Buscar

62365d45-e672-4fd0-8947-e7de44b7e88d

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

COMUNICAÇÃO 
E EXPRESSÃO
Letícia Sangaletti
Comunicação não verbal
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Compreender abordagens sobre signo linguístico, especi� camente 
na sua relação com a semiótica. 
  Diferenciar elementos não verbais na transmissão de mensagens. 
  Conhecer diferentes formas de apresentação de textos.
Introdução
Você já reparou que usamos diversas linguagens, além da oral e 
escrita, para nos comunicarmos? Imagens, figuras, desenhos, sím-
bolos, dança, música, mímica, gestos, sons e até o corpo são exemplos 
de comunicação não verbal. Esses elementos são usados, muitas vezes, 
sem perceber, já que para manter uma comunicação, nem sempre é 
necessário o uso da fala. 
Neste texto, você verá como o signo linguístico e a semiótica estão 
relacionados à comunicação não verbal. Também vai conhecer diferentes 
formas de apresentação de um texto e vai compreender a importância 
dos gestos, da postura, da entonação e de outros elementos não verbais 
na transmissão da mensagem do emissor ao receptor.
Comunicação, signo linguístico e semiótica
Etimologicamente, semiótica vem do grego semeiotiké, de semeion, que 
signifi ca signo. É na Grécia que a semiótica aparece inicialmente como o 
estudo de sintomas: sinais manifestos de doenças interpretados por Galenum 
(139-199). Na Antiguidade, a ideia de uma ciência dos signos e dos processos 
de signifi cação já se faz presente nas teorizações de Platão e Aristóteles. Na 
Idade Média, tal ciência ganhara vulto com Roger Bacon, cabendo a John Locke 
a delimitação dessa área do saber e a consolidação do termo para designá-la. 
A semiosfera se caracteriza por permitir e engendrar o ato sígnico particular. 
Para Antonin (2014), a semiótica é o espaço específico de relações entre 
comunicação, produção de sentido e construção de cultura. Tratam-se de 
distemas de significação e comunicação. É uma prática analítica, desconstrói 
o conjunto de mensagens transmitidas e as amplia para enunciados e textos 
mediáticos.
A semiótica compreende todos os atos comunicacionais como processos de significa-
ção, estabelecendo e gerando uma teoria de códigos. Assim, permite a interpretação 
e a compreensão das mensagens.
No século XX, a semiótica teve três grandes matizes e autores: Charles 
Sanders Peirce, Ferdinand de Saussure e Iuri Lotman. Para Peirce (1839-1914), 
a ciência dos signos advém da lógica e da fenomenologia. Além disso, seu 
objeto primordial são todos os processos de significação presentes na natureza 
e na cultura. Já Saussure (1857-1913) fala em semiologia, que seria uma ciência 
a ser pesquisada e criada tendo em vista o estudo dos signos no seio da vida 
social. Tal ciência ensinaria em que consistem os signos e que leis os regem. 
Iuri Lotman, juntamente com os demais representantes da Escola de Tartu, 
ainda que mais centrados nas nuances literárias e formalistas, impulsionou 
os estudos sobre o sentido. Eles também consagraram uma importante noção 
para o paradigma da cultura, a de semiosfera. A ideia de semiosfera se ajusta 
a tantas outras ali desenvolvidas que ampliaram os estudos de signo para os 
estudos de texto.
O signo também vem do latim signu, que significa sinal, símbolo. No 
campo dos estudos de comunicação, há duas definições dominantes para 
o conceito de signo. Uma é dada pela semiótica de Charles Sanders Peirce. 
A outra, pela semiologia francesa com origem na linguística estrutural de 
Ferdinand Saussure.
Signo saussuriano
Dos estudos de Saussure, se desenvolveu um conjunto de refl exões importantes, 
como as de Hjelmslev, Greimas, Barthes e Lévi-Strauss. Umberto Eco, por 
sua vez, sem deixar de lado toda construção teórica saussuriana, faz uso de 
Comunicação não verbal2
noções importantes, como a de abdução, para construir um modelo de análise 
semiótica de textos literários e comunicacionais. 
Saussure é considerado o fundador da linguística moderna e um dos pre-
cursores do pensamento estruturalista. Para o autor, a linguística estabelece 
dois níveis de análise da linguagem: a gramática e a semântica. A gramática 
reúne a fonologia, que estuda as unidades sonoras; a sintaxe, que estuda as 
estruturas das frases; e a morfologia, que estuda a forma das palavras. Já a 
semântica se detém sobre os sentidos. 
O objeto da linguística saussuriana é a língua, considerada como um 
sistema abstrato, social e geral. Como a fala depende de um ato concreto do 
indivíduo, e Saussure está preocupado em entender o funcionamento do sistema 
da língua, ele exclui a fala do campo de estudos da linguística. 
Saussure também distingue sincronia e diacronia. A sincronia é o estudo 
atual da língua. A diacronia é o desempenho evolutivo, ao longo do tempo, 
de diversos estados de uma língua. Como o interesse do linguista é a ideia 
de sistema, e não a ideia de transformação, ele privilegia então a sincronia.
O maior obstáculo para compreender o pensamento de Saussure é a ausência 
de obras finalizadas pelo próprio autor. O famoso Curso de linguística geral, 
publicado em 1916 e traduzido no Brasil em 1970, foi produzido a partir das 
anotações de alunos sobre as aulas de Saussure ao longo dos três módulos do 
curso ministrado em Genebra. Alguns manuscritos foram publicados a partir 
de 1941. Em 1996, pesquisadores localizaram outros originais, publicados no 
Brasil sob o titulo de Escritos de linguística geral.
Para Saussure, o signo é desinvestido de qualquer relação simbólica. É 
submetido a uma lógica social que o abstrai da relação de transitividade 
sujeito-objeto e o integra numa relação articulada com outros signos. Assim, 
produz um sistema autônomo de signos. O signo linguístico é arbitrário e 
imotivado, significa que não existe uma relação natural e necessária entre 
significante e significado. Se fosse fechado em si mesmo, esse processo de 
significação (de união entre significante e significado) tornaria a linguagem 
uma mera nomenclatura. 
Por isso, as palavras devem ter um valor de troca. Esse valor é contextual 
porque emana de um sistema. É, portanto, um valor puramente distintivo, 
definido não positivamente pelo seu conteúdo, mas negativamente por suas 
relações com os outros termos do sistema. 
Para Saussure, a língua é formada de signos. Cada signo, por sua vez, 
possui duas faces: um significante e um significado. O significante é a forma 
concreta do signo, é como ele aparece na fala ou na escrita. Saussure define o 
significante como “a imagem acústica” do signo. Imagem acústica não é som, 
3Comunicação não verbal
pois é um conceito psíquico, e não físico. É a imagem que você faz do som 
em seu cérebro. O significado é a imagem mental que o significante evoca 
no indivíduo, é o seu conceito.
Um mesmo significante pode evocar significados diferentes em cada cultura ou tempo 
histórico. O signo é sempre arbitrário, definido por uma convenção e, portanto, cultural. 
De acordo com Coelho (2005, p. 25), “[...] um signo, na doutrina saussureana, 
é o resultado da união de um conceito e de uma imagem acústica.”. É uma 
relação de solidariedade e de interdependência, em que um aspecto do signo 
não existe sem o outro. Saussure chama de significante a imagem acústica. A 
materialização do objeto ele chamou de significado. A união do significante 
e do significado resulta no signo, uma unidade portadora de significação.
Mesquita (1997) explica que o signo linguístico apresenta duas faces: a 
face material e a face imaterial. A primeira é acústica ou gráfica do signo, 
corresponde ao que Saussure chamou de significante. Já a segunda se trata do 
conceito e é chamada de significado. Tal associação é feita por meio do código 
e, para qualquer palavra se incorporar à língua, necessita ser codificada. O 
código é uma convenção social e o código linguístico utilizado neste texto é 
a língua portuguesa (MESQUITA, 1997).
Peirce e o representâmen
Em outra perspectiva, há Charles Sanders Peirce. Filho de um importante 
matemático deHarvard (Benjamin Peirce), se formou e se doutorou em química 
em Harvard, mas estudou e se especializou em inúmeras outras áreas, como a 
matemática, a astronomia, a biologia, a geologia, a física, a linguística e a psi-
cologia. É considerado o fundador tanto do pragmatismo quanto da semiótica. 
Pragmatismo seria a lógica como um método e uma instrumentação neces-
sários à prática de todos os tipos de ciência. Já a doutrina implicava excluir das 
hipóteses tudo o que fosse obscuro e sem sentido; e chegou à sua radicalização 
em proposições propriamente fenomenológicas. Peirce buscava uma análise 
que extraísse de qualquer tipo de experiência – quer se relacionasse com algo 
real, quer não – categorias que a qualificassem em termos de expressões uni-
Comunicação não verbal4
versais, irredutíveis. Para ele, essa análise era necessária para o entendimento 
da experiência e das coisas. 
Peirce entendia que todo tipo de experiência estava associada a três possí-
veis graus de manifestação. Procurando dissociar suas categorias de qualquer 
nomenclatura prévia, ele as nomeou simplesmente primeiridade, secundidade 
e terceiridade. As experiências em primeiridade são monádicas e estão rela-
cionadas à qualidade de um sentimento, como a percepção do frio, do calor, 
das cores. Elas estão presentes na percepção mais pura, de maneira livre, são a 
ideia. Quer dizer, quando você se dá conta, já está passando para a experiência 
de secundidade. Essa ocorre na relação ou reação entre duas coisas que se 
encontram e são percebidas, por exemplo a dualidade, o choque, a dependên-
cia. É o momento em que a mente reconhece algo externo a si. Depois, vem 
a terceiridade, o estado de percepção que formula compreensões, sanções ou 
representações, interpretando e legislando os fenômenos, finalizando no que 
é signo ou representâmen para Peirce. A tríade de Peirce pode se multiplicar 
em outras inúmeras tríades a partir de um fenômeno. 
Signo, para Peirce, é aquilo que, por certo aspecto, representa alguma coisa 
para alguém. Um signo é dirigido para alguém. Na mente desse receptor, esse 
primeiro signo forma um equivalente de si mesmo, eventualmente um signo 
mais desenvolvido. 
A esse segundo signo formado na mente do receptor se dá o nome de 
interpretante. Já a coisa representada pelo primeiro signo se designa como 
objeto. O signo nunca é a própria coisa: está no lugar dela, e, por vezes, se 
afasta totalmente dela.
Para Peirce, a semiótica, ou teoria geral do signos, nada mais é do que uma extensão 
da própria lógica, instrumentação para a prática de toda ciência. O conceito de signo 
é o do signo em geral, não importa de que espécie, seja ele verbal, mental, abstrato 
ou concreto.
O signo é qualquer coisa que representa alguma outra coisa para alguém. É 
um elemento em que se correlacionam três outros elementos (relação triádica) 
denominados: representâmen, objeto e interpretante.
5Comunicação não verbal
  O representâmen é esta coisa que representa; é a maneira que este 
“algo” está representado.
  O objeto é esta coisa que é representada; é o “algo” que se vai analisar.
  O interpretante é como este “algo” será interpretado; é, por sua vez, 
uma terceira coisa que, surgindo na mente do intérprete no momento 
em que ele percebe aquela primeira coisa (representâmen), faz com que 
ele a interprete desta maneira, como sendo, de fato, não uma coisa em 
si, mas uma coisa que representa outra coisa.
Considere este exemplo: Peirce concebia que os signos se classificam em 
várias tricotomias, se relacionando a si mesmos, ao objeto ou ao interpretante. 
Cada uma dessas relações também pode estar em estado de primeiridade, 
secundidade ou terceiridade, o que gera uma quantidade quase infinita de 
signos possíveis. Quando relacionados ao objeto, por exemplo, o signo assume 
três formas: o ícone (em primeiridade), o índice (em secundidade) e o símbolo 
(em terceiridade).
O ícone se relaciona com o objeto em termos de associação qualitativa. 
Ele é análogo às características do objeto, como um desenho de uma casa, que 
procura reproduzir seus fundamentos visuais. O índice possui uma ligação 
direta e material como objeto, no sentido de ser uma espécie de rastro que leva 
ao objeto. Pegadas na areia são índices, por exemplo. Já o símbolo não possui 
uma relação direta com o objeto. Ele é arbitrariamente associado a ele e não 
indica uma coisa particular, mas espécies de coisas. Palavras são símbolos.
Mesquita (1997) enfatiza que há outros sinais de comunicação que reforçam, 
substituem ou contrariam a fala. São os gestos, a expressão facial, a postura, 
a ocupação do espaço e o toque. Tais sinais, que se chamam paralinguísticos, 
variam de um lugar para outro e são próprios de cada cultura. Eles possi-
bilitam a realização da comunicação humana não verbal (ALCURE apud 
MESQUITA, 1997).
Para saber mais sobre signo e semiótica, leia o texto “Manual da Semiótica” (FIDALGO; 
GRADIM, 2005).
Comunicação não verbal6
Elementos não verbais na transmissão de 
mensagens
Se você considerar os ancestrais dos seres humanos, verá que antes de apren-
derem a comunicação por meio das palavras, eles recorriam a outras possibili-
dades. Um exemplo é o uso da linguagem corporal, com gestos e sons, para se 
expressar. Assim, a comunicação se dava por canais e linguagens não verbais. 
Nesse sentido, se compreende que desde os primórdios o homem necessitou 
encontrar formas de comunicar quando ainda não conhecia a palavra ou a 
escrita. De acordo com a estudiosa Flora Davis (2009), a primeira manifestação 
não verbal de comunicação conhecida é a utilização dos gestos como meio 
de sobrevivência. 
Davis (2009) entende os gestos como a primeira língua do homem. Também 
afirma que mesmo depois da fala, ele usa a linguagem não verbal para se 
comunicar. Afinal, ao falar, gesticula, misturando as duas formas de comu-
nicação e muitas vezes comunicando mais por meio dos gestos, expressões 
faciais e postura que pelas palavras. 
Corraze (1982) compreende a comunicação não verbal como um meio, entre 
outros, de transmitir a informação. Ele se refere a esse tipo de comunicação no 
plural, são comunicações não verbais. Elas estão definidas como os meios dife-
rentes de comunicação entre os seres vivos que não utilizam a escrita, a fala, ou 
derivados não sonoros, que são, por exemplo, a língua usada pelos surdos-mudos. 
Nessa perspectiva, Corraze (1982) explica que as comunicações não verbais 
se concretizam para o ser humano por meio de três suportes. O primeiro é 
o corpo, com suas qualidades físicas, fisiológicas e em seus movimentos. O 
segundo suporte são objetos associados ao corpo do homem, como os ador-
nos, as roupas, ou até mesmo as mutilações, marcas, cicatrizes de tatuagens, 
de rituais ou não. Ainda podem ser relacionados os produtos da habilidade 
humana que podem servir à comunicação. O terceiro suporte está relacionado 
à dispersão dos indivíduos no espaço, que engloba desde o espaço físico que 
cerca o corpo até o espaço que a ele se relaciona, o espaço territorial.
Essa ideia vai ao encontro de Pease e Pease (2005), que enfatiza que há 
três classes de movimentos observáveis: os faciais, os gesticulares e os de 
postura. Embora se possa categorizar esses tipos de movimentos, os autores 
consideram que estão entrelaçados fortemente. Assim, fica difícil dar um 
significado a um prescindindo dos outros. Para Pease e Pease (2005), sendo 
a linguagem o fator mais importante, se reconhece que se produz e recebe 
na comunicação verbal uma quantidade muito grande de mensagens que não 
são expressas em palavras. São essas as mensagens denominadas não verbais. 
7Comunicação não verbal
Elas vão, de acordo com os autores (PEASE; PEASE, 2005), da cor dos olhos, 
cumprimento do cabelo, movimentos do corpo e postura até o tom da voz, 
passando por objetos, roupas, distribuição do espaço e do tempo.
Mesquita (1997) apresenta classificação feita por dois estudiosos da co-
municação não verbal: Knapp e Davis. Knapp(1982) realizou um esquema de 
classificação bastante detalhado do comportamento não verbal. Ele o dividiu 
em sete áreas: a) movimento corporal ou cinésica (emblemas, ilustradores, 
expressões de afeto, reguladores e adaptadores); b) características físicas; c) 
comportamentos táteis; d) paralinguagem (qualidades vocais e vocalização); 
e) proxêmica; f) artefatos e g) meio ambiente. 
Davis (1979), por sua vez, organizou a temática em subtítulos: índices de 
sexo; comportamentos de namoro; o mundo silencioso da cinética; o corpo 
é a mensagem; o rosto humano; o que dizem os olhos; a dança das mãos; 
mensagens próximas e distantes; interpretando posturas físicas; o ritmo do 
corpo; os ritmos do encontro humano; comunicação pelo olfato; comunicação 
pelo tato, entre outros tópicos. 
Desse modo, Mesquita classifica em dois grupos os canais de comunica-
ção do nível não verbal: o primeiro se refere ao corpo e apresenta diferentes 
unidades expressivas como a face, o olhar, o odor, a paralinguagem, os gestos, 
as ações, a postura e o movimento do ser humano. O segundo é relativo ao 
produto das ações humanas, que também apresenta várias unidades de expres-
são como a moda, os objetos do cotidiano e da arte, até a própria organização 
dos espaços: físico (pessoal e grupal) e ambiental (doméstico, urbano e rural).
Os sinais não verbais têm as funções específicas de regular e encadear as interações 
sociais e de expressar emoções e atitudes interpessoais. A expressão facial muitas vezes 
apresenta emoções. Nesse sentido, as pessoas podem tentar inibir seus sentimentos 
e a expressão emocional. O movimento dos olhos desempenha um papel muito 
importante na comunicação, pois pode ser compreendido, dependendo do contexto, 
como prova de interesse, ou como ameaça, provocação, por exemplo. Movimentar 
a cabeça pode reforçar e sincronizar a emissão de mensagens, como quando você 
concorda ou não com algo. A postura e os movimentos do corpo também podem 
apontar estados emocionais. A entonação da voz também é importante no processo 
de comunicação. Se ela for calma, pode transmitir mensagens mais claras do que uma 
voz mais agitada ou agressiva. A aparência de uma pessoa também é uma forma de 
comunicação não verbal. Ela aponta que imagem se quer passar por meio de vestuário, 
penteado, maquiagem, acessórios pessoais, postura, gestos, modo de falar.
Comunicação não verbal8
Formas de apresentação de textos não verbais
Os textos não verbais se utilizam de outros meios comunicativos que não a escrita 
e a fala. Por exemplo: placas, fi guras, gestos, objetos, cores, ou seja, signos visuais.
É necessário conhecimento de mundo para se ler um texto não verbal, já 
que muitas ocorrências desse tipo de comunicação se dão a partir de conven-
ções sociais. Por exemplo, quando o juiz em uma partida de futebol apresenta 
o cartão vermelho, todos que conhecem o esporte vão compreender que o 
jogador foi expulso. Assim como quando a luz verde do semáforo aponta que 
os veículos já podem passar pelo cruzamento.
Alguns exemplos de comunicação não verbal são o semáforo, o apito do juiz 
numa partida de futebol, o cartão vermelho, o cartão amarelo, uma dança, o 
aviso de “não fume” ou de “silêncio”, o bocejo, a identificação de “feminino” 
e “masculino” por meio de figuras na porta do banheiro e as placas de trânsito, 
desde que não possuam escritos, mas sim desenhos, símbolos ou ideogramas. 
Há também a linguagem mista, que se utiliza das comunicações verbais e 
não verbais, como nos casos das charges, cartoons e anúncios publicitários.
Inconsciente e espontaneamente, a comunicação não verbal se faz presente em todos 
os momentos das relações pessoais. Inclusive quando há a decisão de não falar em 
uma conversa, a mensagem é considerada não verbal. No caso do exemplo a seguir, 
a falta de resposta é uma mensagem não verbal. Ela pode significar, por exemplo, que 
um dos interlocutores não quer conversar com o outro.
9Comunicação não verbal
Nos links a seguir, você pode assistir aos filmes de Charlie Chaplin e Mr. Bean e ver 
exemplos de comunicação não verbal (ZERO0ONE, 2012): 
https://goo.gl/MWeAOl
https://goo.gl/ZvqZ32
1. Saussure é considerado o fundador 
da linguística moderna e um 
dos precursores do pensamento 
estruturalista. Assinale a alternativa 
correta a respeito dos seus estudos:
a) Para Saussure, a linguística 
estabelece dois níveis de análise 
da linguagem: a gramática 
e a semântica. A gramática 
reúne a fonologia, a sintaxe e 
a morfologia. Já a semântica 
se detém sobre os sentidos.
b) Para Saussure, o signo é qualquer 
coisa que representa alguma outra 
coisa para alguém, é um elemento 
em que se correlacionam três 
outros elementos (relação triádica) 
denominados: representâmen, 
objeto e interpretante.
c) Saussure concebia que os 
signos se classificam em várias 
tricotomias, se relacionando 
a si mesmos, ao objeto ou ao 
interpretante. Cada uma dessas 
relações também pode estar 
em estado de primeiridade, 
secundidade ou terceiridade, o 
que gera uma quantidade quase 
infinita de signos possíveis.
d) Saussure chama de signo 
a imagem acústica. A 
materialização do objeto ele 
chamou de significado.
e) A união do signo e do 
significado resulta no 
significante, uma unidade 
portadora de significação.
2. Analise a situação: “Sentado em uma 
cadeira, ao lado da mesa de jantar, 
um menino tenta sofrivelmente 
amarrar o cadarço do tênis. Na 
primeira tentativa, dá um nó. Como 
o nó fica grande e é possível pisar no 
cadarço, ele desfaz e tenta de novo. 
Na segunda tentativa, uma ponta 
fica em tope, e a outra solta: não deu 
certo novamente. Apenas na quarta 
tentativa ele consegue amarrar e fala: 
‘Ai que alívio! Nunca pensei que seria 
tão difícil amarrar o cadarço do tênis’”. 
Sobre o fato narrado, é 
correto afirmar que:
a) O elemento principal de 
compreensão da mensagem 
aparece por meio da 
linguagem verbal.
b) A linguagem verbal não influencia 
a compreensão da história.
Comunicação não verbal10
c) As comunicações verbal 
e não verbal predominam 
da mesma forma na 
compreensão da história.
d) A história apresenta a 
predominância de comunicação 
não verbal, e a construção de 
sentido ocorre com a colaboração 
da comunicação verbal.
e) Não há sentido na linguagem 
verbal na história.
3. Se remontarmos aos ancestrais dos 
seres humanos, verá que, antes de 
aprenderem a comunicação por 
meio das palavras, eles recorriam 
a outras possibilidades para se 
expressarem, como a linguagem 
corporal, com gestos e sons. 
Assim, a comunicação se dava por 
canais e linguagens não verbais. A 
respeito da comunicação não verbal 
na transmissão de mensagens, 
assinale a alternativa correta:
a) As comunicações não verbais 
se concretizam para o ser 
humano por meio de três 
suportes: o corpo, a mente 
e os elementos externos.
b) Pease e Pease (2005) 
enfatizam que há três 
classes de movimentos 
observáveis: os faciais, os 
corporais e os de postura.
c) A fala é considerada a 
primeira língua do homem, 
e a linguagem não verbal 
apenas complementou a 
forma de comunicar.
d) Os gestos são considerados 
a primeira língua do homem. 
Mesmo depois da fala, a 
linguagem não verbal é usada 
para comunicar, já que ao falar a 
pessoa gesticula, misturando as 
duas formas de comunicação.
e) A comunicação não verbal não 
é como um meio, entre outros, 
de transmitir a informação, 
mas apenas um complemento 
de comunicação. Apenas a 
escrita, a fala ou derivados não 
sonoros são considerados meios 
de transmitir informações.
4. Pease e Pease (2005) enfatizam 
que há três classes de 
movimentos observáveis na 
comunicação não verbal. Assinale 
a alternativa que apresenta as três 
classes corretamente. 
a) Faciais, corporais e de postura.
b) Gesticulares, de postura 
e corporais.
c) Faciais, gesticulares e de postura.
d) Da cabeça, dos braços e do rosto.
e) Faciais, mentais e corporais.
5. Signo, para Peirce, é aquilo que por 
certo aspecto representa alguma 
coisa para alguém. Um signo édirigido para alguém. Na mente 
desse receptor, esse primeiro signo 
forma um equivalente de si mesmo, 
eventualmente um signo mais 
desenvolvido. Que nome é dado 
a esse segundo signo formado na 
mente do receptor? 
a) Ícone.
b) Representâmen.
c) Secundidade.
d) Interpretante.
e) Objeto.
11Comunicação não verbal
ANTONIN, E. P. Semiótica. In: MARCONDES FILHO, C. Dicionário de comunicação. 2. ed. 
São Paulo: Paulus, 2014. p. 416-417.
COELHO, B. J. Comunicação verbal. 2. ed. Goiânia: Cultura, 2005.  
CORRAZE, J. As comunicações não-verbais. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. 
DAVIS, F. A comunicação não-verbal. São Paulo: Summus, 1979.
DAVIS, F. El lenguaje de los gestos. [S.l.]: De Libros y de Letras, 2009. Disponível em: <ht-
tps://lemon2a.files.wordpress.com/2009/09/flora_davis_-_el_lenguaje_de_los_ges-
tos.pdf>. Acesso em: 18 set. 2017.
FIDALGO, A. C.; GRADIM, A. Manual da semiótica. [S.l.]: BOCC, 2005. 
KNAPP, M. L. La comunicacion non verbal: el cuerpo y el entorno. Barcelona: Paidós 
Ibérica, 1982.
MARCONDES, C. I. Peirce, Charles Sanders. In: MARCONDES FILHO, C. Dicionário de 
comunicação. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2014. p. 372-374.
MESQUITA, R. M. Comunicação não-verbal: relevância na atuação profissional. Revista 
Paulista de Educação Física, São Paulo, v. 11, n. 2, p. 155-163, jul./dez. 1997.
PEASE, A.; PEASE, B. Desvendando os segredos da linguagem corporal. Rio de Janeiro: 
Sextante, 2005. 
SAUSSURE, F. Curso de lingüística geral. 7. ed. São Paulo: Cultrix, 1975.
ZERO0ONE. Charlie Chaplin em Luzes da Cidade 1931 filme legendado completo. [S.l.]: 
YouTube, 2012. 1 vídeo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=EH-
-24zIjOl4>. Acesso em: 18 set. 2017.
Leituras recomendadas
ALVES, R. F. O instante decisivo: uma estética anárquica para o olhar contemporâneo. 
2007. Trabalho de Conclusão de Curso–Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 
2007. 
BENETTI, M. Saussure, Ferdinand. In: MARCONDES FILHO, C. Dicionário de comunicação. 
2. ed. São Paulo: Paulus, 2014. p. 413.
FERREIRA, W. R. V. Signo. In: MARCONDES FILHO, C. Dicionário de comunicação. 2. ed. 
São Paulo: Paulus, 2014. p. 423-424.
Comunicação não verbal12

Continue navegando