark.html
https://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/antutu-benchmark.html
Gestão da inovação tecnológica 33
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Investimentos em inovação geram impactos benéficos à sociedade. 
Entre eles, podem ser citados o aumento do nível socioeconômico da 
população, proporcionado pela elevação da taxa de emprego e o conse-
quente aumento do nível de renda. Em termos de nação, a inovação traz 
como resultado a independência tecnológica em relação a outros países.
Tendo em mente tais efeitos positivos, este capítulo se propôs a auxiliar 
na compreensão dos principais conceitos relacionados ao tema em ques-
tão, os tipos de inovação existentes, os impactos causados pela inovação 
e de que forma ocorre seu processo de difusão. Por fim, o entendimento 
de como transcorre a gestão da inovação tecnológica e as principais práti-
cas de inovação conclui essa primeira etapa de fundamental importância.
O campo de conhecimento relativo à inovação é extremamente vasto. 
Portanto, não foi objetivo deste capítulo esgotar a análise dos tópicos es-
tudados, mas apontar, para você, caminhos e estimular o aprofundamen-
to de tais conhecimentos.
Boa sorte em seus estudos!
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TIGRE, P. B.; NASCIMENTO, C. V. M. F. do; COSTA, L. S. Janelas de oportunidades e inovação 
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VALENTIM, M. L. P. Inteligência competitiva em organizações: dado, informação e 
conhecimento. Revista de Ciência da Informação, v. 3, n. 4, p. 10, 2002.
GABARITO
1. A observação de pássaros está localizada no quadrante inferior esquerdo, onde cons-
tam os estudos que não estão voltados às aplicações práticas, mas que buscam exa-
minar fenômenos específicos (gerando pouco conhecimento). O exemplo do estudo 
de Mendel sobre ervilhas localiza-se no quadrante superior à esquerda, que repre-
senta a pesquisa básica pura, em que há a busca por novos conhecimentos, sem uma 
aplicação prática (pelo menos em um primeiro momento). A linha de montagem de 
Henry Ford está posicionada no quadrante no canto inferior direito (pesquisa aplica-
da), que não tem como objetivo criar conhecimentos, mas focar em aplicações práti-
cas. A descoberta dos raios X pelo físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen está situada 
no quadrante do canto superior direito, em que há uma intensa procura por novos 
conhecimentos com a busca por aplicações práticas.
http://www.profnit.org.br/wp-content/uploads/2018/08/PROFNIT-Serie-Prospeccao-Tecnologica-Volume-1-1.pdf
http://www.profnit.org.br/wp-content/uploads/2018/08/PROFNIT-Serie-Prospeccao-Tecnologica-Volume-1-1.pdf
https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/a36463047c11566616e5350f6efeaf3f/$File/5624.pdf
https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/a36463047c11566616e5350f6efeaf3f/$File/5624.pdf
https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A8182A258FE9A84015904136B817E27
https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A8182A258FE9A84015904136B817E27
36 Tecnologias aplicadas e inovação
2. A inovação disruptiva possui como característica o fato de representar uma ruptura 
com o status quo, criando demandas e mercados, ao passo que a inovação incremental 
se caracteriza por constituir a introdução de uma melhoria em um produto ou proces-
so existente, ocorrendo sempre no mesmo nível tecnológico da inovação disruptiva 
correspondente.
3. (Reposta pessoal). Vale lembrar que os cinco grupos de indivíduos classificados con-
forme o tempo que aderem a uma inovação são: 1) inovadores (2,5% da população), 
que constituem os primeiros a experimentar um produto, caracterizados como indiví-
duos dispostos a correr riscos; 2) adotantes iniciais (13,5% do total), tidos como for-madores de opinião, sentem-se estimulados a experimentar as inovações já testadas 
pelos inovadores; 3) maioria inicial (34% da população), tomam a decisão de testar 
um novo produto após saber a opinião e conhecer os benefícios apontados pelos 
dois primeiros grupos; 4) maioria tardia (34% dos indivíduos), aguardam uma ampla 
disseminação da inovação para tomarem uma decisão de aquisição; e 5) retardatá-
rios (16% do total), grupo muito resistente às mudanças, que só adere a uma inovação 
(algumas vezes nem a adota) quando a maioria da população já a utiliza, ressaltando 
que são indivíduos com baixo acesso aos canais de comunicação.
Inovação e seus fundamentos tecnológicos 37
2
Inovação e seus 
fundamentos tecnológicos
A sociedade passou por muitas transformações ao longo de 
toda sua história. Contudo, para o tema da inovação, destacam-se 
os fatos ocorridos após a Revolução Industrial, com o surgimento 
do capitalismo industrial, também denominado industrialismo.
Buscando conhecer um pouco mais sobre essa trajetória, este 
capítulo tratará, inicialmente, do tema inovação e sua relação com 
uma das principais personalidades ao se refletir sobre o assunto 
– Joseph Schumpeter. Como não podia ser diferente, serão anali-
sados também os desdobramentos dos estudos de Schumpeter, 
com os avanços de suas teorias realizados pelos denominados 
neoschumpeterianos.
Na sequência, serão apresentadas as cinco revoluções tecno-
lógicas, contendo suas principais características e pensadores de 
destaque de cada período. Por último, por meio de um panorama 
da inovação no Brasil, serão contemplados alguns dos principais 
indicadores relativos ao tema, como volume de artigos científicos, 
bem como mestres e doutores titulados, entre outros.
2.1 Schumpeter e inovação 
Vídeo Joseph Alois Schumpeter (1883-1950) foi um dos economistas mais 
célebres da história. Seus esforços aconteceram especialmente no 
campo das inovações tecnológicas. Foi autor de diversas obras muito 
prestigiadas, como Teoria do desenvolvimento econômico (1912), Ciclos 
econômicos (1939) e Capitalismo, Socialismo e Democracia (1942).
https://pt.wikipedia.org/wiki/Capitalismo,_Socialismo_e_Democracia
38 Tecnologias aplicadas e inovação
Uma das maiores contribuições de Schumpeter partiu dos estudos 
realizados pelo economista russo Nikolai Kondratieff. Em 1922, no li-
vro A economia mundial e sua conjuntura durante e depois da guerra, 
Kondratieff reconheceu pela primeira vez a existência do fenômeno 
das ondas longas (ciclos econômicos), de aproximadamente 50 anos de 
duração. Entretanto, apesar de seus estudos terem sido de extrema 
relevância, o autor não foi capaz de atribuir fatores causais específicos 
para tais ondas.
Schumpeter, então, debruçando-se sobre tal estudo, atribuiu as 
ondas de Kondratieff às revoluções tecnológicas e ao processo de 
disseminação de inovações na economia mundial. De acordo com o 
raciocínio de Schumpeter, o desenvolvimento econômico ocorre por 
meio de um processo dinâmico alicerçado nas denominadas inova-
ções radicais, em que há descontinuidade no processo econômico. 
Segundo ele, as novas tecnologias substituem as antigas, em um mo-
vimento chamado destruição criadora, o qual ele considera a essência 
do capitalismo (SCHUMPETER, 1961), em que se destrói o velho para 
se construir o novo.
Com base nos estudos de Karl Marx, Schumpeter estabeleceu sua 
teoria do desenvolvimento amparada na concepção de monopólio 
temporário do inovador. Nessa concepção, a duração de uma novida-
de está relacionada ao tempo necessário para o concorrente realizar a 
reprodução, e algumas vezes, à proteção legal gerada pelas patentes 
(TIGRE, 2006).
De acordo com a linha de raciocínio de Schumpeter, o lucro é resul-
tado de um processo de inovação, tendo destaque a figura do empreen-
dedor (KISHTAINY et al., 2013), o qual representa o indivíduo que assume 
riscos e que pode ser considerado um herói do desenvolvimento. Essa 
figura retrata aquele que está disposto a sair da zona de conforto e ir 
além do status quo.
Os estudos de Schumpeter produziram, ainda, terreno fértil para 
que outros pensadores pudessem desenvolver novos trabalhos. Tais 
estudiosos são denominados neoschumpeterianos, destacando-se entre 
eles nomes como Christopher Freeman, Carlota Perez, Richard Nelson, 
Nathan Rosenberg, Sidney Winter e Giovanni Dosi. Essa corrente de 
pensamento vem contribuindo para o entendimento das revoluções 
tecnológicas, desde o início dos anos 1980, analisando o papel funda-
mental das inovações (LASTRES; FERRAZ, 1999).
Figura 1
Schumpeter
 Wikimedia Commons
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Nikolai Dimitrievich Kondratieff 
(1892-1938), economista russo, 
célebre pelo pioneirismo na 
busca por demonstrar estatisti-
camente o fenômeno das ondas 
longas, ciclos econômicos de 
aproximadamente 50 anos, co-
nhecidos posteriormente como 
ciclos de Kondratieff. Como suas 
ideias eram contrárias às de 
Stalin, acabou por ser executado.
Biografia
Para conhecer um pouco 
mais sobre Schumpeter 
e suas ideias, assista 
ao vídeo A Evolução de 
Schumpeter, produzido 
pelo Grupo Design e 
Inovação. 
Disponível em: https://youtu.be/
YNhO5wHib98. Acesso em: 18 
jun. 2020.
Vídeo
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Christopher_Freeman&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Carlota_Perez&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Nathan_Rosenberg&action=edit&redlink=1
https://youtu.be/YNhO5wHib98
https://youtu.be/YNhO5wHib98
Inovação e seus fundamentos tecnológicos 39
Partindo das definições de destruição criadora e inovação disrupti-
va, surge o conceito de paradigmas científicos, estabelecido pelo filósofo 
Thomas Kuhn (1922-1996) em sua análise do progresso da ciência. Con-
forme Kuhn, a ciência progride por meio da conquista de novos para-
digmas (LASTRES; FERRAZ, 1999), recebendo nomenclaturas diversas, 
especificamente paradigma tecnológico (DOSI, 1982) e paradigma tec-
noeconômico (PEREZ, 1983). Ambos significam a natureza descontínua 
decorrente do crescimento econômico ao longo da história, resultado 
das inovações tecnológicas.
De acordo com Giovanni Dosi (1982), o paradigma tecnológico en-
globa um conjunto de trade-offs técnicos e econômicos realizados pe-
las empresas em determinadas circunstâncias. Essas escolhas, contidas 
em uma estrutura técnico-produtiva, moldam as trajetórias tecnológi-
cas. Posteriormente, Cristopher Freeman e Carlota Perez, de acordo 
com Fuck (2007), expandiram esse conceito de paradigma tecnológico, 
passando a analisar outros fatores além do progresso técnico no es-
tudo do processo competitivo. Esses autores buscaram compreender 
os motivos pelos quais certas indústrias funcionam como motores do 
crescimento em determinados períodos e quais as razões das mudan-
ças de estratégias competitivas das empresas mediante transforma-
ções no ambiente de inovação.
Três características configuram um grupo de inovações ou elemen-
tos essenciais encontrados em cada paradigma: 1) extensas possibi-
lidades de uso; 2) redução contínua do custo unitário; e 3) demanda 
crescente. O novo paradigma propicia ganhos de produtividade, pois 
novas possibilidades econômicas irrompem. Comumente é nos países 
desenvolvidos que surgem elevados investimentos nas indústrias que 
integram o centro desse novo paradigma. “Cada novo paradigma tecno-
-econômico traz novas combinações de vantagens políticas, sociais, eco-
nômicas e técnicas, tornando-se o estilo dominante durante uma longa 
fase de crescimento e desenvolvimento econômico” (LASTRES; FERRAZ, 
1999, p. 32, grifo do original).
Muitos autores neoschumpeterianos dividem a evolução do capi-
talismo em cinco revoluções tecnológicas, em que novas formas de 
crescimento e novos ajustes produtivos ocorrem em cada uma delas. 
Carlota Perez, por sua vez, autora venezuelana neoshumpeteriana, é 
estudiosa do processo de disseminação ocorrido em cada revolução 
tecnológica bem como de seus efeitos transformadoresem todos os 
trade off: termo em inglês 
que significa troca, consistindo 
na escolha de uma opção em 
prejuízo de outra.
Glossário
40 Tecnologias aplicadas e inovação
aspectos da economia e da sociedade; entre eles, a influência nos rit-
mos do crescimento econômico. Seus estudos têm como base as análi-
ses de Kondratieff a respeito dos longos ciclos econômicos na trajetória 
capitalista, buscando compreender as mudanças decorrentes do surgi-
mento de novos paradigmas tecnoeconômicos.
No Quadro 1 são apresentadas as cinco revoluções tecnológicas 
desde a Revolução Industrial, contemplando as principais indústrias e 
infraestruturas de cada período, conforme o modelo de Perez (2009). 
Ainda, são expostas as datas aproximadas de ocorrência das ondas 
de Kondratieff, de acordo com o modelo estabelecido por Freeman 
e Soete (2008). Desse modo, no momento em que as oportunidades 
de investimentos relativas ao novo paradigma passam a se tornar 
reduzidas, há uma elevação do nível de investimento nos países em 
desenvolvimento. 
Quadro 1
Cinco revoluções tecnológicas: principais indústrias e infraestruturas.
Revolução 
tecnológica
Ondas de 
Kondratieff
Novas tecnologias e 
indústrias ou redefinidas
Infraestruturas novas ou 
redefinidas
Primeira: 
Revolução 
Industrial
(1780-1840)
Revolução Indus-
trial: produção 
em fábricas de 
têxteis
• Indústria mecanizada de al-
godão.
• Ferro forjado.
• Maquinário.
• Canais e vias navegáveis.
• Estradas pedagiadas.
• Água potável (rodas de água 
altamente melhoradas).
Segunda:
Idade do vapor e 
das ferrovias
(1840-1890)
Era da energia 
a vapor e das 
ferrovias
• Motores a vapor e maquiná-
rio (fabricados em ferro, ali-
mentados a carvão).
• Mineração de ferro e carvão 
(que agora desempenha um 
papel central no crescimen-
to).*
• Construção de vias férreas.
• Produção de frota de trens.
• Energia a vapor para muitas 
indústrias (incluindo têxteis).
• Estradas de ferro (uso de 
motor a vapor).
• Serviço postal universal.
• Telégrafo (principalmente a 
nível nacional ao longo das 
linhas ferroviárias).
• Grandes portos, grandes 
depósitos e navios à vela em 
todo o mundo.
• Gás da cidade.
(Continua)
Inovação e seus fundamentos tecnológicos 41
Revolução 
tecnológica
Ondas de 
Kondratieff
Novas tecnologias e novas
indústrias ou redefinidas
Infraestruturas novas ou 
redefinidas
Terceira:
Idade do aço, da 
eletricidade e da 
engenharia pesada
(1890-1940)
Era da 
eletricidade 
e da siderurgia
• Aço barato (especialmente 
aquele advindo do processo 
Bessemer).
• Pleno desenvolvimento da 
máquina a vapor para navios 
de aço.
• Química pesada e engenharia 
civil.
• Indústria de equipamentos 
elétricos.
• Cobre e cabos.
• Alimentos enlatados e engarra-
fados.
• Papel e embalagens.
• Transporte mundial em na-
vios a vapor rápidos (uso do 
Canal de Suez).
• Ferrovias transcontinentais 
(uso de trilhos e parafusos 
de aço baratos em tama-
nhos padrão).
• Grandes pontes e túneis.
• Telégrafo mundial.
• Telefone (principalmente na-
cionalmente).
• Redes elétricas (para ilumi-
nação e uso industrial).
Quarta:
Idade do petróleo, 
do automóvel e 
da produção em 
massa
(1940-1990)
Era da produ-
ção em massa 
(“fordismo”) de 
automóveis e de 
materiais sinté-
ticos
• Automóveis produzidos em 
massa.
• Óleo e combustíveis baratos.
• Petroquímicos (sintéticos).
• Motor de combustão interna 
para automóveis, transporte, 
tratores, aviões, tanques de 
guerra e eletricidade.
• Eletrodomésticos.
• Alimentos refrigerados e con-
gelados.
• Redes de estradas, rodovias, 
portos e aeroportos.
• Redes de dutos de óleo.
• Eletricidade universal (indús-
tria e residências).
• Telecomunicações analógi-
cas mundiais (telefone, telex 
e cabograma) com e sem fio.
Quinta: 
Idade da informa-
ção e das teleco-
municações
(1990-?)
Era da mi-
croeletrônica 
e das redes de 
computadores
• A revolução da informação.
• Microeletrônica barata.
• Computadores, software.
• Telecomunicações.
• Instrumentos de controle.
• Biotecnologia auxiliada por 
computador e novos materiais.
• Telecomunicações digitais 
mundiais (cabo, fibra ótica, 
rádio e satélite).
• Internet/correio eletrônico e 
outros serviços eletrônicos.
• Fonte múltipla, uso flexível, 
redes de eletricidade.
• Ligações de transporte físico 
multimodal de alta velocida-
de (por terra, ar e água).
Fonte: Adaptado de Perez, 2009; Freeman e Soete, 2008, p. 47.
* Essas indústrias tradicionais adquiriram um novo papel e um novo dinamismo ao servirem como material e combustível do 
mundo das ferrovias e maquinaria.
42 Tecnologias aplicadas e inovação
Na Figura 2, podemos verificar que os aproximados 50 anos de uma 
onda longa de desenvolvimento são divididos em três períodos, con-
forme Arend e Fonseca (2012): instalação, equivalente aos 20-30 anos 
iniciais do paradigma tecnoeconômico; intervalo de reacomodação, 
duração de poucos anos até aproximadamente uma década; e des-
prendimento, duas ou três décadas seguintes, em que há a dissemi-
nação total da revolução tecnológica.
Figura 2
Sequência recorrente na relação entre o capital financeiro e o capital produtivo em uma onda 
longa de desenvolvimento.
Fonte: Arend e Fonseca, 2012, p. 37.
Grau de difusão 
da revolução 
tecnológica
Período de 
instalação
Onda 
anterior
Difusão forçada e liderada 
pelo capital financeiro
Big-bang
Colapso Recomposição 
institucional
FRENESI
Bolha tecnológica
Inflação no valor dos ativos
Dominância financeira
Intenso crescimento dos setores-
núcleo da revolução e da 
infraestrutura
IRRUPÇÃO
Revolução tecnológica
Financiamento intensivo de novas 
tecnologias
Desprezo por ativos tradicionais
Capital financeiro “casado com a 
revolução”
Intervalo de 
reacomodação
Período de 
desprendimento
Crescimento coerente
Dominância do capital 
produtivo
Plena expansão do 
potencial inovativo e do 
mercado
ÉPOCA DE BONANÇA
Próxima 
onda
Próximo 
big-bang
TEMPO
Oportunidades de 
investimento decrescentes
“Dinheiro ocioso” movendo-se 
para outras áreas, setores e 
regiões
SINERGIA
MATURIDADE
O período de instalação se subdivide em: irrupção e frenesi. O pri-
meiro consiste no período que o capital financeiro se une ao capital 
produtivo, pois a perspectiva de geração de riqueza é muito alta. No 
segundo, o capital financeiro fica tão interessado pelo lucro que vislum-
bra, que acaba gerando uma bolha tecnológico-financeira. Isso faz com 
que haja uma elevação acentuada dos preços dos ativos financeiros, 
ocasionando um colapso financeiro. Nessa fase, predominam as ideias 
do liberalismo.
Inovação e seus fundamentos tecnológicos 43
No período denominado intervalo de reacomodação, o Estado 
passa a intervir, estabelecendo critérios de longo prazo do capital pro-
dutivo, em substituição aos critérios financeiros de curto prazo para o 
investimento. Cada política adotada é única, pois se adequa às particu-
laridades de cada paradigma.
O período de desprendimento se subdivide em sinergia, em que 
há dominância do capital produtivo, com plena expansão do potencial 
de inovação e maturidade, na qual há decréscimo das oportunidades 
de investimento, gerando um volume de “dinheiro ocioso” em busca de 
novas oportunidades.
Apesar de haver ainda uma parcela de descrença sobre a existên-
cia de um princípio de ondas longas de desenvolvimento, a economia 
mundial se comporta de maneira muito diversa à apregoada pela eco-
nomia neoclássica – de maneira equilibrada e contínua. A análise de 
ciclos longos de desenvolvimento permite compreender a influência 
das inovações e os aspectos da infraestrutura presentes em cada para-
digma (TIGRE, 2006).
Para fixar o conteúdo acerca das 
ondas longas de desenvolvi-
mento, enumere e explique 
os períodos em que elas se 
subdividem.
Atividade 1
2.2 Revoluções tecnológicas 
Vídeo A sociedade passou por muitas transformações e avanços ao longo 
de sua trajetória. Entre as razões que impeliram as transformaçõesda 
sociedade industrial para a sociedade do conheci-
mento estão o progresso tecnológico, a educação, o 
conhecimento, a mudança no papel do Estado e a 
globalização da economia (FONTANELA, 2017).
No intuito de contextualizar a tecnologia com re-
lação à evolução histórica humana, bem como sob o 
prisma dos mais renomados pensadores, optou-se 
por utilizar a classificação adotada por Perez (2009) – 
conforme o Quadro 1 –, que divide a história, a partir 
da Revolução Industrial, em cinco revoluções tecno-
lógicas, cada uma apresentando novos paradigmas 
tecnoeconômicos.
Vídeo
Para saber mais sobre os 
200 anos da economia 
global, desde a Revolução 
Industrial, assista ao 
vídeo A imaginação 
econômica, publicado 
pelo canal Companhia 
das Letras. 
Disponível em: https://youtu.
be/RaggxZrWfSY. Acesso em: 17 
jul. 2020.
https://youtu.be/RaggxZrWfSY
https://youtu.be/RaggxZrWfSY
44 Tecnologias aplicadas e inovação
2.2.1 Primeira Revolução Tecnológica – Revolução 
Industrial (1780-1840)
Figura 3
Representação da Primeira Revolução Tecnológica - Revolução Industrial
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No século XV, diante de uma crise do feudalismo, surgiu um conjun-
to de práticas econômicas denominadas mercantilismo, que estimulava 
a acumulação de reservas de metais preciosos sob a intervenção do 
Estado. Esse movimento representava a passagem do período feudal 
para o capitalismo.
Até o início do século XVIII, a atividade econômica predominante era 
a agricultura, com os fisiocratas franceses considerando que a riqueza 
era medida pelo excedente econômico dessa atividade. Eram adeptos 
do conceito de laissez-faire, ou seja, do liberalismo econômico, em que o 
Estado só interviria para a proteção dos direitos de propriedade. Embo-
ra existissem corporações de ofício voltadas ao trabalho cooperativo, 
ainda não havia o conceito de fábrica, e os trabalhos eram realizados 
de modo artesanal (TIGRE, 2006).
À vista disso, é importante ressaltar que, embora a França possuísse 
maior desenvolvimento científico-tecnológico, as estruturas sociais da 
época eram estáticas; não permitindo mobilidade social. Esse cenário 
se reproduzia nas instituições, o que impossibilitava considerável pro-
gresso. Por outro lado, a Inglaterra conquistou posição de destaque 
e, como bem disse Hobsbawm (2007), foi a predisposição institucional 
Inovação e seus fundamentos tecnológicos 45
para o desenvolvimento que possibilitou o êxito inglês. Assim, um as-
pecto fundamental dessa dinâmica foi a união Estado-empresariado, 
fator escasso no território francês durante a Era das Revoluções.
Dessa forma, a Inglaterra possuía, nesse momento, um conjunto 
de características sociais, políticas e econômicas propícias às transfor-
mações criadas pela Revolução Industrial. Entre os atributos essenciais 
para ser uma nação com elevado potencial de geração de crescimento 
econômico estavam a acumulação de capital; localização geográfica; 
relativa mobilidade social; princípios favoráveis à inovação e aos ne-
gócios; conjunto de técnicas industriais; possibilidade de obtenção de 
financiamentos e acesso a relevantes mercados, por seu sistema pre-
ponderantemente comercial; além de sua tradição científica (FREEMAN; 
SOETE, 2008).
Ademais, a Inglaterra, por possuir um sistema jurídico autônomo, 
que assegurava tanto a propriedade física quanto intelectual (por inter-
médio das patentes), garantiu aos capitalistas a segurança necessária 
quanto a seus bens. Vale ainda destacar que o principal fator para uma 
mudança tão profunda da ordem era a aceitação de que os resulta-
dos advindos do processo de mecanização superariam os custos de 
implantação e a relutância dos trabalhadores (TIGRE, 2006)
Nesse sentido, o conceito de progresso tecnológico, que ocorre 
por meio da inovação e da geração de conhecimento como motor 
para o crescimento econômico, começa a fazer parte do pensamento 
econômico a partir do final do século XVIII (SOETE; WEEL, 1999). Os 
progressos materiais que mais chamam atenção nesse período são: 
1) a alteração da fonte de energia humana e animal pelo vapor; 2) 
recursos mecânicos substituindo aptidões humanas; e 3) aperfeiçoa-
mento das técnicas de extração e transformação das matérias-primas 
(LANDES, 1994).
Essa conjunção de fatores acabou por criar um cenário propício à 
racionalização e especialização do trabalho, muito bem apontadas por 
Weber (1972) como um novo modelo de administração. Em seu livro, 
A ética protestante e o espírito do capitalismo, Weber identifica o surgi-
mento das burocracias em paralelo ao início do capitalismo, conside-
rando a economia monetária, o princípio do Estado-nação centralizado 
e a propagação da ética protestante, a qual justificava o trabalho como 
um dom divino e incentivava a formação de poupança em detrimen-
Na
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ta
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hu
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Max Weber (1864-1920) foi 
um dos mais conceituados so-
ciólogos da história. Nascido na 
Alemanha, suas ideias tiveram 
repercussão ainda nas áreas de 
filosofia, ciência política, eco-
nomia, direito e administração. 
Uma de suas mais importantes 
contribuições foi estabelecer 
a racionalização da sociedade 
capitalista moderna.
Biografia
46 Tecnologias aplicadas e inovação
to do consumismo exacerbado (CHIAVENATO, 2003). Além da reforma 
protestante, a redução do poder da nobreza e do clero e a subsequente 
redistribuição de terras e bens da Igreja contribuíram para a reestrutu-
ração da Inglaterra.
Nesse período, destacaram-se pensadores como Adam Smith 
e David Ricardo, que consideravam a tecnologia peça central para o 
crescimento econômico, até mesmo por presenciarem as transforma-
ções ocorridas na Revolução Industrial. Adam Smith previu, inclusive, o 
surgimento do que hoje denomina-se pesquisa, desenvolvimento e ino-
vação; Ricardo foi capaz de vislumbrar um sistema de produção com-
pletamente automatizado. Foram, portanto, visionários ao analisar e 
esmiuçar as atividades econômica e tecnológica intrínsecas à proprie-
dade privada dos meios de produção (KURZ, 2013).
Biografia
Adam Smith (1723-1790), economista escocês, é tido como o precursor da 
economia moderna, tendo estabelecido os preceitos do liberalismo econô-
mico. Sua obra mais ilustre é Uma investigação sobre a natureza e a causa 
da riqueza das nações (1776), na qual tencionou postular que a riqueza das 
nações era resultado da ação de indivíduos que, mesmo pensando apenas 
em proveito próprio, impactavam no crescimento econômico e na evolução 
tecnológica.
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Biografia
David Ricardo (1772-1823), nascido no Reino Unido, foi o economista funda-
dor da escola clássica inglesa de economia política ao lado de teóricos como 
Adam Smith e Thomas Malthus. Criador da teoria da vantagem comparativa, 
baseada nos preceitos do valor-trabalho, a qual presta suporte à teoria do 
comércio internacional. W
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Nesse sentido, a tecnologia propiciou a formação de vantagens 
comparativas, introduzindo novos processos e produtos que poupa-
vam recursos escassos e estimulavam o emprego de fontes de energia 
e material diferenciados (TIGRE, 2006).
Inovação e seus fundamentos tecnológicos 47
2.2.2 Segunda Revolução Tecnológica – Idade do 
vapor e das ferrovias (1840-1890)
Figura 4
Segunda Revolução Tecnológica - Idade do vapor e das ferrovias
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Como a Inglaterra continuava a ser a principal economia da época, 
tanto em termos institucionais quanto tecnológicos, servia como refe-
rencial na formulação de teorias. Nesse período, ocorreram diversas 
inovações incrementais decorrentes da disseminação da máquina a 
vapor. Estas se deram com relação aos transportes marítimos e ferro-
viários, bem como ao uso do ferro e do aço.
Entretanto, o surgimento das ferrovias e de outras tecnologias 
no fim do século XIX possibilitou grandes avanços na economia nor-
te-americana, fazendo com que os Estados Unidos alcançassem uma 
posição de liderança tecnológicamundial. Embora no início o país ne-
cessitasse importar tecnologias da Europa, logo os pesquisadores fo-
ram desenvolvendo suas próprias tecnologias. Inclusive, em diversos 
setores industriais, as empresas norte-americanas passaram a ser bem 
mais produtivas que as britânicas. Se no início da Revolução Industrial, 
o ferro, o algodão e a energia hidráulica foram os setores de destaque 
na Inglaterra; a eletricidade e o aço passaram a ser os segmentos líde-
res no período de grande crescimento dos Estados Unidos, entre 1880 
e 1913 (FREEMAN; SOETE, 2008).
Nesse período, tiveram destaque as ideias de Karl Marx. Em seus 
estudos, o progresso tecnológico era visto como um processo perma-
nente (MARX; ENGELS, 1848), ligado à dinâmica do sistema capitalista. 
Na obra O capital, destacava que o capitalista com condições técnicas 
de produção mais favoráveis é o que obterá um lucro extra (PAULA; 
CERQUEIRA; ALBUQUERQUE, 2002). Para Marx, o progresso tecnoló-
Para compreender o 
fundamento da teoria da 
vantagem comparativa, 
assista ao vídeo Vantagem 
comparativa – David 
Ricardo, publicado pelo 
canal Mr. Libertário. 
Disponível em: https://youtu.
be/tHifBMcozR0. Acesso em: 17 
jul. 2020.
Vídeo
https://youtu.be/tHifBMcozR0
https://youtu.be/tHifBMcozR0
48 Tecnologias aplicadas e inovação
gico estava diretamente vinculado ao capitalismo, considerando esse 
sistema como responsável pelo aumento da produtividade, ao criar 
mecanismos capazes de dinamizar as transformações tecnológicas, 
bem como a acumulação do capital (ROSENBERG, 2006).
Marx percebia que o conhecimento científico, na sociedade capi-
talista, servia como uma alavanca para se obter ganhos de produção 
(TIGRE, 2006). Por outro lado, na área social, o impacto das inovações 
acabava por gerar uma condição de aceitação de redução de salários 
e de situações de trabalho inapropriadas. A melhoria contínua e acele-
rada das máquinas tornava a realidade do operário progressivamente 
instável (MARX; ENGELS, 1848).
2.2.3 Terceira Revolução Tecnológica – Idade do aço, da 
eletricidade e da engenharia pesada (1890-1940)
Figura 5
Terceira Revolução Tecnológica – Idade do aço, da eletricidade e da engenharia pesada 
(1890-1940) 
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No início do século XX, houve uma disseminação da inovação tecno-
lógica. Nessa fase, o motor à combustão, a eletricidade e a administra-
ção científica do trabalho (fordismo/taylorismo) exerceram significativo 
impacto sobre a sociedade. Outros acontecimentos marcantes do pe-
ríodo foram a Revolução Russa de 1917, a Primeira Guerra Mundial 
(1914-1918) e o início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). É im-
portante destacar que os investimentos realizados em pesquisa militar 
durante o período de guerra propiciaram o surgimento de novos seto-
res, como o eletroeletrônico (GASPAR, 2015).
É possível assegurar que a década de 1920 representou a porta de 
entrada ao progresso tecnológico norte-americano. Entretanto, somen-
te após o fim da década de 1930, sucederam-se inúmeras inovações, 
especialmente nas áreas química e elétrica, às quais foram adiciona-
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Karl Marx (1818-1883) foi 
filósofo, sociólogo e historiador. 
Dedicou sua vida ao estudo da 
sociedade capitalista e deixou 
uma extensa obra, entre as 
quais o livro O capital (primeiro 
volume publicado em 1867), no 
qual analisa profundamente os 
pressupostos e o funciona-
mento do modo de produção 
capitalista.
Biografia
Inovação e seus fundamentos tecnológicos 49
dos os progressos alcançados na geração e fornecimento de energia 
(LANDES, 1994).
Gaspar (2015, p. 269), considerando as mudanças ocorridas nesse 
período, afirma que “[o] novo padrão produtivo, com base na produção 
e no consumo de massa, elevada capacidade de geração de emprego e 
uso intensivo de energia, encontra assim as condições propícias para 
se generalizar”. Esse período intercalou, então, o surgimento da teo-
ria da administração científica defendida por Frederick Winslow Taylor 
(1856-1915).
As ideias de Taylor rapidamente se disseminaram pelo mundo in-
dustrializado, sendo que o foco estava no chamado chão de fábrica, 
buscando observar a forma como cada operário trabalhava. Um dos 
principais adeptos da teoria de Taylor foi Henry Ford (1863-1947), 
utilizando sistemas de produção em massa (linha de produção) em 
sua empresa.
No fim da década de 1880 e início dos anos 1890, a eletricidade 
demonstrava uma elevada capacidade de geração de novos investi-
mentos. De acordo com Tigre (2006), o setor elétrico foi oligopolizado 
desde sua origem, uma vez que estava ancorado na utilização de “mo-
nopólios temporários”, com base em produtos inovadores que dificul-
tavam sua reprodução. A possibilidade de competir em um mercado 
com tal característica requeria alto investimento em pesquisa e desen-
volvimento (P&D), marketing, serviços aos clientes e relações públicas. 
Para tanto, era necessário competência institucional bem mais elevada 
do que com relação ao modelo de empresa familiar próprio da Revolu-
ção Industrial.
O estabelecimento de grandes empresas veio acompanhado então 
do aumento dos laboratórios de P&D bem como de sua formalização. 
As pequenas empresas também ganharam importância, em função de 
suas atividades de P&D desenvolvidas em conjunto com as universida-
des e com as inovações ligadas à área militar (TIGRE, 2006).
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Frederick Winslow Taylor (1856-
1915), engenheiro mecânico 
nascido nos Estados Unidos. É 
considerado o pai da adminis-
tração científica, sendo que suas 
ideias fundamentaram o modelo 
de administração doravante 
denominado taylorismo, em 
que se buscava obter máximo 
rendimento evitando esforços 
desnecessários. Entre suas obras, 
destaca-se o livro Os princípios 
da administração científica (1911).
Biografia
A linha de montagem 
inaugurada por Henry Ford em 
1913 é vista como uma das 
mais importantes inovações em 
processos de todos os tempos.
Curiosidade
oligopólio: situação de mer-
cado em que poucas empresas 
possuem controle da maior parte 
do mercado.
Glossário
50 Tecnologias aplicadas e inovação
2.2.4 Quarta Revolução Tecnológica – Idade do 
petróleo, do automóvel e da produção em 
massa (1940-1990)
Figura 6
Quarta Revolução Tecnológica – Idade do petróleo, do automóvel e da produção em massa
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O período referente à Quarta Revolução Tecnológica é marcado pelo 
fim da Segunda Guerra Mundial e pela decisão de 44 nações de se reu-
nirem e firmarem o Acordo de Bretton Woods, em 1944. O acordo criou 
novas instituições, como o Banco Internacional para a Reconstrução e 
o Desenvolvimento (BIRD), atualmente denominado Banco Mundial, e o 
Fundo Monetário Internacional (FMI). Outro destaque do período foi a 
criação, em 1945, da Organização das Nações Unidas (ONU), além do 
início de um longo período de Guerra Fria (GASPAR, 2015), que consis-
tia em uma tensão político-ideológica entre os Estados Unidos (capita-
lismo) e a União Soviética (comunismo), momento esse caracterizado 
por não haver nem paz, nem guerra declarada.
O período ainda compreende a criação, em 1960, da Organização 
dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), bem como, na década de 
1970, de uma crise de proporções mundiais, centrada especialmente 
nos Estados Unidos, país que ocupava a liderança econômica global 
(GASPAR, 2015). Tal crise foi motivada pelo apoio norte-americano a 
Israel em um conflito militar entre países árabes, fazendo com que a OPEP 
declarasse um embargo petrolífero, aumentando vertiginosamente o 
preço do barril de petróleo.
Tempos Modernos (original em 
inglês: Modern Times) faz uma 
crítica sobre o sistema vigente na 
época, em que os trabalhadores das 
linhas de montagem sofriam com 
os abusos e a negligência impostos 
a eles.
Direção: Charlie Chaplin. Estados 
Unidos. Charlie Chaplin Film 
Corporation, 1936.
Filme
Inovação e seus fundamentos tecnológicos 51
Nesse período, prevaleceram inicialmente as ideiaselaboradas por 
Schumpeter e, posteriormente, as desenvolvidas por seus seguidores, 
os neoschumpeterianos. Esses estudos foram discutidos na Seção 2.1 
deste capítulo.
2.2.5 Quinta Revolução Tecnológica – Idade 
da informação e das telecomunicações 
(1990-atualmente)
Figura 7
Quinta Revolução Tecnológica – Idade da informação e das telecomunicações
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O paradigma da informação está ancorado em um grupo de inova-
ções com base em computação eletrônica, circuitos integrados, enge-
nharia de software e telecomunicações, que diminuíram radicalmente 
os custos referentes à guarda, ao tratamento, à comunicação e à trans-
missão de informações (FREEMAN, 1994), entre outras tantas inova-
ções vistas no capítulo anterior.
O novo paradigma emerge como resultado do enfraquecimento do 
modelo de produção fordista (economia de escala) e do excessivo uso 
de matéria e energia, inclusive ameaçando patamares de sustentabi-
lidade. A elevação do preço do petróleo e de outros insumos e as su-
cessivas crises econômicas com impactos globais da década de 1970 
são considerados os principais elementos de esgotamento do paradig-
ma tecnoeconômico daquele período (LASTRES; FERRAZ, 1999).
“Em termos ideais, a Revolução 
da Informação repetirá os êxitos 
da Revolução Industrial. Só que, 
desta vez, parte do trabalho do 
cérebro, e não dos músculos, 
será transferido para as máqui-
nas” (DERTOUZOS, 1997, p. 46).
Importante
52 Tecnologias aplicadas e inovação
Nesse contexto, haja vista a diversidade de instituições e conhe-
cimentos existentes e as múltiplas relações entre eles, considera-se 
que há inúmeros caminhos diferentes para atingir o desenvolvimen-
to. Dessa forma, cada nação deve encontrar as formas mais adequa-
das de desenvolver suas próprias estratégias para atingi-lo (JOHNSON; 
LUNDVALL, 2000). Um conceito que está relacionado a essa ideia de 
diversidade de estratégias para o desenvolvimento tecnológico é o de 
glocalização (fusão dos termos global e local), onde determinado pa-
drão é transformado com base na cultura e nos costumes locais. 
Assim, por exemplo, um produto pode ser adaptado para condizer aos 
anseios dos consumidores.
Segundo Johnson e Lundvall (2000), o cerne do desenvolvimento 
econômico é o conhecimento. Indo ao encontro dessa linha de pen-
samento, há instituições que se referem ao termo economia baseada 
no conhecimento, como a Organização para a Cooperação e Desenvol-
vimento Econômico (OCDE). Na visão de Petit (2005), o conceito está 
relacionado a uma condição em que os agentes econômicos dispõem 
de uma grande quantidade de informação e conhecimento, sendo 
possível a eles o armazenamento, o processamento e a comunicação, 
ocasionando, com isso, a expansão de suas estratégias.
Assim, as tecnologias de informação e comunicação (TICs), atreladas 
ao consenso da importância do conhecimento, resultam em queda no 
preço do processamento da informação. Uma característica ímpar do 
conhecimento é a capacidade ilimitada de expansão, ou seja, quanto 
mais se aprende, mais há a ser assimilado.
Na denominada Quinta Revolução Tecnológica, alguns autores têm 
tido destaque na análise da sociedade da informação, como Castells 
(2005), que julga a atual revolução tecnológica como similar à Revolu-
ção Industrial, em termos de relevância, considerando o impacto de 
ambas em todo o contexto da sociedade (cultural, econômico e social). 
Outro nome de destaque é Alvin Toffler, que em seu livro A Terceira 
Onda, já antevia a Era da Informação, em que o conhecimento seria a 
principal fonte de produção de riqueza (TOFFLER, 2007).
Um bom exemplo prático da 
glocalização no desenvolvi-
mento de produto é o caso do 
McDonald’s, no qual se buscou 
desenvolver hambúrgueres 
“glocalizados”, com o escopo de 
atrair consumidores com costu-
mes distintos dos estaduniden-
ses (como o Chicken Maharaja 
Mac, na Índia, produzido com 
frango, uma vez que os hindus 
não consomem carne bovina) 
(THORPE et al., 2015).
Curiosidade
Reflita um pouco sobre o tema 
glocalização e aponte um 
exemplo de aplicação desse 
conceito.
Atividade 2
Inovação e seus fundamentos tecnológicos 53
2.3 Panorama da inovação no Brasil 
Vídeo A inovação, como visto até agora, é um importante elemento capaz 
de alavancar o desenvolvimento econômico de uma nação. No caso 
de países em desenvolvimento, como o Brasil, estratégias e políticas 
públicas que estimulem a inovação são primordiais.
Nesse sentido, nos últimos 20 anos foram promulgadas diver-
sas legislações com o intuito de estimular a inovação no país. São 
elas: Lei n. 10.973/2004, mais conhecida como Lei da Inovação; Lei n. 
11.196/2005, intitulada Lei do Bem; e Lei n. 13.243/2016, denominada 
Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, regulamentada pelo De-
creto Federal n. 9.283/2018. A análise de tais legislações será aprofun-
dada no decorrer da obra.
A fim de traçar um panorama da inovação no Brasil, serão expostos 
dados sobre alguns dos principais indicadores da área, tais como a por-
centagem de empresas que implementaram inovações de produto e/ou 
processo; os dispêndios em P&D quanto ao produto interno bruto (PIB); 
a posição brasileira no ranking do Índice Global de Inovação; o número 
de artigos brasileiros publicados em periódicos científicos; a quantidade 
de mestres e doutores titulados no país e o volume de patentes.
No Brasil, desde 2000 é realizada uma pesquisa de inovação pelo 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cada três anos, 
com os setores de serviços, indústria, gás e eletricidade. É a Pesqui-
sa de Inovação Tecnológica, conhecida como PINTEC. Entre os levan-
tamentos efetuados, há o cálculo da percentagem de empresas que 
implementaram inovações de produto e/ou processo.
Gráfico 1
Porcentagem de empresas que implementaram inovações de produto e/ou processo no Brasil, 
de 2000 a 2017.
Fonte: Elaborado pela autora com base em IBGE, 2014; 2017.
Po
rc
en
ta
ge
m
Ano
2000
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
2003 2005 2008 2011 2014 2017
54 Tecnologias aplicadas e inovação
Com relação aos dados de 2000 a 2017 (Gráfico 1), é possível ve-
rificar variações discretas na série histórica, demonstrando que não 
houve um aumento expressivo de investimento em P&D por parte dos 
empresários, o que ressalta a importância do incentivo para que isso 
ocorra, especialmente por meio de políticas públicas de alavancagem à 
ciência, tecnologia e inovação (CT&I).
Embora o volume de dispêndios em P&D com relação ao PIB brasi-
leiro tenha aumentado, se comparado o ano de 2017 relativamente ao 
ano de 2000, ele é ainda pouco expressivo, denotando a condição in-
cipiente do país nesse quesito (Gráfico 2). Essa limitação se torna mais 
evidente ao comparar os dados do Brasil em 2017 (1,26%), com países 
como Israel (4,81%), Coreia do Sul (4,29%) e Suíça (3,39%) (OECD, 2019).
Gráfico 2
Brasil: comparação dos dispêndios em P&D com o produto interno bruto (PIB), por setor, 2000-2017.
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil, 2019a.
Total Dispêndios públicos Dispêndios empresariiais
Pe
rc
en
tu
al
Ano
2000
0,00
0,50
1,00
1,50
1,05 1,06 1,01 1,00 1,00 0,99
1,08 1,13 1,12
1,16 1,14 1,13
1,20 1,27 1,26 1,26
1,34
0,96
0,54 0,57 0,52
0,52 0,56 0,53
0,56 0,57 0,58 0,59
0,57 0,54
0,51
0,51 0,51 0,51 0,60
0,60 0,62 0,69 0,67 0,66 0,63
0,70
0,600,64 0,640,50 0,49 0,49 0,49 0,49
0,490,480,48
0,52
2004 2008 20122002 2006 2010 20142001 2005 2009 20132003 2007 2011 2015 2016 2017
Conforme Arbix e Miranda (2017, p. 55), “[p]ara um país das dimen-
sões do Brasil, seria necessário que os investimentos em P&D atingissem 
no mínimo 2% como proporção do PIB no final desta década (anos 
2010), o que dificilmente ocorrerá”.
De acordo com a Organização Mundial da Propriedade Intelectual 
(OMPI), o Brasil ocupou em 2019, a 66ª posição no Índice Global de 
Inovação, sendo que as áreas de destaque compreendem a qualidade 
das universidades e das publicações científicas, bem como os investi-mentos em P&D. Além disso, o Brasil se destaca por ser o único país da 
região que comporta clusters de ciência e tecnologia (C&T) que estão 
entre os 100 melhores do mundo (WIPO, 2019a).
Índice Global de Inovação: 
ranking das capacidades e 
resultados de inovação das eco-
nomias mundiais. Atualmente é 
publicado pela Universidade de 
Cornell (EUA), Instituto Europeu 
de Administração de Empresas 
(INSEAD – França) e pela OMPI 
(WIPO, 2019b).
Glossário
Inovação e seus fundamentos tecnológicos 55
Ao observar o Gráfico 3, é possível verificar a posição do Brasil no 
Índice Global de Inovação, entre os anos de 2011 a 2019. Visualiza-se 
uma queda no ranking, se comparados os anos de 2019 (66º lugar) e 
2011 (47º lugar) (WIPO, 2019b). Isso demonstra que apesar dos esfor-
ços em termos de legislação na área de inovação, muito ainda há que 
se realizar para que o Brasil atinja melhores posições.
Gráfico 3
Posição do Brasil no ranking do Índice Global de Inovação (2011-2019)
Po
si
çã
o 
no
 ra
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in
g
Ano
2011
0
20
40
60
80
2012 2013 2013 2015 2016 2017 2018 2019
47
58
64 61
70 69 69 64 66
Fonte: Elaborado pela autora com base em WIPO, 2019c.
Com relação a outro importante indicador de inovação, o de artigos 
publicados em periódicos científicos indexados em bases de dados sig-
nificativas, foi utilizada a pesquisa de publicações de artigos brasileiros 
publicados em periódicos científicos indexados pela Scopus, uma das 
bases de dados bibliográficos mais prestigiada do mundo.
Gráfico 4
Número de artigos brasileiros publicados em periódicos científicos indexados pela Scopus, 
2000-2018.
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil, 2018.
N
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Ano
2000
18829 20894 26247
32918
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
80000
2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 20162001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2018
15242 16295
32953
35552
40797
45057 48443
52379
57757 60689
6441865993
69927 73821 77885
Observando o Gráfico 4, é possível perceber um aumento expressi-
vo no volume de artigos ao longo do período, sendo de 15.242 no ano 
de 2000 e 77.885 em 2018. Esse é um dos indicadores de inovação em 
que o Brasil melhor se classifica.
A Suíça ocupa o primeiro lugar 
no Índice Global de Inovação 
pelo nono ano consecutivo 
(2011-2019). De acordo com 
a OMPI, tal resultado ocasiona 
um volume expressivo de 
pedidos de patentes e de 
pedidos concedidos, bem como 
bens manufaturados de alta 
tecnologia (WIPO, 2019a).
Curiosidade
56 Tecnologias aplicadas e inovação
Gráfico 5
Alunos titulados nos cursos de mestrado e doutorado, ao final do ano, 2000-2018.
Fonte: Elaborado pela autora com base em Brasil, 2019b.
Q
ua
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id
ad
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Ano
0
10000
20000
30000
Doutores Mestres
40000
50000
60000
70000
80000
90000
2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 20162001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2018
53
18
60
40
68
94
80
94
80
93
93
66
10
71
1
89
89
99
15
11
63
8
11
31
4
12
32
1
13
91
2
15
65
0
17
28
6
18
99
6
20
60
3
21
59
1
22
89
4
17
82
1
20
01
3
24
44
4
27
64
9
26
65
8
32
26
1
36
01
4
30
63
4
32
89
0
38
78
8
39
59
0
43
23
3
47
13
8
51
53
5
53
24
3
56
66
7
59
61
4
61
14
7
64
43
2
Outro indicador muito importante é o de número de mestres e dou-
tores titulados por ano, bem como o número de bolsas concedidas. 
Ao analisar o Gráfico 5, verifica-se a ampliação no volume de mestres 
titulados, de 17.821 em 2000 para 64.432 em 2018, e de doutores titula-
dos, passando de 5.318 em 2000 para 22.894 em 2018. A ampliação foi 
de, portanto, 362% no caso dos mestres titulados (2018 relativamente 
à 2000) e ainda mais significativa em relação à quantidade de doutores 
titulados: 430% (2018 em comparação com o ano de 2000). 
Finalmente, serão expostos dados relativos ao volume de patentes, 
outro importante indicador de inovação, o qual, segundo Lotufo (2009), 
representa a capacidade de um país em converter conhecimento cien-
tífico em inovação. No Brasil, foram depositados 28.667 pedidos de pa-
tente no ano de 2017.
No período de 2008 a 2017, é possível verificar que houve um aumen-
to no volume de pedidos até o ano de 2013, sendo que a partir desse 
ano a quantidade de depósitos vem diminuindo a cada ano (Gráfico 6). 
Vale destacar que a maior parcela desses pedidos é depositada por não 
Inovação e seus fundamentos tecnológicos 57
residentes, ou seja, são patentes criadas em outros países que buscam 
proteção no Brasil. É possível afirmar que o volume de pedidos de pa-
tente é bastante reduzido, especialmente se comparado com o país que 
detém a liderança mundial no número de pedidos de patente no mesmo 
ano – a China – com 1,38 milhão de requerimentos (CNI, 2020).
Gráfico 6
Pedidos de patente depositados, 2008-2017.
Fonte: Elaborado pela autora com base em INPI, 2018.
N
úm
er
o 
de
 d
ep
os
ito
s
Ano do depósito
2008
26641 25885 28099
31881 33569 34046 33181 33042 31020
28667
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Embora tenha havido um expressivo aumento no volume da pesqui-
sa realizada no país e consequentemente da produção científica, o vo-
lume pouco significativo de patentes indica que o Brasil desaponta na 
conversão de conhecimentos em inovações tecnológicas (ORTIZ, 2018).
Visando reverter essa situação, o INPI estabeleceu como objetivo 
triplicar em dois anos os pedidos de patentes efetuados por empresas 
brasileiras. Para atingir essa meta, o órgão propõe uma maior intera-
ção da entidade com o mercado, firmando acordos com órgãos repre-
sentativos do setor produtivo, além de uma diminuição no tempo de 
análise dos pedidos de patentes (CNI, 2019).
Enumere os indicadores de 
inovação vistos neste capítulo 
e aponte um que não foi citado 
e você julga importante ser 
considerado.
Atividade 3
Para conhecer um pouco mais sobre a inovação na China e o que o Brasil pode apren-
der com a experiência chinesa, leia a reportagem A China passou da imitação para a 
inovação – e o que o Brasil pode aprender com isso, de Mariana Fonseca, publicado no site 
Pequenas Empresas & Grandes Negócios. 
Disponível em: https://revistapegn.globo.com/Tecnologia/noticia/2020/05/china-passou-da-imitacao-para-inovacao-e-
brasil-pode-aprender-com-isso.html. Acesso em: 17 jul. 2020.
Saiba mais
https://revistapegn.globo.com/Tecnologia/noticia/2020/05/china-passou-da-imitacao-para-inovacao-e-brasil-pode-aprender-com-isso.html
https://revistapegn.globo.com/Tecnologia/noticia/2020/05/china-passou-da-imitacao-para-inovacao-e-brasil-pode-aprender-com-isso.html
58 Tecnologias aplicadas e inovação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Buscamos, neste capítulo, compreender o processo histórico e os 
principais pensadores ligados à inovação, com destaque à figura de 
Schumpeter, que dedicou grande parte de sua vida ao estudo dos impac-
tos da inovação no desenvolvimento econômico.
Conhecer o contexto histórico e o pensamento predominante em cada 
período auxilia no entendimento da realidade atual e dos impactos futu-
ros de decisões tomadas tanto no passado quanto no presente. Nesse 
sentido, foram analisadas as cinco revoluções tecnológicas, destacando 
os principais acontecimentos de cada período bem como o pensamento 
vigente à época.
Finalmente, buscando traçar um panorama da inovação no Brasil, fo-
ram apresentados dados sobre alguns dos principais indicadores da área, 
tais como a posição brasileira no ranking do Índice Global de Inovação e o 
volume de patentes, dentre outros.
Diante do cenário apresentado, a implementação de políticas públicas 
na área de inovação e a conscientização da importância de que a pesquisa 
científica deve gerar frutos à sociedade mostram-se cada vez mais urgen-
tes e necessárias.
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60 Tecnologias aplicadas e inovação
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Inovação e seus fundamentos tecnológicos 61
GABARITO
1. Uma onda longa de desenvolvimento dura aproximadamente 50 anos, sendo subdivi-
da em três períodos: de instalação; de reacomodação; e de desprendimento. O período 
de instalação inicia-se com um subperíodo denominado irrupção, em que há alta 
expectativa de geração de riqueza, fazendo com que o capital financeiro se una ao 
capital produtivo. O segundo subperíodo, chamado de frenesi, acaba gerando uma 
bolha tecnológico-financeira, em função do capital financeiro vislumbrar lucros ele-
vados, acarretando inflação e decorrente colapso financeiro. É uma fase em que o 
liberalismo prevalece. No período seguinte, intitulado intervalo de reacomodação, 
há uma maior interferência do Estado, com a fixação de critérios de longo prazo do 
capital produtivo. O último estágio, período de desprendimento, é subdividido em 
sinergia, em que predomina o capital produtivo e onde ocorre disseminação total do 
potencial de inovação, e um segundo subperíodo, chamado de maturidade, com redu-
ção das oportunidades de investimento, fazendo com que haja um acúmulo de capital 
à procura de novas oportunidades de investimento.
2. (Resposta pessoal). A glocalização é uma tendência mundial e, portanto, deve ser con-
siderada sob vários aspectos, especialmente os relacionados ao marketing, pois a pro-
dução de bens em massa, como anteriormente, cede lugar agora à customização no 
sentido de atender aos anseios dos consumidores. Um bom exemplo de glocalização 
é a ação da Coca-Cola, no Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas, desde 2007. 
As duas agremiações, Garantido e Caprichoso, tradicionais rivais na região, possuem 
como cores o vermelho e o azul, respectivamente. Para não perder consumidores 
fãs do boi Caprichoso, pelo fato da lata ser da cor vermelha, foi lançada uma edição 
especial na cor azul.
3. (Resposta pessoal). Os indicadores apresentados neste capítulo foram: 1) porcenta-
gem de empresas que implementaram inovações de produto e/ou processo; 2) dis-
pêndios em P&D quanto ao produto interno bruto (PIB); 3) posição brasileira no ran-
king do Índice Global de Inovação; 4) número de artigos brasileiros publicados em 
periódicos científicos; 5) quantidade de mestres e doutores titulados no país; e 6) vo-
lume de patentes. Outro importante indicador a ser considerado é o volume de bolsas 
concedidas, por modalidade (mestrado, doutorado e pós-doutorado).
62 Tecnologias aplicadas e inovação
3
Modelos de inovação tecnológica
As organizações necessitam constantemente se atualizar, ainda 
mais considerando uma realidade em que há a substituição dos 
produtos a uma velocidade cada vez maior e a escassez dos recur-
sos disponíveis. Para tanto, as empresas devem ser criativas, sem-
pre buscando modos de inovar a fim de se manter competitivas 
e atender às exigências de um mercado cada dia mais disputado.
Dessa forma, é imprescindível realizar as melhores escolhas 
dentro de um leque de opções disponíveis relacionadas aos pro-
cessos inovativos. Dentre as possibilidades, e considerando a exis-
tência de diversos modelos de inovação, cabe a cada instituição 
avaliar aquele que melhor se adapte às suas peculiaridades, tendo 
em mente que não há apenas um modelo ideal a ser seguido.
Assim, este capítulo apresenta quatro modelos de inovação 
utilizados em escala global, com base no livro Gestão da Inovação, 
dos autores Hélio Gomes de Carvalho, Dálcio Roberto dos Reis e 
Márcia Beatriz Cavalcante (2011). Esses modelos são: o linear, o 
paralelo, o modelo Tidd, Bessant e Pavitt e, por fim, o modelo de 
inovação aberta ou open innovation.
3.1 Modelo linear 
Vídeo O período pós-Segunda Guerra Mundial foi um momento de instau-
ração dos fundamentos da ciência e da tecnologia. O relatório intitula-
do Science, the endless frontier – formulado por Vannevar Bush (1945), 
engenheiro e político estadunidense, dirigido ao Presidente Truman – 
representava a consolidação de uma estrutura científica e tecnológica 
que foi adotada pela maior parte dos países industrializados. Esse do-
cumento serviu de base, ainda, para o estabelecimento das diretrizes 
que viriam a formar o modelo linear de inovação (BUSH, 1945; CONDE; 
ARAÚJO-JORGE, 2003).
Modelos de inovação tecnológica 63
De acordo com Bush (1945), a pesquisa básica é realizada sem pen-
sar em fins práticos; entretanto, o conhecimento resultante do pro-
cesso acaba por fornecer subsídios para a resolução de problemas 
práticos importantes. Portanto, mesmo que o cientista envolvido com 
a pesquisa básica não esteja interessado nas aplicações práticas de seu 
trabalho, os frutos desse esforço convertem-se em avanço produtivo.
Destacamos a seguir um trecho do relatório Science, the endless 
frontier, em que a ciência básica é apontada como fundamental ao 
desenvolvimento de uma nação – concepção longínqua e, ao mesmo 
tempo, tão atual.
Uma nação que depende de outras para o seu novo conheci-
mento científico básico será lenta em seu progresso industrial 
e fraca em sua posiçãocompetitiva no comércio mundial, inde-
pendentemente de sua habilidade mecânica. (BUSH, 1945, p. 17, 
tradução nossa) 1
O modelo linear é considerado o mais simples dos modelos de ino-
vação. Ele é constituído pelas seguintes etapas: pesquisa básica; pes-
quisa aplicada; surgimento de uma ideia; desenvolvimento do produto 
ou processo; e lançamento no mercado (MATTOS; GUIMARÃES, 2012), 
conforme demonstra a Figura 1.
Figura 1
Modelo de inovação linear
Fonte: Elaborada pela autora com base em Mattos e Guimarães, 2012.
Pesquisa 
básica
Pesquisa 
aplicada
Surgimento 
de uma 
ideia
Lançamento 
no mercado
Desenvolvimento 
do produto ou 
processo
Nesse modelo, supõe-se que a inovação acontece numa sucessão 
linear de atividades. Assim, o processo pode ocorrer quando as inova-
ções decorrentes de procedimentos de pesquisa alcançam o mercado 
(science push 2 ) bem como quando surgem por intermédio de deman-
das do mercado ou enquanto uma solução para um problema existen-
te (demand pull 3 ) (TIDD; BESSANT, 2015).
Para conhecer um pouco 
mais sobre a história de 
Vannevar Bush e seus 
feitos, assista ao vídeo 
Vannevar Bush, publicado 
pelo canal CT&I.
Disponível em: https://youtu.
be/w56AjFQlywI. Acesso em: 31 
jul. 2020.
Vídeo
Texto original: “A nation which 
depends upon others for its new 
basic scientific knowledge will be 
slow in its industrial progress and 
weak in its competitive position 
in world trade, regardless of its 
mechanical skill”.
1
Science push (também denominado 
technology push) é um movimento 
predominante na década de 1940, 
que pode ser compreendido como 
o processo ocorrido por meio do 
impulso pela ciência (CAMPANÁRIO, 
2002).
2
Demand pull (também conhecido 
como market pull) é o movimento 
“puxado” pelo mercado, proposto na 
década de 1960; nele considera-se 
que a força motora da tecnologia 
estaria ligada às necessidades da 
demanda (CAMPANÁRIO, 2002).
3
https://youtu.be/w56AjFQlywI
https://youtu.be/w56AjFQlywI
64 Tecnologias aplicadas e inovação
No modelo linear de inovação denominado science push, a iniciativa 
de criação de um novo produto ou processo parte dos pesquisadores, 
ou seja, os investimentos são realizados na pesquisa básica. Esse mo-
delo inclui, basicamente, as etapas apresentadas na Figura 2.
Figura 2
Modelo linear de inovação science push
Fonte: Elaborada pela autora com base em Reis, 2008.
Pesquisa básica 
orientada pela 
curiosidade
Pesquisa 
aplicada
Desenvolvimento 
experimental
Inovação 
tecnológica
Já no modelo linear de inovação denominado demand pull, a de-
cisão sobre a geração de um novo produto ou processo advém dos 
consumidores. A representação das etapas desse modelo pode ser vi-
sualizada na Figura 3.
Figura 3
Modelo linear de inovação demand pull
Fonte: Elaborada pela autora com base em Reis, 2008.
Procura pelo 
mercado
Pesquisa 
aplicada
Desenvolvimento 
experimental
Inovação 
tecnológica
Na visão de Freeman (1982), inicialmente as invenções e inovações 
são decorrentes dos avanços da ciência, sendo então, posteriormente, 
oriundas do mercado consumidor e das necessidades de aperfeiçoa-
mento dos processos produtivos.
O modelo de inovação linear “parte do princípio de que a pesqui-
sa científica pode ser a fonte mais adequada para a geração de novas 
tecnologias” (CARVALHO; REIS; CAVALCANTE, 2011, p. 41). Entretan-
to, esse modelo é criticado por não retratar a relação entre as eta-
pas, que muitas vezes não são bem definidas. As falhas fazem parte 
do processo de aprendizado, que cria inovações de todos os tipos, 
Qual a diferença fundamental 
entre o modelo de inovação 
linear science push e o 
demand pull?
Atividade 1
Modelos de inovação tecnológica 65
sendo que essas inovações exigem um retorno rápido e preciso com 
ações de acompanhamento apropriadas, denominadas feedbacks 
(KLINE; ROSENBERG, 1986).
Ademais, nem todas as invenções se tornam inovações e, frequen-
temente, o tempo percorrido entre o surgimento da ideia e a comercia-
lização do produto é demasiado longo (MATTOS; GUIMARÃES, 2012). 
Além disso, há a “constatação de que os investimentos em P&D não 
levariam automaticamente ao desenvolvimento tecnológico, nem ao 
sucesso econômico do uso da tecnologia” (FERREIRA, 2009, p. 37).
A despeito das limitações existentes no modelo linear de inovação, 
ele é amplamente aplicado como suporte para o detalhamento do pro-
cesso de inovação (IACONO; ALMEIDA; NAGANO, 2011; MATTOS; GUI-
MARÃES, 2012), sendo ainda utilizado, atualmente, como base para as 
políticas científicas de diversos países (REIS, 2008).
Para compreender a 
importância da pesquisa 
básica para a geração 
de inovações e conhecer 
um pouco sobre a 
companhia Bell Labs, 
leia o texto O domínio da 
eletrônica, publicado por 
Neldson Marcolin no site 
da Revista Pesquisa, da 
FAPESP. 
Disponível em: https://
revistapesquisa.fapesp.br/o-
dominio-da-eletronica/. Acesso em: 
30 jul. 2020.
Saiba mais
3.2 Modelo paralelo 
Vídeo Diante da constatação de que o modelo de inovação linear não 
contempla todas as interações possíveis entre suas diversas etapas, 
emergiu um novo padrão, chamado de modelo paralelo, como resul-
tado da observação de processos inovativos de empresas japonesas 
líderes de mercado, entre o início da década de 1980 e o final dos anos 
1990 (DIEHL; RUFFONI, 2012). Nesse modelo são considerados os diver-
sos caminhos possíveis a ser percorridos entre a ciência, a tecnologia e 
a inovação (CARVALHO; REIS; CAVALCANTE, 2011).
No modelo de inovação paralelo (Figura 4), proposto pelos pesqui-
sadores Stephen J. Kline e Nathan Rosenberg (1986), da Universidade 
de Stanford (EUA), supõe-se que a empresa mantém suas atividades 
produtivas de rotina, mas que, ao mesmo tempo, possui uma área 
voltada à pesquisa de oportunidades de mercado. Essa área deve 
operar tanto em atendimento às demandas da sociedade quanto 
na prospecção de possibilidades futuras de investimento produtivo 
(ANDRADE; CHARVET, 2017).
https://revistapesquisa.fapesp.br/o-dominio-da-eletronica/
https://revistapesquisa.fapesp.br/o-dominio-da-eletronica/
https://revistapesquisa.fapesp.br/o-dominio-da-eletronica/
66 Tecnologias aplicadas e inovação
Figura 4
Modelo de inovação paralelo
Fonte: Kline e Rosenberg, 1986 apud Carvalho, Reis e Cavalcante, 2011, p. 44.
Demandas
Adoção
utilidade
Processo de inovação industrial
Tecnologia
absorvida
Capacidades 
tecnológicas
Oportunidades
Novos produtos 
e serviços
Pesquisa 
pública
Economia e sociedade
Conhecimentos científicos e tecnológicos
+ 
Sc
ie
nc
e 
pu
sh
+ M
arket pull
INVENÇÃO IMPLEMENTAÇÃO
POSICIONAMENTO 
NO MERCADO
Com base no modelo paralelo, surge o modelo chain-linked. Nele 
são apresentados os caminhos possíveis para o fluxo de informação e 
cooperação, com ênfase às retroalimentações entre as diferentes eta-
pas do processo, conforme é possível observar na Figura 5.
Onde: C = cadeia central da inovação; f = feedback curto; F = feedback longo; K = conhecimento; 
R = pesquisa; D = link direto entre o conhecimento e a pesquisa; S = suporte ao processo de 
inovação; I = apoio à pesquisa científica por instrumentos, máquinas, ferramentas e procedimentos 
de tecnologia.
Figura 5
Modelo de inovação chain-linked
Fonte: Adaptada de Kline; Rosenberg, 1986.
R
SI
D
K K
1 12 4 4
Conhecimento
2
3 3
R Pesquisa R
1 42
CCCC
f
Mercado 
potencial
Criação
do projeto
analítico
Projeto
detalhado
e teste
Reformulação
do design
e produção
Distribuição e
comercialização
f f
ffF
f
3
A seguir são detalhadas as etapas que compõem o modelo de ino-
vação chain-linked (KLINE; ROSENBERG, 1986).
Para conhecer uma apli-
cação prática do modelo 
de inovação paralelo, leia 
o texto “Estações-tubo de 
Curitiba: uso do modelo 
paralelo”, parte do livro 
Gestão da Inovação, de 
Hélio Gomes de Carvalho, 
Dálcio Roberto dos Reis e 
Márcia Beatriz Cavalcante 
(p. 45-46). 
Disponível em: https://repositorio.
utfpr.edu.br/jspui/handle/1/2057. 
Acesso em: 20 jul. 2020.
Saiba mais
https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/2057https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/2057
Modelos de inovação tecnológica 67
 • O processo de inovação inicia o trajeto na denominada cadeia 
central de inovação (representada pela letra C), perpassando as 
seguintes etapas: identificação do mercado potencial; criação 
do projeto analítico, projeto detalhado e teste; reformulação do 
design e produção; distribuição e comercialização.
 • O caminho subsequente é composto pelos links de feedback 
(letras f e F), sendo vários retornos rápidos (f) e um feedback lon-
go (F), o qual retroalimenta todo o processo, propiciando os ajus-
tes necessários. Além de repetir as etapas, há uma conexão com 
as necessidades dos usuários, buscando a melhoria dos produtos 
e serviços.
 • É importante destacar que a ligação entre a ciência e a inovação 
se estende por todo o processo, em que é possível visualizar um 
terceiro caminho, representado pelas setas numeradas (1-2-3-4), 
no qual há uma conexão entre conhecimento e pesquisa (K e R, 
respectivamente). O processo normalmente ocorre com o uso da 
ciência, sendo dividido em duas etapas. A primeira refere-se ao 
conhecimento armazenado e utilizado para a resolução de pro-
blemas (K) e a segunda está ligada ao emprego da pesquisa bási-
ca, quando a primeira não é suficiente (R).
 • Há ainda o caminho designado pela letra D, que é o do processo de 
inovação linear, com a pesquisa básica levando à pesquisa aplicada.
 • O último caminho é o relativo ao suporte (representado pelas 
letras S e I), fornecido por meio de instrumentos, máquinas, 
ferramentas e procedimentos que representam a aplicação da 
tecnologia na ciência básica com o objetivo de aprimorar o pro-
cesso de inovação.
Tanto o modelo de inova-
ção paralelo quanto seu 
desdobramento, o modelo 
chain-linked, apresentam uma 
propriedade muito importante 
que os distingue do modelo de 
inovação linear. Aponte qual é 
essa característica.
Atividade 2
3.3 Modelo Tidd, Bessant e Pavitt (modelo funil) 
Vídeo O modelo intitulado Tidd, Bessant e Pavitt foi proposto pe-
los renomados professores da Universidade de Sussex (Reino 
Unido), Joseph Tidd, John Bessant e Keith Pavitt (2005), no início do sé-
culo XXI. Também conhecido como modelo funil, por seu formato ca-
racterístico, é um sistema bastante simples, que busca compreender as 
transformações ocorridas no processo de inovação e os seus respecti-
vos impactos (ANDRADE; CHARVET, 2017).
68 Tecnologias aplicadas e inovação
Figura 6
Modelo de inovação Tidd, Bessant e Pavitt
Buscar
Como podem 
ser encontradas 
oportunidades 
para inovação?
Selecionar
O que fazer – e 
por quê?
Implementar
Como fazer isso 
acontecer?
Aprender
Como obter os 
benefícios do 
processo?
Fonte: Adaptada de Tidd, Bessant e Pavitt, 2005; Carvalho, Reis e Cavalcante, 2011.
Observando a Figura 6, é possível perceber que o modelo Tidd, 
Bessant e Pavitt é composto pelas seguintes etapas: buscar, selecio-
nar, implementar e aprender. Essas fases estão descritas a seguir 
(CARVALHO; REIS; CAVALCANTE, 2011).
 • Buscar: realização de uma pesquisa de novas oportunidades, 
tendo em mente as transformações determinadas pelo mercado, 
por influências políticas ou pela ameaça da concorrência.
 • Selecionar: escolha das melhores oportunidades, de acordo com 
as características organizacionais da empresa.
 • Implementar: realização das fases fundamentais para o desen-
volvimento e apresentação de um novo produto ou processo que 
atenda aos anseios do mercado consumidor.
 • Aprender: análise do processo de inovação, considerando os 
erros e acertos cometidos e os ajustes necessários para aprimo-
rar o sistema, além da construção de uma base de conhecimento 
que permita um melhor gerenciamento do processo.
Modelos de inovação tecnológica 69
No modelo funil, a inovação atravessa os processos na empresa, sen-
do escolhida conforme o mercado, considerando que todas as etapas 
são julgadas como essenciais para inovar (ANDRADE; CHARVET, 2017). 
Normalmente, a etapa de implementação é a mais formal dentro das 
empresas, enquanto as fases de busca e seleção costumam ser mais in-
formais, estando mais alinhadas com o perfil dos gestores das organi-
zações. A fase de aprendizado usualmente é a mais informal de todas, 
ocorrendo por meio de relatos dos gestores aos colaboradores sobre os 
erros e acertos do processo (CARVALHO; REIS; CAVALCANTE, 2011).
O modelo Tidd, Bessant e Pavitt é considerado bastante interati-
vo, com etapas bem definidas (CARVALHO; REIS; CAVALCANTE, 2011). 
Entretanto, os autores do modelo não o indicam como sendo um padrão 
perfeito, pois sabem que o sucesso está atrelado ao ambiente organiza-
cional do entorno. Desse modo, eles creem que o mais importante é o 
aprendizado resultante do processo (PACHECO; GOMES, 2016).
Para obter outras informações complementares a respeito do modelo Tidd, 
Bessant e Pavitt, leia o artigo Modelos de gestão da inovação em uma perspec-
tiva comparada: contribuição para aplicação em pequenas e médias empresas, 
de Larissa Marchiori Pacheco e Erasmo José Gomes, publicado na Revista da 
Micro e Pequena Empresa.
Acesso em: 31 jul. 2020. 
http://www.cc.faccamp.br/ojs-2.4.8-2/index.php/RMPE/article/view/827/pdf
Artigo
Saiba mais
Para ampliar seus 
conhecimentos sobre 
o modelo de inovação 
aberta, confira a matéria 
O que é esta tal de Inova-
ção Aberta?, de Ronald 
Dauscha, publicado no 
site da Endeavor. 
Disponível em: https://endeavor.
org.br/inovacao/o-que-e-esta-
tal-de-inovacao-aberta/. Acesso 
em: 23 jul. 2020.
3.4 Modelo de inovação aberta (open innovation) 
Vídeo O modelo de inovação aberta (open innovation) foi 
criado por Henry Chesbrough (professor da Universi-
dade de Berkeley, nos Estados Unidos), no início do 
século XXI. A premissa principal desse modelo é a de 
que as instituições devem estar abertas não somente 
às ideias internas, mas também às externas, ou seja, 
não devem se fechar em si mesmas.
O modelo open innovation compreende o uso 
de entradas e saídas intencionais de conhecimento 
para dinamizar a inovação interna e ampliar os mer-
cados para uso externo da inovação (OPEN..., 2020).
http://www.cc.faccamp.br/ojs-2.4.8-2/index.php/RMPE/article/view/827/pdf
https://endeavor.org.br/inovacao/o-que-e-esta-tal-de-inovacao-aberta/
https://endeavor.org.br/inovacao/o-que-e-esta-tal-de-inovacao-aberta/
https://endeavor.org.br/inovacao/o-que-e-esta-tal-de-inovacao-aberta/
70 Tecnologias aplicadas e inovação
Figura 7
Modelo de inovação aberta (open innovation)
Fonte: Adaptada de Chesbrough, 2006.
Licenciamento
Spin-offs de tecnologia
Mercado de 
outra empresa
Novo mercado
Mercado atual
Base tecnológica 
interna
Base tecnológica 
externa
Fornecimento de tecnologia
P D
De acordo com a Figura 7, é possível verificar que na entrada do 
funil se encontram tanto a base tecnológica interna quanto a exter-
na. Esse processo também engloba as atividades de licenciamento de 
patentes (mercado de outra empresa) e o surgimento de empresas 
spin-off (novo mercado). Além disso, a organização pode comercializar 
produtos ou processos originários de laboratórios de pesquisa e de-
senvolvimento (P&D) de outras instituições (mercado atual).
O modelo de inovação aberta apresenta três processos principais. 
O primeiro é o de fora para dentro, que ocorre por meio da integração 
de clientes, fornecedores e colaboradores, enriquecendo a base de co-
nhecimento da própria empresa. Assim, há a busca de uma conscientiza-
ção crescente da importância das redes de inovação e novas formas de 
integração do cliente, como o crowdsourcing, por exemplo. O segundo 
processo é o de dentro para fora, em que o lucro é obtido por inter-
médio do licenciamento de propriedade intelectual, transferência de 
conhecimento, geração de spin-offs, dentre outros. O terceiro e último 
processo consiste numa combinação dos dois processos anteriores, 
em que há a cocriação com parceiros complementares, como no caso 
de uma joint venture, por exemplo (ENKEL; GASSMANN; CHESBROUGH,2009).
Dentre os benefícios da inovação aberta, podem ser citados 
(DOCHERTY, 2006; PERES et al., 2016):
crowdsourcing: compreende 
o esforço coletivo de indivíduos 
objetivando solucionar um 
problema em comum – 
por exemplo, o aplicativo 
móvel Waze. Criado em Israel e 
posteriormente adquirido pela 
Google, sua navegação por 
satélite é combinada com inte-
rações realizadas pelos usuários, 
beneficiando a todos.
spin-off: consiste numa 
empresa derivada de um 
grupo de estudo oriundo de 
uma instituição de pesquisa, de 
uma universidade, ou de uma 
empresa já existente, tendo 
como foco a comercialização de 
produtos ou serviços frutos das 
pesquisas realizadas.
joint venture: representa 
um acordo estabelecido entre 
duas ou mais instituições para a 
realização de uma atividade es-
pecífica por tempo determinado.
Glossário
Modelos de inovação tecnológica 71
1. capacidade de impulsionar P&D desenvolvido com o 
orçamento de outra empresa;
2. alcance e capacidade estendidos para novas ideias e 
tecnologias, considerando um contato maior com especialistas 
externos;
3. oportunidade de realocar recursos internos para encontrar, 
rastrear e gerenciar a implementação;
4. retorno do investimento realizado em P&D interno, por meio 
de venda ou licenciamento da propriedade intelectual não 
utilizada;
5. surgimento de uma noção maior de urgência para os grupos 
internos atuarem sobre ideias ou tecnologia, reduzindo os 
ciclos de inovação;
6. habilidade para efetuar experimentos estratégicos com 
utilização de menos recursos e com menores riscos, 
possibilitando a ampliação do foco bem como a geração de 
novas fontes de crescimento;
7. oportunidade de estabelecer uma cultura mais inovadora, do 
ambiente externo para o interno, fortalecendo a sinergia com 
os agentes inovadores; 
8. geração de spin-offs.
Algumas desvantagens da utilização do modelo de inovação aberta 
foram citadas em um estudo realizado com 107 empresas europeias, 
em 2008 (ENKEL; GASSMANN; CHESBROUGH, 2009). São elas:
1. custos de gestão mais elevados;
2. menor controle e maior complexidade;
3. dificuldade de encontrar o parceiro ideal;
4. desequilíbrio entre as atividades rotineiras e as de inovação 
aberta; 
5. tempo e recursos financeiros escassos para as atividades de 
inovação.
Chesbrough (2003) elenca, em seus estudos, as principais dife-
renças entre o modelo de inovação fechada (modelos anteriores ao 
open innovation) e o modelo de inovação aberta (Quadro 1).
Dentre os casos de sucesso 
na aplicação do modelo de 
inovação aberta, podem ser 
citadas as empresas TIM – com 
o lançamento da tecnologia 5G 
em 2020, fruto da parceria da 
companhia com sete espaços de 
inovação (dentre eles, startups e 
ambientes acadêmicos) (BUCCO, 
2020) – e a Natura. Esta já 
firmou parceria com 19 startups, 
desde 2014, por meio de seu 
projeto Natura Startups, estimu-
lando o empreendedorismo ao 
mesmo tempo que auxilia no 
crescimento da própria empresa 
(INOVAÇÃO..., 2020).
Curiosidade
72 Tecnologias aplicadas e inovação
Quadro 1
Diferenças entre modelo de inovação fechada e modelo de inovação aberta
Fonte: Adaptado de Chesbrough, 2003; Peres et al., 2016.
Inovação fechada Inovação aberta
Os especialistas de cada área 
trabalham dentro da empresa.
Os especialistas de cada área podem traba-
lhar em outras instituições, sendo importante 
manter contato e uma boa relação com os 
profissionais.
A empresa busca, por meio das in-
venções criadas, ser a pioneira no 
mercado.
Acredita-se ser possível obter lucros mesmo 
não sendo a pioneira na geração da ideia.
Há um controle rígido da proprieda-
de intelectual da empresa.
É possível obter lucro por meio de licencia-
mento da propriedade intelectual de uma 
empresa, tanto na condição de licenciante 
quanto na de licenciatário.
O sucesso está atrelado ao pionei-
rismo da comercialização de uma 
inovação.
A elaboração de um modelo de negócio é 
mais benéfica do que o pioneirismo.
Objetivando o lucro por meio de ati-
vidades de P&D, é necessário a gera-
ção, o desenvolvimento e a comercia-
lização de um produto ou processo.
P&D externo pode gerar valor expressivo, ao 
passo que o P&D interno é importante para 
pleitear uma percentagem desse valor.
O sucesso advém mais da quantida-
de e qualidade de ideias do que da 
concorrência.
O sucesso está vinculado ao uso adequado 
de ideias, tanto internas quanto externas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo vimos os principais modelos de inovação reconhecidos 
mundialmente: o linear, o paralelo, o Tidd, Bessant e Pavitt e o de inovação 
aberta ou open innovation.
O primeiro deles, modelo linear, é o mais antigo e simples de todos. 
Nele considera-se que o processo de inovação ocorre de maneira sequen-
cial, com as atividades sendo desenvolvidas uma após a outra. Apesar de 
suas limitações, é ainda bastante utilizado.
Como o modelo linear não abrange todas as interações possíveis entre 
as etapas, acaba por abrir caminho para outros sistemas. Tanto o modelo 
de inovação paralelo quanto seu desdobramento, denominado chain-linked, 
foram desenvolvidos considerando a retroalimentação entre as fases, por 
meio de feedbacks que possibilitam o aperfeiçoamento do processo.
Já o modelo denominado Tidd, Bessant e Pavitt caracteriza-se por possuir 
etapas bem delimitadas e ser muito interativo. Ele é composto de quatro 
Considerando o conhecimento 
adquirido, indique a principal 
diferença entre o modelo Tidd, 
Bessant e Pavitt (modelo funil) 
e o modelo de inovação aberta 
(open innovation).
Atividade 3
Modelos de inovação tecnológica 73
fases: busca, seleção, implementação e aprendizado – sendo esta última 
fundamental para promover as adaptações necessárias e para acumu-
lar conhecimento a ser utilizado em processos subsequentes. Por fim, foi 
abordado o modelo de inovação aberta, que apresenta como principal 
diferencial, em relação aos anteriores, o fato de considerar que as organi-
zações interagem e cooperam umas com as outras. Esse modelo possui 
três processos principais: o de fora para dentro, o de dentro para fora e 
uma combinação dos dois anteriores.
Vale destacar que esses são apenas alguns dos modelos existentes, uma 
vez que os pesquisadores da área de inovação estão constantemente em 
busca da criação de novos modelos ou do aperfeiçoamento dos já existentes.
Assim sendo, cada empresa deve analisar e optar por aquele que mais 
se aproxima de sua realidade. É importante ressaltar que os modelos não 
são excludentes entre si, ou seja, podem perfeitamente ser utilizados de 
maneira complementar.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, E. C. de; CHARVET, P. Inovação: o que é o como podemos integrá-la à educação? 
In: BUETTGEN, J. J.; NASCIMENTO, J. O.; RUGGI, M. O.; CHARVET, P. (org.) Empreendedorismo, 
sustentabilidade e inovação no Brasil. 1. ed. Curitiba: Cátedra Ozires Silva; ISAE Escola de 
Negócios, 2017. p. 104-131.
BUCCO, R. Na Tim, 5G é resultado de iniciativas de inovação aberta. TeleSíntese, 12 jul. 
2020. Disponível em: http://www.telesintese.com.br/na-tim-5g-e-resultado-de-iniciativas-
de-inovacao-aberta/. Acesso em: 23 jul. 2020.
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nsf.gov/about/history/EndlessFrontier_w.pdf. Acesso em: 15 jul. 2020.
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TECNOLÓGICA, ECONOMIA Y SOCIEDAD. Anais [...] Colombia: Colciencias, set. 2002. 
Disponível em: https://www.oei.es/historico/salactsi/milton.htm. Acesso em: 21 jul. 2020.
CARVALHO, H. G. de; REIS, D. R. dos; CAVALCANTE, M. B. Gestão da inovação. Curitiba: 
Aymará, 2011.
CHESBROUGH, H. W. Open innovation: a new paradigm for understanding industrial 
innovation. In: CHESBROUGH, H. W.; VANHAVERBEKE, W.; WEST, J.Open innovation: 
researching a new paradigm. Oxford: Oxford University Press, 2006. p. 1-12.
CHESBROUGH, H. W. Open innovation: the new imperative for creating and profiting from 
technology. Boston: Harvard Business School Press, 2003.CONDE, M. V. F.; ARAÚJO-JORGE, T. C. de. Modelos e concepções de inovação: a transição de 
paradigmas, a reforma da C&T brasileira e as concepções de gestores de uma instituição 
pública de pesquisa em saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 8, n. 3, p. 727-741, 2003.
DIEHL, R. J.; RUFFONI, J. O paradigma da inovação aberta: dois estudos de caso de empresas 
do Rio Grande do Sul. Perspectiva Econômica, v. 8, n. 1, p. 24-42, 2012. 
DOCHERTY, M. Primer on “open innovation”: Principles and practice - The next “big thing” 
in innovation. PDMA Visions, v. 30, n. 2, p. 13-17, 2006.
ENKEL, E.; GASSMANN, O.; CHESBROUGH, H. Open R & D and open innovation: exploring 
the phenomenon. R&D Management, v. 39, n. 4, p. 311-316, 2009.
http://www.telesintese.com.br/na-tim-5g-e-resultado-de-iniciativas-de-inovacao-aberta/
http://www.telesintese.com.br/na-tim-5g-e-resultado-de-iniciativas-de-inovacao-aberta/
https://www.nsf.gov/about/history/EndlessFrontier_w.pdf
https://www.nsf.gov/about/history/EndlessFrontier_w.pdf
74 Tecnologias aplicadas e inovação
FERREIRA, F. V. Tecnologia industrial básica e inovação nas micro, pequenas e médio empresas 
de base tecnológica. Rio de Janeiro, 2009. Dissertação (Pós-Graduação em Metrologia) – 
Programa de Pós-Gradução, Universidade Católica de Brasília.
FREEMAN, C. The economics of industrial innovation. 2. ed. Londres: Pinter, 1982.
IACONO, A.; ALMEIDA, C. A. S. de; NAGANO, M. S. Interação e cooperação de empresas 
incubadas de base tecnológica: Uma análise diante do novo paradigma de inovação. 
Revista de Administração Pública, v. 45, n. 5, p. 1485-1516, 2011.
INOVAÇÃO aberta e fechada: afinal, qual a diferença? Distrito, 2020. Disponível em: https://
distrito.me/inovacao-aberta-e-fechada-qual-a-diferenca/. Acesso em: 23 jul. 2020.
KLINE, S. J.; ROSENBERG, N. An overview of innovation. In: LANDAU, R.; ROSENBERG, N. 
(ed.). The positive sum strategy: harnessing technology for economic growth. Washington: 
National Academy Press, 1986. p. 273-306.
MATTOS, J. R. L. de; GUIMARÃES, L. dos S. Gestão da tecnologia e da inovação: uma 
abordagem prática. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
OPEN innovation research. BerkeleyHaas, 2020. Disponível em: https://corporateinnovation.
berkeley.edu/open-innovation-research/. Acesso em: 20 jul. 2020.
PACHECO, L. M.; GOMES, E. J. Modelos de gestão da inovação em uma perspectiva 
comparada: contribuição para aplicação em pequenas e médias empresas. Revista da 
Micro e Pequena Empresa, v. 10, n. 1, p. 63-79, 2016.
PERES, C. K. et al. Modelos de inovação: uma revisão de literatura. Revista Espacios, v. 37, 
n. 15, p. 8, 2016.
REIS, D. R. dos. Gestão da inovação tecnológica. 2. ed. Barueri: Manole, 2008.
TIDD, J.; BESSANT, J. Gestão da inovação [recurso eletrônico]. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
TIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Managing innovation - integrating technological, market and 
organizational change. 3. ed. West Sussex: John Wiley & Sons, 2005.
GABARITO
1. O modelo de inovação linear science push é impulsionado pela pesquisa básica, en-
quanto o modelo de inovação linear demand pull é impelido pela demanda do mer-
cado consumidor.
2. A característica distintiva dos modelos de inovação paralelo e chain-linked em relação 
ao modelo de inovação linear é a retroalimentação do processo. No modelo de inova-
ção linear, há uma sequência rígida de atividades que devem ser desempenhadas no 
processo de inovação. Já os outros dois modelos contemplam uma retroalimentação do 
processo, ou seja, por meio dos feedbacks eles podem realizar os ajustes necessários.
3. Muito embora os dois modelos tenham um formato semelhante (de funil), de acordo 
com Chesbrough (2003), os modelos anteriores ao open innovation (como é o caso 
do modelo Tidd, Bessant e Pavitt) são considerados modelos de inovação fechada. 
Sendo assim, a principal diferença entre os dois modelos é o fato de um realizar ati-
vidades de P&D apenas internamente (Tidd, Bessant e Pavitt), enquanto o outro está 
aberto para a realização de atividades de P&D de maneira colaborativa com outras 
empresas (open innovation). Dessa forma, o primeiro modelo não prevê, por exem-
plo, a geração de spin-offs decorrentes do processo inovativo, nem o licenciamento 
da propriedade intelectual não utilizada para outras organizações, como ocorre no 
modelo de inovação aberta.
https://distrito.me/inovacao-aberta-e-fechada-qual-a-diferenca/
https://distrito.me/inovacao-aberta-e-fechada-qual-a-diferenca/
https://corporateinnovation.berkeley.edu/open-innovation-research/
https://corporateinnovation.berkeley.edu/open-innovation-research/
A inovação como fonte de competitividade 75
4
A inovação como fonte 
de competitividade
A inovação e os demais conceitos relacionados compõem um 
campo muito vasto de estudo. Quanto mais se pesquisa nessa 
área, mais há para ser descoberto.
Nesse sentido, há alguns elementos relacionados ao conceito 
de inovação que valem a pena serem mais bem compreendidos 
e, por isso, serão trabalhados neste capítulo. Dentre eles, temos o 
conceito de cadeia de valor, pelo qual são analisadas as atividades 
realizadas pelas empresas para gerar vantagem competitiva.
Grande parte dos estudos voltados à investigação dos fatores 
que levam uma empresa a se destacar em seu segmento de mer-
cado demonstram que a inovação é um elemento primordial para 
assegurar uma vantagem competitiva frente à concorrência.
Ademais, a prospecção das tecnologias portadoras de futuro 
tem recebido destaque nos debates sobre inovação, tanto por 
buscar prever as transformações futuras quanto por possibilitar a 
abertura de janelas de oportunidades.
4.1 Noção de cadeia de valor 
Vídeo Antes de analisar a noção de cadeia de valor, é importante entender 
claramente o significado de valor.
Em termos de mercado, valor representa o quanto os compradores 
estão dispostos a pagar pelo que é fornecido por uma empresa. Para 
esta, o valor, considerado como a margem de lucro que se obterá com 
a comercialização de determinado produto, é representado pela recei-
ta total menos o custo de produção.
76 Tecnologias aplicadas e inovação
Valor
(margem
de lucro)
= Receita total -
Custo de
produção
Já o conceito de cadeia de valor foi estabelecido por Michael Porter na 
década de 1980. Tal definição pode ser compreendida como o encadea-
mento de atividades executadas por uma empresa para planejar; pro-
duzir; comercializar; realizar a entrega e oferecer suporte a seus bens, 
conforme é possível verificar na Figura 1 (PORTER, 1998; MAGRETTA, 
2018), incluindo desde os fornecedores até o consumidor final.
Figura 1
Cadeia de valor
Fonte: Adaptada de Porter, 1998, p. 37.
At
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Atividades primárias
Infraestrutura da empresa
Gestão de Recursos Humanos
Desenvolvimento tecnológico
Aquisição/Compras
Logística de 
entrada
Logística de 
saída
Operações
Marketing 
e vendas
Serviços
M
argem
M
argem
Ao realizar a análise da cadeia de valor de uma empresa é possível 
compreender de que forma esta estabelece sua estratégia a fim de 
obter vantagem competitiva em seu segmento de mercado. Na Figura 1, 
nota-se que a cadeia de valor é formada pelas atividades primárias, 
subdivididas em logística de entrada e saída; operações; marketing 
e vendas; serviços e pelas atividades de apoio, estas compostas 
pela infraestrutura da empresa; pela gestão dos Recursos Humanos; 
pelo desenvolvimento tecnológico e pelas compras realizadas por 
uma empresa, bem como pela margem de valor acrescida a essas 
atividades, além dos elos existentes entre elas.
O Quadro 1 apresenta as principais características das atividades 
primárias e de apoio pertencentes à cadeia de valor elencadas por 
Porter (1998):
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Michael Eugene Porter (1947) 
é um economista e professor da 
Universidade de Harvard (EUA). 
Autor de diversos livros nas áreas 
de administração e economia, 
possui bastante influência no 
campo da competitividade 
empresarial.
BiografiaA inovação como fonte de competitividade 77
Quadro 1
Atividades da cadeia de valor
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Logística de 
entrada
Atividades associadas ao recebimento e armazenamento de insumos.
Ex.: manuseio de materiais; armazenamento; controle de estoque; programação 
de veículos e devoluções aos fornecedores.
Operações
Atividades ligadas à transformação de insumos na forma de produto final.
Ex.: usinagem; embalagem; montagem; manutenção de equipamentos; testes; 
impressão e operações de instalação.
Logística de 
saída
Atividades associadas à coleta, ao armazenamento e à distribuição física do pro-
duto aos compradores.
Ex.: armazenamento de produtos acabados; manuseio de materiais; operação do 
veículo de entrega; processamento de pedidos e programação.
Marketing 
e vendas
Atividades com foco no fornecimento de um meio pelo qual os compradores 
podem comprar o produto, bem como o convencimento a fazê-lo.
Ex.: publicidade; promoção; força de vendas; cotação; seleção de canal e preço.
Serviços
Atividades relacionadas à prestação de serviços para aumentar ou manter o valor 
do produto.
Ex.: instalação; reparo; treinamento; fornecimento de peças e ajuste do produto.
At
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o
Aquisição/
Compras
Atividades de aquisição relacionadas à função de compra de insumos usados 
na cadeia de valor da empresa. Vale destacar que melhores práticas de compra 
podem afetar fortemente o custo e a qualidade dos insumos adquiridos, bem 
como de outras atividades associadas ao recebimento e uso dos insumos e à 
interação com fornecedores.
Ex.: matérias-primas; suprimentos e outros itens consumíveis, bem como ativos 
como máquinas; equipamentos de laboratório e equipamentos de escritório.
Desenvol-
vimento 
tecnológico
O desenvolvimento de tecnologia consiste em uma gama de atividades que po-
dem ser amplamente agrupadas em esforços para melhorar o produto e o pro-
cesso. É uma atividade importante para obter vantagem competitiva em todas 
as indústrias, sendo a chave em algumas, não se aplicando apenas a tecnologias 
diretamente ligadas ao produto final.
Ex.: o desenvolvimento de tecnologia pode ocorrer desde a pesquisa básica 
e o design de produto até a pesquisa de mídia; o design de equipamento de 
processo e os procedimentos de manutenção.
Gestão de 
recursos 
humanos
A gestão de recursos humanos afeta a vantagem competitiva de qualquer em-
presa por meio de seu papel na determinação das habilidades e da motivação 
dos funcionários e do custo de contratação e treinamento. Em alguns setores, é 
a chave para a vantagem competitiva.
Ex.: atividades de recrutamento; contratação; treinamento; desenvolvimento e 
remuneração de todos os tipos de pessoal.
Infraes-
trutura da 
empresa
A infraestrutura, ao contrário de outras atividades de suporte, geralmente dá 
suporte a toda a cadeia e não às atividades individuais, podendo ser uma fonte 
poderosa de vantagem competitiva.
Ex.: administração geral; planejamento; finanças; contabilidade; assuntos jurídi-
cos; governamentais e gestão da qualidade.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Porter, 1998.
78 Tecnologias aplicadas e inovação
De acordo com Porter (1998), tanto a cadeia de valor quanto a for-
ma de execução das atividades possuem uma ligação com a trajetória 
e as estratégias adotadas pela própria empresa ao longo do tempo. 
É importante ressaltar que a cadeia de valor deve ser desmembrada 
em unidades de negócio para ser melhor compreendida e não vista de 
maneira global – para toda a indústria ou setor (PORTER, 1998).
Além disso, é essencial que a empresa tenha pleno conhecimento 
de todas as etapas que compõem suas cadeias de valor, possibilitando, 
dessa forma, sua comparação com as empresas concorrentes, 
identificando pontos fortes e quais aspectos necessitam de melhoria. 
A comparação com as cadeias de valor dos concorrentes é importante 
porque expõe diferenças que determinam a vantagem competitiva 
(PORTER, 1998). É necessário ainda considerar que “o modelo da cadeia 
de valor permite a divisão da empresa nas suas atividades de relevância 
estratégica, para a compreensão dos custos e das fontes existentes ou 
potenciais de diferenciação” (SCHNEIDER et al., 2006, p. 303).
De acordo com Silva (2004), para cada elo da cadeia de valor existem 
aspectos estruturais, internos e sistêmicos a serem considerados:
1. Estruturais: relacionados ao mercado em que a empresa está 
inserida, e podem ou não ser monitorados por ela. Por exemplo, 
o controle exercido por agências reguladoras (não tem domínio) 
ou a demanda por um produto afetada por uma campanha de 
marketing realizada pela empresa (tem controle).
2. Internos: formados pelos fatores dos quais a empresa possui 
controle (como o estabelecimento de preços), ressaltando 
que uma alteração em qualquer um dos elos da cadeia exerce 
influência sobre os demais. Dessa forma, é pertinente que a 
empresa, de posse das informações a respeito das mudanças, 
possa estabelecer seus objetivos estratégicos para obter o lucro 
almejado.
3. Sistêmicos: elementos não controláveis pela empresa, mas que 
exercem influência sobre o negócio, tais como o aumento de um 
imposto existente ou a criação de um novo.
Além de todas as etapas pertencentes à cadeia de valor, há um 
aspecto de suma importância a ser considerado: a sustentabilidade. 
Dessa forma, incorporar um cuidado especial com os resíduos 
resultantes do processo produtivo e seu correto descarte ou reutilização 
é primordial para preservar as futuras gerações.
A competitividade pode 
ser compreendida como “a 
capacidade da empresa em criar 
estratégias que a façam crescer. 
Esse crescimento pode se dar em 
termos de participação no mer-
cado ou de aumento de lucros” 
(SILVA et al., 2012, p. 14).
Importante
A inovação como fonte de competitividade 79
Há que se apontar aqui a importância da logística reversa, segmen-
to que investiga o fluxo de resíduos gerados pelo consumo de volta à 
indústria, com o objetivo de prover o reaproveitamento ou descarte 
mais adequado e ambientalmente correto a esses materiais. De acordo 
com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, logística reversa é:
Art. 3º [...]
XII – [...] instrumento de desenvolvimento econômico e social ca-
racterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios 
destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sóli-
dos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo 
ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final am-
bientalmente adequada. (BRASIL, 2010)
O fato de os produtos apresentarem ciclos de vida útil cada vez mais 
reduzidos, causando sua obsolescência precipitadamente, exige que se 
planeje o fluxo logístico desses bens, tanto em função do aspecto am-
biental quanto em relação à sustentabilidade empresarial. No ambien-
te competitivo atual, as empresas precisam estar atentas aos aspectos 
sociais, legais e ambientais, com vistas a garantir uma vantagem com-
petitiva frente à concorrência. Tal preocupação deve buscar satisfazer 
todos os stakeholders envolvidos no processo, indo muito além do foco 
no lucro dos negócios (LEITE, 2017).
De acordo com Silva et al. (2012), a cadeia de valor pode ser 
modificada do formato linear para o cíclico, sendo que nesse segundo 
modelo há o reaproveitamento de resíduos, limitando o uso de matéria-
-prima original. A despeito do acréscimo de custos que uma alteração 
na cadeia de valor pode apresentar, deve-se refletir sobre as vantagens 
dessa transformação a longo prazo. Segundo os autores, uma empresa 
que define a sustentabilidade como um diferencial de seus produtos 
pode atrair consumidores atentos às questões ambientais.
Em relação à obsolescência 
de produtos, são consideradas 
três estratégias distintas. A 
primeira é a obsolescência 
programada, que consiste 
na programação de um ciclo 
de vida curto propositalmente, 
estimulando o consumidor 
a adquirir novos produtos. A 
segunda estratégia é a chamada 
obsolescência perceptiva, 
que ocorrequando se passa a 
considerar um produto obsoleto, 
mesmo que esteja em perfeitas 
condições de uso, em função de 
outro com características mais 
atraentes (consumo emocional). 
Finalmente, a terceira é intitula-
da obsolescência tecnológi-
ca, em que ocorre a substituição 
de um produto (mesmo que em 
pleno funcionamento) por outro 
com tecnologia mais avançada, 
com desempenho mais condi-
zente com as necessidades do 
consumidor (ENTENDA..., 2020).
Curiosidade
Explique quais são os aspectos 
de cada elo da cadeia de valor, 
identificando suas caracterís-
ticas. Cite um exemplo para 
cada aspecto.
Atividade 1
4.2 Inovação como fator de 
vantagem competitiva 
Vídeo A competição faz parte da rotina do ambiente de negócios. Sendo 
assim, pode ser vista de modo positivo, uma vez que impulsiona as 
empresas a gerarem cada vez mais produtos e processos inovadores, o 
que pode ser considerado um benefício para a sociedade.
80 Tecnologias aplicadas e inovação
Os fatores que influenciam a dinâmica de mercado são diversos, 
como o perfil socioeconômico dos consumidores e o potencial da 
empresa de gerar produtos inovadores. “Nesse sentido, a inovação 
está se tornando o principal fator de competitividade das firmas 
para ampliar e manter a sua atuação” (CONTO; ANTUNES JR.; VACCARO, 
2016, p. 397).
Assim, a inovação propicia à empresa a capacidade de alcançar e 
ultrapassar a concorrência pela criação de novos produtos e processos, 
bem como pela utilização de novas estratégias organizacionais e de 
marketing. Dessa forma, é possível afirmar que a “sustentabilidade de 
uma organização está relacionada a sua capacidade de gerar vantagem 
competitiva [...]” (TORRES; PAGNUSSATT; SEVERO, 2016, p. 1).
Ademais, é possível afirmar que a vantagem competitiva está muito 
mais relacionada ao controle exercido pela empresa sobre seus con-
correntes do que somente a um diferencial obtido com base na lucra-
tividade (MATTOS; GUIMARÃES, 2012). Ainda de acordo com Mattos e 
Guimarães (2012), o sucesso de uma empresa está atrelado ao uso do 
pensamento crítico para tomada de decisões, que faz parte dos recur-
sos intangíveis de uma organização.
De acordo com Quandt (2004), a inovação responde por 80% a 90% 
do crescimento da produtividade em países mais desenvolvidos, o que 
demonstra a importância fundamental de tal atividade. Mas quais são 
os fenômenos característicos do cenário atual de concorrência acirrada?
A resposta a essa pergunta compreende três eventos principais: 
a globalização, a customização de produtos e o desejo pelo novo 
(MATTOS; GUIMARÃES, 2012), melhor detalhados na sequência.
Globalização
Consiste em um processo de integração em quatro níveis: cultu-
ral, social, político e econômico. Compreende a internacionalização da 
produção, o fortalecimento do comércio internacional e a integração 
dos sistemas financeiros nacionais (BAUMANN, 1996). Tal processo foi 
intensificado principalmente pelo aperfeiçoamento das tecnologias da 
informação e comunicação (TICs).
Em um cenário de globalização, a inovação é bastante impulsiona-
da, tanto pelo fato de haver uma troca maior de conhecimento quan-
to pela maior concorrência resultar em produtos melhores. Como as 
“O acesso ao conhecimento 
tecnológico, o desenvolvimento 
do capital humano, a inovação 
contínua e a adoção de padrões 
mundiais de qualidade e produ-
tividade são fatores essenciais 
para sustentar a competitivida-
de” (QUANDT, 2004).
Importante
Em 2019, o Brasil ocupou a 71ª 
colocação de um total de 141 
economias avaliadas, em um 
dos mais importantes índices 
mundiais de avaliação da 
competitividade, denominado 
Global Competitiveness Index 
(GCI), publicado pelo Fórum 
Econômico Mundial. Os três 
primeiros classificados no GCI 
foram: Singapura, Estados 
Unidos e Hong Kong. Os 
melhores resultados alcançados 
pelo país foram em relação aos 
pilares de mercado de trabalho, 
dinamismo de negócios e 
infraestrutura, sendo que a meta 
do governo é atingir em 2022 a 
50ª colocação (BRASIL, 2019a).
Curiosidade
http://www3.weforum.org/docs/WEF_TheGlobalCompetitivenessReport2019.pdf
http://www3.weforum.org/docs/WEF_TheGlobalCompetitivenessReport2019.pdf
A inovação como fonte de competitividade 81
empresas líderes são capazes de desenvolver produtos de qualidade 
a baixo custo, as pequenas e médias empresas são pressionadas a 
inovar (MATTOS; GUIMARÃES, 2012), fazendo uso especialmente da 
criatividade.
Customização de produtos
Ao longo do tempo foram observadas diversas transformações na 
forma de produção e aquisição de bens, ou seja, ocorreram mudanças 
profundas para a indústria e os consumidores.
A Revolução Industrial ocasionou uma transição do modo de pro-
dução artesanal para a maquinofatura, levando posteriormente à pro-
dução em massa, tão bem exemplificada pela linha de montagem de 
automóveis de Henry Ford. Entretanto, a concepção ultrapassada, tão 
bem destacada pela famosa frase proferida por Ford, de que “o cliente 
pode ter o carro da cor que quiser, contanto que seja preto”, cede es-
paço à atual maior customização dos produtos, uma vez que os consu-
midores se tornaram mais exigentes e mais conscientes da importância 
de se adquirir produtos mais sustentáveis.
Esse processo de segmentação de mercado e redução da produção 
em massa teve início no fim da década de 1980 (KOTLER, 1989). O impasse, 
contudo, reside no fato de que o mercado consumidor exige produtos 
cada vez mais customizados, mas com valores comparados aos pagos 
por produtos decorrentes da produção em massa. Nesse cenário, em 
que a satisfação do cliente é o principal objetivo, há a necessidade 
premente de que as empresas introduzam inovações de todo tipo – 
de produto, de processo, organizacional e de marketing – para se 
destacarem em seu segmento de mercado.
Desejo pelo novo
Considerando que o mercado consumidor está cada vez mais exigente, 
é natural que o setor produtivo se adeque às condições impostas. Dessa 
forma, as empresas competem entre si pela preferência dos clientes, o que 
viabiliza produtos melhores a um custo menor. Nesse contexto, aumenta 
a expectativa do consumidor por produtos novos e de maior qualidade, 
fazendo com que seu ciclo de vida seja progressivamente reduzido – é o 
desejo pelo novo. “Essa constatação fortalece o princípio de que inovação 
gera inovação, pois além de criar subsídios para novos desenvolvimentos, 
cada inovação provoca um acréscimo nas expectativas dos consumidores 
pelo novo” (MATTOS; GUIMARÃES, 2012, p. 44).
82 Tecnologias aplicadas e inovação
Um dos mecanismos utilizados pelas empresas para inovar e, 
consequentemente, obter vantagem competitiva em seu segmento 
de mercado é a engenharia reversa. Essa atividade consiste na com-
preensão do modo de funcionamento de um produto existente bem 
como dos recursos tecnológicos incorporados a ele. Na prática, con-
siste no ato de desmontar um objeto para ver como ele funciona. 
A Figura 2 traz um exemplo de aplicação da engenharia reversa no 
mercado automobilístico.
Figura 2
Exemplo de engenharia reversa
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Processo de engenharia reversa usando o exemplo de um veículo Silberpfeil, construído em 1954. 
Uma nuvem de pontos (2) com 98 milhões de pontos de medição foi gerada com base no original 
(1) dentro de 14 horas de medição. Os pontos foram reduzidos a cortes axialmente paralelos a 
uma distância de dois centímetros (3), sobre os quais foi construído um modelo CAD (4) em cerca 
de 80 horas de trabalho. Com base no modelo CAD, foi feita uma réplica (5) na escala de 1: 1.
Réplica
Modelo-CAD
Medição
Medição
Nuvem
Veículo Silberpfeil (construído em 1954)
De acordo com Tigre (2019), a engenharia reversa não pode ser con-
siderada uma simples cópia, uma vez que muitas das peças e o próprio 
processo de produção podem estar protegidos por patentes ou segre-
do industrial. Nesse sentido, não basta compreender o funcionamento, 
mas é necessário possuir capacidade tecnológica para alteraro objeto 
Discorra sobre os fenômenos 
inerentes ao atual cenário de in-
tensa concorrência de mercado.
Atividade 2
https://commons.wikimedia.org/wiki/User:Xorx
A inovação como fonte de competitividade 83
original de modo que não descumpra a legislação de proteção à pro-
priedade intelectual.
Aliás, muitas das fabricantes de produtos originais acabam falindo, 
e várias empresas, para não deixar seu parque industrial subutilizado, 
implementam setores de engenharia reversa com o propósito de desen-
volver réplicas próprias de peças utilizadas na produção, por exemplo. 
Assim, nem sempre a engenharia reversa pode ser vista como uma 
vantagem competitiva, pois é muito mais custoso instalar um depar-
tamento responsável por isso em uma empresa do que seria adquirir 
a peça do fabricante original, caso ele não tivesse falido. No caso de 
empresas de base tecnológica, normalmente o investimento em en-
genharia reversa é mais justificável do que em organizações de outros 
ramos, uma vez que há a formação de um novo paradigma tecnológico 
que abre novas janelas de oportunidades.
Para ampliar seu conhe-
cimento a respeito da 
engenharia reversa, leia o 
texto O que é engenharia 
reversa?, publicado por 
Oliver Hautsch no site 
TecMundo. 
Disponível em: https://www.
tecmundo.com.br/pirataria/2808-
o-que-e-engenharia-reversa-.htm. 
Acesso em: 20 out. 2020. 
Saiba mais
4.3 Tecnologias portadoras de futuro 
Vídeo Na atual sociedade do conhecimento, tem sido reservado um espa-
ço de destaque às denominadas tecnologias portadoras de futuro pelo 
significativo potencial que possuem de estimular profundas transfor-
mações sociais (MATTOS; GUIMARÃES, 2012).
De acordo com diversos autores, além das TICs, algumas das 
tecnologias consideradas portadoras de futuro são: a biotecnologia, 
a nanotecnologia e as energias renováveis. Tais categorias serão 
pormenorizadas na sequência.
Biotecnologia
Muito embora a biotecnologia não seja um ramo de estudo novo, 
haja vista que existe há mais de 5000 mil anos, se for considerado o uso 
da técnica de fermentação do pão e do vinho, ela faz uso de modernas 
ferramentas tecnológicas (BRASIL, 2020a). Mas em que consiste exata-
mente a biotecnologia?
Ela tanto pode ser concebida em seu sentido mais amplo, conside-
rando o manuseio de animais, plantas e microrganismos, com foco em 
resultados econômicos, quanto no sentido mais restrito em que está 
relacionada ao uso de avançadas técnicas de biologia molecular e celu-
lar (BRASIL, 2020b). A Figura 3 apresenta algumas das aplicações possí-
veis da biotecnologia.
https://www.tecmundo.com.br/pirataria/2808-o-que-e-engenharia-reversa-.htm
https://www.tecmundo.com.br/pirataria/2808-o-que-e-engenharia-reversa-.htm
https://www.tecmundo.com.br/pirataria/2808-o-que-e-engenharia-reversa-.htm
84 Tecnologias aplicadas e inovação
Figura 3
Algumas aplicações da biotecnologia
Fonte: Brasil, 2020a e SEBRAE, 2020.
Biotecnologia
Sequenciamento 
de DNA
(melhoramento 
genético)
Engenharia 
Genética 
(transgênicos)
Cultura de 
tecidos e 
células
Biocombus-
tíveis
Tratamentos, 
suplementos e 
novos kits de 
diagnóstico
Clonagem 
de animais
Produção de 
vacinas
(DNA 
recombinante)
Células 
tronco
Marcadores 
moleculares 
(testes de 
paternidade)
A primeira vez que o termo biotecnologia foi citado data do ano de 
1919, sendo proferido pelo engenheiro agrícola húngaro Károly Ereky, 
intitulado como “pai” da biotecnologia (BRASIL, 2020c). Já a biotecnolo-
gia moderna surgiu com a descoberta da estrutura do DNA, em 1953, 
sendo que tal código genético foi decifrado em 1967. Com tais achados, 
foi possível uma transformação profunda nas áreas da genética e biolo-
gia molecular (FALEIRO; ANDRADE; REIS JUNIOR, 2011).
Dentre as diversas aplicações possíveis para a biotecnologia, pode-
-se citar a engenharia genética, que consiste num conjunto de técnicas 
de genética molecular e biologia, resultando na criação de moléculas 
de DNA recombinantes. Por DNA recombinante, compreende-se o re-
sultado da união de diversas partes de DNA provenientes de células, 
espécies ou organismos diversos (FALEIRO; ANDRADE; REIS JUNIOR, 
2011). Tais aplicações podem ser utilizadas na agricultura, para a ma-
nipulação genética de alimentos (transgênicos), ou na área de saúde, 
para a produção de vacinas, por exemplo.
Para conhecer algumas 
aplicações da biotecno-
logia, assista ao vídeo 
O que é Biotecnologia?, 
produzido pelo Instante 
Biotec. 
Disponível em: https://youtu.be/
bDKOreHgQP4. Acesso em: 20 
out. 2020.
Vídeo
Considerando que a biotecno-
logia é uma área muito vasta, 
você consegue lembrar de outro 
ramo e/ou aplicação diverso dos 
que foram citados neste livro? 
Comente.
Atividade 3
https://youtu.be/bDKOreHgQP4
https://youtu.be/bDKOreHgQP4
A inovação como fonte de competitividade 85
Nanotecnologia
Representa a capacidade de trabalhar com fenômenos e processos 
que ocorrem em uma escala de 1 a 100 nanômetros (OECD, 2018). 
Um nanômetro (nm) equivale a um bilionésimo do metro (1nm = 10-9m). 
Para se ter uma ideia dessa dimensão, pode-se citar o cabelo, que 
possui cerca de 40.000 nm (CONDE, 2005). A figura a seguir ilustra a 
comparação com outros elementos.
Figura 4
Escala nanométrica
Olhos
Microscópio eletrônico
Microscópio ótico
Molécula
pequenaVírus
Célula
Formiga
Maçã
Humano Abelha Pelo Bactéria DNA
Átomo
Orbital
eletrônico
Nanomateriais avançados têm sido progressivamente utilizados na 
fabricação de produtos de alta tecnologia, como o polimento de com-
ponentes ópticos. Outras inovações mais recentes incluem diagnósti-
cos lab-on-a-chip e células solares biomiméticas (OECD, 2018).
As aplicações possíveis para a nanotecnologia são várias, sendo 
complexo seu exato dimensionamento. Entretanto, alguns dos possí-
veis usos são listados no Quadro 2. 
W
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 C
om
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on
s
lab-on-a-chip (LOC): 
dispositivo que integra várias 
funções de laboratório em um 
nanochip. Por possibilitar o uso 
de pequenos volumes de fluido, 
o que reduz custos e o tempo 
de resposta, possui grande 
potencial de utilização na área 
de saúde (CHERIYEDATH, 2020).
células solares biomimé-
ticas: são nanoestruturas que 
buscam replicar o mecanismo de 
armazenamento solar efetuado 
por animais, como borboletas 
e vespas.
Glossário
86 Tecnologias aplicadas e inovação
Quadro 2
Aplicações de nanotecnologia
Área Aplicações
Biotecnologia Biochips, biosensores, diagnóstico e nanocirurgia.
Computação
Computadores moleculares, computadores quânticos e compu-
tadores ópticos.
Eletrônica
Bens inteligentes, nanoeletrônica, nanolitografia, eletrônica per-
vasiva e sistemas de imagiologia.
Energia
Baterias avançadas, células de combustível, células fotovoltaicas e 
microfontes de energia.
Materiais
Poços quânticos, nanopartículas, nanotubos, nanocristais e auto-
montagem em monocamadas.
Fonte: Adaptado de Roughley (2004), apud Eugenio e Fatal (2010, p. 2-3).
O uso da nanotecnologia gera expectativa de ganhos de eficiência 
bem como de aplicações customizadas (MATTOS; GUIMARÃES, 2012), 
resultando em impactos positivos ao meio ambiente e melhoria na 
qualidade de vida (FERREIRA; RANGEL, 2009). O investimento global 
em nanopartículas é de aproximadamente US$ 40 bilhões por ano, 
sendo que os países que mais destinam recursos para programas e 
patentes na área são a China, a Coreia do Sul, os Estados Unidos e o 
Japão (FERREIRA; RANGEL, 2009).
Energias renováveis
Compreendem aquelas energias provenientes de recursos naturais 
inesgotáveis, como luz, água, vento, entre outros. Dentre algumas das 
energias renováveis existentes podem ser citadas a eólica (energia do 
vento), hídrica (energia da água), solar (luz e calor do sol), biomassa 
(matéria orgânica, de origem animal ou vegetal), geotérmica (calor 
originário do interior da Terra) e energia oceânica (aproveitamento 
das ondas do mar). Por outro lado, as energias não renováveis são 
aquelas baseadas na utilização de combustíveis fósseis que não têm 
disponibilidade contínuapela natureza, compreendendo petróleo e 
derivados, gás natural, carvão e combustíveis nucleares.
Em relação à matriz energética brasileira, é possível verificar na Fi-
gura 5 que o uso de energias não renováveis vem diminuindo ao longo 
do tempo, com a projeção para o ano de 2024 de 54,8% do total, en-
quanto a energia renovável deve responder pelos outros 45,2%.
Para conhecer um pouco mais 
sobre a aplicação da nanotecno-
logia na agricultura, leia o texto 
Nanotecnologia a favor de uma 
agricultura mais sustentável, de 
Guilherme Profeta, no site do 
Jornal Cruzeiro do Sul. Disponível 
em: https://www.jornalcruzeiro.
com.br/uniso-ciencia/nano-
tecnologia-a-favor-de-uma-a-
gricultura-mais-sustentavel/. 
Acesso em: 20 out. 2020.
Saiba mais
https://www.jornalcruzeiro.com.br/uniso-ciencia/nanotecnologia-a-favor-de-uma-agricultura-mais-sustentavel/
https://www.jornalcruzeiro.com.br/uniso-ciencia/nanotecnologia-a-favor-de-uma-agricultura-mais-sustentavel/
https://www.jornalcruzeiro.com.br/uniso-ciencia/nanotecnologia-a-favor-de-uma-agricultura-mais-sustentavel/
https://www.jornalcruzeiro.com.br/uniso-ciencia/nanotecnologia-a-favor-de-uma-agricultura-mais-sustentavel/
A inovação como fonte de competitividade 87
Figura 5
Matriz energética brasileira: energia renovável e não renovável
Fonte: Adaptada de Brasil, 2015, p. 437.
2015
2019
2024
Energia renovável Energia não renovável
42,5 57,5
45,0 55,0
45,2 54,8
Muitas vezes as fontes de energia são mencionadas especificamen-
te em relação à produção de eletricidade, que consiste em um ele-
mento essencial para a vida humana e o desenvolvimento econômico 
(MENDONÇA et al., 2020).
Considerando a matriz elétrica mundial referente ao ano de 2018 
(Gráfico 1), verifica-se que ela é composta por 26% de uso de energias 
renováveis e por 74% de utilização de fontes de energia não renová-
veis, de acordo com a International Energy Agency (IEA).
Gráfico 1
Produção mundial bruta de eletricidade, por fonte (2018).
0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0%
0,5%
2,1%
4,8%
2,4%
10,1%
38,0%
2,9%
23,0%
16,2%
Geotérmico
Solar
Eólica
Biocombustível e resíduos
Nuclear
Carvão
Petróleo e derivados
Gás natural
Hídrica
Fonte: IEA, 2020.
Assista ao vídeo Energias 
Renováveis, produzido 
pela National Geographic 
Portugal para conhecer 
um pouco mais sobre o 
assunto. 
Disponível em: https://youtu.
be/n-eIM6Ds1jQ. Acesso em: 20 
out. 2020.
Vídeo
Apesar de a eletricidade ser 
algo tão presente na vida das 
pessoas em geral, dados de 2016 
demonstram que cerca de 13% 
da população mundial ainda 
vive sem acesso a esse recurso 
energético, especialmente na 
África Subsaariana e em comu-
nidades rurais no sul da Ásia 
(MENDONÇA et al., 2020).
Curiosidade
https://youtu.be/n-eIM6Ds1jQ
https://youtu.be/n-eIM6Ds1jQ
88 Tecnologias aplicadas e inovação
Ressalta-se que os três países com consumo mais elevado de ener-
gia elétrica no mundo, no ano de 2017, são a China (26,59% do total), 
os Estados Unidos (17,31%) e a Índia (5,27%), o que é justificável por 
serem exatamente os três maiores países em termos de popula-
ção. O Brasil ocupa, no mesmo ano, a sétima posição em consumo de 
energia elétrica no mundo (BRASIL, 2019b).
Já em relação à matriz elétrica brasileira (Gráfico 2), é possível veri-
ficar que ocorre o inverso em relação à mundial, ou seja, maior uso de 
energias renováveis (especialmente de origem hídrica), corresponden-
do a 81,8% do total. Por outro lado, há 15,9% de utilização de fontes 
de energia não renováveis. Ressalta-se que 2,3% da energia utilizada 
provém de fontes renováveis e não renováveis (outras). Vale destacar 
que o país possui riquezas naturais abundantes e pessoal capacitado, 
o que favorece a utilização desses recursos.
Gráfico 2
Geração elétrica no Brasil, por fonte (2019).
0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% 70,0%
Outras
Solar
Eólica
Biomassa
Nuclear
Carvão
Petróleo e derivados
Gás natural
Hídrica
2,3%
1,1%
8,9%
8,3%
2,6%
2,4%
1,3%
9,6%
63,5%
Fonte: Brasil, 2019b.
Após a exposição de alguns dados importantes acerca da matriz 
energética brasileira (energia renovável e não renovável); da produção 
mundial bruta de eletricidade – por fonte –; dos países com maior con-
sumo de energia elétrica no mundo e da geração elétrica no Brasil – por 
fonte –, serão abordados alguns aspectos adicionais acerca das princi-
pais fontes de energias renováveis no Brasil. A Figura 6 apresenta fotos 
que ilustram tais fontes: eólica, solar, hídrica e biomassa.
Conheça a Usina de 
Ondas de Pecém, a pri-
meira da América Latina a 
utilizar o movimento das 
ondas do mar para a pro-
dução de energia elétrica. 
Assista ao vídeo Usina de 
Ondas, produzido pela 
Coppe UFRJ. 
Disponível em: https://youtu.be/
EEmM6Qxnd_w. Acesso em: 20 
out. 2020.
Vídeo
https://www.youtube.com/channel/UCeqIaCkp6HayrfkMiLlqCUw
https://youtu.be/EEmM6Qxnd_w
https://youtu.be/EEmM6Qxnd_w
A inovação como fonte de competitividade 89
Figura 6
Usina de energia eólica na Serra do Rio do Rastro em Bom Jardim da Serra – São Joaquim (SC) 
(foto 1); Painéis solares (foto 2); Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional (foto 3); Usina de biogás 
(foto 4).
W
ik
im
ed
ia
 C
om
m
on
s1 2
3
4
Energia hídrica
A produção de energia hídrica advém especialmente das hidrelétri-
cas, sendo considerado um dos processos menos poluidores de produ-
ção de energia elétrica e um dos mais eficientes (REIS, 2020). No Brasil, 
tal fonte é responsável por 63,5% de geração de energia elétrica.
No fim do século XIX foi construída a primeira hidrelétrica do mundo, 
junto às quedas d’água das Cataratas do Niágara (ANEEL, 2008), na fron-
teira entre os Estados Unidos e o Canadá. Em nosso país, destaca-se a 
Usina Hidrelétrica de Itaipu, construída pelo Brasil e pelo Paraguai, sendo 
atualmente a maior hidrelétrica em operação no mundo (ANEEL, 2008).
Energia eólica
Consiste em uma fonte de energia resultante do movimento de 
turbinas pela ação do vento, gerando energia elétrica para as redes e 
apresentando um funcionamento similar a moinhos de vento (VIEIRA; 
FRANCISCO; BITTENCOURT, 2016).
É responsável por 4,8% da produção mundial bruta de eletricidade 
e por 8,9% no Brasil. É interessante destacar que em 1976 foi instalada 
na Dinamarca a primeira turbina eólica comercial conectada à rede elé-
trica pública, sendo que hoje somam-se mais de 30 mil turbinas eólicas 
operando no mundo (ANEEL, 2002). No Brasil, o primeiro aerogerador 
90 Tecnologias aplicadas e inovação
a entrar em operação comercial no país foi implantado em Fernando 
de Noronha (PE), em 1992 (DINIZ, 2018). Destaca-se que em 2022 está 
prevista a inauguração do maior parque eólico terrestre da América 
Latina, localizado no nordeste do Brasil, entre os estados do Piauí e da 
Bahia (REIS, 2019a).
Energia solar
É obtida por meio da luz e do calor do sol, respondendo por 2,1% da 
produção mundial bruta de eletricidade e no caso do Brasil, por 1,1%. 
Embora a participação da energia solar seja ainda pouco significativa 
na matriz mundial (ANEEL, 2008), ela tem apresentado uma expansão 
rápida em termos de matriz elétrica (BRASIL, 2015), sendo uma das 
opções energéticas mais promissoras (PEREIRA et al., 2017).
No caso do Brasil, assim como em relação aos ventos, o país é fa-
vorecido em termos de radiação solar, podendo a Região Nordeste ser 
comparada às melhores regiões do mundo nesse quesito (ANEEL, 2008).
Biomassa
É um resíduo sólido composto por dejetos e esgoto que se constitui 
na fonte principal para a produção de biogás. O processo de produção 
de biogás se dá pela ação de microrganismos que decompõem a ma-
téria sólida inserida em um ambiente sem ar, transformando-a em gás 
(ANEEL, 2008), sendo considerado um bom substituto ao gás natural.
No Brasil, a biomassa é responsável por 8,3% da geração de ele-
tricidade, sendo que o país tem mostrado perspectivas positivas em 
relação ao biogás, por apresentar condições favoráveis de produção, 
consumo e distribuição (VIEIRA; FRANCISCO;BITTENCOURT, 2016).
O quadro a seguir apresenta as principais vantagens e desvanta-
gens em relação às fontes de energia renovável apresentadas.
Quadro 3
Vantagens e desvantagens de algumas energias renováveis
Tipo de energia
renovável
Vantagens Desvantagens
Energia hídrica
• Inesgotável;
• Não poluente;
• Estimula o desenvolvimento local;
• Baixo custo de produção.
• Erosão dos solos;
• Retirada de populações ribeirinhas;
• Alterações no ecossistema decorrentes da 
construção dos reservatórios;
• Alto custo de instalação e desativação.
(Continua)
A inovação como fonte de competitividade 91
Tipo de energia
renovável
Vantagens Desvantagens
Energia eólica
• Durável;
• Renovável;
• Segura;
• Ampla disponibilidade;
• Não poluente;
• Não gera resíduos;
• Independe de importações;
• Não tem custo de aquisição de suprimento.
• Custo, mesmo reduzindo ao 
longo do tempo, ainda é alto se 
comparado com outras fontes;
• Ruído constante;
• Impacto das aves contra as pás;
• Intermitência.
Energia solar
• Renovável;
• Gratuita;
• Não poluente;
• Não emite som;
• Muito embora haja um investimento inicial 
elevado em relação aos equipamentos solares, 
há recuperação posterior do investimento.
• Alto custo de aquisição;
• Dependência de clima favorável;
• Preocupação em relação ao des-
carte dos painéis solares.
Biomassa
• Utilização estimula um uso menor de gases que 
causam o efeito estufa;
• Favorece o enfrentamento da poluição tanto de 
lençóis freáticos quanto do solo;
• Fonte de energia limpa;
• Reduz o volume de lixo orgânico, podendo dar 
um destino útil aos aterros sanitários;
• Pode gerar biofertilizantes;
• Capaz de substituir o gás de cozinha (GLP). 
• Elevado custo do sistema de 
produção;
• Sistema de depósito é comple-
xo e caro;
• Um dos resíduos do Biogás é o 
dióxido de carbono (CO2).
Fonte: Agência Câmara, 2008; ANEEL, 2008; Scherer et al., 2015; Vieira; Francisco; Bittencourt, 2016; Descarte..., 2018; Buono et al., 2019; Reis, 2019b. 
A observação atenta do Quadro 3 demonstra que muito embora as 
energias renováveis sejam preferíveis às energias não renováveis, ne-
nhuma apresenta vantagem absoluta sobre as demais, tampouco des-
vantagem zero. Dessa forma, é necessário considerar que as escolhas 
devem ser realizadas de acordo com cada cenário e condição específica.
Para conhecer tecnolo-
gias que farão parte do 
cotidiano num futuro 
próximo, assista ao vídeo 
O que acontecerá aos 
humanos até 2025, produ-
zido pelo canal Incrível. 
Disponível em: https://youtu.be/
MZgbZLl2VaI. Acesso em: 20 out. 2020.
Vídeo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conhecer conceitos como os de valor e de cadeia global de valor, bem 
como potencializar seu desempenho, é essencial para que as empresas 
obtenham vantagem competitiva diante da concorrência em seus respec-
tivos segmentos de mercado.
Diante disso, é de suma importância que se compreenda a magnitu-
de da inovação como aspecto principal na dinâmica de mercado. Uma 
empresa inovadora é aquela que aceita correr riscos para agregar valor 
aos seus produtos. Ademais, em um ambiente extremamente competiti-
https://youtu.be/MZgbZLl2VaI
https://youtu.be/MZgbZLl2VaI
92 Tecnologias aplicadas e inovação
vo como o atual, é necessário que a empresa esteja atenta a fenômenos 
como a customização de produtos, a globalização e o desejo do consumi-
dor pelo novo, a fim de que possa obter vantagem competitiva diante dos 
concorrentes.
Além disso, a discussão acerca das atividades portadoras de futuro 
tem sido pauta em todo o mundo. Diversos órgãos de todas as áreas liga-
das à inovação têm debatido sobre as oportunidades que essas ativida-
des descortinam no horizonte. Dentre tais ações, encontram-se, além das 
TICs, áreas como a biotecnologia, a nanotecnologia e as energias renová-
veis, que foram apresentadas no capítulo tanto em termos globais quanto 
especificamente em relação ao Brasil.
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A inovação como fonte de competitividade 93
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GABARITO
1. Segundo Silva (2004), os aspectos relacionados a cada elo da cadeia de valor são os 
internos, os sistêmicos e os estruturais. Os internos são aqueles em que a empresa 
pode intervir. Por serem controlados pela empresa, devem ser bem planejados para 
contribuir com a vantagem competitiva frente à concorrência. Como exemplo, pode 
ser citada a criação de um produto novo que amplie o segmento de mercado atual da 
empresa. Já os aspectos sistêmicos compreendem os elementos que não estão sob 
o controle da empresa, mas que acabam por afetar sua capacidade competitiva. Para 
exemplificar, pode-se imaginar um cenário em que a queda do nível de emprego afete 
o rendimento da população e consequentemente o nível de consumo. Por último, 
estão os aspectos estruturais, que consistem naqueles que estão relacionados com 
o mercado no qual a empresa atua, podendo ser ou não monitorados por ela, como a 
relação com os fornecedores.
2. O cenário atual compreende três importantes fenômenos: a globalização, a customi-
zação de produtos e o desejo pelo novo. Com relação à globalização, pode-se afir-
mar que é um processo de fortalecimento do comércio internacional, de associação 
dos sistemas financeiros nacionais e de mundialização da produção. Em um cenário 
de globalização, os consumidores são favorecidos com produtos melhores, frutos do 
maior nível de concorrência. Quanto à customização de produtos, trata-se de um 
processo em que os consumidores são mais exigentes, desejando produtos customi-
zados com preço equivalente aos dos produtos resultantes da fabricação em massa. 
Ademais, há uma preocupação com a sustentabilidade do processo produtivo. Final-
mente, há o fenômeno do desejo pelo novo, em que há uma redução do ciclo de vida 
dos produtos em decorrência das exigências do mercado consumidor, que almeja 
produtos melhores e mais baratos. Dessa forma, o processo inovativo é retroalimen-
tado para atender aos anseios do mercado consumidor.
3. (Resposta de opinião). Um dos ramos da biotecnologia é a denominada biologia sintética, 
que toma como base os fundamentos da engenharia genética para manipular o DNA de 
organismos, podendo criar organismos artificiais. Embora seja um campo de estudos 
muito promissore capaz de gerar inovações disruptivas, é também um ramo muito 
controverso, principalmente em relação às questões éticas e ambientais envolvidas.
https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/aplicacoes-da-biotecnologia-na-area-animal,de63438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD
https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/aplicacoes-da-biotecnologia-na-area-animal,de63438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD
https://m.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/aplicacoes-da-biotecnologia-na-area-animal,de63438af1c92410VgnVCM100000b272010aRCRD
Gestão da propriedade intelectual 95
5
Gestão da propriedade 
intelectual
A gestão da propriedade intelectual é uma ferramenta estraté-
gica de grande importância para promover o processo inovador. 
Esse instrumento propicia retorno às instituições que realizam a 
administração dos bens intangíveis de maneira adequada, trazen-
do benefícios à sociedade.
Diante disso, mostra-se necessário compreender primeiramente 
a diferença entre a propriedade industrial e a propriedade intelectual, 
que por vezes são tomadas como se tivessem o mesmo significado.
Após a definição de ambos os conceitos, partimos para a classifi-
cações dos direitos de propriedade intelectual, que são divididos em 
três categorias: direito autoral, propriedade industrial e proteção sui 
generis, incorporando ainda diversas subcategorias.
Além da classificação da propriedade intelectual, entender seus 
impactos no desenvolvimento econômico nacional também é fun-
damental para uma compreensão mais ampla de sua importância. 
Ademais, considerando que a propriedade intelectual e, mais es-
pecificamente, a propriedade industrial são um meio para se atin-
gir a atividade-fim, que consiste na transferência de tecnologia, são 
analisados tanto os aspectos que envolvem essa atividade quanto 
a cooperação entre universidade e empresa.
É importante ressaltar que o papel da universidade não é mais 
tão somente de formadora de profissionais capacitados (primeira 
missão) e nem de incluir, além das atividades de ensino, também as 
atividades de pesquisa (segunda missão). Atualmente, essa institui-
ção ultrapassa os limites de seus muros para buscar uma sinergia 
maior com a comunidade, sendo a atividade de transferência de 
tecnologia essencial para uma maior aproximação com o setor pro-
dutivo, o que resulta em benefícios à sociedade como um todo.
96 Tecnologias aplicadas e inovação
5.1 Propriedade industrial e 
propriedade intelectual 
Vídeo Na maior parte das vezes, quando se fala sobre propriedade industrial 
e propriedade intelectual, as pessoas têm alguma noção sobre o assunto. 
Mas você sabe diferenciar uma modalidade da outra?
Observando a Figura 1, é possível perceber que a propriedade in-
dustrial constitui uma das subdivisões da propriedade intelectual, que 
também é composta pelo direito autoral e pela proteção sui generis.
Figura 1
Categorias que envolvem os direitos de propriedade intelectual
Fonte: Adaptada de Jungmann e Bonetti, 2010a.
Propriedade intelectual
Direito autoral Propriedade industrial Proteção sui generis
A categoria da propriedade industrial inclui os direitos sobre as pa-
tentes de invenção e de modelo de utilidade, o registro de marcas, o de 
desenho industrial e o de indicação geográfica, bem como a proteção 
ao segredo industrial e a repressão à concorrência desleal.
No Brasil, o órgão responsável pela proteção aos direitos de proprie-
dade industrial é o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), 
uma  autarquia  federal brasileira criada em 1950 e vinculada atual-
mente ao Ministério da Economia. Ela é responsável por: concessão de 
patentes e registro de marcas; desenhos industriais; indicações geográ-
ficas; programas de computador; topografias de circuitos integrados; e 
registro e/ou averbação de contratos de tecnologia e de franquia.
Por ser uma instituição encarregada de um volume muito grande de 
pedidos de registro e, em especial, de patentes – mais especificamente 
a de invenção –, o INPI implementou há pouco o denominado Plano de 
Combate ao Backlog. Essa ação visa analisar o volume de aproximada-
mente 150.000 pedidos de patente pendentes de análise (BRASIL, 2019).
autarquia: entidade de direito 
público, com autonomia econô-
mica, técnica e administrativa, 
embora fiscalizada e tutelada 
pelo Estado, o qual eventual-
mente lhe fornece recursos e 
constitui o órgão auxiliar de seus 
serviços.
backlog: consiste no estoque de 
pedidos de patente pendentes 
de exame técnico.
Glossário
https://pt.wikipedia.org/wiki/Autarquia
Gestão da propriedade intelectual 97
Para tanto, o INPI pretende aperfeiçoar os processos internos bem 
como se valer da busca referente aos pedidos já examinados no exte-
rior (BRASIL, 2020). Essa ação é fundamental para alavancar a atividade 
econômica no país, uma vez que a demora na análise dos pedidos é um 
desestímulo à atividade inovadora por parte do setor produtivo.
Vale salientar que, em relação especificamente às patentes, há di-
versas situações em que o requerente recebe tratamento prioritário 
na análise de seu processo, além de descontos no valor dos serviços, 
como é o caso de: idosos; pessoas com deficiências; instituições cien-
tíficas, tecnológicas e de inovação (ICTs); start-ups e micro e pequenas 
empresas. Ademais, depósitos que estimulem o emprego de tecnologias 
no uso de recursos naturais de maneira sustentável, como é o caso do 
Programa Patentes Verdes, também recebem prioridade de tratamento.
Já no cenário mundial, destaca-se a Organização Mundial da Pro-
priedade Intelectual (OMPI), em inglês World Intellectual Property 
Organization (WIPO), que consiste em um órgão das Nações Unidas 
cujo objetivo é estimular a proteção à propriedade intelectual ao re-
dor do mundo (OMPI/INPI, 2018). Fundada em 1967, possui sede em 
Genebra (Suíça) e conta com 193 Estados-membros (WIPO, 2020).
Dentre as atividades desempenhadas pela OMPI para estimular 
mundialmente os direitos de propriedade intelectual, encontra-se o 
controle de tratados e convenções específicas. Importante ressaltar 
que o Brasil não é signatário de todos os acordos, mas participa dos 
mais significativos na intenção de promover a participação dos in-
teressados no sistema internacional de propriedade intelectual, obje-
tivando a apropriação do conhecimento e a expectativa de retornos 
financeiros com a propriedade intelectual (OMPI/INPI, 2018).
No que diz respeito à legislação referente à propriedade industrial, a 
mais importante é a de n. 9.279, de 1996, conhecida como Lei de Proprie-
dade Industrial, a qual regula direitos e obrigações relativos à proprieda-
de industrial. Essa legislação abrange diversas modalidades de proteção, 
como invenção, modelo de utilidade, marca, desenho industrial, indica-
ção geográfica, segredo industrial e repressão à concorrência desleal.
Para as demais modalidades de propriedade intelectual – como di-
reitos de autor e conexos, programa de computador, topografia de cir-
cuito integrado e cultivar – há leis específicas.
Para conhecer os dados 
mais importantes sobre 
propriedade industrial e 
propriedade intelectual 
no Brasil e no mundo, 
acesse a página da Confe-
deração Nacional da 
Indústria. 
Disponível em: http://www.
portaldaindustria.com.br/cni/
canais/propriedade-intelectual-cni/
propriedade-intelectual/dados-e-
-numeros/#anchor-intro. Acesso 
em: 29 out. 2020.
Saiba mais
98 Tecnologias aplicadas e inovação
5.2 Classificação dos direitos de 
propriedade intelectual 
Vídeo Com relação à divisão dos direitos de propriedade intelectual, são 
classificados em: 1) direito autoral: direito de autor, direitos conexos 
e programa de computador; 2) propriedade industrial: marca, pa-
tente, desenho industrial, indicação geográfica, segredo industrial e 
repressão à concorrência desleal; e 3) proteção sui generis: topografia 
de circuito integrado, cultivar e conhecimento tradicional (JUNGMANN; 
BONETTI, 2010a; OMPI/INPI, 2018).
Na sequência serão abordados mais detalhadamentecada um dos 
direitos de propriedade intelectual apresentados na figura a seguir.
Figura 2
Modalidades de direitos de propriedade intelectual
Fonte: Adaptada de Jungmann e Bonetti, 2010a.
Propriedade intelectual
Proteção 
sui generis
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Pa
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M
ar
ca
Propriedade 
industrial
Direito 
autoral
1 Direito autoral
 • Direitos de autor
São decorrentes da autoria de obras intelectuais nos campos artísti-
co, literário e científico (JUNGMANN; BONETTI, 2010a).
Gestão da propriedade intelectual 99
Historicamente, a Inglaterra criou no século XVIII o denominado di-
reito de cópia (copyright) e a França o direito de autor (droit d’auteur), os 
quais são mecanismos de proteção semelhantes que outorgam aos au-
tores de obras artísticas, científicas e literárias a propriedade sobre as 
formas de suas criações. Por meio dessa proteção, os autores são reco-
nhecidos socialmente por seus trabalhos, além de receberem retorno 
financeiro no caso de comercialização (MACEDO; BARBOSA, 2000).
É importante destacar, com relação ao direito do autor, que:
diferentemente da autoria do conhecimento tecnológico, os au-
tores são sempre os proprietários de suas obras. Assim, quando 
o resultado gerado por uma pesquisa no mundo acadêmico tra-
ta-se de uma informação científica, ainda que os pesquisadores 
hajam sido contratados para essa finalidade, a universidade ou 
outro empregador não tem sobre esta qualquer direito de pro-
priedade. (MACEDO; BARBOSA, 2000, p. 89)
 • Direitos conexos
São similares aos direitos de autor, tendo como objetivo proteger os 
interesses jurídicos de certas pessoas, físicas ou jurídicas, que colabo-
ram no processo de tornar as obras acessíveis à população e/ou agre-
gam criatividade e habilidade técnica ou organizacional ao processo de 
fazer com que uma obra seja conhecida do público (OMPI/INPI, 2018).
Na visão de Jungmann e Bonetti (2010a, p. 64), direitos conexos 
“referem-se à proteção para artistas intérpretes ou executantes, pro-
dutores fonográficos e empresas de radiodifusão, em decorrência de 
interpretação, execução, gravação ou veiculação das suas interpreta-
ções e execuções”.
 • Programa de computador
O programa protegido pela Lei de Direito Autoral é o complexo 
estruturado de instruções indispensáveis para o funcionamento de 
máquinas automáticas de tratamento da informação, instrumentos, 
dispositivos ou equipamentos periféricos, ou seja, o software capaz de 
fazer com que o computador e os periféricos operem da forma esta-
belecida – por exemplo, um sistema operacional. Não há necessidade 
de registro de programa de computador, uma vez que está sob a pro-
teção do direito autoral. Entretanto, como se constitui em um bem 
com grande possibilidade de atividade comercial por meio de licencia-
mento, normalmente acaba sendo registrado nos órgãos competentes 
100 Tecnologias aplicadas e inovação
(JUNGMANN; BONETTI, 2010a). Além disso, como é difícil confirmar a 
autoria dos programas que não possuem registro no INPI, julga-se que 
o registro é a forma mais adequada de comprovação de autoria, tanto 
em situações de disputa legal como nos pedidos de alguma diligência 
de busca e apreensão (RIBEIRO et al., 2014).
2 Propriedade industrial 
 • Marca
Caracteriza-se como todo sinal distintivo que seja visualmente re-
conhecível e que diferencie produtos e serviços de outros semelhantes 
de origens diversas (JUNGMANN; BONETTI, 2010a). É possível verificar 
mundialmente como algumas marcas possuem grande projeção, sen-
do importantes para seu público e gerando elevado retorno para as 
empresas que as detêm (BRANCO et al., 2011).
As marcas estão presentes desde a Antiguidade (OMPI/INPI, 2018). 
As marcas registradas e, portanto, legalmente protegidas são iden-
tificadas com o símbolo ® e vêm se tornando, gradativamente, um 
significativo bem econômico para empresas e instituições (JUNGMANN; 
BONETTI, 2010a).
Uma marca tem de apresentar caráter distintivo e não deve ser en-
ganosa. Em alguns países, o registro, por exemplo, de marcas olfati-
vas, sonoras e gustativas é permitido. Entretanto, no Brasil, o registro 
dessas espécies de sinais não é permitido por não serem visualmente 
perceptíveis (OMPI/INPI, 2018); além disso, em nosso país também não 
são incluídas marcas tácteis (JUNGMANN; BONETTI, 2010a).
Um exemplo de marca olfativa é a fragrância de chiclete da marca 
de calçados Melissa. Muito embora esse registro não seja possível de 
ser adquirido no Brasil, a empresa Grendene (detentora da marca) con-
seguiu obter o registro da fragrância característica nos Estados Unidos. 
Já com relação à marca sonora pode ser citado o rugido do leão da em-
presa americana de cinema Metro-Goldwyn-Mayer. Não são conheci-
dos registros de marcas tácteis e gustativas, embora um bom exemplo 
para essa primeira pudesse ser a garrafa de vidro da Coca-Cola, com 
seu formato singular, e para a segunda o tradicional sanduíche da rede 
de fast-food McDonald’s.
Para compreender um 
pouco mais sobre como 
funciona o registro de 
uma marca, assista ao ví-
deo Como criar e registrar 
uma marca, do Sebrae. 
Disponível em: https://youtu.be/
injmWVI1Z1w. Acesso em: 29 
out. 2020. 
Vídeo
https://youtu.be/injmWVI1Z1w
https://youtu.be/injmWVI1Z1w
Gestão da propriedade intelectual 101
 • Patente
No cenário mundial, segundo Souza (2006), a primeira expressão 
do direito de propriedade intelectual resultou na patente de invenção, 
concedida a um engenheiro no ano de 1421, em Florença, a qual se 
tratava de um dispositivo para transporte de mármore.
Ademais, no mesmo período em que era inventada a imprensa por 
Gutemberg, em 1474, surgia na República de Veneza o monopólio de in-
venção denominado patente, propiciando aos inventores a exclusividade 
de uso do conhecimento técnico gerado por seu invento na produção 
de mercadorias (MACEDO; BARBOSA, 2000). Nessa época, o senado da 
República de Veneza decretou as primeiras leis de patentes, que geravam 
cartas patentes aos produtores de vidro de Murano. O Estado assegura-
va, então, o monopólio temporário a esses fabricantes pelos seus inven-
tos. Por outro lado, a legislação exigia que os produtores disseminassem 
o conhecimento relativo aos métodos de produção, o que anteriormente 
era uma prática mantida em segredo (BRANCO et al., 2011).
No Brasil, a Constituição de 1824 inseriu alguns dispositivos no in-
tuito de assegurar ao inventor brasileiro a propriedade de suas inven-
ções (CAMPELLO; CENDÓN; KREMER, 2000). Lembrando que, até o final 
do século XIX, as leis nacionais apenas conferiam proteção aos inven-
tores do próprio país, não existindo a possibilidade de proteção aos 
inventores estrangeiros (MACEDO; BARBOSA, 2000).
Mas o que exatamente é uma patente? Trata-se de um título de pro-
priedade que assegura ao seu titular os direitos exclusivos de utiliza-
ção de seu invento por um certo período, em um determinado país 
(OMPI/INPI, 2018). A patente tanto pode ser concedida para uma in-
venção, que é uma solução nova para um problema técnico existen-
te, quanto ser conferida a um modelo de utilidade, que consiste nos 
“aperfeiçoamentos em produtos preexistentes, que melhoram sua uti-
lização ou facilitam o seu processo produtivo” (JUNGMANN; BONETTI, 
2010a, p. 29). Segundo Bocchino et al. (2010, p. 23), “poderá ser paten-
teado como modelo de utilidade o objeto de uso prático, suscetível de 
aplicação industrial que apresente nova forma ou disposição”.
Após apresentar os tipos de patentes existentes, é importante des-
tacar os requisitos necessários ao patenteamento: novidade, atividade 
inventiva e aplicação industrial.
102 Tecnologias aplicadas e inovaçãoa. Novidade: dentro desse requisito, considera-se novidade o 
conhecimento técnico, relacionado à criação, não disponibilizado 
ao público em geral até a data de depósito da patente, conhecido 
como estado da técnica ou estado da arte (MACEDO; BARBOSA, 
2000). Vale destacar que, em geral, nas universidades e nos 
institutos de pesquisa, há um interesse na divulgação científica. 
Contudo, é preciso tomar cuidado para que essa divulgação 
não elimine o requisito de novidade. Para tanto, pode-se contar 
com dois mecanismos (válido em alguns países): a garantia 
de prioridade, que se dá por meio do depósito de uma breve 
descrição do pedido de patente junto à autoridade competente; 
e o período de graça, que corresponde ao intervalo de 12 meses 
antes do depósito do pedido de patente, no qual é possível 
que o próprio inventor faça a divulgação da pesquisa científica 
realizada (ou por terceiros, com base em informações concedidas 
pelo inventor) .
b. Atividade inventiva: esse critério estabelece que o invento não 
deve ser óbvio para um profissional técnico da área, precisando 
envolver criatividade em sua elaboração.
c. Aplicação industrial: esse requisito impõe a necessidade de que 
a criação seja projetada para ser produzida em escala industrial, 
podendo ser um produto ou um processo.
 • Desenho industrial
É o aspecto ornamental de objetos ou estilos gráficos compostos por 
linhas e cores que possam ser empregadas objetivando a fabricação in-
dustrial. Essa modalidade de propriedade industrial protege o aspecto 
externo do objeto e não sua utilidade prática (OMPI/INPI, 2018).
Para que se realize o registro de um desenho industrial, um objeto 
deve ser considerado novo e original em seu aspecto externo. Porém, 
objetos de caráter estritamente artístico não são passíveis de registro. 
Há que observar ainda que o aspecto do objeto deve estar desasso-
ciado da função técnica, sendo nesse caso protegido como modelo de 
utilidade (BOCCHINO; CONCEIÇÃO, 2008).
O registro de desenho industrial proporciona benefícios para: o 
titular, pois recebe retorno merecido por seu investimento em pes-
quisa de mercado para a criação de um produto novo; o consumidor, 
pelo acesso a produtos com estética mais atraente e diferenciados; e a 
Para que uma invenção seja 
patenteada junto ao órgão 
responsável, é necessário que ela 
atenda aos critérios de patentea-
bilidade. Quais são eles?
Atividade 1
Conheça um pedido 
de patente deposita-
do pela Apple com o 
intuito de aumentar a 
privacidade do usuário de 
smartphone. 
Disponível em: https://olhardigital.
com.br/noticia/apple-registra-
patente-de-tecnologia-anti-
curiosos/98184. Acesso em: 29 
out. 2020.
Curiosidade
https://olhardigital.com.br/noticia/apple-registra-patente-de-tecnologia-anti-curiosos/98184
https://olhardigital.com.br/noticia/apple-registra-patente-de-tecnologia-anti-curiosos/98184
https://olhardigital.com.br/noticia/apple-registra-patente-de-tecnologia-anti-curiosos/98184
https://olhardigital.com.br/noticia/apple-registra-patente-de-tecnologia-anti-curiosos/98184
Gestão da propriedade intelectual 103
economia nacional, uma vez que há expansão da atividade comercial, 
possibilitando a exportação de produtos fabricados no país.
 • Indicação geográfica
É a denominação dada à proteção referente a produtos provenien-
tes de uma determinada área geográfica, pelo fato de disporem de 
qualidades relativas à sua forma de extração ou produção, ou ainda 
decorrentes de fatores naturais e humanos, que traduzem a identidade 
e a cultura desse determinado espaço geográfico, passando a ser reco-
nhecidos pelo público em geral (JUNGMANN; BONETTI, 2010a; OMPI/
INPI, 2018).
Embora o conceito de indicação geográfica tenha sido construído ao 
longo da história da humanidade, algumas fontes citam, como primei-
ra indicação geográfica reconhecida oficialmente, o ato do português 
Marquês de Pombal, no final do século XVIII, ao ter instituído a Indica-
ção Geográfica “Porto”, uma vez que estava sendo utilizada de maneira 
indevida por ingleses (OMPI/INPI, 2018).
As indicações geográficas podem ser classificadas em (BOCCHINO; 
CONCEIÇÃO, 2008; BRANCO et al., 2011; OMPI/INPI, 2018):
a. Indicação de procedência: refere-se ao nome geográfico de 
uma localidade territorial que se tornou conhecida como centro 
de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou 
como prestadora de um serviço específico.
b. Denominação de origem: o nome geográfico de uma localidade 
territorial, em que as características e/ou qualidades de seus 
produtos ou serviços se devam exclusivamente ou essencialmente 
ao ambiente geográfico de onde se originam, incluindo fatores 
naturais ou humanos.
O reconhecimento de indicações geográficas proporciona os se-
guintes impactos positivos (OMPI/INPI, 2018): 1) conservação das par-
ticularidades dos produtos ou serviços; 2) elevação do valor agregado 
dos produtos ou serviços; 3) aumento da autoestima da população lo-
cal; 4) incentivo a investimentos com impactos tecnológicos, como no 
turismo e na geração de empregos; 5) maior competitividade de mer-
cado; 6) desenvolvimento da comercialização de produtos e serviços, 
permitindo a aproximação aos mercados por meio da propriedade co-
letiva; 7) sinergia entre agentes da cadeia produtiva e universidades, 
Com base nos conhecimentos 
adquiridos sobre indicação geo-
gráfica e sua classificação, cite 
um exemplo identificado como 
indicação de procedência e outro 
como denominação de origem, 
explicando cada um deles.
Atividade 2
104 Tecnologias aplicadas e inovação
centros de pesquisa e instituições de fomento; 8) geração de um elo de 
confiança com o consumidor; e 9) redução do êxodo rural.
 • Segredo industrial e repressão à concorrência desleal
De acordo com a OMPI/INPI (2018), uma forma possível de proteger 
uma invenção é por meio do segredo industrial, que ocorre quando as 
pessoas detentoras de informações específicas, consideradas a “alma 
do negócio”, não revelam essas informações. Entretanto, esse método 
mostra-se ser, muitas vezes, um frágil mecanismo de proteção, con-
siderando que após a inserção do produto no mercado está sujeito à 
engenharia reversa ou a ter seu segredo revelado pela simples obser-
vação do produto.
Corroborando esse ponto de vista, Barbosa (2014, p. 1100) afirma 
que “a outra forma usual de proteção da tecnologia é a manutenção do 
segredo – o que é sempre socialmente desaconselhável, eis que dificulta 
o desenvolvimento tecnológico da sociedade”. Apesar disso, o segredo 
industrial é largamente utilizado em áreas que requerem altos investi-
mentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), como a biotecnologia, 
tecnologias da informação e comunicação (TICs), bebidas, alimentos, 
petroquímica, dentre outras (JUNGMANN; BONETTI, 2010b).
Uma das vantagens do segredo industrial consiste na duração, que 
pode ser muito maior do que se tivesse uma patente. Além disso, “a 
divulgação ou exploração não autorizada é considerada crime de con-
corrência desleal” (JUNGMANN; BONETTI, 2010b, p. 46). Por concorrên-
cia desleal, entende-se “qualquer ato contrário às práticas honestas, 
na indústria ou no comércio, que deturpe o livre funcionamento da 
propriedade intelectual e a compensação econômica que ela oferece” 
(JUNGMANN; BONETTI, 2010b, p. 69). É importante frisar que a Lei de 
Propriedade Industrial não considera crime a exploração, a divulgação 
ou o uso de conhecimentos, dados ou informações públicas ou que 
resultem obviedade para um técnico no assunto (CNI, 2017). 
3 Proteção sui generis
 • Topografia de circuito integrado
A topografia de circuitos integrados, também conhecidos como 
chips, engloba um complexo ordenado de interconexões, resistências e 
transistores, organizados em camadas de configuração tridimensional 
Para conhecer as 
indicações geográficas 
brasileiras registradas 
junto ao INPI, consulte 
o catálogo Indicações 
Geográficas Brasileiras, 
publicado pelo INPI e 
pelo Sebrae. 
Disponível em: https://bibliotecas.
sebrae.com.br/chronus/ARQUI-VOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/
efd536dd061f2a77843198d35a-
69265d/$File/5186.pdf. Acesso 
em: 28 out. 2020.
Saiba mais
Conheça alguns dos 
segredos industriais mais 
bem guardados e valiosos 
do mundo acessando o 
texto 5 segredos indus-
triais guardados a sete 
chaves, publicado pelo 
site Tecmundo. 
Disponível em: https://
www.tecmundo.com.br/
curiosidade/18707-5-segredos-
industriais-guardados-a-sete-
chaves.htm. Acesso em: 29 out. 
2020.
Saiba mais
https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/efd536dd061f2a77843198d35a69265d/$File/5186.pdf
https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/efd536dd061f2a77843198d35a69265d/$File/5186.pdf
https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/efd536dd061f2a77843198d35a69265d/$File/5186.pdf
https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/efd536dd061f2a77843198d35a69265d/$File/5186.pdf
https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/efd536dd061f2a77843198d35a69265d/$File/5186.pdf
https://www.tecmundo.com.br/curiosidade/18707-5-segredos-industriais-guardados-a-sete-chaves.htm
https://www.tecmundo.com.br/curiosidade/18707-5-segredos-industriais-guardados-a-sete-chaves.htm
https://www.tecmundo.com.br/curiosidade/18707-5-segredos-industriais-guardados-a-sete-chaves.htm
https://www.tecmundo.com.br/curiosidade/18707-5-segredos-industriais-guardados-a-sete-chaves.htm
https://www.tecmundo.com.br/curiosidade/18707-5-segredos-industriais-guardados-a-sete-chaves.htm
Gestão da propriedade intelectual 105
acima de uma peça de material semicondutor, com o intuito de exe-
cutar funções eletrônicas em equipamentos (JUNGMANN; BONETTI, 
2010a; BRANCO et al., 2011).
Para o registro de topografia, é necessário que se resulte de ato in-
ventivo, tenha originalidade e não decorra de maneira explícita e incon-
testável do estado da técnica (tudo que o público já tem conhecimento 
a respeito do que já existe sobre o objeto em questão, antes da data do 
depósito) (BOCCHINO; CONCEIÇÃO, 2008).
 • Cultivar
Denominação conferida a uma variedade nova de planta, com ca-
racterísticas únicas, que seja resultado de pesquisas nas áreas de agro-
nomia e biociências e que ainda não exista na natureza. A fim de que 
possa receber proteção, é preciso que ocorra interferência humana na 
modificação das características de uma planta (JUNGMANN; BONETTI, 
2010a).
A Lei de Proteção de Cultivares é fruto da União Internacional para a 
Proteção das Obtenções Vegetais (UPOV), uma organização internacio-
nal dirigida pela OMPI que regulamenta a proteção de cultivares junto 
a 74 membros (sendo 72 países e 2 organizações: Organização Africana 
de Propriedade Intelectual e União Europeia) (OMPI/INPI, 2018). O es-
tabelecimento de um sistema efetivo de proteção de cultivares busca 
incentivar o desenvolvimento de novas variedades de plantas para o 
benefício da sociedade (JUNGMANN; BONETTI, 2010a).
A referida Lei de Proteção de Cultivares apresenta benefícios 
(OMPI/INPI, 2018): 1) ao agricultor, pois as inovações resultam em 
maior produtividade e qualidade, além de possibilitar alternativas va-
riadas de cultivo; 2) ao obtentor, ao recompensá-lo por seus investi-
mentos em pesquisa; e 3) ao governo, ao obter investimentos para o 
setor agrícola e elevar investimentos da área privada em pesquisa e, 
ainda, como tática de estímulo a uma maior competitividade interna-
cional na área do agronegócio.
 • Conhecimento tradicional
Relaciona-se às atividades individuais ou coletivas, desenvolvidas de 
maneira isolada ou comunitária, que podem ou não estar formalizadas 
pela ciência (OMPI/INPI, 2018).
Para realizar pesquisa 
sobre cultivares, acesse 
o sistema CultivarWeb do 
Ministério da Agricultura, 
Pecuária e Abasteci-
mento. 
Disponível em: http://sistemas.
agricultura.gov.br/snpc/
cultivarweb/index.php. Acesso em: 
29 out. 2020.
Saiba mais
http://sistemas.agricultura.gov.br/snpc/cultivarweb/index.php
http://sistemas.agricultura.gov.br/snpc/cultivarweb/index.php
http://sistemas.agricultura.gov.br/snpc/cultivarweb/index.php
106 Tecnologias aplicadas e inovação
De acordo com Verzola (2015, p. 186),
o conhecimento tradicional é elemento e informação baseada 
em patrimônio genético, vinculado a alguma propriedade ou atri-
buto que pode trazer benefícios à sociedade por meio de me-
dicamentos, cosméticos e alimentos, baseado na vivência e na 
cultura das comunidades tradicionais, quilombolas e indígenas.
Nesse sentido, o Estado possui função primordial na proteção do 
conhecimento tradicional, garantindo que as comunidades locais re-
cebam a retribuição dos saberes repassados ao setor produtivo na 
fabricação de produtos farmacêuticos, por exemplo (MOREIRA, 2007; 
COSTA, 2016).
O Quadro 1 apresenta os diversos direitos de propriedade in-
telectual, apontando o título concedido, a legislação aplicável, o prazo 
de validade e em que local realizar a requisição no Brasil.
Quadro 1
Propriedade Intelectual
Propriedade intelectual
Bens 
imateriais
Título 
concedido Legislação
Prazo de 
validade Onde requerer no Brasil
Di
re
ito
 a
ut
or
al
Direito de 
autor 
Registro 
de Direito 
Autoral 
Lei n. 
9.610/1998 
Da criação da 
obra até 70 
anos após o ano 
subsequente ao 
falecimento do 
autor. 
• Obras literárias, musicais e 
artísticas: Fundação Biblio-
teca Nacional.
• Plantas/projetos: Conselho 
Federal de Engenharia e 
Arquitetura. 
Direitos 
conexos 
Registro 
de Direitos 
Conexos 
Lei n. 
9.610/1998 
Até 70 anos 
após sua fixação, 
transmissão ou 
execução pública. 
• Obras literárias, musicais e 
artísticas: Fundação Biblio-
teca Nacional.
• Obras artísticas: Escola de 
Belas Artes. 
• Filmes: Agência Nacional do 
Cinema.
• Partituras de músicas: Fun-
dação Biblioteca Nacional. 
(Continua)
Para conhecer um caso 
emblemático de biopi-
rataria, praticado pelo 
botânico inglês Henry 
Wickham no final do 
século XIX, leia a matéria 
intitulada As sementes 
da discórdia, publicada 
por Carlos Haag no site 
da Revista Pesquisa - 
Fapesp.
Disponível em: https://
revistapesquisa.fapesp.br/as-
sementes-da-discordia/. Acesso em: 
29 out. 2020.
Curiosidade
https://revistapesquisa.fapesp.br/as-sementes-da-discordia/
https://revistapesquisa.fapesp.br/as-sementes-da-discordia/
https://revistapesquisa.fapesp.br/as-sementes-da-discordia/
Gestão da propriedade intelectual 107
Propriedade intelectual
Bens 
imateriais
Título 
concedido Legislação
Prazo de 
validade
Onde 
requerer 
no Brasil
Di
re
ito
 a
ut
or
al
Programa de 
computador
Registro de 
Programa de 
Computador
Lei do Software, 
n. 9.609/1998
Lei do Direito Autoral, 
n. 9.610/1998
50 anos a partir do ano 
subsequente à data da 
criação ou publicação do 
software. 
INPI
Pr
op
rie
da
de
 in
du
st
ria
l
Marca
Certificado 
de 
Registro de 
Marca 
Lei n. 9.279/1996
10 anos, a partir da data 
de expedição do certifica-
do de registro, podendo 
ser prorrogado por iguais 
períodos indefinidamente. 
INPI
Invenção
Carta 
Patente
Lei n. 9.279/1996
20 anos, contados da data 
do pedido de depósito.
INPI
Modelo de 
utilidade
Carta
Patente
Lei n. 9.279/1996
15 anos, contados da data 
do pedido de depósito.
INPI
Desenho 
industrial
Certificado 
de Registro 
de Desenho 
Industrial
Lei n. 9.279/1996
10 anos, a partir da data 
do pedido de registro, 
prorrogável por três perío-
dos sucessivos de 5 anos 
(máximo: 25 anos).
INPI
Indicação 
geográfica
Certificado 
de Registro 
de Indicação 
Geográfica
Lei n. 9.279/1996
Indefinido. Não se extingue 
pelo uso.
INPI
Segredo 
industrial e 
repressão à 
concorrência 
desleal
_
Lei n. 9.279/1996 
(art. 195) e
Lei n. 12.529/2011, 
(Estrutura o Sistema 
Brasileiro de Defesa da 
Concorrência)
_ _
(Continua)
108 Tecnologias aplicadas e inovação
Propriedade intelectual
Bens 
imateriais
Título 
concedido Legislação
Prazo de 
validade
Onde requerer 
no Brasil
Pr
ot
eç
ão
 s
ui
 g
en
er
is
Topografia 
de circuitointegrado
Certificado 
de Registro 
de Proteção 
de Circuito 
Integrado
Lei n. 
11.484/2007
• 10 anos contados da data 
do depósito do pedido de 
registro ou da primeira 
exploração (o que tiver 
ocorrido primeiro).
INPI
Cultivar
Certificado 
de Proteção 
de Cultivar
Lei n. 
9.456/1997
• 15 anos a partir da 
data de concessão do 
certificado de proteção de 
cultivar. 
• 18 anos a partir da data 
de concessão do certifica-
do de proteção de cultivar 
- para as videiras, árvores 
frutíferas, florestais e 
ornamentais. 
• Serviço Nacional 
de Proteção de 
Cultivares - SNPC 
(Ministério da 
Agricultura, Pe-
cuária e Abasteci-
mento - MAPA) .
Conhecimen-
to tradicional 
(associado ao 
patrimônio 
genético)
_
Lei n. 
13.123/2015
_ _
Fonte: Adaptado de Ribeiro, 2019, com base em Jungmann e Bonetti, 2010a.
Analisando o Quadro 1, é possível confirmar que o INPI é o órgão 
responsável pela maior parte da proteção aos direitos de propriedade 
intelectual, o que justifica a sobrecarga apontada anteriormente.
5.3 Propriedade intelectual e 
desenvolvimento econômico 
Vídeo A relação entre o progresso tecnológico e o consequente desen-
volvimento econômico faz parte do pensamento econômico des-
de os estudos de Joseph Schumpeter, em que ganha destaque a 
figura do empreendedor. Com base em seus estudos, muitos autores 
neoshumpeterianos se debruçaram sobre a análise dos impactos dos 
avanços tecnológicos no desenvolvimento econômico.
Atualmente, tanto o conhecimento quanto a tecnologia têm se de-
monstrado instrumentos essenciais no fomento ao desenvolvimento 
Gestão da propriedade intelectual 109
econômico, estimulando a geração de riqueza e consequentemente 
elevando a qualidade de vida das pessoas. Diante disso, verifica-se a 
importância da proteção à propriedade intelectual como motor de de-
senvolvimento econômico de uma nação.
Para se compreender a relação entre a propriedade intelectual e o 
desenvolvimento econômico, é preciso entender a dinâmica do ciclo 
virtuoso de propriedade intelectual. Nesse ciclo, iniciado por um pro-
cesso criativo em que são gerados produtos e processos inovadores, 
é necessário haver proteção à propriedade intelectual. Essa proteção 
permite que o conhecimento envolvido na produção de novos produ-
tos ou processos seja disseminado e que novas empresas tenham in-
teresse em desenvolver produtos ainda melhores e mais inovadores, 
gerando spillovers de inovação.
Isso causa impacto nos aspectos culturais e tecnológicos da socie-
dade, como transformações na forma de comunicação. Se antes esta 
se dava por meio de simples celulares, atualmente esses dispositi-
vos se tornaram verdadeiros computadores móveis que não só geram 
uma ampliação nas possibilidades de comunicação (chamadas de voz, 
chamadas de vídeo etc.), mas que também podem ser utilizados para 
realizar compras, fazer transações bancárias, solicitar delivery de comi-
da, dentre tantas outras funções.
Figura 3
Ciclo virtuoso do sistema de propriedade intelectual
Fonte: Adaptada de Jungmann e Bonetti, 2010b.
Retorno econômico
Reconhecimento
Geração de riqueza
Disseminação de 
reconhecimento
Criatividade
Inovação
Cultura e tecnologia
Qualidade de vida
Essas mudanças impactam o cotidiano das pessoas, ocasionando 
um aumento na qualidade de vida. Assim, há geração de riqueza pela 
comercialização de produtos inovadores e disseminação de reconhe-
cimento da importância dos inventos e seus respectivos inventores. 
spillovers: também conhecido 
como externalidade, significa 
transbordamento, ou seja, os 
efeitos positivos ou negativos 
que uma determinada atividade 
exerce sobre outra.
Glossário
A fim de aprofundar o 
conhecimento sobre 
as relações entre a 
propriedade intelectual e 
o desenvolvimento eco-
nômico, recomenda-se a 
leitura do livro Proprieda-
de intelectual e desenvolvi-
mento econômico.
SHERWOOD, R. M. 1. ed. São Paulo: 
EDUSP, 1992.
Livro
110 Tecnologias aplicadas e inovação
Dessa forma, os inventores (individuais ou empresas) recebem retorno 
econômico do investimento realizado em P&D, bem como reconheci-
mento de sua importância na sociedade. Esses aspectos estimulam a 
retroalimentação desse processo, em um fluxo contínuo (Figura 3).
É necessário dar destaque ao fato de que um dos mais importantes 
indicadores de desenvolvimento tecnológico de um país (e decorrente 
desenvolvimento econômico) é o volume de patentes registradas. Esse 
indicador sinaliza a capacidade de uma nação para converter conheci-
mento científico em inovação (LOTUFO, 2009).
De acordo com Sherwood (1992, p. 187), a proteção à proprieda-
de intelectual, quando considerada parte integrante da infraestrutura 
de um país, favorece a “mudança técnica, difusão do conhecimento, 
expansão dos recursos humanos, financiamento da tecnologia, cresci-
mento industrial e desenvolvimento econômico”.
5.4 Propriedade intelectual e 
transferência de tecnologia 
Vídeo
No Brasil, cerca de 95% da produção científica é realizada por uni-
versidades públicas (MOURA, 2019). Dessa forma, é importante conhe-
cer alguns dos possíveis mecanismos de transferência de tecnologia 
entre a academia e o setor produtivo.
Mas o que é a transferência de tecnologia acadêmica? Ela consiste 
na troca de ideias, ferramentas e pessoas entre as instituições de en-
sino superior, o setor comercial e o público (STEVENS; TONEGUZZO; 
BOSTROM, 2004). Em geral, essa transferência se dá em relação aos 
direitos de propriedade industrial, especialmente invenção e modelo 
de utilidade, bem como no que concerne ao direito autoral, no que se 
refere aos programas de computador.
O processo de transferência de tecnologia (Figura 4) envolve di-
versas etapas, desde o investimento em P&D até a ocorrência de re-
torno de licenciamentos, geração de empresas (spin-offs) e criação de 
start-ups.
Gestão da propriedade intelectual 111
Figura 4
Etapas de um processo de transferência de tecnologia
Despesas de 
pesquisa
Pedidos de 
patente
Prospecção 
de empresas
Negociação
Execução de 
transferência
Licenças de 
tecnologia 
que geram 
renda
Receita de 
licença
Geração de 
empregos
Empresas 
start-up
Fonte: Elaborada pela autora com base em Rogers, Yin e Hoffmann, 2000; Deitos, 2002.
É muito importante salientar que, de acordo com Deitos (2002, 
p. 40), “a transferência de tecnologia nunca ocorre de forma total, por-
que o conhecimento tácito, incorporado nas pessoas ou processos que 
participaram da geração da tecnologia não podem ser explicitados”. 
Ademais, a autora destaca a importância de se considerar o histórico e 
o ambiente em que cada empresa se insere, o que resulta em dinâmi-
cas próprias.
O Quadro 2 explicita algumas das formas de transferência de 
tecnologia:
Quadro 2
Formas de transferência de tecnologia
Forma de transfe-
rência de tecnologia Características
Pesquisa contratada
Refere-se à contratação efetuada por terceiros de atividades de pesquisa vol-
tadas a um assunto específico, bem como projetos tecnológicos oriundos de 
universidades.
Prestação de serviços
Ocorre quando empresas demandam serviços técnicos especializados junto às 
universidades.
Consultorias/assessorias
A consultoria diz respeito a um trabalho mais específico e de menor envolvi-
mento. Já na assessoria ocorre um envolvimento contínuo em todas as fases 
de um trabalho específico.
Criação de novas 
empresas (spin-offs)
As spin-offs acadêmicas consistem em empresas que emergem do meio acadê-
mico, com o objetivo de comercializar um novo produto ou processo oriundo 
de pesquisa acadêmica.
Licenciamento de 
patentes
Não está dentro do escopo de atividades das universidades a comercialização 
de seus inventos. Dessa forma, uma possibilidade de transferir a tecnologia 
gerada é por meio do licenciamento. Nesse caso, a universidade cede ao setor 
produtivo o direito à propriedade intelectual sob sua proteção em troca do 
recebimento de royalties.
Cessão de direitos
Relaciona-se à transferência de titularidade sobre a propriedade intelectual aoutro, que, a partir de então, pode usufruir dela da maneira que lhe convier.
Fonte: Elaborado pela autora com base em Garnica e Torkomian, 2005.
112 Tecnologias aplicadas e inovação
De acordo com Waissbluth e Solleiro (1989 apud Santos, 2009), 
o sucesso da atividade de transferência de tecnologia deriva de três 
elementos:
 • alto comprometimento dos colaboradores da universidade no 
desenvolvimento da interação;
 • estabelecimento de redes entre gestores e pesquisadores;
 • escolha e capacitação dos gestores tecnológicos no desenvolvi-
mento de habilidades de negociação e interação entre as partes.
Para conhecer boas práticas em gestão da propriedade intelectual e transfe-
rência de tecnologia, realizadas em sete universidades estrangeiras, leia o ar-
tigo Índices de licenciamento e de comercialização de tecnologias para núcleos de 
inovação tecnológica baseados em boas práticas internacionais, de Alexandre 
Bueno e Ana Lúcia Vitale Torkomian, publicado em Encontros Bibli: revista 
eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, em 2018.
Acesso em: 29 out. 2020. 
https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/1518-2924.2018v23n51p95
Artigo
Torna-se importante destacar que, de acordo com Sherwood (1992), 
é essencial que a universidade realize a transferência de tecnologia ao 
setor produtivo, tanto para que haja a valorização da própria institui-
ção quanto para que o saber acadêmico possa atingir o objetivo de ser 
convertido em produtos e processos úteis à sociedade.
5.5 Cooperação entre universidade e empresa 
Vídeo Historicamente, é possível destacar alguns modelos que buscam 
compreender a interação entre os principais players existentes em rela-
ção aos processos de inovação.
O primeiro deles é conhecido como triângulo de Sábato, conce-
bido pelos pesquisadores argentinos Sabato e Botana (1968), em que 
cada um dos vértices é composto por empresa, universidade e gover-
no, sendo este último o agente de destaque (Figura 5).
Explique a diferença entre as 
duas formas de transferência de 
tecnologia: o licenciamento de 
patentes e a cessão de direitos.
Atividade 3
https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/1518-2924.2018v23n51p95
Gestão da propriedade intelectual 113
Figura 5
Triângulo de Sábato GOVERNO
EMPRESAUNIVERSIDADE
Triângulo 
de 
Sábato
Fonte: Adaptado de Sabato e Botana, 1968, p. 149.
Outro modelo internacionalmente conhecido é o denominado 
sistema nacional de inovação, elaborado por Lundvall et al. (2002) e 
Nelson (1993), em que a ênfase recai sobre a empresa (Figura 6).
Figura 6
Sistema nacional de inovação
Contexto 
macroeconômico e 
regulatório
Infraestruturas de 
comunicação
Sistema de 
educação e 
treinamento
Capacidades 
e redes da 
empresa
Instituições de 
apoio
Sistema de 
ciência
Outros 
grupos de 
pesquisa
Condições de 
mercado do 
produto
Fator de condições 
de mercado
Capacidade nacional de inovação
Desempenho do país
Crescimento, criação de emprego, competitividade
Redes globais de inovação
Sistema nacional de inovação
Si
st
em
as
 
re
gi
on
ai
s 
de
 
in
ov
aç
ão
Geração, difusão e uso do conhecimento
Clusters de 
indústrias
Fonte: Adaptada de OECD, 1999.
114 Tecnologias aplicadas e inovação
O terceiro modelo de interação governo-universidade-empresa 
é reconhecido como tríplice hélice, desenvolvido por Etzkowitz 
e Leydesdorff (1995), em que a liderança é exercida pela univer-
sidade (Figura 7).
Figura 7
Tríplice hélice
Governo
 Universidade Indústria
Organizações híbridas
Fonte: Etzkowitz e Zhou, 2017, p. 41.
O modelo de tríplice hélice é a principal referência para explicar a 
dinâmica entre os players (universidade, governo e empresa), apontan-
do para a importância primordial da transferência de conhecimento 
existente no ambiente acadêmico ao setor produtivo. Essa transferên-
cia acarreta desenvolvimento econômico e social à sociedade, uma vez 
que o conhecimento pode ser transformado em bens úteis e inovado-
res (GARNICA; TORKOMIAN, 2009).
Consoante Reis (2008, p. 110), a cooperação universidade-empresa 
significa “um modelo de arranjo interinstitucional entre organizações 
de naturezas fundamentalmente distintas, que podem ter finalidades 
diferentes e adotar formatos bastante diversos”.
Considerando que a produção e a comercialização de produtos ou 
processos não se encontram dentre as atividades-fim das universida-
des, essas instituições buscam parceiros no setor produtivo para trans-
ferência de tecnologia. Dessa forma, a atividade é de “ganha-ganha”, 
uma vez que enquanto a universidade recebe recursos oriundos dessa 
transferência, os quais podem ser reaplicados em atividades de P&D, 
o setor produtivo é beneficiado por receber o direito de produzir e co-
mercializar produtos com maior valor tecnológico agregado e mitigar 
os riscos e custos de desenvolvimento próprio.
De acordo com Benedetti e Torkomian (2011), muitas empresas pe-
quenas e médias de países em desenvolvimento, como é o caso do 
Para compreender como 
se dá o processo de 
transferência de tecno-
logia universidade-setor 
produtivo por intermédio 
dos NITs, leia o artigo 
Processo de transferência 
de tecnologia em universi-
dades públicas brasileiras 
por intermédio dos núcleos 
de inovação tecnológica, 
de Luan Carlos Santos 
Silva et al., publicado na 
Revista Interciencia, em 
2015. 
Disponível em: https://www.
interciencia.net/wp-content/
uploads/2017/10/664-A-SANTOS-
SILVA6.pdf. Acesso em: 29 out. 
2020. 
Saiba mais
https://www.interciencia.net/wp-content/uploads/2017/10/664-A-SANTOS-SILVA6.pdf
https://www.interciencia.net/wp-content/uploads/2017/10/664-A-SANTOS-SILVA6.pdf
https://www.interciencia.net/wp-content/uploads/2017/10/664-A-SANTOS-SILVA6.pdf
https://www.interciencia.net/wp-content/uploads/2017/10/664-A-SANTOS-SILVA6.pdf
Gestão da propriedade intelectual 115
Brasil, não possuem infraestrutura de P&D internamente, sendo ne-
cessário, então, recorrer ao conhecimento oriundo das universidades. 
Nesse sentido, a colaboração entre a academia e indústria é cada vez 
mais percebida como um veículo para aumentar a inovação por meio 
da troca de conhecimento (ANKRAH; AL-TABBAA, 2015).
No Brasil, com o objetivo de incentivar a cooperação entre univer-
sidade e empresa, o governo tem promulgado algumas legislações na 
área da inovação. Dentre elas há a Lei n. 10.973/2004, denominada Lei 
de Inovação (BRASIL, 2004), que institui a obrigatoriedade de criação, 
por parte das ICTs, de Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs). De acor-
do com o inciso VI do parágrafo 2º, esses consistem em:
estrutura instituída por uma ou mais ICTs, com ou sem perso-
nalidade jurídica própria, que tenha por finalidade a gestão de 
política institucional de inovação e por competências mínimas as 
atribuições previstas nesta Lei. (BRASIL, 2004)
Assim, os NITs são responsáveis pela gestão da propriedade inte-
lectual nas ICTs, bem como pelo estímulo à transferência de tecnologia 
entre as instituições e o setor produtivo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A propriedade intelectual é uma importante ferramenta de proteção 
ao conhecimento humano, pois assegura reconhecimento e retorno eco-
nômico aos criadores (ao favorecer o reinvestimento em P&D) e ainda 
propicia ganhos à sociedade, como elevação de renda, geração de empre-
gos e incremento na qualidade de vida da população.
Dentre as subdivisões existentes na propriedade intelectual, há o di-
reito autoral, a propriedade industrial e a proteção sui generis, que, neste 
capítulo, foram explorados em suas diversas subdivisões.
Em adição a esses aspectos, a relação entre a propriedade intelectual 
e o desenvolvimento econômico também se revelou muito importante, 
devendo ser estimulada tanto em países desenvolvidos quanto naqueles 
em desenvolvimento.
Além da atividade-meio de gestão da propriedade intelectual desen-
volvida especialmente nos NITs das ICTs, abordamos os aspectos da ati-
vidade-fim de transferência de tecnologia da esfera acadêmica ao setor 
produtivo,bem como a significativa cooperação entre universidades e 
empresas.
116 Tecnologias aplicadas e inovação
Essas dinâmicas têm se demonstrado bastante vantajosas, tanto ao 
ambiente acadêmico, pela possibilidade de retorno dos investimentos rea-
lizados, quanto ao setor produtivo, que se vale de produtos e processos 
com maior qualidade técnica e riscos mitigados. Por fim, é possível afirmar 
que o estreitamento da relação universidade-indústria favorece, acima de 
tudo, a sociedade.
REFERÊNCIAS
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BENEDETTI, M. H.; TORKOMIAN, A. L. V. Uma análise da influência da cooperação 
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p. 145-158, 2011.
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e procedimentos. Brasília: Advocacia-Geral da União, 2010.
BOCCHINO, L. de O.; CONCEIÇÃO, Z. da. Valorize suas ideias, proteja seu conhecimento. 
Tecnologia e Humanismo, v. 22, n. 34, p. 74-85, 2008.
BRANCO, G. et al. Propriedade intelectual. Curitiba: Aymará, 2011.
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Combate ao Backlog. Brasília, DF: INPI, 2019. Disponível em: https://www.gov.br/inpi/pt-br/
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GABARITO
1. Os três requisitos de patenteabilidade são: novidade; aplicação industrial e atividade 
inventiva. O primeiro critério, de novidade, é considerado quando não há conheci-
mento técnico contido no estado da arte, abrangendo como tal a informação à dis-
posição do público antes do depósito da patente. O segundo requisito, da aplicação 
industrial, pressupõe que a invenção tenha por finalidade a produção em escala. Por 
último, o terceiro critério, de atividade inventiva, exige que um perito da área avalie 
se a invenção não decorre de modo óbvio do estado da arte, necessitando envolver 
criatividade na criação.
2. (Resposta pessoal). O conhaque, bebida mundialmente conhecida, é um importante 
exemplo de indicação geográfica classificada como indicação de procedência. Muito 
embora seja um destilado alcoólico bastante famoso, a maioria das pessoas não asso-
cia o produto com a sua região de origem, no caso Cognac, na França. Já uma famosa 
indicação geográfica classificada como denominação de origem é o champagne, que 
se trata de um tipo específico de vinho espumante oriundo da reunião de Champagne, 
localizada no nordeste da França. Sua característica marcante está relacionada à con-
dição climática local, com baixas temperaturas, o que interrompe o processo de fer-
mentação; no reinício do processo de fermentação (em temperaturas mais elevadas), 
há a formação das bolhas características da famosa bebida.
3. Na forma de transferência de tecnologia denominada licenciamento de patentes, 
comumente, as universidades ofertam em seus sites eletrônicos as patentes origina-
das e registradas por essas instituições em links nomeados como portfólio ou vitrine 
tecnológica. As empresas, ao tomarem conhecimento desses produtos ou processos 
protegidos, podem se interessar e iniciar um processo de negociação. Na maioria das 
vezes são celebrados contratos de transferência de tecnologia em que a empresa 
passa a ser a detentora da titularidade da patente, mas em contrapartida fica respon-
sável por pagar royalties à universidade por essa utilização. Por outro lado, algumas 
vezes, os inventores cedem a titularidade de suas invenções a outro, de maneira de-
finitiva, caracterizando a forma de transferência de tecnologia denominada cessão 
de direito; esta se dá por meio de contrato, em que é estabelecido um valor fixo 
acordado entre as partes.
https://www.wipo.int/about-wipo/en/
Incentivos governamentais à inovação tecnológica 119
6
Incentivos governamentais 
à inovação tecnológica
Um sistema de inovação robusto e eficiente é estruturado com 
base no empenho de atores políticos na definição de políticas pú-
blicas, na existência de fontes de financiamento adequadas, bem 
como na articulação de interesses dos mais variados agentes liga-
dos à temática.
Para a elaboração de qualquer sistema, um bom início é a rea-
lização de benchmarking de estruturas bem-sucedidas, especial-
mente aquelas oriundas de países desenvolvidos. Entretanto, seja 
qual for o modelo escolhido como referência, há que se realizar 
adaptações ao contexto nacional, considerando a variedade de 
agentes e elementos próprios a cada contexto.
Neste capítulo são apresentados os principais atores que com-
põem o nosso Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 
(SNCTI), o qual é formado por agentes políticos, agências de fo-
mento e operadores de ciência, tecnologia e inovação (CT&I).
Na sequência são abordadas as principais legislações de in-
centivo à CT&I no país, com destaque à Lei de Inovação, à Lei do 
Bem e ao Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação. De modo 
complementar, são apontadas duas iniciativas governamentais vol-
tadas a setores específicos da economia nacional.
Por último são apresentadas, de maneira detalhada, as agên-
cias públicas de fomento que compõem o SNCTI e, ainda, são indi-
cadas duas possibilidades de utilização de recursos privados para 
estimular a inovação.
120 Tecnologias aplicadas e inovação
6.1 Sistema de CT&I 
Vídeo Assim como em outras áreas em que dificilmente seria possível 
elencar sistemas de inovação bons versus sistemas de inovação ruins, 
seria igualmente improvável que algum modelo apontado como ideal 
por sua excelência pudesse ser utilizado por outro país apresentando 
desempenho semelhante.
Dessa forma, cabe a cada nação estabelecer um sistema de inova-
ção próprio, de acordo com suas particularidades, tendo em mente 
que “[o] desenvolvimento econômico dos países está assentado, cada 
vez mais, na inovação baseada no desenvolvimento científico e tecno-
lógico” (BRASIL, 2017, p. 7).
Para ilustrar, serão apresentadas aqui algumas peculiaridades de 
dois sistemas de inovação internacionais: o da Alemanha e o de Israel. 
No caso alemão, o sistema de inovação é composto pelo Governo Fe-
deral, importante investidor em pesquisa e desenvolvimento (P&D), e 
por mais 16 estados. Destacam-se as sociedades privadas sem fins lu-
crativos que atuam dentro do sistema. Dentre essas, sobressai a Frau-
nhofer, especializada em pesquisa aplicada e que serviu, inclusive, de 
inspiração para a concepção da Empresa Brasileira de Pesquisa e Ino-
vação Industrial (EMBRAPII). Vale dizer que mais de 99% das empresas 
alemãs são classificadas como de pequeno e médio porte, e em 2017 
existiam cerca de 60 mil startups no país (SEBRAE, 2020).
Já Israel desponta como o país com maior investimento em P&D em 
relação ao Produto Interno Bruto (PIB) do mundo, com percentual de 
4,94% em 2018 (OECD, 2020). Os investimentos em inovação impactam 
a economia do país e consequentemente o índice de desenvolvimento 
humano (IDH) da população. Dentre os fatores que possibilitam essa 
condição diferenciada ao país estão os pesados investimentos no en-
sino primário e secundário e a presença de escolas de engenharia e 
universidades de classe mundial. Ademais, essa nação possui a maior 
densidade de engenheiros do mundo, bem como o maior volume po-
pulacional com nível universitário entre as nações da OCDE. O principal 
ator de inovação no país é a Agência de Inovação de Israel, consistindo 
em uma organização pública independente que é responsável pelas 
políticas na área de inovação (SEBRAE, 2020).
Incentivos governamentais à inovação tecnológica 121
No Brasil, o SNCTI é formado por diversos atores, conforme é possí-
vel visualizar na Figura 1.
Figura 1
Principais atores do SNCTI
Poder Executivo
Po
lít
ic
os
Ag
ên
ci
as
 d
e 
Fo
m
en
to
O
pe
ra
do
re
s 
de
 C
T&
I
CNPq CAPES FINEP BNDES FAPEMBRAPII
MCTIC
Secretarias Estaduais 
e Municipais
Universidades
Institutos de 
Pesquisa do MCTIC
Instituições de C&T (ICT)
Incubadoras de Empresas
Institutos Federais e 
Estaduais de CT&I
Institutos Nacionais de 
C&T (INCT)
Parques Tecnológicos
Empresas Inovadoras
Congresso 
Nacional
Assembleias 
Estaduais ABC
MEI Centrais Sindicais
SBPC CNI
Confap e 
Concecti
Outros 
Ministérios
Agências 
Reguladoras
Poder Legislativo Sociedade
Fonte: Brasil, 2016a, p. 14.
Dentre os atores políticos, as três áreas que compõem o SNCTI são: 
o Poder Executivo, o Poder Legislativo e a Sociedade. Cada uma delas 
será vista de maneira pormenorizada a seguir.
1 Poder Executivo
 • Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações 
(MCTIC)
O Ministérioda Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações 
(MCTIC), atualmente denominado Ministério da Ciência, Tecnologia e Ino-
vações (MCTI), desempenha o papel de coordenador do SNCTI, sendo 
também responsável pela governança do Fundo Nacional de Desenvol-
vimento Científico e Tecnológico (FNDCT). É o principal órgão de formu-
lação de políticas para a área, sendo encarregado pela Financiadora de 
Estudos e Projetos (Finep) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimen-
to Científico e Tecnológico (CNPq) (BRASIL, 2017).
122 Tecnologias aplicadas e inovação
 • Outros ministérios e agências reguladoras
Outros ministérios do Governo Federal também apresentam de-
sempenho importante no SNCTI, alguns possuindo órgãos específicos 
para gestão na área, como é o caso dos Ministérios da Educação e da 
Economia (BRASIL, 2017).
Já as agências reguladoras, muito embora sejam atores mais atuais 
no SNCTI, têm apresentado contribuição relevante para sua consoli-
dação. Destaque há que ser dado à atuação da Agência Nacional de 
Energia Elétrica (Aneel), bem como à da Agência Nacional do Petróleo, 
Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) (BRASIL, 2017).
 • Secretarias estaduais e municipais
Ainda na esfera do Poder Executivo, merece ênfase a atividade 
desempenhada pelas secretarias estaduais de CT&I, operando como 
coordenadoras dos Sistemas Regionais de Inovação (BRASIL, 2017).
Assim como as secretarias estaduais, as municipais também atuam 
como importantes agentes políticos de inovação no SNCTI.
 • Confap e Consecti
O Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesqui-
sa (Confap) é uma organização sem fins lucrativos, criada em 2006, com 
o intuito de estimular a interação entre agências estaduais de estímulo 
à pesquisa científica, tecnológica e de inovação no Brasil. Reúne 26 Fun-
dações de Amparo à Pesquisa (FAPs) (CONFAP, 2020).
O Confap, juntamente com o Conselho Nacional de Secretários Es-
taduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti), for-
talece a interação entre as políticas dos governos estaduais na área 
de Ciência e Tecnologia (C&T), favorecendo o desempenho do SNCTI 
(BRASIL, 2017).
2 Poder Legislativo
 • Congresso Nacional e Assembleias Legislativas
No âmbito do Poder Legislativo se destacam o Congresso Nacional 
(esfera federal) e as Assembleias Estaduais (esfera estadual). Esses ór-
gãos têm a incumbência de legislar sobre as áreas de ciência, tecno-
logia e inovação, fortalecendo, dessa forma, o SNCTI. Para tanto, há 
Incentivos governamentais à inovação tecnológica 123
diversos dispositivos que podem ser utilizados, como leis orçamentá-
rias e incentivos fiscais (BRASIL, 2017).
Vale frisar ainda que a Câmara dos Deputados e o Senado possuem 
comissões permanentes voltadas à área de CT&I: a Comissão Perma-
nente de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) e a 
Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática 
(CCTICI), respectivamente (BRASIL, 2017).
3 Sociedade
 • Academia Brasileira de Ciências (ABC)
Consiste em uma organização sem fins lucrativos, não governamen-
tal e independente, criada em 1916, com o objetivo de contribuir para 
a implementação de políticas públicas na área científica. Ademais, visa 
à interação entre os próprios cientistas brasileiros, bem como entre 
esses e pesquisadores de outros países (ABC, 2020).
 • Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC)
Atua, assim como a ABC, na esfera acadêmica. É uma organização 
sem fins lucrativos, civil e apartidária, criada em 1948, tendo como 
objetivo o estímulo ao desenvolvimento científico e tecnológico no 
país. Exerce papel importante na consolidação e no fortalecimento do 
SNCTI, buscando disseminar e popularizar a ciência no Brasil. Impor-
tante destacar que a SBPC representa 144 sociedades científicas asso-
ciadas (SBPC, 2020).
 • Confederação Nacional da Indústria (CNI)
É o órgão brasileiro mais importante na elaboração de políticas pú-
blicas na área industrial. Fundada em 1938, comanda atualmente as 
federações de indústria das 27 unidades federativas, reunindo cerca 
de 1,3 milhão de estabelecimentos no país (CNI, 2020). É responsável, 
ainda, pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), pelo Serviço Nacional de Apren-
dizagem Industrial (SENAI) e pelo Serviço Social da Indústria (SESI).
 • Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI)
Trata-se de um órgão criado em 2008, incorporando cerca de 300 
lideranças empresariais, e comandado pela CNI. Objetiva o estímulo 
à inovação como alavanca para o desenvolvimento do país, buscando 
o incentivo à implementação de políticas públicas na área (MEI, 2020).
É importante não confundir 
MEI de Mobilização Empresarial 
pela Inovação com MEI de 
Microempreendedor Individual. 
Este compreende o profissional 
autônomo que é portador de 
Cadastro Nacional da Pessoa 
Jurídica (CNPJ) e que usufrui de 
uma menor carga tributária.
Atenção
Para ampliar o conhe-
cimento sobre a Mobili-
zação Empresarial pela 
Inovação, assista ao vídeo 
Conheça a Mobilização 
Empresarial pela Inovação 
(MEI), publicado pelo 
canal da Confederação 
Nacional da Indústria. 
Disponível em: https://youtu.be/
eA74Zrinr1w. Acesso em: 19 nov. 
2020.
Vídeo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Servi%C3%A7o_Nacional_de_Aprendizagem_Industrial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Servi%C3%A7o_Nacional_de_Aprendizagem_Industrial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Servi%C3%A7o_Social_da_Ind%C3%BAstria
https://youtu.be/eA74Zrinr1w
https://youtu.be/eA74Zrinr1w
124 Tecnologias aplicadas e inovação
 • Centrais sindicais
São importantes entidades de direito privado sem fins lucrativos 
que, no âmbito político, representam os anseios dos trabalhadores em 
relação às transformações produtivas advindas dos processos inova-
tivos. No Brasil ganharam força após a criação da Central Única dos 
Trabalhadores (CUT), em 1983, depois do período de ditadura militar, 
reunindo diversas entidades e organizando a classe trabalhadora.
Quanto às agências de fomento, as que fazem parte do SNCTI e que 
mais se destacam no cenário nacional são vistas de maneira detalhada 
na Seção 6.3. Já em relação aos operadores de CT&I são apresentados 
os principais agentes elencados na Figura 1.
 • Universidades
São instituições caracterizadas pela oferta de atividades de ensino, 
pesquisa e extensão (BRASIL, 2018c). Atualmente estão em sua tercei-
ra missão, que consiste na interface entre a universidade e a socieda-
de, aproximando-as de maneira sinérgica (além das já consolidadas 
missões de capacitar profissionais e de realizar atividades de pesquisa).
Essas instituições acadêmicas são de extrema relevância dentro do 
SNCTI, especialmente pelas atividades realizadas nos programas de 
pós-graduação, bem como pela possibilidade de executar transferên-
cia de tecnologia ao setor produtivo.
 • Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFEs) e 
Institutos Estaduais de CT&I
Os IFEs são instituições criadas em 2008 com a premissa de ofertar 
ensino profissional e tecnológico de qualidade no país, estando distri-
buídos em todos os estados da nação (BRASIL, 2016).
Juntamente com os IFEs, os Institutos Estaduais de CT&I podem ser 
considerados importantes agentes dentro do SNCTI (BRASIL, 2017). 
Alguns estados, inclusive, possuem Redes de Institutos Estaduais de 
Ciência, Tecnologia e Inovação (RedeIECT), como é o caso da RedeIECT 
Amazônia Legal e da RedeIECT do Estado do Maranhão.
Incentivos governamentais à inovação tecnológica 125
 • Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs)
De acordo com o artigo 2º, inciso V, da Lei de Inovação, uma ICT 
consiste em um:
órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta ou 
pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos legalmente 
constituída sob as leis brasileiras, com sede e foro no País, que 
inclua em sua missão institucional ou em seu objetivo social ou 
estatutário a pesquisa básica ou aplicada de caráter científico ou 
tecnológico ou o desenvolvimento de novos produtos, serviços 
ou processos.(BRASIL, 2004)
De modo mais claro, é possível afirmar que as universidades e as 
instituições públicas de pesquisa são denominadas no Brasil ICTs. 
Assim, são peças-chave no SNCTI, atuando na formação de profissionais 
capacitados e liderando pesquisas que favorecem o desenvolvimento 
tecnológico (ANDRADE, 2016).
 • Parques tecnológicos
Segundo a Lei de Inovação, em seu artigo 2º, inciso X, parque tecno-
lógico se refere a um:
complexo planejado de desenvolvimento empresarial e tecnoló-
gico, promotor da cultura de inovação, da competitividade indus-
trial, da capacitação empresarial e da promoção de sinergias em 
atividades de pesquisa científica, de desenvolvimento tecnológi-
co e de inovação, entre empresas e uma ou mais ICTs, com ou 
sem vínculo entre si. (BRASIL, 2004)
No cenário brasileiro há atualmente 47 parques tecnológicos distri-
buídos da seguinte forma: 2 na Região Norte; 4 na Região Centro-Oeste; 
7 na Região Nordeste; 15 na Região Sul; e 19 na Região Sudeste. Desta-
que ao Estado de São Paulo, que sozinho reúne 11 dessas instituições 
(BRASIL, 2018d).
 • Institutos de Pesquisa do MCTIC (atual MCTI)
O MCTI compreende 20 Institutos de Pesquisa (Figura 2), divididos 
em Unidades de Pesquisa (UPs) e Organizações Sociais (OS). Essas en-
tidades são responsáveis pela disseminação de conhecimento e, tam-
bém, pelo estímulo à inovação dentro de suas respectivas áreas de 
atuação (BRASIL, 2017; BRASIL, 2020b).
As Organizações da Sociedade 
Civil – OSCs (anteriormente 
denominadas organizações 
não governamentais – ONGs), 
“são entidades nascidas da livre 
organização e da participação 
social da população que 
desenvolvem ações de interesse 
público sem visarem ao lucro. 
Essas organizações constituem 
atores sociais e políticos cada vez 
mais presentes nas democracias 
contemporâneas” (IPEA, 2020).
Assim, “Organização Social (OS) 
é outra qualificação outorgada 
pela administração pública para 
entidades sem fins lucrativos, 
para que possam receber de-
terminados benefícios do poder 
público (dotações orçamentárias, 
isenções fiscais, etc.) com vistas 
à realização dos seus fins” 
(IPEA, 2020).
Atenção
126 Tecnologias aplicadas e inovação
Figura 2
Institutos de Pesquisa do MCTI
Pe
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Vi
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tte
rs
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ck
Institutos de pesquisa
Núcleos Regionais Previstos
Núcleos Regionais Implantados
Unidades de Pesquisa da CNEN
*Organizações Sociais
Boa Vista
Manaus
Cuiabá
Rio Branco
Porto Velho
Tefé
Brasília
Foz do Iguaçu
Criciúma
Santa Maria
São Paulo
Campinas
São José dos Campos
Cachoeira Paulista
Cachoeiro do Itapemirim
Rio de Janeiro
Santa Teresa
Itajubá
Belo Horizonte
Goiânia
Recife
Petrópolis
São Gabriel
da Cachoeira
Caxiuanã
Macapá
Alcântara
Teresina
Fortaleza
Natal
Campina Grande
Belém
Santarém
INPE
INPA
INPE
INPA
INPE
INPP
MPEG
MPEG
INPE
INPE
INPA
INPA
CETEM
INPE
MPEG
MPEG
CETEM
CTI
INPA
IDSM*
CGEE*
IBICT
EMBRAPII*
INA
INMA
LNA
CETENE
INSA
LNCC
INPE
INPE
CETEM
IPEN
CDTN
CRCN
CRCN
IEN
IRD
CNPEM*
CTI
INPE
CEMADEN
CBPF*
CETEM
IMPA*
INT
ON
MAST
RNP*
Fonte: Brasil, 2017, p. 31.
 • Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs)
Os INCTs são centros de pesquisa criados em 2008, totalizando hoje 
125 unidades (conforme Figura 3), atuando em parceria com outras 
agências de fomento, como a Capes, o CNPq, a Finep e o BNDES. Dentre 
seus objetivos estão a geração de redes de pesquisa e a capacitação de 
recursos humanos altamente qualificados (INCT, 2020).
Incentivos governamentais à inovação tecnológica 127
Figura 3
Distribuição Nacional dos INCTs
4
1
1 1
1 5
5
5
13
21
44
4 2
2
9
4
3
Re
se
rv
oi
r D
ot
s/
Sh
ut
te
rs
to
ck
Fonte: Brasil, 2017, p. 37.
Vale destacar que por meio dos INCTs já foram firmadas cerca de 
1.800 parcerias nacionais e 1.300 internacionais, além da formação de 
muitos em mestrado, doutorado e pós-doutorado (INCT, 2020).
 • Incubadoras de empresas
“Incubadoras são instituições que auxiliam as empresas que te-
nham como principal característica a oferta de produtos e serviços no 
mercado com significativo grau de inovação” (CRUZ, 2019). Também 
fornecem infraestrutura e apoio aos empreendedores para que desen-
volvam suas atividades de maneira adequada.
Importante salientar que há cerca de 363 incubadoras no país, sen-
do que mais de 60% estão ligadas às universidades, gerando receita e 
empregos (CRUZ, 2019).
 • Empresas inovadoras
Por fim, essas, como a própria expressão já diz, são todas aquelas 
empresas com foco na inovação para garantir vantagem competitiva 
dentro de seu segmento de mercado.
O SNCTI é composto por agentes 
políticos, agências de fomento 
e operadores de CT&I. Cite dois 
atores pertencentes a cada um 
desses grupos.
Atividade 1
128 Tecnologias aplicadas e inovação
6.2 Legislação de incentivo à CT&I 
Vídeo A fim de que determinada área seja regulamentada, apoiada e in-
centivada, é fundamental que haja auxílio governamental. Dentre as 
diversas formas pelas quais esse suporte pode ocorrer, uma das mais 
importantes é a implementação de políticas públicas.
Na área de inovação isso não é diferente. Sendo assim, foram pro-
mulgadas algumas legislações federais a partir dos anos 2000 que 
têm contribuído muito para o incentivo à atividade. Primeiramente é 
necessário destacar a inclusão do SNCTI na Constituição Federal, por 
meio da Emenda Constitucional n. 85, de 26 de fevereiro de 2015, que 
altera e adiciona dispositivos à Constituição Federal a fim de atualizar o 
tratamento das atividades de CT&I (BRASIL, 2015).
Além da inclusão do SNCTI em nossa Carta Magna, outras legisla-
ções na área de inovação foram publicadas. São elas: Lei de Inovação, 
Lei do Bem e Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação.
 • Lei de Inovação
A Lei n. 10.973, de 2 de dezembro de 2004, mais conhecida como Lei 
de Inovação, tem como foco o estímulo à pesquisa científica e tecnoló-
gica orientada para o ambiente produtivo, objetivando a capacitação, 
a independência tecnológica e o fortalecimento da indústria brasileira 
(BOCCHINO et al., 2010).
Ainda de acordo com Bocchino et al. (2010), considerando a legis-
lação citada e buscando cumprir o disposto nos artigos 218 e 219 da 
Constituição Federal de 1988, as instituições com o encargo normali-
zado de produção de pesquisa básica ou aplicada, relativas à ciência e 
tecnologia, têm obrigação legal de constituir núcleos de inovação tecno-
lógica, com o intuito de proteger a propriedade intelectual, administrar 
suas políticas de apoio à inovação e estimular a atividade de transfe-
rência de tecnologia.
Entretanto, há uma necessidade de maior detalhamento da lei, 
com vistas a preservar a identidade de empresas, indústrias e univer-
sidades, com vistas a torná-la uma ferramenta de destaque no incen-
tivo às políticas industrial e tecnológica brasileiras (MATIAS-PEREIRA; 
KRUGLIANSKAS, 2005).
Incentivos governamentais à inovação tecnológica 129
Uma das características da Lei de Inovação é o regime especial de 
transferência de tecnologia, que reduz as barreiras de licenciamento 
do conhecimento para indústrias e estimula a inter-relação entre uni-
versidades e empresas. Além disso, estão previstos nessa legislação o 
aluguel e a cessão de laboratórios para P&D por parte das ICTs.
Ademais, por meio da Lei de Inovação, é possível às empresas 
adquirir os seguintes benefícios (LABIAK JUNIOR; MATOS; LIMA, 2011):
 • deduzir despesas na apuração do Lucro Líquido do Imposto de 
Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e apurar a base de cálculo da Contri-
buição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) – sendo que a dedução 
também pode ser aplicada aos gastos contratados no país com 
universidades, institutos de pesquisa ou inventor independente;
 • reduzir, na apuração do IRPJ, 50% do Imposto sobre Produtos 
Industrializados (IPI) sobre máquinas, aparelhos, ferramentas, 
instrumentos, equipamentos, acessórios e sobressalentes que 
acompanhem o bem e sobre depreciação acelerada de máqui-
nas, equipamentose aparelhos novos, contanto que sejam desti-
nados a P&D tecnológicos;
 • utilizar amortização acelerada em caso de aquisição de bens in-
tangíveis exclusivamente usados em atividades de pesquisa, de-
senvolvimento e inovação (PD&I) tecnológica;
 • receber crédito do Imposto de Renda (IR) sobre valores pagos, 
creditados ou remetidos a beneficiários residentes/domiciliados 
no exterior, a título de royalties de assistência técnica/científica 
e de serviços especializados previstos em contratos de transfe-
rência de tecnologia. Para fruir dessa redução, a empresa deve 
despender internamente o montante mínimo de uma vez e meia 
o valor do benefício, se localizada nas regiões Norte e Nordeste, 
e de pelo menos duas vezes, quando localizada em outra região.
 • Lei do Bem
A Lei n. 11.196, de 21 de novembro de 2005, intitulada Lei do Bem, 
cria incentivos fiscais às empresas que exercem PD&I, estreitando o vín-
culo entre universidade, institutos de pesquisa e empresas (Quadro 1). 
130 Tecnologias aplicadas e inovação
Quadro 1
Benefícios da Lei do Bem
• Dedução de 20,4% a 34% no IRPJ e CSLL dos gastos com P&D; 
• Dedução de 50% no IPI na aquisição de equipamentos e máquinas destinados à P&D;
• Depreciação e amortização rápida desses bens;
• Melhoria constante dos produtos, processos e serviços;
• Possibilidade de reinvestir os valores deduzidos na área de P&D;
• Maior competitividade no mercado; 
• Criação de inovação como alavanca de expansão das instituições; 
• Ser vista como uma empresa inovadora pelo MCTIC.
Fonte: ANPEI, 2019.
Interessante verificar que o destaque da Lei do Bem encontra-se 
nos incentivos fiscais, os quais possibilitam que as empresas maxi-
mizem sua capacidade interna de gerar inovações tecnológicas para 
produtos e processos, resultando em mais produtividade e qualidade 
e, consequentemente, em mais competitividade no mercado (LABIAK 
JUNIOR; MATOS; LIMA, 2011).
A despeito dos incentivos decorrentes da Lei do Bem, menos de 1% 
das 135 mil empresas industriais fazem uso dos incentivos fiscais para 
inovação e somente 200 participam da MEI (MOREIRA; DAVIDOVICH, 
2018). Diante desses números, fica clara a necessidade de maior divul-
gação por parte do governo sobre os benefícios dessa lei.
Por outro lado, algumas limitações da Lei do Bem devem ser consi-
deradas, como a exigência de tributação pelo Lucro Real, sendo que no 
país a maioria das empresas usa o Simples Nacional, bem como a ne-
cessidade de estimativa de lucros no exercício. Para a pequena parcela 
de empresas que utiliza a tributação pelo Lucro Real – em sua maioria 
empresas de grande porte –, segundo Matias-Pereira (2013), a imposi-
ção de aferimento de lucros no exercício representa um contratempo, 
uma vez que os altos custos dos investimentos em tecnologia acabam 
por gerar lucro apenas no período seguinte, o que interfere em sua 
utilização no período de implantação do projeto (ZITTEI et al., 2016).
De acordo com estudo desenvolvido por Matias-Pereira (2013, 
p. 240), “a Lei do Bem, em que pesem as dificuldades e deficiências na 
sua implantação, apresenta-se como um instrumento relevante para 
estimular as empresas nacionais, por meio da concessão de incentivos 
fiscais, à inovação no Brasil”.
Para fazer download 
do Guia da Lei do Bem, 
acesse a reportagem O 
que é a Lei do Bem e como 
ela ajuda sua empresa a 
inovar, publicada pela 
Associação Nacional de 
Pesquisa e Desenvol-
vimento das Empresas 
Inovadoras (ANPEI). 
Disponível em: https://anpei.org.
br/o-que-e-lei-do-bem-empresa-
inovar/. Acesso em: 19 nov. 2020.
Saiba mais
Para conhecer mais um 
pouco a respeito da Lei 
do Bem, assista ao vídeo 
Conheça a Lei do Bem que 
incentiva a inovação tecno-
lógica, da Empresa Brasil 
de Comunicação (EBC). 
Disponível em: https://tvbrasil.ebc.
com.br/brasil-em-dia/2019/12/
conheca-lei-do-bem-que-
incentiva-inovacao-tecnologica. 
Acesso em: 19 nov. 2020.
Vídeo
A fim de saber quantas 
empresas se beneficiam 
da Lei do Bem atualmen-
te, bem como conhecer 
melhorias propostas 
para essa legislação, leia 
o texto Senado discute 
modernização da lei que 
incentiva pesquisa e inova-
ção, publicado pelo site 
UOL/Agência Brasil. 
Disponível em: https://noticias.
uol.com.br/ultimas-noticias/
agencia-brasil/2020/06/12/
senado-discute-modernizacao-
de-lei-que-incentiva-pesquisa-
e-inovacao.htm. Acesso em: 19 
nov. 2020.
Saiba mais
https://anpei.org.br/o-que-e-lei-do-bem-empresa-inovar/
https://anpei.org.br/o-que-e-lei-do-bem-empresa-inovar/
https://anpei.org.br/o-que-e-lei-do-bem-empresa-inovar/
https://tvbrasil.ebc.com.br/brasil-em-dia/2019/12/conheca-lei-do-bem-que-incentiva-inovacao-tecnologica
https://tvbrasil.ebc.com.br/brasil-em-dia/2019/12/conheca-lei-do-bem-que-incentiva-inovacao-tecnologica
https://tvbrasil.ebc.com.br/brasil-em-dia/2019/12/conheca-lei-do-bem-que-incentiva-inovacao-tecnologica
https://tvbrasil.ebc.com.br/brasil-em-dia/2019/12/conheca-lei-do-bem-que-incentiva-inovacao-tecnologica
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-brasil/2020/06/12/senado-discute-modernizacao-de-lei-que-incentiva-pesquisa-e-inovacao.htm
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-brasil/2020/06/12/senado-discute-modernizacao-de-lei-que-incentiva-pesquisa-e-inovacao.htm
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-brasil/2020/06/12/senado-discute-modernizacao-de-lei-que-incentiva-pesquisa-e-inovacao.htm
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-brasil/2020/06/12/senado-discute-modernizacao-de-lei-que-incentiva-pesquisa-e-inovacao.htm
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-brasil/2020/06/12/senado-discute-modernizacao-de-lei-que-incentiva-pesquisa-e-inovacao.htm
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-brasil/2020/06/12/senado-discute-modernizacao-de-lei-que-incentiva-pesquisa-e-inovacao.htm
Incentivos governamentais à inovação tecnológica 131
 • Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação 
A Lei n. 13.243, de 11 de janeiro de 2016, intitulada Marco Legal da 
Ciência, Tecnologia e Inovação, foi regulamentada pelo Decreto Federal 
n. 9.283, publicado no Diário Oficial da União (D.O.U.) em 8 de feverei-
ro de 2018, estabelecendo ações de estímulo à inovação e à pesquisa 
científica e tecnológica no setor produtivo, regulando as relações entre 
governo, universidades e empresas e também regulamentando a Lei 
de Inovação, que é a Lei n. 10.973 de 2004. 
De acordo com o referido Decreto, a Administração Pública torna-se 
capaz de incentivar o desenvolvimento de projetos de colaboração entre 
empresas, ICTs e instituições privadas sem fins lucrativos, com o objeti-
vo de criar produtos, processos e serviços inovadores, bem como pro-
porcionar transferência e disseminação de tecnologia (BRASIL, 2018b). 
Uma novidade a ser destacada em relação à legislação é que ela 
viabiliza a possibilidade de pesquisadores de instituições públicas se 
ausentarem por um período para atuar na indústria ou constituir em-
presas de base tecnológica, o que é uma iniciativa que vai de encon-
tro à vanguarda acadêmica internacional. Nos Estados Unidos mais de 
80% dos doutores provenientes das universidades estão no ambiente 
empresarial. Entretanto, na América Latina e Caribe essa realidade é 
inversamente proporcional (PEREIRA et al., 2009). 
De acordo com Ariente e Babinski (2018), os principais avanços da 
legislação são: 
 • inserção de regras e procedimentos novos para a formalização 
de instrumentos jurídicos de parcerias, investimentos e transfe-
rências de tecnologia entre os atores públicos e privados; 
 • regras novas para a concessão de recursos de subvenções eco-
nômicas 1 ; 
 • regulamentação do bônus tecnológico 2 ; 
 • normatização das encomendas tecnológicas 3 ; 
 • constituição de procedimentos específicos e simplificados de 
prestação de contas, com prioridade aos resultados alcançados; 
 • simplificação do remanejamento de recursos inseridos em pro-
jetos de CT&I; 
 • prioridade no despacho aduaneiro de bens, matérias-primas, in-sumos, máquinas, aparelhos, equipamentos, instrumentos, pe-
ças de reposição e acessórios; 
Subvenção econômica é a 
aplicação de recursos públicos 
não reembolsáveis (sem 
restituição) em empresas, uma 
modalidade de investimento 
muito usada em países desen-
volvidos. No Brasil foi lançada 
em 2006, seguindo normas da 
Organização Mundial do Comér-
cio (OMC) (FINEP, 2020a).
1
Bônus tecnológico represen-
ta a “subvenção a microempresas 
e a empresas de pequeno e 
médio porte, com base em do-
tações orçamentárias de órgãos 
e entidades da administração 
pública, destinada ao pagamen-
to de compartilhamento e uso 
de infraestrutura de pesquisa e 
desenvolvimento tecnológicos, 
de contratação de serviços 
tecnológicos especializados, 
ou transferência de tecnologia, 
quando esta for meramente 
complementar àqueles serviços, 
nos termos de regulamento” 
(BRASIL, 2018a).
2
Encomendas tecnológicas 
são “tipos especiais de compras 
públicas destinadas a solucionar 
desafios específicos através do 
desenvolvimento de produtos, 
serviços ou sistemas que ainda 
não estão disponíveis no merca-
do ou, simplesmente, que ainda 
não existem. Na medida em 
que pouco se sabe sobre o real 
desempenho da solução frente 
ao problema enfrentado, trata-se 
de uma compra pública com 
elevado nível de incerteza tecno-
lógica” (RAUEN, 2018, p. 1). 
3
132 Tecnologias aplicadas e inovação
 • incentivos à internacionalização das ICTs públicas; 
 • isenção do IPI e do Imposto de Importação, que ocasionalmente 
incidem sobre a realização de projetos de CT&I desenvolvidos por 
empresas. 
Outro aspecto bastante relevante foi o atendimento à antiga de-
manda das ICTs públicas, no que se refere à dispensa de licitação para 
transferência de tecnologia com cláusulas de exclusividade. Nesses ca-
sos, a norma infralegal condiciona o acordo à divulgação de extrato 
da oferta tecnológica no site oficial da ICT (ARIENTE; BABINSKI, 2018).
Não obstante os avanços legislativos, Rauen (2016, p. 33-34) salienta 
que seria interessante haver mudanças no marco legal da inovação, as 
quais visassem, além da redução da insegurança jurídica e da consoli-
dação das possibilidades vigentes, ao “fortalecimento de ferramentas 
de estímulo ao aumento da participação empresarial no processo ino-
vativo – que permanece em patamares ainda muito baixos”.
Em seguida, vale citar brevemente uma legislação específica para a 
área de informática, automação e telecomunicações, bem como uma 
iniciativa governamental de alavancagem do setor automobilístico.
 • Lei de Informática
A Lei n. 8.248, de 23 de outubro de 1991, surgiu para estimular a 
competitividade e impulsionar a inovação de empresas da área de 
informática, telecomunicações e automação. Os incentivos às empre-
sas envolvem a redução e suspensão do IPI e do ICMS em condições 
predeterminadas e a preferência pela aquisição de produtos fabricados 
no país e destinados a órgãos da Administração Pública. As empresas 
beneficiadas com os incentivos devem se comprometer a destinar 5% 
do faturamento bruto em P&D, bem como produzir peças localmente 
atendendo a um Processo Produtivo Básico (PPB) (BRASIL, 2020c), que 
consiste no “conjunto mínimo de operações, no estabelecimento fa-
bril, que caracteriza a efetiva industrialização de determinado produto” 
(BRASIL, 1991).
 • Rota 2030
Programa do Governo Federal lançado no final de 2018 com pra-
zo de duração de 15 anos, contemplando três períodos de cinco anos 
cada. O foco é estimular a indústria automotiva nacional, potencializan-
do sua inserção no mercado internacional com a produção de veículos 
norma infralegal: é uma 
norma secundária que se 
encontra abaixo das leis, como é 
o caso das portarias e instruções 
normativas.
Glossário
Para compreender um 
pouco mais sobre a 
importante ferramenta 
denominada encomenda 
tecnológica, leia o texto In-
vestimento no setor público 
em inovação: as encomen-
das tecnológicas (ETECs), 
publicado por Arby Rech, 
no site JOTA. 
Disponível em: https://
www.jota.info/coberturas-
especiais/inova-e-acao/
investimento-do-setor-publico-
em-inovacao-as-encomendas-
tecnologicas-etecs-21072020. 
Acesso em: 19 nov. 2020.
Saiba mais
Aponte um benefício às empre-
sas trazido por cada uma das três 
importantes legislações de fo-
mento à inovação apresentadas 
neste capítulo: a Lei de Inovação, 
Lei do Bem e o Marco Legal da 
Ciência Tecnologia e Inovação.
Atividade 2
https://www.jota.info/coberturas-especiais/inova-e-acao/investimento-do-setor-publico-em-inovacao-as-encomendas-tecnologicas-etecs-21072020
https://www.jota.info/coberturas-especiais/inova-e-acao/investimento-do-setor-publico-em-inovacao-as-encomendas-tecnologicas-etecs-21072020
https://www.jota.info/coberturas-especiais/inova-e-acao/investimento-do-setor-publico-em-inovacao-as-encomendas-tecnologicas-etecs-21072020
https://www.jota.info/coberturas-especiais/inova-e-acao/investimento-do-setor-publico-em-inovacao-as-encomendas-tecnologicas-etecs-21072020
https://www.jota.info/coberturas-especiais/inova-e-acao/investimento-do-setor-publico-em-inovacao-as-encomendas-tecnologicas-etecs-21072020
https://www.jota.info/coberturas-especiais/inova-e-acao/investimento-do-setor-publico-em-inovacao-as-encomendas-tecnologicas-etecs-21072020
Incentivos governamentais à inovação tecnológica 133
menos poluentes e mais seguros. Dentre os objetivos do projeto estão: 
o aumento dos investimentos em PD&I e em eficiência energética; in-
cremento da produtividade das indústrias; estímulo ao uso de biocom-
bustíveis; entre outros (ANPEI, 2020).
6.3 Fontes de fomento à inovação 
Vídeo Dentre as principais agências públicas de fomento à inovação po-
dem ser citadas: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e 
Tecnológico (CNPq); Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de 
Nível Superior (Capes); Financiadora de Estudos e Projetos (Finep); Ban-
co Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Empresa 
Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII); e Fundações 
de Amparo à Pesquisa (FAPs).
Na Figura 4 é possível visualizar a qual ministério do Governo Federal 
cada agência de fomento pertence; ressalva às FAPs, que por serem es-
taduais estão diretamente ligadas aos respectivos governos estaduais.
Figura 4
Ministérios do Governo Federal e suas respectivas agências de fomento
Fonte: Elaborada pela autora.
Ministério da 
Ciência, Tecnologia 
e Inovações (MCTI)
Ministério da 
Educação (MEC)
Ministério da 
Economia 
134 Tecnologias aplicadas e inovação
 • CNPq
Organização pública criada em 1951, que “tem como principais atri-
buições fomentar a pesquisa científica, tecnológica e de inovação e pro-
mover a formação de recursos humanos qualificados para a pesquisa, 
em todas as áreas do conhecimento” (BRASIL, 2020a).
Muito embora as universidades sejam consideradas o principal 
lócus de pesquisa no país, há que se ponderar que muitas delas não 
possuem recursos próprios para realizar essa atividade. Sendo assim, 
o CNPq atua como a maior agência pública de financiamento de pes-
quisas no Brasil (RIBEIRO, 2017).
 • Capes
Entidade criada em 1952 com o objetivo de prestar suporte à pós-
-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) no país. Executa a ava-
liação de cursos, divulga a produção científica e realiza o investimento 
na formação de profissionais altamente capacitados, além de estimular 
a cooperação científica entre os países (BRASIL, 2020d).
A partir de 2007 ampliou sua área de atuação, passando a colabo-
rar também para a formação de professores da educação básica, esti-
mulando o aperfeiçoamento contínuo dos docentes da área, tanto no 
formato presencial quanto no ensino a distância (EaD) (BRASIL, 2020d).
Figura 5
Concessão de bolsas de pós-graduação da Capes no Brasil em 2019
De 1 até 765
De 766 até 1,976
De 1,977 até 3,321
De 3,322 até 22,828 
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PE
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SE
ES
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Fonte: Capes,2020.
Quais são as principais agências 
públicas de fomento à inovação 
no Brasil?
Atividade 3
A fim de compreender 
mais amplamente a 
atuação do CNPq, assista 
ao vídeo CNPq Institucio-
nal 2016, publicado pelo 
canal CNPqOficial. 
Disponível em: https://youtu.be/
CC5j37l8jNg. Acesso em: 19 nov. 
2020.
Vídeo
https://youtu.be/CC5j37l8jNg
https://youtu.be/CC5j37l8jNg
Incentivos governamentais à inovação tecnológica 135
Na Figura 5 é possível verificar uma maior concentração de 
concessão de bolsas de pós-graduação por parte da Capes nas regiões 
Sul e Sudeste. Em contrapartida, os estados com menor volume de bol-
sas estão presentes no Norte e Nordeste.
 • Finep
Criada em 1967, é uma empresa pública brasileira que visa fomentar 
a ciência, tecnologia e inovação, oportunizando o desenvolvimento eco-
nômico e social do Brasil (FINEP, 2020b). Disponibiliza financiamentos 
reembolsáveis e não reembolsáveis, estimulando tanto a pesquisa bási-
ca quanto a aplicada, apoiando inovações em produtos e serviços e au-
xiliando, ainda, a implantação de incubadoras e parques tecnológicos.
Dentre os mais de 30 mil projetos apoiados pela Finep estão: o Mu-
seu do Amanhã (RJ); o Avião Tucano da Embraer; e o Tanque Oceâni-
co do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de 
Engenharia (COPPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 
(FINEP, 2020c).
 • BNDES
Instituição criada em 1952 e considerada um dos maiores bancos de 
desenvolvimento do mundo. Atua na concessão de financiamentos de 
longo prazo (recursos reembolsáveis) a diversos setores da economia 
brasileira, prestando suporte que abrange desde pessoas físicas até 
grandes empreendimentos, com vistas a alavancar a renda e o empre-
go e favorecer a inclusão social (BNDES, 2020).
 • EMBRAPII
Criada em 2013, é uma OS que atua nas seguintes áreas: tecnolo-
gias aplicadas; mecânica e manufatura; biotecnologia; materiais e quí-
mica; e tecnologia da informação e comunicação (TIC).
A organização almeja uma maior sinergia entre instituições de pes-
quisa e o setor produtivo, buscando mitigar os riscos que uma inovação 
envolve, ao mesmo tempo que eleva o valor tecnológico agregado dos 
produtos e processos gerados (EMBRAPII, 2020).
 • FAPs
São organizações públicas ligadas ao Poder Executivo estadual. To-
talizam no país 26 unidades (presentes em quase todos os estados, in-
cluindo o Distrito Federal, com exceção de Roraima), tendo como foco a 
promoção de atividades de pesquisa e estimulando o desenvolvimento 
Conheça um dos projetos 
mais inovadores apoiado 
pela Finep, o LabOceano, 
da COPPE/UFRJ, assistin-
do ao vídeo Tanque Oceâ-
nico da Coppe: 10 anos 
desenvolvendo tecnologias 
de ponta, publicado pelo 
canal Coppe UFRJ.
Disponível em: https://youtu.be/
qGQYTzLE11A. Acesso em: 19 
nov. 2020.
Vídeo
Para entender como o 
BNDES está presente 
na vida da população 
brasileira, assista ao 
vídeo O BNDES na sua 
vida, publicado pelo canal 
BNDES. 
Disponível em: https://youtu.
be/teMf3B05g78. Acesso em: 19 
nov. 2020.
Vídeo
Para conhecer um pouco 
mais sobre a atuação 
da EMBRAPII, assista ao 
vídeo EMBRAPII – Como 
funciona?, publicado pelo 
canal EMBRAPII. 
Disponível em: https://youtu.
be/4l0wF_L7kR8. Acesso em: 19 
nov. 2020.
Vídeo
https://youtu.be/qGQYTzLE11A
https://youtu.be/qGQYTzLE11A
https://youtu.be/teMf3B05g78
https://youtu.be/teMf3B05g78
https://youtu.be/4l0wF_L7kR8
https://youtu.be/4l0wF_L7kR8
136 Tecnologias aplicadas e inovação
científico e tecnológico por meio da concessão de bolsas e subsídios 
a projetos. A FAP mais antiga do país e que serve de modelo a todas 
as outras é a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo 
(FAPESP), criada em 1962 (ALVES, 2018).
Muito embora este capítulo trate dos incentivos governamentais à 
inovação tecnológica, é importante reservar um espaço para descrever 
três importantes formas de fomento à inovação realizadas por agentes 
da esfera privada que muito têm se destacado, são elas: o investidor 
anjo, o capital de risco e o crowdfunding.
 • Investidor anjo
O investidor anjo (angel investor) é caracterizado como o investidor 
individual que subsidia empreendimentos que estejam em iniciação ou 
na fase de implantação, sendo que os valores de financiamento não ul-
trapassam o limite de 1 milhão de reais (LABIAK JUNIOR; MATOS; LIMA, 
2011). O valor investido é denominado capital semente (seed capital).
 • Capital de risco
Há ainda um fundo de investimento voltado a projetos de alto risco, 
chamado de capital de risco (venture capital). Nessa categoria, os valores 
ultrapassam 1 milhão de reais e o investidor, intitulado capitalista de 
risco (venture capitalist), passa a ser um acionista temporário do em-
preendimento (LABIAK JUNIOR; MATOS; LIMA, 2011).
Figura 6
Representação do ciclo de investimento privado
Fonte: Labiak Junior, Matos e Lima, 2011, p. 73, adaptada de McGee, 2000.
Para conhecer com mais 
detalhes as opções de 
suporte à inovação para 
as empresas, leia o Guia 
Prático de Apoio à Inova-
ção, da ANPEI.
Disponível em: http://www.
ipdmaq.org.br/Portal/Principal/
Arquivos/Downloads/Documentos/
DETI/Guia%20Pr%C3%A1tico%20
de%20Apoio%20a%20
Inova%C3%A7%C3%A3o%20
-%20ANPEI.pdf. Acesso em: 19 
nov. 2020.
Saiba mais
A fim de ampliar o conhe-
cimento sobre fontes de 
fomento à inovação, leia 
o texto Fontes de fomento 
à inovação: Conheça os 
mecanismos de apoio, no 
site do Sistema Regional 
de Inovação (SRI). 
Disponível em: https://
plataformasri.pti.org.br/noticias/
fontes-de-fomento-a-inovacao-
conheca-os-mecanismos-de-
apoio/. Acesso em: 19 nov. 2020.
Saiba mais
http://www.ipdmaq.org.br/Portal/Principal/Arquivos/Downloads/Documentos/DETI/Guia%20Pr%C3%A1tico%20de%20Apoio%20a%20Inova%C3%A7%C3%A3o%20-%20ANPEI.pdf
http://www.ipdmaq.org.br/Portal/Principal/Arquivos/Downloads/Documentos/DETI/Guia%20Pr%C3%A1tico%20de%20Apoio%20a%20Inova%C3%A7%C3%A3o%20-%20ANPEI.pdf
http://www.ipdmaq.org.br/Portal/Principal/Arquivos/Downloads/Documentos/DETI/Guia%20Pr%C3%A1tico%20de%20Apoio%20a%20Inova%C3%A7%C3%A3o%20-%20ANPEI.pdf
http://www.ipdmaq.org.br/Portal/Principal/Arquivos/Downloads/Documentos/DETI/Guia%20Pr%C3%A1tico%20de%20Apoio%20a%20Inova%C3%A7%C3%A3o%20-%20ANPEI.pdf
http://www.ipdmaq.org.br/Portal/Principal/Arquivos/Downloads/Documentos/DETI/Guia%20Pr%C3%A1tico%20de%20Apoio%20a%20Inova%C3%A7%C3%A3o%20-%20ANPEI.pdf
http://www.ipdmaq.org.br/Portal/Principal/Arquivos/Downloads/Documentos/DETI/Guia%20Pr%C3%A1tico%20de%20Apoio%20a%20Inova%C3%A7%C3%A3o%20-%20ANPEI.pdf
http://www.ipdmaq.org.br/Portal/Principal/Arquivos/Downloads/Documentos/DETI/Guia%20Pr%C3%A1tico%20de%20Apoio%20a%20Inova%C3%A7%C3%A3o%20-%20ANPEI.pdf
https://plataformasri.pti.org.br/noticias/fontes-de-fomento-a-inovacao-conheca-os-mecanismos-de-apoio/
https://plataformasri.pti.org.br/noticias/fontes-de-fomento-a-inovacao-conheca-os-mecanismos-de-apoio/
https://plataformasri.pti.org.br/noticias/fontes-de-fomento-a-inovacao-conheca-os-mecanismos-de-apoio/
https://plataformasri.pti.org.br/noticias/fontes-de-fomento-a-inovacao-conheca-os-mecanismos-de-apoio/
https://plataformasri.pti.org.br/noticias/fontes-de-fomento-a-inovacao-conheca-os-mecanismos-de-apoio/
Incentivos governamentais à inovação tecnológica 137
Conforme é possível verificar na Figura 6, o empreendimento inicia 
com uma ideia, sendo então financiado por um investidor anjo (ou vá-
rios). Assim, com a expansão dos negócios, há a entrada do capitalista 
de risco, responsável não somente pelo aporte financeiro, mas tam-
bém por compartilhar a gestão empresarial. Com a consolidação do 
empreendimento ocorre a saída das figuras do investidor anjo e do ca-
pitalista de risco, abrindo novas possibilidades à empresa recém-criada.
 • Crowdfunding
Consiste no financiamento coletivo de um projeto, por meio da in-
ternet, sendo também conhecido como vaquinha on-line. Pode ocorrer 
em duas modalidades – a primeira na forma de doação e a segunda 
como investimento –, sendo que em ambas, na maioria das vezes, as 
pessoas físicasque acreditam no potencial do empreendimento resol-
vem investir recursos nele. A diferença é que na primeira modalidade 
não há qualquer retribuição e na segunda a expectativa é de retorno na 
forma de rendimento do valor aplicado. Ambas as modalidades podem 
ser de caráter pessoal, social, cultural ou para estruturação de uma em-
presa, por exemplo.
A fim de conhecer diver-
sos sites de crowdfunding 
e suas principais caracte-
rísticas, acesse o site do 
crowdfunding no Brasil.
Disponível em: https://www.
crowdfundingnobrasil.com.br/. 
Acesso em: 19 nov. 2020. 
Saiba mais
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diversos são os atores que compõem um sistema de inovação. No 
caso do Brasil, o SNCTI é formado por agentes políticos, agências de fo-
mento e operadores de CT&I.
De acordo com as informações apresentadas neste capítulo foi 
possível perceber que aos atores políticos cabe a responsabilidade de 
criar normas de funcionamento do sistema. Já as agências de fomento 
são incumbidas de prover as condições de cumprimento das resoluções 
advindas dos atores políticos. Enfim, aos operadores de CT&I pertence a 
função de operacionalização das ações de inovação programadas.
Cabe destaque ao coordenador do SNCTI, o MCTI, que possui a res-
ponsabilidade de estabelecer as políticas nacionais de inovação, bem 
como a condução de duas importantes agências de fomento, a Finep e o 
CNPq. Além do MCTI, os Ministérios da Economia e da Educação também 
exercem papel importante ao comandarem outras duas agências funda-
mentais no estímulo à inovação: o BNDES e a Capes, respectivamente.
https://www.crowdfundingnobrasil.com.br/
https://www.crowdfundingnobrasil.com.br/
138 Tecnologias aplicadas e inovação
Além das instituições citadas, muitas outras que fazem parte do SNCTI 
foram abordadas neste capítulo, buscando apresentar ao leitor um pano-
rama amplo do sistema de inovação brasileiro.
Ademais, foram apresentadas as principais iniciativas em termos de le-
gislação para fomentar a CT&I no país, tendo destaque as Leis de Inovação 
e do Bem, além do Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Por fim, é possível afirmar que a estruturação de um sistema de ino-
vação forte é fator fundamental na busca pelo desenvolvimento. No caso 
brasileiro não é diferente; para deixarmos de ser uma nação com estrutu-
ra produtiva centrada em commodities e buscarmos reduzir a lacuna que 
nos separa de nações desenvolvidas não há outro caminho que não seja 
o do estímulo à inovação.
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http://www.finep.gov.br/images/a-finep/Politica/16_03_2018_Estrategia_Nacional_de_Ciencia_Tecnologia_e_Inovacao_2016_2022.pdf
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http://antigo.mctic.gov.br/mctic/opencms/institucional/entidadesVinculadas/unidadesPesquisa/index.html
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140 Tecnologias aplicadas e inovação
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GABARITO
1. Dentre os agentes políticos podem ser citados o Congresso Nacional e as agências re-
guladoras. Quanto às agências de fomento, o BNDES e a Finep. Por último, em relação 
aos operadores de CT&I, as universidades e os parques tecnológicos.
2. Um dos benefícios trazidos pela Lei de Inovação foi a possibilidade de as ICTs compar-
tilharem seus laboratórios de P&D com empresas inovadoras.Já a Lei do Bem possi-
bilita a dedução de 50% no IPI na aquisição de equipamentos e máquinas destinados 
à P&D. Por fim, o Marco Legal da CT&I permite que pesquisadores de instituições 
públicas possam se afastar de suas funções por um período determinado para traba-
lhar na indústria.
3. As principais agências públicas de fomento à inovação no Brasil são: o CNPq; a Capes; 
a Finep; o BNDES; a EMBRAPII; e as FAPs.
http://inct.cnpq.br/sobre/
http://inct.cnpq.br/sobre/
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TEC
N
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LO
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IA
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PLIC
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IA
 G
A
V
A
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EIRO
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6670-4
9 7 8 8 5 3 8 7 6 6 7 0 4
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