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Artigo Academico Jornalismo (2)

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS
MARIA CELIANE SILVA MEDEIROS
DISCURSO JORNALÍSTICO
Análise do Discurso Jornalístico e Compreensão da Notícia
Patos/PB
2019
MARIA CELIANE SILVA MEDEIROS
DISCURSO JORNALÍSTICO
Análise do Discurso Jornalístico e Compreensão da Notícia
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário de Patos como requisito parcial para obtenção do título de Pós-Graduação em Assessora de Comunicação.
Orientador (a): Flaubert Cirilo Jerônimo de Paiva
Patos/PB
2019
SUMÁRIO
RESUMO	4
1.	INTRODUÇÃO	5
2. DESENVOLVIMENTO	7
2.1 A LINGUAGEM COMO MANIPULAÇÃO JORNALÍSTICA	7
2.2 A PRODUÇÃO DA NOTÍCIA SEGUNDO AS REGRAS DO DISCURSO JORNALÍSTICO	9
3.	IMPRESSOS E INFORMAÇÃO	11
4.	O PAPEL SOCIAL DO JORNALISMO	14
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS	16
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	18
RESUMO 
 Essa técnica do discurso jornalístico que se recepciona de forma discursiva em meio à notícia utilizada, encontrando-se com variados recursos com relação à seleção de cada informação. O artigo aqui presente oportunizar uma leitura de forma mais precisa sobre o mesmo como a Análise do Discurso Jornalístico e a sua compreensão perante a notícia. Tornando-se ele uma temática bastante discutida no meio acadêmico como também fora dele. Visto que vez que nos dias atuais o homem vive em uma cultura digital que por sua vez mantém-se em rede com as novas tecnologias. Expõe-se neste artigo o predomínio em nível de alcance quando se fala em objetivo sobre manipulação. Consequentemente, a compreensão do discurso jornalístico está presente de forma ideológica na sua própria linguagem. Para que assim possa alcançar tal efeito no seu público seguiremos como norte a origem do discurso, e em seguida compreender e analisar a potencialidade do discurso como um meio de transporte referente à informação jornalística sendo ela da forma oral ou escrita. Para que assim seja feito teremos como base teórica para as pesquisas bibliografias sobre tais as concepções. Por último, em relação a esse estudo, observamos que a própria mídia vem de encontro com a formação do sujeito crítico em face da sociedade influenciando-o de forma direta no modo de agir e pensar do homem contemporâneo. 
Palavras chave: Análise do discurso jornalístico, compreensão da notícia, Linguagem jornalística.
SUMMARY
                     This technique of journalistic discourse that is received discursively in the middle of the news used, with various resources regarding the selection of each information. The article present here provides a more accurate reading about it as the Analysis of Journalistic Discourse and its comprehension before the news. It has become a topic widely discussed in academia as well as outside it. Whereas nowadays man lives in a digital culture which in turn keeps in network with the new technologies. This article exposes the predominance in reach level when talking about objective manipulation. Consequently, the understanding of journalistic discourse is ideologically present in its own language. In order to achieve this effect in your audience, we will follow the origin of the discourse as a guide, and then understand and analyze the potentiality of discourse as a means of transport regarding journalistic information, whether oral or written. For this to be done we will have as theoretical basis for research bibliographies on such conceptions. Finally, in relation to this study, we observe that the media itself comes against the formation of the critical subject in the face of society, directly influencing him in the way of acting and thinking of contemporary man.
Keywords: Analysis of journalistic discourse, comprehension of news, Journalistic language.
1. INTRODUÇÃO
 Uma das funcionalidades desde meio de comunicação é de estar diretamente ligado no que se diz respeito ao equilíbrio acerca das pessoas e da sociedade. Esses meios estabelecem a forma pela qual as pessoas sentem e se informam em relação ao ambiente em que vivem reconhecendo-as enquanto nação, sociedade ou grupo. O jornalismo se torna uma ponte para a ampliação que o cidadão tem para ser compreendido segundo o uso que faz do mesmo. 
 De uma forma geral e extensa a globalização afetou o nosso modo de agir e pensar, dando-nos, cada vez mais o acesso a informações, os meios de divulgação e comunicação têm uma grande relevância na coletividade, projetando em si demarcações que transporta elementos do meio social, da convicção e da história dos mesmos. 
Essa condição das mídias ocorre devido a sua suposta condição de isenção, do fato de ocuparem o lugar privilegiado de democratização de informações e do fato de terem o poder de “conscientização” e “mobilização” da população em relação aos acontecimentos sócio-políticos de relevância da sociedade (COUTINHO Apud, 2013, p. 74). 
 O jornalismo encontra-se em profundas adaptações na sociedade, a citar a apresentação do jornalismo cidadão ou colaborativo, realizado a partir da contribuição do receptor que participa e interage do processo da construção da notícia, mudando a relação dos jornalistas com as suas fontes. 
 No jornalismo, o presente em que vivemos ele é intentado e contínuo, se renovando a todo instante. A concepção do discurso jornalístico se situa no processo de compreender e assim tentar explicar a realidade.
 Com as modificações dos fabricantes das notícias, neste cenário, as associações profissionais dos jornalistas atuam em conveniência da obrigatoriedade do diploma para o exercício profissional. Assim como DINIZ (2001) defende o papel dos sindicatos e federações:
As associações profissionais, por seu turno, velam para que os serviços sejam oferecidos apenas por aqueles formalmente treinados no corpo de conhecimento da profissão e credenciados para o seu exercício, garantindo sua qualidade; cabe também a estas associações velar que o código de ética seja rigorosamente observado (DINIZ, 2001, p. 29).
 
		Na contemporaneidade a sociedade em si vive uma cultura de costumes e informações sendo que, os sujeitos estão cada vez mais buscando assuntos, conteúdos, temas, sejam através de mídias impressas como jornais e revistas ou digitais como redes sociais, programas televisivos, blogs jornalísticos, websites e etc. 
 2. DESENVOLVIMENTO
 2.1 A LINGUAGEM COMO MANIPULAÇÃO JORNALÍSTICA
		 A expressão sendo ela falada ou escrita é o principal meio de transmissão de informações no contexto da mídia jornalística. Sua finalidade é adequar-se ao cotidiano do receptor para que a mensagem transmitida seja compreendida de maneira que o objetivo da informação seja alcançado com êxito. Dias (2008, p. 42) afirma que: “há leitores específicos para cada editorial de jornal e é preciso chegar à linguagem que esperam encontrar em sua leitura”, quer dizer, a linguagem utilizada deve moldar-se ao seu público alvo para que a finalidade da mensagem seja alcançada. 
		É conhecido que existem muitas marcas de persuasão, as notícias cotidianas visão cada vez mais a aproximação do público em geral, mais intensamente do público popular. A linguagem padrão é utilizada de forma equilibrada, não muito trabalhada, nem simples, para que todos aqueles que forem alcançados pela notícia possam compreender o que esta sendo transmitido. Assim sendo, segundo DIAS (2008, p. 63):
 [...] mesmo admitindo que o jornal seja marcado por uma linguagem popular, não se pode deixar de reconhecer que existe um processo de elaboração do noticiário, das narrativas, das reportagens etc., que obedece aos princípios formais da língua escrita, e particular, na organização sintática. 
		Em seguida, fica claro que mesmo que a ideia a ser transmitida seja para um determinado público popular, isso não quer dizer que esta pode ser feita a qualquer modo ou de qualquer jeito. A linguagem é minuciosamente selecionada visando sempre buscarum maior efeito sobre os leitores ou telespectadores, ou seja, existem claramente marcas de manipulação na linguagem que são usadas para persuadir o público leigo através das notícias sensacionalistas. As manchetes são selecionadas com a intenção de aproximar os sujeitos ao meio dos pensamentos e convicções que o locutor deseja transmitir.
 A elaboração da linguagem usada nos noticiários é feita com o objetivo de chamar, ao máximo, a atenção dos receptores para a mensagem que é demostrada como interesse do veículo da informação. A adequação é vista quando é evidenciado o objeto que se deseja colocar em destaque, com manchetes chamativas no caso da mídia escrita e o uso de maior ênfase vocal, por exemplo, no caso da mídia de áudio ou visual. 
		Dessa forma “vê-se, assim que os recursos existentes da língua oral popular facilitam essa interação do jornal com seus leitores (...) atuam mais diretamente, convencem com maior facilidade, sem necessitar de reflexão” (DIAS, 2008, p. 66). 
 Ou seja, as formas de manipulação que se encontram nos noticiários são inúmeras e variadas, podemos citar como exemplo, o uso de metáforas que provocam um melhor entendimento, tornando-se assim o fato mais compreensível popularmente, ou mesmo o discurso excessivo com o uso intencional de entonação vocálica, letras maiúsculas e palavras que causam um impacto forte é usado com a finalidade de convencer o leitor/telespectador a acreditar na “verdade” posta pelo espetáculo da mídia. 
		Outra forma de manipulação perceptível são as chamadas frases feitas populares, isto é, um bordão. Este tem a intenção de destacar determinadas situações marcando a particularidade das ideologias inseridas naquele contexto, com a intenção de ressaltar uma determinada situação que é interessante para o divulgador da informação.
		Essas marcas citadas são utilizadas de forma intencional em especial pelo contexto jornalístico com a pretensão de induzir, na maioria das vezes, as massas populares, pelo fato de terem pouco acesso a informações fazendo com que ajam de forma que se assemelha ao modelo veiculado por determinado propagador. 
		O modo em que as formas narrativas das quais muitos noticiários utilizam para transmitir o acontecido é a forma que se encontra para se associar cada vez mais do seu público alvo, sendo esse de fácil controle, pois acreditam em tudo que é propagado pela mídia, até o ponto de planejarem suas vidas e decisões com bases no que esta sendo transmitido nos jornais escritos, televisionados e etc., ou seja, nas esferas de comunicação.
 2.2 A PRODUÇÃO DA NOTÍCIA SEGUNDO AS REGRAS DO DISCURSO JORNALÍSTICO
 O discurso não é uma das utilidades da instituição jornalística. É o efeito principal do seu exercício. “Os jornalistas produzem discursos como o pintor pinta telas, o músico compõe músicas, o arquiteto projeta edifícios”. (Rodrigues 1997, p. 217). 
 Pela situação de os meios de comunicação comporem-se a principal janela por onde o sujeito moderno acede o mundo, o discurso jornalístico acaba por ser o discurso sobre o estado das coisas no mundo, âmbito este visto aqui como um sistema simbólico de compreensão de tudo o que pode ser dito, descrito em palavras, de tudo aquilo que tem nome e, portanto, significado para mim e para os outros.
 Desse modo, o discurso jornalístico é um discurso narrativo, da qual palavra assume características semelhantes de conferir o ser, ou sendo ele tudo aquilo que é, é discurso e, assim sendo, é um discurso óptico, autêntico, acima de qualquer suspeita. Os acontecimentos aos quais ele nos reporta, por mais controversos que sejam, são apresentados sempre como uma verdade completada, sobre a qual há de haver um consenso sólido e resistente de forma estabelecida. 
 Os indivíduos podem até interpelar se um acontecimento é mais ou menos excepcional, mais ou menos bem escrito, mais ou menos bem-acabado, mas ninguém argumenta se é mais ou menos verdadeiro ainda que a verdade seja a versão proposta pelo jornalista. Segundo HALL (1993, P. 227):
Os acontecimentos, enquanto notícias, são regularmente interpretados dentro de enquadramentos que derivam, em parte, desta noção de consenso enquanto característica básica da via quotidiana. São elaborados através de uma variedade de explicações, imagens e discursos que articulam o que o público supõe pensar e saber da sociedade” (Hall 1993, p. 227.).
 Dessa maneira, sendo o discurso jornalístico a notícia de um acontecimento com efeito ocorrido ou, pelo menos, tido como tal, o seu valor é sempre relativo, ou seja, é sempre um conhecimento sobre alguém, sobre alguma coisa, sobre alguma situação, antevendo, consequentemente, a veracidade e a autenticidade como princípios éticos do contrato de leitura. 
 A confiabilidade do testemunho do jornalista é o que assegura a credibilidade do próprio contrato que só se forma como tal quando é reconhecido pelo leitor como legítimo. 
 Contudo, o valor referencial do discurso jornalístico é sempre correspondente porque a competência narrativa é uma espécie de capital figurado, possível de acréscimo, de diminuição ou de perda, conforme as alterações que a versão exige, quer em significância de fatores próprios ao desempenho do próprio jornalista, quer como seguimento de alterações na organização jornalística que representa e com a qual é distinguido, quer ainda como resultado da alteração das expectativas do público.
3. IMPRESSOS E INFORMAÇÃO
 A mídia impressa, teoricamente, busca passar a seus leitores uma imagem de lógica e raciocínio, bem como objetividade e de compromisso com a verdade, mas essa imagem é obtida com o tratamento que é dado à notícia. 
 Esse tratamento já se inicia na seleção do que será noticiado. Arnt (2006) ressalta que a seleção das notícias sempre foi considerada, pelos críticos, um aspecto negativo da imprensa, o jornal é acusado tanto de decidir aleatoriamente o que é noticiável quanto de parcialidade na escolha dos acontecimentos e de unilateralidade nas versões.
 Entretanto, hoje, a seleção da informação torna-se o “trunfo” do jornal impresso dentre as inúmeras possibilidades de acesso digital e em meio as variadas informações fragmentadas e descontextualizadas que o momentâneo do online fez surgir com os jornais da Internet, atualizados a cada minuto. Arnt (2006) reconhece que o jornal impresso é um meio que seleciona com as imperfeições inerentes a toda escolha, e que assume o papel de fazer um recorte possível dos acontecimentos da sociedade e que o oferece contextualizado e com maior qualidade editorial ao leitor. 
Em relação a isso, Héris Arnt salienta que:
[...] o potencial do jornalismo impresso, na sociedade contemporânea, cada vez mais, está ligado à sua credibilidade, sua ética em última instância. A função ética do jornal confunde-se com a própria função da informação. A nortear os parâmetros éticos dos jornais, existe todo um sistema de avaliação que nasceu com a própria imprensa, baseado num instrumental de novas versões dos fatos na edição seguinte, desmentidos, erratas, correspondência dos leitores, notas da redação. Estes mecanismos podem ser muito sutis, e aparentemente pouco importantes, mas são da essência do jornalismo (ARNT, 2006, p. 235-236).
 Reconhecer os procedimentos empregados para direcionar uma interpretação de fatos é importante para uma interpretação eficiente. A grande questão para refletir é como identificar qual a linha editorial adotada por um jornal, quais as posições político-sociais assumidas, quando há, insistentemente, nas estratégias de marketing dos mais diferentes impressos, a defesa de compromissos com a neutralidade, a imparcialidade e a negação de comprometimento com posições político-sociais.
 No entanto a sociedade ainda precisa acabar com alguns mitos, para queo sujeito leitor possa transformar-se em cidadão leitor crítico e passe a ocupar o seu lugar social. 
 Portanto, a princípio podemos observar que este conceito nos direciona a valores e atitudes da condição do pensamento que serão aplicados em algum momento do cotidiano do mesmo.
 Segundo SOUSA, 2002, p.4-6, a notícia mostra-se como ponto de início que se sobressai nas mais variadas concepções de notícias. Como por exemplo:
 As Teorias do espelho em que as notícias são vistas como espelho da realidade. A Teoria da acção pessoal vê as notícias resultantes de inúmeras seleções de acontecimentos listadas em opções particular do jornalista. 
 Na Teoria organizacional as “[...] notícias são o resultado das condicionantes organizacionais em que são fabricadas, como as hierarquias, as formas de socialização e aculturação dos jornalistas etc.” (SOUZA, 2002, p. 04). Teoria da acção política, apura as notícias em vista da distorção da realidade, por meio da sujeição jornalística a alguns controles ideológicos estabelecidos. 
 A Teoria estruturalista é na qual as notícias são observadas como “[...] um produto socialmente construído, que reproduz a ideologia dominante e legitima [...]” (SOUZA, 2002, p. 05). 
 Teoria construcionista, é na qual as notícias são observadas como artefatos que resultam de um processo de construção linguística organizacional, cultural e social, que fazendo parte dessa realidade que ajuda a construir e a reconstruir. 
 Na Teoria interacionista, podemos ver nessa perspectiva, (...) “a própria notícia que por si resulta de um processo de assimilação, e transformação sobre situações que visam à notícia, por um corpo de profissionais que compartilham uma mesma cultura, sob a pressão do tempo. Para Sousa (2002, p. 9-10).
A notícia é o resultado da interação simultaneamente histórica e presente de forças de matriz pessoal, social (organizacional e extra organizacional, ideológica, cultural, do meio físico e dos dispositivos tecnológicos, tendo efeitos cognitivos, afetivos e comportamentais sobre as pessoas, o que por sua vez produz efeitos de mudança ou permanência e de formação de referências sobre as sociedades, as culturas e as civilizações Sousa (2002, p.9-10).
 Essa descrição do autor pode aplicar ao jornalismo, que se exibe como um campo do conhecimento humano no quais distintos fatores de ordens diversas interagem na construção de uma prática sócia discursiva de enorme importância na sociedade atual. 
 Em entendimento dessas teorias, Sousa (2002, p. 6) diz que é possível perceber que essas diferentes perspectivas possuem “[...] pontes, pontos de contato e explicações comuns”, o que justifica, segundo o autor, sua proposta. Além do autor apoia-se, em face também da explicação de seu argumento, no que ele apontou como eixo norteador para a construção da teoria do jornalismo, a circulação e consumo das notícias e os efeitos causados por elas. 
 No sentido em que (SOUZA, 2002) nos mostra, [...] “as notícias consequentemente geram, na população, efeitos tanto comportamentais como cognitivos e afetivos”. Os efeitos cognitivos se encontram no estímulo de transformar a assimilação dos mesmos em receptores de uma determinada realidade. Já, em efeito afetivo nos reiteram a respeito da proposta de prática para distribuir emoções bem como sentimentos, inclusive quando são dirigidas à razão.
 Quando se compete na capacidade de poder agir nesse comportamento de forma que se intensifique ou não o sujeito, podemos expor segundo o autor citado acima, de efeitos comportamentais. 
 Expostas as bases norteadoras necessárias à construção da teoria da notícia, ou mesmo do jornalismo, o autor lança sua proposta. Para Sousa (2002, p.9-10),
A notícia é o resultado da interacção simultaneamente histórica e presente de forças de matriz pessoal, social (organizacional e extraorganizacional), ideológica, cultural, do meio físico e dos dispositivos tecnológicos, tendo efeitos cognitivos, afectivos e comportamentais sobre as pessoas, o que por sua vez produz efeitos de mudança ou permanência e de formação de referências sobre as sociedades, às culturas e as civilizações.
 Essa explicação do autor se aplica ao jornalismo, que se manifesta como um campo do conhecimento humano no quais diferentes fatores de ordens diversas interagem na construção de uma prática sócia discursiva de grande importância na sociedade atual. Melhor dizendo, é um campo do conhecimento humano com sentido e natureza dialógica, que tem um efeito originado da interação de diferentes forças.
4. O PAPEL SOCIAL DO JORNALISMO
 Nesta sociedade de consumo e em meio ao público em que se encontra o papel social do jornalismo transpor e interpretar e informações, ou seja, não somente cabendo a ele unicamente informar. 
 Por conta da fartura de informações, compete ao jornalista atribuir sentido a mesma e interpretá-la, dando-lhe exatidão na elaboração intelectual e de repasse ao receptor a condição de refletir sobre o exposto. É neste papel funcional que se situa a amplitude de um determinado texto, atribuindo ao jornalista também o papel de contribuir na propagação do conhecimento de forma coletiva.
 A prática de informar baseia-se em poder conduzir dados e informações técnicas sobre algum fato predominante auxiliando o receptor absorver a informação de forma mais objetiva entendendo as inúmeras capacidades emocionais e afetando a assimilação do modo particular de um episódio por parte de quem esta recebendo essa informação.
 Ser pragmático com as informações não é ser pouco preciso perante elas. É realizável e possível ser direto e objetivo em um informe jornalístico e retratar um episódio com exatidão e procedimentos narrativos que lhe constituam de acordo com as sutilezas literárias que atravessam a história. 
 O jornalismo vive excessivas mudanças e as transformações ocorrem em todos os níveis da categoria. Com o aumento da internet surgiram novas demandas na sociedade. Castells (2003: p. 115) afirma que a internet é mais do que um mero instrumento tecnológico. E denomina de “sociedade em rede por utilizar as tecnologias de informação e comunicação para se articular socialmente”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 O Jornalismo deve ser refletido continuamente como uma atividade que envolve responsabilidades que se atribui ao passo em que se é posto em prática e que lhe atribuem (público, leitor, telespectador) como produtor de notícias, informações verídicas. Os motivos para tanto são os mesmos desde a modernidade. 
 Conhecido tanto no Brasil como em outros países como o quarto poder, muitas vezes na prática são cometidos abusos em nome do Jornalismo ou o jornalista é objeto de coerções. Contudo, o campo detém um discurso que se apresenta como defensor do interesse público/coletivo e não só privado/individual. Seja na natureza de mercado em que estiver introduzido, deve cumprir com expectativas mínimas de reatividade para com o que é público, porque gera repercussão na opinião pública. 
 Diante disso, das variadas conjecturas do trabalho jornalístico, a falta de clareza sobre técnicas, métodos e limites do profissional valida tanto a sua defesa contra erros ou equívocos, quanto sua independência. Os contextos como pretenderam demonstrar no presente artigo, podem mudar, mas a profissão abrigada por um código deontológico não deve sofrer transformações que cobarde a credibilidade de uma notícia, por exemplo, diante de quaisquer mudanças administrativas, políticas ou econômicas.
 Nesta pesquisa, intentando a grande importância que a mídia tem enquanto sistema reconhecido de disseminação de informações e de formação de opinião pública, procuramosinvestigar a questão da relação entre valorações sócio-políticoideológicas e o fazer jornalístico. Para isso, fizemos uma imersão na problemática que se põe no campo da comunicação social o jornalístico sobre a relação entre subjetividade-objetividade e, em função disso, optamos por abordá-la pelo viés discursivo. 
 Apresentado como contribuição teórica na área dos estudos da análise do discurso jornalístico e compreensão da notícia, foi provável confirmar que, ao executar a sua reportagem, o jornalista, se coloca como um sujeito social e histórico, de ideologia que constituiu e marcou o seu discurso mostrando o seu verdadeiro papel que é a todo o momento, fazer pensar.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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CHRISTOFOLETTI, Rogério. Ética no Jornalismo. São Paulo: Contexto, 2008.
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DINIZ, Marli. Os Donos do Saber. Rio de Janeiro: Revan, 2001.
FIORIN, José Luiz. Introdução ao pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2008. 
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