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DIREITO TRIBUTÁRIO - Do Sistema Tributário Nacional (Art. 145 a 162)

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DIREITO TRIBUTÁRIO
VIDEOAULA
PROFª GIULIANE TORRES
Do Sistema Tributário Nacional (Art. 145 a 162)
www.acasadoconcurseiro.com.br
http://www.acasadoconcurseiro.com.br
DIREITO TRIBUTÁRIO
3
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL (ART. 145 A 162)
Finalidade do Tributo:
 • Fiscal: arrecadatória, no geral.
 • Extrafiscal: social e econômica.
 • Parafiscal: arrecadatória, contudo para determinadas atividades. O Poder Público delega 
para outra pessoa jurídica a capacidade tributária ativa, ou seja, delega a função de cobrar.
TRIBUTO – CONCEITO
Art. 3º do Código Tributário Nacional
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída 
em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
* Prestação Pecuniária (em moeda ou cujo valor ela se possa exprimir). Não pode ser “in labo-
re” (em trabalho) ou “in natura” (em bens).
* Compulsória: Obrigatória.
* Instituída em Lei: necessariamente, o tributo tem que ser instituído por lei.
* Não constitui sanção por ato ilícito: tributo não é punição. Essa é a diferença do tributo para a 
multa. A definição do fato descrito na lei tem que ser lícita. Contudo, em face do princípio “non 
olet” (o direito não cheira), se a ação for ilícita, mas resultar no fato gerador do tributo, não há 
irregularidade e tem que ser pago o tributo. Ex.: tráfico de entorpecentes que gera rendimen-
tos. Como gerou rendimentos, será devido Imposto de Renda, mesmo o tráfico sendo crime. Se 
ocorreu o fato gerador, o tributo será cobrado.
* Cobrança vinculada: não há a possibilidade de analisar nenhum aspecto. Não há margem para 
decidir se cobra ou não cobra.Existe a obrigatoriedade do poder público de lançar o tributo.
Discussão: o FGTS é tributo? O STJ decidiu que não é tributo, pois, em que pese estarem presen-
tes todos os requisitos que caracterizam um tributo, caso fosse considerado tributo, a cobrança 
apenas poderia ser dos últimos 5 anos, pois é a regra de prescrição tributária e isso seria dano-
so ao trabalhador, que tem 30 anos de prescrição em relação ao FGTS. Assim, o STJ decidiu de 
forma política, em favor do trabalhador. Ainda, o STJ decidiu que não é tributo, pois a receita do 
FGTS é destinada ao trabalhador e pela lei só é tributo se for destinada aos cofres do Estado, 
conforme o conceito financeiro de tributo.
4
Após, a discussão foi para o STF que concordou com a ideia de que FGTS não é tributo. Porém, 
entendeu que o prazo prescricional para a cobrança do FGTS é de 5 anos, pois todas as verbas 
decorrentes de trabalho tem prazo prescricional para cobrança apenas dos últimos 5 anos. Sen-
do o FGTS verba decorrente do contrato de trabalho, não poderia ser diferente.
CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS EM ESPÉCIES
Relacionados ao fato gerador do tributo. Verificar se o fato gerador se vincula ou não se vincula 
a uma atividade estatal específica voltada ao contribuinte.
Ex.: toda taxa é taxa de alguma coisa. Assim, se vincula a uma atividade do Estado. Taxa de emis-
são de passaporte: vinculada a emissão do passaporte.
 • Vinculados: se vincula a uma atividade do Estado. Tem que ter a contrapartida do Estado.
 • Não vinculados: Como os impostos. Apenas o contribuinte cumpre a sua parte de fazer o 
pagamento. Não há obrigatoriedade da contraprestação do Estado. Por exemplo: o fato de 
se pagar IPTU não obriga o município a tapar os buracos das ruas, pois o fato gerador do 
IPTU é ser proprietário de imóvel. Não é uma taxa para tapar buracos e não há nada que 
vincule o pagamento do IPTU com a arrumação das ruas. Não é vinculado. Quem decide 
aonde será utilizado o dinheiro é o Estado, que vai verificar os valores no orçamento.
ESPÉCIES:
CTN:
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gera-
dor da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.
* Não importa o nome que é dado ao tributo, o que determina a espécie tributária é o fato gera-
dor. Não importa o nome e sim a essência.
Assim, se é instituída uma taxa de turismo para quem é proprietário de imóvel, não pode ser 
uma taxa e sim, o IPTU, pois o que importa é o fato gerador que, no caso, é ser proprietário de 
imóvel.
* A destinação legal do produto da arrecadação não importa, é irrelevante. Importa o fato gera-
dor para se detectar se é tributo e qual a espécie.
Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.
Teoria tripartidária: os tributos são apenas os impostos, as taxas e contribuições de melhoria. 
Art. 5º do CTN.
Teoria pentapartidária: os tributos são os impostos, as taxas, as contribuições de melhoria, os 
empréstimos compulsórios e as contribuições específicas.
A teoria adotada pelo STF é da pentapartição.
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5
IMPOSTOS
Fato gerador dos impostos são sempre manifestações de riquezas.
Base de cálculo (valor sobre o qual incide a alíquota): quantificação da riqueza que está sendo 
tributada.
A competência para cobrança é privativa (União, Estados e Municípios), de acordo com o que 
diz a Constituição Federal.
 • União pode criar, art. 153, CF/88: II, IE, IOF, IPI, ITR, IR e IGF (nunca foi criado, é apenas previsto).
 • Estados podem criar, art.155, CF/88: ITCMD, IPVA e ICMS.
 • Municípios podem criar, art. 156, CF/88: IPTU, ISS e ITBI.
 • Distrito Federal: Estado e Município.
A União tem competência, art. 154:
I – residual: (pode criar tributos sobre “o que sobra”, o que não é tributado, mediante lei com-
plementar, fato gerador e base de cálculo que não exista e não pode ser cumulativo).
II – Extraordinária: fora do usual, tem que estar acontecendo algo de excepcional para essa 
competência ser exercida. Assim, só pode usar essa competência em caso de guerra externa ou 
na iminência de guerra, se criando o IEG (Imposto Extraordinário de guerra).
OBS.: não precisa observar os requisitos da competência residual. Não há requisitos a serem 
observados.
Diferença entre Bitributação e Bis in Iden:
Bitributação: Dois tributos sobre o mesmo fato gerador. Contudo, os tributos seriam de entes 
políticos diferentes. Ex.: Cobrança de IPTU e ITR sob o mesmo imóvel.
Bitributação: Dois tributos sob o mesmo fato gerador. Contudo, os tributos seriam do mesmo 
ente político. Ex.: Cobrança de Imposto de Renda e Imposto de Renda sobre Guerra.
Tributos criados por Lei Complementar: Empréstimos Compulsórios (art. 148 CF/88), Impostos 
residuais (art. 154, I CF/88), Contribuições residuais (art. 195, § 4º da CF/88) e Impostos sobre 
Grandes Fortunas (art. 153, VIII, CF/88).
TAXAS
Tributos vinculados, contraprestacionais. Os fatos geradores são: exercício do poder de polícia e 
de prestação de serviços públicos. Art. 145, II da CF/88. Art. 79 do CTN.
O exercício do poder de polícia é o poder fiscalizatório. É relacionado com o supraprincípio do 
Direito Administrativo do interesse público. Assim, o Estado deve ter o poder de restringir o 
exercício do direito de atividades por particulares para garantir o bem comum. É a taxa para 
que o Estado fiscalize. Ex.: taxa de funcionamento, para verificar se o local está funcionando de 
acordo com a lei.
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OBS.: o efetivo poder de polícia pode ser presumido, de acordo com o STF. Ex.: taxa de renova-
ção de alvará. Se há órgão competente, se presume que a fiscalização está sendo feita.
Taxa de serviço: 
Fato gerador: utilização efetiva ou potencial de serviços públicos que tem que ser específicos e 
divisíveis postos a disposição do contribuinte ou prestados ao contribuinte.
Utilização – efetiva – Serviços Público – Específicos – Prestados ao contribuinte – divisível e divi-
síveis ou postos a disposição.
Efetiva OU potencial: no caso da coleta de lixo, mesmo que não se produza lixo, tem que se 
pagar a taxa. Assim, não se utiliza efetivamente o serviço, mas potencialmente, pois estáa dis-
posição.
A utilização é potencial em relação aos serviços que a lei define como de utilização compulsória 
e posto ao contribuinte a disposição efetiva. 
Alguns serviços, como a taxa de coleta de lixo, tem que ser pago de qualquer jeito, bastando 
que o serviço esteja à disposição. Outros, como a taxa judiciária, só será cobrado caso ocorra a 
utilização efetiva do mesmo.
Específicos E divisíveis: 
Específico: o Estado tem que ser capaz de identificar quem são os usuários.
Divisíveis: tem que ser possível ao usuário identificar por qual serviço está pagando, utilizando.
Ex.: taxa para emissão de passaporte. O Estado é capaz de identificar para quem está emitindo o 
passaporte e o usuário sabe que está pagando pela emissão do passaporte.
Assim, quando o serviço é específico e divisível, o Estado pode cobrar taxa. Quando não é, o Es-
tado custeio através dos impostos.
No caso da limpeza dos logradouros públicos, não pode ser cobrada taxa, pois o serviço não é 
divisível, não tem como se identificar os usuários. É para a coletividade.
Súmula Vinculante 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, 
remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o 
artigo 145, II, da Constituição Federal.
O serviço de iluminação pública não é específico e divisível, portanto, não pode ser cobrado por 
taxa.
A taxa de bombeiros é Constitucional, de acordo com o STF.
Base de cálculo das taxas: CF, art. 145, § 2º: as taxas não podem ter base de cálculo própria de 
imposto. Ocorre que base de cálculo de imposto codifica uma riqueza. Base de cálculo de taxa 
não pode codificar riqueza. Assim, não pode se cobrar taxa de acordo com a capacidade contri-
butiva do contribuinte. Ex.: um milionário não pode ter a taxa de coleta de lixo mais cara porque 
ele tem mais dinheiro. Em relação aos impostos, deve obedecer a capacidade contributiva, mas 
não no caso das taxas.
DIREITO TRIBUTÁRIO | PROFESSORA GIULIANE TORRES
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Sempre que possível os impostos terão caráter pessoal e serão graduados de acordo com a ca-
pacidade econômica do contribuinte.
Da decisão do STJ sobre a taxa de lixo de São Carlos:
* Presume-se que imóvel maior produz mais lixo.
* O dispositivo que diz que taxa não pode ter base de cálculo de imposto não proíbe que se uti-
lize um ou mais elementos que também são integrados para calcular imposto. Não se pode usar 
o mesmo elemento, como o valor do imóvel, mas elementos, como a área do imóvel, se pode 
utilizar.
Súmula vinculante 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais 
elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral 
identidade entre uma base e outra.
* Ademais, nada impede apesar da Constituição ter previsto o princípio da Capacidade Contri-
butiva só para impostos, que se aplique as taxas.
Súmula 670 STF: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
Competência para cobrança: é diferente da cobrança para imposto, que é privativa. Para as ta-
xas, a Constituição não diz quem cria cada taxa. Que tem competência para cobrar o serviço, 
tem competência para criar a taxa. A competência para taxa é comum, de todos os entes federa-
dos, desde que exerçam a atividade que configura o fato gerador da taxa.
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
Lei -------- Obra ---------- Valorização -------- Cobrança
Antes da obra, tem que ser criada a lei. Tem que ser definida a área de abrangência e o fator de 
valorização.
Melhoria – tem que ser de valor. Não pode ser de outro aspecto.
Fato gerador – valorização do imóvel decorrente de obra pública.
Base de cálculo – valorização do imóvel, o quanto o imóvel valorizou.
Limites:
Total (geral): o que o Estado gasta para fazer a obra. O máximo que o Estado pode cobrar é o 
que gastou com a obra.
Individual: o que cada imóvel se valorizou. O valor acrescido a cada imóvel.
Assim, o Estado não pode cobrar do contribuinte mais do que gastou, nem mais do que o imóvel 
valorizou.
Ex.: se o valor da obra foi de 100 milhões e valorizou 1000 imóveis, o valor máximo que pode 
ser cobrado do contribuinte seria R$ 100.000,00. Contudo, se o valor individual acrescido a cada 
imóvel foi de R$ 50.000,00, não pode ser cobrado R$ 100.000,00, pois extrapola o limite indivi-
dual. Assim, tem que ser observado o limite total e o individual.
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Quem fez a obra tem competência para cobrar a Contribuição de Melhoria, dentro de sua com-
petência, obedecendo os limites acima colocados.
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
É um empréstimo obrigatório. Se empresta dinheiro ao Estado de forma compulsória.
É um tributo de competência exclusiva da União Federal e só pode ser criado por Lei Comple-
mentar. Não pode ser criado por Medida Provisória em hipótese alguma. No futuro, o valor tem 
que ser devolvido.
Para criar empréstimo compulsório tem que estar acontecendo algo urgente e de grande rele-
vância no país. 
Art. 148 da CF/88 – Motivos que ensejam a criação do Empréstimo Compulsório:
I – Guerra / Calamidade – É exceção ao princípio da anterioridade, podendo ser cobrado imedia-
tamente.
II – Investimento urgente e relevante – Ex.: município vai ficar sem água. Pode ocorrer a cobran-
ça do empréstimo compulsório. Porém, não é exceção ao princípio da anterioridade, só pode 
ser cobrado no outro ano.
Parágrafo Único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vincu-
lada à despesa que fundamentou sua instituição.
Valor tem que ser usado na despesa que fundamentou ou tem que ser devolvido.
Caso das poupanças no governo Collor: não foi confisco. 
Art. 15 do CTN:
Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir 
empréstimos compulsórios:
I – guerra externa, ou sua iminência;
II – calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os 
recursos orçamentários disponíveis;
III – conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. – Não 
recepcionado pela CF/88. Não existe mais essa possibilidade.
CONTRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissio-
nais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, 
observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto 
no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
DIREITO TRIBUTÁRIO | PROFESSORA GIULIANE TORRES
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§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, 
cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime 
previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da con-
tribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.
* Sociais: 
 – para seguridade social – art. 195 da CF/88 – tem listada as contribuições. 
 – outras para seguridade – art. 195, § 4º – a lei pode criar outras fontes não previstas. Somente 
por Lei Complementar
 – gerais.
* De intervenção no domínio econômico (CIDE): o Estado cria a contribuição, tributa a ativida-
de e a grana que recebe ele usa para estimular outra atividade. Ex.: CIDE royalties: quando se 
adquire uma mercadoria estrangeira, se paga royalties e sobre os royalties se paga uma contri-
buição por intervenção no domínio econômico e esse dinheiro é utilizado no fundo nacional de 
tecnologia que desenvolve a tecnologia no país.
CIDE Combustíveis: do valor que a União arrecadar, 29% ela passa para os Estados. Do que cada 
Estado recebe, 25% passa para os Municípios. Os Estados e os Municípios apenas gastam esse 
valor com a terceira finalidade: melhoria da infraestrutura de transporte.
As outras duas finalidades: projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do 
gás e pagamento de preço subsídios ao combustível ou ao transporte são atividades exclusivas 
da União.
* Contribuições corporativas: de interesse de categorias profissionais ou econômicasEx.: contribuição sindical, art. 8º, 4da CF/88.
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
(...)
IV – aassembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria 
profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederati-
vo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição 
prevista em lei;
A contribuição sindical prevista em lei é tributo e compulsória.
A contribuição fixada pela assembleia é opcional. 
Competência: União. 
Exceção: contribuição para custear o regime previdenciário dos Estados, Distrito Federal e Mu-
nicípios. A alíquota mínima não pode ser inferior à da contribuição da União, mas não tem alí-
quota máxima.
CONTRIBUIÇÃO DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA – o STF disse que não poderia existir taxa de ilumi-
nação pública, pois não atendia os requisitos de taxa, não visa remunerar um serviço específico 
e divisível, não há referibilidade. A receita é vinculada a uma receita especifica, então não pode-
ria ser um imposto. Assim, surgiu a contribuição para a iluminação pública.
10
CARACTERÍSTICA COMUM AS CONTRIBUIÇÕES: todas são vinculadas. Servem para custear de-
terminada despesa.
LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR
Os entes federados podem tributar, mas há limites.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é ve-
dado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em 
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação pro-
fissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação 
jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
III – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei 
que os houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os ins-
tituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a 
lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
IV – utilizar tributo com efeito de confisco;
V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tribu-
tos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela 
utilização de vias conservadas pelo Poder Público;
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas funda-
ções, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação 
e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo 
obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral 
interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou ar-
quivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de 
mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 75, 
de 15.10.2013)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc75.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc75.htm#art1
DIREITO TRIBUTÁRIO | PROFESSORA GIULIANE TORRES
11
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 
148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos 
tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da 
base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, 
à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas 
decorrentes.
§ 3º As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior não se aplicam ao 
patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de ativida-
des econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos priva-
dos, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo 
usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar impos-
to relativamente ao bem imóvel.
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem so-
mente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades 
essenciais das entidades nelas mencionadas.
§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos 
acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de 
crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contri-
buições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual 
ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou 
o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 
155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição 
de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gera-
dor deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial resti-
tuição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. (Incluí-
do pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
Art. 151. É vedado à União:
I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou 
que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Fede-
ral ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incenti-
vos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-eco-
nômico entre as diferentes regiões do País;
II – tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos res-
pectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obri-
gações e para seus agentes;
III – instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Fe-
deral ou dos Municípios.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1
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Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabele-
cer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão 
de sua procedência ou destino.
OBS.: a lista de limitações não é exaustiva, não estão dispostas apenas nos artigos 150, 151 e 
152, existem outras na Constituições. Ainda, a maioria dessas limitações representam cláusulas 
pétreas. Boa parte delas, por configurarem garantias individuais do contribuinte.
Art. 150 CF – limitações que todos os entes federados devem observar.
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça – Princípio da legalidade.
Lei ou atos que tenham força de lei, como a Medida Provisória. Não pode um ato infralegal, 
abaixo da lei, criar ou majorar tributo. Um decreto ou portaria jamais poderá criar um tributo.
Para extinguir um tributo também é necessário lei.
A Constituição não cria tributo, apenas dá a previsão de lei. Quem cria o tributo é a Lei: Lei ordi-
nária, Lei complementar, Medida Provisória, Lei delegada, Decretos legislativos.
Se o tributofor criado por outro ato que não a lei, é inconstitucional.
Para majorar e reduzir um tributo, também é necessário lei.
Na parte de criar e extinguir tributo, não há exceções no princípio da legalidade.
Contudo, para “mexer” no tributo, há exceções:
1 – II, IE, IOF e IPI – tributos extraficais, podem ter suas alíquotas alteradas nos limites da lei por 
ato do Poder Executivo. Art. 153, § 1º, CF/88.
Ato do Poder Executivo – por ato sem lei, por ato infralegal.
ATENÇÃO: art. 21 do CTN. Não recepcionado pela CF/88, pois apenas as alíquotas podem ser 
alteradas. Então, a parte da base de cálculo é inconstitucional.
Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos 
em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de ajustá-
-lo aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.
CAMEX – Câmara do comércio exterior tem poder de mexer em alíquota de Imposto de Im-
portação e Imposto de Exportação. Não é ilegal, pois faz parte do Poder Executivo. É órgão do 
Ministério do Planejamento.
IOF e IPI – por decreto da Presidente da República
2 – CIDE Combustíveis – por decreto da Presidente da República
3 – ICMS sobre alguns combustíveis definidos em lei complementar, por convênio. Os Estados se 
reúnem e combinam. – Por convênio do CONFAZ
4 – Aumento de IPTU – o prefeito pode no fim do ano editar um decreto fazendo a correção mo-
netária da tabela do IPTU até o limite da inflação oficial. Isso não se configura em aumento. Se 
passar do limite inflação oficial, tem que ser por lei a alteração.
SÚMULA 160 STJ: É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual 
superior ao índice oficial de correção monetária.
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Atenção: revogação de benefício fiscal e extinção de isenção equivalem a aumento, conforme o 
STF.
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equi-
valente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles 
exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; 
– Princípio da isonomia/igualdade
A cobrança do imposto deve ser adequada a capacidade contributiva do contribuinte, visando a 
igualdade. É um tratamento privilegiado aos menos favorecidos. 
Ex 1.: advogados e médicos não podiam ser incluídos no Simples Nacional quando constituí-
am Sociedade Simples. Agredia a igualdade, pois se está discriminado em função da profissão. 
Ocorreu a alteração na lei do Simples e hoje pode.
Ex 2.: lei de isenção de custas em cartório para membros do Ministério Público foi declarada 
inconstitucional, pois fere a igualdade. Os membros do MP não tem menos capacidade contri-
butiva que os demais.
Ex 3.: benefícios fiscais para atrair empresas a uma região menos desenvolvida.
III – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver ins-
tituído ou aumentado; – princípio da irretroatividade
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumen-
tou – princípio da anterioridade
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu 
ou aumentou, observado o disposto na alínea b – princípio da noventena 
Princípio da não-surpresa
Relacionado a segurança jurídica.
a) Irretroatividade – não pode se cobrar um tributo antes do início da vigência da lei.
b) Princípio da anterioridade – o tributo só pode ser cobrado no outro ano.
Exceções: 
II, IE, IOF, Imposto Extraordinário de Guerra, Empréstimo Compulsório para Guerra ou calami-
dade, IPI, contribuições para seguridade social, CIDE sobre combustíveis e ICMS sobre combus-
tíveis.
c) Princípio da noventena – o tributo só pode ser cobrado, além do ano seguinte, após 90 dias 
antes da data que publicou a lei.
Exceções:
II, IE, IOF, Imposto Extraordinário de Guerra, Empréstimo Compulsório para Guerra ou calamida-
de, IR e bases de cálculo do IPTU e IPVA.
14
No caso do IPVA e IPTU, que o fato gerador ocorre em 1º de janeiro, se a lei foi publicada em 20 
de outubro de 2015, os 90 dias se complementam em 20 de janeiro de 2016. Assim, a lei só co-
meçara a viger no outro ano de 2017, pois o fato gerador é em 1º de janeiro. Essa é a regra para 
veículos e imóveis usados. Se forem novos, o fato gerador ocorre na data da compra.
IV – utilizar tributo com efeito de confisco – Princípio do não-confisco
O tributo não pode ser pesado, exagerado ao ponto de impedir o exercício de uma atividade 
lícita. Por exemplo: o imposto não pode ser 90% do valor arrecadado pela empresa.
A carga tributária tem que ser razoável.
O princípio do não-confisco está previsto na Constituição para tributos. Porém, segundo o STF, 
também se aplicam para as multas tributárias, pois a intenção da Constituição era que não 
aconteça excesso do Estado em matéria fiscal.
Ex.: uma multa de 300% é confiscatória.
IMPORTANTE: teve uma recente decisão do STF declarando que uma multa de 120% é confisca-
tória, que a multa não pode ser maior que 100%, pois é confiscatória. É uma decisão inovadora. 
Nunca teve uma decisão nesse sentido antes. É uma provável questão de prova.
Não tem como estipular um limite de alíquota, pois depende de cada tributo. Por exemplo, uma 
alíquota de 20% de IPTU é confiscatória, pois se o imóvel vale R$ 300.000,00, a cada ano se pa-
gará R$ 60.000,00 de IPTU. Porém, uma alíquota de 20% de ICMS não é confiscatória.
Para a análise da carga tributária se é confiscatória ou não, tem que se olhar para a totalidade 
da carga tributária e não apenas para cada tributo.
O princípio do não-confisco já decorre do conceito de tributo, é extraído do conceito de tributo.
Confisco no Brasil só é permitido como punição. Tributo não pode ser punição. Portanto, o tri-
buto não pode ser confiscatório.
V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais 
ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo 
Poder Público – Princípio da liberdade de tráfico
É proibida a criação de tributo cujo o objetivo é limitar a circulação de bens e pessoas no país. 
Isso não impede que sejam criados tributos interestaduais.
Ex.: teve um Estado que criou taxa de desembarque na rodoviária. Existia uma tabela na qual 
a taxa era proporcional a distância percorrida pelo ônibus. O objetivo da taxa era impedir a en-
trada de determinadas pessoas no Estado. Assim, esse tributo vai de encontro a liberdade de 
tráfico e foi declarado inconstitucional.
Em relação ao pedágio, para ser tributo, teria que a rodovia ser conservada pelo Poder Público. 
Porém, na maioria das vezes, quem conserva a rodovia é empresa privada. Assim, pedágio não 
é tributo, é preço público.
Quando a rodovia é conservada pelo pedágio, para ser tributo, teria que ter lei criando. Ainda, o 
pedágio consta como exceção ao princípio da liberdade de tráfico e pode ser cobrado.
DIREITO TRIBUTÁRIO | PROFESSORA GIULIANE TORRES
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Antigamente, se pagava pedágio anualmente, independente se fosse usar a rodovia ou não. 
Esse pedágio era tributo. Atualmente, não existe mais. Só se paga pedágio se vai utilizar a rodo-
via. Esse pedágio não é tributo, é preço público.
§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos im-
postos que incidam sobre mercadorias e serviços – Princípio da transparência da carga tribu-
tária
Impostos sobre mercadorias e serviços – ICMS e ISS
São impostos “escondidos”. Os demais são visíveis. Tem uma lei recente que obriga que apareça 
na nota fiscal o valor aproximado de ICMS.
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumi-
do, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido 
mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as maté-
rias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição,sem prejuízo do dispos-
to no art. 155, § 2.º, XII, g. – Princípio da indisponibilidade do interesse público
Não pode a autoridade abrir mão do patrimônio público. O patrimônio público está à disposição 
do povo.
Os benefícios fiscais, através de isenção, anistia, redução de base de cálculo e outras, só podem 
ser concedidos por lei. A lei tem que ser específica sobre o assunto ou uma lei sobre o tributo 
para acabar com o “contrabando legislativo”, onde se tramita uma lei que trata de um assunto 
e no meio da lei um parlamentar insere um artigo sobre outro assunto de seu interesse e acaba 
passando pelo congresso. 
Ex.: não pode uma lei para construção de casas populares ter um artigo sobre a isenção de IPI 
para a compra dos materiais de construção. Não tem relação uma coisa com a outra.
No caso da Lei do Super Simples, que prevê isenção de contribuições, o STF considera legal, pois 
tem pertinência temática. 
Exceção – fim do parágrafo – sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2º, XII, g: referente ao 
ICMS
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
(...)
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
XII – cabe à lei complementar:
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Fe-
deral, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
Para obter aprovação de um benefício do ICMS, tem que ter aprovação no CONFAZ, que é um 
órgão colegiado, que tem um represente de cada Estado da área tributária do Estado. Ex.: o 
Estado da Bahia quer isenção no ICMS do acarajé para a época do carnaval. Se um dos Estados 
brasileiros votar contra, não será concedido o benefício.
16
Todos os integrantes presentes da CONFAZ tem que aprovar o benefício, ou não será concedido. 
Tem que ser por unanimidade, por deliberação conjunta.
Assim, se trata de uma exceção, pois nesse caso do benefício do ICMS não precisa lei e sim de 
um convênio.
Art. 151. É vedado à União:
I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou 
que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Fede-
ral ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incenti-
vos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-eco-
nômico entre as diferentes regiões do País;
II – tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos res-
pectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obri-
gações e para seus agentes;
III – instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Fe-
deral ou dos Municípios.
Art. 151. Apenas para a União
I – instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique dis-
tinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento 
de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do 
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País; – Princípio da unifor-
midade geográfica da tributação
A incidência tributária deve ser uniforme. A União não pode estabelecer um tributo que não 
tenha a incidência uniforme em cada ponto, que traga benefício a um Estado ou município.
Exceção: concessão de benefício fiscal para atrair empresas a uma região menos desenvolvidas, 
como no Norte e Nordeste. Não pode ser para um Estado e sim para uma região delimitada.
II – tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em 
níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes; – uniformidade na 
tributação da renda
A União não pode usar do imposto de renda como um meio de concorrer deslealmente com 
Estados e municípios em duas áreas:
1 – seleção de servidores públicos: não pode a União diminuir o imposto de renda cobrado de 
servidor público federal para atrair mais servidores
2 – títulos da dívida pública: se pode comprar títulos da dívida pública e quando se resgata o 
título, incide Imposto de Renda. Não pode a União reduzir a alíquota do imposto para que atraia 
mais investidores aos títulos federais em vez dos estaduais.
III – instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Mu-
nicípios. – vedações as isenções heterônomas
A isenção pode ser autônoma ou heterônoma. Só quem pode conceder isenção de IPVA são os 
Estados. A União não pode. É uma isenção autônoma.
DIREITO TRIBUTÁRIO | PROFESSORA GIULIANE TORRES
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Há três exceções a proibição de isenção heterônoma no Brasil:
1 – ICMS na exportação, pois é concedida por lei federal. – art. 15, § 2º, XII, “e”, CF/88
2 – ISS na exportação de serviço, através de lei complementar nacional – art. 156, § 2º, II, CF/88
3 – Tratados internacionais – o Brasil faz parte do GATT. Nesse tratado tem uma cláusula que 
prevê que uma mercadoria importada que paga o tributo aduaneiro para entrar, daquele mo-
mento em diante deve ser tratado como uma mercadoria nacional. Se tem isenção para uma 
mercadoria nacional, a similar estrangeira também tem que ter. Assim, quando a União concede 
a isenção de tributos alheios, isso não impede que a República Federativa do Brasil por meio 
de tratados internacionais o faça. Um tratado internacional pode tratar de isenção de tributo 
estadual.
Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tri-
butária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino 
– Princípio da não discriminação
Estados, DF e Municípios não podem discriminar mercadorias e serviços com base nas merca-
dorias e destino.
ATENÇÃO: o que está proibido pelos Estados e Municípios, está permitido para a União. Se não 
pudesse, a União não poderia se juntar ao Mercosul e diferenciar a tributação nas mercadorias 
que entram no país. A tributação é feita diferente com base na procedência. 
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
Diferença entre imunidade e isenção: a imunidade está na Constituição e a isenção está na lei.
Desoneração tributária – mais amplo, tirar o ônus tributário. As situações em que nos livramos 
do pagamento do tributo são três:
1 – Não incidência – quando o que acontece no mundo não se enquadra na lei
1.1 – “tout court” – pura e simples
1.2 – Imunidade – não incidência constitucionalmente qualificada. O tributo incide, mas o 
pagamento é dispensado.
2 – Isenção – o ente federado não tributa, mesmo que ocorra o fato gerador. A lei dispensa o 
pagamento do tributo devido.
3 – Alíquota Zero – o tributo não é pago por uma questão de cálculo.
IMUNIDADES: art. 150, VI, CF/88 – só se aplica sobre impostos.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI – instituir impostos sobre:
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a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; – imunidade recíproca entre a União, Es-
tados, DF e Municípios. Os imunes são os entes políticos. Um não cobra tributos do outro. O 
§ 2º estende a imunidade a autarquias e fundações públicas somente para patrimônio, renda e 
serviços vinculadas as suas finalidades essenciais ou as delas decorrentes. Em relação aos entes 
políticos, essa restrição não existe.
§ 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, 
à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas 
decorrentes.
§ 3º As vedações do inciso VI, “a”, e do parágrafo anterior não se aplicam 
ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de ativi-
dades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos pri-
vados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas 
pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar 
impostorelativamente ao bem imóvel. – nesse caso de exploração a empre-
endimentos privados, não há imunidade.
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas “b” e “c”, compreendem so-
mente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades 
essenciais das entidades nelas mencionadas. – não se aplicam as delas de-
correntes.
Somente a Constituição dá imunidade.
Em 2005, o STF entendeu que as empresas públicas também têm imunidade, assim como as 
autarquias e fundações públicas, pois nos dois casos se tem patrimônio 100% público, vincula-
dos a sua finalidade. Então, as empresas públicas seriam uma espécie de fundação e, portanto, 
imunes. A partir de então, vieram várias ações dos correios e todas tiveram a imunidade reco-
nhecida. As empresas públicas prestam serviços essenciais.
O STF entendeu da mesma forma para as sociedades de economia mista. Portanto, tanto as em-
presas públicas como as sociedades de economia mista que prestam serviços essenciais, teve 
imunidade reconhecida.
b) templos de qualquer culto; – a entidade religiosa é imune, não só o templo. Todo o patrimô-
nio e renda que estejam vinculados as atividades essenciais.
A maçonaria não é uma religião, de acordo com o STF e, portanto, paga tributos.
Em relação aos cemitérios, quando for do patrimônio da igreja, como desempenha uma função 
religiosa, a imunidade se estende. Se o cemitério pertence a particulares, com finalidade lucra-
tiva, não tem imunidade.
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entida-
des sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins 
lucrativos, atendidos os requisitos da lei; – complementar, por força do art. 146, II, da CF/88 – 
art. 14 do CTN.
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à obser-
vância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas:
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a 
qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 2001)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm
DIREITO TRIBUTÁRIO | PROFESSORA GIULIANE TORRES
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II – aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos 
seus objetivos institucionais;
III – manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos 
de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
I – Não ter finalidade lucrativa, ou seja, não pode distribuir seus lucros. Pode lucrar, mas tem 
que aplicar os lucros nos fins da instituição. 
II – Não pode mandar dinheiro do exterior.
III – Manter o registro para comprovar as receitas e despesas, que está tudo sendo aplicado na 
instituição.
Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – instituir ou majorar tributos sem que a lei o estabeleça, ressalvado, quanto 
à majoração, o disposto nos artigos 21, 26 e 65;
II – cobrar imposto sobre o patrimônio e a renda com base em lei posterior à 
data inicial do exercício financeiro a que corresponda;
III – estabelecer limitações ao tráfego, no território nacional, de pessoas ou 
mercadorias, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais;
IV – cobrar imposto sobre:
a) o patrimônio, a renda ou os serviços uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) o patrimônio, a renda ou serviços de partidos políticos e de instituições de 
educação ou de assistência social, observados os requisitos fixados na Seção 
II deste Capítulo;
c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fun-
dações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educa-
ção e de assistência social, sem fins lucrativos, observados os requisitos fixa-
dos na Seção II deste Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 104, 
de 2001)
d) papel destinado exclusivamente à impressão de jornais, periódicos e livros.
§ 1º O disposto no inciso IV não exclui a atribuição, por lei, às entidades nele 
referidas, da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na 
fonte, e não as dispensa da prática de atos, previstos em lei, assecuratórios 
do cumprimento de obrigações tributárias por terceiros.
A instituição tem que reter na fonte o imposto de renda cuja a legislação atribua essa responsa-
bilidade. Por exemplo, a Santa Casa de Misericórdia tem que reter o imposto de renda na fonte 
dos médicos empregados. Mesmo imune, tem que praticar os atos que garantam o cumprimen-
to da obrigação tributária por terceiro. Assim, a Santa Casa tem que reter o imposto, recolher o 
imposto e informar pra receita quanto pagou e quanto recolheu.
Súmula 730 STF: A imunidade tributária conferida a instituições de assistên-
cia social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, “C”, da Constituição, somente 
alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver 
contribuição dos beneficiários.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp104.htm
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Assistência social é um subsistema da seguridade social, que abrange a assistência social, pre-
vidência social e saúde. A Constituição imunizou apenas a espécie assistência social, não imuni-
zou a seguridade social. Assim, para diferenciar que instituições são assistência e quais são se-
guridades, o STF decidiu que seria analisado se o empregado contribui ou não. Se o empregado 
contribui, é previdência. Se o empregado não contribui é assistência e aí tem imunidade.
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. – imunidade cultural
A ideia é facilitar o acesso a cultura. É uma imunidade puramente objetiva, pois é para um obje-
to, não para uma pessoa.
Os autores e as gráficas não são imunes, apenas o livro. É objetiva.
Papel para imprimir livro, é sem imposto, mas papel para imprimir panfleto que vai dentro do 
livro, paga o imposto. 
Em relação aos jornais, a presença de propaganda não descaracteriza o jornal e se mantém a 
imunidade. 
Dos insumos necessários a produção do livro, apenas o papel está imunizado. O que é similar ao 
papel, também está imune, como por exemplo o filme, o papel para endurecer a capa do livro e 
o papel fotográfico. A tinta e os demais insumos não.
IMPORTANTE: livro eletrônico tambémé imune, conforme decisão do STF.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou 
literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros 
bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de 
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser.
Imunidade musical ou da música nacional:
Fonograma: arquivo contendo áudio
Videofonograma: arquivo contendo áudio e vídeo
A produção tem que ser no Brasil e com autores brasileiros e/ou intérpretes brasileiros. Os su-
portes materiais ou arquivos digital que contenham os fonogramas ou videofonogramas, con-
tém imunidade.
Exceção: o que não é imune é a etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a la-
ser (blue ray, cd, dvd), Outras mídias são imunes.
OBS.: existem outras imunidades previstas na Constituição. O rol do art. 150 não é taxativo.
REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS
Repasse da União Para os Estados
1) 100% DO IRRF (imposto de renda retido na fonte) sobre os rendimentos pagos pelos Estados/
DF;
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2) 25% dos impostos residuais (se criados);
3) 10% do IPI proporcionalmente às exportações de produtos industrializados do Estado;
4) 29% do CIDE Combustível;
5) 30% do IOF sobre o ouro utilizado como ativo financeiro ou instrumento cambial conforme a 
origem da operação;
Repasse da União Para os Municípios
1) 100% da arrecadação do IRRF sobre os rendimentos pagos pelo município;
2) 50% do ITR relativos aos imóveis do município (ressalvada a hipótese do art. 153, § 4º, III da 
CF em que os municípios poderão, por convênio com a UNIÃO, arrecadar 100% do ITR);
3) 7,25% do CIDECombustível;
4) 70% do IOF sobre o ouro utilizado como ativo financeiro ou instrumento cambial conforme a 
origem da operação;
Repasse dos Estados Para o Município
1) 50% do IPVA dos veículos licenciados em seu território;
2) 25% do ICMS;
3) 2,5% do IPI transferido pela União aos Estados proporcional às exportações ocorridas no ter-
ritório estadual (equivale à 25% dos 10% que os Estados receberam a título de IPI);
Fundos de Participação
FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS/DF (FPE):
21,5% do IPI E IR, já excluindo o IRRF que pertence integralmente aos Estados;
FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS (FPM):
22,5% +1% da arrecadação do IPI e do IR já excluindo a parcela do IRRF que pertence integral-
mente aos municípios;
FUNDOS CONSTITUCIONAIS DE FINANCIAMENTO DO NORTE (FNO), NORDESTE (FNE) 
E CENTRO-OESTE (FCO):
3% do total da arrecadação do IPI e do IR destinados ao desenvolvimento econômico e social 
através de programas de financiamento aos setores produtivos das regiões; 50% do FNE é desti-
nado às atividades do semi-árido.
22
FUNDO DE COMPENSAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES (FPEX ou IPI-Ex):
Criado tendo em vista a imunidade que afasta a incidência do ICMS sobre as exportações. Os 
valores transferidos têm viés compensatório.
FUNÇÃO DA LEI COMPLEMENTAR EM DIREITO TRIBUTÁRIO
O art. 146 da CF/88 adota a teoria tricotômica no sentido de que as leis complementares em 
matéria tributária podem: a) emitir normas gerais de direito tributário; b) dispor sobre conflitos 
de competência tributária entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; c) regu-
lar as limitações constitucionais ao poder de tributar.
Desde a emenda constitucional n. 42 também cabe à lei complementar disciplinar o regime 
tributário diferenciado para as pequenas e microempresas (hoje vigoram a LC n. 123/2006, que 
trata das microempresas e das empresas de pequeno porte, e a Lei Complementar n. 128/2008, 
que desde de 1º julho de 2009 disciplina as atividades do micropempreendedor individual – 
MEI – e poderá regularizar a situação de grande número de trabalhadores informais). E o art. 
146-A traz que lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação para pre-
venir desequilíbrios na concorrência, sem prejuízo de lei ordinária estabelecer benefícios de 
outra natureza. O art. 155, XII, impõe lei complementar para o regramento de diversas questões 
pertinentes ao ICMS e o art. 156, III e § 3º, traz as hipóteses em que o INSS municipal também 
depende de Lei Complementar (hoje vigora a Lei n. 116/2003).
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
(...)
XII – cabe à lei complementar:
a) definir seus contribuintes;
b) dispor sobre substituição tributária;
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento respon-
sável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das pres-
tações de serviços;
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços 
e outros produtos além dos mencionados no inciso X, “a”
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para ou-
tro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Fe-
deral, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá 
uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se 
aplicará o disposto no inciso X, b; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, 
de 2001) (Vide Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art4
DIREITO TRIBUTÁRIO | PROFESSORA GIULIANE TORRES
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i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, tam-
bém na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço. (Incluída pela 
Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
Impõe-se, ainda, lei complementar federal para a instituição dos empréstimos compulsórios 
(art. 148 da CF) e da contribuição para a seguridade social instituída com base no § 4º do art. 
195 da CF/88.
A definição de fato gerador, da base de cálculo e dos contribuintes de qualquer imposto depen-
de de lei complementar (art. 146,III, “a”, da CF).
Quando a Constituição Federal nada dispõe de forma contrária (a exemplo dos arts. 148, 153, 
VII e 154,I), a instituição de um tributo, sua modificação e sua revogação se dão por lei ordinária.
DOS IMPOSTOS FEDERAIS
Imposto de Importação e Imposto de Exportação
São impostos que servem para o controle, mais do que para a arrecadação, sendo impostos 
marcantemente extrafiscais.
Fato gerador do Imposto de Importação: entrada de mercadoria estrangeira no território brasi-
leiro. Não importa de que forma. 
Quando a mercadoria entra de forma temporária, não para ficar, não ocorre o fato gerador. As-
sim, não basta a entrada física da mercadoria. Tem que ser de forma definitiva.
ATENÇÃO: a frase de que o fato gerador é ocorrido no registro da declaração de importação, 
apenas vale para o regime comum de importação, quando se faz a declaração de importação. 
Tem alguns regimes que nem tem declaração de importação. Nesse caso, a data será no lança-
mento mesmo.
Fato gerador:
Critério material: a mercadoria tem que ter entrado no país
Critério temporal: na data de registro da declaração de importação, com exceções.
O fato gerador do II é a entrada da mercadoria estrangeiro no país. Para efeitos de cálculo, se 
considera a data da entrada, a mesma data do registro de declaração da importação, quando 
existente. Senão, será a data do lançamento.
Imposto de exportação incide sobre a exportação para o exterior de mercadoria nacional ou 
nacionalizada.
Mercadoria nacional: produzida no Brasil
Mercadoria nacionalizada: produzida em outro país e regularmente importada para o Brasil, se 
incorpora a economia nacional. Assim, quando ingressa, passa a ser uma mercadoria nacionali-
zada.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc33.htm#art2
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Mercadoria desnacionalizada: produzida no Brasil e regularmente importada em outro país e 
incorporada na economia do país.
Não incide II sobre mercadoria nacional e nacionalizada. Isso é muito importante quando se via-
ja para o exterior e volta. O fiscal pode perguntar na chegada ao país.
IOF – Imposto sobre Operações Financeiras
Impostos sobre operações de créditos, de câmbios, seguros e referentes a títulos e valores mo-
biliários. O IOF é o imposto que recai sobre essas quatro operações. 
IOF Câmbio – fato gerador: sobre conversão de moedas
IOF crédito – fato gerador: sobre operações de crédito, como por exemplo, quando se faz um 
empréstimo ou entra no limite do cheque especial.
IOF seguros – fato gerador: contratação de um seguro
IOF títulos e valores mobiliários: fato gerador: negociação de títulos em bolsas, por exemplo
Por ser um tributo que incide sobre operações financeiras, tem que ser explicado separadamen-
te para cada operação. Também é um tributo parafiscal e não obedece a anterioridade, nem a 
noventena.
IOF Ouro: quando o ouro for considerado como ativo financeiro ou instrumento cambial, sobre 
ele apenas incide o IOF e nenhum outro tributo. O ouro aprece na economia de duas formas: 
as vezes como mercadoria (ex.:joia de outro), as vezes como investimento, se tornando um ati-
vo financeiro. Este ouro ativo financeiro é o instrumento cambial para conversão de moeda e 
a incidência é só do IOF que incide na operação de origem e não tem mais IOF nas operações 
seguintes. A alíquota será de no mínimo 1% e é o único caso que a Constituição estabelece que 
a arrecadação do IOF ouro, em que pese serum tributo Federal, 70% da arrecadação vai para 
os Municípios e os outros 30% vai para o Estado da arrecadação de origem e nenhum centavo 
ficará para a União.
IPI – Imposto sobre produtos Industrializados
O IPI não incide sobre as exportações de produtos industrializados ao exterior. Além disso, a 
Constituição impõe que o IPI será seletivo e não cumulativo.
Seletividade: graduar as alíquotas de acordo com a essencialidade da mercadoria ou do produto.
Não cumulatividade: o imposto será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em 
cada operação com o montante cobrado nas anteriores. Este sistema é conhecido como “débito 
x crédito”, onde abate-se do montante devido pelo contribuinte do valor pago por este em eta-
pas anteriores, já tributados pelo imposto.
OBS.: para o ICMS, a seletividade é opcional, para o IPI não. A não cumulatividade é obrigatório 
para o IPI e ICMS.
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Importante decisão do STF:
Conforme o princípio da não cumulatividade, se compensa o que foi devido em cada operação 
com o montante cobrado nas anteriores.
A-----------------------B------------------C
100      200     10%
Crédito na operação de A para B: R$ 10,00
Quando vende para C por R$ 200,00 tem R$ 20,00 a pagar de IPI. Assim, ele credita os R$ 10,00 
que tem de crédito da operação de A para B e tem R$ 10,00 a pagar.
Contudo, a discussão começou nos casos de desoneração, por não incidência, isenção ou alí-
quota zero. Assim, se tiver desoneração na operação de A para B, não tem IPI na entrada, mas 
vai ter na saída.
Os contribuintes começaram a questionar na Justiça para que se criasse um crédito presumido 
na operação de A para B e gerasse um crédito para a operação seguinte. A Constituição nada 
fala sobre esse assunto, apenas tem resposta no caso do ICMS.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ain-
da que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I – será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação 
relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante 
cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;
II – a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legisla-
ção:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas ope-
rações ou prestações seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
A Fazenda Pública opinou que fosse utilizada a analogia. Assim, se não há direito a crédito para 
ICMS, também não deve haver para IPI. O contribuinte não concordou, dizendo que não se tra-
tava de uma lacuna e não poderia ser utilizada a analogia. Ainda, argumentou que se para ICMS 
não tem direito a crédito, para IPI tem.
O STF disse que se a Constituição diz que no IPI se compensa na operação seguinte o que foi co-
brado na operação anterior, se nada foi cobrado na operação anterior, nada se compensa.
Após, chegou na judiciário uma situação ao contrário: a empresa compra com IPI, gera o crédi-
to, mas quando vende não tem IPI, a saída é isenta, não tendo o que compensar. É o oposto do 
caso anterior. O contribuinte requereu que se utilizasse o crédito para se compensar em outros 
tributos ou que a Fazenda devolva o crédito. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art1
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O STF disse que, de acordo com a Constituição, apenas poderia ser compensado com o IPI. Se 
não tem IPI para compensar, o crédito será estornado, salvo disposição em lei.
Em 1999, surgiu uma norma que estabeleceu que existiria o direito a crédito. Assim, no fim, o 
contribuinte tem direito ao crédito e se trata de um benefício. Sendo assim, poderá ser revoga-
do esse benefício por outra lei.
ATENÇÃO: pela Constituição, não há direito a crédito.Foi a lei que determinou o direito ao crédi-
to. No caso do ICMS, está na Constituição o direito ao crédito e no caso do IPI, a legislação que 
concede.
Para o ICMS, nunca teve discussões grandes sobre o direito a crédito, pois está na Constituição. 
Tem que ter incidência na entrada e na saída para ter direito a crédito.
Contudo, no caso da exportação, não se estorna os créditos de entrada quando não incide o 
ICMS na saída. Para incentivar a exportação, e o ICMS não onerar a exportação, é garantida a 
manutenção e o aproveitamento do crédito nas operações anteriores.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ain-
da que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
X – não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre 
serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e 
o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e presta-
ções anteriores;
Existe uma decisão do STF concedendo direito a manutenção de crédito a contribuinte, sem que 
houvesse previsão em lei. Foi no caso de um contribuinte que adquiriu mercadoria necessária a 
impressão de papel para a impressão de livro, jornal e periódico. 
A regra para o ICMS é que não tem direito a crédito nas operação com desoneração, com exce-
ção quando a lei conceder (tem que verificar a legislação local), para as exportações e no caso 
da decisão acima para a impressão de livro, jornal e periódico.
A Constituição fala que o IPI terá seu impacto diminuído sobre a aquisição de bem de capital 
do contribuinte do imposto. Bem de capital é o bem utilizado para produzir outro bem, como a 
máquina. Isso se refere quando o industrial adquire máquina. A ideia foi baixar a carga tributária 
para o industrial produzir. É um benefício, não é um isenção. É a redução da carga tributária. As-
sim, o governo editou MP para reduzir pela metade o IPI para a aquisição do bem de capital pelo 
industrial, que depois virou lei, a chamada lei do bem.
Imposto de renda
Imposto sobre renda e proventos. Não há um conceito exato de proventos. Renda, a Consti-
tuição diz que é o produto do trabalho, do capital ou da combinação de ambos: trabalho mais 
capital. Proventos, de acordo com o CTN, compreende os acréscimos patrimoniais que não con-
figurem renda. Não há um conceito, é por exclusão. O que não é renda, é provento. Ex.: ganhar 
na loteria. Não é acréscimo nem do trabalho, nem do capital.
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Tem que haver aumento patrimonial para incidir IR. Assim, sobre indenizações, não incide IR.
A lei de IR dispõe sobre as isenções.
O IR obedecerá a progressividade, generalidade e universalidade, que se traduz no princípio 
da isonomia. A universalidade e a generalidade é a isonomia no sentido horizontal, sentido de 
igualdade. A progressividade é a isonomia no sentido vertical, pois mostra a diferença.
ITR – Imposto Territorial Rural
O ITR não é predial, é apenas territorial. Só incide sobre terreno. Nada que se venha incorporar 
ao terreno conta. A base de cálculo é o valor da terra nua.
O ITR é progressivo e será suas alíquotas progressivas para desestimular a manutenção da pro-
priedade improdutiva.
Se produz mais, paga menos.
Não incide ITR sobre as pequenas glebas rurais. A lei determinará o que é uma pequena gleba 
rural. Até 30 hectares é considerada pequena gleba rural. Além disso, para ser imune, o contri-
buinte não pode possuir outro imóvel.
IGF – Imposto sobre Grandes Fortunas
É previsto, mas não foi criado.
IMPOSTOS ESTADUAIS
ITCMD – Imposto sobre a transmissão causa mortise doação de bens e direitos
Fato gerador: incide sobre a transmissão de direitos, transmissão de bens móveis e imóveis.
Contribuinte: na transmissão causa mortis é o beneficiário do bem ou direito transmitido.
Função: fiscal
Alíquotas: fixadas por cada estado e Distrito Federal.
Base de cálculo: é fixada por lei da entidade competente para instituir o tributo.
Competência: 
Bens imóveis e respectivos direitos: Estado da situação do bem;
Bens móveis, títulos de crédito: local onde se processar o inventário ou arrolamento (na su-
cessão processada por escritura pública – é devido para o Estado do domicílio do transmissor, 
ainda que admitida a lavratura do ato em local diverso);
Doação de bens móveis, títulos de crédito: local onde o doador tiver seu domicílio.
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ICMS – Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre presta-
ções de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação
Contribuinte: é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize com habitualidade, ou em volu-
me que caracterize intuito comercial, operação de circulação de mercadorias ou prestação de 
serviços descritas como fato gerador do imposto.
Lançamento: por homologação
Competência: em regra, pertence ao Estado onde a operação se realizou, ainda que o destinatá-
rio da mercadoria esteja em outro Estado.
Operação: relação jurídica mercantil.
Circulação: é caracterizada pela troca da titularidade jurídica do bem em uma relação mercantil.
Mercadoria: bem sujeito à mercancia.
Fato gerador: é aquele descrito na lei estadual ou distrital que instituir o tributo. É a saída eco-
nômica e jurídica da mercadoria, a mudança de titularidade de uma coisa móvel destinada ao 
comércio.
Função: predominantemente fiscal.
Creditamento: é a compensação do que foi devido em cada operação anterior relativa à circula-
ção de mercadorias ou prestação de serviços.
Isenção: não há crédito presumido quando o imposto não incidiu sobre a operação anterior.
Base de cálculo: o montante do ICMS integra a base de cálculo do imposto.
Alíquota: a CF faculta a seletividade em razão da essencialidade das mercadorias e dos serviços. 
As alíquotas interestaduais e de exportação são fixadas pelo Senado.
Algumas decisões:
1 – Não incide ICMS no serviço dos provedores de acesso à internet (súmula 334 do STJ)
2 – Não constitui fato gerador de ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para ou-
tro estabelecimento do mesmo contribuinte (súmula 166 do STJ).
3 – Há incidência sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, mesmo que sem habitu-
alidade e ainda quando se tratar de bem destinado a consumo ou ativo fixo de estabelecimento, 
assim como sobre serviço importado do exterior.
4 – Incide sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços 
não compreendidos na competência tributária dos Municípios.
5 – Não incide nas operações que destinem mercadorias (industrializadas ou não) para o exte-
rior e também em relação aos serviços prestados a destinatários no exterior.
Os serviços de energia elétrica incide ICMS, mas porque é considerado mercadoria.
Sobre comunicação, já teve muita discussão sobre o que é comunicação.
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Uma das decisões do STF foi sobre o serviço da habilitação do celular, antes de inventarem o 
chip. Esse serviço de habilitação era cobrado e o Estado queria o ICMS sobre o valor total da ha-
bilitação. As companhias telefônicas foram para a justiça alegando que o serviço de habilitação 
de celular não é um serviço de comunicação e sim uma operação prévia para a comunicação. 
O STF entendeu que não era serviço de comunicação e não pode os Estados cobrar ICMS sobre 
esse serviço;
Outra decisão importante foi sobre os provedores de internet, que conseguiram na justiça pro-
var que não prestam serviço de comunicação. O provedor agrega valor para um serviço existen-
te. Assim, não incide ICMS.
A parte mais importante do ICMS é a relativa a mercadoria. O conceito de mercadoria já foi bem 
discutido pelo judiciário. Existe um conjunto das coisas, compreendendo tudo, e dentro há o 
subconjunto dos bens e o subconjunto dos bens que são as mercadorias, sendo bens móveis 
que estão no mundo com a finalidade de circularem com a obtenção de lucro. Para identificar 
quando algo é mercadoria ou não, se utiliza dois critérios: habitualidade e o volume da venda. 
Ex.: suponha que um colega num dia de aula esteja com um gravador de MP3 para gravar aula, 
mas quer comprar um mais moderno e põe aquele a venda e outra colega compra. Não incide 
ICMS, pois não é uma venda habitual com finalidade de lucro. Contudo, no outro dia, o mesmo 
colega chega com outro Mp3 igual para vender e todos os dias traz um para vender. Nesse caso, 
tem habitualidade. O colega começou a comercializar o Mp3 e aí sim, incide o ICMS. 
Se o colega não vendesse todos os dias, mas num dia só, levou um saco de mp3 para vender. As-
sim, mesmo não sendo habitual, tinha volume e demonstrava interesse comercial. Assim, tam-
bém incide ICMS.
Na importação, o ICMS incide sobre tudo, bens e mercadorias.
O ICMS na importação pertence ao Estado para onde vai a mercadoria e não ao Estado por 
onde a mercadoria entrou. Depois da emenda Constitucional 42/2011, o ICMS passa a incidir 
em qualquer importação, não sendo relevante o tipo de contrato.
A empresa aérea Tam foi para justiça para tentar não pagar ICMS sobre as aeronaves adquiridas 
por leasing. A Tam não compra aeronave, faz leasing da aeronave e se alguma peça quebra, faz 
leasing da peça. Assim, sempre está com sua frota atualizada. A airbus é a proprietária. A Tam 
é a arrendatária num contrato de arrendamento mercantil e nunca opta pela compra ao final. 
Assim, não há circulação, pois não muda o proprietário. Nessa linha, o judiciário reconheceu 
que a Tam não precisa pagar ICMS sobre essas aeronaves e sobre as peças, pois não existe a 
circulação.
Senado Federal por meio de resolução estipula para o ICMS as alíquotas interestaduais e de 
exportação. O Senado pode fixar também para o ICMS as alíquotas mínimas e máximas nas ope-
rações internas. 
IPVA – Imposto sobre a propriedade de veículos automotores
Fato gerador: é a propriedade de veículo automotor terrestre.
Contribuinte: é o proprietário do veículo
Competência: é devido ao Estado onde o contribuinte tem seu domicílio ou residência.
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Base de cálculo: valor venal do veículo.
Alíquota: é fixada por lei estadual e pode ser diferenciada em função do tipo ou utilização do 
veículo, mas o percentual mínimo pode ser fixado pelo Senado Federal.
Função: fiscal.
Imunidade: veículos das pessoas jurídicas de direito público, dos templos de qualquer culto e 
das instituições de educação e assistência social.
OBS.: de acordo com o art. 155, § 6º, II da CF, o IPVA poderá ter alíquotas diferenciadas em fun-
ção do tipo e utilização.
IMPOSTOS MUNICIPAIS
IPTU – Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade pre-
dial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil 
ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido 
na lei civil, localizado na zona urbana do Município.
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida 
em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhora-
mentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos 
ou mantidos pelo Poder Público:
I – meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II – abastecimento de água;
III – sistema de esgotos sanitários;
IV – rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição 
domiciliar;
V – escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) qui-
lômetros do imóvel considerado.
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de ex-
pansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos compe-tentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que locali-
zados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.
Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel.
Parágrafo único. Na determinação da base de cálculo, não se considera o 
valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no 
imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou como-
didade.
Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu 
domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título.
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Fato gerador: é a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel (por natureza ou por 
acessão física) localizado na zona urbana do Município.
Contribuinte: é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou seu possuidor a qual-
quer título (desde que haja ânimo de dono).
Função: é predominantemente fiscal.
Base de cálculo: é o valor venal do imóvel.
ITBI – Imposto sobre a transmissão inter vivos de bens imóveis e direitos a eles relativos
Fato gerador: é a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis 
(urbanos e rurais), por natureza ou por acessão física.
Contribuinte: é a pessoa indicada na lei do Município competente (em regra, é o adquirente do 
imóvel).
Alíquotas: são fixadas nas leis ordinárias dos Municípios competentes. Por ora prevalece que 
não se admite a alíquota progressiva, por falta de previsão constitucional específica.
Base de cálculo: é o valor venal do bem.
Competência: do Município da situação do bem.
ISS – Imposto sobre serviços de qualquer natureza
Regulado pela LC 116/2003
Art. 2º O imposto não incide sobre:
I – as exportações de serviços para o exterior do País;
II – a prestação de serviços em relação de emprego, dos trabalhadores avulsos, dos 
diretores e membros de conselho consultivo ou de conselho fiscal de sociedades e 
fundações, bem como dos sócios-gerentes e dos gerentes-delegados;
III – o valor intermediado no mercado de títulos e valores mobiliários, o valor dos de-
pósitos bancários, o principal, juros e acréscimos moratórios relativos a operações de 
crédito realizadas por instituições financeiras.
Parágrafo único. Não se enquadram no disposto no inciso I os serviços desenvolvidos 
no Brasil, cujo resultado aqui se verifique, ainda que o pagamento seja feito por resi-
dente no exterior.
Art. 3º O serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabeleci-
mento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, 
exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXII, quando o imposto será devido no 
local: (Vide Lei Complementar nº 123, de 2006).
I – do estabelecimento do tomador ou intermediário do serviço ou, na falta de esta-
belecimento, onde ele estiver domiciliado, na hipótese do § 1º do art. 1º desta Lei 
Complementar;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm#art21%C2%A74
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II – da instalação dos andaimes, palcos, coberturas e outras estruturas, no caso dos 
serviços descritos no subitem 3.05 da lista anexa;
III – da execução da obra, no caso dos serviços descritos no subitem 7.02 e 7.19 da 
lista anexa;
IV – da demolição, no caso dos serviços descritos no subitem 7.04 da lista anexa;
V – das edificações em geral, estradas, pontes, portos e congêneres, no caso dos ser-
viços descritos no subitem 7.05 da lista anexa;
VI – da execução da varrição, coleta, remoção, incineração, tratamento, reciclagem, 
separação e destinação final de lixo, rejeitos e outros resíduos quaisquer, no caso dos 
serviços descritos no subitem 7.09 da lista anexa;
VII – da execução da limpeza, manutenção e conservação de vias e logradouros públi-
cos, imóveis, chaminés, piscinas, parques, jardins e congêneres, no caso dos serviços 
descritos no subitem 7.10 da lista anexa;
VIII – da execução da decoração e jardinagem, do corte e poda de árvores, no caso 
dos serviços descritos no subitem 7.11 da lista anexa;
IX – do controle e tratamento do efluente de qualquer natureza e de agentes físicos, 
químicos e biológicos, no caso dos serviços descritos no subitem 7.12 da lista anexa;
X – (VETADO) 
XI – (VETADO)
XII – do florestamento, reflorestamento, semeadura, adubação e congêneres, no 
caso dos serviços descritos no subitem 7.16 da lista anexa;
XIII – da execução dos serviços de escoramento, contenção de encostas e congêne-
res, no caso dos serviços descritos no subitem 7.17 da lista anexa;
XIV – da limpeza e dragagem, no caso dos serviços descritos no subitem 7.18 da lista 
anexa;
XV – onde o bem estiver guardado ou estacionado, no caso dos serviços descritos no 
subitem 11.01 da lista anexa;
XVI – dos bens ou do domicílio das pessoas vigiados, segurados ou monitorados, no 
caso dos serviços descritos no subitem 11.02 da lista anexa;
XVII – do armazenamento, depósito, carga, descarga, arrumação e guarda do bem, 
no caso dos serviços descritos no subitem 11.04 da lista anexa;
XVIII – da execução dos serviços de diversão, lazer, entretenimento e congêneres, no 
caso dos serviços descritos nos subitens do item 12, exceto o 12.13, da lista anexa;
XIX – do Município onde está sendo executado o transporte, no caso dos serviços 
descritos pelo subitem 16.01 da lista anexa;
XX – do estabelecimento do tomador da mão-de-obra ou, na falta de estabelecimen-
to, onde ele estiver domiciliado, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.05 da 
lista anexa;
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XXI – da feira, exposição, congresso ou congênere a que se referir o planejamento, 
organização e administração, no caso dos serviços descritos pelo subitem 17.10 da 
lista anexa;
XXII – do porto, aeroporto, ferroporto, terminal rodoviário, ferroviário ou metroviá-
rio, no caso dos serviços descritos pelo item 20 da lista anexa.
Fato gerador: é a prestação, por empresa ou profissional autônomo de serviços de qualquer 
natureza, enumerados em lei complementar de caráter nacional e na lei do Município (ou DF) 
credor, desde que tais serviços não estejam compreendidos na competência do ICMS.
Contribuinte: é a empresa, ou trabalhador autônomo, que presta o serviço tributável.
Alíquotas: são fixadas pelo Município competente para a instituição do imposto, mas a CF ou lei 
complementar federal podem fixar as alíquotas máximas e mínimas.
Base de cálculo: para as empresas – preço do serviço prestado; trabalho pessoal do contribuin-
te – o preço normalmente é fixo e determinado de acordo com a atividade desenvolvida.
Competência: em regra, do Município do estabelecimento prestador.

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