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Livro - Tecnologias Aplicadas e Inovação

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Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6670-4
9 7 8 8 5 3 8 7 6 6 7 0 4
Código Logístico
59529
Tecnologias aplicadas 
e inovação 
Patricia Gava Ribeiro
IESDE BRASIL
2020
© 2020 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito da autora e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: vs148 /Shutterstock
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
R371t
Ribeiro, Patricia Gava
Tecnologias aplicadas e inovação / Patricia Gava Ribeiro. - 1. ed. - 
Curitiba [PR] : IESDE, 2020. 
140 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6670-4
1. Tecnologia - Administração. 2. Inovações tecnológicas - Administra-
ção. 3. Tecnologia da informação. I. Título.
20-65033 CDD: 20-65033
CDU: 005.94:004
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Patricia Gava Ribeiro Mestre em Planejamento e Governança Pública pela 
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). 
Especialista em Marketing pela Pontifícia Universidade 
Católica do Paraná (PUCPR). Graduada em Ciências 
Econômicas pela Universidade Federal do Paraná 
(UFPR). Atualmente cursa MBA em Gestão Estratégica 
da Inovação e Propriedade Intelectual na Unopar. Atua 
como servidora pública na UTFPR desde 2007. Além 
disso, tem interesse nas áreas de inovação, tecnologia 
e propriedade intelectual, com alguns trabalhos 
publicados nessa temática.
SUMÁRIO
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
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SUMÁRIO
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1 Gestão da inovação tecnológica 9
1.1 Ciência e tecnologia 10
1.2 Invenção e inovação 13
1.3 Tipos de inovação 16
1.4 Natureza ou impacto da inovação 18
1.5 Gestão da inovação tecnológica 23
1.6 Práticas de gestão da inovação 30
2 Inovação e seus fundamentos tecnológicos 37
2.1 Schumpeter e inovação 37
2.2 Revoluções tecnológicas 43
2.3 Panorama da inovação no Brasil 53
3 Modelos de inovação tecnológica 62
3.1 Modelo linear 62
3.2 Modelo paralelo 65
3.3 Modelo Tidd, Bessant e Pavitt (modelo funil) 67
3.4 Modelo de inovação aberta (open innovation) 69
4 A inovação como fonte de competitividade 75
4.1 Noção de cadeia de valor 75
4.2 Inovação como fator de vantagem competitiva 79
4.3 Tecnologias portadoras de futuro 83
5 Gestão da propriedade intelectual 95
5.1 Propriedade industrial e propriedade intelectual 96
5.2 Classificação dos direitos de propriedade intelectual 98
5.3 Propriedade intelectual e desenvolvimento econômico 108
5.4 Propriedade intelectual e transferência de tecnologia 110
5.5 Cooperação entre universidade e empresa 112
6 Incentivos governamentais à inovação tecnológica 119
6.1 Sistema de CT&I 120
6.2 Legislação de incentivo à CT&I 128
6.3 Fontes de fomento à inovação 133
O objetivo desta obra é apresentar ao leitor os diversos aspectos 
relacionados a ciência, tecnologia e inovação, buscando contribuir para 
o aprendizado nessas áreas. Não há, contudo, a pretensão de esgotar 
tão vasto tema, mas sim de apontar caminhos para que o estudante 
possa se aprofundar no assunto.
Assim, foram abordados tópicos considerados relevantes à 
temática, sendo divididos em seis capítulos, de modo a contemplar 
desde conceitos fundamentais, passando pela evolução histórica, que 
resultou na sociedade do conhecimento, até ampliar o estudo sobre a 
importância da inovação à competitividade das empresas bem como 
em relação à proteção adequada dos bens intangíveis decorrentes da 
atividade inovativa. 
Dessa forma, o estudo tem início com a apresentação, no primeiro 
capítulo, dos conceitos de ciência, tecnologia, invenção e inovação, 
tão necessários ao aprofundamento do conhecimento na área. Na 
sequência são vistos os tipos de inovação existentes – de produto, 
de processo, organizacionais e de marketing –, abordando suas 
características e apresentando alguns exemplos. Ainda nesse capítulo 
é tratada a natureza ou o impacto da inovação, trazendo conceitos 
como inovação disruptiva e incremental, entre outros. Ademais, são 
apresentados o tema da gestão da inovação tecnológica e as práticas 
de gestão da inovação mais aplicadas.
No Capítulo 2 busca-se realizar um resgate histórico dos 
acontecimentos a partir da Revolução Industrial, período no qual o 
capitalismo se estabeleceu como sistema econômico, dando início 
aos estudos sobre a inovação e seus impactos. É dado certo destaque 
à figura de Joseph Schumpeter, renomado economista que dedicou 
grande parte de sua vida ao estudo dos impactos das inovações 
tecnológicas na sociedade. Dando continuidade ao trabalho sobre 
Schumpeter, são analisados também os estudos de seus seguidores, 
denominados neoshumpeterianos, apresentando as cinco revoluções 
tecnológicas ocorridas e, ainda, contemplando os pensadores mais 
relevantes de cada período. Nesse capítulo é realizado, também, um 
panorama da inovação no Brasil, destacando alguns dos indicadores 
mais importantes da área.
APRESENTAÇÃO
Vídeo
No Capítulo 3 ressalta-se a importância da utilização de modelos de inovação 
com o objetivo de tornar as empresas mais competitivas, sendo necessário 
buscar aquele que mais corresponda às características e particularidades de 
cada instituição. Sendo assim, apresenta-se, dentre os modelos de inovação 
existentes, quatro utilizados em escala global: modelo linear; modelo paralelo; 
modelo Tidd, Bessant e Pavitt; e modelo de inovação aberta (open innovation).
No quarto capítulo é abordado o importante conceito de cadeia de valor, 
relacionado à geração de vantagem competitiva por parte das empresas. A sua 
definição é fundamental para se compreender como as empresas podem 
se destacar frente à concorrência cada vez mais acirrada, especialmente em 
termos de sustentabilidade. Na sequência, analisa-se como a inovação pode ser 
vista enquanto um fator de vantagem competitiva e, por fim, apresenta-se as 
tecnologias portadoras de futuro, isto é, atividades que em um futuro não muito 
distante possivelmente mudarão o mundo como é conhecido atualmente.
No Capítulo 5 são trazidas diversas questões relativas à propriedade 
intelectual, iniciando por sua diferenciação em relação à propriedade industrial, 
seguida pela classificação dos direitos de propriedade intelectual (direito 
autoral, propriedade industrial e proteção sui generis), que são subdivididos em 
diversas categorias, como marca, patente, desenho industrial, entre outros. 
Salienta-se ainda a importância de compreender a relação entre propriedade 
intelectual e desenvolvimento econômico. Mais além, é analisada a atividade- 
-fim da propriedade intelectual, que consiste na transferência de tecnologia ao 
setor produtivo. Por último, são verificados aspectos referentes à cooperação 
entre universidade e empresa, atividade cada vez mais importante para ambos 
os players e para a sociedade como um todo.
Para o sexto e último capítulo é reservada a abordagem do sistema 
de inovação brasileiro, considerandoque esse é composto por agentes 
políticos, agências de fomento e operadores de ciência, tecnologia e inovação. 
Apresenta-se também as legislações que se destacam no cenário nacional em 
termos de incentivo à inovação, como a Lei de Inovação, a Lei do Bem e o 
Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação. Finalmente, são enfatizadas as 
atividades desempenhadas pelas agências públicas de fomento, bem como 
indicadas duas fontes de financiamento privado à inovação.
Após a leitura, certamente o leitor concluirá que o caminho para o 
desenvolvimento de uma nação necessariamente passa pelo fortalecimento 
do trinômio ciência, tecnologia e inovação.
Sucesso em seus estudos!
Gestão da inovação tecnológica 9
1
Gestão da inovação 
tecnológica
Você consegue imaginar um mundo sem energia elétrica, 
computadores, smartphones, automóveis ou aviões? É quase im-
possível, não é mesmo? Pois bem, essa seria a realidade se não 
existissem pessoas dispostas a questionar, experimentar e ir além. 
Graças a esses indivíduos, há tudo isso hoje.
Para compreender um pouco mais sobre como novos produ-
tos e processos são criados, com muitos revolucionando o funcio-
namento das coisas até então, será necessário conhecer alguns 
conceitos importantes e muito úteis para o aprofundamento do 
conhecimento. Entre eles, destacam-se a ciência, a tecnologia, a 
invenção e a inovação. Todos estão de certa forma interligados, 
embora não de maneira linear, ou seja, não ocorrem de modo ne-
cessariamente sequencial, podem acontecer de maneiras distintas 
e contar com a participação de atores diversos.
Neste capítulo, além da análise de conceitos ligados à inovação, 
serão explanados os tipos de inovação existentes, quais sejam, 
inovações de produto, inovações de processo, inovações organiza-
cionais e inovações de marketing, bem como suas principais carac-
terísticas e exemplos.
Posteriormente, será discutida a natureza ou o impacto da ino-
vação, abordando os termos inovação disruptiva, inovação incremen-
tal, novo sistema tecnológico e novo paradigma técnico-econômico.
Como continuidade aos estudos, será discutida a gestão da ino-
vação tecnológica e, por fim, serão apontadas as práticas de gestão 
da inovação mais utilizadas.
10 Tecnologias aplicadas e inovação
1.1 Ciência e tecnologia 
Vídeo Ao passo que a ciência possui uma ligação maior com a ob-
servação de fenômenos, comprovação de hipóteses e o avanço 
do conhecimento, a tecnologia, por sua vez, está muito mais 
relacionada com as consequências para a sociedade (impactos 
econômicos e sociais), decorrentes da aplicação de novos pro-
dutos, processos e materiais (REIS, 2008).
No caso da ciência, esta pode ser dividida em ciência pura – ou 
básica – e ciência aplicada (Figura 1). A primeira está atrelada à 
investigação, à análise de fenômenos e à tentativa de explicá-los de 
maneira científica. Um exemplo muito claro dessa modalidade de ciên-
cia é o estudo das características do novo coronavírus.
Já a ciência aplicada possui como característica a aplicação do 
conhecimento para buscar a solução de determinado problema, 
procurando criar produtos que atendam às necessidades da so-
ciedade. Como exemplo, pode-se citar a criação de uma vacina 
para prevenção da Covid-19 (infecção causada pelo novo 
coronavírus).
Normalmente, as duas modalidades de ciência 
andam de mãos dadas e não se pode afirmar que 
uma tenha maior importância do que a outra, em-
bora a ciência aplicada seja a mais reconhecida pela 
sociedade em geral.
Ao situar historicamente a dualidade entre ciência bá-
sica e aplicada, consta que o período pós-Segunda 
Guerra foi o momento em que a ciência básica 
passou a ser vista como precursora do progres-
so tecnológico somente se estivesse distanciada 
do empirismo. Isso culminou no modelo linear de 
inovação, em que se acreditava que os avanços 
científicos eram transformados em soluções prá-
ticas por meio de um movimento dinâmico ligan-
do a ciência à tecnologia (STOKES, 2005). Nesse 
modelo, acreditava-se nesta sequência:
Figura 1
Ciência pura e 
ciência aplicada
W
iki
m
ed
ia
 C
om
m
on
s.
Ciência pura envolve 
estudos de fenômenos.
Ciência aplicada é a 
utilização de estudos 
da ciência pura em 
favor da sociedade.
Gestão da inovação tecnológica 11
Vyac
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s/
Sh
ut
te
rs
to
ck
Pesquisa 
básica 
(pura)
Pesquisa 
aplicada
Desenvolvi-
mento
Produção
Contrariando tal modelo, Stokes (2005) e seus seguidores creem 
na complementaridade entre pesquisa básica e aplicada. Surge, então, 
uma nova proposta de classificação, relacionando conhecimento e apli-
cação prática, formada por quatro quadrantes que especificam a natu-
reza da pesquisa, intitulada quadrante de Pasteur.
Figura 2
Quadrante de Pasteur
BOHR 
Pesquisa básica pura
Bu
sc
a 
de
 n
ov
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 c
on
he
ci
m
en
to
s?
Busca de aplicações práticas?
PASTEUR 
Pesquisa básica ligada 
à aplicação
EDISON 
Pesquisa aplicada 
à aplicação
Fonte: Elaborada pela autora com base em Stokes, 2005.
Na Figura 2, o quadrante superior à esquerda identifica a pesquisa 
básica pura, que representa a busca por novos conhecimentos, contu-
do sem aplicações práticas. Esse quadrante recebeu o nome de Bohr, 
físico dinamarquês, cujo estudo do modelo atômico é classificado como 
ciência pura. O quadrante inferior esquerdo representa os estudos que 
não buscam entendimentos nem aplicações práticas, mas apenas con-
templam fenômenos específicos. A célula no canto direito inferior re-
trata a pesquisa aplicada, que não busca novos conhecimentos, mas 
sim aplicações práticas, denominada quadrante de Edison, cujas pes-
quisas buscavam rentabilidade por meio da comercialização de seus 
12 Tecnologias aplicadas e inovação
inventos. O último quadrante, localizado no canto superior direito, é 
caracterizado pela busca de novos conhecimentos aliada à procura por 
aplicações práticas. Foi batizado de quadrante de Pasteur, justamente 
pelo fato de seus estudos buscarem a solução de um impasse relativo à 
fermentação, fitando uma compreensão do papel dos microrganismos 
no fenômeno, o que culminou no processo industrial da pasteurização 
(elevação da temperatura seguida de súbito resfriamento, com o intui-
to de eliminar os micróbios).
De maneira empírica, pode-se relacionar a ciência com artigos cien-
tíficos, dissertações e teses, sendo um conhecimento de ordem públi-
ca. Já a tecnologia, está mais vinculada com as patentes, por exemplo, 
tendo um caráter, portanto, privado (REIS, 2008).
Vale destacar que tanto a ciência quanto a tecnologia não podem ser 
consideradas neutras, uma vez que retratam o contexto histórico, social e 
político em que estão inseridas. Dessa forma, devem ser compreendidas à 
luz desse contexto, e não de maneira isolada (CASTELLANOS, 2007).
Outro aspecto importante a ser considerado é o fato de que a ciên-
cia serve de base para a tecnologia. Contudo, nem sempre as inovações 
têm como base conhecimentos científicos (MATTOS; GUIMARÃES, 2012), 
podendo ocorrer de modo experimental ou até mesmo acidental.
Para um melhor entendimento dos conceitos, é possível afirmar que a 
ciência, de acordo com Longo (2000, p. 1), pode ser caracterizada como “o 
conjunto organizado dos conhecimentos relativos ao universo, envolven-
do seus fenômenos naturais, ambientais e comportamentais”. Já a tecno-
logia, por sua vez, pode ser compreendida como “o conjunto organizado 
de todos os conhecimentos científicos, empíricos ou intuitivos emprega-
dos na produção e comercialização de bens e serviços” (LONGO, 2000, 
p. 1). Pode, também, ser interpretada como o lado econômico da ciência, 
considerando que a tecnologia, desde o século XIX, tem procurado en-
contrar na ciência novos caminhos para a produção do conhecimento 
técnico. Essa busca resulta em uma reorientação dos rumos da ciência no 
sentido dos interesses econômicos (MACEDO; BARBOSA, 2000).
Entre os aspectos positivos do emprego da tecnologia, podem ser 
citados: aumento da produção de alimentoscom a mecanização; eco-
nomia de escala e maior possibilidade de aquisição de bens de con-
sumo; facilidade de acesso a serviços e à locomoção; diagnósticos e 
tratamentos de saúde mais eficazes. Já como aspectos negativos, é 
Para conferir um exemplo 
da ligação entre ciência 
pura e ciência aplicada, 
leia o artigo Cientistas 
brasileiros desenvolvem 
aplicativo para diagnóstico 
da Covid-19, de Marcelo 
Canquerino, publicado no 
Jornal da USP. 
Disponível em: https://jornal.
usp.br/ciencias/pesquisadores-
da-usp-desenvolvem-aplicativo-
para-diagnostico-da-covid-
19/?fbclid=IwAR0acKxi4CMrx54h-
dsDX9UwzgetKAZO4d_
OsdJfD3Znv1wEfcbIrSNQeYw. 
Acesso em: 19 jun. 2020.
Saiba mais
Com base nos conhecimentos 
adquiridos sobre ciência pura 
e aplicada, relacione cada um 
dos seguintes exemplos com 
uma das seções do quadrante de 
Pasteur: observação de pássaros; 
estudo de Mendel sobre ervilhas; 
linha de montagem de Henry 
Ford e descoberta dos raios X.
Atividade 1
https://jornal.usp.br/ciencias/pesquisadores-da-usp-desenvolvem-aplicativo-para-diagnostico-da-covid-19/?fbclid=IwAR0acKxi4CMrx54h-dsDX9UwzgetKAZO4d_OsdJfD3Znv1wEfcbIrSNQeYw
https://jornal.usp.br/ciencias/pesquisadores-da-usp-desenvolvem-aplicativo-para-diagnostico-da-covid-19/?fbclid=IwAR0acKxi4CMrx54h-dsDX9UwzgetKAZO4d_OsdJfD3Znv1wEfcbIrSNQeYw
https://jornal.usp.br/ciencias/pesquisadores-da-usp-desenvolvem-aplicativo-para-diagnostico-da-covid-19/?fbclid=IwAR0acKxi4CMrx54h-dsDX9UwzgetKAZO4d_OsdJfD3Znv1wEfcbIrSNQeYw
https://jornal.usp.br/ciencias/pesquisadores-da-usp-desenvolvem-aplicativo-para-diagnostico-da-covid-19/?fbclid=IwAR0acKxi4CMrx54h-dsDX9UwzgetKAZO4d_OsdJfD3Znv1wEfcbIrSNQeYw
https://jornal.usp.br/ciencias/pesquisadores-da-usp-desenvolvem-aplicativo-para-diagnostico-da-covid-19/?fbclid=IwAR0acKxi4CMrx54h-dsDX9UwzgetKAZO4d_OsdJfD3Znv1wEfcbIrSNQeYw
https://jornal.usp.br/ciencias/pesquisadores-da-usp-desenvolvem-aplicativo-para-diagnostico-da-covid-19/?fbclid=IwAR0acKxi4CMrx54h-dsDX9UwzgetKAZO4d_OsdJfD3Znv1wEfcbIrSNQeYw
https://jornal.usp.br/ciencias/pesquisadores-da-usp-desenvolvem-aplicativo-para-diagnostico-da-covid-19/?fbclid=IwAR0acKxi4CMrx54h-dsDX9UwzgetKAZO4d_OsdJfD3Znv1wEfcbIrSNQeYw
Gestão da inovação tecnológica 13
possível elencar: redução de recursos naturais; aumento da poluição; 
impacto em relação às mudanças climáticas; elevação dos níveis de de-
semprego e aumento da produção de resíduos.
1.2 Invenção e inovação 
Vídeo Uma das primeiras e mais importantes personalidades que bus-
cou entender o processo de invenções e inovações foi Joseph Alois 
Schumpeter (1883-1950), economista e cientista político da Áustria. 
Seu legado é tão importante que continua sendo estudado e desen-
volvido até hoje, especialmente por pesquisadores denominados 
neoshumpeterianos, como Nathan Rosenberg, Giovanni Dosi, Richard 
Nelson, Sidney Winter, Christopher Freeman e Carlota Perez.
Schumpeter buscou em seus estudos desvendar os mecanismos 
de movimentação da economia no sistema capitalista, principalmente 
aqueles ligados à inovação e à denominada destruição criadora.
Apesar de as invenções existirem desde tempos remotos, como a 
descoberta da roda, por exemplo, a sua transformação em inovação é 
algo bem mais recente. Até o início do século XVIII, anterior à Primeira 
Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra, a principal atividade eco-
nômica existente era a agricultura, sendo que a ciência e a tecnologia 
caminhavam de modo distante uma da outra até então.
A disseminação das inovações ocorreu gradualmente, iniciando na 
indústria têxtil e na produção de ferro. Essas inovações eram realiza-
das por profissionais sem formação científica. A ciência e a tecnologia 
passaram a se aproximar somente após a criação da Escola Politécnica 
por Napoleão Bonaparte. Essa instituição buscava diplomar engenhei-
ros altamente capacitados direcionados ao atendimento de propósitos 
militares (TIGRE, 2006).
A partir da Revolução Industrial, houve uma mudança no mundo 
como existia até aquele momento. Ocorreu a substituição dos méto-
dos de produção artesanais pela produção exercida por máquinas em 
fábricas. Outras mudanças foram: uso da energia a vapor; substituição 
da madeira como combustível pelo carvão; além da transferência dos 
negócios centrados na agricultura por negócios centrados na indústria 
(Quadro 1). A Revolução Industrial, portanto, explicita a primeira ocor-
rência na história de transformação de uma economia essencialmen-
14 Tecnologias aplicadas e inovação
te agrária e com base na capacidade artesanal para outra economia 
orientada pela indústria e pela manufatura fabril (LANDES, 1994).
Quadro 1
Características dos períodos: Pré-Revolução Industrial e Pós-Revolução Industrial
Pré-Revolução Industrial Pós-Revolução Industrial
Modo de produção Artesanato Manufatura Maquinofatura
Combustível Madeira Carvão
Principal atividade 
econômica Agricultura Indústria
Relação de trabalho Trabalho individual Divisão do trabalho Divisão do trabalho dentro das fábricas
Local de trabalho Própria residência Oficinas Fábricas
Meios de produção Próprios Pertencentes ao mes-tre artesão Máquinas
Forma de 
remuneração
De acordo com a pro-
dução
Trabalho assalariado
Redução de salários e aumento na jor-
nada de trabalho
Fonte: Elaborado pela autora.
A sinergia existente entre empresários e inventores, nesse 
momento, representou relevante técnica organizacional da 
Grã-Bretanha para a criação e implementação de novas empresas 
inovativas (FREEMAN; SOETE, 2008). Dessa forma, as inovações dos 
séculos XVIII e XIX geraram uma condição singular ao capitalismo, 
fazendo com que esse sistema, por meio do investimento produtivo, 
impulsionasse o desenvolvimento tecnológico.
Entretanto, somente a partir do início do século XIX, ocorreu o 
uso comercial da ciência (TIGRE, 2006). Thomas Alva Edison, físico 
norte-americano mundialmente conhecido pela invenção da lâmpa-
da incandescente, criou o primeiro departamento de pesquisa e de-
senvolvimento (P&D) em sua companhia, a General Electric (MACEDO; 
BARBOSA, 2000), apelidada por ele de fábrica de invenções.
De acordo com Freeman e Soete (2008), apesar da existência de la-
boratórios ligados às universidades e aos governos anteriormente, foi 
apenas na década de 1870 que os primeiros laboratórios especializa-
dos em P&D foram constituídos na indústria; segundo Castells (2005), 
especificamente na indústria química alemã.
Para aprofundar seu 
conhecimento sobre as 
mudanças advindas da 
Revolução Industrial, 
assista ao vídeo Revolução 
Industrial – resumo 
desenhado, do canal 
Historiar-te.
Disponível em: http://youtu.be/
qpxaj1XEPko. Acesso em: 22 jun. 
2020.
Vídeo
http://youtu.be/qpxaj1XEPko
http://youtu.be/qpxaj1XEPko
Gestão da inovação tecnológica 15
Após a breve contextualização histórica feita até aqui, é de funda-
mental importância diferenciar os termos invenção e inovação, consi-
derando que, muitas vezes, são usados como se tivessem o mesmo 
significado. A invenção (Figura 3) é uma solução nova para um pro-
blema técnico específico, inserido em determinada área tecnológica 
(OMPI/INPI, 2018). Já o conceito de inovação pode ser descrito como a 
solução para uma dificuldade técnica de produção, que resulta de uma 
atividade inventiva direcionada à comercialização (MACEDO; BARBOSA, 
2000). No caso da inovação, a solução não precisa necessariamente ser 
nova como na invenção, podendo ser decorrente de melhorias no pa-
drão existente.
Ainda, segundo o Manual de Oslo (OCDE, 2005, p. 55):
uma inovação é a implementação de um produto (bem ou ser-
viço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou 
um novo método de marketing, ou um novo método organizacio-
nal nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho 
ou nas relações externas.
Figura 3
Invenções dos últimos séculos: motor a vapor em carro de bombeiros (século XVIII); telefone 
(século XIX); primeiro videogame (século XX); e turismo espacial, Virgin Galactic (século XXI).
A invenção estárelacionada à criação de algo que não produz um 
resultado econômico. Nesse sentido, uma descoberta que gera um 
produto ou processo novo, ou melhorado, mas que não atinge o mer-
cado, será somente uma invenção, e não uma inovação.
W
iki
m
ed
ia 
Co
m
m
on
s.
Para consultar o Manual 
de Oslo, com importantes 
diretrizes sobre inovação, 
elaborado pela Organi-
zação para Cooperação 
Econômica e Desenvolvi-
mento (OCDE), acesse o 
link a seguir.
Disponível em: https://www.
finep.gov.br/images/apoio-e-
financiamento/manualoslo.pdf. 
Acesso em: 19 jun. 2020.
Site
“Nem toda descoberta leva 
a uma invenção. E nem toda 
invenção leva a um produto” 
(CARVALHO; REIS; CAVALCANTE, 
2011, p. 23).
Atenção
Thomas Edison e Nikola 
Tesla foram responsáveis 
por inúmeras invenções 
e descobertas científicas 
que até hoje se fazem 
presentes em nosso 
cotidiano. Para conhecer 
um pouco mais sobre os 
processos de criação da 
corrente contínua e da 
corrente alternada, uma 
das criações de Edison e 
Tesla, assista ao vídeo A 
Batalha entre Gênios Niko-
la Tesla & Thomas Edison, 
da National Geographic, 
publicado no canal Bruno 
Guida. 
Disponível em: http://youtu.be/
TjB3t4TpsDo. Acesso em: 19 jun. 
2020.
Vídeo
https://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf
https://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf
https://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf
http://youtu.be/TjB3t4TpsDo
http://youtu.be/TjB3t4TpsDo
16 Tecnologias aplicadas e inovação
Em contrapartida, o processo de inovação vai além de um conceito. 
Ele se constitui no desenvolvimento de uma ideia, transformando-se, 
consequentemente, em um produto ou processo inovador que atin-
ge o mercado por ser economicamente viável (JUNGMANN; BONETTI, 
2010). Observe o esquema a seguir.
 = + Resultadoprático
(comercialização)
InvençãoInovação
Nesse sentido, é interessante destacar que, entre outras caracterís-
ticas, a inovação “envolve a criação de novos projetos, conceitos, for-
mas de fazer as coisas, sua exploração comercial ou aplicação social 
e a consequente difusão para o restante da economia ou sociedade” 
(AUDY, 2017, p. 76).
Para países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, com com-
petência científica restrita para a geração de novas tecnologias e onde 
a criação de inovações radicais por parte das empresas é incipiente, a 
demanda se constitui no mais importante estímulo para que ocorra a 
inovação (TIGRE, 2006).
1.3 Tipos de inovação 
Vídeo Um simples olhar atento ao redor demonstra quantas inovações fa-
zem parte da nossa vida atualmente. Em geral, elas são denominadas 
inovações de produto, mas não são o único tipo existente.
Na visão de Schumpeter (1997), a inovação pode ser classificada em 
cinco tipos distintos:
1. Inserção de um produto novo ou melhorado.
2. Introdução de um método de produção ou comercialização 
distinto dos já existentes.
3. Abertura de um novo mercado.
O filme O menino que 
descobriu o vento (original 
em inglês: The boy who 
harnessed the wind) conta 
a história de um menino 
que mora em um vilarejo 
muito pobre no Malawi e 
que, por meio de seu es-
forço, sua determinação 
e criatividade, consegue 
criar um moinho de 
vento tendo como base 
um livro encontrado na 
biblioteca da escola local.
Direção: Chiwetel Ejiofor. Reino 
Unido/Malawi. Netflix, 2019.
Filme
incipiente: que está no 
começo, inicial.
Glossário
https://pt.wikipedia.org/wiki/Chiwetel_Ejiofor
Gestão da inovação tecnológica 17
4. Obtenção de uma nova matriz de oferta de matérias-primas ou 
de bens semimanufaturados.
5. Geração de estruturas de mercado diversas em uma indústria.
Com base nas definições criadas por Schumpeter, foram estabele-
cidas no Manual de Oslo (OCDE, 2005) quatro categorias de inovações 
que compõem um grupo de transformações ocorridas nas atividades 
empresariais: inovações de produto, inovações de processo, inovações 
organizacionais e inovações de marketing. Essa classificação é a mais 
amplamente adotada por estudiosos, sendo, portanto, pormenorizada 
na sequência.
 • Inovações de produto – referem-se a transformações subs-
tanciais nas possibilidades constantes em produtos e serviços, 
podendo ser completamente novos ou conter avanços significa-
tivos em relação a produtos existentes. Consequentemente, há a 
possibilidade de obtenção de uma vantagem competitiva para a 
empresa no mercado.
Um caso bastante interessante é o da startup brasileira Fazenda 
Futuro, considerada uma das empresas mais inovadoras do mun-
do. Seu diferencial é produzir alimentos no segmento plant based 
que propiciem a sensação de estar degustando carne animal, uti-
lizando apenas ingredientes de origem vegetal.
 • Inovações de processo – envolvem transformações expressivas 
em relação aos modos de produção e de distribuição. “Se a ino-
vação envolve métodos, equipamentos e/ou habilidades para o 
desempenho do serviço novos ou substancialmente melhorados, 
então é uma inovação de processo” (OCDE, 2005, p. 64). Estão 
incluídas nessa modalidade de inovação as transformações con-
sideráveis em softwares e equipamentos.
Um exemplo de inovação de processo é o equipamento VoluTech, 
que se destina a realizar o controle de todos os padrões neces-
sários em tanques de leite, a fim de preservar a qualidade do 
produto, bem como auxiliando a evitar desperdícios, por meio 
de sensores.
 • Inovações organizacionais – estão relacionadas à implantação 
de novos procedimentos organizacionais, tais quais mudanças 
efetuadas na organização do local de trabalho.
Plant based é um concei-
to de alimentação em que 
há eliminação ou redução 
de produtos de origem 
animal, além de haver 
mínimo processamento 
industrial dos alimentos. 
Para saber mais, acesse o 
link a seguir.
Disponível em: https://boaforma.
abril.com.br/dieta/entenda-o-
que-e-a-dieta-plant-based-e-
seus-beneficios/. Acesso em: 19 
jun. 2020.
Site
Para conhecer mais sobre 
o equipamento VoluTech 
e seus benefícios para 
a indústria de laticínios, 
acesse o link a seguir. 
Disponível em: https://
agroemdia.com.br/2020/05/19/
embrapa-inovacao-usa-sensores-
para-medir-com-precisao-volume-
de-leite-em-tanques/. Acesso em: 
19 jun. 2020.
Site
https://boaforma.abril.com.br/dieta/entenda-o-que-e-a-dieta-plant-based-e-seus-beneficios/
https://boaforma.abril.com.br/dieta/entenda-o-que-e-a-dieta-plant-based-e-seus-beneficios/
https://boaforma.abril.com.br/dieta/entenda-o-que-e-a-dieta-plant-based-e-seus-beneficios/
https://boaforma.abril.com.br/dieta/entenda-o-que-e-a-dieta-plant-based-e-seus-beneficios/
https://agroemdia.com.br/2020/05/19/embrapa-inovacao-usa-sensores-para-medir-com-precisao-volume-de-leite-em-tanques/
https://agroemdia.com.br/2020/05/19/embrapa-inovacao-usa-sensores-para-medir-com-precisao-volume-de-leite-em-tanques/
https://agroemdia.com.br/2020/05/19/embrapa-inovacao-usa-sensores-para-medir-com-precisao-volume-de-leite-em-tanques/
https://agroemdia.com.br/2020/05/19/embrapa-inovacao-usa-sensores-para-medir-com-precisao-volume-de-leite-em-tanques/
https://agroemdia.com.br/2020/05/19/embrapa-inovacao-usa-sensores-para-medir-com-precisao-volume-de-leite-em-tanques/
18 Tecnologias aplicadas e inovação
Um exemplo é a plataforma Luizalabs, criada em 2012 pela 
rede varejista Magazine Luiza para oferecer produtos e servi-
ços diferenciados aos clientes, com foco na inovação. Um dos 
projetos da plataforma, o Parceiro Magalu (anteriormente de-
nominado Magazine Você) oferece a possibilidade de criação de 
uma loja virtual por trabalhadores informais ou autônomos, 
em contrapartida ao recebimento de uma comissão pelas ven-
das efetuadas.
 • Inovações de marketing – abrangem a implantação de métodos 
novos de marketing, buscando atender da melhor forma possível 
às necessidades dos consumidores. Podem incluir ações como 
a abertura de novos mercados, ou ter como foco o aumento de 
vendas de um produto específico, determinando o seu reposi-
cionamento no mercado. Mudanças em embalagens e naforma 
de divulgação do produto também são consideradas inovações de 
marketing. A inovação de marketing pode ocorrer tanto com pro-
dutos novos quanto com os que já existem. Além disso, não há 
a obrigatoriedade de desenvolvimento de um novo método de 
marketing pela empresa. O método escolhido pode ser reprodu-
zido de outras instituições.
Um exemplo é a campanha Share a Coke da Coca-Cola, em que 
eram impressos nomes próprios nas embalagens de refrigerante. 
No Brasil, a frase impressa era: “bebendo uma Coca-Cola com...”, 
completada com diversos nomes escolhidos com base em dados 
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), buscando 
despertar nos consumidores uma sensação de compartilhamen-
to de felicidade.
1.4 Natureza ou impacto da inovação 
Vídeo A inovação tanto pode ser disruptiva quanto incremental. Segundo 
o Manual de Oslo (OCDE, 2005), a inovação disruptiva (também cha-
mada de radical), pode ser definida como a que gera uma consequên-
cia considerável em determinado mercado e na atividade econômica 
das empresas que fazem parte desse mercado.
Nesse sentido, a inovação disruptiva está relacionada com a quebra 
dos padrões existentes, também denominados paradigmas. São trans-
formações profundas que permeiam toda a sociedade, alterando o pa-
O filme Tucker: um 
homem e seu sonho 
(original em inglês: Tucker: 
the man and his dream) 
relata a história real de 
um homem visto como 
sonhador, mas que foi 
além do status quo, 
podendo ser considerado 
um visionário. Tucker 
projetou um veículo tido 
como estranho para os 
padrões da época, mas 
que continha muitos 
itens utilizados até os dias 
atuais.
Direção: Francis Ford Coppola. 
Estados Unidos. Paramount, 1988. 
Filme
Confira os recursos 
inovadores introduzidos 
por Tucker nos anos 
1940, e que até hoje são 
referência no mercado 
automobilístico. 
Disponível em: https://www.
uol.com.br/carros/noticias/
redacao/2019/12/02/carro-do-
futuro-da-tucker-feito-em-1948-
vai-a-leilao-nos-estados-unidos.
htm. Acesso em: 19 jun. 2020.
Curiosidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Francis_Ford_Coppola
https://www.uol.com.br/carros/noticias/redacao/2019/12/02/carro-do-futuro-da-tucker-feito-em-1948-vai-a-leilao-nos-estados-unidos.htm
https://www.uol.com.br/carros/noticias/redacao/2019/12/02/carro-do-futuro-da-tucker-feito-em-1948-vai-a-leilao-nos-estados-unidos.htm
https://www.uol.com.br/carros/noticias/redacao/2019/12/02/carro-do-futuro-da-tucker-feito-em-1948-vai-a-leilao-nos-estados-unidos.htm
https://www.uol.com.br/carros/noticias/redacao/2019/12/02/carro-do-futuro-da-tucker-feito-em-1948-vai-a-leilao-nos-estados-unidos.htm
https://www.uol.com.br/carros/noticias/redacao/2019/12/02/carro-do-futuro-da-tucker-feito-em-1948-vai-a-leilao-nos-estados-unidos.htm
https://www.uol.com.br/carros/noticias/redacao/2019/12/02/carro-do-futuro-da-tucker-feito-em-1948-vai-a-leilao-nos-estados-unidos.htm
Gestão da inovação tecnológica 19
drão existente até o momento, e que acabam por criar uma trajetória 
tecnológica. De acordo com Tigre (2019), a inovação disruptiva normal-
mente decorre de atividades de P&D.
Além disso, conforme Audy (2017, p. 77), as “inovações disruptivas 
são dramáticas, criando novas demandas, indústrias, mercados, apli-
cações e processos, econômicos ou sociais”. Consequentemente, é 
estabelecido novo nível tecnológico, propiciando terreno fértil para o 
surgimento de inovações incrementais.
Em contrapartida, a inovação incremental pode ser definida como 
a inserção de qualquer tipo de melhoria em um produto, processo ou 
organização no interior de uma empresa, sem modificação da estru-
tura industrial (FREEMAN; SOETE, 2008). É responsável pela criação de 
sucessivos aperfeiçoamentos, de menor impacto que aqueles relacio-
nados à inovação disruptiva. Essas pequenas melhorias (em um pro-
duto ou nos processos necessários para sua confecção) ocorrem no 
mesmo nível tecnológico em que são empregadas (AUDY, 2017).
Embora as inovações incrementais estejam atreladas aos aspectos 
socioculturais e às necessidades de demanda, elas costumam ocorrer 
de maneira constante dentro das empresas, não sendo necessaria-
mente resultado de atividades de P&D. Muitas vezes, essas inovações 
advêm da experiência acumulada (TIGRE, 2019). Dessa forma, pode-se 
afirmar que muitas inovações incrementais derivam do learning by 
doing, ou seja, do aprender fazendo dentro das atividades industriais.
Ao observar a Figura 4, é possível verificar algumas características 
da inovação incremental, como a criação de melhorias contínuas e o su-
porte às diferentes fases pelas quais passam um produto ou processo.
Figura 4
Inovação disruptiva e inovação incremental
Incremental
Sustentação
Melhoria contínua
Radical
Ruptura
Disruptiva
Fonte: Audy, 2017, p. 77.
Aponte as diferenças entre 
inovação disruptiva e inovação 
incremental.
Atividade 2
20 Tecnologias aplicadas e inovação
Já em relação à inovação disruptiva, as mudanças ocorrem de 
modo radical, promovendo uma ruptura dos paradigmas existentes, 
criando perspectivas e possibilitando um processo de retroalimen-
tação por meio de inovações incrementais.
De acordo com Freeman e Soete (2008), além das denominadas 
inovações disruptivas e incrementais, há ainda que se analisar outras 
duas transformações de impacto na inovação: o novo sistema tecno-
lógico e o novo paradigma técnico-econômico.
Um novo sistema tecnológico pode surgir quando uma área ou 
algumas áreas são impactadas pelo surgimento de um novo hori-
zonte tecnológico.
Com relação às transformações no paradigma técnico-econômico, 
faz-se necessário, primeiramente, compreender de que se trata 
esse paradigma (denominado por alguns autores de paradigma 
tecnoeconômico). Este trata-se, segundo Lastres e Albagli (1999, 
p. 32), do
resultado do processo de seleção de uma série de combina-
ções viáveis de inovações (técnicas, organizacionais e insti-
tucionais), provocando transformações que permeiam toda 
a economia e exercendo importante influência no comporta-
mento da mesma.
Dessa forma, as mudanças no paradigma técnico-econômico são 
responsáveis por alterações profundas no contexto social e econô-
mico, e não somente no aspecto tecnológico (TIGRE, 2019). Os cha-
mados ciclos longos de desenvolvimento são resultado de paradigmas 
tecnológicos que impactam sobremaneira a sociedade, causando 
transformações profundas.
De acordo com Tigre (2019), para que uma tecnologia desenca-
deie um novo paradigma, são necessários os seguintes requisitos: 
custos reduzidos com predisposição a baixar ainda mais; oferta 
abundante e contínua; capacidade de disseminação abrangente; e 
perspectiva de incorporação de tecnologias diversas.
1.4.1 Difusão das inovações
Um aspecto muito importante que vai além da definição da natu-
reza ou do impacto das inovações é o processo de difusão de novos 
produtos e processos na sociedade.
Gestão da inovação tecnológica 21
De acordo com Rogers (2010), autor do livro Diffusion of 
Innovations, a difusão é compreendida como o processo pelo qual 
uma inovação é comunicada por meio de certos canais entre os inte-
grantes de um sistema social.
Ainda segundo Rogers (2010), a adoção de uma inovação traz 
consigo um certo grau de incerteza. Para reduzir essa incerteza, as 
empresas buscam convencer as pessoas de que a relação custo-
-benefício é positiva e a inovação será útil em suas vidas. No caso de 
uma inovação tecnológica, são incorporadas informações que redu-
zem a incerteza a respeito das relações de causa e efeito na solução 
de problemas. Como exemplo prático, pode-se citar que a adoção de 
um sistema residencial de captação de água da chuva reduz a incer-
teza sobre futuros aumentos (estabelecidos pelo governo) na fatu-
ra da companhia de saneamento, uma vez que o consumidor ficará 
menos dependente do abastecimento de água.
Figura 5
Curva de difusão da inovação
Percentagem
 de m
ercado (%
)
Adotantes
25
50
2,5%
13,5%
34% 34%
Abismo
Curva S
In
ov
ad
or
es
Re
ta
rdat
ár
io
s
Ad
ot
an
te
s 
in
ic
ia
is
M
ai
or
ia
 
in
ic
ia
l
M
ai
or
ia
 
ta
rd
ia
16%
75
100
0
Fonte: Elaborada pela autora com base em Rogers, 2010.
Conforme o Manual de Oslo 
(OCDE, 2005, p. 24), “sem 
difusão, uma inovação não tem 
impacto econômico”.
Atenção
22 Tecnologias aplicadas e inovação
Conforme a teoria da difusão de inovações, há cinco grupos distin-
tos de pessoas, classificados de acordo com o tempo de adesão a uma 
inovação (Figura 5). Os primeiros são os inovadores, que correspondem 
a 2,5% da população, pioneiros a testar um novo produto, por serem 
os mais propensos a assumir riscos. Tal grupo tende a compartilhar 
suas experiências por meio das mídias sociais. O segmento seguinte, 
dos adotantes iniciais, constitui um grupo um pouco mais volumoso de 
pessoas em relação aos inovadores (mas ainda assim reduzido no que 
se refere ao total da população – 13,5%). Esse segmento está disposto 
a aderir às inovações adotadas pelos inovadores.
Após esses dois grupos, existe um ponto chamado de abismo, 
que corresponde a um hiato que divide os formadores de opinião do 
restante da maioria da população. Transpor esse ponto é fundamen-
tal para que uma inovação seja de fato difundida.
Ultrapassado o abismo, o próximo grupo é o intitulado maioria 
inicial (correspondente a 34% do total), que leva mais tempo para 
aderir a uma inovação, uma vez que aguarda a opinião dos primei-
ros grupos sobre um produto e só após se assegurar dos benefícios 
é que toma uma decisão favorável. Na sequência, existe o grupo 
denominado maioria tardia (34% da população), representado pelos 
indivíduos que só aderem a uma inovação depois de saberem que 
foi testada e aprovada pela maioria da população. Por último, há 
o grupo dos retardatários (16% dos indivíduos), composto de uma 
parcela da população muito relutante às mudanças e com menor 
acesso aos canais de comunicação.
Para atingir os diferentes grupos, é necessário abordá-los de ma-
neira distinta, utilizando meios e formas de comunicação adequados 
a cada perfil.
Por meio da curva S é possível mensurar o tempo em que a ade-
são a qualquer tipo de inovação passa de 0 a 100% da população. 
O início é plano (inovadores e adotantes iniciais), o meio apresen-
ta uma curva bastante inclinada (maioria inicial e maioria tardia) e 
o final da curva (retardatários) é plano novamente, formando uma 
curva em formato de S.
Considerando a teoria de difusão 
de inovações, em qual dos cinco 
grupos de pessoas organizadas 
de acordo com o tempo de 
adesão a uma inovação você 
acredita estar inserido? Justifi-
que sua resposta.
Atividade 3
Para conhecer um pouco 
mais sobre o funciona-
mento da difusão das 
inovações e os diferentes 
perfis de consumidores, 
assista ao vídeo Difusão 
de inovações: a curva 
em “S”. 
Disponível em: youtu.be/hL-
nO498FPY. Acesso em: 19 jun. 2020. 
(* Embora o vídeo seja bastante 
explicativo, deve ser feita uma 
ressalva em relação à informação 
incorreta de percentagem 
representativa dos adotantes iniciais, 
apresentada como 12,5%, quando o 
correto é 13,5%).
Vídeo
http://youtu.be/hL-nO498FPY
http://youtu.be/hL-nO498FPY
Gestão da inovação tecnológica 23
1.5 Gestão da inovação tecnológica 
Vídeo Nesta seção, anteriormente à apreciação do tema de gestão da 
inovação tecnológica, é de fundamental importância compreender 
preliminarmente que a tecnologia se divide em três áreas primá-
rias, que serão detalhadas na sequência: produto; processos; e in-
formação e comunicação.
1.5.1 Tecnologia e suas três áreas primárias
A tecnologia, como já citado anteriormente, é amplamente respon-
sável pelos efeitos sociais e econômicos causados pela aplicação de 
seus resultados. Ademais, é considerada, também, um dos elemen-
tos primordiais de impacto na concorrência entre empresas (PORTER, 
1998). Nesse contexto, é importante compreender que a tecnologia, 
como mencionado no início da seção, divide-se em três áreas primá-
rias: tecnologia de produto; tecnologia de processos; e tecnologia da 
informação e comunicação (MATTOS; GUIMARÃES, 2012).
Com relação à tecnologia de produto, pode-se afirmar que essa é 
normalmente a mais evidente, sendo clara a aplicação de atividades de 
P&D em sua obtenção. Muitas vezes, novos produtos são obtidos de acor-
do com a demanda imposta pela sociedade. Em outras, os responsá-
veis da área de P&D do setor produtivo procuram se antecipar, criando 
necessidades que as pessoas nem ao menos sabiam que possuíam 
(SEBRAE, 2015). Essa antecipação de desejos, frequentemente, aconte-
ce por meio de práticas de gestão da inovação que buscam prospectar 
tecnologias futuras. Destaca-se, ainda, o fato de que muitos produtos 
tecnológicos gerados instituem a necessidade de criação de produtos 
complementares, que constituem as denominadas inovações incrementais.
A tecnologia de processos, por sua vez, engloba os procedimentos 
utilizados nas empresas para desempenhar suas atividades, podendo 
ser específicas para determinado segmento ou de uso geral.
A terceira área é a tecnologia de informação e comunicação (TIC), 
cuja relevância tem sido cada vez maior, especialmente pelo fato de, 
atualmente, ser a sociedade do conhecimento, em que a informação é 
24 Tecnologias aplicadas e inovação
o elemento-chave para o desenvolvimento socioeconômico. Portanto, 
essa terceira área será mais amplamente discutida.
Conforme Castells (2005), no final do século XX, houve o início de 
um novo paradigma tecnológico, em que a tecnologia, tida como cultu-
ra material, abriu espaço para a tecnologia da informação. De acordo 
com o autor, essa revolução tecnológica é tão significativa quanto a 
Revolução Industrial ocorrida no século XVIII, considerando que, em 
ambas as mudanças tecnológicas, o tecido social, econômico e cultural 
da sociedade foi impactado como um todo. O uso do conhecimento e 
da informação para a criação de novos conhecimentos, retroalimen-
tando o ciclo entre a inovação e sua aplicação, constitui o cerne da atual 
revolução tecnológica. “Pela primeira vez na história, a mente humana 
é uma força direta de produção, não apenas um elemento decisivo no 
sistema produtivo” (CASTELLS, 2005, p. 69).
Para se ter uma ideia da importância das TICs no contexto atual, 
a apresentação de alguns dados e informações é bastante oportuna. 
No cenário mundial, a União Internacional de Telecomunicações (UIT), 
agência oficial da Organização das Nações Unidas (ONU) para divulga-
ção de estatísticas nas áreas de telecomunicações e de tecnologias da 
informação e comunicação, afirma que 53,6% da população mundial 
no final do ano de 2019 (aproximadamente 4,1 bilhões de pessoas) fa-
zia uso da internet (ITU, 2019).
No contexto brasileiro, assim como nos demais países, as TICs têm 
ganhado muito destaque e sido foco de diversos estudos. Ao consul-
tar o documento Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, 
elaborado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comu-
nicações (MCTIC) para o período de 2016 a 2022, é possível conferir a 
intenção dos países em desenvolvimento em reduzir a lacuna digital 
referente aos países desenvolvidos. No caso brasileiro, os obstáculos 
que deverão ser superados são a conectividade a valores acessíveis e 
a disponibilidade tecnológica para áreas longínquas e com reduzida 
quantidade de habitantes (BRASIL, 2016).
Entre as TICs existentes, destacam-se Internet das Coisas, Big Data, 
computação em nuvem, streaming, realidade virtual, realidade aumen-
tada e inteligência artificial.
Você pode aprofundar 
seus conhecimentos a 
respeito da atual era da 
informação (com foco 
especialmente nas TICs), 
lendo o prestigiado livro 
A sociedade em rede: a era 
da informação, do sociólogo 
espanhol Manuel Castells.
CASTELLS, M. 10. ed. São Paulo: Paz 
e Terra, 2009.
Livro
Gestão da inovação tecnológica 25
Internet das Coisas
Originalmente denominada Internet of Things (IoT), compreende a 
possibilidade de conectar dispositivos diversos à internet, combase 
em códigos de comunicação interligando pessoas, objetos, cidades, 
veículos, entre outros. Estima-se que, em 2025, aproximadamente 75 
bilhões de dispositivos conectados de IoT estejam instalados em todo o 
mundo (CARRION; QUARESMA, 2019). Uma das mais importantes apli-
cações de IoT inclui as denominadas smart cities (cidades inteligentes), 
compreendendo cidades que por meio de TICs utilizam seus recursos 
de modo mais eficiente, gerando redução de custos. Como consequên-
cia, tornam-se mais sustentáveis, além de incrementar a qualidade de 
vida de seus habitantes (JOÃO; SOUZA; SERRALVO, 2019).
Big Data
Consiste na área de conhecimento que busca analisar grandes con-
juntos de dados, a fim de extrair informações valiosas que possam 
ser utilizadas na gestão de negócios (MACHADO, 2018). Algumas das 
aplicações de Big Data incluem: I) smart grid (rede elétrica inteligente), 
em que a análise de Big Data auxilia na identificação de problemas em 
transformadores bem como na identificação de comportamentos inco-
muns dos dispositivos conectados; II) saúde eletrônica, possibilitando o 
monitoramento de sintomas dos pacientes on-line para ajustar a pres-
crição ou a adequação de planos de saúde pública conforme os sinto-
mas da população, por exemplo; III) IoT, em que há vários aplicativos 
de Big Data compatíveis com empresas de logística, possibilitando, por 
exemplo, a otimização de rotas de entrega; IV) uso em serviços públi-
cos, como o de abastecimento de água, com a utilização de sensores 
nos dutos para monitoramento do fluxo de água; V) transporte e logís-
tica, com o uso de identificação por radiofrequência (RFID) e do sistema 
de posicionamento global (GPS) para otimização de rotas de ônibus, 
por exemplo; VI) serviços políticos e monitoramento do governo, em 
que os dados levantados são utilizados para monitorar tendências polí-
ticas, com base em postagens em redes sociais (OUSSOUS et al., 2018).
Computação em nuvem
Também chamada de cloud computing, compreende a utilização de 
recursos de computação bastante flexíveis, que podem ser consumi-
dos com base no pagamento sob demanda e que são controlados e 
Para conhecer um pouco 
mais sobre Big Data e 
suas potencialidades, 
assista ao vídeo O que é 
Big Data?, publicado pelo 
canal Algar Tech. 
Disponível em: http://youtu.be/
VIjqX3RhOmc. Acesso em: 22 
jun. 2020.
Vídeo
Conheça o curioso caso 
de utilização de Big Data 
por parte da empresa 
varejista de e-commerce 
Target e saiba qual cone-
xão é possível fazer com 
a Lei Geral de Proteção 
de Dados (LGPD), em 
vigor no Brasil em agosto 
de 2020. 
Disponível em: https://
gazetaarcadas.com/2019/08/23/o-
case-de-marketing-da-target-e-a-
lgpd/. Acesso em: 22 jun. 2020.
Curiosidade
http://youtu.be/VIjqX3RhOmc
http://youtu.be/VIjqX3RhOmc
https://gazetaarcadas.com/2019/08/23/o-case-de-marketing-da-target-e-a-lgpd/
https://gazetaarcadas.com/2019/08/23/o-case-de-marketing-da-target-e-a-lgpd/
https://gazetaarcadas.com/2019/08/23/o-case-de-marketing-da-target-e-a-lgpd/
https://gazetaarcadas.com/2019/08/23/o-case-de-marketing-da-target-e-a-lgpd/
26 Tecnologias aplicadas e inovação
suportados por data centers (RASHID et al., 2020). A praticidade em seu 
uso está relacionada ao fato de que os aplicativos podem ser acessa-
dos por meio de qualquer computador que possua acesso à internet. 
Alguns exemplos de cloud computing são o Google Apps, Dropbox e 
iCloud (Figura 6).
Figura 6
Aplicações de computação em nuvem e Internet das Coisas
Computação em nuvem
Aplicação
Plataforma
Infraestrutura
Portáteis
Telemóveis
Monitorização
Armazenamento 
de objetos
Conteúdo
Identidade
Computação Armazenamento Rede
Motor de 
execução
Filas
Base de 
dados
Colaboração Comunicação Finança
Tablets
Servidores
Desktops
IoT Hospital 2.0
Cidade inteligente Logística inteligente Casa inteligente
 Indústria 4.0 Veículo autônomo Rede inteligente
Agricultura 2.0
Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons.
St
m
oo
l/ 
sh
ut
te
rs
to
ck
Streaming
É uma ferramenta de distribuição de conteúdo multimídia por meio 
da internet. Permite ao usuário acessar o material ao fazer o download 
do aplicativo e criar um perfil para que os recursos sejam atualiza-
dos conforme a demanda (OYEDELE; SIMPSON, 2018). Os serviços de 
streaming mais populares são: YouTube, Netflix e Amazon Prime Video 
(streamings de vídeo); e iTunes Store e Spotify (streamings de música). 
Atualmente, o Brasil ocupa a sexta posição no mundo em visualização 
de streamings, atrás apenas da Índia, da Coreia do Sul, da Austrália, da 
Indonésia e da Tailândia (CUPONATION, 2019).
Realidade virtual e realidade aumentada
A imersão do usuário em um mundo virtual, desassociado do mun-
do real, possibilitado por diversos efeitos de som e imagens é chamada 
de realidade virtual. Em outras palavras, trata-se de uma experiência 
Para entender um pouco 
mais sobre o conceito e a 
aplicabilidade da compu-
tação na nuvem, assista 
ao vídeo Você sabe o que 
é Cloud Computing, ou 
Computação na Nuvem?, 
publicado no Canaltech. 
Disponível em: http://youtu.be/
FDFejm-ovtI. Acesso em: 22 jun. 2020.
Vídeo
http://youtu.be/FDFejm-ovtI
http://youtu.be/FDFejm-ovtI
Gestão da inovação tecnológica 27
que inclui a interação e a imersão proporcionada em tempo real por 
um dispositivo, resultando em imagens gráficas 3D (SILVA et al., 2017). 
As áreas em que a realidade virtual pode ser aplicada incluem: científi-
cas, educacionais, de entretenimento, entre outras. Já a realidade au-
mentada, pode ser definida como a associação de objetos virtuais ao 
ambiente físico do mundo real ampliado, utilizando um equipamento 
como um smartphone, por exemplo. A realidade aumentada potencia-
liza a compreensão e a comunicação entre o usuário e o mundo real. 
Entre as aplicações, há as ligadas ao entretenimento, caso do jogo ele-
trônico Pokémon GO, e as destinadas aos portadores de necessidades 
especiais, como a utilização de recursos de áudio para usuários com 
dificuldades visuais (CARMIGNIANI; FURHT, 2011).
Inteligência artificial (IA)
Pode ser compreendida como a produção de equipamentos que, 
mediante programação prévia, estejam aptos a assimilar conhecimen-
tos utilizando algoritmos bastante estruturados. Tal conhecimento 
pode ser direcionado para a resolução de problemas e facilitar a co-
municação com base nos dados disponibilizados. A IA pode ser sub-
dividida em machine learning (aprendizado contínuo) e deep learning 
(capacitação para a execução de tarefas mais difíceis) (DAMACENO; 
VASCONCELOS, 2018).
O uso adequado das TICs permite às empresas incrementar sua 
capacidade inovativa, obtendo em troca vantagem competitiva no 
mercado em que atuam. Ademais, o novo paradigma tecnológico 
das TICs revoluciona todas as áreas da sociedade, fazendo com que 
a gestão da inovação tecnológica adquira importância fundamental 
como ferramenta de gerenciamento das transformações decorren-
tes do novo paradigma.
1.5.2 Gestão da inovação tecnológica
Na visão de Mattos e Guimarães (2012, p. 63), a “gestão da tecnolo-
gia aborda todos os aspectos de planejamento, organização, execução 
e controle de atividades empresariais desenvolvidas em ambientes in-
tensivos em tecnologia”.
A gestão da inovação tecnológica, igualmente, engloba o gerencia-
mento dos recursos disponíveis por parte da empresa, com o intuito de 
aperfeiçoar os produtos e processos já disponíveis ou, ainda, de aplicar 
Ambientado na África do 
Sul, a força policial em 
Chappie é composta de 
robôs providos de inteli-
gência artificial. Quando 
um deles é danificado, 
seu criador o reconstitui, 
fazendo com que Cha-
ppie tenha emoções e 
pensamentos próprios.
Direção: Neill Blomkamp. Estados 
Unidos, África do Sul, México. Sony 
Pictures Entertainment, 2015.
Filme
Para compreender as 
características e as 
diferenças entre a reali-
dade virtual e a realidade 
aumentada, assista ao 
vídeo Qual é a diferença 
entre Realidade Virtual 
e Realidade Aumentada, 
publicado pelo canal 
GCFAprendeLivre.Disponível em: http://youtu.be/
oJvFwen0ExI. Acesso em: 28 maio 
2020.
Vídeo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Neill_Blomkamp
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sony_Pictures_Entertainment
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sony_Pictures_Entertainment
http://youtu.be/oJvFwen0ExI
http://youtu.be/oJvFwen0ExI
28 Tecnologias aplicadas e inovação
o conhecimento para criar outros, que possam vir a ser produzidos e 
comercializados. Uma gestão tecnológica bem realizada é um dos as-
pectos mais relevantes para o sucesso de uma empresa (LOUREIRO, 
2000). Ainda, nas palavras de Mattos e Guimarães (2012, p. 61), “a tec-
nologia é provavelmente o mais importante fator para o aumento da 
competitividade global de uma empresa”.
E quais os fatores necessários para uma gestão da inovação tec-
nológica de qualidade? Além de proteger a tecnologia utilizando os 
mecanismos de propriedade intelectual e realizar a transferência de 
tecnologia, efetuar práticas de inovação como benchmarking, vigilân-
cia tecnológica e prospecção tecnológica (LOUREIRO, 2000).
Ressalta-se que a gestão da inovação tecnológica deve ser realizada 
de acordo com as características de cada organização, pois não há um 
modelo ideal que possa ser aplicado de maneira generalizada. Nesse 
sentido, além da escolha das práticas de inovação mais adequadas e 
da proteção e transferência da tecnologia, as empresas devem selecio-
nar os projetos que representem maiores oportunidades de sucesso. 
Dessa forma, pode-se imaginar esse processo como um funil de inova-
ção, também denominado funil de oportunidades (Figura 7).
Figura 7
Funil de inovação
Filtro 1
Fase 1
Geração de ideias de 
produto/ processo e 
desenvolvimento do conceito.
Detalhamento das 
fronteiras do projeto 
e do conhecimento 
requerido.
Desenvolvimento 
rápido e focado 
de projetos de 
diferentes tipos.
Fase 2 Fase 3
Filtro 2
Embarcar
Fonte: Bagno, Melo e Cheng, 2018, p. 14.
Ao analisar a Figura 7, é possível perceber a imagem de um funil 
com uma entrada bem ampla, que representa a captação das mais va-
riadas ideias, um corpo um pouco mais estreito em que há análise e de-
talhamento das tecnologias e, por último, uma saída bastante estreita, 
Transferência de tecnologia: 
trata-se do processo de trans-
missão de conhecimento técnico 
de uma instituição para outra. 
No caso do Brasil, os contratos 
de transferência de tecnologia 
são averbados pelo Instituto 
Nacional da Propriedade 
Industrial (INPI).
Glossário
Gestão da inovação tecnológica 29
o que evidencia que as organizações precisam investir seus escassos 
recursos em tecnologias promissoras, a fim de que sejam comerciali-
záveis e lucrativas (BAGNO; MELO; CHENG, 2018). O funil de inovação 
pode, então, ser considerado um “método visual para lidar com novas 
ideias e inovações, e fornece uma base adequada para representar, 
monitorar e gerir a inovação na empresa” (GAVIRA et al., 2007, p. 80).
De maneira bastante ilustrativa, é possível verificar na Figura 8 as 
diversas etapas do funil de inovação, iniciando pelo levantamento (1); 
na sequência, pelo processo de seleção (2); delimitação dos recursos 
disponíveis (3); implementação (4); e, por último, culminando na apren-
dizagem (5).
Figura 8
Processo de gestão da inovação
1
Levantamento
2 
Seleção
5 
Aprendizagem
3 
Definição de 
recursos
4 
Implementação
Reconhecimento
e recompensa
Capacitação Comunicação
Criatividade
Inovação 
introduzida ou 
implementada
Recursos para 
implementar
Proposta 
de ideias
Oportunidade(s) 
e estratégia(s) 
definida(s)
Fonte: Carvalho, Reis e Cavalcante, 2011, p. 57.
Vale ressaltar, igualmente, que a gestão tecnológica concerne 
à competência da empresa de tornar produtivo o conhecimento e 
a informação, além de ter também como meta sempre a melhoria 
contínua. À vista disso, a empresa deve ser compreendida de modo 
abrangente, tornando imperativa a necessidade de se adaptar a novos 
cenários, operando em um ambiente dinâmico com base na troca de 
informações, serviços e recursos.
Para saber mais sobre o 
funil de inovação, leia o 
artigo Gestão da inovação 
tecnológica: uma análise 
da aplicação do funil de 
inovação em uma organi-
zação de bens de consumo.
Disponível em: https://
www.redalyc.org/
pdf/1954/195416699005.pdf.
Acesso em: 22 jun. 2020.
Saiba mais
https://www.redalyc.org/pdf/1954/195416699005.pdf
https://www.redalyc.org/pdf/1954/195416699005.pdf
https://www.redalyc.org/pdf/1954/195416699005.pdf
30 Tecnologias aplicadas e inovação
1.6 Práticas de gestão da inovação 
O despertar de uma consciência quanto à importância da inovação 
vem sendo comprovado pela ampla discussão do tema nos mais diver-
sos setores. Nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, 
o debate sobre essa questão revela-se de suma importância para ala-
vancar o desenvolvimento econômico e social.
Nesse sentido, diversas são as práticas de inovação desenvolvidas 
com o objetivo de contribuir para o processo de gestão da inovação e, 
consequentemente, vir a gerar vantagens competitivas para o setor pro-
dutivo. Entre elas, serão tratadas as práticas de: prospecção tecnológica, 
roadmap, inteligência competitiva, vigilância tecnológica e benchmarking.
Prospecção tecnológica
Pode ser compreendida como o conjunto de atividades de sondagem 
das transformações tecnológicas com o objetivo de adicionar conheci-
mento ao processo de gestão tecnológica. É uma busca de informações 
que possam ajudar a prever possíveis futuros cenários tecnológicos 
(AMPARO; RIBEIRO; GUARIEIRO, 2012). A prática de prospecção tecnoló-
gica permite a identificação de gargalos científicos e tecnológicos, possi-
bilitando a abertura de janelas de oportunidades para a implementação 
da atividade de P&D com consequente impacto social.
Aliado ao conceito de janelas de oportunidades, há também o de 
leapfrogging, que é o salto dado pelas empresas quando surge uma 
tecnologia disruptiva, a fim de se inserir em áreas de alta densidade 
tecnológica, sem a necessidade de transcorrer as fases intermediárias 
(TIGRE; NASCIMENTO; COSTA, 2016).
Roadmap
Prática que teve início com a indústria automotiva dos Estados 
Unidos, mas que foi alavancada especialmente pela empresa Motorola 
entre as décadas de 1970 a 1980 (PROBERT; RADNOR, 2003). Essa ferra-
menta busca prever as etapas indispensáveis para atingir os objetivos 
tecnológicos almejados, podendo ser utilizadas em sua estruturação, 
entre outras técnicas, como questionários, entrevistas e pesquisa de 
patentes (RIBEIRO et al., 2018). Os roadmaps “estruturam a planificação 
estratégica e o desenvolvimento, a exploração de caminhos de cresci-
mento e o acompanhamento das ações que permitem chegar aos ob-
jetivos” (COELHO; BOTELHO JR.; TAHIM, 2012, p. 170).
O termo janelas de oportunida-
des decorre da descontinuação 
de um caminho tecnológico em 
que surgem novas oportunida-
des. A ocorrência de inovações 
disruptivas abre janelas de 
oportunidades para que novas 
empresas especializadas na 
tecnologia inovadora possam 
despontar (TIGRE; NASCIMENTO; 
COSTA, 2016).
Importante
Um exemplo bastante atual de 
leapfrogging é o Nubank, uma 
das mais importantes fintechs 
(abreviação de tecnologia finan-
ceira) do mundo. O Nubank é 
uma startup brasileira que presta 
serviços bancários por meio da 
utilização de smartphones, de 
maneira bem menos burocrática 
que os bancos tradicionais, dis-
ponibilizando acesso a serviços 
como cartão de crédito a taxas 
reduzidas.
Curiosidade
Vídeo
Gestão da inovação tecnológica 31
Figura 9
Esquema de roadmap tecnológico
Tempo
M1 M2Mercado
Investimento de capital/finanças
Cadeia de suprimentos
Funcionários/ 
Habilidades
Produto
Tecnologia
Recursos
Programas 
de P&D
P1
T1
PD1 PD2 PD4 PD6
PD5PD3
T2
T3 T4
P2 P3
P4
Fonte: Adaptada de Phaal, 2018, p. 133.
De acordo com Phaal (2018), o roadmap tecnológico é uma impor-
tante técnica de suporte ao planejamento e gerenciamento tecnológico 
em uma empresa. Embora possa apresentar diversas configurações, a 
maisaceita é a proposta pela European Industrial Research Management 
Association (EIRMA), uma organização independente, sem fins lucrati-
vos, que busca a troca de experiências e melhores práticas em geren-
ciamento de P&D. Com base no tempo, são apresentadas as diversas 
etapas sob as perspectivas comercial e tecnológica, demonstrando que 
há ligações entre os diferentes segmentos (Figura 9).
Inteligência competitiva
É um procedimento de prospecção de curto prazo, que consiste 
em uma avaliação do cenário produtivo, bem como do desempenho 
da concorrência, possibilitando à organização manter sua posição de 
mercado ou obter uma vantagem competitiva. No caso específico da 
inteligência competitiva tecnológica, são levantados e considerados os 
dados relativos à ciência e tecnologia, visando identificar as tendências 
de mercado em um cenário de longo prazo (RIBEIRO et al., 2018).
32 Tecnologias aplicadas e inovação
Para que a inteligência competitiva produza resultados satis-
fatórios, há que se realizar o mapeamento e a prospecção de da-
dos, informações e conhecimento tanto internos quanto externos 
à organização. Além disso, requer o conhecimento de todos os 
stakeholders (VALENTIM, 2002). “A inteligência competitiva pressu-
põe o desenvolvimento da capacidade de identificar, sistematizar e 
interpretar sinais do ambiente externo das organizações, para ali-
mentar processos de decisão” (CANONGIA et al., 2004, p. 232).
Vigilância tecnológica
É uma ferramenta de baixo custo que possibilita a adequação das 
tecnologias existentes àquelas que se destacam no segmento. Nesse 
processo, não há criação de uma tecnologia, nem a possibilidade de 
haver exclusividade sobre seu uso. O benchmarking é um caso de vigi-
lância tecnológica (REIS, 2008). É importante destacar que a vigilância 
tecnológica está orientada à coleta e análise minuciosa de informa-
ções científicas no presente (CARVALHO; REIS; CAVALCANTE, 2011), 
sendo importante a detecção de ameaças e oportunidades externas à 
organização para auxiliar no processo de tomada de decisões.
Benchmarking
Consiste basicamente em uma “ferramenta de gestão utilizada 
para avaliar vários aspectos de uma organização em comparação 
às melhores práticas do setor” (TOLEDO, 2009, p. 144). De acordo 
com o Tribunal de Contas da União (TCU, 2000), existem três tipos 
de benchmarking: benchmarking organizacional, em que são com-
paradas instituições entre si com foco no reconhecimento de boas 
práticas; benchmarking de desempenho, em que a comparação se 
dá por meio de indicadores de desempenho; benchmarking de pro-
cesso, que tem como base a confrontação de processos organiza-
cionais, podendo ocorrer no nível interno (entre departamentos de 
uma mesma instituição) ou no nível externo (entre instituições).
No caso específico da prática de benchmarking tecnológico, tem-se 
como consequência a exposição das lacunas (gaps) tecnológicas 
existentes entre uma instituição e as demais organizações líderes 
em determinado segmento, devendo, portanto, ser uma prática 
constantemente utilizada.
(do inglês, stake = participação 
e holder = titular, detentor), 
representa a parte interessada 
em uma instituição, empresa 
ou em um negócio específico, 
podendo ser um indivíduo ou 
um grupo.
Glossário
Conheça um exemplo 
de aplicação prática de 
benchmarking disponível 
por aplicativo ao usuário 
comum. Para isso, leia o 
artigo Aplicativo permite 
testar o desempenho 
do celular e a saúde da 
bateria, do autor Filipe 
Garrett, publicado no site 
TechTudo.
Disponível em: https://www.
techtudo.com.br/tudo-sobre/
antutu-benchmark.html. Acesso 
em: 22 jun. 2020.
Site
https://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/antutu-benchmark.html
https://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/antutu-benchmark.html
https://www.techtudo.com.br/tudo-sobre/antutu-benchmark.html
Gestão da inovação tecnológica 33
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Investimentos em inovação geram impactos benéficos à sociedade. 
Entre eles, podem ser citados o aumento do nível socioeconômico da 
população, proporcionado pela elevação da taxa de emprego e o conse-
quente aumento do nível de renda. Em termos de nação, a inovação traz 
como resultado a independência tecnológica em relação a outros países.
Tendo em mente tais efeitos positivos, este capítulo se propôs a auxiliar 
na compreensão dos principais conceitos relacionados ao tema em ques-
tão, os tipos de inovação existentes, os impactos causados pela inovação 
e de que forma ocorre seu processo de difusão. Por fim, o entendimento 
de como transcorre a gestão da inovação tecnológica e as principais práti-
cas de inovação conclui essa primeira etapa de fundamental importância.
O campo de conhecimento relativo à inovação é extremamente vasto. 
Portanto, não foi objetivo deste capítulo esgotar a análise dos tópicos es-
tudados, mas apontar, para você, caminhos e estimular o aprofundamen-
to de tais conhecimentos.
Boa sorte em seus estudos!
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conhecimento. Revista de Ciência da Informação, v. 3, n. 4, p. 10, 2002.
GABARITO
1. A observação de pássaros está localizada no quadrante inferior esquerdo, onde cons-
tam os estudos que não estão voltados às aplicações práticas, mas que buscam exa-
minar fenômenos específicos (gerando pouco conhecimento). O exemplo do estudo 
de Mendel sobre ervilhas localiza-se no quadrante superior à esquerda, que repre-
senta a pesquisa básica pura, em que há a busca por novos conhecimentos, sem uma 
aplicação prática (pelo menos em um primeiro momento). A linha de montagem de 
Henry Ford está posicionada no quadrante no canto inferior direito (pesquisa aplica-
da), que não tem como objetivo criar conhecimentos, mas focar em aplicações práti-
cas. A descoberta dos raios X pelo físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen está situada 
no quadrante do canto superior direito, em que há uma intensa procura por novos 
conhecimentos com a busca por aplicações práticas.
http://www.profnit.org.br/wp-content/uploads/2018/08/PROFNIT-Serie-Prospeccao-Tecnologica-Volume-1-1.pdf
http://www.profnit.org.br/wp-content/uploads/2018/08/PROFNIT-Serie-Prospeccao-Tecnologica-Volume-1-1.pdf
https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/a36463047c11566616e5350f6efeaf3f/$File/5624.pdf
https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/a36463047c11566616e5350f6efeaf3f/$File/5624.pdf
https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A8182A258FE9A84015904136B817E27
https://portal.tcu.gov.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A8182A258FE9A84015904136B817E27
36 Tecnologias aplicadas e inovação
2. A inovação disruptiva possui como característica o fato de representar uma ruptura 
com o status quo, criando demandas e mercados, ao passo que a inovação incremental 
se caracteriza por constituir a introdução de uma melhoria em um produto ou proces-
so existente, ocorrendo sempre no mesmo nível tecnológico da inovação disruptiva 
correspondente.
3. (Reposta pessoal). Vale lembrar que os cinco grupos de indivíduos classificados con-
forme o tempo que aderem a uma inovação são: 1) inovadores (2,5% da população), 
que constituem os primeiros a experimentar um produto, caracterizados como indiví-
duos dispostos a correr riscos; 2) adotantes iniciais (13,5% do total), tidos como for-

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